mundo H

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mundo h. 01 DEZ.JAN.FEV.08 Ano1 Distribuição Gratuita

MOÇAMBIQUE NOVAS CANDIDATURAS; M&N UM OLHAR SOBRE A INTERVENÇÃO; PORTUGAL PADRINHOS NA NOVA DIRECÇÃO; ESTÓRIAS MUDAR DE VIDA; MAIS DO QUE PADRINHOS MAIS SENSIBILIZAÇÃO NA ILHA DO FAIAL; MAIS MUNDO A BATALHA CONTRA A MALÁRIA; I MAIS NOVAS REGRAS PARA O ENVIO DO CONTENTOR.


ÍNDICE 3

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EDITORIAL

ESTÓRIAS

mais um capítulo na história da luta pelo desenvolvimento.

mudar de vida.

4

MOÇAMBIQUE uma candidatura, um padrinho.

19

uma experiência única. 20

i MAIS agenda helpo 2008.

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primeiros passos na província de Nampula. 8

M&N etapas percorridas no longo percurso rumo ao desenvolvimento. 12

PORTUGAL padrinhos nos órgãos sociais da organização. 16

MAIS DO QUE PADRINHOS junte a sua mão a esta causa. 17

MAIS MUNDO batalhas inevitáveis.

21

envio de presentes ou entrega de milagres? 22

brindes... e muito mais.


EDITORIAL

MAIS UM CAPÍTULO NA HISTÓRIA DA LUTA PELO DESENVOLVIMENTO Cascais, Joana Clemente

C

oncluir capítulos para dar vida a novas páginas é um processo natural que faz parte do percurso de pessoas, entidades, países, civilizações e de todo um conjunto de elementos que tem o privilégio de construir a sua própria história. A nossa Organização não é excepção a esta regra, e a mesma aplica-se na perfeição ao momento de transformação pelo qual estamos a passar. Ao cabo de três longos anos de existência em que fizemos da aprendizagem os degraus a conhecer e superar ao longo do nosso caminho, podemos estar orgulhosos do que construímos e dos instrumentos que aprendemos a manusear para podermos dar continuidade a essa mesma construção. A constituição desta Organização em Portugal, com o apoio infindável dos padrinhos portugueses, fez-nos ver com clareza quais os caminhos a traçar no sentido de fazê-la crescer, optimizando todas as formas de prestar apoio que conhecemos. Daí ao surgimento de um novo capítulo, restava-nos dar um pequeno grande passo que foi concretizado na construção de uma nova estratégia: A proximidade emocional, histórica e nalguns aspectos até cultural entre Portugal e África, (particularmente no que diz respeito aos PALOP); a forma como os padrinhos da nossa Organização em Portugal abraçam este projecto, conscientes da realidade à qual prestam apoio e respeitando incondicionalmente as regras em que se desenvolve o programa; o gigantesco laço que a língua representa e que condiciona a troca de correspondência entre padrinhos e afilhados bem como as visitas ao terreno que os primeiros vão experimentando; o enorme potencial de apoio, por parte das inúmeras empresas privadas portuguesas que intervêm nos países onde a nossa Organização desenvolve o seu trabalho; foram alguns dos motivos que nos levaram a traçar esta estratégia de autonomia. Uma estratégia que tem como principal objectivo fazer com que os destinatários do nosso apoio, bem como aqueles que contribuem para a sua concretização, possam usufruir ao má-

ximo de todas as possibilidades e vantagens que o facto de sermos uma Organização Portuguesa nos pode trazer, e que melhor responda às necessidades e potencialidades específicas que advêm desta identidade única. Foi esta identidade própria e esta maneira especial de apoiar e fazer da imaginação realidade de forma a multiplicar esse apoio, que nos conduziu a esta nova página: Assim, a nossa Organização renasce hoje com um novo nome, uma nova cara e um novo percurso a desenhar. Helpo significa ajuda em esperanto, uma língua transversal criada a pensar no entendimento de todos os seres humanos a nível global. Helpo é para nós, o novo significado dado à CCS Portugal, a sua sucessora que conta com a colaboração dos mesmos recursos humanos, das mesmas técnicas de trabalho e que dará continuidade a muitos projectos e uma vida nova a grandes sonhos. A Helpo pretende fazer a diferença nas regiões mais carenciadas do Globo, a começar pelos países cuja própria história e língua remetem para um forte laço com Portugal. Continuamos a privilegiar a intervenção em contexto rural e nenhum dos projectos desenvolvidos até ao momento será votado ao abandono. Contamos com a colaboração dos nossos parceiros para dar continuidade àqueles projectos com os quais não nos será possível prosseguir e continuaremos a procurar criar oportunidades onde o próprio significado da palavra parece ser desconhecido. As nossas novas metas passam pelo esforço em encontrar os pontos em que as expectativas de quem apoia vão ao encontro dos benefícios para quem recebe esse apoio, e fazer desses pontos uma linha contínua, educando uns e outros no aperfeiçoamento do exercício de ajudar com responsabilidade e gozar dessa ajuda à altura dessa mesma responsabilidade. Mais uma vez, contamos consigo na construção desta e de muitas outras páginas, que nos permitirão preencher um sem fim de capítulos.


MOÇAMBIQUE

uma candidatura, um Padrinho. Nampula, Raquel Roldão


D

epois de sabermos quais as prioridades e de termos passado o terreno a “pente fino” para fazermos um bom diagnóstico, é altura de pensar em novas “candidaturas”. Significa então que vamos dar o nosso contributo a novas comunidades. A candidatura é o primeiro passo para ter um padrinho; não é um luxo, é sim uma forma ou tentativa de crescer sentindo menos fome, aproveitando a oportunidade de poder ir à escola e assim poder construir um projecto de vida. Escrever numa folha informações não é difícil, difícil muitas vezes é saber o que escrever pois a criança desconhece a sua própria vivência. Acompanhei este processo num Centro Indirecto* e fiz novas candidaturas pela primeira vez. Para começar, estamos num país onde um registo de nascimento não é sinónimo de obrigatoriedade e trazer no bolso um documento que nos identifique não é um dado adquirido, muitas vezes este não existe, é como se fossemos ninguém. Para conhecermos uma pessoa começamos pelo nome. A maioria sabe que nome tem, mas logo nas perguntas seguintes as dificuldades surgem! Incrível mas verdadeiro, é o facto de ser normal as crianças não saberem a sua data de nascimento e, quando perguntei a um jovem de 14 anos qual era o dia do seu aniversário, ele respondeu: “Tia, não sei”, numa voz suave e quase sem som. Continuando com as perguntas e curiosidades que vão surgindo pelo meio do questionário, verifiquei que, para sabermos os apelidos da criança perguntamos o nome do pai e o do avô. Juntamos ao seu e temos o nome completo da criança. É curioso porque as crianças não sabem onde nasceram nem tão pouco como cresceram. Geralmente, as crianças mostram-se envergonhadas, tímidas. É normal, pois alguém que não conhecem não pára de fazer perguntas sobre a sua vida. Uma coisa é certa: quando ultrapassamos as perguntas sobre o pai e a mãe nota-se um quebrar do gelo, até mesmo um alívio, por parte da criança. Regra geral, as histórias de vida são difí-

ceis de viver, o que faz com que muitas vezes, seja doloroso verbalizá-las. Podemos sempre contar com doenças graves que levam as pessoas ao sofrimento, os próprios e também os familiares que os rodeiam. A realidade é dura e muitas são as crianças que não têm nem pai nem mãe para as ver crescer. A principal causa de morte é a Malária, mas como é sabido a taxa de HIV/SIDA insiste em não diminuir. Depois, contam-se ainda a cólera, a desnutrição, a tuberculose entre outras com taxas mais reduzidas, mas muitas vezes associadas ás de maior gravidade. Talvez seja a parte mais complicada das candidaturas, esta das perguntas, mas a receptividade ao facto de se ter um padrinho é muito grande.

“ ter um padrinho é uma tentativa de crescer sentindo menos fome” Ao preenchermos estes documentos, explicamos a todas as crianças o que se pretende e muitas vezes os animadores sociais (figura dentro da comunidade que colabora com a nossa Organização), descrevem o padrinho como um amigo, que está longe mas que está presente nas suas vidas. Sinto que há sempre um mistério, há sempre um fantasiar da criança, pois fala-se do desconhecido…de um padrinho que vive longe. Há crianças que perguntam: “ ele vem cá? (...) vem visitar-me?” outras mais ariscas e tentando a sua sorte perguntam: “ele pode trazer prendas?”, “eu posso ir visitá-lo”?.

*Centros apadrinhados na totalidade e não apenas um percentual de crianças. geralmente estes estão sob tutela da acção social. exemplo: associações e orfanatos estatais.

Em resumo, o momento das candidaturas é muito importante, pois é necessário clarificar qual o objectivo de todo o processo. Depois de muitas perguntas e respostas, no meio de risos e brincadeiras com as crianças, chega o momento das fotografias: Começamos a formar uma fila e claro que os atropelos são muitos, todos querem ser retratados. Aqui, a fotografia tem um fascínio especial, e há mesmo uma música conhecida de um cantor Moçambicano com o título Foto! Ao mesmo tempo que se aguarda o momento da fotografia, surge a timidez e não há maneira de desvendar nem um sorriso…o mais habitual é que as crianças se apresentem numa pose militar, corpo direito e mãos a apontar para baixo, acompanhando o corpo. Porque será que esta é a postura adoptada? Talvez seja uma forma de impressionar o desconhecido, alguém que não conhecemos, mas que nos vai conhecer através da imagem, e que se encontra tão longe. Nesta altura é preciso brincar com as crianças e dizer: “vamos rir para o padrinho” ou fazer qualquer “macacada” que os faça sentir confiantes e confortáveis. Mas é importante dizer ainda que para este dia há uma preparação especial da parte das crianças. Para agradarem a objectiva, não pode vestir-se uma roupinha qualquer, nesse dia toda a criança veste o seu melhor traje e calça uns chinelos, ou em caso de ter, uns sapatos. São peças de vestuário bem à moda de África. Mas para nós, para lá da roupa de domingo, o importante neste processo é conhecer a história verdadeira da criança, tirar uma fotografia simpática na tentativa de mostrar a quem apadrinha, o mais possível, a realidade em que a criança vive. Cada candidatura não passa de uma folha com apontamentos, mas uma folha que permitirá ao padrinho conhecer a criança que apoia. E o que é certo é que já falei com crianças que falam do padrinho como se da família fosse, mesmo que se trate de uma fantasia, que não o conheçam, têm uma ideia sobre alguém que está longe, que não os conhece, mas que participa na sua vida. Cada candidatura faz uma criança sentirse especial!


MOÇAMBIQUE

primeiros passos na província de Nampula. Nampula, Raquel Roldão


E

m Moçambique, aprendia-se debaixo de qualquer árvore. Qualquer árvore não, pois tinha que ser de dimensão suficiente para fazer sombra a uma turma. Em 2004 o acervo legislativo moçambicano foi aumentado com um Decreto-Lei que “proíbe” essas escolas, no entanto existem aldeias e comunidades que não dispondo ainda de construções apropriadas vão recorrendo de forma transitória, aqui e ali, a este método “proibído”. A Helpo está em Nampula! Estamos a fazer um trabalho exaustivo de observação e análise de situações para prepararmos o alargamento da nossa intervenção e para tal contamos com o apoio do Departamento Provincial da Educação e também do Departamento da Acção Social de Nampula. Estes dois departamentos são responsáveis pela sinalização de Escolas, Instituições e Associações e até mesmo de situações de pobreza extrema e as suas listas intermináveis de casos identificados servem-nos, muitas vezes, de instrumento de orientação durante o nosso próprio processo de diagnóstico. Começámos, nesta fase que antecede o alargamento da nossa intervenção, por visitar algumas escolas seleccionadas pelo Departamento de Educação. Percorremos apenas 3 dos 19 distritos pertencentes à província de Nampula e nestes analisámos a situação de 23 comunidades escolares. A selecção dos distritos foi feita pelo Departamento Provincial de Educação de Nampula que destacou um funcionário para nos acompanhar, o Sr Uiski, que programou, junto dos departamentos distritais, as nossas Visitas. Neste país, as escolas sucessoras daquelas abrigadas pelas copas das árvores, são construídas por estruturas de paus e estacas, forradas a matope, com telhados de três camadas, do interior para o exterior: estacas de Bambu (quando possível, porque impede a proliferação do bicho da madeira), plástico preto e capim. As condições em que se estuda são impressionantes: se calha que S. Pedro se zanga e envia uma chuvada cá para bai-

xo, é possível que uma das paredes ou até mesmo uma parte do telhado ceda. Há escolas que não têm quadro, o que faz com que materiais como o giz ou o apagador sejam dispensados, e as ligações eléctricas são praticamente inexistentes nas escolas da província de Nampula. Na maioria dos recintos escolares, avistam-se montes de capim e estacas, sendo estes os materiais usados na reabilitação necessária e constante das escolas. Algumas têm ainda buracos de onde se extrai terra para fazer tijolos que vão secando ao sol e assim constroem-se as paredes mais resistentes. O primeiro dia levou-nos até ao distrito de Mogovolas, que tem como capital a cidade de Nametil e que dista 70 Km de Nampula. Nas imediações do recinto da primeira escola (Rieque) situava-se a casa do professor; uma palhota que consegue assegurar que não haja visitas indesejadas à escola e, ao mesmo tempo, que o docente tem onde viver, evitando as deslocações de largos quilómetros, que dão muitas vezes origem a faltas sucessivas. Também o mobiliário escolar pôde suscitar algum espanto: há salas onde se aprende no chão com os cadernos ao colo; noutras, os bancos são troncos onde se amontoam alunos a ouvir a lição (metro e meio de cumprimento e um diâmetro de 20 cm, dá muitas vezes para 6 ou 7 crianças). Realizámos várias visitas de análise neste distrito durante 3 dias, até que chegou a vez de Meconta que tem como capital a Cidade de Namialo. O que mais ressalta à vista é a dimensão das escolas e a quantidade de alunos que frequentam ali as aulas. A escola de Bairro Clube, por exemplo, tem 2400 crianças e destas, 1970 frequentam a 1ª e a 2ª classes. A escola de Mulapane Alto tinha 12 salas, mas com as chuvas caíram 2 e as 10 restantes têm que bastar para albergar 800 alunos. É comovente, a vontade de aprender das crianças. E não menos importante é a vontade de ensinar dos professores, que acabaram por ter que dominar a arte do

improviso para transmitir o seu conhecimento. Durante dois dias, dedicámos o nosso tempo e atenção aos casos identificados neste distrito. Segundo o nosso programa de diagnóstico, seguia-se Mecuburi, onde acabámos por nos surpreender pela positiva, uma vez que neste distrito há um número elevado de escolas construídas e/ou em construção, em alvenaria e, ao passo que nos distritos anteriores havia ainda numerosas escolas sem latrinas, aqui as latrinas são melhoradas e a evolução é notável, pois já se encontram a construir sistemas de esgoto. Em todas as nossas visitas, fomos muito bem recebidos pelos departamentos distritais e em todos ouvimos atentamente as necessidades, as dificuldades, as conquistas e as alegrias. Foi bastante positivo e a forma como os professores nos mostram as suas escolas, orgulhosos, demonstra o gosto com que lutam pela melhoria do sistema de ensino. Ainda assim, há uma grande necessidade de desenvolver campanhas de sensibilização junto das famílias e responsáveis pelas crianças pois destas, muitas vão para a escola muito tarde, já para lá dos 10 anos ou muitas vezes, simplesmente, nunca chegam a ir. Em conversa com os Funcionários da Direcção Provincial de Educação, fiquei a saber que as escolas estão cada vez mais cheias de crianças. As estatísticas de 2001 indicam que a taxa de analfabetismo era de 70%, e o que hoje se verifica é que a tendência para o decréscimo desse número é drástica e global. Para nós, Helpo, este é um aspecto profundamente positivo, pois para estarmos presentes e desenvolvermos a nossa actividade, necessitamos do envolvimento de toda a comunidade, escolar e não só. Apenas desta forma conseguiremos chegar à nossa população alvo de maneira ainda mais forte e eficaz, pois o processo de solidificação da confiança será acelerado devido ao envolvimento entre as partes: famílias, associação, escolas e obviamente as entidades locais parceiras (Acção Social e Educação).


M&N

ETAPAS PERCORRIDAS NO LONGO PERCURSO RUMO AO DESENVOLVIMENTO. Búfalos e Micro-Crédito O CCS Portugal/Helpo, ao longo dos seus anos de vida e devido ao seu Na aldeia de Thulo Parsel levou-se a cabo um projecto de microapoio constante, venceu vários dos crédito que visava não só reduzir a pobreza em que algumas faobstáculos do difícil percurso que con- mílias viviam mas também fornecer às pessoas um meio que possibilitasse a sua subsistência. O projecto consistia no emduz ao desenvolvimento. Contamos préstimo de um búfalo a algumas famílias e estas teriam de se consigo para continuar a percorrer empenhar em restituir o valor do búfalo em 20 meses. Com este esta estrada, e a cantar vitórias feitas valor, era possível comprar um outro búfalo para uma outra família, e assim sucessivamente. A taxa de juro (10%) foi usada de esperança e de sorrisos. DEZEMBRO 2005

para integrar o fundo da Organização necessário para a alimentação das crianças da escola. O projecto foi um sucesso e as pessoas participaram com entusiasmo tendo assistido a um aumento do rendimento familiar anual.

Apoio à construção e apetrechamento de uma escola primária em Angola

JUNHO 2006

Com o objectivo de amenizar as consequências dramáticas de uma Guerra Civil prolongada em Angola, a nossa Organização co-financiou a construção de uma escola primária na cidade da Ganda, província de Benguela, em Angola. Este projecto foi concebido e implementado por uma Organização local parceira – o PISI – cujo objectivo é apoiar as crianças órfãs e traumatizadas pela guerra, nesta região. O PISI apoia hoje mais de 800 crianças nestas condições.

Ngolhosa: um projecto de segurança alimentar

Baseando-se nos pressupostos de que a alimentação e a educação são dois factores nos quais o desenvolvimento assenta, a nossa Organização inicia em 2005, em Ngolhosa, um projecto para garantir a segurança alimentar nesta comunidade. Estabeleceram-se com a comunidade os principais objectivos


tais como combater os efeitos da seca através da mudança das técnicas de cultivo, introduzir novas culturas mais adaptadas a climas secos e variar a alimentação com produtos de alto valor nutritivo e proteico. Construíram-se um armazém e três poços, e a comunidade indicou um grupo de 40 beneficiários, que tiveram formação sobre as técnicas agrícolas por parte dos técnicos da Organização, e que se organizaram numa associação para assegurar o funcionamento e continuação do projecto.

Visitas médicas a 4,000 crianças

Projecto de electricidade em Kavre Em Agosto de 2005 chegou à comunidade, pela mão da nossa Organização, um grupo de 5 engenheiros que iriam levar a cabo um projecto que mudaria a vida de toda aquela comunidade: a construção de uma rede de electricidade. O projecto contou com apoio financeiro do governo (80%) e das comunidades (20%). Foi feita uma acção de sensibilização na comunidade e foi-lhe explicado que a luz iria trazer um desenvolvimento duradouro, mais oportunidades de trabalho para os jovens e uma melhoria nas suas condições de vida. Após esta fase de sensibilização e de recolha dos fundos necessários a completar o valor total do projecto, iniciaram-se os trabalhos.

DEZEMBRO 2006 Macunhe: os pescadores e os alunos

Em Maio de 2006 deu-se início a um projecto de saúde para a infância em colaboração com o Hospital de Dhulikel, centro administrativo do distrito de Kavre.Dada a falta de estruturas de saúde, principalmente nas zonas rurais do Nepal onde a Organização opera, a acção contemplou 4000 crianças de Thulo Parsel, Bolde, Sarmathali, Meche, Narayansthan e Chapakori; em cada aldeia foi criado um Campo Médico apetrechado para análises essenciais e fisioterapia, onde operavam as “Voluntárias da Saúde” e foram realizadas visitas de diagnóstico e acompanhamento médico a cerca de 4,000 crianças.

SETEMBRO 2006

Com o objectivo de aumentar a produtividade e assim também o rendimento próprio das famílias residentes no Bairro dos Pescadores em Macunhe, a nossa Organização levou a cabo, juntamente com o Fundo do Fomento Pesqueiro, um esboço para um projecto de micro-crédito, que financia grupos de trabalho associativos de forma rotativa, de maneira a que aumentando os meios e mantimentos ao dispor de cada família, se vá reduzindo progressivamente o abandono escolar por parte das crianças que, para ajudar os pais, acabam por deixar a escola.

MARÇO 2007




M&N

Uma escola nova para Chigamane A primeira intervenção mais significativa da nossa Organização na comunidade de Chigamane foi a construção de uma escola em material convencional (alvenaria) com quatro salas de aula, latrinas e um gabinete pedagógico. Para a construção da escola a Organização comprometeu-se a fornecer o material de construção e técnicos profissionais e a comunidade, a título voluntário, participou activamente nos trabalhos. Apenas quatro dias após a abertura das inscrições a maioria das crianças estavam inscritas, o que revelou o sucesso desta iniciativa.

Prosseguir os estudos em Thulo-Parsel

Higiene pessoal: um manual para todas as escolas Durante a implementação do nosso projecto sanitário a equipa médica concluiu que os principais problemas de saúde das crianças, lombrigas e diarreia, se deviam à falta de uma higiene pessoal cuidada devido à escassez ou uso indevido de fontes de água e também a uma utilização imprópria ou mesmo à falta de latrinas. Face a isto, iniciou-se uma campanha de educação sanitária nas escolas, dirigidas às crianças e aos professores. O projecto consistiu na distribuição de um manual com as principais regras de higiene pessoal, informações sobre as modalidades e periodicidade para efectuar a vacinação e também sobre as doenças mais ocorrentes e principais sintomas. Paralelamente, levou-se a cabo a construção de serviços higiénicos nas escolas.

Depois do ciclone… voltámos à escola em Vilankulos!

Um dos grandes problemas dos jovens de Thulo Parsel era não existir uma escola secundária que lhes permitisse ter estes graus de formação o que levava a que muitos jovens acabassem por renunciar aos estudos uma vez que as escolas mais próximas ficavam a 6 horas de caminho. Para combater este problema a 8 de Dezembro de 2006 e com o apoio da nossa Organização foi inaugurada a Temple Shree Panchakanya Higher Secondary School 10+2 para permitir que os jovens estudassem na proximidade de sua casa e assim evitassem despesas pesadas.

JUNHO 2007

No dia 22 de Fevereiro de 2007, a passagem do ciclone Fávio deixou atrás de si um rasto de profunda destruição na província de Inhambane, em Moçambique. Durante a fase de emergência, a nossa Organização colaborou com outras ONG’s (Unicef e Cruz Vermelha) bem como com o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades em Moçambique, e procedeu à distribuição de produtos alimentares e kits de emergência que ajudassem a minimizar as drásticas consequências da passagem do ciclone. Passada a fase de emergência seguiu-se a fase de reconstrução, durante a qual nos concentrámos na reconstrução das escolas, tendo desenhado um plano de acção que prevê a construção de 11 salas de aula em 4 escolas, nas comunidades de Macunhe, Mungozel, Mungonze e Mangalisse. As primeiras construções já foram inauguradas e estarão em funcionamento a partir do ano lectivo de 2008/2009 (com início a 30 de Janeiro, em Moçambique).




SETEMBRO 2007 Ciclone Fávio: passámos aos actos com a reconstrução

grupos de mulheres e jovens, representações teatrais, manifestações e tudo o que possa ser um ponto de interesse para a comunidade. No centro também se levaram a cabo as acções de formação para os professores e de todos os envolvidos nos projectos do CCS.

DEZEMBRO 2007 Um milhão de gotas traz um mar de felicidade

O plano de reconstrução iniciou-se com a construção de quatro salas de aula em Macunhe. A comunidade compareceu em peso na cerimónia da “primeira pedra” onde se pediu protecção aos antepassados para a realização dos trabalhos. Pôs-se mãos à obra e passados 40 dias as duas primeiras salas estavam prontas e contaram com um elogio feito publicamente pela Direcção Provincial de Educação de Inhambane. O balanço desta primeira intervenção do plano de reconstrução foi sem dúvida positivo, não só por o CCS ter correspondido as expectativas dos parceiros e beneficiários, mas também pela boa participação da comunidade nos trabalhos efectuados.

Centro Comunitário de Formação

No âmbito da redução do abandono escolar por parte das raparigas, que têm como responsabilidade o apoio das mães na realização das tarefas domésticas, bem como da melhoria das condições de vida globais da população rural, a nossa Organização procedeu à construção de dois poços na aldeia de Macunhe, província de Inhambane. Durante este ano, todos os habitantes desta aldeia e das proximidades da mesma, beneficiaram deste projecto, podendo reduzir consideravelmente o peso da tarefa diária de recolha da água, bem como as consequências que a mesma comporta, a vários níveis, para todas estas famílias.

2005 / 2006 / 2007 Apoio global a mais de 3,000 crianças espalhadas por regiões carenciadas

O CCS construiu na comunidade de Thulo Parsel um Centro Comunitário de Formação, um espaço multifuncional construído, não só para ser utilizado pelo CCS mas para desempenhar uma função social e pública. O Traning and Community Centre foi colocado à disposição para encontros das associações locais,

Ao longo dos últimos três anos, a nossa Organização prestou e monitorizou um apoio concreto e continuado a mais de 3,000 crianças e suas famílias em comunidades rurais dos Países em Vias de Desenvolvimento onde trabalhámos. Foi colocado à disposição dos mais carenciados, apoio escolar, alimentar e médico. A Helpo tem como objectivo dar continuidade e este pequeno grande sonho; a estes pequenos gestos cheios de significado. Contamos consigo na persecução dos nossos objectivos.




PORTUGAL

MARIA RIBEIRO DA FONSECA, EMPRESÁRIA, 37 ANOS, (PRESIDENTE); SOFIA DINIZ, ADVOGADA 31 ANOS, (VICE-PRESIDENTE); CARLOS ALMEIDA, PROFESSOR, 33 ANOS, (COORDENADOR GERAL DE DIRECÇÃO) DUARTE MARQUES, CONSULTOR, 26 ANOS, NUNO TAVARES, GESTOR, 26 ANOS. Este leque de padrinhos que desde o início da constituição da Organização participa activamente nos seus programas de apoio, foi convidado a constituir a Direcção da Helpo com vista a prepará-la para esta nova fase. Este grupo versátil, disponível e empenhado dedica-se voluntariamente ao estudo das problemáticas quotidianas desta ONGD e discute, aconselha e decide sobre as estratégias que melhor nos poderão conduzir à concretização das nossas metas. Nesta entrevista todos falam das expectativas, mais-valias, dificuldades e inúmeros objectivos respeitantes a esta nova fase da nossa Organização. O que vos levou a aceitar o desafio de constituir a nova Direcção da nossa Organização? 2. Sofia Dinis. O gosto pelo associativismo. A paixão por construir, projectar e ajudar. 1. Maria Ribeiro da Fonseca. Penso que há também uma necessidade de retribuir um pouco daquilo que sentimos ter recebido ao longo da vida, de contribuir para melhorar as condições de vida de todos aqueles que não podem ou não sabem fazê-lo sozinhos, de contribuir para projectos muito maiores do que nós. 3. Carlos Almeida. E além do interesse no projecto e de um enorme sentido de responsabilidade o facto de já conhecermos de perto a forma séria, transparente e responsável como a organização trabalhava, foi um forte motivo para colaborar com um pouco do meu tempo para ajudar a ajudar. O que significa/como é fazer parte dos bastidores de um projecto deste tipo? 5. Nuno Tavares. É muito motivante fazer parte de uma equipa constituída por pessoas provenientes de áreas de formação completamente diferentes, mas que estão profundamente empenhadas num mesmo objectivo: ajudar cada vez mais crianças a receberem a nossa ajuda. S.D. Exactamente: aprende-se imenso e além disso, fica-se feliz. É muito satisfatório saber que o nosso trabalho trará melhor




3.

2.

1.

qualidade de vida a alguém. Perante esta satisfação, os jantares à base de salgados à mesa da sala de reuniões ou a discussão de ideias para lá do nosso limiar de cansaço, não significam nada. C.A. E o esforço feito é minimizado pelo retorno. O retorno da participação em todo o tipo de projectos que envolvam pessoas é muito positivo. Não só pelos projectos desenvolvidos mas sobretudo pelo excelente capital humano com que se contacta de perto. Está em curso uma pequena grande mudança. A Organização exibe, a partir do início de 2008, uma nova imagem e um novo nome. O que é que os padrinhos e colaboradores da Helpo podem esperar desta mudança? M.R.F. Podem esperar uma organização mais dinâmica e mais pró activa, com maior capacidade de intervenção no terreno, e uma relação ainda mais próxima com os padrinhos. O facto de passar a ser uma organização independente e 100% nacional permite-nos apostar na relação com os países da CPLP, capitalizando as sinergias provenientes de uma língua e uma herança histórica comum. 4. Duarte Marques. Temos uma grande responsabilidade para com estes países, e ter a possibilidade de apoiá-los e acompanhá-los no seu crescimento, penso que é ter o dever de fazê-lo. N.T. A nova imagem é o resultado de todas as emoções e ex-

pectativas que durante estes últimos anos todos os que fazem parte desta organização acumularam. São estes novos valores que queremos transmitir especificamente a todas as pessoas que residem em Portugal. S.D. De facto, a nova imagem e o novo nome da Associação demonstram de forma inequívoca os seus fins e princípios, o que é imprescindível neste tipo de organizações para que gozem de credibilidade. E a credibilidade é indispensável para que se possam levar a cabo os projectos de forma satisfatória. Assim, o que se pode esperar desta mudança é tão-somente um ainda maior sucesso da Organização e, em consequência, que a ajuda chegue a quem dela necessita de uma forma ainda mais célere e ainda mais organizada. C.A. Mais concretamente, os padrinhos podem contar com uma estrutura 100% portuguesa no terreno, com perspectivas e esperanças mais próximas das suas, e com um investimento numa relação de proximidade com quem ajudamos, pautada por uma marca de qualidade que já foi vincada nos primeiros anos desta ainda jovem associação Pode dizer-se que este novo percurso é um percurso desenhado ainda mais à medida dos padrinhos portugueses? Em que medida? M.R.F. Mais à medida dos padrinhos portugueses uma vez que permite uma maior interacção entre padrinhos e afilhados.




4.

A partir de agora haverá mais oportunidades para enviar material e o facto de passarmos a ter uma equipa permanente de voluntários portugueses no terreno além dos tradicionais coordenadores, permite que os próprios padrinhos possam fazer parte dessa experiência se assim o desejarem. C.A. Além disso, o nosso programa de voluntariado passou recentemente à 2ª fase, caracterizada por uma presença constante de voluntários no terreno, o que nos permite pensar que estamos a potencializar ao máximo a marca cultural e linguística comum com Moçambique para optimizar o nosso trabalho. Por exemplo, com um maior número de recursos humanos acrescido pelos voluntários, será possível aumentar os instrumentos de comunicação, mantendo os padrinhos mais actualizados sobre os projectos, iniciativas e outros acontecimentos relevantes. N.T. O facto de trabalharmos em plena autonomia irá naturalmente facilitar todos os processos operacionais, e quem irá beneficiar serão em primeiro lugar, as crianças e em segundo lugar, os padrinhos, que irão ter junto deles uma organização muito mais flexível e ágil. S.D. O desenho do percurso à medida dos nossos padrinhos deve forçosamente integrar os nossos objectivos, uma vez que falamos de pessoas que se sacrificam de forma altruísta e desinteressada para ajudar outras pessoas. Conhecemos bem as expectativas dos padrinhos; afinal, esse foi o primeiro laço a ligar-nos à Organização. Quais as principais dificuldades que encontram aqueles que trabalham para dar vida a este projecto? S.D. Aqueles que se encontram deslocados nos países em que efectivamos o nosso apoio sofrem muito com a distância da família, que só poderão voltar a ver na altura das férias ou quando os respectivos programas findarem, no caso dos voluntários.

M.R.F. Trata-se de um misto de vários elementos. As missões fazem-se com enorme entusiasmo, mas também com muito sacrifício pessoal, deixando para trás as suas famílias, carreiras promissoras, amizades fortes. Estas partidas sabem a sonho tornado realidade, mas é também uma caminhada dura, em que ficam para trás os confortos mundanos a que todos estamos habituados. Implica grande capacidade de adaptação e alguma solidão. S.D. Quanto àqueles que trabalham em Portugal, fazem-no com grande sacrifício pessoal e familiar. Isto porque, neste tipo de organizações não existem horários fixos, tem que se estar disponível sempre. Por outro lado, muitas vezes deparamo-nos com entraves burocráticos que, neste tipo de actividade urge agilizar, pois enquanto andamos perdidos em papéis, existem crianças e famílias que não recebem o nosso apoio. N.T. Quanto a nós, nem sempre é fácil conciliar a disponibilidade de todas as pessoas, já que todos trabalhamos em áreas completamente diferentes, com exigências e horários também diferentes… D.M. …e a maior dificuldade da nossa parte acaba por ser mesmo essa: encontrar dias onde o relógio permita encaixar 25 horas! E o que é que faz com que se continue? Com que o entusiasmo se mantenha vivo? C.A. O facto de acreditar no projecto. Como professor que sou, acredito que a educação é a melhor ferramenta que se pode dar a estas crianças para fazer o país andar para a frente. Para além disso, é necessário relativizar sempre as coisas, para não nos deixarmos desmotivar com os resultados. Nunca podemos comparar a realidade destas crianças com a nossa. Se conseguirmos transportar-nos para aquele contexto, a motivação manter-se-á sempre elevada, pois o sorriso que estas crianças




5.

nos oferecem com as suas pequenas alegrias e grandes vitórias, não deixará que seja de outra maneira. S.D. Essa hipótese real de que, quando o apoio chega, seja em material escolar, seja em kits de higiene, seja na construção de uma nova escola ou de um poço, existe uma criança, uma mulher ou um homem que sorri e que se torna mais feliz. Este sorriso basta. M.R.F. Para além desse sorriso, há também os resultados: o desenvolvimento das comunidades, a mudança, o crescimento, a prosperidade dos que venceram, o gozo de saber que contribuímos para criar oportunidades a quem não tinha perspectivas de futuro. D.M. E depois há outro aspecto importante que não pode deixar de prolongar o entusiasmo: este é um trabalho sem fim; sempre que se ajuda uma criança, descobre-se outra que ainda não tem acesso a essa ajuda. E para cada criança que se ajuda, quantas ficam por ajudar? É impossível não contribuir para o enorme efeito bola-de-neve de que estes países necessitam; do qual a Cooperação Internacional procura alimentar-se. Que novas perspectivas estão na base da nova estratégia assumida pela Organização? M.R.F. O objectivo de criar uma grande organização de ajuda para o desenvolvimento nos países da CPLP. Para tal está já prevista a abertura de uma nova delegação em São Tomé e Príncipe para a qual continua em curso um estudo de diagnóstico exaustivo. S.D. Partindo desta ideia pretendemos crescer e levar o apoio que prestamos a cada vez mais comunidades, alimentando o sonho que todos partilhamos de ajudar a tornar o nosso mundo melhor. D.M. Ajudar mais e melhor; dar a cada projecto o investimen-

to e projecção que ele merece adequando cada um à realidade para a qual foi desenhado. Com o ganho de uma maior autonomia, é possível dotar cada intervenção de um espírito de profissionalismo fundamental, mas também da flexibilidade necessária às potencialidades de crescimento de cada uma delas. Que mensagem gostariam de deixar aos nossos padrinhos e colaboradores? S.D. Um grande obrigado por apoiarem este projecto e por terem tanta imaginação na angariação de fundos; pelos vossos sacrifícios. Acho importante deixar também a garantia de que os vossos sacrifícios serão compensados através da prestação de ajuda às comunidades onde os meninos que apadrinham vivem. C.A. Participem de todas as formas nas nossas iniciativas. Estamos sempre abertos a sugestões por parte dos padrinhos por isso venham fazer parte da solução do problema. M.R.F. Obrigada por acreditarem. O vosso entusiasmo e a vossa disponibilidade para promover a associação têm sido exemplares. Aos colaboradores um grande muito obrigada pelo esforço, dedicação, entusiasmo e criatividade com que têm desenvolvido este projecto, muitas vezes com enorme sacrifício pessoal. A todos pedimos que continuem a acreditar, que continuem a investir. A Helpo nasceu da junção de muitos sonhos, vontades e necessidades. A Helpo é todos nós, ao encontro daqueles que mais necessitam. Continuem a dar o vosso contributo, porque o mundo é humano! N.T Um excelente ano de 2008 em conjunto com a HELPO, com os maiores sucessos a nível pessoal e profissional. D.M. E sobretudo, nunca é demais relembrar, que pode haver quem tenha um papel tão importante como os nossos padrinhos, mas não há quem tenha um papel mais importante que o deles.


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MAIS DO QUE PADRINHOS

junte a sua mão a esta causa. Sónia Borges e Joana Lopes Clemente

“J

unte a sua mão a esta causa” foi a frase que, proposta pelo grupo de trabalho liderado pela madrinha Luísa Borges, deu o mote a mais esta acção de angariação de fundos na Ilha do Faial, nos Açores. Este grupo de trabalho, incansável no seu empenho e na sua capacidade de transformar os sonhos em realidades palpáveis, não baixou os braços após ter conseguido, na primeira metade do ano de 2007, angariar os fundos suficientes para a construção de um poço numa comunidade rural em Moçambique. Uma vez angariados os fundos suficientes para esta construção, este grupo voltou a

arregaçar as mangas e continuou o percurso difícil de apoio aos projectos que, do outro lado do mundo, não deixam de ser gravemente necessários. Assim, as iniciativas continuaram a multiplicar-se: Foi organizada uma Feira de Angariação de Fundos, que se realizou, na freguesia da Feteira, entre os dias 31 de Outubro e 4 de Novembro. Foi com uma grande determinação de contribuir para o projecto Uma gota, um sorriso que os voluntários montaram uma feira que apresentou aos faialenses os mais variados produtos. Durante os cinco dias do evento, e para além de dar a conhecer a Organização Helpo e os seus respectivos projec-

tos, foi possível, à população da Ilha do Faial, degustar petiscos regionais, num bar/restaurante, comprar artigos usados como roupas e artigos de cozinha e brinquedos e provar castanhas assadas tudo isto a preços simbólicos contribuindo para a obtenção de fundos para apoiar a construção de poços nas áreas rurais da província de Nampula, em Moçambique, no âmbito da campanha Água e Vida. Realizámos ainda leilões com produtos oferecidos pelos locais e entidades que apadrinharam este evento. O espírito de solidariedade serviu de inspiração a um grupo de música local que animou esta feira tocando uma dança tradicional dos Açores, a chamarrita. Esta actuação contagiou os presentes e proporcionou um momento de grande alegria. Este evento foi possível graças à colaboração de todos os que contribuíram quer através da cedência de produtos quer com o esforço do seu trabalho para o sucesso desta acção. Sempre sem perder o ritmo e a enorme energia que movem estes colaboradores, no dia 30

de Novembro teve lugar um outro evento: uma noite de fados cuja angariação de fundos se destinou, mais uma vez, à campanha Uma gota, um sorriso. O restaurante onde o evento teve lugar não tinha espaço suficiente para a vontade de ajudar que até ele acorreu. As pessoas encheram o espaço que foi animado pelos fadistas. A imaginação era a única a ditar os limites das formas pensadas para ajudar à recolha: o jantar, as sobremesas, a óptima música à disposição de quem ali se deslocou por uma causa. Com um grupo cada vez maior de colaboradores e um grande espírito de ajuda, estes voluntários continuam, incansáveis, a preparar mais acções de angariação de fundos talvez para a construção de algo mais ambicioso nas terras moçambicanas. As actividades nas terras açorianas não terminam aqui, muito pelo contrário, em breve haverá mais novidades oriundas deste pedaço de terra no meio do Atlântico cuja distância do continente africano se encurta cada vez mais.


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MAIS MUNDO

batalhas inevitáveis. Cascais, Joana Clemente

O

s números são confusos. Numa breve pesquisa na Internet, em que procuramos saber exactamente quantas pessoas morrem anualmente no mundo devido à malária, as oscilações numéricas situam-se entre 1 e 3 milhões. No entanto, tanto a UNICEF como a OMS asseguram que mais de 1 milhão é o número que corresponde apenas às crianças abaixo dos 5 anos a quem o parasita causa a morte, anualmente.

A malária está presente em cerca de 90 países e em grande parte deles, a preocupação relativa à causa da morte de um ente querido não pode definir-se como prioritária. As organizações especializadas vêem-se obrigadas a recorrer às estimativas para melhor poderem definir o perfil do inimigo e os números acabam por ser, naturalmente, pouco exactos. Aquilo que parece reunir o consenso de todos é que o impacto mundial da malária apenas é comparável ao da Tuberculose e do vírus da Sida. Perante estes números, o financiamento à investigação centrada na descoberta de uma vacina contra o parasita, nunca é demais. Os investigadores continuam a mover esforços e as descobertas importantes multiplicam-se. A última descoberta esperançosa foi feita por um grupo de investigadores portugueses do Instituto de medicina molecular da Universidade de Lisboa, que no final do ano de 2007 descobriu uma forma de impedir a propagação da doença no organismo. Este é um passo fundamental para chegar a uma cura que brindaria com o privilégio da vida, milhares de pessoas em todo o mundo. Apesar das boas notícias, do passo científico à comercialização de uma possível substância mágica, erguem-se repetidas montanhas de aspecto inultrapassável e, enquanto isso, a cada trinta segundos morre uma criança africana devido à malária. E quais são os meios ao nosso alcance para participar nesta guerra no entretanto? A quem cumpre o papel de procurar minimizar consequências desta

dimensão, enquanto na arena política e económica se negoceiam interesses inutilmente incomparáveis ao Direito à Vida? A única luta possível ao alcance do homem comum, do técnico ou do coordenador de projecto de uma qualquer organização, é a luta ao nível das medidas preventivas e da sensibilização. Segundo os dados da OMS, nos últimos anos a produção de redes mosquiteiras aumentou em 100% e quase duas dezenas de países da África sub-Sahariana triplicaram a distribuição das mesmas. Como resultado, o número de crianças que procuram aceder aos tratamentos contra a doença decaiu para a metade mas infelizmente, os casos de mortalidade apenas na África sub-Sahariana, mantêm-se nos 800 mil anuais. Quem não se lembra do artigo escrito pelo nosso padrinho Ricardo Bessa Martins, emocionado mas consciente, sobre a morte da sua afilhada Dércia? Quem não se questionou, ao lê-lo, sobre a quantidade de “Dércias” que é urgente salvar desta tragédia? E quem nunca teve uma vontade indomável de proporcionar a alguém, algo a que todos deveríamos ter direito? Só nos últimos 6 meses, e apesar dos esforços movidos, a Helpo perdeu quatro crianças integradas no seu programa de Apadrinhamento à Distância, para a malária. E nesta luta desigual, escolheu não baixar os braços; escolheu atentar no número das crianças que não perdeu; e essa escolha é uma escolha necessária, feita diariamente, juntamente com mais de 3,000 padrinhos que persistem na luta, junto connosco.




ESTÓRIAS

mudar de vida. Lisboa, Patrícia Cunha

H

oje em dia fala-se muito em mudar de vida, sendo esta expressão título de músicas e até de programas de televisão. Cada vez mais as pessoas têm percepção da fugacidade da vida e tentam vivê-la da melhor forma possível, deixando para trás empregos, lugares, contextos, onde não se sentem completas. Mas se essa mudança não for, aparentemente, positiva? Será que falta teremos o apoio das pessoas que nos são próximas? Apesar da maioria das pessoas ver o voluntariado como um acto nobre e altruísta, fazer do voluntariado uma forma de vida, uma prioridade, pode trazernos problemas difíceis de ultrapassar. Como convencer a família, que sempre nos deu tudo e coloca em nós numerosas expectativas, de que mais importante que a evolução profissional e social, é a evolução e o enriquecimento pessoal? Como dizer aos amigos, habituados já às anuais festas de casamento e de inauguração de casas, que o nosso objectivo imediato não é a apropriação de “coisas”, mas sim de sítios, sorrisos, cheiros, culturas? Tudo começou há aproximadamente cinco anos, quando resolvi integrar uma Pós-graduação em Intervenção Humani-

tária. Aí conheci pessoas que me abriram os horizontes e tive a oportunidade de ter a minha primeira experiência no terreno, em Cabo Verde. Depois disso, juntei-me ao grupo de voluntariado das Irmãs Doroteias e fui até Moçambique. Ainda não saciada, voltei a este continente, desta vez à Guiné-Bissau, integrada num projecto de voluntariado do ISU - Instituto de Solidariedade e Cooperação Universitária. Agora sinto que está na altura de dar mais um passo nesta caminhada, de fazer algo mais por mim e pelos outros, de mudar de vida. Parto no mês de Janeiro para Moçambique, com a Helpo, e enfrento algumas resistências, principalmente por parte da família; porque vou por um período mínimo de seis meses; porque “o mundo lá longe é tão perigoso”, repleto de miséria e doenças; porque não é fácil entender esta minha decisão de partir, renunciando a “tudo” o que tenho aqui. No entanto, as minhas motivações para partir vão mais além do simples “dar sem receber nada em troca”. Quero dar, sim, mas também quero receber: receber gestos e emoções. Quero contribuir para um mundo melhor, que seja de todos, e fazer com que cada dia seja único. Quero acordar todas as manhãs, cheia de vonta-

des e adormecer todas as noites, cheia de sonhos. Quero partilhar, quero construir, quero rir, quero ouvir, quero crescer, quero estar. Quero ter a oportunidade de viver no seio de uma cultura diferente, disponível para receber tudo o que ela me poderá dar e que será, seguramente, muito mais do que eu conseguirei retribuir. Espero, assim, efectivamente evoluir e tornar-me uma pessoa mais “rica”, riqueza essa que se poderá calcular pelo número de pessoas com quem nos cruzamos e criamos laços, conversas, sorrisos trocados, lugares percorridos, experiências vividas, sejam boas ou más… Espero também tornar-me uma pessoa melhor, mais consciente do mundo que me rodeia, mais Humana. No dia em que regressar, desejo trazer o corpo “leve” por ter feito algo que há muito queria fazer, e a alma “pesada”: cheia de recordações, rostos, cheiros, sabores, histórias e força para continuar a vida, seja no meu país, num país vizinho ou mesmo num outro País em Vias de Desenvolvimento. E dizer à minha família e amigos que o “tudo” que tenho aqui é dispensável e o “nada” que tenho lá, mais do que o suficiente. Isto significaria que teria feito a escolha certa e mudado para melhor.




ESTÓRIAS

uma experiência única. Lisboa, Cristina Caliço

Q

ueríamos marcar o 10º aniversário de casamento, com uma viagem singular. Pensámos em ir “aqui”, “ali”; “acolá”…, mas nenhum destino nos entusiasmava o suficiente, ao ponto de abdicarmos de estarmos cerca de duas semanas longe dos nossos filhos. Quase sem darmos por isso, num ápice decidimos: “Vamos a África!”. Estava unanimemente e sem contestação decidido, que esta seria A Nossa Viagem, aquela que queríamos que fosse especial e que marcasse as nossas vidas. O que vivemos, o que sentimos nesta viagem ficará sempre muito aquém daquilo que conseguirei expressar por palavras, porque África… é África!!! Decisão tomada, tornou-se ponto de honra que iríamos a Moçambique conhecer a nossa afilhada, a Alda. O sucesso da viagem começou logo antes de partirmos. Ao contactar a Organização, encontrei uma pessoa duma amabilidade impressionante, a Margarida, que sem que ela própria se tenha dado conta, me ajudou a organizar a viagem que posso dizer que foi a viagem da minha vida!!! Começámos pela África do Sul, mas foi a partir de Maputo que sentimos que estávamos num continente místico. Sobre Maputo, Xai-Xai, Inhambane…penso que há muito ou talvez nada para se dizer; são cidades bonitas, que contam histórias de outrora, paradas no tempo

que passou por elas, mas que não as tratou; vivem sobretudo da natureza que as rodeia e da energia das pessoas que as habitam. Na maioria dos casos as populações são pobres em bens materiais, contudo têm uma riqueza de espírito que chega a ser comovente. Já levávamos quase uma semana por terras de Moçambique, conhecendo lugares, pessoas, e aprendendo…Aprendendo que as diferenças culturais e sociais existem, são visíveis (ou melhor muito visíveis) mas não creio que possam ser interpretadas de forma simplista, que permitam chegar a conclusões de quem está certo ou de quem esta errado. Ao chegarmos a Vilankulos contactámos o Sr. Carlos, que prontamente veio ao nosso encontro acompanhado pelo Sr. António. Só tínhamos um dia para conhecer a comunidade, a Alda e a família. A emoção era grande e a vontade, essa então nem se fala. Fomos directos à Escola de Chigamane, fica a cerca de 10 km para o interior, o caminho era “picada”. Na escola esperavam-nos a Alda, a nossa afilhada, a sua família, alguns Professores, e a animadora, a Luísa. Finalmente o nosso objectivo estava a ser cumprido, estávamos ao lado da Alda, podíamos vê-la, tocar-lhe, aquela menina por quem nos sentimos um pouco responsáveis desde há 3 anos, deixou de ser um rosto numa foto, e estava ali em carne e osso ao nosso lado acompanhada dos seus pais e irmãos. Sentimos de facto que pertencíamos a algo, que fazíamos parte dum projecto em que acreditámos e do qual nos podemos orgulhar. Surpreendentemente, a Alda não foi muito comunicativa. É uma jovem muito tímida, mas nem por isso vimos diminuir a intensidade do momento (ponhamo-nos no lugar dela, como será que reagiríamos?). Após alguns momentos de confraternização com a família da Alda, o Sr. Carlos sugeriu que visitásse-

mos outra escola, que ficava a outros 10 km para o interior. Era uma escola nova, irá ser inaugurada em Janeiro, no início do próximo ano lectivo. Aceitámos o convite. A animadora Luísa juntou-se a nós neste trajecto. Que pessoa extraordinária! Se muitos de nós tivéssemos um pouco da alegria e da energia da Luísa, éramos sem dúvida mais felizes. Neste dia tivemos uma lição que nos ajudou a perceber com uma clareza impressionante qual o papel da escola para estas comunidades: “ Estas são crianças que não estão habituadas a falar com outras pessoas, senão com os membros das suas comunidades. É muito difícil para elas comunicarem e esta é sem dúvida uma prioridade para os profissionais que trabalham nesta Organização e noutras ONG e muitas vezes este é um trabalho que demora dois a três anos e só depois é que estão prontas para apreender o que esperamos que a escola ensine”. Compreendemos que a escola em Chigamane, e noutras tantas comunidades onde a Organização actua, vai para além do conhecimento do “Bê-á-bá”, ou de “1+1=2”. A escola tem uma responsabilidade e um papel social importantíssimo, pois passa por transmitir os cuidados básicos de saúde/higiene, ensina valores e passa pelo registo dos próprios cidadãos. Tivemos o privilégio de constatar inloco que tudo isto só se consegue com muito trabalho, e muita, muita dedicação. Obrigada ao Sr. Carlos e ao Sr. António pelo vosso trabalho, e por em tão pouco tempo nos terem mostrado tanta coisa. Obrigada à Luísa por dedicar a sua energia a estas crianças. Obrigada à Margarida pela sensibilidade, pelo apoio, pelos telefonemas, e principalmente por ter contribuído para que a nossa visita ao terreno, em Vilankulos, se tornasse uma realidade. A todos, um bem hajam.




i MAIS

agenda helpo 2008.

A

Agenda Helpo 2008 foi uma ideia acarinhada pela empresa RHmais e promovida pela nossa Organização, com o objectivo de intensificar o apoio prestado no terreno no que respeita à facilitação do acesso à água potável, por parte da parte da população local. A produção destas agendas deverá permitir a angariação de fundos destinados à construção de poços, nas zonas rurais, que ajudem a ultrapassar o problema da falta de acesso à água e todas as consequências que lhe estão subjacentes. Este problema significa, para milhares de pessoas, a dificuldade em irrigar a terra e obter, assim, meios de sobrevivência; a impossibilidade de manter uma higiene cuidada, procurando evitar inúmeras doenças; o impedimento de frequentar assiduamente a escola, uma vez que é necessário ajudar as mães a carregar diariamente os enormes vasilhames com a água, que serve para suprir as necessidades mínimas da família.

Sem água não é possível garantir a mínima qualidade ou diversidade alimentar, não é possível incitar as populações a manterem cuidados mínimos ao nível da saúde e não é possível motivar as pessoas a travarem uma luta inglória pelo Desenvolvimento. Pretendemos que este seja o primeiro passo para que todos os que residem nas comunidades que apoiamos, aprendam a vislumbrar um futuro repleto de possibilidades: a possibilidade de traçar um percurso diferente daquele a que a vida os habituou; a possibilidade de superar o obstáculo de pensar apenas no que é absolutamente essencial para passar a pensar no que poderia fazer surgir um sorriso mais no rosto de cada um; a possibilidade de sonhar e de ousar concretizar esses sonhos. A campanha Água é Vida tem-se verificado fundamental, não só pelos resultados obtidos mas também pela capacidade que tem em sensibilizar os nossos padrinhos para uma problemática que parece tão distante da nossa realidade. Foi com base nestes

motivos que decidimos, juntamente com a empresa RHmais, promover esta iniciativa que dá pelo nome de Uma gota, um sorriso. A nossa agenda está repleta de fotografias com os rostos daqueles que apoiamos e de ditados populares oriundos dos lugares mais recônditos onde trabalhamos. A Agenda Helpo 2008 é uma forma simples de podermos melhorar a vida a milhares de pessoas e simultaneamente de podermos recordar a todos aqueles que a adquirirem que, durante este ano, optaram por unir o útil ao necessário, num pequeno gesto cheio de significado. O custo mínimo de referência de cada uma é de 5€ mais portes de envio, e as encomendas podem ser feitas através de e-mail info@helpo.pt ou telefone (214844075). As contribuições podem ser feitas através de transferência bancária, cheque endossado à Associação Helpo, ou vale postal. Em nome de toda a equipa e dos beneficiários dos nossos projectos, agradecemos a sua participação neste iniciativa.




i MAIS

envio de presentes ou entrega de milagres? ender que o tempo entre o envio do contentor de Portugal, a sua chegada ao terreno, a distribuição dos bens que este transportou, a recolha de documentação fotográfica da realização desta distribuição nas comunidades, e o envio da mesma aos padrinhos, é muito longo (em média 5 meses).

O

envio de contentores contendo os presentes que os padrinhos desejam entregar aos seus afilhados constituiu, desde sempre, uma problemática grave que tem merecido a nossa consternação e profunda análise: Se por um lado consideramos legítimo o desejo dos padrinhos em enviar pequenas lembranças às crianças que apoiam, por forma a tornar esse apoio ainda mais efectivo e encurtar distâncias que os façam sentir mais próximos dos seus afilhados; por outro, o custo monetário que este exercício comporta não chega a ser, muitas vezes, compensatório a nível prático. Após longos meses de uma avaliação exaustiva a sobre este ponto da nossa actividade, concluímos que as nossas prioridades devem recair sempre sobre aqueles que apoiamos e que, estamos seguros de que todos os padrinhos, sem excepção, partilham este ponto de vista connosco. Por este motivo, analisando o custo/beneficio que cada tipo de presentes tem em termos reais, comunicamos através do presente texto, as novas regras que se aplicam ao envio de presentes para o terreno: 1 Para que todos os padrinhos tenham a mesma oportunidade de enviar presentes aos seus afilhados e para que não ocorra, tal como aconteceu em ocasiões passadas, que alguns padrinhos não possam enviar presentes uma vez que a capaci-

dade do contentor se esgota, estipulámos um peso e volume indicativo por padrinho para cada contentor, que pedimos a todos que respeitem: por cada contentor, cada padrinho deve enviar apenas um volume correspondente a uma caixa (correspondente a tamanho XL do modelo dos 15 cm) com cerca de 50 cm de comprimento, 30 cm de largura e 30 cm de largura e 15 cm de altura. O seu peso não deve exceder os 5,5 kg. 2 Todos os trimestres, a Helpo procederá ao envio de volumes pequenos para o terreno. Estes envios são reservados especialmente a cartas, fotografias e/ou postais que os padrinhos desejem enviar aos seus afilhados. No entanto, é-lhes permitido que enderecem, juntamente com a correspondência, uma pequena lembrança aos afilhados, se assim o desejarem. Esta lembrança deve ser ligeira, deve ser passível de ser introduzida num envelope A4 e não pode ultrapassar os dois itens (ex: um livro para colorir e uma caixa de lápis; um vestido e um livro infantil). As datas indicativas em que a sede em Portugal procede aos envios trimestrais para o terreno, são: 15 de Março, 15 de Junho, 15 de Setembro e 15 de Dezembro. 3 Em cada ano serão enviados dois contentores: um no primeiro trimestre de cada ano, e um no terceiro trimestre de cada ano. Os padrinhos devem compre-

4 Sempre que os padrinhos enviarem materiais em quantidades superiores àquelas que o coordenador considera serem fundamentais para a utilização do destinatário, este último reserva-se o direito de distribuir as restantes unidades por outras crianças igualmente carenciadas e para quem o envio de materiais da parte do seu padrinho, não se verifique. 5 Os bens que aconselhamos aos padrinhos que enviem nos volumes maiores (via contentor), são: livros infantis e juvenis, dicionários, cadernos, mapas mundi, canetas, lápis, borrachas, afias, livros para colorir, lápis de cor, lápis de cera, jogos didácticos simples e aplicáveis à realidade local, carrinhos, barras de sabão, sabonete de glicerina, vaselina e óleo para bebé. Desaconselhamos o envio de quaisquer outros materiais, sem que nos consultem previamente. Caso sejam enviados bens que não constem desta lista ou de indicações futuras sobre materiais necessários, reservamo-nos o direito de redistribuí-los a outras Organizações de que deles necessitem. Pedimos desde já desculpa pelos sucessivos adiamentos a que nos vimos obrigados a votar o último envio de materiais e comunicamos que nos encontramos confiantes num melhor funcionamento deste serviço, a partir de agora. Pedimos a vossa colaboração quanto aos pontos descritos para que possamos dar garantias de uma melhoria significativa nesta nova fase.




i MAIS

brindes… e muito mais!

O

s brindes que hoje se oferecem em casamentos, baptizados ou outras festas de comemoração de ocasiões especiais, têm a sua origem em oferendas carregadas de significado. Por exemplo: tradicionalmente, por ocasião dos casamentos, ofereciam-se 5 amêndoas aos convidados e cada uma delas representava um desejo dos noivos (saúde, prosperidade, vida feliz, fertilidade e felicidade duradoura). Hoje, os brin-

des que se oferecem são variados e o seu significado, em muitas ocasiões, não vai além do cumprimento do protocolo que insiste em que os noivos ofereçam algum elemento que traduza o seu estado de espírito; que permita a partilha do mesmo. E não são raras as ocasiões em que o fio entre a entrega de um presente simbólico e o seu significado original, se perde por completo. Com base na ideia de que o que torna

qualquer ocasião ou gesto especial é o seu significado, e de que a renovação de tradições é tanto mais rica quanto mais permitir o ganho de novas unicidades, a Helpo vem propor uma iniciativa que permite renovar o significado dos tradicionais brindes: Em lugar dos primorosos objectos que vamos coleccionando na gaveta dos bibelôs e de cuja origem vamos perdendo o rasto e a memória, a Helpo propõe que se ofereça um diploma, representativo da partilha da felicidade vivida em cada ocasião especial não só com os presentes na cerimónia, mas também com centenas de pessoas que, do outro lado do mundo, beneficiarão deste gesto. A ideia é que o valor que seria utilizado pelos anfitriões das mais variadas cerimónias na compra dos brindes comuns a que estamos habituados, seja doado à nossa organização e destinado a um projecto específico, numa região específica. A Helpo procederá à produção de diplomas personalizados elaborados à medida de cada ocasião, nos quais dá conta do seu profundo agradecimento pelo gesto e comunica aos destinatários do documento qual o alcance dos resultados que este mesmo gesto irá ter. Desta forma, damos a possibilidade, a quem assim o desejar, de abrilhantar uma ocasião especial, tornando-a ainda mais especial e para um maior número de pessoas. Se o que se pretende é multiplicar a felicidade de alguém, partilhar essa mesma felicidade com alguém, prestar uma homenagem ou assinalar um pequeno grande acontecimento, esta é a melhor sugestão que podemos dar-lhe, para o fazer.


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FICHA TÉCNICA Entidade Proprietária e Editor

Correspondente em África

Associação Helpo

Raquel Roldão

Morada e Redacção: Rua Manuel Joaquim Gama Machado, nº 4 2750 - 422 Cascais

Design

Director Responsável

Ilustração

Carlos José Bernardo Almeida

Luís Nascimento

Directora Editorial

Joana Clemente Nº de registo no ICS: 124771 Tiragem: 3800 exemplares

Codex - Design e Relações Públicas

Informações: Associação Helpo

Tel.: 214844075 Fax: 214843154 info@helpo.pt www.helpo.pt

Periodicidade:

Trimestral NIF: 507136845 Depósito Legal: 232622/05 Impressão

Linha Criativa

Rua João Chagas, nº 59 piso 1 esq.1495-073 Algés Redacção Portuguesa

Sofia Nobre (secretária de redacção) Joana Clemente Helena Correia Margarida Assunção Colaboradores neste número

Carlos Almeida Cristina Caliço Duarte Marques Helena Correia Joana Clemente Margarida Assunção Maria Ribeiro da Fonseca Nuno Tavares Patrícia Cunha Raquel Roldão Sofia Diniz Sónia Borges Teresa Casas Novas

A responsabilidade dos artigos é dos seus autores. A redacção responsabiliza-se pelos artigos sem assinatura. Para a reprodução dos artigos da revista mundo h, integral ou parte, contactar a redacção através de: info@helpo.pt.


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