Maquetes de Papel. Um método para arquitetos - 1ª edição (amostra)

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MAQUETES DE PAPEL UM MÉTODO PARA ARQUITETOS João Guedes

1ª edição Atibaia, São Paulo. Dezembro de 2014 2


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Aos colegas de profissão: Que das suas mais profundas frustrações brote a luz das ideias transformadoras.

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MAQUETES DE PAPEL UM MÉTODO PARA ARQUITETOS João Guedes

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Sumário Apresentação 11 Pré-requisitos 14 Preparação 16 Modelagem Virtual 19 Texturização Digital 23 Exportação do Modelo 26 Planificação 28 Preparar impressão 46 Execução da maquete 53 Considerações finais 64

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Apresentação A

maquete

física

é

um

recurso

de

experimentação e visualização utilizado no processo de concepção arquitetônica e considerada, por muitos profissionais, o ensaio essencial e indispensável para a concretização de uma ideia. No contexto de diversos escritórios, entretanto, é tratada como um artigo de

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difícil consolidação prática. Introduzi-la no dia-a-dia da profissão não é uma tarefa fácil. A

produção

de

protótipos

associada

a

ferramentas tecnológicas de alto desempenho, como as máquinas automáticas de corte e impressoras 3D, já é bastante difundida e tem facilitado o trabalho de muitos projetistas. Porém, os modos operacionais e os custos envolvidos na manutenção e aquisição destes equipamentos acabam muitas vezes inviabilizando a sua aplicação. Uma alternativa acessível e amplamente adotada por estudantes é a utilização do papel. Material versátil, barato e de fácil manuseio que por estar associado a metodologias antiquadas, entre outros motivos, tem sido pouco explorada em seu vasto potencial de aplicação. O objetivo deste pequeno manual é incentivar a cultura do desenvolvimento de protótipos de baixo custo, servindo a profissionais e estudantes que pretendem inserir em suas atividades diárias a produção de modelos práticos e de qualidade. Isto é possível através da introdução de um método alternativo que alia as técnicas manuais às ferramentas

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digitais para a produção de maquetes em papel, e que envolve, entre outros aspectos, maior controle sobre a organização da produção, economia de material e rapidez na execução. Para compreender melhor estas possibilidades basta acompanhar passo-a-passo o tutorial a seguir.

Bons estudos!

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Pré-requisitos Para a obtenção de melhores resultados é imprescindível a experiência prévia com as técnicas manuais de construção de maquetes em papel. Basicamente, o método introduz recursos digitais no processo tradicional de produção de maquetes para possibilitar a rapidez e a racionalização

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da produção, dando suporte ao planejamento do trabalho e ao uso otimizado dos materiais. Os softwares básicos que compõem as ferramentas digitais utilizadas são: Autocad 1 Pepakura Designer 2 Sketchup Pro 3 Os softwares que pressupõem conhecimento avançado prévio são: Autocad Sketchup Pro

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Na versão 2012 ou superior. Software utilizado para desenvolvimento de desenhos técnicos. Mais informações: www.autodesk.com.br/products/Autodesk-autocad/overview 2 Na versão 3 ou superior. Software responsável pelo principal recurso desenvolvido pelo método (Planificação e organização das peças componentes do modelo virtual que servirão de base para a execução da maquete física). Mais informações: www.tamasoft.co.jp/pepakura-en/ 3 Na versão 8 ou superior. Software destinado a modelagem virtual e planejamento da maquete. Mais informações: www.sketchup.com

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Fonte da imagem: www.film-obrasdearq.com.ar

Preparação A primeira etapa do método consiste em colher o máximo possível de informações gráficas do projeto a ser desenvolvido - fotografias, desenhos técnicos, croquis, etc. Todo material colhido servirá de base para

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a elaboração de desenhos que guiarão os primeiros passos para modelagem virtual do projeto. Utilizamos como referência um projeto para uma habitação individual, denominado Pilar House, do estúdio de arquitetura argentino, Film Obras de Arquitectura (figura 1).

Figura 1

Imagem da planta baixa do projeto para uma habitação

individual. Estúdio Film. Disponível em: www.film-obrasdearq.com.ar

Neste caso, as imagens dos desenhos técnicos obtidos foram vetorizadas4 através do programa Autocad (figura 2). Os desenhos que resultaram deste 4

A vetorização consiste em reproduzir as informações gráficas contidas nos arquivos de imagem através das ferramentas de desenho vetorial - no nosso exemplo, o programa Autocad.

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processo contêm apenas as informações essenciais para a elaboração de uma maquete simplificada. Pormenores

foram

omitidos

pois

não

serão

representados na maquete final.

Figura 2 - Vetorização dos diversos desenhos técnicos (vistas, cortes, fachadas e Plantas Baixas). Software utilizado: Autocad.

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Modelagem Virtual O Sketchup Pro, na versão em língua inglesa, será o software utilizado nesta etapa, onde serão abordadas

as

técnicas

de

modelagem

virtual

fundamentais para o planejamento da execução da maquete física.

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Os desenhos técnicos desenvolvidos na etapa anterior deverão ser salvos na extensão .dwg e inseridos no Sketchup através do comando de importação5 (figura 3).

Figura 3 - Inserção dos desenhos técnicos no Sketchup. Os desenhos devem estar em escala real com medidas em metros.

Em seguida é necessário organizar o modelo, ajustando as partes entre si, locando-as em suas respectivas posições e isolando-as em camadas (figura 4) e grupos distintos6 (figura 5).

Clicar no menu principal em Files > Import O agrupamento distinto das diversas fachadas, cobertura e elementos específicos, como as esquadrias, é de suma importância para a etapa de planificação da maquete. 5 6

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Figura 4 - Exemplo de organização das camadas (Layers).

Figura 5 - Grupo denominado "FACHADA PRINCIPAL", em destaque.

Após a organização do modelo, todos os vazios entre linhas devem ser preenchidos através da criação de superfícies. É importante observar que o método de modelagem adotado consiste em criar superfícies desprezando a espessura de projeto das paredes, lajes de cobertura, esquadrias, etc. Considera-se apenas os

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planos que definem as características gerais dos diversos componentes (figuras 6 e 7). A representação das espessuras será definida na etapa de execução da maquete física, com a escolha de materiais mais ou menos espessos7.

Figura 6 - Modelagem baseada nos planos sem espessura, onde a figura superior indica o resultado da metodologia utilizada, e a figura inferior representa o mesmo elemento, com espessura de projeto.

Figura 7 - Modelagem da maquete finalizada sem texturização. Todas as superfícies sem espessura.

7 Mesmo com a rigorosa aplicação deste método algumas incompatibilidades relacionadas as espessuras dos materiais escolhidos poderão ocorrer na execução da maquete física. Ajustes poderão ser necessários durante o processo manual de produção.

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Texturização Digital É objeto dessa etapa a aplicação de texturas sobre as superfícies criadas na etapa de modelagem. Por meio de configurações personalizadas é possível organizar o modelo e facilitar a identificação de cada padrão aplicado.

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No painel de criação de materiais (figura 9) é possível editar texturas e adaptá-las às condições específicas do projeto.

Figura 8 - Texturização após modelagem.

Figura 9 - Recomenda-se, como quesito de organização, a criação de texturas personalizadas nomeadas de acordo com o material aplicado. Estas texturas poderão ser originárias de bancos de imagens especiais ou da biblioteca de texturas do próprio Sketchup.

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Figura 46 Maquete finalizada.

Uma maquete de papel bem executada pode durar por muito tempo. Para conservá-la é importante armazenála em local seco, distante de fontes de umidade e de luz natural. Conservá-las significa ter informação a disposição 62


quando necessário. Maquetes são recursos essenciais para o enriquecimento do processo criativo.

Figura 47 Maquete finalizada.

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Considerações finais O método apresentado é resultado, principalmente, da consolidação de uma cultura de planejamento e organização do trabalho. Com isso - e potencializado pela introdução de recursos digitais - todo o processo de produção torna-se mais rápido e eficiente. A utilização do papel como material básico para a confecção de maquetes, amparada por este método, permite a produção cotidiana de modelos físicos sem grandes investimentos. Com pouca 64


ACESSE O MATERIAL COMPLETO:


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