CFAEs 30 OUT 09
COMO ELABORAR PLANOS DE FORMAÇÃO DE ESCOLA?
Manuela Esteves Instituto de Educação – Universidade de Lisboa mesteves@ie.ul.pt
OS PLANOS DE FORMAÇÃO E O IDEAL DE UMA FORMAÇÃO CONTÍNUA CENTRADA NA ESCOLA • UM IDEAL QUE NASCEU COM O REGIME JURÍDICO DA FORMAÇÃO CONTÍNUA (DL 207/96) • ART.º 3º OBJECTIVOS… d) A aquisição de capacidades, competências e saberes que favoreçam a construção da autonomia das escolas e dos respectivos projectos educativos e) O estímulo aos processos de mudança ao nível das escolas e dos territórios educativos em que estas se integrem susceptíveis de gerar dinâmicas formativas mesteves@ie.ul.pt
OS PLANOS DE FORMAÇÃO E O IDEAL DE UMA FORMAÇÃO CONTÍNUA CENTRADA NA ESCOLA • UM IDEAL QUE NASCEU COM O REGIME JURÍDICO DA FORMAÇÃO CONTÍNUA (DL 207/96) •
ART.º 19º OBJECTIVOS DOS CENTROS DE FORMAÇÃO
b) Promover a identificação de necessidade de formação c) Dar resposta a necessidades de formação identificadas e manifestadas pelos estabelecimentos de educação e ensino associados e pelos respectivos educadores e professores
mesteves@ie.ul.pt
OS PLANOS DE FORMAÇÃO E O IDEAL DE UMA FORMAÇÃO CONTÍNUA CENTRADA NA ESCOLA • UM IDEAL QUE NASCEU COM O REGIME JURÍDICO DA FORMAÇÃO CONTÍNUA (DL 207/96) •
ART.º 25º COMPETÊNCIAS DA COMISSÃO PEDAGÓGICA d) Estabelecer a articulação entre os projectos de formação das escolas e o centro •
ART.º 33º DIREITOS DOS FORMANDOS a) Escolher as acções de formação que mais se adeqúem ao seu plano de desenvolvimento profissional e pessoal, sem prejuízo do cumprimento de programas ou prioridades definidos pela escola a que pertence ou pelo Ministério da Educação mesteves@ie.ul.pt
OS PLANOS DE FORMAÇÃO E O IDEAL DE UMA FORMAÇÃO CONTÍNUA CENTRADA NA ESCOLA • UM IDEAL QUE NASCEU COM O REGIME JURÍDICO DA FORMAÇÃO CONTÍNUA (DL 207/96) ART.º 33º DEVERES DOS FORMANDOS a) Participar nas acções de formação contínua que se integrem em programas considerados prioritários para o desenvolvimento do sistema educativo e das escolas
mesteves@ie.ul.pt
OS PLANOS DE FORMAÇÃO E O IDEAL DE UMA FORMAÇÃO CONTÍNUA CENTRADA NA ESCOLA • UM IDEAL QUE NÃO SE CONCRETIZOU, SALVO RARAS EXCEPÇÕES • Prevalência de uma lógica individualista na procura de acções de formação • Primado da oferta de formação feita a partir dos centros, sobre a procura de formação feita a partir das escolas e dos professores • Pressão exercida pelas prioridades nacionais de financiamento para que determinadas temáticas fossem privilegiadas mesteves@ie.ul.pt
OS PLANOS DE FORMAÇÃO E O IDEAL DE UMA FORMAÇÃO CONTÍNUA CENTRADA NA ESCOLA • UM IDEAL QUE NÃO SE CONCRETIZOU, SALVO RARAS EXCEPÇÕES RESULTADOS: • Impactos raros da formação para a escola enquanto organização e espaço colectivo • Impactos desiguais para a mudança de práticas dos professores • Contributo para situações de “formação pela formação” ou de formação apenas como mecanismo de obtenção de créditos mesteves@ie.ul.pt
E AGORA?
• COMO PODEM AS ESCOLAS AGIR PARA ELABORAR OS SEUS PRÓPRIOS PLANOS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA?
mesteves@ie.ul.pt
O PLANO DE FORMAÇÃO DA ESCOLA COMO PARTE DE UMA ESTRATÉGIA, COMO UM RECURSO AO SERVIÇO DESSA ESTRATÉGIA 1. PROJECTO EDUCATIVO DE ESCOLA, PROJECTO CURRICULAR DE ESCOLA E PROJECTOS CURRICULARES DE TURMA PERGUNTAS: Para onde se quer ir? O que se quer modificar? Faz falta alguma formação contínua dos professores para ajudar nesse trajecto? Qual?
mesteves@ie.ul.pt
COMO PODEM AS ESCOLAS AGIR PARA ELABORAR OS SEUS PRÓPRIOS PLANOS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA?
2. A análise dos resultados de avaliação (interna e externa) dos alunos 3. A análise dos relatórios de avaliação (interna e externa) da escola 4. A análise dos relatórios de avaliação de desempenho dos professores mesteves@ie.ul.pt
COMO PODEM AS ESCOLAS AGIR PARA ELABORAR OS SEUS PRÓPRIOS PLANOS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA?
Identificar e analisar as necessidades de formação dos professores da escola como primeiro passo para a definição de objectivos e estratégias de formação ou seja, para a construção de um plano de formação mesteves@ie.ul.pt
O que significa “necessidade”? • A necessidade de um indivíduo, de um grupo ou de um sistema é a existência de uma condição não satisfeita e necessária para lhe permitir sobreviver ou funcionar em condições normais e realizar-se ou atingir os seus objectivos. (Louis D’Hainaut, 1979)
mesteves@ie.ul.pt
O que significa “necessidade”? • Uma necessidade é alguma coisa que é imprescindível ou útil para a realização de um projecto defensável. (Daniel Stufflebeam, 1985)
mesteves@ie.ul.pt
Tipologias das necessidades •
•
Necessidades normativas Baseiam-se no saber e na experiência de especialistas que definem o padrão desejável da performance
•
Necessidades sentidas
dos resultados actuais aos desejados
•
percepcionadas pelos sujeitos
•
Necessidades expressas traduzidas nos comportamentos exteriores
•
•
Necessidades comparativas deduzidas da comparação com uma população tomada como padrão Bradshaw, cit. por McKillip, 1987
Necessidades como discrepâncias ou lacunas Necessidades como mudança desejada por uma maioria “needs are wants” Necessidade como uma direcção em que se prevê que ocorra um melhoramento previsão de tendências
•
Necessidade como algo cuja ausência provoca prejuízo estudo de variáveis causais Stufflebeam, 1985
mesteves@ie.ul.pt
Tipologias das necessidades • Necessidades das pessoas versus necessidades dos sistemas • Necessidades particulares versus necessidades colectivas • Necessidades conscientes versus necessidades inconscientes • Necessidades actuais versus necessidades potenciais • Necessidades conforme o sector em que se manifestam (vida pessoal, vida familiar, vida profissional…) D’Hainaut, 1979 mesteves@ie.ul.pt
O contributo teórico de J.M. Barbier e M. Lesne para a compreensão da análise de necessidades de formação
Três modos alternativos de determinação das necessidades de formação: A. A partir da definição das exigências de funcionamento das organizações B. A partir da expressão das expectativas dos indivíduos e dos grupos C. A partir da definição dos interesses sociais dos trabalhadores nas situações de trabalho mesteves@ie.ul.pt
Concepções alternativas de necessidade
Quem é ouvido na sua definição?
Qual o papel do analista?
Qual a natureza dos objectivos?
Qual a natureza do processo?
Exigências ditadas pelo funcionament o da organização
Responsáveis hierárquicos ou especialistas
Identificar necessidades concretas de qualificação
Objectivos de desenvolvimento profissional
AVALIAÇÃO
Interesses e Indivíduos aspirações interessados dos indivíduos em participar na formação
Explorar aspirações, desejos e interesses
Obj. de denv. pessoal e/ou de desenv. profissional
EXPLORAÇÃO
Interesses dos grupos sócioprofissionais
Compatibilizar direitos com formações úteis
Objectivos propiciadores da acção colectiva
ANÁLISE DA SITUAÇÃO LABORAL
Sindicatos ou outras associações profissionais
mesteves@ie.ul.pt
ETAPAS DO PROCESSO DE ANÁLISE DE NECESSIDADES 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.
Identificação da situação que dá origem à análise Identificação dos destinatários e do uso a dar aos resultados Definição das fontes informativas relevantes Selecção dos procedimentos e elaboração dos instrumentos de recolha Descrição da população visada e respectivo contexto Identificação e interpretação das necessidades Avaliação das necessidades : as prioridades Comunicação dos resultados mesteves@ie.ul.pt
DAS NECESSIDADES AOS OBJECTIVOS DE FORMAÇÃO • ALTERNATIVAS EM JOGO: Desenvolvimento de conhecimentos? De capacidades? De valores? De atitudes? Desenvolvimento do conhecimento profissional ou desenvolvimento de competências? Formação centrada na supressão de lacunas ou deficiências de formação de professores individuais? Formação centrada no desenvolvimento / crescimento pessoal e profissional de cada professor? Formação centrada na resolução de problemas da escola? Formação centrada na mudança que não é imediatamente desejada pelos professores? mesteves@ie.ul.pt
CONGRUÊNCIA DAS ESTRATÉGIAS DE FORMAÇÃO COM OS OBJECTIVOS
• Dependendo das decisões tomadas quanto aos objectivos da formação, assim umas modalidades de formação são mais adequadas do que outras • O lugar central das práticas profissionais na formação contínua de professores não elimina o papel da teoria – só o torna mais complexo e exigente mesteves@ie.ul.pt
DOS PLANOS DE FORMAÇÃO DAS ESCOLAS AO PLANO DE FORMAÇÃO DO CENTRO
• Um processo de decisão complexo • Diversidade de projectos (nacionais, de escola e individuais) a conjugar • Um problema de prioridades: os planos de médio prazo
mesteves@ie.ul.pt