THAT magazine

Page 1

PIXIES IRANA DOUE

DANNY ROBERTS BURO DESTRUCT

CONTROL NOVEMBRO 2008 Nº46 MENSAL € 3,50



FOTÓGRAFO: Joana gomes STYLING: Joana gomes MODELO: Bárbara Fonseca PÓS PRODUÇÃO: Ninja do Texas

CRÉDITOS DIRECÇÃO: António Duarte <antonioduarte@that.pt> EDITORA: Peixe Gordo COORDENAÇÃO: Joana Gomes <joanagomes@that.pt> PAGINAÇÃO: Joana Fontes <joanafontes@that.pt> DIRECÇÃO DE ARTE: João Ferreira <joaoferreira@that.pt> PUBLICIDADE:João Ferreira ASSINATURAS: Joana Fontes TRADUÇÃO: Joana Gomes REVISÃO: João Ferreira COLUNISTAS: Manuel Simões e Joana Lemos COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: Terivision Ruiz, Mário Rui Viana, Jaime Casas, Artur Soares Da Siv, David Saavedra, Pedro Fuigueiredo,Filipa Montalvão, Anouk Aiviliz REDAÇÃO: Lia Pereira, João F., Joana Gomes FOTOGRAFIA: João Ferreira,Joana Gomes, Joana Fontes <www.that.pt> <info@that.pt> THAT: Avenida Sá Carneiro, lote 16/18, ESC.A, 1750-897 Lisboa (Portugal) TEL. 256 789 456 FAX: 256 789 69 09 Impressão: CADSIS Tiragem: 20.000 exemplares Distribuição: CADSIS DISTRIBUIÇÔES

Todos os direitos reservados.


2

| NOVEMBRO 2008


3

NOVEMBRO 2008 |


ÍNDICE

EDITORITAL 6.A POP ART, DE NOVO

MÚSICA 4

10.NO NOSSO OUVIDO: THE KILLS, BECK, MGMT, DEOLINDA, VAMPIRE WEEKEND, THE NATIONAL 14.FRESH: PONTOS NEGROS, B.FACHADA 16.PLAY: NICK CAVE, AUREVOIR SIMONE, CRYSTAL CASTLES, THE VICIOUS 5, GOLDFRAPP, ARCADE FIRE 23.RETROSPECTIVA: PIXIES

ARTE

37.PINTURA: DANNY ROBERTS - ENTREVISTA 60.CINEMA: ANTON CORBIJN - CONTROL 40.ARQUITECTURA: ARQUITECTURA COMTEMPORÂNEA DO BRASIL

DESIGN

32.DESIGN GRÁFICO: BURO DESTRUCT 36.DESIGN MULTIMÉDIA: THINK 27.ILUSTRAÇÃO: INANA DOUER - ENTREVISTA

FOTOGRAFIA

44.PHOTO SESSION: LOST IN PRODUCTION 52.FLICKR 57.LOMO, 10 GOLDEN RULES

OUTROS

65.O QUE SE PASSA 70.AGENDA 43.TENDÊNCIAS 71.COOKING

| NOVEMBRO 2008



EDITORIAL

A POP ART, DE NOVO

66

Se no último número desta publicação me senti na obrigação de sublinhar o papel cada vez mais preponderante de músicos oriundos Resto do Mundo isto é, de países que não fazem parte do eixo anglo-americano desta vez pesa a responsabilidade de chamar a atenção para o regresso a um certo estado de arte vintage, inspirado nos swinging sixties. Passo a explicar: o admirável mundo velho da música pop enquanto universo tremendamente marcado pelos anos sessenta foi chão que deu uvas. Há muito que foi descartada a ideia de música popular aliada a uma certa vanguarda da moda ou, até, de certa contractura. Por miúdos: enquanto o mainstream se ocupa em revisitações, revivals e recordações mais ou menos avulsas mas que deixam claro o seu conservadorismo; as franjas dedicamse, por seu lado, a modelos quase sempre assentes no artesanato (mesmo que isso implique a utilização do último grito da tecnologia) e que se revelam, no fim de contas, também conservadores. Ora, que coisa melhor para ilustrar algo completamente diferente do que Rósín Murphy, a ex-cantora dos Moloko que, na sua ainda não tão longa carreira a solo, decidiu refinar senão mesmo estravasar uma certa mise-en-scéne excêntrica que já era muito própria nos tempos de Sing It Back. A questão, tal como é colocada pela Sra. Murphy que, relembre-se nos tem visitado amiúde e que tornará a território luso num futuro muito próximo, nunca implica saber quem apareceu primeiro: se a galinha se o ovo. Ainda bem, poupa trabalho e vai direi-

| NOVEMBRO 2008

to ao que interessa. No caso de Roisín Murphy ela sabe ou parece saber de cor e salteado que música e moda, ou o lado visual e sónico, se prefirem são uma e a mesma coisa. São ambas inseparáveis e não existiram nunca sozinhas. Este refinamento da coisa pop, bem vistas as coisas, só encontro igual nos tais swinging sixties. E assim sendo, haveria que viajar até à libertinagem própria da época; isto é, à mini-saia, ao LSD, ao engajamento politico, ao sexo desbragado, aos Beatles, à chegada à Lua e a Marilyn Monroe. Ao contrário do que se possa pensar, não se trata de um ó tempo volta para trás; antes pelo contrário... Viagem de regresso à Lisboa do século XXI, e que encontramos? Uma experiência não tão diferente em que o lado mais animalesco dos homens (e das mulheres) se vê fundido com maior sofisticação; um lugar em que o primitivo se mistura com a tecnologia state of the art; o espaço em que África faz parte do Ocidente e onde a selva passou a ser cosmopolita. Chamaram-lhe Buraka Som Sistema e, apesar de todo o hype que os rodeia, sobretudo devido ao bom sucesso da sua carreira fora de portas, é com toda a certeza, um dos fenómenos mais interessantes da música que aconteceu na Lisboa dos últimos anos. Porque, muito simplesmente, como na subversiva Londres dos anos sessenta, no século XXI de Róisín Murphy ou no caldeirão de ritmos de discoteca dos Buraka Som Sistema isto anda tudo ligado. Quero dizer, uma coisa e o seu contrário coexistem alegremente. E é isso que realmente importa. Hoje.


7

NOVEMBRO 2008 |


NO NOSSO OUVIDO

8

THE KILLS

BECK

MIDNIGHT BOOM 2008

MODERN GUILT 2008

Rock lânguido e sensual de uma das duplas mais sexy da música pop. «Midnight Boom» é o álbum mais dançável dos The Kills. Do boom de bandas de rock que surgiram na actual década, os The Kills são um dos nomes mais genuínos e sensuais. Em «Midnight Boom» percebe-se perfeitamente que há uma ideia de continuidade que está acima de qualquer moda nos círculos cool das grandes cidades.A melhor notícia do disco é mesmo a queda para a ida até à pista de dança quando antes Alison «VV» Mosshart e Jamie «Hotel» Hince. De resto, já não são apenas os Rolling Stones e os Velvet Underground que se ouvem ao longe. James Brown passou a ser um dos fantasmas que assoma.O espírito dos The Kills continua a ser retro até porque a tecnologia que se ouve é rudimentar. Não há qualquer desejo de sofisticação a não ser o de lembrar que os clássicos continuam a ser capazes de ditar tendências. Mas estamos em 2008 e os Kills sabem disso.«Midnight Boom» é uma das melhores colecções para a Primavera que aí vem porque reflecte uma série de pensamentos de uma geração desempoeirada, citadina e urbana. Não é fácil encontrar semelhante pot-pourri de sexo, desejo, intensidade, paixão e sentido de orientação.

Danger Mouse aponta máquina do tempo para décadas de 60 e 70. Beck cai na ratoeira, sem sombra de pecado. Tal como tantos outros músicos que alcançaram a notoriedade numa fase precoce da sua carreira, Beck parece ter entrado, nos últimos anos, em velocidade de cruzeiro. Não que a qualidade tenha, alguma vez, batido no fundo - tanto Guero como The Information , os dois discos que o americano lançou após o marcante Sea Change (2002), mantiveram o público interessado no que o pequeno mago ia produzindo. Mas começava a instalar-se a ideia de que desde Midnite Vultures , o seu disco à Prince, ou Sea Change , uma viragem inesperada para o songwriting mais clássico, Beck não atraía novos fiéis para a sua causa. Sobretudo na primeira metade do álbum, a mais desempoeirada e gostosa de um ponto de vista pop, Mr. Hansen parece mais preocupado em chegar, de forma intuitiva, ao âmago das melodias e das canções, remetendo para segundo plano os retoques na engenharia sonora. Não que o experimentalismo esteja completamente arredado de Modern Guilt , mas a cara do disco parece jogar-se antes no sentimento swinging london que faz de Gamma Ray uma das melhores músicas deste Verão, ou no psicadelismo que infecta, em várias modalidades, uma grande porção do álbum.

| NOVEMBRO 2008


MGMT

DEOLINDA

MGMT , de The Management, é um grupo de Indie Rock americano do Brooklyn, Nova Iorque. Seus membros são Andrew Vanwyngarden e Ben Goldwasser.Vanwyngarden e Goldwasser formaram a banda quando estavam no primeiro ano da Wesleyan University em dezembro de 2001. “Não estavamos tentando formar uma banda” disse Goldwasser. “Andávamos por aí, mostrando um ao outro músicas das quais gostávamos”. Experimentaram Noise Rock e Electronica, e quando acabaram a Universadade fizeram turnê para Time to Pretend EP. Foram a programas como o The Late Show with David Letterman em 28 de janeiro e Late Night With Conan O’Brien em 15 de maio, onde tocaram Time To Pretend.Seu videoclipe Time to Pretend fez relativo sucesso no Brasil, chegando a tocar no Disk MTV. A banda tocou no Brasil em outubro pelo festival Tim Festival.

Os Deolinda são talvez, dos nomes referenciados, quem, em termos melódicos, mais próximo está do fado puro e duro, apesar da ausência da guitarra portuguesa, marcando presença o contrabaixo e as guitarras clássicas. Bastará ouvir a simplicidade dos dois temas iniciais Mal por Mal e Fado Toninho deste Canção ao lado para perceber do que estamos a falar. Por um lado, pelo espírito de festa e de alegria contagiante que aqui mora, muito longe de uma certa abordagem fatalista e reaccionária do fado. Por outro, pelo conteúdo das letras, cheias de uma preciosa sátira e crítica social que percorre diversos aspectos, desde as ideias redutoras sobre o fado (Poxa, mas no Brasil casa de fado não seria mole assim em Garçonete da Casa de Fado ou precisa de ser solto. Corre o risco de sufoco quem prende o fado na voz e anda ali com aqueles nós a apertarem a garganta em O Fado Não é Mau), até ao enfado do modo de vida tradicional (Já sou quem tu queres que eu seja: tenho emprego e uma vida normal. Mas quando acordo e não sei quem eu sou, quem me tornei, eu começo a bater mal O teu bem faz-me tão mal em Mal Por Mal), passando pela análise ao conformismo da sociedade actual (Agora sim, temos a força toda! Agora sim, há fé neste querer! Agora sim, só vejo gente boa! Vamos em frente e havemos de vencer. - (resposta) Agora não, que me doi a barriga Agora não, dizem que vai choverAgora não, que joga o Benfica e eu tenho mais que fazer no fantástico Movimento Perpétuo Associativo).

ORACULAR SPECTACULAR 2007

CANÇÃO AO LADO 2007

NOVEMBRO 2008 |

9


10

THE NATIONAL

VAMPIRE WEEKEND

Rock lânguido e sensual de uma das duplas mais sexy da música pop. «Midnight Boom» é o álbum mais dançável dos The Kills. Do boom de bandas de rock que surgiram na actual década, os The Kills são um dos nomes mais genuínos e sensuais. Em «Midnight Boom» percebe-se perfeitamente que há uma ideia de continuidade que está acima de qualquer moda nos círculos cool das grandes cidades.A melhor notícia do disco é mesmo a queda para a ida até à pista de dança quando antes Alison «VV» Mosshart e Jamie «Hotel» Hince. De resto, já não são apenas os Rolling Stones e os Velvet Underground que se ouvem ao longe. James Brown passou a ser um dos fantasmas que assoma.O espírito dos The Kills continua a ser retro até porque a tecnologia que se ouve é rudimentar. Não há qualquer desejo de sofisticação a não ser o de lembrar que os clássicos continuam a ser capazes de ditar tendências. Mas estamos em 2008 e os Kills sabem disso.«Midnight Boom» é uma das melhores colecções para a Primavera que aí vem porque reflecte uma série de pensamentos de uma geração desempoeirada, citadina e urbana. Não é fácil encontrar semelhante pot-pourri de sexo, desejo, intensidade, paixão e sentido de orientação.

São claramente Influenciados tanto pela música popular Africana como pela música clássica Western, descrevem o seu género de música como Upper West Side Soweto. Os membros da banda conheceram-se na Universidade de Columbia, e produziram o seu primeiro albúm depois de acabarem o curso e enquanto tinham empregos a tempo inteiro. O vocalista Ezra Koenig e o baterista Chris Tomson foram membros duma banda de comedy-rap LHomme Run. Em 2007, o terceiro single Cape Cod Kwassa Kwassa, ficou em 67º lugar na lista das 100 melhores canções da Rolling Stone. Em Novembro deste ano, foram em digressão com os The Shins no Reino Unido. A Revista Spin considerou-os Banda Revelação na sua edição de Março de 2008 e foram a primeira banda a aparecer na capa desta antes de lançarem o seu primeiro albúm.

BOXER 2008

| NOVEMBRO 2008

SEM TÍTULO 2008


11

NOVEMBRO 2008 |


FRESH

OS PONTOS NEGROS 12 Misturam Filosofia, angústia juvenil e cultura pop em letras espirituosas, cantadas em português. Musicalmente, acreditam na santidade da guitarra eléctrica e em mestres como Rolling Stones, Led Zeppelin ou Lou Reed. Mas o rótulo que mais vezes se coloca aos pontos negros, primeiro disco numa editora grande fresquinho nas lojas, é o de Strokes portugueses. Hoje em dia é preciso rotular tudo, lamentam Filipe Spusa (voz, guitarra) e David Pires (bateria), no estúdio onde o Magnífico Material Inútil viu a luz do dia. Todos gostamos da banda e não negamos a admiração que temos por eles, mas o nosso som foi evoluindo, garantem. Os Pontos Negros nasceram no Verão de 2005, na cave de uma igreja Baptista, e tinham um propósito singelo: fazer uma só música, para incluir numa compilação da Flor Caveira, a editora que recentemente ganhou visibilidade graças a lançamentos como os de Tiago Guilul. Foi nessa cave que gravámos o nosso primeiro disco: dez músicas numa tarde, recordam os autores de conto de Fadas de Sintra a Lisboa. Por causa de músicas como essa, a conjugar narrativa corridinha com riffs sucolentos, a obra dos Pontos Negros presta-se a ser descrita como deliciosamente adoloscente. É pelo menos assim que os vê Samuel Úria, outro artista da Flor Caveira e autor da apresentação da banda no MySpace. Canções como Lili, Inês e O conto de

| NOVEMBRO 2008

Fadas, que têm uma história, divertem as pessoas e por isso serão deliciosamente adolescentes. Mas o álbum tem outro tipo de letras e de música. Serão canções mais imtemporais, exagerando um bocadinho. Percebemos a mensagem: apesar da tenra idade de Jónatas, Filipe, David e Silas, os Pontos Negros já tem uma história. Afinal, eles começaram cedo: quando se juntaram na cave da igreja, o baterista ainda não tinha feito 15 anos. Como tal, os Pontos Negros olham para o Magnífico Material Inútil como mais um passo da sua peregrinação rock: Este álbum é um retorno às origens. No nosso primeiro disco, embora ainda andássemos à procura do nosso som, já tinhamos essa estrutura mais rock´n´roll. LIA PEREIRA


B. FACHADA 13 Se não é nome de grupo, nem sequer uma identidade então o que representa b (fachada) se não a designação do projecto mais interessante a mover-se no panorama underground português. b (fachada) é um meio para atingir um fim, e o fim é transmitir os contos do dia a dia, de uma forma extravagante sem deixar de ser contida no seu mundo, cada tema ecoa como se duma ode poética se tratasse.No seu myspace b (fachada) descreve a sua arte como folque muito erudita, e são nessas palavras que pensamos quando ouvimos a guitarra em tudo portuguesa menos na forma a acompanhar a voz que lembra a do poeta que declama com língua tão afiada quanto certeira. b (fachada) é narrador e protagonista das suas pequenas histórias que vão desde a sua interacção com as mulheres e os prazeres da carne até à mais mundana das situações que acontece ao mais comum dos Zés ninguém. Tendo como editora a Merzbou a editora portuguesa conhecida por disponibilizar sem custos os trabalhos dos seus artistas, editou já três trabalhos deste projecto. Sendo os mais recentes b (fachada) Sings The Lusitanian Blues e Mini Cd (Produzido por Walter Benjamin). No primeiro b (fachada) comunga com os blues norte americanos sem nunca esquecer a identidade fincada portuguesa presente em todas as músicas. O clima de tropicalismo é metamorfoseado em algo freak que não esquece e que em cada música se

comporta como uma moda tradicional portuguesa. No segundo ep b (fachada) junta-se a Walter Benjamin colega de editora e de palcos para elaborar mais conjunto de bonitas canções. Aqui pela primeira vez ouvimos outra língua que não o português. Por alguns momentos somos expostos ao inglês da forma mais portuguesa possível. Neste álbum somos apresentados à violência doméstica, ao D.Pedro e à transexualidade de uma personagem fictícia ou nem tanto. B (fachada) conseguiu construir para além de um som toda uma estética que se expande por tudo o que toca. JOÃO FERREIRA

NOVEMBRO 2008 |


PLAY

1414

Quando era pequeno, Nick Cave foi raptado por extraterrestres que lhe concederam o dom da criatividade infinita. Alguma coisa deve ter acontecido a este homem para ser tão prolífero durante tanto tempo. Desde que tenho cultura musical que me lembro de Nick Cave, primeiro com Birthday Party, com os Bad Seeds ou com Grinderman, o

NICK CAVE projecto com que nos surpreendeu no ano passado. E ainda enquanto digerimos a surpresa, eis que nos apresenta o seu décimo quarto álbum de estúdio com os Bad Seeds,Dig, Lazarus, Dig!!!. Um álbum por onde desfilam personagens como Houdini, Raymond Chandler, Valerie Solanas ou essa personagem bíblica que tanto o fascina, Lázaro, o protagonista deste disco que é descrito pelo próprio Nick

| NOVEMBRO 2008

Cave como uma hemorragia de palavras e ideias. E, neste seu novo trabalho, as referências bíblicas misturamse com histórias sexuais ou imagens de uma Nova Iorque decadente. Para apresentar Dig, Lazarus, Dig!!!, Nick e os seus rapazes saltaram para o cenário da moda, o youtube. com, com uma série de divertidos vídeos com uma temática espiritual. Alguns dos músicos que acompanham Nick Cave neste álbum são da categoria dos pesos pesados, como Mick Harvey, um dos seus inseparáveis companheiros musicais, com quem partilhou a primeira banda nos anos de juventude, The Boys Next Door. Mas também não podiam faltar Warren Ellis, Martyn Casey e Jim Sclavunos, o trio insuperável com o qual formou os Grinderman para fazer um rock puro e visceral. Em Dig, Lazarus, Dig!!!, Cave abandona o som furioso dos Grinderman e, uma vez mais, reinventa-se. Um álbum de rock poderoso, intenso, eléctrico... Um Nick Cave que volta a surpreender fazendo aquilo que sabe fazer melhor: poesia e rock, em partes iguais. TEREVISIÓN RUIZ


15 São três meninas bonitas, com ar de quem não parte um prato. Em 2005 ousaram partir as paredes que as enclausuravam no anonimato e mostraram ao mundo a sua música etérea, onírica e simples, de traços quase infantis. Com a capacidade de persuasão de quem sussurra um conto infantil ao ouvido, Annie Hart, Erika Forster e Heather DAngelo têm vindo conquistar fãs atrás de fãs ao longo dos últimos anos. Juntaram-se em Brooklyn, um dos bairros mais conhecidos de Nova Iorque, e chegam finalmente a solo nacional no final deste ano para apresentar o segundo álbum de originais. Elegeram como instrumentos preferidos os teclados (sintetizados) e as caixas de ritmos. Não os largam. As vozes cruzam-se, juntam-se em coros angelicais e ajudam as caixas de ritmos a dar o tom. A crueza e sinceridade da sua música é impossível de catalogar (se bem que o rótulo indie está-lhes bem colado à pele) e a imprevisibilidade do rumo que cada canção segue é tão grande quanto o acontecimento que as juntou. Erika e Annie conheceramse num combóio, enquanto viajavam de Vermont para Nova Iorque, e rapidamente se tornaram amigas. A música surgiu como o natural passo seguinte e a dupla começou a escrever canções. Heather juntou-se ao projecto depois de participar activamente nos ensaios e, em 2006, o trio estreou-se finalmente com a edição do álbum Verses of Comfort, Assurance & Salvation. A crítica especializada deixou-se encantar pelas vozes angelicais das Au Revoir Simone e o entusiasmo à sua volta foi crescendo. O cinema

e a televisão interessaram-se rapidamente pela música do trio, intensificando a capacidade visual dos seus temas. Além de terem ido buscar o nome a uma personagem de Tim Burton do filme A Grande Aventura de Pee Wee, as Au Revoir Simone conquistaram a admiração e o respeito de David Lynch, que no início deste ano as convidou para uma performance antes da sessão de apresentação do

AU REVOIR SIMONE seu mais recente livro Catching the Big Fish: Meditation, Consciousness, and Creativity. A conhecida série de televisão Anatomia de Grey também se rendeu ao talento e originalidade das meninas, tendo utilizado os temas Black in Time e Through the Backyards como banda-sonora de dois episódios. Em 2006, as Au Revoir Simone andaram em digressão com os We Are Scientists e este ano foram promovidas a banda de suporte dos franceses Air durante a sua digressão europeia. O segundo álbum foi baptizado de The Bird of Music, saiu para as lojas no início do ano, e é com ele na bagagem que as três meninas bonitas de Brooklyn visitam Portugal. Dois concertos imperdíveis no Teatro Circo de Braga, a 4 de Dezembro, e no Santiago Alquimista em Lisboa, a 5 de Dezembro. MÁRIO RUI VIEIRA

NOVEMBRO 2008 |


16

A explosão de feromonas trazida por aquilo a ques os tontos chamam nú rave é o melhor que aconteceu à música de dança no último ano. Puxemos pela memória. Peaches alcançou toda a sua graça, se é que alguma vez teve falta dela, com o tema Tent in your pants, um canto às virtudes de erecção masculina, ainda que aí o peso da ironia fosse maior do que o da testosterona da artista canadiana. Este duo, formado também no Canadá da nova independência excessiva, não se esquiva nem da ironia nem da manipulação mental, argumentando que a principal inspiração de Crimewave, uma bomba de relojoaria poptrónica, são as meninas que não se podem permitir um pónei e os homens

CRYSTAL CASTLES maiores que não se podem permitir uma colegial. Não é difícil imaginar-se, portanto, a que se poupam os Crystal Castles: a nada. CC não são o típico projecto que se ouve nas festas baratas, que assinam um hit de

| NOVEMBRO 2008

temporada e têm tiques de super-estrela, surgiram sem a menor intenção de deixar marca, mas estão no caminho certo para o fazerem com um par de singles e centenas de concertos em cima das pernas. Querem soar aos The Stooges de Fun house ou aos New Order de Technique, mas vão mais longe porque sabem usar a pop electrónica desta década sem regras de estilo, e também a aura de metal que faltava para dar sentido a uma pós-modernidade de dança que se tinha esquecido da ironia com sentido, de experimentar em casa e com gasosa. Ethan e Alice estão convencidos de que o seu som é como o de duas serpentes a fornicar, e ainda que seja difícil imaginar tal coisa, se é que as serpentes fazem algum tipo de som enquanto copulam, é simples imaginar o porquê de semelhante definição: para os CC, uma boa canção deveria fazer vomitar todo o mundo em uníssono. Não parece que as ideias de CC sejam de levar muito a sério, mas é melhor não ligar muito ao que parece ou deixa de parecer porque vem aí uma estreia que nem os Klaxons, nem os Simian Mobile Disco, nem os Digitalism teriam sido capazes de igualar. O grito pop-metal está quase a começar. JAIME CASAS


17

Um quinteto de Lisboa que faz da palavra indie a sua arma: na música, nas letras, na atitude. São os Vicious Five, claro. Deram um concerto gratuito no Lux que, um mês depois, ainda gera burburinho. Os Vicious Five abriram o jogo ao seu público militante por ocasião do seu segundo álbum. Sounds Like Trouble é indie rock pulsante e um manifesto, é nas palavras de Quim Albergaria, o vocalista: Um disco que tem uma mensagem positiva de uma banda positiva. Concordamos. Esta banda de Lisboa começou o seu trajecto em 2003. Apaixonados por punk e hardcore, os seus cinco elementos desde logo quiseram deixar marca sólida. Em 2005, o seu primeiro álbum Up On The Walls entra pela mão da Loop Recordings em rota de colisão com os sentidos agastados da música portuguesa. Pegando na energia do punk e do hardcore, a velocidade do rock e um empolgante espírito indie, estabelecem-se como uma referência. Os seus concertos tornam-se inesquecíveis e a estrada dá-lhes experiência. Andamos desde 2005 em tour, fez de nós melhores músicos, afirma Paulo Segadães, o baterista da banda. Esse caminho que percorremos tem como consequência que este novo disco seja mais maduro, consistente e mais bem pensado. Depois de uma pausa nos concertos para gravar canções, os músicos lançam um álbum em edição de autor: Sounds Like Trouble

é o disco da afirmação: Este disco foi pensado, não quisemos lançar algo que fosse uma reacção às nossas ideias e ao mundo. Aqui parámos para criar, tocar e escrever músicas que tivessem uma mensagem actual. Escutando o tema Lisbon Calling, percebemos o alcance das palavras anteriores de Quim Albergaria. Fala-se de um acordar de uma cidade, de uma geração farta de tradições, lustramse motivos para uma auto-estima. É precisamente isso.

VICIOUS FIVE Estamos fartos da Lisboa das colinas, do fadinho, do queixume, da Lisboazinhas dos becos e dos postais. Há uma cidade nova a revelar-se todos os dias, moderna e com grandes ideias, de que nos devemos orgulhar, diznos empolgado. Os Vicious Five dão-nos mais uma deliciosa pedrada no charco no marasmo social com um disco que, de tão grande e tão forte, nos dá a impressão de sermos puxados para uma nova dimensão. Será esta a nova Lisboa de que eles falam? Apostamos que sim. Vicious Five ao poder! ARTUR SOARES DA SILVA

NOVEMBRO 2008 |


18

A sofisticada Alison e o seu companheiro na sombra trocam as luzes de néon pelos mistérios campestres em The Seventh Tree.Por muito que se recusem a reconhecê-lo, os Goldfrapp sempre foram atrás das modas, embora tenham, em cada um dos seus trabalhos, aliado a essa tendência a sua marca pessoal. Nota-se essa marca principalmente nas orquestrações cinematográficas de Will Gregory e no ambiente visual e lírico (marcado pela natureza e pelo

GOLDFRAPP surrealismo) de Alison Goldfrapp. O primeiro álbum Felt Mountain, bebia dos postulados de um trip hop completamente instalado era o ano 2000, Black Cherry e Supernatural puseram o duo britânico na senda do ele do electroclash e do revival disco. Como isso não ia durar muito, no seu quarto álbum trazem um sensual contraponto: o glamour da bola de espelhos de Supernatural, o retomar

| NOVEMBRO 2008

dos ambientes relaxados do início com uma clara proeminência do ambiente campestre e a introdução de guitarras acústicas (ideia que surgiu depois de uma sessão realizada para um pprograma de rádio). Como dizia ao princípio, os Goldfrapp têm ido atrás das modas. Assim sendo, não é de estranhar que, por muito que mencionem, todo o surrealismo inglês, de Edward Lear a John Lennon como principais influências, Eat Yourself soe a cópia de Coco Rosie ou que Clowns entre em cheio no folk ilusório e bucólico de Sandy Denny ou Vashti Bunyan. Sally Oldfield e Kate Bush são outros dos nomes que vêm à memória. Não obstante, quando começas a ouvir este disco sentes que este é o trabalho mais eclético e imprevisível da banda. Paradoxalmente, a carreira dos Goldfrapp tem perdido progressivamente o respeito da crítica e tem ganho a admiração do público. O seu terceiro disco vendeu um milhão de cópias em todo o mundo. Agora é a sua grande oportunidade para contentarem ambos os sectores: para além de regressarem ao seu terreno natural, têm canções como A and E ou Caravan Girl que são do mais comercial que fizeram até agora. DAVID SAAVEDRA


19 São, ao segundo disco, uma das maiores bandas do planeta. Do Canadá para o mundo, o mediatismo global foi célebre. O culpado, em primeira instância, foi «Funeral» ¬uma das mais felizes estreias em longa duração da década. «Neon Bible», a novidade agora editada , promete dar lógica continuidade ao culto. O baterista Jeremy Gara recorda a passagem dos Arcade Fire por Portugal, na edição de 2005 do Festival Paredes de Coura. O contexto é por demais conhecido, mas importa apresentar sintecticamente: «Funeral», disco de estreia dos Arcade Fire, foi um dos mais celebrados registos de estreia de sempre, porta de entrada para um colectivo ponta-de-lança de uma nova cena oriunda do Canadá. Editado em 2004, mas com global distribuição assegurada somente em 2005, «Funeral» foi uma pedrada no charco, disco multidisciplinar, diferentes rumos num trajecto sonoro imbatível. Foi um disco estrondoso, provavelmente um dos mais inventivos registos rock desde «Loveless», dos My Bloody Valentine. Agora, aterra «Neon Bible», seguidor natural, evolução na continuidade bom, muito bom, peca somente na comparação (tão inevitável quanto inglória) com o glorioso passado em álbum. Para gravar «Neon Bible», os Arcade Fire adquiriram uma igreja que, posteriormente, converteram em estúdio de gravação. Jeremy Gara, baterista do colectivo, assume que tudo isto foi um processo algo moroso e complicado. Mas na verdade foi sempre evidente para nós que tinha de ser assim. Sentimos um chamamento que nos guiou através de todo este processo. As letras assumem também o seu lado

religioso q.b.: O Win [Butler, vocalista da banda] estudou alguns textos religiosos a determinada altura da sua vida e isso ajudou na feitura das letras para este disco. As expectativas sobre o sucessor de «Funeral» nalgumas coisas não mudámos assim tanto. Só que agora tocamos nos maiores festivais do mundo com audiências incrivel-

ARCADE FIRE mente massivas, resume. Portugal. A primeira passagem dos Arcade Fire por terras lusas sucedeu na edição 2005 do Festival Paredes de Coura, tendo a banda partilhado o palcocom nomes como Queens of the Stone Age ou Pixies. Recordo-me de uma muito atribulada viagem de carro até ao recinto do Festival, começa por adiantar Jeremy, que rapidamente minimiza a memória menos boa: Mal chegámos ao recinto e vimos a beleza do espaço ficou tudo para trás. Tivemos também oportunidade de conhecer o Porto, uma cidade lindíssima. Lisboa, que acolherá o regresso dos Arcade Fire é, por ora, um local que vi somente em fotografias. Uma amiga minha vive aí, estou curiosíssimo para conhecer a cidade, remata o baterista de Montreal. Nós retribuímos o elogio e o desejo de rápido regresso. A epifania prossegue dia 3 de Julho, no Super Bock Super Rock. PEDRO FIGUEIREDO

NOVEMBRO 2008 |


20

| NOVEMBRO 2008


RETROSPECTIVA

21

Retrospectiva por Manuel Sim천es NOVEMBRO 2008 |


22

É a partir de um concerto com os Throwing Muses que os Pixies chamam a atenção de Gary Smith dos Fort Apache Studios, que produz a famosa demo conhecida pelos fãs como The Purple Tape, gravada em apenas três dias. Esta serviu para como cartão-de-visita para algumas editoras e é Ivo Watts-Russel da famosa 4AD que os contrata em 1987 e edita o primeiro registo oficial dos Pixies Come on Pilgrim, um EP com oito temas seleccionados da demo. O EP tem por curiosidade dois temas cantados em castelhano, resultado da experiência de Black Francis em Puerto Rico, onde partilhou durante seis meses um apartamento com Jose Jones (um estranho psicopata homossexual puerto riquenho de que Francis fala em Crackity Jones de Doolittle). Come on Pilgrim exibe as várias vertentes no som dos Pi-

| NOVEMBRO 2008

xies, destacando-se os solos característicos de Joey Santiago, as doces melodias vocais de Kim Deal ou a agressividade de Black Francis na sua interpretação, embrulhadas em simples canções rock. Surfer Rosa chega em 1988 e é a primeira longa-duração da banda. Produzido por Steve Albini, conhecido pelos seus trabalhos com Mudhoney ou Nirvana (aliás Kurt Cobain considerava os Pixies como uma das suas principais influências e responsáveis pela composição de Smells Like Teen Spirit), o disco foi considerado pela Q Magazine como um dos 50 discos mais pesados de todos os tempos. Temas como Where Is My Mind?, Bone Machine ou Gigantic (um dos únicos temas dos Pixies em que Kim Deal tem a sua voz como principal), são hinos do rock alternativo. É a partir de Surfer Rosa que os Pixies embarcam na sua primeira tour europeia, como banda de suporte dos Throwing Muses, destancando-se a grande aceitação na Holanda. Depois de gravarem duas sessões nos estúdios da BBC em Londres para o programa de John Peel, estalecem contacto com o produtor britânico Gil Norton que lhes produz o segundo álbum Doolittle. Gravado nas seis últimas semanas de

88, Doolittle traduz um som mais polido nos temas dos Pixies, ao invés da crueza na produção dos registos anteriores, facto que se pode comprovar na canção mais pop e sing-along da banda Here Comes Your Man ou na secção de cordas incluída em Monkey Gone To Heaven.

Kurt Cobain considerava os Pixies como uma das suas principais influências e responsáveis pela composição de "Smells Like Teen Spirit". É o disco mais vendido na carreira dos Pixies e despoletador de alguns conflitos internos, principalmente entre Francis e Deal. Após três álbuns em apenas dois anos e das tours que se lhes sucederam, denotava-se algum cansaço por parte dos membros da banda, que se reflectiam nas suas relações. Estamos em 1989. Com o fim da tour de Doolittle a banda entrou num período de hiatos. Santiago e Lovering aproveitaram para viajar, Francis comprou um caddilac amarelo e percorreu os Estados Unidos da América com a sua namorada dando espectáculos a solo,


enquanto que Kim Deal formou uma nova banda The Breeders. No regresso, Black Francis limitou a contribuição de Kim Deal nos Pixies e estabeleceu maior controlo nas decisões da banda. Em “Bossanova”, lançado em 1990, todas as canções são escritas por Francis. A banda estava no auge da popularidade, mas também no início do fim, com Deal a ameaçar a sua saída. Para além de uma maior influência do surf rock nas guitarras (incluí um cover de Cecília Ann dos Surftones), Bossanova” introduz outros temas na lírica dos Pixies, tais como a ficção-cientifica ou assuntos relacionados com Objectos Voadores Não-Identificados. No final da tour de promoção do deste álbum, as ameaças de colocar um termo na carreira da banda sucediam-se e em 1991 chega o derradeiro disco dos Pixies Trompe Le Monde. Black Francis continuou a expandir o seu interesse pela ficção cientifica e por OVNIs em canções como Planet of Sound (talvez a mais pesada de sempre da banda) ou Motorway to Roswell, mas também elementos de piano e canções mais pop, para além de um cover dos Jesus and Mary Chain, Head On, distinguem este álbum. O fim dos Pixies é anunciado numa entrevista à BBC no início de 1993,

23

No final da tour de promoção do deste álbum, as ameaças de colocar um termo na carreira da banda sucediam-se e em 1991 chega o derradeiro disco dos Pixies Trompe Le Monde. em que Francis não dá qualquer justificação. Posteriormente, telefonou a Santiago e contactou Deal e Lovering por fax a anunicar o acontecimento. Contudo, as suas carreiras individuais continuaram. Black Francis, no mesmo ano em que terminam os

NOVEMBRO 2008 |


24

Pixies, lança o seu primeiro disco a solo como Frank Black. Sucedem-se mais dois álbuns e forma outra banda a que deu o nome de Frank Black and the Catholics, que ainda hoje continua a tocar e a editar novos trabalhos. Kim Deal pôde concentrar-se a tempo inteiro aos Breeders e lançou, também em 1993, o fabuloso disco aclamado pela critíca “The Last Splash”. Numa pausa dos Breeders, Deal formou em 1995 os The Amps. Quanto a David Lovering e Joey Santiago, o primeiro encetou por uma carreira como mágico e, curiosamente, fez algumas aberturas para

| NOVEMBRO 2008

espectáculos de Frank Black e Breeders. Santiago formou com a sua esposa os The Martinis. Passados onze anos do fim dos Pixies começam a circular rumores sobre a possibilidade de se voltarem a juntar. O tão esperado regresso é anunciado no final de 2003 e a primeira reunião da banda em palco dá-se a 13 de Abril de de 2004 em Minneapolis. Os Pixies iniciam uma série de concertos pela Europa, Estados Unidos da América, Japão e Brasil, que se estende até 2007, dando oportunidade a novos e velhos admiradores ver e reverem a banda em palco. Para celebrar o regresso às lides, lan-

çam uma nova canção Bam Thwonk, para venda online, e a compilação Wave of Mutilation: The Best of the Pixies, editada pela 4AD. Actualmente, a entrada em estúdio para a gravação de um novo trabalho é um assunto constante em entrevistas e textos publicados pela imprensa. Black Francis defende que para entrar em estúdio a banda tem de estar focada e fazer algo de novo e fresco e não estar constantemente a tocar as músicas antigas. <<<


25

NOVEMBRO 2008 |


ILUSTRAÇÃO

26

irana douer “Gosto de pensar nelas como mulheres que fecham os olhos apenas para não serem capazes de ver o que se passa sua volta, ou para fazer desaparecer tudo o que as rodeia.” Entrevista por Marcos cowan | NOVEMBRO 2008


De onde és? Sou de Buenos Aires, Argentina. Nascida, criada e ainda a viver aqui.

27

Como vieste para o mundo do desenho? Acho que simplesmente aconteceu. O que faz uma boa imagem? Acho que não há uma resposta para isso, é tão relativo. Posso dizer composição, tema, cor, etc., mas às vezes podes ter tudo isso e mesmo assim não ter uma boa imagem. Acho que o que faz algo bom é como te sentes em relação a isso. Como descreves o teu estilo? Feminino. Às vezes violento. Porque desenhas o que desenhas? Sou muito interessada nas mulheres e nas suas emoções. Às vezes represento coisas que me aconteceram/ acontecem e outras vezes coisas que apenas surgem na minha mente. Solidão e dor são os sentimentos que mais gosto de trabalhar. No geral, estas mulheres têm os olhos fechados. Gosto de pensar nelas como mulheres que fecham os olhos apenas para não serem capazes de ver o que se passa à sua volta, ou para fazer desaparecer tudo o que as rodeia. O cabelo é também muito importante no meu traba-

lho. A maioria da imagem é muito simples e no cabelo é onde incluo mais detalhe. Penso no cabelo como algo muito feminino e ele pode dizer muitas coisas: pode ser somente bonito e controlado numa trança ou estar solto e cobri-las como capas invisíveis, a protegê-las. O que seria o teu projecto ideal? Ter o meu próprio espaço e organizar exposições aqui em Buenos Aires, com todos os meus artistas preferidos de todo o mundo. No que estás a trabalhar agora/a seguir?

Estou a trabalhar em várias coisas para algumas publicações e recentemente descobri a pintura em cerâmica, então tenho desenhado em chávenas de chá. Também, acabei de chegar de uma viagem de dois meses pela Europa e estou a planear uma viagem ao Peru e à Bolívia para o fim de este ano, por isso não sei bem o que vem a seguir... espero que novos trabalhos e inspiradores experiências. <<< keepinmind.com.ar www.flickr.com/photos/irana

NOVEMBRO 2008 |





DESIGN GRテ:ICO

31

BURO DESTRUCT

NOVEMBRO 2008 |


Com a intenção de encorajamento e promoção de jovens artistas, HGB Fideljus criou a Destruct Agentur em 1992. Dois anos depois por mão do designer gráfico Lopetez, a agencia de arte muda de nome para agencia de design gráfico Bureau Destruct ou Buro Destruct como hoje é conhecida. Actualmente o grupo conta com 4 membros: MBrunner (70), H1reber (71), H1reber (71), Heiwid (67) and Lopetz (71). O trabalho produzido pela BD incide em grande parte em trabalho de impressão (2D&3D), como identidades corporativas, logótipos, ilustrações, livros, packaging de cd's, cartazes, flyers, entre outros. Contudo a especialidade da BD é a criação de tipos de letra desde 1995. AS fontes podem ser encontradas fontfoundry-website chamado typedifferent.com disponível desde Fevereiro de 2002. Em 1999 o livro Buro Destruct, publicado por Die Gestalten Verlag em Berlim, oferece uma curta retrospectiva da agência suiça de 1994 a 1999. Com o tão popular livro Electronic Plastic publicado em 2000 a agência seguiu em 001 com o projecto denominado por Narita Inspected, que consistia numa pesquisa de designers gráficos japoneses

contemporâneos, colectados por Lopetz. Em 2002 a agência fica conhecida por lançar o projecto loslogos.org. Um website onde os visitantes podem fazer o upload de logos de ruas de todas as partes do mundo para a loslogoscity com a intenção de os proteger e salvar do desaparecimento. Também em 2002 Buro Destruct abre a sua pequena, mas engraçada loja de design gráfico chaqmada Buro Discount em Zurich. 2003 fica marcado pelo lançamento do livro Buro Destruct II, publicado mais uma vez por Die Gestalten Verlag, agora com uma retrospectiva da agência desde o ano de 1999 a 2003. Depois de mais publicações em 2006 a BD produz uma instalação apelidada de DarkRoom para a Bienal Internancional de Design de St. Etienne, France. Em 2008 a BD as suas primeiras series de caracteres em vinyl chamadas de the Stifles, dando conferências, discursos, e workshops em Santiago de Chile, Equador, Beirut, Noruega, Canada, Republica Checa, Estonia, Japão, França, entre outros. Actualmente a sede da Buro Destruct encontra-se actualmente sedeada em Berna, Suiça. <<< JOÃO FERREIRA

Love, Monthly Programme Poster, Client: Kulturhallen Dampfzentrale Bern, Print:

BD II, Bookrelease Promotion Poster, Client: Die Gestalten Verlag Berlin, Print:

Serigraphie Uldry, 2001

Serigraphie Uldry, 2003

32

| NOVEMBRO 2008


33

Hugo Loetscher, Monthly Programme Poster, Client: Kulturhallen Dampfzentrale Bern, Print: Serigraphie Uldry, 1999

NOVEMBRO 2008 |


DESIGN MULTIMÉDIA THINK

34

Na edição deste mês apresentamos um trabalho da agência Ativism. O trabalho aborda o Fórum Thinknomics, uma iniciativa do Ministério de Economia e da Inovação que pretende dar a conhecer os best cases dos principais sectores da economia nacional onde a excelência e a inovação são a marca da mudança, no sentido de um maior crescimento e desenvolvimento económicos. Para este evento são convidados os empresários que mais contribuem para o crescimento económico do país. Pretendia-se desenvolver uma identidade representativa do conteúdo e

| NOVEMBRO 2008

da importância estratégica do evento. O motion graphic do evento teve como objectivo apresentar a identidade da marca Thinknomics na abertura do evento: recorre à linguagem gráfica do código de barras, símbolo do sector económico para apresentar o logótipo e a diversidade de caminhos que se podem explorar para chegar a novas soluções mais eficazes e profícuas. Uma abordagem dinâmica que introduz as diferentes áreas prioritárias de actuação e incita ao empreendedorismo e desenvolvimento económico de Portugal. <<< JOÃO FERREIRA


ARTES PLÁSTCAS

DANNY ROBERTS

35

ENTREVISTA POR FILIPA MONTALVÃO

NOVEMBRO 2008 |


"Ele é as duas partes do desenho: é a sensibilidade inata em conjugar cores e o treino afincado para aperfeiçoar o traço. Californiano, com apenas 23 anos, Danny Roberts é um promissor ilustrador de moda que se tem dedicado a criar reinterpretações surpreendentes de capas da Vogue e de campanhas da Dior ou da Chanel. Mas não só. Danny também cria as suas próprias histórias. Igor+André são os narradores fictícios de um livro de contos que pretende escrever e para o qual já desenhou cada personagem." Achas que desenhar é um talento inato ou que se aprende? Um pouco dos dois. Acho que existem duas partes no desenho: a capacidade motora de desenhar e o estilo do teu desenho (cor, tema, materiais, etc). Eu sei que qualquer pessoa pode desenvolver bastante bem a capacidade motora através da prática mas quando toca a escolha de cores e composições, aí creio que já se trata de um talento inato. Por exemplo, eu sempre desenhei e rabisquei quando era pequeno mas, citando a minha mãe: "Tu sempre desenhaste mas não eras muito bom nisso". Foi apenas há uns anos que decidi praticar todos os dias e começar a desenvolver essa minha capacidade. Era capaz de desenhar 15 horas seguidas até a minha mão ficar inchada. Por isso, definitivamente, eu aprendi a desenhar.

36

O que aconteceu aos desenhos de moda que fizeste quando tinhas 13 anos? Ainda tenho a maior parte. Eu criei uma pequena marca de roupa quando tinha 20 mas depois chegou a um ponto em que, para virar a página, já era necessário conseguir investidores e eu achei que era ainda um pouco cedo na minha vida para entrar em dívidas. Portanto decidi deixar essa porta aberta e prosseguir com a ilustração de moda. Então pensas em desenhar a tua própria colecção, ter a tua própria marca? Sim, interessa-me muito desenhar a minha própria colecção. Todas as roupas que aparecem no conto são de minha autoria. Estou sempre a improvisar colecções novas. Talvez

| NOVEMBRO 2008

uma dia me envolva a sério numa e decida produzi-la.

"Sou uma pessoa que simplesmente adora técnicas. Adoro experimentar e desenvolver novas técnicas." O facto de alguns dos teus desenhos serem improvisados enquanto viajas de carro e de outros serem cuidadosamente desenhados durante horas em casa, e mesmo assim ambos serem facilmente reconhecíveis como sendo teus, demosntra o quão personalizado o teu trabalho é? Sim, definitivamente. É engraçado, eu penso que a minha arte é quase como a minha letra: quando eu desenho, sai sempre parecendo naturalmente meu. Não é que eu

faço por isso, é simplesmente o meu estilo, acho que é a única maneira de explicar. A moda é obviamente a essência do teu trabalho. Como o vês aplicado, por exemplo, a ilustração para crianças? Sim, de facto estou a trabalhar com uma escritora australiana, a Sophie Ward, ilustrando o seu primeiro livro para crianças, também o primeiro livro da Paper Castle Press. Estou a gostar imenso da experiência porque puxa por um estilo diferente no meu trabalho. E também porque me está a ajudar a crescer, livros para crianças são das minhas coisas favoritas. É importante nos teus desenhos a formação que tens em fotografia? A fotografia é uma componente fun-


damental quando estou a conceber uma imagem. Que outras artes, outros lugares, outras pessoas te inspiram? Deixo inspirar-me por praticamente tudo. Gosto especialmentede artistas como Audrey Beardsley e Egon Schiele, há qualquer coisa no trabalho deles que me faz querer criar mais e mais. Também designers como Alexander McQueen e John Galliano porque são muito caprichosos e excêntricos nos seus trabalhos. Os meus fotógrafos de moda preferidos são Man Ray e Steven Meisel.

"Eu desenho o que gosto por estar emocionalmente ligado ao tema do meu trabalho torna-o realmente sincero." No teu blog, mostras algumas das tuas técnicas. Segues sempre uma regra, várias regras ou não tens nenhuma? Sou uma pessoa que simplesmente adora técnicas. Adoro experimentar e desenvolver novas técnicas. Quando olho para uma imagem, ou quando estou a começar a criar uma ideia, penso em todas as diferentes técnicas e maneiras de fazer aquela peça e tento perceber qual a que ecaixa melhor. Tenho no meu blog um vídeo documental onde pode ver-se o processo de criação do

37 auto-retrato que fiz para esta revista. Quando às regras, na verdade não tenho nenhuma... Bem, talvez uma: perceber quais são as regras e depois arranjar maneira de as quebrar. Na arte, acho que esta foi a melhor coisa que alguma vez ouvi alguém dizer. Pelos teus desenhos, posso dizer que o teu tema preferido são as mulheres, porquê se também exis-

tem modelos masculinos? Essa é uma boa pergunta. Eu desenho o que gosto por estar emocionalmente ligado ao tema do meu trabalho torna-o realmente sincero. E as mulheres inspiram-me mais do que qualquer outra coisa.

"Normalmente só gosto de desenhar coisas que me inspirem porque assim sei que vou fazer o meu melhor." Qual é o teu trabalho favorito? Tenho de dizer, sem sombra de dúvidas, que o meu trabalho favorito é o meu Character Sketch Book. É o meu trabalho mais pessoal porque relata todos os estágios da minha aprendizagem em desenho, até hoje. Falta-me um desenho no book para completar 200. Coloquei muitas das páginas do meu book no blog. Essas são as personagens do livro de contos que quero escrever. É esse o projecto do qual tenho mais orgulho. Como ilustrador de moda, há alhuma coisa que recusasses desenhar?

NOVEMBRO 2008 |


Hum... Pergunta interessante. Até agora não houve nada. Normalmente só gosto de desenhar coisas que me inspirem porque assim sei que vou fazer o meu melhor.

colocar nelas o máximo de mim.

"Sim, sou definitivamente um rapaz simples. Adoro passear e estar com a minha família."

Qual seria a situação ideal para ti como profissional ilustrator? Um dos meus maiores sonhos é ilustrar uma capa da Vogue, até porquealguns dos meus trabalhos preferidos são ilustrações de antigas capas da Vogue dos anos 20. Adoraria retomá-las.

Como defines o teu trabalho? Posso dizer que o meu trabalho é uma extensão de mim próprio... Tento estar sempre emocionalmente ligado a todas as minhas criações e

Apesar do teu sucesso, és um rapaz simples? Conta-nos algo sobre o Danny, que vá para além do teu trabalho. Sim, sou definitivamente um rapaz

38

| NOVEMBRO 2008

simples. Adoro passear e estar com a minha família. Gosto de manter a minha vida tão calma quanto possível. Acordo cedo, leio um pouco, depois começo a desenhar até ir dormir. Para além disso, treinei luta livre no liceu com o meu pai até este ano e agora tornei-me eu o treinador de miúdos dos 5 aos 9 anos. Adoro treinar crianças. <<<


39

NOVEMBRO 2008 |


ARQUITECTURA

ARQUITECTURA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL

40

Num breve passeio pela produção arquitectónica brasileira, somos surpreendidos com abordagens diversificadas, reflexo da amplitue de referências culturais no país. Herdeira de um Movimento Moderno, a arquitectura brasileira atravessou fases de grande desenvolvimento e difusão. Obras de grande porte, orçamentos e prazos limitados levaram a uma arquitectura despojada de detalhes onde o betão armada encontrava o seu limite na esbeltez. Influências directas de Le Courbusier, o imoulso económico dos anos 50 - concebendo uma nova capital moderna, a escola

carioca de Niemeyer, a escola paulista de Vilanova Artigas e, a partir dos anos 80, o contributo de Mendes da Rocha - são momentos nos quais a arquitectura presencia o impulso em diversas expoentes. Actualmente, uma nova geração de arquitectos paulistas destaca-se pela sua obra. No exercício da pequena escala presente na moradia, encontramos o arrojo do betão armado, aliado a desafios como a implantação em terrenos acidentados e a integração da obra quer seja em um entorno urbano e cosmopolita ou numa paisagem quase intocada, tendo a natureza

Fundação para o desenvolvimento da Educação - Campinas - UNA Arquitectos

| NOVEMBRO 2008

incorporada à obra. O estúdio de Márcio Kogan - MK27 (www.marciokogan. com.br) apresena o expoente da sua obra nos ensaios residenciais. Explorando o uso de diferentes materiais e texturas e, contextualizando a sua obra ao entorno, Kogan transita entre o minimalismo e o moderno, como uma xomponente regional sempre presente. MMBB Arquitectos (www.mmbb.combr), formado por Fernando de Mello Franco, Marta Moreia e Milton Braga, e SpBr Arquitectos (www,spbr.arq.br) por Angelo Franc, põem em prática uma releitura do movimento moderno, produzindo uma


Loja Clube Chocolatev- São Paulo - Arquitecto Isay Winfield

41 Restaurante Shimo - São Paulo - Rosenbaum Arquitectura e Desing

arquitectura compacta simultaneamente atenuada por uma leveza e elegância inerente ao seu discurso. Retomam a essência da escola paulista com a estrutura de concreto moldada in loco. A parceria com o arquitecto Paulo Mendes da Rocha oferece, para além do rico intercâmbio e aprendizagem, a oportunidade de desenvolvimento de projectos de grande parte para orgãos institucionais e de governo. UNA Arquitectos é um jovem gabinete constituído por Cristiane Muniz, Fábio Valentim, Fernanda Bárbara e Fernando Viégas. Foi criado em 1995 e desde a sua formação vem trabalhando em projectos de diversas escalas e programas, como escolas de primeiro e segundo grau, edifícios residenciais e comerciais, espaços culturais e desportivos, estudos urbanísticos e urbanísticos e projectos de equipamentos para trasporte público. Projectos comerciais ganham o requinte e o ar cosmopolita próprio de gran-

des cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Concept Stores recriam um microclima urbano, retomando a cultura do comércio de rua e dando-lhe novo significado - contemporâneo e multidisciplinar. O iesperado, o inusitado e a surpresa estão presentes na arquitectura de Isay Wenfield (www. isaweinfield.com). Com actuação inicial no campo do cinema, Isay define a sua produção: Arquitectura, cinema e cenografia são uma coisa só. O olhar é que faz a diferença. É na multidisciplinariedade que encontra meios de expressar o seu trabalho. Isso reflecte-se tam bém em uma abordagem crítica perante as cidades e a arquitectura, que se expressa de forma artística, recorrendo à amplitude de referências do arquitecto. Rosenbaum Arquitectura e Design (www.rosenbaum.com.br), constituída por Marcelo Rosenbaum, introduz a contemporaneidade do design grá-

fico incorporado à arquitectura. O seu trabalho está relacionado à moda, ao circuito de lojas e restaurantes contemporâneos. A sua actuação reflece o dinamismo da cidade cosmopolita, inserindo a arquitectura paulistana no circuito global de consumo Inserido também no campo da multidisciplinareidade, o designer Nido Campolongo tem a sua obra materializada em ambientes concebidos em parceria com arqutectos. Através de um discurso crítico quanto a sustentabilidade, Nido trabalha com o papel explorando a suas diversas possibilidades, desde o mobiliário até ao limite estrutural na configuração de espaços efêmeros. Tendo a arquitectura japonesa como referência, vemos o seu trabalho próximo a arquitectura de Shigeru Ban, trabalhando o papel-cartão com todas as suas propriedades de resistência estructural. <<< JOANA GOMES

NOVEMBRO 2008 |


42

| NOVEMBRO 2008


TENDÊNCIAS SAPATILHAS DO MÊS

2.

1.

43 3.

5. 4.

6.

6- Nike 2,3 - Reebok

1,5 - Adidas

4 - Puma

NOVEMBRO 2008 |


FOTOGRAFIA

LOST IN PRODUCTION... 44 FOTOGRAFIA: João Ferreira e Joana Gomes STYLING: Joana Gomes MODELO: Bárbara Fonseca PÓS PRODUÇÃO: Ninja do Texas

| NOVEMBRO 2008


45

NOVEMBRO 2008 |


46

| NOVEMBRO 2008


47

NOVEMBRO 2008 |


48

| NOVEMBRO 2008


49

NOVEMBRO 2008 |


50

| NOVEMBRO 2008


51

NOVEMBRO 2008 |


flickr 52

www.flickr.com/photos/playgroundlover

| NOVEMBRO 2008


www.flickr.com/photos/playgroundlover

www.flickr.com/photos/insuy

53

www.flickr.com/photos/canovix

www.flickr.com/photos/anorakispo

NOVEMBRO 2008 |


54 www.flickr.com/photos/26549938@N02/

www.flickr.com/photos/xkelx/

| NOVEMBRO 2008


55 www.flickr.com/photos/ninja_do_texas/

www.flickr.com/photos/ninja_do_texas/

www.flickr.com/photos/sweetbabyjane/

NOVEMBRO 2008 |


56

www.flickr.com/photos/godpenis

www.flickr.com/photos/barbarella_

| NOVEMBRO 2008


LOMO 10 GOLDEN RULES 01 . Leva a tua Lomo onde quer que vás. 02 . Usa-a a qualquer hora do dia ou da noite. 03 . A Lomografia não interfere na tua vida, torna-se parte dela. 04 . Aproxima-te o mais possível do objecto a fotografar, se assim o desejares. 05 . Não penses - lomografa. 06 . Sê rápido. 07 . Não precisas de saber antecipadamente o que fotografaste. 08 . Nem depois. 09 . Fotografa a qualquer ângulo. 10 . Não te preocupes com quaisquer regras.

57

NOVEMBRO 2008 |


58

| NOVEMBRO 2008


CINEMA Texto de Anouk Aivliz

59

CONTROL UM FILME DE : ANTON CORBIJN

NOVEMBRO 2008 |


Fazedor de mitos, o fotógrafo Anton Corbijn não esteve com meias medidas: escolheu Ian Curtis, alma atormentada dos Joy Division, como objecto da sua primeira realização cinematográfica. Sem fazer cedências ao lucro fácil ou à adoração, ainda mais frágil, o filme Control é como uma boa fotografia: forte.

60

Unknown Pleasures. Repita-se, a ponta da língua fazendo a viagem de vários passos pelo chão da boca. Un-known-plea-su-res. Se o nome do primeiro disco da banda Joy Division era toda uma promessa, a música que tocavam provocou uma epifania demolidora em Anton Corbijn. O filho de um pacato pastor protestante holandês sentiu que aquela sonoridade carregada de sombras chamada por ele. “Pensei ‘eu quero estar no lugar de onde essa música vem. A minha missão era fotografar os Joy Division”, diz em todas as entrevistas. Duas semanas depois, Corbijn fotografa a banda num túnel do metro, quatro miúdos esguios como espectros e banhados na sua característica

| NOVEMBRO 2008

luz granulada, um deles a olhar para trás, com os olhos baixos cheios de desdém. Há como que uma metáfora nessa imagem, uma descida aos infernos adivinhada. A fotografia foi publicada na bíblia musical que vigorava em 1979, o NME/New Musical Express. Seis meses passados, o vocalista Ian Curtis enforcava-se na sua casa suburbana de Macclesfield. Tinha apenas 23 anos. Haverá imagem mais poderosa para o imaginário popular do que essa de um poeta urbano torturado, ícone de milhares de miúdos desavindos com o princípio da realidade? O anti-herói que nunca envelhece nem conhece o aburguesamento é material perfeito para ma-

tinés cinematográficas. Se Corbijn não fosse Corbjin, o artista que vincou uma estética áspera e uma ética respeitada pela comunidade artística, poderia ter caído na tentação de fazer um portfolio de clichés na sua estreia como realizador cinematográfico. Mas o fotógrafo evita cuidadosamente essa armadilha da glamourização do mito para consumo rápido. Control demora-se antes no retrato humano de Ian Curtis. Claro que a banda sonora inclui as músicas póspunk dos Joy Disivision, ouvem-se temas iconográficos como Love will tear us apart, Transmission, She's lost control. Mas a intenção não é gerar um best of. Escave-se o fundo antes de admi-


61

rar a forma desta biografia visual e Control conta uma história aparentemente banal: uma rapaz conhece uma rapariga e não são felizes para sempre. Ian conhece Debbie, a rapariga com quem casa mal atingem a maioridade. A partir daí, a vertigem ronda-lhes-à sempre a porta: nasce a filha Natalie, começa o culto em redor dos Joy Division, surgem as digressões e os excessos, sucedemse os ataques epilépticos e as angústias de Ian, acontece o affair com a jornalista belga Annik Honoré. Demasiado depressa, demasiada intensidade. O descontrole. Anton Corbijn filma esta tragédia num pre-

to e branco granuloso, semelhante à estética minimalista e urbana que os Joy Division cultivavam. A elegância de planos, o realismo das imagens, estão contaminados pelo seu estilo fotográfico. E o rigor do realizador fê-lo procurar um feeling presente nas séries britânicas dos anos cinquenta. Em entrevista, Corbijn confessou desejar que Control estivesse “mais numa veia de Andrei Tarkovski do que de “Sid and Nancy”. A ambição e a honestidade intelectual foram recompensadas: os festivais de cinema de Cannes e de Edimburgo premiaram-lhe o filme. <<<

NOVEMBRO 2008 |



O QUE SE PASSA ?- ARTES PLÁSTICAS

MUSEU BERARDO

ARCO 08

Centro Cultural de Belém. Aberto todos os dias das 10h - 19h Com a pompa e circunstância noirmalmente reservada aos grandes eventos e com o governo em pesoa dar uma dimensão de desígnio nacional, o Museu Berardo abriu as portas após o vazio em que o Centro Cultural de Belém se havia tornado. Ocupa dois andares, ou seja, a dimensão total do espaço expositivo do CCB, que obviamente era desmesurada para as condições culturais do país no momento. Até a colecção Berardo, que como se sabe tem proporções de uma colecção de Estado, parece estar a flutuar na grandiosidade das salas. Cada peça consegue encontrar um espaço quase próprio sem ter que o partlhar, ou então partilha-o, de forma muito espapaçada, com poucas outras. A montagem não é propriamente ambiciosa, mas também não se esperava que o fosse. A opção é seguir uma certa lógica da colecção, que é bastante abrangente, e que basicamente procurou ter tudo o que foi sendo consagrando e considerando fundamental pela história da arte ocidental contemporânea. Em alguns momentos procura-se confrontar diferentes movimentos ou produções locais, mas nada que não tivesse já sido visto. A colecção vale, no entanto, pela qualidade de algumas peças, ao nível dos melhores museus do mundo. Existem obras consideradas fundamentais no percurso de muitos artistas, algumas delas catalogadas em exposições iniciais. O facto é tão mais incrível se tivermos em consideração que o núcleo duro da colecção foi adquirido na última metade dos anos 1990 e que muitas dessas peças eram já popularizadas em monografias dedicadas aos artistas. O coleccionador adquiriu peças inicias dos italianos da Arte Povera, de Alighero e Boetti, Gilberto Zorio, Mario Merz e Miguelangelo Pistoletto por Francisco Capelo.

O Brasil foi convidado de honra da 27ª Feira Internacional de Arte Contemporânea de Madrid, pretexto forte para um salto à capital espanhola. A renovação do seu espaço e a reestruturação do programa artístico foram as novidades desta edição. A 27ª edição da ARCO que reuniu 295 galerias de 34 países, apresentou uma nova organização espacial e design arquitectónica da autoria do arquitecto Juan Herreros. Participaram no total 224 galerias seleccionadas no Programa Geral, que contaram com um novo segmento dedicado à arte contemporânea de criação mais recente ARCO40. Uma equipa de comissários internacionais apresentou uma selecção de propostas para as secções Solo Projects, para a nova Performing ARCO , e Expanded-Box, com a sub-secção Pantalla, dedicada à video art. Da presença portuguesa destacou-se a Agência Vera Cortês com uma obra de Sophie Whettnall intitulada Conversation piece I(2004) na secção Pantalla e a galeria Filomena Soares SOARES na secção Solo Projects com a dupla Maurício Dias (Rio de Janeiro, 1964) e Walter Riedweg (Lucena, Suiça 1955). A presença do Brasil na feira foi bastante significativa com 32 galerias e 100 artistas seleccionados pelos comissários Moacir dos Anjos e Paulo Sérgio Duarte, prolongando-se num vasto programa de exposições, ciclos de cinema e concertos nos principais museus e centros de arte de Madrid. Entre as propostas culturais que a capital espanhola acolheu, destaca-se a instalação no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia de José Damasceno, um dos principais expoentes dos anos noventa.

NOVEMBRO 2008 |

63


O QUE SE PASSA? - DESIGN

64

FESTIVAL OFFF EM LISBOA

MOLA ATIVISM

Sete anos após a sua estreia, o festival de arte e design digital vai invadir durante três dias de Maio a LX Factory. De 8 a 10 Maio, todos os caminhos vão dar à LX Factory. Ali decorrerão simultaneamente performances, conferências, exposições, instalações interactivas, festas e outros micro eventos que compõem o OFFF. Héctor Ayuso, director do festival, descreveu a atmosfera criada pelo OFFF: É mais do que uma conferência sobre design, uma feira multimédia ou um festival de animação digital - o OFFF são três dias para os artistas brincarem, trabalharem, desfrutarem e experimentarem. O que torna o OFFF único é que tudo isto é feito com o público

A MOLA Ativism foi distinguida com seis troféus nos "Red Hot Award: Communication Design 2008". A agência de design do universo Ativism é a agência portuguesa mais premiada destes troféus alemãe, que se encontram entre os maiores e mais prestigiados do sector do design. M2 Innocent Graphic Calendar 07, o Anuário do CCP, as identidades edp5d, My Energy e região de Sagres foram trabalhos MOLA Ativism premiados. Atribuído desde 1955, este ano competiriam pelo troféu 5.885 candidaturas de 39 países. O Red Dot Design museum, o maior espaço de exposição de design contemporâneo do mundo terá patente a exposição destes trabalhos de 4 de Dezembro a 11 de Janeiro de 2009.

REACTOR

YRON

A exposição Reactor dos alunos finalistas de Design de Comunicação da Faculdade de Belas Artes de Lisboa propõe uma nova abordagem do processo do design no contexto social e cultural urbano. Os projectos contemplam estratégicas editorias, plataformas web e sistemas interactivos. A exposição prologa-se no site Plataforma Comum que aloja projectos sob o tema do interactivismo.

Um novo espaço em Lisboa, uma galeria que arranca da melhor forma, apostando numa exposição com uma forte componente em design gráfico, coisa rara nos dias que correm. 12 criativos, designers e artistas, foram convidados a desenvolverem 6 projectos para a exposição "Á-Zero com vista para o Tejo". Jorge Silva, Luís Royal e Ricardo Mealha foram alguns dos nomes que aceitaram o desafio. Para além de galeria, a Yron também comercializa peças e marcas de criativos como os bonecos Jucapinga e a linha de acessórios Libelula dos designers Jenny Cabral e Carlos Green Fernández.

| NOVEMBRO 2008


O QUE SE PASSA? -CINEMA

AMERICAN GANGSTER

007 - QUANTUM OF SOLACE

Argumento: Steven Zaillian Realização: Ridley Scott Interpretação: Russel Crowe, Denzel Washington Género: Drama Nacionalidade: Estados Unidos Estreia: 15 de Novembro. O cenário? Nova Iorque e Tailândia durante os anos da guerra do Vietname. É um filme de guerra? Nada disso. American Gangster regressa a uma Nova Iorque podre e plena de corrupção, droga e problemas sociais advindos da guerra no Vietname. Baseado numa história real, a do narcotraficante Frank Lucas que fez uma história fortuna vedendo heroína de maior pureza ao mais baixo preço, interpretado por Denzel Washinton, e de um polícia, Richie Roberts que, ao contrário da maioria dos agentes da lei nova iorquinos daquela época, não é corrupto. Dois homens, duas éticas de vida, e uma pespectiva não maniqueísta. É sempre interessante quando a fronteira entre o bem e o mal não é clara. Não é?

Argumento: Neal Purvis Realização: Marc Forster Interpretação: Daniel Craig, Judi Dench, Olga Kurylenko Género: Polícial/ Acção Nacionalidade: Estados Unidos Estreia: 6 de Novembro. Novamente com o polémico, Daniel Craig a vestir o papel de Bond, o filme começa exactamente uma hora após o término de Casino Royale, o seu predecessor, e com muita sede de vingança: Bond quer vingar a traição de Vesper, a mulher por quem se apaixonou, e tenta, a todo o custo, não tornar esta nova missão num assunto pessoal. M e Bond interrogam o sinistro Mr. White, que revela um facto perturbante: a organização que chantageou Vesper é muito mais sinistra do que se poderia pensar. A investigação leva Bond ao Haiti onde conhece Camille, que tem também uma vingança pessoal.

PONTO DE MIRA

BOARDING GATE

Argumento: Barry Levy Realização: Pete Travis Interpretação: Danis Quaid, Sigourney Weaver Género: Drama/ Thriller Nacionalidade: Estados Unidos Estreia: 20 Março. Como será uma única verdade vista por 5 pontos de vista? Com um elenco formidável, Ponto de Mira, é a história de uma assasinato. O presidente Ashton está em Espanha a assistir a uma conferência. Para portegê-lo tem que os agentes Thomas Barnes e Kent Taylor. o subir ao palanque, o presidente é alvejado duas vezes e cai. Gera-se pânico. Howard Lewis, está a filmar na altura e crê ter a imagem do assassino. O agente Barnes vê as imagens e pensa ter uma pista, mas a verdade so poderá ser vista pela conjugação dos olhares das várias pessoas que testemunharam o acontecimento.

Argumento: Olivier Assayas Realização: Olivier Assayas Interpretação: Asia Argento, Michael Madsen Género: Thriller Nacionalidade: França Estreia: 10 de Abril. Protagonizado pela actriz de culto, Asia Argento, que interpreta Sandra, uma ex-prostituta que reencontra um dos seus antigos amantes, Miles, um empresário à beira da ruína financeira. O seu encontro é tão sexual e tão intenso que tudo parece apontar para um novo affair. Mas esse não é o plano de Sandra que foge para Hong Kong para começar de novo, mas nada corre de acordo com os seus planos. Boarding Gate resiste às categorizações já que passa por vários códigos e convenções: a violência e o assassinato, a mulher fatal, uma atmosfera de perigo e medo.

NOVEMBRO 2008 |

65


O QUE SE PASSA? - LIVROS BOOM BOOK Ao longo de uma década o Boom Festival cruzou diversas disciplinas artísticas sempre com um cariz independente e intercultural no que é considerado um dos festivais mais singulares em Portugal. A edição conta com o contributo de colaboradores internacionais de áreas diversas. Ensaios, entrevistas, artigos, artes plásticas e fotografia encontram-se num livro que mais do que uma simples comemoração pretende ser um registo da essência do festival e a importância das subculturas na actualidade.

HIROSHIGE Autores: Melanie Trede e Lorenz Bichler Editora: Taschen Páginas: 294 Preço: 100 As imagens do Oriente chegam-nos habitualemente sob a forma de Manga ou de fotografia. A arte oriental, apesar da globalização, ainda nos é um pouco estranha. Este livro da Taschen que ajudar a quebrar essa barreira estética e traz-nos a arte de Hiroshige, artista japonês que viveu de 1797 a 1858, um dos mestres da tradição ukiyo-e Ukiyo-e significa, literalmente, imagens do mundo flutuante e refere-se às famosas imagens japonesas impressas em madeira. Apesar de Hiroshige ter pintado uma série de temas, os frutos do seu talento concentram-se fundamentalmente nas paisagens de Tóquio (ou Edo, como se cahamava no tempo de Hiroshige). Durante o mês de Março e até Abril está patente a exposição Utagawa Hiroshige: The Moon Reflected na Grundy Art Gallery, em Blackpool, Inglaterra.

66

PARIS - SHOPS & MORE Autores: Angelika Taschen Editora: Taschen Páginas: 400 Preço: 29,99 Não é porque Berlim se tornou a Meca da Vanguarda que Paris perdeu o seu encanto. Nem podemos esquecer o que Hemingway escreveu sobre a Cidade Luz em Paris é Uma Festa. Mesmo que os franceses nos irritem e os croissants já não sejam o que eram, Paris continua a ser uma cidade que apetece descobrir. Angelika Taschen deu-se ao trabalho de passar uma temporada em Paris para nos trazer as suas recomendações no que toca a restaurantes, hóteis, lojas, bares e cafés, tudo compilado num único volume e com as belíssimas fotos de Vicent Knapp. Seja para seguir as sugesto~es que vão da ultra fashion loja Colette até à brasserie favorita de Hemingway - ou para sonhar com um qualquer ídilio em Paris, este é o livro a comprar.

A HISTÓRIA DA PERFORMANCE Título: A Arte da Performance: do Futurismo ao presente Autores: RoseLee Goldberg Editora: Orpheu Negro Preço: 22 A Arte da Performance: do Futurismo ao presente de RoseLee Goldberg, historiadora e crítica de arte, é o primeiro título da Orpheu Negro, a nova chancela da editora Antígona. Lançado no Festival Temps dImages, A Arte da Performance: do futurismo ao presente é uma referência na contextualização histórica da origem e o desenvolvimento da performance. A história da performance é aqui analisada desde os futuristas italianos ao contemporâneo Matthew Barney. Numa edição cuidada, tanto em termos de tradução e revisão do texto, como no lay out da autoria do atelier Alfaiataria, o livro é um clássico na estante de quem se interessa por arte. A chancela Orpheu Negro inicia com esta edição uma série de obras no âmbito das artes contemporâneas. E prometem-nos deixar com a língua de fora

| NOVEMBRO 2008


AGENDA FESTIVAIS E CONCERTOS

AU REVOIR SIMONNE

MSTRKRFT

EDITORS

Festival Musidanças: de 22 de Novembro a 1 de Dezembro terá lugar no Instituto Franco-Português um dos festivais mais sigulares em Portugal. O Musidançasl, Festival de Artes do Mundo Lusófono, terá a sua sétima edição e é o corolário das noites mestiças que ao longo dos anos têm passado pelo Onda Jazz e, mais recentemente, pelo Cabaret Maxime. Alguns dos destaques são: Terrakota+Braima Galissa (22 de Novembro); MSTRKRFT + Glam Slam Dance: 17 de Abril, Lisboa, Lux; Vicious Five: 18 de Abril, Lisboa, Zé dos Bois + dia 19, Porto, Plano B. Nick Cave & The Bad Seeds: 21 de Abril, Lisboa, Lisboa, Coliseu dos Recreios. Interpol + Blonde Readhead: dia 7 Novembro, Coliseu, Lisboa. Festival Cosmopolis: Pravda +Slimmy +Miguel Quintão, dia 17 Novembro, Music Box, Lisboa. Editors: 16 Novembro, Pavilhão do Restelo, Lisboa. Bunnyranch: dia 30 Novembro, Marinha Grande. Au Revoir Simone: dia 5 Dezembro, Santiago Alquimista, Lisboa. The Raveonettes: dia 20 Fevereiro, Lisboa, Santiago Alquimista. Keys +Patrice: dia 19 Março, Lisboa, Pavilhão Atlântico. Portishead: dia 26 Março, Porto, Coliseu + 27 Março, Coliseu, Lisboa. Festival Musidanças: de 22 de Novembro a 1 de Dezembro terá lugar no Instituto FrancoPortuguês um dos festivais mais sigulares em Portugal. O Musidançasl, Festival de Artes do Mundo Lusófono, terá a sua sétima edição e é o corolário das noites mestiças que ao longo dos anos têm passado pelo Onda Jazz e, mais recentemente, pelo Cabaret Maxime. Alguns dos destaques são: Terrakota+Braima Galissa (22 de Novembro); mista. Keys +Patrice: dia 19 Março, Lisboa, Pavilhão Atlântico. Portishead: dia 26 Março, Porto, Coliseu + 27 Março, Coliseu, Lisboa. MSTRKRFT + Glam Slam Dance: 17 de Abril, Lisboa, Lux; Vicious Five: 18 de Abril, Lisboa, Zé dos Bois + dia 19, Porto, Plano B. Nick Cave & The Bad Seeds: 21 de Abril, Lisboa, Lisboa, Coliseu dos Recreios. Interpol + Blonde Readhead: dia 7 Novembro, Coliseu, Lisboa. Festival Cosmopolis: Pravda +Slimmy +Miguel Quintão, dia 17 Novembro, Music Box, Lisboa. Editors: 16 Novembro, Pavilhão do Restelo, Lisboa.

NOVEMBRO 2008 |

67


COOKING

68

COSTELETA DE BORREGO COM CREME DE WHISKYGRANTS

- Costoleta de borrego: peça de lombo de borrego com costoleta, desossada e temperada com sal e pimenta feita em cilindro (assad e lacada - barrada co molho Güisqui várias vezes) - Creme ou molho Güisqui: gordura de borrego (caldo feito com os ossos que sobram da peça + Whisky Grants + mel) - Costoletas de massa pão: Massa de pão com tomilho. dar forma de costoletas (farinha + água + sal + ovo + tomilho) - Kumkuat Confitado (laranjas chinesas): confiar em calda (aquecer a 50-60ºC, açúcar + água + pimenta em grão) - Malagueta Confitada: Confitar em calda (açúcar + água + pimenta em grão) - Tomate Confitado: Confitar em calda. - Ervilha torta escaldada: cozedura breve em água. Arrefecer rapidamente.

Montagem Fazer diferentes cortes nos legumes e nas laranjas. Colocá-las todas juntas prar formar um boquet, de maneira a ficarem todas visíveis. Colocar o borrego junto das frutas e legumes. Colocar o pão em forma de costoletas. Pôr molho e gosto.

| NOVEMBRO 2008




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.