Livro das espĂŠcies monte das parque natura
Livro das Espécies Grafismo: João Ferreira monte das parque natura
Indíce Abelharuco ....................................................................................................................................................................9 Águia – Calçada ..........................................................................................................................................................11 Alvéola branca ............................................................................................................................................................13 Andorinha......................................................................................................................................................................15 Bico de Lacre................................................................................................................................................................17 Cegonha ..........................................................................................................................................................................19 Gaio ...................................................................................................................................................................................21 Melro ...............................................................................................................................................................................23 Milhafre – real............................................................................................................................................................25 Papa – Figos.................................................................................................................................................................27 Perdiz ...............................................................................................................................................................................29 Pombo – torcaz ..........................................................................................................................................................31 Poupa................................................................................................................................................................................33 Rola ..................................................................................................................................................................................35 Rouxinol........................................................................................................................................................................37 Tentilhão........................................................................................................................................................................39 Tordo ...............................................................................................................................................................................41 Trigueirão ....................................................................................................................................................................43 Verdilhão........................................................................................................................................................................45
Livro das EspĂŠcies
Abelharuco Os abelharucos são aves de pequeno a médio porte, com bico longo, comprimido lateralmente e um pouco curvado. A cauda é bem marcada e geralmente arredondada. A plumagem dos abelharucos é colorida, em tons de verde vivo com manchas de outras cores na zona da garganta, barriga e/ou dorso. Não há dimorfismo sexual notório. Os abelharucos têm uma alimentação baseada em insectos, principalmente abelhas e vespas, como o seu próprio nome comum do grupo indica. As presas são caçadas em voo e o antes de ingerir a sua refeição, o abelharuco retira o ferrão do insecto esmagando-o contra uma superfície dura. Os ninhos são escavados em margens de rios, ou reciclados de tocas de outros animais. As posturas contêm entre 2 a 6 ovos brancos e os juvenis recebem os cuidados parentais de ambos os progenitores.
09
Águia - calçada A Águia-calçada é a mais pequena das águias-europeias. A cauda é aproximadamente quarto quintos da largura da asa, sendo um pouco quadrada ou ligeiramente côncava na ponta. Esta espécie apresenta duas plumagens bem distintas (fases). A plumagem comummente designada por fase clara, apresenta a parte inferior do corpo de cor clara (com algumas tonalidades acastanhadas ou escuras no peito e à volta dos olhos) e as coberturas infra-alares são de cor branca (com pontos escuros disseminados). Estas características contrastam fortemente com as negras penas de voo (com as três primárias mais internas pálidas e barradas). A plumagem designada por fase escura, apresenta a parte inferior do corpo de um tom castanho-escuro. As coberturas infra-alares e as penas de voo são semelhantes às da fase clara, embora em média não sejam tão negras, mas antes mais acastanhadas e barradas. A característica mais marcante é a cor pálida das três primárias mais internas. As coberturas infra-caudais de ambas as fases são cinzentas.
11
Alvéola branca As alvéolas são aves de pequeno porte e elegante, com um comprimento que ronda os 19,5 centímetros. O bico é alongado e fino, próprio para uma alimentação à base de insectos. A cauda longa é agitada de um lado para o outro quando a alvéola está em repouso. As patas são relativamente longas e terminam em dedos com garras compridas. A plumagem é é basicamente cinza em cima e branco na parte debaixo, cara branca e pescoço preto. A época de acasalamento desta espécie ocorre no fim do Inverno. A fêmea constrói um ninho em qualquer concavidade, seja um buraco de um muro, as raízes de uma árvore, a cavidade de um tronco de árvore, um local abrigado de um telhado. Geralmente a fêmea incuba cinco a seis ovos. Os juvenis saem do ninho duas ou três semanas depois, geralmente já durante a Primavera. Este pássaro encontra-se espalhado por quase todo o mundo com particular destaque para a Europa, Ásia e África. Surge em Portugal no Ribatejo, Alentejo e Algarve, entre outros. É uma ave insectívora de campo aberto, encontrando-se com frequência perto de habitações e de água. Prefere áreas abertas para empolar, onde pode ver e perseguir as suas presas.
13
Andorinha Anunciam o início e o fim do Verão. Constroem o ninho com lama nos beirais das casas (no caso da espécie Delichon ubrica) ou no interior de celeiros, barracões ou outros edifícios de quintas (no caso da espécie Hirundo rustica). Chegam por volta de Março /Abril e entre Outubro e Novembro juntam-se em bandos, que podem chegar a centenas de elementos, para rumarem a sul, a fim de passarem o Inverno. A andorinha-das-chaminés distingue-se da andorinha-dos-beirais por apresentar umas grandes guias caudais, umas asas mais angulosas e uma face avermelhada. O abdómen da andorinha-das-chaminés é entre o creme claro e o rosa-vivo, sendo a parte superior azul-escuro metálico; o abdómen da andorinha-dos-beirais é branco e a parte superior preta. Alimentam-se de insectos, constroem o ninho com lama e põem entre quatro a cinco ovos de cada vez, entre Maio e Junho, que são incubados tanto pelo macho como pela fêmea.
15
Bico de Lacre Esta ave teve a sua origem em África, no entanto, com o passar dos tempos, foi-se alargando o seu território, podendo hoje ser encontrada no Sul da Europa, nomeadamente em Portugal e Espanha, onde se julga que possam ter sido introduzidos pela mão humana. Apesar do seu diminuído tamanho, cerca de 6 cm, tem cativado a admiração de inúmeros criadores, sendo muito frequente encontrar animais desta espécie em cativeiro. O Bico de Lacre gosta de viver em comunidade, pelo que pode ter vários casais no mesmo viveiro.
17
Cegonha Ave de grande envergadura (entre 95 e 105 cm de comprimento), é facilmente identificável pela elegância com que voa e por ser toda branca, à excepção das asas (pretas) e do bico e patas (vermelhas). Construía habitualmente o seu ninho no alto dos negrilhos, mas devido ao desaparecimento dos mesmos, utiliza torres (por exemplo a chaminé da antiga fábrica de telha de Mirandela), postes telefónicos ou estruturas artificiais construídas pelo homem para esse efeito. A postura, apenas uma por ano, ocorre entre Março e Maio, e é composta por três a cinco ovos brancos. A cegonha alimenta-se essencialmente de insectos, anfíbios e pequenos mamíferos.
19
Gaio Uma plumagem colorida, onde se destacam o azul e branco das asas que contrastam com o preto dominante, e uns gritos ásperos - kaaa - identificam esta grande ave que chega a medir quase 40 cm. Tem uma coroa malhada de branco e preto, a parte superior num cor-de-rosa acastanhado e o peito e abdómen da mesma cor, mas mais clara. Alimenta-se de nozes, crias de aves, vermes, insectos e bolotas. Faz o ninho nos ramos das árvores, entre Abril e Maio, onde põe entre 5 e 7 ovos verdes claros com manchas castanho-claro, que são incubados tanto pelo macho como pela fêmea durante 16/17 dias.
21
Melro O melro-preto é uma das aves mais comuns em Trás-os-Montes e também é mais facilmente identificáveis. Apresenta dimorfismo sexual: o bico do macho é amarelo e o da fêmea acastanhado, o macho tem as penas todas pretas e a fêmea é mais acastanhada, tendo o peito salpicado de malhas cinzento acastanhadas. Alimenta-se de insectos, minhocas e bagas e frequenta tanto os campos como os jardins. Nidifica entre Março e Maio, 4 a 5 ovos azul claros com manchas avermelhadas, que são incubados pela fêmea durante 11/17 dias. O ninho é em forma de taça, numa árvore ou arbusto.
23
Milhafre-real O milhafre-real é muito menos abundante do que o milhafre-preto e distingue-se deste sobretudo pela tonalidade arruivada das penas, por ter uma cabeça quase branca e por ser ligeiramente maior. A cauda apresenta também uma bifurcação mais acentuada. Alimenta-se de pequenos mamíferos, aves e carne morta. A reprodução é idêntica à do milhafre-preto, excepto na cor dos ovos, que são brancos com pintas vermelhas.
25
Papa-figos O papa-figos é uma ave de cores muito vivas, mas difícil de observar. Apresenta elevado dimorfismo sexual: o macho é amarelo vivo, com as asas e a cauda pretas. As fêmeas e os juvenis são esverdeados e pretos, com algum branco malhado na parte inferior. Alimenta-se de insectos, bagas e frutos e mede 23/25 cm. Faz o ninho em forma de taça, numa árvore, pondo 3 a 4 ovos brancos com manchas castanhas, que são incubados sobretudo pela fêmea durante duas semanas.
27
Perdiz A perdiz costuma andar em pequenos bandos, com um máximo de 15 indivíduos. Voa rente ao solo, depois de uma pequena corrida para tomar balanço. É uma excelente andarilha e tem um tamanho tamanho entre 35 e 40 cm. As costas e a parte superior da cabeça são num quente tom de castanho, o bico e as patas vermelhas. O macho é maior e mais pesado do que a fêmea, apresentando uma cabeça mais volumosa. É uma ave que prefere especialmente as zonas de culturas cerealíferas, mas também se pode encontrar na periferia das áreas incultas ou matos, por vezes também em vinhas. A sua alimentação é essencialmente insectívora no primeiro ano de vida, e evolui depois radicalmente de forma a englobar produtos de origem quase só vegetal. O acasalamento destas aves ocorre geralmente entre Fevereiro e Março, podendo haver alterações conforme as condições atmosféricas; fazem o ninho geralmente no chão, junto a tufos de ervas, debaixo de ramos secos, junto a linhas de água. A postura é feita entre Abril e Maio, com um número de ovos (amarelados com manchas avermelhadas) entre 8 e 23 (em média 12); a incubação dura cerca de 23 dias, e por vezes em dois ninhos, um incubado pelo macho e outro pela fêmea.
29
Pombo-torcaz O pombo-torcaz é o maior de todos os pombos, chegando a medir mais de 40 cm. É também a espécie europeia mais comum. É cinzento na parte superior e cor-de-rosa na parte inferior. A cauda tem uma faixa preta na extremidade. O bico é vermelho, curto e fino. Alimenta-se de sementes e grãos, pelo que não tem grande fama junto dos agricultores. Faz o ninho numa plataforma de ramos, numa árvore, onde põe dois ovos brancos, que são incubados tanto pelo macho como pela fêmea durante 17 dias.
31
Poupa Em Portugal, a poupa pode ser observada em todo o território continental e no arquipélago da Madeira. Sabe-se que algumas populações são nómadas, mas o seu estatuto de ave residente ou migratória é ainda indefinido. A poupa é uma ave de médio porte, com 25-27 cm de comprimento, cerca de 50 cm de envergadura e cauda relativamente longa. A plumagem é acastanhada, sendo as asas pretas e brancas e a cauda preta. A poupa ponteaguda que lhe dá o nome é bem visível quando erecta. O bico é longo e recurvado e as patas são acinzentadas e curtas. O seu canto é um característico hoop-hoop-hoop que pode ser repetido ao longo de vários minutos. O seu habitat preferencial é a savana africana e zonas de vegetação rasteira na Europa e Ásia, sendo também relativamente comum em zonas agrícolas. A poupa alimenta-se de insectos e suas larvas, bem como de minhocas e outros anelídeos terrestres, pequenos anfíbios e por vezes pequenas cobras. Embora prefira alimentar-se no solo, é também capaz de caçar insectos em voo. A época de reprodução decorre entre Agosto e Outubro, dependendo da distribuição geográfica. Cada postura contém 2 a 6 ovos de cor azul-esverdeada.
33
Rola A rola é uma ave da mesma família dos pombos e distingue-se destes por ser mais pequena (28 cm) e de silhueta mais esbelta; em voo nota-se o batimento de asas mais irregular e a cauda negra com barra terminal branca. Outra característica notável é a existência de listras pretas e brancas no pescoço. É uma ave migradora que invernando no continente africano, vem nidificar à Europa; a sua entrada dá-se a partir do mês de Abril e chegam até ao sul da Escócia e ao norte da Alemanha. De fins de Julho a fins de Setembro, e mesmo princípios de Outubro, partem para a sua área de Inverno, na Africa tropical (Gâmbia, Senegal, norte da Nigéria, Chade, Sudão, Abissínia e Eriteia), registandose as grandes entradas nestes países em meados de Setembro. A sua alimentação baseiase em sementes de plantas espontâneas e de plantas de cultivo, cereais, mas também come insectos, embora em pequena percentagem. As rolas são normalmente vistas aos pares ou em grupos que podem atingir os cinquenta elementos. São aves tímidas, mas que se fazem ouvir de forma notável no Verão, com o seu arrulho de chamamento. Os primeiros ninhos são feitos em Maio, construídos rudimentarmente com gravetos entrecruzados, em várias árvores e também em silvados, tojos e arbustos diversos. A postura e de dois ovos, raramente um; a incubação é feita por ambos os sexos e dura 13 a 14 dias.
35
Rouxinol O rouxinol é um excelente cantor, sendo mais frequentemente ouvido do que observado. O seu canto é uma extensa canção de longos trinados fluidos, com um piu no começo, que terminam em crescendo. É normalmente ouvido depois do escurecer, mas também se ouve com frequência durante o dia. Está quase sempre oculto pela vegetação, embora por vezes o macho se empoleire a descoberto para cantar um pouco após a sua chegada. Quando canta, abre a cauda. Os adultos são castanhos avermelhados na parte superior, cor que se funde com tons creme na parte inferior. Os juvenis são mais claros na parte superior e apresentam um escamado na parte inferior. Mede 16/17 cm e alimenta-se sobretudo de insectos. Nidifica entre Maio e Junho num ninho em forma de taça, numa árvore, onde põe entre 4 e 5 ovos com manchas avermelhadas, que são incubados pela fêmea durante 13/14 dias.
37
Tentilhão O tentilhão é, a par do pardal, uma das espécies mais abundantes. Costuma ser observado ao longo das estradas, levantando voo à passagem dos automóveis. Durante o Inverno forma grandes bandos que podem chegar às duzentas unidades. Mede entre 14 e 16 cm, apresentando um certo dimorfismo sexual: o macho tem uma coroa azulacinzentada e o peito rosado. A fêmea tem uma coroa castanha e um peito creme. A parte superior de ambos é acastanhada. Nidifica em Abril/Maio, pondo quatro ou cinco ovos azul-claros com manchas vermelhas.
39
Tordo O tordo é uma espécie muito abundante e de elevado interesse cinegético. Passa o Inverno em Portugal, onde também nidifica. Nas suas penas predomina o tom castanho, apresentando o peito com tons mais claros malhados de preto. Mede um pouco mais de 20 cm e tem o hábito característico de repetir a frase do canto três a quatro vezes. Nidifica entre Março e Junho, 4 a 6 ovos azul claros com manchas pretas, que são incubados pela fêmea durante 11/15 dias. O ninho é em forma de taça, numa árvore ou arbusto.
41
Trigueirão De coloração parecida à do pardal, mas um pouco maior do que este (17/18 cm), o trigueirão é uma espécie abundante nos campos transmontanos. Tem a particularidade de cantar com a cabeça virada para trás. Faz o ninho no solo ou em moitas, onde pões entre quatro e seis ovos brancos com manchas cinzentas, uma ou duas vezes por ano, entre Abril e Maio. A incubação é feita pela fêmea e dura 14 dias.
43
Verdilhão O verdilhão é uma espécie bem conhecida nos campos de todo o país, identificável pelas suas tonalidades verdes e amareladas. A fêmea difere ligeiramente do macho, apresentando tonalidades mais claras e acastanhadas. Mede 14/15 cm, nidifica entre Abril e Junho, e põe em cada postura (duas a três por ano) entre 4 a 6 ovos azul-claros com manchas pretas, incubados pela fêmea durante 12/14 dias.
45
Com apoio de: monte das parque natura
QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO NACIONAL
UNIÃO EUROPEIA
PORTUGAL 2007 2013
FUNDO SOCIAL EUROPEU