Poemas & Poeminhas
Luiz Eduardo Gunther Ilustrações Jairo Culau
Poemas & Poeminhas Luiz Eduardo Gunther
Ilustrações
Jairo Culau
Poemas
A menininha, o poeta e o poema A menininha perguntou ao poeta: - como se faz um poema? O poeta nunca havia pensado nisso, mas mesmo assim respondeu: - um poema nasce da imaginação e se transforma em palavras pelo trabalho do poeta. A menininha, insatisfeita, apresentou outra pergunta: - e para que serve um poema? O poeta pensou, pensou, pensou e achou que tinha que apresentar uma resposta convincente. Afinal, a menina parecia mesmo interessada em poesia. Com essa convicção, o poeta respondeu: - um poema é feito para dar alegria às menininhas como você. Satisfeita, a menininha abraçou o poeta, não perguntou mais nada e foi brincar com as bonecas.
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A velhice das palavras - As palavras envelheceram, já não querem dizer nada. Agora só as imagens e os sons das músicas é que contam, - afirma o senhor que se levanta, de manhã, na sua casa, enquanto se veste, toma café e com toda a saúde que lhe resta apanha o carro na garagem e se dirige apressado ao trabalho. Ele não viu a manhã. Sequer abriu a janela para deixar o sol entrar. Não se espreguiçou, nem respirou mais forte, não olhou as flores nem escutou os passarinhos. As palavras, como símbolos, expressam o que a vida dá, o que a vida ensina, o que a vida mostra, o que a vida é com seus encantos, ternuras, dissabores, doenças e perdas. 7
A viagem
Encontrar na viagem o horizonte ampliado e nele se poder olhar como se essa imagem fosse a primeira. Parar, prosseguir, parar e continuar e ver e sentir a vida fluindo, com calma, traduzindo o que vai n’alma na leveza dos instantes.
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Amor de verdade
Seria, o amor de verdade, o amor que realmente tem valor?
Seria aquele que renasce a cada instante nas incertezas da vida?
Seria aquele que o tempo amadureceu e cristalizou como um diamante?
Seria possĂvel um amor que nĂŁo seja de verdade?
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Apenas um verso
Preparo-me para escrever um verso antes, porém, consigo mesmo converso. Fico então paralisado, quase que imerso, não me desconcentro nem me disperso. Meu trabalho é escrever o verso, que espante tudo aquilo que é perverso, que mostre das coisas o verso e o anverso, que signifique não só o verso mas também o reverso. Quero escrever um simples verso mostrando a simplicidade das coisas um café da manhã, um abraço apertado sem métrica, sem rima, só de amor.
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Aquilo que poderia ter sido
Buscar-se no tempo com o vento a movimentar os cabelos perto do mar. Tão verde e tão azul com as conchas na praia a dizer que tudo vai e vem e vem e vai e às vezes não volta na maré que sobe e desce e deixa vestígios daquilo que poderia ter sido.
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Cães amarrados aos trilhos de trens
Noticia o jornal uma informação assustadora: jovens amarram cães aos trilhos de trem para morrerem. Algumas vezes passantes conseguem libertar os cães, alimentá-los, curá-los, devolvê-los à vida. Outras, porém, os trens esmagam os cães amarrados sem direito a socorro. Que vida, meu Deus!
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Delicadeza
A vida nos mostra tantos atos de baixeza que muitas vezes não vemos quando se nos apresenta a delicadeza. Olhar nos olhos, apertar a mão, ouvir mais, falar menos, prestar atenção no outro, nas coisas mínimas, mas essenciais. O nosso tempo é o de não escutar. O nosso tempo é o de não olhar. O nosso tempo é o de não prestar atenção. O nosso tempo é de desinteresse.
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Mudança
Na mão, ramos de hortelã, e aromas rompendo a manhã.
A viagem no carro, a mudança, a bagagem, e depois o caminho.
O verde da planta, a engenharia das pétalas, dos talos: o enigma.
A velocidade na estrada, a chuva, a chegada, o descanso, a paz.
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Era Digital Deletar a noite mal dormida com a tecla indefinida. Standebaizar o choque de uma pergunta sem resposta. Startizar um novo ano com propostas de solidariedade. Enredar-se na rede que leva Ă web.
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Eu prefiro o silêncio
Eu prefiro o silêncio
Eu prefiro o silêncio
de um livro aberto
dos tropeços inesperados
na mesma página
ao estardalhaço dos
onde se parou a leitura.
começos que nunca terminam.
Eu prefiro o silêncio
Eu prefiro o silêncio
de uma rua deserta
do andar desengonçado
quando o relógio
de uma criança que cai,
marca duas horas da manhã.
levanta, cai e levanta de novo.
Eu prefiro o silêncio
Eu prefiro o silêncio
de um olhar sereno
da mulher que amo
na viagem de trem
quando o sono chega
contemplando o milho crescendo.
na madrugada sem fim.
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Fazer e n찾o fazer A vida, toda a vida, estava contida, naquele dia, dia inteiro, meio-dia, dia cheio, de euforia. Para dar conta de tudo, precisava mais um dia, mas s처 tinha mesmo aquele dia, cheio de agonia. Como fazer para vencer o dia que se apresentava cheio de coisas a fazer ou n찾o fazer, quando grande parte dele escaparia?
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Momento Perceber, na confusão do encontro, que o momento passou. Sentir que não se deve articular a palavra guardada. O momento se fechou como a boca cuja palavra já foi pronunciada. Esquecer o momento, em sua infinita espessura, que se esvaiu em apenas um segundo.
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Não quero morrer hoje Tudo bem, vamor morrer um dia, que não sabemos qual será. Mas não seria bom morrer hoje, ou melhor, nunca é bom morrer, melhor é viver.
Enquanto esse encanto pela vida, pelas pessoas, pelos olhares, pelo calor de um abraço, pela alegria de um passo, pelo sorriso de uma criança pela paz que nunca se alcança. Enquanto se tiver alegria pela vida valerá a pena repetir eu não quero morrer.
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O abraço
O abraço dos seus braços faz laços e como aço cria traços deixa pedaços e no espaço como um compasso delineia um passo.
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O amor adulto Não é mais aquele amor maluco, desvairado, imprevisível da juventude. Trata-se de um amor diferente: calmo, amigo, paciencioso, que espera, sabe ouvir, recorda. É o amor adulto, que parece ser o amor da juventude, com toda sua força, mas que se acalmou.
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O cachorro e a bolsa
No carro, o motorista
Esse cachorro maltratado,
viu, entre tantos carros,
possivelmente faminto,
aguardando o sinal,
carregava entre os dentes,
o cachorro a
entre os carros,
movimentar-se
alguma coisa que ele próprio
na calçada.
devia considerar de muito valor.
Tinha entre os dentes
De repente, ultrapassa os carros,
uma bolsa, sacola, um saco
começa a correr,
de supermercado.
atravessa a rua e entra num portão com frestas.
Carregava-o como se estivesse levando
Com quem agora estará
uma coroa sagrada
esse cão?
para depositar na cabeça
De quem mesmo será
de uma rainha.
esse cão? Será que tem dono? O que levava esse cão entre os dentes?
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O cão preso
A palavra no canto,
Será que para o cão
o olhar esquecido,
também vale
a vida passando
a linguagem da vida,
e, de repente,
de um homem, de uma mulher,
a lembrança
de uma criança?
do uivo do cão. É possível deixar Eram três horas
um cão sofrendo
da madrugada
horas e horas trancado
e o cão uivava
como se fosse
como uma criança
um prisioneiro
chorando:
sem dono?
o fim do sono, a preocupação, a imprecação.
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O inesperado
A música no ar, em significação perfeita, diz: o inesperado faz uma surpresa, na mesa, no carro, no cinema, na caminhada.
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E quem no amor e na tristeza está preparado para receber, no momento, a surpresa deixada pelo instante?
O lamento das pedras O vento, naquela noite, mexia com as janelas e se escutava seu rangido de longe.
Vieram ent達o o coaxar dos sapos e o uivo penetrante de um c達o, misturando-se tudo ao ranger das janelas. De repente, tudo silenciou.
At辿 as pedras, que normalmente nada escutam, ouviram aquele lamento repetir-se durante horas.
Veio a manh達, e o sol trouxe outros sons.
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O ninho do joão-de-barro Ao chegar à sua sala, numa bela manhã de sol, a professora ouviu um ruído esquisito: toc-toc, toc-toc, toc-toc, talvez alguém consertando algo. Foi olhar na janela e viu um joão-de-barro construindo seu ninho. Só que a edificação iria, em breve, impedir que a janela fosse aberta. A professora não hesitou, anotou uma observação em papel e fixou-a na janela: por favor, não abram esta janela, pois a família joão-de-barro está em obras!
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O passo adiante
A caminhada da vida parece acontecer normalmente passo a passo. Seria possĂvel dar aquele passo adiante para avançar mais um pouco nas agruras da vida?
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O primeiro andar da criança
A criança brincava sentada, olhando para a mãe. Tentou levantar, caiu. Tentou novamente, caiu. Caiu e caiu e caiu. De novo, mais uma vez, e conseguiu, agarrando-se na perna da mesa. Olhou para a mãe e sorriu como um general que venceu a batalha.
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O sol e n贸s
Como se sente o sol que nos aquece, que nos ilumina, que nos orienta?
Ser谩 ele o mesmo sol que nos queima, que nos contamina, que nos desanima?
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O som do rio Descemos ao rio caudaloso e ficamos atentos, escutando a água corrente, descendo por pedras, enfrentando obstáculos, criando um som próprio, parecido com o de uma orquestra especial, tocando a música que nos hipnotiza. A correnteza levando as folhas, os galhos, as ilusões, os sonhos, tal como a professora, de larga experiência, vai nos ensinando o inevitável sentido da vida e nos dizendo: tudo passará, como o som da água do rio.
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Os abraços
Enrodilho-me nos abraços dos seus braços, que criam laços. Como verdadeiros compassos mostram traços, deixam pedaços. Preenchendo todos os espaços, como aços, firmam-se os passos.
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Os gumes das palavras Não são só as facas que possuem gumes. Também as adagas, os punhais, as espadas: gumes que cortam. Mas pouco se fala dos gumes das palavras, que podem ser mortais. Quando a palavra é dita, o gume se movimenta e pode cortar. Faca, punhal, adaga, espada, Também as palavras, com os seus gumes, podem ser fatais.
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Os sentidos do não
Não se cala o pranto mostrado com piedade.
Não se viola impunemente a lei da selva na sociedade.
Não se afasta a mão estendida na madrugada.
Não se faz poesia sem a alma sem o coração.
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Os sinos
Exaustos, adormeceram. Tinham chegado por volta das duas da madrugada, apรณs uma viagem extenuante. Acordam com os sinos da igreja, bimbalhando: serรก domingo? serรก hora da missa? que horas sรฃo?
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Pergunta sem resposta Aquela pergunta não pedia uma resposta. Era uma dúvida compartilhada. Por isso, após a frase, o olhar, o gesto, o silêncio. Há perguntas que se esgotam em si mesmas. Não é preciso a elas responder.
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Para compor um poema Para compor um poema é preciso saber ler as palavras ditas pelo vento, enxergar o ar em movimento. É preciso ver as
Sentir a fruta na árvore,
lágrimas da criança,
amadurecendo no tempo,
quando chora
e depois sendo colhida
pelo brinquedo quebrado.
com o respeito devido ao alimento. Olhar o manso regato e sentir no movimento da água, escorrendo entre as pedras, a vida fluindo segundo a segundo. Observar o céu azul com estrelas que nos orientam e nos mostram quão pequeninos somos todos nós.
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Pinhão Qual a forma de um pinhão? Não é de dado nem de quadrado. Não é um retângulo, tampouco um triângulo. Não tem forma ovaloide, muito menos romboide. Quem olha o pinhão vê uma ponta em que se segura e outra ponta onde ele termina. Depois, o formato de uma cunha abaulada, cuja cor tem um pouco de vermelho e de amarelo esmaecidos, ambos, uma mistura que só o pinhão tem. Pois bem: um pinhão tem, simplesmente, formato de pinhão e cor de pinhão.
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Sempre ao meu lado
Eu quero acordar sempre com você ao meu lado. Do jeito que você é cabelos despenteados olhos fechados. Não importa que tenha muito sono e queira ainda dormir. Em quero, quando eu acordar, ter você sempre ao meu lado.
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Seu olhar bonito
Teorizar no ar sobre a maravilha da sua beleza do seu olhar angular oblĂquo longitudinal linear que atrai para o raio do seu luar.
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Uma gota de sangue caiu do cĂŠu Uma fenda se abriu, no infinito cĂŠu azul, em dia iluminado e quente, e derramou-se uma gota de sangue. Quase ninguĂŠm percebeu, naquele momento, porque todos estavam muito ocupados com os problemas do dia. Somente o poeta, atento, com seu olhar diferente, enxergou a gota de sangue e sobre ela construiu o poema que a vida pediu.
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Poemas de amor
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Saia
Corri, no sonho, e tropecei na saia dela.
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Um pouco de poesia
Hoje não é dia de sofrer, não é dia de morrer. Maria, Maria, um pouco de poesia para você, neste dia.
43
Um minuto de amor
Um minuto de amor não Ê um minuto. É um minuto de amor.
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Criança sozinha
Na areia quentinha Nas ondas do mar Criança sozinha Mais livre que o ar. Criança que passa, Que brinca, que grita, Que fica sem graça E mesmo assim é bonita.
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Fazendo amor
O amor não é feito de pressa. O amor não é feito depressa. O amor é feito com calma. O amor é feito com alma.
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Poemas policiais
Mais um homem morto
Em uma noite, num lugar deserto, dois homens. Discussões, gritos, tiros, silêncio. Sobressaltos, desmaios, sirenes. Inquéritos, conclusões, negativas. Caso encerrado. Indiferenças, vida normal.
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Encontro
Dois velhos conversam, ocultos pelo bom-senso e falam faceiros de problemas inteiros. Surge uma dĂşvida, e os dois, a razĂŁo, queriam nem que sofrida. De rostos escondidos e fala sumida, mal daquele lugar saem. Morre de colapso o primeiro, e o outro, ligeiro, passando e vendo derruba o corpo no rio, jogando-se tambĂŠm. Final comovedor para dois encenadores.
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Poemas sobre duvidas
Contradição
Tanta coisa para dizer e tão pouca coisa querendo ser dita.
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Falta inspiração
A inspiração certa não chega, e eu a quero eternamente. Ela não chega porque, quando ela vem, eu não venho, e quando eu venho, ela simplesmente se vai.
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Olhar
Meu olhar alcanรงa o teu e na incerteza lanรงa algo de meu.
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Círculo vicioso
Ocírculoviciosoasfixia asesperasdoentias espaçoazulsolene suascontasverdes ocírculoviciosoasfixia porqueéumaangústiaconstante.
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Busca
Nesta busca não te encontro. Te procuro, te imagino, me fascino, e não te encontro. Preciso de cores, de flores. Ouça bem, Maria! Eu preciso, neste dia, da calma brusca, de olhares sem pena. Preciso encontrar, nessa busca, o sono, o sonho, o poema.
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Poeminhas
I
O beija-flor, ao bater asas, para no ar, e parece um helic贸ptero.
The hummingbird, when wing flapping, halts in the air, and it looks like a helicopter.
El colibr铆, al bater alas, para en el aire, y se parece a un helic贸ptero.
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II
A lagartixa, ao andar no teto azul, parece um misterioso ET.
The gecko, walking on the blue ceiling looks like a mysterious ET.
La lagartija, al andar en el techo azul, se parece a un misterioso ET.
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III
A lagarta, ao transformar-se no casulo, como magia, transforma-se na borboleta que voa.
The caterpillar, getting changed in the cocoon, like magic, turns itself into the butterfly that flies away.
La oruga, al volverse en el capullo, como magia, se vuelve en la mariposa que vuela.
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IV
O camaleão movimenta a cabeça e os olhos, na dúvida sobre as cores que deve usar.
The chameleon moves its head and eyes, in doubt about the colors it should wear.
El camaleón mueve la cabeza y los ojos, en la duda acerca de Los colores que debe usar.
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V
A aranha, ao construir sua teia, linha a linha, cria sua rede.
The spider, when building its web, thread by thread, creates its net.
La araña al construir su telaraña, línea a línea, cría una red.
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VI
Os pássaros constroem seus ninhos, berços dos bebês passarinhos.
Birds build their nests that are the cradles for baby birds.
Los pájaros construyen sus niños, cunas de los bebés pajaritos.
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VII
A mãe canguru tem uma bolsa como um berço para seu canguruzinho.
Mom kangaroo has a pocket like a cradle for the little kangaroo.
La madre canguro tiene una bolsa como una cuna para el cangurocito.
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VIII
A mĂŁe coruja faz um buraco na terra para a casa da corujinha.
Mom owl digs a hole in the soil for the little owl’s house.
La madre lechuza haz un hoyo en la tierra para la casa de la lechucita.
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IX
O pintinho nasce quando explode o ovo da galinha.
The chick is born when the hen´s egg blows up.
El pollito nace cuando explote el huevo de la gallina.
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X
O cachorro agrada o dono quando, parado, abana o rabo.
A dog pleases its owner when, standing, moves its tail.
El perro agrada el due単o cuando, parado, mueve la cola.
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XI
Borboleta, vai, vai, espalha cores e alegria, neste dia de sol.
Go, butterfly, go spread colors and joy in such a sunny day.
Mariposa va, va, difundiendo colores y alegrĂa, en este dĂa de sol.
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XII
Borboletas multicores, com suas asas em movimento, grandes aves parecem.
Butterflies are so many colors and when moving their wings, look like big birds
Mariposas multicolores, con sus alas en movimiento, a grandes aves se parecen.
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XIII
Escrevo o verso para espantar o perverso e mostrar o anverso.
I write the verse to frighten the evil away and show the observe.
Escribo el verso para espantar el perverso y mostrar el anverso.
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XIV
Quando eu acordar, quero sempre ter vocĂŞ ao meu lado.
When I wake up I wish I could always have you by my side.
Cuando yo despertar quiero siempre tener tĂş a mi lado.
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XV
Eu prefiro o silêncio dos tropeços ao estardalhaço dos começos.
I prefer the silence of blocks to the fuss of beginnings.
Yo prefiero el silencio de los tropezones al de los comienzos.
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XVI
Depois de amar, cuidar, preocupar-se, e, sobretudo respeitar-se.
After you love, take care, worry, and, above all, respect.
DespuĂŠs de amar, cuidar, preocuparse, y, sobretodo, respetarse.
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XVII
O mesmo sol, que aquece e ilumina, ĂŠ aquele que contamina.
The same sun that warms and brightens up is the one which poisons.
El mismo sol que calienta y ilumina es aquel que contamina.
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XVIII
Olhando seu olhar linear fico atraĂdo por seu raio de luar.
Staring at your linear look I feel attracted by your moon beam.
Mirando su mirar linear me quedo atraĂdo por su rayo de lunar.
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XIX
O abraço dos seus braços cria laços.
The hug of your arms creates bonds.
El abrazo de sus brazos cría lazos.
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XX
Renasce a cada instante o amor de verdade nas incertezas da vida.
Real love is reborn at every moment in the uncertainties of life.
Renace a cada instante el amor de verdad en las incertidumbres de la vida.
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XXI
O som da correnteza da รกgua do rio mostra a passagem da vida.
The sound of a water current in the river shows life passing by.
El sonido de la corriente de agua del rio muestra la pasaje de la vida.
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XXII
O toque do sino ao passante anuncia que as horas n達o param.
The bell ringing announces to walkers that the clock ticks.
El sueno de la campa単a al pasante anuncia que las horas no paran.
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XXIII
Corri no sonho e tropecei na saia dela.
I ran in a dream and tripped over her skirt.
CorrĂ en el sueĂąo y tropecĂŠ en la falda de ella.
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XXIV
Maria, Maria, Maria, escute um pouco de poesia neste que é o seu dia.
Mary, Mary, Mary, listen to a little of poetry today, that is your day.
Maria, Maria, Maria, escuche un poco de poesía en este que es el su día.
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XXV
Um minuto de amor não é só um minuto. É um minuto de amor.
A minute of love is not just a minute it is a minute of love.
Un minuto de amor no es solo un minuto. Es un minuto de amor.
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XXVI
Na areia quentinha, nas ondas do mar, criança branquinha e sozinha tão livre a passarinhar.
On the warm sand, on the sea waves, the fair and lonely child is as free as a little bird.
En la arena calentita, en las olas del mar, crianza blanquita y sola tan libre a pajaritar.
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XXVII
Criança que chora, que grita, que fica sem graça e ainda assim é bonita.
A child that cries, screams, that gets embarrassed, is still a beautiful child.
Crianza que llora, que grita, que se queda desangelado y aún así es hermosa.
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XXVIII
O amor não é feito depressa. O amor é feito com calma. O amor é feito com alma.
Love is not built in a hurry. Love is built calmly. Love is built with the soul.
El amor no es hecho deprisa. El amor es hecho con calma. El amor es hecho con alma.
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XXIX
Meu olhar alcanรงa o teu e, na incerteza, lanรงa a luz de uma esperanรงa.
My look reaches yours and, when it is unsure, brings out the light of some hope.
Mi mirar alcanza el tuyo y, en la incertidumbre, lanza la luz de una esperanza.
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XXX
Dizes que me amas e por isso clamas para eu ficar perto de ti.
You say you love me and because of that you ask me to be close to you.
Dices que me amas y por eso llamas para quedarse cerca de ti.
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XXXI
Nรฃo reclames se estรก escuro. Acende a vela!
Do not complain if it is dark. Light the candle!
No reclames si estรก oscuro. ยกEnciendas la vela!
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Poemas & Poeminhas
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