Arte e Cidade: Um Protótipo em Ribeirão Preto

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ARTE E CIDADE: UM PROTÓTIPO EM RIBEIRÃO PRETO

João Victor Chaves dos Santos



ARTE E CIDADE: UM PROTÓTIPO EM RIBEIRÃO PRETO

João Victor Chaves dos Santos Professora Dra. Carolina Margarido Moreira Trabalho final de Graduação Universidade Paulista - Campus Vargas Arquitetura e Urbanismo Ribeirão Preto 2018



AGRADECIMENTOS! Agradeço à minha mãe, que me dá apoio e suporta comigo as dificuldades imprevisíveis da vida, que sabe ouvir e dizer àquilo que está além do óbvio.

Por fim, ao meu pai, homem firme de peito enorme, por ser inesquecível. Também sou grato por todo ensinamento referente à inconstância da vida!

À minha irmã, Laura, que me entendeu nessa jornada e me distraiu com assuntos incomuns, e por ser a alegria da nossa família!

Para você:

À minha orientadora, Carolina Margarido, por todo empenho, paciência e capacidade de transmitir conhecimento, por incentivar e acreditar nesse trabalho.

‘‘Naquela mesa ele sentava sempre, e me dizia sempre o que é viver melhor.

À Prof.a Tatiana Gaspar e à Prof.a Ana Miranda, que sempre incentivaram discussões e por despertarem em mim o cuidado no discurso e desenho. Ao grande amigo, Marcio Almada, que sempre acreditou em desafios e na boa arquitetura, por me emprestar materiais, ferramentas e seu tempo. Aos amigos sinceros presentes em minha vida, esses que não precisam de justificativas ou motivos.

Naquela mesa ele contava histórias que hoje na memória eu guardo e sei de cor. Naquela mesa ele juntava gente e contava contente o que fez de manhã. E nos seus olhos era tanto brilho, que mais que seu filho, eu fiquei seu fã.’’ Gonçalves, Nelson. ‘‘Naquela mesa’’ por Sérgio Bittencourt. 50 anos de boemia, Vol. 1. Bmg Ariola, 1996.



Abstract

Resumo

In the face of mercantilist logic, as the cities expand, consequently, part of the urban dynamics is extinguished, and the centers become abandoned spaces. For the citizen the paths, the environments of leisure and culture become more and more distant. Above all, built space can not be used as a mercy of weather and weather, due to several factors among them, a real estate speculation. In contrast to this scenario, several artists seek ways to promote cultural spaces in the urban environment. Thus, focusing on artistic production, the present work intends to expose the ways of requalifying the abandoned buildings and the residual spaces in the Center of Ribeirão Preto. Concluding a discussion with an implicit cultural program that already existed in the Banco of Brasil of Américo Brasiliense Street, along with leisure and housing areas.

Diante da lógica mercantilista, à medida que as cidades se expandem, consequentemente parte da dinâmica urbana extingue-se, e os centros se tornam espaços abandonados. Para o cidadão os percursos se alongam, e os ambientes de lazer e cultura tornam-se cada vez mais distantes. Sobretudo, o espaço edificado pode não ter uso ficando à mercê do tempo e intempéries, devido a vários fatores entre eles, a especulação imobiliária. Em confronto com esse cenário vários artistas buscam de forma alternativa por espaços de fomentação cultural no ambiente urbano. Com foco na produção artística, o presente trabalho pretende expor maneiras de requalificar edifícios abandonados e espaços residuais no Centro de Ribeirão Preto. Conclui a discussão com um programa cultural implantado no que antes era o Banco do Brasil da Rua Américo Brasiliense, juntamente com áreas de lazer e moradia. Palavras-chave: Reuso; Ribeirão Preto; Políticas públicas; Especulação Imobiliária; Arte e Cidade.



SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 11 ARTE 12

14 BERLIM 18 SÃO PAULO 19 RIBEIRÃO PRETO 25 ARTE E RIBEIRÃO

ARTISTAS 30

31 ATELIÊ 32 ESPAÇOS PRODUTORES 34 ESPAÇOS EXPOSITORES

URBANO 36 NOSSA ÁREA

36 CRESCIMENTO 39 ESPAÇOS RESIDUAIS

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42 LEVANTAMENTO 46 RECORTE 49 CARACTERIZAÇÃO 58 LEGISLAÇÃO

LEITURAS 60

60 REUSO 64 HABITAÇÃO E ARTE

PROPOSTA 67

69 A IMAGEM 74 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS 76 ESTACIONAMENTOS 77 O PRÉDIO 80 CLIMA

PROJETO 83

86 ARTE 100 LAZER 114 MORADIA

CONCLUSÃO 151 REFERÊNCIAS 153


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FIGURA: Alguns edifĂ­cios abandonados FOTO: Acervo pessoal


APRESENTAÇÃO De um modo geral, este trabalho final de graduação em Arquitetura e Urbanismo visa apresentar um equipamento cultural ativo e atuante em Ribeirão Preto, para que este dê suporte às atividades artísticas já existentes no município e região. Muito se fala sobre a desvalorização dos espaços urbanos existentes, especialmente aqueles permeados por espaços residuais ou vazios urbanos1; do papel da arte em geral; da importância do patrimônio histórico; e da estreita relação entre cultura e cidade, pois a urbe não surge sem troca, aglomeração, cultura. Justamente por isso, o presente trabalho busca relacionar a desvalorização citada com o tipo de desenvolvimento urbano da cidade, através da discussão de conceitos como: especulação imobiliária, gentrificação e instrumentalização da cultura para fins puramente mercadológicos. Neste caso específico, como resultado de um sistema de urbanização de cidade espraiada, os vazios urbanos existentes em Ribeirão Preto foram, talvez, propositalmente distribuídos. Com ocupações direcionadas para vetores específicos, principalmente Norte e Oeste, com habitações de interesse social, e Sul, com desenvolvimento de condomínios para classe média/alta. O centro já consolidado foi aos poucos sendo “abandonado”, mesmo no quadrilátero central - onde o tecido urbano pode oferecer toda a infraestrutura necessária, além de espaços culturais, comércio e serviço, sendo também notável a presença de imóveis sem uso, e inúmeros lotes com estacionamento. Muitos espaços não cumprem sua função social em uma malha urbana qualificada pronta para receber programas

de diferentes complexidades. Ao mesmo tempo em que esse aspecto compõe parte da dinâmica espacial do centro, artistas buscam espaços para expor seus trabalhos, travam lutas diárias contra a burocracia para produzir e expor no espaço público. Quando possível, realizam intervenções artísticas como as que já acontecem no calçadão e nas praças, ou então, buscam em espaços consolidados o apoio e oportunidade para apresentarem seus trabalhos. Conhecendo e unindo essas características artísticas e urbanísticas da cidade, o ponto chave para o exercício de projeto é a busca por reutilizar espaços residuais e construções abandonadas no Centro da cidade. Com levantamento histórico, análise e reflexão sobre como a cidade participa na produção e vida dos artistas, o trabalho visa, através da Arquitetura e Urbanismo, fazer desses espaços subutilizados lugares acolhedores para que artistas possam habitar e trabalhar, para que essa parcela da sociedade possa ‘’fazer arte’’.

A respeito do reuso, em entrevista para Revista Carta Capital, Paulo Mendes da Rocha coloca que: A transformação do uso, a transformação da mesma coisa, com outro uso. Você não vai demolir tudo. A construção exige – cada vez mais, mas sempre exigiu – complexidades tão delicadas do conhecimento, como fundações, distribuição de carga, sistemas estruturais. Aquilo que a técnica mostra que evoluiu. Hoje você pode fazer uma estrutura metálica, pode construir com concreto, o próprio concreto armado, depois armado e protendido. São coisas que evoluíram no tempo. Uma vez realizado aquele edifício, suponha, ele pode ser transformado por dentro. É o que se vê.2

Por meio das discussões recorrentes de arquitetura apresentadas, a ideia do reuso de estruturas parece ser coerente para aplicação especialmente no centro da Cidade de Ribeirão Preto. Questões como locomoção e transporte, diversidade de usos e concentração de público alvo foram outros pontos analisados para a implantação do programa localizado no Centro.

1 conceito de Terrain Vague desenvolvido por Solà-Morales diz respeito aos espaços des- 2 Entrevista concedida por Rocha, Paulo Mendes da. Entrevista I. [ago. 2017]. Entrevistador: habitados, espaços caracterizados como restos que permanecem fora da dinâmica urbana. Jotabê Medeiros. São Paulo, 2017

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ARTE Constantemente questionada sobre o seu papel ou então sobre sua própria existência, muitas definições e exemplos poderiam ser citados. Mas é fato que a arte sempre esteve envolvida nos processos de evolução das cidades, seja nas questões políticas, culturais ou urbanas, funcionando como um instrumento de interação que visa o cultivo dos próprios cidadãos. Segundo o professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, Ronaldo Reis (2014), na polis o artista não tinha um lugar social definido, pouco se fazia a respeito de conceituações e entendimento, para que a arte pudesse, então, ter um abrigo. Já na cidade dividida pelo trabalho no renascimento, o artista conseguiu seu lugar, já que a arte passou, então, a ser mercadoria.

Desde então a arte volta a deixar de ser exclusivamente dos museus ou de coleções particulares, transformando o espaço público e consequentemente, a cidade serviu como um berço ao acolhê-la. O espaço puro e descontaminado da galeria foi resubstituído pelo espaço da rua, do cotidiano, da vida real. A arte pôde ser recebida em outros lugares: os hospitais, os cruzamentos de trânsito, os mercados, os cinemas, os prédios abandonados, o espaço urbano, enfim.

A partir dos anos 1960, a arte passou a questionar as funções e valores estéticos do período moderno, seguindo, então, um novo conceito na produção da arte: Com a contemporaneidade, coloca-se em discussão o papel e o lugar da arte promovendo a sua saída dos espaços idealizados das instituições. A arte realizada nos espaços públicos converte-se em estratégia de aproximação com a realidade e com o público. As obras de intervenção nos espaços urbanos, em sua maioria, lidam com o conceito de site-specific, caracterizado pela indiscernibilidade entre a obra e o lugar. (CARTAXO, 2009)

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FIGURA: Cabeça feminina arcaística. Século I. Mármore grego insular. Museu do Palatino. FOTO: Marcelo Albuquerque, 2015.

FIGURA: Galeria de Arte - Porto, Portugal FOTO: Vantag Galeria Foto Editora


FIGURA: Bird #6 - Arlin (Brazil) - Worcester 2016. FOTO: Steve King.

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BERLIM

Berlim, conhecida por sua ligação com a Segunda Guerra Mundial, também é sinônimo de arte. A capital Alemã concentra diversos museus, sendo destaque no continente Europeu e por ter uma produção artística reconhecida mundialmente. A arte nessa cidade está nos museus, nas ruas, e até mesmo em diversos edifícios abandonados que são reconhecidos como patrimônio histórico para a população.

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FIGURA: lo bro’s FOTO: tcb613 (2011)


Muro de Berlim/East Side Gallery. O mundialmente famoso muro de Berlim, que dividia a cidade em Ocidental e Oriental, simbolizava também a divisão do mundo em dois blocos: o bloco capitalista e o bloco comunista. Um trecho do muro é hoje utilizado para exposições ao ar livre: este trecho tem 1316m de extensão e contém 106 pinturas de artistas de diversas partes do mundo.

FIGURA: East Side Galerry FOTO: Itinari.com

O espaço público é registro histórico e suporte para arte.

Hamburger Bahnhof A antiga estação de trens Hamburger bahnhof, no centro de Berlim, abriga um museu de arte contemporânea. O prédio, de estilo Neoclássico construído entre 1846 e 1847, foi remodelado em 1996 para uma nova função. Hoje o edifício abriga obras de Andy Warhol, obras de artistas modernos e exposições temporárias. FIGURA: Brice Marden Installationsansicht FOTO: VG Bild-Kunst, Bonn 2017

FIGURA: Hamburger bahnhof FOTO: David von Becker

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FIGURA: Bicicletários e grafites se espalham pelas ruelas FOTO: O Globo / Vitor Diniz (2017)

Bairro Mitte

Frutos do reuso de edifícios ou não, os espaços aqui destacados apoiam a discussão e produção de arte contemporânea, sobretudo no espaço público, dando visibilidade para artistas de diversas partes do Planeta.

A região central da cidade de Berlim é também um dos bairros mais pulsantes da cidade. O bairro Mitte recebe um grande fluxo de artistas, já que o muro de Berlim, o memorial dos Judeus assassinados na Europa e ilha dos Museus são alguns dos pontos turísticos.

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FIGURA: O antigo centro de artes Tacheles (RIP) FOTO: @emma.v.martell


FIGURA: Fachada Urban Spree FOTO: UrbanSpree (2018)

Urban Spree Urban Spree é um espaço artístico de 1700 metros quadrados em berlim-Friedrichshain decidado às culturas urbanas. O espaço abriga exposições, moradia para artistas, oficinas de bricolage, concertos, uma loja de arte e um grande bar. Os artistas podem morar nesse espaço através do programa da Urban Spree de Residência artística de médio prazo.

FIGURA: Fachada Urban Spree FOTO: UrbanSpree (2018)

FIGURA: Navigations - Bisco Smith - 2018 FOTO: @jazmoshi (2018)

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SÃO PAULO

Para Peixoto (2012), a cidade vive um processo de mudança incessante, muitas vezes em moldes predatórios, de destruição a pretexto de reconstruir-se, de derrubada do antigo e significativo em favor do novo, funcional e nem sempre bem concebido. Por outro lado, a cidade é um manifesto de atividades artísticas. Museus como MASP, MUBE, MAM possuem acervos com obras de renome mundial, além de inúmeras galerias com obras de artistas jovens. Nas ruas, a arte está nas paredes e em todo lugar através do graffiti. Obviamente concentra diversos artistas de todas as vertentes.

FIGURA: Museu aberto de arte urbana. FOTO: Guia Da Semana

O espaço público é tomado por arte, como acontece ao longo da Avenida Cruzeiro do Sul: entre as estações Santana e PortuguesaTietê as colunas que sustentam o trecho elevado da Linha Azul do Metrô ganharam 66 painéis de grafite, sendo o primeiro Museu Aberto de Arte Urbana do Brasil e do mundo. (ALMEIDA, 2014) Há também espaços para atividades alternativas, como na Galeria Coletivo, onde o espaço de exposição e atividade artística se mistura com um bar e conversas. FIGURA: Museu aberto de arte urbana. FOTO: Guia Da Semana

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FIGURA: Graffiti Niemeyer FOTO: Eduardo Kobra (2017)


RIBEIRÃO PRETO MARP Já sobre a Região Metropolitana de Ribeirão Preto, podemos destacar uma economia robusta e diversificada, com empresas agrícolas, industriais, de alta tecnologia, comércio e serviços, além de ser destaque nos sistemas logísticos em transportes, comunicação e segurança. Ribeirão Preto abriga grandes empresas de alta capacidade para atender o mercado interno e externo de alimentos, além de sediar importante evento no setor do agronegócio, a Agrishow. (EMPLASA, 2018) A região de Ribeirão Preto configura-se como um dos principais polos econômicos do país, ninguém discute. Como também ninguém põe em questão a contribuição nesse processo do substantivo de aparelhos ligados à cultura e educação, a começar pelas universidades e se estendendo por teatros, museus, centros culturais etc. A cidade é, portanto, centro de diversas atividades artísticas, como Teatro, dança, música e pintura. Abriga espaços para os diversos gostos, entre eles:

O prédio construído no início do século passado para ser a sede da Sociedade Recreativa de Ribeirão Preto abriga hoje o Museu de Arte de Ribeirão Preto (MARP). O museu já sediou várias exposições com representativos artistas brasileiros, como Alfredo Volpi, Arthur Bispo do Rosário, Bassano Vaccarini, Cristina Barroso, Dudi Maia Rosa, Edouard Fraipont, Fábio Miguez, Francisco Amêndola, Franz Weissmann, Iberê Camargo, Laura Vinci, Leda Catunda, Luiz Hermano, Odilla Mestriner, Paulo Whitaker, Pedro Manuel-Gismondi, Rosana Monnerat, Sandra Cinto, Sérgio Romagnolo, Sérgio Sister, Siron Franco, Tomie Ohtake e tantos outros. (Marp - Museu de Arte de Ribeirão Preto) Além disso, o MARP é responsável, junto à algumas galerias, por um programa de exposições anual que traz artistas contemporâneos de diversas regiões do país. O programa de seleção para o Salão de Belas Artes de Ribeirão Preto (SARP) que acontece no MARP, é também uma oportunidade para os artistas brasileiros e estrangeiros (residentes no país há mais de 3 anos).

FIGURA: MARP – Ribeirão Preto Museum of Art FOTO: Felipe Cama (2011)

O prédio, dividido em dois pavimentos, contempla um amplo espaço de exposição. Nesses espaços também acontecem debates, conversas e palestras com artistas. O museu, com fachada eclética, esconde seu interior que utiliza do conceito ‘’cubo branco’’.

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GALERIAS Algumas galerias de arte de Ribeirão Preto também exibem trabalhos de artistas jovens e/ou de renome, a Galeria Marcelo Guarnieri3 que permanece focada em um diálogo contínuo entre a arte moderna e contemporânea, exibindo e representando artistas de diferentes gerações. Conceitos de minimalismo desenham a fachada da galeria, dando a ideia de um grande volume branco e limpo que está conectado com o térreo. Da mesma forma o Instituto Figueiredo Ferraz (IFF) apresenta um programa amplo de exposições, cursos, palestras, etc. O Instituto tem como ponto de partida a coleção de arte contemporânea de Dulce e João Carlos de Figueiredo Ferraz, com artistas de renome internacional. Para o IFF, a cultura deve acompanhar o desenvolvimento econômico, sendo assim, além de apresentar entretenimento de alto nível, também visa alimentar o sistema educativo da região, oferecendo um insumo fundamental para a formação dos jovens: o insumo estético, essencial para o desenvolvimento da imaginação e, portanto, para sua capacidade de sonhar.

FIGURA: Fachada Galeria Marcelo Guarnieri FOTO: Galeria Marcelo Guarnieri (2018)

A galeria é ampla, com 2 pavimentos destinados à exposições, fora recepção e área administrativa, auditório e biblioteca. A presença da luz natural é marcante nesses espaços. Embora as obras possam estar em variados lugares, a galeria é demarcada por paredes que funcionam também como elementos de ‘’transição’’ entre diversos trabalhos ali expostos.

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3 Marcelo Guarnieri iniciou as atividades como galerista nos anos 1980, em Ribeirão Preto, e se tornou uma importante referência para as artes visuais na cidade.

FIGURA: Interior Instituto Figueiredo Ferraz FOTO: Revide (2015)


SESC

UGT

O Serviço Social do Comércio (SESC) é uma entidade mantida por empresários do comércio de bens, serviços e turismo e visa proporcionar qualidade de vida aos seus colaboradores. O Sesc alcança cerca de 2,2 mil municípios em todas as regiões do Brasil, com unidades fixas ou móveis, nas capitais, periferias ou em cidades pequenas.

A UGT, é uma organização com o objetivo de fomentar a cultura, sediar eventos de interesse social e preservar a memória, sempre em busca de uma sociedade mais justa e democrática. O centro cultural oferece diversas atrações, cursos e oficinas semanalmente, além de muitos eventos a preços populares com intervenções artísticas, grupos teatrais e bandas de Ribeirão e Região.

O programa possui centenas de unidades distribuídas no território nacional, oferecendo atividades de ensino, cultura, saúde e lazer. No caso de Ribeirão Preto, a unidade está localizada na Rua Tibiriçá, e é referência quando o assunto é atividade cultural. O equipamento oferece shows, exposições, salas de leitura, teatro, dança, circo, entre outros.

Sede da Associação Amigos do Memorial da Classe Operária, o prédio da União Geral dos Trabalhadores (UGT), assim como o Armazém Baixada, também passou por um processo de restauração e tornou-se um símbolo cultural ribeirão-pretano. Está localizado na ‘’baixada’’ de Ribeirão Preto, na Rua José Bonifácio, 59. (SILVA, 2016) Com grande área para shows e bar ao fundo, ali também acontecem debates e atividades relacionadas à Arte urbana.

FIGURA: Fachada UGT FOTO: João Paulo Biason (2015)

FIGURA: SESC Ribeirão Preto FOTO: ACidadeOn (2017) FIGURA: Homenagem ao trabalhador - Paulo Camargo 2004 FOTO: UGT(2013)

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ARMAZÉM DA BAIXADA O antigo galpão passou por um processo de requalificação para abrigar as atividades culturais do espaço conhecido como Armazém da baixada. Espaço produzido por agitadores culturais ligados à UGT, o Armazém da baixada é um Centro Cultural que transmite arte em shows, peças teatrais, espetáculos de dança, entre outros, com valores ‘‘acessíveis’’. As marcas do tempo estão na estrutura do telhado, nas paredes e em todos os cantos. O espaço é despojado e simples, sem soluções luxuosas. Os usos desse espaço são distribuídos horizontalmente, contando com estacionamento próprio, bar, mezanino, além do palco. FIGURA: Fachada Armazém da Baixada - Aurelios Lobão FOTO: Armazém da Baixada (2016)

FÁBRICA DE EXTINTORES Localizada na Região Norte da cidade, na rua Flávio Uchoa, a Fábrica é um espaço de fomentação artística, com espetáculos, shows, rodas de samba, entre outras atividades.

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FIGURA: Show no Armazém da Baixada FOTO: Thaís Marçal (2017)

FIGURA: Debate na Fábrica de Extintores FOTO: Fábrica de Extintores (2012)


ESPAÇOS PÚBLICOS Segundo Paola Jacques (2009) a Arte pode ser tratada como instrumento de democracia já que através dela há voz para os ‘‘esquecidos ou apagados’’, presentes ou não, no espaço público. Onde os artistas e a população são os agentes, incorporando os conflitos e trazendo vida à cidade, num urbanismo dissensual. É o que também pode ser visto nos grafites de Ribeirão, assim como nas grandes metrópoles. O Graffiti tem destaque na cidade, nas ruas, fachadas comerciais e muros, estando presente no dia a dia e percurso dos transeuntes. Alguns dos artistas têm destaque nacional, como é o caso do grafiteiro Lelin Alves que desde 1999 trabalha com grafite. Com seus personagens, Lelin já participou da 3ª Bienal Internacional do Graffiti, no Pavilhão das Culturas Brasileiras no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. (SILVA, 2015)

FIGURA: O que não mata engorda - Lelin Alves. 2016 FOTO: @Lel1n (2016)

As praças da cidade também são pontos aclamados por arte. A Praça Sete de setembro, por exemplo, recebe nas noites de quintas-feiras, a ‘’ Sangue na sete’’, batalha de rap que reúne mais de 100 pessoas.

FIGURA: Batalha de Rap ‘‘Sangue na Sete’’ FOTO: Jornalismo Unaerp (2017)

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Praça XV de novembro

Praça Das Bandeiras

A Praça XV de Novembro, marco de referência histórica e geográfica, localiza-se na região central da cidade. Além de palco para apresentações, a Praça recebe diversas atividades de destaque como a Feira do Livro, que reúne palestrantes, escritores e público das diferentes faixas etárias e econômicas.

Esta Praça, em frente à Catedral Metropolitana ,recebe frequentemente a Feira de Arte e Artesanato de Ribeirão Preto, mais conhecida como ‘’feirinha hippie’’. O miolo da Praça é preenchido com as barracas e lá encontra-se de tudo, de colares e pulseiras até algumas telas de pintura a óleo.

Praça Carlos Gomes Localizada no centro da cidade, o espaço que hoje é uma praça anteriormente era ocupado pelo Teatro Carlos Gomes, um dos maiores teatros do Brasil no final do século XIX e início do século XX. A Praça, junto com a Praça XV de Novembro, são as áreas verdes centrais da cidade.

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FIGURA: Feira do Livro em Ribeirão Preto FOTO: Arquivo Revide (2015)

FIGURA: Feira de Artesanato da Praça das Bandeiras FOTO: Prefeitura da cidade Ribeirão Preto (2015)


ARTE E RIBEIRÃO Depois dessa panorama sobre arte e cidade, poderemos partir para a contextualização da cidade em questão. Já é sabido da presença de inúmeros imóveis abandonados e/ou subutilizados em diversos setores. Porém, o que surge como um problema poderá se tornar uma potencialidade? Ribeirão Preto teve o papel de pólo regional no período da economia cafeeira, desde a década de 1920. Mais tarde, em 1950, diversas obras arquitetônicas de estilo eclético compunham o centro da cidade. O teatro Carlos Gomes, hoje Praça Carlos Gomes, erguido, em parte, com recursos de cafeicultores como Francisco Schmidt, possuia arquitetura requintada e materializou a ocupação de um espaço urbano. Até então, era exclusivamente à fé, por uma elite cafeeira dominante. Inaugurado em 1930, Theatro Pedro II – já foi considerado o terceiro maior teatro de ópera do país. Essa edificação se destaca no conjunto do Quarteirão Paulista e tem características inerentes aos grandes teatros de ópera ecléticos. Depois da crise de 1929 e com a inauguração do Theatro Pedro II, o Carlos Gomes foi perdendo o seu prestígio. Até que, entre 1944 e 1946, foi demolido e no seu lugar foi feito um canteiro central, formando uma praça que, mais tarde, se tornou um terminal urbano de transporte coletivo, desativado em 1999. (GODOY, SILVA, et al., 2013) FIGURA: Ramo de café FOTO: Meu café Gourmet (2016)

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PASSADO BASSANO VACCARINI Com obras distribuídas pelos espaços públicos da cidade, como as esculturas do Parque Maurilio Biagi, ou então, no Mercadão municipal, a obra do artista tem grande relevância no cenário urbano de Ribeirão Preto e outras cidades de São Paulo, como Altinópolis. (LISBOA, 2010) O artista ítalo-brasileiro mudou-se para Ribeirão Preto em 1956 e lecionou na Faculdade Artes Plásticas da Universidade da Associação de Ribeirão Preto, foi co-fundador do Centro Experimental de Cinema e criou o Atelier 1104. De acordo com Érica Amêndola, filha de Francisco Amêndola, o Ateliê 1104 é a gênese do movimento cultural de Ribeirão Preto. “Artistas foram contratados para dar aula na escola de Belas Artes, antiga Unaerp, e arrumaram uma maneira de ter um campo livre de discussão e trabalho. Lá eles faziam altas performances, discussões e cotizavam o aluguel em um espaço democrático, essa é uma grande herança cultural de Ribeirão. Eu convivi com todos eles e tive uma formação cultural incrível”. (PREFEITURA DA CIDADE RIBEIRÃO PRETO, 2015) FIGURA: Obra de Vaccarini FOTO: Olhares Fotografia (2015)

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PRESENTE ISISSON DE OLIVEIRA Jovem artista da cidade de Ribeirão Preto, que aos seus 30 anos de idade, já realizou diversas exposições, desenvolve trabalhos com vários materiais, entre eles: Tinta óleo, acrílica, nanquim. Em entrevista, o artista passa uma imagem bastante otimista com a relação da arte com a cidade de Ribeirão Preto, e diz: ‘’...existem muitos espaços expositivos que dão oportunidades para artistas, como é o caso do MARP ou então galerias particulares. Para os artistas que estão começando também há espaço, ao invés de chegar expondo em alguma galeria, esse jovem pode participar de ambientes que procuram uma coisa conjunta: música, teatro, dança, tudo junto acontecendo ao mesmo tempo...’’

O artista complementa sobre os espaços para produção: ‘’... acho que ateliê é o local mais adequado, digamos assim, que todo mundo produz. A maioria das obras estão no ateliê, porém pode ser onde ele (arista) vive, mora. É o meu caso. Tenho um ambiente que separo para a produção dos trabalhos. Obviamente isso me limita na produção, não consigo fazer obras tão grandes porque o espaço é pequeno. Porém seria interessante produzir algo maior e talvez algum dia alugar algum galpão, esse tipo de coisa [...] você também pode desenhar e trabalhar na rua, o espaço é muito bom para estudar e praticar. Os restaurantes e cafés são receptivos, os elementos decorativos e utensílios podem servir de objeto de estudo...’’

FIGURA: Plantas - isisson de oliveira - 2018 - tinta óleo FOTO: Isisson de Oliveira (2018)

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FIGURA: Isisson de Oliveira - Exposição Raízes em 2017 FOTO: Isisson de Oliveira (2017)


Luiz Paulo Baravelli Nascido em 1942 na cidade de São Paulo, onde vive e trabalha, Luiz Paulo Baravelli estudou arquitetura na FAUUSP, desenho e pintura na Fundação Armando Álvares Penteado e mais tarde, com o pintor Wesley Duke Lee, o qual exerceu grande influência em sua carreira. No fim dos anos 1960, cria objetos com base em materiais industrializados. A partir da década 1970, passa a dedicar-se exclusivamente à pintura. Realiza obras nas quais emprega freqüentemente suportes de formato irregular, sendo temas predominantes a paisagem urbana e a figura humana. FIGURA: Baravelli: ambiente organizado FOTO: Leo Martins/Veja SP (2018)

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ARTISTAS GUILDAS

RENASCIMENTO

Na idade média, as guildas eram associações de artesãos e mercadores que defendiam seus valores e processos de produção. Havia também uma hierarquia de produção, onde o Grande Mestre passava para os aprendizes o conhecimento necessário para realizar as tarefas com qualidade.

Embora a arte estivesse ligada às convicções religiosas, o artista conseguiu individualidade, Segundo Nicolau Sevcenko (1984), o artista tinha a pretensão de desfrutar de uma dignidade social e cultural superior. Brunelleschi foi o primeiro artista a romper com as corporações de ofício, dando espaço para uma criação individualizada.

Segundo Russomano (1992, p. 9-10), citado por Matos e Lima (2007), as guildas, antigas associações ou ligas profissionais criadas com a finalidade de defender os interesses de seus integrantes.

Segundo o historiador, o pintor poderia ousar a pintar-se a si mesmo, privilégio antes reservado aos santos, nobres e aos grandes burgueses. A obras ganharam assinatura e, assim, valor de mercado que passa a ser medido pelo prestígio da assinatura do artista.

As guildas espiritualizaram as relações humanas associativas e estimularam a formação de vínculos de solidariedade recíproca entre seus membros”.

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FIGURA: Shoemakers guild – 1568 – Jost Amman FOTO: INTERFOTO / Alamy Stock Photo


ATELIÊ No processo de independência, o artista pôde estar em diversos ambientes de trabalho, seja nas guildas, igrejas ou rua. Porém o atelier sempre esteve presente na vida do artista, pois é no Atelier que o artista cria, planeja suas ações e prospecções. Como sugere a definição: Ateliê é um termo francês para estúdio, é o lugar de trabalho de pessoas com vontade de criar e onde se pode experimentar, manipular e produzir um ou mais tipos de arte. Incluem-se nesta definição não só qualquer pequena sala onde um indivíduo trabalha em sua peça de roupa, fotografia, vídeo, ilustração, escultura, pintura, animação, música, rádio etc, mas também grandes edifícios, como ocorre na indústria fonográfica e cinematográfica, além de designar um estúdio artístico.

FIGURA: Latas de Spray - Studio Osgemeos FOTO: Leo Martins/Veja SP (2018)

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ESPAÇOS PRODUTORES

FIGURA: Exposição ‘‘O Paradigma Humano e Suas Múltiplas Faces’’ FOTO: Bauhaus Brasil Ribeião Preto (2017)

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MAPA 1: Produtores culturais em Ribeirão Preto Acervo Pessoal

Música Dança Escolas de pintura/desenho e Ateliês Fotografia Universidades Escultura Teatro

FIGURA: Entrada Ateliê da Praça FOTO: Ateliê da Praça (2017)


FIGURA: Senac RibeirĂŁo Preto FOTO: Revide (2015)

FIGURA: Escola de Ballet Ana Maria Macedo FOTO: Escola de Ballet (2018)

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ESPAÇOS EXPOSITORES

FIGURA: Fachada do Museu de arte de Ribeirão Preto (MARP) FOTO: EmRibeirão Preto (2017)

Expositores

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MAPA 2: Expositores culturais em Ribeirão Preto Acervo Pessoal


FIGURA: Faap - RibeirĂŁo Preto FOTO: Studio Serradura (2011)

FIGURA: Centro Cultural Palace FOTO: Centro Cultural Palace (2016)

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URBANO

CRESCIMENTO

Segundo Ozório Calil (2003) a conversão da base agrícola somada à política de industrialização implementada por Juscelino Kubitschek contribuíram para acelerar o ritmo da recuperação econômica da região. O complexo formado por usinas de açúcar e álcool, e estilarias autônomas, estendeu-se por toda a região, porém a concentração dessas usinas está localizada em Ribeirão Preto. O arquiteto e urbanista afirma que Ribeirão Preto exerce característica de polo devido à liderança em serviços, comércio e mercado de trabalho que absorve parte significativa da população dos municípios vizinhos, como Serrana, Jardinópolis e Dumont. Podemos ir além e afirmar que o próprio processo de planejamento urbano em Ribeirão Preto sempre seguiu a escola Haussmanniana, enquanto mediador entre a configuração da cidade, com seus decorrentes processos de controle do desenvolvimento urbano, e as expectativas do mercado imobiliário. (MIGLIORINI apud Melo, 2017). Para a Arquiteta e Urbanista Rose Melo (2017), em Ribeirão Preto, desde o início de sua formação, observa-se a movimentação da elite deslocando-se da área central em direção ao setor Sul da cidade com a formação do eixo comercial das avenidas Nove de Julho, Independência e Presidente Vargas, região, atualmente, conhecida como sub-regiãosul-sudeste, a partir de um direcionamento do parcelamento, uso e ocupação do solo através da legislação municipal.

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CPFL

1900-1945 1945-1979 1979-2009

MAPA 3: Expansão Urbana de Ribeirão Preto Acervo pessoal


Segundo Melo (2017) à partir da década de 1930 a cidade de Ribeirão Preto cresceu horizontalmente e verticalmente, extrapolou os limites do Quadrilátero Central e expandiu-se ao norte para a população de baixa renda e ao sul para a população de média e alta renda com o redirecionamento dos investimentos para a construção civil. Para Tânia Figueira, a busca por um morar seguro por meio de condomínios e loteamentos fechados é, na própria essência, um modo de segregação física e social na cidade. Embora essa ideia seja utilizada no próprio marketing do empreendimento. Esse tipo de solução vem se expandindo no território nacional, sobretudo nas metrópoles, e cidades médias como Ribeirão Preto. FIGURA: Centro FOTO: Acervo pessoal (2018)

No surgimento dessa estratégia de marketing, de atividade intensa a partir de 1990, a elite buscou ocupar áreas valorizadas pelo capital imobiliário, iniciando-se o processo de abandono do Centro. A arquiteta continua a análise colocando que sobretudo o mercado imobiliário, em Ribeirão Preto, segue um modelo de expansão disperso, configurando uma cidade espraiada e geograficamente excludente. Embora conectado à estrutura urbana por meio de um sistema viário estimulante ao transporte individual, a cidade apresentaria, segundo ela, processos de gentrificação. (FIGUEIRA, 2013)

conduziu consigo outras complicações, como o abandono ou subutilização ou inatividade de alguns edifícios no Centro. Nessa ideia fica nítido o conceito de cidadeespraiada, com vazios urbanos e imóveis subutilizados, devido à busca por um morar bem longe dos problemas urbanos. Porém, a própria essência do habitar não é a questão principal, já que todo o projeto urbanístico passa a ser apenas um produto mercadológico.

Para Figueira (2013) a expansão do tecido urbano através da migração da elite,

37


FIGURA: Dinâmica do Centro FOTO: Acervo Pessoal

De acordo com Paola Jacques (2009), a cidade perde aspectos culturais ligados ao meio urbano, na medida em que os conflitos do cotidiano são negados. Conforme os processos de urbanização de Ribeirão Preto, nota-se essa característica tanto nas soluções dos loteamentos de médio/ alto padrão, como também na negação do centro como espaço de cultura, com a justificativa de ser um lugar perigoso ou mal visto.

38

FIGURA: Expansão do Centro FOTO: Google Earth


ESPAÇOS RESIDUAIS

“São suas bordas carentes de uma incorporação eficaz, são ilhas interiores esvaziadas de atividade, são olvidos e restos que permanecem fora da dinâmica urbana. Convertendo-se em áreas simplesmente des-habitadas, inseguras, im-produtivas. Em definitiva, lugares estranhos ao sistema urbano, exteriores mentais no interior físico da cidade que aparecem como contraimagem da mesma, tanto no sentido de sua crítica como no sentido de sua possível alternativa.”(MORALES,IGNASI. 2002)

Através desse conceito, o trabalho pretende dar um novo sentido para os edifícios abandonados no centro de Ribeirão Preto. Devido aos processos de expansão da cidade, algumas construções perderam suas funções primárias e, com as intempéries, essas estruturas acabaram se deteriorando. Desse modo, o edifício abandonado não passa de uma construção que perdeu seu sentido já que muitas vezes não pode ser acessado. Tal suposição somada à necessidade de espaço para que o artista produza, é então a justificativa deste trabalho.

FIGURA: Edifício abandonado no Centro FOTO: Acervo Pessoal(2018)

39


NOSSA ÁREA

BRASIL

SÃO PAULO

RIBEIRÃO 40

FIGURA: Localização FOTO: Google Earth

CENTRO


FIGURA: Recorte Central FOTO: Google Earth

41


LEVANTAMENTO

8

4 5

2 7 1 3 6

42

MAPA 4: Levantamento de construções abandonadas Acervo Pessoal

Edifício escolhido Outros edifícios abandonados


Antes de realizar o recorte principal para o exercício do trabalho, um levantamento de edifícios abandonados foi realizado no Centro. Encontramos edifícios de diferentes características, por exemplo: alguns foram interrompidos na fase de fechamento das alvenarias, ficando só com a estrutura ‘’finalizada’’; outros edifícios que já foram habitados um dia estão fechados e jogados às intempéries na espera que alguém um dia alugue ou compre; alguns órgãos públicos que passam pela mesma situação. Dentre tantas possibilidades de escolha o potencial construtivo foi um fator de decisão - alguns edifícios já alcançaram o Coeficiente de Aproveitamento da região-, outro ponto foi o gabarito do edifício (altura).

FIGURA: Edifício 1 FOTO: Google Earth

FIGURA: Edifício 2 FOTO: Acervo pessoal

FIGURA: Edifício 3 FOTO: Acervo pessoal

FIGURA: Edifício 4 FOTO: Acervo pessoal

Como a proposta é criar uma ligação entre a arte e dinâmica do centro, pensamos que talvez não fosse interessante utilizar um edifício muito alto.

43


44

FIGURA: Edifício 5 FOTO: Acervo pessoal

FIGURA: Edifício 7 FOTO: Google Earth

FIGURA: Edifício 6 FOTO: Acervo pessoal

FIGURA: Edifício 8 FOTO: Acervo pessoal


FIGURA: Edifício escolhido FOTO: Acervo pessoal

FIGURA: Edifício escolhido e estacionamento vizinho FOTO: Acervo pessoal

FIGURA: Ediício escolhido - Entrada subsolo FOTO: Acervo pessoal

FIGURA: Estacionamento vizinho FOTO: Acervo pessoal

45


RECORTE

A escolha da área é justificada pela diversa dinâmica cultural proporcionada por equipamentos culturais, centros de comércio e serviço, transporte e lazer. A partir daí algumas considerações foram feitas para realizar o recorte específico da área de intervenção, como: O equipamento cultural precisa estar próximo dos centros comercias e do transporte público para facilitar a produção do artista

RUA

CAXIAS

Espaços culturais Construções abandonadas Estacionamentos

46

MAPA 5: Levantamento de espaços culturais X Construções abandonadas


RUA

CAXIAS

Construções abandonadas Estacionamentos Praças Material Artístico Escolas de Dança Acolhedor de arte Instituições de cultura Órgãos públicos de cultura Teatros Ateliês MAPA 6: Pontos Positivos da área Acervo pessoal

47


Tibiriçá

São José

São Sebastião

Lafaiete O recorte realizado é delimitado por quatros ruas: Tibiriçá, São José, São Sebastião e Lafaiete.

48

FIGURA: Recorte da área FOTO: Google Earth


CARACTERIZAÇÃO ocupação do solo

100

MAPA 7: Figura fundo do recorte Acervo Pessoal

49


USO DO SOLO

Gabarito

USO E OCUPAÇÃO Vazio Habitacional Serviço Comércio Uso Misto Institucional

50

FIgura: Uso e ocupação Acervo Pessoal

Predominância de uso


FIGURA: Comércio do Centro FOTO: Acervo pessoal

FIGURA: Comércio do Centro FOTO: Acervo pessoal

FIGURA: Barão do Amazonas FOTO: Acervo pessoal

FIGURA: Rua Barão do Amazonas no fim da tarde FOTO: Acervo pessoal

51


GABARITO

uso + figura fundo

GABARITO Vazio AtĂŠ 1 pavimento

52

2 a 3 pavimentos 4 pavimentos 5 a 6 pavimentos 15 a 25 pavimentos FIgura: Gabarito Acervo Pessoal

Gabarito Predominância

G


FIGURA: Rua Visconde de Inhaúma com Américo Brasiliense FOTO: Acervo pessoal

GSPublisherVersion 0.73.100.100

FIGURA: Diferença de gabarito FOTO: Acervo pessoal FIGURA: Edifício Residencial na Rua Visconde de Inhaúma FOTO: Acervo pessoal

53


PONTOS NOTÁVEIS Rua Américo Brasiliense

Rua Florêncio de Abreu

Rua Cmte. Marcondes Salgado

Rua Cerqueira César

Rua Barão do Amazonas

Rua Visconde de Inhaúma

PONTOS NOTÁVEIS

54

FLUXO DE AUTOMÓVEIS

Comércio

Alto

Serviço

Médio

Vegetação Vias Transporte público Área do projeto FIgura: Pontos Notáveis Acervo Pessoal


FIGURA: Comércio na Rua Visconde de Inhaúma FOTO: Acervo pessoal

FIGURA: Ponto de ônibus FOTO: Acervo pessoal

FIGURA: Praça das Bandeiras FOTO: Acervo pessoal

FIGURA: Ponto de ônibus coberto FOTO: Acervo pessoal

55


FLUXO DE PESSOAS

Fluxo de pessoas durante o dia

CONCENTRAÇÃO DE PESSOAS Noite

Institucional

Misto

Residencial

Serviço

Comércio

Dia Fluxo de pessoas durante a noite

56

FIgura: Fluxo de pessoas Acervo Pessoal

Institucional

Misto

Residencial

Serviço

Comércio


FIGURA: Bar das Meninas - Noite FOTO: Bar das Meninas 2017

FIGURA: Interior do Americo’s bar FOTO: Americo’s bar (2018)

FIGURA: Fluxo de pessoas na Praça das Bandeiras FOTO: Mobilize (2013)

FIGURA: FLuxo de pessoas na Visconde de Inhaúma FOTO: Acervo pessoal

57


LEGISLAÇÃO PARCELAMENTO DO SOLO. LEI COMPLEMENTAR Nº 2157/2007

QUADRILÁTERO CENTRAL

C.A

GABARITO (ALTURA)

AQC ZUR

AQC: Área Especial do Quadrilátero Central ZUR: Zona de Urbanização Preferencial T.O: Taxa de ocupação C.A: Coeficiente de Aproveitamento

58

3 x ÁREA DO LOTE

H(ALTURA) = T.O

+ C.A

+ RECUOS

GABARITO BÁSICO (4m)


RECUOS

T.O

se Gabarito ≤ 10m R= H/6 = X

(fundos e laterais)

ou H=3x(L+R) metros

(frontal)

X

X

H= altura L= Largura da Rua R= Recuo

Área livre Ocupação = 80%

59


LEITURAS

REUSO SESC 24 DE MAIO | SÃO PAULO

Além do caráter social de recuperação de uma área notável de São Paulo, o fruto de uma parceria entre o grupo MMBB Arquitetos e Paulo Mendes da Rocha é caracterizado pela simples ideia de reuso de um edifício. O antigo prédio sede da Mesbla recebeu novos usos, entre eles: cultura, esporte e lazer. Através do aproveitamento das instalações do prédio, o projeto pode reutilizar os espaços para implantar usos tão complexos quanto os que existiam. Embora o programa do Sesc 24 de maio seja complexo e amplo com diversas atividades distribuídas em 15 pavimentos - contando o subsolo e o terraço-, uma alternativa para evitar a monotonia de pavimentos sobrepostos foi criar alguns intervalos por meio de pavimentos destinados para o uso cultural e de contemplação.

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FIGURA: Espaço de contemplação FOTO: © Nelson Kon (2017)

FIGURA: Sesc 24 de maio FOTO: © Nelson Kon (2017)


ANTIGO PRÉDIO DA MESBLA

NOVOS USOS

Piscina Bloco piscina

Vestiários piscina Jardim da piscina Dança

Bloco esportivo

Esportes Odontologia Oficinas

Bloco cultural

Exposições Biblioteca Convivência Restaurante Administração Praça Teatro

FIGURA: Zoneamento em perspectiva axométrica Acervo pessoal

61


GALERIA DE ARTE EM PEDRA - GUANGZHOU | CHINA O grupo O- Office architects buscou nesse projeto de reuso localizado nas magens do rio Delta Pearl uma resposta ao rápido processo de urbanização da região. Esse antigo prédio estatal passou a abrigar uma galeria que exibe a cultura da arte em pedra. Para abrigar o novo programa de necessidades, os arquitetos respeitaram a estrutura existente em concreto pré-fabricado e anexaram um deck em estrutura metálica que compõe o primeiro pavimento. O programa é distribuído em dois pavimentos: O nível térreo é composto por um café e uma sala de estar, além do amplo espaço expositivo; no primeiro pavimento estão as oficinas. Desse último pavimento pode-se contemplar o espaço público e expositivo, já que essa estrutura paira sobre esses ambientes.

62

FIGURA: Café no térreo da galeria FOTO: © Likyfoto (2013)

FIGURA: Diagrama de uso FOTO: Archdaily (2015)


FIGURA: Térreo com vista para o deck flutuante FOTO: Likyfoto (2013)

Anexo em estrutura metálica FIGURA: Corte com indicação da intervenção FOTO: Archdaily (2015)

63


HABITAÇÃO E ARTE

TETRIS: HABITAÇÃO SOCIAL E ESTÚDIOS DE ARTISTAS | PARIS Localizado na região norte de Paris, o projeto faz parte de uma iniciativa urbana de requalificação de alguns bairros. O escritório Moussafir Architects foi responsável por projetar em 3 lotes algumas habitações de baixa renda para artistas e músicos, as habitações apresentam o programa de necessidades básico com área de serviço, área social e íntima. Cada volume é composto por 3 pavimentos e cada um deles abriga um apartamento. Dois blocos menores estão localizados na rua Du Nord destacam-se do entorno devido aos materiais utilizados na fachada, como a madeira de algumas esquadrias ou então pelo contraste do estilo arquitetônico da obra e entorno. A circulação vertical é realizada por uma escada externa. Já o outro bloco habitacional que está na rua Emile Chaine contém um apartamento PNE no térreo, onde o acesso principal está na face da rua. Os usos são bem demarcados com o desenho ortogonal das paredes, o ambiente de trabalho (ateliê) é separado da habitação, essa divisão é realizada através do núcleo de circulação vertical. Os edifícios estão alinhados com as ruas estreitas que compõem o bairro, contudo as grandes aberturas na sala de estar proporcionam ventilação cruzada e iluminação adequada.

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FIGURA: Tetris e entorno FOTO: © Luc Boegly (2018)

FIGURA: Fachada Tetris FOTO: © Luc Boegly (2018)


SETORIZAÇÃO BLOCOS RUA DU NORD

BLOCOS RUA EMILE CHAINE

Serviço Íntimo Social Circulação vertical Acesso principal Distribuição

FIGURA: Planta baixa FOTO: Archdaily (2018)

65


SETORIZAÇÃO BLOCOS RUA DU NORD

BLOCOS RUA EMILE CHAINE Nota-se que a forma segue a função no momento em que a fachada é concebida através da distribuição dos ambientes e suas esquadrias. Os pavimentos são espelhados criando um ritmo na fachada.

Serviço Íntimo Social Circulação vertical

66

FIGURA: Diagrama e concepção formal FOTO: Acervo pessoal


PROPOSTA

67


68

FIGURA: Maquete volumĂŠtrica FOTO: Acervo pessoal


A IMAGEM

A área mescla vitrines e ortogonalidade com ornamentos nas fachadas dos edifícios. Construções baixas providas de beirais que avançam sobre a calçada permitem um caminhar mais agradável para os consumidores e transeuntes.

FIGURA: Fachadas da Rua Barão do Amazonas FOTO: Acervo pessoal

Cerqueira César

No caso do Centro de Ribeirão Preto, isso é notado ao observar a linguagem arquitetônica dos edifícios. Os volumes são compostos por linhas retas e planos, a ortogonalidade constrói as fachadas dessas edificações ‘‘coladas’’ umas às outras.

Américo Brasiliense

Barão do Amazonas

Para Kevin Lynch, um bairro traz uma imagem construída de diversas texturas, espaços, tipos de construção,habitantes e topografia.

Florêncio de Abreu

69


Cerqueira César

Barão do Amazonas

Américo Brasiliense

Florêncio de Abreu

70

FIGURA: Fachadas da Rua Américo Brasiliense. FOTO: Acervo pessoal


Américo Brasiliense

Cerqueira César

Barão do Amazonas

Como que em um último suspiro, em alguns pontos do percurso realizado nas calçadas, pequenas árvores brotam do piso. Essas árvores não geram uma grande superfície de sombra, por outro lado, funcionam como uma quebra na monotonia das fachadas e portas de enrolar desses edifícios comerciais e de serviço.

Florêncio de Abreu

FIGURA: Fachadas da Rua Cerqueira César. FOTO: Acervo pessoal

71


Cerqueira César

Barão do Amazonas

Américo Brasiliense

Florêncio de Abreu

72

FIGURA: Fachadas da Rua Florêncio de Abreu. FOTO: Acervo pessoal

Muitas soluções parecidas se repetem pelo percurso, como as grades que fecham as janelas ou então beirais que avançam sobre às calçadas. As cores disputam a área das fachadas na tentativa de chamar a atenção dos clientes, sobretudo, em alguns trechos o jogo de cores e as propagandas acabam mascarando o que o edifício é ou foi.


FIGURA: Elementos que se repetem. FOTO: Acervo pessoal

73


CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

74

FIGURA: Maquete volumétrica com área de estudo demarcada. FOTO: Acervo pessoal


Cerqueira César

A 23,50m

C B

33,00m 13,70m

20 10 5

Barão do Amazonas

44,00m

44,00m

13,10m

Américo Brasiliense

75


ESTACIONAMENTOS O projeto se desenvolve em três áreas, sendo: ‘‘a’’ e ‘‘b’’ estacionamentos e área de estudo ‘‘c’’, um prédio com uso original de agência bancária. Como se sabe, o Centro de Ribeirão Preto tem atividade intensa durante o dia, mas precisamente, entre 9:00 horas da manhã às 16:00 horas da tarde. A partir de um horário não se vê movimento nas ruas já que os estacionamentos ficam vazios e sem uso.

FIGURA: Área de estudo A - Estacionamento. FOTO: Acervo pessoal

76

FIGURA: Área de estudo A - Estacionamento. FOTO: Acervo pessoal

FIGURA: Área de estudo B - Estacionamento. FOTO: Acervo pessoal

FIGURA: Área de estudo B - Estacionamento. FOTO: Acervo pessoal


O PRÉDIO

O projeto de autoria do engenheiro e arquiteto Roberto Maestrello, de 1988, é um exemplo de arquitetura em concreto armado aparente na cidade de Ribeirão Preto. O edífício não ultrapassa o gabarito de 10 metros, e tão pouco exibe ou busca relação com os outros edifícios da rua Américo Brasiliense. Sua fachada é composta por um jogo simples de materiais. O concreto, aço e vidro predominam nessa construção. Hoje o edíficio não é mais uma agência bancária e está sem uso. Algumas empresas já ocuparam o espaço, mas permaneceram por pouco tempo.

77


1

5

O projeto contempla três pavimentos, sendo o térreo que se encontra a 1 metro de desnível em relação à rua (o mesmo é acessado por uma rampa e escada), primeiro pavimento e um subsolo. O acesso ao subsolo se dá por uma rampa com 20% de inclinação, levando o automóvel a -2,26 metros em relação ao nível da calçada. Por esta mesma rampa, pode-se subir para um outro estacionamento ao ar-livre, que se encontra quase que no mesmo nível do térreo.

isherVersion 0.0.100.13

78

FIGURA: Planta do térreo FOTO: Acervo pessoal


Primeiro Pavimento

Térreo Funcionários

Subsolo

Público Sanitários Copa Central de Ar condicionado Cofre Escada Subsolo Acesso Subsolo e estacionamento Acesso público

FIGURA: Perspectiva explodida FOTO: Acervo pessoal

79


CLIMA

80

FIGURA: Aquarela Santander. FOTO: Acervo pessoal


mm Cº 320 40

Recordes Precipitação

200 30 100 50

Média 20

30 10 20 0

0 Jan.

Fev.

Mar.

Abril

dados: climate-data.org Disponível em: https://pt.climate-data.org/location/3193/

Maio

Jun.

Jul.

Ago.

Set.

Out.

Nov.

Dez.

FIGURA: Gráfico climático de Ribeirão Preto. FOTO: Acervo pessoal

81


ESTUDO SOLAR - VERÃO

ESTUDO SOLAR - INVERNO

Com exceção de alguns prédios habitacionais de gabarito superior a 10 metros, as baixas construções que compõem o tecido urbano do entorno não projetam sombras tão extensas sobre as áreas de intervenção. N

N

7:00hrs

N

N

12:00hrs

N

N

herVersion 0.0.100.13

82

FIGURA: Estudos de insolação. FOTO: Acervo pessoal

GSPublisherVersion 0.0.100.13

16:00hrs


PROJETO

FIGURA: Concepção geral FOTO: Acervo pessoal

83


84


RUA

MORADIA E PRODUÇÃO

ARTE E GASTRONOMIA

ARTE E LAZER

HABITAÇÃO

ESTÚDIOS DE MÚSICA

PRAÇA

ATELIÊ

GALERIA

AUDITÓRIO

COZINHA COLETIVA

BAR E LANCHONETE

PONTO DE ÔNIBUS

CAFÉ

BIBLIOTECA

EIXOS & RUA

FIGURA: Concepção Geral FOTO: Acervo pessoal

85


ARTE

Rua Subsolo Recepção Lanchonete Praça Circulação Vertical Estúdios de música Galeria Bar

86

Auditório

FIGURA: Organograma FOTO: Acervo pessoal


A área de intervenção ‘‘c’’ abrange um edifício já existente, a proposta é dar novos usos para o volume monolítico em concreto armado. Há também a ideia de criar um recorte na cobertura para permitir a entrada de luz nos pavimentos inferiores, onde serão abrigados os estúdios de música, galeria e bar.

Rua Subsolo Recepção Lanchonete Praça Circulação Vertical Estúdios de música Galeria Bar FIGURA: Estudo volumétrico FOTO: Acervo pessoal

Auditório

87


1 2

2

0,40

4

1

3

0,80

3

5

0,00

88

FIGURA: Térreo original FOTO: Acervo pessoal

5

7

4

6

AMÉRICO BRASILIENSE

1,10


AMÉRICO BRASILIENSE

-1,90 1,10 -1,52

0,40 -1,14 0,00

-0,76

Sanitários Recepção

-0,38

Lanchonete Circulação Vertical Galeria Bar

GSPublisherVersion 0.0.100.13

FIGURA: Proposta de setorização do Térreo FOTO: Acervo pessoal

89


90

FIGURA: Estudo de volumetria FOTO: Acervo pessoal


FIGURA: Primeiras ideias FOTO: Acervo pessoal

91


92

FIGURA: Proposta para o Térreo FOTO: Acervo pessoal


FIGURA: Proposta para o Térreo FOTO: Acervo pessoal

93


94

FIGURA: Primeiro Pavimento - Original FOTO: Acervo pessoal


Central de ar condicionado Circulação Vertical Salas de Ensaio Sanitários Estúdios de gravação

GSPublisherVersion 0.0.100.13

FIGURA: Proposta de setorização do primeiro Pavimento FOTO: Acervo pessoal

95


Na proposta apresentada, as paredes distribuídas ao longo do primeiro pavimento servem como barreira acústica. O desenho irregular permite várias configurações para as aulas de música.

96

FIGURA: Proposta para o Primeiro Pavimento FOTO: Acervo pessoal


FIGURA:Conceito para ambiente aberto de mĂşsica FOTO: Acervo pessoal

97


98

FIGURA: Conceito para sala de aula FOTO: Acervo pessoal


FIGURA:Primeiro Pavimento FOTO: Acervo pessoal

99


LAZER

Rua Praรงa Auditรณrio

100

FIGURA: Organograma - Auditรณrio FOTO: Acervo pessoal


A ‘‘praça seca’’ que ocupa o antigo estacionamento é agora o espaço convidativo e de apoio para o auditório. Entre esses dois espaços, criou-se uma arquibancada aproveitando o desnível de um lote para o outro. O auditório é composto por um volume simples, com um palco e um camarim. No subsolo encontra-se o acesso para o camarim e, à partir deste, os artistas podem acessar o palco. A rampa de acesso para o subsolo permanece e pode ser utilizada como um acesso alternativo para o público.

Arquibancada

Praça

Rampa

Auditório

FIGURA: Estudo volumétrico - Auditório FOTO: Acervo pessoal

101


-2,18

0,00

102

FIGURA: Subsolo original FOTO: Acervo pessoal

GSPublis


sherVersion 0.0.100.13

-2,18

-1,58

-1,90

-1,52

-1,14

-0,76

Subsolo Palco Camarim

-0,38

Praça / Arquibancada 0,00

FIGURA: Proposta de setorização do Subsolo FOTO: Acervo pessoal

103


104

FIGURA: Proposta de galeria para o Subsolo FOTO: Acervo pessoal


FIGURA: Fluxos e acessos FOTO: Acervo pessoal

105


106

FIGURA: Conceito para auditรณrio FOTO: Acervo pessoal


Cobertura verde

Primeiro pavimento - Música

Térreo - Arte e Gastronomia

Subsolo - Galeria

FIGURA: Proposta para o Prédio FOTO: Acervo pessoal




FIGURA: Corte C FOTO: Acervo pessoal



FIGURA: Corte D e E FOTO: Acervo pessoal



MORADIA O que move o desenho desse módulo, é a ideia de permitir a passagem livre no interior da quadra, de modo que o percurso do transeunte possa ser mais interessante e acolhedor. Um volume permeável visualmente por quem passa pela rua ao mesmo tempo que dá visão da cidade aos moradores. O edifício apresenta um programa de necessidades simples composto por unidades habitacionais, uma cozinha coletiva, ateliês e um café no térreo.

Rua Térreo Recepção Café Circulação Vertical Unidades Habitacionais Cozinha coletiva Ateliê

114

FIGURA: Organograma - Habitação e Produção FOTO: Acervo pessoal


O edifício para moraria e produção foi concebido a partir de formas simples. Três principais prismas compõem o edifício. Por meio da relação com o espaço público, o térreo livre dá aos transeuntes uma forma de abrigo para os dias insolaradas e chuvosos. Além disso, o térreo apresenta um café . O volume mais estreito apresenta 3,5m de largura e é responsável por permitir o acesso ao térreo e aos outros pavimentos através de escadas ou elevador. As aberturas estão posicionadas para as faces Leste, Norte e Oeste, a fim de proporcionar o sol da manhã para as unidades habitacionais. O pavimento destinado à cozinha coletiva funciona como um intervalo entre os pavimentos de ateliês e moradias, permitindo a passagem de ar pelo edifício e auxiliando no conforto térmico dos ambientes. É também um espaço de encontro e lazer para os moradores.

FIGURA: Concepção FOTO: Acervo pessoal

115


Os módulos para ateliê e habitação têm uma área total de 30m2. Sendo assim, no primeiro pavimento estão dispostos 3 módulos habitacionais e no terceiro pavimento, 3 módulos são destinados para os Ateliês Os módulos podem ser utilizados da maneira que o artista desejar, mudando ou mesclando funções, pois o espaço pode ser atelier e/ou moradia. Os Ateliers e Habitações podem ser acessados por uma escada ou elevador.

116

FIGURA: Concepção FOTO: Acervo pessoal


Ateliês

Cozinha Coletiva

Habitações

Circulação Vertical e serviços

FIGURA: Estudo volumétrico FOTO: Acervo pessoal

117


A 7 6 5 4 3 2 1

A

9 10 11 12 13 14 15 16

8

A

B

B

B A

B

118

FIGURA: Setorização FOTO: Acervo pessoal

1

Recepção Café Circulação Vertical Moradias Bicicletário 5

10 1/200


Corte AA

Corte BB

Recepção Café Circulação Vertical Moradias Cozinha Coletiva Ateliês 1

5

10 1/200

119


B 1 CALÇADA

2 0,00

LIVRE

1

cobogó

ACESSO MORADORES

CALÇADA 0,00

ESCADA

0,00 0,00 DEPÓSITO

A

A

DECK

0,10

CAFÉ LAVABO

DML

B

120

FIGURA: Café e Habitações FOTO: Acervo pessoal

B

TÉRREO ESC:1:100

0,00

3

ELEVADOR


B

cobogó

8

guarda-corpo h: 90cm

guarda-corpo h: 90cm

cobogó

guarda-corpo h: 90cm

8

CHURRASCO

BANHO

cobogó

6,80

cobogó

DML

ATELIÊ

CD

ATELIÊ

cobogó CD

cobogó

ATELIÊ

W.C

DML

ÁREA DE DESCANSO

9 10 11 12 13 14 15 16

9 10 11 12 13 14 15 16

7 6 5 4 3 2 1

7 6 5 4 3 2 1

BANHO ESCADA

CD

COZINHA

DORMITÓRIO

BICICLETÁRIO

A

DORMITÓRIO

BICICLETÁRIO

DORMITÓRIO

ESCADA

BANHO

4,00

A

A

6,80

4,00 ELEVADOR

ELEVADOR

CIRCULAÇÃO guarda-corpo h: 90cm

guarda-corpo h: 90cm

B

2° PAVIMENTO ESC:1:100

B

B

NTO

brise

brise

guarda-corpo h: 90cm

121


guarda-corpo h: 90cm

cobogó

guarda-corpo h: 90cm

6,80

cobogó

8

CHURRASCO

cobogó

W.C ÁREA DE DESCANSO

7 6 5 4 3 2 1

9 10 11 12 13 14 15 16

COZINHA ESCADA

A 6,80

ELEVADOR

guarda-corpo h: 90cm

122

FIGURA: Cozinha coletiva e habitações FOTO: Acervo pessoal

B

TO


cobogó

guarda-corpo h: 90cm

8

guarda-corpo h: 90cm

BANHO

cobogó

ATELIÊ

ATELIÊ

ATELIÊ

DML

CD

CD

DML

cobogó

9 10 11 12 13 14 15 16

7 6 5 4 3 2 1

BANHO

BICICLETÁRIO

DORMITÓRIO

DORMITÓRIO

9,60

BICICLETÁRIO

CD

ESCADA 9,60 DORMITÓRIO

A

BANHO

ELEVADOR 9,60 CIRCULAÇÃO

guarda-corpo h: 90cm

B

NTO

123


Terceiro Pavimento - Moradia e Ateliê

Segundo Pavimento - Cozinha coletiva

Primeiro Pavimento - Moradia e Ateliê

Térreo - Café FIGURA: Perspectiva Axnométrica - Edifício para artistas FOTO: Acervo pessoal


125


126


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FIGURA: Corte A e B FOTO: Acervo pessoal


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FIGURA: Fachada EdĂ­ficio Cultural FOTO: Acervo pessoal


FIGURA: Praรงa Seca FOTO: Acervo pessoal

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FIGURA: Arquibancada Auditรณrio FOTO: Acervo pessoal


FIGURA: Entrada Camarim FOTO: Acervo pessoal

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FIGURA: Galeria FOTO: Acervo pessoal


FIGURA: Galeria FOTO: Acervo pessoal

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FIGURA: Bar e lanchonete FOTO: Acervo pessoal


FIGURA: Espaço de música FOTO: Acervo pessoal

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FIGURA: Espaço de música FOTO: Acervo pessoal


FIGURA: Estúdio de música FOTO: Acervo pessoal

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FIGURA: EdifĂ­cio habitacional FOTO: Acervo pessoal


FIGURA: Interior do CafĂŠ FOTO: Acervo pessoal

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FIGURA: Interior do CafĂŠ FOTO: Acervo pessoal


FIGURA: Chegada Primeiro Pavimento FOTO: Acervo pessoal

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FIGURA: Cozinha coletiva FOTO: Acervo pessoal


FIGURA: Detalhe fachada FOTO: Acervo pessoal

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FIGURA: Módulo Habitacional/Ateliê FOTO: Acervo pessoal


FIGURA: Corte esquemático Edifício Habitacional FOTO: Acervo pessoal

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FIGURA: Corte edifĂ­cio cultural FOTO: Acervo pessoal


FIGURA: Corte total FOTO: Acervo pessoal

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CONCLUSÃO Por meio das discussões dos primeiros capítulos, buscou-se uma forma de representar o valor que a arte tem em seus diversos ambientes e o impacto na vida das pessoas. Junto à essa questão, o trabalho procurou criar uma sobreposição entre o imóvel no espaço urbano com o papel da arte na cidade. Como resultado das ações mercantilistas carentes de propostas qualitativas para a dinâmica urbana e cultural da cidade, o número de imóveis abandonados tende a crescer nos centros das cidades. Presente em muitas pautas, a questão dos edifícios abandonados comprova por si como atual e de extrema importância nas discussões da cidade contemporânea.

poderiam ser aplicadas com o intuito de suprir as demandas sociais em outras áreas da cidade, já que esse trabalho se mostra como um exemplo entre tantos outros. Longe de qualquer conclusão ou resposta definitiva, o trabalho ressalta a importância de pensar as políticas públicas, planejamento urbano e espacial, e projetos culturais.

Diante do cenário do Centro de Ribeirão Preto, o trabalho buscou apresentar soluções arquitetônicas que poderiam integrar edifícios abandonados e espaços residuais à dinâmica urbana, auxiliando os produtores artísticos que sempre buscam por espaços de fomentação. Como preocupação, o trabalho buscou meios de integração entre a população e a arte, a fim de proporcionar uma qualidade de vida maior para os cidadãos através de novos usos. Contudo, tais soluções de reutilização também

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