Jornal da Vila - nº 007 - Fevereiro de 2021

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Ano III - nº 007 - Janeiro/Fevereiro de 2021 - Icoaraci - Belém (PA) - Diretor-Presidente: John Charles Torres Pág. 05

Fotos: Sara Vieira

Moradores de Icoaraci ouvidos pelo Jornal da Vila já começam a duvidar que o projeto vá funcionar de fato e tão cedo.

Na legislatura passada, Icoaraci tinha ao menos um representante na Câmara Municipal de Belém. Hoje não tem mais nenhum. Algo impensável para um distrito que tem cerca de 400 mil moradores e mais de 200 mil eleitores. “Infelizmente, a

Verdadeira, autêntica, empreendedora e apaixonada pela vida e pelos animais. É assim que se define Luanne Corrêa, a Bela da Vila do mês de janeiro.

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Bela da Vila

população de Icoaraci boicota seus representantes”, lamentou um conhecido empresário local. Acompanhe nesta edição entrevista com dois dos mais bem votados candidatos de Icoaraci, Hélio Monteiro (PT) (esq.) e Risomar Pena (PTC) (dir.).

Omissão do Poder Público e falta de educação de alguns moradores têm resultado na criação de vários lixões a céu aberto em Icoaraci, como este, na Sexta Rua, ao lado do cemitério. Pág. 03


Janeiro/Fevereiro de 2021 vilajornal

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Entre a vida, a “politização da pandemia” e o impeachment

A pandemia ainda não acabou É evidente que a pandemia de covid19 ainda está bem longe de ser superada. Os dados indicam que essa segunda onda pode aumentar o número de casos. Os números são alarmantes, em cidades como Manaus e do Oeste paraense. Infelizmente, muita gente ainda deve morrer até a cura total. Governos do mundo inteiro se organizam para vacinar suas populações. A tarefa não é fácil. Principalmente para países dependentes desse tipo de tecnologia e insumos, como o Brasil. No entanto, chega a ser assustadora a forma displicente com que uma grande parte da população vem se comportanto, inclusive aqui, em Icoaraci. Durante as comemorações da virada do ano, por exemplo, a impressão que dava era que a pandemia já tinha terminado, ou até mesmo que nunca tinha existido, tantas eram as pessoas circulando sem máscara pelas ruas e logradouros públicos, como a Orla, praças e bares e restaurantes. Até mesmo alguns atendentes de estabelecimentos comerciais, como pizzarias, davam-se ao luxo de não usar a máscara em determinados momentos, a parte do protocolo considerada a mais básica, eficaz, e por que não dizer, obrigatória, já que seu não uso pode contaminar outras pessoas, abrindo inclusive a possibilidade de tipificar o crime previsto no artigo art. 131 do Código Penal: “Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa”. É compreensível que a população já está cansada de continuar adotando essa prática tão desconfortável, que é usar a máscara, e que, principalmente

os jovens, já estão cansados de ficar em casa, em isolamento. A coisa mais difícil de se mudar em uma sociedade são os costumes e a cultura. São processos educativos e culturais que levam gerações, para que o grau de civilidade de uma sociedade atinja níveis racionais e o comportamento seja guiado mais pela razão e pela preocupação social do que pela emoção e pelo impulso egoísta, típico do ser humano. Por outro lado, a postura negacionista e irresponsável do presidente da República certamente vem contribuindo decisivamente com esse comportamento temerário e desatinado de grande parte da população. Afinal, se o presidente diz le dá mal exemplo abrindo mão do uso da máscara e promovendo aglomerações desnecessárias, o que não se passa pela cabeça de um simples cidadão: “Se o presidente pode, eu também posso”. O raciocínio é imediato. Ocorre que a população não pode esquecer que o presidente e seus ministros têm à disposição os melhores médicos e hospitais do país. Enquanto parte do povo que imita esse comportamento irresponsável está morrendo por falta de oxigênio nos hospitais, e provavelmente é composta por pessoas que serão as últimas a serem vacinadas. Portanto, vamos botar a mão na consciência e lembrar que de nosso comportamento dependem outras pessoas, inclusive nossos familiares, pais, mães, irmãos, filhas, avôs e avós, que não têm culpa de nosso comportamento e muito menos do mal exemplo do presidente negacionista. johncharlespa@gmail.com

A Icoaraci nossa de cada dia

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uem vive em Icoaraci sente-se privilegiado a cada dia. Temos nossa bela Praia do Cruzeiro, que apesar de não ser devidamente cuidada, não a torna menos bela. Temos as rajadas de vento no meio da tarde, as idas e vindas de turistas que visitam constantemente a Ilha de Cotijuba, situada do outro lado do rio, e tem como ponto de travessia a rua Siqueira mendes, também conhecida como Primeira Rua. Temos os avisos sonoros dos barcos que costumam Rua, sem deixar de citar a nossa cerâmica Marajoara, localizada em sua maioria, na Travessa Soledade (Paracuri) e a Praça Moura Carvalho, situada na rua Padre Júlio Maria (Terceira Rua), também conhecida como "Praça da Delegacia", por

conta da Delegacia de Homicídios que funciona na Praça, lugar onde também funciona o Instituto de Identificação Criminal, (local onde é tirado RG), uma das praças mais antigas de Icoaraci e que aos finais de semana tem bastante entretenimento para crianças e a venda de comidas típicas, lembrando ainda que existem vendedores que são tão antigos no lugar que se deixarem um único dia de aparecer para trabalhar, os visitantes assíduos da Praça, vão atrás desses trabalhadores para saber se estão bem. Um dia é pouco para visitar Icoaraci e sua cultura, mas 10 minutos é o suficiente para qualquer pessoa sentirse acolhida. Esse é o relato de vários turistas que já passaram por aqui e confirmaram que certamente voltarão. * Escritora

ABELCIO RIBEIRO*

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Brasil está próximo de chegar a nove milhões de infectados pelo coronavirus. Já são quase 220 mil óbitos com uma das maiores taxas de letalidade do mundo. Em dez meses chegamos na segunda onda de infecção e dramas como o de Manaus poderiam ter sido evitados por meio de decisões políticas, isto é, de decisões que não negassem a gravidade da pandemia desde o inicio pelo governo federal e determinados governos estaduais. Aristóteles tinha razão quando disse que “o homem é um animal politico”. Embora existam no imaginário dos brasileiros aqueles “despolitizados” que demonizam a política, ou aqueles que como o Presidente da República, falam que há uma “politização do vírus” ou “politização da vacina”, estamos diante do maior morticínio do século XXI que se combina com narrativas que banalizam a palavra política, negam o vírus e despolitizam a sociedade. Bolsonaro disse outro dia respondendo aos repórteres: “Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas”. Essas frases falam muito sobre o perfil político e ideológico do homem que ocupa o Palácio do Planalto, isto é, apresenta uma evidente “politização” que visa despolitizar e falsear a realidade. Mas afinal, é possível viver fora da política, sem a política na vida social? Não! Rousseau dizia que “a arte de se interrogar não é tão fácil como se pensa”, então pensemos, nesse momento difícil porque passa o Brasil dizer que não se vai tomar vacina é ou não uma deci-

são política? Diante da polarização e da disputa de narrativas que evocam a desinformação não só sobre a vacina como a cloroquina tem ou não um fim politico? Pode ou não afetar sua vida? Nunca é demais reafirmar que a política é indissociável das relações entre os homens, é da ignorância e do seu desconhecimento que como dizia Brecht “nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”. Os trabalhadores brasileiros precisam entender que a política é que cria diretrizes e organiza seu próprio modo de vida na sociedade. Política é decidir sobre, está vinculada ao Estado, ao governo, à administração pública, ao patrimônio público, portanto deve promover o bem público, em tese o bem de todos. A decisão de ficar em casa e usar máscara é política, assim como decisão de tomar cloroquina e não se vacinar, também é. Mas essas decisões possuem influências políticas de outras pessoas, redes sociais, governantes e pode custar sua própria vida. Dia 23 de janeiro milhões de brasileiros fizeram manifestações e carreatas em todo pais pela vacinação imediata para todos os brasileiros e pelo impeachment de Bolsonaro. É uma manifestação política, sim! Afinal, estamos sobre ameaças não só de morte pelo coronavirus, quanto de um possível golpe antidemocrático. Querendo ou não somos o centão existe sem os cidadãos e sem os conflitos de classe. Assim como o impeachment de Collor e Dilma foi político, o de Bolsonaro também será, pois já são mais de cinquenta pedidos tramitando no congresso. Nesse momento isso depende da decisão politica de Rodrigo Maia.


jornaldavilasorriso@gmail.com

Foto: Sara Vieira.


Jornal da Vila

Tapiocaria Regional prospera com cardápio inovador Sara Vieira

Tapioca de camarão com jambu, uma das mais pedidas.


Fotos: TW Produções e Ivan Moraes.



Foto: Jornal da Vila


Foto: Clícia Franco/JV.


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