Newsletter 11/2016

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Newsletter Ano 1 / Nº 3

Mensagem dos editores Estamos lançando a terceira edição do Newsletter do Centro de Economia e Estatística Aplicada – CEEA. Com periodicidade mensal, essa Newsletter contempla uma análise atualizada da conjuntura econômica internacional e nacional, considerando os principais indicadores econômicos, de mercado e cotações, estatísticas, projeções. Ela é composta das seguintes seções: conjuntura, atividade econômica; emprego; juros; câmbio; crédito; inflação; investimento; indústria e indústria da construção civil, entre outros. O Centro não é a fonte primária das informações disponibilizadas nesta Newsletter. O CEEA apenas consolida e organiza as informações econômicas a partir de informações e dados de conhecimento público, cujas fontes primárias são órgãos, agentes, e instituições autônomas, públicas ou privadas e veículos de comunicação.

Expediente Newsletter do Centro de economia e estatística aplicada - CEEA Produção - Equipe de pesquisa de preços Equipe Coordenador e editor - José Henrique S. Jr Colaboração – Ana Paula Venturini Bolsista – Maria Eduarda Contatos: www.centrodeeconomiaeestatistica.com centrodeeconomiaeestatistica@fumec.br

Apresentação A eleição americana terminou sinalizando uma mudança política importante à frente. Com a vitória do partido Republicano na Casa Branca e no Congresso, a partir de janeiro de 2017 haverá uma administração que estará disposta e será capaz de realizar o tipo de estímulo fiscal que vários economistas norte-americanos, em todo o espectro político, têm cobrado. Esta mudança de política fiscal estará sob controle do presidente Trump, não devendo sofrer resistência do Congresso, e irá inevitavelmente contribuir para a tendência de aumento dos juros dos títulos do governo americano. E, um aumento dos juros americanos induzidos pela flexibilização fiscal provavelmente não é consistente com o que o Banco Central do Brasil (BCB) tem descrito como um interregno externo "benigno". Assim, é provável que vejamos alta dos juros nos principais mercados financeiros mundiais, sinalizando um aumento no custo do financiamento para todos os tomadores de empréstimos, especialmente os mais arriscados, como os créditos brasileiros. E isso deve levar, tudo mais constante, a um real mais depreciado com as consequências inflacionárias usuais. Além disso, Donald Trump indicou que ele vai quebrar o consenso de política macroeconômica que governou Washington no último quarto de século, especialmente em relação aos benefícios do comércio externo e da globalização – os EUA sob Trump também é provável que fiquem (ainda mais) distantes dos chamados ”Gêmeos de Washington", o FMI e o Banco Mundial, criados nos pós Segunda Guerra. Com certeza, o Brasil nunca abraçou a globalização e continua sendo uma das economias menos expostas ao comércio dentre as mais relevantes do mundo. Ainda assim, mais protecionismo pode prejudicar os países, como a China, cuja dinâmica de crescimento é positiva e relevante para os preços e as perspectivas dos ativos brasileiros. Não se sabe ainda quando e como o Presidente Trump vai se mover para aumentar a proteção comercial nos EUA, mas a julgar pela retórica de sua campanha, ele precisará fazer algo. Então, o que é certo é a expansão fiscal, o que não é, mas é provável, é um aumento no protecionismo e, potencialmente, na tensão do comércio, em vez de um aumento da parceria, entre algumas das maiores economias do mundo - mas o sinal da derivada parece claro. E esta combinação não parece benigna para um país com as necessidades de financiamento e passivos externos do Brasil.

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Conjuntura econômica

Atividade econômica

Donald Trump conquistou a Presidência, apesar de ter perdido no voto popular. Os Estados Unidos, como resultado, escolheram como seu próximo presidente um homem cuja experiência, caráter, temperamento e conhecimento parecem fazer dele inadequado para esse alto cargo. As consequências da Presidência Trump serão muitas e variadas. Mas as econômicas não serão menos importantes. Seu governo poderá até mesmo reverter a globalização, desestabilizar o sistema financeiro, enfraquecer as finanças públicas dos EUA e ameaçar a confiança no dólar.

Os analistas de mercado esperam uma recessão mais profunda no país neste ano e uma retomada mais tímida em 2017, mas melhoraram a expectativa para a inflação em ambos os períodos, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central (BC).

O Relatório de Mercado Focus desta semana (14/11) mostrou uma mudança, para pior, nas projeções para a atividade no país, com recessão maior em 2016 e recuperação mais lenta em 2017. Pelo documento, as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano indicaram retração de 3,37% ante os 3,31% projetados uma semana atrás e os 3,19% de um mês antes. Em outubro, o BC informou que seu Índice de Atividade (IBC-Br) recuou 0,91% em agosto ante julho. O indicador também atingiu o menor nível desde dezembro de 2009, num claro sinal de dificuldades para a retomada da atividade no Brasil. Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), os diretores do BC confirmaram, ao abordar a questão do crescimento, que “os indicadores de agosto situaram-se abaixo do esperado”, mas ponderaram que oscilações tendem a ocorrer em momentos de estabilização da economia. Para 2017, o cenário é mais favorável, com perspectiva de PIB positivo. Ainda assim, o mercado reduziu a perspectiva de crescimento de 1,20% para 1,13% no próximo ano. Há um mês estava em 1,30%.

O Relatório de Mercado Focus desta semana (14/11) mostrou uma mudança, para pior, nas projeções para a atividade no país, com recessão maior em 2016 e recuperação mais lenta em 2017. Pelo documento, as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano indicaram retração de 3,37% ante os 3,31% projetados uma semana atrás e os 3,19% de um mês antes. Em outubro, o BC informou que seu Índice de Atividade (IBC-Br) recuou 0,91% em agosto ante julho. O indicador também atingiu o menor nível desde dezembro de 2009, num claro sinal de dificuldades para a retomada da atividade no Brasil. Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), os diretores do BC confirmaram, ao abordar a questão do crescimento, que “os indicadores de agosto situaram-se abaixo do esperado”, mas ponderaram que oscilações tendem a ocorrer em momentos de estabilização da economia. Para 2017, o cenário é mais favorável, com perspectiva de PIB positivo. Ainda assim, o mercado reduziu a perspectiva de crescimento de 1,20% para 1,13% no próximo ano. Há um mês estava em 1,30%. No relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, 14, as estimativas para a produção industrial ainda sugerem um cenário difícil. A queda prevista para este ano passou de 6,00% para 6,06%. Para 2017, a projeção de alta da produção industrial permaneceu em 1,11%. Já as projeções para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para este ano passaram de 45,15% para 45,42% no Focus. Um mês atrás estava em 45,00%. Para 2017, as expectativas no boletim Focus foram de 49,80% para 50,10% ante projeção apontada um mês atrás de 49,90%.

No relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, 14, as estimativas para a produção industrial ainda sugerem um cenário difícil. A queda prevista para este ano passou de 6,00% para 6,06%. Para 2017, a projeção de alta da produção industrial permaneceu em 1,11%. Já as projeções para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para este ano passaram de 45,15% para 45,42% no Focus. Um mês atrás estava em 45,00%. Para 2017, as expectativas no boletim Focus foram de 49,80% para 50,10% ante projeção apontada um mês atrás de 49,90%.

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Inflação

Emprego

Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA do mês de outubro apresentou variação de 0,26% e ficou acima dos 0,08% de setembro, constituindo-se, desde 2000, no menor índice para os meses de outubro, quando registrou 0,14%. Com isto o acumulado no ano situase em 5,78%, bem menos do que os 8,52% de igual período do ano anterior. Considerando os últimos doze meses, a taxa desceu para 7,87%, abaixo dos 8,48% relativos aos doze meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2015 o IPCA foi 0,82%. A mais elevada variação de grupo ficou com Transportes (0,75%), enquanto Alimentação e Bebidas (-0,05%) e Artigos de Residência (-0,13%) se apresentaram em queda.

A taxa de desemprego no Brasil aumentou para 11,8% no terceiro trimestre deste ano, ante 8,9% no mesmo período em 2015. No segundo trimestre, o nível de desocupação era de 11,3%, apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O nível de desocupação mais recente é o maior para o período desde o início da pesquisa, em 2012. A taxa do período entre julho e setembro ficou abaixo da média de 11,9% estimada. O intervalo das estimativas ia de 11,8% a 12%. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE, a população desempregada no terceiro trimestre aumentou 33,9% em relação a um ano antes, para 12 milhões de pessoas, um acréscimo de 3 milhões. Na comparação com o período de abril a junho deste ano, esse contingente aumentou 3,8%, ou mais 437 mil de pessoas. O número de pessoas desempregadas foi contabilizado em ou 12,022 milhões, no terceiro trimestre. O número de pessoas empregadas registrou no terceiro trimestre de 2016 a maior queda para qualquer período do ano desde 2012, início da Pnad Contínua. Esse contingente diminuiu em 2,3 milhões de pessoas em relação ao mesmo intervalo do calendário anterior, ficando em 89,8 milhões. Perante o trimestre de abril a junho deste ano, houve baixa de 1,1%, ou menos 963 mil pessoas.

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Juros

Câmbio

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) realizou o primeiro corte de juros desde 2012. O comitê decidiu, por unanimidade, reduzir os juros em 0,25 ponto percentual, levando a taxa Selic para 14,0%. O comunicado que acompanhou a decisão deixou as portas abertas para mais um corte de 0,25 p.p. em novembro ou para uma aceleração do ritmo de corte para 0,50 p.p. (que é o nosso cenário base). A ata do Copom divulgada hoje segue o comunicado da reunião e mostra a disposição do Comitê em continuar reduzindo a taxa Selic, em um processo descrito como "gradual e moderado". Enquanto o texto sugere que, por ora, um ritmo de cortes de 0,25 p.p. por reunião pode ser o preferido pelo Copom, consideramos que os dados e as notícias devem evoluir de forma a respaldar um corte de 0,50 p.p em novembro, que continua sendo nosso cenário base.

O dólar voltou a subir forte essa semana (14/11) frente ao real, turbinando os juros futuros na BM&F, com investidores ainda se ajustando à mudança de cenário no exterior com a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. O real torna a liderar as perdas entre as principais moedas, movimento que, segundo especialistas, se deve à “outperformance” da divisa brasileira ao longo deste ano, que a deixou mais vulnerável a realização de lucros. O desempenho pior do real na semana passada foi seguido por um reforço das intervenções do Banco Central (BC), que na semana passada retomou ofertas líquidas de swap cambial tradicional pela primeira vez desde setembro.

No mês de outubro, após vinte e quatro elevações consecutivas as taxas de juros das operações de crédito voltaram a ser reduzidas para a pessoa física. Estas reduções podem ser atribuídas aos seguintes fatores:  Redução da taxa básica de juros (Selic) promovida pelo Banco Central em sua última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM);  Expectativa de novas reduções da Selic nas próximas reuniões do COPOM frente a um cenário de inflação menor;  Melhora das expectativas econômicas para 2017. Das seis linhas de crédito pesquisadas, 01 (uma) teve sua taxa de juros elevada no mês (Cheque especial) e cinco tiveram suas taxas de juros reduzidas no mês (Juros do comércio, cartão de crédito rotativo, CDC Bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras). A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma redução de 0,04 ponto percentual no mês (1,14 pontos percentuais no ano) correspondente a uma redução de 0,49% no mês (0,72% em doze meses) passando a mesma de 8,24% ao mês (158,61% ao ano) em setembro/2016 para 8,20% ao mês (157,47% ao ano) em outubro/2016 sendo esta a menor taxa de juros desde agosto/2016.

Para essa semana, o BC programou leilão de rolagem de 15 mil contratos de swap cambial tradicional. A operação ocorreu na segunda feira. O dólar comercial subia 1,93%, a R$ 3,4598, depois de alcançar R$ 3,4728. O dólar para dezembro avançava 1,70%, a R$ 3,4680. Nos juros, o DI janeiro de 2021 ia a 12,290%, contra 11,990% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2019 subia a 12,100%, ante 11,870% no último ajuste. O DI janeiro de 2018 apontava 12,460%, em relação a 12,330% no ajuste anterior. A forte alta dos juros leva o mercado a apostar na probabilidade de o BC manter a Selic estável neste mês.

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Inadimplência O Banco Central divulgou as informações de crédito referentes ao mês de setembro. A média diária das concessões de crédito livre aumentou 3,4% em termos reais e com ajuste sazonal frente ao mês anterior. Na mesma comparação, as concessões de crédito direcionado recuaram 3,7%. A taxa de inadimplência do sistema ficou praticamente estável em 3,7%. A taxa de juros e o spread médio do sistema se elevaram. A inadimplência do consumidor aumentou 4,8% em outubro, ante setembro, de acordo com dados nacionais da Boa Vista SCPC, descontados efeitos sazonais. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a alta é de 6,4%. No ano, o as dívidas atrasadas crescem 0,8% e, em 12 meses, sobem 2,2%. Em 12 meses até setembro, a alta era menor, de 1,6%. Regionalmente, em 12 meses, a maior elevação ocorreu no Norte (4,9%), seguida das regiões Nordeste (3,2%), Centro-Oeste (3,8%) e Sudeste (1,7%). Já a região Sul obteve pequeno aumento de 0,7%. O número de consumidores com contas atrasadas e registrados nos cadastros de inadimplentes aumentou 0,21% em outubro, na comparação com o mesmo mês de 2015, segundo dados do indicador apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Trata-se da menor alta para o mês desde 2011, início da atual série histórica revisada. Em anos anteriores, o crescimento foi de 7,92% (2011), 4,53% (2012), 3,85% (2013), 3,95% (2014) e 4,87% (2015). Na comparação com setembro, houve queda de 0,60%. Apesar do cenário de acomodação da inadimplência, de outubro de 2015 para outubro neste ano, aproximadamente 1,1 milhão de brasileiros deixaram de pagar alguma conta e passaram a fazer parte das listas de restrição ao crédito. Atualmente, são 58,7 milhões de consumidores com o CPF negativado. Enquanto o desemprego e a queda de renda têm levado mais pessoas à inadimplência, a restrição do crédito tem colocado um freio no endividamento do brasileiro. O ramo de comunicação, por exemplo, que engloba atrasos em contas de telefonia, internet e TV por assinatura, foi o que mostrou a maior queda de dívidas em outubro. Na comparação com o ano passado, as pendências de pessoas físicas com o setor caíram 11,77%. Quanto a renda do brasileiro, a renda média real recebida em todos os trabalhados foi de R$ 2.015 no

Intenção do consumo O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou em setembro o terceiro mês consecutivo de alta e chegou aos 69,9 pontos, com elevação de 5,4% em relação ao mês anterior, conforme pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) em 44 meses. O índice subiu 0,2% na comparação com setembro do ano passado. Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou a maior alta mensal desde 2010, com aumento de 4,1% entre agosto e setembro, para 72,1 pontos. Todos os sete componentes usados para cálculo do indicador mostraram alta no período. Entre agosto e setembro, o destaque ficou com perspectiva de consumo, que apresentou alta mensal de 8,5%. O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, afirmou que a melhora da economia levará a uma recuperação da confiança, o que deve criar um ambiente mais favorável à atividade dos bancos. “A confiança voltou, está voltando, e teremos um ciclo mais auspicioso para o setor bancário”, disse Trabuco em teleconferência com analistas sobre o balanço do terceiro trimestre. O executivo destacou que “é tempo de mudança” de ciclo econômico no Brasil, com perspectiva de um PIB melhor, inflação mais baixa e afrouxamento monetário. Esses fatores, junto com a continuidade do processo de ajuste fiscal, vão levar a uma melhora nos indicadores de confiança e favorecer a volta dos investimentos, disse Trabuco. O sistema financeiro vêm expandindo cada vez mais o crédito às empresas e às pessoas físicas, contribuindo assim com o desenvolvimento econômico do Brasil. Este crescimento do volume de crédito tenderá a se acentuar nos próximos meses/anos em virtude do crescimento econômico. Com crédito os mercados se desenvolvem, as empresas investem, ampliam suas vendas, geram empregos e as pessoas antecipam a realização de seus sonhos. Assim com o crescimento do crédito é preciso que você saiba como usar o mesmo para melhorar a sua vida sem gerar problemas.

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Atividade industrial Após os resultados decepcionantes de agosto, o Indicadores Industriais de setembro mostra desempenho um pouco mais animador, embora muito aquém do necessário para reverter a trajetória negativa dos últimos meses. Segundo a CNI, os dados da Sondagem Industrial evidenciam, por um lado, a dificuldade que a indústria demonstra para iniciar um ciclo sustentado de recuperação. Por outro, mostram evoluções importantes, que aumentam a possibilidade para a recuperação no futuro, como a melhora nas condições financeiras e a manutenção dos estoques no nível planejado. A produção industrial subiu 0,5% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro das expectativas dos analistas de mercado, que esperavam desde uma queda de 0,50% a expansão de 1,50%, com mediana positiva de 0,50%. Em relação a setembro de 2015, a produção caiu 4,8%. Nesta comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de retração de 3,70% a 6,60%, com mediana negativa de 5,10%. No ano, a produção da indústria acumula queda de 7,8%. Em 12 meses, o recuo é de 8,8%. No terceiro trimestre a produção industrial caiu 5,5% ante igual trimestre de 2015, dentro das previsões de queda de 5,40% a 5,90%, com mediana de 5,60%. Apesar do avanço de 0,5%, a indústria brasileira está operando 20,7% abaixo do pico registrado em junho de 2013, ressaltou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. O resultado da produção industrial no terceiro trimestre surpreendeu negativamente. Dessa forma, o indicador sugere viés de baixa para a projeção de PIB do período (atualmente estimamos -0,5% ante o segundo trimestre, após ajuste sazonal). Apesar disso, os fundamentos continuam a indicar alta da produção nos próximos meses. Em outubro, a demanda industrial seguiu acima do nível de utilização da capacidade instalada (NUCI), o que sugere alta da produção quando os estoques se ajustarem. Estes, por sua vez, seguiram em tendência declinante. Adicionalmente, espera-se que a continuidade da flexibilização da política monetária propicie um aumento gradual da demanda industrial. Dessa forma, mantem-se a visão de que a produção industrial deve aumentar à frente.

A Construção civil Os indicadores de nível de atividade da construção civil permaneceram em queda na passagem de agosto para setembro. Os dados são da Sondagem da Indústria da Construção Civil, divulgada nesta segunda-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). “O ritmo de queda da atividade e do emprego, que havia se tornado menos intenso no primeiro semestre, manteve-se inalterado no terceiro trimestre”, analisou a CNI em nota. O indicador relativo à atividade no setor foi de 41,5 pontos no último mês. Na pesquisa, os resultados variam de zero a cem pontos, sendo que resultados abaixo dos 50 pontos indicam retração da atividade em relação ao mês anterior. A queda na atividade se acelerou levemente, já que esse índice foi de 41,8 pontos em agosto. No mesmo mês de 2015, o indicador foi de 35,9 pontos. O indicador de número de empregados também variou pouco entre agosto e setembro, ao passar de 39,6 pontos para 39,7 pontos. Em setembro de 2015, o indicador foi de 35,2 pontos. A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) foi de 57%, ante 56% em agosto. Em setembro do ano passado, esse percentual foi de 59%. O índice de atividade em relação ao usual para o mês foi de 28,5 pontos em setembro deste ano, ante 27,7 pontos em agosto. Já em setembro de 2015, esse indicador foi de 27,1 pontos. Por outro lado, as vendas de materiais de construção caíram 8,4% em outubro, na comparação anual, conforme a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). Em relação a setembro, houve expansão de 8,6%. O presidente da Abramat, Walter Cover, informou em nota que o patamar de retração das vendas para o varejo e para as construtoras foi semelhante. De janeiro a outubro, a queda acumulada chega a 12,1% e, nos 12 meses encerrados em outubro, a 13,2%. O nível de emprego na indústria de materiais de construção caiu 7,8% em outubro ante o mesmo mês de 2015. Na comparação com setembro, o indicador teve leve aumento de 0,2%.

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A produção industrial na China avançou 6,1% em outubro em relação ao mesmo mês de 2015, segundo dados do Escritório Nacional de Estatística (NBS, na sigla em inglês) divulgados nesta segunda-feira. O acirramento da competição entre aplicativos de transporte deixou a vida do setor mais difícil, mas não foi o fim do mundo para duas empresas brasileiras: Easy (antiga Easy Taxi) e 99 (antiga 99 Taxi). É que mesmo tendo perdido espaço, as duas companhias conseguiram colocar as contas em ordem sendo menos agressivas comercialmente e adotando novas formas de gerar receita. A pergunta agora é por quanto tempo elas conseguirão se manter assim. O presidente Michel Temer completou ontem seis meses na presidência da República e, para fazer um balanço da gestão iniciada em 12 de maio, o portal do Palácio do Planalto divulgou vídeo e texto que elencam as principais medidas tomadas desde a posse. O vídeo destaca que o governo cortou mais de 4 mil cargos comissionados e reduziu o número de ministérios. Na área econômica, a nota ressalta que inflação desacelerou, a taxa Selic teve a primeira queda desde 2012, houve redução dos juros para financiamento de imóvel pela Caixa e queda do preço da gasolina. Donald Trump admite abertamente: que a força que impulsiona todos os seus empreendimentos é o seu ego. "Quase todos os negócios que fiz se deveram pelo menos em parte ao meu ego", disse o magnata em artigo publicado em 1995 no "New York Times", intitulado "O que meu ego quer, ele consegue". E o que Trump quis agora, aos 70 anos, foi a Presidência dos USA. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que o projeto que reabre prazo para regularização de recursos mantidos ilegalmente no exterior será votado na Casa na próxima semana. Homem de confiança do governo e de Renan, Romero Jucá (PMDB-RR) será o relator da proposta. A Samsung Electronics publicou anúncios de página inteira em jornais dos EUA para pedir desculpas por seus telefones Note 7, propensos a pegar fogo, e tentar restaurar sua abalada reputação. A mensagem da maior fabricante de smartphones do mundo apareceu em grandes publicações nesta semana, como Wall Street Journal, New York Times, Washington Post.

Os estrategistas e gestores de ações tentam redefinir as projeções para o Ibovespa, o principal índice da bolsa de valores brasileira, após a vitória do candidato republicano Donald Trump. Eles afirmam que ainda é cedo para perceber os impactos do governo Trump para o mercado local, mas há um consenso de que os parâmetros financeiros começaram a mudar. A maior parte das apostas é a de que, no curto prazo, o Ibovespa continue registrando volatilidade. Mas, entre seis e 12 meses, a perspectiva ainda é positiva para a bolsa de valores. Recentes contatos entre a equipe econômica e investidores deixaram claro para os agentes do setor privado que, na avaliação do governo Michel Temer, a relativa tranquilidade observada na tramitação da proposta de emenda constitucional (PEC) que limita os gastos da União não se repetirá com a reforma da Previdência Social. A inquietação de investido. A inquietação de investidores e empresários em relação à até então claudicante estratégia do Palácio do Planalto tende a se dissipar, agora que ficou clara a intenção do governo de enviar em breve ao Congresso um projeto. Mas, quanto mais a tramitação da reforma se prolongar, maior o risco de as discussões serem contaminadas pelo processo eleitoral de 2018. As incertezas sobre qual será a trajetória da inflação e dos juros nos Estados Unidos, após a posse do presidente eleito Donald Trump, provocaram uma grande volatilidade nos mercados na semana passada. As especulações sobre o que fará o novo presidente da maior potência econômica do planeta alimentam esse movimento. A situação só se tornará menos nebulosa quando Trump começar a nomear os integrantes de sua equipe de governo. O uso dos cartões de débito e crédito deve se sobrepor ao uso do dinheiro no Brasil apenas em 2020, aponta levantamento sobre a evolução dos meios de pagamento no país conduzido pela consultoria em varejo financeiro Boanerges & Cia. Segundo o estudo, pelo menos nos próximos 30 anos o dinheiro manterá espaço significativo no consumo dos brasileiros Segundo o estudo, pelo menos nos próximos 30 anos o dinheiro manterá espaço significativo no consumo dos brasileiros. Só em 2050, a representatividade do dinheiro no país vai se equiparar ao nível observado em 2015 nos Estados Unidos.

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Indicadores econĂ´micos e de mercado

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