Manual - Agência de Comunicação (SiNUS 2017)

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MANUAL

AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO

2017

COMPARTILHANDO CUIDADOS NA TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE



EXPEDIENTE Diretor da Agência:: João Luiz Azevedo. Núcleo Impresso: Lis Cappi, Fernanda Bastos, Larissa Freitas, Letícia Carvalho, Maria Eduarda, Marcos Miranda, Náira Araújo, Renata Gomes. Núcleo Online: Leonardo Ribeiro, Larissa Silva, Michael Araújo. Núcleo Rádio e TV: Heloísa Schons, Marcelo Tobias, Natália Lyra. Diagramação: João Luiz Azevedo. Revisão:João Luiz Azevedo e Thaís Barbosa.


SECRETÁRIA GERAL Queridas jornalistas, Este Manual foi preparado com todo zelo, carinho e atenção pela equipe da Agência de Comunicação da SiNUS 2017. Tal documento tem o objetivo de informá-las e guiá-las nos trabalhos desenvolvidos durante os cinco dias da simulação, com a pretensão de qualificá-las para a condição de jornalistas da SiNUS 2017. Primeiramente, para isso é necessário compreender o papel que deve ser desempenhado e o que se espera dele. Entende-se que os meios de comunicação têm um papel extremamente importante na sociedade, tendo como dever disseminar as diferentes informações e acontecimentos, como forma de instruir e formar a sociedade. Dessa maneira, o trabalho de cada jornalista deve sempre se manter fiel à realidade dos fatos, à verdade, ao cuidado com a exposição de pessoas e realidades e com a inclusão dos diferentes grupos e temas sociais, políticos, culturais e econômicos. Na SiNUS 2017, seu papel é disseminar as discussões feitas dentro de cada comitê e os acontecimentos de cada evento, aplicandoos às diversas plataformas e editoriais da imprensa da SiNUS. Neste sentido, nós da SiNUS 2017 trabalhamos em prol de promover um ambiente preparado para recebê-las da melhor forma possível, que os permita desenvolver sem amarras os diversos eixos da carreira jornalística. Esperamos que nossos ideais e princípios de cuidado, empatia, cooperação, confiança e responsabilidade mútuas, se façam presentes no ambiente de trabalho de vocês e se reflitam naquilo que produzirem. Ao final deste processo, desejamos que estejam aptos a desenvolverem seus próprios futuros, sempre tendo em vista aqueles que compartilham esta sociedade com vocês. Com carinho, Júlia Pastore Cintra Secretária Geral da SiNUS 2017


DIRETOR - AC Prezadas jornalistas, É com enorme orgulho que recebemos todas vocês na nossa Agência de Comunicação (AC) da SiNUS 2017. Este manual foi produzido pela nossa equipe e nele, vocês encontrarão conhecimentos essenciais para os dias da simulação. Desde sua implementação, a AC veio se tornando cada vez maior e mais querida. Nosso comitê é completamente diferente dos demais, e vocês terão a oportunidade de conferir de perto o porquê. Ele é divido em três núcleos: impresso, online e rádio/tv. Novas vivências e desafios esperam por vocês em cada um deles. Seja escrever uma reportagem, falar em frente às câmeras ou até mesmo transmitir uma informação em apenas 10 segundos. Queremos ressaltar o importante papel da Comunicação na sociedade e mostrar como a jornalista é fundamental nesse processo. Por isso, tudo foi preparado com muita dedicação para que vocês tenham uma experiência divertida, proveitosa e extremamente enriquecedora, daquelas tão especiais que daqui 10 anos irão se lembrar da S17 como um marco positivo em suas vidas. Esperamos que aproveitem, aprendam e se encantem com a AC, assim como nós. Carinhosamente, João Luiz Azevedo Diretor da Agência de Comunicação da SiNUS 2017


ÍNDICE Bem-vindas

7

Jornal Impresso

9

Jornalistas

Valor-notícia

8

11

Apuração

13

Dicas para uma boa entrevista

15

Entrevistas Pirâmide

14

17

O que evitar no seu texto

20

Linhas editoriais

24

Fotografia

21

Jornal Online

26

Redes Sociais

32

Elementos do texto telejornalístico

37

Referências Bibliográficas

43

Webjornalismo Jornal Audiovisual

Radiojornalismo

28 34

38


7

Bem-Vindas à Agência de Comunicação! O que é a AC?

A Agência de Comunicação é o comitê responsável por fazer a cobertura de todo o evento. Para dar conta de realizar essa cobertura integral ela é dividida em três núcleos: Impresso, Online e o Rádio/Televisão. Cada núcleo tem sua importância dentro da agência e sem eles não seria possível cobrir todas as pautas, informar e levar todas as notícias da simulação para as delegadas e staff. Apesar das delegadas escolherem um núcleo para atuar, é importante notar que nossa agência é um organismo onde cada pessoa exerce uma função que colabora para tudo funcionar. Mas também é necessário que todas as jornalistas conheçam todas as áreas da agência. Por isso, o estudo desse manual se torna essencial. O núcleo impresso é responsável por cobrir pautas, buscar notícias e informações para alimentar o jornal impresso. Os jornalistas desse núcleo estão sempre dentro dos demais comitês para acompanhar tudo que acontece durante os debates. O núcleo online é responsável por alimentar as mídias sociais como Facebook, Twitter, Instagram e Blog, fazendo uma cobertura em tempo real, gerando engajamento e repercussão em todas que estão envolvidas na simulação. Já o Rádio/Televisão é responsável por produzir material audiovisual da SiNUS, cobrindo as principais pautas do dia, festas, tudo isso em um jornal televisivo radiofônico.

Objetivos dessa edição

A Agência de Comunicação da SiNUS 2017 tem como tema “A comunicação positiva: o diálogo da sensibilidade em meio à disseminação da cultura da violência”. Como comunicadoras é primordial incitar a reflexão e pensamento crítico das pessoas sobre como a reverberação da violência em meios de comunicação chega aos meios sociais de forma impactante. Uma sociedade bem informada, ciente do que está acontecendo e com visão crítica, tem força para reivindicar o que precisa. A AC propõe uma integração de todos os outros comitês da simulação, sempre propondo debates dos acontecimentos. Fazendo com que as delagadas e o staff tenham uma relação harmónica, humana e empática.


8

Jornalistas O ser humano, enquanto ser social, com círculos de interação e relacionamento, pode ser um potencial líder de opinião: ajudar a construir, organizar e filtrar as informações que servirão como base para formar a opinião de outra pessoa. Ainda que a ideia de formador de opinião se estenda – em potencial – a qualquer pessoa na esfera da vida privada, independentemente de sua profissão, a jornalista convive com uma linha tênue entre aquilo que a separa de sua carreira profissional e aquilo que a define como ser social. As ideias do que é profissional e pessoal se misturam e a imagem da jornalista fica associada à pessoa. Assim, várias vezes, o grupo social entende que as informações vindas dessa pessoa são confiáveis – afinal, “ela é jornalista, não é mesmo?”. No âmbito profissional, é possível dizer que a jornalista é capaz de reorientar, descontextualizar e recontextualizar a informação. Por isso, é conhecido pelo impacto do exercício de seu trabalho – afinal, é quem faz a ponte de informação entre as pessoas e os diversos acontecimentos. Daí a responsabilidade social: a partir da credibilidade que se constrói em sua carreira – tanto individual, na esfera pessoal e na técnica, quanto do veículo – a jornalista tem o potencial de impactar o dia a dia das pessoas com aquilo que se fala, por ser levado como uma fonte crível, em quem se pode confiar.

Ética

É necessário que jornalistas tenham cuidado com o modo que levam as informações para o público. É preciso pensar na responsabilidade que possuem e sua influência na vida da população. Nesse cenário, a informações devem ser apuradas com qualidade, sem ultrapassar limites que, direta ou indiretamente, possam incitar o público à violência. O propósito da notícia deve ser o de levar a informação que permita análise e tomada de decisão, mas isso é prerrogativa dos cidadãos e não da imprensa. Por mais que as jornalistas tenham cuidado e façam seu trabalho com o maior empenho, erros podem acontecer, seja no processo de apuração, na entrevista ou na publicação do fato. No entanto, como agentes da informação, deve-se ter muito cuidado para evitar que os mesmos aconteçam.

I


9

JORNAL

IMPRESSO


10 O que é notícia? Esta pergunta é de difícil consenso dentro da Comunicação. Alguns autores definem como: “algo que não se sabia ontem”, ou “notícia é tudo o que o público necessita saber, tudo o que o público deseja falar” (CATLEDGE, 1978). Uma frase que se popularizou entre os profissionais da área é: “se um cachorro morde um homem, não é notícia, mas se um homem morde um cachorro, aí então é notícia, uma notícia sensacional”. Thaïs Jorge (2008), aponta nesse exemplo que o fato de um cão morder um homem não é algo tão surpreendente, mas o oposto é. Isso por algumas características, como: novidade, algo inusitado e misterioso. Afinal, por que uma pessoa morderia um cachorro? Ainda no exemplo, levantamos a hipótese: se o cachorro da história fosse o de uma pessoa notória, como o presidente Michel Temer, ou se a pessoa mordida fosse um famoso, isto seria notícia? Sim! O fato noticioso é também definido por outros elementos: Notoriedade (o exemplo das pessoas famosas).

Proximidade (estar perto, seja físico ou psicologicamente).

Qualidade da informação (se há fontes confiáveis, como testemunhas).

De forma resumida, podemos então definir notícia como um Acontecimento. Assunto que chama interesse. Fato que choca. Mas nem todo acontecimento é notícia, visto que eventos repetitivos costumam gerar desinteresse. Também é preciso atentar-se ao fato de que alguns acontecimentos só despertam interesse em um público específico, o que ocasiona o surgimento da imprensa segmentada. Assim como há fatos que não chocam mas geram notícia, como por exemplo as descobertas científicas. Todavia, nem tudo que tem potencial para ser notícia acaba sendo, de fato, noticiado. Segundo o professor Alceste Pinheiro, da Universidade Federal Fluminense: “As coisas não param de acontecer, os fatos não param de ocorrer e então é preciso fazer uma triagem. A seleção acontece em etapas sucessivas — desde o repórter que vai à rua e escolhe os dados mais significativos para sua mensagem —, partindo assim de uma avaliação intencional da realidade. Suprimir e cortar textos atende ao volume de informações que chega às redações diariamente. Muito desse material não é importante para o tipo de leitor que o jornal tem”


11 Um fato só vira notícia quando é publicado. E essa seleção entra na lista de tarefas diárias do jornalista. Para se ter uma noção, estima-se que 60% do material que chega às redações seja jogado fora (JORGE, 2008). Um dos pontos de decisão do que vai ser noticiado são os valores-notícias.

Valores-notícia Existem alguns valores considerados universais entre as jornalistas. Os valores-notícias atingem o público pelas emoções, tornando-os cativos da notícia. Muitos valores-notícia juntos significam interesse maior e podem ser divididos em duas categorias: fundamentais e temáticos. Os primeiros são os essenciais para a profissão e os segundos são aqueles que já estão no cotidiano do público e, por isso, sempre oferecem oportunidades interessantes para a notícia. São valores-notícia fundamentais: atualidade (a novidade é o primeiro quesito da notícia), proximidade (aquilo que nos atinge física ou psicologicamente) e notoriedade (pessoas com destaque na sociedade). Entre os valores-notícias temáticos, existem aqueles que têm temporalidade imediata, responsáveis por matérias que obrigatoriamente devem estar nos noticiários (as chamadas matérias quentes), como um escândalo político. Já outros, com temporalidade alongada, que podem esperar para ser.

São valores-notícia temáticos: Sexo: engloba todo o complexo das relações humanas, como orientação sexual, casamento, filhos; Poder: disputa, guerra, paz, ONGs, elites, governos; Dinheiro: luxo, riqueza, economia;

Morte: tragédias naturais ou causadas pelo homem, assassinatos, drogas, crimes, violência; Mistério: o desconhecido, o inexplicável, o exótico; Lazer: diversões, viagens, esportes, hobbies;

Saúde: medicina, bem-estar, remédios, dietas;

Trabalho: mercado profissional, desemprego, bolsa de empregos; Religião: seitas e organizações religiosas, festas, datas sagradas;

Meio Ambiente: recursos naturais, preservação da natureza, urbanização, parques e jardins; Amor: romance, solidariedade, empatia, amizade, união; Confidências: intrigas, vida pessoal, denúncias; Educação: ensino, escolas, cursos, cultura;

Ciência: pesquisas, descobertas, invenções, novas tecnologias;

Arte: cultura, elegância, espetáculos, museus, decoração, festivais; Moda: desfiles, vitrines, vestuários;

Contrastes: amor/ódio, vida/morte, alegria/tristeza, feio/bonito.


12 Mas como saber o momento em que se está diante de um fato noticioso (valor-notícia)? Observar algumas características pode ajudar. São elas: a intensidade do acontecimento, a proximidade, a extensão, as consequências, o tempo do fato e o número e a variedade de elementos envolvidos nos acontecimentos. Dessa forma, um acontecimento recente (oportunidade), que tem grande impacto sobre a vida da comunidade (intensidade), que se deu próximo a ela (proximidade), que tenha relação a temas do cotidiano (consequências) e que reúna outros elementos como dinheiro, poder e meio ambiente, terá um valor notícia elevado.

Critérios de Noticiabilidade dentro da Simulação Dentro de uma simulação, o principal exemplo de um valor-notícia elevado é um comitê em crise. Trata-se de um fato recente e ainda não noticiado, que apresenta grande impacto sobre a comunidade, e provavelmente possui consequências sérias, caso não seja resolvido.

Apuração A apuração jornalística equivale ao momento de buscar e coletar o maior número de dados e informações sobre um acontecimento, para que possa ser criada a notícia. É importante entender que a jornalista deve transmitir às pessoas, que não estavam no local do ocorrido, a ideia mais próxima do que aconteceu de fato, tendo que mencionar o que viu, o que escutou, o que descobriu e o que pôde concluir. Atenção: se uma jornalista menciona algo que não ocorreu, ela propaga uma visão equivocada para o público em geral, podendo resultar em grandes problemas. Por isso, é sempre importante checar se os dados que foram coletados são válidos, e nunca esquecer de ter uma postura ética, consciente e responsável. Dica: para fazer uma boa coleta de informações, é interessante estabelecer onde ir e com quem falar. Além disso, a/o repórter pode fazer entrevistas com os possíveis envolvidos e buscar fontes secundárias (arquivos, relatórios, filmes) que sejam confiáveis.


13 A apuração é dividida em seis etapas que devem ser seguidas para se ter um material de qualidade no momento de escrever a matéria. Essas seis fases são:

3 QUESTIONAR

em entrevistas, pergunte tudo que for relacionado ao fato ocorrido, até se sentir confiante que possui os dados suficientes.

4 AVALIAR

faça o roteiro da redação, lide e hierarquia das informações. É importante que você reflita e pergunte a si mesma: ‘‘Ouvi todos os lados?’’

2 ANOTAR

5 ESCREVER

1 OBSERVAR

6 REVISAR

talvez a fase mais esperada, hora de redigir sua matéria!

anotar tudo que lhe chamar atenção, incluindo pessoas, nomes, cores, números.

prestar atenção no cenário geral do acontecimento.

6 FASES da

APURAÇÃO

procure o editor e confiram juntos se alguma informação está faltando ou precisa de uma nova apuração.


14

entrevistas

LIVE

A entrevista é definida como “a técnica de obter matérias de interesse jornalístico por meio de perguntas e respostas”. Para a preparação de um roteiro para entrevista, é necessário um conhecimento prévio sobre o assunto que será abordado e também sobre a pessoa entrevistada.

No dia a dia da/o jornalista, a entrevista depende do momento: 1. Entrevista rito: é o tipo mais comum de entrevista, o ritual acontece pois o entrevistador sempre precisa ouvir a fonte durante um evento ou acontecimento. Por exemplo: o entrevistador quer ouvir o jogador de futebol após o jogo, mesmo sabendo o que será dito. 2. Entrevista anedótica: a entrevistadora faz perguntas tolas sobre fofocas e projetos, onde tanto ela quanto a pessoa entrevistada permanecem deliberadamente fora de tudo que possa comprometer. 3. Entrevista diálogo: verdadeira entrevista, com contribuição de ambas as partes. 4. Entrevista de confissões: a entrevistadora se apaga para deixar o outro falar, e assim, todas as confissões do entrevistado vão mais longe.

Tipos de entrevista: Segundo Cremilda Medina (1996), as entrevistas distinguem-se em dois tipos: entrevistas cujo objetivo é espetacularizar o ser humano e entrevistas que esboçam a intenção de compreendê-lo. Dentro dessas classificações encontram-se: entrevista conceitual (quando o entrevistador busca ouvir os dois lados da história); entrevista enquete (procura-se mais de uma fonte para depor sobre o mesmo tema), entrevista pingue-pongue (jogo de perguntas e respostas rápidas), entrevista coletiva (um entrevistado para vários repórteres) e entrevista exclusiva (as declarações são resultado do


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Dicas para uma boa entrevista:

Comece com os dados da entrevistada: nome, sobrenome, comitê e país que representa. Comece com os dados do entrevistado: nome, O ideal é pegar o contato da entrevistada, sobrenome, comitê e país que representa; caso

precise confirmar algo que ficou de fora das

O ideal é pegar o contato do entrevistado, caso perguntas. precise confirmar algo que ficou de fora das perguntas;

Cortesia, precisão e respeito com a entrevistada;

Cortesia, precisão e respeito com o entrevistado;

Ser objetivo e não demonstrar emoções nem escolher um lado diante dos fatos. Ser objetivo e não demonstrar emoções nem escolher Nãolado julgar a entrevistada um diante dos fatos; de acordo com suas

respostas. Não julgar o entrevistado de acordo com suas Preparação pré entrevista (buscar informações respostas;

sobre a entrevistada, criar um roteiro de perguntas, etc).

Preparação pré entrevista (buscar informações sobre o entrevistado, criar um roteiro de perguntas, etc);

Formular perguntas curtas e sem ambiguidade. Fazer anotações mesmo se usar o gravador.

Formular perguntas curtas e sem ambiguidade; Fazer anotações mesmo se usar o gravador.


texto Diferente das aulas de redação, o texto jornalístico possui uma estrutura diferente: a hierarquia das informações é o que deve prevalecer. Por isso, na hora de escrever é importante identificar os pontos mais importantes e os menos importantes do que será abordado. Uma das principais técnicas para se redigir um bom texto jornalístico é se perguntar se o leitor terá facilidade para entender o mesmo. Uma notícia deve ser escrita com objetividade, imparcialidade e clareza.

Lide O Lide é o primeiro parágrafo do texto. A palavra vem do inglês lead, que significa conduzir, liderar. O Lide é o que lidera as informações do seu texto. Nele devem estar respostas para seis perguntas essenciais – que deverão ter sido respondidas durante a sua apuração.


17 Essas perguntas são: O quê? (Qual a informação que vale a pena ser noticiada? – ver Valores Notícia) Quem? (Quem é o personagem principal do seu texto?) Quando? (Quando o fato aconteceu?) Onde? (Onde o fato aconteceu?) Como? (Como o fato aconteceu?) Por quê? (Qual o motivo para o fato ter acontecido?) Se o seu parágrafo inicial estiver muito grande, as duas últimas perguntas (Como e Por quê) podem ser respondidas no segundo parágrafo, como uma continuação da descrição do fato noticioso.

Pirâmide Invertida As informações e a organização do texto jornalístico seguem uma ordem hierárquica, que é chamada de Pirâmide Invertida. Como em uma pirâmide, em que a parte mais importante é a base, quando está invertida, a informação fundamental virá em primeiro lugar. Nela constam: Base: Lide – com as seis perguntas descritas anteriormente. Corpo: Continuação do Lide. Quais as consequências do fato e as informações secundárias. Ponta: Desfecho da Notícia.

LIDE

CORPO

PONTA


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Citações As citações são recursos usados por jornalistas para dar credibilidade ao texto. Como em um texto dissertativo-argumentativo, pontua-se que frases de efeito de personalidades renomadas no assunto debatido ajudam a trazer mais força ao texto. Na notícia, as chamadas aspas ajudam a confirmar as informações. Exemplo: Em uma notícia publicada pelo Correio Braziliense no dia 16 de março de 2017, sobre o caso de um procurador que foi impedido de participar de audiência, uma citação do juiz envolvido no caso ajuda a trazer força ao texto. “O juiz Henrique Marques da Rocha também diz que, sem gravata ‘advogado não sentará à mesa de audiência’”. Algumas regras básicas para o uso de aspas em textos jornalísticos na SiNUS 2017 são: 1. Quando a citação for uma declaração sozinha, usa-se o ponto dentro das aspas. Exemplo: “Eu não acredito nisso.” O repórter olhou... 2. Quando fizer parte de uma frase, usa-se o ponto fora das aspas. Exemplo: “Irei fazer algo quanto a isso”, afirmou o delegado da Espanha. 3. Erros gramaticais da fala de alguém devem ser corrigidos, a menos que sejam fundamentais para a notícia. 4. Use sempre verbos declarativos, como: afirmar, bradar, declarar, dizer, indagar, negar, retrucar. 5. Sempre deve-se colocar o nome de algum delegado ao lado de sua função no comitê. Por exemplo: A delegada do Egito, Ana Souza, disse “enviarei mísseis para o México amanhã”.


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Título O título, também conhecido como manchete é o primeiro elemento do texto jornalístico visto pela leitora. Logo, é um dos pontos mais importantes para chamar atenção de quem vai ler a notícia. Assim como nas redações, o título deve ser escrito por último, pois é essencial que se tenha domínio do conteúdo que está sendo escrito para que a principal informação consiga entrar na manchete. O título, além de chamativo e pontual, deve ter no máximo duas linhas. O uso de vírgulas deve ser dosado e o ponto final é proibido. Outro ponto chave para se escrever um bom título é utilizar sentenças afirmativas e verbos no presente, assim como no exemplo abaixo:

Bom título: “Vivian vence o Big Brother Brasil” Título confuso: “Vivian venceu o Big Brother Brasil ontem”

Sutiã No jornalismo, o termo “sutiã” é utilizado para descrever o subtítulo da matéria. É uma linha que vem abaixo do título e assim como um sutiã, vem para dar sustentação, no caso, dar sustentação à informação do título. Ao escrevêlo, não se deve repetir as informações do título. Exemplo: Título: “Sabrina Sato, com look jeans, distribui selfies no aeroporto” Sutiã: Apresentadora esteve no Santos Dumont, Centro do Rio, nesta quarta-feira, 12.


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Dicas para o seu texto as repetições tornam o texto confuso. A chave é procurar sinônimos sempre que um termo começar a aparecer demais.

Repetições

o uso repetitivo do termo “que” dificulta o entendimento textual.

O uso de “ques”

o bom texto jornalístico deve começar de um bom lide. Você deve responder com clareza as perguntas dele para deixar o leitor entusiasmado para ler até o final.

Amor à primeira vista

quanto mais palavras você conhecer, mais rico será o seu texto. Para adquirir vocabulário você deve ler e ouvir de tudo um pouco.

Palavras

Frases e parágrafos muito longos o texto jornalístico deve ser claro e de fácil compreensão. A escrita de longos períodos prejudica o entendimento. O melhor é optar pela maneira mais direta possível.

Use frases curtas o segredo de um bom texto jornalístico está também na objetividade que você consegue passar uma informação.


IA

AF

GR

TO

FO

21


22 A fotografia têm capacidade de produzir registros visuais e serve principalmente para a veiculação de informação de maneira simples e objetiva. É um papel vital para chamar a atenção do público e o manter interessado nas notícias. O fotojornalismo é uma atividade singular que usa a fotografia como um veículo de observação, de informação, de análise e de opinião sobre a vida humana e as consequências que ela traz ao planeta. A fotografia jornalística mostra, revela, expõe, denuncia, opina. Transmite informação e ajuda a credibilizar a informação textual. É importante salientar que muitas vezes o fotojornalismo pode ser a notícia em si mesmo, não acompanhado de texto jornalístico. Há vários gêneros de fotografias: fotografia social (fatores socioeconômicos, acontecimentos das cidades, etc.), esportiva, cultural e policial. Na SiNUS, o viés é focado em fotografias que demonstram o cotidiano da simulação, utilizando de críticas, ideologias políticas e humor.

Cuidados básicos: Conheça seu equipamento antes de iniciar a suas fotografias, explore o que sua câmera/celular pode fazer e possíveis aplicativos que possam auxiliar no momento da simulação. Na SiNUS é importante ter em vista que os comitês precisam ser representados de formas diferentes nas fotografias, então descubra ângulos inovadores e locais propícios para que não haja uma série de fotos repetitivas ao longo dos dias da simulação. Para os meios de comunicação mais formais da simulação, preferese que não utilizem fotos com zoom, pois isso prejudica a qualidade das fotos, portanto aproxime-se dos acontecimentos. Para jornais online, indica-se o uso de fotografias horizontais, com a intenção de estruturar melhor as notícias e ter uma visão mais ampla dos acontecimentos. Utilize a ferramenta grade para um melhor enquadramento das fotos e assim evitar fotos inclinadas;.. Mantenha suas mãos firmes, as lentes limpas e certifique-se de que a foto está com foco. Já nas redes sociais, o ambiente é mais livre e descontraído, havendo espaço para fotos tanto verticais como horizontais. Nesses espaços, é válido fazer uso da criatividade e da descontração, podendo quebrar algumas das regras para os meios formais.


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Legendas As legendas são textos pequenos, normalmente formadas apenas por uma frase, colocadas na base inferior, ou excepcionalmente, superior ou ao lado da fotografia. A fotografia e legenda funcionam como unidade significativa para veicular a informação. A legenda é informativa, identificando personagens, acontecimentos e contextualizando informações. Deve ser breve, atrativa, podendo ser um trecho tirado de um texto principal. Além disso, ela deve ter função de informar algo que não esteja evidente na fotografia a fim de facilitar a leitura e enriquecer as informações. É importante que a legenda não tenha conclusões exageradas. Deve-se manter a ética, e não utilizar elementos que possam distorcer as informações, e sempre priorizar elementos que possam ser justificados ao longo do texto.


linhas editoriais De maneira geral, as linhas editoriais podem ser classificadas como a lógica pela qual a empresa jornalística enxerga o mundo. Indicam os valores, paradigmas e sentido em que o veículo deve direcionar uma mensagem (PENA, 2005). Também podem ser conhecida como o espaço do jornal em que são desenvolvidos artigos de opinião, que condizem com o pensamento do veículo. Nesse caso, o comum é que o texto publicado não esteja assinado. Na SiNUS, cada delegado do núcleo impresso vai trabalhar em duas linhas editoriais: o Povo e o Mercador. Os jornalistas escrevem para os dois jornais, alternadamente, de maneira que assim passem pela experiência de trabalhar em diferentes linhas editoriais.

Quais são elas? O povo é o jornal popular da simulação. Sua linha editorial é voltada ao bem

estar social. Para a editora, assim como para as leitoras, interessam assuntos


25 sobre a temática de melhor condição de vida da população. Alguns temas que podem estar relacionados à editoria são: discussões e resolução de problemas que afetam a vida de pessoas de determinado país e situações de crise que afetam a população. O Mercador é o jornal liberal da SiNUS. Sua linha editorial é voltada à questões econômicas, assim como assuntos que possam interessar empreendedores e investidores. Assuntos que podem se relacionar a ele, por exemplo, são: oportunidades para negócios, que possam surgir devido a acordos entre países, decisões que afetam a economia e pontos que possuem alguma influência, ou consequência, ao capitalismo de maneira geral.

Bateu dúvida?

É normal! Mas na simulação vai ficar bem mais tranquilo! Uma dica

certeira a guardar é: tratar os assuntos dos editoriais como valores-notícia. Assim, fica mais fácil notar quando algum deles aparecer nas discussões de comitê.


JORNAL ON


27 As mídias sociais configuram-se como plataformas que possibilitam a interação, o compartilhamento e a criação colaborativa de diversos formatos midiáticos. Essas ferramentas proporcionam a publicação de conteúdos como textos, fotos, vídeos, áudios de forma livre e sem grandes custos de produção e de distribuição. Exemplos: Facebook, Twitter, Youtube, Linkedin, entre outros.

Webjornalismo Antes apenas complemento para algumas empresas jornalísticas, hoje em dia o foco principal dos veículos de imprensa: o webjornalismo (jornalismo online, cyberjornalismo ou jornalismo digital) mostra-se como ferramenta ousada e versada para gerar espaços de fala mais abrangentes para uma sociedade contemporânea tão diversificada como a que estamos inseridos.

Conteúdo No meio digital, diferentemente dos veículos impressos onde os editores dispõem de domínio assegurado sobre suas produções, a interatividade (feedback) do público é um fator tão determinante que pode interferir no próprio fluxo das pautas. Outro aspecto interessante desse público específico é a seletividade quanto ao conteúdo que deseja consumir, possuindo, em meio a enorme gama de temáticas disponíveis e simultâneas, a viabilidade de escolher qual notícia, em qual plataforma e quando ler. Nesse cenário, é necessário encontrar formas de se destacar, por isso, os veículos informacionais vêem a indispensabilidade de se inserirem em mídias sociais como Facebook e Twitter. Muitos autores consideram que o conteúdo online deve ser repleto de movimentos, hiperlinks e outros artifícios, mas é importante lembrar que o conteúdo publicado nas redes não precisa conter obrigatoriamente todos os recursos tecnológicos disponíveis só porque eles existem, afinal o menos pode ser o mais. Considera-se, então, que não há um “formato para a Internet” ou “formato para a Web”, entretanto existem maneiras de se usar textos e outros conteúdos na mídia em rede onde cada uma tem uma aplicação determinada, com vantagens e desvantagens.


28

Princípios do Webjornalismo O webjornalismo possui alguns princípios fundamentais bastante característicos que o jornalismo impresso tradicional não é capaz de incorporar. Listados abaixo, sete princípios essenciais explicam os parâmetros de funcionamento desse meio multimídia - a Internet.

Hipertextualidade É o fenômeno correspondente às trocas incessantes de informação entre comunicólogos/ jornalistas e os consumidores das redes online. Gera a possibilidade de criar ligações entre os textos que circulam nos meios. Os hiperlinks são as ferramentas responsáveis por propiciar tais vínculos, onde um texto complementa o outro.

1

Multimidialidade Caracteriza-se pela viabilidade de apresentar conteúdos na internet, não somente com recursos de texto, mas incluindo outras mídias como vídeo, áudio e imagens. Nas plataformas online, há a possibilidade de apresentar pautas, reportagens e coberturas com incrementos gráficos e audiovisuais, permitindo aos consumidores absorver informações de formas diversificadas e mais atrativas.

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Interatividade A realidade onde os jornalistas escreviam e o público apenas lia, atualmente, pertence ao passado. Hoje, a possibilidade de interação direta com o produtor de notícias ou opiniões é um fator determinante no jornalismo digital. No mundo digital tudo está em constante construção, e nesse processo as próprias leitoras/usuárias participam ativamente. O feedback é o mecanismo fundamental da interatividade. O público é capaz de expor sua opinião e comentar livremente.

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Memória

É a capacidade de armazenamento de informação que a Internet detém. É um facilitador do processo comunicacional pois toda a produção jornalística inserida no ambiente online pode ser preservada indefinidamente. O custo de armazenamento de informação binária é barato, possibilitando assim o arquivamento de grande quantidade de informação em pouco espaço, Sendo que essa informação pode ser recuperada rapidamente numa busca por notícias.

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Personalização

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Os conteúdos presentes na Internet são tratados por computadores, e graças a isso, torna-se mais fácil colher informações das usuárias e oferecer-lhes mídias que se encaixem em seus perfis . Essa personalização de conteúdo pode se realizar de diversas maneiras. Muitos sites de informação e serviços permitem que a leitora escolha temas que lhe interessam e receba apenas notícias sobre eles, como a Google News ou BBC. Surgindo assim newsletter e outros sistemas que filtram as informações que o leitor ache relevante.

Instantaneidade

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O processo de produção de notícias do jornalismo online é distinto dos ritmos de rádio, TV e impresso. A alta velocidade de atualização de informações é um dos atributos ilustres da Internet, e neste ponto surge a necessidade da instantaneidade. No jornal impresso, a leitora tem que esperar até o dia seguinte para saber as novidades, no rádio e na TV, é preciso seguir as grades de programação. Na internet a notícia é publicada imediatamente, mesmo que em alguns casos, numa única linha, e ao longo do dia o conteúdo é atualizado e complementado. Mas isso pode gerar algumas falhas, visto a possível falta de apuração completa da notícia e na revisão do texto.


30 Ubiquidade

Instantâneo, adaptável, interativo, acessível, hiper e multi: o último elemento que compõe essa equação é a ubiquidade. O termo que se refere a capacidade de estar presente em todos os lugares ao mesmo tempo é um dos pilares de sustentação do universo online. Por efeito dessa globalização de dados, as informações veiculadas na Web são livremente acessíveis a qualquer usuário em potencial que queira visualizá-las. Essa propriedade aplica-se ao jornalismo digital no âmbito da utilização de plataformas diversas para divulgação de notícias, em diversas plataformas e linguagens.

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Comunicação de qualidade

Diminuir a distância entre a mensagem e o receptor é responsabilidade do comunicador. Uma comunicação efetiva necessita de uma percepção de alguns pontos, que costumam passar em branco. Público-alvo: antes de pensar o que falar, é importante pensar “para quem falar?”. Entender o seu público é de suma importância para que a mensagem chegue ao destino da forma mais impactante, objetiva e eficaz possível. Entender os participantes da SiNUS como jovens de ensino médio, escolarizados, que no geral gostam de celulares, memes, debates e outras coisas que permeiam tal faixa etária, social e intelectual é o que eleva sua mensagem de um conteúdo para um conteúdo bom.

Dicas de linguagem:

Para o melhor entendimento e maximização da clareza da mensagem, a linguagem precisa ser bem pensada. E aqui temos algumas dicas:

. . .

Prefira o uso da ordem direta: sujeito, verbo, predicado, complementos. Ex.: João comprou pão na padaria Use frases curtas. Cuidado com o uso excessivo do “que” e das vírgulas. Ex.: Já que encomendei o bolo, esquecerei a dieta > Encomendado o bolo, esquecerei a dieta.” Escreva frases simples que não possuam jargões ou palavras complexas. Ex.: Advogados peticionam contra fatiamento do mensalão. peticionar: entrar com a ação; pedir para o Juiz.


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31 Procure substituir as locuções verbais por apenas um verbo. Ex.: A festa de aniversário ocorre hoje. E não: A festa de aniversário vai ocorrer hoje. Utilize a voz ativa dos verbos. Ex.: O repórter leu a notícia (voz ativa). E não: A notícia foi lida pelo repórter (voz passiva). Tenha cuidado durante a revisão para evitar e corrigir ambiguidades. Ex.1: Crianças que recebem leite materno frequentemente são mais sadias. (Má colocação do adjunto adverbial). Ex.2: Sentado na varanda, o menino avistou um mendigo. Atente-se para o uso desnecessário de artigos. Ex.1: A greve se estendeu por (um) longo período. Ex.2: A menina doou (uns) livros ao orfanato. Evite o uso de pronomes possessivos. Ex.: Aquela velha senhora encontrou o garotinho em seu quarto. Produza textos para a web unindo redação jornalística e publicitária para informar e atrair. Ex.: “Você já conhece nosso blog? Não? Venha visitar e ler nosso último post. Palavras longas podem ser trocadas por sinônimos de menor extensão. Ex.: automóvel – carro. Evite escrever em CAIXA ALTA. Ao fazê-lo, você passa a impressão de estar GRITANDO com o leitor. Para dinamizar a leitura, coloque em negrito palavras chave da publicação/ artigo. As palavras estrangeiras devem ser escritas em itálico. Seu humor não é o mesmo do leitor, tenha cuidado. Leia, releia, enxugue, revise, revise mais uma vez e, então, publique.


32 Não use siglas em títulos, a não ser que sejam siglas amplamente conhecidas pela sociedade, como ONU e PT. Não escreva siglas sem antes dizer o que significam. Primeiro por extenso, depois a sigla entre parênteses. Ex.: Organização das Nações Unidas (ONU). Evite gerundismos. Ex.: Vamos estar publicando. < Publicaremos. Evite repetição de palavras e rimas. Ex.: Sou um mulato nato no sentido lato, mulato democrático do litoral.

Valores da SiNUS A linguagem também precisa abarcar o que há de mais intrínseco no evento em si. Nesta edição da SiNUS temos como princípios: i) cuidado, ii) empatia, iii) relações de confiança, iv) interesses mútuos e v) cooperação. Aplicar esses valores nos discursos e no que é passado por nós enquanto AC é de suma importância para a conversa mais próxima entre AC e SiNUS.

redes sociais As redes sociais são locais onde pessoas ou organizações estão conectadas em grupos e compartilham de objetivos e interesses comuns. Uma das principais características dessa rede é uma estrutura social que permite um relacionamento horizontal e não hierárquico entre os integrantes. A linguagem muda de rede para rede, conhecer e dominar cada espaço de linguagem é outro aspecto que soma em prol de uma boa comunicação.


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Abaixo você verá como funciona cada rede: BLOG Os blogs podem conter fotos, vídeos, links, além de ter capacidade para grandes quantidades de texto. A interação que o público tem com o blog é muito importante, por isso o seu uso para fomentar discussões torna-se interessante e útil. Por ser pouco instantâneo, o blog usa textos mais apurados, formais e completos.

FACEBOOK

INSTAGRAM

Pode-se utilizar textos, vídeos e fotos para uma transmissão mais completa de informações. Por ter todos os recursos multimídia, tem um potencial mais completo na passagem de informações. Comparado à outras redes sociais, o Facebook tem uma instantaneidade menor, o que faz com que as informações passadas tenham um cunho mais elaborado. A linguagem é diversificada, mas é importante achar o equilíbrio, não ser nem muito descontraído, nem muito sério.

Aplicativo de linguagem visual. O domínio de técnicas para produzir conteúdo visualmente interessante é importante para gerar engajamento. É uma rede mais descontraída.

TWITTER

Rede social de rapidez e instantaneidade alta, porém com baixa capacidade na transmissão de mensagens complexas. Suas interações diretas e indiretas possibilitam uma grande visibilidade para usuários que alimentam sua página com conteúdo que cativa o público (em geral piadas, trocadilhos ou os famosos memes). É uma ferramenta muito utilizada atualmente por sua portabilidade e “leveza”.


jornal AUDIO VISUAL


35 O jornal televisivo, também chamado de telejornalismo, como o nome sugere, abrange a produção jornalística para a televisão, utilizando recursos audiovisuais para construir as narrativas. No Brasil, de acordo com os estudos de Gramacho e Jácomo (2015), 95% das pessoas que se expõe aos meios de comunicação de massa consomem TV. Isso demonstra o potencial significativo de impacto daquilo que é veiculado na televisão, principalmente se for considerado que menos da metade da população brasileira tem acesso à internet. O telejornal é rápido e dinâmico, as informações são diretas e ditas de maneira simples. O tempo disponível para cada matéria precisa ser aproveitado ao máximo e da melhor maneira possível, além de ser criado de forma que o público, em sua maioria, entenda os conceitos. Ao criar uma matéria para um jornal televisivo, alguns elementos principais devem ser lembrados: cabeça, texto, imagem, off, passagem, entrevista e nota de rodapé. Juntos, eles compõem a estrutura básica de um VT (Videotape, ou fita de vídeo). A questão central é alinhar esses elementos à linguagem escolhida, à linha editorial e ao público alvo.

Imagem Para a televisão, a imagem é fundamental e no telejornalismo não seria diferente. É a imagem que captura a atenção do público e cria uma ponte entre a informação narrada e o telespectador. Ela complementa o texto, oferecendo mais informações que não tem tempo de serem ditas. Os elementos visuais vão desde o cenário, a cena em si, a fotografia – que inclui cortes, planos, jogos de câmera, etc. – a elementos gráficos e digitais que podem ser incorporados. Toda essa linguagem não-verbal deve estar em harmonia com o discurso. Para que isso aconteça, é necessário um bom diálogo entre o/a produtor/a, o/a repórter e o/a cinegrafista, de modo que toda informação apresentada esteja coesa com a matéria.

Conteúdo O telejornal apresenta notícias similares aos de outros meios, com fatos importantes do dia tendo certa prioridade e matérias sobre política, esportes, economia, saúde, tempo sendo exibidas quase diariamente. Para cada editoria, os valores-notícia se adequam aos temas e áreas de atuação, mas sem perder de vista os critérios centrais de noticiabilidade.


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Profissionais Repórter: é a responsável pela reportagem, que produz a matéria, faz

entrevistas, compartilha suas visões com a/o cinegrafista, escreve e apresenta os textos jornalísticos.

Produtora: é a pessoa que organiza tudo com antecedência, para que os

problemas no set sejam mínimos. Isso inclui arrumar locações de filmagem, organizar horários com entrevistadas, ajuda no transporte, dentre outras atividades. Existe nas redações de grandes empresas de comunicação a tendência de que os produtores também façam a apuração das informações compartilhadas com o repórter.

Cinegrafista: acompanha a/o repórter nas ruas e registra todas as imagens

que serão utilizadas na matéria, como planos da paisagem, do repórter e pessoas envolvidas na notícia. É importante haver um bom diálogo entre a cinegrafista e a repórter para o texto e as imagens estarem em sintonia.

Editora de imagem: monta e edita o material bruto da cinegrafista, juntando

todas as reportagens e introduções do set no computador, fazendo o jornal se tornar um vídeo contínuo e completo.

Texto Telejornalístico O texto para o telejornal precisa ser simples, direto e fácil de entender pelo maior número possível de pessoas, levando em conta o público alvo. A televisão é um veículo de massa consumido por 95% da população que se expõe ao meios e portanto, assistida por quase todas as classes sociais. Assim, a linguagem deve ser simples, para que as informações transmitidas pelo jornal possam ser assimiladas. Palavras rebuscadas e difíceis devem ser evitadas, assim como redundância, que pode confundir os telespectadores. Deve-se manter a linguagem formal, pois é um meio que deve inspirar confiança e credibilidade gírias e palavras de baixo calão afetam essa imagem.


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Elementos do texto telejornalístico Escalada: é a prévia de todas as reportagens do dia, apresentada pela/o

âncora antes da abertura do jornal. Não deve responder às questões básicas e centrais da matéria, deve dar apenas informação suficiente para que a telespectadoraa fique curioso e continue assistindo.

Cabeça e nota de rodapé: são textos curtos ditos pelo âncora antes e

depois de cada reportagem. Elas amarram as pontas do fim de uma matéria no caso da nota de rodapé que inclui algumas informações não mencionadas na reportagem - e dão o gancho para a próxima com uma curta introdução do tema e apresentação da/o repórter.

Passagem e off: a passagem é quando a/o repórter aparece no vídeo para

ser parte dos recursos visuais da matéria. É usada quando a informação é difícil de ser transmitida por imagens e o repórter se torna um auxílio visual para quem assiste àquela transmissão. O off é a narração do repórter sem sua presença no vídeo, contém apenas a voz para complementar a imagem, sendo usada quando vídeos caseiros e gráficos explicativos, por exemplo, precisam ser apresentados sem a presença do repórter.

Script: funciona como um roteiro para toda a equipe, tendo as informações e

pontos-chave da matéria para serem apresentados desde os movimentos de câmera, ao tema da reportagem e quem a fez.

Tipos de matéria Entrevistas são um dos recursos mais utilizados no telejornalismo. Elas fazem a notícia parecer mais confiável e crível, além de trazer outras opiniões para a história ao fazer a reportagem parecer mais abrangente. Elas devem ser rápidas e diretas , ou o telespectador irá se cansar. É recomendado então fazer perguntas simples mas relevantes e que tragam mais informações novas. Uma reportagem do tipo “povo fala” é quando o repórter, tentando mostrar qual a opinião do público geral, aborda passantes de rua e pergunta sobre o tema. Com algumas poucas amostras, o telespectador entende a opinião simples e geral da região.


38 A nota coberta é geralmente feita em off, ou seja, sem o repórter presente no vídeo. É utilizada quando não houve tempo de criar uma reportagem mais completa ou se a notícia não tem relevância suficiente para ter uma reportagem completa.

Manual de redação e estilo para jornal televisivo A linguagem de qualquer meio de comunicação depende do público alvo e das características técnicas do suporte. É preciso utilizar uma linguagem que a audiência seja capaz de dialogar, de compreender sem grandes dúvidas, de persuadir a telespectadora e fazê-la acreditar no que está sendo dito. Sem a capacidade de voltar atrás para ouvir novamente o que foi falado, o discurso precisa ser claro e conciso para que seja entendido rápido e facilmente. Mesmo que o público seja mais acostumado com uma linguagem informal, essa não é utilizada nos telejornais por prejudicar a aparência de credibilidade. A linguagem e aparência formal de âncoras e repórteres é imprescindível.

LEMBRE-SE SEMPRE: O jornal televisivo se utiliza de um suporte audiovisual. Isso significa que o texto narrado é interdependente da imagem e vídeos utilizados. As repórteres devem sempre tomar cuidado com as imagens que irão cobrir suas falas pois o meio televisivo se torna o que é por meio da harmonia entre recursos sonoros e visuais.

Radiojornalismo É a prática de jornalismo feita para o rádio. Por ser jornalístico, possui temas comuns aos demais veículos de comunicação, como o jornal impresso, televisivo e portais de notícia na internet. Mas por ser radiofônico, utilizase desses temas com uma linguagem apropriada: texto simples e claro, de maneira que seja entendido ao ser escutado apenas uma vez. A ouvinte deve ter a impressão de que a/o radialista está falando com ela/e, e não lendo para ela. Para entender a sua composição, é necessário ter claro alguns elementos básicos do jornal em rádio: tempo, estrutura, cabeça, texto, sonora, passagem e pé.


39 Tempo

É o que irá direcionar o tamanho da matéria. Toda criação dependerá do tempo disponível para sua execução. Caso esteja em aberto, deve-se apelar ao bom senso. O ouvinte não mantém o mesmo nível de concentração quando a matéria passa da duração de dois minutos. O sucesso da matéria está mais ligado a conseguir transmitir com exatidão determinado assunto do que o tempo em que fica no ar.

Estrutura

A matéria padrão contém pelo menos uma sonora de um entrevistado. Isso passa mais credibilidade ao ouvinte, pois mostra que o repórter foi atrás de comprovar a informação que está sendo transmitida. Deve sempre começar com o lide, trazendo o mais atrativo da notícia para o início, com a intenção de conquistar o ouvinte na primeira frase.

Cabeça

É o momento em que a locutora introduz a matéria que entrará no ar. Deve ser um resumo do que a matéria tem de mais interessante. Entretanto, deve ser diferente da abertura feita pela repórter. Para que não haja repetição, uma alternativa é utilizar a abertura da matéria (lide) como cabeça, e utilizar a entrada do repórter como uma continuação (sublide).


40

Texto Assim como em qualquer outro veículo de comunicação, a redatora deve ser clara, direta, simples e objetivo/a. A grande diferença do rádio para os outros meios da imprensa inscrita é a instantaneidade. O ouvinte só tem uma oportunidade para entender o que está sendo dito. É como se a mensagem no rádio se dissolvesse assim que é levada ao ar. O jornalista precisa ter em mente que está contando uma história para alguém. Sem apelar para chamar atenção, e respeitar as regras do idioma.

. . . . . . .

Algumas recomendações gerais para o texto são: Evite usar “ontem” e “não” no lide. O “ontem” envelhece o texto. O “não” provoca desinteresse por parecer uma informação negativa. Ninguém liga o rádio para saber o que não aconteceu, ou ouvir coisas antigas. Prefira a ordem direta. A regra é sempre: sujeito + verbo + predicado, isso facilita a compreensão do que está sendo dito. Evite frases longas, pois elas dificultam a respiração da locutora e comprometem o entendimento por parte de quem ouve. Preste muita atenção ao efeito sonoro das rimas e palavras com a mesma terminação. “A organização da programação da televisão está fora de questão!”. Cuidado com os cacófatos - aqueles encontros de sílabas de palavras diferentes que podem formar sons desagradáveis ou palavras obscenas -, como: boca dela, por cada, por rádio, confisca gado. A ideia é passar uma mensagem de cuidado e respeito, e não acabar sendo mal-interpretada por uma união de fonemas acidentais. Os pronomes possessivos (seu, sua, seus e suas) podem confundir quem está acompanhando o noticiário. Por isso, é melhor escrever “a delegada saiu com o marido dela” em vez de “a delegada saiu com seu marido”. Fuja do “queísmo”. Repetir o “que” numa frase atrapalha o ritmo e empobrece o texto.


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41 Escreva na lauda (alto da página) a forma correta da pronúncia do nome de uma pessoa, ou determinado lugar, para não cometer erros. A leitura de frase no singular é mais fácil do que no plural. A combinação artigos e nomes próprios, por remeterem à ideia de proximidade, também pode ser arriscada. Via de regra, essa familiaridade é incompatível com a linguagem jornalística, então é necessário ponderar se vale a pena mesmo usar: análise a partir do programa, do tema, da linha editorial escolhida, com quem e de quem se fala. Por exemplo: “a Dilma Rousseff”.

Sonora É um trecho de áudio da gravação do entrevistado. Precisa ser bem escolhido! Separa-se momento compatível com o que a matéria está utilizando. Não deve ser muito longo, e existem duas opções para o utilizar: detalhamento de uma informação importante contida na cabeça ou a apresentação de mais informações que acrescentem o que está sendo dito na matéria.

Passagem É o momento em que é introduzido a sonora. Precisa ser suave, com alguma informação diferente. Permite que a matéria se torne muito mais elaborada e, consequentemente, mais interessante.

Pé Espaço após o texto em que se coloca uma informação adicional do entrevistado ou entrevistada que participou da sonora, de maneira que fique mais claro quem é a personagem para a ouvinte. Ou a apresentação de algum dado pouco trabalhado pela/o repórter, para que sirva de comentário e aprofundamento pela locutora ou locutor.

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Ele deve ser facilmente lido. Com espaço de 1,5 ou duplo. Letras em um bom tamanho, para facilitar a leitura. Sublinhar ou colocar em negrito palavras que devem ter ênfase. Digitar em apenas um dos lados do papel. Escrever números por extenso, por exemplo “30 milhões de dólares foram investidos”, ao invés de “ U$ 30.000.000 foram investidos”. O ideal é que cada folha termine com um ponto final.


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Texto do Rádio

O formato ideal para se construir o texto de rádio que irá auxiliar na elaboração do tempo do seu programa, é:

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Utilização de fonte Arial, tamanho 12 em parágrafo justificado pois, o tempo de cada linha discorre 5 segundos, ou seja, se um texto tem 4 linhas, o tempo será de 20 segundos de fala, o que chama-se de LOCUÇÃO.

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Programas de Rádio possuem músicas ou algum tipo de sonoplastia, o termo usado é TÉCNICA e com ela informamos o som, ou BG (termo advindo

RESUMINDO: Decida antes o que dizer e coloque no papel. Faça lista de ideias em uma ordem lógica. Deixe a abertura interessante e informativa. Antes de escrever, fale em voz alta o que quer dizer. Escreva para a/o ouvinte individualmente. Imagine que está conversando com ela enquanto escreve. Use “sinalizadores” para explicar e marcar sua fala, e a pontuação para que a locução fique clara. Use a linguagem coloquial comum. Escreva sentenças ou frases curtas. Digite o roteiro com espaços e de maneira muito legível. Se tiver dúvida, opte pela simplicidade! Lembre sempre de expressar, e não impressionar.


43

Referências Bibliográficas BELTRÃO, Luiz. Técnica da Notícia e da Reportagem no Jornal Diário do Professor Luiz Beltrão: Comentários a um Clássico do Jornalismo Brasileiro. 1969. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/ encontros-nacionais/6o-encontro-2008-1/A%20Imprensa%20Informativa.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2017. CANAVILHAS, João Messias. WEBJORNALISMO - Considerações Gerais sobre o Jornalismo na Web. Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/canavilhasjoao-webjornal.pdf>. Acesso em: 16 mar.2017. ______. WEBJORNALISMO - 7 Caraterísticas que marcam a diferença. Disponível em: <http://www.labcom-ifp.ubi.pt/ficheiros/20141204-201404_ webjornalismo_jcanavilhas.pdf>. Acesso em: 03 abr. 2017. FONSECA, Alana. Juiz federal manda soltar os três últimos presos temporários da Operação Carne Fraca: Decisão do juiz federal Marcos Josegrei da Silva é de sábado (25). G1 PR, Curitiba. Disponível em: <http://g1.globo.com/pr/ parana/noticia/juiz-federal-manda-soltar-os-tres-ultimos-presos-temporariosda-operacao-carne-fraca.ghtml>. Acesso em: 26 mar. 2017. GRAMACHO, Wladmir; JÁCOMO, André. Padrões de uso dos meios de comunicação no Brasil e seu impacto sobre níveis de informação política. REVISTA DEBATES, Porto Alegre, 2015. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/ index.php/debates/article/viewFile/59138/35787>. Acesso em: 30 mar. 2017. JORGE, T. M. Manual do Foca: Guia de sobrevivência para jornalistas; Ed. Contexto; 2008. JUNIOR, P. Costa. Luiz. A Apuração da notícia. Rio de Janeiro: Vozes, 2006. p. 70. MEDINA, Cremilda. Entrevista - O diálogo possível. Disponível em: <http:// docslide.com.br/documents/livro-entrevista-o-dialogo-possivel-cremilda-dearaujo-medina.html>. Acesso em: 26 mar. 217.


44 MODZELESKI, Alessandra. Procurador é impedido de participar de audiência por estar sem gravata. Correio Braziliense, Brasília, 16 mar. 2017. Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2017/03/15/ interna_cidadesdf,581088/procurador-e-proibido-de-participar-de-audienciapor-estar-sem-gravata.shtml>. Acesso em: 16 mar.2017. PENA, Felipe. 1000 Perguntas sobre Jornalismo. Rio de Janeiro: Editora Rio, 2005. PERISSÊ, Juliana Cabral. Texto para Mídias Sociais. Guia de Mídias Facto. 2a ed. 2015. SALTORI, Renato Nogueira. Como tirar fotos com celular - 7 dicas fáceis. Disponível em: <http://www.fotografiaprofissional.org/como-tirar-fotos-comcelular/>. Acesso em: 26 mar. 2017. SOUZA, Jorge Pedro. Fotojornalismo: Uma introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. 2002. 160 p.Pesquisador (Centro de Estudos da Comunicação)- Universidade Fernando Pessoa, Porto, Portugal, 2002. Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/sousa-jorge-pedrofotojornalismo.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2017.



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