Livro de oxford até nós

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Quem s達o os metodistas?

RONALD GRIPP DONATO

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De Oxford até nós De Oxford até nós Quem são os metodistas? Copyright © by Ronald Gripp Donato, 2013 Autor: Ronald Gripp Donato,1ª edição, Muriaé, MG: edição do autor, 2013 Editor e Revisor Ronald Gripp Donato Capa Jorge L. F. Carvalho Diagramação e Arte Final Jorge L. F. Carvalho (32) 8858-2048 | jorgelfcarvalho@yahoo.com.br Revisão: Magaly Netto de Almeida Castro Impressão e acabamento Editora Betânia, Belo Horizonte, MG Tiragem 1000 exemplares Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida sem o consentimento prévio, por escrito, do editor, exceto breves citações em livros e resenhas. Contatos com o autor professorronaldgripp@hotmail.com (32) 3728-2300 | 87010082 ISBN: 978-85-913889-1-2 Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e Classificação da Biblioteca Central da UFV

D677d 2013

Donato, Ronald Gripp. 1963De Oxford até nós: quem são os metodistas? / Ronald Gripp Donato. – Muriaé, MG: O Autor, 2013. 160p. ; Il. (algumas col.) ; 21 cm. 1.Metodismo – História 2. Teologia dogmática. 3. Igrejas. CDD 22. Ed. 287.1


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Dedicatória Dedico este livro à minha esposa Rosangela e a meu filho Abner, razão da minha vida. A todos os verdadeiros metodistas de coração aquecido. Agradecimentos Agradeço a Deus. Ao casal Marquinhos e Suely pelo apoio. Aos irmãos da Igreja Metodista Central em Muriaé-MG.


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Sumário Prefácio...............................................................................................................06 apresentação....................................................................................................07

Parte 1 História do Metodismo........................................................................................09 CAPÍTULo 1 A Reforma Protestante e a Igreja Anglicana.................................................01 CAPÍTULo 2 A família Westley....................................................................................................15 CAPÍTULo 3 O Clube Santo – embrião do Movimento Metodista.....................................23 CAPÍTULo 4 John Wesley em missão na Geórgia: crise e novas experiências..................28 CAPÍTULo 5 Aldersgate: 24 de maio de 1738, o dia do Coração Aquecido........................37 CAPÍTULo 6 O Movimento Metodista toma forma e cresce.................................................44 CAPÍTULo 7 A consolidação do Metodismo ..........................................................................51 CAPÍTULo 8 O Metodismo se estabelece na América...........................................................60 A morte de John Wesley........................................................................................63 Organograma da História da Igreja Protestante...............................................65 CAPÍTULo 9 O Metodismo chega ao Brasil .............................................................................67


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PARTE 2 Organização e Estrutura da Igreja Metodista no Brasil...............................79 As Regiões Eclesiásticas .......................................................................................80 A Organização da Igreja Metodista ...................................................................82 Área Geral .............................................................................................................82 Área Regional .......................................................................................................84 Área Distrital........................................................................................................85 Área Local ....................................................................................................82 Igreja Metodista: uma igreja de Dons e Ministérios......................................88 Plano Nacional Missionário.............................................................................90 Cânones da Igreja Metodista..........................................................................91 As Doutrinas e os Costumes Metodistas.......................................................93 Os 25 Artigos da Igreja Metodista.................................................................95 Batismo na Igreja Metodista............................................................................00 A Ceia do Senhor.................................................................................................103 AsDoutrinasTeológicasBásicasdoMetodismoHistórico..............................104 Conexidade e Identidade...................................................................................105 Ministério Pastoral Feminino na Igreja Metodista.........................................106 Ministério leigo.....................................................................................................108 Discipulado, grupos pequenose células..........................................................109 Publicações Metodistas.......................................................................................113 Grupos Societários: As Sociedades, Federações e Confederações...............118 Confederação Metodista de Homens...............................................................119 Confederação Metodista de Mulheres..............................................................120 Confederação Metodista de Jovens..................................................................121 Confederação Metodista de Juvenis..................................................................121 EducaçãoMetodista.............................................................................................122 Instituições de Ensino..........................................................................................128 Faculdades de Teologia da Igreja Metodista....................................................131 ProjetosSociais......................................................................................................133 Escola Dominical..................................................................................................136 Missão Metodista entre os povos indígenas.................................................138 O Significado da Cruz e da Chama....................................................................139 Concílio Mundial Metodista...............................................................................141 Metodistas Famosos............................................................................................143 O Caráter de um Metodista – por John Wesley..............................................148 Bibliografia............................................................................................................158

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De Oxford até nós

Prefácio

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livro “De Oxford até nós” é o resumo de uma bela história e trajetória do metodismo wesleyano no decorrer dos dias, meses e anos; uma história que atravessam continentes e chega até ao nosso país – Brasil. Essa fascinante história é contada de modo simples e profundo através de nosso historiador, amante do metodismo, irmão Ronald Gripp Donato. Com muita sabedoria, dedicação e amor, traduziu nas letras e palavras o caminhar do metodismo na Inglaterra, nos EUA até o Brasil. Sente-se em um local bem quieto e confortável e deliciese da leitura educativa e edificante desta linda história cheia de desafios e vitórias, embora vivenciada em um contexto de dificuldades, crises, vícios e vários problemas que assolava a Europa no século XVIII, em especial, a Revolução Industrial que levava a maioria dos ingleses a vivenciar o êxodo rural do povo em busca de melhor condição de vida nas grandes cidades. Assim nascia a fascinante história da família Wesley e também do “povo chamado metodista”. Você não vai conhecer apenas a história do surgimento de mais uma religião, mas vai conhecer a história de cristãos protestantes que fizeram diferença em sua época e marcaram seu mundo com a paixão de “transformar a nação e espalhar a santidade bíblica por toda a terra”. Essa semente que foi plantada em Oxford, não apenas nasceu, mas deu muitos frutos que geraram através de novas sementes outros frutos na Europa e nos EUA. Essa boa semente chegou ao Brasil e espalhou-se por toda a nação brasileira: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e outros estados. Agora esta boa semente está sendo lançada em seu coração para que através da sua vida possa continuar gerando frutos de libertação e transformação de muitas outras vidas que precisam ser alcançadas através da poderosa graça de Deus. Deixe-se transportar através da sua mente e sentimentos nesta linda história que você agora passa a saborear. Boa leitura! Bispo Roberto Alves de Souza


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DE OXFORD ATÉ NÓS

Apresentação

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e Oxford até nós é um livro para quem quer conhecer a nossa Igreja Metodista. É uma versão atualizada da minha apostila História do Metodismo, a qual confeccionei mais de 600 exemplares ao longo de cursos de evangelistas, seminários teológicos, cursos para novos membros, em escolas dominicais, em igrejas diversas de Minas Gerais e Espírito Santo. Procurei escrever como fez John Wesley (“ad populum”), para o povo. Ou seja, usei uma linguagem simples para todos os leigos, membros e não membros entenderem, e não uma linguagem erudita ou acadêmica. A História da Igreja Cristã é fascinante e conhecer a história da nossa denominação é fundamental para todo membro da igreja. Se não é possível alguém servir a Deus sem conhecer a Bíblia, da mesma maneira também não é, servir a Deus numa determinada igreja sem conhecer a sua história, doutrinas e costumes. Menosprezar o passado, é prova de incipiência e de ingratidão! Apesar da falta de sensibilidade de alguns educadores e líderes cristãos, atualmente há um grande despertamento de pessoas interessadas na busca de suas raízes históricas, e isso é maravilhoso! Milhares de não-metodistas no mundo conhecem a história da vida de John Wesley, então por que nós metodistas haveríamos de desprezá-la? Todas as igrejas cristãs têm a sua história e a sua importância. Algumas são mais conhecidas, outras menos. Entendo que as chamadas Igrejas Históricas, as mais antigas - como é o caso da Igreja Metodista – e que estão presentes em quase todos os países do mundo, preservam mais a sua história. A Igreja Metodista tem uma história magnífica, reconhecida por todos, isso por conta da vida de John Wesley, sua família, sua expansão pelo mundo e influência na História do


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Protestantismo. Relatar sobre a vida de John Wesley é relembrar a vida de um servo de Deus, um homem que viveu integralmente para Deus, que fez uma grande revolução religiosa e também teológica em seu tempo. Um homem que passou toda a sua vida orando, lendo, escrevendo e anunciando a palavra de Deus, discipulando e capacitando os crentes para a tarefa missionária. Como sabemos isto? Através da história! Karl Kautsky disse que “a não ser por meio do estudo da História, é difícil que exista outro modo através do qual se possa perceber e compreender a evolução da sociedade.” E como Deus usou John Wesley para transformar a Inglaterra! Conhecer a nossa história significa estar em contato com as nossas origens, com nossa identidade. Devemos ter orgulho da nossa Igreja Metodista, reconhecendo e valorizando nossa história, organização, doutrinas e costumes. A primeira parte do livro trata do nascimento do movimento que começou em Oxford, Inglaterra e que se tornaria a Igreja Metodista, chegando aos Estados Unidos, Brasil e alcançaria o mundo. A segunda parte fala sobre a organização e estrutura da Igreja Metodista no Brasil; como funciona a igreja do “povo do coração aquecido” em terras brasileiras! “A verdade cristã é a verdade que se conhece na história. A vida cristã é vida que se vive na história. A esperança cristã é esperança que se manifesta na história.” Justo Gonzalez Ronald Gripp Donato


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Parte I História do Metodismo “Sobre esta pedra [JESUS] edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Mateus 16:18b-c

John Wesley (1703 - 1791), fundador do Metodismo


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Capítulo 1 A reforma Protestante e a Igreja Anglicana

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anto Agostinho de Cantuária foi quem introduziu o cristianismo na Inglaterra, no século VI, cuja intenção inicial era converter o rei Etelberto, cuja esposa - a rainha Berta - era cristã. O Cristianismo se espalhou pelas ilhas britânicas, mas sempre houve uma tensão constante entre a Igreja e a Coroa. Mais tarde, no século XIV, John Wycliffe (1330-1384), um reformador inglês, traduziu a Bíblia para a língua inglesa, e posteriormente reivindicou que esta Bíblia fosse a autoridade em substituição à do Papa. A tradução da Bíblia para o inglês ajudou muito a disseminar o evangelho na Ilha Britânica. Outro grande reformador inglês foi William Tyndale. Na Inglaterra a religião tornou-se ousadamente nacionalista, legalmente centralizada na monarquia, e fortemente antipapal. A monarquia é a figura central da história inglesa, e foi muito forte nos reinados de Henrique VIII, Eduardo VI, Maria I e Elisabete I, o período chamado de a Reforma Inglesa, com grande participação dos reformadores religiosos da época. Até Henrique VIII, a religião oficial era a Católica Romana. A Reforma Protestante aconteceu em 1517 e o seu reformador mais importante foi Martinho Lutero. Nessa época, Henrique VIII


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era o Rei da Inglaterra. O surgimento da Igreja Anglicana teve como protagonista o próprio rei Henrique XVIII (1491-1547), que casou-se com a viúva de seu irmão Arthur, mas decidiu repudiá-la por ela não ter lhe dado um herdeiro ao trono – tiveram cinco filhos que morreram e só uma sobreviveu, Maria Tudor. Como Catarina não podia lhe dar um filho, tentou induzir o Papa Clemente VII a conceder-lhe a anulação de seu “Você vê o vinho, quando ele borbulha a taça, casamento. Como as leis e está pronto para bebê-lo. Eu digo a você, canônicas da Igreja Romana que existe veneno nele! E, portanto, peço-lhe não permitiam o divórcio, que o jogue fora. Você responde: “O vinho é o rei rompeu com Roma e inofensivo em si mesmo”. Eu respondo que, criou, por meio de um ato talvez ele seja assim; mas ainda, se for misdo Parlamento em 1534, e turado com o que não é inofensivo, ninguém se declarou Chefe Supremo em sã consciência, se ele o conhece, pelo meda Igreja da Inglaterra (An- nos, exceto se ele puder separar o bem do glicana). mal, irá alguma vez pensar em bebê-lo. Se O Parlamento da Re- você acrescentar: “Não é veneno para mim, forma (1532-1535) estabele- embora seja para outros”; então eu digo: ceu uma forma Erastiana de Joga fora, por causa de teu irmão, a fim de governo, proclamou o Rei que tu não o encorajes a beber também”. Henrique VIII como cabeça (Sermão: sobre as diversões públicas) tanto da Igreja como do EsJohn Wesley tado da Inglaterra, pelo Ato de Supremacia, e constituiu a Igreja da Inglaterra como a religião oficial do Estado, e uma parte integrante da estrutura política. Todos os assuntos de doutrina da Igreja, estrutura, política teriam que passar por sessões parlamentares. A Igreja da Inglaterra, teologicamente, não era tipicamente “protestante” no sentido luterano ou calvinista. Mas havia forte movimento antipapista, e algumas mudanças foram introduzidas que diferenciaram do catolicismo. O rei Henrique VIII, depois de anulado o seu casamento, casouse com Ana Bolena, com quem teve Elisabeth. Ana Bolena foi decapitada em 1536. Desposou-se com Jane Seymour, com quem teve Eduardo VI. Depois casou-se com Ana de Clèves, seguida de Catarina Howard (decapitada em 1542) e, finalmente teve a sexta esposa, Catarina Parr. Governou a Inglaterra de 1509 até 1547, quando morreu. Um dos fatores importantes que a Igreja Anglicana estabeleceu foi que cada igreja deveria ter “Uma Bíblia completa, de grande for-


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mato, na língua inglesa” e fosse colocada onde o povo a pudesse ler com facilidade. Foram fechados os mosteiros e confiscados as vastas propriedades da Igreja Romana. As doutrinas da Igreja Anglicana foram desenvolvidas ao longo dos anos. A primeira declaração oficial da fé inglesa foi os Dez Artigos da Religião (1536). Sua principal característica foram os cultos em inglês ao invés do latim. Depois os Seis Artigos (1539). As revisões das doutrinas foram feitas pelo conselheiro religioso mais chegado ao Rei Henrique VIII, o arcebispo Thomas Cranmer. Foi na época dele que surgiram o Livro da Homilias (1546), e o Livro de Oração Comum (1549, revisto em 1552), que tornou-se a liturgia oficial da Igreja Anglicana, estabelecido durante o reinado de Eduardo VI, sendo muito usado até hoje. Posteriormente surgiram os 42 Artigos (1553). Já no período da Rainha Maria Tudor, mais conhecida como “Maria Sanguinária”, houve grande perseguição aos protestantes. Ela tentou voltar ao domínio da Igreja Romana, e mandou matar milhares de protestantes, principalmente os líderes. Isso só acendeu a ira do povo que, com sua morte tornou-se muito mais protestante, especialmente pelas centenas de exilados da mão de ferro de Maria. A volta desses protestantes fortaleceu muito o calvinismo na Inglaterra. Com a morte de Maria o trono foi passado para a sua irmã Elisabeth, que fez surgir o “Estabelecimento Elisabetano” (1559), uma nova tentativa de relacionamento entre a coroa inglesa e a Igreja. Os Puritanos Os calvinistas ingleses se tornaram popularmente conhecidos como “puritanos”. O nome surgiu dos esforços de “purificar” a Igreja da Inglaterra através daqueles que achavam que a reforma ainda não tinha sido completada. O puritanismo, de modo geral, estendeu o pensamento da reforma inglesa, com ênfases distintivas dadas a quatro convicções: 1) que a salvação pessoal vinha inteiramente de Deus, 2) que a Bíblia era o guia indispensável para a vida, 3) que a igreja devia refletir o ensino específico das Escrituras e, 4) que a sociedade era um só todo unificado. Os puritanos conseguiram certa medida de aceitação pública nos primeiros anos do reinado da Rainha Elizabeth.Depois, sofreram uma série de revezes que continuaram durante o reinado dos seus sucessores, Tiago I e Carlos I. Quando a guerra contra a Escócia forçou Carlos I a reconvocar o Parlamento em 1640, o resultado final foi a guerra civil. Aquele


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conflito terminou com a execução do rei (1649), a ascensão de Oliver Cromwell ao Protetorado da Inglaterra, a redação da confissão dos Catecismos de Westminster e a proclamação de uma República Puritana. Cronwell, no entanto, apesar de todas as suas capacidades, descobriu que era impossível estabelecer um estado puritano. Depois da morte de Cromwell (1658), o povo da Inglaterra pediu que o filho de Carlos I voltasse, e esta restauração marcou o colapso do puritanismo organizado na Inglaterra, em 1660. Com o reinado de Carlos II, houve uma reviravolta. Cerca de 2000 ministros presbiterianos, congregacionais e batistas - todos puritanos - foram expulsos. Eles foram chamados de “Dissidentes” ou “Não conformistas”. Houve perseguições, exílio e morte. Na Nova Inglaterra (atual Estados Unidos), os puritanos tiveram grande participação na formação política, moral e religiosa do novo país, onde puderam disseminar a fé puritana e calvinista. Os puritanos, dissidentes ou não conformistas, tiveram grande influência na família de John Wesley. Seu bisavô, Bartolomeu Westley, era dissidente e seu avô, John Wesley, era um dos 2000 ministros que foram expulsos no reinado de Carlos II. O pai Samuel, e Susanna, sua mãe, optaram pela igreja oficial. A Inglaterra no século XVIII: decadência moral, social e religiosa No início do século XVIII, havia na Inglaterra uma grande necessidade de um cristianismo prático, de vida real, abundante, para extirpar os males grosseiros da vida nacional. Os vícios atingiam todas as classes da sociedade. O nível moral era baixo. Era comum o jogo de azar, e as rinhas de galo era um divertimento nacional, do qual a morte cruel de animais fazia parte. Os europeus chamavam a Inglaterra de “ a nação selvagem da Europa.” A embriaguez tornou-se muito comum na primeira metade do século XVIII. Em 1750, por exemplo, foi tanto o álcool consumido pelo povo que os médicos ficaram alarmados com o grande número de doentes que apareceram, sendo só em Londres mais de quatorze mil casos. Da mesma forma, a pobreza e o analfabetismo se espalharam cada vez mais. Os impostos que recaíam sobre os pobres foram triplicados de 1714 a 1750. Os crimes e as desordens eram muito comuns nas cidades, apesar da severidade das penas legais. Havia no código penal o número de 160 tipos de crimes sujeitos à pena de morte. A execução da pena de morte era geralmente por enforcamento, decapitação, queima em fo-


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gueira e através de torturas. As execuções em praça pública eram um evento de divertimento para a população. Um dos piores aspectos da situação era a ignorância das classes mais altas da sociedade e a indiferença desta quanto à situação das classes menos favorecidas. Não havia facilidade de contato entre os habitantes de várias cidades, vilas e arraiais. As estradas eram muito ruins. Até o ano de 1753 não havia diligência com trajetos entre Londres e Liverpool. A classe de trabalhaSobre a Inglaterra de seu tempo: dores, tanto na lavoura como “Que situação tão tremenda a do nosso na indústria manufatureira, mundo presente! Toda terra está coberta ganhava muito pouco. A tende obscuridade, de falta de clareza inte- dência nessa época era que o lectual e de ignorância, e tudo isto logica- povo do campo procurasse mente acompanhado por condutas viciosas serviço nas vilas e cidades. e malditas!” (Sermão 63) Os comerciantes lutavam John Wesley contra a falta de mercadoria, devido a falta de transportes. Havia um grande número de pobres, e muitos mendigos. Os governos até que atendiam às necessidades dos pobres, mas havia muita corrupção. Se as condições morais da Inglaterra no século XVIII não eram boas, pode-se dizer que o mesmo acontecia com respeito às condições religiosas. Desde o final do século XVII e início do XVIII, muitos teólogos da Igreja da Inglaterra adotaram a “religião natural”, uma religião sem Cristo, sem um conceito de pecado e redenção, e que dispensa a Bíblia. Também o “deísmo” dominou o pensamento anglicano. A igreja perdera a visão celestial. Os ministros eram mundanos, gostavam de beber e jogar, caçar e banquetear-se. As pregações consistiam principalmente em discussões teológicas, destituídas de valor e sem vida. Muito pouco se fazia pelas necessidades religiosas do povo, razão por que milhares abandonaram a sua fé. Por vários anos não houve qualquer movimento religioso,nem igrejas organizadas, nem trabalho missionário de qualquer espécie. A religião tornou-se uma religião formal, moralista e inerte. A erosão doutrinária teve sua consequência natural na decadência moral do povo: leis cruéis e discriminatórias aos pobres, alcoolismo, imoralidade aberta, etc. É nesse ambiente religioso, moral e social que John Wesley vai nascer, crescer e se tornar o grande avivalista inglês do século XVIII.


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Capítulo 2 A família Westley

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s ancestrais de John Wesley eram ligados ao clero da Igreja da Inglaterra (Anglicana). Seu bisavô BartholomeuWestley (15961680) era pastor e fazia parte do grupo dos chamados não-conformistas, grupo religioso contrários à situação caótica da igreja oficial, e que desejavam uma mudança. Foi muito perseguido e expulso. John Westley (1636-1678), avô de John, natural de Weymouth, mais letrado do que o pai foi – a sua semelhança - um não-conformista, e como consequência foi perseguido, preso diversas vezes, quatro vezes encarcerado, e morreu prematuramente aos 42 anos. Samuel Westley (1662-1735), que mudou o sobrenome para Wesley, possuía todas as virtudes de seus ancestrais, paixão pelo estudo, coragem, independência de espírito, mas era de temperamento mais rígido do que o seu pai. Contrariando pai e avô, uniu-se ao ministério oficial, não seguindo o caminho dos não-conformistas (dissidentes). Samuel foi para Oxford à pé, matriculou-se no Colégio Exeter como estudante pobre. Formado, foi ordenado em 1689 e serviu de cura em Londres por um ano, logo após foi capelão de um navio na marinha real por mais um ano e, depois de publicar um discurso contra os dissidentes, perdeu a posição de capelão, sendo enviado para pastorear a paróquia na cidade de epworth.


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Samuel casou-se com Susanna Annesley em 12/12/1688, na capela Marylebone Church, em Londres. Susanna tinha nessa época 19 anos e Samuel, 27. Samuel queria ser escritor, mas sua obra mais conhecida foi um comentário sobre o Livro de Jó. Sua intenção era procurar um meio de melhorar a renda famíliar, já que todo ano nascia um novo filho e a pobreza estava estabelecida. Samuel chegou a ser preso por não conseguir pagar suas dívidas e sua literatura jamais teve sucesso. Susanna Annesley nasceu em 20/01/1669, filha do Dr. Samuel Annesley, um ministro da Igreja Anglicana. Ela tinha inclinação pelo estudo, sabia grego, latim e francês e conheceu bem a teologia. Ela e Samuel tiveram 19 filhos, sendo que nove morreram na infância. Considerada jovem, bonita, inteligente, esposa ideal, superior ao marido em gênio e paciência. Wesley escreveu sobre os pais: “quando discordavam, a mulher quase sempre tinha razão, entretanto ela manteve para com seu marido a mais admirável obediência..” A pobreza chegou de forma tão cruel para a família, que seu marido fora preso, o Arcebispo de York lhe perguntou: “Dize-me, senhora Wesley, se de fato jamais sentiste falta de pão?” Ela responde: “Meu senhor, para dizer a verdade, nunca me faltou pão; mas tenho tido tanto trabalho para arranjá-lo antes de comer, e para pagá-lo depois, que muitas vezes ele me é muito amargo; e julgo que ter-se pão em tais condições se aproxima bem do grau de miséria em que não se tem nenhum.” Samuel Wesley dirigia muito mal os seus negócios financeiros, e ele próprio reconhecia conforme relatam suas correspondências. Sua relação de sacerdote com os paroquianos era perturbada, e com os vizinhos havia uma rixa por questões políticas. O método de Susanna criar os filhos era interessante. Havia horário estabelecido para tudo. Os filhos, ao completarem cinco anos, tinham que aprender todas as letras maiúsculas e minúsculas num só dia. As crianças que não aprendiam eram consideradas um pouco burras. No dia seguinte começavam a ler a Bíblia a partir de Gênesis 1:1. Sua rigidez daria muitos frutos no futuro. Também ensinou as crianças a falar com cordialidade, a chorar suavemente. Havia uma hora marcada pela mãe para conversar com cada filho, todas às quintas-feiras. Era sagrado no lar as devocionais com toda família presente.


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Dos 19 filhos, nove morreram na infância, e, dos 10 que viveram, nove casaram-se. 1º - Samuel Jr. - esposa Ursula Berry = filhos: Samuel e Phil 2º - Emily - esposo Robert Harper = filhos: Tetty 3º – Susanna (Sukey) - esposo Richard Ellison = filhos: John, Ann, Deborah, Richard 4º - Mary (Molly) - esposo John Whitelamb = filhos: um que morreu ao nascer 5º– Mehetabel (Hetty) - esposo William Wright = filhos: vários que morreram ao nascer 6º - Anne (Nancy) - esposo John Lambert = filho: John 7º - John - esposa Mary Vazeille = sem filhos 8º - Martha (Patty) - esposo Westley Hall= filhos: 10 filhos que morreram ao nascer 9º - Charles - esposa Sarah Gwynne = filhos: Charles, Samuel, Sarah 10º - Kezia (Kezzy) - não se casou Do nascimento de John Wesley até o incêndio John Wesley nasceu na casa pastoral na pequena cidade de Epworth, aos 17 de junho de 1703. Era o 14°filho da família. Teve uma vida com infância normal, porém, não foi criado como as outras crianças inglesas, mas com todo o cuidado da mãe Susanna e o seu rigoroso método de criação e ensino. Numa bela noite de 24 de agosto de 1709, a velha casa pastoral da família Wesley - feita de madeira - pegou fogo, deixando assustada e mais pobre o lar dos Wesley. Mesmo em meio às chamas que já estavam por todos os lados, todos da família escaparam, entretanto faltava alguém, o pequeno Jack. Quando o desespero tomou conta dos pais, eis que o pequeno Jack, de seis anos, aparece na janela. No momento em que o pai, Samuel, entregava a vida do filho em oração a Deus, achando impossível seu resgate (tamanho eram as chamas que tomavam conta da casa), alguém da multidão que assistia a cena mórbida, pediu para que subissem nos seus ombros embaixo da janela e o menino foi resgatado com vida. O pai, Samuel, convidou a todos para orarem e agradecerem a Deus pelo livra-


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“Pode isto deixar de ser outra razão pela qual tão dificilmente os ricos entrarão no reino dos céus? Uma vasta maioria deles está debaixo de maldição, debaixo da especial maldição de Deus, quanto mais que, no teor geral de suas vidas, estão não apenas roubando a Deus, continuamente dissipando os bens de seu Senhor e, por esse meio, corrompendo suas próprias almas, mas também roubando o pobre, o faminto, o miserável; defraudando a viúva e os órfãos e fazendo-se responsável por todas as necessidades, aflições e os tais não clama desde a terra o sangue de todos os que perecem à mingua daquilo que eles ou guardam, ou gastam inutilmente? Que contas darão Aquele que está habilitado a julgar os vivos e os mortos?” (Sermão 28) John Wesley

princípio da verdadeira religião e virtude.”

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mento da família. Aquele acontecimento ficou marcado na vida de John Wesley. No dia seguinte, passeando pelo jardim e contemplando as ruínas da casa, Samuel achou um pedaço de uma página de sua Bíblia, onde estava escrito: “Vai, vende tudo que tens, toma a tua cruz e segue-me.” A mãe, Susanna, escreveu depois do episódio do incêndio: “Pretendo ser muito cuidadosa, como nunca antes, com a alma desta criança, que tu tens cuidado tão misericordiosamente, para que eu possa inculcar em sua mente os

Susanna começa a pregar em casa Com as constantes viagens do Rev. Samuel em suas convocações, que muitas vezes demorava um mês, a esposa Susanna começou a fazer uma coisa inédita: iniciou em casa uma celebração de um culto na cozinha, a princípio para os filhos e empregados, mas logo os vizinhos foram chegando e o número de pessoas chegou a 40 nos cultos de domingo à noite. Mais tarde, o número aumentou para 200. O marido ficou sabendo da novidade, afinal mulher pregar naquela época era proibido. Enviou uma carta repreendendo-a, e ela respondeu: “(...) na vossa ausência não posso me esquivar de considerar cada alma que deixastes sob os meus cuidados, como sendo um talento entregue a mim pelo Senhor de todas as família do céu e da terra. Se eu for infiel a Ele ou a vós, como posso responder quando Ele me exigir contas da minha administração?” O sr. Samuel insistiu: “Porque não convida um homem para pregar?” Ela respondeu: “A maioria sequer sabe ler. Estas pequenas


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reuniões têm trazido mais gente que nos cultos normais. Antes não tivemos mais de vinte e cinco pessoas, agora , no culto à noite, temos entre duzentos e trezentos.” E ainda sentenciou: “Se houverdes de dissolver esta reunião, não me peças que eu faça, mas faça a vossa ordem em termos tão expressivos que me absolverão da culpa e do castigo até que eu e vós compareceremos ante o tribunal de Deus...” Samuel emudeceu. Oxford: onde começou a grande reforma do século XVIII: O Metodismo! O menino John Wesley crescia debaixo de uma disciplina forte da mãe, mas com um cuidado especial. Ela escreveu no seu diário em 17/05/1717: “Que oferecerei ao Senhor por todas as suas misericórdias? Eu desejaria oferecer a mim mesma e tudo que tu me destes dedicaria. E com a alma deste filho, em favor do qual tu tens tão misericordiamente providenciado, pretendo ser mais cuidadosa, do que tenho sido até aqui afim de poder incutir na sua inteligência os princípios da virtude e da verdadeira religião. Senhor, dá-me a graça de fazê-lo com sinceridade e prudência.” Em 1714, o pai consegue uma bolsa de estudos para o filho John estudar em Londres, na Charterhouse, antes dele completar 11 anos. Wesley estudou ali por seis anos. Foi um estudante incansável, ligeiro, metódico. Aprendeu a fazer exercícios físicos constantes, que contribuíram para dotá-lo de um admirável vigor físico (corria, por exemplo, 3 km todas as manhãs, prática que nunca abandonou), que o habilitaria a andar dez quilômetros, quando estava com 80 anos, a ponto de declarar que o único sintoma da velhice que sentia era “não poder andar nem correr tão depressa como antes”. Wesley trouxe para a Charterhouse um corpo resistente, saudável, mas de lá saiu também com certa resistência de caráter. Seu irmão mais velho, Samuel Jr., pastor e professor na escola de Westminster, declarou numa carta ao pai: “Jack está comigo, é rapaz corajoso, está aprendendo hebraico o mais rápido possível.” Em 1720 foi para Oxford, entrando no Christ Church. Oxford era na época um lugar pouco recomendado para um jovem cristão sério, mas ali nasceria o maior movimento religioso da história da Inglaterra. A própria Universidade era o retrato de um mundo vil que o jovem John teria que encarar.


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A despeito disso, John Wesley teve uma carreira brilhante em Oxford. Bacharelou-se em 1724. Foi ordenado diácono da Igreja Anglicana em 19 de setembro de 1725, aos 22 anos de idade. Foi nessa época que pregou o seu primeiro sermão em South Leigh, pequena vila na vizinhança de Whitney e foi leito professor no Lincoln College em 1726, lecionando Grego, e coordenando debates estudantis. Recebeu o grau de Mestre em 1727. Foi ordenado presbítero no dia 22 de setembro de 1728. Em 1729, assume a cátedra no Lincoln College. Foi professor de Novo Testamento, em Grego, Filosofia e Lógica,até 1735. Aproveitou este período para preparar sua versão do Novo Testamento do grego original, que serviu de base para o seu livro: “Notas Explicativas sobre o Novo Testamento”, que seria publicado em 1754. O irmão mais velho, Samuel Jr., tinha uma boa posição na escola de Westminster e Charles, o irmão mais novo que estava na Christ Church, seguiria o mesmo caminho de John. Os três tornaram-se pastores da Igreja Anglicana. John Wesley passou todo o período de 1720 a 1735 em Oxford, exceto os anos de 1727 a 1729 em que pediu licença para ir ajudar o seu pai. Em agosto de 1727 deste ano, trabalhou novamente com o pai em Epworth e Wroot, até 22 de novembro de 1729, quando foi chamado novamente a Oxford. Ele escreveu naquela época: “preguei muito, mas vi pouco fruto do meu trabalho” . Uma grande transformação na sua vida só viria anos mais tarde. Era sonho do pai Samuel transmitir-lhe por herança a sua pequena paróquia em Epworth, mas isso não aconteceu. Susanna aconselhou o filho John quando este decidiu-se pelo ministério pastoral: “o verdadeiro fim da pregação é endireitar a vida dos homens e não entulhar as suas cabeças com especulação inútil.” A vida espiritual de John Wesley Durante toda a sua vida Wesley tinha como hábito uma rigidez de exame próprio. Teve várias experiências religiosas e uma busca constante de conhecer, de experimentar, de crescer. Muitas ve-


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zes encontrou- se confuso em sua caminhada cristã. Seus pais tiveram muita influência positiva na sua formação espiritual, mas alguns ensinos não foram tão sábios: foi ensinado que seus pecados foram lavados pelo batismo (fato que a mãe tentou corrigir), e que “não se salvaria se não cumprisse os mandamentos de Deus”. Durante muito tempo cria na salvação pelas obras, como escreveu mais tarde: “Eu ainda lia as Escrituras e fazia minhas orações de manhã e de noite. (...) Aquilo pelo qual eu então esperava ser salvo era (1) o não ser tão ruim como outra gente, (2) ainda conservar um respeito pela religião, (3) ler a Bíblia, assistir na Igreja e fazer as minhas orações.” Em 1723, quando completou seu curso universitário, teve que escolher uma das três profissões que eram oferecidas como importantes na época: Direito, Medicina e Teologia. Ele optou por seguir o ministério pastoral, para a alegria dos pais. Mesmo assim, escreveu mais tarde que sua decisão não fora tomada com lucidez espiritual, ou seja, deveria sentir primeiro a certeza de sua salvação e vocação, que possuía seguramente. A partir daí, passou a buscar a Deus com mais disposição. Como gostava muito de ler, começou a dedicar- se a conhecer escritores de literatura espiritual (mística) como:Thomas.A Kempis(seu livro A Imitação de Cristo, teve grande influência em sua vida), Jeremy Taylor e Guilherme Law,que muito influenciaram a sua vida devocional. Buscou intensamente viver uma vida santa. A teologia de Wesley não foi escrita num gabinete pastoral, foi vivida durante todo o seu ministério. As questões doutrinárias, ele desde cedo debateu-as com a mãe, como predestinação, natureza da fé, do arrependimento, da Trindade, o castigo futuro, a doutrina da plena certeza, e outras questões. Ao longo de sua vida vai tomar grande importância as doutrinas da Graça, justificação, livre arbítrio, santidade, dentre as demais. A busca espiritual de John Wesley no período universitário, foi de uma compreensão mais significativa das exigências do viver cristão, que o levou a englobar o perfeccionimsmo dos pietistas, o moralismo dos puritanos e a devoção dos místicos, numa abordagem pragmática que ele sentia poder operar dentro da estrutura e da doutrina da Igreja Anglicana.


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OXFOrD, A CIDADe OnDe COMeçOu O “MOVIMentO MetODIStA”

Como é a cidade inglesa que entrou para a história do metodismo? Oxford é uma cidade e distrito de governo local do condado de Oxfordshire, na Inglaterra, Reino Unido, com uma população atual de quase 200 mil habitantes . Foi fundada no século VIII, mas só se tornou cidade no século XVI. Está situada às margens do rio Tâmisa. Por muitos anos foi a segunda cidade mais importante da Inglaterra. Está a 80 km da capital Londres. Oxford, a cidade dos “Dreaming Spires”, é famosa mundialmente pela sua universidade. A universidade de Oxford é a mais antiga das universidades de língua inglesa, e é considerada uma das 10 melhores universidades do mundo. Um engano comum cometido por turistas recém-chegados é perguntar aonde fica o campus da Universidade de Oxford que na verdade não existe, como em universidades modernas, mas sim é composto por cerca de 40 colégios espalhados pela cidade. Dentre os mais antigos e famosos colégios encontram-se Magdalen College, New College, Christ Church, Lincoln, St. Johns, Trinity, Wadham,Brasenose e All Souls. Entre seus famosos alumni (alunos) destacam-se então-futuros reis, presidentes e outros famosos estadistas além de estudiosos, cientistas, escritores, ganhadores do Prêmio Nobel e demais. O grande reformador John Wycliff (1328-1384), ali estudou e foi professor. Outros conhecidos como, Bill Clinton, Tony Blair, C. S. Lewis (autor de As Crônicas de Nárnia), J. R. R. Tolkien (autor de O Senhor dos Anéis), Edmund Halley, que deu o nome ao famoso cometa, Robert Hooke, Lewis Carroll (Alice no País das Maravilhas), Benazir Bhutto, Manfred von Richthofen (o Barão Vermelho) e Oscar Wilde. Por mais de 800 anos, foi um lar da re-

aleza e estudiosos, e desde o século IX oficializada cidade. No século XVII, durante a segunda guerra civil Inglesa, foi sede da corte do rei Carlos I, então refugiado de Londres pelos parlamentaristas. A fama de cidade universitária inglesa é dividida com sua eterna rival, Cambridge. Oxford também foi berço de livros importantes e famosos na literatura mundial, como Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll, O Senhor dos Anéis de J. R. R. Tolkien, e muitos outros. Admira-se Christ Church College pelo que ele é, uma instituição de ensino onde Sir Christopher Wren, John Locke, William Penn e treze primeiros-ministros britânicos se formaram, e o nosso Pai do Metodismo, John Wesley, além do seu irmão Charles e o pai, Samuel Wesley. A Universidade de Oxford, é a mais antiga universidade do mundo anglófono. O ano da fundação da universidade é 998, mas não há evidências de ensino no local até 1096. Quando Henrique II da Inglaterra proibiu alunos ingleses de estudarem na universidade de Paris, em 1167, Oxford começou a crescer rapidamente. Oxford tem a maior biblioteca do Reino Unido, com uma rede que envolve mais de 100 espaços para pesquisa e estudos. As Bibliotecas de Bodleian têm o maior acervo, com cerca de 9 milhões de impressos, mais 30 mil jornais virtuais, além de mapas, manuscritos, letras de músicas e algumas raridades. O Museu de História Natural da Universidade reúne 4,5 milhões de espécies das categorias zoologia, paleontologia, entomologia e minerais.O Jardim Botânico da Universidade é o mais antigo da Grã Bretanha. A cidade se tornou conhecida mundialmente devido à fama de sua importante Universidade.


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Capítulo 3 O Clube Santo – embrião do Movimento Metodista

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m 1929, enquanto John Wesley estava visitando o pai, seu irmão Charles, que estudava em Christ Church, Oxford, resolveu criar um grupo de amigos para estudar e se ajudarem mutuamente. No mês de maio, Charles convenceu um amigo da universidade a juntar- se a ele num estudo sério e a frequentar semanalmente a Igreja. No período de junho a julho, Charles, John (que havia chegado), Willian Morgan e Robert (Bob) Kirkham, animavam um ao outro em suas atividades acadêmicas e religiosas. De vez em quando se reuniam para estudar, orar, ir à igreja e discutir assuntos religiosos, participar regularmente da Santa Ceia, e fazer anotações diariamente em seus diários. John Wesley logo tornou- se o líder do grupo. A partir de 1730, as reuniões e atividades se tornaram mais frequentes e o grupo foi crescendo, alcançando mais tarde nove jovens participantes do tal grupo: John Wesley, Charles Wesley, robert Kirkman, Willian Morgan, Benjamin Ingham, thomas Broughton, James Hervey, John Clayton e George Whitefield. Esse grupo depois aumentou para 25 participantes. Em 1730 eles começaram, através do incentivo de William


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Morgan, a visitar os presos e condenados na Prisão do Castelo e depois expandiram suas atividades, visitando também a prisão de Bocardo, em Oxford. Outra atividade nova daquele ano foi a ajuda aos pobres e necessitados da cidade, o cuidado de crianças desamparadas e alfabetização dos presos. Esse grupo logo chamou a atenção das pessoas pela seriedade nos estudos, compromisso para com Deus e a Igreja e pelo respeito às leis da universidade. Logo foram apelidados, por zombaria, de “O Clube dos piedosos”, “Traças da Bíblia”, “Sacramentinos” e “Clube Santo”, que ficou mais conhecido. John Wesley não gostava de que os chamassem de “Clube”. Em 1730, John Wesley estava buscando compreender mais sobre a salvação, a confiança revelando grande desejo de uma vida cristã digna. Leu muito os livros de William Law e escreveu: “A luz brilhou tão poderosamente sobre minha alma, que todas as coisas pareceram diferente”. Essa afirmação é considerada por muito hoje como o marco de sua conversão. As atividades do Clube Santo desenvolveram-se naturalmente entre 1730 e 1731, com a saída de alguns membros e a chegada de novos no grupo. Os métodos de realizarem a obra de Deus, que mantinham fiéis, ficaram conhecidos na cidade de Oxford. Em 1731 alguém chamou aqueles jovens de os “metodistas de Oxford”, não só por causa do método rígido de trabalho, mas pelo ensino (método) novo da salvação, o livre arbítrio, além do mais, o próprio Wesley deu outra versão do nome “Os metodistas”. John Wesley escreveu: “A regularidade do comportamento deles fez com que um jovem cavalheiro da Universidade comentasse: ‘Eu penso que temos conseguido um novo grupo de Metodistas’ – aludindo ao grupo de Médicos, que começaram a florescer em Roma, por volta do tempo de Nero, e continuou por diversos anos. O nome era novo e estranho; e aderiu-se a eles, imediatamente; e desde aquele momento, ambos esses quatro cavalheiros, e todos que tinham algum contato religioso com eles, eram distinguidos pelo nome de Metodistas.” Àquela altura os jovens já distribuíam bíblias na cidade, e atendiam um sem número de pessoas pobres. Foram odiados e perseguidos pela sociedade! Acusados de entusiastas, fanáticos e perturbadores.


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Foi John Bingham, do Christ Church, que anunciou “um novo grupo de metodistas surgiu entre nós”. De qualquer modo, a primeira referência no termo “metodista” vem de uma carta do membro do Clube Santo, John Clayton, de Oxford, a John Wesley que estava em Londres em 1732. Após uma crítica do jornal londrino Fog’s Weekly Journal, em dezembro de 1732, o termo “metodista” se tornaria amplamente reconhecido como o nome do movimento Wesleyano de Oxford. Em seu diário, Wesley vai escrever mais tarde “Na sexta e no sábado visitei tantos pobres que o Clube Santo foi o “pri- quantos pude. Encontrei alguns em seus porões, outros em seus sótãos, a metade demeiro surgimento do metoles padecendo fome e frio, além de fraqueza dismo”. e de dor. Mas, não encontrei nenhum deles, Com a morte de que fosse capaz de rastejar pelo quarto, deWilliam Morgan, muitas sempregado. Tão maldosa e diabolicamencríticas vieram até aos meto- te falsa é aquela objeção comum: ‘eles são distas, dizendo que a causa pobres somente porque são preguiçosos’. Se da morte foi o fanatismo do vocês contemplassem estas coisas com seus próprios olhos, poderiam desperdiçar seu grupo. Wesley teve que se dinheiro em ornamentos e coisas supérfludefender e defender o gru- as?”. (Diário, 9-10 de fevereiro de 1753). po, escrevendo uma “CarJohn Wesley ta a Morgan”. Surgiu até um panfleto anônimo para acusá-los, intitulado “os metodistas de Oxford”. Naquela época Wesley já se habituara a levantar- se às quatro horas da manhã (costume que continuou até quase o dia de sua morte), correr em volta da universidade, jejuar a ponto de debilitar sua saúde, e a gastar somente o suficiente para o seu sustento e dar o resto aos pobres. Seu estilo de vida de ritualismo incansável e mística, (que depois abandonou), assim como seu nível de auto-exame foi crescendo a cada ano, e resultou num grau de vigilância espiritual que parecia obsessivo. Mais tarde escreveu que muito do que pensou e viveu foi por falta de experiência ou fanatismo. Já nessa época Wesley começou a pregar a doutrina da “Perfeição cristã”, que se tornaria não apenas distintiva da teologia wesleyana no século XVIII, mas também atuaria como uma bússola


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para a usa própria peregrinação espiritual durante toda a vida. Algumas alterações foram acontecendo no grupo, como a sugestão de Clayton de maior participação e também de expansão do grupo. Outros grupos copiando os wesleyanos foram surgindo ao redor de Oxford. No final de 1733, mais de 40 pessoas, na maioria jovens e adolescentes, se associaram aos wesleyanos de Oxford. Em 1733, Wesley editou sua primeira publicação intitulada: “Coleção de formas de oração para cada dia da semana”. A morte de Samuel Wesley Samuel Wesley, estava velho, doente e cansado. O sonho do pai e de toda a família era que John fosse o seu sucessor, em Epworth. John recusou-se veementemente, pois jamais queria sair de Oxford. A insistência do pai e do irmão mais velho, Samuel Jr., em diversas correspondências foram em vão, até que quase voltou atrás e aceitou quando se viu diante do leito de morte do pai. Samuel Wesley, faleceu no dia 25 de abril de 1735. No leito de morte disse a Charles: “Sê firme! A religião cristã certamente há de reviver neste reino. Tu o verás, mas eu não.” Para John deixou esta frase: “O testemunho íntimo, meu filho! O testemunho íntimo! É a mais forte evidência do Cristianismo.”. John Wesley inclinou- se sobre o pai e perguntou- lhe se estava perto do céu. Ele respondeu distintamente e com o ar da maior esperança e triunfo que se pode expressar: “Sim, estou.” Logo depois da oração John o recomendou a Deus, e Samuel falou outra vez: “Já fizeste tudo.” Foram estas suas últimas palavras. Samuel realizou em Epworth um longo ministério de 39 anos de pastoreio, de 1697 até sua morte, em 1735. Antes de morrer conseguiu publicar com muita dificuldade o seu livro O Livro de Jó. Após sua morte, John Wesley levou um exemplar a Londres para oferecer à Rainha. Durante dois meses depois da morte de seu pai, John Wesley permaneceu em Epworth para ajudar a paróquia e sua família nesse período de transição.


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Charles Wesley

Charles Wesley nasceu em 18 de dezembro de 1707, Epworth. Como todos os irmãos e irmãs, Charles recebeu educação em casa. Mais tarde, em 1716, foi admitido na Westminster School, em Londres, onde seu irmão mais velho, Samuel Jr., era professor assistente. Samuel Jr. cuidou dos irmãos Charles e John, inclusive pagando os seus estudos e internato. Em 1727, ganhou bolsa de estudos de sua escola, ingressou na Christ Church, Universidade de Oxford, seguindo os passos do irmão John que fora admitido no ano de 1720. Em 1729 Charles iniciou com os amigos estudantes de Oxford um grupo que se reunia para orar, jejuar, ler a Bíblia juntos. A vida devocional disciplinada e regular dos jovens recebeu o nome de Clube Santo. Como seu irmão John estava em visita ao pai em Epworth, Charles é considerado o fundador do Clube Santo. John, após retornar a Oxford, assumiu a liderança do grupo e considerou o Clube Santo o “primeiro surgimento do Metodismo”. As atividades do Clube Santo se ampliaram com visitas a presos, ensinar os órfãos, cuidar dos pobres e idosos. Mais tarde, Charles escreveu: “A diligência me conduziu para o pensamento sério. Eu participava do Sacramento semanalmente e persuadi dois ou três jovens estudantes a me acompanharem, e observarem o método de estudo prescrito pelos estatutos da Universidade. Isso me valeu o inocente apelido de metodista”. Tal foi a origem do Clube Santo. Charles recebeu o grau de bacharel em Artes, em 1730 e o de Mestre, em 1732. No ano de 1735, Charles foi ordenado diácono, em Oxford, e presbítero da Igreja anglicana uma semana depois, em Londres. Nesse ano, foi com seu irmão John Wesley para a América, como missionários, retornando, sem o irmão, em 1736. Charles relatou em seu diário a sua “experiência religiosa, em 21 de maio de 1738, três dias antes da famosa experiência do “coração aquecido”do irmão John Wesley: Enfermo, com pleurisia, e em crise espiritual, Charles encontra-se na casa de John Bray a quem descreve como “um mecânico pobre e ignorante, que nada conhece a não ser Cristo; embora, por conhecê-lo, conhece e discerne todas as coisas”. Nesse singelo ambiente, a leitura do comentário de Lutero aos Gálatas o instrui sobre o viver pela fé. Na noite anterior, ouvira provavelmente a voz da irmã de Bray, dizendo: “em nome de Jesus de Nazaré, levanta e crê, e você será curado de todas as suas enfermidades”. Na manhã seguinte, domingo de Pentecostes, escreveu: “Eu agora me encontrava em paz com Deus e me regozijava na esperança do amor de Cristo”. Nessa ocasião, compõe o seu primeiro hino: “De onde minha alma errante começará?” (Where shall my wondering soul begin?). No dia 29 de maio, Charles inicia sua carreira como pregador ao ar livre. Em 24 de junho, prega em Moorfields, Londres, para uma multidão que ele estima em dez mil pessoas. Tal fato pôs por terra seus últimos escrúpulos quanto a essa modalidade de pregação. Ele não

teve dúvidas de que essa “era a vontade de Deus” em relação a ele. Charles em viagem ao País de Gales, conheceu a jovem Sarah Gwynne (Sally”). Casaram-se no dia 08 de abril de 1749 na Igreja de Llanlleonfel, Brecton, Pais de Gales, casou-se em cerimônia presidida por seu irmão John. O casal formou uma família harmoniosa e feliz, e de seus oito filhos, apenas três sobreviveram: Charles Jr., Sarah e Samuel. Charles e Sally fixaram residência em Bristol, depois, em 1771, mudaram-se para Londres. Charles foi um dos que mais lutaram contra a separação entre metodistas e anglicanos, e na criação de uma “nova denominação”. Na Conferência de 1756, Charles declarou: “Meu irmão e eu terminamos a Conferência com uma declaração enérgica de nossa resolução de viver e morrer na comunhão da Igreja da Inglaterra”. Além de pregador e teólogo, foi poeta e hinólogo. O maior ministério de Charles Wesley foi o de música. Seu nome consta no Guiness Book, como o segundo maior compositor de Hinos, com 6.500 hinos. Todos os seus hinos estão em 64 coleções publicadas durante a sua vida. Seus filhos Charles Jr. e Samuel seguiram a carreira do pai e foram músicos talentosos. Foi o grande parceiro do irmão John Wesley na criação e consolidação do metodismo. Ajudou o irmão na tradução do Novo Testamento e a Notas, do Grego, organizou sociedades, classes, escolas e orfanatos, viajou com ele a cavalo ou a pé, foi perseguido e apedrejado! Indagado se seria o sucessor do líder do Metodismo, quando John Wesley debilitado de saúde, Charles escreveu: “Eu não poderia e nem desejaria tomar o lugar do meu irmão (se Deus o levasse para si), pois não possuo nem corpo, nem mente, nem talentos ou graça para isso”. Quanto a perseguição aos metodistas, Charles escreveu: “Para cada pregador que eles eliminam, vinte aparecem. Nem persuasões, nem ameaças, adulação ou violência, masmorras ou sofrimentos de vários tipos podem dominá-los. Muitas águas não poderão apagar esta pequena chama que o Senhor acendeu, nem a enxurrada da perseguição a afogará”. Além do seu diário, estão publicadas 27 cartas de John para Charles (entre 1738 e 1785). Também oito cartas da mãe Susanna para o filho Charles (entre 1732 e 1741). Aos 80 anos, Charles falece no dia 29 de março de 1788. No dia 05 de abril, Charles é sepultado no cemitério da Igreja em Marylebone. Duas semanas depois da sua morte, num culto em Bolton, John Wesley leu o hino escrito pelo irmão Charles: “Vem, ó tu viajante desconhecido”, hino que ficou também conhecido como “A luta de Jacó”. John não conseguiu continuar a leitura, começou a chorar e sentou-se no púlpito com o rosto nas mãos. A igreja em silêncio, mas John finalmente conseguiu continuar.


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Capítulo 4 John Wesley em missão na geórgia: crise e novas experiências

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m Londres, John Wesley foi convidado pelo Dr. John Burton, do colégio Corpus Christ, para ser missionário na Geórgia, a nova colônia inglesa na América (EUA). Foi apresentado ao general James Oglethorpe, o fundador da colônia, e convidado oficialmente como pastor da Igreja Anglicana para esta missão. Nessa época o Clube Santo estava meio disperso. William Morgan havia morrido, e os outros ou estudando ou morando em cidades diferentes. A princípio John recusou a missão, mas depois viajou e pediu opinião dos amigos, tendo recebido estímulo de todos. Sugeriu uma consulta à mãe Susanna, que escreveu estas famosas palavras: “Se eu tivesse vinte filhos, teria muito gosto de que fossem assim empregados, embora eu nunca mais tornasse a vê-los.” Além disso, lembrou-se de que era sonho do pai Samuel para o filho. Depois disso,John Wesley aceitou a proposta em 18 de setembro de 1735, aos trinta e dois anos de idade. Estava disposto a deixar a sua comodidade no Colégio de Lincoln, para servir a Deus em missão, mas também, como escreveu: “meu principal motivo é a salvação da minha própria alma.” Além do mais, achava que o povo da América, na maioria índios, aceitaria facilmente o evangelho, o que não foi


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bem assim. John Wesley foi encaminhado à Geórgia como missionário voluntário, sem pagamento ou uma nomeação específica. Nunca havia estado em um navio e temia o mar e a morte! O irmão Charles estava pouco empolgado em viajar, mas John o animou. Mesmo assim Charles teve que ser ordenado antes. Ele foi ordenado diácono no dia 21 de setembro de 1735, em Oxford, e sacerdote em Londres no dia 39 de setembro. Wesley embarcou no navio, Simmonds no dia 13 de outrubro de 1735 e teve por companheiros seu irmão Charles, Benjamin Ingham e Charles Delamotte. Chegaram na Geórgia no dia 06 de outubro de 1736. Com a viagem começa a ser escrito o diário de Wesley, que o acompanharia por toda a vida. “Dê-me cem pregadores que não tenham medo de nada, a não ser do pecado, e que não desejem mais nada, a não ser Deus, e, não me importo se são clérigos ou leigos, eles sozinhos farão tremer os portões do inferno e estabelecerão o reino dos céus aqui na terra”. John Wesley

O contato de John Wesley com os Morávios No navio Simmonds em que Wesley e seus companheiros viajavam, haviam 25 morávios que também se dirigiam para a América. Eram alemães que pertenciam a igreja Moraviana, que lhe chamou a atenção. Num dia tenebroso de tempestades que quase fez o navio afundar, toda a tripulação desesperou- se, menos os morávios, que cantavam alegremente. Wesley, assustado, perguntoulhes porque não ficaram amedrontados. Eles responderam que não tinham medo da morte, fato que lhe despertou sobre a segurança da salvação. No navio, anotou tudo no seu diário, o “Journal”. Chegaram na Geórgia no dia 06 de fevereiro de 1736. Ao chegar na América, logo procurou o chefe dos morávios, August Spangenberg, para conversar sobre salvação. Depois passou a conviver mais próximo deles para conhecer seus hábitos. Geórgia, a mais nova colônia das 13 da América, abrigava ingleses, escoceses, morávios, náufragos e falidos, e as vítimas de


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perseguição religiosa. Era campo ideal para a evangelização. Wesley instalou–se na cidade de Savannah e passou por grandes dificuldades, desde a falta de alimento até a perseguição de sua congregação Anglicana. Como ponto positivo, instalou ali as sociedades, baseadas em pequenos grupos de pessoas, com a disciplina do Clube Santo, onde o seu rebanho reunia-se uma ou mais vezes por semana como nos tempos do Clube Santo. A formação desses grupos wesleyanos, mais tarde Wesley o chamou de “o segundo surgimento do metodismo.” A sociedade de Savannah foi o marco desse segundo surgimento do movimento wesleyano, que revelou uma grande influência pietista, oriundo da sua aproximação com os morávios. Ele declarou que foi “uma pequena igreja dentro da grande igreja”, ou seja, pequenos grupos dentro da congregação para a reforma da Igreja em geral,que posteriormente foi difundido em todo o mundo e hoje é conhecido como as “igrejas em células”. Nessas sociedades eles reuniam-se para orar, ler a bíblia, cantar salmos e “corrigir, instruir e exortar uns aos outros”. Wesley teve muito apoio de um jovem chamado Robert Hows, em outro lugar da missão, a ilha de Frederico, sendo longe de Savannah (a duzentas milhas - 350 Km). Lá, John, Charles e seus amigos também tiveram alguns problemas. Charles e Ingham, voltaram para a Inglaterra mais cedo, em julho de 1736. Os motivos foram vários, e o principal foi o desânimo por não conseguirem evangelizar os índios, frustração também compartilhada por John Wesley. Wesley também ficou frustrado em não ter êxito na evangelização dos índios. Uma das causas da resistência dos índios da América era a tentativa forçada de evangelização por espanhóis e franceses católicos. Houve casos em que os espanhóis mataram os índios que se recusaram a ser batizados! As principais tribos da região de Savannah eram os Creeks e os Choctaws. Wesley chegou a escrever no seu diário sobre eles com termos depreciativos como “glutões, beberrões, ladrões, dissimuladores, mentirosos”, e coisas piores. Depois disso, Wesley evangelizou os negros, trabalhou na educação de crianças, aprendeu a falar francês e italiano para pre-


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gar a esses imigrantes, e como já havia aprendido um pouco de alemão na viagem, tratou logo de estudar mais com eles sobre a Geórgia. Wesley era insistente na obra de Deus. Além desses pontos positivos foi um tipo exclusivo de culto na Geórgia, no qual se fazia o uso de hinos, que teve grande colaboração de Wesley ao publicar o primeiro hinário da história na América, em 1737, a Coleção de Salmos e Hinos. No âmbito geral, Wesley disse que sua missão na América foi de frustração, conforme escreveu no seu diário. Muitos foram os motivos, por exemplo: não conseguir evangelizar os índios, incompreensão dos seus paroquianos pelo seu zelo, e principalmente o namoro infeliz com a jovem Sophy Hopkey. Eles tiveram bom e breve relacionamento, mas a jovem queria casar rápido. Como o missionário negou o casamento, ela o abandonou e casou- se com outro. Sete meses depois Wesley lhes negou a Santa Ceia. Foi criticado e perseguido pelos paroquianos. Chegou até a passar por um julgamento com um júri de 44 homens. Eram doze as acusações. Mas Wesley defendeuse de que não iria responder a acusações eclesiásticas naquele tribunal. Foi condenado, pagou uma fiança, e foi substituído pelo capelão de Frederica. Antes que o assunto do grande julgamento das acusações fosse levado à corte, o jovem Wesley foi embora em 22 de dezembro de 1737. Ele escreveu “Eu sacudo o pó dos meus pés e deixo a Geórgia, depois de haver pregado o Evangelho lá... não como devia, mas como fui capaz.” Sua frase mais famosa sobre a passagem pela América foi descrita em seu diário de bordo em 24 de janeiro de 1738, poucos dias antes de aportar em solo americano: “Fui à América converter os índios; mas quem, ó quem, se converterá a mim? Quem ou o que me livrará desse coração descrente? Eu tenho um bela religião de verão. Posso andar bem, e até crer, quando nenhum perigo está perto. Mas quando me encontro cara a cara com a morte, o meu espírito fica perturbado. Não posso declarar, o morrer é lucro. Agora creio que o evangelho é verdade.” Wesley chegou na Inglaterra em 01 de fevereiro de 1738. Seria um ano de grandes acontecimentos para ele e o movimento wesleya-


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no. Ele passaria a buscar uma experiência prática com Deus, deixaria sua teorias, seu medo, seu orgulho, a salvação pelas obras e ver-se-ia consciente de seu fracasso e de sua derrota. O Wesley que embarcou para a Geórgia em 1735 é diferente do Wesley que voltou para a Inglaterra em 1738. Ao desembarcar encontrou o amigo George Whitefield justamente indo viajando para lá, e o aconselhou a não ir, mas “Seja um mordomo, um mordomo fiel e sábio, de Deus e dos pobres; diferindo deles Whitefield o ignorou dizennestas duas circunstâncias apenas: que suas do cumprir o seu chamado. necessidades sejam primeiro supridas da Wesley foi logo pres- porção dos bens de seu Senhor que permatar contas num relatório aos necer em suas mãos; e que você tenha a bemresponsáveis pelo seu envio aventurança de dar”. (Sermão 28 – 1748). John Wesley como missionário. A sua volta repentina foi motivo de surpresa para eles e para seu irmão Charles. De volta à Inglaterra: escrevendo uma nova história Ao voltar para o seu país, Wesley descobriu que o movimento wesleyano não apenas estava sobrevivendo em Oxford, mas também começando a se espalhar por outras áreas. Charles continuou o trabalho em Oxford; George Whitefield, que havia provado uma experiência espiritual com Deus, estava atuando em Londres e outro lugares; Benjamin Ingham estava pregando em três cidades. No país de Gales destacanvam-se dois grandes pregadores, Griffith Jones e Howell Harris, que há alguns anos haviam tentado promover um reavivamento e estavam obtendo êxito. A volta de Wesley às atividades também reanimou as sociedades, (no começo eram apenas “Sociedades”, e mais tarde, “Sociedades Metodistas”) tanto as novas quanto as antigas. O que ele queria agora era forçar a sua própria busca por segurança espiritual; cultivar as novas amizades e retomar a liderança do movimento. Em Oxford havia só em três sociedades cerca de 100 pessoas no movimento, e em Londres, só numa sociedade tinha 70. Uma semana depois de sua volta para a Inglaterra, Wesley


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teve um encontro com Peter Böhler, um ministro luterano que foi para o ministério morávio, recentemente chegado da Alemanha, que estava indo para a América. O contato com Böhler iria trazer para Wesley um conhecimento e busca de uma renovação espiritual e também para a organização do movimento wesleyano. Wesley abriu o seu coração para Peter Böhler, “Quando vocês usam dinheiro em vestidos e este o encorajou, incenti- caros, e poderia ser de outra maneira gasto para os pobres, vocês negam a Deus, o posvou. Disse que o problema suidor de tudo que é colocado em suas mãos de Wesley não era fraqueza para o seu uso. Se for desse modo, aquilo na fé, mas simples descren- que vocês mesmos usam está sendo arrança. Convencido de que “não cado do ombro do necessitado e arrebatado tinha fé”, disse que não po- da boca do faminto.”(Sermão 28) John Wesley deria mais pregar! O conselho de Böhler foi autêntico: “Pregue sobre a fé até que você a tenha, e então, porque você a tem, você pregará sobre a fé.” No dia 6 de março, Wesley começou a pregar esta “nova doutrina” da Salvação somente pela fé. As novas perseguições e as proibições da Igreja Anglicana de se pregar em igrejas, mostraram que ele estava pregando a verdade. Em Londres, John, Charles, Peter Böhler, e outros amigos, fundaram, em 1º de maio de 1738, a Sociedade Fetter Lane. Esta foi a primeira sociedade oficial, com regras e organização. As regras incluíam: 1) reuniões semanais para confessar as culpas uns aos outros e orar uns pelos outros para que sarassem (Tg. 5:16); 2) iniciar e terminar a reunião com oração e cânticos; 3) subdivisão da sociedade em grupos menores e mais íntimos (band); 4) uma festa de amor semanal. Sobre o surgimento das sociedades, John Wesley falou sobre o seu propósito: “Uma companhia de homens que têm a forma e que buscam o poder da santidade; unidos, a fim de orar juntos, de receber a palavra de exortação e de velar uns pelos outros em amor, para que possam se ajudar mutuamente a desenvolver sua salvação”. (Obras de Wesley, vol VIII).


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Todas as sociedades seriam divididas em classes: hoje células, grupos pequenos, discipulado. Classes: a revolução do discipulado A organização dos grupos pequenos aconteceu de forma intencional por John Wesley. Em fevereiro de 1742, ele se reuniu com diversos líderes da Sociedade de Bristol para estudar meios de pagar as dívidas do Salão Novo. O Capitão Foy propôs que cada um da Sociedade contribuísse com um penny por semana, um método comum de subscrição usado nas sociedades religiosas e já implantado na Sociedade da Fundição, para ajudar os pobres. Contudo alguém protestou que muitos membros da sociedade eram extremamente pobres e não tinham condições de dar tanto, pois um shilling (12 penny) por ano era o equivalente ao custo de um pequeno saco de açúcar ou três lápis. A solução inovadora de Foy foi simples: dividir a sociedade em grupos de doze, cada um com um líder o qual seria responsável pela entrega de doze pennies por semana, completando eles próprios o que não conseguissem arrecadar do seu grupo. (Heitzenrater, Wesley e o povo chamado metodista, p. 118). Por razões as mais variadas, tornou-se mais vantajoso reunir os membros das classes do que visitá-los em suas próprias casas. A presença de John Wesley nas Sociedades, possibilitada pelo rodízio constante que fazia por entre elas, garantiu que a estrutura do sistema se mantivesse próxima de sua visão original. Durante 50 anos, a estrutura dos grupos pequenos sofreu poucas alterações, indicando um sucesso que garantiu a expansão metodista em toda a Inglaterra. A sociedade de Bristol foi divida em Classes. Mais tarde John Wesley implantou o sistema em todas as sociedades, incluindo os grupos Bands e a Festa de amor. Como funcionava o modelo dentro dos grupos pequenos que revolucionou o discipulado? Classes: Cada metodista era membro de uma classe, um grupo com mais ou menos 12 membros, e tendo um líder (guia). Reuniam- se semanalmente para oração, estudo bíblico e compa-


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nheirismo, exame de consciência. Era um grupo de apoio de pessoas arrependidas e que buscavam a fé pessoal. Bands: Literalmente significa “banda”, no sentido de pequeno grupo. Tem semelhança com as classes menores (além do líder, mais ou menos seis pessoas do mesmo sexo). Para ser membro era preciso ter experiência pessoal de fé, solicitar admissão, concordar com uma total franqueza, para ouvir e falar, nas conversações grupais. Caminhavam em direção à “perfeição cristã”, de acordo com a Bíblia (Hb. 6:1). Festa de amor: Uma celebração na qual o pão era repartido e a água bebida de um copo comum. Incluía o cantar hinos, orações, testemunhos. A organização da Sociedade de Fetter Lane, Wesley chamaria mais tarde de “o terceiro surgimento do movimento metodista”. O que era uma Sociedade Metodista? Não era uma nova igreja, e nem o conjunto das sociedades se constituía em uma nova denominação. Os metodistas, na verdade eram membros da Igreja Anglicana, embora pouco praticantes (antes do seu ingresso no metodismo). Muitos eram pessoas humildes, desempregados ou com um emprego de baixa renda (como os mineiros). Convenceram-se pela pregação de Wesley, Whitefield e outros. Teologicamente, eram pessoas arrependidas. A função da sociedade era a de proporcionarlhes ambiente onde pudessem apropriar-se da dádiva da fé que Deus oferece a toda pessoa arrependida e, com ela o perdão, a transformação da vida e a santificação progressiva. Tudo na sociedade visava a realização desses alvos. As reuniões das classes foram a espinha dorsal da influência do metodismo em todo o povo metodista, porque era o momento especial onde se reuniam todos os metodistas da Inglaterra, em grupos pequenos, a fim de desenvolverem um relacionamento saudável entre si, serem treinados, ensinados, disciplinados, sempre em bases espirituais, cujo resultado lhes forjava um caráter disposto a ser desafiado a cumprir a tarefa cristã e missionária. Um dos maiores líderes do avivamento do século 19 (posterior ao John Wesley), Dwight L. Moody, afirmou que “As reuniões de classes metodistas são a melhor instituição para o treinamento de convertidos que o mundo já viu!”.


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O Clube Santo

John Wesley entre o povo

John Wesley ensinando

Pregando

Estátua de Wesley

Pregação ao ar livre: marca de John Wesley

Susanna Wesley

John Wesley jovem


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Capítulo 5 Aldersgate: 24 de maio de 1738, o dia do Coração Aquecido

E

ra 1738, há anos John Wesley estava buscando uma experiência com Deus. Por muitas vezes se viu sem fé, sem salvação, frustrado, desanimado, achava que venceria com as obras. Nunca desistiu de ter uma intimidade maior com Deus, só que angustiava-se por não ter a confiança plena em Deus na sua vida e ministério. Ficou sabendo que o grande pregador e amigo George Whitefield teve uma experiência nova com Deus e com o Espírito Santo. Depois, o irmão Charles contou-lhe alegremente que teve uma experiência com Deus no dia 21 de maio, dia de Pentecostes, quando estava doente. Charles escreveu no seu diário, que estava de cama quando de repente ouviu alguém à porta dizendo: “Em nome de Jesus, o Nazareno, levanta-te! Tu serás curado de todas a tuas enfermidades!” Charles, meio sonolento balbuciou: “Até o coração, nunca ouvi palavras pronunciadas com semelhante gravidade. Suspirei e disse comigo: Oh! Que Cristo me falasse assim! Continuei deitado, pensativo e temente.” Logo em seguida sua criada, indagou: “Fui eu quem falei, pobre criatura pecaminosa que sou; mas as palavras são de Cristo. Ele me mandou dizê-las, e me constrangeu tão fortemente que não pude resistir.” Charles, curado, procurou a seu irmão John e contou a sua experiência: “Senti uma estranha palpitação no coração” e disse: “Eu creio, eu creio!” em festa e alegria.


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A experiência do irmão deixou Wesley em estado de “contínua tristeza” e peso no coração. Por que não ele?! No dia 24 de maio de 1738, John Wesley ainda de madrugada acordou às cinco horas, abriu a Bíblia e estava escrito: “pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos tornei co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo”(2 Pe. 1:4). Um pouco antes de sair do quarto ele abriu outra vez: “Não estás longe do reino de Deus” (Mc. 12:34). Essas vozes pareciam-lhe seguir por toda a parte. Visitou depois a Catedral de São Paulo, e lá soaram-lhe o Salmo 130:1-2, “Das profundezas clamo a ti, Senhor. Escuta, Senhor, a minha voz; estejam alertas os teus ouvidos às minhas súplicas”. Ao chegar a noite, ele foi numa reunião de uma sociedade e lá teve finalmente, a sua marcante experiência com Deus. Ele anotou carinhosamente no seu diário: “À noite eu fui de má vontade à sociedade na Rua Aldersgate, onde alguém estava lendo o prefácio de Lutero para a Epístola aos Romanos. Cerca de um quarto para as nove, enquanto ele estava descrevendo a mudança que Deus opera no coração pela fé em Cristo, eu senti meu coração estranhamente aquecido, senti que acreditava em Cristo, apenas em Cristo para a salvação, e uma segurança me foi dada: que Ele havia levado meus pecados, sim os meus pecados, e me salvado da lei do pecado e da morte.” Ele disse, ainda, que orou pelos que o haviam desprezado e perseguido, e testemunhou naquele lugar o que “sentiu no coração pela primeira vez”. Logo em seguida, foi para a casa do irmão Charles com os amigos, para contar a sua experiência e louvaram a Deus. Se houve algo que efetivou uma transformação radical na vida de um homem, foi, sem dúvida, o que chegou ao seu ponto culminante na vida de Wesley em 24 de maio de 1738. Essa crise durara toda a sua vida, até aquele momento, assim como Paulo a teve antes de sua conversão, pois era um fariseu consumado, ou Lutero, um ritualista fanático. Graças “Os honrados, os grandes, estamos inteiramente desejosos de deixá-los. Apenas deixem-nos sozinhos com os pobres, os vulgares, os desprezíveis, os proscritos dos homens”. (In; O apelo adicional para pessoas de razão e religião – 1745). John Wesley


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a esta experiência, Wesley se transformou num apóstolo como aquele, e num reformador como este. Há várias versões sobre esse acontecimento. Alguns autores afirmam que houve uma “conversão”, outros, um “despertamento religioso”, e outros, “uma experiência profunda com o Espírito Santo”. Para podermos decifrar este momento, precisamos ver o Wesley depois desse acontecimento, os frutos do seu trabalho, a radical mudança de vida. Visita aos Morávios na Alemanha Wesley decidiu visitar a comunidade dos morávios na Alemanha. Isso aconteceu em agosto de 1738. Lá ele visitou algumas comunidades, trocou muitas experiências cristãs com aqueles morávios, e realizou o sonho de conhecer um dos principais líderes desse movimento pietista, Nicholas von Zinzendorf. Wesley pôde discernir a diferença de doutrinas entre os morávios alemães e os ingleses, que já estavam trazendo problemas na Inglaterra. Ali também ele anotou as maneiras de trabalhar desse país, não só do ponto de vista eclesiástico (organização e regras), como ficou fascinado pelas escolas, grandes catedrais, igrejas e sinagogas. Visitou a famosa Casa dos Órfãos, em Halle, e procurou saber como funcionava. Tudo o que viu na Alemanha seria importante para aplicar futuramente no movimento wesleyano em seu país. Retornando à Inglaterra em setembro de 1738, Wesley começou imediatamente a tentar esclarecer diversos assuntos teológicos que ainda causavam confusão em sua mente. Em alguns pontos, ele começou a qualificar suas ideias e descobriu-se em crescente conflito com os morávios, principalmente nos aspectos de fé, segurança, justificação, frutos da fé, etc. Wesley também leu uma obra do pregador americano Jonathan Edwards acerca das conversões na América. Neste livro ele pôde ver claramente a influência do Espírito Santo nos reavivamentos na Nova Inglaterra (América). Ansioso por consagrar toda sua vida a Deus, mesmo sem saber qual caminho deveria seguir, sem nenhum plano preconcebido, Wesley começou a pregar intensamente nas Sociedades. Havia mais de 12 Sociedades em Oxford e Londres naquele ano.


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O mundo é a minha paróquia Faltava ainda mais um combate que estava para ser travado em um novo campo de batalha. A pregação ao ar livre proporcionaria esse meio, e a George Whitefield coube a honra de haver iniciado a luta. Ele era um pregador ardente, vibrante, e a reação do público ao seu fervor evangélico fez dele o foco da atenção pública, tanto dentro como fora da Igreja. Whitefield continuava o seu trabalho em cidades diferentes, uma dessas era Bristol, cidade que possuía o maior porto para o comércio com a América e tinha grande produção de minas de carvão. Estava crescendo com a industrialização e o número de pessoas para serem evangelizadas era grande. Logo depois, ele convidou por carta a Wesley para ir até Bristol, cidade onde começou a pregar no início do ano (1739) nas ruas, aos trabalhadores das minas de carvão. Wesley partiu para Bristol para conhecer e dirigir uma Sociedade que Whitefield dirigira. Este afirmou-lhe que iria mudar- se para Gales. Logo Wesley descobriu que Whitefield estava pregando ao ar livre e o censurou, chegando a escrever no seu diário que “teria pensado ser a salvação das almas quase um pecado se não fosse feita dentro de uma igreja.” A pregação ao ar livre na Inglaterra não era inédita, entretanto somente os chamados “heréticos” a faziam. Wesley aceitou primeiro assistir uma pregação ao ar livre do companheiro, no dia 01 de abril, em Rose Green, e notou que havia, para seu espanto, “umas 30 mil pessoas”. No dia seguinte, mesmo constrangido, aceitou o convite de pregar ao ar livre. Mal sabia ele que seria uma das molas-mestras que impulsionaria o movimento wesleyano! Em 02 de abril de 1739, ele pregou pela primeira vez e anotou no seu diário que cerca de 3 ou 4.000 pessoas participaram de sua pregação. Pregou: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para anunciar as boas-novas” (Isaias 61:1-2). Dali para frente este tipo de pregação foi uma constante na sua vida, seja nas minas de carvão, nas ruas, nas praças, no campo, até dentro de cemitérios (onde se podia reunir muitas pessoas). Calcula- se que nos nove últimos meses do ano de 1739 ele te-


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nha pregado cerca de 500 vezes, das quais somente umas John Wesley denunciava a exploração dos pobres por parte dos fabricantes de bebidas alcóooito ou dez foram nas igrejas. licas que eram vendidas para os pobres na InAs multidões começaram a glaterra: afluir-se para ouvi-lo. Em Bla- “Qual é seu lucro? Não é o sangue das pessockheath, pregou para 12.000 as? Quem poderia, então, invejar seus largos pessoas e em Gloucester, domínios e suntuosos palácios? Uma maldição para 7.000. Mas foi em Lon- está no meio deles: a maldição de Deus se misdres que seu auditório alcan- tura às pedras, à madeira, ao mobiliário deles. A maldição de Deus está em seus jardins, em çou as cifras mais elevadas. suas alamedas, em seus bosques; um fogo que Em Moorfields e no Parque abrasa no mais profundo inferno. Sangue, o de Kensington, 20.000 pesso- sangue ali está: os alicerces, o assoalho, as paas estavam presentes. Pessoas redes, o teto, tudo está manchado de sangue! E de todas as classes sociais iam podes ter esperança, ó homem sanguinário, ainda que estejas ‘vestido de púrpura e linho fino, se convertendo ao Senhor. e todos os dias te banqueteies suntuosamente?’ Wesley viu que a Podes esperar deixar em herança teus campos maioria da população não de sangue à terceira geração? De modo algum, queria mesmo ir até a Igreja porque há um Deus no céu. Portanto, teu nome Anglicana, fria, formal, sem logo se apagará; à semelhança daqueles a quem vida, mas estavam carentes de destruíste em corpo e alma, ‘tua memória pereouvir a verdadeira palavra de cerá contigo”. (Sermão 50). John Wesley Deus. Os grandes públicos anotados nos diários de John Wesley e Whitefield deixaram Charles Wesley na dúvida, até que ele também foi pregar, no dia 24 de junho, em Moorfields, e notou que a multidão calculada por ele foi cerca de 10.000 pessoas. As perseguições também logo apareceram. Um amigo chegado, mas muito crítico, lhe escreveu dizendo que ele deveria se estabelecer numa paróquia. A resposta de Wesley foi memorável: “O mundo é a minha paróquia; em qualquer parte dele, em que eu estiver, é meu dever sagrado declarar, a todos que queiram ouvir, as alegres novas da salvação.” A cada dia crescia o número de pessoas que se filiavam nas Sociedades e o número de pessoas para ouvir as boas novas da salvação nas ruas. Wesley registrou em seu diário que no poder do Espírito Santo mui-


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tas pessoas foram “fulminadas”, “feridas pela espada do Espírito”, “tomadas de fortes dores”, “feridas no coração”, ou “caíam de joelhos”. Logo a notícia começou a circular e o clero oficial, primeiramente o de Bristol - Josiah Tucker - pároco de AllSaints, foi na imprensa acusar os “métodos e a tecnologia” de Wesley e Whitefield. Wesley respondeu em carta a todos os clérigos que o perseguiam. Depois, foi a vez do bispo Joseph Butler. Wesley teve uma demorada conversa com ele no dia 16 de agosto de 1739. O Bispo havia recebido informação do “entusiasmo” dos irmãos Wesley e Whitefield, particularmente “dons e revelações extraordinárias do Espírito Santo” e que “muitas pessoas sofrem ‘ataques’,... e que tu oras por elas.” Wesley respondeu: “Eu não tenho nenhuma revelação extraordinária, ou dom do Espírito Santo; nenhum exceto aqueles que todo oh meu senhor, quando alguém mostra pelos fortes gritos e lágrimas que sua alma está em profunda agonia. Frequentemente oro a Deus para livra-los dela, e nossa oração muitas vezes é ouvida na hora.” Agora Wesley não podia parar mais. Ele vira a ação do Espírito Santo da maneira que havia apenas lido na descrição de Jonathan Edwards sobre o reavivamento na Nova Inglaterra (América). Ele agora sentia a confirmação de sua própria fé e esperança na graça de Deus, estava mais convicto de que Deus queira operar em sua vida para a salvação de muitos. As pregações de John, Charles e Whitefield, vão arrastar multidões! Muitos se prostavam, choravam, caíam no chão ao ouvir estes três homens de Deus pregarem. Foi assim durante muitas anos. Os diários comprovam a atuação do poder do Espírito durante as suas pregações. Por isso, foram chamados de “fanáticos” e “ entusiastas”. Diz Wesley: “Não falávamos quase nada, quer em público, quer em particular. Esta luz brilhava tão fortemente sobre os nossos espíritos ao ponto de tornar- se o nosso tema constante. Era o nosso assunto diário, tanto em verso como em prosa, e o defendíamos contra todos. Mas, por fazermos isto, eles nos assaltavam de todos os lados. Por toda a parte nos representavam como cachorros loucos, e nos tratavam como tais. Apedrejavam- nos nas ruas, e várias vezes escapamos da morte. Em sermões, jornais e panfletos de toda espécie nos pintavam como monstros nunca vistos. Mas isto não nos abalava.” Nos diários contam-se os “fenômenos” que aconteciam com as pessoas. Só em 1739, aconteceu em 17-04, 01-05, 21-05, 24-06, 23-10, 27-10, fatos de curas, batismo no Espírito Santo, possessões demoníacas, que a história não deixa mentir.


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John Wesley e as experiências sobrenaturais O poder sobrenatural do Espírito Santo veio sobre nós! Muitos registros nos diários de John Wesley relatam o poder do Espírito Santo sobre as pessoas durante as suas ministrações, o que as faziam gritar, uivar, cantar, cair no chão, sentirem dores fortes... Podemos citar dois desses acontecimentos sobrenaturais: Um que ficou marcado está no diário de 1° de janeiro de 1739: “Eu, Srs. Hall, Kinchin, Ingham, Whitefield, Hutchins, meu irmão Charles, estávamos presentes na festa de amor, na Sociedade de Fetter Lane. Por volta das três da manhã, enquanto eu continuava em oração, o poder de Deus veio poderosamente sobre nós, de tal maneira que muitos gritaram de tanta alegria e muitos caíram no chão. Tão logo recuperamos um

pouco de tal perplexidade na presença de sua Majestade, irrompemos em uma só voz: “Nós oramos a ti, Ó Deus; reconhecemos que tu és o Senhor!” Em 26 de abril de 1739: “Enquanto estava pregando em Newgate sobre essas palavras: ‘Aquele que crê tem a vida eterna’, fui conduzido inconscientemente, sem qualquer desígnio prévio, a ser assim ‘salvo’ e a orar para que “se esta não fosse a vontade de Deus, ele não permitisse que saísse do caminho, mas, se fosse, ele testemunhasse de sua Palavra.” Imediatamente, uma pessoa, depois outra, e ainda outra caíram por terra. Elas caíram de todos os lados, como que atingidas por um raio. Uma delas gritou alto; imploramos a Deus seu favor e ele transformou sua aflição em alegria.” (O Diário de John Wesley, SP: Arte Editorial, p. 94 e 96)


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Capítulo 6 O Movimento Metodista toma forma e cresce

A

partir de 1740, começaram a acontecer no meio das Sociedades disputas teológicas entre os que tinham como teologia os morávios e os que eram calvinistas. Os morávios estavam estabelecidos na Sociedade de Fetter Lane, e os calvinistas seguiam os ensinos de George Whitefield. Wesley tratou logo de acabar com estas facções. Primeiro, Wesley tentou resolver o problema da Fetter Lane. Depois de muitas discórdias e tentativas de uma solução, viu que estava dividida e decidiu: “Eu tenho tolerado vocês há muito tempo, esperando que pudesse retornar. Mas, como vejo que estão cada vez mais firmes no erro de seus caminhos, nada mais me resta a fazer senão entregálos a Deus.Aqueles que têm a mesma opinião, sigam-me.” Dali, partiu para criar uma nova sociedade, a Sociedade Unida. Ele e seus amigos compraram um prédio que era uma antiga fundição real para canhões, bem espaçoso. Havia pregado ali no dia 11 de novembro de 1739. Essa fundição em Londres, se tornaria o quartel general de Wesley, com salão de pregação, apartamentos, escritório, uma habitação para família, pregadores, sala de aula, estábulo, cocheira e quintal. Ali se reuniria a sociedade da fundição, organizada em abril de 1740. De 12


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membros em abril, passou Quão sabiamente Deus ordena todas as para quase 300 em junho. coisas no seu próprio tempo” A Fundição tornou-se a 18/02/1747 primeira casa de pregação John Wesley de Wesley, e podia abrigar mais de 1500 pessoas. Os irmãos Wesley pregavam ali duas vezes por dia. Quanto a controvérsia de Whitefield, Wesley anunciou em todas as Sociedades que nenhum metodista era a favor da “predestinação”. Publicou dezenas de escritos contra a predestinação, inclusive mandou que todos rasgassem o material feito e distribuído por Whitefield sobre esta teologia. Eles se separaram amigavelmente. A partir de 1740, Wesley aumentou suas publicações para o seu crescente público, sendo muitas obras doutrinárias, como contra a predestinação, por exemplo. Publicar livros era coisa rara na época, no entanto o movimento wesleyano teve como um de seus alicerces para o crescimento a publicação e distribuição de livros. Na Fundição, foi organizado um local para a produção e venda de livros e outras publicações, sempre sob a orientação de John Wesley. Em 1741 ele publicou “O caráter de um metodista”. Nesta obra ele enfatizou que o metodista é aquele que tem “o amor de Deus derramado no seu coração pelo Espírito Santo que lhe foi dado”. Em 22-02-1743 estabeleceu e publicou as regras Gerais, que se tornaria o principal documento doutrinário e organizacional do Movimento Wesleyano. Ao longo da sua vida, Wesley escreveu mais de 400 livros e outras publicações. Publicou seus “Sermões” (1746); “Notas Explicativas sobre o Novo Testamento” (1754) que continha 759 páginas; sua famosa “Biblioteca Cristã” com 50 volumes! (que ficou pronta em 1755); e, periodicamente, publicou a “arminian Magazine” (revista arminiana), desde 1777. Publicou suas “Obras” reunidas em várias oportunidades, assim como suas “Cartas”. Até um Dicionário! Publicou uma média de 12 obras por ano.


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Pregadores leigos: inovação metodista Com o crescimento constante do movimento wesleyano, outro problema surgiu, a falta de ministros. Os Wesley procuravam visitar e liderar a maioria das Sociedades, mas não davam conta. Além do mais apoiavam a líderes locais para manter as sociedades em funcionamento na sua ausência. Os clérigos (6 ou 8) do início do movimento haviam se dispersado. Diariamente surgiam controvérsias teológicas internas, principalmente sobre predestinação, salvação, fé, etc, e os líderes locais não sabiam como resolver as questões, ou eram barrados pelas severas regras da liderança wesleyana. Wesley tinha que solucionar o problema. Começou a indicar leigos de confiança para liderar algumas Sociedades, mas estes não podiam pregar, apenas auxiliar o povo nas orações e estudo da Bíblia, e ocasionalmente fazer as exortações. Numa das ausências dos irmãos Wesley na Fundição, em 1740, o jovem Thomas Maxfield, que foi convertido com uma pregação de Wesley em Bristol, em 1739, estava justamente na Fundição e começou a pregar sem autorização dos Wesley. Ao tomar conhecimento, John Wesley logo protestou contra a tal desordem. Afinal, só “ministros ordenados” poderiam pregar. Antes de repreender o jovem, Wesley pediu a opinião da sábia mãe Susanna, que já estava morando com o filho em Londres. O conselho dela foi o seguinte: “Tome cuidado com o que vai fazer com o jovem, pois ele certamente foi chamado por Deus, como você, para pregar. Vai ouvi-lo e examine quais são os frutos de sua pregação.”Wesley ouviu o jovem pregar e disse: “É do Senhor, faça Ele como lhe aprouver.” A partir desse fato, os metodistas foram um dos precursores dos pregadores leigos. Muitos jovens se juntaram a Maxfield, e foram treinados por Wesley para este cargo, para o qual dedicavamse a estudar a Bíblia durante seis horas por dia. Já em 1744, apenas cinco anos depois, havia “É venturoso glorificar a Deus em nossa mor- mais de 40 pregadores leite, tanto quanto em nossa vida” 12/12/1755 gos. John Wesley Sobre o trabalho dos


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leigos Wesley escreveu: “Daí- me cem pregadores que nada temam senão o pecado, e nada desejam senão a Deus, e não me importaria se fossem clérigos ou leigos. Com eles eu sacudiria as portas do inferno e estabeleceria o Reino de Deus na terra.” Também arrematou: “Clérigos que destroem as almas me põe em mais dificuldades dos que os leigos que as salvam.” Além de Thomas Maxfield, outros pioneiros foram John Cennick, Joseph Humphreys, Thomas Richards, Thomas Westall e William Seward que foi o primeiro mártir metodista, sendo espancado até a morte. Além de pregadores leigos, a liderança leiga seria utilizada para as Classes e Bands e para cuidar das coletas; e mais tarde, dos orfanatos e escolas que seriam abertos. Tudo sob a supervisão de Wesley. Os diários de John Wesley John Wesley, assim como Charles, Whitefield, e tantos outros de sua época costumavam anotar tudo sobre sua vida num diário. John começou a escrever seu “Diary” a partir de 1735, então com 22 anos de idade. Esse era o seu diário particular, que ele escreveu em pequenos cadernos, com uso de taquigrafia e código. Também possuía outro diário, o “Journal”, diário aberto ao público que ele começou a escrever em 14-10-1735, e publicou. No final, formam 8 volumes. A morte de Susanna Wesley Susanna estava morando na Fundição, em Londres, há algum tempo. Viúva e já com a idade avançada, esta mulher de Deus ainda tinha muitos conselhos para os filhos e era mulher de oração. Com a saúde debilitada, Susanna Anneley Wesley morreu, aos 73 anos, em 01 de agosto de 1742, e foi enterrada em Bunnhill Fields nos arredores de Londres. Uma lápide simples marca o seu túmulo, na qual se acha


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escrito uma linda poesia que Charles compôs em memória da mãe. Ela foi muito importante para a história do movimento wesleyano. A obra social: o metodismo levanta a Inglaterra A partir de 1742 as atividades estavam sendo ampliadas. Foram criados os Cultos de Vigília, a princípio marcado para acontecer uma vez por mês, à noite. Wesley gostou da “inovação”, pois evitava que muitos mineiros passassem a noite na taberna, onde iriam beber. Agora estariam gastando esse tempo em oração. Outra prática que criou, em 1747, foi o Culto de renovação (do pacto) da aliança, realizado sempre no Ano Novo, e que movimentava milhares de metodistas em todo o país. O ministério com os presos, iniciado em 1730, ganhou nova força, especialmente nas prisões de Newgate e Marshalsea em Londres, o Castelo em Oxford, e Newgate em Bristol. O trabalho era regular, e o principal era pregar o evangelho, tendo um especial carinho com os condenados à pena de morte. Nessa missão, é notável a preocupação de John e Charles para com os condenados à morte. Eles seguiam com eles, muitas vezes dentro da carroça, até à hora final. Animavam os condenados com orações e cânticos até na hora de suas execuções. As forcas em praça pública eram motivo de algazarra na cidade, onde o povo gritava e apedrejava, enquanto os jovens metodistas aproveitavam para levantar a sua voz e pregar para a multidão. Começaram a abrir escolas. A primeira foi a de Kingswood (Bristol), iniciada por Whitefield, e reinaugurada em 1748; depois, Foundery Day School (Londres), e outras mais. Um dos princípios essenciais de John Wesley era o de que a educação envolve a união do conhecimento e da piedade, da sabedoria e da santidade. Ele disse: “Sem amor, todo aprendi- “Se todos formos um, então Deus será conhecizado é apenas ignorância do, amado e obedecido”. 18/04/1758 John Wesley esplêndida”.


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A rigidez e a disciplina eram marcas desta escola. A lista de matérias para as crianças era impressionante: leitura, escrita, aritmética, francês, grego, hebraico, retórica, geografia, cronologia, história, lógica, ética, física, geometria, álgebra e música!!! O primeiro seminário teológico metodista foi inaugurado em 1747, em Newcastle. A pobreza e a miséria eram realidades no país, então Wesley criou o sistema de coletas de dinheiro para comida, roupas, remédios, e abriu dispensários médicos, a partir de 1746, para auxiliar os enfermos. Chegou a escrever um livro (“Medicina Primitiva”, em 1747) sobre medicina para distribuir para os pobres. Estabeleceu um método para a visitação de enfermos, no qual pessoas foram indicadas como “visitadores de enfermos”. Criou um fundo de empréstimo para ajudar os desempregados. Abriu orfanatos, asilos, lares para viúvas, casa de pregação, arrendou capelas e salões de pregação (só nas capelas poderia ser ministrada a Santa Ceia) em Londres, Bristol, Newcastle e outras cidades. Um das primeiras casas de pregação foi o Salão Novo, em Bristol, que foi o primeiro prédio construído pelo movimento com dinheiro de doações. Perto da Fundição, em Londres, alugou duas casas e organizou a Casa dos Pobres, que abrigava idosos, viúvas, que recebiam agasalhos e uma refeição. Lutou durante toda a vida contra a pobreza, as injustiças sociais, a escravidão, o analfabetismo, a corrupção, pela melhoria das prisões, etc. “O evangelho de Wesley era o remédio para aquele século enfermo. Não somente abrasou corações, esclareceu inteligências, expulsou temores, acalmou os nervos, repreendeu pecados específicos e estimulou o amor ao próximo, mas expressou-se em atos de caridade.” (James Richard Joy). “Oh! Que vitória satanás teria se pudesse por um fim a pregação no campo! Mas isto, creio eu, ele nunca poderá fazer, pelo menos não enquanto minha cabeça estiver erguida”. 20/05/1759 John Wesley


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A Revolução Industrial: progresso e desigualdade social Muitas pessoas acham que John Wesley conviveu com o fenômeno da Revolução Industrial. Na verdade, a industrialização da Inglaterra só começou no fim do século XVIII, provavelmente em 1760 ou 1780. John Wesley morreu em 1791, e vivenciou o começo dessa “revolução”. Foi durante o período de 1780-1840 que a Inglaterra conheceu o desenvolvimento da industrialização. Como era a Inglaterra no início da chamada Revolução Industrial? A Grã-Bretanha (Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda) em meados de 1750 já era uma grande nação. Londres, sua capital, possuía cerca de 750.000 habitantes, a maior cidade da “Cristandade”. Os navios e o comércio ultramarino eram, a seiva vital da Grã-Bretanha, e a Marinha, sua arma mais poderosa, sendo cerca de 6.000 navios mercantes. Era grande produtor de minério, carvão, por exemplo, e grande produtor agrícola. A máquina a vapor, em sua forma primitiva, já prestava serviços. As manufaturas (produções manuais, por exemplo, tecidos, vestuário e artigos de metal) já eram intensamente utilizadas. Cidades como Birmingham, Manchester, Sheffield, Staffordshire, Bristol, já eram importantes. O comércio dos britânicos era, segundo os padrões do século XVIII, um fenômeno notável. O país tornou-se uma nação rica e poderosa, o mais florescente e próspero dos países, e um país que podia gabar-se ainda de excelentes ciência e literatura, além da tecnologia. A Grã-Bretanha deu seu arranque industrial com a implantação de máquinas industriais que passaram a produzir produtos em grande escala. O país reuniu todas as condições para que isso desse certo: politicamente (apoio do governo monárquico com dinheiro); os “Decretos das Cercas (Enclosures Acts)” estabeleceram monopólio da propriedade de terra e romperam com as terras comunitárias; a agricultura estava preparada (aumentar a produção e produtividade e fornecer um grande contingente de pessoas para as cidades e as fábricas); a indústria que “...já oferecesse recompensas excepcionais para o fabricante ... (expandindo) sua produção rapidamente, se necessário através de inovações simples e razoavelmente baratas, e, segundo, um mercado mundial amplamente monopolizado por uma única nação produtora”. A indústria têxtil algodoeira representou esse modelo industrial. A indústria algodoeira tinha como base o desenvolvimento na Índia. Além da grande produção industrial,

o mais importante era a exportação No século XVIII, a indústria de algodão se desenvolveu perto dos maiores portos coloniais: Bristol, Glasgow e Liverpool. Em 1833, por exemplo, Hobsbawm aponta que pelo menos 1 milhão e meio de pessoas estavam empregadas diretamente ou indiretamente na indústria algodoeira. Em 1800, a Grã-Bretanha produziu 10 milhões de toneladas de carvão: 90% do carvão mundial. O desenvolvimento da indústria de carvão levou ao desenvolvimento da ferrovia. Visando somente o lucro, o capitalismo moderno sobressaiu-se e a Grã-Bretanha se tornou o maior império do mundo, a custo de milhares de vidas exploradas! A riqueza do país deu-se, com certeza, pela exploração da classe trabalhadora. Homens, mulheres e até crianças trabalhavam até 16 horas por dia nas fábricas! Além do mais, recebiam baixos salários, insalubridade, punições e agressões físicas! E o Metodismo, como agia diante dos problemas sociais nesse período? Em 1782, John Wesley registrou em seu Diário relatos de visitas suas nessas fábricas: “14-05, terça-feira. Alguns anos atrás, quatro fábricas de fiação e tecelagem foram estabelecidas em Epworth. Nestas, um grande número de mulheres jovens, garotos e garotas estavam empregados. Toda a sua conversa era profana e irresponsável, até o último grau. Mas, alguns, encontrando-se por acaso numa reunião de oração, foram de repente apunhalados em seus corações. Nunca mais tiveram descanso, até que conseguissem ganhar seus companheiros. Toda a cena foi mudada. Em três dessas fábricas, não foram encontradas mais lascívia, ou profanação, porque Deus tem colocado uma nova canção em seus lábios, e blasfêmias transformaram-se em orações. Visitei hoje essas três fábricas e me certifiquei que a religião tocoulhes profundamente. Nenhuma palavra leviana foi ouvida e eles olhavam uns aos outros com amor. Foi excessivamente bom ter estado ali e nos regozijamos juntos no Deus de nossas salvação.” John Wesley Fonte: Eric J. Hobsbawm, 1998, in: A Era das Revoluções – 1789-1848, 11ª edição, Paz e Terra. e: Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. 6ª edição, Forense Universitária. O diário de John Wesley. Tradução: Izilda Peixoto Bella. Arte Editorial.


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Capítulo 7 A consolidação do Metodismo

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movimento wesleyano estava atingindo toda a Inglaterra, mas deveria cobrir toda a Grã-Bretanha. Um movimento de revolução espiritual não enxerga limites geográficos. Na Escócia já havia metodistas, mas coube a ele também pregar naquele lugar. Wesley começou a visitar a Escócia em 1741, e não parou mais, num total de 22 vezes. Em Gales, esteve 46 vezes, e na Irlanda, 21 vezes. Sempre em missões evangelísticas que duravam muitos dias, e onde centenas de pessoas dobravam-se diante do Senhor. A proibição de pregar nos templos anglicanos era uma realizadade. Agora Wesley iria organizar uma conferência para desenvolverem a doutrina e a disciplina metodista. Estava-se consolidando o metodismo, mas não uma nova igreja, como Wesley sempre afirmou. As regras Gerais foram publicadas por John Wesley em 23 de fevereiro de 1743, cujo título era “A Natureza, Desígnio e Regras Gerais das Sociedades Unidas de Londres, Bristol, Kingswood e Newcastle-upon-Tyne”. Para consolidar o movimento e defender sua teologia, Wesley convocou uma Conferência em 1743, mas acabou não acontecendo. Só em 1744, isso aconteceu.


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A 1ª Conferência Metodista foi realizada na “Este é o trabalho a que eu sei Deus me chamou. Grande encorajamento eu tenho, Fundição, em Londres, de então para ser fiel cumprindo o trabalho 25 a 30 de junho de 1744. que ele tem me dado realizar.” Participaram seis clérigos John Wesley e quatro pregadores leigos, num total de 10 homens naquela data memorável. A Conferência foi um divisor de águas organizacional para o movimento. Ali recapitularam sua ideias, sua teologia, escolha de uma estrutura e métodos, e um plano de crescimento. O movimento wesleyano havia atingido a maioridade, e os Wesley haviam assumido um firme controle do seu futuro. Eles concluíram que Deus levantara os metodistas para “reformar a nação, particularmente a Igreja da Inglaterra, e espalhar a santidade bíblica sobre a terra.” Após esta conferência eles resolveram organizar outras anuais para tomarem decisões sobre doutrina, estratégia, disciplina e administração. Era na Conferência que Wesley nomeava os pregadores itinerantes para os seus respectivos circuitos (paróquias, com capelas ou casa de pregação). A Igreja Anglicana via o metodismo como um tipo de “entusiasmo ou fanatismo”, que os rotulavam de dissidentes, embora a estrutura wesleyana se auto-intitulasse ortodoxa e jamais seria uma igreja independente, como muitos começaram a cobrar de Wesley. Em 1750, só em Londres havia mais de 8.000 metodistas, num total de 10 mil em todo o país. As perseguições: santidade que incomoda A partir de 1745, Wesley recomeçou sua missão de pregar em todo o país. Ele continuou viajando sobre o seu cavalo, debaixo de sol forte, chuva, neve, gelo, granizo. Nada disso o impedia de pregar o evangelho, muito menos as perseguições. Em seus diários consta que ele foi apedrejado mais de 60 vezes. Faziam de tudo para abafar sua pregação, tocando sinos,


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com gritos, soando órgãos... ele também regis- John Wesley não esperava que outros fizessem pelos pobres, ele mesmo se tra muitos ataques físicos, dispunha a fazê-lo: “Por este tempo (o tais como pessoas atirando Natal), nós normalmente distribuíamos ovos, tomates, pedras... combustível e pão entre os pobres da soCerto dia, contou ciedade de Londres. Mas, eu percebi que sobre sua perseguição pelo eles precisavam tanto de roupas como de vigário de Wednesbury. comida. Assim que, neste e nos quatro Ele escreveu que “arras- dias seguintes, eu caminhei pela cidade e recolhi 200 libras para vestir aos mais taram-no pelo cabelo penecessitados. Mas, foi um trabalho duro, las ruas, e lhe atribuíam porque as ruas estavam cheias de neve chutes e socos”, e muitas derretida e eu me afundava até os torvezes, diz ele, os golpes só nozelos; de forma que meus pés estavam não o atingiram por causa submergidos na neve desde a manhã até da sua baixa estatura. Mas a tarde”. (Diário, 4 de janeiro de 1785). John Wesley foi mesmo a mão de Deus que o livrou. A perseguição não ficava restrita aos Wesley, mas muitos dos chamados metodistas foram duramente perseguidos. Charles escreveu sobre esta perseguição: “Para cada pregador que eles eliminam, vinte aparecem. Nem persuasões, nem ameaças, adulação ou violência, masmorras ou sofrimentos de vários tipos podem dominá-los. Muitas águas não poderão apagar esta pequena chama que o Senhor acendeu, nem a enxurrada da perseguição a afogará.” Casamento infeliz Nem tudo é perfeito. Wesley nunca se deu bem em namoros e o seu casamento seria um fracasso. Em toda a sua vida teve cerca de cinco namoradas. Na juventude envolveu-se com Mary Granville, Isabel Kirkham (irmã do amigo Bob), Sophy Hopkey (com quem teve atritos na Geórgia). Eram namoros puros, onde o maior contato eram as correspondências amorosas. Mais tarde, com uma viúva, sra. Grace Murray e com outra viúva, Mary (Moly) Vazeille, com quem veio se casar em 18 de fevereiro de 1751, aos 48 anos de idade.


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O seu casamento foi um desastre. Por um lado ele não parava em casa, vivia viajando, por outro lado, ela era uma mulher rixosa, ciumenta e caluniadora. Quase arruinou o seu ministério! Depois de vinte anos de casamento, ela foi embora, abandonando o marido. Ele escreveu: “Eu não a deixei, não a mandei embora, mas também não a chamei de volta.” O casamento teve fim em 1771. Não tiveram filhos. Mary Vazeille nasceu em 1710 e faleceu em 1781. Seu irmão Charles foi feliz no casamento com Sarah Gwynne, em 1749, e teve três filhos. John Wesley celebrou o seu casamento. Examinando os pregadores O número de pregadores leigos crescia a cada ano. Wesley desde o início foi rígido com o ingresso de novos pregadores. Ordenou-lhes que estudassem seis horas por dia a Bíblia. Para aquele que dissesse “mas eu não gosto de ler”, ele respondia “adquira o gosto através do uso, ou volte para o seu emprego.” Ordenou que tivessem uma disciplina eficiente quanto a postura de vida e uma vida devocional e espiritual comprometidas. Precisavam conhecer muito toda a teologia wesleyana e defendê-la com ardor. O exame para os pregadores consistia em responder uma longa lista de perguntas. As perguntas básicas eram: 1)Tens a graça? 2)Tens os dons? 3)Tens os frutos? Depois de aprovados, ficavam um ano em experiência. De vez em quando, muitos eram disciplinados severamente, ou expulsos. Alguns casos de expulsão foram os que “andavam desordenadamente, os efeminados, os intrometidos e levianos”. Nessa época já havia as categorias de pregadores locais, itinerantes, assistentes, e em experiência. Os pregadores itinerantes foram estabelecidos em circuitos, para pregação ao ar livre, em 1746. Já na Conferência de 1754 foram criados os circuitos fixos (capelas ou casas de pregação) ao redor de Londres, para pregadores itinerantes e locais. O próprio Wesley elaborou os planos de circuitos. Neste ano havia 45 pre-


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gadores. O “padrão doutrinário” para os pregadores foi estabelecido por John Wesley: os “Sermões” e as “Notas Explicativas Sobre o Novo Testamento”. Isto ajudaria a combater as doutrinas contrárias ao pensamento wesleyano. Mais tarde, a Escola de Kingswood abriu em suas dependências, um espaço para uma espécie de seminário para o treinamento dos novos pregadores. Pressão para a criação de uma Igreja Quanto mais crescia o movimento metodista, mais aumentavam as pressões para a separação da Igreja Anglicana, e a criação da Igreja Metodista. Wesley sempre foi firme em sua posição de não criar uma nova igreja. Rebateu todas as críticas, e enfrentou muitos problemas. Um dos maiores era o número de pessoas que não podiam receber os sacramentos dos metodistas, pois eram obrigados a receber da Igreja da Inglaterra. Pregadores e todo o povo chamado metodista exigiam o sacramento e, consequentemente, a separação. John Wesley permitia que apenas os pastores do movimento que fossem clérigos, pudessem ministrar os sacramentos. A solução seria ordenar novos pastores. A questão era, se “ordenassem ministros”, disse Charles, estaria nascendo uma nova igreja, e ele era contra. Na Conferência de maio de 1755, em Leeds, John Wesley apresentou um panfleto aos pregadores intitulado “Nós devemos nos separar da Igreja da Inglaterra?”. Após colocar todos os argumentos diante dos conferencistas, debate-los, a votação final foi de que não haveria, em nenhuma hipótese, sepa- “Deixo-vos os nobres e os grandes. Deixemração da Igreja Anglicana. nos só com os pobres, os vulgares, a base, os A questão seguinte foi se rejeitados pelos homens”. (Tratado Um apelo os pregadores poderiam adicional às pessoas de razão e religião – 1745) John Wesley ministrar os sacramentos.


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Charles lutou muito e os pregadores foram proibidos de ministrar. No ano seguinte, na Conferência de 1756, Charles afirmou: “Meu irmão e eu terminamos a Conferência com uma declaração enérgica de nossa resolução de viver e morrer na comunhão da Igreja da Inglaterra. Todos concordamos unanimente que, enquanto for legal ou possível continuar nela, é legal para nós deixá-la.” Foi assim, assinado um pacto de unidade no dia 30 de agosto de 1756. Ele escreveu o livro: “Razões contra a separação da Igreja da Inglaterra”, para reforçar a decisão entre os metodistas. Mas a onda de separatistas e sobre o sacramento não ia terminar nunca. John e Charles Wesley jamais sairiam da Igreja da Inglaterra. A Igreja Metodista só iria nascer após a morte de John Wesley, a não ser na América, onde teve a permissão dele. Ele, inclusive, tentou se aproximar dos clérigos anglicanos, com a intenção de buscar juntos reavivar a Inglaterra, desde que esses clérigos pregassem as “grandes verdades bíblicas”. Conseguiu, com muita dificuldade, que muitos clérigos participassem de algumas Conferências metodistas. “Amo os pobres; em muitos deles eu acho graça genuína e pura, não mesclada com maquiagem, desatino e afetação”. (Carta à senhorita Furly – 25/09/1757). John Wesley

Superação Em 1760 o metodismo começou a chegar de forma não oficial à América, e teve um crescimento espantoso. Só seria influenciado por Wesley em 1768. Em 1763, havia mais de trinta circuitos na Inglaterra, Irlanda, Gales e Escócia, com mais de 100 pregadores itinerantes e mais de 20 mil membros arrolados nas Sociedades. Até as classes mais abastadas iam achegando-se ao metodismo. Wesley logo escreveu sobre o uso do dinheiro, vestuário, higiene, etc. Sempre procurava deixá-los inteirados sobre todos os assuntos. Sobre o dinheiro e o acúmulo de riquezas, ele deixou o seguinte pensamento: “ganhe tudo o que puder, economize tudo o que puder, e dê tudo o que puder”. Em outra ocasião, escreveu: “Depois de


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suprir a tua própria casa com “A religião não vai do maior a menor; se assim as coisas necessárias para a fosse, o poder poderia parecer dos homens”. vida e a piedade, alimenta os (Diário, 21 de maio de 1764). famintos, veste os nus, alivia John Wesley os enfermos, prisioneiros e os estrangeiros com tudo o que tiveres. Então Deus te vestirá com glória e honra na presença de homens e anjos. Indagado se ficara rico com a publicação e venda de seus livros, Wesley disse que tinha comida, roupa e lugar para repousar a cabeça e que todo o dinheiro arrecadado estava nas mãos dos administradores (“Stewards”), e que se ele morresse possuindo mais de 10 libras em seu nome, todos poderiam chamá-lo de “ladrão e salteador”. Sua contabilidade particular mostra o fato de que ele dava para os pobres a maior parte do dinheiro que ganhava. Quando ficou com tuberculose, em 1753, achando que ia morrer, escreveu o seu epitáfio: “Aqui jaz o corpo de John Wesley, um tição, não apenas uma vez retirado do fogo; ele morreu de tuberculose aos cinquenta anos de idade, deixando nem dez libras atrás de si, e orando – Deus tenha misericórdia de mim, um servo inútil” O papel da mulher no Movimento Metodista Não havia mulheres pregadoras no movimento wesleyano, mas algumas mulheres tinham o dom de pregar e às vezes pregavam nas suas Sociedades. Assim como Susanna Wesley,as mulheres também tiveram seu papel de importância no metodismo. Sarah Crosby, era líder de um grupo de mulheres, como Sarah Ryan e Mary Bosanquet, que organizaram uma escola e um orfanato em Leytonstone, em 1763. Mary Bosanquet foi uma das que mais se destacaram. Ela gastou toda sua fortuna nesse orfanato, trabalhou nos arredores de Leeds, pregando e dirigindo reuniões de classes. Provavelmente teve a inspiração do esposo, John Fletcher. Outras mulheres se destacaram no metodismo primitivo como Hanna Ball (pioneira mundial das Escola Dominicais, em


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1769), Marta Thompson, Mary Prangell, Diana Thomas, Ann Culter, Jane Cooper, Alice Cross, Elizabeth Tonkin, Margaret Davison, Sarah Moore, Grace Walton, Sarah Mallet, e Lady Huntington (Selina Shirley Hasting), a Condessa de Huntington (1707-1791), que fez parte da original Sociedade de Fetter Lane e aderiu após a morte de seu marido. Ela construiu capelas anglicanas e um colégio. Não era pregadora, mas foi superintendente em dezenas de capelas, chegando a organizar uma pequena denominação metodista, de orientação calvinista, em Gales. No futuro, a Igreja Metodista seria uma das pioneiras na ordenação de mulheres. “Nunca, em qualquer era ou nação, desde a época dos Apóstolos, estas palavras se cumpriram tão eminentemente: Os pobres têm o Evangelho pregado a eles como o é neste dia.”(Sermão 66) John Wesley

John Wesley expulsou membros do movimento metodista Em 1743 John Wesley examinou alguns membros da Sociedade em Newcastle, que se encontrava indisciplinada. Ele expulsou nada menos do que 64 pessoas, que, segundo ele, achou necessário “deixar de lado mais de cinqüenta pessoas” que não “andavam de acordo com o evangelho”. Esse fato demonstra como era levado a sério o evangelho no metodismo. E nos serve como exemplo! O número de pessoas excluídas e os motivos são os seguintes:

2 por praguejarem e jurarem 2 por quebrarem o Dia do Senhor constantemente 17 por bebedeira 2 por venderem bebidas alcoólicas 3 por brigas e discussões 1 por bater na esposa 3 por mentirem obstinada e habitualmente 4 por maledicência e calúnia 1 por preguiça e indolência 29 por leviandades e negligências. (Heitzenrater, R.P. Wesley e o povo chamado metodista, p. 138)


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FRANCIS ASBURY

O maior líder metodista da América

Francis Asbury nasceu em Hamstead Bridge, Staffordshire, Inglaterra, em 20 de agosto de 1745. Seus pais se chamavam Joseph Asbury e Elizabeth. Sua mãe foi fundamental na criação do filho, dedicando tempo para ler a Bíblia e educou na Igreja Anglicana. Aos 18 anos, o jovem Asbury tornou-se um pregador leigo local entre os Metodistas. Aos 22 anos, John Wesley apontou-o como pregador itinerante. Em 1771 ele se ofereceu para viajar para a América do Norte, como missionário metodista. Desde que chegou na América, Asbury começou a pregar, na Filadélfia e Nova York, sendo assistente de John Wesley, que o enviou, pregando em 25 povoados diferentes. Já em 1772, o número de metodistas na América dobrou. Levantava às 5 horas da manhã para ler a Bíblia, era um grande pregador, e incansável evangelista, andou por toda a América. Quando da guerra da Independência (1776/1777), todos os pregadores metodistas ingleses voltaram para a Inglaterra, menos ele. Asbury ficou a favor da independência dos Estados Unidos, por isso ganhou mais popularidade entre o povo norte-americano, e, pelo outro lado, teve descontentamento entre os ingleses. Mais tarde aconteceram novos problemas entre Asbury e John Wesley. Enquanto o líder metodista nomeou Asbury como Assistente Geral, os pregadores americanos o haviam nomeado Superintendente Geral, ou Bispo, o que Wesley discordou. Asbury solicitou também que fizesse na América ordenação de pastores para poderem estar ministrando os sacramentos nas diversas comunidades metodistas que já haviam surgido. No começo da década de 1780, Francis Asbury era o único pregador nomeado por Wesley que permanecia na América. Wesley escreveu a um amigo na América: “Estou persuadido que o irmão Asbury foi levantado para pre-

servar a ordem entre vocês, e para fazer exatamente o que eu Próprio faria, se fosse da vontade de Deus mandar-me para a América”. Em 1783 e 1784, Wesley se apressou em organizar os padrões doutrinários do que seria a Igreja Metodista na América,inclusive preparando um superintendente, Thomas Coke. Com a chegada de Coke, Asbury exigiu que fosse realizada uma Conferência americana. A conferência foi realizada na Capela Lovely Lane em Baltimore, na época do natal, e ficou conhecida como a “Conferência de Natal”, que durou dez dias. Ali foi organizada a Igreja Metodista Episcopal, em dezembro de 1784. Asbury e Coke se tornaram Bispos. Asbury viajou por toda a América e seu ministério durou 45 anos, viajando a cavalo ou de carruagem, andou mais que John Wesley (220 mil milhas), e pregou cerca de 18.200 sermões. Teve uma liderança incansável, abriu escolas e igrejas. Em 1813, ele escreveu o seu testamento e “o maior ganho de participação na história da igreja” foi alcançado. Em 1814, sua saúde começa a falhar e ele fica doente. Em 1816 ele começa a recuperar a força, ele continua sua viagem de pregação. Ele prega seu último sermão em Richmond, Virginia em 24 de março, e morre na casa de George Arnold perto de Fredericksburg” em 31 de março. Quando Asbury chegou na América haviam 1.200 metodistas e nenhum pastor ordenado, quando ele morreu a Igreja Metodista tinha 214.000 membros e 700 pastores ordenados. Dentre muitos pastores, ele ordenou Richard Allen, na Filadélfia , o primeiro ministro negro nos Estados Unidos. (Para conhecer melhor a história de Francis Asbury, recomendo o livro: A Vida de Francis Asbury – O Bispo da América. Autor: Darius L. Salter. Tradução de Eduardo Paulo Gomes. Produzido pela Igreja Metodista Central de Belo Horizonte, em 2010).


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Capítulo 8 O Metodismo se estabelece na América

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ntre 1760 e 1780, imigrantes ingleses e irlandeses, começaram a chegar em grande número no Novo Mundo (América) e Nova Escócia (Canadá). Em 1760, o irlandês robert strawbridge lançava o fundamento do metodismo em Virginia e Maryland, enquanto Phillip embury e Bárbara Heck faziam o mesmo em Nova York. Eles criaram Sociedades e Robert construiu, por conta própria, a primeira capela (de madeira) metodista na América do Norte. Ele pregava e ministrava os sacramentos por conta própria. Uma carta de Thomas Taylor, um metodista de Nova York, datada de 04 de abril de 1768, solicitando a Wesley o envio de pregadores metodistas chamou a atenção do líder metodista. Wesley levou o assunto para a Conferência de 1768, junto com o apelo dos novos metodistas. Ninguém aceitou o apelo oficial na ocasião. Logo depois, robert Williams e John King, foram por conta própria e com a permissão de Wesley. Na conferência seguinte, em 1769, Wesley lançou novamente o desafio, e dois pregadores aceitaram: richard Boardman e Joseph Pilmore. A conferência arrecadou cerca de 50 libras (para a construção da primeira capela), e mais 20 libras para as passagens. Pilmore se


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estabeleceria na Filadélfia e Boardman em Nova York. Em 1770, o velho Wesley sentiu desejo de ir à América! Todavia sua saúde e a morte de Whitefield, fizeram que abandonasse a idéia. Ninguém mais quis ir à América. No ano seguinte, na Conferência de 1771, cinco voluntários se apresentaram. Wesley escolheu dois jovens de vinte e poucos anos: francis asbury e richard Wright. Em 1773, ele enviou thomas rankin para a colônia como o seu Assistente Geral. Logo que chegou na América, Rankin realizou a primeira Conferência dos pregadores metodistas na América. Naquele ano já havia 10 pregadores e 1.160 membros em cinco circuitos. O metodismo crescia com muita rapidez, mas o movimento de independência abalou os ingleses. Com o ínicio da guerra, todos os pregadores nomeados por Wesley voltaram para a Inglaterra (até 1777), menos Francis Asbury, cuja simpatia estava com os americanos. Muitos metodistas americanos abandonaram as Sociedades por causa da guerra, ou simplesmente porque Wesley fora contra a independência, e por conta disso foram muito perseguidos. Nos circuitos do Norte aconteceu o maior número de metodistas que abandonaram a denominação. No Sul, pelo contrário, a chama do reavivamento manteve firme o movimento. O movimento wesleyano se tornou Igreja Metodista episcopal em 24-12-1784, sob a liderança de Francis Asbury e Thomas Coke. A história do metodismo nos Estados Unidos seria fascinante e este país se tornaria a maior nação metodista do mundo. Mais vivo do que nunca Na Inglaterra, o crescimento do metodismo mantinha a média de cerca de 1.600 membros por ano. Em 1766 havia 20 mil em todo o país; em 1776, o número era de quase 40.000. Já em 1781 havia 44.461 membros e 178 pregadores, “Façam tudo que seus pais ou mães declaram, num total de 63 circuitos. Dez seja grande ou pequeno, cuidando que não seja anos depois, em 1790, um ano contrário a algum mandamento de Deus.” antes da morte de Wesley, em John Wesley toda as Ilhas Britânicas havia


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70.000 metodistas. No ano da morte de John Wesley, 1791, os dados foram registrados da seguinte maneira: Na Grã-Bretanha, 313 pregadores e 76.968 metodistas. Nos Estados Unidos: 198 pregadores e 57.621 membros. John Wesley, ainda com vigor físico e mental, disse em 1776 que era capaz de pregar melhor que aos 23 anos. Sempre manteve o hábito de dormir antes das dez horas, acordar antes das seis, fazer exercícios físicos, e ter “um temperamento equilibrado”. Escreveu: “Eu sinto e sofro, mas pela graça de Deus, não me lamento de nada”. Em 1777, começou a publicar a Arminian Magazine (Revista Arminiana), com edições mensais, para continuar a sua luta contra o calvinismo, afinal, os calvinistas não deixavam de criticar e perseguir os metodistas. Em 1778, inaugurou em Londres a Capela de City Road, para cultos com melhor acomodação do que a Fundição. Na inauguração, em novembro, ele aproveitou o sermão para contar a história do metodismo. A nova propriedade dos metodistas tornou-se o centro da pregação, comunhão, serviço social e do culto sacramental. Realmente, era uma igreja, mas não oficialmente. O reavivamento continuava se alastrando por toda a Inglaterra. Wesley disse que “o fogo arde e passa de coração a coração”. Novas Sociedades eram abertas a cada ano, até em locais como teatros, ferrarias, celeiros, e até um estábulo se transformou em lugar de pregação. Milhares de pessoas queriam ouvir o genuíno evangelho. Em vida, Wesley pôde contemplar toda a Inglaterra ser atingida por este sopro do Espírito Santo, e ser considerado o maior reavivamento da história moderna. Wesley escreveu: “Aprouve a Deus derramar Seu Espírito Santo em todas as partes, tanto na Inglaterra como na Irlanda, e de uma maneira tal que nunca sequer vimos antes, pelo menos nos últimos vinte anos.” Em 1781 ele publicou o livro “Uma Breve História do Povo Chamado Metodista”. Ele continuava a liderar, administrar e supervisionar quase sozinho todo o movimento, mas a idade avançada e a saúde às vezes debilitada, estavam tornando difícil esse empreendimento. Pregadores como John Fletcher e depois Thomas Coke, foram considerados possíveis sucessores de John Wesley.


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Thomas Coke, um ministro anglicano que veio de Gales, logo se tornou um líder metodista, ao lado de Wesley. Wesley o escolheu para organizar as escrituras das mais de 400 casas de pregação já existentes. Coke, formado em Direito Civil, foi nomeado para a função. Eles prepararam o Estatuto Declaratório, documento que declarou oficialmente a designação de “A Conferência do povo chamado metodista”. Através da oficialização desse documento de 8 páginas, os pregadores metodistas tinham o direito de uso e desfruto sobre as capelas e imóveis. Foram relacionados por Wesley 100 pregadores (chamados os “Cem Legais”), que iriam suceder os Wesley após a sua morte. O Supremo Tribunal registrou este documento no dia 28 de fevereiro de 1784. O estatuto agradou a todos (menos os pregadores não relacionados entre os cem). Wesley teve que mais tarde, escrever um documento que desse igualdade para todos os pregadores para evitar mais distúrbios. O Estatuto Declaratório foi um documento importante para o futuro do metodismo na Inglaterra. Wesley ainda aguentava viajar e pregar. Em seu 72º aniversário disse que podia pregar melhor do que era jovem. Aos 77 anos, podia ler sem óculos, e aos 87 anos publicou seu programa de visitação: vinte cidades e vilas em vinte e oito dias! No dia 23 de março de 1788, ao 81anos, morreu Charles Wesley, deixando mulher, três filhos e 6500 hinos que ele compôs ao longo da vida. Depois de John, foi o metodista mais importante da história. John Wesley tornou- se um fenômeno na Grã- Bretanha ainda em vida. Em 1790, Wesley estava com a saúde muito debilitada. Fez a sua última contabilidade financeira pessoal. Mesmo assim participou da Conferência, pregou, escreveu sermões, viajou. Disse: “Meus olhos estão cada vez mais embaçados; minha força natural está abatida, entretanto, enquanto eu puder, de bom grado farei um pouco para Deus antes de ir ao pó.” Sua última pregação ao ar livre foi debaixo de uma árvore, no dia 07 de outubro de 1790. Completou ali 51 anos só de pregação ao ar livre. A morte de John Wesley Em 1791, pregou de janeiro até 20 de fevereiro, quando ficou resfriado. No dia 23, quarta-feira, ainda teve forças para pregar, dia em


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que fez a última anotação Que ninguém pense que seu trabalho de em seu diário. Na quinta- amor está perdido, simplesmente porque os feira, escreveu uma carta frutos não aparecem de imediato”. para William Wilberforce, 09/06/1742 membro do Parlamento John Wesley Inglês, encorajando-o pela sua luta contra a escravidão. No dia seguinte, com febre, foi para a cama e não levantou- se mais. No dia 01 de março, começou a cantar o hino “Louvarei a meu Criador enquanto tiver fôlego”, para espanto dos que estavam à sua volta. Ainda pôde falar: “O melhor de tudo é: Deus está conosco”. Foram suas últimas palavras. Morreu na manhã de 02 de março de 1791. O funeral só foi no dia 09 de março, às 5 horas da manhã, atrás da Capela City Road (depois conhecida como Capela Wesley). Estavam presente pouco mais de vinte amigos. Ali se cumpriu um de seus desejos: que seis pessoas pobres deveriam levar seu corpo ao túmulo e que cada um ganharia 1 libra. Um culto público aconteceu às 10 horas da manhã, onde uma multidão compareceu. O sermão fúnebre foi dirigido pelo Dr. John Whitehead, médico pessoal de Wesley. Esse sermão foi impresso e pregado em todos os púlpitos metodistas da Inglaterra. Naqueles dias foi publicado na revista Gentleman’s Magazine: “Sua influência era maior que,talvez, a de qualquer outro cavalheiro em qualquer país...Como o fundador da seita mais numerosa do reino, como homem, e como escritor, ele deve ser considerado como uma das personalidades mais extraordinárias que jamais existiu em qualquer época”. Contabilizando sua vida itinerante ele alcançou números extraordinários. Em toda a sua vida pregou 42.000 sermões, o que equivale a 800 vezes por ano, ou mais de quinze por semana. Andou por toda a Grã – Bretanha, na maioria das vezes a cavalo, 200 mil milhas, equivalente a impressionantes 400 mil quilômetros, o que equivale a seis voltas ao redor do planeta Terra! A Igreja Metodista só se separaria da Igreja Anglicana depois de sua morte, em 1795, e ganharia o mundo. Está hoje presente em mais de 150 países, num total de 70 milhões de membros. A constante luta contra a separação dos metodistas dos anglicanos, nos revela que ele jamais se separaria, e hoje é impossível separar John Wesley da história do Metodismo.


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ORGANOGRAMA DA HISTÓRIA DA IGREJA PROTESTANTE


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O Protestantismo no Brasil quem chegou primeiro?

O Brasil desde o início de seu “Descobrimento” em 1500, é um país católico. Já nos primeiros dias da ocupação portuguesa, ocorreu a celebração da primeira missa no Brasil, feita pelo frade Henrique de Coimbra, no dia 26 de abril de 1500, um domingo, e descrita por Pero Vaz de Caminha na carta que enviou ao rei de Portugal, D. Manuel I. Os primeiros protestantes que se atreveram a chegar até aqui foram no período colonial. Os franceses, que chegaram na Baía da Guanabara, Rio de Janeiro, (1555-1567), através de uma expedição francesa comandada pelo vicealmirante Nicolas Durand de Villegaignon, para fundar a “França Antártica”, com apoio do almirante huguenote Gaspard de Coligny. O próprio João Calvino enviou um grupo de pastores reformados para o Brasil: Pierre Richier e Guilhaume Chartier, eram os líderes. O primeiro culto protestante ocorrido no Brasil (provavelmente de todas as Américas!) data de 10 de março de 1557, sendo o pregador o pastor Pierre Richier. A primeira tentativa de estabelecer um trabalho missionário no Brasil acabou em 1567, depois de desavenças entre Villegaigonon e os reformadores e a morte dos líderes. A outra tentativa de implantar o protestantismo no Brasil foi com os holandeses (1630-1654). A Holanda, então uma potência econômica e marítima, invadiu o Brasil, sob a liderança de Joan Maurício de Nassau-Siegen. Ele estabeleceu o seu “novo reino” em Pernambuco, em 1630 e só saiu quando foram expulsos em 1654, depois de anos de lutas. Os holandeses implantaram aqui a Igreja Reformada (fundaram 22 igrejas no nordeste). Nassau promoveu a cultura, as artes e as ciências e concedeu certa liberdade religiosa aos católicos e judeus. Trabalhou muito na obra

missionária junto aos indígenas. Tudo acabou com a expulsão dos holandeses pelos portugueses, em 1654. Brasil Império: Após as invasões francesas e holandesas, o Império português fechou as portas aos protestantes e somente no século 19 a situação mudou. Em 1808 D. João VI decretou a abertura dos portos do Brasil às nações amigas. Brasil e Inglaterra firmaram o Tratado de Comércio e Navegação, em 1810, que permitiu uma tolerância religiosa aos imigrantes protestantes. Depois da Independência (1822), a Constituição Imperial de 1824 reafirmou os diretos religiosos e em 1827, foi fundada no Rio de Janeiro a Comunidade Protestante Alemã-Francesa, que permitiu aos reformadores viajantes e residentes reuniões, mas eram proibidos de fazer prosélitos e falar contra a religião oficial. Tivemos o “Protestantismo de Imigração”, com a chegada de muitos alemães no sul do Brasil, onde, mais tarde, fundariam a Igreja Luterana. Organizações protestantes das Sociedades Bíblicas (da Inglaterra e dos Estados Unidos), também foram importantes na atuação junto aos brasileiros distribuindo Bíblias nesse período, com o trabalho dos colportores. Metodistas, pioneiros do Protestantismo Missionário: A Igreja Metodista é oficialmente a primeira denominação a iniciar atividades missionárias juntos aos brasileiros, sendo o missionário Foutain Elliot Pitts, da Igreja Metodista Episcopal, dos Estados Unidos, em 1835, o primeiro missionário a pisar em solo brasileiro com a intenção de implantar e estabelecer, com autorização do império brasileiro, a igreja evangélica em terras brasileiras! (Textos dos historiadores Alderi Souza de Mattos e Boanerges Ribeiro, presbiterianos, atestam esses fatos).


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Capítulo 9 O metodismo chega ao brasil

A

os metodistas coube a honra de terem sido os iniciadores das missões evangélicas no Brasil, e os segundos na América Latina. Os presbiterianos dos Estados Unidos precederamnos na Argentina, em 1825. O primeiro missionário protestante que chegou ao Brasil foi o pastor metodista Rev. Fountain Elliot Pitts, em1835. Pitts, da Conferência Anual do Tennesseese, ofereceu-se para o campo missionário, inclusive levantando, ele mesmo os recursos para a sua viagem. Embarcou na cidade de Baltimore aos 28 de junho de 1835 com destino ao Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, no navio “Nelson Clark”, chegando na Guanabara em 18 de agosto. Logo ele começaria a evangelizar e a obter os primeiros frutos. Deus lhe abrira amplamente uma porta para o Evangelho no Brasil: os privilégios concedidos pelo governo do Brasil eram mais amplos do que se esperava de uma nação católica. O trabalho de Pitts no Rio de Janeiro durou pouco, por causa da falta de condições financeiras. Ele retornou ao seu país em 1836, e entrou para a história da Igreja Metodista do Brasil como o precursor do metodismo no Brasil. Após o retorno do pioneiro Pitts à sua terra natal, o


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metodismo brasileiro recebeu outros importantes missionários norte-americanos metodistas: Rev. R. Justin Spaulding, e o Rev. Daniel Parish Kidder. O Rev. R. Justin Spaulding chegou ao Rio de Janeiro em 29 de abril de 1836, vindo com esposa, o filho George Levi, e uma empregada. Começou a realizar cultos (em inglês) em sua própria casa, e depois alugou um edifício no Largo da Glória. Ali realizou a primeira Escola dominical no Brasil, com uma biblioteca, e criou duas classes para negros, uma em inglês e outra em português. “O negro também tem capacidade de aprender e como as demais pessoas pode receber a Graça de Deus”, escreveu Spaulding, o qual se manifestou igualmente contra a escravidão por mais de uma vez. O Rev. Spaulding aprendeu a língua portuguesa, viajou com o Rev. Kidder pelo interior do Rio de Janeiro, distribuiu Bíblias, deu assistência religiosa aos marinheiros, enfermos, sobretudo aos estrangeiros. Instalou-se na Rua do Catete em 1836 para iniciar uma escola. Sua visão missionária ampla o levou a adquirir um terreno onde construiria futuramente um edifício metodista. Foi Spaulding quem solicitou ajuda da “Igreja Mãe”, nos EUA, de um novo obreiro para ao Brasil. Em 1837, chegou ao Rio de Janeiro o Rev. Daniel Parish Kidder, acompanhado da esposa Cynthia H. Russel. Kidder, era um jovem pastor de 22 anos de idade. Ele trabalhou ao lado do Rev. Spaulding, pregando, evangelizando e distribuindo Bíblias. Não se limitou à capital, viajou também para a cidade de São Paulo e visitou o interior da província. Teve contato com pessoas importantes, como os políticos brasileiros, sempre levando a Palavra de Deus. De suas viagens surgiu o importante livro: “Reminiscências de viagens e permanência no Brasil”, considerado uma obra clássica. Rev. Spaulding e Rev. Kidder, foram alvos de perseguição religiosa, por parte dos padres católicos, especialmente com publicações que tentavam difamar os protestantes, nomeando-os como: “atividade de demônios... a seita dos metodistas, de que de todos os protestantes os mais turbulentos, eram os mais relaxados, fanáticos, hipócritas e ignorantes”.


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A morte da esposa Cynthia, em 1840, fez com que o missionário, triste e abatido, resolvesse voltar para o seu país. Em 1841 o Rev. Spaulding, também retornou para a América, e abriu-se um longo tempo sem o trabalho metodista no Brasil, que só chegou, e definitivamente, em 1867. Quem organizou a Primeira Escola Dominical no Brasil? Muitas publicações afirmam que a primeira Escola Dominical implantada no Brasil foi a do Rev. Robert Kalley, da Igreja Congragacional. A afirmação de que foram os Congregacionais os primeiros a organizarem esta escola com aula em português, em 19/08/1855, e até mesmo a declaração de que foram os Presbiterianos que iniciaram a referida escola em 1860, é um equívoco homérico! Nós metodistas sempre ensinamos que a primeira Escola Dominical no Brasil foi organizada pelo Rev. Spaulding, como informou o historiador José Gonçalves Salvador, no importante livro História do Metodismo no Brasil, p. 33-34, em junho de 1836. Baseados em documentos, queremos registrar as cartas do Rer. Justin Spaulding. Em carta ao secretário da IME, datada de 5/5/1836, menciona que já organizara uma pequena Escola Dominical com o grupo de metodistas que o Rev. Pitts reunira. Posteriormente, em relatório ao secretário correspondente “É necessário que tenhais o ouvido que ouve e da IME, datado de o olho que vê... Que tenhais uma nova espécie 01/9/1836, acentua: de sentidos aberta em vossa alma, dependendo “.... Conseguimos não de órgãos de carne e sangue para serem as uma escola evidências das coisas invisíveis como vossos organizar dominical, denominada sentidos corpóreos são das coisas visíveis, para serem avenidas ao mundo invisível... E até que Escola Dominical Missionária tenhais esses sentidos internos, até que os olhos Sul-Americana, auxiliar da do vosso entendimento estejam abertos, não União das Escolas Dominicais podereis apreender as coisas divinas, visto que da Igreja Metodista a vossa razão não tem solo onde se firmar, nem Episcopal... Mais de 40 dados sobre os quais trabalhar.” John Wesley crianças e jovens se tornaram interessados nela (...) Está


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dividida em oito classes com quatro professores e quatro professoras. Nós nos reunimos às 16:30 aos domingos. Temos duas classes de pretos, uma fala inglês, a outra português. Atualmente parecem muito interessados e ansiosos por aprender...” Desta forma, baseados nos documentos que temos, podemos afirmar que a primeira Escola Dominical no Brasil dirigida em português, foi organizada no dia 01 de maio de 1836. A implantação definitiva do Metodismo no Brasil Endividada pela severa depressão econômica, a Sociedade Missionária dos Estados Unidos havia encerrado a missão brasileira em 1841. Os metodistas só voltariam em 1867. Enquanto isso, chegaram no Brasil a Igreja Congregacional (1855) e a Presbiteriana (1859). O novo trabalho metodista no Brasil recomeçou com o missionário Rev. Junius Eastham Newman, em 1867. Ele foi trabalhar no interior de São Paulo, em 1869, J.E. Newman foi o pioneiro da obra metodista permanente no Brasil. “J.E.Newman, recomendado para a Junta de Missões para trabalhar na América Central ou Brasil” foi a nomeação que ele recebeu em 1866, na Conferência Anual. Após ter servido durante a Guerra Civil, EUA, como capelão às tropas do Sul, observou que muitos metodistas do Sul emigraram para as Américas do Sul e Central e os acompanhou. A guerra deixou endividada a Junta, sem possibilidade de enviar obreiros para qualquer local. Newman financiou sua vinda ao Brasil com suas modestas economias. Chegou ao Rio de Janeiro em agosto de 1867, mas fixou residência em Saltinho, cidade próxima a Santa Bárbara do Oeste, província de São Paulo. Desde 1869 pregou aos colonos mas, dois anos mais tarde, no terceiro domingo de agosto, organizou o “Circuito de Santa Bárbara”. O primeiro salão de culto – antes, era uma venda - foi em uma casa pequena, coberta de sapé e de chão batido. Newman trabalhava com os colonos norte-americanos e pregava em inglês. Um dos motivos da demora de Newman em organizar uma paróquia metodista, é que ele pregava, principalmente para metodistas, batistas, presbiterianos e


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a todos que desejassem ouvir sua mensagem, pensando ser mais sábio unir os “ouvintes” em uma única igreja, sem placa denominacional. Mas depois, todas as denominações organizaram-se em igrejas, de acordo com sua origem eclesiástica nos EUA. Newman insistiu, através de suas cartas, para que os metodistas norte-americanos abrissem uma missão em nosso país. Em 1876, a Junta de Missões da Igreja Metodista Episcopal Sul, despertada através da publicação das cartas nos jornais metodistas nos EUA, enviou seu primeiro obreiro oficial, John James Ransom. Ele se dedicou ao aprendizado do português para poder proclamar as boas-novas aos brasileiros. A partir de 1879 passou a ser o Superintendente. J.E. Newman e sua família se mudaram para Piracicaba, SP, onde permaneceram por aproximadamente um ano, entre 1879-1880, quando as filhas de Newman, Annie e Mary, organizaram um internato e externato. O “Colégio Newman” é considerado precursor do Colégio Piracicabano, hoje Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba). Aos poucos, outros missionários metodistas foram chegando para implantar definitivamente o Metodismo no Brasil, dentre eles podemos citar: John James Ransom(de 1876 a 1886) Rio de Janeiro Justus H. Nelson (de 1880 a 1925) Belém - PA James William Koger(de 1881 a 1886) Rio de Janeiro e São Paulo. Bispo John William Tarboux(de 1884 a 1938) Rio de Janeiro James Lilibourne Kennedy (de 1881 a 1926) Rio de Janeiro e Minas Gerais Hugh Clarence Tucker (de 1886 a 1930) Rio de Janeiro James MilasTerrell(de 1900 a 1939) vários estados. E muitos outros. Os dez primeiros anos de trabalho com os brasileiros John James Ransom foi um dos principais missionários metodistas no Brasil. O período de 1876 a 1886 é geralmente denominado de “Missão Ransom”, visto que ele organizou toda a estrutura. Ele não teve pressa para estabelecer o campo de trabalho:


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Piracicaba ele descartou; fez “A primeira e grande marca de alguém que um reconhecimento do Rio corrompe a Palavra de Deus, é introduzir Grande do Sul, mas escolheu nela as misturas humanas; tanto de erros [heo Rio de Janeiro como centro resias] de outros, quanto de fantasias de sua estratégico para propagar o própria imaginação. Fazer isto, é corrompe-la, no mais alto grau; é misturar com os oráculos metodismo. J.J. Ransom iniciou de Deus, fantasias impuras, adequadas apenas para a boca do diabo!” sua pregação mais tarde, a John Wesley fim de dominar o português. Em janeiro de 1878 iniciou sua pregação em inglês e português, no Rio de Janeiro. Os primeiros brasileiros foram recebidos à comunhão da Igreja em março de 1879, sem serem rebatizados. No mês de julho do mesmo ano, quatro pessoas da família Pacheco foram recebidas. Ransom casou-se com Annie Newman, no Natal de 1879, mas ela faleceu em meados do ano seguinte. Ele foi aos Estados Unidos em busca de mais pessoas dispostas a contribuir na tarefa missionária no Brasil. Voltou dois anos depois com James L. Kennedy, Marta Watts e o casal Koger. Todos contribuíram na expansão geográfica da Missão e também para a educação. As primeiras Igrejas Metodistas no Brasil 1ª - Saltinho (Santa Bárbara d’Oeste – SP), inaugurada em 17 de agosto de 1871 com nove membros. O pastor era o Rev. Junius E. Newman. (templo de madeira – foi extinto) 2ª - Rua do Catete (Rio de Janeiro) 13-01-1878, 06 membros, Rev. John James Ransom. 3ª - Piracicaba-SP -Inaugurada em 11-09-1881, com 09 membros. Rev. James William Koger 4ª - Belém-PA – Inaugurada em 01-07-1883. Rev. Justus H. Nelson 5ª - São Paulo – SP (Central) inaugurada em 10-02-1884. Rev. James William Koger 6ª - Juiz de Fora – MG (Central) organizada em maio de 1884. Rev. James L. Kennedy


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7ª - Porto Alegre – RS (Central) organizada em 27-09-1885. Rev. João da Costa Correia Os primeiros metodistas brasileiros Os primeiros metodistas brasileiros (antes só havia imigrantes americanos e ingleses) só surgiram em 1879, oficialmente registrados e batizados no dia 09 de março de 1879, recebidos pelo Rev. John James Ransom, no Rio de Janeiro. Foram o ex-padre Antonio Teixeira de Albuquerque, e a senhora Francisca de Albuquerque, sua esposa, os primeiros metodistas batizados. No mês de junho, mais quatro brasileiros foram recebidos. Eram membros da família Pacheco. Os primeiros pastores metodistas brasileiros Os primeiros pastores metodistas brasileiros foram os irmãos Ludgero Luis Correia de Miranda e Bernardo de Miranda, em 1885. Felipe Relave de Carvalho e Justiniano de Carvalho receberam nomeação episcopal em 1886. A primeira revista de Escola Dominical do Brasil Cabe ao metodismo a honra de ter editado as primeiras revistas de Escola Dominical no Brasil. O missionário John James Ransom, lançou em 1883 as revistas: “A Nossa Pequena Gente” e “Escola Dominical”. A aceitação delas foi magnífica, até em outras denominações. O primeiro jornal evangélico do Brasil O primeiro jornal metodista do Brasil, e provavelmente o jornal evangélico mais antigo em atividade no Brasil hoje, foi o “Metodista Catholico” (atual Expositor Cristão), lançado em 01 de janeiro de 1886, com quatro páginas, com sede no Rio de Janeiro. O seu fundador e diretor foi o missionário John James Ransom.


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A Conferência Anual Brasileira A princípio, o Bispo John C. Granbery, dos EUA, que era o nosso bispo, considerava muito pequeno o grupo de missionários-pastores em nosso país, para realizar uma conferência, mas entendeu que seria esse o único caminho para obter a legalização das propriedades que se adquirissem em terras brasileiras. A conferência seria o órgão deliberativo da Igreja Metodista Episcopal do Brasil, pois esperava-se que fosse reconhecida oficialmente pelo governo brasileiro. O Bispo estabeleceu os 15 Artigos Orgânicos, dando-lhes as bases jurídicas e administrativas (que na verdade foram modificadas com a instalação da República, 1889). Também se fazia necessária a transferência dos nomes de seus integrantes, missionários, das conferências originais (EUA) a que pertenciam, para o Brasil. A Missão, portanto, daria lugar a um novo organismo eclesiástico. Em setembro de 1886, foi realizada a Conferência Anual Brasileira (que hoje equivale a um Concílio), na capela da Igreja Metodista no Catete, Rio de Janeiro, em 16 de setembro de 1886, abrangendo duas coisas diferentes: área geográfica e assembléia metodista anual. Participaram da nossa primeira conferência apenas quatro integrantes: Bispo John C. Granbery, vindo dos EUA para a conferência, e os missionários Rev. James L. Kennedy, James L. Tarboux, e Hugh C. Tucker, o conhecido “Trio de Ouro”. O território metodista no Brasil possuía quatro centros principais: Catete (Rio de Janeiro), com duas congregações: estrangeira (com pregação em inglês) e brasileira, totalizando 63 membros. Um novo templo foi inaugurado em 5 de setembro de 1886, às vésperas da Conferência Anual. São Paulo tinha apenas 13 membros arrolados, mas sem propriedades. Juiz de Fora e Piracicaba possuíam templos modestos, com 31 e 70 membros, respectivamente. Nos quatro centros principais e em outros menores contavam-se 214 membros arrolados e seis pregadores locais. A Conferência Anual formulava a estratégia da região; os itinerantes (pregadores), eram avaliados com relação ao seu trabalho e caráter e recebiam nomeação do Bispo.


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Um motivo primordial tornava essencial a organização de uma Conferência Anual: reconhecer, com urgência, o metodismo brasileiro como pessoa jurídica, uma ênfase da 2ª Conferência Anual Missionária, em julho de 1886. O governo imperial não reconheceu a Junta de Missões como pessoa jurídica. Somente na República que a Conferência Anual foi reconhecida como pessoa jurídica, para o desapontamento da liderança da Igreja naquela época. A autonomia da Igreja Metodista do Brasil A igreja Metodista no Brasil nasceu como Igreja Metodista Episcopal do Sul do Império no Brasil, oriunda dos Estados Unidos da América. A Primeira Conferência Anual Missionária Brasileira ocorreu em 1886, realizada em Piracicaba-SP, de 14 a 20 de janeiro. Participaram os três missionários metodistas e suas esposas. Até o início do século XX, estávamos ligados à “Igreja Mãe”, portanto em todas as Conferências realizadas aqui, quem decidia de fato a nossa caminhada como igreja, eram os norte-americanos. Como a Igreja cresceu, era necessário que se tornasse independente dos Estados Unidos.Além do mais, no início do século XX, surgiu um movimento nacionalista no país, ou seja, uma espécie de reivindicação de patriotismo que agitou a política e, consequentemente, a população brasileira. As igrejas protestantes brasileiras também foram influenciadas por essa ideologia. Estava iniciando o despertamento para que a Igreja Metodista se tornasse autônoma. Para que uma Igreja fosse autônoma ela deveria possuir 3 requisitos: a.Auto-sustento (condições financeiras). b. Ministério próprio (pastores brasileiros). c. Auto-propagação (condições de crescer sozinha). Em 1930, depois de anos de reivindicações por parte dos metodistas brasileiros, criou-se uma Comissão Constituinte, que se reuniu na Igreja Metodista Central de São Paulo, de 29 de agosto a 2 de setembro, em nove sessões. Foi preparada uma “Proclamação da Autonomia” e promulgada a “Constituição da Igreja Metodista do Brasil”, em 2 de setembro de 1930.


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Portanto em 1930, na Conferência Anual, o bispo Edwin D. Mouzon, vindo especialmente dos Estados Unidos, em sessão solene,a 02 de setembro proclama a Autonomia da Igreja Metodista do Brasil. Foi eleito o primeiro bispo residente no Brasil, John William Tarboux. Havia em 1930, no ano da autonomia, 15.560 membros metodistas no Brasil, além de 18.092 alunos nas Escolas Dominicais. O primeiro bispo brasileiro foi eleito na Conferência Anual de 1934, em 13 de janeiro na cidade de Porto Alegre – RS, César Dacorso Filho. Foi a plena realização do anseio do metodismo brasileiro. Nessa época, César Dacorso Filho era então pastor das Igrejas Metodistas em Carangola, Caiana e Faria Lemos, em Minas Gerais. Nessa conferência aconteceu a consolidação da Autonomia e da organização da nova igreja, além de prover a Igreja de Cânones, ritual e muitas outras normas. Mais tarde foram criados o Concílio Geral e os Concílios Regionais. (Os textos sobre o Metodismo no Brasil foram baseados nos livros: História do Metodismo no Brasil, autor: José Gonçalves Salvador, Imprensa Metodista, 1982; e Momentos Decisivos do Metodismo, autor: Duncan A. Reily, Imprensa Metodista, 1991). Colégios, Faculdades e Universidades Metodistas A Igreja Metodista tem uma importante tradição mundial de organizar escolas, a partir do esforço do nosso fundador John Wesley, que se preocupou muito com a educação. O primeiro colégio metodista foi o Colégio Piracicabano, fundado em 13 de setembro de 1881 pela missionária norte-americana Martha Watts. Ele foi a semente da Universidade Metodista de Piracicaba-SP, criada em 1975. Hoje, a Igreja Metodista possui diversas instituições educacionais pelo país, destacando-se as UMESP (Universidade Metodista de São Paulo), UNIMEP (Universidade Metodista de Piracicaba-SP), Faculdade Granbery (Juiz de Fora-MG), Faculdade Izabela Hendrix (Belo Horizonte-MG), Faculdade IPA (Porto AlegreRS), todas centenárias.


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BISPOS DA IGREJA METODISTA

Bispos norte-americanos que foram superintendes no Brasil mas moravam nos EUA: 01) John Cowper Granbery (1839-1852) 02) Alpheu Waters Wilson (1834-1916) 03) Charles Betts Galloway (1849-1909) 04) Eugene R. Hendrix (1847-1927) 05) Elias Embree Hoss (1849-1919) 06) Henry Clay Morrison (1842-1921) 07) Walter Russell Lambuth (1854-1921) 08) Edwin Dubose Mouzon (1869-1937) 09) John Moore Monroe (1867-1948) 10) Hoyt McWhorter Dobbs (1878-1954) 11) James Cannon Jr. (1864-1944)

Com a Autonomia em 02 de setembro de1930, até então, Igreja Metodista Episcopal do Sul, o nome oficial passou a Igreja Metodista do Brasil, (em 1971, mudou-se para Igreja Metodista). Passamos a ter os bispos com residência no Brasil, apesar de o primeiro ainda ser norte-americano. 01) John William Tarboux (1930) 02) César Dacorso Filho (1934) 03) Isaías Fernandes Sucasas 04) Cyrus Dawsey 05) João Augusto do Amaral 06) José Pedro Pinheiro 07) Almir do Santos 08) Nathanael Inocêncio do Nascimento 09) Oswaldo Dias da Silva 10) Wilbur K. Smith 11) Sadi Machado da Silva 12) Alípio Lavoura 13) Omar Daibert 14) Moacyr Louzada Machado

15) Nelson Luiz Campos Leite 16) Paulo Ayres Mattos 17) Richard dos Santos Canfield 18) Messias Andrino 19) Adriel de Souza Maia 20) Paulo Tarso de Oliveira Lockmann 21) Isaac Aço 22) Scylla Franco 23) Stanley Moraes 24) Geoval Jacinto da silva 25) João Alves de Oliveira Filho 26) Rozalino Domingos 27) Adolfo Evaristo de Souza 28) Josué Adam Lazier 29) João Carlos Lopes 30) Davi Ponciano Dias 31) Luiz Vergílio Batista da Rosa 32) Marisa de Freitas Ferreira (primeira bispa) 33) Roberto Alves de Souza 34) Adonias Pereira do Lago 35) José Carlos Peres 36) Carlos Alberto Tavares Colégio Episcopal (2011-2016) Bispo Adonias Pereira do Lago Presidente Bispo João Carlos Lopes Vice-presidente Bispa Marisa de Freitas Ferreira Secretária Bispo Paulo Tarso de Oliveira Lockmann Bispo Roberto Alves de Souza Bispo Luiz Vergilio Batista da Rosa Bispo José Carlos Peres Bispo Carlos Alberto Tavares


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líderes pioneiros do metodismo no brasil

Rev. Fountain Elliot Pitts, primeiro missionário no Brasil

Rev. William Tarboux, primeiro bispo (1930)

Rev. James L. Kennedy

Rev. John James Ransom

Martha Watts, fundou a primeira escola metodista

Bispo César Dacorso Filho, primeiro bispo brasileiro


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Parte II Organização e Estrutura da Igreja Metodista no Brasil “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens.” Colossenses 3:23

Sede Nacional da Igreja Metodista - São Paulo

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As Regiões Eclesiásticas A Igreja Metodista no Brasil era dividida em três regiões: Norte, Centro e Sul, e a partir do Concílio Geral de 1955, passou a ser dividida em seis Regiões Eclesiásticas, sendo que cada Região possui um Bispo. Depois, surgiram a Região Missionária do Nordeste e Campos Missionários da Amazônia, atual REMA: Região Missionária da Amazônia. Mapa das Regiões Eclesiásticas

remne

Rema

4ª região

5ª região

1ª região 3ª região

6ª região

2ª região


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1ª Região Eclesiástica: Rio de Janeiro 2ª Região Eclesiástica: Rio Grande do Sul 3ª Região Eclesiástica: São Paulo Capital e Região leste de SP 4ª Região Eclesiástica: Minas Gerais e Espírito Santo 5ª Região Eclesiástica: Interior de São Paulo, Triângulo Mineiro, Brasília, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul 6ª Região Eclesiástica: Paraná e Santa Catarina Região Missionária do Nordeste (REMNE): Pernambuco, Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Norte e Tocantins. Região Missionária da Amazônia (REMA):Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima. Administração Geral Colégio Episcopal: Todos os Bispos (as) COGEAM: Coordenação Geral de Ação Missionária: Bispos, pastores e leigos. COREAM: Coordenação Regional de Ação Missionária: Bispo, pastores e leigos. CODIAM: Coordenação Distrital de Ação Missionária: SD, pastores e leigos. CLAM: Coordenação Local de Ação Missionária: Pastor(a) local e liderança leiga.


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A Organização da Igreja Metodista A Igreja Metodista organiza-se em 4 grandes áreas de atuação: Geral, Regional, Distrital e Local. Cada uma delas possui uma estrutura correspondente. No XVI Concílio Geral da Igreja Metodista, realizado em Belo Horizonte (1ª fase) e Piracicaba (2ª fase), em 1997, foram aprovados mudanças na estrutura canônica, criando-se diferentes níveis de administração, os órgãos colegiados: COGEAM, COREAM, CODIAM E CLAM. Área Geral

A área geral da Igreja Metodista é responsável pela administração da igreja em nível nacional. Suas prerrogativas passam, além da parte administrativa, por todas as diretrizes relacionadas à doutrina, educação, instituições gerais, etc. Todos os artigos canônicos que relataremos referem-se aos Cânones da Igreja Metodista, 2012-2016. Concílio Geral O Concílio Geral é o órgão superior da Igreja, conforme o Artigos 104 a 109. Dele participam: • delegados presbíteros das regiões eclesiásticas e missionárias; • delegados leigos das regiões eclesiásticas e missionárias; • representantes dos órgãos e instituições em nível geral.


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O Concílio Geral tem como responsabilidade: • elaborar as leis da Igreja; • tomar decisões sobre o governo e administração da Igreja; • eleger os bispos e∕ou bispas; • eleger os membros leigos (as) para comporem a Coordenação Geral de Ação Missionária (COGEAM). COGEAM A Coordenação Geral de Ação Missionária (COGEAM) é o órgão de administração superior da Igreja. Essa administração é expressa nos trabalhos de coordenação e execução do Plano para a Vida e Missão e das atividades da Igreja na Área Geral. (Cânones Art. 140 a 147). São integrantes da COGEAM: os três bispos que integram a Mesa do Colégio Episcopal; seis membros leigos∕as, representando cada Região Eclesiástica; três presbíteros∕as (um de cada Região não representada na mesa do Colégio Episcopal); um representante clérigo∕a ou leigo∕a da Região Missionária do Nordeste (REMNE); e um representante clérigo∕a ou leigo∕a da Região Missionária da Amazônia (REMA). É responsabilidade da COGEAM: • elaborar o anteprojeto do Plano Nacional Missionário, em conjunto com o Colégio Episcopal; • aprovar o Programa Nacional de Ação Missionária; • administrar a Igreja Metodista no período de um Concílio Geral a outro Concílio Geral. Associação da Igreja Metodista (AIM) A Associação da Igreja Metodista é a pessoa jurídica da Igreja Metodista. A AIM é regida por estatuto próprio aprovado pelo Concílio Geral, por proposta da Coordenação Geral de Ação Missionária (COGEAM). Os membros leigos e leigas da COGEAM compõem o Conselho Diretor da AIM (Art. 105). O vice-presidente da COGEAM,


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leigo ou leiga, é o presidente do Conselho Diretor da AIM. A AIM é responsável por manter e orientar a administração patrimonial e econômica das igrejas locais e instituições. Rede Metodista de Educação A Igreja Metodista realiza o seu ministério educacional em três áreas: educação cristã, educação teológica e educação secular. A Rede Metodista de Educação é constituída das Instituições Metodistas de Educação (IME) e tem por objetivo oferecer uma educação de boa qualidade e com as marcas de sua confessionalidade. (Art. 164). A educação secular é integrada pelo Conselho Geral das Instituições Metodistas de Ensino (COGEIME). A educação teológica é integrada pela Coordenação Nacional de Educação Teológica (CONET). Área Regional A Igreja Metodista possui regiões eclesiásticas, cada um com seu bispo e sua estrutura regional. A ela compete organizar atividades de cada região, administrar suas instituições regionais, cuidar de seu corpo clérigo, etc., tudo isso com a finalidade de atingirmos a nossa missão.


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“Eu creio que a santificação seja a vida de Deus na alma do homem, uma co-participação da natureza divina (2 Pe 1.14), o sentimento que houve em Cristo (Fp 2.5), ou a renovação do nosso coração segundo a imagem daquele que nos criou (Cl 3.10)”. John Wesley

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O Concílio Regional é o órgão deliberativo e administrativo de uma Região Eclesiástica (Art. 83). Região Eclesiástica é a área sob a jurisdição do respectivo Concílio Regional e sob supervisão de um∕a Bispo∕a-

Presidente. O Concílio Regional decide sobre a organização regional, elege os ocupantes de cargos regionais, decide sobre o ministério pastoral, as instituições regionais e providencia os recursos necessários para o desenvolvimento da missão. O Concílio ocorre a cada dois anos. Cada igreja local envia um delegado∕a (ou mais) para participar juntamente com todos os pastores∕as e o Bispo∕a. É no Concílio Regional que são eleitos os delegados e delegadas ao Concílio Geral, e são realizadas as nomeações pastorais. COREAM É o órgão regional responsável pela administração da Região Eclesiástica (Art. 101 a 103). Exerce a administração da Região, no interregno das reuniões do Concílio Regional. Supervisiona o funcionamento da Organização Regional e as instituições regionais. A COREAM é composta, além do∕a Bispo∕a-Presidente, por três presbíteros∕as e quatro membros leigos, todos eleitos pelo Concílio Regional. Atua junto com as Secretarias Regionais de Educação Cristã, Ação Social, Expansão Missionária e, Ação Administrativa, além da Tesouraria Regional. Área Distrital


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Distrito é a área sob supervisão de um∕a Superintendente Distrital e jurisdição do Concílio Distrital para integrar, articular e promover a ação missionária das igrejas locais. (Art. 75 a 82). O Concílio Distrital compõem-se de presbíteros∕as, pastores∕as, delegados leigos e dirigentes de grupos societários do Distrito. O Concílio Distrital tem a responsabilidade de aprovar, acompanhar, fazer executar e avaliar o Plano de Ação Missionária do Distrito, à luz das ênfases e diretrizes do Plano Nacional Missionário. CODIAM A CODIAM (Coordenação Distrital de Ação Missionária) é responsável pela elaboração do Plano de Ação Distrital, seguindo as orientações dos Concílios e da COREAM. Dela participam representantes leigos e clérigos do distrito. São eleitos pelos Concílios Distritais. O Superintendente Distrital (SD) é um∕a Presbítero Ativo∕a nomeado pelo Bispo∕a para superintender um Distrito. O∕A SD é responsável pela unidade, orientação doutrinária, supervisão das atividades pastorais, promover e fortalecer iniciativas missionárias das igrejas locais e do Distrito; e assessorar o∕a Bispo em assuntos pastorais e outros previstos na legislação. Área Local


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A Igreja Local, comunidade de fé, é base do sistema metodista e parte do corpo de Cristo. É o local onde nos encontramos para prestar culto, buscarmos conhecimento e compreensão da Bíblia, para fortalecermos o nosso compromisso com o Reino de Deus e estarmos juntos à mesa do Senhor. A Igreja Local é jurisdicionada por um Concílio Local, o qual corresponde a uma área territorial. (Art. 49 a 74). A igreja tem como finalidade proclamar Jesus Cristo como Senhor e Salvador; promover a justiça, a paz, o bem estar das pessoas e da sociedade. Ela se organiza em Dons e Ministérios. Isso significa que a organização da igreja local é estabelecida por suas necessidades e, principalmente, pelos desafios da comunidade onde ela está inserida. Os ministérios são os serviços que a igreja local realiza contando com os dons de seus membros, tanto de forma individual quanto comunitária. Aos membros da Igreja são concedidos iguais oportunidades para que possam expressar seus dons por meio de serviços e ministérios. Cada igreja local organiza-se estabelecendo, no mínimo, ministérios de: • Ação Missionária • Ação Docente • Ação Social • Ação Administrativa • Ministério com Crianças Concílio Local O Concílio Local é o órgão deliberativo e administrativo da Igreja Local. (Art. 54). O Concílio Local é a assembleia da igreja. Dele participam e devem participar todos os membros leigos inscritos no Rol de Membros da igreja local e das congregações. O Concílio Local reúne-se ordinariamente uma vez por ano, por convocação do∕a Pastor∕a titular e, extraordinariamente, as vezes que forem necessárias, por iniciativa dele∕a, ou por solicitação da CLAM. O Concílio Local pode resolver todos os assuntos necessários


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à vida e à missão da igreja local com base na Palavra de Deus, nos Cânones e documentos orientados da Igreja. CLAM - Coordenação Local de Ação Missionária A CLAM é o órgão responsável pela administração da igreja local de acordo com o regimento aprovado pelo Concílio Local. Ela tem como tarefa principal preparar, coordenar e avaliar o Plano Local de Ação Missionária. Fazem parte da CLAM, o∕a Pastor/a local, o∕a Secretário/a de Atas; o∕a Tesoureiro∕a da Igreja Local; coordenadores de ministérios e grupos societários; presidentes dos Conselhos Diretores das instituições locais e outros, nos termos do Regimento da Igreja Local. Igreja Metodista: uma igreja de Dons e Ministérios O Plano para a Vida e Missão da Igreja Metodista (PVMI), um documento dos mais fundamentais da nossa igreja, foi aprovado no 13° Concílio Geral de 1982, que entendemos ser apontado para a recriação de uma nova igreja, uma nova estruturação com a modalidade conhecida por Dons e Ministérios. Dons e Ministérios não é um programa. É um movimento. Um movimento conduzido pelo Espírito, cujas raízes encontramos na Palavra de Deus. Esse movimento representa o caráter ministerial de TODA A IGREJA, onde todo(as), pastores(as) e irmãos leigos(as), participam do ministério total da Igreja. Dons e Ministérios tem uma visão missionária. O movimento existe em função da Missão, pois somos uma “Comunidade Missionária”. Não surgimos “A riqueza não é necessária para a glória de qualquer nação; mas sabedoria, virtude, e nem vivemos para nós justiça, misericórdia, generosidade, espírito mesmos. Nosso ministério público, amor pelo nosso país. Estes são ne- não deve estar voltado para cessários para a glória real de uma nação; mas “nós mesmos”, mas para abundância de riqueza não é”. as pessoas, comunidades e (Pensamento sobre a Escravidão) todo o universo. É à luz do John Wesley “ministério de Cristo” que


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devemos desenvolver o nosso ministério. É da visão de uma “Igreja Missionária”, comunidade do Senhor, que deve nascer o movimento Dons e Ministérios. No processo de implantação e desenvolvimento dessa nova configuração e vivência da Igreja, surgiram muitas questões teóricas, teológicas, bíblicas e práticas. Como sair de uma “igreja de cargos e poderes” para uma “igreja de ministérios”? Como conviver a realidade de uma “igreja pluralista” com a vivência de uma “igreja em Unidade”, fundamental para a caminhada dos Dons e Ministérios? O certo é que a Igreja Metodista tomou um novo rumo, redescobriu a sua identidade e se posicionou de forma mais madura no processo, a fim de fortalecer a unidade e a conexionalidade missionária da Igreja Metodista. A Igreja Local é jurisdicionada por um Concílio Local, que corresponde a uma área territorial, e só “existe” de fato, se há sustentabilidade material. Existe a Igreja Local, a Congregação e o Ponto Missionário. Para ser uma igreja autônoma (deixar de ser uma congregação), com um/a pastor/a local, é necessário o sustento próprio, recursos financeiros para o seu funcionamento, inclusive remuneração pastoral, quotas orçamentárias e o credenciamento do Concílio Regional. Para o funcionamento de uma Igreja Metodista é necessário pelo menos formar os ministérios das áreas Missionária, Administrativa, de Educação, de Ação Social e de Trabalho com Crianças. (Cânones, 2012, Art. 50, Do Reconhecimento de Igreja Local). Os Ministérios que as igrejas locais organizam, são: Ministério de Administração e Finanças; Ensino; Palavra; Louvor e Adoração; Ação Social; Oração; Diaconia; Comunicação; Teatro e Dança; Missões; Evangelização; Família; Casais; Ornamentação; Terceira Idade; Infantil; Discipulado; Memória e Patrimônio; Libras; e específicos (Trabalho com encarcerados; toxicômanos; afro-descendentes; indígenas; universitários, etc), e muitos outros, dependendo da necessidade. Além dos grupos societários: Sociedade Metodista de Homens; Mulheres; Jovens; Juvenis.


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O Plano para a Vida e a Missão da Igreja foi aprovado em 1982 e implantado em todo o país. A partir de então, tem sido um instrumento fundamental para a renovação da prática missionária do povo chamado metodista em terras brasileiras. O próprio processo de redescoberta e implementação do exercício dos Dons e Ministérios na vida da Igreja Metodista no Brasil, é fruto da ação do Espírito Santo que levou à aprovação do Plano para a Vida e a Missão da Igreja, O PVMI. O PVMI é continuação dos Planos Quadrienais de 1974 e 1978 e consequência direta da Consulta Nacional de 1981 sobre a Vida e a Missão da Igreja. O PVMI aborda vários aspectos em todas as dimensões de nossa vida como igreja, tais como: 1) A herança wesleyana: elementos fundamentais da unidade metodista; 2) Entendendo a vontade de Deus; 3) Necessidades e oportunidades; 4) O que é trabalhar na Missão de Deus? 4) Como participar da Missão de Deus? 5) Situações nas quais acontece a Missão; 6) Os frutos do trabalho na Missão de Deus; 7) Esperança e vitória na Missão de Deus. O PVMI aborda também as áreas de Vida e Trabalho, destacando: 1) A Área de Ação Social; 2) Área de Comunicação Cristã; 3) Área de Educação; 4) Área de Ministério Cristão; 5) Área de Evangelização; 6) Área de Patrimônio e Finanças; 7) Área de promoção da Unidade Cristã. Também destaca as Diretrizes para a Educação na Igreja Metodista. Portanto, é o documento mais importante da Igreja Metodista, que norteia os demais documentos na caminhada da Igreja. Plano Nacional Missionário O 19° Concílio Geral aprovou por unanimidade o Plano Nacional Missionário que traz os conteúdos que a Igreja Metodista denomina como os alicerces, os compromissos missionários, as ênfases missionárias e prioridades para as igrejas locais. O fortalecimento dos eixos missionários do PNM possibilitará, sob a graça de Deus, dar continuidade histórica a uma Igreja que se encontra numa dinâmica conciliar, episcopal e conexional. Tanto o Plano Regional de Ação Missionária como o Plano Local têm


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que considerar e acompanhar os direcionamentos, prioridades e compromissos expostos no Plano Nacional Missionário. “Os compromissos missionários apresentam continuidade, aperfeiçoamento ou novas percepções na vida e missão da Igreja. Os compromissos são as principais metas, linhas de ação que incentivam a Igreja Metodista a caminhar na Graça, servir com dons e produzir os frutos do Reino de Deus, como ‘comunidade missionária a serviço do povo, espalhando a santidade bíblica sobre toda a terra”. O texto do Plano Nacional Missionário lista alguns fundamentos norteadores e prioridades para a Igreja Metodista, que consideramos as seis Ênfases Missionárias: 1) Estimular o zelo evangelizador na vida de cada metodista, de cada igreja local; 2) Revitalizar o carisma dos ministérios clérigo e leigo nos vários aspectos da missão; 3) Promover o discipulado na perspectiva da salvação, santificação e serviço; 4) Fortalecer a Identidade, Conexidade e Unidade da Igreja. 5) Implementar ações que envolvam a Igreja no cuidado e preservação do Meio Ambiente; 6) Promover maior comprometimento e resposta da Igreja ao Clamor do Desafio Urbano. Cânones da Igreja Metodista No início do Movimento Metodista, quando ainda não existia oficialmente a Igreja Metodista, John “É o simples e antigo cristianismo o que preWesley já começara a go, renunciando e detestando todas as outras marcas de distinção. Porém, dos verdadeiros elaborar as regras das cristãos, qualquer que seja sua denominação, Sociedades, devido ao seu desejamos ardentemente em nada nos distincrescimento e para combater guir... por questão de opiniões e termos, não os falsos ensinamentos destruamos a obra de Deus. Amar e temer a que penetravam nestas Deus? Isso é o bastante! Te estendo a mão diSociedades Metodistas, reita do companheirismo”. John Wesley principalmente a Doutrina


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da Predestinação, a qual ele combateu durante toda sua vida. As primeiras doutrinas sistematizadas da Igreja Metodista surgiram com a organização das Regras Gerais, por John Wesley, na Inglaterra, em 1743. A influência das Regras Gerais, que governavam a vida moral dos metodistas, tornou-se conhecida em toda Inglaterra. O metodismo se tornou o modelo de moralidade e isto acabou influenciando a nação inteira. Antes dos Cânones, a Igreja Metodista seguia os padrões doutrinários do Livro Da Disciplina, da Igreja Metodista dos Estados Unidos, organizado em 1784. Até 1930, a Igreja Metodista Episcopal do Brasil adotava as Disciplinas. O nosso primeiro Cânones foi publicado após o II Concílio Geral, em 1934. Após cada Concílio Geral, o Cânones sofre alterações, de acordo com as novas leis aprovadas, porém, “sem prejuízo dos artigos, parágrafos, incisos e alíneas não expressamente alterados, modificados ou revogados que não sofrem solução de continuidade temporal”. (Art. 281- Da Vigência das Alterações Canônicas; Cânones 2012). “O Cânones é um livro para todos nós. Nele encontramos os fundamentos missionários e organizacionais da nossa Igreja. Ele contém duas partes distintas: na primeira, encontramos a Constituição e os Elementos Básicos da Igreja Metodista. Aí estão os contornos da vida da Igreja. Fala do “porquê” e “para quê”. Na segunda, encontramos toda a legislação para os diferentes níveis da Igreja. Aí está a nossa organização. Fala do “como”. Ele não tem a intenção de polemizar ou gerar conflitos e nem deveria ser usado para isso, pois é um livro importante para a família metodista. Para facilitar seu acesso, está disponibilizado na forma digital no site nacional da Igreja Metodista: www.metodista.org.br . O Cânones é revisto periodicamente pelo Concílio Geral. Isso é feito debaixo de muita oração e busca da orientação divina. Por isso temos a convicção de que esse documento representa a vontade de Deus para esse momento específico da vida da Igreja.” (Bispo João Carlos Lopes) “... o cristianismo é essencialmente uma religião social; e reduzi-la tão só a uma expressão solitária é destruí-la.” John Wesley


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O Cânones é o livro de leis por excelência da Igreja Metodista. Nele encontramos a Proclamação da Autonomia da Igreja Metodista; A Constituição da IM; Os elementos Básicos da IM: Das Doutrinas, Dos Costumes, Do Credo Social; Das Normas do Ritual; Do Plano para a Vida e a Missão; Das Diretrizes para a Educação na IM; Do Plano Diretor Missionário; Parte Especial: Histórico, Missão, Doutrinas, Pessoa Jurídica e Registro Civil; Território, Dos Membros da IM (leigos e Clérigos); Da Administração da Igreja (Superior, Intermediária e Básica); Das Instituições; Das Normas de Administração: EconômicoFinanceira, Patrimonial, de Pessoal Clérigo; Das Normas de Contratação; Das Normas da Disciplina Eclesiástica. As Doutrinas e os Costumes Metodistas A Igreja Metodista, como uma igreja histórica, está presente em mais de 150 países do mundo, procura manter as duas doutrinas básicas e históricas em todas as igrejas de raízes metodistas no âmbito mundial, e filiadas ao Concílio Mundial Metodista. As Doutrinas Metodistas remontam ao século XVIII,quando John Wesley, ao longo de sua caminhada cristã, redigiu as normas doutrinárias metodistas. No Brasil, as Doutrinas e os Costumes são parte fundamental e irrevogável do Cânones. No Capítulo DAS DOUTRINAS, assim diz o Cânones: Art. 2° - Doutrinas e costumes são os princípios e normas pelos quais a Igreja Metodista se orienta, e são os mesmos aceitos pelo Metodismo Universal, fundamentados nas Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento, única regra de fé e prática dos cristãos. Onde se fundamenta as Doutrinas dos metodistas: 1) A tradição doutrinária metodista orienta-se pelo Credo Apostólico, pelos Vinte e Cinco Artigos de Religião do Metodismo histórico e pelos Sermões de John Wesley e suas Notas sobre o Novo Testamento. 2) Os Sermões de John Wesley e suas Notas sobre o Novo Testamento são publicados em livro. 3) Os Vinte e Cinco Artigos de Religião do Metodismo histórico estão descritos abaixo.


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Os Costumes da Igreja Metodista Conforme relata o Cânones da Igreja Metodista, capítulo II, em seu art. 3º. Art. 3º - Como fez João Wesley, no seu tempo, seu pronunciamento em documento que chamou Regras Gerais, código de conduta cristã para as pessoas que o procuraram em busca de conforto espiritual, no desejo da salvação e santidade, assim a Igreja Metodista, adaptando a cada época sua linguagem, conserva os mesmos princípios, os quais recomenda a todos os seus membros, como prática de vida a saber: 1- Não praticar o mal. 2 - Zelosamente, praticar o bem. 3 - Atender às ordenanças de Deus. Fundamentada nesses princípios, a Igreja confia que os metodistas preservem a sua tradição e continuem a ser reconhecidos como pessoas de vida regrada. Os metodistas são: • moderados nos divertimentos; • modestos no trajar; • abstêmios do álcool como bebida; • empenhados no combate aos vícios; • observadores do Dia do Senhor, especialmente dedicado ao culto público, ao cultivo espiritual, pelo estudo da Bíblia, e ao descanso físico; • observadores dos preceitos da Igreja e dos meios de graça que ela oferece, participando dos ofícios divinos e da Ceia do Senhor; • praticantes do jejum e da oração individual e em família; • honestos em negócios; • fraternais nas relações de uns com os outros; • tolerantes e respeitadores das ideias e opiniões alheias; • praticantes de boas obras; • benfeitores dos necessitados; • defensores dos oprimidos; • promotores da instrução secular e religiosa; • e operosos na obra de evangelização.


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Concílios Gerais da Igreja Metodista I Concílio Geral – 1930 (02 a 09 setembro) São Paulo-SP II CG – 1934 (04 a19 janeiro) Porto Alegre-RS III CG – 1938 (06 a 19 fevereiro) Juiz de Fora-MG IV CG – 1942 (08 a 19 fevereiro) Piracicaba-SP V CG –1946 (14 a 16 fevereiro) Piracicaba-SP VI CG – 1950 (12 a 25 fevereiro) Porto Alegre-RS VII CG – 1955 (19 a 21 julho) Rio de Janeiro-RJ VIII CG – 1960 (10 a 20 julho) Juiz de Fora-MG IX CG – 1965 (10 a 20 julho) Rio de Janeiro-RJ X CG – 1970 (julho) Belo Horizonte-MG 1971 (continuação) Rio de Janeiro-RJ

XI CG – 1974 (04 a 14 julho) Rio de Janeiro-RJ XII CG – 1978 (23 a 30 julho) Piracicaba-SP XIII CG – 1982 (18 a 28 julho) Belo Horizonte-MG XIV CG – 1987 (15 a 23 julho) São Bernardo do Campo-SP XV CG – 1991 (05 a 13 julho) Juiz de Fora-MG XVI CG –1997 (1ª fase – fevereiro) Belo HorizonteMG (2ª fase- julho) Piracicaba-SP XVII CG – 2001 (07 a 14 julho) Maringá-PR XVIII CG – 2006 (10 a 16 julho) Aracruz-ES (12 a 14 outubro) São Bernardo do Campo-SP XIX CG – 2011 (09 a 17 julho) Brasília-DF

Os 25 Artigos de Religião do Metodismo Histórico 1- Da fé na Santa Trindade Há um só Deus vivo e verdadeiro, eterno, sem corpo nem partes; de poder, sabedoria e bondade infinitos; criador e conservador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Na unidade desta Divindade, há três pessoas da mesma substância, poder e eternidade - Pai, Filho e Espírito Santo. 2- Do Verbo ou Filho de Deus que se fez verdadeiro Homem. O Filho, que é o verbo do Pai, verdadeiro e eterno Deus, da mesma substância do Pai, tomou a natureza humana no ventre da


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bendita Virgem, de maneira que duas naturezas inteiras e perfeitas, a saber, a divindade e a humanidade, se uniram em uma só pessoa para jamais se separarem, a qual pessoa é Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que realmente sofreu, foi crucificado, morto e sepultado, para nos reconciliar com seu Pai e para ser um sacrifício não somente pelo pecado original, mas, também, pelos pecados atuais dos homens. 3- Da ressurreição de Cristo. Cristo, na verdade, ressuscitou dentre os mortos, tomando outra vez o seu corpo com todas as coisas necessárias a uma perfeita natureza humana, com as quais subiu ao Céu e lá esta até que volte a julgar os homens, no último dia. 4- Do Espírito Santo. O Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, é da mesma substância, majestade e glória com o Pai e com Filho, verdadeiro e eterno Deus. 5- Da suficiência das Santas Escrituras para a salvação. As Santas Escrituras contêm tudo que é necessário para a salvação, de maneira que o que nelas não se encontre, nem por elas se possa provar, não se deve exigir de pessoa alguma para ser crido como artigo de fé, nem se deve julgar necessário para a salvação. Entende-se por Santas Escrituras os livros canônicos do Antigo e do Novo Testamentos de cuja autoridade nunca se duvidou na Igreja, a saber, do Antigo Testamento: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cânticos de Salomão, Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, e Malaquias; e do Novo Testamento: Evangelhos; segundo S. Mateus, S. Marcos, S. Lucas, e S. João; Atos dos Apóstolos; Epístolas de S. Paulo: aos Romanos, I e II aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, I e II aos Tessalonicenses, I e II a


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Timóteo, a Tito e a Filemom; Epístola aos Hebreus; Epístola de S. Tiago; Epístola I e II de S. Pedro; Epístola I, II e III de S. João; Epístola de S. Judas, e o Apocalipse. 6- Do Antigo Testamento. O Antigo Testamento não está em contradição com o Novo, pois tanto no Antigo como no Novo Testamentos a vida eterna é oferecida à humanidade por Cristo, que é o único mediador entre Deus e o homem, sendo ele mesmo Deus e Homem; portanto, não se deve dar ouvidos àqueles que dizem que os patriarcas tinham em vista somente promessas transitórias. Embora a lei dada por Deus a Moisés, quanto às cerimônias e ritos, não se aplique aos cristãos, nem tão pouco os seus preceitos civis devam ser necessariamente aceitos por qualquer governo, nenhum cristão está isento de obedecer aos mandamentos chamados morais. 7- Do pecado original. O pecado original não está em imitar Adão, como erradamente dizem os Pelagianos, mas é a corrupção da natureza de todo descendente de Adão, pela qual o homem está muito longe da retidão original e é de sua própria natureza inclinado ao mal e isto continuamente. 8- Do livre arbítrio. A condição do homem, depois da queda de Adão, é tal que ele não pode converter-se e preparar-se pelo seu próprio poder e obras, para a fé e invocação de Deus; portanto, não temos forças para fazer boas obras agradáveis e aceitáveis a Deus sem a sua graça por Cristo, predispondo-nos para que tenhamos boa vontade e operando em nós quando temos essa boa vontade. 9- Da justificação do homem. Somos reputados justos perante Deus somente pelos merecimentos de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, por fé e não por obras ou merecimentos nossos; portanto, a doutrina de que somos justificados somente pela fé é mui sã e cheia de conforto.


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10- Das boas obras. Posto que as boas obras, que são o fruto da fé e seguem a justificação, não possam tirar os nosso pecados, nem suportar a severidade do juízo de Deus, contudo são agradáveis e aceitáveis a Deus em Cristo, e nascem de uma viva e verdadeira fé, tanto assim que uma fé viva é por elas conhecida como a árvore o é pelos seus frutos. 11- Das obras de superrogação. As obras voluntárias que não se achem compreendidas nos mandamentos de Deus, as quais se chamam obras de superrogação, não se podem ensinar sem arrogância e impiedade; pois, por elas, declaram os homens que não só rendem a Deus tudo quanto lhe é devido, mas também de sua parte fazem ainda mais do que devem, embora Cristo claramente diga: “Quando tiverdes feito tudo o que se vos manda, dizei: Somos servos inúteis”. 12- Do pecado depois da justificação. Nem todo pecado, voluntariamente cometido depois da justificação, é o pecado contra o Espírito Santo e imperdoável; logo, não se deve negar a possibilidade de arrependimento aos que caem em pecado depois da justificação. Depois de termos recebido o Espírito Santo, é possível apartar-nos da graça recebida e cair em pecado, e pela graça de Deus levantar-nos de novo e emendar nossa vida. Devem, portanto, ser condenados os que digam que não podem mais pecar enquanto aqui vivem, ou que neguem a possibilidade de perdão àqueles que verdadeiramente se arrependam. 13- Da Igreja. A Igreja visível de Cristo é uma congregação de fiéis na qual se prega a pura Palavra de Deus e se ministram devidamente os sacramentos, com todas as coisas a eles necessárias, conforme a instituição de Cristo. 14- Do purgatório. A doutrina romana do purgatório, das indulgências,


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veneração e adoração, tanto de imagens como de relíquias, bem como a invocação dos santos, é uma invenção fútil, sem base em nenhum testemunho das Escrituras e até repugnante à Palavra de Deus. 15- Do falar na congregação em língua desconhecida. É claramente contrário à Palavra de Deus e ao costume da igreja Primitiva celebrar o culto público na Igreja, ou ministrar os sacramentos, em língua que o povo não entenda. 16- Dos sacramentos. Os sacramentos instituídos por Cristo não são somente distintivos da profissão de fé dos cristãos; são, também, sinais certos da graça e boa vontade de Deus para conosco, pelos quais Ele invisivelmente, opera em nós, e não só desperta, como fortalece e confirma a nossa fé n’Ele. Dois somente são os sacramentos instituídos por Cristo, nosso Senhor, no Evangelho, a saber: o batismo e a Ceia do Senhor. Os outros cinco, vulgarmente chamados sacramentos, a saber: a confirmação, a penitência, a ordem, o matrimônio e a extrema unção, não devem ser considerados sacramentos do Evangelho. Sendo, como são, em parte, uma imitação corrompida de costumes apostólicos e, em parte, estados de vida permitidos nas Escrituras, mas que não têm a natureza do batismo, nem a da Ceia do Senhor, porque não têm sinal visível, ou cerimônia estabelecida por Deus. Os sacramentos não foram instituídos por Cristo para servirem de espetáculo, mas para serem recebidos dignamente. E somente nos que participam deles dignamente é que produzem efeito salutar, mas aqueles que os recebem indignamente recebem para si mesmos a condenação, como diz S. Paulo ( I Coríntios 11.29). 17- Do batismo. O batismo não é somente um sinal de profissão de fé e marca de diferenciação que distingue os cristãos dos que não são batizados, mas é, também, um sinal de regeneração, ou de novo nascimento. O batismo de crianças deve ser conservado na Igreja.


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18- Da Ceia do Senhor. A Ceia do Senhor não é somente um sinal do amor que os cristãos devem ter uns para com os outros, mas antes é um sacramento da nossa redenção pela morte de Cristo, de sorte que, para quem reta, dignamente e com fé o recebem, o pão que partimos é a participação do corpo de Cristo, como também o cálice de bênção é a participação do sangue de Cristo. A transubstanciação ou a mudança de substância do pão e do vinho na Ceia do Senhor, não se pode provar pelas Santas Escrituras, e é contrária às suas terminantes palavras; destrói a natureza de um sacramento e tem dado motivo a muitas superstições. O corpo de Cristo é dado, recebido e comido na Ceia, somente de modo espiritual. O meio pelo qual é recebido e comido o corpo de Cristo, na Ceia, é a fé. O sacramento da Ceia do Senhor não era, por ordenação de Cristo, custodiado, levado em procissão, elevado, nem adorado. 19- De ambas as espécies. O cálice do Senhor não se deve negar aos leigos, porque ambas as espécies da Ceia do Senhor, por instituição e mandamento de Cristo, devem ser ministradas a todos os cristãos igualmente. 20- Da oblação única de Cristo sobre a cruz. A oblação de Cristo, feita uma só vez, é a perfeita redenção, propiciação e satisfação por todos os pecados de todo o mundo, tanto o original como os atuais, e não há nenhuma outra satisfação pelo pecado, senão essa. Portanto, o sacrifício da missa, no qual se diz geralmente que o sacerdote oferece a Cristo em expiação de pecados pelos vivos e defuntos, é fábula blasfema e engano perigoso. 21- Do casamento dos ministros. Os ministros de Cristo não são obrigados pela lei de Deus, quer a fazer voto de celibato, quer a abster-se do casamento; portanto, é tão lícito, a eles como aos demais cristãos, o casarem-se à sua vontade, segundo julgarem melhor à prática da piedade.


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22- Dos ritos e cerimônias da Igreja. Não é necessário que os ritos e cerimônias das Igrejas sejam em todos os lugares iguais e exatamente os mesmos, porque sempre têm sido diferentes e podem mudar-se conforme a diversidade dos países, tempos e costumes dos homens, contando que nada seja estabelecido contra a palavra de Deus. Entretanto, todo aquele que, voluntária, aberta e propositadamente quebrar os ritos e cerimônias da Igreja a que pertença, os quais, não sendo repugnantes à Palavra de Deus, são ordenados e aprovados pela autoridade competente, deve abertamente ser repreendido como ofensor da ordem comum da Igreja e da consciência dos irmãos fracos, para que os outros temam fazer o mesmo. Toda e qualquer Igreja pode estabelecer, mudar ou abolir ritos e cerimônias, contanto que isso se faça para edificação. 23- Dos deveres civis dos cristãos. É dever dos cristãos, especialmente dos ministros de Cristo, sujeitarem-se à autoridade suprema do país onde residam e empregarem todos os meios louváveis para inculcar obediência aos poderes legitimamente constituídos. Espera-se, portanto, que os ministros e membros da Igreja se portem como cidadãos moderados e pacíficos. 24- Dos bens dos cristãos. As riquezas e os bens dos cristãos não são comuns, quanto ao direito, título e posse dos mesmos, como falsamente apregoam alguns; não obstante, cada um deve dar liberalmente, do que possui, aos pobres. 25- Do juramento do cristão. Assim como confessamos que é proibido aos cristãos por nosso Senhor Jesus Cristo e por Tiago, seu apóstolo, o jurar em vão e precipitadamente, assim também julgamos que a religião Cristã não proíbe o juramento quando um magistrado o requer em causa da fé e caridade, contanto que se faça segundo o ensino do profeta, em justiça, juízo e verdade. Fonte: Cânones da IM


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O Batismo na Igreja Metodista A Igreja Metodista, como igreja histórica, ensina que os Sacramentos (Batismo e Ceia do Senhor) são meios de graça instituídos por Jesus Cristo e são sinais visíveis da graça invisível do Espírito Santo na vida dos crentes. Na Igreja Metodista existe uma característica diferenciada das demais denominações, quanto ao Batismo: Há três formas aceitas da realização do Batismo: Aspersão, imersão ou derramamento. Também aceita-se o batismo infantil. De acordo com o Cânones da Igreja Metodista (2012) - Dos Sacramentos, no seu Art. 9, diz: O Batismo é o sinal visível da graça de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual nos tornamos participantes da comunhão do Espírito Santo e herdeiros da vida eterna. 1 - O Batismo é aplicável a crianças, a maiores cristãos e a excepcionais de qualquer idade. 2 - O Batismo de maiores cristãos somente se aplica a pessoas que desejam filiar-se à Igreja e assumem os votos de membro, conforme o Cânones. 3 - O Batismo de crianças só será feito com a garantia de que entre pais e testemunhas haja quem possa assumir todas as responsabilidades exigidas pelo cerimonial, para o que serão os mesmos prévia e devidamente orientados quanto às responsabilidades que assumem. 4 - O Batismo, “Vossa própria natureza é dar sabor a tudo sendo ato de testemunho quanto vos rodeia. É da natureza do divino comunitário, deverá ser sabor que existe em vós expandir-se em tudo realizado, sempre que quanto tocardes, difundir-se por todos os lapossível, durante o Culto dos, atingindo a todos aqueles em cujo meio Público. estiverdes. Esta é a grande razão pela qual Na Carta Pastoral a Providência de Deus vos misturou com os outros homens, de modo que as graças, quaisdo Colégio Episcopal sobre quer que sejam, que de Deus houverdes receo Batismo (Imprensa bido, possam ser comunicadas através de vós Metodista, 1996, p. 27), ao demais homens.” diz: “Cuidamos da saúde, John Wesley educação, formação


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escolar, educação religiosa das crianças, por que não as levamos ao altar de Deus para um pacto como o Batismo? Assim faziam os judeus; não era membro do povo de Deus quem não trouxesse na carne o sinal da aliança, representado pela circuncisão. A apresentação da criança não substitui o batismo, pois não é pacto, não tem sinal da aliança com Deus.” No Art. 10, o Cânones, diz que: O Batismo é com água, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, por aspersão, derramamento ou imersão. A Ceia do Senhor John Wesley recomendou a Ceia do Senhor como parte fundamental do culto cristão. Deve ser celebrada com a devida frequência, pelo menos uma vez por mês, sobretudo pelo que ela representa, ou seja, a recordação e a atualização da presença e da palavra de Jesus, bem como da Missão da Igreja. No Art. 11, do Cânones, fala sobre a Ceia do Senhor na Igreja Metodista: “A Ceia do Senhor é o sinal de nossa redenção em Cristo e o memorial perpétuo de Sua paixão e morte. Nos elementos da Ceia, Cristo se dá aos que são seus, renovando a comunhão de amor da nova aliança”. A celebração da Ceia do Senhor aproxima a todos igualmente de Cristo e uns dos outros. É um momento de profunda igualdade, unidade, comunhão e espiritualidade. Na Igreja Metodista, as crianças têm o direito de participarem da Ceia do Senhor. A Carta Pastoral do Colégio Episcopal sobre a Ceia do Senhor (Imprensa Metodista, 1996, p. 23), sobre as Orientações para a celebração, recomenda: “A criança, como herdeira do Reino de Deus, deve participar da Ceia do Senhor, preferencialmente junto com seus pais, outros familiares, membros da Igreja, ou acompanhadas pelas pessoas responsáveis por sua formação cristã, depois de terem sido orientadas pelos mesmos sobre a relevância da celebração e o seu significado” . A Carta, informa também que, “ Os pastores e pastoras metodistas orientarão aos pais e demais membros da comunidade local para que instruam


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seus filhos e filhas acerca do significado e natureza da Ceia do Senhor.” As Doutrinas Teológicas Básicas do Metodismo Histórico A origem das doutrinas Metodistas é o cristianismo puro mediante uma experiência pessoal do poder de Deus na vida dos crentes. Essas doutrinas não nasceram, pois, num meio exclusivamente intelectual, porém, na experiência dos homens. Portanto, o metodismo não se caracteriza tanto pela sua insistência na conformidade do indivíduo a um credo, mas em conformar a sua vida à santidade. John Wesley nunca escreveu uma “Teologia Sistemática”, ou seja, nunca parou para escrever o que ele cria sobre a doutrina cristã. Ele foi designado um “teólogo prático”, e suas doutrinas foram escritas ao longo de sua vida. As doutrinas metodistas são inseridas em seus sermões, diários, tratados e cartas. No prefácio de seus Sermões, John Wesley revela quem é o alvo de sua teologia: “Escrevo como geralmente falo, isto é, para o povo – ad populum – à massa humana, àqueles que nem apreciam, nem compreendem a arte de falar, mas que são, não obstante, competentes juízes das verdades necessárias à felicidade perante e futura (Ambiciono a verdade simples para o povo simples” (Prefácio aos Sermões). Para entender melhor a contribuição teológica de Wesley, William J. Hinson, no livro A Dinâmica do Pensamento de Wesley, destaca: “Para entender a posição de Wesley é necessário reconhecer sua separação entre ‘opiniões’ e ‘doutrinas essenciais’. As doutrinas são crenças a respeito das formas de governo da Igreja, modos de culto e de batismo e coisas assim. (...). Mas ainda mais importante para entender a atitude e a posição teológica de Wesley é perceber o equilíbrio entre doutrina e vida em sua teologia. Em “Quanto a todas as opiniões que não danifiWesley, a teologia e a vida cam as raízes do cristianismo, nós pensamos cristã são inseparáveis. (...) e deixamos pensar”. John Wesley Seu interesse era sempre


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prático e nunca especulativo. O determinativo em sua teologia é a sua preocupação prática com a salvação dos homens; por isso, o seu tema central é a salvação, e todos os aspectos da sua teologia gira em redor de sua soteriologia.” (p. 9-10). A Teologia Metodista é Arminiana, ou seja, John Wesley no século XVIII, foi o teólogo que mais enfatizou a doutrina do Livre Arbítrio, doutrina defendida pelo teólogo holandês Jacobus Arminius (1560-1609), que é contrária a doutrina calvinista (Predestinação e Eleição Incondicional). As principais Doutrinas Teológicas de John Wesley: 1)Livre Arbítrio (Arminiana); 2) Graça (Preveniente; Justificadora e Santificadora); 3) Santificação ou Perfeição Cristã; 4) Da Fé Salvadora; 5) Da justificação pela Fé; 6) Do Novo Nascimento; 7) Do Arrependimento; 8) Da Criação do Ser Humano e do Pecado Original; 9) Do Testamento do Espírito; etc. John Wesley também enfatizou o que os teólogos metodistas mais tarde chamaram de “Quadrilátero Wesleyano”, ou seja, “Experiência – Criação – Tradição - Razão, e a Bíblia” como o centro. A Bíblia era a autoridade máxima na teologia de Wesley. Ademais, o modo de fazer teologia wesleyano tem no equilíbrio um de seus traços fundamentais. Conexidade e Identidade A Igreja Metodista orgulha-se de se declarar uma igreja conexional, ou seja, todas as igrejas metodistas no Brasil possuem a mesma ênfase, identidade, vivenciando as mesmas doutrinas e práticas. Não são “donas de si”, não são independentes. Por outro lado, da mesma forma que o metodismo é conexional, os cultos podem ser diferentes, pastores, pastoras, lideranças, membros, não precisam todos pensarem iguais. O que distingue a Igreja Metodista das demais denominações evangélicas são suas marcas distintas. O “povo do coração aquecido” é essencialmente diferente porque recebeu uma belíssima herança do seu fundador, John Wesley: o equilíbrio metodista, o coração aquecido, o avivamento, o compromisso social, a prática do discipulado, a educação, o ardor missionário, a tolerância religiosa, a piedade, a misericórdia, a


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unidade. Apesar de ter consciência de suas falhas e pecados, procura ser uma igreja séria, transparente, democrática! O movimento metodista foi reformador, sua principal meta era a salvação do homem e o seu resgate perante a sociedade. A famosa frase de John Wesley ainda fala pelos metodistas de todo o mundo: “Reformar a nação, particularmente a Igreja, e espalhar a santidade bíblica por toda a terra”. O sistema conexional wesleyano, desde o seu início, tem um princípio missionário, porque envolve a comunhão entre todo o povo chamado metodista, todos esses cristãos de “corações aquecidos”. Os laços de comunhão estabelecidos nessa igreja são marcas e compromissos que unem e edificam a caminhada da Igreja. Em As Marcas Básicas da Identidade Metodista (Ed. Cedro, 2005), diz que, “Conexidade: é o princípio de mútua cooperação, do apoio mútuo, do ajuste e cooperação de cada parte. Há um princípio de unidade e de interação no movimento metodista. Não são ações individualistas e nem separatistas; antes, ações que expressam a unidade, a diversidade e a mutualidade de todo o Corpo. Essa visão de unidade do Corpo de Cristo fez com que Wesley levasse os metodistas a permanecer integrados na Igreja Anglicana. O movimento metodista seria uma força de renovação para a própria Igreja da Inglaterra e de transformação da nação. Os grupos não são corpos partidos, mas integrados uns aos outros. A própria forma organizacional do movimento ilustra essa realidade conexional: Classes, Bands, e Sociedades, um apoiando o outro, formando uma integração maior.” O metodismo brasileiro tem os fundamentos da sua doutrina claramente delineados. A história, doutrinas e costumes, o jeito de ser dos metodistas é peculiar. Faz-se necessário não negligenciar tudo isso, não aceitar de modo algum abrir mão ou deixar penetrar nos seus arraiais “ventos de doutrinas”, modismos, heresias de movimentos que sopram de todos os cantos em terras brasileiras. Ministério Pastoral Feminino na Igreja Metodista A mulher sempre foi ativa na igreja cristã, mas, ao mesmo tempo, demorou conquistar espaço na liderança da Igreja.


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Uma das mulheres “Uma piedade azeda (amarga) é relique fizeram a diferença gião do diabo”. em seu tempo foi Susanna John Wesley Annesley Wesley (16691742), mãe de John Wesley. Ela viveu num período da Inglaterra em que a mulher era muito excluída. Susanna teve forte influência na vida de John Wesley e na história do metodismo, principalmente na inserção da mulher na liderança da igreja. Ela dirigia reuniões em casa (pregação), e marcou a vida do filho. John Wesley, mais tarde, abriu o espaço para as mulheres atuarem na igreja (movimento metodista), apoiou e incentivou o trabalho delas. Essa tradição perdura até hoje na Igreja Metodista em todo o mundo. Antes das mulheres conseguirem o feito da ordenação pastoral, a primeira vitória foi a ordenação da diaconisa Helenor M. Davison, pela Conferência de Indiana da Igreja Metodista Protestante (EUA), em 1866. Ela foi a primeira mulher a ser ordenada, na tradição metodista. A primeira conquista da mulher, ordenada como ministra metodista, oficialmente, foi a Revdª Maud K. Jensen (1904-1998), da Igreja Metodista Unida (EUA), no ano de 1956. Ela trabalhou como missionária, na Coréia do Sul, ao lado do esposo, Rev. A. Kristian Jensen, na década de 1950. No Brasil, oficialmente, o primeiro passo para a ordenação feminina foi a criação da ordem leiga: das “Irmãs Dorcas”, para as mulheres, (além dos “Companheiros de Timóteo”, para os homens). Tais ordens acabaram não vingando. Mas acabou sendo a semente para a futura Ordem das Diaconisas. A criação da Ordem das Diaconisas, aconteceu no V Concílio Geral de 1946. A função da diaconisa era “ para a obra educativa, social e evangelizante da Igreja”. Mais tarde, em 1965 (IX Concílio Geral), a Ordem das Diaconisas é integrada à Ordem Leiga. Somente em 1970, no X Concílio Geral, foi aprovado o acesso à ordem presbiteral “Sem distinção de sexo”. Em 1974 é eleita e ordenada, no concílio Regional da 3ª Região Eclesiástica, a primeira presbítera da Igreja Metodista no Brasil, a Revdª Zeni Lima Soares. As mulheres metodistas alcançaram, de


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fato, o direito de se tornarem ministras. A primeira Bispa eleita na Igreja Metodista foi a Revdª Marisa Ferreira de Freitas, então da 4ª Região Eclesiástica, no XVII Concílio Geral, em Maringá, PR, em 2001. A Bispa Marisa foi designada para a REMNE (Região Missionária do Nordeste). Ao término do 19° Concílio Geral de 2011, as estatísticas mostravam 201 mulheres presbíteras nomeadas na Igreja Metodista em todo o Brasil. Em 2012 comemorou-se os 40 anos do ministério feminino no Brasil. Quem são as primeiras presbíteras de cada Região Eclesiástica e Missionária da Igreja Metodista do Brasil: - 1ª Região - Revdª Arlete Quaresma (faleceu em 2005). - 2ª Região - Revdª Maria Aparecida de Freitas - 3ª Região - Revdª Zeni de Lima Soares - 4ª Região - Revdª Airam Lomeu Campos - 5ª Região - Revdª Eunice de Araújo Oliveira - 6ª Região - Revdª Abigail da Silva - REMNE - Revdª Maria Monteiro - REMA - Revdª Marinice Hifran Ministério leigo Para os Metodistas, todos os cristãos, graças ao batismo e à experiência cristã, são chamados por Deus para servi-lo no mundo em que estão. A Igreja Metodista acredita no sacerdócio de todos os crentes. Todos os cristãos têm acesso direto a Deus. A grande maioria dos cristãos é formada por pessoas leigas, ou seja, homens, mulheres, jovens, juvenis e crianças. Desde o início do cristianismo, as pessoas que serviram a Jesus eram todas leigas. O leigo, o homem comum, aceitou as palavras do Mestre porque Jesus andou com eles, falou a sua língua, participou de suas vidas. Assim, com o estabelecimento da Igreja, desde seu início, cada membro do Corpo de Cristo tem uma função para desempenhar, e Deus o capacita a partir de seus dons, talentos e disposição para o serviço cristão. Todo o ministério ordenado (os bispos, clérigos, pastores


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e pastoras) é bíblico e Sobre um pregador: “Ele pregava tão bem no essencial para a Igreja. Jesus púlpito, que era uma pena quando precisava escolheu doze discípulos deixá-lo, mas fora do púlpito vivia tão vergopara se dedicarem nhosamente, que era uma pena que precisasse totalmente a esse chamado. voltar a ele outra vez.” John Wesley A Igreja Metodista valoriza muito o ministério pastoral. Ela também valoriza o evangelista e o missionário (homem ou mulher), assim como a liderança leiga (diácono, professor, músico, administrador, tesoureiro, etc), que se dispõe a servir ao Senhor e a comunidade. Da mesma forma, John Wesley, devido ao crescimento do movimento metodista, no século XVIII, abriu a oportunidade para o ministério leigo. O Pregador leigo foi muito importante para a consolidação e o crescimento do Metodismo. Na igreja local de dons e ministérios, todos os leigos têm espaço para trabalhar na obra do Senhor, inclusive para ministrar a Palavra do Senhor no púlpito! Os Cânones (Art. 8 a 14) contemplam os direitos e deveres dos leigos, assim como a responsabilidade e o incentivo da igreja em capacitá-los, para atender às necessidades dos ministérios das igrejas locais e outros serviços eclesiais. A liderança leiga é fundamental para que a igreja cumpra a missão de Deus, e a Igreja Metodista afirma esta verdade em sua prática. Discipulado, grupos pequenos e células John Wesley é conhecido como um dos pioneiros na organização dos grupos pequenos. Na verdade, os pequenos grupos tiveram início em 1742, quando John Wesley reuniu-se com vários líderes da Sociedade de Bristol para estudar meios de pagar as dívidas do Salão Novo, a primeira capela metodista. O Capitão Foy fez uma proposta de angariar dinheiro com os membros, que reclamaram do valor a ser pago, visto serem todos pobres. Foy propôs dividir a sociedade em grupos de doze e, aprovado por Wesley, começaram a trabalhar em grupos pequenos. John Wesley formou dentro de cada Sociedade as Classes:


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Todos os metodistas tinham que participar de uma Classe, e cada Classe tinha mais ou menos doze membros, tendo um líder. Reuniam-se semanalmente para oração, estudo bíblico e companheirismo, faziam exame de consciência. Era um grupo de apoio a pessoas arrependidas (como dizia as Regras de John Wesley: para aquele “desejoso de fugir da ira vindoura”) e que buscavam a fé pessoal. As Bands: Era como uma Classe menor (mais ou menos seis pessoas do mesmo sexo). Para ser membro era preciso ter experiência pessoal de fé, solicitar sua admissão, concordar com uma total franqueza, para ouvir e falar, nas conversações grupais. Caminhavam em direção à “perfeição cristã”. A reunião de Classe foi o fermento básico para o amadurecimento do povo chamado metodista. No recente livro Um Modelo para fazer discípulos, a reunião de classe de John Wesley, de D. Michael Henderson (editora Ministério Igreja em Células, 2012), o autor relata os elementos fundamentais para o êxito de todo o sistema criado por John Wesley: 1) Proporcionava o ambiente em que conceitos cognitivos podiam ser tratados experimental e experiencialmente. 2) Funcionava como ferramenta de purificação ou poda para manter a “madeira morta” fora da sociedade. 3) Era um campo de treinamento para líderes. 4) Era um ponto de entrada capaz de incorporar grandes quantidades de pessoas novas rapidamente. 5) Financiava o movimento por meio da coleta de centavos. 6) Seu sistema de controle provia um registro constante e imediato da força e dos números do movimento. 7) Forçava 100% de mobilização e participação dos membros. 8) Dava a cada membro oportunidade de voz nas “A excelência da sociedade para a Reforma dos costumes é...primeiro, mover campanha aberta contra toda a impiedade e injustiça, que cobrem a terra como num dilúvio, e isto é um dos meios mais nobres de confessar a Cristo.” John Wesley


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questões do metodismo. 9) Permitia que as pessoas exprimissem seus sentimentos mais íntimos. 10) Provia o ambiente para resolver conflitos internos da sociedade por meio do confronto imediato face a face. O foco dos grupos pequenos era o crescimento pessoal por meio da introspecção minuciosa, busca de santidade pessoal. A reunião de Classe era uma ferramenta de mudança comportamental. As reuniões de Classe eram realizadas nas casas, oficinas, salas de escola, sótãos e até em depósitos de carvão, onde uniamse ali pessoas de todas as classes, ricos e pobres, cultos e iletrados, nobres e operários. Isso é a essência do discipulado que começou com os metodistas e alcançou o mundo inteiro. A reunião de classes, na verdade, era um retorno às normas da sociedade dos cristãos da igreja primitiva. Hoje, a Igreja Metodista no Brasil volta às suas raízes para implantar o discipulado em suas igrejas através dos grupos pequenos ou células. A Igreja Metodista criou a Câmara Nacional de Discipulado, para desenvolver o programa de discipulado em todas as regiões eclesiásticas. O Modelo de discipulado Nacional foi definido no Plano Nacional Missionário e também aprovado no 19° Concílio Geral. “Nosso modelo é o Senhor Jesus. Nossa tradição é Wesley e os primeiros Metodistas. E o nosso programa é estabelecer pequenos grupos, treinar líderes locais e realizar retiros para aprofundar o encontro com Deus. (segundo a Pastoral sobre o movimento G-12, p. 3).” “Encerramos esta orientação pastoral sobre o G-12 destacando que na Igreja Metodista a realização de encontros, retiros e acampamentos, que busquem aprofundar a experiência com a Graça de Deus, crescimento na vida cristã e maturidade espiritual ou, em outras palavras, que busquem um encontro com Deus, é legítima e necessária faz parte da nossa tradição de fé e de espiritualidade”. O 19° Concílio Geral aprovou também o Dia Nacional do Discipulado, que será comemorado na data do Dia de Pentecostes.


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Fraternidade Wesleyana de Santidade Em 2010, as igrejas de raízes wesleyanas organizaram um movimento de aproximação chamado Fraternidade Wesleyana de Santidade. O movimento conta com as denominações: Igreja Metodista, Igreja Metodista Wesleyana, Igreja Metodista Livre, Igreja Metodista Ortodoxa, Igreja do Nazareno, Igreja Evangélica Holiness e Exército de Salvação. Na verdade, o movimento surgiu nos Estados Unidos, quando líderes das igrejas de origem wesleyana perceberam que a mensagem de santidade foi sendo diluída internamente. As igrejas de linha de santidade se tornaram mais conscientes de suas raízes, pelo que viveu e ensinou John Wesley e os metodistas do século XVIII, até se espalhar por todo o mundo, mas esfriaram-se em diversas nações. Entendendo que a mensagem de santidade é a maior necessidade em nosso país, onde os ensinos da teologia da prosperidade se alastram e também ainda existem um grande número de igrejas frias espiritualmente. Há na igreja evangélica brasileira uma crise de integridade, crise de valores, crise de liderança. É uma igreja de um evangelho ufanista, uma igreja sem doutrina e sem ética, uma igreja de mercado e busca de lucro e sucesso! Falta santidade, amor, perdão,

entrega, humildade, voltar para a Bíblia! O grupo da Fraternidade Wesleyana de Santidade tem se reunido frequentemente (principais líderes das igrejas) e uma vez por ano organizando um grande evento denominado “Celebração do Coração Aquecido”, que reúne no dia 24 de maio em São Paulo (no Ginásio Ibirapuera – foto), e pretende se espalhar por todo o Brasil. Nas reuniões, os líderes têm testemunhado o mover de Deus, e assim crêem que essa busca é para cumprir a vocação do grande legado wesleyano. Buscando a unidade, o revestimento e do poder do Espírito Santo e “orando em favor de um genuíno avivamento que produza transformação de vidas e que cause um poderoso e positivo impacto na sociedade brasileira.” John Wesley escreveu: “Se todos formos um, então Deus será conhecido, amado e obedecido”. (1758).


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Publicações Metodistas John Wesley foi um leitor assíduo e sempre incentivou os pastores metodistas e todo o povo à leitura. Ele mesmo organizou uma tipografia e editava suas obras, vendiaas para ter recursos para investir no Reino, e também doava para os metodistas e os pobres. Escreveu mais de 300 obras no seu tempo. Com o aumento do número de sociedades e de seus membros, começaram a surgir controvérsias teológicas, e o contato pessoal para instrução tornou-se cada vez mais difícil e, devido a isto, apareceram diversos problemas de relacionamento entre os membros, o que acabou exigindo alguma regra escrita. Foi então que John Wesley organizou e publicou as Regras Gerais. As Regras Gerais foram publicadas por João Wesley em 23 de fevereiro de 1743, cujo título era “A Natureza, Desígnio e Regras Gerais das Sociedades Unidas de Londres, Bristol, Kingswood e Newcastle-upon-Tyne”. As Regras Gerais foi o embrião do Cânones da Igreja Metodista. Antes dos Cânones o livro principal dos metodistas era a Disciplina utilizado pela Igreja Metodista dos Estados Unidos e as demais nações onde eram implantados o Metodismo. No Brasil, a primeira Disciplina foi editada em 1918, depois veio a edição mais completa, em 1922: Doutrinas e Disciplina da Egreja Methodista Episcopal Sul, 1922, editado pela Imprensa Metodista, contendo 30 capítulos, sendo que na sua compilação participaram 19 norte-americanos e um brasileiro. Os primeiros missionários (século XIX) norte-americanos que aqui chegaram, trouxeram Bíblias para doarem e evangelizar o povo brasileiro. As primeiras obras eram em inglês, mas logo começaram a produzir materiais em português. O Expositor Cristão, o primeiro jornal evangélico e mais antigo em atividade no Brasil, foi fundado


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em 1886, pelo Rev. James Ransom, e ainda leva a notícia da Igreja Metodista por todo o país. Ele publicou também as primeiras revistas de Escola Dominical do país, em 1883: “A Nossa Pequena Gente” e “Escola Dominical”. A Imprensa Metodista, com sede em São Paulo, nasceu no início do século XX. Vemos que a primeira publicação da Disciplina, em 1922, foi editada pela saudosa Imprensa Metodista. A partir daí criou-se a Junta Geral de Educação Cristã, que ficou responsável pelas publicações da Igreja Metodista. Em 1960, no VIII Concílio Geral, criou-se o Departamento Geral dos Periódicos da Igreja Metodista. No X Concílio Geral (1970/71) a Junta Geral de Educação Cristã, foi extinta, e criou-se o Departamento Editorial Nacional. Com o fim da Imprensa Metodista, no final dos anos 1990, a maioria dos materiais impressos passou a ser publicados pela Editeo (Editora da Faculdade de Teologia), e editoras terceirizadas. As principais publicações metodistas atuais: 1) Expositor Cristão - jornal oficial da Igreja Metodista fundado em 01 de janeiro de 1886, pelo missionário metodista Rev. John James Ransom. 2) Voz Missionária - revista da Confederação de Mulheres Metodistas, fundada em 18 de setembro de 1929. 3) No Cénáculo - Guia Devocional Diário internacional, com sede nos EUA, e traduzido para o português (e mais 40 línguas), fundado em 1939. 4) Cânones da Igreja Metodista - livro oficial que contém as doutrinas, desde 1934. 5) Revistas de Escola Dominical - revistas oficiais publicadas pela Igreja Metodista. 6) Jornais e Revistas publicados pelas Regiões Eclesiásticas, instituições educacionais. Órgãos oficiais das Regiões Eclesiásticas: 1ª RE: Jornal Avante; 2ª RE: Vida & Missão 3ª RE : Conexão 4ª RE: Diálogo Pastoral; 5ª RE: Informativo Regional; 6ª RE: Notícias da Sexta REMNE: Compartilhar Pastoral; REMA: Jornal REMA. Revista Ação Social Metodista; Revista Tecendo a Rede (Projeto Sombra e Água Fresca).


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7) Cartas Pastorais – São documentos, pronunciamentos, estudos, doutrinas, na sua maioria escritos pelo Colégio Episcopal; Documentos: 1) Plano para a Vida e Missão da Igreja, 2) Eleições 1994; 3) Relatório do Colégio Episcopal, 4) Plano Nacional, Ênfase e Diretrizes; 5) Eleições 1998; 6) Manual de Disciplina; 5) Código de Ética Pastoral; 6) Dízimo; 7) Diretrizes pastorais: Ação Missionária Indigenista; 8) Credo social; 9) Diretrizes para a ação Missionária na Questão da Terra; 12) Plano Nacional: Objetivos e Metas; 13) Plano Nacional Missionário – 2012-2016. Metodismo: 1) As Marcas Básicas da Identidade Metodista; 2) Missão, Organização e Agentes do Metodismo; 3) O Caminho do Discipulado: de Jesus a nós. Ministérios: 1) Os Juvenis / Descobrindo um Grupo de Jovens; 2) AIDS: Desafio Pastoral e Solidariedade; 3) Estive Preso e Foste Ver-me – Manual Prático para o Ministério Cristão Carcerário; 4) Afetividade e Sexualidade. Pastorais: 1) Carta Pastoral sobre o Batismo; 2) CP sobre a Ceia do Senhor; 3) CP sobre Sexualidade; 4) CP sobre Ecumenismo; 5) CP sobre aliança com Deus; 6) CP sobre Maçonaria; 7) CP sobre Jejum; 8) CP sobre os Sacramentos; 9) CP sobre Dons e Ministérios; 10) CP Testemunhar a Vitalidade do Evangelho; 11) Pastoral da Criança; 12) CP Testemunhar o Ardor da Missão; 13) CP Testemunhar a alegria e a Esperança do Serviço; 14) CP Servos, Servas, Sábios, Sábias, Santos, Santas, Solidários e Solidárias; 15) CP Culto da Igreja em Missão; 16) CP sobre Racismo; 17) CP Para que todos sejam um. 18) Cidadania, CP Eleições Municipais 2012. Bíblia: 1) Instrumentos para o estudo da Bíblia; 2) Pelos frutos os conhecereis. Celebrações: 1) Natal, cantos e contos. Discipulado: 1) Manual do Discipulado; 2) Pecado e Salvação; 3) Senhorio de Cristo; 4) Aspectos bíblicos e conceituação do discipulado; 5) Caráter Cristão; 6) Para tornar-se Discípulo. 7) Fazendo discípulos. Muitas Cartas Pastorais, Regulamentos, Atos e Pronunciamentos do Colégio Episcopal, estão no site oficial da Igreja Metodista, www.metodista.org.br.


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8) Livros – A Imprensa Metodista (com sede em São Paulo), foi responsável pela maioria dos livros da Igreja Metodista. Desde o início do século XX, até o seu fechamento no final dos anos de 1990. Livros de grande importância que tratam sobre doutrinas, história, educação, vida cristã, etc, infelizmente não são relançados! A Faculdade Bennett (com sede no Rio de Janeiro), também publicou muitos livros que são essenciais para a Igreja Metodista. Com o fim da Imprensa Metodista, a maioria dos livros passou a ser publicado pela Editeo (Editora da Faculdade de Teologia), e editoras terceirizadas. Livros importantes lançados pela Imprensa Metodista: História do Metodismo no Brasil (José Gonçalves Salvador); As crenças fundamentais dos Metodistas; e, O Espírito Santo na herança wesleyana (Mack B. Stokes); História do Metodismo (Paul Eugene Buyers); João Wesley o Evangelista (Francis Gerald Ensley); A vida devocional na tradição wesleyana (Steve Harper); Momentos decisivos do Metodismo; e, Metodismo brasileiro e wesleyano (Duncan A. Reily); Gênero e espírito do metodismo wesleyano (Baez Camargo); Estranha estirpe de audazes (Sante Uberto Barbieri); Wesley e seus século, vol 1 e 2 (W. H. Fitchett); A dinâmica do pensamento de João Wesley (William J. Hinson); Coletânea da Teologia de João Wesley (Robert W. Burtner e Robert e. Chiles); Cincoenta anos do Methodismo no Brasil (James L. Kennedy); Histórias da História do Metodismo no Brasil; e, Pioneiros e Banderiantes no Metodismo no Brasil (Isnard Rocha); etc. Editeo: (Editora da Faculdade de Teologia da IM): Ministérios femininos em perspectiva histórica; e, Wesley e sua Bíblia (Duncan a. Reily); Wesley e o povo chamado metodista (Richard P. Heitzenrater); Wesley e o mundo atual (Theodore W. Jennings Jr.), etc. Editora Bennett: Linha de esplendor sem fim (Halford E. Luccock); O despertamento religioso de João Wesley (James Richard Joy), etc. 9) Sites e Programas de TV e Rádio - O site oficial da Igreja Metodista é: www.metodista.org.br Além de sites das regiões eclesiásticas, instituições educacionais, e igrejas locais, há programas de TV e rádio locais. Atualmente o Programa de TV (Vida e Missão, da 1ª Região, Rio de Janeiro), tem divulgado com excelência os trabalhos da Igreja Metodista.


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Algumas igrejas metodistas importantes no cenĂĄrio do cristianismo brasileiro

IM Central Porto Alegre-RS

IM Catedral do Catete-RJ

IM Catedral - Piracicaba-SP

IM Central - Catedral S. Paulo

IM Central Belo Horizonte

IM Central Juiz de Fora


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Grupos Societários: As Sociedades, Federações e Confederações A Igreja Metodista trabalha com Ministérios diversos, mas atua também com os grupos societários: Sociedade Metodista de Homens; SM de Mulheres; SM de Jovens; e, SM de Juvenis. Estas sociedades possuem uma diretoria e têm a participação de seus membros, sob a autoridade do/a pastor/ local, além de estarem subordinados às Federações Regionais. Cada presidente de uma sociedade (grupo societário) faz parte da liderança da igreja local (CLAM). As Federações Regionais, por sua vez, estão subordinadas a uma Confederação. As Federações realizam Congressos a cada dois anos, onde reúnem as sociedades locais e escolhem uma nova diretoria regional. O Congresso Nacional de cada Confederação, (Homens, Mulheres, Jovens e Juvenis), reúne as federações e representantes das sociedades representadas de todos os estados, onde, também escolhem uma diretoria. O início - No final do século XIX começaram a ser organizados os Grupos Societários na Igreja Metodista, seguindo o exemplo da Igreja norte-americana: sociedades femininas (Sociedades Auxiliadoras, Sociedades Missionárias e Sociedade de Moças) e de jovens (Ligas Epworth). Depois surgiram as sociedades de crianças, ou “Jóias De Cristo”. Mulheres: No dia 05 de julho de 1884, na Igreja Metodista do Catete, no Rio de Janeiro, surgia a primeira Sociedade de Mulheres, e na ocasião foi chamada de Sociedade Missionária. Tempos depois, foi o nome mudado para Sociedade Auxiliadora. Após a autonomia da Igreja Metodista, em 02 de setembro de 1930, em São Paulo, passou a chamar-se Sociedade Metodista de Senhoras. Hoje, denominase Sociedade Metodista de Mulheres, considerando o processo de inclusão sem distinção de idade, situação civil e outras. Iniciou com apenas oito mulheres. Atualmente, 70% aproximadamente da membresia da Igreja Metodista do Brasil é composta pelo sexo feminino. Homens - Em 1930, no ano da Autonomia da Igreja Metodista, justamente no dia 6 de dezembro de 1930, a Junta Nacional de Educação Cristã aprovava um modelo de Estatuto para as Sociedades


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Metodistas de Adultos (ou de Homens ou de Senhoras), incentivando a existência dos grupos societários nas igrejas locais. Crescendo o número dessas Sociedades, que iam sendo organizadas, houve por bem o saudoso Rev. Isnard Rocha, então Secretário Regional de Educação Cristã da antiga Região Eclesiástica do Centro, convocar o primeiro Congresso de Sociedades de Homens, realizado na Igreja Metodista de Bauru, no Estado de São Paulo, dos dias 16 a 20 de novembro de 1938. No dia 19, em sessão solene, foi organizada a primeira Federação das Sociedades Metodistas de Homens, a Federação Regional do Centro, que alcançava todo o Estado de São Paulo e o do Paraná. Esse dia, 19 de Novembro, passou a ser considerado no Calendário Metodista como o Dia da Sociedade Metodista de Homens. Confederação Metodista de Homens Da Instituição, Subordinação e seus Fins Art. 1º - A Confederação de Homens é o orgão representativo das Federações dos grupos societários de homens das Igrejas Metodistas Locais, organizada em 19 de novembro de 1938 e reconhecida em janeiro de 1939. § 1º - Grupos societários de homens: a) compõem-se de homens, reunidos para tratar de necessidades específicas, visando a realidade da igreja local. b) o grupo societário é constituído em forma de sociedade. A estrutura mínima para funcionamento de uma sociedade é: um presidente, um tesoureiro e um secretário. c) para efeito deste Estatuto, somente serão reconhecidos os grupos societários de homens que se filiarem à sua respectiva Federação. § 2º - A Confederação está subordinada diretamente à Coordenação Geral de Ação Missionária (Cogeam) - (Cânones 2012, Art. 147 inciso II) e se relaciona a esta através do/a Secretário/a Nacional para Vida e Missão. As Federações de Homens, subordinadas às Confederação, atuam em suas Regiões Eclesiásticas, na organização de Sociedades


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de Homens nas igrejas locais, realização de congressos, encontros, seminários, dando todo suporte e apoio a estas sociedades. O lema é “Avante por Cristo”. - Dia das Sociedades Metodistas de Homens: 19 de Novembro. Confederação Metodista de Mulheres Da Constituição Art. 1.º - A Confederação das Sociedades Metodistas de Mulheres do Brasil é órgão subordinado à Coordenação Nacional de Ação Missionária (Cogeam), que se regerá por este Estatuto e pelas disposições canônicas aplicáveis. (Cânones 2012, Art. 147 inciso II). Art. 2º - A Confederação das Sociedades Metodistas de Mulheres, constitui-se das Federações das Sociedades Metodistas de Mulheres, das Regiões Eclesiásticas e Regiões Missionárias. Art. 3º - A Confederação é composta pelo Congresso Nacional e pela Diretoria da Confederação (Diretoria Executiva, Presidentes das Federações e Redatora da Revista Voz Missionária). Art. 4º - O lema da Confederação das Sociedades Metodistas de Mulheres é “Viver para Servir”, instituído por inspiração da missionária Eula Kennedy Long. Dia das Sociedades Metodistas de Mulheres: 12 de Março. Confederação Metodista de Jovens Da Constituição e Competência Art. 1º. A Confederação Metodista de Jovens é um órgão reconhecido pela Igreja Metodista, representativo das Federações dos Grupos Societários das Igrejas Metodistas locais, que objetiva o desenvolvimento do trabalho dos jovens em âmbito nacional, subordinando-se diretamente à Coordenação Geral de Ação Missionária - Cogeam (Cânones 2012, Art. 147 inciso II), e com ela se relacionando através da Coordenação


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Nacional de Ação Docente. São considerados jovens pessoas com faixa etária de 18 a 35 anos inclusive, conforme o Estatuto da Confederação das Sociedades Metodistas de Jovens. A Federação de Jovens atua junto aos jovens das igrejas locais, incentivando suas atividades e organizações locais. Incentiva os jovens em nível local a enfocar suas atividades considerando as metas da igreja local; prepara líderes, organiza congressos, encontros, seminários e outras atividades visando comunhão, maturidade cristã. Desenvolve e aperfeiçoa a fraternidade cristã e o cultivo da amizade. - Dia da Mocidade Metodista: 10 de Março. Confederação Metodista de Juvenis Da Constituição e Competência Art. 1º. A Confederação Metodista de Juvenis é um órgão reconhecido pela Igreja Metodista, representativo das Federações dos Grupos Societários das Igrejas Metodistas locais, que objetiva o desenvolvimento do trabalho dos juvenis em âmbito nacional, subordinandose diretamente à Coordenação Geral de Ação Missionária Cogeam(Cânones 2012, Art. 147 inciso II). Art. 2º. Compete à Confederação Metodista de Juvenis, dentre outras, as seguintes atribuições: a) atuar com ações que expressem as diretrizes missionárias e a forma de organização da Igreja Metodista em dons e ministérios; b) congraçar, estimular e dinamizar o trabalho das federações ; c) manter a unidade dos associados; d) zelar pelo desempenho de seus membros na obra missionária; e) apresentar o seu plano de trabalho para aprovação e supervisão da Cogeam, bem como o relatório anual das suas atividades. - Dia do Juvenil Metodista: 2° domingo de Setembro. - Dia nacional de Oração pelo Juvenil: 2ª sexta-feira de Setembro.


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Educação Metodista Vimos na História do Metodismo, relatada na Parte 1, a importância dada por John Wesley para a educação. Ele investiu na educação e cultura do povo inglês abrindo escolas; na alfabetização dos pobres e das crianças, filhas de encarcerados; nos pregadores metodistas, etc., mas o diferencial de sua visão era a ênfase entre o conhecimento e a piedade: “postura de devoção com base no amor a Deus, mas também, uma extensão social exemplificada pelo amor ao próximo: a união entre o conhecimento e a piedade vital”. (Richard P. Heitzenrater). A Educação é parte integrante da Missão da Igreja Metodista. Por meio dela a Igreja procura oferecer às pessoas e à comunidade o entendimento da vida e da sociedade. Isso acontece em três níveis: educação cristã, educação teológica e educação secular. Para atingir o objetivo desse ministério, necessitamos de uma formação adequada, com o envolvimento dos educadores e educadoras. Significa que além da formação acadêmica, eles e elas precisam conhecer as raízes da proposta educacional metodista. A tradição educacional Metodista remonta ao século XVIII na Inglaterra, quando John Wesley fundou a primeira escola Metodista, a Kingswood School, em 1748, até hoje em funcionamento. No Brasil, as escolas Metodistas foram fundadas a partir


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da segunda metade do século XIX, por meio da atuação dos missionárias e missionários norte-americanos. O Colégio Piracicabano, fundado a 13 de setembro de 1881, pela missionária Martha Watts (1845-1910), é a Instituição Metodista pioneira em nosso País. Mais tarde esse Colégio deu origem à UNIMEP – Universidade Metodista de Piracicaba, primeira universidade Metodista no Brasil e na América Latina. As escolas Metodistas se multiplicaram e consolidaram uma rede que hoje está presente em dez (10) Estados brasileiros, incluindo duas (2) universidades, três (3) centros universitários, três (3) faculdades integradas e escolas de Educação Básica, de pequeno, médio e grande porte, num total de 57 unidades. Além dessas instituições a Igreja Metodista mantém uma (1) Faculdade de Teologia e seis (6) Institutos, Centros e Seminários Teológicos, totalizando quase 60 mil alunos. Essa rede de instituições educacionais reafirma a visão e ação dos missionários metodistas que aqui chegaram a partir do século XIX, com o desafio do movimento metodista mundial e a diretriz de John Wesley: Igreja e Educação como organizações indissociáveis. A Igreja Metodista no Brasil organizou o Conselho Geral das Instituições Metodistas de Educação (COGEIME), que tem como metas articular, supervisionar e controlar a gestão das unidades da Rede Metodista de Educação, de modo a cumprir a política educacional da Igreja Metodista. O Cogeime, fundado em 22 de abril de 1967, com o nome de Conselho Geral das Instituições Metodistas de Ensino e depois alterado para Conselho Geral das Instituições Metodistas de Educação, é uma associação de fins não econômicos (sem fins lucrativos), inspirada na fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo e na tradição educacional da Igreja Metodista. Em quatro décadas de existência o Cogeime se desenvolveu, consolidou, alcançou a sua maturidade e celebra, no século XXI, sua história de integração da educação Metodista no Brasil. O Cogeime tem como objetivos fundamentais planejar, coordenar, supervisionar, integrar, acompanhar e controlar todas as unidades Metodistas de Educação. A partir do XVIII Concílio Geral da Igreja Metodista, em 2006,


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com a aprovação do Novo Modelo de Governo para as Instituições Metodistas de Educação, o Cogeime passou a ser também uma entidade de serviço que atua como agência de apoio a essas instituições, integrando-as. Assessora, ainda, os órgãos da Igreja Metodista, na área da educação. Todas as instituições educacionais metodistas no Brasil, de qualquer nível ou especialização, são integrantes do Cogeime e a ele se subordinam. O Cogeime promove encontros de educadores em nível nacional e discute temas ligados aos interesses das Instituições. Tem sua sede na Sede Nacional da Igreja Metodista, em São Paulo. Em 2012, a UMESP (Universidade Metodista de São Paulo) conta com 50 cursos de ensino superior, com 27 mil alunos! A UNIMEP (Universidade Metodista de Piracicaba) possui 44 cursos de ensino superior, com 20 mil alunos. Atualmente existem mais de 700 instituições de ensino metodistas, em 67 países do mundo! (COGEIME: www.cogeime.org.br) BENNETT – Em 1887, no Rio de Janeiro, durante a Conferência anual Brasileira da Igreja Metodista Episcopal do Sul, sugeriu a organização de uma escola metodista. Em 1888, foi inaugurada a Escola do Alto, sob os cuidados da Miss Lula Ross, fruto do trabalho missionário da Divisão de Mulheres da Missão Estrangeira da IM dos EUA. Em 1892, a nova escola foi inaugurada no prédio paroquial da Igreja Metodista do Catete, com o nome de Colégio Americano Fluminense. Em 1913, a Miss Belle Harris Bennett, por longos anos presidente do Concílio das Senhoras Metodistas, e Miss Mary Gibson visitam o Brasil. Miss Bennett procura instalações para um novo colégio. Em 1919, o Bispo John M. Moore chega ao Rio de Janeiro autorizado pela Junta Missionária de Senhoras a comprar a propriedade para o estabelecimento da escola. Em 1920 o colégio Metodista Bennett é inaugurado. São abertas as aulas com 50 alunos no curso primário, passando mais tarde para 100 alunos. “O mundo é a minha paróquia.” Em 1926 são John Wesley ampliadas as instalações. É


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erguido o Edifício Eliza Perkinson. Em 1941 foi construído o Edifício Erasmo Braga. Em 1942, erguido o Edifício Clara Perry. 1952, é construído o Edifício Eva Louise Hyde. Em 1971 é inaugurado o Edifício Layona Glenn. Em 1978 foi erguido o Edifício John Wesley, para o funcionamento das Faculdades Integradas Bennett. Em 1980 foi construído o Edifício Heloísa Marinho. Finalmente em 2004, as Faculdades Integradas Bennett são aprovadas por unanimidade pelo conselho nacional de Educação como Centro Universitário. Infelizmente, devido as inúmeras crises financeiras, o Bennett encerrou suas atividades universitárias em 2013. UNIMEP - A Unimep nasceu do Colégio Piracicabano, a primeira escola metodista do Brasil fundada em 1881, no município de Piracicaba, pela missionária norte-americana Martha Watts (1845-1910). O primeiro prédio do Colégio, onde hoje se encontra o Centro Cultural Martha Watts (CCMW), foi inaugurado em 1884. O colégio teve apoio dos irmãos Manoel de Moraes Barros e Prudente de Moraes (depois presidente da República), ambos advogados e políticos influentes na região. Eles estabeleceram contato com os imigrantes norte-americanos de Santa Bárbara D’Oeste. Entre eles havia um pastor metodista Rev. Junius E. Newmann. Dessa amizade surgiu a ideia de criar em Piracicaba uma escola moderna, nos moldes das escolas norte-americanas. Com o apoio político dos irmãos Moraes, em 13 de setembro de 1881, foi inaugurado “O Colégio Piracicabano”. A qualidade, o pioneirismo e o diferencial no ensino deram origem em 1964, aos primeiros cursos de nível superior: economia, administração e ciências contábeis, inicialmente reunidos como Faculdades Integradas. Essa expansão resultou no reconhecimento da Unimep pelo Ministério da Educação, como a primeira universidade metodista da América Latina, em 1975. Posteriormente, foram fundados outros dois campus nas cidades de Santa Bárbara d’Oeste e Lins. IZABELLA HENDRIX - O Instituto Metodista Izabela Hendrix foi criado em 1904, pela missionária norte-americana Marta Watts. No início, era um colégio destinado à educação de mulheres, o primeiro de Minas Gerais a reconhecer seus direitos e compreender a importância da atuação feminina na sociedade.


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A inauguração aconteceu em 01 de outubro de 1904, às 13 horas, no edifício onde funcionou o telégrafo, na rua da Bahia, esquina da avenida do Comércio, 63. O colégio era dirigido por Miss H.Watts e Blanche E. Howell. O discurso de abertura da diretora Martha Watts declama: “Então conclamei a escola para fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para fazer de nossos alunos bons cidadãos brasileiros, dizendo que tudo o que fiz quis fazer para a glória de Deus” A década de 60 foi marcante para o Colégio Metodista Izabela Hendrix. Até então, ele só recebia matrículas de mulheres, e nesse período passou a receber homens. Desde 2009, em permanente sintonia com novos tempos, o Colégio tornou-se totalmente integral e bilíngue. Em 1972, o Izabela Hendrix ingressou no ensino superior com a criação de uma faculdade isolada. Em 2002, recebeu o credenciamento como Centro Universitário. IPA - Em 1923, fundado por missionários da Faculdade de Teologia da Southern Methodist University , surge o Colégio IPA, na esquina das ruas Marechal Floriano e Salgado Filho, com o nome “Porto Alegre College”. No ano seguinte a escola é transferida para o bairro Petrópolis. No período de 1935 a 1942, o Colégio teve uma grande expansão com a construção de novos prédios. A instituição também oferecia um curso bíblico que colaborou na formação de muitos pastores da Igreja Metodista. No ano de 1971, inicia-se o ensino superior na instituição, tendo como primeiro curso a Educação Física. GRANBERY - Em 1889, Juiz de Fora era um dos principais centros da Região sudeste e forte reduto republicano. Foi nesse contexto, que o professor John M. Lander chegou ao Brasil com a família para abrir as portas do “O Granbery”. O missionário John M. Lander teve a colaboração de James W. Wolling, juntamente com o Bispo John C. Granbery. O primeiro nome da escola foi “Juiz de Fora High School and Seminary”, depois denominado “Colégio Americano Granbery”, em homenagem ao bispo, inaugurado em 08 de setembro de 1889. Segundo seus fundadores, “o fim básico da existência do Granbery é inspirar a vontade de pensar e ser livre para pensar”. Foram criados três departamentos: primário, ginasial e teológico. Em 1890 foi criado


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o curso de Teologia para preparar pastores metodistas. O colégio foi crescendo e abrindo outros cursos. Em 1904 criava os cursos de Farmácia e Odontologia. Em 1911, curso de Direito e em 1928, Pedagogia, atendendo as reivindicações da comunidade. Em 1939, após períodos de muitas crises, o projeto de universidade acabou, mas não o sonho. No dia 5 de junho de 1999, na Igreja Metodista do bairro de São Mateus, foi realizado um Ato Solene de Instalação da Faculdade Metodista Granbery. Neste ano, começou o curso de Administração. Em 1993, foi criado o Museu Granbery. Dos 24 reitores que já passaram no Granbery, 12 eram norte-americanos. Os mais destacados são John McPherson Lander, o primeiro (1889-1901), e Walter Harvey Moore (reitor em três oportunidades). Atualmente Elaine de Lima Oliveira, é a primeira mulher a assumir a reitoria do Granbery (2011). Atualmente, além do Colégio Granbery, a Faculdade Metodista Granbery oferece os cursos de Administração, Direito, Educação Física, Pedagogia e Sistema de Informação. Com uma grande e moderna infra-estrutura. Pela sua importância, o Granbery faz parte da História da Igreja Metodista do Brasil. UMESP - A história da Universidade Metodista de São Paulo vem sendo traçada há mais de 70 anos,desde a implantação da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista em São Bernardo do Campo, em 1938. À época, a Igreja Metodista acabara de fundir dois centros de ensino teológico, localizados em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. Era de seu interesse que o curso superior recém-criado - o primeiro instalado no município de São Bernardo do Campo - estivesse presente numa região que se configurava como um dos principais centros das transformações sociais, políticas e econômicas do país. Ao fortalecer o compromisso com a educação, firmado na década de 40, a Instituição partiu para um projeto mais ousado, afinado com sua vocação educacional. A presença de profissionais e educadores qualificados e da infra-estrutura adequada permitiu o fortalecimento de sua inserção no universo acadêmico nacional. Assim, em 1970, foi criado o IMS - Instituto Metodista de Ensino Superior. Com a consolidação do projeto pedagógico e a excelência alcançada ao longo dos anos, o IMS passou a figurar entre as mais conceituadas Instituições de Ensino Superior do país. Isso permitiu


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que, em 1997, conquistasse o status de Universidade, ampliando o número de faculdades e cursos oferecidos. Hoje, a Metodista possui três Campi em São Bernardo do Campo (Rudge Ramos, Vergueiro, Planalto). São mais de 117 mil metros quadrados de área total, que inclui uma ampla área verde. A Metodista oferece cerca de 70 espaços, entre laboratórios, agências experimentais e clínicas modernas, para que os alunos possam colocar em prática os conhecimentos adquiridos em salas de aula, além de bibliotecas e anfiteatros espalhados pelos três campi da Universidade. Instituições de Ensino São Paulo Instituto Metodista de Ensino Superior (IMS) - Fundação: 21 de Julho de 1970 Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) - Decreto de Reconhecimento: 03 de Julho de 1997 – (Ensino Superior) UMESP – Campus Rudge Ramos UMESP – Campus Planalto UMESP – Campus Vergueiro Colégio Metodista Unidade I – São Bernardo do Campo Fundação: 25 de Janeiro de 1985 Colégio Metodista Unidade II – Bertioga - Fundação: 22 de Fevereiro de 1992 Colégio Metodista Unidade III – Itapeva - Fundação: 21 de Outubro de 1998 Instituto Educacional Piracicabano da Igreja Metodista (IEP) - Fundação: 13 de Setembro de 1881 Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) - Decreto de Reconhecimento: 15 de Setembro de 1975 UNIMEP – Campus Taquaral UNIMEP – Campus Santa Bárbara D’Oeste UNIMEP – Campus Lins Colégio Piracicabano - Fundação: 13 de Setembro de 1881 Escola de Música de Piracicaba “Maestro Ernst Mahle” Fundação: 9 de março de 1953 Centro Cultural Martha Watts - Fundação: 27 de Junho de


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2003 - (Museu, Arquivos Históricos e Salas de Exposições) Instituto Metodista de Educação (IMED) – Lins-SPFundação: 28 de Fevereiro de 1928 Instituto Americano de Lins (IAL) - Fundação: 28 de Fevereiro de 1928 Instituto Noroeste de Birigui– Birigui-SP -Fundação: 18 de janeiro de 1918 Faculdade Metodista de Ciências Humanas e Exatas de Birigui Colégio Metodista de Ribeirão Preto-SP - Fundação: 5 de Setembro de 1889 Rio de Janeiro Instituto Metodista Bennett (IMB) - Fundação: 12 de Outubro de 1888 Colégio Metodista Bennett - Fundação: 12 de Outubro de 1888 Instituto Central do Povo (ICP) – Rio de Janeiro-RJ - Fundação: 13 de maio de 1906 Instituto Metodista de Ensino Suzana Wesley (Rocinha) – Rio de Janeiro - RJ Instituto Metodista de Petrópolis (IMEP) - Fundação: 1º de Fevereiro de 1981 Colégio Metodista IMEP - Fundação: 01 de fevereiro de 1981 Polo de Petrópolis de EAD da UMESP - (Ensino Superior) Minas Gerais Instituto Metodista Izabela Hendrix (IMIH) -Belo Horizonte - Fundação: 05 de Outubro de 1904 Colégio Metodista Izabela Hendrix - Fundação: 05 de Outubro de 1904 Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix - BH Decreto de Reconhecimento: Portaria nº88, de 16 de janeiro de 2002 Campus Praça da Liberdade – Lourdes – Belo Horizonte Campus Venda Nova - São João Batista -Belo Horizonte – MG Campus Nova Lima - Vila da Serra - Nova Lima – MG Fundação Metodista de Ação Cultural e Social – Belo Horizonte-MG


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Instituto Metodista Granbery (IMG) – Juiz de Fora - Fundação: 8 de setembro de 1889 Faculdade Metodista Granbery – Juiz de Fora Colégio Metodista Granbery - Fundação: 8 de setembro de 1889 Instituto Metodista Arca de Noé (IMAN) – Leopoldina-MG Fundação: 13 de Março de 1988 Rio Grande do Sul Instituto Porto Alegre da Igreja Metodista (IPA) - Fundação: 15 de Março de 1923 Centro Universitário Metodista IPA FADIPA – Faculdade de Direito de Porto Alegre Colégio Metodista Americano - Porto Alegre - Fundação: 19 de Outubro de 1885 Instituto União de Uruguaiana da Igreja Metodista (IU)Fundação: 8 de Junho de 1870 Colégio Metodista União – Uruguaiana - Fundação: 8 de Junho de 1870 Instituto Metodista de Educação e Cultura (IMEC) - Fundação: 19 de Outubro de 1885 Escola Metodista de Educação Infantil Chapeuzinho Vermelho - Uruguaiana-RS Instituto Metodista Centenário (IMC) – Santa Maria -Fundação: 8 de Novembro de 1975 Colégio Metodista Centenário - Santa Maria - Fundação: 27 de Março de 1922 FAMES – Faculdade Metodista de Santa Maria - Fundação: 27 de Abril de 1998 Instituto Educacional Metodista de Passo Fundo (IE) Fundação: 15 de Março de 1920 Colégio Metodista IE- Fundação: 15 de Março de 1920 Escola Metodista Nehyta Ramos – Osório-RS Escola Metodista de Educação Infantil Emma de Bem Garcia – Cachoeira do Sul-RS Sociedade Metodista de Educação Infantil de Carazinho (SOMAIC) – Carazinho-RS


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Paraná Centro Educacional Infantil Tia Bety – Curitiba-PR Centro Educacional Infantil Pr. Francisco Seixas – Londrina-PR Centro Educacional Infantil Antonieta Trindade – Londrina-PR Centro Educacional Infantil Regina Barros – Londrina-PR Centro Educação Infantil Paulo Meneguel – Bandeirantes-PR Rondônia Instituto Metodista da Amazônia (IMAm) – Porto Velho –RO Fundação: 26 de Julho de 2002 Faculdade Metodista de Teologia e Ciências Humanas – Porto Velho-RO - Fundação: 26 de Julho de 2010 Polo de Porto Velho de EAD da UMESP (Ensino Superior) Pará Instituto Metodista Educacional de Altamira-PA (IMEA)Altamira-PA Colégio Metodista IMEA – Altamira-PA Faculdades de Teologia da Igreja Metodista A preocupação com a preparação dos futuros ministros ordenados da Igreja Metodista deu-se logo no início do trabalho metodista no Brasil, assim que começaram a surgir as primeiras vocações pastorais. A primeira escola teológica metodista surgiu em Minas Gerais. A primeira idéia de criar uma “escola americana em Juiz de Fora” para os metodistas foi do Bispo John C. Granbery, em 1888. Seria uma “escola bem graduada em que especialmente os moços que se sentem chamados por Deus para pregar, possam obter suficiente educação literária”. Em 1889, o missionário J. M. Lander acolheu os primeiros seminaristas em sua casa para, em seguida, o primeiro seminário teológico se instalar no Colégio O Granbery, em 1890. Outro missionário metodista norte-americano, Rev. John William Tarboux, foi nomeado oficialmente o primeiro reitor pela Junta Diretora, em 1892. Tarboux seria, em 1930, o primeiro Bispo da Igreja Metodista autônoma eleito no Brasil. Em 1896 é relatado que o Seminário estava em funcionamento contando com nove alunos. Em 1928 o curso foi elevado à categoria de


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Faculdade de Teologia d’O Granbery. Logo, Derly Chaves, que havia retornado de seus estudos de pós-graduação nos Estados Unidos, assumiria a reitoria da Faculdade, inaugurando a época de ouro daquela que foi criada para ser a “casa de profetas” dos metodistas. Em 1928, criou-se em Porto Alegre, a Faculdade Teológica do Sul. Em 1938, o 3° Concílio Geral da IM decidiu unificar as duas Faculdades de Teologia existentes e criar a Faculdade de Teologia da Igreja Metodista. Em 1939, a nova Faculdade de Teologia, instalada em Juiz de Fora, sendo o primeiro reitor, Sante Uberto Barbieri. No ano seguinte, a Fateo se instalou em São Bernardo do Campo-SP, onde está até hoje, no campus da Universidade Metodista. A educação teológica é integrada pela Coordenação Nacional de Educação Teológica (CONET). A Fateo-SP, é a mais importante Faculdade de Teologia da Igreja Metodista, mas ela possui outras faculdades e centros universitários: Faculdade de Teologia da Igreja Metodista (FATEO) –IMS - São Bernardo do Campo – SP Faculdade de Teologia Cesar Dacorso Filho (1ª Região) - Instituto Metodista Bennett – Rio de Janeiro-RJ Instituto Teológico João Wesley (2ª Região) – Porto Alegre-RS CEMEC – Centro Metodista de Capacitação (3ª Região) – São Paulo-SP Instituto Metodista Teológico João Ramos Jr. (4ª Região) – Belo Horizonte-MG Faculdade de Teologia do Izabela Hendrix (4ª Região) – Belo Horizonte-MG Instituto Educacional Metodista Bispo Scilla Franco (5ª Região) – Campinas-SP CEMETRE – Centro Metodista de Ensino e Treinamento (6ª Região) – Maringá-PR Seminário Metodista Teológico do Nordeste (REMNE) – RecifePE Faculdade de Teologia da Igreja Metodista – IMAm (REMA) – Porto Velho-RO


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UMESP- São Bernardo do Campo-SP

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UNIMEP - Piracicaba-SP

METODISTA é o melhor do Handebol brasileiro As equipes de handebol masculina e feminina do METODISTA/São Bernardo são hoje as melhores do Brasil! Conquistando muitos campeonatos da Liga Nacional e paulista, além de revelar inúmeros jogadores para a Seleção Brasileira. As equipes são patrocinadas pela Universidade Metodista de São Paulo e mantém parcerias com algumas empresas, o que garante seu sucesso. A METODISTA é um orgulho para nós! Os títulos comprovam: MASCULINO: Liga Nacional: 1997/1998/1999/2000/2001/2002/2004/2006. Campeonato Paulista: 1994/1995/1999/2000/2001/2003/2007/ 2008/2011/2012 FEMININO: Liga Nacional: 2006/2007/2008/2009/2010/2011 Campeonato Paulista: 2006/2007/2008/2009/2010/2011/2012 Projetos Sociais A Igreja Metodista afirma sua responsabilidade cristã pelo bem estar integral das pessoas como decorrente de sua fidelidade à Palavra de Deus expressa nas Escrituras do Antigo e Novo Testamentos. (Credo Social da Igreja Metodista) O tema geral: “Igreja Missionária a Serviço do Povo” expressa


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muito bem o ideal e motiva a ação. Para cumprir este lema a Igreja Metodista precisa ter práticas concretas. Um dos meios concretos utilizados é através do Ministério de Ação Social em todas as igrejas locais. O Ministério de Ação Social é muito dinâmico, porque sua atuação não fica apenas dentro da igreja local, mas visa toda a comunidade. A Igreja Metodista tem no “seu sangue”, na sua história, o trabalho social. Desde o início do movimento metodista no século XVIII, John Wesley e os metodistas abriram escolas, orfanatos, dispensários médicos, lares para viúvas, fundo de empréstimos para desempregados, etc. John Wesley visitava os presos, ajudava os necessitados em toda a Inglaterra! As instituições metodistas abrigavam idosos, viúvas, pobres, que recebiam alimento, agasalho, educação e a Palavra de Deus! O trabalho social desenvolvido pela Igreja Metodista no Brasil abrange os projetos locais, distritais, regionais e nacionais. Alguns projetos importantes: Projeto Sombra e Água Fresca – São Paulo-SP - Fundação: Fevereiro de 2000. O Sombra e Água Fresca é uma rede de projetos da Igreja Metodista no Brasil, desenvolvida pelas igrejas locais e instituições para atender crianças e adolescentes de 6 a 14 anos. As igrejas são desafiadas a organizar atividades extra-escolares para crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos, contribuindo para seu desenvolvimento físico, intelectual, emocional, espiritual e social. Todo o trabalho é voluntário e deve contar com o apoio oficial e a colaboração da igreja. Baseados nos recursos disponíveis (materiais, físicos e humanos), a equipe local deve propor as atividades e os dias de funcionamento. Em 2011/2012 havia 63 projetos em desenvolvimento em todo o país, com a participação de 2.700 crianças. O Barco Hospital Saúde Integral realiza ação missionária em vilas e povoados ribeirinhos e indígenas e nas comunidades metodistas da cidade de Manaus. É possível desenvolver as


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seguintes ações: Escola Bíblica de Férias; testemunhos de fé; palestras educacionais; construção de igreja; atendimento médico/ odontológico, (tanto em terra como em comunidades ribeirinhas a bordo do barco), evangelismo de rua, teatro etc. Há espaço também para o turismo ecológico. Os voluntários terão oportunidade de conhecer a beleza natural e a rica cultura da região. Para participar é necessário formar grupos entre 5 a 15 pessoas e reservar agenda. O grupo precisa custear suas próprias despesas de viagem e o custo dos atendimentos prestados, o que inclui a compra de material e manutenção do barco. Projetos Missionários Regionais: 1ª Região: Projeto Missionário de Férias; 2ª RE: Projeto Missionário Regional; 3ª RE: Projeto Uma Semana para Jesus; 4ª RE: Projeto Missionário Passa à Macedônia; 5ª RE: Projeto Uma Semana para Jesus; 6ª RE: Julho para Jesus; REMNE: Projetos regionais; REMA: Três dias para Jesus. Instituto Central do Povo – O ICP foi fundado no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1906, sob a liderança do missionário norteamericano Rev. Hugh Clarence Tucker. Assim surgiu a “Missão Central” – durante o dia era escola infantil e centro social e à noite promovia alfabetização de adultos. Aos domingos era Igreja Metodista. Tucker exerceu ainda vários cargos de relevância para o evangelismo nacional durante seus 59 anos de serviço prestado à Igreja Metodista no Brasil. Foi a primeira instituição de ação social do Brasil, revelando mais uma obra pioneira da Igreja Metodista em terras brasileiras. Ali foi instalado o primeiro dispensário do Brasil (consultórios médico e dentário, farmácia e laboratório e as primeiras classes de enfermagem e primeiros socorros) além disso, o primeiro Jardim de Infância do Rio de Janeiro e onde, em 1913, iniciou-se o primeiro curso de Datilografia para trabalhadores de baixa renda. Projetos atuais: Creche e Pré-Escola, Informática (inclusão digital); EVANGEINFO (qualificação profissional); Projeto coletivo coca cola; Espaço de acesso cidadão; Curso de inglês; Padaria escola, Centro de Saúde Integral; Centro hospedagem; Capelania pastoral; Acampamento Clay (Propriedade do Instituto Metodista de Ação Social, situado em Sacra Família do Tinguá, Distrito do município de


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Paulo de Frontin-RJ). Todos os projetos visam a população de baixa renda dos bairros do Rio de Janeiro. A 1ª Região Eclesiástica (Rio de Janeiro) possui outras instituições sociais, como Instituto Metodista Ana Gonzaga, organizada em 1932, além do Instituto Metodista Carlota Pereira Louro, em Três Rios, que foi criado em 1960, Projeto EVANGEMED (O projeto da I Região Eclesiástica do Rio de Janeiro em convênio com o Concilio Mundial Metodista tem 02 traillers especiais com equipamento médico/dental para servir de apoio a este grande programa de saúde no Rio de Janeiro e onde nos for possível.Além disto tem outras clínicas fixas e outras parcerias para saúde). Em vários estados existem muitos projetos sociais que estão ligados às igrejas locais (AMAS). Outros: Lar da Velhice - Casa Susana Wesley (Viamão-RS), Casa de Assistência a Criança (Porto Alegre-RS), O Semeador – Escola Metodista de Educação Especial – São Caetano do Sul-SP; Centro Metodista de Atendimento a Infância (CEMAI) – Guaratinguetá-SP; Creche Dona Josefina G. Silva – Birigui-SP; Creche Mamãe Albininha – São Bernardo do CampoSP; Revide – Restaurando vida de Dependência (SP), Lar da Velhice (Araçatuba-SP), Associação Metodista da Infância da Igreja Metodista (SP), Lar Metodista (fundado em 1930 - Juiz de Fora-MG), CEMAT (Juiz de Fora - trabalho com toxicômanos), AMART (trabalho com toxicômanos, Vitória-ES), Centro Comunitário Metodista Alto da Bondade (REMNE), etc. Escola Dominical Já falamos na Parte 1, que a Igreja Metodista é a pioneira da organização da Escola Dominical no mundo (por Hanna Ball, em 1769, na Inglaterra) e no Brasil ( o missionário metodistas norteamericano Rev. R. Justin Spaulding, no Rio de Janeiro, em 1836). Em 1883, outro missionário, Rev. John James Ransom, editou as primeiras revistas de Escola Dominical no Brasil! “A Nossa Pequena Gente”, para crianças, e “Escola Dominical”, para adultos, além de criar o jornal “Expositor Cristão”, em 1886, que circula até hoje, e é, provavelmente,o jornal evangélico mais antigo em circulação no Brasil (completou 126 anos em 2012).


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Uma característica forte da Escola Dominical na Igreja Metodista é a preocupação com a capacitação dos professores e as suas tradicionais publicações. As revistas surgiram pelo interesse dos grupos societários (Sociedades de Homens, Senhoras e Jovens). A partir de 1930, ano de sua autonomia, a Igreja Metodista já estava editando as suas revistas de Escola Dominical: “Bem-Te-Vi” (para crianças), a “Cruz de Malta” (para jovens) e a “Voz Missionária” (para senhoras). Depois vieram as publicações “Flâmula Juvenil” (em 1963, para juvenis) e “Homens em Marcha” (para os homens – final dos anos 50). Essas revistas, ao lado do jornal oficial “Expositor Cristão” e do “No Cenáculo” foram no período de 1930 a 1960, um dos mais importantes meios para a formação do povo metodista brasileiro, tanto na Escola Dominical, quanto nas reuniões das Sociedades, onde eram estudados essas revistas. A publicação de revistas de escola dominical é uma tradição na Igreja Metodista.Por longos anos as revistas foram editadas pela Imprensa Metodista, e, mais tarde porém, as impressões foram terceirizadas. A partir de 2011 as tradicionais revistas metodistas Em Marcha, Cruz de Malta, Flâmula Juvenil e Bem-te-Vi, passaram a ser produzidas pela Igreja Metodista/Editeo, sob as normas do Departamento Nacional de Escola Dominical. Na Igreja Metodista a literatura de ensino para as escolas dominicais, tanto para alunos, como para professores, é produzida pelo Departamento Nacional de Escola Dominical da Coordenação Nacional de Educação Cristã, sob supervisão do Colégio Episcopal. A igreja, a nível local, regional e nacional, promove encontros, cursos e congressos para a capacitação dos professores. A Escola Dominical é de responsabilidade na igreja local do Ministério de Ensino ou de Educação Cristã, que além do coordenador, possui o Superintendente da Escola Dominical e os professores, com a participação efetiva do/a pastor/a local. O que diz o Cânones sobre a Educação Cristã: “A Educação Cristã é um processo dinâmico para a transformação, libertação e capacitação da pessoa e da comunidade. Ela se dá na caminhada de fé e se desenvolve no confronto da realidade histórica com o Reino


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de Deus, num comprometimento com a Missão de Deus no mundo, sob a ação do Espírito Santo, que revela Jesus Cristo segundo as Escrituras.” E o currículo de Educação Cristã na Escola Dominical será fundamentado na Bíblia e tratará de relacionar os relatos bíblicos com a realidade na qual a Igreja se encontra. Objetivos: 1) proporcionar a formação considerando as diversas fases de seu desenvolvimento; 2) Preparar o/a cristão/ã para viver no Espírito de Deus nas suas relações, anunciar o Evangelho e cumprir seu ministério no mundo; 3) Ajudar a comunidade, a saber, o que é e o que significa sua situação humana a partir do indivíduo que integra o processo social; 4) Levar os/as cristãos/ãs a se integrarem na prática missionária à luz do Evangelho e da realidade social. Missão Metodista entre os povos indígenas Quando John Wesley foi para a Geórgia (América) em 1935, sua maior intenção era trabalhar com a evangelização dos índios americanos. No Brasil, o trabalho metodista entre os povos indígenas começou em 1928, no estado do Mato Grosso, com a atuação do médico Nelson Becker Araújo, oriundo de Juiz de Fora-MG. A manchete saiu publicada na capa do jornal Expositor Cristão de 1928: “Um apello a alma methodista brasileira – Evangelização dos índios”. Foi o primeiro missionário metodista brasileiro junto aos indígenas. O trabalho metodista durou até 1946. A missão foi retomada novamente em 1971 pelo Pr. Scilla Franco, que anos mais tarde foi eleito bispo da Igreja. Ele ficou até 1977. A partir de 1977, foi criado o Grupo de Trabalho Indigenista e uma pastoral para tratar especificamente da causa indígena. Em 1983, o Colégio Episcopal recebeu e depois aprovou o documento “Base para uma Política Indigenista.” Nesse período, a igreja mantinha a chamada Missão Tapeporã, nas aldeias de Dourados, MS. Com o direcionamento oficial da Igreja, outras iniciativas de missão indígena surgiram. Em 1982, entre os macuxis na aldeia Bala, agora chamada Maruwi. Hoje, toda a comunidade, de mais de


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“Nunca permitas, sob qualquer hipótese, que passe um dia sequer sem que tenhas pelo menos uma hora para a tua vida devocional.” John Wesley

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200 pessoas, é metodista. Ali lidera o trabalho o missionário Cize Manduca, o primeiro líder indígena metodista do Brasil,

ordenado pastor em 1998. A partir de 1992 a missão se expandiu para vários povos indígenas do Brasil. Desta forma, também foram alcançados os povos Krenak (MG), Guarani Mbwa (ES), Tapeba (CE), Pataxó (MG), Kaingang (RS), Guarani-Caiuá, Terena, Guarani-Nãndeva (MS), Kiriri (BA) e Kanamari (AM). Com mais maturidade para lidar com a questão indígena, a Igreja Metodista lançou em 1999, o Documento – Diretrizes Pastorais para a ação Missionária Indigenista. O trabalho indigenista é um desafio muito grande para os metodistas, mas, a Igreja tem marcado presença, cumprindo o lema de John Wesley, “espalhando a santidade bíblica por toda a terra”, fazendo discípulos e discípulas a todas as tribos, raças e povos! (texto com base no jornal Expositor Cristão, abril de 2012, n° 04) O Significado da Cruz e da Chama A Igreja Metodista é conhecida não somente por sua teologia essencialmente bíblica, por seu compromisso missionário, educacional ou social, mas também por seu logotipo. Identificamos a Igreja pela cruz e a chama. Esse símbolo, marca da Igreja, pode ser utilizado livremente para identificar toda e qualquer igreja local, instituição, publicação, material ou presença da Igreja Metodista. A história desse símbolo é bastante significativa para o povo chamado metodista. Sua criação começou nos Estados Unidos, em 1968, quando duas Igrejas (a Metodista e a Evangélica dos Irmãos Unidos) se fundiram, formando a Igreja Metodista Unida. Nesse ano, um Concílio da nova Igreja (a Metodista Unida) nomeou uma equipe liderada por Edward J. Mikula para criar uma marca “oficial” para a nova denominação que surgiu a partir da fusão. Na


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equipe de Mikula trabalhava Edwin H. Maynard, que pesquisou os aspectos simbólicos da marca “oficial”. Tanto Mikula quanto Maynard decidiram que qualquer símbolo que fosse criado deveria carregar alguma expressão de calor como aquela que John Wesley sentiu em seu coração, na Rua Aldersgate, na Inglaterra, quando da sua experiência religiosa, em 24 de maio de 1738. Por isso é que a equipe liderada por Mikula assumiu o emblema que contém a cruz vazia, lembrando o Cristo ressurreto, e a chama, lembrando aquele calor estranho no coração de Wesley, naquela noite de primavera, na Inglaterra do século 18. Além disso, o simbolismo do emblema nos relaciona com Deus, o Pai, através da segunda e terceira pessoas da Trindade: o Cristo (cruz) e o Espírito Santo (chama). Há também outras duas conotações assumidas pela chama: • Pentecostes, quando foram vistas sobre os primeiros cristãos “...línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos ficaram cheios do Espírito Santo..” (cf. Atos 2.3.4a). • Fusão de duas grandes denominações norte americanas, em 1968: A Igreja Metodista e a Igreja Evangélica dos Irmãos Unidos, representada na dupla chama. No ano de 1971 a Igreja Metodista Unida registrou formalmente o emblema no Departamento de Marcas e Patentes dos Estados Unidos, sob número 917,433. O emblema se popularizou, passando a ser usado em Igrejas, publicações, cartões de visita, jornais e boletins de igrejas, gravatas, camisetas, broches, prendedores de gravatas, etc. Para evitar o uso indiscriminado ou alterado deste emblema a Igreja Metodista, visando manter a integridade do mesmo, estabeleceu critérios para sua utilização. Toda e qualquer reprodução do emblema deve ser fiel ao desenho original. Para isso, a Igreja Metodista, também aqui no Brasil, normaliza o uso do nosso significativo emblema, com os seguintes destaques: 1. A base da chama deve ser mais baixa que a da cruz; 2. O topo da chama deve ser mais alto que o da cruz; 3. As pontas superiores e a base da chama devem estar na


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vertical, como no desenho apresentado; 4. As extremidades do mastro e dos braços da cruz devem ser chanfradas à esquerda, num ângulo de 45º; 5. As cores oficiais são o preto (chapado) para a cruz e o vermelho (Pantone 185 CVC) para a chama. Observando estes critérios, é permitido fazer o uso oficial do emblema para identificar igrejas locais, atividades, programas, publicações, materiais e documentos da Igreja Metodista. Qualquer uso comercial, bem como alteração de cor ou estilização do emblema somente poderá ser feito mediante autorização explícita, por escrito, pela Sede Nacional da Igreja Metodista. Nota: informações retiradas do site: http://www.umc.org – da Igreja Metodista Unida, dos Estados Unidos Concílio Mundial Metodista O Concílio Mundial Metodista, com sede nos EUA, é o órgão máximo que reúne todas as igrejas do mundo de tradição Metodista. Fundada em 1881, o Concílio Mundial Metodista é uma das primeiras organizações, de comunidade cristã a nível mundial. Em 1881, aconteceu o primeiro Concílio Mundial Metodista, em Londres, Inglaterra. A ele estão filiadas 78 igrejas presentes em 150 países e representantes de cerca de 75 milhões de fiéis. Com sede na cidade de Lake Janaluska, na Carolina do Norte, Estados Unidos, o CMM existe para promover a união das igrejas de raízes metodistas em todo o mundo para: - aprofundar a cooperação - facilitar a participação metodista nos movimentos e órgãos mundiais - promover a unidade de padrões teológicos e morais - sugerir prioridades na atividade das Igrejas Metodistas - promover o uso eficiente de recursos na missão cristã, a nível Metodista - encorajar a evangelização - promover a educação cristã - orar e apoiar as necessidade de cristãos que sofrem


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perseguição - encorajar ministérios de justiça e paz - estudar propostas de união e de cooperação que surgem no seio das igrejas membros - patrocinar um programa de intercâmbio de pastores/as - encorajar o desenvolvimento da vida litúrgica e cultural nas igrejas membros - coordenar e apoiar as publicações metodistas à escala mundial - homenagear através do Prêmio Mundial Metodista da Paz, pessoas ou grupos que trabalham no sentido da reconciliação e paz no trabalho de Deus. O Concílio Mundial Metodista (CMM) possui uma diretoria executiva e o atual presidente é o Bispo Paulo Tarso de Oliveira Lockmann (bispo da 1ª RE - Rio de Janeiro). O CMM possui um Comitê Permanente nas seguintes áreas: Finanças, Relações Ecumênicas, Adoração e Liturgia, Educação Teológica, Adultos e Jovens, Assuntos Sociais, Evangelismo, Vida em Família, Assuntos Internacionais. História (Sociedade Histórica do Metodismo Mundial). O CMM criou o Museu Metodista Mundial em Lake Janaluska (EUA) e coordena, desde 1956 a Old Rectory (Casa dos Wesleys - antiga casa pastoral) em Epworth, Inglaterra como Museu. Concílios Mundiais Metodistas realizados: 1881 – Londres (Inglaterra) 1966 – Londres (Inglaterra) 1891 – Washington (EUA) 1971 – Denver (EUA) 1901 – Londres (Inglaterra) 1976 – Dublin (Irlanda) 1911 – Toronto (Canadá) 1981 – Honolulu (EUA) 1921 – Londres (Inglaterra) 1986 – Nairobi (Quênia) 1931 – Atlanta (EUA) 1991 – Singapura (Singapura) 1947 – Springfield (EUA) 1996 – Rio de Janeiro (Brasil) 1951 – Oxford (Inglaterra) 2001 – Brighton (Inglaterra) 1956 – Lake Janaluska (EUA) 2006 – Seul (Coréia do Sul) 1961 – Oslo (Noruega) 2011 – Durban (África do Sul) No mundo hoje há aproximadamente 75 milhões de


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metodistas. A maior concentração de metodistas está nos EUA, são 18 milhões. Só a Igreja Metodista Unida tem 11 milhões de membros. Outras nos EUA: Igreja Metodista Episcopal Africana: 2,5 milhões; Igreja Metodista Episcopal de Sião: 1,5 milhões; Igreja Metodista Livre: 900 mil. Congo: 2 milhões. Nigéria: 2 milhões África do Sul: 1,7 milhões Coréia do Sul: 1,5 milhões Costa do Marfim – 1 milhão Chile: 1 milhão Gana: 800 mil Índia: 600 mil Quênia: 500 mmil Inglaterra: 350 mil Brasil: 350 mil Metodistas Famosos Políticos metodistas - James Knox Polk - 11 º presidente dos EUA - Ulysses S Grant - 18° presidente dos EUA - Rutherford B. Hayes - 19° presidente dos EUA - William McKinley - 25° presidente dos EUA - George W. Bush – 43° presidente dos EUA - Boris Trajkovski - presidente da Macedônia - Chiang Ching-Kuo - presidente de Taiwan (1978-88)

Nelson Mandela “Se não fosse pela Igreja Metodista Unida, eu ainda estaria na minha aldeia”. - Nelson Rolihlahla Mandela – Líder mundial contra a segregação racial. Presidente da África do Sul (1994-1999). Ganhou o Prêmio Nobel da Paz, 1993. A ONU instituiu o Dia Internacional Nelson Mandela (data


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do seu nascimento: 18 de julho) - Chiang Kai-Shek - líder chinês de forças nacionalistas e Presidente da República da Igreja (Taiwan) - Abel Muzorewa - ex-presidente do Zimbabwe (ex-bispo metodista) - Taufa’ahau Tupou IV - rei de Tonga - Oliver Tambo - presidente da África do Sul (1969-1991) - Lester Bowles Pearson - primeiro-ministro do Canadá (1963-68) - Alben W. Barkley - vice-presidente – EUA sob Truman - Hubert H. Humphrey - vice-presidente – EUA sob LB Johnson - Walter F. Mondale - vice-presidente – EUA sob Carter - Dick Cheney - vice-presidente EUA sob George W. Bush - Hillary Clinton - senadora por Nova York; ex-primeira dama com o Pres. Bill Clinton - Geronimo - apache líder indígena; sua rendição 1886 final foi ação de guerrilha última significativo indiana nos EUA (1903: converteu na Igreja Metodista) - Warren Christopher - secretário de Estado - EUA (1993-97) - Willard Wirtz - secretário do trabalho- EUA (1962-1969) - Arthur Henderson - membro do parlamento britânico, secretário de Relações Exteriores, um diplomata; 1934 Prêmio Nobel da Paz - Eugenie Anderson – segunda mulher embaixatriz dos EUA (para a Dinamarca, seguida da Bulgária) - Michael “Mike” D. McCurry - secretário de imprensa da Casa Branca (1994-1998) - Alf Landon - governador do Kansas 1933-1937; candidato republicano à presidência dos EUA. em 1936 - Tom Bradley - prefeito de Los Angeles - Harold Washington - primeiro negro prefeito de Chicago - Lurleen Wallace - governador primeira mulher do Alabama - Jesse H. Jones - secretário do Comércio- EUA (1940-1945) - Joycelyn Elders - médico dos EUA - Mack McLarty - chefe de gabinete da Casa Branca sob Pres. Clinton - J. Caleb Boggs - governador e senador de Delaware - Terry Sanford - governador e senador da Carolina do Norte


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- David L. Boren - governador e senador de Oklahoma - Dale Bumpers - governador e senador de Arkansas - Vernon Jordan - conselheiro importante Pres. Bill Clinton Senadores / Representantes do Congresso dos EUA: - George McGovern, William Brockman Bankhead, Dennis Hastert, John Edwards, Sam Brownback, John Tower, Margaret Chase Smith, Alcee Hastings, Ben Nelson, Sam Nunn, Bob Mathias, Louis Stokes, Flake Floyd. Cientistas da NASA: Robert Floyd Carl Junior; Walter Reed; Charles Glover Barkla; William Philipps; Arthur Leonard Shawlow; Warwick Estevam Kerr (astronautas). Harold Good (Prêmio Mundial Metodista da Paz); Rosa Parks (símbolo da luta pelos direitos civis nos EUA); Casimira Rodriguez Romero (ex-Ministra da Justiça na Bolívia); Samuel Kobia (Secretário do conselho Mundial de Igrejas); Asa Candler (fundador da indústria Coca Cola). Brasileiros: Aldo Fagundes e Guaracy Silveira (políticos). Percival de Souza (jornalista, comentarista de TV, escritor). João Cândido Felisberto (1880-1969), o “Almirante Negro”, marinheiro da Marinha Brasileira, líder do movimento Revolta da Chibata, em 1910. Hoje, reconhecido pelo governo como “herói”, tem um monumento que o homenageia, na Praça XV, no Rio de Janeiro. Converteu-se ao metodismo em São João do Meriti, RJ, na velhice. Nos EUA, e em vários países do mundo existem muitos metodistas famosos na música, no cinema, escritores, jornalistas, atletas, médicos, juristas, educadores, cientistas, astronautas, etc. Metodistas agraciados com o Prêmio Nobel 1. Charles Glover Barkla. Físico britânico. Recebeu em 1987 o Prêmio Nobel de Física. 2. Arthur Henderson. Inglês. Presidiu a Conferência Mundial do Desarmamento, em 1932. Ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 1934. 3. John Raleigh Mott. Foi um leigo metodista e evangelizador mundial dos EUA. Foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz, em 1946. 4. Ernest Thomas Sinton Walton. Com John Cockcroft, irlandeses, receberam em 1951 o Prêmio Nobel de Física.


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5. Lester Bowles Pearson. Primeiro Ministro do Canadá (19631968). Ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1957. 6. Albert John Lutuli. Presidente do Congresso Africano. Foi concedido a ele o Prêmio Nobel da Paz, em 1960, pelo seu papel nãoviolento contra o apartheid na África do Sul. 7. Rodney R. Porter. Inglês. Em 1972, Porter ganhou o Prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia com Gerald M. Edelman. 8. Arthur Leonard Schawlow. Recebeu o Prêmio Nobel de Física, 1981, por seus trabalhos sobre lasers. 9. Nelson Mandela. Acabou com a segregação racial tornandose o primeiro Presidente negro da África do Sul. Ganhou o Prêmio Nobel da Paz, 1993. 10. Robert Floyd Curl, Jr. Filho de um pastor Metodista,EUA. Professor emérito de Química na Universidade Rice . Ele foi agraciado com o Prêmio Nobel de Química em 1996. 11. William D. Phillips. EUA, vencedor do Prêmio Nobel de Física, 1997. 12. Ellen Johnson-Sirleaf. Presidente da Libéria. Uma metodista ativa. Vencedora do Prêmio Nobel da Paz 2001. Ellen Johnson Sirleaf, de 72 anos, foi a primeira mulher a ser livremente eleita presidente de um país africano, em 2005. Economista e mãe de quatro filhos, a “Dama de Ferro”. (Fonte: Odilon Massolar Chaves)

Características marcantes da Igreja Metodista

O povo do coração aquecido é: - uma igreja do protestantismo histórico - ama a Bíblia Sagrada - é episcopal (tem bispos e bispas) - é conciliar e conexional - crê no batismo infantil e na ceia para as crianças - tem ministério pastoral feminino

- pioneira no ministério leigo - pioneira na escola dominical - pioneira em grupos pequenos, células - busca a santidade e o avivamento - prioridade para a ação social É a igreja da cruz e a chama Salvação e fogo do Espírito Santo


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Datas importantes para a Igreja Metodista

20 de janeiro – Nascimento de Susanna Wesley (1669) 22 de fevereiro – Estabelecimento das Regras Gerais (1743) 02 de março – Falecimento de John Wesley (1791) 10 de março – Dia da Mocidade Metodista 12 de março – Dia das Sociedades Metodistas de Mulheres 23 de março – Falecimento de Susanna Wesley (1742) 29 de março – Falecimento de Charles Wesley (1788) 31 de março – Falecimento de Francis Asbury (1816) 02 de abril – Primeira pregação de John Wesley ao ar livre (Bristol)(1739) 08 de abril – Dia do/a Pastor/a e Bispo/a Metodista 21 de abril – Dia do Seminarista 24 de maio – Experiência de John Wesley - Dia do Coração Aquecido (1738) 24 de maio – Dia da Campanha Nacional de Oferta Missionária 07 de junho – Dia do Expositor Cristão 17 de junho – Nascimento de John Wesley (1703) 24 de junho – Inauguração da Escola Kingswood (1ª escola metodista) 19 de agosto – Dia da Campanha Nacional de Oferta para Ação

Social 20 de agosto – Nascimento de Francis Asbury (1745) 02 de setembro – Dia da Autonomia da Igreja Metodista no Brasil (1930) 13 de setembro – Dia do Juvenil Metodista 18 de setembro - Dia da Voz Missionária 20 de setembro – Falecimento de George Whitefield (1770) 20 de setembro – Dia da Escola Dominical 07 de outubro – Última pregação de John Wesley ao ar livre (1790) 09 de outubro – Dia da Federação Mundial de Mulheres Metodistas 14 de outubro – John e Charles Wesley embarcam para a Geórgia (América) 1735 08 de novembro – Dia do Pastor e da Pastora Aposentado/a 10 de novembro – Dia de Ação Social 19 de novembro – Dia das Sociedades Metodistas de Homens 14 de dezembro – Dia da Bíblia 16 de dezembro – Nascimento de George Whitefield (1714) 18 de dezembro – Nascimento de Charles Wesley (1707) 25 de dezembro – Implantação das Regras das Sociedades Unidas (1738)


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O Caráter de um Metodista

Por: John Wesley,

(tradução Izilda Peixoto Bella)

Assim que o nome foi conhecido no mundo, muitos estavam perdidos quanto ao que significava Metodista; quais os princípios e prática daqueles que são comumente chamados por esse nome; e quais as marcas peculiares dessa religião “a qual tem sido, em todos os lugares, falado contra”. E, sendo, geralmente, acreditado que, eu era capaz de dar um relato esclarecedor dessas coisas, (já que eu tenho sido um dos primeiros a quem esse nome foi dado, e a pessoa, pela qual as demais supõem que ele esteja direcionado), eu tenho sido chamado, de todas as formas, e com a mais extrema seriedade, a assim proceder. Eu me rendo, pelo menos, à importunidade contínua, tanto de amigos quanto de inimigos; e agora faço o mais claro relato que eu posso, na presença do Senhor e Juiz dos céus e da terra, sobre os princípios e prática, por meio dos quais, aqueles que são chamados Metodistas são distinguidos de outros homens. Eu digo aqueles que são chamados Metodistas; porque, deixe isso ficar, bem observado, esse não é um nome que eles pegaram para si mesmos, mas um fixado sobre eles, através do caminho da reprovação, sem a aprovação ou consentimento deles. Ele foi, primeiro, dado a três ou quatro jovens de Oxford, por um estudante da Igreja de Cristo; em alusão aos Physicians (médicos), assim chamados, que ensinavam que todas as doenças podiam ser curadas através de um método específico de dieta e exercícios, tanto quanto da observação deles de um método mais regular de estudo e comportamento, do que aquele que era usual aos da mesma idade e situação deles. Eu poderia regozijar-me (tão pouco ambicioso eu sou para ser o mentor de qualquer doutrina ou partido), se esse nome nunca mais fosse mencionado, mas fosse queimado no esquecimento eterno. Mas se isso não pode ser, que, pelo menos aqueles que irão usá-lo, saibam o significado da palavra que eles usam. Não permita que lutemos sempre na escuridão. Venham, e nos deixe olhar, uns aos outros, na face. E, talvez,


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alguns de vocês que odeiam aquilo do qual eu sou chamado, possam amar aquilo que eu sou, pela graça de Deus; ou melhor, o que “eu sigo, se eu compreender que, através disso, eu também sou compreendido de Cristo Jesus”. As marcas peculiares de um Metodista não são as opiniões dele de qualquer tipo. Sua concordância a esse ou aquele sistema religioso; ele abraçar algum grupo particular de idéias, sua adesão ao julgamento de um homem ou de outro, estão todos, completamente, longe do ponto. Quem quer que, entretanto, imagine que um Metodista seja um homem desse tipo, ou dessa opinião, é, grosseiramente, ignorante de toda a questão; ele se equivoca da verdade, totalmente. Nós acreditamos, realmente, que “toda Escritura é dada pela inspiração de Deus”; e onde nós somos distinguidos dos judeus, turcos, e infiéis. Nós acreditamos que as palavras escritas de Deus sejam regra única e suficiente, tanto de fé como de prática cristã; e onde nós, fundamentalmente, somos distinguidos daqueles da Igreja Católica. Nós acreditamos que Cristo seja o Deus eterno e supremo; e onde nós somos diferenciados dos “Socianians” e Arianos. Mas, com respeito a todas as opiniões, que não colidem com a raiz do Cristianismo, nós pensamos e deixamos pensar. De modo que, o que quer que eles sejam, se certos ou errados, eles não são as marcas distintas de um Metodista. Nem são as palavras ou frases de qualquer tipo. Nós não colocamos nossa religião, ou qualquer parte dela, sendo atada a qualquer modalidade peculiar de falar, grupo fantástico ou incomum de expressões. Diante de outros, nós preferimos as palavras mais óbvias, fáceis e comuns, tanto nas ocasiões costumeiras, como quando falamos das coisas de Deus. Nós nunca, entretanto, de boa-vontade, ou intencionalmente, desviamos da maneira de falar mais usual; a menos, quando nós expressamos as verdades bíblicas, nas palavras bíblicas, as quais, nós presumimos, nenhum cristão irá condenar. Nem nos afligimos a usar quaisquer expressões particulares das Escrituras, mais freqüentemente, do “A autêntica experiência de salvação é que outras, a menos que elas transformadora. Ou impacta a orientação sejam usadas, mais amiúde, total da vida ou não é autêntica.” pelos próprios escritores John Wesley inspirados. De maneira que é


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um erro grosseiro colocar as marcas de um Metodista em suas palavras, como, nas opiniões de toda espécie. Nem nós desejamos ser distinguidos por ações, costumes, ou usos, de uma natureza imparcial. Nossa religião não se coloca fazendo o que Deus não tem se alegrado, ou abstendo-se daquilo que ele não tem proibido. Ela não se coloca na forma de nossos trajes, na postura de nossos corpos, ou na cobertura de nossas cabeças; não ainda, em nos abster do casamento, ou de carnes e bebidas, as quais são boas, se recebidas com ações de graça. Entretanto, nem irá homem algum, que conhece, a respeito do que ele afirma, fixar as marcas do Metodista aqui —, em alguma ação e costume, puramente, indiferente, indeterminado pela palavra de Deus. Nem, ultimamente, ele é distinguido por colocar toda a tensão da religião em alguma parte singular dela. Se você disser: “Sim, é, porque ele pensa ‘que nós somos salvos pela fé somente’”: Eu respondo: Você não entendeu as condições. Através da salvação ele quer dizer santidade de coração e vida. E isso ele afirma brotar da fé verdadeira apenas. Pode algum cristão comum negar isso? É isso que está colocando uma parte da religião para um todo? “Nós, então, podemos invalidar a lei através da fé? Deus proíbe! Sim, nós firmamos a lei”. Nós não colocamos o todo da religião (como muitos fazem, Deus sabe), em não fazendo mal algum, ou em fazendo o bem, ou em usando as ordenanças de Deus. Não, não em todas elas, juntas; em que nós sabemos, por experiência, que um homem pode trabalhar muitos anos, e, ao fim, não ter religião; não mais do que ele tinha no começo. Muito menos, em qualquer um desses; ou, e pode ser, em um pedaço de algum deles: como ela que se acredita uma mulher virtuosa, apenas porque ela não é uma prostituta; ou ele que sonha que é um homem honesto, meramente, porque ele não rouba ou furta. Possa o Senhor Deus de meus pais, preservar-me de tal religião pobre e faminta como essa! Fossem essas as marcas de um Metodista, eu logo escolheria ser um sincero judeu, turco ou pagão! “Qual, então, é a marca? Quem é um Metodista, de acordo com o seu próprio relato?” Eu respondo: Um Metodista é aquele que tem “o amor de Deus derramado por todo seu coração, pelo Espírito Santo dado a Ele”; alguém que “ama o Senhor seu Deus com todo seu coração, e com toda sua alma, e com toda sua mente, e com todas as


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suas forças. Deus é a alegria “Que ignorância espantosa então, para em seu coração, e o desejo não dizer imprudência, implica, pecas sode sua alma; a qual está, bre qualquer um ao me taxar como tendo constantemente, clamando: alguma conexão com o Papismo!”. Quem eu tenho, nos céus, a John Wesley, Diário, 20/12/1768 não ser a ti? Não há ninguém sobre a terra que eu deseje, além de Ti! Meu Deus e meu tudo! Tu és a força de meu coração, e minha porção para sempre!”. Ele é, contudo, feliz em Deus, sim, sempre feliz, como tendo nele, “um poço de água, fonte da vida eterna”, e transbordando sua alma com paz e alegria. “Amor perfeito”, tendo agora, “lançado fora o medo”, ele “se regozija sempre mais”. Ele “se regozija, sempre, no Senhor”, sempre “no Deus, seu Salvador”; e, no Pai, “através de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem ele tem agora recebido a redenção”. “Tendo” encontrado a “redenção, através de seu sangue, o perdão de seus pecados” ele não pode deixar de se regozijar, sempre que ele olha para trás, para a cova horrível, de onde ele foi liberto; quando ele vê “todas as suas transgressões e iniqüidades apagadas, como uma nuvem”. Ele não pode deixar de se regozijar, quando ele olha para as condições em que ele está agora; “sendo justificado, livremente, e tendo paz com Deus, através de nosso Senhor Jesus Cristo”. Porque “ele que acredita, ter o testemunho” disso “em si mesmo”; sendo agora o filho de Deus, pela fé. “Porque ele é um filho, Deus tem enviado adiante o Espírito de seu Filho, no seu coração, clamando: Abba, Pai!”. E “o próprio Espírito é testemunha com seu espírito de que ele é um filho de Deus”. Ele se regozija também, quando ele olha, para frente, “na esperança da glória que deve ser revelada”; sim, essa sua alegria é completa, e todos os seus ossos clamam: “Abençoado seja Deus, e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, de acordo com sua abundante misericórdia, tem me recriado na esperança viva — da herança incorruptível, inviolável, e que não se desvanece, reservada, nos céus, para mim!”. E ele que tem sua esperança, assim “cheia da imortalidade, em todas as coisas, agradece”; como sabendo que (o que quer que elas sejam) “é a vontade de Deus, em Cristo Jesus, concernente a ele”. Dele, no entanto, ele, carinhosamente, recebe tudo, dizendo: “Boa é a vontade do Senhor”; e se o Senhor dá ou tira, igualmente, “glorifica o Seu nome”.


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Porque ele tem “aprendido, em qualquer condição que esteja, nesse momento, estar contente”. Ele sabe “ambos, como ser humilhado, e como estar em abundância. Em todo o lugar, e em todas as coisas, ele está instruído a estar saciado e a estar faminto; a estar em abundância e a sofrer necessidade”. Se, no bem estar físico, ou na dor; na doença ou na saúde, na vida ou na morte, ele agradece das profundezas de Seu coração a quem ordena isso para o bem; sabendo que como “todo dom agradável vem do alto”, então, nada, a não ser o bem pode vir do Pai das luzes, daquele, em cujas mãos ele tem, completamente, colocado seu corpo e alma, como nas mãos do Criador fiel. Ele tem, então, “cuidado” (ansiosamente, ou despreocupadamente) “de nada” tendo “colocado todas as suas preocupações Nele que cuida por ele”, e “em todas as coisas” descansa Nele, depois “de fazer seu pedido conhecido a Ele com ações de graças”. Porque, realmente, ele “ora, sem cessar”. É dado a ele “sempre orar, e não fraquejar”. Não que ele esteja sempre na casa de oração; embora ele não negligencie a oportunidade de estar lá. Nem que ele esteja sempre de joelhos, apesar de estar, freqüentemente, ou com seu rosto diante do Senhor seu Deus. Nem ainda ele está sempre clamando alto para Deus, ou o chamando em palavras: Muitas vezes, “o Espírito intercede por ele, com gemidos que não podem ser exprimidos”. Mas todo o tempo, a linguagem do seu coração é esta: “Tu, esplendor da glória eterna, junto a ti está meu coração, embora sem voz, e meu silêncio fala junto a ti”. E essa é a verdadeira oração, e apenas essa. Mas seu coração está sempre erguido para Deus, todo o tempo, e em todos os lugares. Nisso, ele nunca é obstruído, muito menos, interrompido, por qualquer pessoa ou coisa. Sozinho ou acompanhado, nos momentos de folga, no trabalho, ou conversando, seu coração está sempre com o Senhor. Se ele se deita, ou se levanta, Deus está em seus pensamentos; ele caminha com Deus, continuamente, tendo o olho do amor de sua mente, ainda fixado Nele, e em todo o lugar, “buscando a Ele que é invisível”. E, enquanto isso, ele, desse modo, sempre exercita seu amor “Vocês não tem nada a fazer, senão salvar almas. Portanto, gastem tempo e sejam gastos nessa obra. Devem ir sempre não apenas ao encontro dos que precisam de vocês, mas principalmente daqueles que mais necessitam de vocês.” John Wesley


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a Deus, orando, sem cessar, regozijando-se, sempre mais, e em todas as coisas dando graças; seus mandamentos estão escritos em seu coração: “Que, ele, que ama a Deus, ame ao seu irmão, também”. E ele, concordantemente, ama seu próximo, como a si mesmo; ele ama cada homem, como sua própria alma. Seu coração está cheio de amor para com toda a humanidade, para com todos os filhos do “Pai de todos os espíritos de toda a carne”. Que um homem não lhe seja conhecido, pessoalmente, não é barreira alguma a seu amor; não, nem àquele que ele não aprova que recompense sua boa-vontade com ódio. Porque ele “ama seus inimigos”; sim, e os inimigos de Deus, “o mau e o mal agradecido”. E se não está em seu poder “fazer o bem a quem o odeia”, ainda assim, ele não cessa de orar por eles, embora eles continuem a rejeitar seu amor, e ainda “maliciosamente, o usem e o persigam”. Porque ele é “puro de coração”. O amor de Deus tem purificado seu coração de toda paixão vingativa, da inveja, malícia e ira, de todo temperamento indelicado ou afeição maligna. Isso o limpou do orgulho e altivez de espírito, de quem, sozinho, emana contenda. E ele agora está “cheio de misericórdia, delicadeza, humildade de mente, brandura, e longanimidade”: De modo que ele “abstém-se e perdoa, se ele tem alguma disputa com alguém; assim como Deus, em Jesus Cristo, o perdoou”. E, realmente, todo possível motivo para contenda, de sua parte, é extremamente, cortado fora, porque ninguém pode tirá-lo do que ele deseja; vendo que ele “ama não o mundo, nem coisa alguma dele”; sendo agora “crucificado para ele, e o mundo crucificado nele”; sendo morto para tudo o que nele está, para “a cobiça da carne, a cobiça dos olhos, e o orgulho da vida”. Porque “todo seu desejo está em Deus, e na lembrança de Seu nome”. De acordo com esse seu único desejo, é o único objetivo de sua vida, ou seja, “não fazer a sua própria vontade, mas a vontade Dele que o enviou”. Sua única intenção todo esse tempo e, em todas as coisas não é, agradar a si mesmo, mas a Ele que a sua alma ama. Ele tem um único olho. E, porque “seu olho é único, todo seu corpo é cheio de luz”. De fato, onde o olho de amor de sua alma é, continuamente, fixo em Deus, não pode haver escuridão, afinal, “mas o todo é luz; como quando a luz brilhante da vela ilumina a casa”. Deus, então, reina sozinho. Tudo o que está na alma é santidade para o Senhor. Não há um movimento


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em seu coração, a não ser o que está de acordo com a Sua vontade. Cada pensamento despertado aponta para Ele, e está em obediência à lei de Cristo. E a árvore é conhecida por seus frutos. Porque como ele ama a Deus, então ele guarda seus mandamentos; não apenas alguns, ou a maioria deles, mas todos, do menor ao maior. Ele não está satisfeito em “manter a lei toda, e ofender em um ponto”; mas ele tem, em todos os pontos, “a consciência, sem ofensa, para com Deus e para com o homem”. O que quer que Deus tenha proibido, ele evita; no que quer que Deus tenha se alegrado, ele faz; e mesmo que isso seja pequeno ou grande, difícil ou fácil, jubiloso ou doloroso, para a carne. Ele “executa os mandamentos de Deus”, agora que ele tem o coração livre. É sua glória, então, fazer isso; é sua coroa de regozijo, diariamente, “fazer a vontade de Deus sobre a terra, como ela é feita nos céus”; sabendo que é o mais alto privilégio dos “anjos de Deus, daqueles que se sobressaem, em força, para cumprir Seus mandamentos, e escutar atentamente a voz de Sua Palavra”. Todos os mandamentos de Deus, ele, concordantemente, mantém, e isso, com todo sua força. Porque sua obediência está em proporção ao seu amor, a fonte de onde isso flui. E, por conseguinte, amando Deus com todo seu coração, ele serve a ele com toda sua força. Ele, continuamente, apresenta sua alma e seu corpo, como um sacrifício vivo, santo e aceitável a Deus; inteiro e sem reservas, devotando a Ele, tudo o que tem, tudo o que é, para sua glória. Todos os talentos que ele tem recebido, ele, constantemente, emprega, conforme a vontade do Mestre; cada poder ou faculdade de sua alma, cada membro de seu corpo. Uma vez, ele “consentiu que eles fossem instrumentos da iniqüidade, para o pecado”, mas, agora “tendo nascido dos mortos, ele consente” que todos eles “sejam instrumentos da retidão para Deus”. Por conseqüência, o que quer que ele faça, é tudo para a glória de Deus. Em toda sua ocupação, de toda a espécie, ele não apenas concentra seus esforços, (que implica em ter um único olho), mas, atualmente, ele consegue isso. Suas ocupações, ou suas horas de repouso, tanto quanto suas orações, tudo serve a esse grande fim. Se ele está sentado em sua casa, ou caminhando; se ele se deita, ou levanta, ele está promovendo, em tudo que fala ou faz, a única ocupação de sua vida; se ele coloca seus


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trajes, ou trabalha, ou come e bebe, ou se diverte do trabalho exaustivo, isso tudo tende ao crescimento da glória de Deus, pela paz e boa-vontade entre os homens. Sua única e invariável regra é essa: “O que quer que seja feito, em palavra ou ação, fazer tudo, no nome de Nosso Senhor Jesus, dando graças a Deus e ao Pai por ele”. Nem os costumes do mundo, afinal, o impedem de “correr a corrida que está colocada diante dele”. Ele sabe que os maus hábitos não perdem sua natureza, embora sempre se tornem tão na moda; e lembra que “todo homem deverá dar um relato de si mesmo a Deus”. Ele não pode, por conseguinte, “seguir” mesmo a “multidão para fazer o mal”. Ele não pode “passar, suntuosamente, bem, todos os dias”, ou “fazer provisão, para a carne se encher de cobiça, depois disso”. Ele não pode “deitar tesouros na terra”, não mais do que ele pode botar fogo em seu próprio peito. Ele não pode “adornar a si mesmo”, por qualquer pretensão, “com ouro ou trajes suntuosos”. Ele não pode tomar parte, ou encorajar alguma diversão que tenha a menor tendência ao vício de qualquer espécie. Ele não pode “falar mal” de seu próximo, nada mais do que ele pode mentir, tanto para Deus quanto para o homem. Ele não pode expressar uma palavra indelicada de alguém; por amor, ele mantém fechados seus lábios. Ele não pode dizer “palavras vãs”; “nenhuma comunicação corrupta” deverá “sair de sua boca, como todas aquelas que não são boas para o uso da edificação”, não “adequadas para ministrar graça aos ouvintes”. Mas “por mais que as coisas sejam puras, por mais que sejam amáveis, por mais que sejam”, justamente, “de boa reputação”, ele pensa, ele fala, ele age, “adornando o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, em todas as coisas”. Por último. Sempre que pode, ele “faz o bem a todos os homens”; seu próximo, e estranhos; amigos e inimigos: e de toda a forma possível; não apenas aos seus corpos, “alimentando o faminto, vestindo o nu, visitando aqueles que estão doentes ou na prisão”; mas, “Todo projeto para refazer a sociedade, que não se importa com a redenção do indivímuito mais, ele trabalha para duo, é inconcebível... E toda doutrina para o bem da alma deles, com salvar os pecadores, que não tem o propóa capacitação que Deus lhe sito de transformá-la em guardiã contra o deu, para acordar aqueles pecado social é inconcebível”. John Wesley que dormem na morte; trazer


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os que estão acordados para o sangue reparador, que, “sendo justificado pela fé, eles podem ter paz com Deus”; e provocar aqueles que têm paz com Deus, para abundar ainda mais em amor e boas obras. E ele, de boa-vontade, “passa e vai passar nisto”, mesmo “para ser oferecido no sacrifício e serviço da fé deles”, de maneira que eles possam “todos chegar na medida e na estatura da plenitude de Cristo”. Esses são os princípios e práticas de nossa religião; essas são as marcas de um verdadeiro Metodista. Por meio dessas apenas, aqueles que estão, no ridículo, assim chamado, desejam ser distinguidos de outros homens. Se algum homem disser, “Mas esses são apenas os princípios comuns fundamentais do Cristianismo!”. Tu o disseste; então, eu concordo; essa é a própria verdade; eu sei que não existem outras; e eu gostaria, em Deus, que tu e todos os outros homens soubessem que eu, e todos os que seguem meu julgamento, recusam-se, veementemente, a serem distinguidos de outros homens, a não ser pelos princípios comuns do Cristianismo — o claro, e velho Cristianismo que eu ensino, renunciando e abominando todas as outras marcas de distinção. E a quem quer que eu pregue, (deixe-o ser chamado, pelo que ele deseja, porque nomes não mudam a natureza das coisas), ele é um cristão, não apenas no nome, mas, no coração e na vida. Ele está, interiormente e exteriormente, em conformidade com a vontade de Deus, como revelada, nas palavras escritas. Ele pensa, fala, e vive, de acordo com o método estabelecido, na revelação de Jesus Cristo. Sua alma está renovada, na busca da imagem de Deus, na retidão, e em toda santidade verdadeira. E tendo a mente que estava em Cristo, ele, então, caminha como Cristo também caminhou. Por essas marcas, por esses frutos da fé viva, nós trabalhamos para distinguir a nós mesmos do mundo descrente, de todas aquelas mentes ou vidas que não estão de acordo com o Evangelho de Cristo. Mas dos cristãos reais, quaisquer que sejam as denominações deles, nós, sinceramente, não desejamos “Faça todo o bem possível, por todos os ser distinguidos, afinal; não meios possíveis, de todos os modos possíveis, em todos os lugares possíveis, em todas as daqueles que, sinceramente, ocasiões possíveis, a todas as pessoas possí- buscam o que eles sabem que eles ainda não têm obtido. veis, tanto quanto for possível.” John Wesley Não: “quem quer que faça a


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vontade de meu Pai, que está nos céus, o mesmo é meu irmão, e irmã, e mãe”. E eu imploro a vocês, irmãos, pela misericórdia de Deus, que nós não sejamos, de modo algum, divididos, entre nós mesmos. Está teu coração comigo, como o meu está contigo? Eu não farei mais perguntas. Se assim for, dê-me tua mão. Por opiniões ou termos, não nos deixe destruir o trabalho de Deus. Tu amas e serve a Deus? É o suficiente. Eu dou a você a mão direita do companheirismo. Se existe algum consolo em Cristo, se existe algum conforto de amor, se alguma amizade do Espírito; se existe misericórdia; permita que nós nos esforcemos, juntos, pela fé do Evangelho; caminhando dignos da vocação, pela qual, nós fomos chamados; com toda humildade e brandura, com longanimidade, tratando com clemência, um ao outro, no amor, esforçando-nos para manter a unidade do Espírito, nos laços da paz; lembrando que há um corpo, e um Espírito, mesmo quando somos chamados com uma esperança de nosso chamado; “um Senhor, uma fé, um batismo; um Deus e Pai de todos, que está acima de tudo, e através de tudo, e em você todo”.

John Wesley

METODISTA – GRAÇAS A DEUS!

(Nem ecumênico, nem neo-pentecostal!) O Metodismo que John Wesley organizou e que se espalhou por toda a Terra, esse é o Metodismo autêntico que precisamos dar continuidade. É o evangelho puramente bíblico e EQUILIBRADO. John Wesley jamais aceitaria o metodismo moderno que faz aliança com outras religiões (ecumenismo = catolicismo e seitas heréticas) e repudiaria o neopentecostalismo e suas crendices nos arraiais do metodismo, como vemos no Brasil e em outras

partes do mundo! Ecumenismo e Neo-pentecostalismo são movimentos extremistas e anti-bíblicos que NÃO PRECISAMOS! Segundo o próprio John Wesley: “Um Metodista é aquele que tem o amor de Deus derramado por todo o seu coração, pelo Espírito Santo dado a Ele.” Ama a Deus acima de tudo, ama a família e a Igreja, ama e respeita as pessoas! Simplesmente, somos cristãos METODISTAS! Ronald Gripp Donato


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