PORTFÓLIO ARQUITECTURA
J O A N A LOBATO L A G O S 2010
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2014
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“A arquitectura é uma maneira de ver, de pensar, e de questionar o nosso mundo e o nosso lugar nele. Exige uma curiosidade natural, uma abertura nas nossas observações, e uma vontade de agir afirmativamente...” Morphosis Architects
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ÍNDICE | 05
JOANA LOBATO LAGOS Sobre mim & Curriculum
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LUGARES EXCLUSIVOS, ARQUITECTURA INCLUSIVA: O PÁTIO COMO ISTMO SOCIAL Habitação Social Projecto Final de Mestrado, Lisboa 2014
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TRANSIÇÕES - HABITAR O COMUM Residências Universitárias Projecto Académico, Brasil 2012
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ModuLAR Habitação Colectiva Projecto Académico, Lisboa 2011
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DO OUTRO LADO Habitação de Emergência Projecto Académico, Lisboa 2010
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06 | PORTFÓLIO JOANA LOBATO LAGOS
www.joanalobatolagos.com joana.lagoss@gmail.com 00351 919930371
Nasci e cresci em Lisboa e o gosto pela arquitectura foi crescendo comigo. Recordo o tempo em que imaginava e desenhava as casas que via nos programas de televisão, as plantas que recortava do jornal, ou os desenhos de casas nas toalhas de papel das mesas dos restaurantes.Aos 11 anos conheci a palavra arquitectura e 12 anos depois termino o mestrado integrado. O gosto pela arquitectura compete com o gosto pelas viagens, o que me levou a viver um ano no Brasil, através da faculdade, onde conheci outras culturas, outras cidades, outros climas, outras pessoas. Graças ao exemplo dos meus pais sempre realizei, paralelamente ao ensino, outras actividades, como música, escuteiros ou voluntariado, na esperança que estas contribuíssem para a minha formação humana. Alguns meses a fazer voluntariado em Moçambique foram determinantes. Acredito que estas experiências são muito importantes também para a minha formação como arquitecta, porque me aproximam das pessoas e das suas vidas. E se a arquitectura é para ser vivida pelas pessoas, então aproximam-me da arquitectura também.
SOBRE MIM & CURRICULUM | 07
EDUCAÇÃO
EXPERIÊNCIA DE TRABALHO
09.2008 | 02.2014 Mestrado integrado em Arquitectura Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa (FAUL) Projecto Final e Dissertação Teórica: “Lugares exclusivos, Arquitectura inclusiva: o Pátio como istmo social” 18 em 20 08.2011 | 08.2012 Programa de Mobilidade América Latina | Florianópolis, SC - Brasil Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
04.2012 | 07.2012 Bragáglia Arquitectura | Florianópolis, SC- Brasil
WORKSHOPS E SEMINÁRIOS
07.2010
VIII Seminário Internazionale Progettazione Architettonica | Narni Universitá di Roma
05.2009 Seminario Diseño Arquitectónico Urbano | Madrid Escuela de Arquitectura – Universidad de Alcalá
VOLUNTARIADO EM ARQUITECTURA
08.2014 Reabilitação de escola através da ONGD Equipa d’África | Quissico, Moçambique 06.2012 Construção de habitações de emergência através da ONGD “TECHO- Un Techo para mi pais” | Catamarca, Argentina
HABILIDADES E COMPETÊNCIAS
Idiomas Português: Língua materna Inglês: Fluente Espanhol: Fluente Francês: Básico Software Vectorworks 2D & 3D, Autodesk AutoCAD 2D & 3D, Cinema 4D, Adobe Photoshop, Adobe InDesign, Adobe Illustrator, Sketch Up, 3D Studio Max, Microsoft Office, Windows e Mac Modelos tridimensionais em diferentes materiais, desenho
CARACTERÍSTICAS PESSOAIS
Responsável, empenhada, dinâmica, espírito crítico, experiência em trabalho de equipa
INTERESSES
Desenhar, viajar, trabalho social, design gráfico, cinema, escultura, fotografia, literatura
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PROJECTO ACADÉMICO | PROJECTO FINAL DE MESTRADO
LUGARES EXCLUSIVOS, ARQUITECTURA INCLUSIVA: O PÁTIO COMO ISTMO SOCIAL HABITAÇÃO SOCIAL Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa (FAUL) | Lisboa 2014
Giant’s Causeway | Irlanda no Norte
Quinta da Malagueira, Álvaro Siza Vieira | Évora, Portugal
O projecto partiu de uma motivação pessoal para abordar a problemática da habitação social, aliado a uma convicção do papel determinante da arquitectura na construção de cidades mais habitáveis. Tendo em conta a actual situação de exclusão do Bairro do Barruncho (Odivelas) em relação à cidade que apenas o envolve, pois não o inclui, propôs-se através da exploração de um tipo de espaço arquitectónico – o Pátio – encontrar na Arquitectura o seu papel inclusivo. Procurou-se através das reflexões realizadas sobre o pátio, convertê-lo em espaços que permitam, como um istmo, a união da actual ilha, que é o bairro, com a cidade. Foram analisadas três possibilidades de concretização deste espaço exterior que alcança diferentes níveis de interioridade: o pátio doméstico, espaço privado que participa e acolhe o dia-a-dia da família; o pátio comunitário, agregado pelas habitações que compõe o bairro e responsável por agregar as relações de vizinhança e comunidade; e o pátio no conjunto, ressaltando o papel deste espaço enquanto elemento de composição urbana. Paralelamente a estas valências do pátio que foram abordadas, procurou-se que o projecto final reflectisse também outros temas estudados, como a integração de pessoas e espaços ou as possibilidades de transição comunidade-casa, público-privado, interior-exterior, aparentemente dicotómicas mas complementares na medida em que se observa uma diluição dos seus domínios.
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LUGARES EXCLUSIVOS, ARQUITECTURA INCLUSIVA: O PÁTIO COMO ISTMO SOCIAL | 11
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LUGARES EXCLUSIVOS, ARQUITECTURA INCLUSIVA: O PÁTIO COMO ISTMO SOCIAL | 13
Habitações
Pátio Privado
Pátio Transitório
Pátio Comunitário
Percurso de Passeio
Percurso de acesso directo
Circulação automóvel
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LUGARES EXCLUSIVOS, ARQUITECTURA INCLUSIVA: O PÁTIO COMO ISTMO SOCIAL | 17
colaboração de Rita Almeida
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colaboração de Rita Almeida
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colaboração de Rita Almeida
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PROJECTO ACADÉMICO
TRANSIÇÕES - HABITAR O COMUM RESIDÊNCIAS UNIVERSITÁRIAS Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) | Florianópolis, SC - Brasil 2012
Centro de Apoio à Terceira Idade, CVDB Arquitectos | Lisboa
Edifício Louveira, Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi | São Paulo
Conhecida por “Fazendinha”, esta é actualmente uma zona da cidade expectante, situada no centro da ilha de Florianópolis. Apesar do PDM defender a construção em altura, a estratégia urbana procurou criar um espaço de forte relação com o exterior e também de transição entre a cidade, a norte, e a área de preservação natural, a sul. Dada a proximidade à Universidade Federal, procurou-se enquadrar o programa e foi desenvolvido um edifício de residências universitárias com os respectivos serviços e equipamentos necessários, alguns que servissem também a comunidade em geral. Pretendia-se preservar e fomentar a dinâmica de relações entre os estudantes, e nesse sentido, optou-se por reduzir os espaços privados para criar mais espaços comuns, de partilha e convívio entre os alunos. Foram desenhados dois volumes, paralelos, que se apresentam como limites, barreiras, muros, que ajudam a criar a ideia de transição, de passagem, de movimento, que se pretendia. Surge um terceiro “volume”, que consiste no vazio criado entre os dois primeiros, como se de um limite habitado se tratasse, como que emoldurado. É neste lugar de destaque que surgem os espaços comuns, galerias de circulação e espaços de permanência, com dimensões e desenhos diferentes, propiciando actividades e vivências diversas, na tentativa de expandir as habitações para o exterior, que é comum, que é partilhado.
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TRANSIÇÕES - HABITAR O COMUM | 27
Cheio
Vazio
Espaço de Permanência - estudar
Espaço de Circulação
Espaço de Permanência - estar
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Comércio/Equipamento Acessos verticais Serviços Administração + Auditório Salas/Estúdios Espaço de estudo Habitações
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PROJECTO ACADÉMICO
ModuLAR HABITAÇÃO COLECTIVA Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa (FAUL) | Lisboa 2011
“Tree is leaf and leaf is tree. House is city and city is house. A tree is a tree but it is also a huge leaf. A leaf is a leaf but it is also a tiny tree. A city is not a city unless it is also a huge house. A house is a house only if it is also a tiny city.” Aldo van Eyck
Unidade de Habitação, Le Corbusier | França
Edifício Gifu Kitagata, Kazuyo Sejima | Japão
Situado num bairro típico da cidade de Lisboa, o projecto consistia em desenvolver um edifício de habitação colectiva, no qual a intenção seria projectar as relações de vizinhança semelhantes com as que já existiam na área de intervenção. O edifício divide-se em dois elementos estruturantes do programa. O primeiro é composto pela galeria de acessos horizontais exterior, virado para uma praça pública, no interior do quarteirão, e ainda por dois momentos que atravessam o edifício na sua largura, ligando o interior e o exterior do quarteirão. Por sua vez, o segundo elemento é composto pelos módulos habitacionais, orientados para fora do quarteirão e para a cidade envolvente. A partir de um módulo base e da estrutura linear do edifício, foram projectados outros módulos destinados a famílias de maiores dimensões. Estes módulos foram agregados, encaixados e justapostos, como se de um jogo se tratasse, criando volumes diversos, vazios e poços de luz, na tentativa de conferir ao edifício uma volumetria orgânica e uma fachada dinâmica.
MODULAR | 31
T3+1 T3+1 T2+1 T0+1 T0+1 Circulações Comério/Equipamento Estacionamento
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MODULAR | 33
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MODULAR | 35
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PROJECTO ACADÉMICO
DO OUTRO LADO HABITAÇÃO DE EMERGÊNCIA Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa (FAUL) | Lisboa 2010
“A arquitectura deve responder com absoluta clareza às questões urgentes, todas elas relacionadas com situações fundamentais que sustentam a vida humana.” Paulo Mendes da Rocha
Wooden House, Sou Fujimoto | Kumamura Village, Japão
O exercício de projecto pedia a construção de pequenas habitações temporárias para situações de emergência. Nesse sentido, foram projectados habitáculos que acentassem em dois conceitos-chave - flexibilidade e adaptabilidade. O desenho do espaço interior, à semelhança da Wooden House, foi adaptado às actividades essenciais do dia-a-dia, sem contudo influenciar ou condicionar cada espaço a uma única actividade. Contudo, não se trata apenas de um jogo de cheios e vazios, cheios que determinam a forma que leva a determinada função, e vazios que permitem habitar esses mesmos espaços, mas também do outro lado desses vazios, surge uma nova área, uma nova vivência. O negativo dos espaços é habitado através de uma linha que os desenha, mas não os preenche. Optou-se por não compartimentar ou encerrar os espaços, de modo a aumentá-los e a deixar que a luz circule por todo o habitáculo. Ainda na perspectiva da flexibilidade, o interior da habitação é propício à partilha dos espaços, mas à medida que se sobe em altura, aumenta o encerramento de cada espaço, dando lugar a ambientes mais privados.
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“Habitar – viver – é o destino do homem. E, simultaneamente, o destino da Arquitectura. Vive-se habitando; constrói-se, para que seja possível viver. Albergar o homem e as suas actividades, construir – a obrigação da arquitectura -, celebrar a própria vida. E o lugar das moradas do homem é, há muito tempo, a cidade. A cidade é o lugar onde vivemos colectivamente, juntos, solidários; onde compartilhamos as tarefas (eu escrevo, tu varres, ele vende, nós produzimos, vós estudais, eles divertem-nos), para o qual estabelecemos códigos que nos permitem conciliar tantas diferenças evitando os atropelos, as injustiças (ou minimizando-as); o lugar onde negociamos as leis, as regras, para podermos beneficiar do privilégio de estarmos juntos. Porque culturalmente é mais rico, porque economicamente é mais lógico, porque afectivamente nos é necessário, porque estamos condenados aos outros e o esforço de estamos juntos racionaliza-nos o tempo – o curto tempo – de viver.” Manuel Graça Dias
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