Tabuaço com... vida

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“Tem montes que não param de crescer, Videiras que ninguém pode contar, Oliveiras erguidas a rezar, E um Rio que não pára de correr.”

“Contos Durienses” João de Araújo Correia

Tabuaço Com…Vida Itinerário de percursos Pedestre

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Tabuaço,

Um destino de portas abertas pronto a descobrir.

A sedução de uma aventura começa não só por um pensamento solitário em 2010 mas, também, por aquilo que se deseja partilhado. Ou, então, uma partilha que se traduz num regresso a uma aventura de descoberta de pedaços de vida por entre uma terra de gentes, de tradições e costumes seculares. Se é amante dos desportos de aventura e outras atividades ao ar livre, ou simplesmente gosta de andar a pé, e procura no contacto com a Natureza, um retiro à azáfama da vida do dia-a-dia, esta proposta é para si... Prepare a mochila e parta à descoberta.

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Geografia Tabuaço, é uma pequena vila do interior norte de Portugal que pertence ao distrito de Viseu “província da Beira Alta”, mas que geograficamente se encontra inserida na “província de Trás-osMontes e Alto Douro”, sendo um dos vários concelhos Integrado numa região produtora de vinho por excelência, “O DOURO” hoje Património Mundial da UNESCO O concelho estende-se por uma área aproximada de 135.7 Km2 (dados INE), faz fronteira com o rio Douro, a norte, confina com o município de Armamar a Ocidente, Moimenta da Beira e Sernancelhe a Sul e com São João da Pesqueira a leste. É constituído por 17 freguesias e 5 lugares, um total de 22 povoações, cada uma possui as suas próprias características, orgulho das suas populações e elementos atrativos para visitantes e amantes da Natureza.

Este pequeno território inóspito, de orografia acidentada aparece definido por uma notável paisagem diversificada. Tem como espinha dorsal o rio Douro, e seus afluentes Távora e Tedo de vales mais apertados, resultando numa paisagem de montanha de grande sinuosidade, de encostas íngremes e grandes declives, que nos elevam até ao grande planalto da serra com aproximadamente 950m de altitude.

Toponímia Tabuaço é um antropónimo de origem pré-histórica, sendo provável que, no local onde hoje se ergue a vila, tivesse existido um povoado de origem castreja. Alguns autores e historiadores defendem a tese de que este nome poderá ter advindo do derivado «távoa» (< lat. tabula) + aço, mais precisamente um passadiço de madeira ou tabuado sobre algum ribeiro ou riacho local.

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História e Património Os vestígios da presença humana na região vem de há milhares de anos, como comprovam vários achados. Esta terra, velha de séculos, está repleta de motivos de interesse. Por todo o concelho, há vestígios arqueológicos riquíssimos. Da pré-história, podemos encontrar o santuário rupestre do cabeço das pombas em Pinheiros, as marcas rupestres no lugar do calvário em Tabuaço, a figura zoomórfica da pedra do cavalo em Paradela, a cabeça do guerreiro e a estátua menir do alto da escrita, descoberta em Vale Figueira peça essa que pode ser observada por todos no posto de turismo da vila. O povoamento da região remonta à civilização castreja tendo evoluindo ao longo dos séculos nunca deixando de se sublinhar a importância estratégica da localidade. A cultura castreja anteriores á idade do ferro está bem presente, por todo concelho existem vários povoados fortificados, entre eles há que salientar e referir a citânia de Longa, classificado como imóvel de interesse público, encontra-se situado no planalto da serra aproximadamente a 920m de altitude. Aqui ainda está bem visível uma possante e sólida estrutura de fortificação do castro. Mas existem outros Castros e povoados amuralhados de interesse, como por exemplo os do Sabroso em Barcos, do Calfão em Távora, de S. Mamede em Paradela, ou de Cabriz em Sendim. O período Romano também está bem presente e marcado neste território, aqui ainda estão bem visíveis, troços de calçadas, pontes e outros inúmeros achados arqueológicos, principalmente na área da freguesia de Sendim.

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Mas o património das sucessivas épocas e civilizações não se manifesta apenas ao nível da arqueologia megalítica, castrense ou romana. A época medieval também está bem patente no concelho exemplo disso são as necrópoles medievais de Passo Frio em Sendim, aqui podemos encontrar um belo conjunto de sepulturas escavadas nas rochas bem como lagares e lagaretas de onde se fazia o azeite e o vinho á mil anos atrás. Em termos arquitetónicos, o tempo também conservou muitos monumentos fascinantes e valiosos, de salientar entre muitos outros a igreja matriz e a capela de Santa Maria de Sabroso em Barcos. Este santuário é uma referência histórica para todo o concelho e região, pois, segundo uma lenda muito antiga, o santuário de nossa senhora do Sabroso foi erigido pelos mouros e posteriormente cristianizado após a reconquista levada a cabo por D. Afonso Henriques. (considerados por muitos como sendo a primeira igreja cristã da região após a reconquista). Uma outra joia da época medieval é o mosteiro de São Pedro das Águias na Granjinha, um belíssimo monumento da ordem de Cister em estilo românico do século XII, ao qual estão associadas lendas do tempo das batalhas entre mouros e cristãos. Por todo o concelho ainda podemos encontrar vários pelourinhos, verdadeiros símbolos do poder local de antigos coutos senhoriais ou concelhos medievais, tais como o de Arcos, Chavães, Granja do Tedo, Longa, Sendim, Tabuaço e Valença do Douro. Aqui também encontramos, imponentes solares setecentistas e oitocentistas, bem como casas senhoriais carregadas de história e nobreza são lugares de visita obrigatória, não descurando os olhares das imponentes habitações envolventes da época moderna, bem como as modestas casas de cariz rural, que compõem uma malha urbana de elevado interesse, onde se destacam alguns edifícios de extrema beleza.

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Além do seu vasto património histórico, Tabuaço também conta com um elevado valor imaterial de tradições, costumes, lendas, crenças e conhecimentos milenares. O concelho ainda mantem viva alguma da arte secular que passou de geração em geração e que perpetua o saber das suas gentes, uma verdadeira riqueza cultural e etnográfica a descobrir.

Fauna e Flora. O concelho apresenta uma taxa de cobertura florestal relevante, no entanto devido à humanização crescente da paisagem, as unidades vegetais com maior representação territorial são os matagais, povoados de coníferas, culturas agrícolas salientando a vinha e o olival como culturas dominantes no concelho, mas também podemos encontrar em menor escala pomares, hortas e prados. Num plano de menor representatividade surgem os sobreirais e carvalhais autóctones, povoamentos de folhosas, vegetação rupícola, manchas rípicolas nos cursos de água e em áreas recentemente queimadas. Nas zonas envolventes aos rios, a vegetação ripícola alberga inúmeras espécies de anfíbios e répteis de grande valor para a conservação da natureza lagarto d’água, cobra-d’água, rãs, sapos, salamandras entre muitos outros.

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A avifauna nidificante encontra também aqui refúgio e alimento que proporcionam a sua existência, a perdiz, o pombo, a codorniz, o cuco, o estorninho, o peneireiro comum, o milhafre, a coruja do mato, entre muitos outros. A fauna também aqui se encontra representada por diversas espécies. Umas com carácter mais oportunista,que utilizam quer a floresta quer os campos agricolas como a raposa, o coelho, o ouriço-cacheiro, o esquilo, o javalí e outras mais emblemáticas como o lobo-ibérico que contínua a aparecer muito esporadicamente em zonas mais recônditas da serra. Algumas destas espécies apresentam um elevado interesse cinegético na região.

Em síntese; O equilíbrio do seu território, toda a sua história, património e o valor das suas paisagens e recursos naturais demonstram as potencialidades de se afirmar como território de ecoturísmo no espaço regional do Alto Douro Vinhateiro. O turismo cultural, de aventura e pedestre, em particular, é uma das formas de turismo cultural de baixo custo que, permite uma fruição diferente das múltiplas valências que compõem a paisagem e é hoje procurado por pessoas e turistas em todo o mundo. A consolidação dessa imagem, como um destino turístico de qualidade na região do Douro, pode ser alcançada desde que os recursos naturais sejam preservados.

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Embora desconhecidos por muitos e percorridos por poucos Tabuaço possui desde 2006, 7 percursos pedestres de pequena rota e 1 percurso de grande rota homologadas pela Federação Portuguesa de Montanhismo, e Campismo que praticamente se encontram Ignorados e ao abandono total. Estes circuitos ou passeios pedestres podem passar da categoria de um lazer informal para uma verdadeira ação turística, potencialmente geradora de benefícios económicos a nível local. A revitalização destas Rotas potencia, assim, a descoberta (ou a redescoberta) do próprio concelho. Ao percorrer estes trilhos seculares carregados de histórias e lendas, por entre vales, quintas e montes é possível descobrir o passado por entre os testemunhos de pedra, conhecer um pouco mais o quotidiano das suas gentes. Aqui há homens e mulheres dispostos a alçar a mão na presença de forasteiros. Gente, que tem vincado no rosto o sofrimento da solidão, mas mesmo assim são resistentes por décadas ao apelo do trabalho árduo do campo. São, “ao que chamo” heróis de colete e avental, cabelos brancos sob chapéus e lenços garridos em triângulo, que nos abrem a casa e a vida e nos convidam para entrar, pouco depois seduzem-nos com os prazeres seculares da região e gastronomia local. Um pequeno mundo de contrastes, uma outra dimensão do tempo, carregadas de paisagens deslumbrantes repleta de aromas, sensações e cores que nos confundem o olhar e nos encantam ao virar de cada esquina.

Já se sente revigorado?

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Aventure-se agora, e parta á descoberta.

De mochila às costas percorra estes percursos pedestres e descubra, as diversas zonas de natureza que escondem um património cultural e paisagístico inegável. Este é o destino ideal para praticar pedestrianismo, actividade que consiste em percorrer distâncias a pé numa envolvente natural e singular, preservando os valores mais autênticos da Região. 10


Vale do Tedo

PR1 – Percurso pedestre 11


Este percurso leva-nos a visitar o território de uma das mais belas aldeias de Portugal. Granja do Tedo apresenta um importante património arquitetónico, natural e cultural digno de visita. A melhor forma de conhecer tão ampla riqueza é através de um percurso pedestre que permita um contacto íntimo com a natureza, com os vários elementos arquitectónicos e com as simpáticas gentes desta freguesia, sobranceira ao rio Tedo. Partindo do lugar da praia fluvial atravessando o rio Tedo pela ponte “romana” em direcção ao centro da aldeia, (Povo de Baixo). Aqui deve visitar a Igreja Matriz, não descurando o seu aglumerado habitacional de elevado valor arquitectónico. Seguimos um caminho por entre campos de cultivo e de vinhedos onde se destaca a produção de baga de sabugueiro, que nos conduzirá até á Qª da Dona Moira, antiga estância termal dos Banhos da Moira. Continuando por um caminho de pé posto que desemboca na estrada Municipal perto do lugar da Ribeira de Goujoim. Atravessamos a Aldeia de Ribeira de Goujoim pela sua calçada antiga e tomamos o caminho pelas encostas do monte em direcção á freguesia de Pinheiros. Ao longo deste troço podemos constatar a importante diversidade de flora e fauna selvagens existentes na região.

Em Pinheiros deve-se visitar as gravuras rupestres do Cabeço das Pombas, o Santuário dedicadoa á Sª Barbara bem como a Igreja Matriz que se situa no centro da freguesia. Daqui tomamos novamente o caminho pelas encostas do monte passando pelo lugar das Corças em direcção á Freguesia de Vale Figueira. Esta pacata aldeia tipicamente rural de cariz beirão encontrase rodeada por belos campos e hortas, pelas suas encostas podemos observar diversas figueiras que justamente lhe emprestaram o nome. Aqui deve-se visitar como a cabeça do guerreiro esculpida em granito, provavelmente da Idade do Ferro, o lagar romano/medieval localizado a Sudoeste da povoação.

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Pomos pés a caminho, partindo pela estrada municipal 515 em direcção a Longa ao fim de aproximadamente 500m desviamos á esquerda por um caminho em terra batida que desce pelo Vale do Candal, em direcção ao Povo de Cima da Granja do Tedo, Aqui, podemos observar uma bela panorâmica sobre o Povo de Baixo, o Rio Tedo,os campos de cultivo, em socalco, ora bordeados por vegetação, ora limitados por muros de pedra, um verdadeiro mosaico rural. Prosseguindo em direção á praia fluvial, atravessando o Povo de Cima podemos apreciar o solar dos Oliveira Rebelo, o pelourinho que outrora fora símbolo de poder local, depois de atravessarmos um rústico casario chegamos ao local onde teve início este belo percurso por Terras do Vale do Tedo.

Perfil Longitudinal e Altimétrico do percurso do Vale do Tedo - PR-1 Extensão do Percurso = ~14 km

(Granja do Tedo (GT) – Ribeira de Gounjoim (RG) – Pinheiros (PI) – Vale de Figueira (VF) - Granja do Tedo (GT))

Perfil Longitudinal e Altimétrico do percurso do Vale do Tedo - PR-1A Extensão do Percurso Alternativo =~11.5 km (Granja do Tedo (GT) – Ribeira de Gounjoim (RG) (Pinheiros (PI) – Carrazedo (CR) - Granja do Tedo (GT))

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Coordenadas GPS / Datum WGS84 Granja do Tedo (GT) = 41º03’51.60’’N | 7º36’52.60’’O Ribª de Gounjoim (RG) = 41º05’20.25’’N | 7º37’16.88’’O Pinheiros (PI) = 41º06’10.47’’N | 7º36’39.53’’O Vale de Figueira (VF) = 41º05’33.37’’N | 7º35’33.24’’O Carrazedo (CR) = 41º05’03.70’’N | 7º36’37.08’’O

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Caminhos eCalçadas Romanas

PR2 – Percurso pedestre 15


Este Percurso inicia bem no centro da Vila de Tabuaço junto da igreja Matriz. Este trilho circular leva-nos a conhecer e a percorrer a parte Norte e Nascente da serra de Chavães por caminhos e calçadas datadas do tempo dos romanos. Iniciamos este percurso bem no centro da vila subindo a rua primeiro de Dezembro em direcção aos Bombeiros Voluntarios, de seguida a estrada municipal 515 em direcção a Chavães, logo na primeira curva á esquerda há uma cortada á direita em terra batida que nos leva uns metros mais acima ao encontro de um troço de calçada romano / medieval. A partir daqui seguimos sempre pelo caminho principal até este desembocar numa estrada pavimentada bem no alto da serra. Aqui fazemos um pequeno desvio do percurso virando à esquerda,e seguindo a estrada municipal, a uns escassos 800 metros, encontramos o Miradouro do Alto da Escrita. Ponto obrigatório de paragem para nos deliciarmos, com este espaço que nos impressiona com a sua majestosa paisagem panorâmica em redor. Destacando-se ao longe para Noroeste a serra do Marão, para Oeste a serra das Meadas, a Norte e a Nascente os montes e as encostas vinhateiras dos concelhos de Saborosa e Alijó e São João da Pesqueira. Depois de uma obrigatória, mas atenta e apreciada paragem, voltamos atrás e retomamos novamente o nosso trajecto em direcção á povoação de Chavães, ao longo do percurso é possível observar um património geomorfológico vastíssimo ligado à morfologia granítica, algumas plantas e flores bem como uma fauna típica das zonas serranas. Após uma pequena e merecida visita, deixamos Chavães e continuamos o nosso caminho por uma estrada de terra batida, em direcção á freguesia de Távora, passando pelo lugar da Bidoeda. Aqui viramos à esquerda e prosseguimos descendo por uma estrada em terra que nos leva até á Qta do Passa Frio. Continuamos o nosso percurso descendo o estradão, e a uns escassos metros mais abaixo vamos ao encontro de um troço de calçada romano / medieval que desce toda a encosta Nascente do monte da Srª do Calfão até á freguesia de Távora. No topo do monte do Calfão existem vestigios de um povoado fortificado, cujo povoamento remonta à Idade do Ferro. Há também vestígios da presença romana, e medieval o que significa que o local foi habitado durante um longo período de tempo. Távora, aldeia antiga, celebrizada apenas com a trágica sorte dos Marqueses que lhe tomaram o nome e que foram executados pelo Marquês de Pombal em 1759 após o assassinato do rei D. José 1. Do seu património histórico resta-nos o edifício do antigo Paços do

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Concelho, a Cadeia, ambos quinhentistas, a Igreja Matriz de estilo barroco, rococó e neoclássico. Aqui perto existem 2 locais também dignos de uma visita, que são o Mosteiro de S. Pedro das Águias edificado no ano de 1080, e a Ponte do Fumo sobre o rio Távora do período romano / medieval. Deixando Távora para trás, continuamos o nosso trajeto seguindo pela estrada nacional 523 em direção a Tabuaço até á nossa próxima e última paragem, o parque de merendas do Fradinho também conhecido por “talisga”. Após uma pequena pausa num dos mais belos cenários naturais do concelho, ganhamos forças e respiramos fundo a fim de vencer esta ultima etapa do percurso. Continuamos, subindo a escadaria de madeira até ao miradouro do Fradinho, daqui seguimos por uma estrada em terra ao encontro de um troço de calçada romano / medieval que nos leva até á entrada Nascente da Vila, e daqui á igreja matriz, onde iníciamos o percurso.

Perfil Longitudinal e Altimétrico do percurso dos Caminhos e Calçadas Romanas- PR-2 Extensão do Percurso = ~15.7 km

(Tabuaço (TB) – Chavães (CH) – Távora (TV) – Tabuaço (TB))

Perfil Longitudinal e Altimétrico do percurso dos Caminhos e Calçadas Romanas- PR-2A Extensão do Percurso = ~10.7 km

(Tabuaço (TB) – Chavães (CH) – Tabuaço (TB)) Extensão do Desvio ao Miradouro do Alto da Escrita (ida e volta) D1 = ~ 1.6 km Extensão do Desvio ao Mosteiro de S. Pedro das Águias (ida e volta) D2 = ~5.2 k Extensão do Desvio á Ponte do Fumo (ida e volta) D3 = ~ 5.2 km

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Coordenadas GPS / Datum WGS84 Tabuaço (TB) = 41º07’03.19’’N | 7º33’57.49’’O Miradouro Alto da Escrita (AE) = 41º06’43.89’’N | 7º34’31.30’’O Chavães (CH) = 41º05’17.41’’N | 7º34’06.44’’O Távora (TV) = 41º05’59.07’’N | 7º32’03.60’’O Mosteiro São Pedro das Águias (MSA) = 41º05’09.67’’N | 7º31’04.66’’O Ponte do Fumo (PF) = 41º05’24.34’’N | 7º30’51.91’’O

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Socalcos do Douro

PR3 – Percurso pedestre Bem no centro da Vila de Tabuaço, junto ĂĄ igreja Matriz inicia este percurso que nos leva a percorrer caminhos tradicionais por entre montes, vinhedos, quintas e aldeias.

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Iniciamos este percurso junto da Igreja Matriz descendo a rua D. Maria Vaz, passando pelo Ribeiro da Môa em direcção á quinta do Monte Travesso, Sulcos de hortas, vinhedos e olivais desenham verdadeiros mosaicos naturais na paisagem. O olhar foge para a lonjura das cumeadas, que se perdem em gradações de azul e verde, e nos leva a imaginação e o sonho que alimentam a fantasia do partir à descoberta. Por todo o lado, casas de quinta e solares recordam a cada instante, a importância estratégica que o Vinho doDouro sempre assumiu na história da região. A Qª Monte Travesso é um belo exemplo da arquitectura típica das quintas do Douro, inserida num vale rodeada de vinha e olival a sua casa bicentenária com capela convida-nos a uma curta paragem. Deixando para trás este belo lugar, continuamos pelo estradão, que nos encaminha em direcção á povoação de Adorigo.

É um percurso onde o verde dos pinhais,olivais e vinhas predomina num contraste de cores e horizontes, tendo bem lá no fundo o vale do rio Douro como cenário principal. Chegamos a Adorigo, pequena aldeia tipícamente Douriense cuja sua riqueza se centra na exploração de vinha que produz vinho generoso e de mesa. Deixamos Adorigo para trás e viramos as costas ao Rio Douro e retomamos o nosso percurso em direcção ao monte de A-do-Cortelho. Aqui rumamos a nascente e seguimos o caminho rural bordeado de muros que vão “desbravando” caminho na paisagem vinhateira, passamos pela Quinta da Pereira até a aldeia de Barcos. Todo este percurso se desdobra em miríades de tons e colorações ao longo de todo o ano. Mas é no outono que este bucólico espaço goza das cores quentes, dos amarelos e vermelhos das videiras, enriquecendo a paisagem e privilegiando quem por aqui caminha ou visita a região.

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Barcos, uma das mais antigas aldeias do concelho e da região do Douro vinhateiro, é digna de uma pequena visita. A sua ocupação humana é bastante longínqua, comprovada pelos vestígios arqueológicos aí existentes, de destacar está a sua igreja matriz, um verdadeiro exemplo da arquitectura tardo-românica, sem descurar a sua malha urbana de elevado interesse onde ainda é possivel observar várias edificações da época medieval. Depois de uma pequena e fantástica visita sobre Barcos e toda a sua encosta vinhateira rumamos em direcção a Tabuaço e ao nosso ponto de partida pela estrada municipal nº512 fazendo ainda uma pequena pausa na capela de São Plácido

Perfil Longitudinal e Altimétrico do percurso Socalcos do Douro - PR-3

Etensão do Percurso = ~15 km (Tabuaço (TB) – Qª do Monte Travesso (QªMT) – Adorigo (AD) – Qª da Pereira (QªP) – Barcos (BA) - (Tabuaço (TB))

Perfil Longitudinal e Altimétrico do percurso Socalcos do Douro - PR-3A

Etensão do Percurso = ~9.6 km (Tabuaço (TB) – Qª do Monte Travesso (QªMT) – Qª da Pereira (QªP) – Barcos (BA) - (Tabuaço (TB))

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Coordenadas GPS / Datum WGS84 Tabuaço (TB) = 41º07’03.19’’N | 7º33’57.49’’O Quinta de Monte Travesso (QªMT) = 41º07’54.25’’N | 7º34’46.94’’O Adorigo (AD) = 41º08’39.87’’N | 7º36’26.48’’O Quinta da Pereira (QªP) = 41º07’56.27’’N | 7º35’34.40’’O Barcos (QªP) = 41º07’21.52’’N | 7º36’03.86’’O Santuario de Nª Senhora do Sabroso =

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Anfiteatro da Vinha

PR4 – Percurso pedestre 23


Ao longo de cerca de ~13.0 Km iremos percorrer caminhos que atravessam vinhas, ao longo percurso podemos identificar perfeitamente os quatro tipos de plantação de vinha no Douro vinhateiro, Socalcos préfiloxéricos, socalcos pós-filoxéricos, patamares e vinhas ao alto. Iniciamos este percurso no lugar do Espinho, a sensivelmente 75 metros de altitude e rumamos em direcção á povoação da Balsa pela margem direita da foz do rio Távora. Ao longo dos 2 primeiros quilometros a tranquilidade das águas da foz do Távora, a brisa fresca da manhã e o chilrear dos pássaros dão-nos força para continuar esta nossa caminhada por entre vinhas e vinhedos. Deixando o rio Távora, subimos a estrada que dá aceeso á Qª do Panascal, por entre patamares e vinhas dirigimonos em direcção á povoação da Balsa, ao longo deste troço do percurso temos como cenário a Vila de Tabuaço e toda a sua encosta desde o alto da serra ao rio Távora.

Após uma pequena paragem no lugar da Balsa retomamos a nossa caminhada subindo a encosta poente até ao topo do monte do Penascal atingindo assim a cota maxima do nosso percurso ~485.0m de altitude. Depois de um merecido descanso, deslumbrando-nos com a ampla paisagem que nos rodeia, desde as margens dos rioDouro, Torto e Távora podemos avistar diversas quintas e aldeias rodeadas pelos típicos vimhedos em socalcos, formando um pano de fundo de elevada beleza, característico desta singular região. Descemos até á povoação de Valença do Douro, e visitamos o pelourinho que outrora fora símbolo de poder local. Na praça central da aldeia podemos observar painéis em azulejo alusivos às vindimas.

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Seguimos em direção ao lugar das Bateiras, por um caminho ladeado de muros. Troço, fortemente marcado pela cultura de vinha, Fascinámo-nos com o rendilhado dos socalcos esculpidos pelo Homem na paisagem, que nos embriaga o olhar com a diversidade de formas e cores, consoem-te a época do ano.

Chegamos ao local das Bateiras, autrora ponto de reunião de Homens sem trabalho, à espera de serem rogados pelos patrões durante os ciclos mais importantes do calendário agrícola do Douro: colheitas, cavas, escavas, redras e podas. Continuamos o nosso caminho ao longo da margem esquerda do rio Douro pela estrada nacional 222 em direcção á Régua até ao nosso ponto de partida, em todo este trajecto podemos observar parte do troço de umas das mais belas linhas ferroviária de Portugal “A linha do Douro”.

Perfil Longitudinal e Altimétrico do percurso Anfiteatro da Vinha - PR-4

Etensão do Percurso = ~13.2 km (Espinho – Foz Távora (ES) – Balsa (BA) – Valença do Douro (VD) – Estrada Nacional 222 (EN) – (Espinho – Foz Távora (ES))

Perfil Longitudinal e Altimétrico do percurso Anfiteatro da Vinha - PR-4A

Etensão do Percurso = ~12.2 km (Espinho – Foz Távora (ES) – Balsa (BA) – Valença do Douro (VD) – Estrada Nacional 222 (EN) – (Espinho – Foz Távora (ES)

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Coordenadas GPS / Datum WGS84 Espinho – Foz do Rio Távora (ES) = 41º07’03.19’’N | 7º33’57.49’’O Balsa – Desejosa (BA) = 41º07’54.25’’N | 7º34’46.94’’O Valença do Douro (VD) = 41º08’39.87’’N | 7º36’26.48’’O Estrada Nacional 222 (EN) = 41º07’56.27’’N | 7º35’34.40’’O

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HistĂłria e Natureza

PR5 – Percurso pedestre 27


Este percurso inicia bem no centro da aldeia de Barcos e leva-nos a percorrer duas aldeias, cada uma com a sua beleza muito própria: Santa Leocádia com uma vida e paisagem rural, muito aprazível aldeia vinhateira de Barcos, bela aldeia histórica, com os seus muitos testemunhos de vivências antigas, castrenses e medievais. Após uma pequena visita á igreja matriz de Barcos para apreciarmos a rica talha dourada que decora o seu interior. Iniciamos o nosso percurso por percorrer as antigas e estreitas ruas da aldeia, com um grande valor históricocultural. O seu centro urbano, dominado pelo xisto e de cariz tipicamente rural fala por si, dá para perceber a história ancestral desta terra e gente. Seguimos o nosso percurso pela estrada municipal até ao santuário de nossa senhora do sabroso, aqui fazemos uma pequena pausa a fim de nos deliciarmos com a pacatez deste local de culto rodeado por vegetação e com vestígios de ocupação humana desde o período castrejo. Como anteriormente havia descrito este santuário é uma referência histórica para todo o concelho e região, pois, segundo uma lenda muito antiga, o santuário de nossa senhora do Sabroso foi erigido pelos mouros e posteriormente cristianizado após a reconquista levada a cabo por D. Afonso Henriques. (considerados por muitos como sendo a primeira igreja cristã após a reconquista). Em seu redor ainda podemos observar varias e dispostas pedras sepulcrais de cristãos nobres com cruzes e espadas esculpidas. Deixando para trás este belo lugar continuamos

iniciando assim a descida até Santa Leocádia quase sempre por antigos caminhos rurais e trilhos de pé posto muito bonitos, tanto pela vegetação que os acompanha, como pela grandiosa paisagem da serra e do vale onde corre a o rio Tedo. 28


Por fim chegamos a Santa Leocádia. Esta pequena aldeia tipicamente rural, encontra-se incrustada e debruçada sobre a encosta nascente do rio Tedo, suas casas muito juntas nascem do chão como espigões. A separá-las, vielas estreitas e sinuosas que dão a perfeita ideia de labirinto, concedendo-lhe assim uma beleza rara e singular. Daqui, inicia-se então o regresso, vencendo uma subida longa mas pouco acentuada até à Aldeia Histórica de onde se partiu.

Perfil Longitudinal e Altimétrico do percurso PR-5 Percurso pedestre pela História e Natureza

Etensão do Percurso = ~7.5 km

(Barcos (BA) - Santa Leocádia (SL) –(Barcos (BA)

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Coordenadas GPS / Datum WGS84 Barcos (BA) = 41º07’21.52’’N | 7º36’03.86’’O Santa Leocádia (SL) = 41º07’54.25’’N | 7º34’46.94’’O

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Pelas cumeadas da Serra de Chavães

PR6 – Percurso pedestre 31


Pelas cumeadas e planalto da Serra de Chavães, o percurso é calcorreado por trilhos de terra batida, outrora percorridas a pé ou com carros de tração animal. O percurso inicia-se em Chavães, uma pequena e vistosa aldeia da serra, tipicamente de cariz beirão. Sua beleza é caracterizada pela vegetação que a cobre em grande parte da sua área, matos, bosques de pinheiros, castanheiros, carvalhos. Virando as costas a Chavães iniciamos o nosso percurso em direção á citânia de longa. Ao longo da nossa caminhada podemos observar campos de pastorícia, de cultura do castanheiro, cereais, batata. Dá para perceber que aqui a vida era difícil e muitos tiveram que emigrar ao longo dos últimos 100 anos. Percorridos os primeiros 2,5km chegamos ao morro do Muro, aqui além da paisagem que encanta a vista deparámo-nos com uma imponente e magnifica muralha anterior á idade do ferro que defendia a citânia de longa. Testemunho esse, que comprova o povoamento desta serra por pessoas desde muito cedo. Continuamos o nosso percurso, agora em direção á pedra do cavalo, passando bem perto do ponto mais elevado da serra, o cabeço “Mãe da Loba” que se localiza no morro do “Alto da Poupa”, com os seus majestosos 985 metros de altitude. Percorridos aproximadamente 8km desde o início da nossa caminhada chegamos á pedra do Cavalo, trata-se de um penedo que fora moldado pela erosão do tempo, conferindolhe assim uma aparência com o cavalo, símbolo esse que provavelmente na antiguidade fora relacionado com manifestações religiosas conforme demonstram as marcas e cruzes insculturadas nela. 32


Daqui, retomamos agora ao ponto inicial da nossa caminhada. Apesar de recentemente as cumeadas terem sido transformadas, pela instalação de centrais eólicas de produção de energia, a beleza da serra mantém-se, como sempre, aquecida pelo sol do Estio, mordida pelas geadas invernais, submersa por névoas frequentes que a forram como algodão, a serra veste-se e despe-se ao ritmo de cada estação. Esta é de facto uma serra, que não se compadece com um passeio apressado e menos ainda por uma espreitadela desta ou daquela curva da estrada. É uma serra para se revisitar uma, duas, muitas vezes, percorrê-la a pé, de bicicleta ou então de jipe, pois não há outra maneira de a conhecer profundamente.

Perfil Longitudinal e Altimétrico do percurso PR-6 Percurso pedestre pelas cumeadas da serra de Chavães.

Etensão do Percurso = ~10.5 km

(Chavães (CH) – Citânia Longa (CI) – Pedra do Cavalo (PC) - (Chavães (CH)

Perfil Longitudinal e Altimétrico do percurso PR-6A Percurso pedestre pelas cumeadas da serra de Chavães.

Etensão do Percurso = ~ 8km

(Chavães (CH) – Citânia Longa (CI) – (Chavães (CH) 33


Coordenadas GPS / Datum WGS84 Chavães (CH) = 41º07’21.52’’N | 7º36’03.86’’O Citânia de Longa (CI) = 41º07’54.25’’N | 7º34’46.94’’O Estrada Municipal 515 (EM) = 41º07’54.25’’N | 7º34’46.94’’O Pedra do Cavalo (PC) = 41º07’54.25’’N | 7º34’46.94’’O

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Por Castelos e Caminhos de Pedra

PR7 – Percurso pedestre

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Este percurso circular leva-o a percorrer velhos caminhos numa zona de singular beleza. É um trilho bem desenhado e cravejado na paisagem incerta, ladeado de muros, totalmente coberto de musgo. Carregado de história, este percurso foi utilizado durante muitos anos por pastores e gentes locais. Ao longo do percurso terá oportunidade de visitar alguns aglomerados rurais, deslumbrar-se com paisagens de uma imensidão sem fim, conhecer algumas das tradições e modos de vida local. Iniciamos este percurso no pitoresco lugar de Cabriz. Terra de belos recantos, a aldeia, respira a natureza verde e das águas límpidas e azuis do Rio Távora. Quem chega pode passear por caminhos de pedras gastas e percursos antigos, onde casas rústicas contam a história de uma vida intensamente rural. Este trajeto passa por alguns lugares de paisagens inspiradoras e tranquilizadoras, que nos revelam um património natural ímpar (Os Castelos Naturais), local carregado de lendas e historias que chegaram aos nossos dias por transmissão oral e orgulho das suas gentes. 36


“Tendo em conta a lenda associada a este local, teria sido aqui que os lendários cavaleiros D.Tedon e D. Rausendo constituíram sua base de apoio nas suas incursões contra os Mouros.”

Deixando agora este tranquilo e belo local continuamos o nosso Trajeto por trilhos de pé posto e caminhos ladeados por pedras que rasgam pequenos campos de cultivo e olivais, passamos pelo lugar da Boa Morte e seguimos até ao santuário da Nossa Senhora do Bom Despacho e daqui rumamos em direção á pequena e muito antiga Vila de Sendim.

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Chegamos á Vila de Sendim, esta além da sua beleza paisagística apresenta-se como um conjunto de elevado interesse patrimonial um lugar carregado de Historia com um património inestimável e casas brasonadas cuja existência releva a importância de outrora.

A sua História é tão vasta, que ainda está bem visíveis nos dias de hoje os testemunhos deixados ao longo dos tempos. Mas talvez tenha sido o período Romano que mais marcou esta vila. Pontos de interesse dignos de visita em Sendim - Povoado do Cabeço de São João - Povoado Calcolítico do Monte Verde - Troço de via romana de Vale de Vila/Sendim (Santo Ovídio) - Lagar romano/medieval do Fontelo e de Vale de Vila - Necrópole medieval da Igreja de Sª Mª de Sendim e de Vale de Vila - Igreja Matriz de Sendim - Antigo Passal / Residência paroquial de Sendim - Marco da Universidade de Coimbra - Pelourinho de Sendim, Imóvel de Interesse Público - Solar dos Guedes - Solar dos Gouveias Couraças, sito no Lugar do Paço - Paço do Bispo, ou dos Regos, sito no Lugar do Paço - Paço dos Távoras (Gouveias/Santos) - Casa brasonada dos Mendonças e dos Soeiros - Casa de Átrio, sita no Lugar de Paço Muitos outros pontos de interesse existem em Sendim para visitar. 38


Mas deixamos agora Sendim, e continuamos o nosso percurso seguindo o Troço de via romana de Santo Ovídio em direção ao nosso ponto de Partida (Cabriz) ao longo do percurso além da tranquilidade e da magnífica beleza paisagística ainda podemos visitar a necrópole medieval de Vale de Vila.

Perfil Longitudinal e Altimétrico do percurso PR-7 Percurso pedestre por Castelos e Caminhos de Pedra

EXtensão do Percurso = ~13 km

(Cabriz (CA) – Castelos Naturais – Sª Bom Despacho (BD) - Paçô (PC) – Sendim (SE) – Vale Vila (VV) - Cabriz (CA)

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Coordenadas GPS / Datum WGS84 Cabriz (CA) – Castelos Naturais = 41º03’21.56’’N | 7º30’18.11’’O Nª Sª Bom Despacho (BD) = 41º02’27.80’’N | 7º30’54.71’’O Paçô (PA) = 41º02’21.70’’N | 7º32’18.43’’O Sendim (PC) = 41º02’54.15’’N | 7º32’21.22’’O Vale Vila (VV) = 41º03’03.16’’N | 7º31’55.31’’O

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Rota dos Vinhos da Europa

GR14 – Percurso pedestre

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Este percurso "Rota dos Vinhos da Europa" ou GR14 é um percurso linear transeuropeu que tem início em Vila Nova de Gaia (foz do Rio Douro) porta histórica de armazenagem e saída do famoso vinho “Generoso” ou vinho do Porto. Este percurso faz-se pelo DouroSul ligando a região demarcada mais antiga do mundo a outras regiões vitivinícolas da Europa, igualmente berços de vinhos famosos terminando na Alsácia (Estrasburgo). O troço que atravessa o município de Tabuaço fá-lo ao longo extrema sul do conselho. Tem Inicio na pequena Aldeia da Ribeira de Gounjoim (Armamar) e percorre parte do troço PR1-Vale do Tedo até a aldeia com o mesmo nome. Aqui tomamos a direção Rumo á aldeia de Longa passando pelo monte de Rei, sítio este carregado de histórias e lendas que se entrelaçam com factos históricos, sendo difícil destrinçar a realidade. Caminhar pelo Monte Rei é como desvendar uma história que ainda não foi contada, mas que permanece no imaginário das gentes locais. Deixando este enigmático local continuamos o nosso percurso por um troço que terá sido outrora uma via romana de grande importância até Arcos passando por Longa. Daqui, continuamos até á vila de Sendim, percorrendo parte do troço PR7 até ao santuário da Nª Sª Bom Despacho, aqui desviamos á direita e descemos toda a encosta até ao rio Távora fazendo a travessia do mesmo para Vale de Penela entrando assim no Troço de S. J. da Pesqueira perto do vale dos mil. Local, este também carregado de lendas e factos históricos com alguma veracidade de batalhas sangrentas entre Cristãos e Mouros. (Nota, A ponte pedestre onde se procedia a travessia do rio foi totalmente destruída, mas quando este não leva muita corrente ainda a podemos realizar saltitando por umas pedras)

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Todo este, percurso apresenta zonas de grande beleza paisagística com uma imensidão sem fim, além de atravessar aldeias pitorescas tipicamente beirãs mas com alma e coração durienses. Esta paisagem surpreende pela diversidade e toca-nos pela sua intensidade. Cada curva da estrada é capaz de nos revelar novas matizes, espaços diversos, casarios singulares. A mesma paisagem é vista de ângulos e perspectivas diferentes, convida-nos à permanente admiração pela obra conjunta da Natureza e do Homem, consoante vislumbramos os montes ou observamos os vales dos cumes das serranias. Esta paisagem dificilmente nos deixa indiferentes. Ao longo do trajeto também poderá conhecer e partilhar algumas das tradições e modos de vida local.

Estes fatores atrativos podem ser acrescidos a ter em conta para visitar o Concelho!

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Perfil Longitudinal e Altimétrico do percurso GR-14 Rota dos Vinhos da Europa

EXtensão do Percurso = ~18 km

(Ribeira Gounjoím (RG) – Granja do Tedo (GT) – Longa (LO) - Arcos (AR) – Paçô (PÇ) – Nª Sª Bom Despacho (BD) – Rio Távora (RT)

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NĂŁo se pode descobrir novas terras sem primeiro conhecer a nossa.

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Reconheço, que muito ficou por dizer e transmitir. Mas, o objetivo deste texto é apenas tentar partilhar e dar a conhecer uma aventura solitária por caminhos outrora calcorreados, foi o redescobrir, o observar, o estar em contacto com a natureza, o apreciar de várias perspetivas ângulos tão ampla e vasta paisagem, foi sentir e compreender o património, tradições e costumes locais que o tempo tende em apagar. Resumindo, Apenas pretendo colmatar uma lacuna que caiu no esquecimento da autarquia, em aproveitar as oportunidades, saber Valorizar e desenvolver as potencialidades locais. E suscitar assim o interesse de quem tiver lido este breve e despretensioso artigo em fazer uma visita e percorrer e conhecer assim as terras de Tabuaço.

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Jo達o Olaio, Setembro de 2012

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