Panegírico por JOEL Guimarães De Oliveira

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ACADEMIA CATARINENSE MAÇÔNICA DE LETRAS Fundada em 21 de abril de 1989 FLORIANÓPOLIS, Santa Catarina

PANEGÍRICO a ROGÉRIO VIEIRA, um Homem de Valor Proferido em 20 de março de 2017 Por JOEL Guimarães De Oliveira, MM, cad. 7  Ilustre Presidente da Academia Catarinense Maçônica de Letras, Irmão·Edy Genovese Luft;  Venerável Mestre da Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Professor Mâncio da Costa”, nº 1.977, Benfeitora da Ordem, Irmão Paulo Veloso;  Venerável Mestre da Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Alvorada     

da Sabedoria”, nº 4.285, Irmão Marcos de Oliveira; Ilustres Confrades da Academia; Autoridades Maçônicas; Irmãos visitantes; Cunhadas, Sobrinhas e Sobrinhos; Senhoras e Senhores “Só é grande a Liberdade que sacode a majestade e arranca a juba dos reis.” Cecília Meireles


PANEGÍRICO a ROGÉRIO VIEIRA, um Homem de Valor

Cabem-me neste momento o privilégio e a subida honra de dirigir-me a esta augusta assembleia de notáveis e a nossos ilustres convidados para dar continuidade a uma tradição que remonta aos primórdios da existência desta e de outras academias. Trata-se de um dos antigos deveres que os literatos d’antanho estabeleceram ao determinar que a posse de um novo membro fosse marcada por uma manifestação de apreço e respeito àquele ou àqueles que o precederam na cadeira que passa a ocupar. Ao longo dos tempos, estratificou-se o uso de fazer-se um laudatório público ao patrono daquela cadeira. Este costume deriva de herança mais que milenar, pois já na Grécia Antiga

um

panegírico

(do

grego

πανηγυρικός,

"reunião")

era,

originalmente, o discurso de caráter encomiástico pronunciado em grandes reuniões festivas do povo. Na velha Roma , denominava-se igualmente "panegírico" o discurso que os cônsules romanos pronunciavam diante do imperador, depois de serem eleitos, manifestando-lhe seu respeito e admiração. Na atualidade, um panegírico é um laudatório, discurso de exaltação feito publicamente em louvor de alguém ou de uma entidade. Mas, cabe perguntarmos, QUAL O SEU PROPÓSITO? A resposta a essa indagação há que se apoiar em algo mais que a simples consulta ao léxico. Reportamo-nos, destarte, ao trabalho magistral do Dr. André Rodrigues Bertachi sob a forma de dissertação apresentada em 2014 ao Programa de Pós-Graduação em Letras Clássicas da USP, com o título de “O PANEGÍRICO, DE ISÓCRATES”.

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PANEGÍRICO a ROGÉRIO VIEIRA, um Homem de Valor Isócrates foi um prosador ateniense do século IV a.C. que nos legou eloquente peça de oratória, apresentada na centésima edição festiva dos Jogos em Olímpia. Sem nos alongarmos em demasia, avulta a conclusão, em resumo, dos objetivos visados por Isócrates em sua fala ao povo, quais foram: estabelecer um paradigma, ancorado em grandes feitos do passado, para motivar seus concidadãos à conquista de novas glórias no presente. A exaltação de heróis espartanos e troianos buscava inculcar no homem comum um misto de gratidão e desejo de alcançar o mesmo patamar daqueles míticos personagens. Buscava, enfim, despertar a EMULAÇÃO, aquele sentimento que leva o indivíduo a tentar igualar-se a ou superar outrem. Pois é esse mesmo objetivo que nos motiva a lhes falar agora do patrono da cadeira número 7 desta Academia Catarinense de Letras Maçônicas, o saudoso Irmão ROGÉRIO VIEIRA. Sua vida e suas obras, como pretendemos lhes mostrar, foram pautadas por um trinômio de excelsas virtudes, composto por HONRADEZ, HONESTIDADE e HUMILDADE. Essas são as características primordiais que o Livro da Lei cristão, a Bíblia, atribui aos poucos, aos raros, Homens de Valor, que vez por outra são apontados no texto sagrado, tais como Jonatas, em 1 Reis, 1:42 e Boaz, em Rute 2:1. 1 Reis, 1-42 Estando ele ainda falando, eis que vem Jônatas, filho de Abiatar, o sacerdote, e disse Adonias: Entra, porque és homem de valor e trarás boas-novas.

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PANEGÍRICO a ROGÉRIO VIEIRA, um Homem de Valor Rute 2:1 E tinha Noemi um parente de seu marido, homem de valor e poderoso, da família de Elimeleque; e era o seu nome Boaz. E foi por tais virtudes que, D’us honrou Boaz colocando-o não só na genealogia do rei Davi (Rute 4:13,17), mas também na do Senhor Jesus (Mateus 1). Nas palavras de um pregador anônimo, hoje, tanto quanto “naqueles dias, homens de valor como Boaz não passam despercebidos em nossa geração. A sociedade de nosso tempo carece de pessoas que depositam sua confiança em Deus, buscam crescer e se importam com os outros”. Como veremos mais adiante, o Irmão ROGÉRIO VIEIRA foi um dos atores maiores da gloriosa história desta terra que mui apropriadamente chamamos de Santa, a nossa Santa Catarina. Foi, certamente, um desses raros Homens de Valor, tal como descritos nas Escrituras que ele cultuou fervorosamente ao longo de toda sua vida. É, portanto, com certeza, um exemplo a ser seguido, um paradigma a ser emulado, e um nome a ser honrado, como os de Boaz ou Jonatas, pois já nos assevera o Salmo 37:23: “O Senhor firma os passos do homem bom e no seu caminho se compraz.” A história de nosso personagem central, desse grande humanista, começa aos 3 dias do mês de julho de 1903, data de seu nascimento em uma família tradicional de São Francisco do Sul, SC, filho de Alfredo Vieira e Hermínia Veiga Vieira. Sua preocupação instintiva com o social e a defesa de terceiros o fez optar pela advocacia, tendo se graduado na Faculdade de Direito de Santa Catariana. 4/16


PANEGÍRICO a ROGÉRIO VIEIRA, um Homem de Valor No exercício desse múnus, atuou certa feita em um Júri Popular, em defesa de um homicida confesso. Sua postura na tribuna e a lisura e dignidade com que se houve no julgamento granjearam-lhe o respeito e a admiração de seu ocasional adversário, o então Promotor de Justiça Nereu Ramos. Pois foi Nereu Ramos que, nomeado Interventor do Estado, convidou aquele jovem, mas destacado advogado, de meros 28 anos, para o cargo de Prefeito de sua cidade natal, São Francisco do Sul, cargo que exerceu de 1931 a 1935. A partir desse momento, ROGÉRIO VIEIRA assumiu como lema de vida, seu mote pessoal, uma frase que não se cansava de repetir: “A honestidade não é uma virtude, mas antes uma obrigação." Este não é um simples chavão, mas uma assertiva merecedora de profunda reflexão por ter sido este o lema que norteou toda sua vida, ao longo de quarenta anos dedicados a cargos públicos e eletivos, nas esferas Municipal, Estadual e Federal. Em 1935 elegeu-se Deputado Estadual, foi em seguida Diretor do Montepio Municipal de Florianópolis e com o advento do Estado Novo, foi alçado ao cargo de Secretário de Viação e Obras Públicas do Estado de Santa Catarina, no período de 1937 a 1941. Foi então nomeado Prefeito de Florianópolis, permanecendo no cargo até 1945. Em sua gestão, implantou calçamento nas principais vias públicas de Florianópolis e promoveu melhorias nas estradas de acesso ao interior da ilha. Foi em sua administração que o Estreito, até então pertencente a São José, foi anexado à Capital.

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PANEGÍRICO a ROGÉRIO VIEIRA, um Homem de Valor Ali a Câmara Municipal, por meio da Lei Municipal nº 1.707, de 19 de março de 1980, prestou-lhe merecida homenagem póstuma nomeando uma importante via pública com o título de “Rua Prefeito Rogério Vieira”. Na Administração Municipal, era admirado tanto pela sua operosidade e honestidade, como pelo trato afável aos funcionários e munícipes e ainda por sua contagiante humildade. Relata um de nossos irmãos, o acadêmico Ignácio Queiroz, garoto à época: “... que presenciara Rogério Vieira em várias ocasiões no interior de um automóvel utilitário, transformado por ele em ambulância, guarnecido de móveis, utensílios e medicamentos, acompanhado de um profissional médico, percorrendo o interior da ilha, e que, em armazéns, residências ou mesmo quintais, montava ambulatório de atendimento aos carentes com dificuldades de locomoção..." Por ocasião da Assembleia Geral Constituinte de 1945, elegeu-se, com expressiva votação, Deputado Federal pelo PSD - Partido Social Democrático. Tornou-se Líder da Bancada Catarinense n a C â m a r a d o s D e p u t a d o s t e n d o e x e r c i d o o c a rg o d e P re s i d e n t e d a C o m i s s ã o d e Tr a n s p o r t e s e C o m u n i c a ç õ e s , onde teve por vice o então Deputado Juscelino Kubitschek. Uma tragédia particular, entretanto, levou Rogério Vieira a abandonar a busca da reeleição certa. Seu genro, o engenheiro agrônomo Murilo Garcia, Dirigente do Posto Agropecuário de Urussanga, foi estupidamente assassinado por um antigo funcionário.

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PANEGÍRICO a ROGÉRIO VIEIRA, um Homem de Valor Rogério considerava que não seria adequado a um "coração em luto", subir e descer de palanques em busca de votos. Destarte, voltou a dedicar-se aos livros de Direito Penal, reatualizouse e subiu à tribuna do Júri Popular, logrando a condenação do assassino de seu genro. Nereu Ramos, que não esquecera o amigo e companheiro de lutas, alçou-o ao cargo de Secretário do Partido Social Democrático (PSD) no Estado. Em 1952 foi nomeado por Getúlio Vargas para o cargo de Diretor da Divisão de Educação Extraescolar do Ministério da Educação, órgão que revitalizou, procedendo a uma completa reestruturação. No ano de 1953, por ocasião da comemoração do Dia da Bandeira instituiu a cerimônia pública de “Queima em Pira Especial" das bandeiras brasileiras desgastadas e já sem condições de uso. Realizada até os dias de hoje, conta com a participação de repartições públicas e entidades escolares, que ao trazerem estes símbolos pátrios para incineração, recebem em troca uma nova bandeira. Em 10 de Agosto de 1954 assumiu a direção do Instituto Benjamim Constant, educandário e internato do Ministério da Educação destinado a crianças e jovens cegos, que lá recebem educação e cuidados especializados. Fundado e custeado, em 1854, por obra, conta e empenho pessoal de D. Pedro II, o então Imperial Instituto dos Meninos Cegos, era considerado a menina dos olhos do Imperador e da Imperatriz, que costumavam visitá-los aos domingos.

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PANEGÍRICO a ROGÉRIO VIEIRA, um Homem de Valor Rogério Vieira assumiu o instituto às vésperas deste completar seu primeiro centenário. Em menos de trinta dias, organizou a solenidade de comemoração, que contou com a presença do Presidente da República, João Café Filho, seu velho companheiro da Câmara dos Deputados. Café Filho não só prestigiou a cerimônia, mas também ordenou à Casa da Moeda que mandasse cunhar medalhas comemorativas de ouro, prata e bronze. Uma placa de bronze comemorativa do evento foi inaugurada no saguão do instituto, como registro da presença do Presidente da República e de seu Diretor Rogério Vieira. Merece menção, a descrição da cerimônia de sua posse no cargo: os professores do instituto, muitos dos quais cegos e ex-alunos, eram em sua imensa maioria católicos fervorosos, e ao saberem que o novo diretor era evangélico, ficaram em polvorosa, pois corria um boato de que tão logo Rogério Vieira assumisse o cargo mandaria fechar a Capela e remover as imagens de seu interior. Na cerimônia de posse, que contou com a presença do Ministro da Educação, o clima foi respeitoso, mas tenso e hostil. Palmas só dos evangélicos, maçons e alguns poucos ateus. Em um natural gesto de grandeza, que lhe era peculiar, três dias após o evento, Rogério Vieira compareceu à missa dominical na Capela do Instituto, onde acompanhou todos os atos da liturgia católica, fez o sinal da cruz e prostrou-se de joelhos em oração.

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PANEGÍRICO a ROGÉRIO VIEIRA, um Homem de Valor A partir daquele momento, passou a ser prestigiado pelo grupo católico dominante, tendo sido inclusive, com sua esposa, padrinho de diversos casamentos acontecidos à época de sua administração. Ao final de sua gestão, deixou o templo ampliado e equipado, tendo triplicado sua capacidade para acomodar fiéis. Junto com a Fundação Para o Livro do Cego no Brasil, dotou o instituto de condições materiais, para que a Imprensa Braille aumentasse sua tiragem de livros escolares, suprindo as necessidades de alunos e professores. Incrementou os meios eletrônicos destinados ao "Livro Falado", que eram gravações em fitas cassete de obras da literatura brasileira, não disponíveis no sistema Braille, narradas por “ledores voluntários”. Modernizou e equipou a Seção de Medicina e Pesquisas Oftalmológicas, que disponibiliza até hoje, aparelhos de última geração e corpo médico qualificado, prestando imensos serviços à comunidade carente. Ainda em atenção aos cegos, foi ativo Membro da Campanha Nacional de Educação e Reabilitação dos Deficientes Visuais. Atendendo convocação do então Presidente da República Nereu Ramos, assumiu em seguida, por breve período, o Instituto Nacional do Pinho (mais tarde IBDF, hoje IBAMA), tendo granjeado simpatia e reconhecimento dos servidores, pois foi em sua curta gestão que se criou o Plano de Classificação de Cargos, antiga aspiração do corpo funcional daquele instituto.

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PANEGÍRICO a ROGÉRIO VIEIRA, um Homem de Valor Ainda pelas mãos do Presidente da República, Nereu Ramos, foi alçado ao cargo vitalício de Testamenteiro e Tutor Judicial da Justiça do Distrito Federal, no atual Estado do Rio de Janeiro. Lá manteve-se por dezoito anos, tendo sido aposentado em 1973, por haver atingido a idade limite para o cargo. Devido a sua atuação pautada pela justiça, honestidade, lucidez e correção, conquistou o respeito e admiração de Juízes e Desembargadores. Pouco antes de aposentar-se, em 1971, sofreu outro golpe pessoal, com o falecimento de sua filha, Vera, aos 46 anos de idade. Suplantou a dor apegado à fé cristã e tendo como apoio sua esposa Celmira Serrão Vieira que, dedicada, acompanhou-o e incentivou-o, durante os longos 49 anos e meio de vida em comum. Após uma profícua vida pública, maçônica e religiosa, faleceu em Florianópolis, em 3 de setembro de 1978. E merece ser preservado na memória da nação brasileira, tanto por seus dotes morais e intelectuais, como pela sua notável e brilhante atuação de administrador público, honesto e dedicado representante da vontade popular, um amante apaixonado pelo Brasil. Em uma fase angustiante como esta que vive hoje o Brasil, que faria Rui Barbosa corar ou mesmo chorar de desgosto, quando nosso país se vê mergulhado em lamaçal de escândalos e malversação da coisa pública, nosso patrono avulta como exemplo de honestidade absoluta, comprovada ao lembrarmos que, ao fim de sua vida, legou a seus familiares, além de ensinamentos, de um passado imaculado e de um nome respeitado, apenas um simples apartamento, comprado com financiamento bancário ao longo de anos.

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PANEGÍRICO a ROGÉRIO VIEIRA, um Homem de Valor Morreu pobre! Morreu digno! Coroando essa biografia ímpar, cabelhe como uma luva a frase lapidar de William Shakespeare:

“Nenhuma herança é tão rica quanto a honestidade.” E O QUE DIZER DE SUA TRAJETÓRIA MAÇÔNICA? Data de março de 1933, portanto durante o 2º ano de seu mandato como Prefeito de São Francisco do Sul, o primeiro registro documental acerca de sua vida maçônica, onde se relata ter sido o octogésimo primeiro membro da Loja “Paz e Amor”, daquela cidade, na qual se acredita tenha sido iniciado. Em vinte de junho do mesmo ano foi colado no gr:.13, dando início a uma longa e dedicada jornada maçônica, apesar dos incontáveis compromissos que o ocupavam em sua vida pública. Após fixar residência em Florianópolis, filiou-se, em abril de 1939, à Loja “Regeneração Catarinense”, na qual ocupou em três ocasiões o cargo de Orador, missão exercida até 1942 com a mesma desenvoltura e notável talento com que se havia na profissão de causídico. Convidado a candidatar-se ao cargo de Venerável da Loja, relutou a princípio, dado que sua intensa atividade pública, sujeitava-o a ser impontual, atrasando-se ou mesmo faltando a algumas Sessões, práticas as quais era terminantemente avesso. Foi vencido pela insistência dos membros da Loja e o apoio decidido de Pedro Cunha, então Grão-Mestre Estadual, membro da loja, tendo sido eleito e empossado em 1943, reelegendo-se no ano seguinte.

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PANEGÍRICO a ROGÉRIO VIEIRA, um Homem de Valor Apesar de urna ou outra ausência, era aguardado e recebido com imensos aplausos quando ocorriam chegadas tardias, o que muito o confortava. Marcou positivamente sua administração, pela firmeza com que empunhava o malhete e pelo carinho dedicado a enfermos, às viúvas e aos sobrinhos, tendo para tanto nomeado "comissões de visitas" que solidificaram os laços entre os membros da família maçônica da loja. Reforçou os laços fraternais entre as duas Lojas existentes à época na Capital, a “Regeneração Catarinense” e a "Ordem e Trabalho" sendo comuns as sessões realizadas em conjunto por seus membros. Em apurado estudo realizado sobre nosso homenageado, o Acadêmico Gustavo Zimmer colheu informações da época e relatanos ter “se encantado” com a união entre as Lojas, e assevera que tal era o entendimento e cooperação entre ambas, que poder-se-ia afirmar: "... serem ambas uma só Loja...". Em 1950, já no Rio de Janeiro, assumiu o alto cargo de Presidente do Tribunal de Justiça Maçônico. Por residir no Rio de Janeiro, então Capital Federal e Sede dos Altos Poderes Maçônicos, Rogério Vieira foi feito Representante de sua Loja junto ao Grande Oriente do Brasil e mais adiante eleito Deputado junto à Soberana Assembleia Legislativa, em várias legislaturas. É lembrado e cultuado na Ordem maçônica, pelo trato amável e solícito dispensado aos irmãos, independente do cargo ou função que desempenhassem e pelo cuidado na admissão de novos e destacados membros.

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PANEGÍRICO a ROGÉRIO VIEIRA, um Homem de Valor Um importante detalhe de sua vida espiritual merece ser realçado: Cristão fervoroso, evangélico, foi disciplinado leitor e profundo conhecedor das Escrituras Sagradas, tendo em seus ensinamentos uma fonte inspiradora. Recitava e conhecia de cor várias passagens bíblicas, apreciava entoar hinos sacros de louvor ao Senhor. Lecionou em classes de Escola Dominical e foi professor em igrejas de Copacabana e Botafogo, no Rio de Janeiro, tendo ocupado nesta última o cargo de Presbítero, que nas igrejas evangélicas corresponde às funções de superintendente, eleito. Depois da Bíblia, tinha como segundo livro de cabeceira "EM PAZ COM DEUS" do pastor Billy Graham, que contribuiu para consolidação de seus princípios de vida cristã, dos conhecimentos de Deus e da vida eterna. Nessa fonte fomos encontrar uma miríade de conceitos e aconselhamentos que parecem espelhar a própria doutrina maçônica. Como exemplo, no seu capítulo 17, intitulado “Acaso Sou Eu Tutor de Meu Irmão? ”, salta aos olhos a discussão sobre “O Amor Pelos Irmãos”, que parece-nos resumir tudo aquilo que a respeito vimos tratando em nossas lojas. Ao concluir, Billy Graham reproduz as magistrais palavras de Paulo, em 1 Timóteo, 4:12: "Torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza". É como a própria Constituição do Grande Oriente do Brasil nos recomenda agir, ao cuidarmos de convencer sobretudo pelo exemplo. Sermos o padrão com que seremos medidos.

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PANEGÍRICO a ROGÉRIO VIEIRA, um Homem de Valor Ao tratar dos princípios gerais da maçonaria e dos postulados universais da instituição, em seu art. 1º, Parágrafo Único, inciso IX, consta textualmente: “... a divulgação de sua doutrina pelo exemplo e pela palavra e combate, terminantemente, o recurso à força e à violência para a consecução de quaisquer objetivos”. Fica assim bem claro como o Irmão ROGÉRIO VIEIRA, um Homem de Valor, soube conciliar e vivenciar à perfeição, como um verdadeiro justo, a maçonaria e sua fé. Por derradeiro, queremos aqui agradecer à Academia Catarinense Maçônica de Letras e em especial ao Acadêmico Gustavo Zimmer, IN MEMORIAM, que ocupou esta mesma cadeira nº 7, o resgate dessa parte tão significativa de nossa história, garantindo-nos a preservação da memória de nosso saudoso irmão Rogério Vieira, com a certeza de que a posteridade saberá reconhecer-lhes seu merecido e devido valor. A Gustavo Zimmer e ao Acadêmico Gert Egon Frischknecht, que o sucedeu, nossa derradeira saudação fraterna por três vezes três.

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PANEGÍRICO a ROGÉRIO VIEIRA, um Homem de Valor AGRADECIMENTOS FINAIS A Walter Celso de LIMA, cadeira 27, meu “guru” particular, amigo e mentor, meu padrinho nesta academia, a mensagem que um certo “rei” cantou e que nos encantou: Você meu amigo de fé, meu irmão camarada, Amigo de tantos caminhos e tantas jornadas, Cabeça de homem, mas o coração de menino, Aquele que está do meu lado em qualquer caminhada; Me lembro de todas as lutas, meu bom companheiro, Você tantas vezes provou que é um grande guerreiro, O seu coração é uma casa de portas abertas, Amigo você é o mais certo das horas incertas... A RUBEN Luz da Costa, cadeira 3, Irmão de minha loja, amigo e também meu padrinho acadêmico, algo que eu nem precisava dizer: Às vezes em certos momentos difíceis da vida, Em que precisamos de alguém pra ajudar na saída, A sua palavra de força, de fé e de carinho, Me dá a certeza que eu nunca estive sozinho. Não preciso nem dizer, tudo isso que eu lhe digo, Mas é muito bom saber, que você é meu amigo... A IGNACIO QUEIROZ, cadeira 5, coluna mestra da maçonaria catarinense e desta academia, meu padrinho, meu Irmão: Quero falar de uma coisa Adivinha onde ela anda Deve estar dentro do peito Ou caminha pelo ar Pode estar aqui do lado Bem mais perto que pensamos, Coração de estudante Há que se cuidar da vida Há que se cuidar do mundo Tomar conta da amizade Alegria e muito sonho Espalhados no caminho...

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PANEGÍRICO a ROGÉRIO VIEIRA, um Homem de Valor A DALVA Ferreira da Silva, a mulher que eu amo, minha Estrela do Alvorecer, luz que há 27 anos ilumina minha vida, aplaina meus caminhos, emoldura com amor e companheirismo nossa existência, só tenho a dizer: A mulher que eu amo, tem um lindo sorriso, é tudo que eu preciso, pra minha alegria; A mulher que eu amo, tem nos olhos a calma, ilumina minha alma, é o sol do meu dia; Tem a luz das estrelas, e a beleza da flor, ela é minha vida, ela é o meu amor. A mulher que eu amo, é o ar que eu respiro, e nela eu me inspiro, pra falar de amor. Quando vem pra mim, é suave como a brisa, e o chão que ela pisa, se enche de flor. A mulher que eu amo, enfeita minha vida, meus sonhos realiza, me faz tanto bem. Seu amor é pra mim, o que há de mais lindo; se ela está sorrindo, eu sorrio também... Tudo nela é bonito, tudo nela é verdade, e com ela eu acredito, na felicidade... A MARINA Ferreira Safadi, uma de minhas três filhas, menina moça muito especial, dádiva de Deus que comigo foi partilhada pelas mãos de minha Dalva: Eu tenho tanto pra lhe falar, mas com palavras, não sei dizer, Como é grande, o meu amor por você... Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar, e o infinito, Nada é maior, que o meu amor, nem mais bonito. Nunca se esqueça, nem um segundo, que eu tenho o amor, maior do mundo. Como é grande, o meu amor por você.... A meus filhos, genros e netas: Jacqueline, Alberto, Vivianne, Walid, Daniel, Kelem, Rodrigo, Carolina, Paula, Raquel, Alice, Laura, e A meus amigos e aos Irmãos de minha Loja, desta Academia e de toda nossa Augusta e Magnífica Ordem:

OBRIGADO. OBRIGADO. OBRIGADO.

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