Estudo Preliminar - Centro de Apoio e Vivência para o Autista

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CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

JOÃO LUCAS OLIVEIRA BARBOSA

ESTUDO PRELIMINAR CENTRO DE APOIO E VIVÊNCIA PARA PESSOAS COM AUTISMO

Ribeirão Preto 2020


JOÃO LUCAS OLIVEIRA BARBOSA

ESTUDO PRELIMINAR CENTRO DE APOIO E VIVÊNCIA PARA PESSOAS COM AUTISMO

Estudo Preliminar apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo, do Centro Universitário Barão de Mauá.

Orientador: Prof. Augusto Valiengo Valeri

Ribeirão Preto 2020


Sumário 1. APRESENTAÇÃO 1.1 Introdução..................................................................................................5 1.2 Problema....................................................................................................5 1.3 Justicativa................................................................................................6 1.4 Objetivos....................................................................................................6 1.4.1 Objetivo Geral......................................................................................6 1.4.2 Objetivos Especícos............................................................................6 1.5 Metodologia..............................................................................................6 1.5.1 Para Compreensão do Tema..............................................................6 1.5.2 Para Denição do Local.......................................................................6 1.5.3 Para Elaboração do Projeto...............................................................6 2. O AUTISMO 2.1 Transtorno do Espectro Autista...............................................................8 2.2 Causas do Autismo....................................................................................8 2.3 Manifestações mais Comuns...................................................................8 2.4 Diagnóstico do Autismo............................................................................9 2.5 Classicações.............................................................................................9 2.6 Tratamento..................................................................................................11 2.7 O Autismo no Brasil...................................................................................11 2.8 O Aporte do Autismo em Ribeirão Preto.............................................13 3. AUTISMO E A ARQUITETURA 3.1 Arquitetura para o Autista.....................................................................15 3.2 Referencial Teórico...................................................................................15 3.3 Integração Sensorial................................................................................17 3.4 Educação Especial para o Autista.........................................................20 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS 4.1 Advance Center for Autism.....................................................................25 4.2 Center for Autism and the Developing Brain.......................................26 4.3 Saunalahti Daycare..................................................................................27 4.4 Sala Snoezelen.........................................................................................30 5. ESCOLHA DO LOCAL 5.1 Premissas para Escolha do Terreno.......................................................32 5.2 Localização das Áreas Analisadas.......................................................32 5.2.1 Análise das Áreas.................................................................................33 5.2.2 Denição do Terreno............................................................................34 6. ÁREA DO PROJETO 6.1 Aproximação da Área............................................................................36 6.2 Levantamentos do Entorno......................................................................37 6.3 Legislações Pertinentes............................................................................40 6.3.1 Restrições do Uso do Solo...................................................................40 7. PROPOSTAS 7.1 Demanda....................................................................................................42 7.2 Conceito e Partido....................................................................................42 7.3 Proposta para a Via................................................................................42 7.4 Programa de Necessidades...................................................................44 7.5 Organograma e Fluxograma................................................................45 7.6 Diretrizes Projetuais.................................................................................46 7.7 Zoneamento...............................................................................................46 7.8 Implantação/Plano de Massas e Elevações........................................47 7.9 Vistas...........................................................................................................48 8. BIBLIOGRAFIA 8.1 Bibliograas...............................................................................................50


1. APRESENTAÇÃO


1.1 Introdução Nos úl mos anos, a incidência de casos do au smo vem se tornando cada vez maior. Embora possua um número grande de casos, foi só no ano de 1993 que o Transtorno do Espectro Au sta foi adicionado à Classificação Internacional de Doenças da OMS (Organização Mundial da Saúde). Mesmo com os avanços nas pesquisas sobre o TEA, ainda existem muitas dúvidas sobre esse transtorno. Como ainda não existe um exame gené co que comprove a causa do au smo, os diagnós cos ainda são imprecisos. Por não ser possível confirmar gene camente a origem do TEA, o método baseado na observação do paciente é o mais eficaz para se ter o diagnós co, porém, dentro do espectro do au smo existem vários graus de classificação, fazendo com que os sintomas se manifestem de forma singular em cada indivíduo. A importância de um diagnós co precoce, é de iniciar o mais rápido possível o tratamento dessas crianças, de maneira que futuramente seja menor o número de pessoas adultas com au smo ainda não iden ficado, que acabam passando a vida sem nenhum suporte e acompanhamento especial. Considerando as caracterís cas e dificuldades apresentadas pelo au sta, tornam-se necessários locais mais adequados para o acolhimento, atendimento e tratamento dessas pessoas. A arquitetura tende a colaborar no atendimento dos au stas por meio da estruturação dos espaços de acordo com as necessidades dos usuários, viabilizando através de soluções arquitetônicas, ambientes confortáveis e propícios a serem explorados, aumentando o desempenho dos indivíduos e se tornando fonte de evolução no tratamento (HENRY, 2011).

Os espaços projetados para os au stas devem ter uma estrutura flexível que possa ser adaptada conforme as necessidades de cada usuário, independentemente de seu grau ser mais leve ou mais grave, possibilitando o atendimento e a assistência especializada a todos. O projeto a ser desenvolvido no TFG, propõe a elaboração de um Centro de Apoio e Vivência para Pessoas com Au smo, onde os espaços arquitetônicos serão trabalhados para proporcionar mais conforto aos usuários e contribuir no desempenho pessoal de cada um, auxiliando no desenvolvimento cogni vo e comportamental.

1.2 Problema Desde a primeira infância as pessoas portadoras do au smo enfrentam vários desafios, principalmente nas dificuldades de desenvolvimento das áreas de comunicação, comportamento e interação social. Além disso, ainda existe o preconceito, que acontece pelo fato das pessoas terem o pouco conhecimento do transtorno, e muitas vezes não saberem do que se trata ou como lidar perante aos comportamentos do au sta. A falta de informação e discussão sobre o assunto acaba dificultando a inclusão do au sta na sociedade. É importante para a criança portadora do TEA que seu diagnós co seja dado antes dos 3 anos de idade. Durante essa idade, a intervenção profissional precoce pode contribuir no desenvolvimento de habilidades importantes dependendo dos casos. Porém, no Brasil, para grande parte da população que depende de serviços de sistemas de saúde públicos, esse diagnós co precoce ainda não é de tão fácil acesso. Muitas vezes isso acontece pela falta de profissionais especializados para dar tal diagnós co, e pela falta de órgãos e ins tuições que atendam a essa demanda de pessoas portadoras do au smo. Segundo Carina Pongeluppi, Presidente da Ong Au smo e O mismo, enquanto não é dado o diagnós co, a família da criança com au smo enfrenta muito sofrimento, pois na maioria das vezes existe a idealização da criança a chegar,que, nesse momento, acaba não correspondendo às expecta vas, gerando frustração, decepção, negação, culpa, inúmeros sen mentos que desfavorecem o desenvolvimento da criança, além de ser um fator de estresse para toda a família. Na cidade de Ribeirão Preto, existem poucas ins tuições que prestam o serviço especializado e necessário para o desenvolvimento das pessoas portadoras do au smo, e algumas delas funcionam em locais adaptados, não podendo oferecer a essas pessoas um espaço totalmente adequado a suas necessidades.

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1.3 Justicativa O projeto de um centro de apoio e vivência para o au sta, surge em razão da necessidade de mais espaços para o atendimento da demanda de pessoas portadoras do au smo na cidade de Ribeirão Preto e cidades da região. A pessoa portadora do Transtorno do Espectro Au sta carece de um local de atendimento bem planejado. Pelo fato de ser um espectro, o au smo possui vários graus de comprome mento intelectual, cada caso é diferente do outro, então é preciso um programa individual e especializado para suprir as necessidades e par cularidades de cada indivíduo. Além do atendimento ao au sta, o projeto visa atender também suas famílias, visto que o TEA acaba tendo uma influência direta na vida dos familiares. O serviço de acompanhamento e atendimento aos familiares pode apresentar resultados muito posi vos, pois dará a eles mais conhecimento e capacidade de lidar com as condições manifestadas no au smo, além de melhorar o reconhecimento e o acolhimento do au sta. A par r de soluções arquitetônicas, o propósito do projeto é trabalhar o desenvolvimento cogni vo, intelectual, comportamental e de comunicação da pessoa portadora do TEA, contando com a es mulação e integração sensorial, e um acompanhamento mul profissional especializado, tendo a finalidade de proporcionar mais autonomia ao au sta e buscar a sua integração na sociedade.

1.4 Objetivos 1.4.1 Objetivo Geral

1.4.2 Objetivos Especícos

Elaborar um projeto de arquitetura de um centro des nado à pessoas portadoras do Transtorno do Espectro Au sta (TEA), para oferecer auxílio terapêu co e a vidades adequadas para o desenvolvimento cogni vo, comportamental e de interações com a sociedade e o espaço sico, levando em consideração as necessidades especiais de cada pessoa.

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Elaborar espaços que minimizem as dificuldades de pessoas portadoras do TEA, através de técnicas arquitetônicas; Compreender como o espaço sico pode influenciar no comportamento e relacionamento do au sta; Planejar espaços flexíveis que permitam diversos usos; Criar espaços com caracterís cas sensoriais que es mulem a imaginação, cria vidade e percepções do entorno; Projetar espaços ao ar livre e jardins como recursos terapêu cos; Es mular a inclusão e integração das pessoas portadoras do transtorno do espectro au sta

1.5 Metodologia 1.5.1 Compreensão do tema

1.5.2 Denição do local

Estudos sobre o Transtorno do Espectro Au sta; Ÿ Referências Bibliográficas; Ÿ Estudos sobre como a arquitetura e o ambiente construído podem influenciar nos casos de au smo;

Pesquisa de bairros adequados para escolha do terreno; Ÿ Análise do terreno, sua relação com o entrono e com a cidade; Ÿ Análise das condições bioclimá cas do local;

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1.5.3 Elaboração do projeto Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ

Diretrizes Projetuais; Anteprojeto; Definir o conceito e par do a serem adotados; Referências Projetuais; Estudo da relação da estrutura com as áreas verdes; Estudo de estratégias de conforto espacial e qualidade do ambiente para o au sta;

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2. O AUTISMO


2.1 Transtorno do Espectro Autista O Transtorno do Espectro Au sta se trata de um transtorno de desenvolvimento neurológico. Ele afeta o funcionamento do cérebro causando alterações significa vas no comportamento do indivíduo como ações repe vas e estereo padas, dificuldades de comunicação, socialização, aprendizado e problemas de adaptação, que são áreas essenciais para o desenvolvimento humano. Os sintomas costumam aparecer precocemente, é possível fazer o diagnós co por volta dos 18 meses de idade. A manifestação dessas caracterís cas não ocorre uniformemente, e por isso os portadores do TEA podem apresentar diversas complexidades e singularidades, seja em sua relação com o meio em que vive, suas relações com outros indivíduos ou seus aspectos sensoriais. Esse transtorno possui o termo “espectro” em sua terminologia pelo fato de exis rem muitas variações e graus de au smo devido ao desenvolvimento cogni vo de cada indivíduo, e vai desde o grau mais leve ao mais severo.

2.2 Causas do Autismo Ainda não há uma causa defini va para comprovar a origem do au smo, mas os pesquisadores acreditam que a origem desse transtorno esteja relacionada a anormalidades de alguma área do cérebro que ainda não definiram ao certo (AMA, 2020). Segundo pesquisas recentes o fator gené co está envolvido na maioria dos casos, sendo uma carga hereditária ou novas mutações. Outras teorias apontam que os fatores biológicos e ambientais, como alguma infecção ou até mesmo algum medicamento ingerido pela mãe durante a gestação, podem causar alguns efeitos nos genes aumentando as chances de a criança desenvolver o TEA (CDC, 2020).

2.3 Manifestações mais Comuns Segundo Ana Maria S. Ros de Mello no Guia Prá co do Au smo, as manifestações mais comuns podem aparecer das seguintes formas: O au smo pode manifestar-se desde os primeiros dias de vida, mas é comum os pais relatarem que a criança passou por um período de normalidade anteriormente à manifestação dos sintomas; O que pode chamar a atenção dos pais inicialmente é que a criança é excessivamente calma e sonolenta ou então que chora sem consolo durante prolongados períodos. Uma queixa frequente dos pais é que o bebê não gosta do colo ou rejeita o aconchego; Mais tarde os pais notarão que o bebê não imita, não aponta no sen do de compar lhar sen mentos ou sensações e não aprende a se comunicar com gestos comumente observados na maioria dos bebês, como acenar as mãos para cumprimentar ou despedir-se; Geralmente, estas crianças não procuram o contato ocular ou o mantêm por um período muito curto; É comum o aparecimento de estereo pias, que podem ser movimentos repe vos com as mãos ou com o corpo, a fixação do olhar nas mãos por períodos longos e hábitos como o de morder-se, morder as roupas ou puxar os cabelos; Problemas de alimentação são frequentes, podendo se manifestar pela recusa a se alimentar ou gosto restrito a poucos alimentos. Problemas de sono também são comuns; As manifestações citadas são as mais comuns, mas não são condições necessárias ou suficientes para o diagnós co de au smo.

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2.4 Diagnóstico do Autismo É muito importe se ter um diagnós co precoce (geralmente o diagnós co conclusivo acontece a par r de 1 ano e meio), pois esse é o primeiro passo para o início do acompanhamento e tratamento do au smo, buscando obter melhorias no desenvolvimento e na qualidade de vida da criança (Defensoria Pública do Estado de São Paulo, 2011). O diagnós co do au smo é dado de forma clínica, feito por uma equipe mul profissional, que faz a análise direta do comportamento da criança. Esse diagnos co pode ser complementado com os relatos dos pais e cuidadores, que ajudam a compreender e avaliar o quadro e as falhas de desenvolvimento de cada uma delas. Apesar de não exis rem exames e testes específicos para iden ficar o TEA, alguns exames como, a ressonância magné ca nuclear, o carió po com pesquisa do X-frágil, o teste do pezinho, eletroencefalograma, exames visuais e audi vos, os erros inatos do metabolismo, e os testes sorológicos para sífilis, rubéola e toxoplasmose, podem ser feitos para inves gar as causas e doenças relacionadas (AMA, 2020).

2.5 Classicações Para a classificação das diferentes variações de au smo, o Brasil tem adotado dois manuais de diagnós co. O primeiro é o Manual Diagnós co e Esta s co de Transtornos Mentais – DSM, que atualmente está em sua 5ª edição, e o outro é a Classificação Internacional de Doenças – CID em sua 10ª edição. O DSM-5 inseriu todos os pos de au smos em uma mesma classificação – Transtorno do Espectro do Au smo (TEA).

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Já a CID-10, no capítulo V (F80 a 89) que trata dos transtornos mentais e comportamentais, caracteriza os casos de TEA com diferentes nomenclaturas.

Em maio de 2019, durante a Assembleia Mundial da Saúde, foi apresentada a CID-11 (entrará em vigor em 2022) que une todos esses diagnós cos do Transtorno do Espectro Au sta sob o código 6A02, no qual as subdivisões passaram a ser apenas relacionadas a prejuízos na linguagem funcional e deficiência intelectual.

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2.6 Tratamento Embora ainda não exista uma cura para o au smo, pode ser feito um programa de tratamento intensivo e apropriado para cada caso. Esses programas u lizam diversas a vidades constru vas, que além de aumentarem os interesses do au sta, auxiliam na melhora da qualidade de vida. Para o tratamento do au smo é necessária a intervenção de vários profissionais, como pedagogos, psicólogos, médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, educadores e terapeutas ocupacionais. Como cada pessoa portadora do au smo é diferente da outra, é importante uma equipe mul disciplinar para avaliar e desenvolver um programa de intervenção personalizado para cada caso. Os métodos de intervenção mais conhecidos são: TEACCH – Treatment and Educa on of Au s c and related Communica on Handicapped Children (Tratamento e Educação para as Crianças Au stas e com Distúrbios Correlatos da Comunicação); PECS – Pictures Exchange Communica on System (Sistema de Comunicação Através de Troca de Figuras); CFN- Currículo Funcional Natural; Sensitory Integra on – Integração Sensorial; ABA – Applied Behavior Analysis (Análise do Comportamento Aplicada); e o FLOORTIME – (tempo no chão) é um método de tratamento que leva em conta a filosofia de interagir com uma criança com TEA (AMA, 2020). O obje vo do tratamento é potencializar as habilidades sociais e de comunicação da pessoa portadora do TEA por meio da diminuição dos sintomas do transtorno e do suporte ao desenvolvimento e aprendizado.

2.7 O Autismo no Brasil No Brasil ainda não há um censo que apresente um número oficial da quan dade de pessoas com au smo, mas a es ma va é de cerca de 2 milhões de pessoas portadoras do TEA no país. Recentemente em julho de 2019 o presidente da República sancionou uma lei que incluirá os dados sobre au smo no Censo 2020, porém este deve ser adiado para o próximo ano devido à pandemia que afetou o país. Considerando outros estudos internacionais, segundo a OMS - Organização Mundial da Saúde (2017), uma em cada 160 crianças tem o transtorno do espectro au sta (TEA). Já de acordo com o CDC EUA - Center for Disease Control and Preven on (2010), uma em cada 68 crianças tem o diagnós co, sendo que em meninos o TEA é 4 vezes mais comum do que em meninas. Em 2013 foi realizado um estudo chamado “Retratos do Au smo no Brasil” que nha a finalidade de constatar e mapear o cenário do au smo no país através de pesquisas feitas em ins tuições que acolhem e auxiliam pessoas com au smo e suas famílias. Par ciparam desse estudo, 106 ins tuições de todas as regiões do país, e a par r dos dados ob dos foi possível observar que apenas 3.280 au stas de todas as faixas etárias são assis dos por elas. Também foi observado que o número de ins tuições existentes é bem inferior ao número de ins tuições necessárias.

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Ainda com base nesse estudo, foi observado que na região sudeste o estado de São Paulo é o que possui o maior número de ins tuições existentes e também o maior número de pessoas assis das, porém esses números ainda são bem inferiores ao que seria ideal levando em consideração que a es ma va da população com au smo no estado seja de aproximadamente 256.000 pessoas.

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2.8 O aporte do Autismo em Ribeirão Preto Após pesquisas na cidade de Ribeirão Preto, foram iden ficadas 3 ins tuições que prestam serviço especializado para o tratamento de pessoas portadoras do au smo. A AMA RP (Associação de Amigos do Au sta de Ribeirão Preto), localizada no bairro Alto da Boa Vista, é uma associação filantrópica que atende pessoas portadoras do TEA desde a primeira idade até a fase adulta. Atua nas áreas de assistência terapêu ca, social e educacional. O Centro Ann Sullivan Brasil de Ribeirão Preto, localizado no bairro Ribeirânia, tem como público alvo pessoas a par r de 4 anos de idade. A organização atua nas áreas de assistência social, terapêu ca e educacional. A Fundação Panda, localizada no Jardim América, é uma ins tuição que atende crianças de 1 ano a 7 anos que são portadoras do au smo. A fundação atua principalmente na área educacional, buscando a intervenção precoce e dando um atendimento intensivo, individualizado e elaborado para que a criança possa desenvolver suas habilidades mais necessárias para ter uma vida integrada a sociedade. Além do atendimento às crianças, a Fundação Panda também oferece cursos de orientação para pais e cuidadores e cursos para profissionais da saúde e educação.

Fonte: Pesquisa e tabela elaboradas pelo autor.

Devido à falta de informação e esta s cas sobre o au smo, não se pode dizer o número real de pessoas portadoras do transtorno na cidade. Levando em consideração que a população de Ribeirão Preto segundo o Censo 2010 é de 604.682 pessoas, e seguindo os dados disponibilizados pelo CDC (2010) de que o au smo deve estar presente em 1 a cada 68 crianças (1,47%), em uma possível es ma va, o número de crianças de 0 a 9 anos (74 mil) com au smo na região seria de aproximadamente 1.088 pessoas, ou seja, o número de ins tuições existentes não é suficiente para atender a essa demanda.

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3. AUTISMO E A ARQUITETURA


3.1 Autismo+Arquitetura O transtorno do espectro au sta afeta vários aspectos da comunicação e do comportamento da pessoa. Crianças e adultos com au smo possuem uma certa sensibilidade às sensações que o ambiente pode oferecer. O ser humano apresenta comportamentos a par r de seus relacionamentos, sejam eles com indivíduos ou com o espaço sico. Esse comportamento pode sofrer influências dos elementos cons tuintes dos ambientes, principalmente aqueles voltados às a vidades que envolvem os es mulos e as perspec vas de seus usuários, como por exemplo os ambientes de terapia sensorial. ( LAUREANO; ZAPATEL, 2018, p. 1)

Segundo Cindy Hatch-Rasmussen, os indivíduos com au smo, em muitos casos tem um sistema sensorial disfuncional, ou seja, possuem um ou mais sen dos que podem ser muito rea vos ou pouco rea vos à es mulação. Para o au sta, principalmente crianças, a cidade é um grande laboratório. Cheiros, cores e ruídos: tudo passa a ser milimetricamente mapeado, sen do e catalogado no cérebro au sta. Qualquer fator de desordem, como calçadas que não se comunicam, praças abandonadas, sistema viário confuso e tráfego intenso em zonas residências, podem acarretar confusão mental ou regressão em tratamentos ( DIAS, 2019).

3.2 A Arquitetura para o Autista - Referencial Teórico Ao criar um espaço que tenha como obje vo auxiliar e mo var o desenvolvimento do au sta, é necessário considerar várias questões sicas do ambiente. Caracterís cas como conforto acús co e térmico, uso da iluminação, flexibilidade dos espaços e a acessibilidade, são aspectos muito importantes para se levar em consideração na hora de elaborar o projeto. O projeto deve conter um programa que atenda às necessidades do au sta, es mule a melhora de seu aprendizado e desenvolvimento cogni vo, minimize suas dificuldades e facilite sua integração na sociedade. Magda Mostafa, Rachna Khare e Abir Mullick, são alguns dos nomes importantes na busca de referências em pesquisas acadêmicas que relacionam a arquitetura ao au smo. Magda Mostafa é uma arquiteta canadense pioneira nos estudos sobre a arquitetura e o design direcionados às pessoas portadoras do au smo. Em seu trabalho de tulo “The Au sm ASPECTSS Design Index”, Magda apresenta diretrizes importantes para a elaboração de projetos arquitetônicos tendo em vista as necessidades do au sta. Esse trabalho é composto por sete critérios, e foi desenvolvido ao longo de uma década de pesquisas, contando com a ajuda de pais, cuidadores e professores de pessoas au stas. Sua abordagem é voltada para o desenvolvimento das habilidades do portador do au smo através de ambientes que sejam controlados sensorialmente. Os sete critérios apresentados por ela nesse trabalho são: 1.

Acús ca: Esse critério propõe que o ambiente seja controlado acus camente para minimizar os ruídos, os ecos e reverberações, que, pelo fato de que grande parte dos au stas apresenta hipersensibilidade aos sons, podem causar uma maior distração nas a vidades que exijam mais foco, o que prejudicaria o tratamento terapêu co e educacional.

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Sequenciamento Espacial: Esse critério propõe a criação dos espaços de uma maneira lógica e previsível, de forma que a pessoa com au smo se adapte à ro na do uso programado desses espaços. Desse modo se sen rão mais seguros ao mudarem de ambiente e a vidades, pois podem prever o que vem a seguir e as a vidades que serão realizadas na sequência, sem que haja a sensação de surpresa ou de mudança repen na. A transição entre os ambientes deve ser suave, sem muita distração e com mínima interrupção. Espaço de Fuga: O obje vo desse espaço é proporcionar para o au sta um local de relaxamento sensorial. Seriam espaços com a função de “escape” para quando o indivíduo se sen r sobrecarregado sensorialmente pelo ambiente em que se encontra. Esses espaços devem ser de fácil acesso e devem oferecer um ambiente sensorial neutro de baixo es mulo, que permita a permanência necessária para cada indivíduo até que se sintam melhores para voltar às suas a vidades. Compar mentalização: Esse critério propõe a delimitação e definição da função e qualidade sensorial de cada ambiente. Cada compar mento deve apresentar uma função já definida, u lizando de elementos arquitetônicos como o layout dos moveis, o reves mento do piso e paredes, diferença de nível ou até mesmo variações na iluminação, para definirem seus usos. Transições: O uso de espaços de transição ajuda o usuário a recalibrar seus sen dos à medida com que se move de um nível de es mulo ao outro. Esse critério, assim como o sequenciamento espacial, permite a transição entre a vidades de forma mais suave, evitando a sensação de mudança repen na que causa desconforto ao au sta. Essas zonas de transição podem ser planejadas de diversas formas, como por exemplo salas que indicam alguma mudança, circulações internas com nível sensorial mais neutro, ou até mesmo jardins terapêu cos em ambientes externos localizados entre uma zona de a vidade e outra. Zoneamento Sensorial: A proposta desse critério é de organizar e agrupar os espaços de acordo com seu nível de es mulo sensorial, caracterizando entre “muito es mulante” e “pouco es mulante” com zonas de transição ajudando na mudança entre de uma zona para a outra. Segurança: Esse úl mo critério tem o obje vo de garan r a segurança do au sta ao u lizar os espaços. Ele se baseia na escolha de elementos arquitetônicos e do design que possam impedir qualquer dano a ser causado à pessoa, como por exemplo evitar arestas e cantos afiados, e também quando possível, e, se possível, evitar o uso de escadas e degraus.

O ar go “Incorpora ng the Behavioral Dimension in Designing Inclusive Learning Environment for Au sm”, de Rachna Khare e Abir Mullick (2009), também serve como referência para projetos des nados ao au sta. Nesse ar go, Rachna e Abir sinte zam um conjunto de dezoito parâmetros dominantes que definem a proposta do projeto arquitetônico para pessoas com au smo. Para formularem esses dezoito parâmetros, eles realizaram pesquisas teóricas sobre publicações já existentes a respeito da arquitetura para o au sta, e inclusive, u lizaram Magda Mostafa como uma de suas referências. Após as pesquisas teóricas serem feitas, eles realizaram avaliações prá cas destas ferramentas arquitetônicas em estudos de pós-ocupação em escolas especializadas e inclusivas na Índia e Estados Unidos.

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13. Proporcionar assistência: Criar espaços extras para a possível assistência individual do 14. 15.

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au sta em determinadas a vidades. Maximizar a durabilidade e a manutenção: Consiste em projetar ambientes de fácil limpeza, reparo e reposição, usar mobiliário e equipamentos resistentes. Minimizar distrações sensoriais: Grande parte dos au stas apresentam problemas de concentração em determinadas a vidades, então é importante proporcionar ambientes que evitem a fácil distração. Proporcionar a integração Sensorial: A criação de ambientes próprios para a integração sensorial ajuda as pessoas com au smo a entenderem e lidarem melhor com seus sen dos, minimizando assim os efeitos da disfunção sensorial. Proporcionar flexibilidade: Projetar espaços flexíveis que permitam diversos usos em um mesmo ambiente. Proporciona monitoramento para avaliação e planejamento.

Ambas as pesquisas apresentam parâmetros que podem servir como base no desenvolvimento de projetos arquitetônicos pensados para o usuário portador do transtorno do espectro au sta.

3.3 Integração Sensorial No au sta as falhas sensoriais acontecem, porque, além da dificuldade de u lizar mais de um ou dois sen dos ao mesmo tempo, seu cérebro não interpreta de forma comum as informações vindas dos sen dos. Já o indivíduo neuro pico recebe e interpreta de forma conjunta todas as informações vindas dos seus sen dos. Essa capacidade de receber e interpretar informações vindas dos sen dos como visão, tato, audição, paladar, olfato, ves bular (movimentos) e propriocepção (senso do corpo no espaço), é denominada Integração Sensorial. De acordo com (AYRES, 2020), a Integração Sensorial é um processo neurobiológico que promove a capacidade de processar, organizar, interpretar sensações e responder de maneira apropriada ao ambiente. Permite que os sen dos forneçam informações acerca das condições sicas do corpo e do ambiente e, portanto, possibilita a criança experimentar o corpo nas ações e nas a vidades do dia-a-dia. Em contraste, a Disfunção de Integração Sensorial é uma desordem na qual a informação sensorial não é integrada ou organizada adequadamente no cérebro. E pode produzir vários graus de problemas no desenvolvimento, no processamento da informação, no comportamento e na aprendizagem tanto motora quanto conceitual.

Na pessoa portadora do TEA, o problema de sensibilidade sensorial faz com que os sen dos se comportem de forma confusa, e pode se manifestar de forma hiposensível ou hipersensível. Quando o indivíduo é hiposensível, apresenta a dificuldade de iden ficar as informações vindas de seus sen dos, ele recebe os es mulos sensoriais de forma mais fraca. Já o indivíduo hipersensível, recebe esses es mulos de forma mais intensa, manifestando uma sensibilidade maior em relação às informações recebidas por seus sen dos. O au sta percebe os ambientes de forma diferente e a percepção espacial pode ser dis nta de uma pessoa para outra dentro dos diferentes graus do espectro. Por eles possuírem uma acentuada sensibilidade à sons, cores, luz e texturas, e terem dificuldades de processar e organizar informações, é importante ter cuidado com a questão da es mulação sensorial.

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Três ferramentas foram formuladas para as avaliações: a concordância ambiental, a medição de desempenho para a criança com au smo e a escala de avaliação de parâmetros de projeto. Após os resultados da pesquisa saírem, puderam observar que no estudo prá co, algumas medidas além de terem apresentado um desempenho muito bom para os alunos portadores do TEA, foram importantes para os alunos fora do espectro. Os dezoito parâmetros descritos por Khare e Mullick nesse ar go são: 1. Fornecer estrutura

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sica: Propõe promover uma leitura sica do espaço com mais facilidade, como por exemplo u lizando o layout, formas simples, e o zoneamento espacial, como ferramentas que auxiliem o au sta a perceber com mais facilidade o ambiente construído e a a vidade realizada ali. Maximizar a estrutura visual: Busca auxiliar a instrução visual, porem na forma da estrutura da edificação e do ambiente, facilitar o entendimento do funcionamento do espaço. Proporcionar instruções visuais: Este critério busca promover uma comunicação visual direta com o au sta. O uso de sinais, iluminação direcionada, símbolos ou até mesmo escritas, a respeito das a vidades realizadas em determinados ambientes, facilitam essa comunicação visual mais direta. Oferecer oportunidades para a par cipação da comunidade: O obje vo desse critério é a inserção do au sta nas a vidades sociais comuns do dia a dia, fazendo com que tenham oportunidade de aprendizado em a vidades ro neiras como, pegar um ônibus, ir ao supermercado, ou até mesmo, oferecer treinamento para oportunidade de inserção no mercado de trabalho. Apresentar oportunidades para a par cipação familiar: Diz respeito à importância da abertura de possibilidades para a par cipação de pais e cuidadores em a vidades, avaliações e reuniões. Apresentar oportunidades para inclusão: É necessário promover a inclusão do au sta em ambientes de aprendizagem junto de pessoas fora do espectro, evitando assim, o sen mento de segregação. Maximizar a futura independência: É importante criar espaços para aprendizagem de a vidades domés cas e sociais, com obje vo de promover uma maior independência do au sta no futuro. Oferecer padrões espaciais generosos: Pelo fato de que grande parte das pessoas portadoras do au smo apresentam dificuldades sensoriais e espaciais, é importante prever espaços mais amplos para as a vidades. Proporcionar espaços de fuga: Este critério traz a importância da criação de espaços de “escape”, para a recomposição do au sta após se sen r sobrecarregado sensorialmente. Maximizar a segurança: Diz respeito a maior atenção que deve ser tomada em relação ao au sta, de forma com que diminua as possibilidades de se colocarem em situação de risco. Maximizar a compreensão: Fornecer de forma mais clara e direta a compreensão dos espaços e a vidades ali realizadas. Isso pode acontecer através da organização dos espaços, zoneamentos, formas e marcadores visuais. Maximizar acessibilidade: Como algumas pessoas au stas podem possuir outras síndromes e deficiências associadas, é necessário promover o fácil acesso à todos os ambientes.

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Hiposensível

Sentidos

Hipersensível

Desconsidera pessoas ou Ÿ S e i n c o m o d a c o m c o r e s objetos em um ambiente; brilhantes e a luz solar intensa; Ÿ Só visualiza a silhueta de objetos Ÿ S e d i st ra i fa c i l m e nte co m movimentos ao seu redor; ou pessoas; Ÿ Gosta de cores brilhantes e da Ÿ Olha fixamente para pessoas ou luz do sol; objetos; Ÿ

Visão

N ã o r e s p o n d e q u a n d o é Ÿ Sensível a ruídos altos; chamado pelo nome; Ÿ Iden fica os sons antes que pessoas neuro picas; Ÿ Gosta de ruídos e sons; Ÿ Gosta de fazer barulhos altos e Ÿ Não lida bem com ruídos de fundo; excessivos;

Ÿ

Audição

U l i z a o t o q u e d e f o r m a Ÿ É sensível a alguns tecidos; desnecessária e excessiva (a Ÿ Se sente incomodado e reage pessoas e objetos); nega vamente a qualquer toque Ÿ Possui alta resistência a dor; em seu corpo; Ÿ Possui resistência a mudanças Ÿ Não gosta de andar descalço ou extremas de temperatura (não de se molhar; percebe as mudanças); Ÿ

Tato

Ÿ Ÿ Ÿ

Come objetos não comes veis; Ÿ É sele vo quanto aos alimentos. Escolhe ingerir apenas alimentos Busca cheiros fortes; c o m t e x t u ra s , c h e i r o s o u É isento a alguns aromas mais temperatura que o agrade; leves;

Paladar/Olfato Inconsciente quanto a posição Ÿ Possuem postura corporal do corpo no espaço ; diferente e na maioria das vezes desconfortável; Ÿ Confundem diferentes sensações com a fome; Ÿ Possuem dificuldade em manipular pequenos objetos;

Ÿ

Proprioceptivo

Se movimenta de forma Ÿ Apresenta desequilíbrio excessiva e desnecessária ; corporal; Ÿ Fica entusiasmado com as Ÿ Se sente incomodado caso fique a vidades que envolvem de cabeça para baixo ou se seus movimentos ; pés não estejam em contato com o chão ; Ÿ

Vestibular

Fonte: GAINES, Kris et al. ‘Designing for Au sm Spectrum Disorders’. Nova York, Routledge, 2016 (Tradução livre realizada pelo autor)

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3.4 Educação Especial para o Autista Levando em consideração as caracterís cas apresentadas por pessoas portadoras do au smo, é percep vel a dificuldade de inclusão de crianças que apresentam o transtorno nas escolas. A baixa tolerância e sensibilidade a luz e aos ruídos, faz com que muitas vezes essas crianças acabem não par cipando de brincadeiras e a vidades do co diano escolar. Quando inseridas nas escolas, as crianças portadoras do TEA deixam mais visíveis as dificuldades que podem apresentar na comunicação, no comportamento e no relacionamento com outras pessoas. Facíon (2008) afirma que: As dificuldades relacionadas à linguagem podem ser observadas no modo como o aluno se expressa (forma oral e escrita) e recebe a linguagem (sua compreensão) ou em ambas. Muitos desses alunos são não verbais, não emitem palavras, e chegam até a ser confundidos com pessoas portadoras de outras deficiências, como a surdez; outros podem fazer o uso da linguagem de maneira incomum, repe ndo trechos de slogans, sons ou frases que ouviram.

O aluno portador do au smo pode apresentar uma grande dificuldade em memorizar sequências e acontecimentos do dia-a-dia. Na ro na escolar podem apresentar também uma dificuldade de demonstrar seus sen mentos às outras pessoas, como alegria, dor ou tristeza. Ao apresentar esses casos, é importante dizer também que existem crianças que, apesar de serem portadoras do TEA, falam de forma adequada e apresentam uma inteligência normal, às vezes até acima da média, se mostrando apenas mais retraídas e distantes, não gostando de par cipar de brincadeiras, jogos e com padrões de comportamento um pouco rígidos demais. Ainda que existam as leis que fundamentem a inclusão dos au stas nas escolas, existem muitas ins tuições que apenas inserem esses alunos, mas não dão muita atenção ao seu desenvolvimento. Por se tratar de um espectro, as pessoas portadoras do TEA são bem diferentes entre si, cada uma vai apresentar suas caracterís cas e especificidades. Cada au sta precisa de condições de ensino individualizadas, com diferentes graus de apoio e de adaptação. De preferência, as salas de aula devem ter um número reduzido de alunos para que possibilite ao professor atender a todos de maneira mais eficaz e de modo que não o sobrecarregue. Desta forma, tanto os profissionais da educação como toda a comunidade escolar, devem estar preparados e capacitados para receber e atender esses alunos, através de cursos de formação con nuada na área da Educação Especial. Porém, não são todas as crianças com au smo que podem frequentar as salas comuns da rede de ensino regular. Segundo a Car lha dos Direitos das Pessoas com Au smo (2015): Cada um dos casos deve ser analisado de maneira individual pela equipe pedagógica e de saúde que faz o acompanhamento da criança ou do adolescente. Alguns podem se adaptar bem à inclusão em escolas regulares, porem em salas menores com suporte, ou até em salas especiais. Algumas crianças e adolescentes portadores do au smo, em alguns casos, com outras deficiências relacionadas, se adaptam melhor às escolas especiais. A adaptabilidade vai depender das caracterís cas individuais de cada um, do seu momento de vida e de desenvolvimento no qual está.

Para es mular uma interação, professores podem organizar rodas de conversa e brincadeiras, possibilitando um contato mais próximo, olhando no olho do aluno e pedindo que repita seus movimentos. Falta para a criança com au smo a percepção das emoções e expressões do outro, o que pode ser es mulado pelo educador através de desenhos e fotos ilustra vas.

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1 Maquete eletrônica do projeto. Fonte: Archdaily

Alguns alunos com TEA apresentam dificuldade verbal, falam pouco ou até mesmo nada falam, ou apresentam escolalia (distúrbio de linguagem, definida como a repe ção da fala do outro). A escolalia pode dificultar a interação do aluno com os colegas e professores. Uma a vidade muito boa para ajudar a lidar com esta caracterís ca é a drama zação. Segundo Glat (2007): “A drama zação oportuniza o suporte ao raciocínio lógico, ajudando a integrar, organizar e sequenciar ideias. Também facilita a interação do aluno com conduta pica na turma e o espaço escolar, de modo geral.”

2 Nos casos em que o aluno não fala, uma estratégia que pode ser adotada para estabelecer uma comunicação com essa criança, é a comunicação alterna va. A comunicação alterna va u liza símbolos e figuras que têm como base as questões do co diano da pessoa que os u lizará. A par r dessa base são elaboradas “pranchas de comunicação”, que serão incorporadas ao repertório do aluno de forma gradual.

Fonte imagem 1: h ps/ /redacaonline.com.br/blog / repertorio-para-o-tema-a-relacao-entre-professore-aluno-e-o-processo-de-aprendizagem/ Fonte imagem 2: h ps/ /blog.psiqueasy.com.br/2018 /10/ 17/tecnica-de-drama zacao-e-espelhamentoatendimento-psicopedagogico/

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3 Exemplo de prancha de comunicação.

Entre esses símbolos e figuras, como exemplo, podem ser fotos de familiares que serão apresentadas ao aluno para que ele pegue a foto sempre que quiser falar daquela pessoa específica. Essas figuras podem apresentar também objetos de uso diário do aluno, alimentos, cores, ou coisas da ro na dele, como beber água ou ir ao banheiro. É muito importante a par cipação da família na confecção dessas pranchas de comunicação, pois como conhecem bem o aluno, podem orientar na escolha dos símbolos que serão u lizados, de maneira que façam sen do para o universo da criança. Outra caracterís ca comum em crianças portadoras do au smo é a dificuldade de permanecer muito tempo em uma mesma a vidade. Para essa questão, como alterna va, o professor pode marcar o tempo de tolerância do aluno para cada a vidade, e aos poucos, tentar fazer com que esse este tempo aumente, sempre fazendo reforços posi vos com incen vos e elogios. É comum do au sta apresentar dificuldades com mudanças, eles se adequam melhor a ro nas. Para lidar com essa caracterís ca, é interessante que o educador procure manter os objetos u lizados pelo aluno no mesmo lugar, evitando fazer com que ele precise procurar por algo, não encontrar o que procura e acabar se desestabilizando. Também é importante para alguns alunos, o uso de recursos visuais espalhados pela sala de aula que demonstrem a ro na, de modo que o ajude em suas organizações internas. Crianças e jovens portadores do au smo, estando em um ambiente realmente inclusivo, são capazes de usufruir do seu direito de aprender. As Salas de Recursos Mul funcionais têm o papel fundamental na adoção de todas essas estratégias e quantas outras forem necessárias, sempre respeitando a individualidade e as necessidades especificas de cada aluno. A Sala de Recurso Mul funcional é um ambiente dotado de equipamentos, mobiliários e materiais didá cos e pedagógicos, para oferecer um atendimento educacional especializado. Os professores que atuam nessas salas especiais devem planejar as a vidades junto aos professores da educação regular.

Fonte imagem 3: h ps://www.assis va.com.br/ca.html#topo

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4 Exemplo de prancha de Sala de Recursos Mul funcionais.

O atendimento educacional especializado realizado nas Salas de Recursos Mul funcionais pode servir como preparo para que o aluno portador do TEA possa acompanhar a ro na da classe de ensino regular, mas que também possa aprender coisas e vivenciar situações que façam sen do para seu próprio universo. O documento de planejamento da SRM é o Plano Educacional Individualizado, onde o professor deve estabelecer um planejamento especifico para cada aluno, tendo como base as habilidades de cada um, os obje vos a serem alcançados, quais são as necessidades individuais e o que precisará ser trabalhado para atender aos obje vos.

Fonte imagem 4: h ps/ /folhabv.com.br/no cia/ CIDADES/Capital/Prazo-de-indicacao-para-as-salas-mul funcionais-e-prorrogado/62606

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4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS


4.1 Advance Center for Autism, Cairo, Egito (2007)

Maquete eletrônica do projeto.

5

Jardim sensorial, serve como zona de transição entre os blocos.

6

O projeto está localizado no lado oeste da cidade do Cairo, em uma área residencial com baixa densidade de construções. O acesso da cidade é um pouco di cil, a distância do centro da cidade é de aproximadamente 25 km, mas a par r da área residencial próxima, o acesso é feito de forma mais fácil com veículo pessoal ou através do transporte público. A unidade de tratamento é colocada em uma zona com inúmeras áreas verdes, mas tem a desvantagem de não ter nenhuma ins tuição educacional ou de saúde nas proximidades.

Função As funções presentes no centro de tratamento são inúmeras, as a vidades são divididas entre a relação pública e o tratamento para au stas. Em relação ao programa, o centro avançado para au stas oferece o suporte terapêu co e educacional, contando com salas de terapia individual e cole va, salas espor vas, jardins sensoriais e unidades de acomodação.

O Design O Centro Avançado para Au smo segue as diretrizes da Teoria do Design Sensorial elaborada pela própria arquiteta, Magda Mostafa. O complexo é composto por 4 edi cios: Núcleo de Conivência, Núcleo de Tratamento, Núcleo Espor vo e Núcleo de Repouso. Esses espaços são rigorosamente divididos de acordo com o potencial sensorial que possui: áreas de alto es mulo, áreas de baixo es mulo e espaços de transição.

Entrada dos estudantes Entrada administração Salas de aula Salas de terapia Área administra va e de diagnós co Hidroterapia Unidades de acomodação Jardim Sensorial Área de esportes e jogos Área de jardinagem Áreas de Alto Es mulo Áreas de Baixo Es mulo Áreas de Transição

7 Fonte imagem 5, 6 e 7: h ps://architectureforau sm.wordpress.com/treatment-centers-for-people-with-au s c-spectrum-disorders/advance-center-for-au sm/

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4.2 Center of Autism and the Developing Brain, NY, EUA (2016) O projeto do escritório daSilva Architects, incluiu a renovação de um an go ginásio existente para uma nova instalação onde seriam feitas avaliações, diagnos co e tratamento de pacientes com au smo. Um dos grandes desafios foi transformar um ginásio com tendência de ser bastante ecoante num local agradável para o tratamento de crianças ultrassensíveis aos seus ambientes. A solução foi a criação de uma vila toda colorida no interior deste ginásio, com salas de a vidades e de consulta equipadas de modo flexível, que podem ser usadas por crianças, adolescentes e adultos.

Cor, tamanho, forma, textura e luz são usadas para criar espaços a vos e como ferramenta de sinalização para pacientes e familiares.

10 Os corredores trazem a idéia da cidade para dentro do projeto.

8 Sala de a vidades.

Dada a sensibilidade que essas pessoas apresentam, foram u lizados elementos de design familiares como pequenas casas e pavilhões entre ruas abertas, caminhos e outros espaços de encontro centrais.

Essa versão de uma pequena cidade com detalhes familiares e caminhos diferenciados, cria um ambiente onde as crianças se sentem confortáveis, e se dis nguem dos corredores ins tucionais presentes em clínicas e hospitais que causam confusão e desorientam essas crianças. O tratamento acús co dos ambientes foi concebido para ser tão à prova de som quanto possível, com carpete de absorção para amortecer ruídos e painéis de amortecimento de som nas paredes. Nas áreas públicas foi u lizado um piso de cor ça para amortecer o som de passos, e em áreas molhadas onde não se pode usar o carpete, foi u lizado um piso emborrachado macio para conseguir um efeito similar

9

11 Área da recepção recebeu tratamento acús co.

Fonte imagem 8: news.weill.cornell.edu/news/2012/04/newyork-presbyterian-breaks-ground-for-new-center-for-au sm-and-the-developing-brain Fonte imagens 9, 10 e 11: fastcompany.com/3054103/how-to-design-for-au sm

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Equipamentos barulhentos como ar condicionado e sistema de ven lação foram instalados em um anexo à parte, eliminando assim seus ruídos.

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A iluminação foi trabalhada com fontes mistas de luz natural e luz ar ficial. As grandes janelas já existentes no ginásio se mostraram vantajosas, pois estavam localizadas a dois metros acima do chão, proporcionando a sensação suave de ar livre, sem fornecer distrações do ambiente externo.

Na iluminação ar ficial u lizou-se não apenas luzes de teto, mas também iluminação lateral, diversificando assim as fontes de luz. Todas as lâmpadas podem ser reguladas casa seja a necessidade de algum paciente.

4.3 Saunalahti Daycare, Espoo, Finlândia (2011)

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O projeto do grupo JKMM possui dois andares e abriga um jardim de infância e um centro de saúde infan l. Seu conceito foi inspirado no livro infan l “Mato Matala”, abordando um aspecto lúdico nos espaços em comum e diversas áreas sensoriais. A estrutura principal do edi cio é feita de concreto. A fachada sudoeste é de alvenaria leve com janelas espalhadas. As demais fachadas são rebocadas com janelas de moldura de madeira.

Fonte imagem 12 e 13: fastcompany.com/3054103/how-to-design-for-au sm Fonte imagem 14: h ps://jkmm.fi/work/saunalah -daycare-2/

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16

Os materiais internos são parquet de cinza de madeira e piso de enchimento, carpete verde adornado, reboco nas paredes e reves mento acús co de gesso acartonado nos tetos.

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No interior do edi cio, há a entrada de bastante luz natural através das clarabóias cônicas que se espalham pelos corredores e apresentam aspectos lúdicos com desenhos que remetem ao mar, à terra e ao espaço. Luminárias especiais e acessórios, bem como peças do mobiliário, foram projetados e personalizados para este edi cio individualmente. A par r do uso de imagens lúdicas que remetem ao diver do mundo infan l, o projeto busca ins gar a cria vidade e a imaginação da criança.

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19 Fonte imagem 15, 16, 17 e 18: h ps://jkmm.fi/work/saunalah -daycare-2/ Fonte imagem 19,20 e 21:h p://navi.finnisharchitecture.fi/saunalah -day-care-centre/

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28


Os corredores do pavimento térreo se tornam ambientes sensoriais a par r de elementos como espelhos, formas geométricas e paredes curvas que conformam os espaços de espera e estar iden ficados por cor e textura.

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As áreas do primeiro pavimento (jardim de infância) se abrem para o jardim, criando uma relação entre interior e exterior. O jardim/playgroung forma uma paisagem ar ficial livre e emocionante, e é composto por elementos que es mulam os sen dos, através das formas, cores e a iluminação .

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Fonte imagem 22, 23 e 24:h p://navi.finnisharchitecture.fi/saunalah -day-care-centre/ Fonte imagem 25, 26 e 27: h ps://jkmm.fi/work/saunalah -daycare-2/

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4.4 Sala Snoezelen A sala Snoezelen é uma sala mul -sensorial que tem como obje vo a es mulação sensorial e/ou a diminuição dos níveis de ansiedade e de tensão. Seu conceito é proporcionar conforto, através do uso de es mulos controlados, e oferecer uma grande quan dade de es mulos sensoriais, que podem ser usados de forma individual ou combinada dos efeitos da música, notas, sons, luz, es mulação tá l e aromas. O ambiente mul sensorial permite es mular os sen dos primários como o tato, o paladar, a visão, a audição e o olfato, sem exis r necessidade de recorrer às capacidades intelectuais, mas sim às capacidades sensoriais dos indivíduos. A confiança e o relaxamento são incen vados através de terapias não dire vas. O uso de um ambiente mul sensorial permite que as terapias sejam únicas para cada usuário. O ambiente, que a sala de Snoezelen proporciona, é seguro e não ameaçador, promovendo o auto controle, autonomia, descoberta e exploração, bem como efeitos terapêu cos e pedagógicos posi vos.

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29

30

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Fonte imagem 28, 29 e 30: h ps://www.abecedariodaeducacao.pt/2019/06/25/salas-snoezelen-a-importancia-da-es mulacao-dos-sen dos/ onte imagem 31 e 32: h ps://www.zensenses.org/quem-somos/a-terapia-snoezelen/

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30


5. ESCOLHA DO LOCAL


5.1 Premissas para escolha do terreno 1. Tamanho do Lote

2. Topograa

3. Fácil Acesso

4. Insolação e Ventilação

5. Proximidade com Instituições de Ensino

6. Proximidade com Equipamentos de Saúde

5.2 Localização das áreas analisadas Para definição do terreno para implantação do projeto, foram analisados três lotes em diferentes áreas na cidade de Ribeirão Preto. N

O-05

L-02

O-03

Fonte: Google Earth, 2020 Terreno 1 Bairro Vila Virgínia Subsetor Oeste - 3

Terreno 2 Bairro Vila Monte Alegre Subsetor Oeste - 5

Terreno 3 Bairro Jardim Paulistano Subsetor Leste - 2

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5.2.1 Análise das Áreas Potencialidades Ÿ

Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ

O terreno 1 possui área de aproximadamente 22.498m ; Fácil acesso por transporte público e par cular; Lote próximo à equipamento de saúde; Proximidade com ins tuições de ensino; Condições ambientais favoráveis;

Fragilidades Ÿ

A topografia é rela vamente elevada;

Potencialidades Ÿ

Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ

O terreno 2 possui área de aproximadamente 12.128m ; Topografia plana; Próximo à ins tuição de ensino; Próximo à equipamento de saúde; Fácil acesso;

Fragilidades Sería necessário desapropriação do terreno e demolição das construções existentes; Ÿ Próximo a locais de serviço elétrico e prédio comercial, possíveis geradores de ruídos;

Ÿ

Potencialidades Topografia favorável para implantação do projeto; Ÿ Proximidade com ins tuições de ensino; Ÿ

Fragilidades Terreno 3 é o de menor tamanho, tendo área de aproximadamente 3.329m²; Ÿ Não tem equipamentos de saúde próximo ao lote; Ÿ O acesso por transporte público é mais difícil; Ÿ

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5.2.2 Denição do Terreno O terreno que atendeu melhor aos requisitos foi o Terreno 1, por tanto foi o escolhido para o projeto. 1. Tamanho do terreno: O terreno se encontra em boa situação e possui um tamanho excelente para a implantação do projeto. Possui uma área total de aproximadamente 22.498 m², o que traz várias possibilidade para o projeto, como áreas ao ar livre e o trabalho paisagís co de jardins que servirão como recursos terapêu cos. 2. Topografia: Apesar de possuir um desnível de 14m desde o nível mais baixo até o nível mais alto do terreno, esses desníveis não seriam complicações para o projeto pois são suavizados pela extensão do terreno. 3. Fácil Acesso: O local é bem atendido pelo transporte público e por vias de acesso. Existem muitas linhas que passam próximas ao terreno, principalmente na Avenida Pio XII. Algumas linhas fazem ligação com o centro e outras fazem ligação com outras regiões da cidade. 4. Condições Ambientais: As condições ambientais no local são favoráveis. Está localizado em uma parte alta da cidade e acaba sendo privilegiado em relação aos ventos. 5. Proximidade com Ins tuições de Ensino: As ins tuições de ensino localizadas próximo poderiam contribuir na integração das pessoas portadoras do TEA atendidas no local do projeto. 6. Proximidade com Equipamentos de Saúde: A UBDS Vila Virgínia/Dr. Marco Antônio Sahão, localizada próxima ao terreno, poderia dar apoio profissional ao Centro de Apoio e Vivência para o Au sta. Além desses requisitos, mais dois fatores que foram muito importantes para a escolha do Terreno 1: A primeira é a questão socioeconomica do bairro Vila Virgínia, onde prevalece a demanda populacional de renda baixa e média. A segunda é a respeito da acessibilidade e mobilidade urbana, que é favorecida no local.

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6. ÁREA DO PROJETO


6.1 Aproximação da área U lizando raios de abrangência dentro das distâncias de 500, 1000, 1500, 2000 e 2500 metros, foi possível iden ficar uma grande quan dade de ins tuições de ensino (entre creches, escolas primárias e de ensino médio) e também alguns equipamentos de saúde espalhados pelo bairro.

2

6

10

1

2

1 4

3

1

2

1 5

5 4

1 3

4 6

7

8

9 7 8

3

2

9 10

N

500m

1000m

1500m

2000m

2500m

Educação Infan l de 0 a 6 anos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Pré Escola Municipal Adão do Carmo Leonel EMEI Caetana Spinelli Mar ns

2 3 4

1 2

SESI EE Eugenia Vilhena de Morais

CEMEI Prof. Eduardo Romualdo de Souza

3

EE Prof. Vicente T. de Souza

CEI Deolinda Gasparini

4

EMEI Prof. Neuza Michelu

CEI Alaor Galvão Cesar

5

EE Prof. Hélio Lourenço de Oliveira

EEI Creche Modelo da Vila Virgínia

6

EMEF Prof. Salvador Marturano

CEI Maria Lúcia Meireles Junqueira Reis

7

EMEI Prof. José Pedro Moreira

CEI Anna Augusta França

8

EE Prof. Glete de Alcântara

Creche Pingo de Leite

9

EE Jesus Guilherme Giacomini

Creche Casa de Emmanuel Benção da Paz

Unidades Públicas de Saúde 1

Ensino de 1 e 2 Grau

UBDS Vila Virgínia/Dr. Marco Antônio Sahão UBS Waldemar Barnsley Pessoa

10

Marzola

EE Dr. Meira Junior E.F.

Hospitais Par culares 1 2

Hospital São Paulo Beneficiência Portuguesa

USF Jardim Marchesi/Dr. Vinícius Plas no UBS Adão do Carmo Leonel/Dr. Luiz Phelipe Tinoco Cabral

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6.2 Levantamentos do entorno Uso do solo Os usos em seu entorno imediato são de maioria residencial, com alguns comércios e locais de prestação de serviço no bairro. Por ser um bairro onde predomina o uso residencial, pode-se dizer que caracteriza um local sem muita geração de ruídos, o que é importante para o projeto.

N

Residência Comércio Serviços Ins tuição de Ensino Saúde Posto Policial Ins tuição Religiosa Área do Projeto Praças/Áreas Verdes Vazios

Ocupação do solo - Cheios e Vazios Ao analisar o mapa de ocupação do solo (cheios vazios) é possível observar que a área é bem adensada, em sua maioria por residências. Os vazios acontecem mais ao centro do mapa, aonde se concentram os equipamentos ins tucionais.

N

Área do projeto Áreas Edificadas Áreas não Edificadas Praças/Áreas Verdes

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Gabarito de Altura As construções do entorno da área são em sua maioria térreas, não há muita diversificação de alturas. As de maior altura são a FATEC, localizada ao lado da área do projeto, e uma igreja.

N

Área do Projeto Térreo 2 Pavimentos 3 Pavimentos ou mais Área não Edificada

Mapa de Vias O lote do projeto é bem localizado, em seu entorno existem muitas paradas de ônibus que facilitam o acesso ao local, e as ruas possuem trânsitos moderados e leves.

B

B

B

N

B

B B

Terreno 1

B B B B B

B B B B

B B

Praças/Áreas Verdes Via Coletora 1 - Avenida Pio XII Via Coletora 2 - Avenida Monteiro Lobato Vias Locais Paradas de Ônibus

B

B

B

B B

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Linhas de Transporte Público Vila Virgínia é um bairro bem servido de transporte público, e é possível iden ficar muitos pontos de ônibus por toda sua extensão. No mapa estão representados, numa escala menor, só em relação ao entorno imediato, os trajetos das linhas de transporte público que servem o bairro e circulam próximo à área do projeto.

B

B

B

N

B

Área do Projeto U 199

B B

L 206

B B

M 460

B B B

M 406

B B B B

L 360 L 306 M6

B

B

B

E/M 136

B

B

H/M 236

B

Condicionantes Físicos O terreno possui uma topografia rela vamente elevada, tendo uma diferença de 14m entre o nível mais baixo e o mais alto, porém por ser um terreno extenso, esse desnível é suavizado. N

189

,60

,00

Curva 599

185

,00

129

,5

141

Curva 585

Está localizado em uma parte alta da cidade e acaba sendo privilegiado na questão dos ventos.

585 586 587 588 589 590 591 592 593 594 595 596 597 598 599

N

Orientação Solar Ventos dominantes

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6.3 Legislações Pertinentes Com o obje vo de cumprir as exigências necessárias para elaboração do projeto arquitetônico de um centro assistencial ao portador do au smo, foram adotadas: Legislação sobre o Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, Lei 2157/2007 Código de Obras, Lei 2932/2019 Resolução - RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002

6.3.1 Restrições do Uso do Solo O Ar go 5º da Seção I do Capítulo II, da Legislação sobre o Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo no Município de Ribeirão Preto, o qual define as categorias de zonas em que se subdividem as áreas do município, indica que a área de intervenção pertence à Zona de Urbanização Preferencial (ZUP), que possui a seguinte descrição: ‘’composta pelas áreas internas ao anel viário formado pelas rodovias Anhanguera, Antonio Machado Sant’Anna, Antonio Duarte Nogueira e Alexandre Balbo, dotadas de infraestrutura e condições geomorfológicas propícias para urbanização (formação da Serra Geral)’’.

Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, 2020

Índices urbanísticos estabelecidos para ZUP Taxa de ocupação

80% (edificação não residencial)

Coeficiente de aproveitamento 5 Gabarito de altura

10

Taxa de permeabilidade

15% (lote com área maior que 1000m²)

Recuo frontal

Ao longo de avenidas: 20m gabarito superior a 4m; 5m gabarito até 4m; Ao longo das demais vias: 5m gabarito superior a 4m; ou usar a fórmula H=3x(L+R); 2m

Recuos laterais e dianteiro

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7. PROPOSTAS


7.1 Demanda O atendimento será feito à crianças, adolescentes e adultos portadores do Transtorno do Espectro Au sta, que residam na cidade de Ribeirão Preto e região. Os atendimentos serão voltados para as áreas terapêu ca e pedagógica, com intuito de auxiliar no progresso e desenvolvimento do au sta. O Centro de Apoio e Vivência para o Au sta deve também oferecer serviços de apoio para os familiares.

7.2 Conceito e Partido O conceito do projeto consiste na elaboração de ambientes confortáveis e seguros para os usuários portadores do TEA, ambientes que atendam às especificidades de cada um e incen vem seu desenvolvimento através da arquitetura, fazer com que a arquitetura em si faça parte do processo terapêu co. É importante causar no usuário a sensação de acolhimento e pertencimento ao local, criar uma relação entre o usuário e o ambiente, com isso, se sen rão mais confortáveis para vivenciar novas experiências. Para elaborar o par do foi importante observar a situação do lote e sua relação com o entorno. O par do arquitetônico do projeto é baseado na teoria de design elaborado pela arquiteta Magda Mostafa, pioneira no design para au stas. A implantação do projeto é feita pela separação de blocos, cada um com sua função. Os blocos com funções de qualidade mais pública foram colocados próximos às testadas do lote e os que exigem mais controle sensorial estão concentrados mais ao centro. Os jardins trabalhados no paisagismo, além de auxiliarem no tratamento terapêu co dos usuários, servirão como espaços de transição entre os blocos. Posicionar os blocos de qualidade mais pública próximos ás testadas foi uma escolha feita levando em consideração que, nos limites do lote, já de encontro com as vias, os es mulos sensoriais acontecem de forma mais intensa devido à produção de ruídos, a concentração e circulação de veículos e pedestres. Por fim, ao analisar o entorno, foram localizados no lote próximo ao escolhido para o projeto, um equipamento de saúde e um equipamento de educação. Buscando uma melhor conexão entre os dois equipamentos e o Centro de Apoio e Vivência para o Au sta, foi pensada uma praça sensorial, que além de valorizar a paisagem urbana, traria a valorização dos sen dos (um fator importante para as pessoas portadoras do au smo) para o espaço público. Essa praça proporcionaria uma relação entre os moradores do bairro e o projeto, o que seria muito importante para trazer a população para perto e passar informação sobre o au smo, com intuito de quebrar pré-conceitos e concepções equivocadas que existem sobre os au stas e o próprio transtorno.

7.3 Proposta para a via O terreno escolhido para o projeto tem duas testadas, uma de encontro com a Avenida Monteiro Lobato e a outra com a Rua Visconde de Inhomerim. Por ser uma via de trânsito menos intenso, o acesso principal ao centro de apoio ao au sta será feito pela Rua Visconde de Inhomerim. O acesso secundário será feito pela Avenida Monteiro Lobato, que irá priorizar os usuários que optarem por u lizar o transporte público, pois existe um ponto de ônibus em frente à esse acesso.

42


A fim de criar uma relação do projeto com a unidade de saúde e a ins tuição de ensino próximas ao lote, a Rua Visconde de Inhomerim será transformada em uma via de uso compar lhado, trazendo mais qualidade na mobilidade e nos acessos para os pedestres que circularem entre os equipamentos. No planejamento, será implantado o conceito da calçada verde que garante uma melhor acessibilidade e torna o passeio mais seguro para os pedestres. A calçada contém faixas verde, onde serão plantadas grama e árvores, permi ndo a absorção da água da chuva no solo. A arborização valoriza o visual da via, torna mais agradável a sensação térmica para quem caminhar no local, traz melhorias no micro clima local, proporciona sombra e melhora a qualidade do ar, beneficiando a área, tanto esté ca quanto ecologicamente. Na via de trânsito de veículos, será u lizado o piso intertravado. O uso desse po de pavimento no projeto busca trazer bene cios de sustentabilidade e segurança. No quesito da sustentabilidade, sua fabricação consome menos energia que o derivado do petróleo, é um material permeável, que possibilita o escoamento mais rápido da água das chuvas, e é de fácil manutenção e vida ú l longa. Para a questão da segurança, o uso desse material traz a caracterís ca de reduzir a velocidade dos veículos, visto que o ruído e a vibração causados por esse po de pavimento se intensificam conforme a velocidade do automóvel aumenta. Antes

8m

2,5m

4m

Depois

Via de uso compar lhado

2,5m

0,7m

8m

0,7m

2,6m

0,7m

43


7.4 Programa de Necessidades Para elaborar o programa de necessidades, foi consultada a RDC 50. Esse documento estabelece um regulamento técnico para planejamento e elaboração de projetos sicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Bloco Terapêutico

Bloco Administrativo Ambiente Recepção Hall de espera ADM/Coordenação Direção Tesouraria Arquivo Depósito de apoio Copa e Estar Funcionários Sala de reunião DML W.C Masculino W.C Masculino PNE W.C Feminino W.C Feminino PNE Vestiário Masculino Vest. Masculino PNE Vestiário Feminino Vest. Feminino PNE

Dimensão RDC 50 Área no Projeto 3m2 mínimo 20m2 1,3m2 por pessoa 40m2 5,5m2 por funcionário 40m2 5,5m2 por funcionário 15m2 2,5m2 por funcionário 15m2 6m2 mínimo 20m2 15m2 35m2 2m2 por pessoa 30m2 2,0m2 mínimo 6m2 8m2 4m2 8m2 4m2 18m2 5m2 18m2 5m2

Ambientes com características mais neutras, utilizando materiais e cores que transmitam sensação de conforto e bem-estar aos funcionários.

Bloco Diagnóstico Ambiente Recepção Hall de espera Sala Assistência Social Consultório Psicólogo Consultório Fonoaudiólogo Consultório Terapeuta Ocup. Consultório Fisioterapeuta Consultório Nutricionista W.C Masculino W.C Masculino PNE W.C Feminino W.C Feminino PNE

Dimensão RDC 50 3m2 mínimo 1,3m2 por pessoa 7,5m2 mínimo 7,5m2 mínimo 7,5m2 mínimo 7,5m2 mínimo 7,5m2 mínimo 7,5m2 mínimo

Área no Projeto 12m2 30m2 9m2 9m2 9m2 9m2 9m2 9m2 8m2 4m2 8m2 4m2

Ambientes receptivos, que através do uso pontual de cores e texturas, transmitam sensação de conforto, aconchego e bem-estar aos usuários e prossionais.

Ambiente Recepção Hall de espera Copa DML Sala de transição Sala Psicoterapia Sala Fonoaudiologia Sala Terapia Ocupacional Sala Fisioterapia Sala Sensorial Musicoterapia Arteterapia Teatro/Dança Depósito de Apoio (Salas) Enfermaria W.C Masculino W.C Masculino PNE W.C Feminino W.C Feminino PNE Vestiário Masculino Vest. Masculino PNE Vestiário Feminino Vest. Feminino PNE Piscina Terapêutica Depósito de Apoio (Piscina)

Área no Projeto 30m2 12m2 56m2 10m2 21m2 45m2 25m2 16m2 8m2 4m2 8m2 4m2 21m2 5m2 21m2 5m2

Ambientes que proporcionem sensação de conforto e bem-estar para os usuários, utilizando recursos visuais, cores e texturas de forma harmoniosa para não interferir na concentração necessária para as atividades. Ambientes que promovam relação entre interior e exterior de acordo com a atividade.

2m2 mínimo

20m2 mínimo 20m2 mínimo

Área no Projeto 12m2 40m2 15m2 7,5m2 10m2 20m2 20m2 40m2 40m2 30m2 40m2 40m2 40m2 4m2 21m2 8m2 4m2 8m2 4m2 21m2 5m2 21m2 5m2 120m2 8m2

Utilizar materiais, cores e texturas de forma harmoniosa, sem sobrecarregar os ambientes, tornando-os adequados para atender ao autista hiper ou hiposensível, transmitindo sensação de conforto e segurança para realizarem suas atividades. Ambientes que promovam relação entre interior e exterior de acordo com a atividade.

Bloco de Apoio Ambiente Dimensão RDC 50 Cozinha Refeitório Lavanderia Depósito de Resíduos Sólidos 15m2 (baixo risco)

Área no Projeto 30m2 42m2 12m2 12m2

Ambientes com características mais neutras, utilizando materiais e cores que transmitam sensação de conforto e aconchego.

Bloco Pedagógico Ambiente Dimensão RDC 50 1,3m2 por pessoa Hall de espera Coordenação Sala de Apoio Pedagógico Sala de Transição Brinquedoteca Biblioteca Copa e Estar Prossionais Sala de Reunião 2m2 por pessoa W.C Masculino W.C Masculino PNE W.C Feminino W.C Feminino PNE Vestiário Masculino Vest. Masculino PNE Vestiário Feminino Vest. Feminino PNE

Dimensão RDC 50 3m2 mínimo 1,3m2 por pessoa

Auditório Ambiente Foyer Auditório Palco Sala de Projeção Camarim W.C Masculino W.C Feminino

Dimensão RDC 50

Área no Projeto 40m2 120m2 30m2 7m2 15m2 12m2 12m2

Ambiente confortável com identidade visual, que proporcione o uso tanto para palestras quanto para apresentações.

Bloco da Entrada Secundária Ambiente Recepção Hall de espera W.C Masculino W.C Masculino PNE W.C Feminino W.C Feminino PNE

Dimensão RDC 50

Área no Projeto 12m2 30m2 8m2 4m2 8m2 4m2

Ambiente com características mais neutras, que transmitam sensação de receptividade e aconchego.

44


7.5 Organograma e Fluxograma

Bloco Diagnós co

Bloco Terapêu co

A vidades ao ar livre

Auditório

Bloco administra vo

Bloco de Apoio

Acesso de Serviço

Acesso Principal Bloco Administra vo

Ves ários Copa e estar DML

Bloco Pedagógico

Bloco Diagnós co

Recepção

Recepção

Hall de espera

Hall de espera

Sanitários

Sanitários

ADM/Coordenação Tesouraria Depósito de apoio

Bloco de Apoio

Arquivo

Cozinha

Sala de reuniões

Assistência Social Colsultório Psicólogo Consultório Fonoaudiologia Consultório Terapia Ocupacional Consultório Fisioterapia Consultório Nutricionista

Bloco de Apoio Bloco Terapêu co

Bloco de Apoio Copa

Bloco Pedagógico

Bloco de Apoio

DML

Hall de espera

Hall de espera Sanitários

Salas Fonoaudiologia

Coordenação Sanitários

Ves ários

Sala de Transição Depósito de apoio

Salas de Assistência Pedagógica

Sala de Transição Salas Psicoterapia

Salas Terapia Ocupacional Salas Fisioterapia

Ves ários

Depósito de apoio

Sala Sensorial

Brinquedoteca Musicoterapia Biblioteca

Arteterapia Auditório

Teatro/Dança Apoio da Piscina

Piscina Terapêu ca

Acesso Secundário

45


7.6 Diretrizes Projetuais

1

2

3

Os espaços devem ser organizados levando em consideração o nível de es mulação sensorial que cada ambiente proporciona.

As zonas de transição auxiliam no reequilíbrio sensorial do au sta enquanto transita entre ambientes com níveis de es mulação sensorial diferentes.

U lizar técnicas constru vas e materiais que contribuam para o conforto ambiental dos ambientes.

4 U lizar técnicas constru vas que contribuam para o controle e a minimização dos ruídos que possam atrapalhar o usuário em suas a vidades.

7 5

6

Sequenciar os ambientes de maneira lógica e previsível para o usuário au sta, diminuindo o desconforto pela mudança de a vidade. Propor circulações mais diretas, para evitar que se distraiam na transição de uma a vidade para outra.

A setorização do projeto deve ser feita de acordo com a função de cada ambiente. O uso de reves mentos, níveis de iluminação diferentes e mobiliário por exemplo, podem auxiliar na iden ficação dos usos de cada espaço.

9

10

U liza técnicas e recursos de Possibilitar a relação entre os composição dos espaços que ambientes internos e externos. possibilitem a flexibilização no uso dos ambientes.

8 U lizar materiais, cores e texturas que tornem o ambiente mais confortável para o usuário. É importante também o uso de elementos visuais que es mulem posi vamente o usuário, facilitando a legibilidade dos espaços.

Criar espaços intera vos e dinâmicos que proporcionem interação entre os usuários e o ambiente, e possibilitem a construção de habilidades de comunicação através de contatos sociais.

1 Zoneamento Sensorial

6 Compar mentalização

2 Zonas de Transição

7 Cor, Textura

e Materialidade

3 Conforto Ambiental

8 Ambientes Intera vos

4 Conforto Acús co 5 Sequenciamento

Espacial

9 Flexibilidade 10 Exterior e Interior

7.7 Zoneamento Fazer a observação das zonas de es mulo foi importante para o zoneamento e distribuição do programa. A par r disso foi feita a separação dos blocos de acordo com suas funções e caracterís cas sensoriais.

Zona de alto estímulo Zona de baixo estímulo Zona de transição

46


7.8 Implantação/Plano de Massas e Elevações

17 1 189

,00

141

,60

6 5

8

4

13

7

12

11

16 1

3

,00

129

,5

9 185

10 2

2 14

15

N 1 Bloco Diagnós co

5 Pá o Sensorial 6 Horta Orgânica

2 Bloco Administra vo 3 Bloco Pedagógico

7 Jardim Fru fero

4 Bloco Terapêu co

8 Entrada Secundária

9 Auditório

13 Via de uso compar lhado

10 Bloco de Apoio

14 Praça Sensorial 15 UBS

11 Pá o Central 12 Estacionamento

Escala 1:4000

16 Ins tuição de Ensino

17 FATEC

Elevação 1 - Escala 1:1500

Elevação 2 - Escala 1:1500

47


7.9 Vistas

Vista voo de pássaro

Vista da zona de transição, entre os blocos, em direção à praça sensorial

Vista da praça sensorial, em direção ao Centro de Apoio e Vivência para o Au sta

48


8. BIBLIOGRAFIA


8.1 Bibliograas Associação de Amigos do Au sta – Tratamento Disponível em: h ps://www.ama.org.br/site/au smo/tratamento/ Data de acesso: 19/03/2020 Associação de Amigos do Au sta – Diagnós co Disponível em: h ps://www.ama.org.br/site/au smo/diagnos co/ Data de acesso: 19/03/2020 Associação de Amigos do Au sta Ribeirão Preto – A Ins tuição Disponível em: h p://amaribeirao.org.br/ama/ Data de acesso: 20/03/2020 Centro Ann Sullivan Brasil Ribeirão Preto – Sobre nós Disponível em: h p://annsullivan.org.br/sobre-nos/ Data de acesso: 20/03/2020 Center for Disease Control and Preven on – Facts Disponível em: h ps://www.cdc.gov/ncbddd/au sm/facts.html Data de acesso: 22/03/2020 Center for Disease Control and Preven on – Data Disponível em: h ps://www.cdc.gov/ncbddd/au sm/data.html Data de acesso: 22/03/2020 Au smo e Realidade – O que é o au smo? Disponível em: h ps://au smoerealidade.org.br/o-que-e-o-au smo/ Data de acesso: 15/03/2020 DIAS, Nikson Ninguém deve ficar para trás. A Arquitetura e Urbanismo e o Au smo, 2019 Disponível em: h ps://www.caubr.gov.br/ninguem-deve-ficar-para-tras-a-arquiteturaurbanismo-e-o-au smo/ Data de acesso: 27/03/2020 RUSSO, Fabiele Graus de Au smo – Importante saber Disponível em: h ps://neuroconecta.com.br/graus-de-au smo-importante-saber/ Data de acesso: 27/03/2020 Au smo Cid 11 – Nova Classificação Disponível em: h p://www.associacaoinspirare.com.br/au smo-cid-11-novaclassificacao/ Data de acesso: 25/03/2020 ALMEIDA, Marina S. R. Diagnós co Transtorno do Espectro Au sta Cid 11 Disponível em: h ps://ins tutoinclusaobrasil.com.br/diagnos co-transtorno-doespectro-au sta-cid-11/ Data de acesso: 25/03/2020

50


STOCK, Adriana Quais são as teorias e as pesquisas sobre as possíveis causas do au smo, 2018 Disponível em: h ps://www.bbc.com/portuguese/geral-43577510 Data de acesso: 25/03/2020 171 Au smo – Descobrindo o Au smo Disponível em: h ps://www.ufrgs.br/jordi/171-au smo/au smo-e-diagnos co/ Data de acesso: 23/03/2020 RASMUSSEN, Cyndi Hatch Sensory Integra on in Au sm Spectrum Disorders Disponível em: h ps://www.au sm.org/sensory-integra on/ Data de acesso: 23/03/2020 Associação Brasileira de Integração Sensorial – ABIS – Integração Sensorial Disponível em: h ps://www.integracaosensorialbrasil.com.br/integracao-sensorial Data de acesso: 03/04/2020 BRANCO, Janeiro A Problemá ca do Au smo no Brasil, 2015 Disponível em: h ps://janeirobranco.com.br/a-problema ca-do-au smo-no-brasil/ Data de acesso: 20/03/2020 MELLO, Ana Maria S. Ros de, Au smo: Guia Prá co. 9a. ed. AMA, 2019 Disponível em: h ps://www.ama.org.br/site/wpcontent/uploads/2019/05/CAPA_GUIA_PRATICO_9_E DICAO_V3-mesclado-ALTA.pdf Data de acesso: 22/03/2020 TIBYRIÇÁ, Renata Flores et al., Car lha: Direitos das Pessoas com Au smo. 1a. ed. São Paulo, 2011 Disponível em: h ps://www.au smo.org.br/site/images/Downloads/direitospessoasau smo_leitura.pdf Data de acesso: 22/03/2020 MELLO, Ana M.S.R. et al., Retratos do Au smo no Brasil. 1a. ed. São Paulo, 2013 Disponível em: h ps://www.ama.org.br/site/wpcontent/uploads/2017/08/RetratoDoAu smo.pdf Data de acesso: 22/03/2020 GÓES, R. Manual prá co de arquitetura para clínicas e laboratórios. 2° ed., 2010. HENRY, Christopher N. Designing for Au sm: Spa al Considera ons, 2011. Disponível em: h p://www.archdaily.com/179359/designing-for-au smspa al-considera ons. Data de acesso: 05/04/2020

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MOSTAFA, Magda The Au sm ASPECTSS™ Design Index Disponível em: h ps://www.au sm.archi/aspectss Data de acesso: 10/05/2020 BEAVER, Christopher Designing Environments for Children and Adults with ASD Disponível em: h ps://www.au sm-architects.com/ Data de acesso: 13/05/2020 KHARE, Rachna; MULLICK, Abir; Incorporan ng the Behavioral Dimension in Designing Inclusive Learning Environment for Au sm Disponível em: h ps://s3.us-east 1.amazonaws.com/media.archnet.org/system/publica ons/ contents/5293/original/DPC2033.pdf?1384790836 Data de acesso: 15/05/2020 MIRANDA, T. C.; GUARNIERI, A. R., Arquitetura & Au smo - Levantamento Teórico para a Proposta de Projeto de um Centro de Atendimento Especializado noTranstorno do Espectro Au sta na cidade de Ourinhos - SP Disponível em: h ps://cic.unifio.edu.br/anaisCIC/anais2018/pdf/02_66.pdf Data de acesso: 28/05/2020 Center for Au sm and the Developing Brain Disponível em: h ps://news.weill.cornell.edu/news/2012/04/newyork-presbyterian-breaks -ground-for-new-center-for-au sm-and-the-developing-brain Data de acesso: 23/05/2020 Sala Snoezelen Disponível em: h ps://www.zensenses.org/quem-somos/a-terapia-snoezelen/ Data de acesso: 05/06/2020 Saunalah Daycare Disponível em: h ps://jkmm.fi/work/saunalah -daycare-2/ Data de acesso: 05/06/2020 Disponível em: h p://www.archdaily.com/179359/designing-for-au smspa al-considera ons. Data de acesso: 05/04/2020 Plano Diretor de Ribeirão Preto Disponível em: h ps://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/portal/planejamento/legislacao-urbanis ca Data de acesso: 08/06/2020

52


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