DiNotícias - Jornal Escolar (Fevereiro de 2021 - nº 20)

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ISSN: 2182-4142

JORNAL DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS E JARDINS DE INFÂNCIA D. LOURENÇO VICENTE

Publicação trimestral Fevereiro de 2021

Nº 20

AEDLV Agrupamento de Escolas D. Lourenço Vicente

0,50 € Diretor: Pedro Damião

Quando em março deixamos de poder ir à escola, ...

O sentir da Escola em tempo de pandemia Páginas 12 e 13

Turmas do 1º ciclo do AEDLV envolvidas em projetos europeus

TV RUMOS do 6.ºC entrevistou Pedro Damião, Diretor do AEDLV Página 10

A rádio chegou à escola Página 11

AEDLV tem mais um selo de qualidade

Página 8

Página 14

Regulamento na página 18


4 Pontos de Vista

DiNotícias n.º 20

EDITORIAL Pedro Damião Diretor

Não há frase mais errónea do que aquela que se tem escrito desde meados de janeiro, e que afirma "as Escolas estão fechadas". Tal afirmação deve-se à necessidade de os meios de comunicação social encontrarem um título que chame a atenção do leitor, que evidencie uma rutura face à normalidade, que determine a necessidade das famílias enfrentarem um novo desafio. As Escolas estão abertas. Acolhem alunos filhos de profissionais de setores essenciais, fornecem refeições, acolhem alunos em risco, pese embora a vida que ontem tinham está suspensa até nova autorização. Que para todos tarda. É certo que por estes dias, alunos e professores continuam afincadamente a sua atividade, uns a ensinar e outros a aprender, e seremos então tentados a afirmar que, por essa razão, as Escolas continuam abertas. Mas será que ter aulas à distância, mediadas por um computador, equivale a dizer que alunos e professores "vão à Escola"? Não podemos concordar. Nem as Escolas estão fechadas, nem os alunos "vão à Escola", ou conforme se dizia noutros tempos, "vão ter Escola". Se assim fosse, o ensino poderia ser todo ele feito à distância e poderíamos abdicar dos edifícios e dos espaços que compõem o complexo escolar. Não é que a semântica seja incomodativa neste caso, porém é dissonante com o que intuitivamente sabemos que é uma Escola. Sabemos que a Escola não se resume apenas aos momentos de ensinar e de aprender. O edifício escolar é muito importante por ser ponto de encontro para todos os que ali diariamente ensinam e aprendem. Precisamos então de um edifício, de uma construção agregada em blocos, para termos uma Escola? Local de encontro para todos os que aí cumprem a sua missão, o edificado escolar, bem como todos os espaços que o envolvem e dele fazem parte, não fornecem apenas o ambiente físico para as atividades que apenas presencialmente aí encontram condições ótimas. Na frieza das paredes e dos muros encontramos o laço que une fisicamente as pessoas, essa proximidade que em tempos de pandemia tanto valorizamos porque a não temos. Mais do que a presença na Escola, é a convivência entre quem a frequenta, nas relações mais ou menos profundas que se estabelecem, que o ensino se consolida e a aprendizagem acontece e, assim, a Escola cumpre o papel que lhe é outorgado pela sociedade. Escola não é Escola sem um edifício, sem corredores, sem espaços de recreio, sem pavilhões. Mas quando pensamos e falamos de Escola, não é das paredes que falamos, não é dos metros de paredes que fazem profundos corredores por onde se circula. O edifício é condição, mas não é disso que falamos quando pensamos na Escola. Escola não é apenas local de reunião de dezenas ou centenas de pessoas. Num estádio de futebol reúnemse milhares de pessoas e num qualquer outro local de trabalho as pessoas interagem socialmente e não são Escolas. Para que uma Escola seja Escola, como a entendemos intuitivamente, a interação social dos jovens acontece de uma forma tão peculiar que não encontramos em qualquer outro espaço, interação essa que designamos de ensino e aprendiza-gem. Na Escola, os alunos devem aprender alguma coisa, não qualquer coisa, e o propósito da instituição não poderia ser o mesmo se os alunos aprendessem fora da Escola como o fazem no seu interior. O que faz a Escola valer a pena é toda a experiência do aluno, da criança, desde que entra até que sai desse universo tão peculiar que indelevelmente o marcará para a vida. As Escolas estão abertas. Sempre estiveram. Nunca fecham. As salas de aula é que, por estes dias incertos, mudaram de lugar para tantos lugares certos, para casa de cada aluno e de cada professor.

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O autismo Atualmente, existem muitos indivíduos cujo diagnóstico é Transtorno do Espetro do Autismo. As famílias confrontam-se com as dificuldades que são interagir com um autista diariamente. Nas escolas, a educação especial tem sido confrontada com as múltiplas facetas que o autismo pode apresentar. Associado a este transtorno, a comunidade escolar tenta ajudar estes alunos para que se tornem mais independentes, porém a tarefa não é fácil. São inúmeros os sintomas, embora alguns sejam mais comuns. O autismo é um transtorno neurológico que compromete a interação social. Costuma ser diagnosticado entre o primeiro e o terceiro ano de vida das pessoas, embora nalgumas consiga ser identificado logo nos primeiros meses de vida. (Citado por American Pshycatric Association). Os sintomas mais frequentes são: dificuldade na interação social, na comunicação e um comportamento repetitivo. De acordo com os especialistas, este transtorno é hereditário, porém os fatores ambientais também podem influenciar o seu aparecimento. "O autismo afeta o processamento de informações no cérebro, alterando a forma como as células nervosas e as suas sinapses se ligam e se organizam." (Wikipédia). A síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento fazem parte do Transtorno do Espetro do Autismo (TEA). As crianças com autismo, quando acompanhadas por especialistas, desenvolvem mecanismos para ganhar autonomia e habilidade social e de comunicação. No estado adulto, estas crianças dificilmente são autónomas, mas algumas conseguem ter sucesso. O atraso no diagnóstico desta perturbação e a falta de conhecimento da sociedade, fazem com que estas pessoas sintam dificuldade em se inserir no mercado de trabalho e em se tornar independentes. O autismo é um transtorno que me causa muita curiosidade e ao mesmo tempo, preocupação. O seu diagnóstico é, por vezes, complexo e confuso. Tantas vezes o que nós pensamos acerca de algumas pessoas, nos pode levar a cometer injustiças, pois o que associamos a preguiça, má disposição ou mau feitio poderão ser sintomas disfarçados do autismo. Fica-nos a garantia de que este trastorno, quando medicado, poderá estabilizar e permitir qualidade de vida a estas pessoas. Matilde Serra, 9.º H


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Pontos de Vista 3

Acabem com a exploração de inocentes... Um dos atos mais desumanos que encontramos presentes no mundo de hoje é sem dúvida a escravidão, principalmente infantil, e é algo que infelizmente não tem fim próximo à vista, uma vez que, aqueles que a deveriam punir, estão mais interessados na sua conta bancária ou no seu poder na sociedade. Este problema, que não deixámos no passado, é desrespeitoso e é dever de cada um estar a par de que os direitos escritos na Declaração de Direitos Humanos não estão a ser cumpridos nos PED (países em desenvolvimento) principalmente, em pleno século XXI. Tal como disse Makota Valdina "Eu não sou descendente de escravos. Eu descendo de seres humanos que foram escravizados" (http://educacao.salvador.ba.gov.br /nota-de-pesar-makota-valdinaativista-na-luta-contra-o-racismo-ea-intolerancia-religiosa/), a escravatura provém de SERES HUMANOS, que ficam com todos os direitos anulados a partir do momento em que são tratados como objetos. Um estudo feito pela Organização Internacional do trabalho mostrou que o trabalho infantil atinge cerca de 152 milhões de crianças e

adolescentes, dos quais cerca de 120 milhões têm entre 5 e 14 anos de idade e isto, acontece muitas vezes pois, perante a miséria vivida nestes países, os pais sentem a necessidade de mandar os filhos trabalhar arduamente todos os dias em trabalhos pesados, para ganharem algo com o intuito de sobreviverem.

Porém, enviar os filhos para a "boca do lobo" não deve ser uma escolha fácil e creio que estes casos acontecem em situações extremas, onde as pessoas se deparam entre a vida e a morte. Apesar de esta ser a maior causa, por outro lado, existe uma grande

taxa de tráfico humano ou de aproveitamento de crianças para a realização de trabalhos em fábricas de marcas extremamente conhecidas por todos, e onde milhares de adolescentes são explorados trabalhando do amanhecer ao anoitecer. Os governantes e capitalistas encararem a escravatura como uma forma de obtenção de lucros mais rápida, pois sem as leis de proteção, podem obrigar seres humanos inocentes e indefesos a obedecer às regras impostas, no entanto, como já referi, este ato devia ser completamente banido, pois todos os dias são centenas as crianças que morrem de fome após serem torturadas, são dezenas as famílias que ficam destruídas com esta falta de cidadania. Em suma, é extremamente importante o acesso à educação para reduzir cada vez mais a falta de civismo presente na sociedade e para extinguir a escravidão que mata milhares de crianças anualmente por não conseguirem carregar "tijolos", o que se traduz num dos maiores atos de tortura existentes e com objetivos apenas financeiros, com vista à ostentação no nosso quotidiano. Íris Anunciação (9.º G)

A Solidão das Pessoas Existem pessoas que vivem a solidão por opção, ao contrário de outras, que a vivem sem vontade própria. Na minha opinião, a solidão é um sentimento presente em tanta gente, mas que nem sempre está associado a quem vive só, pois existem pessoas que vivem numa casa cheia, sentindo uma profunda solidão, porque não lhes é dada a devida atenção e tempo de que elas precisam. É claro que também existem as outras, que vivem dentro da sua própria "bolha" e não deixam nem querem, que alguém se aproxime delas. Assim, eu acho que a solidão é uma coisa maioritariamente negativa. Faz com que as pessoas solitárias não tenham com quem desabafar nos dias mais difíceis e tristes das suas vidas, elas não têm ninguém que as espere em algum momento e que lhes diga o quão especiais são. As pessoas solitárias, não partilham ideais, sentimentos e conquistas com outrem, vivem apenas com elas próprias, o que é aborrecido e triste. Porém, tenho de admitir que a solidão não apresenta apenas pontos negativos. Apesar de pouco ter de positivo, a solidão proporciona-nos momentos de reflexão, importantes para a compreensão de vários aspetos e até para o nosso desenvolvimento enquanto seres humanos. Permite-nos também usufruir de um tempo e espaço só nosso, que de vez em quando é necessário. Em suma, a solidão pode ser boa ou má, ou até ambos. Mas, sinceramente, deixem-me acompanhada junto dos que mais amo, só assim posso ser muito feliz! Madalena Rolim Correia (9.º I)


4 Acontece

DiNotícias n.º 20

DIA DO NÃO FUMADOR 9.º ano cria e expõe postais

Fevereiro de 2021

Escrita por imitação criativa A partir do poema "País natal" de António Baticã Ferreira (Guiné-Bissau)… Nas aulas de Português, os alunos do 6.ºH escreveram poemas por imitação criativa, participando no projeto interdisciplinar "Na pista do Eu…". Memórias da minha infância I Um sentimento de nostalgia cresce no meu coração, Em espírito demando a minha infância, E lembro-me da fazenda da minha avó, Cheia de árvores de frutos e abelhas. Recordo-me de ver o mar entre a caniçada.

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No dia 17 de novembro, durante o primeiro período do ano escolar 2020/2021, na escola EB 2,3 Dr. João das Regras, alunos das turmas 9.º C, 9.º E e 9.º F apresentaram postais sobre o tabagismo em adolescentes e as consequências do tabaco na vida diária. Orientado pelo professor de ciências naturais, Carlos Monteiro, este projeto teve como objetivos sensibilizar os jovens, fumadores ou não, para as consequências do tabagismo e apelar para hábitos de vida saudáveis. Consistia na apresentação de postais sobre o tema, no dia 17 de novembro - o Dia do Não Fumador. Os postais, preferencialmente em formato A5, tinham de conter uma mensagem/slogan, poderiam ter elementos 3D, e, para além disso, tinham que ser criativos. Na data prevista, postais diferentes foram entregues e expostos na biblioteca da escola, onde vários alunos e professores se deslocaram, empurrados pela curiosidade, visitando esta exposição comemorativa do Dia do Não Fumador.

As suas ondas tão bonitas Que nos inspiram. Revejo a minha infância Toda cheia de aventuras: Eu corria atrás das borboletas, Espiava os ninhos de melros, Sem medo de cair. E olhava os agricultores lavrarem os campos, E, no mar, as traineiras vindas de Peniche, Que lutavam para apanhar o peixe, E que eu, atenta, observava. Como gostava de ver as crianças no parque. (Ah! Bem me lembro, bem me lembro da minha infância!) Beatriz Mendes, (6.º H)

Memórias da minha infância II Bem me lembro da minha infância

Ana Rita Matos e Íris Lopes (9.º E)

Quando corria pelos campos. E lembro aquele mar de Porto Dinheiro,

PROPRIEDADE Agrupamento de Escolas e Jardins de Infância D. Lourenço Vicente Apartado 60 2530-909 Lourinhã Telefone: 261 422 059

Fax:261 412 361

e-mail gestão: gestao@aedlv.org Depósito Legal: ISSN: 2182 - 4142

Cheio de conchas e coberto de azul-turquesa. Lembro aquelas ondas gigantes de S. Bartolomeu. Ondas com espuma e lama. Revejo a minha infância Toda cheia de alegria: Eu corria pela praia, Subia as árvores,

COORDENAÇÃO

DIRETOR Pedro Damião

Ana Cristina Oliveira João Mário Cipriano Judite Adónis

DINOTÍCIAS Publicação trimestral

Sem medo, E olhava para o meu tio a plantar legumes, E, no parque, as crianças, Que lutavam para andar nos baloiços.

dinoticias@aedlv.org

COLABORAÇÃO

IMPRESSÃO Grafivedras, Artes Gráficas, Lda. TIRAGEM 1800 exemplares

Rosalina Nunes

E que eu, atenta, seguia com o olhar. (Ah! Bem me lembro, bem me lembro da minha infância!) Filipa Rato (6.º H)


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Acontece 5

DiNotícias n.º 20

Eco-Escolas na EB 2,3 Dr. João das Regras

Passado, presente e futuro da Escola na Lourinhã

O olhar dos alunos

Este ano letivo vai iniciar-se a implementação do projeto Eco-Escolas, na EB 2, 3 Dr. João das Regras. Para tal, foram convidados alunos do 8.º e 9.º anos que, tendo interesse nas questões ambientais, estivessem igualmente comprometidos na dinamização de ideias e eventos que pudessem melhorar o ambiente na escola, quer nos espaços exteriores, quer nos do próprio edifício. O projeto tem por base a implementação de uma metodologia de 7 passos e é auditado externamente pela ABAE (Agência Bandeira Azul da Europa). Irão ser trabalhados temas base: Água, Energia, Resíduos e pelo menos um opcional, Espaços Exteriores. Para celebrar a primeira reunião do conselho Eco-Escolas, serão colocados nos jardins da escola exemplares de sobreiros (Quercus suber), germinados pelos intervenientes no projeto. Se desejares colaborar neste ano de lançamento, entra em contacto com o prof. Carlos Monteiro.

No passado mês de novembro, os alunos do nosso Agrupamento foram desafiados a participar no projeto "Património e Educação", da iniciativa da Câmara Municipal da Lourinhã, no âmbito das Jornadas Europeias do Património. O projeto tinha como tema "A Escola na Lourinhã - Como era? …, como é? …, como será? …" e os alunos responderam em bom número, com trabalhos de qualidade e criatividade na elaboração de textos, vídeos, entrevistas, músicas e ilustrações, demonstrativos do seu grande empenho e interesse em mostrar a sua visão sobre o tema. Os trabalhos das turmas A, B, C, D e E, do 9.º ano, foram desenvolvidos em articulação entre as disciplinas de Hora da Turma e História e a turma 5.º A, na disciplina de Hora da Turma, preparou e realizou uma entrevista a uma professora que participou na implementação da reforma educativa na Lourinhã, tendo sido membro de uma equipa de uma escola piloto no concelho. As Diretoras de Turma

Diz o pai Baseado em "Diz o avô", de Luísa Ducla Soares

Tens cabelos longos mas porquê, pai? Porque a vida é muito comprida. Tens pele escura mas porquê, pai? Absorvo o sol em todas as ondas que conquisto.

És alto mas porquê, pai? Para tocar nas nuvens e sentir a liberdade.

Tens um coração enorme mas porquê, pai? Porque nele mora o mundo inteiro, principalmente, tu, minha filha! Luise Tragatschnig (6.ºG)


6 Acontece

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Fevereiro de 2021

Cartas a Pedro Alecrim Ribamar, 13 de janeiro de 2021 Olá, Pedro! Sei que não te conheço nem tu a mim, mas gostava que fôssemos amigos. Com tem corrido a escola? Sei que não gostas da tua professora de português, mas se estivesses aqui ias adorar a nossa. Também sei que o teu pai está doente. Espero que melhore rapidamente. Sabes, eu também tenho animais. Tenho sete ovelhas a contar com os quatro borregos. Eles correm imenso, parecem pulguinhas aos saltinhos. Esta escola é engraçada e grande. E a tua? Eu tenho 26 colegas de turma, portanto somos 27! Quantos alunos tem a tua turma? Já que estamos a falar de escola, dou-te um conselho, foca-te na escola e tenta deixar a tua professora contente, pois acho que se tu tentares participar mais na aula mostrando interesse, a professora vai começar a achar que tu és um aluno interessado e empenhado, ou seja, boa pessoa, sabes, como tu és verdadeiramente! Espero que um dia possas vir a Ribamar. Um abraço, David Antunes

Ribamar, 13 de janeiro de 2021 Olá, Pedro Alecrim! Espero que as coisas por aí tenham acalmado. O Luís parou de gozar contigo? Quero acreditar que sim. Como correm as atividades no campo? Na escola, tens tirado boas notas? O pai já está melhor? O Jacinto já está com a fala mais desenvolvida? Estou um pouco preocupado contigo, porque sei que a tua vida está a ser difícil. Lembrei-me agora, como está o gado? Desculpa se estiver a fazer perguntas muito pessoais! Em relação a mim, está a correr tudo bem, apesar de com esta pandemia não se poder dar abraços aos nossos amigos. Quando isto terminar quero poder ir ao campo para estar contigo, mas por enquanto é melhor estarmos em casa. Quero contar-te que houve um dia em que fiquei assustado, porque à noite ouvi um toc-toc na minha janela, mas quando fui ver era só um pau a bater nela, por causa do vento. Já apanhaste muitos sustos aí no Pragal? Parece-me que a minha carta está a ficar muito extensa, por isso vou terminá-la. Abraços do teu amigo, Gonçalo P.S. Não te esqueças de responder às inúmeras perguntas que te faço!

Diz a mãe Baseado em "Diz o avô", de Luísa Ducla Soares

Tens cabelos castanhos. Mas porquê, mãe? Tropecei numa poça de lama a caminho de Belém.

Ribamar, 13 de janeiro de 2021 Olá, Pedro Alecrim! Provavelmente só vais receber esta carta quando eu acabar de ler o livro em que és a personagem principal, mas venho aqui para falar contigo. Para começar, eu estou a adorar a história, nomeadamente a parte em que tu e o Nicolau acharam que iam ficar ricos, a confusão no autocarro com o Luís, entre outras… Mas também houve partes tristes, como o teu pai estar doente, a história dos pais do Luís. Ai! Não gosto nada de pensar nisso, porque assim pareço uma nuvem a chorar. Passando à frente, é que, sabes, recentemente a minha avó foi operada, mas já está melhor. Enquanto aluno, eu sinto-me feliz por poder aprender, eufórico por ter novos amigos, professores e auxiliares. E tu, como te sentes? Quero fazer-te uma pergunta. O eut iap iav racif meb? ednopseR rop ogidóc. Abraço, Samuel P.S. Manda um abraço ao teu pai e as melhoras. E, já agora, a toda a família e aos animais!

Tens sardas na face. Mas porquê, mãe? Choveu chocolate a caminho de Belém. Tens olhos cansados. Mas porquê, mãe? Fez muito barulho a caminho de Belém. Tens frieiras nas mãos Mas porquê, mãe? O frio queimou-as a caminho de Belém. Tens um coração de ouro Mas porquê, mãe? Porque sou feliz a fazer o bem. Bianca Miguel (6.ºF)


Fevereiro de 2021

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Porque a vida é lá fora…porque subir uma árvore não é uma atividade radical, porque não conviver com a natureza fará de nós seres mais distantes e insensíveis ao seu equilíbrio e… porque perante os actuais problemas de saúde pública é mais segura a vida ao ar livre, o grupo do Jardim de Infância do Vimeiro privilegia a vida e experiências no exterior, as atividades de movimento em contacto com a natureza e a descoberta do mundo animal. Estando bom tempo é natural ouvir as crianças perguntarem: " E onde vamos saír hoje?". A pé chegamos facilmente a duas zonas de natureza onde brincamos, fazemos jogos de movimento, trepamos a árvores, descobrimos insectos e vemos águias que parecem vigiar todos os nossos passos e brincadeiras. Na sala, e em casa com a família, pesquisamos animais (neste primeiro período sobretudo os camaleões), situamo-los no mapamundo, lemos livros e inventamos canções originais sobre eles. Os adultos e crianças trazem livros documentais sobre animais e, em pens, fotos dos seus encontros com gafanhotos, salamandras, louva a deus…Projetamos as imagens em écran gigante e cada um torna-se um orador da vida selvagem o que nos leva a mais investigações. Mas também os domínios estéticos Tina Kraus

Raku Inoué

e artísticos são explorados e, neste âmbito, descobrimos o artista japonês Raku Inoue que constrói animais com materiais da natureza e a artista Tina Kraus, uma escritora e ilustradora alemã, que os constrói apenas com papel crepe. Inspirados pelas suas imagens as crianças partem para a criação das suas obras representando animais com arame, pasta de madeira, materiais da natureza. Também as belíssimas ilustrações sobre animais da francesa Catherine Cordasco nos inspiram a inventar histórias individuais, testando a imaginação e a capacidade narrativa de cada um, depois partilhada com o grupo. São produzidos pela Educadora materiais originais: powerpoints sobre os referidos artistas para a descoberta pelo grupo do seu trabalho e, posteriormente, outros

Benjamins 7

quantidade e signos da escrita numérica se associam ou produzindo powerpoints onde algarismos compostos pelas crianças, com elementos geométricos, se associam a famílias de animais. Os powerpoints realizados são partilhados também pelas demais turmas de pré-escolar do nosso Agrupamento de forma a rentabilizar todas as produções didácticas realizadas. Agora temos na sala um aquário com dois peixes: um peixe telescópio e um Oranda. Somos protectores da natureza. Não temos medo do contacto com os animais. Percebemos, através da experiência com a natureza, e em documentários e pequenos vídeos no youtube a beleza da vida natural e em simultâneo os problemas da poluição que teimam em destruir os diversos habitats. Passo a passo faremos a diferença no futuro. Helena Martinho

powerpoints já com os resultados da atividade das crianças, todos eles partilhados através de e-mail com os pais para que acompanhem de perto o processo, uma vez que os tempos exigem mais distância física. A matemática também está presente em cada momento e vamos realizando jogos onde

Sofia Ramos (Caracol)


8 Benjamins

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Projetos eTwinning Tell me a Tale - Conta-me um Conto… LNH 3B

Dentre os géneros textuais, o Conto de Fadas pode ser um trajeto muito agradável, pois traz momentos de construção do imaginário, descobrindo um mundo além do real, que poderá despertar o interesse pela leitura e facilitar o desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos alunos. De maneira geral, com a participação neste projeto, que conta desde o primeiro momento com a cooperação ativas das famílias, tendo o mesmo sido iniciado em dezembro e estando a sua finalização prevista para março, objetivamos desenvolver o gosto pela leitura por meio dos contos de fadas, possibilitando a ampliação das conceções dos alunos sobre o meio, a elaboração de hipóteses para a resolução dos seus problemas, procurando alternativas

para a transformação da sua realidade, julgando-as como pertinentes ou não à sua realidade. O professor é o mediador no processo da inserção do aluno no mundo da leitura, é um cúmplice, encoraja o aluno a mergulhar no mundo das aventuras encontradas nos livros, ajuda-o a descobrir um mundo mágico dos contos de fadas, a viver personagens, imaginar, sonhar, provocar os mais diversos sentimentos como ódio, amor, alegria, medo, além de expor as suas ideias referentes aos assuntos tratados nas obras por ele lidas.

Assim, o desenvolvimento que se pretende alcançar com as atividades é proporcionar aos alunos a oportunidade para compreender, refletir, interpretar, argumentar e produzir textos com novo conhecimento do mundo,

através dos países participantes e do envolvimento das famílias na escola. Dessa forma, ao propormos aos alunos aulas diversificadas e variadas, os mesmos sentem-se mais motivados a aprender os conteúdos propostos. E o resultado começa a ver-se na qualidade dos trabalhos, que, mesmo em tempo de pandemia, estão plenos de magia, imaginação, aprendizagem…, permitindo ainda este projeto que o mundo conheça a Lourinhã, pelos olhos das crianças, através da partilha comum dos super- heróis de cada página que se constrói.

"ETHICAL WORKSHOP" E "FAMILY HEALTH"... RIB 2A

No ano letivo de 2019/2020, os alunos da turma RIB2A começaram a dar os primeiros passos no eTwinning - Ação inserida no Programa Erasmus+ da União Europeia. O principal objetivo é criar redes de trabalho colaborativo entre as escolas europeias, através do desenvolvimento de projetos comuns, com recurso à Internet e às Tecnologias de Informação e Comunicação. A Ação eTwinning pretende promover, em professores e alunos, a consciência do modelo europeu de sociedade

multilingue e multicultural. Ao abraçarem os projetos "ETHICAL WORKSHOP" e "FAMILY HEALTH", os alunos da turma RIB2A desenvolveram um trabalho que implicava/ implica um forte compromisso entre os diferentes atores educativos (professores, órgãos de gestão e alunos) numa atividade a múltiplos níveis. Pode chegar-se a trabalhar uma gama ampla de disciplinas e temas do currículo. Resultante da participação dos alunos nestes projetos, foram atribuídos os selos Nacional e Europeu de Qualidade, contudo o mais importante é usufruir de uma forma motivadora e divertida de aprender. As experiências com o eTwinning ajudaram-nos não só a desenvolver as nossas competências no âmbito das línguas e das TIC, mas também a compreender as diferentes culturas. Luís Ferreira

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A divertida descoberta da História local Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro

É sempre com alegria e expectativa que o grupo do Jardim de Infância do Vimeiro se desloca, a pé, até ao Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro, para as visitas temáticas guiadas e os jogos de descoberta propostos pela animadora Cristina Ferreira.

JI DE RIBAMAR EM AÇÃO Durante o mês de novembro, o Jardim de Infância de Ribamar desenvolveu diversas atividades e destaca O Dia Nacional da Floresta Autóctone, em que desafiou as famílias a colaborarem com o envio de fotografias e um pequeno texto acerca das árvores existentes na área de residência. Foram enviados textos e imagens sobre diversas espécies de árvores e arbustos, com os quais se conseguiu desenvolver temáticas como: frutos, texturas, cores e curiosidades acerca dos mesmos. Por exemplo, como curiosidades: a BOLOTA ser o fruto de várias espécies (sobreiro, carvalho e azinheira) e o BOGALHO enquanto forma de proteção da própria árvore. No âmbito do projeto AEDLV Solidário, o JI tem como parceiro o Centro de Dia de Ribamar. Este ano foram elaborados postais de Natal, ilustrados pelas crianças, para serem entregues no apoio domiciliário (depois de estarem em quarentena), visto que não seria possível a visita presencial. Virginia Ferreira

No presente ano letivo, e até ao momento, as atividades têm sido todas desenvolvidas no exterior, rentabilizando os muitos dias ensolarados do outono. Contos e histórias diversos da Batalha, a descoberta dos pertences dos soldados bem guardados na mochila, jogos de descoberta feitos no relvado, jogos de memória com cartões e localização de imagens nos painéis de azulejos, puzzles de bandeiras das nacionalidades envolvidas na Batalha…muito temos aprendido com todas as propostas do serviço educativo deste museu. Muitas vezes o mesmo faz desafios para a continuidade das atividades na sala. Este tem sido um recurso extremamente rico para a aprendizagem da História local. Os desafios lúdicos e a capacidade comunicativa da animadora fazem destes momentos de aprendizagem uma experiência que decerto as crianças guardarão na memória. Divertidos momentos de História, com as histórias da Batalha. Helena Martinho

Jardim de Infância de Seixal O Dia do Mar e outras histórias Num ano atípico, repleto de mudanças e de distanciamento social, conseguimos manter a alegria, criar laços afetivos e crescer num ambiente otimista e cuidadoso. Somos um grupo de vinte e quatro crianças do Jardim de Infância de Seixal e queremos partilhar algumas das nossas experiências. Comemorámos o DIA do MAR, conhecendo a sua importância, pintando a sua beleza, visualizando as suas histórias. Também pelos olhos de Sophia de Mello Breyner Andresen, modelámos e inventámos a nossa Menina do Mar, ouvimos melodias, também pela voz de Dulce Pontes, dançámos ao ritmo das ondas e das marés, das nossas e do Mar. Fomos cientistas, misturámos cores e nasceram outras da cor do mar, das algas, dos peixes. Realizámos a matemática, também a da partilha. Fomos corajosos ao inventar e criar espaços diferentes. Crescemos porque inventámos escadas, montámos puzzles cooperativamente, construímos com legos as proporções imaginárias, a vida, a natureza e toda a linguagem que existe e a nova que inventámos. O futuro é nosso e somos hábeis em construir pontes de sorrisos, de alegria e de esperança. De todos e para todos, que 2021 seja COLORIDO. Das crianças e da Educadora Natália Gregório


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Diretor em entrevista Turma C do 6º ano faz perguntas difíceis. Pedro Damião responde No dia 19 de novembro, pelas 10h, os alunos do 6ºC receberam no Canal Privado TV RUMOS, o seu canal de televisão onde a notícia flutua no ar, o Sr. Diretor do Agrupamento de Escolas D Lourenço Vicente que concordou em participar no programa líder de audiências, dirigido pelos jornalistas Beatriz Fonseca e Bernardo Ventura (11 anos). Leia a entrevista na íntegra em TV RUMOS ONLINE (Apenas Subscritores) Jogador e treinador de basquete, atleta de BTT, amante da natureza, professor de geografia, diretor de agrupamento. Nesta conversa, conhecemos melhor Pedro Damião refletindo com um sorriso sobre os novos tempos, a necessidade de estarmos coesos e do espírito de sacrifício para atravessar com segurança os caminhos incertos da educação e da pandemia.

Enquanto jovem, foi atleta e treinador. O que é que considerou importante ensinar aos seus atletas (de basquete) para que fossem os melhores? No grupo, que pode ser uma turma ou uma equipa de basquete, o importante é mostrar que todos se devem manter coesos, pois todos fazem falta para atingir o mesmo objetivo. Para além disso, também a importância do cumprimento de regras, porque qualquer jogo tem que obedecer a regras, e uma equipa, turma ou grupo, também. Se cada um puxar para o seu lado, não conseguimos chegar a onde queremos. O desporto trouxe-o para o ensino. Acha que praticar uma atividade desportiva, regularmente, influência o rendimento escolar e as escolhas?

Foto: Manuel Ferreira

Penso que sim, uma atividade física, e eu pratico regularmente BBT, ajuda em tudo. O exercício físico faz bem ao organismo em geral, coração, sistema respiratório, cérebro... A minha experiência é que quando preciso de resolver questões do trabalho, vou treinar e vejo com mais clareza os problemas que é preciso solucionar. Que qualidades são necessárias para se ser diretor e solucionar esses problemas? ( Risos) Bem… Nestas funções, a entrega ao trabalho, gostar de ajudar os outros, tomar decisões e resolver problemas. Os problemas devem ser resolvidos e [...] fico, especialmente, feliz quando, muitos anos passados, antigos estudantes, [...] vêm à escola visitar-nos, matar saudades, e nos contam como tem sido o seu percurso. Nós ficamos felizes por eles.

nunca se devem acumular. E eu revejo-me nesta característica de trabalho, de muito trabalho, digamos, de espírito de sacrifício e de entrega ao que faço. E… e de ajudar, por exemplo, estar aqui convosco porque me pediram, podia ter dito que estava muito ocupado, e estava, mas não, porque acho muito importante corresponder aos pedidos que me fazem e ajudar naquilo que sei e que posso. É diretor há 11 anos, olhando para trás, o que já teria definitivamente alterado no ensino? Procuraria mudar algumas regras e alguns procedimentos do Ministério da Educação. Apesar da Autonomia, há leis que não permitem às escolas agir mais de acordo com as necessidades que sentimos no dia a dia... … E por exemplo, em relação às TIC, em vez dos livros em papel, os alunos poderiam usar as novas tecnologias e andar apenas com um tablet na mochila? Era bom, a tua ideia faz sentido, teríamos que tornar essas medidas acessíveis a todos os alunos, ou seja, aplicá-la de igual forma a todos os

alunos. Antes da pandemia era mais fácil gerir o nosso Agrupamento? Eu sou sempre feliz! ( Risos) Mas a pandemia trouxe-me preocupação. Sobretudo com os outros, o que é uma dificuldade acrescida, mas também a incerteza dos tempos que correm. Preocupam-me, as situações que irão mudar, mas não sabemos de que forma, também não sabemos durante quanto mais tempo viveremos desta forma. Claro que sempre vivemos num mundo de incertezas,… mas... a incerteza, hoje em dia é muito mais preocupante e como diretor tenho que implementar uma série de medidas para que todos estejamos em segurança. … Mas, e antes, o que o deixava feliz? Bem, mas antes… antes o que mais me deixava feliz era perceber que os nossos alunos estavam felizes na escola ou a caminho de se realizarem… O ideal também seria uma escola sem indisciplina e sem faltas de respeito. Olha... eu fico, especialmente, feliz quando, muitos anos passados, antigos estudantes, e alguns foram meus alunos, vêm à escola visitar-nos, matar saudades, e nos contam como tem sido o seu percurso. Nós ficamos felizes por eles. Sr. Diretor, obrigada pela sua presença. Nós desejamos-lhe muitos sucessos. Bem...fizemos em ET estes marcadores que gostaríamos de lhe oferecer como lembrança. E, se possível, de tirar uma "selfie". Agradeço o convite da TV RUMOS para esta entrevista matinal. Redatores: Turma C- 6.º Ano Som: Daniel e Denis Fotos: Manuel


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DiNotícias n.º 20

Acontece 11

Fazer rádio... na escola A rádio da Escola Básica de Ribamar já deu os primeiros passos. Trata-se de um projeto da Rádio Miúdos que agrega mais de uma centena de escolas nacionais e algumas internacionais. Os nossos radialistas têm estado, desde novembro, a aprender a ligar cabos e microfones, a preparar vozes e a listar ideias para que, muito em breve, possam dar-vos música, notícias e, sobretudo, umas boas gargalhadas. "Alfaces

a meias

Este programa destina-se a falar sobre alfaces e alfaces mutantes. Há cerca de um mês, descobri uma nova espécie de alfaces com pernas e agora faço criação de alfaces mutantes. Neste programa procuro explicar como distinguir uma alface normal de uma alface mutante e como tratar da sua alface de estimação. As alfaces são criadas na minha quinta, juntamente com as galinhas e os coelhos e estão disponíveis para adoção e, para quem quiser, a minha avó faz roupinhas para elas, que também temos à venda. A Jertrudes e a Valéria, que são as vacas cá da quinta, também irão interagir no programa, dando a sua opinião sobre as melhores alfaces, como exemplares da alta gastronomia.

Muito boa tarde! Estamos de volta para mais um episódio de "Alfaces a meias". Para quem não me conhece, eu sou o Jovânio, ou como as amigas da minha avó me chamam, o Garanhão das Alfaces.

Vamos então dar início ao tema de hoje que é: "Como não pisar a sua alface de estimação durante a noite." 8/12/2020 Mariana Franco 9.ºG"

ALUNOS CONSTROEM MEMBRANOFONES Na EB 2,3 de Ribamar, no 1.º período, os alunos do 5.º ano e da UEE construíram membranofones. Para o 5.º ano, este foi um projeto de articulação curricular que surgiu da necessidade de criar um instrumento musical para ser utilizado nas aulas de Educação Musical e envolveu as disciplinas de Educação Tecnológica e Educação Musical. No âmbito da disciplina de Educação Tecnológica, foi utilizada a metodologia de projeto, o conteúdo de objeto técnico e o conceito de upcycling. Os alunos já iniciaram as atividades musicais relacionadas com o bombo e, na primavera, espera-se que haja exercícios de rua. Nas aulas de música da Unidade de Ensino Estruturado, construíram-se membranofones muito coloridos. O processo foi divertido, proporcionando o estímulo de competências relacionadas com o trabalho e, posteriormente, competências musicais. Além disso, veio fazer face à necessidade de haver um instrumento para cada aluno. A utilização dos membranofones tem vindo a ser feita em contexto de sala de aula e de espaço exterior. Ana Paula Pires


12 Acontece

DiNotícias n.º 20

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Quando em março deixamos de poder ir à escola, ... ... não percebia ainda a gravidade da situação. No primeiro dia de quarentena, achei que seriam só os quinze dias, mas depois ficámos mais e mais dias. Agora estamos em outubro, porém, vou voltar umas páginas atrás. No início de março, quando se começou a agravar a situação percebemos que, entretanto, seríamos também apanhados (e fomos), no dia 13 de março estávamos todos reunidos (e não falo só da minha família, todo o país parou) à frente da televisão quando foi decretado o primeiro estado de emergência. Era oficial estávamos confinados, e foi aí que entrou a dúvida na minha cabeça "E agora? Não posso ir à escola, como vou aprender?". Que era uma boa pergunta? Podemos dizer que sim, mas e a

resposta? Naquele momento não existia, mas todos trabalhámos para que o mais rápido possível a ansiedade causada por essa pergunta fosse preenchida por alívio. Assim começou o ensino à distância, logo colocámos mãos à obra, foi construído o estudo em casa, começámos a receber tarefas no Moodle e no Microsoft Teams, recebemos também uma lista com os e-mails dos professores, foi criado um site para a turma com o Plano Semanal, e assim arrancámos. O primeiro dia foi o mais estranho, era dia 16 de março e não ia para a escola, o clique foi feito, tinha que dar o melhor de mim, claro que o fiz, mas confesso que senti dificuldades, até medo, porém acho que foi bom toda a solidão, porque agora consigo dar mais valor a tudo, até à mais simples conversa. A melhor parte foi os laços que criei com a minha família, saber que mesmo com os nossos conflitos

estivemos (e estamos) mais unidos que nunca. Agora tudo é muito diferente, no dia 18 de setembro voltámos à escola e não podia ser mais diferente. O ensino à distância correu bem, as minhas notas melhoraram e aprendi muito, a nível escolar e pessoal. Voltando ao presente, agora temos de usar máscaras, desinfetarmo-nos entre outros cuidados mas não podia ser melhor sentir a confiança qua a escola está a depositar nos alunos, acho que no final do ano vamos estar muito diferentes, deixo uma mensagem de aviso às futuras gerações, "não tomem nada por garantido" e uma mais otimista para todas as pessoas que faleceram de COVID-19 no mundo "a vossa morte não foi em vão, mudaram o modo de pensar no mundo", obrigada estrelas, que brilham no céu. Vitória Vale, 8.ºE

..., foi uma novidade para mim. Apesar de ter demorado algum tempo a habituar-me aos novos métodos de ensino, consegui tornar-me mais responsável e percebi que a escola não é apenas o edifício em que nos ensinam as mais variadas matérias, mas sim as pessoas que nos acompanham nesta jornada, sejam os nossos colegas ou os nossos professores. Consegui aperfeiçoar as minhas habilidades de escrita e leitura, e consegui expandir a minha zona de conforto. A partir de certo momento, comecei a sentir falta de uma sala de aula, senti a falta de ser obrigada a acordar cedo, de começar o dia sentada numa cadeira, e de falar com os meus colegas todos os dias. Comecei a sentir falta de tudo aquilo de que antes não gostava tanto. Eventualmente, comecei a ser mais responsável, não só na escola, mas também no meu dia a dia. Simultaneamente, tornei-me mais arrumada, pois, como o meu ambiente de trabalho era fixo sentia necessidade de trabalhar num espaço arrumado e confortável. Resumindo, acho que me tornei uma pessoa melhor, e no final fui muito mais beneficiada com a quarentena. O que concluí foi que a quarentena me ajudou mais que desabilitou, tanto fisicamente como psicologicamente. O que tenho a dizer que mudar, não significa que tudo está perdido. E temos de pensar que nos foi dada uma oportunidade para vivermos uma nova experiência.

Nuno Sequeira (9.ºB)

Irina Macedo, 9.ºB

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... por causa da pandemia que está por todo o mundo, os professores mandaram planos semanais, trabalhos para os alunos, e estas pequenas mudanças fizeram os alunos alterar as suas de formas de trabalhar como tradicionalmente trabalhavam, em sala de aula, mas ao mesmo tempo melhoraram o desempenho havendo muitos aspetos positivos. Ao aprenderem novas formas de trabalhar, ganharam mais autonomia, mais responsabilidades, melhor gestão de tempo… Alunos e professores não estavam habituados a ter e dar aulas à distância e, por isso, também tiveram dificuldades, tais como utilização de várias plataformas, tiveram que aprender a lidar com estas plataformas tecnológicas. Por conseguinte, existiram vários aspetos facilitadores como, por exemplo, ter mais conforto nas suas casas, tanto para os alunos podiam ter os seus ritmos semanais de estudos. Lembrando que também houve aspetos negativos, tais como o isolamento físico, pois este isolamento também trouxe algumas dúvidas aos alunos na realização de trabalhos. Em suma, a pandemia também nos mostrou que era possível pensarmos em novas sugestões de melhoria para outra eventual situação de confinamento correr melhor, e essas novas melhorias deveriam garantir computadores e internet para todos os alunos e professores, e dispositivos tecnológicos tais como telemóveis e tablets.


Fevereiro de 2021

Acontece 13

DiNotícias n.º 20

Quando em março deixamos de poder ir à escola, ...

vector created by pikisuperstar - www.freepik.com

..., todas as semanas a diretora de turma enviava o plano semanal de trabalho. Com o envio desse plano, por e-mail, ganhei mais responsabilidade na entrega e realização das tarefas. Além de me tornar mais autónoma, consegui melhorar a minha gestão de tempo, entrar em contacto com novas plataformas digitais e ainda descobrir mais sobre mim mesma e valorizar-me mais do que antes. Ainda assim tive algumas dificuldades devido ao isolamento físico entre professores e alunos, porque não podíamos tirar as nossas dúvidas pessoalmente. Continuando, na minha opinião, acho que houve uma certa negligência da parte da escola com alguns alunos, pois podiam ter garantido internet para o envio de trabalhos, acesso às plataformas digitais, como o Moodle e o Teams e também para consultar documentos que os professores nos enviaram. Concluindo, apesar destes acontecimentos, no fundo, acho que foi uma forma diferente de estudar que nos trouxe mais benefícios porque nos permitiu expandir o nosso conhecimento em relação aos assuntos trabalhados nas aulas.

Novela Mexicana Quando em março, deixámos de poder ir à escola, por conta de um novo vírus instalado no mundo, começámos a ter aulas em casa o que condicionou muito a nossa motivação, pelo menos a minha. Para além disso havia novas regras tais como: o uso de máscara em estabelecimentos fechados, o uso de álcool em gel a aglomerações (o que foi bastante difícil para nós adolescentes). Aconteceu tudo tão rápido quem nem deu para perceber o que estava a acontecer. Tinha acabado de sair de uma telenovela mexicana! Foi o que senti. Ao início, tínhamos que evitar ao máximo possível sair de casa, pois a doença assustava-nos muito. Enquanto os políticos de vários países implicavam com a China, eu estava com saudades dos meus amigos. A cada dia que passava, mais me sentia sozinha, mesmo tendo os meus familiares em casa. Estava tão cansada mentalmente que decidi começar a fazer yoga, algo que jamais me passaria pela cabeça, porque era sedentária. Começámos a ter então todos os dias, menos ao fim de semana, aulas online, e foi tão difícil! Com tantos trabalhos, eu fechei-me numa bola. Parei de comunicar com o meu pai, de ver televisão até de mexer no telemóvel! Eu só dormia, comia e ia para o computador fazer as minhas tarefas escolares. Parei de ter tempo para mim, mas logo consegui reconciliar tudo. Sem dúvida que aquilo que mais aprendi foi aproveitar o presente não pensar no passado e jamais planear o futuro.

Laura Santos, 9.ºB

Margarida Ribeiro, 9.ºD

Ser Solidário "Cabazes Saudáveis Solidários de alunos Voluntários"- 6.° H Atividade articulada sobre Solidariedade Na Escola Básica com JI de Ribamar do AEDLV, na semana de 14 a 18 de dezembro, os 27 alunos do 6.º H ultimaram a atividade denominada "Cabazes Saudáveis Solidários", no âmbito do AEDLV Solidário, numa articulação entre as disciplinas de Português, Inglês, Matemática, Ciências Naturais, Hora da Turma e Educação Moral e Religiosa Católica. Na disciplina de HDT, a turma foi dividida em 5 grupos com atribuição de um responsável por cada, mediante orientação da DT. Os restantes elementos da turma fizeram inscrição voluntária, junto do moderador de cada grupo constituído. Em articulação com Ciências Naturais, foi feita uma listagem de bens alimentares saudáveis a incluir nos cabazes. Cada aluno responsabilizou-se por trazer alguns

Diz o Tio Baseado em "Diz o avô", de Luísa Ducla Soares Tens cabelos pretos. Mas porquê, tio? Comi azeitonas A bordo do Navio.

Tens sinais na face. Mas porquê, tio? Cada sinal destes Vem cada vez que sorrio.

alimentos para a construção dos 5 cabazes solidários, orçamentados em Matemática. O valor da solidariedade e partilha foi explorado em EMRC e o valor do trabalho e da entrega desenvolvido em HDT. Em Português, leram contos de sensibilização e em Inglês exploraram vocabulário específico, desenhando e legendando cada cabaz. Trata-se de um pequeno contributo para auxiliar famílias carenciadas, vítimas da crise económica e social que o país atravessa, com o apoio e conhecimento das famílias dos alunos. As famílias beneficiadas foram contactadas, por cada moderador do grupo, após seleção feita na comunidade escolar. O resultado desta ação foi bastante positivo, pelo que deve ter continuidade. Fica um agradecimento para todos os que colaboraram. Texto coletivo

Tens olhos castanhos. Mas porquê, tio? São da cor da terra E do barro frio. Tens os pés enormes. Mas porquê, tio? Dou muitas caminhadas A beira do rio.

Es tão gentil. Mas porquê, tio? Já nasci assim Esse é o meu feitio.

Isabel Bianco, 6.ºG


14 Acontece

DiNotícias n.º 20

Fevereiro de 2021

Escola Amiga da Criança Ser Adolescente hoje! A sociedade atual requer de cada pessoa, de cada instituição, a aspiração ao bem-estar, à liberdade, à segurança, à democracia e ao sucesso. Pretende-se que os alunos venham a ser cidadãos responsáveis, autónomos, solidários, com espírito crítico, defendendo os seus ideais, numa vivência democrática, com respeito por si e pelos outros. No dia 12 de março celebrou-se o dia do Projeto "+ Contigo" - promoção da saúde mental, do bem-estar e da prevenção de comportamentos de risco - como culminar de um conjunjo de sessões práticas desenvolvidas ao longo do ano letivo. O Dia + Contigo envolveu os alunos do Agrupamento de Escolas D. Lourenço Vicente (AEDLV), que organizaram este evento em parceria com o Município da Lourinhã e o Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Sul. O programa do Dia + Contigo contemplou atividades diversas: Mural dos Afetos Contigo, Postal da Família "+ Contigo", Canção + Contigo, entre outras. Atividades dinamizadas em conjunto por alunos, pais e professores com apoio direto de enfermeiras e psicólogas. Ao longo das sessões práticas do Projeto + Contigo os pais foram transmitindo que melhoraram os relacionamentos entre os alunos da turma e que foi possível identificar situações de alunos que tinham mais tendência para o isolamento. O projeto tem proporcionado aos alunos ferramentas para saber decidir quando, como e a quem pedir ajuda, para os próprios e/ou para os colegas quando foi necessário. A Educação para a Saúde dispõe de oportunidades educacionais programadas que capacitam os alunos a tomarem decisões sobre assuntos relacionados com a sua própria saúde promovendo a construção de projetos de vida saudáveis. Os Encarregados de Educação acreditam que a sua participação e envolvimento estimula os educandos na sua aprendizagem e por tal facto, os mesmos sentem-se estimulados. A paz, igualdade, a justiça, a não-discriminação, a não-violência, a tolerância e o respeito pela dignidade humana são valores centrais das nossas sociedades democráticas e multiculturais. A importância de melhorar as competências sociais, cívicas e interculturais, o pensamento crítico e a literacia mediática, bem como de fomentar a educação das crianças e dos jovens desfavorecidos. O Projeto + Contigo preconiza "a saúde mental que pode ser definida como uma indivisível parte da saúde geral e do bemestar do indivíduo (Patel et al.,2010) em que a perceção de bem-estar é fortemente influenciada por fatores de ordem física, emocional e social, nomeadamente o género, a idade, a escolaridade, o nível socioeconómico e as condições de saúde." Tem como entidade promotora a Escola de Enfermagem de Coimbra no seguimento das orientações da DGS para o Programa Nacional de Saúde Escolar (2007) que refere a escola como um ambiente de excelência para a promoção de saúde e uma influência decisiva nos comportamentos das crianças e jovens. A coordenação é do Enfermeiro José Carlos Pereira Santos, Especialista em Enfermagem de saúde mental e psiquiátrica. É o coordenador do programa + Contigo e relator do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio. A promoção da saúde mental na escola seja feita através da implementação de projetos que visem: desenvolver competências pessoais e sociais; aumentar a resiliência; promover a auto-estima e a autonomia; prevenir comportamentos de risco; criar um clima de escola amigável; e identificar crianças e jovens em risco de doença mental, ou de distúrbios comportamentais. Vamos ter um selo Escola Amiga!!! Equipa + Contigo


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Acontece 15

DiNotícias n.º 20

UM OLHAR SOLIDÁRIO A doença da borboleta é assim designada devido à fragilidade da pele que as crianças portadoras desta doença apresentam (...). Clinicamente é designada por epidermólise bolhosa (EB) e caracteriza aproximadamente cerca de 30 doenças raras e sem cura causadas por um defeito genético(...). Esta doença resulta na pele e mucosas extremamente frágeis e com formações bolhosas resultado de um qualquer trauma leve. Alexandra Fernandes - espaço saúde - www.fciencias.com

A vida é feita de momentos felizes e de aprendizagens desafiadoras. Foi com base nos valores do amor, da bondade e da solidariedade que os alunos do 5.º A da Escola Dr. João das Regras, com os respetivos Encarregados de Educação, a diretora de turma Ana Mafalda Gomes e a prof. Maribel Silva, de EMRC, deram as mãos e fizeram um cabaz de produtos para uma família que tem uma criança "borboleta". Para este projeto, adquiriram um conjunto de cremes e produtos farmacêuticos específicos para esta criança. O olhar de quem recebeu encheu o coração de quem ofereceu! Ana Mafalda Gomes

Autumn Poems Wake me up when the Autumn comes The leaves are falling down I'm so glad to feel that Wake me up when the Autumn comes.

What's the season? It's rainy and windy, The leaves are falling.

Like the seasons come to pass Summer has gone so fast Wake me up when the Autumn comes.

What's the SEASON?

I hear the rain again Falling from the sky Touching the naked trees Bringing us the pain!

What's the SEASON?

The memory of the last Autumn Will never be the same Wake me up when the Autumn comes.

Rabbits, squirrels and birds are looking for a warm place.

Everything is brown, red, yellow And orange like the pumpkins. Apples, oranges, grapes and nuts... So delicious fruits! What's the SEASON? The months we have are September, October, November. What's the SEASON?

The leaves are falling down I'm so glad to feel that Wake me up when the Autumn comes.

Days get colder, days get shorter. Sometimes sunny, sometimes foggy. What's the SEASON?

Smelling the roses Seeing the squirrels running Wake me up when the Autumn comes.

I have an idea! It comes from the leaves They're falling from the trees.

Beatriz Mendes (6.ºH) (Inspired on the lyrics of Green Day "Wake me up when September Ends")

The AUTUMN is here! Luise Tragatschnig (6.ºG)


16 Acontece

Fevereiro de 2021

DiNotícias n.º 20

Viagem no tempo - Fomos ao século XVIII. Já voltamos! Mensagem Álvaro Vaz Sanches

de 1755 para 2020

No dia 1 de novembro de 1755, dia de Todos-os-Santos, além do azul do céu e da linda luz da minha Lisboa, sentia-se nas ruas o normal corrupio dos dias de festa litúrgica. Porém, por volta das 9h30m, estavam as igrejas repletas de flores, de velas e de pessoas, quando se ouviu um rugido vindo do chão, vindo do fundo da terra. Foi um sismo que num ápice destruiu completamente Lisboa! Soube depois, muito depois que o abalo até foi sentido em Terras de sua Majestade Elizabeth I. Poucos minutos depois, o Tejo tornou-se violento e devorou as praças e as ruas da cidade numa onda gigantesca, nunca vista que arrastando edifícios inteiros, destruindo ruas inteiras com brutal fúria e ruído, matou milhares e milhares de lisboetas. Foi o pânico total entre todos. Mas logo a seguir, chegou o impensável, incêndios medonhos, brutais, que começaram com as velas das igrejas e ali mesmo, morreram milhares de fiéis, pedindo a Deus clemência e misericórdia… que de nada lhes valeu. Nesses momentos terríveis, o meu coração bateu descompassado, caí e rolei violentamente pelo chão da minha oficina de chapéus elegantes, "A Chapelaria e Luvaria do Chiado". Dali, percebi que muitas pessoas conseguiram fugir para as margens do rio Tejo, tentando escapar à chuva de pedras e às chamas furiosas dos edifícios que ruíam. Mas muitas e muitas foram apanhadas pelas águas e pelo fogo inclemente. Nas margens do rio Tejo… eu vi … vi o fim do mundo, o caos, o ruído ensurdecedor, o cheiro a queimado e as pessoas gritando de horror, em grande em pânico, tentando salvar-se, tentando fugir… mas para onde? Eu, ensanguentado, consegui salvar-me, porque me abriguei por baixo de uma parede-mestra, foi pura sorte. O meu primo Estevão Vaz Bentes também teve muita sorte, pois não perdeu ninguém da sua família. Os seus quatro filhos e a sua esposa, a Senhora Dona Violante Geraldes e Bentes estavam de visita ao Conde de Abrantes, em Santarém. Graças a Deus! Mas, desgraça minha, eu perdi toda a minha família; Estevão Luís, meu filho varão, e tão viçoso com 11 anos e a minha formosa e casadoira filha, Josefa Sophia Carlota de 14 anos e D. Antónia, a minha amantíssima esposa, que eu tanto venerava e que nesse dia comemorava o seu 34.º aniversário! Oh!, que pesadelo, que sofrimento atroz devem ter

vivido. E eu… eu nunca mais os vi. Nem os pude enterrar. Bem tentei chegar-lhes, salvá-los, mas quê? Mas como? Durante horas, andei, andei, vagueei perdido, mas jamais consegui encontrar caminho para minha casa que ficava junto ao Convento do Carmo que como quase todas as igrejas de Lisboa, ruiu estrondosamente. Dias que trouxeram fome, pobreza, doenças. Não havia trabalho para todos, mas crescia um terrível medo: medo da instabilidade da natureza, medo do fogo, das águas do Tejo, das doenças, medo dos outros e o pior de todos, o medo… pelo medo. Tempos negros! Só quem os viveu poderá, realmente, entender. Oh!, gentes de 2020 que nunca tal vos aconteça. Nunca! Mas, hoje, dia 1 de novembro de 1785, em nome de Deus não se adivinha nova catástrofe, por isso, podemos celebrar o Dia de Todos-os-Santos e até me sentei, aqui, na cafetaria Martinho da Arcada, que abriu em 1782, e tento lembrar os dias que se seguiram ao terramoto… Mas, oh!, que vejo,? Ah, por Deus, as consequências do terramoto… como me entristece a quantidade de crianças pelas ruas com fome, descalças, pedindo pão por Deus… Continuando este meu testemunho, digo que é com alegria que observo as ruas de Lisboa limpas e que as temerosas doenças não se espalharam! Pois claro, havia urgência em não deixar espalhar as pestilências que trazem pandemias. Correu bem, graças ao imediato sepultamento das cerca de 15 mil vítimas. O pior é que, como à data, em Lisboa não havia cemitérios, centenas e centenas de milhares de cadáveres foram largados ao Tejo, com pedras atadas para que afundassem… A contestação foi enorme, o povo não aceitava ver os seus

entes queridos atados a pedras, sem uma homenagem fúnebre… Nem quero lembrar. Tais ordens foram mandadas executar pelo então Marquês de Pombal, Ministro do Rei D. José I, que de imediato também mandou tratar dos feridos, policiar as ruas e os monumentos importantes da cidade para evitar roubos, e por fim, enforcar os ladrões. Pobre ministro, Marquês de Pombal, já falecido há uns 3 anos. Que Deus o tenha nos seus braços! Neste dia primeiro de novembro em que escrevo estas linhas para o futuro, decorreram 30 anos do grande sismo e a reconstrução de Lisboa continua e continuará… Mensagem do sobrevivente do terramoto Álvaro Vaz Sanches, o chapeleiro do Chiado, a 1 de novembro de 1785.


Fevereiro de 2021

Passatempos 17

DiNotícias n.º 20

PASSATEMPOS Para Pintar!

Sopa de Letras

a b c

Procura as palavras da coluna abaixo. As palavras podem estar na horizontal e vertical, de cima para baixo e da esquerda para a direita.

BOWLING HÚMIDAS HISTÓRIA ERRAR CEBOLA VELUTINA GEOGRAFIA ALIMENTAÇÃO SENTIMENTOS EXPOSIÇÃO DIFERENÇA SEMÁFORO CIVIL VESPA

Sopa de Letras Soluções do número anterior E F G H I A B C D E F G H I

J L M N E O P Q F A D S G H

Q C W E R R T M U S E U S Y

P A R L A M E N T O U I O P

O N Á A S S X D S F G H J K

L G D L M Ç P W A E R T Y U

Ó U I U U I O O L P A S D F

N R O G S H S J K C L Ç Z X

I U C V L E I T U R A B N M

A Q W M A R Ç O E I R T Y U

I G OH P T A E SM D P Ã O V J I K A N G L E Ç MZ F X

C V B N M Q W E R Ç T Y U I

O P A S V E G E T A I S D F


18 Passatempos

DiNotícias n.º 20

Fevereiro de 2021

8.º Concurso de Palavras Cruzadas DiNotícias Regulamento

DepPortuguês | 3.º Ciclo

I. OBJETIVOS O Concurso de Palavras Cruzadas visa: ●

Estimular a atividade mental;

Desenvolver a competência da leitura;

Promover a leitura do jornal do Agrupamento;

Desenvolver o espírito de equipa e interajuda.

II. CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO A – PARTICIPANTES: Participam todos os alunos do 3.º Ciclo das escolas do Agrupamento. B – MODALIDADE: Equipas de três a quatro elementos. Mantendo-se a situação pandémica, a prova deverá ser resolvida a pares. C – MOTIVAÇÃO: A motivação é feita nas aulas de português, através da divulgação do Cartaz e Regulamento do Concurso bem como a resolução, para treino, das Palavras Cruzadas da Edição n.º 20 do DiNotícias, em formato digital , através do recurso ao telemóvel. III. REALIZAÇÃO DAS PROVAS ●

O Concurso de Palavras Cruzadas realizar-se-á num momento único através de uma prova que consta da resolução de um exercício.

A prova realiza-se durante o 3.º Período, na segunda semana, em data ainda a definir.

As equipas terão 50 min. para realizar a prova.

Cada equipa deve ter consigo, pelo menos, o exemplar da 1.ª Edição do DiNotícias de 2020/21, em formato digital.

IV. TIPO DE PROVAS Da prova constará um conjunto de Palavras Cruzadas feitas com base na 1.ª Edição do Jornal do Agrupamento, DiNotícias (2019/20), em formato digital, através do recurso ao telemóvel. Podem constar também do exercício perguntas de caráter interpretativo e cultura geral que envolvem o conhecimento de conceitos de várias disciplinas, como português, inglês, ciências naturais e físico-química. V. CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS Cada prova terá um valor máximo correspondente ao número de palavras a descobrir. Cada palavra correta vale um ponto. Ganha a equipa que obtiver maior número de pontos adquiridos no menor tempo. VI. PRÉMIOS Tendo o 3.º Ciclo três anos de escolaridade, será atribuído a cada ano um prémio às equipas que ficarem em primeiro lugar. Todos os alunos receberão um marcador de livros como comprovativo de participação. VII. DISPOSIÇÕES GERAIS Todas as sugestões e/ou críticas deverão ser enviadas para o seguinte endereço eletrónico: concursodepalavrascruzadas@gmail.com. Os casos omissos serão resolvidos pela organização do Concurso.


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Passatempos 19

DiNotícias n.º 20

Palavras Cruzadas

Por Rosalina Nunes

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L A S E P O E S S O L T A M A M J N P A P I A R T E S I D E A L O I L A N A T U M E S A I T T M A R Q U

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A M A O N S O R T E A L E R O E I P I A R E Z A M V I T E

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L E D A D I C G I L E N F A O V E I R

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C R A P R A R A O S I M O A U S A M C E A O P O I B I O O O A L C O C O A A R

11 12 HORIZONTAIS 1. Consoantes de papá; O princípio de afável; 1.ª pessoa do singular do pretérito imperfeito do indicativo do verbo ´ser´. 2. Sigla do estado brasileiro de Rondónia; Expressão usada para afastar ou mandar embora; Diminutivo de Conceição e sinónimo de saudável. 3. Uma das palavras de cortesia usada pelo 5.º H para servir de raiz na construção d´”Árvore dos deveres” (DiNotícias, n.º19, fevereiro de 2020, pág. 5); O da Leonor falou de geografia, de continentes e oceanos, utilizando mapas, durante a semana em que vários familiares visitaram a sala dos meninos do Jardim de Infância do Seixal para falar sobre profissões (DiNotícias, n.º19, fevereiro de 2020, pág. 8). 4. Nome próprio de um das pintoras cuja obra os familiares dos meninos do Jardim de Infância do Seixal recriaram, no final do 1.º Período (DiNotícias, n.º19, fevereiro de 2020, pág. 7); Naquele lugar; Consoantes da seca. 5. A terceira e a segunda vogais; Três romanos; Ação praticada pelos alunos no âmbito do projeto “Um livro sempre à mão”. 6. Abreviatura de Sua Santidade; O princípio da rosa. 7. Apelido do autor do texto que fala sobre sentimentos publicado ao lado do editorial do diretor (DiNotícias, n.º19, fevereiro de 2020). 8. Sufixo que Indica qualidade ou relação, por exemplo em charmoso, talentoso (feminino); Folha ou ramo de loureiro´, mas também pode identificar a cor do cabelo de alguém; Trabalho Colaborativo (sigla). 9. Vogais do pelo; Ordem de trabalhos (sigla); Diminutivo de Luísa. 10. Consoantes de uma das modalidades contempladas num 1.º Encontro realizado no dias 27 de novembro e de dezembro de 2020, em Peniche (DiNotícias, n.º19, fevereiro de 2020, pág. 17); Aquele que gosta de gulodices. 11. Organização alinhada de pessoas; Determinante artigo definido, masculino, plural. 12. Antónimo de bem; O sono dos bebés; Como inglês; Diminutivo de António. VERTICAIS Os alunos do 6.º A foram experimentar várias no dia 22 de novembro de 2020 (DiNotícias, n.º19, fevereiro de 2020, pág. 4). 2. Os de espírito são Simplório, ingénuo, tolo; Nome próprio da aluna que ficou em primeiro lugar no Corta Mato do Agrupamento, nos Iniciados Femininos (DiNotícias, n.º19, fevereiro de 2020, pág. 16). 3. Sorri. 4. Estéril (por falta de humidade). 5. Fugida; evasão; derramamento; Objeto à volta do qual gira a história narrada no editorial do Diretor (DiNotícias, n.º19, fevereiro de 2020, pág. 2). 6. A primeira de todas as letras repetida; Os alunos do 9.ª Ano da EB de Ribamar analisaram vários (singular) de numerosos produtos alimentares durante a visita de estudo efectuada no dia 1 de outubro no âmbito da comemoração do Dia Mundial da Alimentação (DiNotícias, n.º19, fevereiro de 2020, pág. 3). 7. Oferecei; Sem roupa; Uma das notas musicais. 8. No âmbito do AEDLV assim, na Escola EB e JI de Ribamar, os alunos do 5.º H realizaram uma atividade articulada que teve como objetivo a construção de cabazes alimentares (DiNotícias, n.º19, fevereiro de 2020, pág. 6). 9. Ela sem ele; Determinante possessivo, masculino, 1.ª pessoa, no plural. 10. Colocar ao contrário; Contração da preposição 'a' com o determinante artigo definido, masculino, no plural. 11. Nome próprio da escritora cuja presença na Biblioteca Escolar da EB1/JI da Lourinhã estava prevista para o 2.º período do ano letivo de 2019/20 (DiNotícias, n.º19, fevereiro de 2020, pág. 9). 12. Na visita de estudo realizada pelo 9.º E, causaram grande admiração na Unidade de Bioimagem (DiNotícias, n.º19, fevereiro de 2020, pág. 4).


20 Última

DiNotícias n.º 20

Fevereiro de 2021

Não há céu como o de janeiro… É um ditado popular antigo, muito conhecido, mas haverá

Esta imagem de infravermelhos, tirada com o Telescópio Espacial Spitzer da NASA, mostra centenas de milhares de estrelas aglomeradas no núcleo giratório da nossa galáxia espiral - Via Láctea.

razão para ser levado em consideração? Em janeiro, tal como em dezembro, não temos muitas estrelas que possamos contemplar, mas elas parecem brilhar mais, destacam-se com tanta precisão no escuro céu images-assets.nasa.gov/image/PIA03653/PIA03653~orig.jpg

noturno... Por que razão? Parece complicado, mas até é simples… As estrelas da nossa galáxia, a Via Láctea, distribuem-se em espiral, girando toda a massa desta estrutura colossal em torno de um (pelo menos) não menos colossal buraco negro (tem uma massa de 4.100 milhões de vezes a do nosso sol), que tudo sorve.

A galáxia tem mais de 100.000 anos luz de extensão e alberga 100 a 400.000 milhões de estrelas; desde que aparecemos, o total de Homo sapiens que até hoje viveu estima-se em 108.000 milhões, o que quer dizer que a nossa caseirinha galáxia está a ganhar, tem mais de uma estrela por cabeça... Nós moramos a meio de um desses braços da espiral, o braço

Este é o aglomerado globular, de características únicas, com 10,5 bilhões de anos, denominado NGC 6496. Estas estrelas são compostas por elementos mais pesados que o hidrogénio e o hélio.

de Orion, talvez a 25.000 anos luz de distância do centro da galáxia. E devido à posição do nosso planeta, nas noites dos meses de verão do hemisfério norte, estamos a olhar diretamente nessa direção do centro - pelo menos 25 a 50 000 anos luz de um espaço recheado de estrelas. Para além de uma extensa região galáctica, estamos a olhar na direção do seu centro, onde a população é de uma densidade elevadíssima, estando a região central envolta em densa poeira galáctica. O céu é um espetáculo de luz e uma sementeira de pontinhos brilhantes, é o belo céu de agosto. Pelo contrário, hoje, próximos do solstício de inverno, se olharmos o céu... estaremos a espreitar para fora da galáxia, o nosso olhar atravessa apenas 25.000 anos luz de espaço

Image credit: ESA/Hubble & NASA, Acknowledgement: Judy Schmidt Text credit: European Space Agency Read more: <a href="http://go.nasa.gov/1U2wqGW" rel="nofollow">go.nasa.gov/1U2wqGW</a>

galáctico, espaço esse menos densamente povoado. O braço de Orion, ele próprio, apenas tem uns 3.500 anos-luz de diâmetro. O que vemos agora é o negro das profundezas do Universo, e as estrelas visíveis a olho nu são talvez menos, mas, por não A Via Láctea é um lugar empoeirado. Tão empoeirado que não podemos ver o centro da galáxia com luz visível. Graças à excelente resolução do telescópio espacial Spitzer da NASA, as características empoeiradas do centro da galáxia são vistas com detalhes sem precedentes.

existir tanta luz de fundo (poluição luminosa), destacam-se de forma tão nítida que parecem estar ao alcance da mão, quando as apreciamos no escuro dos campos... Por isso parecem brilhar mais! Uma maravilha. E continuam lá, indiferentes aos tempos conturbados, muitas podem até já não existir, mas continuam a emitir todos os dias a sua luz até nós, maravilhando-nos sempre que as olhamos. Saibamos olhar o belo, qualquer que seja o tempo. Carlos Monteiro

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