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CONECTAR-SE O Transporte Público como Indutor Social São João da Boa Vista – SP João I. R. Neto – TFG – dez.2018
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO DE ENSINO OCTÁVIO BASTOS-UNIFEOB. Arquitetura e Urbanismo
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO CONECTAR-SE O Transporte Público como Indutor Social
Orientador: Prof. Msc. José Arimathea Pereira Junior Aluno: João Ignácio Rodrigues Neto
São João da Boa Vista Dezembro/2018
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_________________________________ Prof. MSc. José Arimathea Pereira Junior Professor Orientador
_________________________________ Primeiro Avaliador
_________________________________ Segundo Avaliador
Data de Aprovação: ____/____/____.
Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos-UNIFEOB. Arquitetura e Urbanismo
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos professores que, durante esse período de estudos, incentivaram e apoiaram meu desenvolvimento, em especial ao meu orientador Professor José Arimathea Pereira Junior, por sua dedicação em fazer a diferença em minha vida acadêmica. Agradeço meus familiares; minha irmã Nathaly, meu cunhado Vantuyl, meu sobrinho Victor Hugo, minha mãe, minha tia Silvia e meu tio Edmir (In memoriam) por me compreenderam e me apoiarem durante esta fase, em especial ao Sr. João Ignácio Rodrigues, meu avô, meu herói. Agradeço aos novos amigos que conheci neste período e por toda parceria de estudos que realizamos. Agradeço em especial à Jaqueline, que sempre esteve ao meu lado, minha fiel parceira. Agradeço ao Grande Arquiteto do Universo pela fé e pelos desafios.
Muito obrigado!
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RESUMO
ABSTRACT
Este trabalho busca desenvolver um projeto no
This work seeks to develop a project in which
qual o transporte público possa ser indutor
public transportation can be a social inducer,
social, agindo como elemento estruturador para
acting as a structuring element for the city of São
a cidade de São João da Boa Vista, criando um
João da Boa Vista, creating an urban connection
terminal de conexão urbano, em benefício da
terminal for the benefit of the population of the
população
disso,
southern region. In addition, by improving quality
aproximando, melhorando a qualidade nos
in services, breaking paradigms and establishing
serviços,
e
a relationship between city and citizen, supported
estabelecendo uma relação entre cidade e
by principles where everyone can move and take
cidadão, sustentada por princípios onde todos
ownership of the space in the day to day of the city,
possam se movimentar e se apropriar do espaço
with quality of life and pleasure. The proposal also
no dia a dia da cidade, com qualidade de vida e
aims at the requalification of Henrique Cabral de
prazer. A proposta também visa a requalificação
Vasconcelos
da Rua Henrique Cabral de Vasconcelos como
empowerment and citizenship, returning the
elemento de empoderamento e cidadania,
project to the population.
da
região
quebrando
sul.
Além
paradigmas
devolvendo o projeto à população. Palavras chave- centralidade, conexão e serviços.
7
Street
as
an
element
Keywords - centrality, connection and services.
of
8
9
Índice de Figuras Figura 1 - Paisagem de São João da Boa Vista ................................................................................................................................. 26 Figura 2 – Localização........................................................................................................................................................................ 29 Figura 3 –Avenida 42 nos anos 1980 e 1990 .................................................................................................................................... 30 Figura 4 – Times Square, ruas para veículos ..................................................................................................................................... 31 Figura 5 – Ant ..................................................................................................................................................................................... 31 Figura 6 – Antiga Implantação ............................................................................................................................................................ 32 Figura 7 – Times Square Anos 2000 – Preferência aos Veículos ...................................................................................................... 32 Figura 8 – Times Square Anos 2000 – Preferência aos Veículos ...................................................................................................... 33 Figura 9 – Trecho entre as Avenidas 42 e 47 ..................................................................................................................................... 34 Figura 10 – Apropriação do espaço, mobiliário simples e eficiente .................................................................................................... 35 Figura 11 – Nova proposta para Intervenção ..................................................................................................................................... 36 Figura 12 - Kjetil Traedal Thorsen ...................................................................................................................................................... 38 Figura 13 - Craig Dykers..................................................................................................................................................................... 38 Figura 14 – Resultados do Projeto ..................................................................................................................................................... 40 Figura 15 – Nova circulação ............................................................................................................................................................... 40 Figura 16 – Detalhe da nova circulação ............................................................................................................................................. 40 Figura 17 – Circulação rápida e calma ............................................................................................................................................... 40 Figura 18 – Ventilação e Insolação .................................................................................................................................................... 41 Figura 19 - Novas configurações de bancos ...................................................................................................................................... 41 Figura 20 – Disposição dos Bancos ................................................................................................................................................... 41
10
Figura 21 – Novo calçamento ............................................................................................................................................................. 42 Figura 22 - Diversidade de modelos e usos nos bancos .................................................................................................................... 42 Figura 23 – Antes e Depois – Times Square uma grande praça ........................................................................................................ 43 Figura 24 - Resultado - Uma grande praça...a escala humana .......................................................................................................... 44 Figura 25 – Localização...................................................................................................................................................................... 46 Figura 26 – Metro Arquitetos .............................................................................................................................................................. 48 Figura 27 – Ladeira da Barroquinha até 2013 .................................................................................................................................... 49 Figura 28 – Ladeira da Barroquinha – antigo fluxo ............................................................................................................................. 50 Figura 29 – Sala de Cinema Itaú ........................................................................................................................................................ 51 Figura 30 – Ladeira da Barroquinha em 1930 .................................................................................................................................... 52 Figura 31 – Escadaria de granito........................................................................................................................................................ 53 Figura 32 – Novos fluxos .................................................................................................................................................................... 54 Figura 33 – Implantação ..................................................................................................................................................................... 55 Figura 34 - Planta Baixa ..................................................................................................................................................................... 56 Figura 35 - Setorização - Estudo de Ventilação e Insolação .............................................................................................................. 56 Figura 36 – Corte ................................................................................................................................................................................ 57 Figura 37 - Detalhe Escadaria ............................................................................................................................................................ 57 Figura 38 - Espaços de Caminhar e Estar .......................................................................................................................................... 57 Figura 39 - Detalhes da Caminha Rápida e Calma ............................................................................................................................ 57 Figura 40 - Diagrama da Escadaria .................................................................................................................................................... 58 Figura 41 - Setorização e Estudo de Ventilação e Insolação ............................................................................................................. 58 Figura 42 - Pedra Portuguesa e Granito, memória histórica da região ............................................................................................... 59
11
Figura 43 - Ladeira iluminada ............................................................................................................................................................. 60 Figura 44 - Diversidades de locais de encontros ................................................................................................................................ 60 Figura 45 – Os Sócios Marcos Coronel (esq.) e Juan Carlos Castillo (dir.) ........................................................................................ 62 Figura 46 – Favela EL Mirador, Venezuela. Valorização das Vistas. ................................................................................................ 63 Figura 47 - EL MIRADOR ................................................................................................................................................................... 64 Figura 48 – Espaços para a comunidade ........................................................................................................................................... 65 Figura 49 – Técnicas construtivas locais ............................................................................................................................................ 66 Figura 50 - Participação ativa da comunidade.................................................................................................................................... 67 Figura 51 – Despertar Interesses ....................................................................................................................................................... 68 Figura 52 - Valorização da Paisagem ................................................................................................................................................. 69 Figura 53 – Instalação do Mirante ...................................................................................................................................................... 70 Figura 54 - Diagrama do El Mirado ..................................................................................................................................................... 71 Figura 55 - Interior Térreo................................................................................................................................................................... 71 Figura 56 - Elevação Lateral A ........................................................................................................................................................... 72 Figura 57 - Primeiro Nível El Mirador.................................................................................................................................................. 72 Figura 58 - Elevação Lateral B ........................................................................................................................................................... 72 Figura 59 - Perspectiva Isométrica El Mirador .................................................................................................................................... 72 Figura 60 - Vista Noturna El Mirador .................................................................................................................................................. 73 Figura 61 - La Lube ............................................................................................................................................................................ 74 Figura 62 – Nova Pintura da quadra ................................................................................................................................................... 75 Figura 63 - Nova Implantação ............................................................................................................................................................ 76 Figura 64 – No lugar do lixão, guardas sois ....................................................................................................................................... 77
12
Figura 65 -Guarda Sol confeccionado pela comunidade .................................................................................................................... 78 Figura 66 - Resultado - Melhoria na qualidade de vida dos moradores ............................................................................................. 78 Figura 67 - Desenhos Técnicos .......................................................................................................................................................... 79 Figura 68 - Um novo ginásio............................................................................................................................................................... 81 Figura 69 - Novos usos....................................................................................................................................................................... 82 Figura 70 - Desconstrução dos Muros ................................................................................................................................................ 82 Figura 71 - Trechos Demolidos .......................................................................................................................................................... 83 Figura 72 - Sem muros ....................................................................................................................................................................... 83 Figura 73 – Novos Espaços................................................................................................................................................................ 84 Figura 74 – O interior do estádio durante a reforma ........................................................................................................................... 85 Figura 75 - Adequação dos desníveis do local ................................................................................................................................... 86 Figura 76 - Diagrama de Implantação ................................................................................................................................................ 87 Figura 77 – Contêineres – Como estrutura e usos diversos ............................................................................................................... 88 Figura 78 – Comunidade engajada .................................................................................................................................................... 89 Figura 79 – A nova estrutura semelhante as copas de arvores.......................................................................................................... 90 Figura 80 - Ponto de encontro ............................................................................................................................................................ 92 Figura 81 - Bairro ................................................................................................................................................................................ 93 Figura 82 - Blocos pré-moldados........................................................................................................................................................ 93 Figura 83 – Praça Joaquim José ........................................................................................................................................................ 99 Figura 84 - MAPA SJBV 1903 – ....................................................................................................................................................... 103 Figura 85 - SJBV em 1940 - ............................................................................................................................................................. 106 Figura 86 - Êxodo Rural Brasileiro .................................................................................................................................................... 108
13
Figura 87 - Duplicação da Rodovia Presidente Dutra em 1962 ....................................................................................................... 110 Figura 88 - Região Central de São Paulo, anos 1940 ...................................................................................................................... 112 Figura 89 - Monumento a Independência, São Paulo ...................................................................................................................... 114 Figura 90 - Ferroviária SJBV anos 1940........................................................................................................................................... 116 Figura 91 - Moradias CDHU - Poucas mudanças nas tipologias durante os anos ........................................................................... 118 Figura 92 - Crianças na Rua. Bairro 1º de Maio em SJBV ............................................................................................................... 120 Figura 93 – São João da Boa Vista – Fotos Históricas e Atuais – A transformação da Paisagem................................................... 121 Figura 94 - São João da Boa Vista – 2018 ....................................................................................................................................... 124 Figura 95 - São João da Boa Vista 2006 e 2014 .............................................................................................................................. 128 Figura 96 - Perímetro Urbano Atual – ............................................................................................................................................... 129 Figura 97 - Linhas de Alta Tensão .................................................................................................................................................... 131 Figura 98 - Mapa de Faixa de Domínio ............................................................................................................................................ 133 Figura 99 - Mapa de Transposições e Barreiras............................................................................................................................... 135 Figura 100 - Separados por um muro ............................................................................................................................................... 139 Figura 101 - Melhores condições no transporte público ................................................................................................................... 141 Figura 102 - Excesso de Veículos Particulares ................................................................................................................................ 143 Figura 103 - Estado de São Paulo, Município de SJBV, Área da Intervenção ................................................................................. 148 Figura 104 - Área do Estudo – Local da Implantação do Terminal ................................................................................................... 150 Figura 105 - Excesso de transporte particular .................................................................................................................................. 151 Figura 106 - Passeio Público do local .............................................................................................................................................. 151 Figura 107 - Inicio da Avenida Henrique C. Vasconcelos ................................................................................................................. 151 Figura 108 - Espaços subutilizados .................................................................................................................................................. 152
14
Figura 109 - Afunilamento de Transito – Rua João Marcondes Neto ............................................................................................... 152 Figura 110 – Grandes Terrenos Residenciais. ................................................................................................................................. 152 Figura 111 - Tabela de Organização Viária ...................................................................................................................................... 153 Figura 112 - Detalhe Mapa Organização de Vias ............................................................................................................................. 154 Figura 113 - Transito típico - Horário 12hs ....................................................................................................................................... 156 Figura 114 - Transito típico - Horário 9hs ......................................................................................................................................... 156 Figura 115 - horário típico – horário 20hs ......................................................................................................................................... 157 Figura 116 - Transito típico - Horário 17hs ....................................................................................................................................... 157 Figura 117 - Linhas disponíveis de transporte público na cidade e as ares de impacto ................................................................... 159 Figura 118 - Linhas disponíveis de transporte público na cidade e as ares de impacto ................................................................... 160 Figura 119 - Linhas de transporte sentido Centro/ Bairro ................................................................................................................. 161 Figura 120 - Linhas de Transporte sentido Bairro/Centro ................................................................................................................. 162 Figura 121 - Transporte Público de Boa Qualidade, porém não atrativo .......................................................................................... 163 Figura 122 - Mapa Taxa de Ocupação ............................................................................................................................................. 167 Figura 123 - Mapa de Gabarito de Altura das Edificações ............................................................................................................... 168 Figura 124 - Mapa de Uso e Ocupação ............................................................................................................................................ 169 Figura 125 - Mapa de Cheios e Vazios ............................................................................................................................................ 170 Figura 126 - Mapa de Equipamentos Urbanos ................................................................................................................................. 171 Figura 127 - Mapa Densidade Demográfica ..................................................................................................................................... 172 Figura 128 - Mapa Renda Média Domiciliar ..................................................................................................................................... 173 Figura 129 - Mapa de Previsão de Novos Loteamentos na Zona Sul .............................................................................................. 174 Figura 130 - Mapa Renda Média Domiciliar ..................................................................................................................................... 175
15
Figura 131 - Problemas de Mobilidade e Transporte Público ........................................................................................................... 179 Figura 132 - Transportes mais utilizados. ......................................................................................................................................... 180 Figura 133 - Mobilidade Urbana - Menos veículos Particulares ....................................................................................................... 180 Figura 134 - Planta Baixa ................................................................................................................................................................. 187 Figura 135 - Terminal de Ônibus Dra. Evangelina de Carvalho Passig ............................................................................................ 188 Figura 136 – Implantação ................................................................................................................................................................. 189 Figura 139 - Planta Baixa Térreo...................................................................................................................................................... 190 Figura 139 - Planta Baixa 1º Pavimento ........................................................................................................................................... 190 Figura 139 – Fachada Frontal .......................................................................................................................................................... 190 Figura 140 – Embarque e Desembarque.......................................................................................................................................... 190 Figura 141 - Sistema de Transporte Público de Curitiba-PR ............................................................................................................ 192 Figura 142 - Ruas que priorizam os pedestres ................................................................................................................................. 197 Figura 143 - Fachadas Ativas e espaços públicos ........................................................................................................................... 199 Figura 144- Praça Isaura T. Vasconcelos ........................................................................................................................................ 204 Figura 145- Implantação – Terminal de Conexão do Transporte Público ......................................................................................... 207 Figura 146 - Estudo de Insolação e Ventilação ................................................................................................................................ 211 Figura 147 - Disposição do Programa .............................................................................................................................................. 213 Figura 148 – Linha Rápida – Sentido Centro/Bairro. ........................................................................................................................ 216 Figura 149 – Linha Rápida – Sentido Bairro/Centro. ........................................................................................................................ 218 Figura 150 – Proposta Rua Henrique C. de Vasconcelos ................................................................................................................ 225 Figura 151 – Terminal de Conexão Sul – Acessos salas e comércios ............................................................................................. 226 Figura 152 – Terminal de Conexão Sul – Embarque e Desembarque Vias Locais ......................................................................... 227
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Figura 153 – Terminal de Conexão Sul – Embarque e Desembarque – Via Rápida ........................................................................ 228 Figura 154 – Terminal de Conexão Sul – Praça ............................................................................................................................... 229 Figura 152 - Render 3D - Escadaria ................................................................................................................................................. 233 Figura 153 – Render 3D – Saída do Terminal .................................................................................................................................. 233 Figura 154 – Render 3D – Externo pavimento superior ................................................................................................................... 233 Figura 155 - Detalhe Área de Influencia ........................................................................................................................................... 234 Figura 156 - Detalhes da Vigas e dos Tipos de Pilares .................................................................................................................... 235 Figura 157 – Detalhe Previsão de Cargas - Terminal ....................................................................................................................... 236 Figura 158 – Detalhe Previsão de Cargas – Área Externa ............................................................................................................... 237 Figura 159 – Detalhe: Isométrica Agua Fria – Pavimento Inferior .................................................................................................... 238
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18
INTRODUÇÃO
19
INTRODUÇÃO
O
presente
trabalho
denominado
“CONECTAR-SE – O transporte público como indutor social”, propõe soluções urbanísticas cabíveis em
é um dos principais pontos que caracterizam a
situações onde o crescimento horizontal da cidade
segregação espacial nas cidades brasileiras, as melhores
compromete as estruturas existentes, a qualidade de
regiões amplamente abastecidas pelos melhores serviços
vida, a mobilidade de seus cidadãos, criando regiões
e equipamentos públicos são produzidas pelas classes
distantes e desconectadas. Dois aspectos importantes que serão amplamente abordados nesta pesquisa,
mais ricas, proprietários de um bem único e desta forma monopolizam
esta
estrutura,
proximidades,
que
necessitam
caracterizado de
pelas
deslocamentos
serão o desenvolvimento e a expansão da centralidade
mínimos e desta forma administram as melhores
existente, que se consolidou na região sul, fomentando
localidades a favor do seu tempo que em contra partida
as características econômicas e sociais da área e
gera as classes menos afortunadas a possibilidades de
oferecendo serviços atualmente distantes de seus moradores
juntamente
com
uma
proposta
de
mobilidade por meio do sistema de transporte público como um fator de integração para o município.
20
A natureza do valor de uso “localização”
“morar” em regiões distantes, desvalorizadas e com pouca estrutura de equipamentos públicos.(VILLAÇA, 2012)
A região analisada para a proposta é a mais populosa da cidade. A zona sul que hoje abrange vinte
convidativos,
e dois bairros com uma população aproximada de 32
deslocamentos da população da região sul, por meio
mil habitantes, o que corresponde a 37% da população
de instalação de novos serviços não existentes e
total de São João. Segundo a previsão de crescimento
melhorando a qualidade dos espaços públicos. O
da cidade, para os próximos anos, a região receberá
estudo também propõe projetos para melhoria das
novos empreendimentos, principalmente habitações
condições existentes de transporte, de conexões entre
de interesse social, podendo elevar sua população
os bairros e a região. Os resultados dos novos usos,
para aproximados 40 mil habitantes em um curto
serviços, acessos, transportes, e conexão entre os
período de tempo.
bairros distantes da zona sul, impactarão diretamente
O projeto visa estimular e fortalecer a centralidade existente na região, tendo como um dos pontos principais a Rua Henrique C. de Vasconcelos, a principal e mais importante via de ligação da cidade a região e que possui características comerciais potenciais, priorizando as áreas de encontro e de estar
21
para as pessoas, através do estimulo de locais diminuindo
a
necessidade
de
na qualidade de vida dos moradores, além de proporcionar uma melhor ligação entre os bairros adjacentes e a região central. A proposta de uma região atrativa para seus moradores de nenhum modo rivalizará com a cidade existente sendo um fator agregador para toda a comunidade e empoderamento para seus usuários.
JUSTIFICATIVAS DA PROBLEMÁTICA
São João da Boa Vista é dividida em duas
“Como se imagina, as características da
partes por uma rodovia. A primeira, composta pelo
rodovia estadual são incompatíveis com o que se espera de um
centro, pelas zonas leste e oeste que recebem o maior número de estruturas da cidade, como comércio e serviços.
consequência de novos loteamentos cada vez mais
conflito entre o cotidiano urbano e a escala regional da via. Em última
distantes, gerando a necessidade de desenvolvimento
instância, isso representa não apenas um problema infraestrutural e
novas
parte
sul,
estruturas.
cresce
desse equipamento: o tráfego de passagem e de velocidade elevada, aliado a um padrão de ocupação e uso de suas margens expõe um
de
a
Caldas tem efeitos negativos para a integração entre os dois lados
em
constante
Enquanto
tecido intraurbano eficiente e atraente. A ligação Campinas-Poços de
Estes
novos
loteamentos propostos são compostos em sua maioria,
de paisagem, mas uma questão social: é no sul da cidade, distante do centro consolidado, que cresce a população de renda mais baixa. A separação socioespacial gera efeitos negativos à sociedade,
por moradias de baixa renda. O corte também
dificultando o acesso da população mais vulnerável às oportunidades
evidencia um problema crítico da cidade, a segregação
características dos tecidos urbanos mais equilibrados e produzindo
espacial urbana.
uma demanda cada vez maior por investimentos e serviços públicos dispersos”. (USPCIDADES, 2013)
22
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
OBJETIVOS GERAIS
Este estudo tem por objetivo geral analisar e entender a região sul da cidade de São João da Boa Vista suas características e necessidades, o resultado das ações dos agentes produtores do espaço urbano e a segregação espacial, entender a centralidade existente na região, suas necessidades como polo desenvolvedor e de conexão da cidade.
Fomentar a centralidade existente da região sul da Cidade de São João da Boa Vista que servira como fator de conexão entre todos os bairros desta região com a cidade, minimizando a necessidade de locomoção
para
área
central
da
cidade,
desenvolvendo a região, oferecendo qualidade em novos serviços, criando espaços urbanos convidativos, atraentes e ativos para a população, estimulando uma nova etapa na vida de seus moradores, juntamente com um estudo conectando a nova centralidade a cidade através do transporte público como elemento estruturador.
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METODOLOGIA
Pesquisas Bibliográficas
As
consultas
bibliográficas
utilizadas
fortaleceram o estudo para o desenvolvimento do projeto, embasando o conteúdo e fornecendo materiais necessários para o direcionamento da pesquisa. Esses materiais foram livros relacionados com o tema, sites, arquivos e relatórios desenvolvidos e publicados.
24
Conhecimento do local
Diversas visitas in loco foram feitas na área proposta para o projeto objetivando a familiarização do local, bem como levantamentos diversos, como medidas, trânsito e equipamentos urbanos que serão utilizados para a elaboração do conteúdo para o Trabalho Final de Graduação.
Levantamentos
Sugestão de Projeto
Foram realizados levantamentos fotográficos
Em posse dos resultados obtidos, após o
da área e desenvolvidos mapas característicos de uso
entendimento
da
área
dos
estudos
e
dos
e ocupação do solo, taxa de ocupação, de gabaritos,
levantamentos realizados, foram realizadas sugestões
cheios e vazios, equipamentos urbanos, mapas de
de proposta de projeto, com a criação do terminal de
trânsito, tipos de renda, entre outros, que formam o
conexão do transporte público para a região sul, e a
embasamento para concepção do projeto.
revitalização da Rua Henrique Cabral de Vasconcelos, que agiram de forma a fomentar as características sociais e econômicas da nova centralidade que se consolidou na região oferecendo serviços distantes de seus moradores, juntamente com uma proposta de mobilidade por meio do sistema de transporte público como um fator de integração para o município.
25
Figura 1 - Paisagem de SĂŁo JoĂŁo da Boa Vista Fonte: hotel libero, 2018
26
ESTUDOS DE CASOS 27
AS ESCOLHAS
Entre vários estudos de caso realizados, foram
Os três estudos apresentados a seguir são:
definidos três projetos de intervenções urbanas como referencial para o desenvolvimento desta proposta. Esses a) Pedestrianização da Times Square – Nova
estudos possibilitaram o aprimoramento do conteúdo apresentado mais à frente. Suas ideias, conceitos
York, EUA - 2009/2017
aplicados e estratégias adotadas para a melhoria de equipamentos e espaços públicos, apresentam soluções que oferecem resultados significativos para os locais onde foram realizados .
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b) Ladeira da Barroquinha – Salvador, Brasil – 2013 c) Espacios de Paz – Vinte Coletivos de Arquitetura – Cinco Comunidades, Venezuela – 2015
Pedestrianização da Times Square
Escritório de arquitetura norueguês Snohetta Times Square, Nova York – USA. Projeto:2009 - 2017 Área: 130000 M² Valor: US$ 55 milhões
Figura 2 – Localização
29
Fonte: Google Maps. Elaboração Própria
Contexto Nova York é conhecida como o centro do mundo, a cidade que nunca dorme, com uma população aproximada de 9 milhões de pessoas, um forte centro financeiro e turístico recebendo milhares de pessoas a trabalho ou a passeio todos os anos. Na ilha de Manhattan, somente na região da Times Square, por dia passam mais de 350 mil pessoas em um local onde se deslocar de um lado da rua para o outro era totalmente caótico. Em 2008, a nova administração pública percebeu que a chave para a melhoria do futuro seria repensar o modo atual da cidade e entendeu o valor real de suas ruas. O projeto “Summer Street” para a cidade de Nova York foi anunciado no ano de 2008, na época, pelo prefeito Michael Bloomberg, juntamente com a comissária de transportes Janette SadikKhan. O projeto tinha uma proposta audaciosa e ousada para época, um experimento que consistia em diminuir problemas relacionados ao trânsito aumentando a segurança dos pedestres, diminuindo o número de congestionamento e os consequentes acidentes de trânsito e focando na criação de áreas experimentais para apropriação urbana.
Figura 3 –Avenida 42 nos anos 1980 e 1990
30
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=LujWrkYsl64 –. Acessado em 18.mar.2018
Figura 4 – Times Square, ruas para veículos Fonte: http://adoro-novayork.blogspot.com.br/2012/12/ – Acessado em 18.mar.2018
‘
Antiga configuração: Poucas áreas seguras para pedestres. Trânsito problemático
Por muitos anos, a Time Square priorizou os veículos e sua demanda induzida. Poucos espaços para pedestres 31
Problemática
Durante muitos anos a cidade de Nova York lançou diversos projetos buscando melhorar o trânsito e a mobilidade, porém eles sempre abordavam e priorizavam os veículos: aumentos de faixas, aumento da velocidade, aumento do número de estacionamentos. Os altos investimentos não resolviam, gerando uma cidade agressiva aos pedestres, com altos índices de congestionamentos e acidentes. Outra característica da cidade à época era a falta de equipamentos públicos, como bancos e lugares de permanência para as pessoas em geral. Isso gerava prejuízos enormes para o comércio além de problemas com a segurança do local.
Podemos ter o tipo de cidade que quisermos. Podemos dizer ao carro aonde pode ir e com que velocidade. Podemos ser bem mais do que apenas uma localidade para se atravessar de carro, mas sim, um lugar para se chegar. (SPECK, 2012, pag. 91) O conflito entre pedestres e veículos nas ruas advém principalmente da quantidade esmagadora de carros, em favor dos quais todas as necessidades dos pedestres, exceto as mínimas, são sacrificadas constante e progressivamente. (JACOBS, 2011, pag. 386)
Figura 6 – Antiga Implantação Fonte: MARTINEZ, 2014. Alterada pelo autor.
32
Figura 8 – Times Square Anos 2000 – Preferência aos Veículos
33
Fonte: MARTINEZ, 2014. VAZ, 2017.
O experimento
O experimento inicial não contava com grande investimento do poder público, com a ideia de que se não funcionasse seria fácil retornar ao padrão antigo. A participação de alguns comerciantes foi fundamental para o projeto, pois o conceito inicial era fechar parte da Broadway, abrindo uma rota de 11km destinados ao uso somente de pedestres e ciclistas e criando praças de uso temporário. Nesses espaços eram distribuídas cadeiras de praia coloridas e pinturas foram feitas no asfalto, como forma de orientação do fluxo. Também foram instalados vasos de plantas, pequenas intervenções, algo inovador já que os costumes da cidade sempre foram voltados para a cultura da utilização de veículos. Os muitos e francos convites para caminhar, permanecer e sentar no espaço público comum resultaram e um novo e notável padrão urbano: muito espaço público comum resultaram e um novo e notável padrão urbano: muito mais pessoas caminham e permanecem na cidade. (GEHL, 2010, pag. 13)
Figura 9 – Trecho entre as Avenidas 42 e 47
34
Fonte: MARTINEZ, 2014
Com o experimento, pôde-se perceber que durante três sábados consecutivos, daquele ano, o trecho entre a ponte do Brooklyn e a 72th Street, passou a concentrar um alto número de pedestres e ciclistas no período entre às 7hs e às 13hs o que direcionou o projeto para a aplicação de outras atividades e não somente para o uso de transporte. O resultado do experimento foi um sucesso e virou definitivo entre as avenidas 42 e 47. A valorização do local, dos espaços públicos, as novas áreas verdes, a melhoria da mobilidade, entre tantos outros reflexos positivos demonstram que Nova York acertou em cheio na escolha em privilegiar a escala humana. As pessoas se apropriaram do local e milhares de pessoas passam por lá diariamente. Outra característica é que a região passou a receber grandes eventos durante várias épocas do ano e, com o aumento de espaços para pedestres foram registradas quedas em 33% em lesões causadas em acidentes de trânsito além do aumento em 180% no número de estabelecimentos comerciais entre tantos outros benefícios alcançados.
Figura 10 – Apropriação do espaço, mobiliário simples e eficiente
35
Fonte: MARTINEZ, 2014. VAZ, 2017.
Partido Arquitetônico
Após quatro anos do início do experimento, o departamento de Projetos e Construção e de Trânsito da cidade, entendeu a necessidade de melhoria na estrutura temporária e contratou o escritório de arquitetura norueguês Snohetta, propondo espaços urbanos mais atrativos e novos mobiliários.
"Concebido como um projeto cujo sucesso seria medido não só por sua nova estética, mas também pelos benefícios físicos, psicológicos e econômicos de longo prazo na comunidade, a reinvenção de Times Square é um modelo de como o desenho de nossas paisagens urbanas pode melhorar a saúde e o bem-estar de seus usuários ao mesmo tempo em que oferece um importante palco para o encontro da comunidade", disse Craig Dykers, Arquiteto e Sócio Fundador do Snøhetta.
Figura 11 – Nova proposta para Intervenção Fonte: MARTINEZ, 2014. VAZ, 2017. Alterada pelo autor
36
Escritório SNOHETTA – Noruega
O Snohetta é um escritório de arquitetura paisagística, design de interiores e de marca com sede
Inge
em Oslo, Noruega e em Nova York, com estúdios em São
contataram os arquitetos paisagistas Alf Haukeland e os
Francisco, Califórnia, Innsbruck (Áustria), Cingapura e
arquitetos Øyvind Mo e Kjetil Traedal Thorsen para fazer
Estocolmo (Suécia).
um estúdio colaborativo. A ideia era incorporar arquitetura
Premiações: Prêmio Mundial de Arquitetura pela Biblioteca Alexandrina e pela Ópera de Oslo e o Prêmio Aga Khan de Arquitetura pela Biblioteca Alexandrina. Após a sua conclusão em 2008, a Ópera de Oslo também recebeu os Prêmios Mies Van der Rohe, EDRA, Europeu para o Espaço Público Urbano, Internacional de Arquitetura e Global de Arquitetura Sustentável.
37
NO início em 1987, os arquitetos paisagistas Dahlman, Berit
Hartveit
e
Johan
Østengen
e arquitetura paisagística em um único processo de design. O estúdio foi colocado acima de um corredor de um bar em Storgata, em Oslo, onde eles costumavam sair. O salão de cerveja é chamado de "Dovrehallen", o que significa "Hall de Dovre". Dovre é a área da montanha onde Snøhetta é o pico mais alto. O colaborativo tomou o nome de Snøhetta arkitektur landskap.
Sócios Fundadores
Craig Dykers nasceu em Frankfurt, Alemanha, em
Kjetil Traedal Thorsen,
1961. Em 1985, formou-se em Bacharelado
em
nasceu em 14 de junho de 1958
Arquitetura
na ilha de Karmoy na Noruega.
pela Universidade do Texas em Austin. Como um dos sócios fundadores da Snøhetta, Dykers liderou
muitos
proeminentes
dos do
projetos escritório
internacionalmente, incluindo a Biblioteca
de
Alexandria
no
Egito, a Ópera Nacional e o Ballet noruegueses em Oslo, o Pavilhão Nacional do Museu Memorial de 11 de setembro na cidade de Nova York, e a reconstrução da nova Times Square em Nova York.
38
Figura 12 - Kjetil Traedal Thors
Estudou arquitetura em Graz, na Figura 13 - Craig Dykers
Áustria.
É
membro
Norwegian
Architectural
Association
(NAL),
ativamente
no
competições
Fonte: EQUIPO, 201
da
participa
comitê
servindo
de como
jurado em vários concursos. Desde 2004 é professor do Instituto
de
Estudos
Experimentais em Arquitetura da Universidade de Innsbruck, na Áustria.
Arquitetura, ao contrário da arte, não pode existir
sem
pessoas.
Traedal Thorsen
Kjetil
Intervenção Seguindo o conceito inicial a proposta transformou uma das áreas mais congestionadas da cidade em uma grande praça pública com mais de 9 mil m², aberta para pedestres e ciclistas. O
projeto
irá
remodelar
aproximadamente 130 mil m², a proposta contará com cinco praças entre as avenidas 42 e 47. O orçamento para o projeto irá atingir o valor de US$ 55 milhões, uma das maiores intervenções urbanas de todos os tempos. Esta etapa do projeto faz parte da elaboração de 59 praças em diversos pontos da cidade parte do plano inicial de Bloomberg. Se mais e melhores rodovias significam mais trafego, será que a lógica inversa funciona? A última virada da história da demanda induzida poderia ser chamada de demanda reduzida, que parece ser o que acontece quando artérias “vitais” são removidas das cidades. O transito vai embora. (SPECK, 2012, pag. 94
39
Figura 14 – Resultados do Projeto Fonte: MARTINEZ, 2014. VAZ, 2017
Figura 15 – Nova circulação
.
+ Pessoas + Convívio + Áreas de encontro Com maiores espaços para as pessoas, os pontos de Figura 16 – Detalhe da nova circulação
conflito entre veículos e pedestres são reduzidos. O efeito do projeto reflete diretamente em espaços mais
Figura 17 – Circulação rápida e calma
convidativos e prazerosos com espaços de caminhada mais seguros. Fonte MARTINEZ, 2014. VAZ, 2017.
:
40
Ventilação e Insolação
A
região
da
Times
Square
é
totalmente tomada por arranha céus o que causa um grande sombreamento na região. Por
Figura 18 – Ventilação e Insolação
esse motivo também a região recebe grande O alto número de arranha céus na região, potencializa o
fluxo de vento.
sombreamento e a ventilação. Na área onde foi instalada a arquibancada é a região onde se tem maior presença de claridade e insolação
Formas Na
região
foram
distribuídos
aproximados 15 bancos. Nas novas praças, a ideia é que crie um conjunto similar a uma coluna vertebral que terá como objetivo orientar os turistas em eventos públicos. O material utilizado foi o granito esculpido.
Figura 20 – Disposição dos Bancos Figura 19 - Novas configurações de bancos
Fonte: MARTINEZ, 2014. VAZ, 2017
41
O calçamento utiliza discos de aço que foram embutidos no concreto em medidas menores para diminuir o reflexo das grandes telas instaladas nas fachadas dos prédios.
Figura 21 – Novo calçamento
O trânsito antes como principal indutor da região da Times Square, foi alocado para espaços reduzidos que garantem o fluxo. A melhoria nos espaços públicos refletiu diretamente em um número maior de frequentadores, reflexo sentido na melhoria das vendas dos comerciantes e na segurança do local. Figura 22 - Diversidade de modelos e usos nos bancos Fonte: MARTINEZ, 2014. VAZ, 2017.
42
Figura 23 – Antes e Depois – Times Square uma grande praça
43
FONTE: MARTINEZ, 2014. VAZ, 2017.
O Resultado A proposta do escritório Snøhetta se apropriou das vistas e da panorâmica local, projetando espaços de ótima qualidade para os usuários,
a
equipamentos
instalação urbanos
dos e
o
rebaixamento das calçadas que formaram uma esplanada no local facilitando a drenagem durante as chuvas.
Os
ótimos
resultados
apresentados na primeira etapa do projeto entre as avenidas 42 e 43 reforçam a opinião de que a cidade está no caminho certo Lições: Transformar espaços públicos ricos em estrutura, desestimulando o alto fluxo de trânsito, aumentando as áreas de convívio,
refletem
diretamente
na
melhoria da cidadania, dos transportes públicos, da segurança e do comércio local.
Figura 24 - Resultado - Uma grande praça...a escala humana Fonte MARTINEZ, 2014. VAZ, 2017
44
45
Ladeira da Barroquinha
Cliente: Banco Itaú / Prefeitura Municipal de Salvador Data do projeto: novembro de 2013 Área total Construída: 2.440,00m² Projeto de Arquitetura: Gustavo Cedroni, Martin Corullon.
Figura 25 – Localização Fonte: Google Maps. Elaboração Própria
46
.
47
Metro Arquitetos
MARTIN CORULLON Arquiteto e Urbanista pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de S. Paulo - FAUUSP, atualmente desenvolvendo doutorado pela mesma instituição. Em 2000, fundou o escritório METRO ARQUITETOS ASSOCIADOS. Desde 1994 tem colaborado frequentemente com o Arq. Paulo Mendes da Rocha [Pritzker Prize 2006]. GUSTAVO CEDRONI Arquiteto e Urbanista pela Fundação Armando Álvares Penteado- FAAP. Trabalhou com Pedro Paulo de Melo Saraiva em 1999, e com Eduardo Colonelli, em 2000. Desde 2002 trabalha
no
escritório
Metro
Arquitetos
Associados, onde é sócio desde 2007.
Figura 26 – Metro Arquitetos Fonte: METRO, 2018
48
Contexto A Ladeira da Barroquinha fica localizada no centro de Salvador, próxima à Praça do Cinema Glauber Rocha. No local se
espremiam
carros,
pedestres, ambulantes,
comerciantes, compradores
e
barracas. O transtorno da rua chamou a atenção dos arquitetos do escritório Metro da cidade de São Paulo, que realizavam no ano de 2013 a revitalização da sala de cinema Glauber Rocha convertendo em Espaço Itaú de Cinema. Concluídas as obras do cinema os arquitetos proporão ao grupo financeiro, sugerir à prefeitura uma parceria para que juntos requalificassem
todo
abrangendo
a
também
o entorno ladeira
da
Barroquinha, que liga a Praça Castro Alves, na Cidade Alta, a um terminal de ônibus na Cidade Baixa.
Figura 27 – Ladeira da Barroquinha até 2013 Fonte: DELAQUA, 2015. SIQUEIRA, 2015.
49
Figura 28 – Ladeira da Barroquinha – antigo fluxo
50
Fonte: DELAQUA, 2015. SIQUEIRA, 2015
O Partido
A área ao redor do cinema era tomada por estacionamento de carros ao lado da Ladeira da Barroquinha. A proximidade das áreas e a confusão do local, criaram no grupo a necessidade de propor melhorias no espaço.
Uma das soluções foi a criação do modelo de calçadas que impedia o fluxo de veículos em locais fora do estacionamento.
Ele
seguiu
toda
extensão da ladeira da Barroquinha.
Figura 29 – Sala de Cinema Itaú Fonte: DELAQUA, 2015. SIQUEIRA, 2015
51
A História do local
Os
arquitetos
buscaram
entender a história do local. O
desafio
de
propor
intervenções na área com edificações históricas necessitava deste cuidado.
Uma das descobertas foi a existência de um mirante com vista para a Baía de todos os Santos que existia no local ao redor do cinema e que
estava
tomado
por
grandes
figueiras que cresceram ali e que teriam que ser removidas, já que ameaçam
a
estrutura
com
suas
grandes raízes e atrapalhavam a vista.
Figura 30 – Ladeira da Barroquinha em 1930
52
Fonte: DELAQUA, 2015. SIQUEIRA, 2015.
Após a remoção das árvores e as vistas liberadas, foi a vez de retirar os carros que transitavam na ladeira. A retirada do trafego da rua foi necessária
visando
tornar
o
local
preferencialmente para uso de pedestres. A rua sem saída apresentava em seu topo uma escadaria de granito, que
fechava
a
transposição
para
veículos. Já redor
do
no estacionamento
cinema,
que
antes
ao era
sobrecarregado de veículos foi proposta a
diminuição
de
vagas
para
dez,
priorizando a característica de local para apreciação das vistas.
Figura 31 – Escadaria de granito
53
Fonte: DELAQUA, 2015. SIQUEIRA, 2015
Estudo das Formas
Em parceria entre o banco e a prefeitura de Salvador, o escritório propôs juntamente com a revitalização do
local
a
espaços
requalificação públicos
desses
próximos,
oferecendo melhores condições de fluxos
e
novas
áreas
para
contemplação, visto que a área é uma região nobre da capital baiana. A
ladeira
recebeu
um
projeto organizacional de fluxos, tendo uma parte com rampas para acesso rápido para aqueles que apenas precisam passar pelo local e em outra parte a utilização de platôs junto à escadaria que incentivam os locais de encontro e de estar.
Figura 32 – Novos fluxos
54
Fonte: METRO, 2018
Figura 33 – Implantação Fonte: DELAQUA, 2015. SIQUEIRA, 2015
A topografia acidentada do local impossibilitou a implantação das regras de acessibilidade. As rampas foram projetadas com inclinação de 10% e, para as pessoas com dificuldades de locomoção os arquitetos previram a instalação de um elevador.
O projeto inicial tratava apenas da reforma do cinema. Abranger a ladeira, melhorando os acessos e o espaço para a população foi um grande acerto realizado pela equipe de arquitetos.
55
A Sala Itaú de Cinema
e
o
estacionamento
ficam
na parte superior da ladeira, o que possibilita sombrear parte ‘ dela no período da tarde. Os ventos
predominantes
na direção leste para oeste, juntamente com a
área
sombreada
ajudam a dissipar a alta temperatura do local. Figura 34 - Planta Baixa Fonte: SIQUEIRA, 2015. Alterado pelo Autor
Figura 35 - Setorização - Estudo de Ventilação e Insolação Elaboração Própria 56
Figura 36 – Corte Fonte: SIQUEIRA, 2015
O projeto não conseguiu atender as
Figura 39 - Detalhes da Caminha Rápida e Calma
normas de acessibilidade, talvez um estudo mais amplo pudesse resolver a questão. A instalação de um elevador no local - agregaria ao projeto e atenderia melhor toda a população.
Figura 38 - Espaços de Caminhar e Estar Fonte: SIQUEIRA, 2015.
Figura 37 - Detalhe Escadaria Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/781582/ladeira-da-barroquinha-metro-arquitetos-associados
57
Com a reorganização do espaço, os platôs servem como locais de encontros Figura 40 - Diagrama da Escadaria
com possibilidades de uma caminhada calma e rápida
58
Figura 41 - Setorização e Estudo de Ventilação e Insolação
Formas
As organizações dos usos criadas no desenho do projeto possibilitaram a formação de características singulares de pressa e para uma caminhada rápida. Já os platôs para uma caminhada mais lenta e tranquila. Os materiais escolhidos foram a pedra portuguesa no piso e granito nas soleiras, os mesmos utilizados historicamente no calçadão de Salvador. O granito também aparece nos bancos e mesas espalhados pela ladeira. No local das Figueiras gigantes que foram retiradas, plantaram-se mudas de Pau Brasil, nativas da região e muito mais adequadas ao local.
Figura 42 - Pedra Portuguesa e Granito, memória histórica da região
Fonte: DELAQUA, 2015. SIQUEIRA, 2015.
59
Iluminação Junto ao muro foram instalados dispositivos que banham de luz toda antiga extensão da estrutura do arrimo. No restante da praça foram utilizados projeto de iluminação que visam valorizar o patrimônio histórico, com postes com luminárias Philips Platôs Figura 43 - Ladeira iluminada
A mudança de direção no desenho das escadas criou diversos pontos de encontros para os usuários além de poder abrigar o comércio existente conhecido, historicamente pelos seus artefatos de couro. O Resultado A organização dos usos criadas no desenho do projeto possibilitaram a formação de características singulares de pressa e para uma caminhada rápida e os platôs para uma caminhada mais lenta e tranquila. A mudança de direção no desenho das escadas criou diversos pontos de encontros para os usuários além de poder abrigar o comércio existente conhecido historicamente pelos artefatos de couro. Fonte: DELAQUA, 2015. SIQUEIRA, 2015.
60
Figura 44 - Diversidades de locais de encontros
61
Espácios de Paz
20 coletivos de arquitetura Cinco bairros da Venezuela Venezuela 2015
Pico Studio – VENEZUELA
Formado em 2010, este coletivo venezuelano está devolvendo a boa arquitetura aos cidadãos. Seu trabalho em terreno se fez visível através dos Espaços de Paz, um exercício de projeto participativo que em dois anos pôde reunir mais de 30 equipes de arquitetos para levantar 10 novos espaços públicos nos bairros mais violentos e degradados da Venezuela.
Figura 45 – Os Sócios Marcos Coronel (esq.) e Juan Carlos Castillo (dir.) Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
62
Figura 46 – Favela EL Mirador, Venezuela. Valorização das Vistas.
63
Fonte: EQUIPO,2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
Contexto
Criado
em
2010,
o
coletivo, formado por vários grupos de arquitetos, colabora junto ao governo venezuelano ajudando em novas maneiras de edificar a cidade. Foi uma maneira encontrada pelos criadores do coletivo, Marcos Coronel e Juan Carlos Castillo, de inserir a arquitetura em prol da sociedade em geral, principalmente na construção de
relações
entre
território
e
sociedade. Desde sua formação os Espaços de Paz têm se caracterizado e provado que mudanças no dia a dia do cenário da cidade são possíveis e, principalmente, rápidas.
Figura 47 - EL MIRADOR Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
64
A
junção
de
governo,
profissionais de arquitetura e sociedade, desburocratiza os processos e entrega à comunidade o poder de decisão, principalmente expressarem
a
possibilidade
suas
ideias,
de
serem
ouvidos e participarem do processo de criação de espaços. Nestes processos, todos ganham: o estado, que busca intervir
em
violentos,
bairros
com
extremamente
altos
índices
de
abandono escolar e delinquência: as comunidades,
que
através
do
empoderamento e do engajamento, recriam nesses cidadãos o sentimento de
apropriação
de
espaços
subutilizados, resgata os valores de convivência entre tantos outros valores positivos possíveis e imagináveis no cenário urbano e os arquitetos, no amplo sentido do desafio da atuação profissional. Figura 48 – Espaços para a comunidade Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
65
O resultado desta interação é a melhoria das relações sociais que se fortalecem pela justiça, pela liberdade e pelo afeto além de transformar, em espaços de paz, locais abandonados e deteriorados. Neste sentido a arquitetura passar a ser um elo importante, ou “uma desculpa”, como sempre ressaltam os arquitetos envolvidos no projeto, fortalecendo e gerando organização social, cultural, econômica e política nestas comunidades.
Figura 49 – Técnicas construtivas locais Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015.
66
“ A participação em todos os níveis, desde a formulação até a execução,
aplicada
mecanismo projeto,
de
envolve
como
um
auto-gestão
do
o
na
cidadão
construção do espaço público em meio a um processo pedagógico que fortalece a coesão do bairro e o empoderamento coletivo” resumem os arquitetos do Pico Studio. A transformação
ideia de
inicial
de
espaços
subutilizados aconteceu em 2014 em cinco cidades na Venezuela, e se repetiu no ano de 2015 em outras cinco novas comunidades
Figura 50 - Participação ativa da comunidade Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
67
Dividiu-se
em
processos
sendo a primeira parte com duração de seis
semanas,
entrevistas
que dos
consistia
em
moradores,
conhecimento do local, interação e principalmente estabelecer confiança entre comunidade e arquitetos. Somente na etapa final é que se inicia o processo de mãos à obra e instalação da intervenção criada. Outra forma de estabelecer vínculos, é a escolha da mão de obra local na realização dos projetos bem como a escolha dos materiais e técnicas a serem utilizados, sempre induzidos pelos saberes e conhecimentos locais. O governo, por sua vez, disponibiliza, através de depósitos locais criados para atender estes projetos Figura 51 – Despertar Interesses Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
68
Figura 52 - Valorização da Paisagem Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
1 – El Mirador e La Lube Arquitetos:
Maan
(Venezuela),
Grupo Tala (Chile) – Maximillian Nowortka, Andrea Novaes, Gustavo Rincón, Martins Del Solar, Rodrigo Sheward e Miguel Braceli Local: El 70 – Parroquia El Valle, Caracas – Venezuela Área da Intervenção: 400 m² Data do Projeto e Construção: abril a maio de 2015
Uma das ideias inconvenientes por trás dos projetos é a própria noção deque eles são conjuntos, abstraídos da cidade comum e separados. Pensar em recuperar ou melhorar os projetos como projetos é persistir no mesmo erro. O objetivo deveria ser costurar novamente esse projeto, esse retalho da cidade, na trama urbana – e, ao mesmo tempo, fortalecer toda a trama ao redor. (JACOBS, 2011, pag. 437)
69
Formando Conceito e Partido
O El Mirador conhecido como um dos bairros mais violentos da Cidade de Caracas participou do projeto. O engajamento da comunidade gerou diversas ideias por toda a comunidade, porém a principal e mais constante nos projetos eram as visadas de 360º da paisagem local. As reuniões com a comunidade aconteceram no centro comunitário em um estúdio da rádio da comunidade. As reuniões não somente geravam ideias, como também balizavam os arquitetos das necessidades reais da comunidade e foi através dessa interação que foi constatada a falta de equipamentos públicos. A comunidade era servida de apenas uma quadra de esportes. Com a problemática desperta, foi o momento de se buscar um local onde pudesse se pensar um espaço atrativo e que resultasse na possibilidade de ampla visão. Em posse do local criou-se o novo edifício, dividido em mirante e praça.
Figura 53 – Instalação do Mirante
70
Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014.SIQUEIRA, 2015
No terreno escolhido já existiam, pré dispostos, vigas e pilares metálicos, porém a altura limitava-se a 3 metros, insuficientes para o projeto, sendo necessária uma nova configuração estrutural para dar origem ao mirante. O restante da construção antes existente abrigou os usos que foram propostos pelos moradores durantes as reuniões e foram distribuídos em locais para a terceira idade, sala de dança, e parquinho para as crianças.
Com a nova estrutura, foi possível criar entre as salas e o mirante, uma área ao ar livre revestida
de
madeira,
que
possibilita o uso como forma de praça, dotada de equipamentos de segurança e capazes de abrigar seus usuários.
Figura 54 - Diagrama do El Mirado Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
71
Figura 55 - Interior Térreo
A mais importante observação a ser destacada em todas as intervenções do coletivo, é o proposito firme e focado
Figura 56 - Elevação Lateral A
na melhoria nas condições dos
Figura 57 - Primeiro Nível El Mirador
moradores dessas comunidades ea capacidade de envolvimento de todos. Figura 58 - Elevação Lateral B
Figura 59 - Perspectiva Isométrica El Mirador
72
Fonte: FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
Figura 60 - Vista Noturna El Mirador Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2016
73
La Lube (A Nuvem) Intervenção Artística
Com a rapidez da execução da obra, a empolgação tomou conta de todos os envolvidos, que aproveitaram para elaborar uma segunda ideia, utilizar a cobertura da rádio comunitária. O arquiteto e artista Miguel Broceli- se apropriou da estrutura existente para apoiar um jogo de diversas peças metálicas através de diversos cabos de aço pintados em azul, uma estrutura habitável, chamada de La Nube. No local passa a principal rua da comunidade, onde estão locados a quadra esportiva, os principais comércios e os pontos de taxi e de coletivos, compondo dois novos pontos para utilização pública. A vista do local se abre para toda região, o que faz das duas intervenções locais de encontro e de apreciação totalmente apropriados pela comunidade.
Figura 61 - La Lube Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
74
2 – La Pantalla Arquitetos: AGA (Venezuela) e Tailer Activo (México) – Gabriel Visconti, Orlando Vasques, Leticia Aguilar e Alberto Meouchi Local: Colinas de Corporiente – Parroquia Valentin Valiente, Cumaná - Venezuela Área da Intervenção: 2,6 mil m² Data do Projeto e Construção: abril a maio de 2015 Primeiras Impressões Quando a equipe de arquitetos chegou à comunidade de La Pantalla, o local da intervenção não possuía nome. A falta de identificação da comunidade com o local era evidente, diversas promessas de projetos do poder públicos de melhorias e nunca foram cumpridas. No início dos trabalhos começou uma dinâmica de integração denominada Festa da Limpeza do local. O processo de mão na massa realizado pelos arquitetos e a comunidade trouxe de imediato os primeiros benefícios, vencer a desconfiança existente em uma comunidade já acostumada a promessas e estabelecer laços de parceria e empatia entre todos. Fonte: EQUIPO, 2015, FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015.
Figura 62 – Nova Pintura da quadra
75
O processo de realização de reuniões e assembleias foi semelhante às realizadas no projeto EL 70, porém a demanda de necessidades da comunidade foram tantas que foi necessário esclarecerem a missão do grupo que era construir espaços públicos na região que permitissem o uso e principalmente a interação entre as pessoas e melhorar a relação de contato entre os moradores. Conceitos Ficou decidido que a quadra passaria a ter a função de praça, que além de receber práticas esportivas, seria um espaço de realizações de comemorações, feiras, juntamente com a criação de um salão de uso comum e uma travessia coberta, podendo abranger diversos programas, desde espaço lúdico e recreativo a todas as idades até um espaço cultural. Técnicas e Materiais utilizados Com uma nova pintura e novo alambrado, utilizando alambrados e rede de pescadores, a quadra foi a primeira a receber as melhorias. As redes de pescadores foram amplamente utilizadas devido a facilidade de manutenção pelos moradores em sua grande maioria já acostumados com o material, uma vez que a pesca é comum na região, além da fácil manutenção. Figura 63 - Nova Implantação Fonte: EQUIPO, 2015, FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
76
Figura 64 – No lugar do lixão, guardas sois
Novos Espaços
O salão multiuso foi construído com tijolos produzidos com barro do local, a técnica foi dividida entre todos o que torna possível novamente a utilização da técnica, a passarela foi construída com perfis metálicos e coberta com bambus originários da região. Substituindo o antigo drive-in, foi construído espaço cultural, composto por uma superfície livre e arquibancadas em quatro degraus. Ele recebeu uma pequena tela para projeções, foi fechado com estrutura de madeira pinus e estrutura metálica, sempre com o intuito de facilitar a manutenção pelos moradores. Nada produz um discurso mais tocante em relação às qualidades funcionais e emocionais da vida e da atividade no espaço comum da cidade do que o seu oposto: a cidade sem vida. A cidade viva emite sinais amistosos e acolhedores com a promessa de interação social. Por si só, a simples presença de outras pessoas sinaliza quais lugares valem a pena. (GEHL, 2010. Pag. 63)
77
Fonte: EQUIPO, 2015, FRANCO, 2014, SIQUEIRA, 2015
Figura 65 -Guarda Sol confeccionado pela comunidade
Coletividade A falta de sombras e árvores no local também foi notada pela equipe de arquitetos, que em conversa com os moradores descobriu que a formação do lixão se deu pelo motivo do calor extremo que atinge a região. A ausência de vegetação e de equipamentos que proporcionassem sombra fazia com que os moradores ficassem em suas casas, protegendo-se do sol escaldante, e pouco se importavam com o que acontecia ao redor de suas moradias. A equipe então propôs criar guarda-sóis, plantar árvores e grama em partes do terreno, tendo de imediato, como resposta, a alegria dos moradores. As estruturas metálicas bastavam serem criadas para que os
próprios
moradores
revestissem
o
novo
equipamento com técnicas conhecidas por eles em confeccionar peças de mobiliário em vime e tecidos. Esta estrutura iluminada a noite provoca um jogo sem igual de cores tornando o espaço superatrativo aos seus moradores.
Figura 66 - Resultado - Melhoria na qualidade de vida dos moradores
78
Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
3 – La Techada
Arquitetos: Colectivo Animal (Venezuela) e Entre Nos Atelier (Costa Rica) – Miguel León, Guilhermo León, Roberto Rodrigues, Alejandro Vallejo e Michael Smith Local: Comunidade Manrique, San Carlos - Venezuela Área da Intervenção: 1740 m² Data do Projeto e Construção: abril a maio de 2015
Figura 67 - Desenhos Técnicos Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
79
Reprogramar o espaço
No ano de 2003 a comunidade recebeu, através dos investimentos para a realização da XV edição dos Jogos Esportivos Nacionais, uma estrutura esportiva de alto rendimento. Como de costume, empreendimento deste nível não leva em consideração as características locais e de uso. A alta demanda de investimentos não considera o futuro da instalação criando estruturas duvidosas de uso.
utilização pelos moradores que, não identificados com o equipamento, não se apropriam. A estrutura que comporta juntamente um campo de futebol, ficou abandonada logo após o termino dos jogos e serviu por muitos anos com esconderijo de ladrões e viciados, afastando os moradores do local. Com a problemática identificada, o processo se repetiu, com as assembleias e a possibilidade de reinserção do espaço ao público animando os moradores.
Novamente
um
turbilhão
de
ideias
foi
compartilhado e a equipe de arquitetos decidiu em reutilizar a estrutura existente, devolvendo o espaço para uso da comunidade
O local As diferenças entre o local e a realidade da comunidade causam discrepância e o resultado disso é a não
Fonte: FRANCO, 2014.SIQUEIRA, 2015.
80
Figura 68 - Um novo ginรกsio
81
Fonte: FRANCO, 2014.SIQUEIRA,
Novos Usos
Após a elaboração do programa a ser realizado, arquitetos e moradores realizaram o primeiro e mais importante asso para a reinserção do estádio com a comunidade. A retirada dos muros laterais gerou um sentimento positivo a todos, quebrando a barreira existente entre os moradores e o ginásio.
Novas Formas
A transformação do ginásio em espaço público reabilitou o local. Os novos usos, como espaço para caratê, dança e salas de aula, revigoraram o local.
Figura 69 - Novos usos
A reprogramação do espaço criou mais salas e espaços
Fonte: FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
adjacentes como um mezanino em forma de L, suspensos na estrutura lateral, que abriga esportes característicos da região.
Figura 70 - Desconstrução dos Muros
82
Figura 71 - Trechos Demolidos
Figura 72 - Sem muros Fonte: FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
83
Espaços Multiusos
Toda a estrutura passou por uma
revitalização,
reconstruída
e
a
cobertura
foram
foi
adicionados
dispositivos de proteção contra chuva, calor e luz, além de uma nova pintura em seu exterior e pinturas de marcação de espaços em seu interior. Mesmo com todos esses usos a quadra ainda pode servir como pratica de diversos esportes.
Os afugentavam
muros seus
que moradores,
antes se
transformaram em banquetas, o interior do ginásio e seu entorno fazem parte de toda estrutura do bairro.
84
Figura 73 – Novos Espaços Fonte: FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
Figura 74 – O interior do estádio durante a reforma Fonte: FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
85
4 – Los Cerrajones
Arquitetos: Lab.Pro. Fab (Venezuela) e Oficina Informal (Colômbia) – Alejandro Lalek e Antonio Yemail Local: Los Cerrajones, Barquisimeto - Venezuela Área da Intervenção: 5250 m² Data do Projeto e Construção: abril a maio de 2015
O desafio De todos os projetos da Arquitetura de Paz 2015, Los Cerrajones, região central, era com certeza o maior de todos os desafios. Fugia a proporção até então adotada nos processos anteriores, os prazos não poderiam ser iguais, demandava uma maior quantidade de trabalho e tempo.
Figura 75 - Adequação dos desníveis do local Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
86
O Partido O local estava totalmente abandonado: o parque existente dava lugar a um estacionamento de veículos, faltava acessibilidade e iluminação, uma característica do espaço era um desnível de 3,2m em uma de suas laterais abaixo do nível da cidade, o acesso era permitido por um talude em “L”, totalmente comprometido, colocando em risco a utilização, outra agravante era a drenagem que havia parado de funcionar acarretando, em tempos de chuva, em diversas inundações. Nas
assembleias
realizadas
com
os
moradores, todos queriam o parque de volta. No passado, o local abrigou anualmente quatro dos maiores festivais da cidade. Todos queriam reviver e reativar o espaço que, para principalmente os mais velhos, remetia à memória afetiva do local. Diante de tantos entraves, um fator chamou a atenção dos arquitetos: - a comunidade - Totalmente vibrante, envolvida e com forte potencial esportivo e cultural. Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
87
Figura 76 - Diagrama de Implantação
‘
Usos e Formas
O bairro necessitava de estrutura básica, o que fez com que o projeto assumisse diversas responsabilidades urbanas. Uma das possibilidades era alinhar todo o projeto de engenharia e arquitetônico, utilizando todo o talude e deixando livre o espaço público central. Foram utilizados quatro contêineres, que serviam como estruturas para contenção de terra, tendo a função de abrigar diversos usos, como restaurante comunitário, bar cultural, oficinas de fabricação de diversos equipamentos utilizados nos festivais. Frontal a esses contêineres foi crido um talude que tem como função criar um elemento arquitetônico com uma topografia artificial, que tampa um conjunto de empenas cegas que causavam a impressão de muros para o interior do parque. Foram instalados mais dois contêineres para abrigar a rádio comunitária, oficinas diversas e arquibancada para 500 pessoas. Figura 77 – Contêineres – Como estrutura e usos diversos Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
88
Novas Possibilidades O condições
projeto de
recriou
novas
acessibilidade
e
converteu em praças a cobertura das edificações existentes. A arborização foi repensada e foi realizado o plantio de árvores com crescimento rápido que com o passar dos anos, irão se encontrar em suas copas, amenizando as temperaturas e possibilitando espaços confortáveis para uso. Este projeto atua em várias frentes na reestruturação da cidade e, com certeza, devolve à comunidade um espaço para o futuro, que por um tempo ficou abandonado, mas nunca ficou esquecido por seus moradores. Figura 78 – Comunidade engajada Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
89
5 – La Guaira
Arquitetos: Asymetic (Venezuela) e Capa (Argentina) Camilo Gonzales, Daniel Medina, Ariel Jacubovich e Martin Flugelman Local: Valle Del Pino, La Guaira - Venezuela Área da Intervenção: 130 m² Data do Projeto e Construção: Abril a maio de 2015
Figura 79 – A nova estrutura semelhante as copas de arvores Fonte: SIQUEIRA, Mariana. Arquitetura e Paz. Espaços de Paz.Venezuela, Editora Pini, ano 30, nº 257, agosto, 2015.
90
A história do local
A região de La Guaira, uma planície que separa Caracas do Mar do Caribe, em 1999 passou por um dos seus
sentida. O local não conseguiu suprir a falta das antigas árvores e suas copas frondosas
piores momentos: a região foi assolada por um dos piores desastres naturais ocorrido na Venezuela. A tragédia de Vargas
como
é
conhecida,
foi
de
fortes
chuvas
e
Partido
deslizamentos, que marcaram na lembrança dos moradores e
Uma das poucas residências que sobreviveram à
afetaram diretamente a região. As edificações em áreas de
tragédia, está localizada entre o El Ávila e ao Rio San Julian e,
encosta foram brutalmente atingidas pela cheia do Rio El Avila,
foi escolhida para receber o projeto. Esta casa na época ficou
muitas arrancadas e levadas pelas fortes correntezas. O fato é
coberta pelo barro e foram os vizinhos que a limparam. Logo
tão marcante para os moradores, que os arquitetos quando
após, ela se tornou sede da comunidade e um importante lugar
promoveram as assembleias de encontro, sentiram nas
de encontros.
oficinas de desenho e teatro a dor causada pelas inundações. Em diversos desenhos das crianças era nítida a lembrança da tragédia.
Em entrevista ao site Archi Daily, Martins Flugelman explicou que "as necessidades são bastante gerais - Todos procuram ter um espaço público e de qualidade para reunirem-
Quase vinte anos se passaram e muitas pessoas
se. Não quisemos fazer um projeto com programa definido,
ainda estão sem suas moradias definitivas. Entre tantas
mas sim deixar de lado o assistencialismo e encontrar o lugar
lembranças, a falta de locais sombreados talvez seja a mais
onde eles podem se apropriar do espaço". EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
91
.
O projeto inicial, recria a lembrança da sombra das árvores, foi criado uma estrutura de metal e policarbonato que revive as antigas copas. Outra solicitação dos moradores foi quanto à continuação dos projetos já existentes, como as oficinas de dança, restaurantes, teatros e um infocentro que contém os programas federais. Para atender tal demanda, o interior da casa funciona como um espaço flexível, com boa iluminação, piso de madeira,
também foram
instalados equipamentos de som, projetos e cozinha. A estrutura existente foi reparada e sobre a laje existente foi sobreposta uma nova estrutura. A cobertura metálica foi realizada nas proximidades do local, facilitando sua instalação, os materiais para a cobertura vieram dos depósitos federais, somente os pilares arredondados foram comprados. Fonte EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
Figura 80 - Ponto de encontro
92
Outro desafio foi criar a estrutura metálica para vencer o vão de aproximados 16 metros. Em algumas das fachadas foram instalados painéis prémoldados de concreto com furos, que causam um efeito marcante durante a noite e geram sombra durante o dia. Completando seu pensamento, Flugelman salienta, "isto não é um projeto de moradia. Com a intenção de formar pessoas, são produzidos espaços. Há certa fé de que a arquitetura pode chegar a produzir este tipo de espaço, onde as pessoas possam levar adiante projetos comuns". Gerar espaços que sejam convidativos, de convivência estimulando a superação é o principal projeto para todos.
Fonte: EQUIPO, 2015. FRANCO, 2014. SIQUEIRA, 2015
Figura 82 - Blocos pré-moldados
93
94
ANÁLISE DOS ESTUDOS DE CASOS 95
Os resultados obtidos em todos os estudos de casos analisados nesta etapa do desenvolvimento do TFG, servem como amparo e guia ao tema proposto para pesquisa.
aspectos para a melhoria da qualidade de vida. Certamente sua proposta não foi recebida com bons olhos pelos políticos e pela sociedade em geral.
A cidade de São João da Boa Vista tem suas
Poucos devem ter acreditado. O resultado positivo
complexidades e seus desafios, as propostas na região
impressiona, as pessoas tomam os espaços públicos, a
sul são pontuais em sua escala como as intervenções
força da atração existente nas relações sempre é um dos
realizadas nos estudos de caso.
maiores ativos de uma cidade juntamente com seus
Guardada as devidas proporções, quando a
96
cidades. Esse é o caminho a ser percorrido como um dos
espaços públicos.
comissária de transito Janette Sadik-Khan propôs ao
Na realidade de nossa área de estudo, se hoje
prefeito Bloomberg a mudança de postura e compromisso
tivéssemos em mãos a proposta de desestimular o
da cidade de Nova York com o transito caótico, tinha
tráfego e voltarmos os espaços para que as pessoas
como objetivo - pensar o futuro conduzindo a cidade a um
possam ter mais oportunidades de caminhar, conversar,
rumo inovador e que continuasse sendo atrativa para os
de apreciar e de aproveitar os espaços, demonstrando
moradores e seus visitantes. Entendeu o valor real das
exemplos de outras cidades e que a proposta reverteria
ruas como elemento social e financeiro, o rompimento
em uma cidade melhor, provavelmente encontraríamos
com a teoria da demanda induzida, mais vias, mais
resistências em diversos níveis e talvez seríamos
trânsito e mais veículos, que saturam e oneram as
chamados de loucos ou inconsequentes.
Um projeto bem elaborado, compartilhando os
profissionais de arquitetura é nossa atribuição prever
estudos realizados pode gerar resultados positivos, a Rua
melhorias que valorizam do entorno imediato que
Henrique
Cabral de Vasconcellos se consolidaria
possuam características urbanas e sociais. Propor
comercialmente e também como um espaço diferenciado
parcerias público privadas também é um dos atributos
para a cidade, que priorizaria as pessoas. Seria um
inerentes ao arquiteto.
convite a todos para conhecer, estar e sempre voltar. A comunidade da região ganharia com o processo e as longas distâncias necessárias a serem percorridas para ida ao centro não seriam tão necessárias. Novos comércios e serviços estariam locados na região e atrairiam toda a cidade para conhecer.
pode ser entendida como um apelo para intervenções pontuais. A Barroquinha de antes era um lugar para todos, veículos, comércios, estacionamento, área de passagem e ligação e ao mesmo tempo não era espaço de ninguém. A desordem era tamanha que o local que
O resultado da pedestrianização da Times
historicamente ligava a parte baixa e alta da cidade e que
Square, evidencia a importância das ruas e espaços
contempla uma das mais belas vistas, estava esquecido,
públicos para a melhoria da condição urbana de qualquer
tomado por veículos estacionados e vegetação que
cidade.
comprometia a sua estrutura. Quando analisamos a No segundo estudo de caso, estudamos a
Ladeira da Barroquinha. Bastou um olhar mais atento dos arquitetos ao contexto do local, em romper com o limite do projeto contratado e entender a capacidade e a necessidade de melhorias do entorno, demonstrando o compromisso profissional e social da profissão. Como
97
A provocação refletida pela desordem do local
realidade da Barroquinha e trazemos ao contexto de nossa cidade, de imediato imaginamos diversas regiões conhecidas pela população sanjoanense e esquecidas pelo poder público, espaços convertidos em áreas inseguras ou que simplesmente não são atrativos e não comunicam com a sociedade.
A região sul de São João da Boa Vista, nas
incitam a capacidade de propor projetos pontuais nas
proximidades das novas instalações do Centro Comercial
regiões urbanas mais segregadas. O empoderamento
e supermercado Sempre Vale, possui um ponto com
gerado nas cinco comunidades atendidas pelo grupo,
semelhanças à Ladeira da Barroquinha: - a praça e todo
destaca a visão diferenciada que, como arquitetos,
seu entorno, apresentam potencialidades para atender
devemos ter sobre a cidade. Todas elas nos aproximam
parte da centralidade existente e refletem a possibilidade
da realidade existente na grande maioria dos países.
de parcerias de um projeto do poder público juntamente
Transformar os espaços esquecidos, ou mal utilizados,
com a iniciativa privada na proporção de pensar esses
em espaços comunitários como o mirante criado no
novos espaços. O reflexo inicial da instalação da nova
coração da comunidade El 70, junto à estrutura La Nube,
unidade do supermercado na localidade criou demanda
transformam, de alguma forma, a maneira de como
para a região, gerando aumento de circulação mesmo em
podemos olhar nossas cidades e vizinhanças. A linda
espaços
Novos
visada em 360º proporcionada pelo projeto junto ao novo
comércios se aproximaram movimentando o local e, junto
espaço público, revitaliza não somente o espaço material,
à praça existente, instalou-se uma base da polícia
mas toda uma comunidade. Em La Pantana, o processo
comunitária
de
deficitários
como
de
estrutura
contrapartida
urbana.
ao
investimento.
espaços
participação
locais
de
seus
disputam com o trânsito caótico, inapropriado para a
moradores, que, junto aos arquitetos, idealizaram suas
região.
diversas necessidades, talvez a mais representativa seja
arquitetura coordenados pelo escritório Pico Studio,
pela
em
convidativos
espaços de paz, desenvolvidos pelo coletivo de
passou
abandonados
Contudo, as calçadas e espaços públicos em geral,
No terceiro estudo de caso, na Venezuela, os
98
transformar
a criação de espaços sombreados como os guarda sois manufaturados e revestidos com técnicas locais em conjunto com a comunidade, facilitando manutenções preventivas futuras.
Figura 83 – Praça Joaquim José Fonte: USP CIDADES, 2016
Em todas as cinco intervenções foram
Olhando para nossa região podemos encontrar
encontradas as mais diversas situações, em La Techada,
uma realidade distinta. A cidade oferece boa estrutura e
um ginásio destinado para realização dos Jogos
serviços que não se podem comparar a outras realidades.
Nacionais e que poderia, após seu primeiro uso, se
A maioria dos bairros na região sul, estão consolidados
transformar em legado para a comunidade, mas que não
como comunidades, porém, existem pontos que podem
era em nada convidativo. O projeto nunca havia gerado,
melhorar a conexão entre essas áreas e a força da
até
a
centralidade lá existente, melhorando a qualidade de vida
consequência foi o abandono da estrutura, vindo a ser
e a mobilidade, oferecendo espaços inclusivos e de estar,
recuperada e inserida com força e vigor na comunidade.
direcionando suas ruas e calçadas para que convidem
Em Los Cerrajones, toda equipe de arquitetos encontrou
seus moradores a sair para um bairro mais saudável,
uma comunidade ativa e vibrante, que ansiava o retorno
arborizado e caminhável.
então,
o
sentimento
de
pertencimento
e
do parque, que remetiam as memórias afetivas, como quando abrigava os festivais nacionais de dança, que, com o abandono e a falta de manutenção do poder público,
acabou
por
transformar
estacionamento e outra ao descaso.
99
uma
parte
em
O ponto chave dos estudos de caso se conecta em possibilidades e reconhece o poder que usos apropriados e projetos bem elaborados podem oferecer em qualidade de vida, inclusão social entre outros benefícios para cidade e todos os seus moradores.
100
REFERENCIAL TEÓRICO
101
O DESENVOLVIMENTO URBANO DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA ATÉ 1903
Fundada em 24 de junho de 1821, por Antônio
podemos entender o início do desenvolvimento urbano da
Machado de Oliveira e os cunhados Inácio Cândido e
cidade que na época era composta pelos bairros Centro, nas
Francisco Cândido, vindos de Itajubá-MG, às vésperas do dia
proximidades da hoje Praça Governador Armando Salles de
em que se comemorava o culto a São João Batista, o que deu
Oliveira (Praça da Catedral), estendia a norte até a ferroviária
origem ao nome da cidade de São João-, o complemento “da
(instalada em 1887), seguia sentido bairro do Rosário e início
Boa Vista” -, foi devido a cidade ter sido iniciada nos terrenos
do bairro do Pratinha, no sentido sul a cidade se expandia na
da Fazenda Boa Vista, de propriedade do Padre João
proximidade da Santa Casa de Misericórdia “Dona Carolina
Ramalho. Um de seus fundadores, S.r. Antônio Machado, doou
Malheiros”, inaugurada em 1899. (FGMF, 2014)
um terreno para a futura povoação do local, que deu origem à cidade. (FGMF, 2014)
Conforme o mapa (pag. 105), podemos analisar que nesta época a população de São João da Boa Vista, era
Já no ano de 1880, a cidade de São João da Boa
superior a pouco mais de 16.000 habitantes e desse total
Vista, se emancipa politicamente e passa a ser considerada
apenas 3.000 moravam na região urbana, que possuía
município. Analisando o mapa abaixo, datado do ano de 1903,
aproximadas 450 casas.
102
103
O DESENVOLVIMENTO URBANO DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA ENTRE 1903 E 1940
Em meados dos anos 1940, a população do
Na direção centro/sul, surgem os bairros hoje
município era de 33.720 moradores, desses 12.071 residentes
conhecidos por Vila Carvalho e São Benedito e um pouco
na zona urbana da cidade. (IBGE, 1940 a 2000)
mais adiante os Jardins Molinari e Bela Vista, nas
Analisando o mapa da cidade (pag. 105), nos anos de 1940, observamos no sentido norte, a criação das Vilas
proximidades da Santa Casa de Misericórdia. Já no sentido leste forma-se o bairro do São Lázaro.
Operária e Conceição, sendo as primeiras destinadas a
Em menos de 40 anos a cidade mais que dobra
trabalhadores atraídos de outras cidades ou da zona rural para
o número de seus moradores. Na média de crescimento
a região urbana, com início da expansão industrial para o
as zonas urbana e rural, aumentaram proporcionalmente
interior paulista.
mantendo números próximos aos índices existentes no início do ano de 1903. No campo da terra urbana, com o surgimento de novos bairros a cidade expande de maneira concêntrica não avançando os limites do início do século. (FGMF, 2014)
104
105
Figura 85 - SJBV em 1940 Fonte: FGMF, 2014
106
O DESENVOLVIMENTO URBANO BRASILEIRO E SÃOJOANENSE ENTRE 1930 ATÉ 2014
O grande fluxo de migração ocorrido na região
Em meio a forte urbanização e a crescente
sudeste a partir dos aos 1930, apresentou seus primeiros
demanda por moradias, o governo em 1942, criou a lei do
problemas com referência a urbanização que se iniciava
inquilinato, que previa combater os excessos na pratica
e a incapacidade do Estado em gerir o problema. No
de alugueis, que crescia na época e que prejudicava
âmbito nacional, o Governo Federal fazia com que seus
fortemente a classe de menor poder aquisitivo. Desta
investimentos
soluções
forma, de maneira a congelar os preços dos alugueis
arquitetônicas diferenciadas que embelezassem as
indiretamente, reduziu a pratica em acumular imóveis
grandes metrópoles e em alguns casos pontuais se
para rendimentos em aluguel e incentivar a compra de
preocupava
moradias próprias. Porém o programa não privilegiava a
estivessem
com
(BONDUKI, 2004)
questões
voltados
sanitárias
a
importantes.
todos, já que o programa previa determinado rendimento não possível a classe mais pobre. (NOAL, 2011)
107
Figura 86 - Êxodo Rural Brasileiro
108ALUNOSONLINE Fonte:
É nesse contexto que o Estado inicia a tratar
Nos anos 1970 a população brasileira atinge
as questões habitacionais como um problema a ser
94.508.503 habitantes, desses 52.904.744 (55,97%)
gerido pelo governo, criando mecanismos para que as
residem na cidade, e na zona rural, 41.403.839 de
classes trabalhadoras pudessem adquirir imóveis a partir
moradores (44,03%). Neste período o país viu sua
de programas de incentivo, facilitando a compra e
população quase que dobrar, aumentando em 94,53%,
reduzindo os juros. (ALBUQUERQUE, 2006)
sendo que a população rural cresceu próximo a 20%,
No início dos anos 1950 o Brasil possuía 51.944.397 habitantes, desses 33.161.506 eram de população rural o que representava 63,83%. Já a população
urbana
18.782.891
moradores
que
representava apenas 36,17% de todos os cidadãos brasileiros.
anos 1950 mais 8.242.333 cidadãos. Em contrapartida, a população urbana, deu um salto exponencial passando de 18.872.891 habitantes para 52.904.744 habitantes, um crescimento de mais de 280%(IBGE 1940 a 2000). No Brasil, o processo de urbanização das cidades nos governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek
Com o advento do desenvolvimento nos
intensificou o êxodo rural. Diversos fatores foram
setores industrial e automobilístico, vimos em poucos
preponderantes para esta mudança, um deles foi a
anos uma mudança considerável no cenário nacional,
mecanização rural e outro foi a concentração fundiária.
que
(FGMF, 2014)
em
duas
décadas
tornou
sua
majoritariamente urbana. (IBGE 1940 a 2000)
109
somaram-se aos 33.161.506 moradores do início dos
população
Figura 87 - Duplicação da Rodovia Presidente Dutra em 1962 Fonte: PINTEREST
110
Na região sudeste, a forte estrutura industrial
Durante vários anos, em diversos períodos da
desenvolvida e a interiorização e expansão das redes
história, o centro foi fortemente importante para o
automotivas, incentivadas pelos governos militares, foram
desenvolvimento
determinantes para a migração tanto de grande parte dos
dominantes das cidades de todo o mundo, desde o
moradores da zona rural para a cidade como moradores
período medieval até os dias de hoje. (Villaça, 2011)
e
o
crescimento
das
classes
de outras cidades e outros estados, buscando melhores condições e oportunidades de trabalho, o que gerou um No cenário mundial, em poucos momentos
crescimento demográfico urbano desordenado e sem planejamento. (FGMF, 2014)
esta característica se alterou, em parte, em algumas metrópoles
dos
Estados
Unidos,
o
processo
de
esvaziamento do centro das elites, movidas pela forte Nesta época, no cenário nacional, a região
expansão das rodovias em meados do século XX, criou-
central da cidade, a parte nobre, era predominantemente
se o movimento onde as classes mais altas ocuparam os
habitada pelos grandes produtores rurais da época, por
subúrbios
seus familiares, empresários da indústria que se instalava
VILLAÇA).
aos poucos na cidade, funcionários bancários e de repartições públicas.
111
americanos,
(CASTELLS,
1994,
APUD
Figura 88 - Região Central de São Paulo, anos 1940 Fonte: SAOPAULOSAO
112
Historicamente no Brasil, o início da era
extensões, nas futuras apropriações dos espaços
capitalista das regiões centrais, era regido fortemente
urbanos produzidos pelo desenvolvimento da indústria
com a mão do Estado, criando nessas regiões diversos
automobilística, com seus traçados ortogonais e sem
enclaves enaltecendo as conquistas da burguesia
nenhum objeto de características de “embelezamento
revolucionária da época, como, por exemplo, a capital
urbano”. (VILLAÇA, 2012)
americana, Washington, planejada em 1793, e mais tarde a capital da França, Paris, entre outras cidades latinoamericanas, como São Paulo, com a criação do
Em meio a esses processos durante o século
Monumento da Independência, com suas fontes, repuxos,
XIX, a cidade de São João da Boa Vista, com a expansão
estátuas que favorecessem a beleza da região central.
de sua população, vê a região central passar a abrigar um
(VILLAÇA, 2012)
número
maior
de
habitantes
de
classes
menos
favorecidas. Essas primeiras habitações buscavam atender, em sua maioria, trabalhadores e suas famílias A partir do século XX, as cidades brasileiras
113
que nessa época destinavam grande parte de seus
configuram em sua maioria como cidade típica capitalista,
rendimentos
para
o
pagamento
de
alugueis
de
formada fortemente pelo mercado e seus mecanismos,
residências e cortiços que se espalharam nas regiões
baseados na força do mercado imobiliário em todas suas
centrais e próximas às empresas.
Figura 89 - Monumento a Independência, São Paulo Fonte: ALESP
114
A maioria dos proprietários desses imóveis de
popularmente conhecido por D.E.R (uma alusão ao
aluguel, eram donos de grandes áreas rurais e
Departamento de Estradas e Rodagens do Estado de São
comerciantes locais. Quando os novos trabalhadores,
Paulo, instalado no início do bairro) e a sudeste a Vila
principalmente
Brasil. (FGMF, 2014)
formados
por
mão
de
obra
não
qualificada, necessárias ao trabalho industrial, induzem a criação de novas moradias e ao início da exploração do capital imobiliário, começando a desenhar o futuro da
Entre os anos 1940 a 1970 a cidade de São
cidade, que hoje em grande parte separa suas classes de
João da Boa Vista ultrapassa 44.000 habitantes, com
maneira clara pela segregação de seus espaços.
aproximadas 9400 residências (IBGE 2010). Observando
(MAYOR, 2009)
o mapa do crescimento da malha urbana da cidade (pag. 128), próximos ao centro formaram-se os bairros Perpétuo Socorro, Vila Loyola, Vila Oriental, Vila
Na década de 1950, com a expansão das
Conrado, Jardim Michelazo, no sentido centro/leste, os
rodovias e das indústrias para o interior, além da
bairros Jardim Santo André, Vila Bancária, Vila Trafani,
consolidação da indústria do automóvel, a cidade de São
Vila Santa Adélia, Jardim Boa Vista, Vila Zanetti, Vila
João da Boa Vista inicia a urbanização da região sul. O
Santa Edwiges e Jardim São Domingos.
primeiro bairro a ser formado foi a Vila Fleming,
115
Figura 90 - Ferroviária SJBV anos 1940 Fonte: ESTAÇÕES FERROVIARIAS
116
Simultaneamente,
sua
O Jardim Primeiro de Maio, em sua primeira
expansão no sentido periférico, formando os primeiros
etapa, também foi construído próximo ao Rio Jaguari,
bairros afastados e com características de segregação, o
mais ao norte, na saída da cidade na época, após o Bairro
Jardim Santo Antônio, na direção centro oeste, o Jardim
Pratinha e margeava a estrada que liga a cidade à
Primeiro de Maio, na direção Norte e na região sudeste o
Rodovia 344, sentido Vargem Grande do Sul. A
Jardim
linearidade
Nova
República.
a
As
cidade
regiões
inicia
escolhidas
ao
Centro
representava
grandes
direcionavam o que se tornou a expansão futura da
distâncias, dando a impressão de proximidade com a
cidade. O Jardim Santo Antônio foi desenvolvido em uma
estrutura da cidade. (SÃO JOAO 2050, 2016).
área as margens do Rio Jaguari, mais a oeste, desconectada dos bairros próximos, apresentando em seu caminho diversas áreas vazias deixadas durante a implantação da estrutura do bairro, formando diversos vazios urbanos.
O Jardim Nova República, na região sul da cidade, em suas primeiras moradias ficava totalmente desconectado. O local escolhido para a implantação das habitações foi um dos primeiros desmembramentos de porções de área rural tornadas urbanas na cidade. (SÃO JOAO 2050, 2016).
117
não
Figura 91 - Moradias CDHU - Poucas mudanรงas nas tipologias durante os anos Imagem: Edson Lopes Jr 118
Esse processo de expansão e fragmentação
Atualmente a cidade de São João da Boa Vista
se consolida fortemente com a expansão das Habitações
possui apenas 3.337 moradores (3,98%) de sua
de Interesse Social, amplamente desenvolvidas a partir
população residente na zona rural, e 80.302 moradores
dos anos 1970. Tal processo reflete diretamente nessas
(96,2%) morando na zona urbana. No Brasil, segundo o
comunidades até hoje, evidenciando que a cidade, a
Censo de 2010 a população rural é estimada 29.830.007
partir do momento em que sua população se torna mais
habitantes
urbanizada,
160.925.792 habitantes (81,46%). (IBGE, 2010)
é
movida
principalmente
pelo
desenvolvimento industrial. É a partir desse período que começa a desenvolver características que podem ser observadas ainda hoje. (SÃOJOAO2050, 2016)
119
(18,53%)
e
sua
população
urbana
Figura 92 - Crianรงas na Rua. Bairro 1ยบ de Maio em SJBV FONTE: GAZETANOAR
120
Figura 93 – São João da Boa Vista – Fotos Históricas e Atuais – A transformação da Paisagem
121
Fontes: FGMF 2014
122
123
CENÁRIO ATUAL DA CIDADE Figura 94 - São João da Boa Vista – 2018 Fonte: LIBERO
124
CENÁRIOS ATUAIS DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA
São João da Boa Vista possui atualmente
outros e é composta em sua grande parte de moradores
83.639 moradores, sua área total é de 516,42 km², sendo
das classes média e alta. A zona norte possui qualidade
que 119,73 km² constituem área urbana e desta parte já
em serviços públicos e comerciais e é privilegiada pela
se encontram urbanizados 42,85 km², o restante 396,69
proximidade à região central, tendo recebido durante
km² é rural. Desta forma os 76,88 km² apresentam uma
muito tempo grande número de habitações de interesse
grande, propensa e indesejável área para a expansão
social que foram intensificadas a partir dos anos 1970.
urbana, que estimulam de forma errônea o crescimento
Devido a questões geográficas, não houve interesse em
horizontal e ocupação populacionais inviáveis para a
uma maior expansão já que a região está próxima à
capacidade estrutural e o porte da cidade.
rodovia SP 344, pela linha férrea e pelo Rio Jaguari, que
Outro fator abordado neste estudo é indicado pela forte tendência de segregação espacial. A cidade é
Essa tendência é reafirmada no relatório
dividida pela rodovia SP 342 em duas partes, sendo a
desenvolvido para a prefeitura de São João da Boa Vista
primeira, composta pelo Centro, pelas zonas norte e
pela USP Cidades, no qual o corte da rodovia é
leste. A região central e leste recebem o maior número de
novamente apontado.
estrutura da cidade, como comércio, serviços, entre
125
serviram como entraves. (FGMF, 2014)
conhecido
como
D.E.R
devido
a
presença
do
Departamento de Estradas e Rodagens do Estado de São “Como se imagina, as características da rodovia estadual são incompatíveis com o que se espera de um tecido intraurbano eficiente e atraente. A ligação Campinas-Poços de Caldas tem efeitos negativos para a integração entre os dois lados desse equipamento: o tráfego de passagem e de velocidade elevada, aliado a um padrão de ocupação e uso de suas margens expõe um conflito entre o cotidiano urbano e a escala regional da via. Em última instância, isso representa não apenas um problema infraestrutural e de paisagem, mas uma questão social: é no sul da cidade, distante do centro consolidado, que cresce a população de renda mais baixa. A separação socioespacial gera efeitos negativos à sociedade, dificultando o acesso da população mais vulnerável às oportunidades características dos tecidos urbanos mais equilibrados e produzindo uma demanda cada vez maior por investimentos e serviços públicos dispersos”. (SÃOJOAO 2050, 2016)
Paulo, a unidade foi instalada quase que em conjunto com o bairro), iniciando por toda extensão da Rua Henrique Cabral de Vasconcellos que faz ligação com a rodovia sentido sul de minas. Outro bairro criado na mesma época na região sul é a Vila Brasil. A região sempre foi caracterizada por ter um comercio local atuante, devido à distância da região central e suas habitações que se desenvolveram até meados dos anos 1990 sempre nas proximidades das principais ruas. Já no fim dos anos 1990 a cidade começa uma expansão sentido ao sul de suas fronteiras com as criações de Bairros Tereza Cristina e Jardim Primavera. (FGMF, 2014) A partir dos anos 2000 instalou-se o Jardim
Em analise ao mapa (pag.128), a região sul da cidade iniciou seu desenvolvimento a partir dos anos 1940, com a criação da Vila Fleming (o bairro ficou
126
dos Ipês bairro residencial de interesse social, dando prosseguimento à expansão horizontal da cidade.
De certa forma, procurando entender a expansão ao
A expansão rápida da região, ocorrida em menos de
sul da cidade, alguns questionamentos são necessários na
20 anos, não foi acompanhada de uma melhor distribuição dos
intenção de compreender o processo. Um deles é que parte do
serviços públicos, dos equipamentos públicos, do transporte
crescimento da cidade se expandiu na direção sul, motivados
entre tantos outros quesitos necessários para melhor qualidade
por situações geográficas e, principalmente, pela faixa de
de vida dos moradores da região. A força da centralidade
domínio existente em outras regiões da cidade. A melhoria dos
existente, abrigada de um projeto visando a melhoria de tais
serviços apresentados na região, em análise aos eixos
serviços juntamente com um modelo de transporte público
estruturadores previstos nos estudos, identifica que a região
integrador, resultara em um processo contínuo e positivo para
sul recebeu grande parte destes investimentos, devido ao
toda a cidade.
grande potencial de transformação. A
expansão
imobiliária
promovida por diferentes empreendedores resultou num parcelamento do solo de baixa densidade e de fronteiras alargadas, sem o particular cuidado de promover o aumento de ligações os bairros vizinhos e entre diferentes setores da cidade. (FGMF, 2014)
127
Figura 95 - São João da Boa Vista 2006 e 2014 Fontes: FGMF, 2014
Os mapas acima, apresentam a expansão urbana
apresenta a forma de ocupação da malha urbana da cidade de
entre os anos 2006 e 2014. Em um curto período de 8 anos,
São João da Boa Vista, desde o ano de 1903 até os dias atuais.
pode-se
acontecer
Como referência, a Avenida Henrique C. de Vasconcelos
intensamente na parte sul da cidade. O mapa (pag. 128),
aponta o forte crescimento da região sul a partir dos anos 1970.
128
observar
o
crescimento
horizontal
Figura 96 - Perímetro Urbano Atual – Fonte: FGMF, 2014. Alterada pelo Autor
129
130
SÃO JOÃO DA BOA VISTA E AS FAIXAS DE DOMÍNIO
Como forma de entendermos a segregação espacial e a expansão diferenciada na região sul da cidade, utilizamos o Plano Diretor Estratégico (Lei 1926/2006), da cidade. Sua análise é de extrema importância para entender a dinâmica do crescimento do município, bem como os motivos que levaram ao desenvolvimento principalmente
em no
maior quesito
parte das
da
região
sul,
habitações.
Em
determinados parágrafos é observada à garantia, em rodovias municipais, áreas de reserva, na qual se entendem
como
locais
de
faixa
de
domínio
e
principalmente as faixas non aedificandi (não permitido a
usos das vias, linhas de transmissão de alta tensão, entre outros. A faixa de domínio é um elemento com garantia em leis próprias, em todas as esferas legais, configurando, no caso das linhas de alta tensão, a necessidade de margem de segurança, que determina que sua extensão seja de utilidade pública, reservando a estas áreas o direito a restrições quando a sua ocupação. Este diagnóstico facilita o entendimento quando às possíveis limitações em expandir a área urbana que fragmentam a cidade. (FGMF, 2014)
edificação) nas proximidades desses eixos. Essas limitações oferecem base para entender as diferentes situações caracterizadas nos serviços, como o perfil de
Figura 97 - Linhas de Alta Tensão
131
Fonte: SOLAR
Conforme o Plano Diretor Estratégico (Lei
Após analise realizada, identificou-se o conflito
1926/2006) de São João da Boa Vista (mapa pag. 104),
entre esses eixos e as ocupações atuais e futuras,
são faixas de domínio: a) Ferrovia: Faixa de domínio de
principalmente nas proximidades das rodovias, que em
6,00 metros em cada um dos lados a partir do eixo da
toda sua extensão está bem ocupada principalmente nas
linha férrea mais Faixa non aedificandi de 15,00 metros
proximidades da SP-342. A linha férrea apresenta outra
em cada um dos lados após a faixa de domínio.
característica interessante: no período de expansão dos
b) Rodovias estaduais: Faixas de domínio de 50,00 metros em cada um dos lados a partir do eixo da via mais Faixa non aedificandi de 18,00 metros em cada um dos lados após a faixa de domínio.
suas margens o crescimento da cidade, fazendo com que em suas proximidades estejam ocupadas e densas, ocorrido pela falta ou inexistência de leis na época para tal apropriação. Já as linhas de alta tensão configuram um
c) Rodovias municipais: Faixa de domínio de
grande entrave para a expansão urbana no sentido oeste,
7,50 metros em cada um dos lados a partir do eixo da via
o que limitou consideravelmente sua expansão. (FGMF,
mais Faixa non aedificandi de 18,00 metros em cada um
2014)
dos lados após a faixa de domínio. d)
Linhas
de
alta tensão:
Margem de
segurança de 16,00 metros em cada um dos lados a partir do eixo da linha.
132
primórdios da cidade, foi a linha férrea que possibilitou em
No sentido norte, a expansão da cidade encontra vários limitadores para sua edificação. Linhas de alta tensão e rodovias, agem como limitadores de expansão urbana.
No
sentido
leste,
expansão
é
limitada principalmente pelo leito do Rio da Prata, pela Ferrovia e por proprietários de grandes porções de terra da zona rural não interessados na urbanização. Esta região á onde estão localizadas as moradias de alto padrão e renda da cidade
A zona sul apresenta melhores condições para urbanização, devido a grandes áreas sem interferência Figura 98 - Mapa de Faixa de Domínio Fonte: FGMF, 2014
133
das faixas de domínio, gerando a expansão para a área.
SÃO JOAO DA BOA VISTA - CONEXÕES, TRANSPOSIÇÕES E BARREIRAS
Outra maneira eficiente para compreensão da urbanização na cidade de São João da Boa Vista, é entendermos as barreiras físicas existentes, e as formas de transposição delas. A ferrovia e os corpos de água, como os rios Jaguari-mirim e da Prata, como principais barreiras para ocupação no sentido norte, oeste e sudoeste.
Já
as
rodovias
SP-344
e
SP-342,
dimensionadas para o trânsito de passagem, configuram barreiras para ocupação no lado oeste e sudoeste, atuando principalmente como um grande limitador, porém no setor sul, a SP-342 atua como principal barreira para viagens ao centro da cidade. (FGMF, 2014)
A ocupação consolidada a sul e a que passa a se expandir nessa área de São João da Boa Vista concentra seu acesso à região com o maior agrupamento do uso comercial/serviços em poucos pontos sobre ou sob a rodovia, tanto em travessias para veículos e pedestres como as passarelas dedicadas somente a pedestres. (FMGF, 2014, pag. 48)
134
Figura 99 - Mapa de Transposições e Barreiras Fonte: FMGF, 2014
135
SÃO JOAO DA BOA VISTA CRESCENDO PARA O SUL
A configuração da cidade de São João da Boa
Porém,
o
corte
realizado
pela
rodovia,
Vista seu atual e futuro crescimento na direção sul, cria o
causando a segregação espacial na região sul com
questionamento
ser
relação ao restante da cidade, não representa apenas um
direcionada para tal área. As limitações geográficas e
problema de infraestrutura ou de paisagem, mas uma
físicas existentes
a
importante questão social, visto que a região é distante
expansão, os elementos como linhas de alta tensão,
do centro consolidado, e é onde cresce a população de
ferrovia e a configuração dos leitos dos rios na região
renda mais baixa.
do
motivo
nas
desta
outras
ampliação
regiões
motivam
afetam diretamente na apropriação do território, agindo como indutores de crescimento e também podem criar grandes vazios urbanos e interrupções de vias. (FMGF, 2014). Esse efeito das fronteiras de retalhar a cidade não é em si sempre prejudicial. Se cada uma das localidades separadas por uma fronteira for suficientemente extensa para formar um distrito vigoroso, com uma combinação de usos e usuários ampla e diversificada, a separação costuma ser inócua. Na verdade, pode ser até mesmo proveitosa, como meio de orientação para as pessoas, afim de que elas tenham na cabeça um mapa da cidade e vejam o distrito como um lugar. (JACOBS, 2011, pag. 293)
136
Essa situação dificulta o acesso da população mais vulnerável às oportunidades características dos tecidos urbanos mais equilibrados e produzindo uma demanda cada vez maior por investimentos e serviços públicos dispersos. A macro acessibilidade do município, definida, sobretudo, pela infraestrutura viária, é, portanto, ao mesmo tempo uma oportunidade de conectividade regional, quanto um desafio a ser equacionado no médio prazo, na escala intraurbana. A integração espacial, funcional e social entre os dois lados da SP-342 deve ser um dos principais focos da estratégia de desenvolvimento de longo prazo para São João da Boa Vista. (SAOJOAO 2050, 2016)
SEGREGRAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DO ESPAÇO INTRA-URBANO
Considera-se um dos maiores avanços no
espaço nas cidades, esta manifestação refletida pela
entendimento da matéria no campo da ciência da
desigualdade na nossa sociedade, representa através de
geografia,
nossas metrópoles, o grande desnível das classes sociais
do espaço
social, do espaço
urbano,
propagação de que esses espaços são produzidos
a partir dos espaços urbanos.
socialmente, um produto criado e produzido pelo trabalho do homem e não dado pela natureza, com esse entendimento pode-se aprofundar sobre as disputas de classes. A importância do entendimento da matéria realçou avanços consideráveis para o entendimento da ciência humana a partir do espaço utilizado. (VILLAÇA, 2011)
Uma das maneiras mais tradicionais de se analisar a segregação espacial é o centro versus periferia, porém, esta forma de estudo se limita, não denunciando assim as injustiças e, portanto, não consegue explicar a segregação em sua totalidade. Essa visão de forma circular centralizada, onde as classes mais ricas se apropriavam do centro e a classe mais baixa nas
Ao analisarmos o contexto da segregação
periferias cai por terra já no início do século XX, tempos
entendemos que o assunto é um dos mais importantes
onde bairros de classe alta fora do centro já ocupavam a
temas sobre a situação das diferenças da apropriação do
periferia em diversas metrópoles brasileiras. (VILLAÇA, 2011)
137
Dando seguimento ao estudo sobre centro
de emprego, o tipo de comércio e serviço existente e suas
versus periferia, não consegue explicar como uma área
necessidades, desigualdades e a falta de estrutura
central avança em um sentido mais que em outros, sendo
urbana.
que o correto seria crescer por igual. Desta forma o estudo por classes sociais e por grandes conjuntos de bairros facilita os entendimentos fundamentais da sociedade, e é desta maneira que Villaça buscou analisar os aspectos corriqueiros do dia a dia na vida urbana das cidades,
dividindo-as
por
regiões,
facilitando
o
entendimento e a busca por dados, podendo analisar processos, fatores mais abrangentes em cada área, não somente entender a classe social nela inserido, mas também
entender
seus
costumes,
hábitos,
e
principalmente, outros tipos de segregação, como local
No Brasil, a segregação tem papel principal na criação de desigualdades sociais e das dominações sociais, principalmente pela forma das exclusões na dimensão da área urbana. “Essa dimensão aparece, por exemplo, na determinação, comum nos Estados Unidos até a década de 1970, de que os negros ocupem os últimos lugares dos ônibus (componente espacial), usem sanitários separados (componente espacial), frequentem escolas
separadas
(componente
espacial),
etc.”.
(VILLAÇA, 2011) O Rio de Janeiro, por exemplo, sempre desmentiu essa visão, pois a Zona Sul nunca teve periferia pobre. Seja no início do século XX, tempo em que Ipanema e Leblon eram periferias, seja no tempo em que Barra da Tijuca a era, seja hoje, quando o Recreio dos Bandeirantes o é. Favela incrustada na macha urbana (como a Rocinha) não é periferia segundo nenhum conceito do termo. (VILLAÇA, 2011)
138
Figura 100 - Separados por um muro Fonte: JAKELINEGEO
139
Os resultados destas análises realizadas por
classes mais altas, tendo menores necessidades com
Villaça na cidade de São Paulo apresentam resultados
relação a tempo e distâncias a serem vencidos, além das
expressivos, indicando a presença da ampla discrepância
melhores estruturas estarem próximas de suas moradias
nas
e de seu traslado.
classes
sociais
existentes
pela
cidade,
caracterizados pela imposição das classes mais altas sobre as classes mais baixas, demonstradas pelas enormes vantagens em suas áreas em equipamentos cedidos pelo Estado, ao mesmo tempo em que as classes menos favorecidas são prejudicadas até mesmo pela legislação
vigente
imposta,
comprovando
que
a
segregação não está apenas no campo econômico, da mesma forma ligada a fatores de poderes políticos, econômicos e sociais. Vale ressaltar os aspectos sobre a localização e tempo gerados por esta segregação espacial, em tarefas no dia a dia onde os deslocamentos, trabalho, escola, compras, lazer, são mais próximos para as
140
De outra forma, as classes baixas necessitam de grandes deslocamentos para chegar a seus trabalhos, visto que os seus empregos encontram-se espalhados pela cidade, criando um efeito conhecido como “efeito pendular”, que consiste diariamente no movimento casa ao trabalho, trabalho para casa, casa para escola, escola para casa, necessitando do transporte público, que, em que, em sua maioria, se encontra deficitário no atendimento a essas necessidades, causando perdas enormes de produtividade, tempo e qualidade de vida. (VILLAÇA, 2012)
Figura 101 - Melhores condições no transporte público Imagem: Luciana Bonadio/G1
141
Desta forma, fica evidenciada a posição
resultados, através de sua força articulam e pressionam
tomada pelo Estado em gerir vias para o transporte
o poder político muito mais para as suas necessidades,
individual, que de certa maneira privilegia as classes mais
principalmente por sua força política.
favorecidas, que precisam de poucas distâncias para sua locomoção deixando para depois o transporte público e sua estrutura, necessária para a grande maioria da população. O poder político, ressaltado anteriormente, reflete de imediato nas atitudes tomadas pelo governo na gerência do município e que trata com diferença os problemas de cada classe social. Assim, a classe mais alta depende muito mais da força do mercado, que como
142
A disparidade das diferentes necessidades das classes sociais reflete diretamente na formação das cidades em seu todo, visto que as necessidades das classes mais altas, muitas das vezes não atendem em nada as necessidades das classes sociais menos favorecidas. (VILLAÇA, 2012)
Figura 102 - Excesso de VeĂculos Particulares Fonte: PASTRINHO
143
“O controle do tempo de deslocamento é a força mais poderosa que atua sobre a produção do espaço urbano como um todo, ou seja: sobre a forma de distribuição da população e seus locais de trabalho, compras, serviços, lazer, etc. Não podendo atuar diretamente sobre o tempo, os homens atuam sobre o espaço como meio de atuar sobre o tempo. Daí decorrem a grande disputa social em torno da produção do espaço urbano e a importância do sistema de transporte como elemento da estrutura urbana. Daí decorre também a segregação como um mecanismo espacial de controle dos tempos de deslocamentos. ” (VILLAÇA, 2012, p 56)
144
145
DIAGNÓSTICO ÁREA DA INTERVENÇÃO
146
O Local
A área de estudo fica localizada na região sul da cidade, nas proximidades da Rua Henrique Cabral de
também
Vasconcelos, local de extrema importância para os
empreendimentos que serão instalados na região.
moradores da região, que constitui a maior parte da população da cidade e que produz uma centralidade exponencial, necessitando de melhorias pontuais para
147
atender a demanda de seus moradores atuais, como aos
futuros
previstos
para
os
novos
Figura 103 - Estado de São Paulo, Município de SJBV, Área da Intervenção - Fonte: Google Earth, FGMF, 2014
148
Alterada pelo Autor
Diagnóstico da Área
Como
ocorreu
na
grande
maioria
dos
Cabral de Vasconcelos e toda conexão existente através
municípios brasileiros, a cidade de São João da Boa Vista
de sua extensão. Em uma análise rápida podemos
cresceu de forma desordenada. Agentes geográficos e
elencar problemas relacionados ao trânsito, deficiência
políticos foram decisivos para o desenvolvimento da
em equipamentos públicos, lazer e principalmente em
malha urbana da cidade na direção sul. Abordando este
transporte público.
tema, definimos como área de estudo a Rua Henrique
149
Figura 104 - Área do Estudo – Local da Implantação do Terminal Fonte: Google Earth, Elaboração Própria
150
Levantamento Fotográfico .
Figura 107 - Inicio da Avenida Henrique C. Vasconcelos
Figura 106 - Passeio Público do local
Figura 105 - Excesso de transporte particular
Fonte: Acervo Pessoal
Fonte: Acervo Pessoal
Fonte: Acervo Pessoal
Imagem 1 - A região sul com
Imagem 2 - As calçadas em toda sua
Imagem 3 - Para acessar serviços e
aproximados 32mil hab., tem como
extensão variam de 1,2m a 1,5m,
empregos
seu principal acesso à rua Henrique C.
com diversas configurações além de
regiões da cidade, a maioria da
Vasconcelos, que em horários de pico
diversas
população utiliza veículos particulares,
fica sobrecarregada por conta dos
desconforto e perigo aos usuários.
congestionamentos.
151
obstruções,
causando
existentes
em
que sobrecarregam o trânsito.
outras
Figura 109 - Afunilamento de Transito – Rua João Marcondes Neto
Figura 110 – Grandes Terrenos Residenciais.
Figura 108 - Espaços subutilizados Fonte: Acervo Pessoal
Fonte: Acervo Pessoal
Fonte: Acervo Pessoal
Imagem 4 - A característica comercial
Imagem 5 - O afunilamento do
Imagem 6 - A Praça Isaura Teixeira de
da área predomina por sua extensão,
trânsito nas proximidades da nova
Vasconcelos divide a rua em dois
porém
loja do Supermercado Sempre Vale,
sentidos, com a instalação do centro
dimensões estão vazios ou à venda,
contribui
comercial
estando em áreas estratégicas e de
sobrecarregado,
melhoria para a região.
travessia de pedestres de um lado
instalada uma base da PM, o que
ao outro da avenida.
trouxe uma nova dinâmica para o local,
alguns
lotes
de
grandes
para
um
trânsito
dificultando
a
da
Supermercado
nova Sempre
loja Vale,
do e
podendo ser reestruturada com a instalação do terminal sul.
152
Organização Viária Como
maneira
de
organização das vias existentes na cidade foram utilizados os parâmetros
criados
pela
Companhia de Engenharia de Trafego (CET), da cidade de São Paulo, sendo que a tabela ao lado resume estas informações. A organização
viária
reflete
diretamente no diagnóstico dos eixos de mobilidade. Na área da intervenção, esta análise poderá ajudar a identificar eixos com melhores
condições
transporte
coletivo,
para
o
atendendo
uma maior demanda de usuários. (FGMF, 2014)
Figura 111 - Tabela de Organização Viária Fonte: FGMF, 2014, pag. 50
153
Figura 112 - Detalhe Mapa Organização de Vias Fonte: FGMF, 2014. Alterado pelo Autor
A organização viária na região do estudo
demais regiões. As demais ruas da região são
apresenta a Rua Henrique Cabral de Vasconcelos como
organizadas em Rede Viária Local, Rede Viária Coletora
uma Rede Viária Estrutural – Classe II, com sentido a
– Classe I e II, com destaque para a Avenida Prof. Isette
centro/bairro. No sentido bairro/centro, a Rua Elias
Correia Fontão, que tem importante papel como conexão
Gonçalves também se enquadra como uma Rede Viária
a SP-342 ligando os bairros distantes da zona sul a outras
Estrutural – Classe II, sendo estas ruas as principais vias
regiões.
de ligação interna entre os bairros da zona sul e as
154
Situação do trânsito atual
Como forma de entendermos o fluxo de
fundamental na qualidade de vida e no custo diário da
trânsito atual, utilizamos o site Google Maps, na opção
população. O tempo, o desgaste, entre tantas outras
trânsito, que apontou em diversos horários em um dia da
importantes questões devem ser amplamente abordados
semana, o comportamento e a intensidade do trânsito nos
para encontrar soluções viáveis e que estabeleçam
principais acessos de ligação à região sul.
outros modais como peça fundamental para a articulação
As questões de trânsito nos dias atuais são temas amplamente discutidos e devem ser observadas de perto pelos órgãos competentes e por toda a população. As grandes distâncias a serem percorridas pela população são tratadas como um elemento
155
das distâncias, bem como, a melhoria nos equipamentos públicos e serviços mais próximos de pontos estratégicos que podem ser dinâmicas fortes na melhoria dos resultados relacionados à distância e ao trânsito. (USPCIDADES, 2016)
Figura 114 - Transito típico - Horário 9hs
Figura 113 - Transito típico - Horário 12hs
Imagem 1, com referência ao horário próximo às 9hs, o trânsito na Rua Henrique Cabral de Vasconcelos, é intensificado nas proximidades das duas lojas do supermercado Sempre Vale, podendo ser configurado pela carga e descarga de caminhões de fornecedores. Importante destacar que nas proximidades da praça
Imagem 2, a referência foi o horário próximo às 12hs, onde apresenta um fluxo lento na proximidade da entrada da Rua Henrique C. Vasconcelos e nas proximidades do Jardim Flamboyant.
em frente à nova loja, há uma incidência de trânsito que é causado pelo afunilamento das vias nas proximidades da região Fonte: GOOGLE MAPS, 2018
156
]
Figura 116 - Transito típico - Horário 17hs
Imagem 3, a referência é o horário das 17hs, que apresenta maior lentidão no sentido centro/bairro. No sentido bairro/centro a concentração de transito é causada pelo afunilamento na altura da Rua João Marcondes Neto, sendo considerado como um dos períodos mais problemáticos para o trânsito no local.
Figura 115 - horário típico – horário 20hs
Imagem 4, horário 20hs, o trânsito continua apresentando menor fluidez em ambos os sentidos nos principais entroncamentos, como nas lojas do Supermercado Sempre Vale e no afunilamento da Rua João Marcondes Neto.
Fonte: GOOGLE MAPS, 2018
157
Transporte Coletivo
Um
dos
principais
e
mais
importantes
Boa Vista. O site cittamobi.com.br, forneceu informações
elementos de mobilidade, o transporte coletivo é peça
relevantes quanto a percursos, distancias e previsão de
chave para análise e desenvolvimento para este estudo.
tempo para viagem. Outra forma de elaboração do
Alguns parâmetros foram utilizados para elaboração e levantamento de dados referentes ao sistema de transporte público da cidade de São João da
158
conteúdo foi realizada in loco, onde foi possível analisar a qualidade dos veículos, trajeto, entre tantos outros fatores importantes para utilização do transporte público.
Figura 117 - Linhas disponĂveis de transporte pĂşblico na cidade e as ares de impacto Fonte: FGMF, 2014
159
Figura 118 - Linhas disponĂveis de transporte pĂşblico na cidade e as ares de impacto Fonte: FGMF, 2014
160
Figura 119 - Linhas de transporte sentido Centro/ Bairro
Imagem 1, Linha de Transporte sentido
Imagem 2, Linha de Transporte sentido
Imagem 3, Linha de Transporte sentido
DER via Jardim das Tulipas
DER via Jardim Amoreiras
DER via Jardim Resedás e Jardim das Rosas
São transportados por mês 260.000 passageiros
busca de serviços indisponíveis na região sul. A cidade
pelo sistema de transporte público coletivo sanjoanense,
concentra grande parte de seus empregos no setor comercial
estima-se que 6.000 moradores da região sul utilizam o
e de serviços, que oferecem 61,8% das oportunidades de
transporte diariamente em grande parte para ida a região
trabalho para a cidade, a maioria localizada no centro.
central. Os deslocamentos são motivados por empregos ou em Fonte: UPSCIDADES 2016, CITTYMOBI, 2018 Alterado pelo autor
161
Figura 120 - Linhas de Transporte sentido Bairro/Centro
Imagem 3, Linha de Transporte sentido
Imagem 1, Linha de Transporte sentido Jardim das Tulipas para Terminal Urbano
Imagem 2, Linha de Transporte sentido
Jardim Resedás e Jardim das Rosas
Jardim Amoreiras para Terminal Urbano
para Terminal Urbano
O transporte público sanjoanense começa a operar
Os custos de transporte para um cidadão com necessidades
as 5:30hs, encerrando as 23hs, em média uma viagem saindo
de ir e voltar ao centro uma vez por dia, pode ser de R$ 176,00
do terminal rodoviário até o bairro mais distante da região sul,
por mês. O tempo e o custo incentivam a utilização de
percorre aproximados 8km, com tempo aproximado de 35
transporte de veículos particulares.
minutos sentido ida, segundo o aplicativo Cittymoby, podendo chegar a 60 minutos em horários de trânsito intenso na região. '
Fonte: UPSCIDADES 2016, CITTYMOBI, 2018 Alterado pelo autor
162
Alguns são
relevantes
melhoria
do
público
pontos para
a
transporte
sanjoanense,
diminuir o tempo e as distâncias de traslado é vital
para
manter
o
interesse da população na utilização público.
do A
transporte disparidade
entre o tamanho das vias e os veículos atuais causam transtornos em diversos locais, além da dificuldade e
manobras
e
do
consumo.
Figura 121 - Transporte Público de Boa Qualidade, porém não atrativo Fonte: FGMF, 2014. Site guiasaojoao.com.br, 2018. Pedro Mota, 2018
163
Análise do Transporte público
A utilização do aplicativo Cittymobi, apresenta
causando a dependência cada vez maior da utilização de
recursos importantes para os usuários do transporte
veículos particulares. O baixo número de habitantes em
coletivo da cidade, desde informações quanto à distância,
novos bairros, gera períodos de baixa demanda, não
localização do veículo, entre outros. Outros recursos
interessante à empresa de transportes, devido aos
como
variar
custos. O número de trabalhadores na região central e
significativamente em horários de grande demanda,
em outras partes da cidade, cria uma rede de transportes
resultado das grandes distâncias a serem vencidas no
ineficiente, atendendo a um número pequeno da
trajeto, bem como a situação do trânsito no momento. Em
população. O resultado desse modelo cria longos trajetos
uma análise superficial, aponta que o crescimento da
e descontentamento nas viagens. O reflexo dessa
cidade, principalmente sentido região sul (com a
deficiência, nos bairros distantes ajuda a crescer o
implantação de novos empreendimentos imobiliários)
número de veículos particulares da cidade, que possui
resultem em maiores distâncias e tempos para o
atualmente aproximados 65 mil unidades.
tempo
de
viagem,
tendem
a
translado, o que somará ao serviço ineficiente atual,
Para que se torne amplamente utilizado, o transporte precisa sofrer implacável reconceituação como conveniência e não como simples veículos de recolhimento de pessoas. Ou, mais exatamente, embora algumas rotas devam permanecer -, o sistema precisa se concentrar nas raras oportunidades onde possa oferecer uma experiência melhor do que dirigir. Essas poucas linhas deveriam ser destinadas a um nível mais alto do serviço e oferecidos somente se certas condições forem atendidas, ou seja, o que falta em muito transporte público hoje: urbanidade, clareza, frequência e prazer. (SPECK, 2011, pag. 143)
164
165
TIPOLOGIA URBANA ÁREA DA INTERVENÇÃO
166
Taxa de Ocupação Segundo
o
Plano
Diretor da cidade, no anexo IV, onde trata a respeito da Taxa de Ocupação, determina o valor de 80% de taxa de ocupação para todos os lotes, salvo lotes que se enquadram na Lei nº 312, de 19 de setembro de 1995. (SÃO JOAO 2050, 2016). A área da intervenção apresenta diversos tipos de taxas de
ocupação,
terrenos
principalmente
amplos
pouco
edificados. A Taxa de Ocupação de
um
lote
importante
configura ferramenta
uma que
determina questões benéficas ou nocivas quanto à ocupação do espaço
no
território.
(FGMF,
2014) Figura 122 - Mapa Taxa de Ocupação Fonte: FGMF, 2014. Alterada pelo Autor
167
Gabarito de Altura
Por extensão
toda
da
intervenção,
área
de
observa-se
que o Gabarito de Altura das
edificações
é
predominantemente de 1 a 2
pavimentos,
lotes
poucos
apresentam
edificações com mais de dois pavimentos. Na Rua Henrique C. Vasconcelos, grande
parte
é
de
comércios na parte térrea e de residências na parte superior. No restante da área,
as
edificações
térreas
são
predominantes.
Figura 123 - Mapa de Gabarito de Altura das Edificações
168
Fonte: FGMF, 2014. Alterada pelo Autor
Uso e Ocupação O
mapa
de
uso
e
ocupação do solo é um dos principais materiais de análise que ajudam a entender a expansão e o desenvolvimento de uma região. Analisando a área do recorte, notase
a
Rua
Henrique
C.
Vasconcelos, como importante via comercial e de acesso, exercendo a centralidade linear. A região da rua é prioritariamente comercial, já as
ruas
representadas
adjacentes pelo
são grande
número de residenciais, indicando o setor consolidado de uso misto. O local escolhido para implantação do terminal é envolto de comércios e atividades, o que torna o local, ponto estratégico para o transporte público.
169
Área do novo Terminal
Figura 124 - Mapa de Uso e Ocupação Fonte: FGMF, 2014. Alterada pelo Autor
Cheios e vazios
Analisando
o
mapa de cheios e vazios do recorte
da
intervenção,
área
de
identificamos
diversos tipos de ocupação das edificações. Apresenta diversos meios de quadras não
edificados.
Destaque
para a região central da intervenção
onde
se
concentram
grandes
lotes
com pouca ocupação do solo, apresentando ser uma característica da região.
Figura 125 - Mapa de Cheios e Vazios
170
Fonte: FGMF, 2014. Alterada pelo Autor
Figura 126 - Mapa de Equipamentos Urbanos Fonte: FGMF, 2014. Alterada pelo Autor
Equipamentos Urbanos Os equipamentos públicos em destaque no mapa
serviços
deficitários e ausentes refletirá diretamente
acima, demonstram uma real necessidade da melhoria e
no dia a
dia dos cidadãos, além de fomentar a
aprimoramento de tais equipamentos não somente na área do
centralidade existente na rua Henrique C.
estudo como em toda região sul. A urgência na implantação de
Vasconcelos.
171
Figura 127 - Mapa Densidade Demográfica
Densidade Demográfica
Fonte: FGMF, 2014. Alterada pelo Autor
A eficiência de uma cidade é ajudada por sua
nos acessos a diversos equipamentos. Na região do estudo
capacidade em equilibrar a distribuição social, econômica e
poucas áreas apresentam densidade demográfica superior a
ambiental e isso é possível em cidades mais compactas. O
80 hab./ha, o que é um reflexo de toda extensão do município
reflexo é sentido em menores deslocamentos, que como
o que a torna minimamente equilibrada. (FGMF, 2014)
resultado tendem a poluir menos e principalmente a melhoria
172
Figura 128 - Mapa Renda Média Domiciliar Fonte: FGMF, 2014. Alterada pelo Autor
Renda Média Domiciliar Uma das análises mais preocupantes é observada
que as classes de mais altas se concentram na região leste da
na expansão mais ao sul de novos loteamentos, em grande
cidade preponderantemente. Buscar o equilíbrio social
parte destinada a baixa renda. Esta concentração em conjunto
evitando a gentrificação e a criação de guetos é uma maneira
com a baixa densidade, a ausência e a distância da região
de estabelecer a vida urbana eficiente e segura. (SAOJOAO
central para uso de equipamentos, se não for revista, pode
2050, 2016)
consolidar uma segregação espacial baseada em renda, visto
173
Figura 129 - Mapa de Previsão de Novos Loteamentos na Zona Sul Fonte: FGMF, 2014. Alterada pelo Autor
Novos Loteamentos na Região Sul
Dos 27 novos empreendimentos, 21 encontram-se
habitantes, ou seja, 47% da população da cidade, agravando
na região sul. Dos 13854 lotes, 11957 lotes, 86 % do total,
ainda mais a falta de equipamentos urbanos, transporte público
estão destinados para área, o que evidencia a consolidação de
e aumento nas distâncias a serem percorridas. E o pior,
um padrão ineficiente de ocupação territorial. Com essa
aumentando significativamente a segregação espacial e de
estimativa, a população da região poderá chegar a 40.000
renda que ocorre atualmente.
174
Figura 130 - Mapa Renda Média Domiciliar Fonte: FGMF, 2014. Alterada pelo Autor
Mapa do Zoneamento Urbano Fechando os mapas do diagnóstico da área de
maneira a fazer a ligação com respeito aos tipos de moradias
estudo, o Zoneamento Urbano previsto no plano diretor, define
existentes e previstas na região sul, fundamentando a
as regiões e suas características de habitação e foi usado de
tendência de segregação espacial por renda da cidade.
175
Fato inquietante é que a dispersão da cidade parece não ter barreiras, onde as forças são predominantemente de distensão, pontuando, conflitos entre as condições de acesso e a ocupação e o uso da terra urbana. As manchas urbanas parecem movimentar-se continuamente “para fora”, num deslocamento centrifugo, produzindo excentricidades que expulsam as pessoas do tecido consolidado e referencial de urbe. (DA SILVEIRA, 2014)
176
177
PROJETANDO
178
O papel do transporte público para os moradores
Como mecanismo de pesquisa foi utilizado a Radiografia SJBV – Consulta Pública, realizado pela USP Cidades para o plano São João 2050. Foram 21 reuniões de bairros, realizadas entre os meses de maio e junho de 2015, com o principal objetivo de garantir uma maior participação dos cidadãos na revisão do Plano Diretor da cidade. Esta foi uma das etapas do processo de construção conjunta do Plano SJBV2050. Nas reuniões de bairro com a população, foi aplicado um questionário conforme uma estrutura de eixos previamente definida pela equipe do USPCidades/FDTE. Os participantes (407 de 88 bairros) foram instruídos a responder a pesquisa de maneira aberta considerando o que necessita ser melhorado no município em relação aos mais diversos aspectos envolvidos em cada um dos eixos estruturadores. (SÃOJOÃO2050, 2016) Destaca-se as questões de mobilidade:
Figura 131 - Problemas de Mobilidade e Transporte Público Fonte: SÃOJOAO2050, 2016. Alterada pelo Autor
179
O reflexo de um transporte público não eficiente fica evidente na pesquisa. O número pequeno de linhas juntamente com poucos horários, além da demora em chegar ao destino, refletem diariamente na rotina dos moradores da cidade. O desinteresse pela utilização dos transportes públicos cria a necessidade versus tempo, de se possuir um veículo particular, para diminuir a distância e o tempo para demandas do dia a dia. Isso reflete diretamente na quantidade de veículos nas ruas, principalmente em horários de pico, causados pelo movimento pendular dos
Figura 132 - Transportes mais utilizados. Fonte: SÃOJOAO2050, 2016. Alterada pelo Autor
cidadãos. O reflexo é direto, tanto no trânsito, na qualidade de vida, quanto financeiro. Tornar o sistema de transporte público atraente e eficiente passa a ser um desafio para os próximos anos da cidade.
Figura 133 - Mobilidade Urbana - Menos veículos Particulares Fonte: compra sustentável, 2018
180
Forças e Fraquezas
Um
material
importante para a produção da
proposta
é
elencar
características presentes na área
da
intervenção
entender
e
suas
potencialidades
atuais
e
seus limitadores. Entre as forças
apresentadas,
a
centralidade existente cria a oportunidade em explorar de
maneira
positiva
no
projeto. Entre as fraquezas, fica evidente a questão de falta
de
equipamentos
públicos na região e a necessidade de melhoria no transporte público.
181
CAPITULO II – DOS PRINCIPIOS GERAIS
Instrumentos do Plano Diretor
O plano diretor, é um instrumento democrático, capaz de projetar cidades e suas comunidades com qualidade urbana para toda a
população,
preservando
a
qualidade
ambiental de suas cidades. É o instrumento
II – Inclusão social, compreendida como garantia de acesso a bens, serviços e políticas sociais a todos os munícipes;
Art. 5º - São objetivos gerais decorrentes dos princípios elencados:
III – direito a Cidade para todos, compreendendo o direito à terra, urbana, a moradia, ao saneamento ambiental, a infraestrutura, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer;
II – Elevar a qualidade de vida da população, particularmente no que se refere a saúde, a educação, a cultura, as condições habitacionais, a infraestrutura e aos serviços públicos, de forma a promover a inclusão social, reduzindo as desigualdades que atingem diferentes camadas da população e região da cidade:
VII – universalização da mobilidade e acessibilidade;
Art. 6º - Para sua eficácia, a política de ação do Plano Diretor terá por objetivos específicos:
VIII – prioridade ao transporte coletivo público;
IV – Implantar um sistema viário que assegure fluxo mais dinâmico no trafego de veículos, visando reduzir o tempo de deslocamento entre os bairros, bem como entre os bairros e o centro:
legítimo na promoção das injustiças e do modelo
social
e
de
economia
em
desenvolvimento, assegurando as melhores condições em qualidade de vida para seus moradores. (VILLAÇA, 2012) Em São João da Boa Vista, o novo Plano Diretor, foi instituído em 16 de outubro de 2006, pela lei complementar nº 1926, abordando diversos mecanismo da gestão pública municipal. Com base em suas leis, foram
elencados
alguns
mecanismos
possíveis a serem utilizados com referência ao estudo proposto. (SAOJOAO 2050, 2016)
182
CAPITULO III – DOS OBJETIVOS GERAIS E ESPECIFICOS
TITULO II – DA POLITICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO CAPITULO I – DOS OBJETIVOS DA POLITICA URBANA Art. 8° - É objetivo de a Política Urbana ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da Cidade e o uso socialmente justo e ecologicamente equilibrado e diversificado de seu território, de forma a assegurar o bem-estar equânime de seus habitantes mediante: Parágrafo único – São Funções sociais do Município de São João da Boa Vista: III – facilitar o deslocamento e acessibilidade com segurança e conforto para todos, priorizando o transporte público coletivo; Art. 9º - A política Urbana obedecera às seguintes diretrizes; VI – A oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transportes e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da população;
TITULO III – DAS ESTRATEGIAS DE DESENVOLVIMENTO Art.° 41 – Este Plano Diretor é composto das seguintes estratégias: I – Estratégia da Estruturação Urbana Art.º 42 – A estratégia de Estruturação Urbana tem como objetivo geral promover a estruturação do Município e sua integração regional. Parágrafo único – Constituem princípios básicos da Estratégia de Estruturação Urbana: IV – Direcionamento da ocupação do Município articulada, prioritariamente, no tange ao transporte, infraestrutura, equipamentos urbanos, uso e ocupação do solo e integração regional. V – Decentralizar comercio e serviços básicos, permitindo que cada bairro tenha pelo menos uma rua comercial.
Diretrizes Projetuais
A partir do referencial teórico dos estudos de casos
seguidas. Para atender as necessidades encontradas, foram
e com o diagnóstico elaborado da área, podemos relacionar
distribuídos em três apoios que facilitam a estruturação e
suas virtudes e problemas, e com isso, desenvolver as
norteiam o desenvolvimento do projeto.
Diretrizes Projetuais como direção nas estratégias a serem
183
Diretrizes e Estratégias Diretriz:
Diretriz:
Diretriz:
Mobilidade
Sociabilidade
Comércio
Estratégias: 1. Redução das pistas de
Estratégias: 1. Tornar os espaços
Estratégias:
rolagem, dando preferência ao transporte
públicos
2.
implantação de novos serviços, como
público.2. Criação do Terminal Urbano da
Instalação de mobiliário urbano.
3.
bancos
Zona Sul. 3. Ampliação das áreas de
Melhoria na iluminação pública. 4.
prefeitura. 2. Aumentar a demanda de
passeios públicos. 4. Criar uma nova conexão
Incluir vegetação arbórea de médio e
empregos na região. 3. Estimular a
entre a zona sul e a cidade, utilizando o
grande porte, impactando no conforto
integração entre comércio e espaços
transporte
ambiental.
públicos. 4. Fomentar a centralidade
estruturador.
público
como
elemento
bicicletário.
mais
5.
convidativos.
Instalação
de
e
1.
Estimular
departamentos
a da
existente.
Em termos mais universais, pode-se dizer que quem vive numa cidade quer ter acesso a tudo que ela oferece. Se a vasta maioria dessas coisas não pode ser alcançada, convenientemente, por transporte público, quem pode compra carro e acaba dirigindo na cidade. Conforme cresce, a cidade cresce em torno do carro. A estrutura dos bairros se dissolve e suas ruas se alargam. Caminhar se torna menos proveitoso e agradável e, logo, menos provável ou mesmo imaginável. (SPECK, 2012. Pag. 130)
184
Caixa de Ferramentas
Os princípios utilizados como instrumento para o
pessoas. Estes critérios de qualidade estão diretamente
desenvolvimento da proposta para a intervenção na rua
ligados ao respeito a paisagem do pedestre, a cidade ao nível
Henrique Cabral de Vasconcelos, foram os doze critérios de
dos olhos.
qualidade descritos por Jean Gehl, no livro Cidade para
185
CONFORTO PROTEÇÃO:
OPORTUNIDADES PARA CAMINHAR
OPORTUNIDADES PARA VER
. Espaço para caminhar
. Distancias razoáveis para observação
PROTEÇÃO CONTRA O TRÁFEGO E ACIDENTES – SENSAÇÃO DE SEGURANÇA
. Ausência de obstáculos . Boas superfícies
. Linhas de visão desobstruídas
. Proteção aos Pedestres
. Acessibilidade para todos
. Vistas Interessantes
. Eliminar o medo do tráfego
. Fachadas Interessantes
. Iluminação (quando escuro).
OPORTUNIDADES PARA PERMANECER EM PÉ
OPORTUNIDADES PARA OUVIR E CONVERSAR
. Efeito de transição/zonas atraentes para permanecer em pé/ficar
. Baixos níveis de ruído
PROTEÇÃO CONTRA O CRIME E A VIOLÊNCIA – SENSAÇÃO DE SEGURANÇA . Ambiente público cheio de vida . Olhos da rua . Sobreposição de funções de dia e à noite . Boa Iluminação
. Apoios para pessoas em pé OPORTUNIDADES PARA SENTAR-SE . Zonas para sentar-se . Tirar proveito das vantagens: vista, sol, pessoas. . Bons lugares para sentar-se . Bancos para descanso
186
. Mobiliário urbano com disposição para paisagens/para conversas.
PRAZER: ESCALA . Edifícios e espaços projetados de acordo com a escala humana OPORTUNIDADE DE APROVEITAR OS ASPECTOS POSITIVOS DO CLIMA . Sol / sombra . Calor / Frescor . Brisa EXPERIENCIAS SENSORIAIS POSITIVAS
OPORTUNIDADES PARA BRINCAR E PRATICAR ATIVIDADE FISICA
. Bom projeto e detalhamento
. Convites para criatividade, atividade física, ginastica e jogos
. Ótimas vistas
. Durante o dia e à noite . No verão e no inverno
. Bons materiais
. Árvores, plantas, água
Referências em Terminais Urbanos
Umas das referências de projeto foi o Terminal de ônibus
Dra.
Evangelina
de
Carvalho Passig, realizado pelo escritório 23 SUL Arquitetura na cidade de Ribeirão Preto, que prima por um desenho leve, que permitisse a ampla visibilidade do rio e do parque dentro da estrutura. Seu programa buscou atender necessidades básicas de um terminal urbano e de seus usuários, contendo plataformas de
embarque,
bilheteria,
sala
lanchonete, de
espera,
sanitários, sala de segurança, vestiários, administração,
depósitos, fraldário
e
bicicletário.
Figura 134 - Planta Baixa
187
Fonte: 23SULArquitetura
Figura 135 - Terminal de Ônibus Dra. Evangelina de Carvalho Passig
188
Fonte: 23SULArquitetos
Outra referência utilizada para o desenvolvimento do programa de necessidades de um terminal rodoviário, foi o projeto realizado pelo escritório
Turco
Bahadir
Kul
Architetcts, realizado na cidade de Nevsehir, Turquia. O terminal de Ônibus Nevsehir, foi instalado a 5km do centro da cidade e buscou atender um
programa
mais
amplo,
não
somente as necessidades básicas de um terminal. Nele foram distribuídas lojas, escritórios, supermercado e até uma mesquita. O
programa
de
necessidades estipulado no projeto busca ampliar as relações possíveis entre o novo terminal e a zona sul, possibilitando um número maior de serviços inseridos juntamente ao projeto.
Figura 136 – Implantação
189
Fonte: BAHADIR
Figura 140 – Embarque e Desembarque
Figura 139 - Planta Baixa Térreo
Figura 139 - Planta Baixa 1º Pavimento
Figura 139 – Fachada Frontal
190
Fonte: BAHADIR
Mobilidade – Transporte Público
O transporte público tem papel fundamental para o
O transporte público eficiente é um instrumento
bom desenvolvimento de cidades inclusivas. Cidades como
indutor social, em seu espaço se reproduz ambientes de troca
Curitiba implantaram um sistema eficiente de transporte
e contato, não alcançáveis por transportes particulares. Investir
coletivo, “metrô com rodas de borrachas”, que são de maneira
em transporte público bem planejado, pode influir nos mais
geral mais econômicos, suas implantações apresentam menos
jovens para dirigir menos e optar por caminhadas em um futuro
custos com relação a outros transportes e tem a capacidade de
próximo. (SPECK, 2012)
transportar grandes quantidades de pessoas. (GEHL, 2010)
Em suma, o imperativo do transporte competitivo tem um lado duro, difícil, e um lado suave. O lado difícil trata de não desperdiçar o tempo das pessoas e o lado suave trata de fazelas felizes. Se conseguir fazer os dois, aí sim, vai tirar as pessoas de seus carros (SPECK, 2012, pag. 144)
191
Figura 141 - Sistema de Transporte PĂşblico de Curitiba-PR
192
Fonte: CBN, 2018
Mobilidade – Sistema BHLS (Bus with High Level of Service)
O desafio passa a ser a inversão deste sentimento. Não somente em São João, como em grande parte das cidades do Brasil, é nítido a adversidade criada na imagem do transporte público em relação aos carros particulares e até mesmo a outros tipos de transporte público. É possível afirmar que o transporte existe, atende a parte da população, mas a impressão quando se vivencia o dia a dia da cidade, é que, sim ele existe, mas para quem? A grande maioria da população não considera o transporte público nem como segunda opção de locomoção e um dos principais motivos são: desconforto, ineficiência, além da insegurança. Em contrapartida o veículo particular oferece status, liberdade individual, rapidez, conforto e passa a ser um grande desafio contrapor seu uso.
193
Como aumentar a preferência dos moradores da região sul pelo transporte público? É evidente que apenas trocar os veículos existentes, por veículos mais atuais, seguros e confortáveis não resolveria a questão. A muito tempo a cidade de São João muda seus operadores de transporte público, muda seus veículos, e o reflexo é, um sistema ineficiente e cada vez, menos utilizado. Criar a imagem e o sentimento de um serviço mais seguro, confortável, eficiente junto a modernidade, com facilidade no uso e acessível, podem elevar os níveis de confiança dos cidadãos e melhorar a integração urbana frente aos novos serviços. O que pedimos é um voto de confiança de que é possível melhorar.
Desenvolvido no Brasil, o sistema de BRT foi criado
Em 2014, a segunda maior cidade do estado do
em 1974, na cidade de Curitiba-PR, que observou o
Paraná, Londrina em meio ao processo de estudos para
crescimento da cidade e propôs oferecer um serviço de
implantação do BRT, se deparou com os custos para a
transporte eficaz, eficiente e com baixo custo em relação a
efetivação da obra. Os técnicos Embarq Brasil, alertaram
instalação de linhas de metrô.
quando a possível ociosidade do sistema em cidades do porte
O sistema foi expandido a diversas outras cidades, não só na América do Sul, como no Canadá, EUA e Austrália. Entre tantas definições sobre o sistema BRT a que melhor define é “Metro sob pneus”. Suas estações as vias de trafego, veículos, integrado a um sistema flexível, foram capazes de criar a imagem de que é possível melhorar o sistema de transporte público.
de Londrina. Os levantamentos apontavam que a cidade com quase 500 mil habitantes, teria que atingir 90% da capacidade do sistema para que o mesmo fosse viável e principalmente não se torna o serviço caro ao cidadão. (Bonde, 2014). O então prefeito da cidade na época optou pelo cancelamento do BRT, para instalar o sistema BHLS, já utilizado em diversas cidades europeias. O auxilio gratuito da ONG WRI, criada pelo exprefeito de Nova York, Michael Bloomberg foi quem apresentou
Porém não existe formula definida, o dinamismo da
o novo sistema. Segundo o ex-prefeito de Londrina, “o novo
cidade precisa ser acompanhado de perto transporte público.
sistema também tem vias exclusivas, mas necessita de muito
O sistema BRT, oferece a grandes cidades, com pomposos
menos investimento e não tem chance de encarecer a tarifa”.
orçamentos uma solução possível. Porem quando imaginamos
(Bahia, 2018)
cidades menores com populações entre 100 mil a 500 mil habitantes, o custo de implantação do BRT passa a ser um problema.
194
O sistema BHLS são inspirados no conceito de BRT,
aproveita melhor a estrutura existente, aliando elevada
utilizando os mesmos princípios: associar as vantagens dos
qualidade e flexibilidade. Em diversas cidades onde o sistema
modos ferroviários (rapidez, conforto, regularidade, imagem)
BHLS é utilizado, os ônibus possuem prioridade em todas os
às vantagens do modo BRT (flexibilidade, proximidade, menor
cruzamentos, através de conexão semafórica.
custo). (Transporte, 2010)
Outra característica importante é que o sistema
Então qual a diferença entre os dois sistemas? O
opera com pontos em nível e também é possível a compra do
primeiro criado no Brasil é reconhecido pela elevada
bilhete no próprio ônibus além de eficiente serviço de
capacidade de transporte, aliados a um sistema eficiente. O
informação ao usuário.
segundo associa a qualidade do BRT a regularidade,
das atividades do BHLS para o ano de 2019. Outra cidade que
frequência, qualidade e integração com o ambiente urbano
está em fase de estudos para implantação do sistema BHLS é
tendo
infraestrutura
Niterói –RJ. O BHLS está iniciando seus serviços no Brasil,
adequada a cidades de pequeno porte. Os veículos e as
com grande possibilidade de atender a demandas de cidades
condições operacionais, possibilitam um transporte regular e
com necessidades de transporte de pequeno e médio porte.
três
características
fundamentais:
ajustado às condições urbanas. Em linhas gerais, o BHLS
195
A cidade de Londrina prevê a início
Sociabilidade – Ruas e espaços públicos
Questões de mobilidade e sociabilidade, estão extremamente ligadas a um dos seus principais indutores, a rua. Por muito tempo a rua passou a ser espaço exclusivo e, cada vez mais, para veículos, empurrando os pedestres em calçadas estreitas, conflituosas e inseguras. Hoje em dia diversos conceitos são difundidos a respeito da ocupação desses espaços, um deles é a rua completa, que tem o papel
integradas, com transito mais calmo e seguras com relação ao trafego. (GEHL, 2010) Ruas que priorizam o transporte público e os pedestres transformam a paisagem, juntamente com bons equipamentos público, convidando os usuários a estarem, encontrarem-se e permanecerem.
principal de serem seguras e inclusivas. Foi com a criação das
As vantagens de ruas integradas são relevantes
woonerfs na Holanda, que inicio o desenvolvimento de ruas
para todos, relacionando melhor a cidade com áreas degradadas ou onde o trafego intenso inibem os usuários.
Nas últimas décadas, as ideias sobre reorganização e integração de tipos de tráfego espalharam-se por todo o mundo. A última proposta em relação a categorização de vias é a rua compartilhada, que funciona incrivelmente bem, desde que interpretada como rua onde os pedestres tem absoluta prioridade. (GEHL, 2010, pag. 234)
196
Figura 142 - Ruas que priorizam os pedestres Fonte: GEHL, 2010
197
Comércio – Fachadas ativas
O comercio tem papel fundamental na melhoria do
Em comércios com fachadas ativas a tendência é
espaço urbano. Suas fachadas são elementos chaves nas
que as pessoas diminuam a velocidade e exercitem a
questões de segurança e refletem diretamente nos usos
contemplação do local, ou simplesmente apreciem a exposição
desses espaços. Nos últimos anos as áreas térreas comerciais,
da vitrine. Na contextualização, Gehl (2010, pag. 79) explica
com suas fachadas fechadas, janelas cegas, ajudaram na
que “ao longo dos anos, muitos estudos sobre o impacto da
retirada da vida dessas ruas. A apropriação do espaço público
qualidade do espaço de transição sobre a vida da cidade
em regiões com a presença do comercio, geram ganhos em
apontam para uma conexão direta entre transições suaves e
diversos aspectos, financeiro, social, segurança, entre tantos
cidades vivas. ”
outros. (GEHL, 2010)
198
Figura 143 - Fachadas Ativas e espaços públicos Fonte: Pacheco, 2017
199
200
201
PROPOSTAS
202
A escolha da Forma
usuários, ficando espremido entre as duas vias da Rua Henrique Cabral, o local não oferece atrativos nem espaços
Após análises e estudos já apontados neste trabalho, o local definido para desenvolvimento da proposta de instalação de um terminal de conexão, foi a Praça Isaura
que pudessem ser melhores utilizados pela população, pelo contrário, as vias locais de transito tornam o espaço um mero elemento na paisagem.
Teixeira de Vasconcelos. Compreendido como um local
Transformar o local com uma proposta de terminal
estratégico, tanto para o comércio da Rua Henrique Cabral,
de conexão, é um conjunto de oportunidades para melhorar o
como para o desenvolvimento e melhoria das novas linhas de
transporte público sanjoanense, um desafio que busca entre
transportes propostos no trabalho. Está localizada no centro da
outros, tornar eficiente, atrativo, usual e diferenciado o conjunto
região Sul, o que privilegia a proposta de um terminal de
que fundamentam a escolha daquela localidade.
conexão, juntamente com espaços comerciais e de serviços necessários para o desenvolvimento do projeto.
A vegetação existente, juntamente com a topografia do local, foi o guia para o desenvolvimento do projeto. Parte do
O local esteve por grande parte do tempo
conjunto da vegetação foi mantida, aumentando o desafio. Em
subutilizado, sem função. Porém, em meados do ano de 2014,
uma área de 2373 m², a edificação utilizara 934 m², atingindo
foram instalados novos empreendimentos comerciais nas
39% da área total do lote. A fachada norte do terreno possui
proximidades e uma base da Polícia Militar na praça, trazendo
aproximados 22 m, enquanto a fachada sul, aproximadamente
melhorias para o lugar. O movimento causado pelo comércio e
17 m e as fachadas oeste e leste, cerca de 25 m, cada uma.
a instalação da unidade da P.M., deram ao local uma nova oportunidade, porém o espaço pouco tem a oferecer aos
203
Figura 144- Praรงa Isaura T. Vasconcelos . Fonte: Arquivo Pessoal.
204
Com essas medidas, juntamente com a retirada
permite aos ônibus utilizarem o espaço, o que gerou 8 vagas
mínima da vegetação, foi proposto a implantação de um
de estacionamentos para transbordo dos veículos e resolve um
conjunto de lojas e comércios instalados a 45 º, facilitando a
gargalo existente na região com o atual afunilamento da via no
visão através da rua Henrique Cabral, propondo aumentar a
sentido bairro-centro.
atratividade através da direção. O segundo volume abriga a entrada do terminal, o comércio e departamentos internos, também em 45º. Uma porção maior da área do terreno, localizada a norte, utiliza um balanço como elemento arquitetônico. A topografia do local apresenta um desnível de 3 metros, onde foi instalado todo conjunto descrito.
A área de embarque oferece assentos, espaços de informações, guichês de atendimentos, sanitários, fraldário e a toda a circulação vertical, que se dá por rampas, escadas e elevadores para acesso às lojas e à entrada do terminal. A posição da edificação facilita o conforto do usuário com o sombreamento e a ventilação da área de embarque. Enquanto
A diferença entre a área mais alta, na ponta norte do
na fachada oeste do conjunto de lojas e acesso ao terminal,
terreno, e a parte sul, fica suavizada entre os 120 metros
foram instalados brises em formas triangulares, seguindo a
existentes, criando o movimento de diferença de altura entre o
intenção formal apresentada dentro da proposta de 45º, sem
conjunto de lojas e comércios e a entrada do terminal. Na parte
perder a eficiência no sombreamento. Portanto, as bases para
baixa do terreno, fachada leste, fica a área de embarque e
a elaboração do projeto foi trazer um local atrativo, diferenciado
desembarque dos usuários, fazendo a conexão com o restante
e, principalmente, convidativo, refletindo em uma forma
dos conjuntos. A mudança de direção da faixa de rolagem
inovadora, leve e oblíqua.
.
205
Propostas Terminal de Conexão Isaura T. Vasconcelos
Conceito - Projetar um espaço que convide as pessoas a utilizarem o transporte público, com anexos que possibilitem a instalação de novos serviços. Conectar, aproximar e apropriar.
Partido – Integrar os espaços, atrair novos usos e serviços inexistentes na região, como bancos, setores da prefeitura e comércios, transformar a paisagem, tendo como principal ator o transporte público, elemento primordial e fundamental de indução e de transformação social para todo projeto.
206
Figura 145- Implantação – Terminal de Conexão do Transporte Público Fonte: Elaboração Própria
207
O Terminal de Conexão
importante papel como elemento estruturador social e Localizado na Praça Isaura T. de Vasconcelos, na Rua Henrique Cabral de Vasconcelos, o terminal atenderá grande parte da demanda de usuários da região sul. Unido com o transporte público, o terminal terá
208
econômico de toda região de São João da Boa Vista. A estrutura contará com espaços para abrigar diversos serviços que irão diminuir a necessidade de locomoção a região central.
Técnicas construtivas
Definido o modelo arquitetônico, procedeu-se a
revestimento será piso vinilico de encaixe, tanto na área
pesquisa das técnicas e materiais a serem utilizados.
do terminal quanto no conjunto externo (restaurante, PM
Toda estrutura será realizada in loco, com concreto
e Prefeitura).
armado. Como estrutura de fechamento não estrutural, o projeto utilizara blocos de cerâmicos de 8 furos, com medidas de I=9, A=19 e C=29.
A cobertura será realizada em estrutura metálica leve, utilizando telhas sanduiche com diversas espessuras na parte superior, o forro será revestido de
O revestimento do pavimento inferior será feito
madeira. Como forma de sustentação a cobertura estará
em cimento queimado nas áreas sociais e porcelanato
apoiada e travada em estruturas metálicas em forma de
nas
tesoura, apoiadas na estrutura da edificação.
áreas
internas.
No
pavimento
superior,
o
Sob a aparente desordem da cidade tradicional, existe, nos lugares em que ela funciona a contento, uma ordem surpreendente que garante a manutenção da segurança e a liberdade. É uma ordem complexa. Sua essência é a complexidade do uso das calçadas, que traz consigo uma sucessão permanente de olhos. Essa ordem, compõe-se de movimento e mudança, e, embora se trate de vida, não de arte, podemos chamá-la, na fantasia, de forma artística da cidade e compará-la à dança – não a uma dança mecânica, com os figurantes erguendo a perna ao mesmo tempo, rodopiando em sincronia, curvandose juntos, mas a um balé complexo, em que cada indivíduo e os grupos têm todos papéis distintos, que por milagre se reforçam mutuamente e compõem um todo ordenado. O balé da boa calçada urbana nunca se repete em outro lugar, e em qualquer lugar está sempre repleto de novas improvisações. (JACOBS, 2011, pag. 52)
209
Estudos: Ventilação e Insolação
Como
210
forma
de
proteção
das
grandes
verão próximas a 38º, com um índice pluviométrico de
aberturas, foi desenvolvido uma estrutura metálica de
1493 mm (Climate, 2018). Os ventos predominantes da
encaixe que irá sombrear o interior do espaço. O clima
região são noroestes. A forma da edificação favorece o
quente e temperado da cidade, pode atingir médias no
sombreamento e a ventilação cruzada.
Figura 146 - Estudo de Insolação e Ventilação Elaboração Própria
211
Programa de Necessidades
Todo o projeto busca atender necessidades
O pavimento superior com 565 m², distribuídos
peculiares dos moradores da região sul, dentro dessas
no terreno com área total de 2365m², recebe um hall de
necessidades apresentadas pelo diagnóstico realizado foi
acesso de 128m², diversas salas com os serviços
desenvolvido o programa de necessidades para que o
destinados
projeto seja um elemento estruturador e de conexão junto
Correspondente Bancário, todos na parte interna. Na área
a seus usuários. O pavimento inferior com 512 m²,
externa, restaurante 107 m², Departamento de Polícia
distribuídos no terreno com área total de 2365m², terá
(mantido do projeto anterior) e Departamento de
como área comum, 343,64 m², onde estão dispostos
Prefeitura, com papel de suma importância, onde serão
embarque, desembarque e conexões comuns como,
protocolados diversos pedidos relacionados, dando
sanitários com 58 m², ficando as demais áreas divididas
direcionamento, agilizando
com fraldário, atendimento, rampas, elevador e escada.
duvidas existentes, agilizando e diminuindo a demanda de
ao
ida a região central.
212
Departamento
de
processos
Transporte,
e minorando
Figura 147 - Disposição do Programa Elaboração Própria
213
214
Transporte Público Linhas Rápidas
No trânsito, para fluir melhor, o sistema de transporte
O percurso bairro/centro, neste sentido o trajeto
público será proposto alteração no sistema viário. O percurso
sairá do novo terminal da zona sul, passando pela Rua
centro/bairro, serão feitos com os veículos atuais, com
Francisco P. Travassos (uso misto), seguindo pela Rua Elias
capacidades para até 80 passageiros, O trajeto sairá do
Gonçalves, Rua Lourival Alves Moraes, Rua Osvaldo Américo
terminal central, passando pela Rua Hugo Sarmento (uso
Carneiro, Rua Alan Kardec, Henrique Martarelo, Avenida
misto), seguindo pela Rua Benedito Araújo, Rua Santo Afonso
Brasília (uso misto), Rua Oscar Janson, chegando ao terminal
M. Ligori, Rua Pres. Franklin Roosevelt, Rua João Pessoa, Rua
central.
Mato Grosso, Rua Elias Gonçalves e Rua Lourival Alves
exclusiva para o sistema de transporte no sentido para os
Moraes. Nestas ruas, o transito será dividido entre faixa
bairros e no sentido contrário da rua, bairro/centro, haverá faixa
exclusiva para o sistema de transporte no sentido para os
para transito de veículos e área de estacionamento.
bairros e no sentido contrário da rua, bairro/centro, haverá faixa para transito de veículos e área de estacionamento.
215
Nestas ruas, o transito será dividido entre faixa
Atual – Rua Benedito Araújo
Projeto – Rua Benedito Araújo
Figura 148 – Linha Rápida – Sentido Centro/Bairro. Elaboração Própria
216
Atual – Rua Henrique C. Vasconcelos
Projeto – Rua Henrique C. Vasconcelos
Este percurso proposto, fara a ligação direta entre a
entre os sentidos centro/bairro e bairro centro, aumentando
região central e o terminal sul. Os pontos de embarque e
significativamente na proporção de atendimento aos usuários.
desembarque estarão dispostos a cada 400 metros, diminuindo nos números de paradas entre as regiões. O percurso ira utilizar ruas alternativas ao transito atual, que facilitaram o fluxo do transporte e de outros veículos, influenciando diretamente no tempo de percurso, tornando ágil e atrativo. Neste modelo de operação, estarão disponíveis quatro veículos, divididos
217
O modelo de linha de transporte a ser utilizado é o BHLS, Bus With High Level of Services, que consiste em um sistema formado por longas vias de faixa exclusivas, intersecções com prioridade semafórica e acesso direto, com integração tarifária e/ou física, alinhados ao sistema tronco alimentador. (VIACIRCULAR, 2018).
Atual – Rua Elias Gonçalves
Avenida Brasília
Projeto – Rua Elias Gonçalves
Esta via recebera o trânsito de modo misto, não tendo via exclusiva para ônibus. Suas dimensões proporcionam fluidez no trânsito não comprometendo o sistema de transporte de via rápida bairro/centro.
Figura 149 – Linha Rápida – Sentido Bairro/Centro. Elaboração Própria
218
Já nas linhas locais, os veículos de transporte
Magalhaes, Jardim Amélia, Jardim Fleming, Vila Fleming,
saíram do terminal sul, servindo aos bairros adjacentes.
Residencial Areias, A linha Quatro, atendera os bairros
Nesta etapa do projeto, o tipo de veículo utilizado será o
Jardim
micro-ônibus, com capacidade para 27 passageiros.
Crepúsculo, Jardim Nova República, Vila Brasil e Jardim
Ficaram disponíveis quatro linhas, cada uma com
São
Nicolau,
Jardim
São
Paulo,
Jardim
Aeroporto Eldorado.
dois veículos. A linha Um, atendera os bairros Jardim dos
Os veículos atuantes nas vias locais, passaram
Ipês, Jardim Primavera, Jardim das Flores, Jardim Lucas
pela Rua Henrique Cabral de Vasconcelos, menos a linha
Teixeira e Unesp. A linha Dois, atendera os bairros
quatro. As linhas, iram atender de forma rápida todos os
Parque Res. Tereza Cristina, Jardim Azaleias, Parque
bairros adjacentes ao terminal sul, distribuídos no sistema
dos Resedas, Jardim das Tulipas, Jardim das Rosas e
vai e vem. Neste sistema tronco alimentador ao sistema
novos bairros sentido estrada municipal José Rui de L.
BHLS, será possível, atender a demanda com agilidade e
Azevedo. A linha Três, atendera os bairros Vila Ten.
conforto, com investimentos possíveis para a cidade.
Vasconcelos, Jardim Vila Rica, Jardim Progresso, Jardim
Com raras exceções, cada viagem em transporte público começa e termina com uma caminhada. Como Resultado, enquanto a caminhabilidade se beneficia de um bom transporte, o bom transporte depende absolutamente de caminhabilidade. (SPECK, 2012, Pag. 131.
219
Via Local – Linha Um
Via Local – Linha Dois
Via Local – Linha Três
Via Local – Linha Quatro
220
Pontos Inteligentes – Sistema BHLS de Transporte
Por toda extensão das linhas rápidas e locais,
realizada pelo veículo, informando ao sistema qual ponto
ficaram disponíveis aos usuários um novo sistema de
possui passageiros, gerando melhor eficiência e
pontos
usuário
economia ao transporte. A disposição dos novos pontos
aguardara a chegada de seu transporte e também
será de 400 metros para as linhas rápidas e 100 metros
poderá acessar através de painel de informações,
para as linhas locais. O sistema integração tarifaria e
situações do trajeto da linha, tempo estimado para
física, onde qualquer usuário paga pelo tempo de uso,
chegada, consulta saldos do cartão de transporte entre
sem determinar quantidade de viagens. Ou seja, durante
outras informações. Com essa tecnologia, nos pontos
duas horas, o cidadão que sair de um bairro da zona sul
das linhas locais, o sistema informara qual a rota a ser
para ir ao centro, pagando apenas uma passagem.
inteligentes.
Nesses
espaços,
o
Em suma, o imperativo do transporte competitivo tem um lado duro, difícil, e um lado suave. O lado difícil trata de não desperdiçar o tempo das pessoas e o lado suave de faze-las felizes. Se conseguir fazer os dois, aí sim, vai tirar as pessoas de seus carros. (SPECK, 2012, Pag. 144.
221
Novos Conceitos e Sentimentos
Hoje em dia a zona sul recebe três linhas que
Atualmente a cidade optou pelo sistema
atendem toda a região, estima-se que dos 32 mil
radial, para atender ao sistema de transporte, sendo
moradores, apenas 6 mil utilizam diariamente o sistema
utilizado a mais de 30 anos, necessitando urgentemente
de transporte. Grande parte dos moradores preferem
de adequações. A principal é o tempo gasto, na
utilizar veículos particulares para idas frequentes a
sequência a questão financeira, como já citado na
região central. As mudanças propostas, tem como
pesquisa, o transporte público além de ser atraente, tem
principal objetivo incentivar esses não usuários a
que caber no bolso do cidadão. É necessário aproximar
optarem pelo transporte público. Para atingir êxito na
os usuários e principalmente criar mecanismo que
operação são necessárias mudanças pontuais que
compensem a sua utilização.
favoreçam e estimulem a mudança.
222
Proposta para a Rua Henrique Cabral de Vasconcelos
A rua Henrique Cabral de Vasconcelos, abriga em
passeio tem variações de 1,20 a 1,50 m, em alguns pontos
sua extensão mais de 120 comércios, Supermercados, lojas de
essa medida é contemplada por recuos de novas edificações
calçados, Manicures, Restaurantes, uma infinita diversidade
que aumentam significativamente na projeção do espaço
comercial e isto influencia diretamente na fomentação da
público. A arborização é quase inexistente, em alguns poucos
centralidade
característica
pontos é possível encontrar arvores que sombreiam o
apresentada importante é o grande número de residências que
passeio. O calçamento é precário e sem padrão e apresenta
junto aos diversos comércios torna a rua ativa em quase todo
vários locais sem cobertura e impróprios para caminhada. Os
o período.
espaços apertados e inseguros não convidam as pessoas a
existente
na
região.
Outra
A opção em deslocar o Transporte Rápido para a Rua Mato Grosso, faz com a Rua Henrique Cabral de Vasconcelos não fique sobrecarregada e não diminua a
se encontrarem ou caminharem, é comum em muitos locais os pedestres trafegarem pelas vias de carros devido a esses percalços.
agilidade. Já algumas linhas do transporte local, que utilizam o
O novo desenho priorizara o espaço para os
tronco alimentador do transporte, continuam utilizando a Rua
pedestres, ciclovia, reduzindo as faixas de rolagem para
Henrique Cabral de Vasconcelos, ajuntando na integração
ampliar as áreas de passeios. A área da intervenção inicia nas
social e comercial.
proximidades do D.E.R até as proximidades do terminal.
A rua Henrique Cabral de Vasconcelos apresenta em sua extensão a largura média de 13,00 m, a área de
223
Melhorias no Trânsito
A redução do leito carroçável em uma faixa,
adjacentes, o que causava um afunilamento da via. Com
priorizando os espaços públicos, juntamente com um
a mudança, a Rua Henrique Cabral de Vasconcelos
desenho urbano que diminua a velocidade por toda a
passa a ter um sentido único para em sentido sul, parte
extensão da Rua Henrique Cabral de Vasconcelos,
da via que servia de retorno para o sentido centro, passa
provocara melhorias consideráveis aos comércios e
a ser uso somente de ônibus para chegada e saída do
moradores locais. Outras mudanças aconteceram na
terminal. Outra fração da via existente, abrigara um
proximidade do Terminal Sul, antes a Rua João
calçadão, fazendo parte de todo complexo do terminal.
Marcondes Neto, recebia um fluxo vindo dos bairros
É, em si mesmo, uma conexão importante o fato de tanto o caráter quanto a gama da vida urbana serem dramaticamente influenciados pela qualidade do espaço público. A conexão torna-se ainda mais interessante se olharmos as relações entre as atividades necessárias, opcionais e o significativo grupo de atividades sociais. Se a vida na cidade é reforçada, criam-se as pré-condições para fortalecer todas as formas de atividade social no espaço urbano. (GEHL, 2010. Pag. 22)
224
Figura 150 – Proposta Rua Henrique C. de Vasconcelos Elaboração Própria
225
Figura 151 – Terminal de Conexão Sul – Acessos salas e comércios Elaboração Própria
226
Figura 152 – Terminal de Conexão Sul – Embarque e Desembarque Vias Locais
227
Elaboração Própria
Figura 153 – Terminal de Conexão Sul – Embarque e Desembarque – Via Rápida
228
Elaboração Própria
Figura 154 – Terminal de Conexão Sul – Praça Elaboração Própria
229
Conclusão
Conectar, aproximar e apropriar, a proposta de uma região atrativa e ativa para seus moradores é um fator de empoderamento e agregador para a comunidade. Os resultados dos novos usos, serviços, acessos, transportes públicos e conexões entre os bairros da zona sul, agirão diretamente na qualidade de vida de seus moradores, além de proporcionar uma melhor junção entre os bairros remotos com a cidade. O projeto do Terminal Sul é um mero argumento arquitetônico, singelo e participativo, que tem seu papel, porém seria apenas um projeto se não pensado amplamente. Neste caso, a grande oportunidade se configura no poder que pequenas, mais importantes mudanças podem causar no dia a dia de todos. Evidenciar características comerciais, juntamente com revitalizações e melhorias nos equipamentos públicos reforça este projeto, mas o grande condutor, aquele que pode ser o diferencial na vida das pessoas e na qualidade da cidade é, sem dúvidas o transporte público. Potencializar sua capacidade, torna-lo atrativo e usual é um objetivo inerente e necessário, podendo ser um fator de mudança de nossos dias atuais e futuros.
230
231
Projetos Complementares
232
SISTEMAS ESTRUTURAIS Concreto e Aço
Para o dimensionamento dos pilares, vigas e lajes do projeto, é necessário o lançamento dos pilares e o cálculo de área de influência. Utiliza-se P=Pilar e A+ Área de Influência. A maior área de Influência= P12 A12 21,04m² Cargas dos Pilares (QxNxA): P=12KN/m²x2x21,04m²= 504,96 KN/m² Carga do Projeto atuando no pilar: Nd=1,4xP Nd=1,4x504,96
Observação: Nas sapatas foram adotadas as
Nd=706,94 (Tensão Admissível)
medidas 1x1m acentuada a uma profundidade de 1,5m. Foi adotado esta medida devido a não
Fck de 30 = 433,67 x 35 = 15178,5
233
realização da sondagem do solo.
Figura 156 – Render 3D – Saída do Terminal Figura 157 – Render 3D – Externo pavimento superior Elaboração Própria Elaboração Própria
Área necessária da seção do Pilar: Anec=Nd/Tensão Anec de 35=0,04658 Seção necessária do pilar: Anec=bxh =anec/b H= 0,2328 = 0,25 m Adotado = 0,25m – As dimensões seram 0,20 x 0,25m
Figura 158 - Detalhe Área de Influencia Elaboração Própria
234
Pre-dimensionar Vigas: H=I/10 Maior Vão em alvenaria= 4,87 m H=4,87/10 H=0,48m = Adotado = 0,50m Maior Vão em estrutura metalica = 9,13 m H=9,13/20 H=0,46 = Adotado = 0,50 m Figura 159 - Detalhes da Vigas e dos Tipos de Pilares Elaboração Própria
Pré-dimensionar Lajes: H=I/40 Maior vão de laje é 4,87 m H=4,87/40 H=0,12m = Adotado = 0,15m
235
Previsão de Cargas - Terminal Instalação elétrica
Figura 160 – Detalhe Previsão de Cargas - Terminal Elaboração Própria
236
Previsão de Cargas – Área Externa Instalação elétrica
Figura 161 – Detalhe Previsão de Cargas – Área Externa Elaboração Própria
237
Projeto Hidraulico – Agua Fria Instalação
Figura 162 – Detalhe: Isométrica Agua Fria – Pavimento Inferior Elaboração Própria
238
239
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SÃOPAULOSAO. Disponível em: < https://saopaulosao.com.br/conteudos/outros/1667-são-paulo-antiga-tinha-organização-eclasse-tipicamente-européia.html >. Acessado em: 02.jun.2018 SIQUEIRA, Mariana. “Arquitetura e Paz. Espaços de Paz. Venezuela”, Editora Pini, ano 30, nº 257, agosto, 2015. SIQUEIRA, Mariana. “Pressa e Preguiça. Ladeira da Barroquinha”. Salvador, Editora Pini, ano 30, nº 260, novembro, 2015. SPECK, Jeff. Cidade caminhável. 01. ed. São Paulo: Perspectiva, 2012. 270 p. STREETMIX, Disponível em:<https://streetmix.net/-/651158 >. Acessado em: 01.jun.2018 SOLAR, Atacado. Disponível em: <www.atacadosolar.com.br >. Acessado em: 18.mai.2018 VAZ, Gabriela “Times Square, em Nova York, é reaberta após requalificação assinada pelo Snohetta”. Disponível em: <http: //au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/urbanismo/times-square-em-nova-york-e-reaberta-após-projeto-de-379776-1.aspx 24.abr.2017. Portal PINIweb. Acesso em: 16.fev.2018. VIACIRCULAR, Disponível em: <https://viacircular.com.br/site/ >. Acessado em: 25 de abr de 2018. VILLAÇA, Flavio. Reflexões sobre as cidades Brasileiras. 01. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2012. 296 p. VILLAÇA, Flavio. Espaço intra-urbano. 01. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2011. 376 p.
245
>
246
247
Pranchas Técnicas
248
3,46
3,21
(cimento queimado) 0,20 126,82
Embarque e Desembarque 1 12,26
13,08
5,13
5,90
4,15
18,20
2,19
28,70
2,34
34,87
57,67m²
1,8 0
8,90
2,78
0,5 2 7,69 RUA HENRIQUE C. DE VASCONCELOS
8,42 m²
7,
27
1,94
Guiche/Inform.
0 1,0
B
C
ASFALTO 0,00
ASFALTO 0,30
3,00
3,1
2
1,00
ASFALTO 0,00
D
(calçada)
3,46
Acesso WCs 3
Embarque e Desembarque 2
Embarque e Desembarque 1
57,67m²
70,91m²
18,45
1,8 0 2 0,5 1,94
7
1,00
3,1 2
12 13
14
15
16
6
5
4
7
17 18
3
(piso tatil)
19
7,00
3 5,9
Fraldario (calçada)
33,22
0,50
28,86 m²
Escadas
8,60m²
0
30,65m²
28,86 m²
8,60m²
0
(cerâmico) 0,25
13
0 1,0
14 15
17
0 2,0
16
(cerâmico)
0,25
3,3 9
(cerâmico) 0,20
18
2,81
4
0
2,0
1,0
0
2,81
0 1,5
1,0
(cerâmico) 0,25
1,5
3,95 (cerâmico) 0,25
12
A
1,80
1,0 0
1,0
2 3,0
WC Masculino
11
2,20
Fraldario
1,60
A
2,70
2,32
(piso tatil)
1,20
58 m²
1,7 0
PATAMAR
0
WC Masculino
Rampa I=8,33%
Rampa I=8,33%
3,35 (cimento queimado) 0,20
2
2
8
Acesso WCs
3,0
9
1,0
2,00
10
205m²
Patamar
3,20
11
(cerâmico) 1,70
3,00
10
0
1,7
0,20
Embarque e Desembarque 3 58,60m²
Patamar
0
9
(cimento queimado)
Patamar
22,90m²
8,42 m²
2,0 4
7,2
1,0
8
1,40 Rampa I=8,33%
Acesso Pavimento Superior
Guiche/Inform. 6 7
7,00 Rampa I=8,33%
5,40
5
2,32
5,70
Patamar
7,69
4
3,40
1,50
2,78
3
5,93
8,90
2
58 m²
5,9
0,20
1
1,0 0
3,21 (cimento queimado)
(calçada) 0,20
2,58
0,80
19
4
2 0,9
9,8
3 5,9
20
WC Feminino
44 12,
28,86 m²
0
1,0
10, 98
0 1,0
(cerâmico) 0,25
(calçada) 3,20
4,8
7
3,3
9
0
2,0
(cerâmico) 0,20
3 5,9
(calçada) 1,00
4
0,9
(calçada) 2,00
9,8
(calçada) 3,00
2
WC Feminino D
28,86 m²
C
B
12 ,4
4
48,62
12,69
7,73
1,0
8,83
,9 8
0
RUA HENRIQUE C.
10
126,82
(cerâmico) 0,25
DE VASCONCELOS
CICLOVIA
7
4,8
N
CICLOVIA
MORAES (R.8)
Detalhe Planta Pav. Inferior - Embarque e Desembarque - Sanitários ESC.: 1:50
PLANTA LAYOUT - PAVIMENTO INFERIOR - EMBARQUE ESC.: 1:100 1
2
3
4
0
0.5
1
1.5
2
2,90
3,56
1,76
3,81
5,99
2,00
4,06
RUA LOURIVAL ALVES
0
W.C
Atendimento
5,90
4,15
18,20
2,19
28,70
2,34
Depósito
3,80
13,08
5,13
1,70
1,58 126,82
12,26
Cozinha
34,87
(ceramica) 2,70
W.C
Restaurante 107m²
1,72
3,76
1,80 2,08
RUA HENRIQUE C. DE VASCONCELOS
A
A
Salão
ASFALTO 0,00
7
3,4
ASFALTO 0,00
ASFALTO 0,30
A 5 1,1
4
0 2,0
2,6
(embarque) (calçada) 0,20
0,6
(embarque)
0,20
0,20
2,05
10,85
(embarque)
2
0,20
(piso tatil) 3
0,20
Patamar
Patamar
Rampa I=8,33%
4
4 2,6
Atendimento
Rampa I=8,33%
(cerâmico) 3,35
2,91
6
3,40
5
2,1 7
4,30
2,0
0
4
4,15
Controle
1
7 Descanso
8
(piso tatil)
(cerâmico) 1,70
12
13
9
8
7
14 15
16
17
18
19
4
3
2
1
Patamar
3,35 Rampa I=8,33%
(calçada) 0,20
Rampa I=8,33%
Patamar
5,06
1,80
8,57
2,56
6
Copa
2,36
1,20 4,21
1,76
3,81
3,56
1,20
0 W.C
W.C Atendimento
1,62
A
Copa
1,60
3,6
Depósito
0
3,80
5,40
1,80
0 2,0
4,72
1,20
W.C
Cozinha 1,72
1,58
1,80
Copa
1,70
1,90
1,60
1,80
1,90
(piso tatil)
2,20
1,7
2,90
4,06
5,99
2,00
(cerâmico) 3,40
2,002,3
7
5
12,5
6
3,52
3,77
10
Patamar
3,81
6,87
50,45 m²
3,90
PATAMAR
A
11
Depto Circular 3,00
10
1,50
9
11
Depto. Prefeitura
ACESSO (calçada) 2,60
70m² (ceramica)
3,76
0,70
Depto. Policia Militar 66m²
1,80
128m²
2
Salão
7
Atendimento
7,89
1,9
2,8 3
3
(calçada) 0,50
3 1,9
2,7
8
ACESSO (calçada) 1.50
1,5 9
4
2,5
1,8
4
1
0
0
2,0
(calçada)
2,8 3
2,1 7
9 1,5
4,97
0 1,74
3,2
0
3,6
(calçada) 0,60
0
3,0
0 2,0 ACESSO
ACESSO (calçada) 2,60
2,5
2
0,7
2 0,7
2
4
0,6
,0
7,17
5,27
1 2,4
2,0
Atendimento
10
3,35
(calçada) 3,20
Atendimento
2,8
ACESSO (calçada)
8
2,5
2,5 4
7
2,00
3,4
7
3,4
Copa
3,4
2,9 5
7,75
0
1,30
5,0
4
W.C
3,5
5,13
2,08
7,17
7,1
20
3
W.C
1,70 1,72
Hall de Entrada e Sala de Espera
50 m² 19
(ceramica)
W.C
Restaurante 107m²
Correspondente Bancário
18
2,8
(ceramica)
0 0,9
(cerâmico) 3,35
3,00
16 17
W.C
2,70
0,90
W.C
1,70
15
1,20
14
2,52
(cerâmico) 3,40
1,70
1,70
1,60
1,50
13
2,8 3
4,37
12
0 2,1
7
7 2,1
0
2,7 (calçada) (calçada) 1,40 (calçada)
10,49
5,08
4,99
0,50
Detalhe Planta Pav. Superior - Comércio - Restaurante
(calçada) 2,50
3,00
12,50
3,68
3,63
3,16
7,58
14,05
1,70
5,24
5,42
5,24
9,20
34,80
ESC.: 1:50
126,82
A
A
D
RUA HENRIQUE C. DE
VASCONCELOS
CICLOVIA
CICLOVIA
Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos - UNIFEOB
N
Arquitetura e Urbanismo
Projeto: CONECTAR-SE PLANTA LAYOUT - PAVIMENTO SUPERIOR - COMERCIAL ESC.: 1:100
Orientador: MSc. José Arimathea P. Junior Aluno:João I. Rodrigues Neto RA 611254 - TURMA A
Folha 1/6 Escala Indicada
N ELEVAÇÃO OESTE ESC.: 1:100 0
1
2
3
4
N ELEVAÇÃO LESTE - EMBARQUE E DESEMBARQUE ESC.: 1:100 1
2
3
4
UR IV
AL
AL
VE
S
M O
RA E
S
(R .8
)
0
RU A
FU
LO
TO NE
IO
RLA
ON
NT
AA
TO
RU
EN
AM NG
20,
98
OLO
PR
EZ
D SA
RU A
S VE
A TR
IQ
,52
VA
SC O
NC E
T. D
LO S
O
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M
AR AL
NC
ER
O
AM
S
R D
E
CO
A
TR O
M
VA L
R U
M PR
23
CE N
SE
15,
DO
JA R BA S
ER
CA
ER CIA
E
L
N
N IR
A
ELEVAÇÃO SUL 2
3
4
ELEVAÇÃO NORTE
CA
1
FE R
RE
ESC.: 1:100 0
LH O
O S
AR VA
VA
FR
EL
R
DE
C
NC
D
C.
,40
119
UE
SC
C
IQ
O
VA
C
NR
IS
E
HE
A
A
S
DE
118
AU
SA
SO
C.
IS
AV
A
AS
UE
AÇ
RU
N
HE NR
PR
LO
O PR
TR
DA
EN AM
P.
TO
NG
0
2
3
4
A
FR
1
AN
CIS
ESC.: 1:100
RU
PLANTA DE SITUAÇÃO
N
ESC.: 1:1000
PLANTA DE LOCAÇÃO E COBERTURA 121,32
8
11,08
22,98
1,20
12,15
13,95
12,66
13,45
33,85
RUA HENRIQUE C. DE VASCONCELOS B C 24,36 ASFALTO ASFALTO
0,00
0,00
ASFALTO 0,30
0,92
2,57
D
3,00
13,68
14,18
6,16
TELHADO EMBUTIDO I= 5%
TELHADO EMBUTIDO I= 5%
3,41
TELHADO EMBUTIDO I= 5%
O
(calçada) 0,20
TELHADO EMBUTIDO I= 5%
O AD O I= EM 5% BU TID TE
LH
O O EM 5% BU TID
LH AD
5%
TE
I=
A
I=
TELHADO EMBUTIDO I= 5%
TID O O I= EM 5% BU
TE
LH
AD
7,60
O AD
EM
LH
Centro Universitário da Fundação
04 13,
9,04
TE
7,6
07
15,
9
ACESSO (calçada) 3,35
LOS
9
7,3
42
10,
7
7,1
9
7,3
(calçada) 3,20
(calçada) 0,50
ACESSO (calçada) 2,60
7
ONCE
7,1
VASC
07
DE
11,
E C.
ACESSO (calçada) 1.50
ACESSO (calçada) 0,60
(calçada)
(calçada) 0,50
1,40 (calçada) 3,00
de Ensino Octávio Bastos - UNIFEOB Arquitetura e Urbanismo
(calçada) 2,50
RUA HENRIQUE C. DE VASCONCELOS D
IQU
O TID BU
7
HENR
LAJE IMPERMEABILIZADA I= 5%
1,60
7,0
RUA
13,35
(piso tatil)
TELHADO EMBUTIDO I= 5%
TE 26,14
PATAMAR
A
20,33
TID O I= EM 5% BU
13,49
13,70
LH
AD
7 7,0
3,13
(calçada) 0,20
TELHADO EMBUTIDO I= 5%
CALÇADÃO
Rua Lourival A. Moraes
6
8,16
4
3,34
ESC.: 1:200 0 2
Projeto: CONECTAR-SE
C
B
CIC
LOV
IA
2,05
3,44
6,63
7,86
7,53
7,79
2,56
7,55
1,75
7,33
5,07
1,80
5,23
5,44
5,23
9,03
1,20
33,85
Orientador: MSc. José Arimathea P. Junior
121,32
CICLOVIA
Aluno:João I. Rodrigues Neto CICLOVIA
RA 611254 - TURMA A
Folha 2/6 Escala Indicada
N CORTE A ESC.: 1:100
9,10
2,35
2,00
1,58
1,20
1,10
3,20
0,40
2,10
3,50 3,40
1,10
4,00
3,30
1,10
2,70
4,50
1,84
0,66
1,85
11,00
2,10
2,55
3,50 2,10
2,40
1,50
2,35
0,95
2,55
4,16
4,85
0,57
0,95 1,65
3,50
3,50 3,50
1,70
0,60
1,40
0,57
9,73 1,40 2,36 0,29 0,85
0,70
2,55
4
2,55
3
1,45
2
2,10
1
1,85
0
0,20
CORTE C
0
0.5
1
1.5
2
ESC.: 1:50
CORTE B
0
0.5
1
1.5
2
0,70
0,50 3,20
2,00
3,00
1,10
1,10
2,10
2,55
0,70
10,00
2,20
0,70
10,67
7,10
0,85
10,00
0,70
0,60
0,99
0,70
0,69
0,70
2,40
0,70
1,70
0,70
2,00
0,70
0,97
ESC.: 1:50
4,29
3,15
2,82
0,20
1,70
0,20
CORTE D
0
0.5
1
1.5
2
3,40
ESC.: 1:50
10,00
2,00 3,50
4,03
0,64
7,03
7,00
0,95
Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos - UNIFEOB
3,40
Projeto: CONECTAR-SE
2,10
3,00
Arquitetura e Urbanismo
0,25
Orientador: MSc. José Arimathea P. Junior Aluno:João I. Rodrigues Neto RA 611254 - TURMA A
Folha 3/6 Escala Indicada
PLANTA ESTRUTURAL - ÁREA DE INFLUÊNCIA DOS PILARES - PAV. INFERIOR
ESC.: 1:200 0 2
4
6
8
FORMAS DO PAVIMENTO INFERIOR(LAGES) ESC.: 1:200
B
B
C
D
C
V 312a
20/50
20/15
20/50
V 311a
20/50
7b
/40 20
30
V 304b
20/60
20/80
P 18 25/20
V 304c
20/60
A
20/60
20
/50 20
6c
5a
30 V
V
3b
30
31
D
V 312a
5b 30
V 304a
5a
VM
31
P 19 25/20
20 /80
L 312 h=15cm
P 20 35/20
P9 35/20
V 102a
P 17 35/20
P 16 35/20
20/ 40
VM
/50 20
Area 19 2,73 m²
20/40
L 305 h=15cm
V
L 311 h=15cm
4a
Area 21 10,65 m²
V 310a
5c 30 VM
P 15 35/20
40 20/
P 14 35/20
31
P19 25/20
P 20 35/20
V 301d
3,20
L 310 h=15cm
V
P5 25/20
P4 35/20
20/30
L 303 h=15cm
P 12 35/20
/50
3b V
V A
P 18 25/20
Area 15 17,02m²
40
20/
L 302 h=15cm
3a
A
P 17 35/20
P 16 35/20
P 13 25/20
P3 25/20 V 301b
L 301 h=15cm
L 308 h=15cm 20/ 40
Area 18 5,20m²
20/40
3,20
30 7a
50 20/
20/30
VM 301a
VM
30
P8 25/20
20/15
P2 25/20 20 /50
P 11 25/20
31
P 14 35/20
Area 11 7,15 m²
VM
P 15 35/20
A
Area 7 7,15 m²
P 10 25/20 Area 10 14,97m²
Area 17 14,61m²
Area 16 14,20m²
Area 20 14,78 m²
P9 35/20
/40 20
3,15 Area 9 12,31m²
Area 14 10,82 m²
P7 25/20
P6 25/20 Area 6 14,97m²
Area 5 11,57m²
Area 4 12,31m²
Area 3 10,38 m²
P 12 35/20
Area 13 7,09 m²
P 13 25/20
P5 25/20
P4 35/20
P3 25/20
Area 2 9,07 m²
30 3a
P2 25/20
Area 12 21,04 m² 0,20
V 313a
P1 75/20
Area 1 9,15 m²
Area 8 10,43 m²
VM
P1 75/20
P8 25/20
V 309a
D
50
20/
V
30
6b
P 21 25/20
P 21 25/20 Area 22 7,18 m²
V
31
20/ 50
4b
30
6a
20/ 50
V
P 22 25/20
D
D
P 22 25/20
B
B
C
C
PLANTA ESTRUTURAL - ÁREA DE INFLUÊNCIA DOS PILARES - PAV. SUPERIOR ESC.: 1:200 B
D
C
FORMAS DO PAVIMENTO SUPERIOR(LAGES) ESC.: 1:200
P 23 25/20
Area 23 4,12 m² 0,20
Area 24 4,12 m²
Area 25 37,75 m²
3,15
3,20 P 25 35/20
3,15
P 26 35/20
Area 46 5,61 m²
P 23 25/20
P4 35/20
20/70
VM 401c
P4 35/20
20/70
VM 401d
20/70
VM 406d
VM 406c
20/40
VM 406e
20/40
VM 406f
20/40
P 27 25/20
VM 406g
VM 406h
20/40
P 36 35/20
20/45
VM 410a
50
40
40 7b
20
P 44 25/20
40 7b
5a
L 420 h=15cm
41 P 43 25/20
/50
25 20/
VM 3a
/50
20
VM
2a
41 41
/70
42 0a
VM
70 20/
9a
L 418 h=15cm
41
20
V
0,70
/50
20/
20
2c
20/50
6a
L 419 h=15cm /50
P 42 35/20
P 41 35/20
40
20/
VM 410b
20/50
1,70
41
P 40 25/20
A
P 37 35/20
20/
VM 411c
2,70
20
V
L 417 h=15cm
VM
20/
20/45
4a
5b P 47 35/20
L 416 h=15cm
VM
42 0b
VM 411b
20/20
VM
VM 411a
P 30 25/20
20/40
20/20
20/20
L 415 h=15cm
VM
L 414 h=15cm
25
P 35 35/20
40
L 413 h=15cm
VM 428a
20/20
20/20
L 412 h=15cm
P 34 35/20
41
40 70
VM 406j
VM 406i 20/40
L 411 h=15cm
P 33 35/20
VM
V 20/
P 29 25/20
P 28 25/20
20/40
20/40
L 410 h=15cm
P 32 35/20
VM 429a
41 VM
70
P 26 25/20
P 11 35/20
20/40
VM 427a
/25 20
9b
70
3,20
20/
CM 406 h=25cm
C
P 10 35/20 VM 406b
20/25
VM 426a
8a 41 V
20/
P 39 35/20
L 408 h=15cm
3b
20/20
V 421a
20/
70
70
2b
/70
B
20/25
P 18 25/20
P 31 25/20
40
20/20
20/
20/25
4a
40
40
20
P 38 35/20
D
V 406a L 409 h=15cm
V 408a
VM
VM 424a
VM
/70
20
P9 35/20
V
5a
20/80
3a
40
V 207b
40
V
20/20
M
A
VM 425a
CM 403 h=25cm
CM 405 h=25cm
20/20
V
CM 404 h=25cm
VM 422a
25
CM 402 h=25cm
20/
/70
8b
20
P 25 35/20
VM 423a
VM 401b
20/70
V
41
P3 25/20
20/70
CM 401 h=25cm
2a
9c
7a
40
L 407 h=15cm
VM 421b
VM 401a
V
P 24 25/20
41
P 46 25/20
P 45 25/20
P 48 25/20
VM
P 44 25/20 Area 45 5,61 m²
P 43 25/20
Area 48 10,33 m²
P 47 25/20
/25
Area 43 11,99 m²
P 40 25/20
?
D
41
P 42 35/20
C
? Area 44 13,45 m²
VM
P 41 35/20
P 47 35/20
B A
P 37 35/20
Area 36 17,02 m²
?
Area 40 14,26 m²
Area 47 8,21 m²
Area 47 9,05 m²
Area 29 10,85 m² Area 37 17,17 m²
P 36 35/20
P 35 35/20
P 34 35/20 Area 42 24,23 m²
P 30 25/20 Area 30 2,86 m²
P 29 35/20
Area 28 10,85 m²
Area 27 22,35 m²
Area 35 14,92 m²
Area 34 17,77 m² P 33 35/20
Area 41 17,82 m²
Area 38 37,22 m²
20
Area 33 4,84 m²
Area 32 1,47 m²
P 32 35/20
P 39 35/20
P 38 35/20
P31 25/20
3,15
70
Area 39 17,77 m²
P 28 35/20
P 27 35/20
Area 26 15,32 m² Area 31 14,72 m²
3,20
20/
P 24 25/20
A
VM
P 45 25/20
P 47 25/20
baldrame
P 46 25/20
P 48 25/20
FORMAS DAS FUNDAÇÕES - PAV. INFERIOR ESC.: 1:200 B C
B
C
D
D
P1 25/20
S1
V 101c
P5 25/20
S4 (100x150)
V 101d
20/80
20/80
20/80
V 110a
20/80
P 16 35/20
S16
P 17 35/20
S16 (100x150)
S17 (100x150)
7b 20
20/
20
V 104b
20/80
20/80
P 18 25/20
V 104c
V 102b
S7 (100x150)
20/80
L 107 h=15cm P 11 25/20
S10 (100x150)
V 102c
20/80
V 102d
20/80
S11 (100x150)
V 102e
20/80
A
S18 (100x150)
20/80
LEGENDA
6c 10
L 112 h=15cm
S20
V
/80 20
V
3b
10
11
5a
V
/80 20
80
/80
/80
V 104a
(100x150)
/80
10
(100x150)
V 101f
P 10 25/20
S9
20
V
10 5b
(100x150)
V 111a
20 /80
P 15 35/20
V
L 111 h=15cm
20/80
L 109 h=15cm
P7 25/20
S6
20/80
L 106 h=15cm P9 35/20
V 102a
(100x150)
5a 11
4a
11
(100x150)
V 101e
L 105 h=15cm
S12
V
V
S14
P 19 25/20
S19 (100x150)
(100x150)
20
/80
P 20 35/20
20/80
5c 10 V
10 3a V
/80
P 14 35/20
V 109a
80
20
(100x150)
V 109a
20/
P 12 35/20
L 110 h=15cm
P6 25/20
S5 (100x150)
20/80
7a
V
10 3a
11
A
S13
L 104 h=15cm
20/80
(100x150)
L 103 h=15cm
V 112a
P4 35/20
S3
20/80
V 110b
10 3b
V
V
P 13 25/20
L 102 h=15cm
20/80
V 101b
80
20/
V 111a
(100x150)
20/80
P3 25/20
S2
20/80
0,20 L 101 h=15cm
L 108 h=15cm
15/55
P2 25/20 V 101a
80
20/
80
20/
V 114a
(200x150)
S8 (100x150)
P8 25/20
= PILAR QUE NASCE NO PAVIMENTO
V
S21
V
10 6b
P 21 25/20
V
10
6a
/80
20
20
/80
4b
11
(100x150)
P 22 25/20
= PILAR QUE NASCE E MORRE NO PAVIMENTO
S5 (100x150)
D
= PILAR QUE PASSA PELO PAVIMENTO
B
L 108 h=20cm
C
= NUMERO DA LAJE = DIMENSÃO DA LAJE
P1 = NUMERO DO PILAR
FORMAS DAS FUNDAÇÕES - PAV. SUPERIOR ESC.: 1:200
85/25 = DIMENSÃO DO PILAR B C
S5 = NUMERO DA SAPATA
D
(75X1,10) = DIMENSÃO DA SAPATA V 105 = NUMERO DA VIGA 20/75 = DIMENSÃO DA VIGA SESSÃO DOS PILARES
S33
P 34 35/20
(100x150)
V 203b
20/80
P 35 35/20
S34
(100x150)
20/80
/80
2a 21
Centro Universitário da Fundação
(100x150)
de Ensino Octávio Bastos - UNIFEOB
80 80
20/
P 44 25/20
S45 (100x150)
V
80 20/
80
SESSÃO DOS PILARES
S37
SAPATAS
20/80
L 212 h=15cm
Arquitetura e Urbanismo
9b
20/
A
21
6a
80
20/
21
A
V
20/
5b
P 45 25/20
V
(100x150)
80
(100x150)
7b 21
4a
S30
0,70
20/
L 211 h=15cm
S43
V
21
20
V 203e 9a 21
P 43 25/20
21
V
(100x150)
80
(100x150)
V 80
S47
P 37 35/20
S36
20/80
1,70
L 210 h=15cm
S42
(100x150)
20/80
20/80
20/80
V 203d
P 30 25/20
S29
V 201i
L 208 h=15cm
V
(100x150)
20/
P 42 35/20
P 36 35/20
S35 (100x150)
20/80
S40
7a
P 40 25/20
21
2,70
(100x150)
20/
V 203a
P 29 25/20
S28
20/80
L 207 h=15cm
2b
P 33
(100x150) 35/20
80 20/
P 47 25/20
V 201h
20/80
V
L 205 h=15cm
P 28 25/20
(100x150)
L 206 h=15cm
V 211a
20/80
V 209a
L 204 h=15cm
V 203c
S27
V 210a
20/80
20/80
V 207a
V 201g
21
20/
20/80
V
21 4b
(100x150)
V
S32
80
(100x150)
P 27 25/20
S26
V 201f
8a
P 32 35/20
20/
S41
20/80
21
(100x150)
5a 21
P 41 35/20
V 201e
S31
V
V
L 203 h=15cm
V 208a
L 202 h=15cm
V 207b
80
21 3a V
3,20
L 209 h=15cm
20/80
20/80
20/80
20/80
20/80
P 26 25/20 V 201d
20/80
20/
80
P 31 25/20
V 201c
20/80
L 201 h=15cm
V 205a
V 202b
20/80
P 11 25/20
V 201b
V 204a
V 202a
20/80
P 18 25/20
20/80
P 10 25/20
V 201a P 17 35/20
V 206a
P9 25/20
P 16 35/20
A
S45 (100x150)
P 46 25/20
S46 (100x150)
(100x150)
P 48 25/20
S48 (100x150)
Projeto: CONECTAR-SE D
B
C
Orientador: MSc. José Arimathea P. Junior Aluno:João I. Rodrigues Neto RA 611254 - TURMA A
Folha 4/6 Escala Indicada
PLANTA PAVIMENTO INFERIOR ESC.: 1:100 0
PLANTA AGUA FRIA
1
2
3
ESC.: 1:100
4
ISOMÉTRICA BANHEIROS PAVIMENTO INFERIOR
AA
N
ESC.: 1:25
Rampa I=8,33%
Rampa I=8,33%
ø25
VS 3/4"
1918171615141312 11
5
VS 3/4"
m
2 3 4 5 6 7 8 9 10 25
AF-1 ø25
ø2
VS 3/4" VS 3/4"
AF-2 ø25
ø25
Rampa I=8,33%
2" - 1/ m LV
Rampa I=8,33%
VS 3/4"
ø25
BB
VS 3/4"
ø2
5
ø25
VS 3/4"
ø25
VS 3/4" VS 3/4"
ø25
VS 3/4"
San. Fem. ur 1/2" o
25 Be m be m do
RG
m
ø25
ø25
- 1/ 2"
4" 3/ VS
VS 3/4"
ø25
VS 3/4"
ø2
5
ø2
5
LV 25 mm - 1/2"
"
25
AF-2
ø25
LV 25 mm - 1/2"
4" 3/ VS
ø2
4" 3/ VS
5
5
ø2
5
VS 3/4"
5
ø2
LV 25 mm - 1/2"
VS 3/4"
ø2
5
VS 3/4"
MIC 3/4"
LV 25 mm - 1/2"
" 3/4VS
VS 3/4"
5
ø2 ø2
ø2
5
MIC 3/4" ø25
MIC 3/4"
AA
4" 3/ VS
VS 3/4"
LV 25 mm - 1/2"
ø2
" 3/4VS
5
5
ø2
5
BEBEDOURO 25 mm - 1/2"
San. Masc.
VS 3/4"
5
ø2
ø25
4" 3/ VS
mm LV- 1/2
4" 3/ VS
VS 3/4"
ø25
ø25
AF-2 LV 25 mm - 1/2"
ø25
4" 3/ VS
ø2
5
ø2
VS 3/4" VS 3/4"
ø25
"
mm 25
AF-1
m 25
LV 25 mm - 1/2"
ø25
VS 3/4"
ø25
LV- 1/2
LV
AF-3
4" 3/ VS
VS RG 3/4"
AF-1
VS 3/4"
ø2
4" 3/ VS
4" 3/ VS
5
BB
ø2
5
ø2
ø2
5
5
LV 25 mm - 1/2"
PLANTA DE ESGOTO PAVIMENTO INFERIOR ESC.: 1:100 0
1
2
3
4
CORTE AA
CORTE BB
ESC.: 1:50
VS 3/4"
0
ESC.: 1:50
0,5
1
1,5
2
Escala 1:50
VS 3/4"
100MM
M
I=1%
100M
I=1%
VS 3/4"
AF-1 ø25
100M
100MM
I=1%
I=1%
I=1%
M 100M
M
VS 3/4"
100M M
AF-1 ø25
M
100MM
100M
R.S
I=1%
I=1%
I=1%
MM 100
I=1%
I=1%
I=1%
40MM
100MM
50MM
I=1%
VS 3/4"
Legenda das indicações
MM 100
R.S
I=1%
I=1%
100MM
VS 3/4"
100MM
I=1%
100M
ø25
LV 25 mm - 1/2"
AF-2 ø25
100MM
I=1%
C.S
AF-2 ø25
VS 3/4"
I=1%
40MM
VS 3/4"
M
I=1%
VS 3/4"
I=1%
3/4"
RG 3/4"
M
I=1%
100M
R.S
3/4"
LV
Lavatório com joelho de 90° - 25 mm - 1/2"
MIC
Mictório c/sifão,c/válvula descarga, com Te de 90° - 25 mm - 3/4"
RG
Registro bruto gaveta ABNT c/PVC soldável - 25mm
VS
Vaso sanitário com caixa de descarga - 3/4"
100MM
I=1%
RG
C.V 50MM
R.S
LV 25 mm - 1/2"
2,40
R.S
I=1%
40MM
I=1%
BEBEDOURO 25 mm - 1/2"
RG
3/4" LV 25 mm - 1/2"
100MM
40MM
2,40
50MM
RG VS 3/4"
I=1%
C.S
100MM
MM 100
I=1%
LV 25 mm - 1/2"
I=1%
I=1% 40MM
ø25
I=1%
100MM
VS 3/4"
ø25
ø25
R.C
ø25
0,65
0,65
ø25
Registro bruto gaveta ABNT c/PVC soldável - RG
LV 25 mm - 1/2"
C.E
VS 3/4"
VS 3/4"
VS 3/4"
VS 3/4"
VS 3/4"
VS 3/4"
VS 3/4"
VS 3/4"
VS 3/4"
VS 3/4"
0,20
VS 3/4"
VS 3/4"
0,20
VS 3/4"
VS 3/4"
LV 25 mm - 1/2"
LV 25 mm - 1/2"
Lista de Materiais Aparelho Mictório de Descarga Descontínua 3/4" Torneira de lavatório e bebedouro 25 mm - 1/2" Vaso sanitário p/ caixa de descarga 3/4" Metais Registro de gaveta bruto ABNT 3/4"
PLANTA PONTOS DE LUZ E TOMADAS - PAVIMENTO INFERIOR ESC.: 1:100
Embarque e Desembarque 1 57,67m²
4x100 VA
4x100 VA
Embarque e Desembarque 2 70,91m²
200 VA
4x100 VA
4x100 VA
4x100 VA
4x100 VA
4x100 VA
200 VA
200 VA 200 VA
200 VA
200 VA
9 pç
2 pç
4x100 VA
200 VA
200 VA
200 VA
200 VA
200 VA
200 VA
4x100 VA
4x100 VA
Rampa I=8,33%
Rampa I=8,33%
4x100 VA
4x100 VA
4x100 VA
4x100 VA
4x100 VA
4x100 VA
3x100 VA
200 VA
200 VA
VA 3x100 VA
VA
VA
0
Acesso WCs 58 m²
WC Masculino
28,86 m²
30,65m²
Rampa I=8,33%
Rampa I=8,33% 4x100 VA
4x100 VA
22,90m²
10 9 8 7 6 5 4 3 2
Embarque e Desembarque 3 205m²
58,60m²
4x100 VA 200 VA
200 VA
400 VA
200 VA
200 VA
200 VA
200 VA
200 VA
200 VA
200 VA
200 VA
200 VA
200 VA
200 VA
200 VA
200 VA
200 VA
200 VA
200 VA
20
2x100 VA
VA
200 VA
3x100 VA
2x100 VA
200 VA
Fraldario 8,60m² 20
0
VA
0
20
20
0
VA
3x100 VA
4x100 VA
3x100 VA
3x100 VA
200 VA
0
3x100 VA
3x100 VA
4x100 VA
111213141516171819 Acesso Pavimento Superior
Escadas 2x100 VA
3x100 VA
3x100 VA
Guiche/Inform. 8,42 m²
4x100 VA
Rampa
4x100 VA
4x100 VA
3x100 VA
3x100 VA
2x100 VA
400 VA
0
20
20
20
0
VA
0
400 VA
3x100 VA
20
200 VA
20
0
VA
200 VA
4x100 VA
4 pç
13 pç
VA
VA
3x100 VA
20
0
3x100 VA 20 0
WC Feminino 28,86 m²
VA
LEGENDA
0
20
3x100 VA
VA
ponto de tomada no chão
3x100 VA
ponto de tomada baixa h=30cm 3x100 VA
20
0
VA
ponto de telefone ponto de interfone tomada para usos especiais interruptor quadro de distribuição quadro de distribuição Entrada
PLANTA PONTOS DE LUZ E TOMADAS - PAVIMENTO SUPERIOR ESC.: 1:100
0
20 VA
Controle 20 0
VA
0 20 VA
Rampa I=8,33%
Rampa I=8,33%
VA
4x100 VA 4x100 VA
4x100 VA
111213141516171819
Depto Circular 20 0
L-2
Rampa I=8,33%
Rampa I=8,33%
VA
Q
10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
200 VA
200 VA
Q L-3
4x100 VA
1x100 VA
W.C 4x100 VA
0
0
200 VA
20
VA
4x100 VA 0
Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos - UNIFEOB
VA 0
VA
20
4x100 VA 4x100 VA
4x100 VA
20 VA
4x100 VA
Atendimento
L-5
4x100 VA
L-6
0
VA
VA
0
VA
Q
VA
9
0
VA
6,8
20 0
Projeto: CONECTAR-SE
VA
Q
L-4
60
0
VA
20
0
VA
20
Orientador: MSc. José Arimathea P. Junior AL
VA
20
Arquitetura e Urbanismo
Depto. Prefeitura 70m²
0
60
0
20
0 20
0
60
0
Q
L-1 Q
Salão
4x100 VA
Depto. PM 66m²
4x100 VA
20 0
VA
VA
20
4x100 VA
VA
VA
200 VA
4x100 VA
20
4x100 VA
VA
0
W.C
4x100 VA
Restaurante 107m²
4x100 VA
0
60
200 VA
VA 0 20
VA
200 VA
0
200 VA 200 VA
600 VA
4x100 VA
4x100 VA
20
Atendimento
Copa
4x100 VA
200 VA
VA
VA
1x100 VA
0 20
VA
Copa
0
W.C
4x100 VA
200 VA
VA
0
20 20
200 VA
4x100 VA
4x100 VA
4x100 VA
4x100 VA
1x100 VA
1x100 VA
4x100 VA
Copa
1x100 VA
Depósito 4x100 VA
W.C
128m² Correspondente Bancário 50 m²
VA
W.C
Cozinha
600 VA
0
Hall de Entrada e Sala de Espera
20 0
W.C
Atendimento 4x100 VA
600 VA
200 VA
20
VA
W.C
4x100 VA
200 VA
VA
W.C
4x100 VA
VA 20 0
600 VA
0
VA
20
0
20
20 0
1x100 VA 4x100 VA
600 VA
200 VA
Copa
20
50,45 m² VA
60
20 0
AL
AL
0 20
Atendimento
Descanso
AL
Aluno:João I. Rodrigues Neto AL
RA 611254 - TURMA A
Folha 5/6 Escala Indicada
Estacionamento
Calçada 3,70
1,50
0,60
Faixa de Rolagem
2,20
Calçada
3,50
1,50
13,00
Proposta para a Rua Henrique C. de Vasconcelos
Estacionamento
Calçada 1,50
Exclusivo Onibus
Veiculos
2,20
3,30
Calçada
3,50
2,50
13,00
Proposta para a Rua Valter Gráficas / Pernambuco RU
A
DR
RU A
JA
TIR
W
G
AL VE S
AL
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A
A
4)
Mapa Cidade São João da Boa Vista-SP
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3,00
Calçada
0,92
3,13
ae s
2,50
D
Veiculos
3,50
3,30
Estacionamento 2,20
Calçada 1,50
7,60
iva Lo ur
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LO
Exclusivo Onibus
(calçada) 0,20
l A.
26,14
M
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11,08
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Situação Atual Rua Valter Gráficas / Pernambuco
RU
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2,20
13,00
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5,60
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Sem Escala
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22,98
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PATAMA (piso 1,60
8,16
13,00
3,34
(calçada) 3,20 ASFALTO 0,00 1,20
S
B
12,15
SO
2,05
A 6,63
IQ I= 5%
ILIZADA
DE VA SC
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ASFALTO 0,00
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TELHADO EMBUTIDO I= 5%
2,56
ACESSO 2,60
VIA
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121,32
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D 7,53
GR AF F
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(calçada) 3,00
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ACESSO (calçada) 3,35
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I= EMBUTID 5%
TELHADO
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(calçada) 0,50
20,33
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0,30
DE S
ASFALTO
CIC 1,20
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TELHADO EMBUTIDO I= 5%
(calçada)
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(calçada) 0,20
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ACESSO (calçada) 0,60
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BREGANHOL
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(calçada) 1,40
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TELHADO EMBUTIDO I= 5% ACESSO (calçada) 1.50
MO
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13,45
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1,75
A
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(calçada) 2,50
7,55
I= EMBUTID 5%
(calçada)
RU
Proposta para a Rua Elias Gonçalves / Mato Grosso
TR
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RU
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13,95
JA
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TELHADO
RU A
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3,44
RU
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(R ES RA MO AL VE
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1,50
Faixa de Rolagem 5,60
Estacionamento 2,20
1,50
13,00
LO
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Centro Universitário da Fundação
CA CIS
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de Ensino Octávio Bastos - UNIFEOB
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Arquitetura e Urbanismo
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RU
Estacionamento
Situação Atual Rua Elias Gonçalves / Mato Grosso
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VA SC ON CE LO S
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C.
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Projeto: CONECTAR-SE
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Orientador: MSc. José Arimathea P. Junior
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Detalhe da Intervenção Proposta ESC.: 1:1000 0 10 20
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ÁreaYASBda Intervenção - Situação Atual EC K DA Esc: 1/2000 VID
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RU
Calçada
2,20
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Estacionamento
NC
5,60 13,00
GO
Faixa de Rolagem
S
2,20
IA EL
Estacionamento
Situação Atual Rua Henrique C. de Vasconcelos
A
1,50
RU
.8)
Calçada RU A
Calçada
DE
30
40
Aluno:João I. Rodrigues Neto RA 611254 - TURMA A
VA
40
60
80
SC ON CE LO
S
Folha 6/6 Escala Indicada