Revista Pescart

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PESC RT

Achigã

Destaque

Importância da pesca na Europa

Final do Outono Spinnerbaits Os segredos

como pescar na margem Alqueva

Notícias - Opinião - Destinos



Equipa Vega brilha em Espanha na III edição do EuroNitro Cup, prova de pesca embarcada ao Achigã na barragem espanhola de Cíjara.

P.6

Spinnerbaits

P.20 Artigo de Destaque

Como usar em águas de muita vegetação

P.12 Capa Achigã no Inverno

P.3 Alqueva, a partir da margem. Todo o material necessário e em que meses a pesca se torna um momento único.

Vamos desvendar os mais infimos segredos da pesca ao achigã no inverno, onde e como obter os me-

P.18 Notícias

Toda a actualidade pescatória do nosso país.

Assuntos Marítimos e Pescas Nesta edição debruçamo-nos sobre a importância das pescas para o Desenvolvimento económico da Europa


Editorial Por João Sousa

Direcção e Executiva

Produção

João Sousa

Direcção Criativa João Sousa

Fotografia

Jaime Sacadura e Jorge Inácio

Colaboradores

Jaime Sacadura Jorge Inácio Team Vega APPA (Associação Portuguesa de Pesca ao Achigã)

Pesca como hobbie: Nas familias tradicionais portuguesas, desde de muito cedo que se ganha um carinho especial pela pesca; muitas vezes já vem dos nossos avós ou bisavós, que posteriormente passa para o nosso pai e mais tarde esse amor nasce em nós,,aos poucos, mas que com o nosso crescimento, se torna em algo que tem de fazer parte do nosso dia-a-dia. Não podemos esquecer que todo o nosso amor pela pesca, tem de respeitar Impreterivelmente as regras básicas da mesma, respeitar sempre os periodos de defeso e procurar libertar sempre as espécies que capturamos, para que mais tarde voltemos a desfrutar do prazer de sentir aquele tão caracteristico toque que é o do achigã. Assim, queria deixar um apelo a todos os aficcionados por pesca nas nossas tão especiais Albufeiras,


Alqueva a partir da margem

O

grande lago e o sonho de poder lá pescar, pelo prazer das paisagens e pelo sentimento que aquelas águas nos transmitem. A sua vidade e leveza do ar alentejano e as brisas sentidas junto às suas margens, fazem de todos os momentos que lá se passam, serem únicos e para um dia mais tarde recordar. Nesta edição vamos expor todos os segredos para se conseguir as melhores capturas a partir da margem do Alqueva.


Da margem faz-se assim

Começamos por elaborar alguns dos materiais essenciais para a pesca do achigâ nestas margens, sem querer excluir nenhum apetrecho pessoal que o pescador possa ter e por percorrer cada mês do ano, explicando mais em promenor o que utilizar.

Material – 3 canas 1 Spinning 1,80m (Fast Tip); 1 Casting 1,95m (Médium Heavy); 1 Casting 2,10 (Médium)

Dezembro/Janeiro: Lúcios, Lúcio-percas, frio, drop-shot e muitas grades.

Fevereiro/Maio:

M

ontar Jerkbait (cor Alburno) no Spinning, Big Worm Weighless no casting e Shallow Crank (cor Natural Shad ou

Citrus Shad) na cana de acção média. Os Jerkbaits são imbatíveis se o peixe estiver espalhado e activo a comer para acumular energias para a desova. Os Shallow cranks (0,30-1,30m) servem para encontra-los quando não sabemos bem como estão a comer, nem o seu nível de actividade, apenas sabemos a profundidade a que se encontram nesta altura. E a Big Worm é “o truque”, e daí a importância de se ter mais do que uma cana montada, é o facto de não ser invulgar nesta altura vermos grandes animais a perseguir as amostras rígidas e não as atacarem, o que elas querem é uma minhoca bem grande a cair à frente do focinho, temos de estar prevenidos.


Junho/Agosto:

Seleccionar fios – Pesca ao Achigã

dia. A Popper cobre as primeiras horas da manhã

Q

e as ultimas hora da tarde, mas também alguns

margem. A pergunta habitual do iniciado nesta

períodos isolados a meio do dia onde notamos

pesca é: - Que tipo de linha escolher e que di-

actividade á superfície. O Fluke Jr. (Barrigudo,

âmetro utilizar? Com o leque de escolhas sem-

barriga-aberta ou peixe morto na gíria piscató-

pre em constante crescimento, compreende-se

ria), nem é preciso explicar os motivos, basta

a dúvida.

Montar Popper pequena (cor não muito relevante) no Spinning, Fluke Jr. Split-Shot e Crank medium-diving (1,80-2,50m) na cana de acção me-

uando nos iniciamos na pesca do achigã, uma das primeiras dúvidas consiste na escolha da linha adequada para

este tipo de pesca., nomeadamente a pesca de

pensar nas alegrias e milagres que esta amostra faz, não só no Alqueva. E por fim os Cranks mé-

Monofilamento ou multifilamento? Nylon ou

dium-diving, não são famosos por dar aquelas

fluorocarbono? Multifilamento simples ou re-

pescarias memoráveis da margem, mas quando

vestido? Nylon simples, copolímero ou nylon

a coisa fica preta é costume inventarem “aquele

revestido a fluorocarbono? A panóplia actual de

peixe” que ganha uma prova ou serve para gozar

produtos disponíveis no mercado dificulta a es-

com os 3 ou 4 companheiros que nem os chei-

colha e pode gerar alguma confusão.

raram.

Setembro/Outubro:

De forma geral, um bom nylon, resistente e com pouca memória pode ser utilizado com êxito em praticamente todas as aplicações e técnicas utili-

Montar passeante cor Alburno no Spinning,

zadas para o achigã, variando apenas o diâmetro

Senko 5” (branco ou preto consoante cor da

utilizado e a maior ou menor resistência à abra-

água) no casting e Spinnerbait 3/8 (branca ou

são adequando-as à técnica utilizada e às carac-

fluorescente consoante cor da água) na cana

terísticas do local (mais ou menos obstáculos

de acção média. Técnica explosiva nas horas

abrasivos, como rochas). Um bom compromisso

quentes. Se o peixe afundar de repente, mudar o

são as linhas de nylon revestidas a fluorocar-

Senko para Bate-Palmas castanho Texas rigged.

bono que aliam um excelente manuseamento à eventual menor visibilidade conferida pelo re-

Novembro:

vestimento de fluorocarbono. Para aplicações específicas, como o drop-shot profundo, onde a sensibilidade e a invisibilidade são essenciais,

Mês muito parado em geral, peixes apáticos e “co-

nada iguala o fluorocarbono.

lados” às estruturas, é essencialmente o salve-se

Não esqueça que ao utilizar diversas canas com

quem poder, não obedece a um padrão fixo.

diferentes acções e resistências, associadas a diversos tipos de linha, necessitamos de aumentar a concentração para que a animação e a


Spinnerbaits Equipamento adequado e técnicas de recuperação

Depois de ficarmos a saber um pouco mais sobre este tipo de amostras, vamos abordar os requisitos do material a utilizar para pescar correctamente com spinnerbaits e o tipo de técnicas de recuperação que podemos utilizar para abordar diferentes condições e locais de pesca. Texto: Jaime Sacadura • Fotos: autor Jorge Inácio (WebsIte: WWW.bass-brothers-team.com)


A

o pescar com spinnerbaits, o pes- cador mais experiente recorre in- variavelmente aos conjuntos de casting. Embora se possa utilizar um spinnerbait de peso médio com material de spinning, o material de cas- ting revela-se muito superior em termos de precisão de lançamento, um factor extrema- mente importante na utilização de spinner- baits. Além disso, quando as zonas a pescar têm muitos obstáculos ou quando se utilizam spinnerbaits mais pesados é habitualmente necessário utilizar linhas de maior diâmetro para evitar perder peixe, já que os bons mo- nofilamentos continuam a ser os preferidos para utilizar com este tipo de amostras. Os carretos de casting funcionam na perfeição com estas linhas que exigiriam conjuntos de spinning totalmente desadequados para a pesca do achigã. Uma cana de casting de 6 a 7 pés (1,80 a 2,10m) de material composto de uma mis- tura de carbono e fibra de vidro (graphite composite) que confere maior resistência e, simultaneamente, maior suavidade à acção da cana é a mais adequada para pescar com spinnerbaits. Estes modelos estão normalmente enquadra- dos nos modelos “glass series” dos diversos fabricantes e, salvo algumas excepções, são também utilizados com eficácia para pescar com crankbaits. Assim, uma boa cana de crankbaits pode também ser utilizada para pescar com spinnerbaits. As técnicas que implicam a utilização de spinnerbaits mais pesados que podem ir de ½ onça a mais de 1 onça de peso (mais de 28 gramas) são a

excepção já que, nestes casos, é necessário utilizar canas mais resistentes.

Acção da Cana Regra geral, uma cana de acção média (M) a média pesada (MH) servirá perfeitamente para uma utilização geral. Convém ressalvar que os fabricantes têm classificações algo diferentes de marca para marca, pelo que a escolha por parte do pescador, deve ser feita idealmente em função do diâmetro/resistên- cia da linha e do peso da amostra que a cana foi concebida para utilizar. Esses valores, inscritos na própria cana, são normalmente muito mais fiáveis do que a classificação da acção. Por vezes surgem no mercado canas etiquetadas com acções mais abrangentes, que cobrem portanto, teoricamente, um le- que mais alargado de soluções, mas estas devem ser obrigatoriamente de muito boa qualidade, ou, na maioria dos casos, essa pretensão é injustificada. Canas com acção mais abrangente, devem ser assim, obrigato- riamente, canas de qualidade superior, para terem um comportamento eficaz em toda a gama que anunciam e têm, por isso, um pre- ço a condizer. O anzol exposto do spinnerbait não exige uma ferragem muito forte e, assim, a cana necessita essencialmente da robustez ade- quada ao peso das amostras a utilizar. Uma cana demasiado rígida pode mesmo prejudi- car o trabalhar da amostra e causará fadiga a nível do pulso no final do dia de pesca. Uma cana com a flexibilidade ideal ajuda também a atenuar as investidas


A recuperação deve ser iniciada simultaneamente com a entrada da amostra na água para conseguir um posicionamento correcto da amostra logo à partida e permitir reagir adequadamente a ataques imediatos

“A precisão e o tipo de lançamento são fundamentais para conseguir os melhores resultados na pesca com spinnerbaits”

rasguem e o peixe fuja ao primeiro salto, o que acontece frequentemente quando se uti- lizam canas demasiado rígidas. Deste modo, as canas ideais para spinnerbait são construí- das com acção de ponteira mais lenta e mais parabólica (etiquetadas como tip action regular em vez de fast).

O carreto ideal A utilização de spinnerbaits significa habitualmente lançamentos longos, precisos e muito numerosos. Um carreto de casting de boa qualidade revela-se essencial para poder pescar com eficácia com estas amostras e para poder resistir ao tremendo desgaste que lhes é imposto. Um carreto de má qualidade prejudica a distância de lançamento, dificulta a execução de alguns tipos de lançamentos, como o pitching e possui, em regra, travões menos eficientes que resultam em sucessivas cabeleiras, principalmente quando se pes- ca contra o vento. Utilizar um carreto bem construído, com bons travões magnéticos ou, idealmente, centrífugos (ou ambos), com a regulação adequada para cada amostra e para cada situação de pesca, é um factor que contribui significativamente para o sucesso quando se pesca com este tipo de amostras.

Os lançamentos sucessivos e as recuperações rápidas são muito frequentes neste tipo de pesca, por isso, um carreto com uma taxa de recuperação de 6:1 ou superior é altamente recomendado. Um carreto de recuperação lenta não permite a execução de algumas técnicas como o burning (recuperação mui- to rápida) e pode dificultar a manutenção da tensão na linha quando um achigã ferrado se dirige rapidamente na nossa direcção, o que pode resultar na perda do peixe.

Lançamentos Como já referi, a precisão de lançamento é um dos factores mais importantes quando pescamos com spiner-


“Bump the stump” – bater com o spinnerbait nos obstáculos submersos desperta ataques de reacção.

-baits. Um pitching bem executado que coloca o spinnerbait no local exacto, sem fazer ruído, pode provocar um ataque de reacção, enquanto que um lan- çamento por cima da cabeça poderia levar o achigã a fugir, assustado com a violência da queda da amostra. O tipo de lançamento a executar depende essencialmente da distância a que se encontra o alvo a atingir. Distâncias maiores implicam lançamentos mais enérgi- cos e quedas mais violentas. A curta distância, deve-se optar por lançamentos mais precisos e menos ruidosos. Por exemplo, até cerca de 10-15 metros o lançamento recomendado é o pitching pela precisão que permite atingir e pela queda suave que proporciona.

Entre os 15 e os 20-25 metros, o lançamento lateral permite manter uma trajectória da amostra perto da água, o que ajuda a evitar quedas violentas, mantendo ainda uma boa precisão de lançamento. O lançamento a duas mãos, por cima da cabeça, é mais utilizado quando se pretende atingir maiores distâncias, embo- ra reduza a precisão e contribua para quedas mais violentas da amostra. Ao pescarmos ao longo de uma margem podemos acabar por recorrer aos vários tipos de lançamento, con- soante o tipo de estruturas e coberturas que se nos apresentam, pelo que convém aperfei- çoar a técnica de lançamento para cada um deles.

Técnicas de recuperação O spinnerbait é uma das amostras mais versáteis que podemos utilizar e permite explo- rar todas as camadas de água com inúmeras variantes de recuperação. Habitualmente, um spinnerbait pesca-se lançando e recuperando, a um ritmo mais ou menos regular e pode ser extremamente produtivo com este tipo de utilização. A recuperação deve ser iniciada simultaneamente com a entrada da amostra na água para conseguir um posicionamento correcto da amostra logo à partida e permitir

reagir adequadamente a ataques imediatos. O flash e a vibração das lâminas e a atracção do conjunto cabeçote/saia resultam num pacote muito produtivo e eficaz. Para as situações em que os achigãs se revelam um pouco mais difíceis de convencer a atacar, os pescadores foram desenvolvendo inúmeras formas de apresentar o spinnerbait de forma diferente, variando, essencialmente, o tipo de recupera- ção. Vamos, então, analisar algumas dessas técnicas.

Recuperação muito rápida - Burning Uma das variantes da recuperação mais habitual é o burning. O objectivo é recuperar o spinnerbait o mais rápido pos sível, não per- mitindo que o achigã analise com detalhe a amostra, evitando assim que este se aperceba da sua artificialidade. Utiliza-se essencialmente em águas muito claras e com peixe


“O pitching permite o posicionamento da amostra com precisão e uma entrada suave na água”

O branco é uma das cores preferidas por muitos pescadores

activos. A velocidade barco, este tipo de rede recupe- ração da cuperação pode ser Recuperar o spinnerbait a alta velociamostra desperta um combinada com lançaataque de reacção, pois mentos directamente dade – burning – impede que o achigã o achigã tem que decipara a mar- gem, ledir rapidamente sob vando depois a amosse aperceba da sua artificialidade em pena de ver fugir a pretra a entrar com muita águas muito claras e desperta o instinto sa. Esta técnica é facilisuavidade na água, tada pela utiliza- ção de como se de um pequecabeçotes mais pesano animal se tratasse. A dos e de lâminas mais ausência de queda da pequenas (em formato willowle- lâmina a rodar. Utiliza-se mais amostra e a tendência do achigã af), permitindo que estes con- frequentemen- te quando os para se orientar para alimento juntos possam ser recuperados achigãs se encontram a maior proveniente da margem resulta sem grande resistência e, assim, profundidade e menos activos. numa combinação de sucesso. não saiam fora de água quando A recuperação lenta permite recuperados a grande velocida- manter a amostra mais tem- Queda vertical – helicopter de. É possível trocar as lâminas po na zona de influência do de um spinnerbait para o adaptar Lança-se normalmente e iniciapara esta técnica, adicionar peso se uma recu- peração rápida até ao cabeçote ou, mais recente- Recuperação imediataa amostra chegar perto de um mente, optar por spinnerbaits mente obstáculo. Parando a recuperacom cabeçotes em tungsténio ção, o spinnerbait cai na vertical e hastes em titânio, bem adap- abaixo da superfície com a(s) lâmina(s) em rotação tados a este tipo de utilização. lenta. A combinação cabeçoIniciar a recuperação antes do te mais pesado e lâmina única Recuperação lenta colorado é das mais utilizadas spinnerbait em profundidade cair na água e com a ponteira da para esta técnica, mas não é a cana alta manter as lâminas em única. Em zonas com vegetação - Slow-rolling rotação imediatamen- te abaixo abundante, podemos utilizar um Em regra, utiliza-se um cabeçote da superfície. Idealmente, deve- spinnerbait mais leve e colocá-lo pesado para se produzir uma ligeira ondula- com precisão dentro de aberturas atingir mais rapidamente maiores ção superficial sem a amostra na massa de plantas. O menor profundi- dades e uma única lâmi- quebrar a superfície da água, peso produz uma entrada muito na grande no formato willow ou deixando um rasto que desperte suave e uma queda mais lenta, colorado. Após atingir o fundo ou a atenção do achigã. Muito uti- que permitirá maior tempo de rea profundidade desejada, recupe- lizada perto de zonas com ve- acção a peixes mais letárgicos. ra-se apenas com a velocidade getação submersa. Quando se Como variante, esta técnica pode suficiente para manter a também ser utilizada em água pesca de


aberta, com quedas pronunciadas (por vezes de vários metros) seguidas de recuperações mais ou menos longas e novas quedas. Nesta situação, é necessário manter sempre o con- tacto com a amostra durante a fase da queda e estar preparado para efectuar uma ferragem ao primeiro toque.

Outras Variantes Bater com a amostra nos obstáculos (como em troncos afundados – Bump the Stump). Em vez de tentar surpreender o achigã com um pitching exactamente para o local onde se encontra (como um tronco submerso, por exemplo), lança-se um pouco para além deste e orienta-se a recuperação de forma a produzir contacto com o obstáculo. Simular uma presa ferida e desorientada é sempre uma opção produtiva e a utilização desta técnica com os spinnerbaits produz sempre bons resultados. Hesitar momentaneamente a recuperação da amostra para

Utilizar o spinnerbait como um Jig. A configuração do spinnerbait resulta numa amostra com grande capacidade de evitar as prisões. Pode-se assim pescar o spinnerbait como um jig, lançando-o para o interior de árvores e para aglomerados de troncos submersos. Com uma animação e recuperação regular e fluida, evitando os movimentos bruscos, a amostra evade surpreendentemente a maior parte dos obstáculos.

Conclusão Os spinnerbaits são amostras extremamente versáteis e não devem ser apenas utilizados, como é hábito, quando se levanta um pouco de vento. Embora este seja o tipo de utilização mais frequente e com provas dadas, com dias fantásticos e sequências de capturas impressionantes, nunca deixaremos de nos surpreender com capturas efectuadas com spinnerbaits em condições e situações que vão “contra todas as regras”,


Achigã Final do Outono A necessidade de conseguir reservas para o Inverno faz com que os achigãs estejam bastante activos durante o Outono mas, no final desta estação, o arrefecimento progressivo das águas ou a sua maior turvação, levanta algumas dificuldades aos pescadores. Neste artigo, analisamos algumas técnicas para conseguir boas capturas e resolver os problemas que podem surgir no final do Outono. Autor e Imagens: Jaime Sacadura


U

m dos principais problemas que os pes-

Nestes casos, o peixe pode afastar-se apenas

cadores enfrentam nesta época do ano é

para uma zona mais profunda próxima, geralmen-

a tendência para os achigãs procurarem

te perto de uma estrutura, onde possa permanecer

águas mais profundas. Com a aproximação do In-

confortável, sem grandes gastos energéticos, não

verno assistese a um movimento inverso ao que

perdendo de vista uma eventual oportunidade de

ocorreu após o Verão. Os achigãs afastam-se das

alimentação em dias mais quentes. Mesmo nestas

enseadas baixas onde são mais vulneráveis às va-

pequenas massas de água, onde a temperatura

riações de temperatura que ocorrem neste período

se mantém mais uniforme, podem existir zonas

e procuram a estabilidade térmica das zonas mais

mais produtivas que outras. Se em determinados

profundas. Estemovimento é particularmente nítido

períodos do ano, as zonas perto de um pequeno

nas grandes albufeiras e não é tão significativo nas

afluente são muito produtivas – pois estes trazem

pequenas charcas ou pegos.

alimento, sendo zonas de emboscada preferenciais para o achigã – nesta altura do ano, estas zonas podem estar alguns graus abaixo da temperatura média da massa de água. As chuvas frias deste período escorrem pelas encostas montanhosas e podem produzir fluxos de água fria pouco apetecíveis e quase desprovidos de qualquer alimento. As zonas irrigadas por eles tornam-se pouco apetecíveis para os achigãs que preferem as zonas mais estáveis, protegidas do vento norte e que recebam a maior incidência de luz solar. Nestas pequenas massas de água não é invulgar ocorrerem períodos de maior actividade, nos períodos mais quentes dos dias soalheiros, como resposta ao ligeiro aumento de temperatura que estes períodos proporcionam. Além da questão térmica, que pode condicionar significativamente a actividade e o posicionamento dos achigãs nesta altura do ano, não podemos esquecer que existe ainda a questão muito importante do alimento. A maior inactividade do achigã deve-se assim, em grande parte, à redução das oportunidades de alimentação •


que lhe são apresentadas. Nalgumas grandes albufeiras, de águas profundas e transparentes, a vida parece desaparecer no final do Outono. Por vezes, ao aproximarmo-nos das margens de algumas enseadas, podemos ver o fundo a 3-4 metros de profundidade e não consegui- mos localizar qualquer forma de vida. Não se vislumbram peixes, anfíbios, crustáceos ou insectos e as barragens parecem estar completamente vazias de qualquer forma de vida. Nestes períodos a solução, para resolver o pro- blema em massas de água com estas características, é pescar mais fundo. De modo a resistir a estes dias mais difíceis a vida re- fugiou-se em profundidade. Para conseguirmos capturar alguns achigãs temos que os procurar nos locais para onde estes se deslocam e, nalgumas barragens, isso pode implicar pescar a mais de 10 metros de profundidade.

Técnicas para pescar em profundidade P a r a    c o n s e g u i r m o s suces- so ao pescar a grandes profundidades algumas técnicas são incontorná- veis. O empate

Texas é uma das mais utilizadas para fazer face a esta situação e pode ser produtivo desde que se observem algumas regras simples. Uma das mais importantes é pescar de forma lenta e deliberada. Na maioria das situações que enfrentamos nesta estação, os peixes encontramse pouco activos ou mesmo inactivos. Não irão perseguir amostras animadas rapidamente a vários metros dos locais onde se encontram. A única solução é pescar lento, muito lento. Idealmente, devemos utilizar peso suficiente para conseguir levar a amostra ao fundo e ainda sentir o trabalhar da mesma. A selecção do peso é feita em função da intensidade do vento e da profundidade a que vamos pescar. Para grandes profundidades é normal utilizarmos mais peso do que é habitual. Se o vento soprar com alguma intensidade pode tornar-se necessário utilizar pesos na ordem dos 1214

gramas ou superiores para conseguir manter o contacto com a amostra. A linha pode tornarse aqui um factor importante. Embora se consiga pescar com eficácia utilizando um bom nylon,principalmente em dias com pouco vento, a estas profundidades as vantagens de uma linha mais rígida e que transmita melhor os toques, como as linhas de fluorocarbono, podem fazer toda a diferença na hora de conseguir sentir o ataque subtil de um achigã a 14 metros de profundidade. As amostras a utilizar dependem essencialmente do tipo de presas habituais do local a pescar. Se existirem lagostins, a utilização de imitações destas presas habituais do achigã é quase incontornável. Além do empate Texas, outro empate incontornável para a pesca em profundidade é o empate drop-shot. A colocação do chumbo no final da linha e a amostra a algumas dezenas de centímetros acima, pode fazer toda a diferença com achigãs quase inactivos e que, por vezes, se encontram ligeiramente acima do fundo. A capacidade que este empate proporciona de colocar uma amostra no local ideal e a manter aí, indefinidamente, animando-a com regularidade, pode levar a ataques que nuncaocorreriam com o empate Texas. Este empate pode ser utilizado com sucesso, mesmo a pescar de margem, desde que existam zonas com inclinação e profundidade suficiente. O mito de que o drop-shot é um empate para ser utilizado exclusivamente na vertical e apenas para pescadores embarcados está a desaparecer gradualmente, em função dos bons resultados que se podem obter quando o utilizamos em pequenas massas de água com perfil adequa


do. Neste período, nem sempre é obrigatória a utilização de linhas muito finas e iscos muito pequenos no drop-shot e a selecção de bons exemplares pode passar pela utilização de amostras idênticas às utilizadas no empate Texas. A forma de apresentação modificada pode fazer toda a diferença. A cana para pescar com este empate deve ser mais sensível que a utilizada para o empate Texas. Podemos utilizar uma cana de 1,80 m a 1,90 m de acção Média (ou mesmo Média Ligeira) acoplada a um carreto de recuperação rápida. O anzol exposto não requer grandes ferragens e é mais importante conseguir acompanhar o peixe, mantendo a pressão, pois este pode disparar em direcção à superfície. Zonas a privilegiar são a confluência profunda de bicos que rodeiam ribeiras ou enseadas principais, zonas próximas do antigo leito dos rios, cabeços rochosos afundados e zonas adjacentes a paredes verticais de pedra, idealmente orientadas a sul para receberem a maior exposição solar possível. Não raras vezes os achigãs estão concentrados em alguns desses locais e, se capturarmos um, devemos insistir no mesmo local porque são muitas as hipóteses de conseguirmos aí mais capturas. Os toques podem ser quase imperceptíveis e, muitas vezes, apenas nos apercebemos de uma ligeira sensação de peso a qual deve ter como resposta uma ferragem imediata. Neste tipo de pesca, o Jig é menos utilizado, já que as prisões são menos frequentes e dada a

grande dificuldade de conseguir assegurar uma ferragem eficaz com esta amostra a grandes profundidades.

Técnicas para peixe suspenso Ocasionalmente podemos enfrentar situações em que o peixe se encontra suspenso perto de paredes verticais a alguns metros do fundo. São mais frequentes na pesca embarcada e podem ser muito frustrantes já que o peixe se pode encontrar abaixo da profundidade atingida pelos crankbaits de profundidade e em que os empates Texas e drop-shot são ineficazes. Uma das soluções mais frequentes é a utilização de crankbaits sem paleta que se deixam afundar até à profundidade requerida e depois se recuperam mantendo esse nível mas podem ser difíceis de conseguir posicionar exactamente à profundidade onde se encontram os achigãs. Outra solução passa pela utilização


Pescar e libertar na pesca profunda

O problema da descompressão é um dos mais complicados de resolver para quem pratica o Pescar e Libertar e pesca a grandes profundidades. Nem sempre é possível convencer os peixes a “colaborar” e a subir muitolentamente quando capturados. O resultado é uma descompressão rápida do gás contido na bexiga gasosa que em casos extremos, pode mesmo comprimir tremendamente os órgãos da cavidade abdominal, como o estômago, provocando a sua saída pela boca. Simultaneamente, os vasos sanguíneos e o coração são comprimidos pela expansão da bexiga o que resulta na morte rápida do animal se for mantido à pressão atmosférica da superfície. Ocasionalmente as cavidades oculares também sofrem descompressão provocando exoftalmia (inchaço dos olhos nos globos oculares). A solução é evitar a retenção dos exemplares capturados a grande profundidade libertando-os imediatamente. Na maior parte dos casos conseguem nadar rapidamente para a profundidade onde se encontravam onde a bexiga se volta a comprimir. Caso contrário, ficam a flutuar virados de barriga para cima e morrem rapidamente. Para quem necessita de reter o peixe no viveiro, como acontece a quem pratica competição, a única solução é perfurar a bexiga gasosa com o auxílio de uma agulha hipodérmica e libertar uma boa parte do gás, permitindo assim a sobrevivência do peixe. (mais informações em http://www.sacadura.com/formacao/ achiga/

de spinnerbaits pesados (3/4 a 1 onça) ou amostras sem paleta com lâminas (como o Cursor), mas estas amostras possuem a mesma dificuldade de utilização dos crankbaits sem paleta– o conseguirmos colocá-las exactamente à profundidade desejada por um período de tempo alargado, de forma a produzirem um ataque de reacção em peixes suspensos. Podemos ainda utilizar cabeçotes (como os darter- head) acoplados a imitações de peixe de plástico mole (tipo fluke) para tentar levar os peixes suspensos a atacar, abordagem que é, por vezes, eficaz, mas pode ser difícil de utilizar em dias mais ventosos. Uma solução alternativa é autilização de amostras tipo colher metálica. Muito utilizadas na pesca embarcada de mar, este tipo de amostras é raramente utilizado na pesca ao achigã e pode ser extremamente produtivo nestas situações. Com o auxílio da sonda, podemos tentar identificar a profundidade a que se encontram os peixes suspensos e posicionar a amostra na mesma faixa de profundidade. Efectuando uma animação vertical ampla e repetitiva (como se tratasse da pesca à lula) e deixando o barco deslizar suavemente, podemos cobrir, com eficácia, zonas onde suspeitamos que se podem encontrar peixes suspensos (ou onde os localizámos com a sonda). A utilização de colheres modernas (metal vibration lures) com oscilação lateral e vibração muito intensa

aquando da recuperação ascendente, como acontece com o Little Max da Evergreen ou o Flappin’ Sonic da Imakatsu, pode permitir resolver o problema complicado de consguir capturar peixes suspensos profundos. São amostras relativamente pequenas mas pesadas (com pesos até ¾ onça – 21 gramas), fáceis de lançar e animar com canas de acção média e possuidoras de vibração e flash suficientes para levar achigãs suspensos e quase inactivos a atacar.

Técnicas para águas barrentas Com a chegada de afluentes ricos em lamas, as águas de uma pequena barragem podem ficar completamente lamacentas. Se nestas massas de água os problemas que identificámos acima nem sempre se aplicam, nomeadamente a necessidade de pescar a grandes profundidades, com água lamacenta o peixe temtendência a colar-se às estruturas e coberturas e a ficar muito inactivo. Nesta altura do ano, a pesca em águas frias e lamacentas pode ser um problema quase insolúvel. Com estas condições, devemos localizar boas coberturas que tenham tendência a fixar os achigãs, como árvores submersas e pescar lentamente e sistematicamente todos os locais onde estes se podem encontrar.


Trata-se de uma pesca quase cirúrgica onde vamos tentar lançar repetidamente para todos os ramos, reentrâncias e cavidades da margem ou da vegetação orientada para as zonas mais profundas, na procura do local exacto onde se encontram os achigãs. Embora não seja uma pesca muito produtiva podem-se capturar grandes exemplares insistindo e dissecando pacientemente os melhores locais. As amostras mais utilizadas são as combinações de Jig com atrelado de porco (de plástico ou natural), lagostim ou criatura. Privilegia-se a utilização do Pitching ou mesmo do Flipping como formas de lançamento já que é necessário colocar a amostra com o máximo de precisão e o ataque é, geralmente, imediato. Para situações intermédias e com peixe ligeiramente mais activo, os spinnerbaits ou os crankbaits de cores chamativas (como as várias variantes e combinações de firetiger/ chartreuse) são também boas opções, desde que a sua utilização seja semelhante à dos Jigs – lançamentos curtos e precisos, para locais bem

determinados, à espera de um ataque após as primeiras voltas da manivela.

Conclusão Em determinados períodos do final do Outono a pesca ao achigã pode ser extremamente difícil, principalmente nasgrandes barragens. As presas e os achigãs afundam, por vezes, para profundidades quase inacessíveis aos pescadores. Nestas situações, o pescador de achigã deve munir-se das técnicas adequadas, como as que foram mencionadas acima, para tentar resolver os problemas que se lhe deparam. Acima de tudo, deve munir-se de uma grande dose de paciência, para conseguir efectuar uma acção de pesca lenta, metódica, precisa e eficaz, de modo a conseguir seduzir peixes normalmente quase inactivos e a tornar aquilo que podia ser uma jornada de pesca frustrante numdia de pesca produtivo.

Algumas sugestões pessoais Pesca profunda em Barragens – Não ter medo de pro-

curar o peixe em zonas muito profundas. O achigã pode afundar bastante, principalmente em barragens de água muito transparente. É importante ter a noção de que os maiores exemplares nem sempre estão tão fundo como os mais pequenos. Assim, se estamos a capturar peixes pequenos a 18 metros, devemos tentar em zonas menos profundas (12-14 metros) para tentar localizar os maiores exemplares. Nas Charcas e Pegos – Pescar nestas massas de água com um espírito mais aberto e não tão condicionado pela época do ano. Sendo mais pequenas e, normalmente, pouco profundas, estes locais são menos afectados pelas situações que afectam as grandes barragens e podem ser pescados com uma maior variedade de abordagens. Temperatura – Com a ajuda dum termómetro ou da sonda, devemos registar a temperatura das zonas que pescamos. As zonas com temperaturas mais elevadas, salvo outros factores, são normalmente mais produtivas, principalmente as zonas próximas de paredes rochosas aquecidas pelo sol do meio-dia. Não é invulgar conseguirmos capturas de bons exemplares a profundidades impensáveis para a época do ano, nestes locais. Drop-shot – Um dos factores mais importantes para despertar o ataque de um achigã com este empate é a altura a que se encontra a amostra. O habitual é cerca de 2 palmos (cerca de 40 cm) mas devemos experimentar outras alturas em função de cada situação. Com peixes muito profundos e que se encontram muito perto do fundo, não é invulgar necessitarmos de reduzir a altura da amostra em relação ao chumbo, por vezes para valores inferiores aos 10 cm para conseguir efectuar algumas capturas. Tamanho das amostras – Nem sempre as amostras mais pequenas são as que produzem os maiores peixes nesta altura do ano. Mesmo no drop-shot costumo utilizar amostras idênticas às utilizadas no empate Texas como lagostins ou amostras do tipo criatura, como o Flapping Hog II da Gary Yamamoto. Mais utilizado como atrelado no Jig, não deixa de surpreender noutros empates, dada a subtileza de movimentos que revela mesmo com pequeníssimas animações. Escolha dos locais – Sempre que as barragens possuem lagostins, uma das minhas primeiras escolhas são as barreiras de terra argilosa vermelha. Preferidas pelos lagostins para aí escavarem as suas galerias e procurarem refúgio, as estruturas próximas tornam-se autênticos locais de concentração de achigãs, como se tratasse de uma fila para um bom restaurante. Outros locais de eleição são os bicos próximos de antigos leitos de rios em barragens. O antigo leito do rio torna-se uma autêntica auto-estrada para os achigãs que o utilizam para as suas deslocações e permanecem perto deste tipo de estruturas, esperando uma oportunidadede se alimentar.


Noticias:

A dupla Joaquim Moio e João Grosso, que

Duarte Cebola e Luis Leitão, equipa apoia-

nos últimos anos tem dominado a pesca

da pela VEGA, estiveram em destaque na

embarcada ao Achigã em Portugal, acaba

III edição do EuroNitro Cup, prova de pes-

de assinar um protocolo de sponsorização

ca embarcada ao Achigã que decorreu na

com a VEGA para a próxima temporada.

barragem espanhola de Cíjara, nos dias de 20 e 21 do passado mês de Outubro e que reuniu cerca de uma centena de embarcações. A prova que também contou com o apoio da VEGA, fez brilhar a equipa portuguesa, que já havia ganho a primeira edição desta competição em 2010, e que voltou a estar em destaque nesta edição de 2012, ao vencer a segunda manga com um total de 7,150kg, fruto da captura de cinco peixes, um dos quais com 3,060kg, que cons-

Com os resultados obtidos na 3ª prova do V Torneio Luís Valente, João Campos vence o torneio na categoria de Kayaks, relegando para segundo e terceiro lugares Ricardo Magalhães e Daniel Bailote respetivamente. Já Joaquim Cabo vence na categoria de Patos.

titui o recorde da prova. Com a vitória na segunda manga, a equipa apoiada pela VEGA terminou a sua participação nesta edição do EuroNitro Cup na sétima posição da geral, cotando-se como a melhor formação portuguesa nesta prova realizada em Espanha.


Contudo um sorteio adverso e algum mérito dos adversários, contrariaram as legitimas aspirações da formação da equipa apoiada pela VEGA. Desta forma o Pevidém terminou o campeonato no terceiro lugar do pódio a poucos pontos do primeiro lugar, num final alucinante e de muitos nervos, a equipa de Pevidém acabou por conseguir os objectivos a que se propôs que passava pela subida há primeira divisão Nacional de clubes, feito conseguido pela segunda vez na história do clube, e único no Distrito de Braga. Terminado o Campeonato Nacional de clubes da II Divisão Norte de pesca desportiva O Grupo Desportivo de Pevidém, clube apoiado pela VEGA, depois de liderar as três primeiras provas com algum conforto, partiu para a ultima prova realizada na pista internacional de Cavez a pensar na conquista do título Nacional.

A VEGA congratula-se com o desempenho do Grupo Desportivo de Pevidém.


Artigo de Destaque Assuntos Marítimos e Pescas

Sector vital para a economia e o desenvolvimento O modo de vida de muitos cidadãos da UE depende do mar e dos seus recursos: da pesca, como é óbvio, mas também da energia produzida em explorações offshore de petróleo e gás. A frota da marinha mercante da UE,

As zonas costeiras atraem o turismo, outro importante sector económico. Há, pois, que explorar os recursos do mar de forma responsável, impedindo a sobrepesca e garantindo que as actividades de extracção do pe-

presente nos mares e oceanos do mundo inteiro, tem um papel crucial no desenvolvimento do comércio.

tróleo e do gás não prejudicam o ambiente costeiro e marinho.


Importância da conservação O sector das pescas da UE é o quarto maior do mundo, fornecendo anualmente cerca de 6 400 000 toneladas de peixe. A pesca e a transformação do pescado representam mais de 350 000 postos de trabalho. A prioridade da política da pesca da UE é garantir a sustentabilidade: as actuais necessidades do sector das pescas devem

ser satisfeitas desde que não comprometam os recursos haliêuticos à disposição das gerações futuras. Paralelamente, a política da pesca tem como objectivos manter os ecossistemas marinhos em bom estado de conservação e garantir que o sector das pescas proporciona um nível de vida correcto às pessoas que dele dependem, sem esquecer os interesses dos consumidores.


O Fundo Europeu para as Pescas dispõe de 4300 milhões de euros para o período de 2007-2013 para apoiar a reestruturação do sector das pescas e ajudar os países da UE a aplicar as medidas adoptadas em 2002 no âmbito da reforma da política comum da pesca.

Esta verba pode ser utilizada em benefício do desenvolvimento sustentável das pescas, das explorações aquícolas, dos sectores da transformação e da comercialização e da diversificação económica das comunidades piscatórias.

Cooperação e assistência internacional A UE concluiu acordos de parceria no domínio da pesca com países terceiros e participa em negociações no âmbito das organizações regionais e internacionais de pesca tendo em vista garantir um enquadramento regulamentado, transparente e sustentável para a gestão das águas de todo o mundo e evitar a sobrepesca.

Estes acordos também asseguram aos pescadores europeus o acesso à pesca em águas longínquas, ajudando a garantir o abastecimento do mercado da UE. Têm como contrapartida uma contribuição financeira que permite aos países terceiros em causa, nomeadamente aos países em desenvolvimento, investir nos seus próprios sectores da pesca e na constituição de reservas haliêuticas.


Desenvolvimento da aquicultura

Dimensão marítima

A procura de peixe e outros produtos aquáticos está a aumentar em todo o mundo: a aquicultura europeia pode ajudar a satisfazer essa procura. Actualmente, um quarto, em termos de tonelagem, do peixe e do marisco produzido na UE já provém de explorações piscícolas e outras formas de aquicultura. Em termos de volume, os mexilhões, a truta arco-íris e o salmão do Atlântico são as espécies aquícolas mais importantes da UE, seguidas das ostras, da dourada, da carpa, das amêijoas e do robalo. A aquicultura é uma indústria de produção alimentar importante e em expansão, com uma taxa média anual de crescimento de 5 % à escala mundial (2006-08). No entanto, na UE, a aquicultura no seu conjunto não tem evoluído. A Comissão Europeia está, portanto, a apoiar e a promover esta indústria europeia.

A UE tem a maior superfície marítima do mundo, com 1200 portos, e a maior frota mercante do mundo. 90 % do seu comércio externo e 40 % do seu comércio interno é feito por via marítima. A política da pesca da UE sempre teve em conta as questões ambientais. Contudo, recentemente, a política marítima adoptou uma abordagem ainda mais ampla, que engloba todas as utilizações do espaço marítimo europeu. O objectivo é aproveitar a tradição e os resultados da Europa no domínio da investigação, tecnologia e inovação marinhas e contribuir para a estratégia Europa 2020 em prol de um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo. A política marítima integrada engloba o transporte marítimo, a competitividade das empresas do sector, o emprego, a investigação científica, as pescas e a protecção do ambiente marinho. O objectivo global é garantir o desenvolvimento económico e, simultaneamente, salvaguardar a sustentabilidade ambiental. Para realçar a importância do mar enquanto elemento fundamental da sociedade e da economia europeias, a UE comemora anualmente, a 20 de Maio, o «Dia Europeu do Mar».




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