Escola Superior Agrária de Coimbra
Contribuição para o plano de recuperação das áreas afetadas pelo ciclone Gong a 19 de Janeiro de 2013 na Mata Nacional do Buçaco
Jorge Ferreira Sousa
Relatório de estágio da Licenciatura em Engenharia dos Recursos Florestais
Coimbra, Novembro 2013
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Agradecimentos Este relatório culminou no fim de um ciclo que guardarei para o resto da minha vida. Esta caminhada académica foi marcada por uma grande dose de emoções, sempre acompanhado por amigos/profissionais que jamais serão esquecidos. É com muita satisfação que expresso aqui o mais profundo agradecimento a todos aqueles que tornaram a realização deste trabalho possível: À orientadora interna Professora Doutora Hélia Marchante por todas as orientações dadas na elaboração deste trabalho, pelas correções, bibliografia cedida, paciência, amizade, incentivos e disponibilidade demonstrada em todas as fases que levaram à concretização deste trabalho. Um muito obrigado pelo profissionalismo e paixão demostrada pelo ensino e pela botânica ao longo deste ciclo. Um agradecimento muito especial ao orientador externo Dr. Nelson Matos por ter colaborado ativamente na estruturação/organização dos conteúdos abordados, por toda a bibliografia cedida, pela ajuda nos levantamentos das áreas em estudo e pelas conversas e incentivo nos dias mais difíceis. Um muito obrigado pela amizade demostrada e pelos ensinamentos diários ao longo deste trabalho. À Doutora Milene Matos pela ajuda no tratamento dos dados da biodiversidade, pelas correções, conselhos, bibliografia cedida, amizade e disponibilidade em ajudar. Ao Arquiteto paisagístico Joni Vieira pela ajuda na elaboração do plano de rearborização em Autocad, bibliografia fornecida, amizade e disponibilidade em ajudar. À Dr.ª Sónia Guerra pela bibliografia cedida e pela demonstração prática nos levantamentos de biodiversidade. À Dr.ª Lísia Lopes pela Bibliografia cedida. À Professora Doutora Filomena Gomes pela bibliografia cedida e pelas instruções no levantamento dos danos. A todos os funcionários/colaboradores da Fundação Mata do Buçaco, pela forma que me acolheram e pela amizade demonstrada ao longo deste período. A todos, muito obrigado. À Fundação Mata do Buçaco por me disponibilizar as suas instalações e o seu material. ii Engenharia dos recursos Florestais
A todos os meus amigos pelo apoio e incentivo incondicional demonstrado ao longo deste trabalho. Por último quero agradecer às pessoas mais importantes da minha vida, a minha família, nomeadamente o meu pai e a minha mãe, que sempre me elucidaram do sinuoso caminho que temos que percorrer para atingir os nossos sonhos. Este trabalho é inteiramente dedicado a vocês. Obrigado por tudo!
iii Engenharia dos recursos Florestais
Abstract The Buçaco National Forest (MNB) is a natural, historical and architectural heritage of unique character in Portugal and world wide. Have an dendrological replete collection of species from diverse parts of the world, with several exemplars of remarkable size, and preserves some flaps of natural vegetation climax forests. This work was essentially two objectives: 1) to contribute to a proposed recovery of clearings created by the cyclone Gong in MNB the January 19, 2013, considering the removal of felled trees, the recovery potential floristic diversity, landscape diversity and maintenance of the botanical history of the areas, 2) contribute a proposed intervention to mitigate/ eliminate the invasive plants present and prevent their proliferation, essentially in areas affected by cyclone areas. Six clearings were selected, two landscape units of the MNB (Arboretum and Marquês Pine). In order to evaluate the state of these areas, to then achieve the objectives, three types of surveys were made: Measurement of volume of timber felled and identification of the respective species, characterization of existing floristic diversity and quantification of propagules of invasive plants Measuring the volume of timber felled and identification of the respective species. Afterwards, based on the collected data and other characteristics of the gaps it was elaborated a matrix conjugation of the more relevant parameters (those that best qualify the clearings). Through the attribution of a score to each parameter according to its importance, it was possible define which clearings with the highest priority for intervention by setting the F clearing as highest priority. The largest volume of tumbled timber was registered in clearings C and D. The species that showed greater volume fall were Cupressus lusitanica and Acacia melanoxylon. Indigenous species who presented best natural regeneration in clearings are: Ilex aquifolium, Laurus nobilis, Quercus robur and Phillyrea latifolia. On the other hand the invasive species more identified and greater regeneration are: Acacia melanoxylon, Pittosporum undulatum, Prunus laurocerasus and Trandescantia fluminensis. Keywords: Buçaco, gong cyclone, biodiversity, clearings, invasive plants, recovery
iv Engenharia dos recursos Florestais
Resumo A Mata Nacional do Buçaco constitui um património natural, histórico e arquitetónico de caráter singular em Portugal e no mundo. Possui uma coleção dendrológica repleta de espécies oriundas de diversas partes do mundo, com inúmeros exemplares de porte notável, e preserva alguns retalhos da vegetação natural climácica. Este trabalho teve essencialmente dois objetivos: 1) contribuir para uma proposta de recuperação das clareiras criadas pela passagem do ciclone Gong na MNB a 19 de Janeiro de 2013, considerando a remoção das árvores derrubadas, a recuperação da diversidade florística potencial, da diversidade paisagística e manutenção da história botânica das áreas; 2) contribuir com uma proposta de intervenção para mitigar/eliminar as plantas invasoras presentes e impedir a sua proliferação, essencialmente nas áreas afetadas pela passagem do ciclone. Foram selecionadas seis clareiras, de duas unidades de paisagem da MNB (Arboreto e Pinhal do Marques). No sentido de avaliar o estado destas áreas, para posteriormente concretizar os objetivos, foram efetuados três tipos de levantamentos: medição do volume de madeira tombada e identificação das respetivas espécies, caraterização da diversidade florística existente e quantificação de propágulos de plantas invasoras. Posteriormente, com base nos dados recolhidos e noutras caraterísticas das clareiras foi elaborada uma matriz de conjugação dos parâmetros mais relevantes (aqueles que caraterizem melhor as clareiras). Através da atribuição de uma pontuação a cada parâmetro, segundo a sua importância, foi possível definir quais as clareiras com maior prioridade de intervenção, definindo a clareira F como a mais prioritária. As clareiras C e D foram as que contabilizaram maior volume de madeira tombada. As espécies que registaram maior volume de queda foram Cupressus lusitanica e Acacia melanoxylon. As espécies autóctones que apresentaram melhor regeneração natural nas clareiras são: Ilex aquifolium, Laurus nobilis, Quercus robur e Phillyrea latifolia. Por outro lado as espécies invasoras mais identificadas e com maior regeneração são: Acacia melanoxylon,
Pittosporum
undulatum,
Prunus
laurocerasus
e
Trandescantia
fluminensis Palavras-chave: Buçaco, ciclone gong, biodiversidade, clareiras, plantas invasoras, recuperação v Engenharia dos recursos Florestais
Índice
Abstract .................................................................................................................................. iv Resumo .................................................................................................................................... v 1 Introdução ............................................................................................................................. 1 1.1 Importância das florestas .................................................................................................... 1 1.2 A importância da Biodiversidade ........................................................................................ 2 1.3 A ameaça das plantas invasoras.......................................................................................... 3 1.4 Perturbações e suas consequências.................................................................................... 5 1.5 Métodos de quantificação de madeira tombada ................................................................ 5 2 Material e métodos ............................................................................................................... 8 2.1 Caraterização da área de estudo: Mata Nacional do Buçaco ............................................. 8 2.1.1 Enquadramento histórico.................................................................................................... 8 2.1.2 Enquadramento geográfico................................................................................................. 9 2.1.3 Clima ................................................................................................................................ 10 2.1.4 Enquadramento Bioclimático ........................................................................................... 11 2.1.5 Enquadramento biogeográfico ......................................................................................... 12 2.1.6 Solo .................................................................................................................................. 13 2.1.7 Fauna da MNB ................................................................................................................. 13 2.1.8 Flora e vegetação da MNB ............................................................................................... 14 2.1.9 Flora com carater invasor da MNB e nas áreas de estudo ................................................ 15 2.2 Caraterização das clareiras de estudo............................................................................... 17 2.3 Avaliação dos danos causados pelo ciclone ...................................................................... 20 2.3.1 Análise e tratamento dos dados recolhidos ...................................................................... 21 2.4 Avaliação da diversidade florística .................................................................................... 22 2.4.1 Índices de diversidade ...................................................................................................... 23 2.4.2 Análise e tratamento dos dados recolhidos ...................................................................... 24 2.5 Avaliação do potencial/ risco de invasão por espécies exóticas nas clareiras resultantes do ciclone ................................................................................................................................ 24 2.5.1 Análise e tratamento de dados recolhidos ........................................................................ 25 2.6 Elaboração das propostas segundo os levantamentos efetuados .................................... 26 2.7 Instrumentos de planeamento florestal ........................................................................... 26 2.7.1 Aplicação de instrumentos de planeamento florestal ....................................................... 26 2.7.2 Aplicação do plano Diretor Municipal da Mealhada (PDM) ........................................... 27 vi Engenharia dos recursos Florestais
2.7.3 Aplicação do plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) ....... 27 2.7.4 Aplicação do plano de Gestão Florestal (PGF) ................................................................ 27 3 Resultados ........................................................................................................................... 28 3.1 Danos apurados nas clareiras – madeira tombada ........................................................... 28 3.2 Biodiversidade ................................................................................................................... 31 3.3 Quantificação dos focos de invasão .................................................................................. 38 3.4 Parâmetros usados na matriz de priorização das intervenções ....................................... 41 3.5 Instrumentos de planeamento florestal ........................................................................... 44 3.5.1Normas genéricas de intervenção florestal segundo a função de proteção (PRT) ............ 44 3.5.2 Normas genéricas de intervenção florestal segundo a sua função de conservação de habitats, de espécies da fauna e da flora e de geomonumentos (CHEG) .................................. 45 3.5.3 Normas genéricas de intervenção florestal segundo a sua função de suporte ao recreio, enquadramento e estética da paisagem (RP). ............................................................... 46 3.5.4 Normas genéricas de intervenção nos espaços florestais relativas às infraestruturas florestais, à prevenção de incêndios e à recuperação de áreas ardidas (DFCI) ......................... 46 4 Plano de Recuperação .......................................................................................................... 47 4.1 Enquadramento das espécies autóctones/exóticas a introduzir e a fomentar no Arboreto e Pinhal do Marquês ............................................................................................................... 49 4.2 Metodologias de combate as plantas invasoras ............................................................... 54 4.3 Enquadramento das espécies em campo – o exemplo da clareira C ................................ 56 5 Conclusão ............................................................................................................................ 60 5.1 Orientações Futuras .......................................................................................................... 62 Referências bibliográficas ....................................................................................................... 63 Anexos ................................................................................................................................... 67
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Índice de Figuras FIGURA 1 CICLO DE GESTÃO DE PLANTAS INVASORAS. ............................................................. 4 FIGURA 2 - A) LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO EM PORTUGAL CONTINENTAL B) LIMITES DOS MUNICÍPIOS EM RELAÇÃO À ÁREA DE ESTUDO. ADAPTADO DE “ATLAS DO AMBIENTE DIGITAL” (INSTITUTO DO AMBIENTE, 2007), CONFORME MATOS, 2011. ........................................................................................................................................................... 10 FIGURA 3 MAPA MACROBIOCLIMAS DE EUROPA. (S.RIVAS-MARTÍNEZ & S.RIVAS-SÁENZ 1996-2009)......................................................................................................................................... 11 FIGURA 4 A) MAPA DE BIOCLIMAS PORTUGAL CONTINENTAL. B) ÁREA EM ESTUDO. ADAPTADO DE MONTEIRO-HENRIQUES, 2010 CONFORME MATOS, 2011. ...................... 12 FIGURA 5 A) BIOGEOGRAFIA DAS REGIÕES EM PORTUGAL CONTINENTAL. B) BIOGEOGRAFIA DA ÁREA EM ESTUDO. ADAPTADO DE COSTA ET AL., 1998 CONFORME MATOS, 2011. ........................................................................................................... 13 FIGURA 6 LOCALIZAÇÃO DAS CLAREIRAS NA ÁREA DE ESTUDO. ......................................... 19 FIGURA 7 TRONCO DE PARABOLOIDE DE REVOLUÇÃO E FÓRMULA DE SMALIAN USADA PARA CALCULAR O VOLUME DOS ESPÉCIMES TOMBADOS. ADAPTADO DE MARGARIDA, 2007. ........................................................................................................................ 22 FIGURA 8 VOLUME MÉDIO (+/- ERRO PADRÃO) DOS ESPÉCIMES TOMBADOS NAS DIFERENTES CLAREIRAS (DIFERENÇAS SIGNIFICATIVAS ASSINALADAS POR LETRAS DIFERENTES). ................................................................................................................................. 29 FIGURA 9 DAP MÉDIO (+/- ERRO PADRÃO) DOS ESPÉCIMES TOMBADOS NAS DIFERENTES CLAREIRAS. .................................................................................................................................... 30 FIGURA 10 ALTURA MÉDIA (+/- ERRO PADRÃO) DOS ESPÉCIMES TOMBADOS NAS DIFERENTES CLAREIRAS. ........................................................................................................... 30 FIGURA 11 NÚMERO MÉDIO (+/- ERRO PADRÃO) DE PLÂNTULAS DE ESPÉCIES INVASORAS/M² EM CADA CLAREIRA. ..................................................................................... 39 FIGURA 12 NÚMERO MÉDIO (+/- ERRO PADRÃO) DE PLÂNTULAS DE ACACIA MELANOXYLON/M² (DIFERENÇAS SIGNIFICATIVAS ASSINALADAS POR LETRAS DIFERENTES). ................................................................................................................................. 39 FIGURA 13 PLANO DE REARBORIZAÇÃO DA CLAREIRA C ......................................................... 59
viii Engenharia dos recursos Florestais
Índice de Tabelas TABELA 1 PARÂMETROS CLIMÁTICOS EM BUÇACO FLORESTA NACIONAL (1926 - 1942). ADAPTADO DE MATOS, 2011. ..................................................................................................... 11 TABELA 2 ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORAS IDENTIFICADAS NA ÁREA DE ESTUDO, ORDENADAS SEGUNDO A FAMÍLIA DAS ESPÉCIES. REFERÊNCIA DAS IMAGENS E BIBLIOGRAFIA CONSULTADA: (PLANTAS INVASORAS EM PORTUGAL 2013). .............. 16 TABELA 3 ESQUEMAS DE MEDIÇÕES DO DAP DE ÁRVORES EM DIFERENTES CONDIÇÕES. ........................................................................................................................................................... 21 TABELA 4 VOLUME TOTAL DE MADEIRA TOMBADA, POR ESPÉCIE, NAS SEIS ÁREAS DE AMOSTRAGEM DAS CLAREIRAS. .............................................................................................. 28 TABELA 5 EXTRAPOLAÇÃO DO VOLUME TOTAL DE MADEIRA TOMBADA POR CLAREIRA, A PARTIR DOS VOLUMES DAS ÁREAS DE AMOSTRAGEM.................................................. 29 TABELA 6 CARATERIZAÇÃO DAS ESPÉCIES EXÓTICAS E AUTÓCTONES NO ESTRATO I POR CLAREIRA NO QUE RESPEITA A VÁRIOS PARÂMETROS DE DIVERSIDADE. (AS ESPÉCIES EXÓTICAS COM COMPORTAMENTO INVASOR NÃO SÃO INCLUÍDAS)......... 32 TABELA 7 CARATERIZAÇÃO DAS ESPÉCIES INVASORAS NO ESTRATO I POR CLAREIRA NO QUE RESPEITA A VÁRIOS PARÂMETROS DE DIVERSIDADE. ...................................... 33 TABELA 8 CARATERIZAÇÃO DAS ESPÉCIES AUTÓCTONES/EXÓTICAS NOS ESTRATO II, III E IV POR CLAREIRA NO QUE RESPEITAS A VÁRIOS PARÂMETROS DE DIVERSIDADE. (AS ESPÉCIES EXÓTICAS COM COMPORTAMENTO INVASOR NÃO SÃO INCLUÍDAS). 33 TABELA 9 CARATERIZAÇÃO DAS ESPÉCIES INVASORAS NOS ESTRATOS II, III, IV POR CLAREIRA NO QUE RESPEITA A VÁRIOS PARÂMETROS DE DIVERSIDADE. .................. 34 TABELA 10 PERCENTAGENS DE COBERTO DAS ESPÉCIES INVASORAS, POR ESTRATOS, NAS CLAREIRAS ESTUDADAS. .................................................................................................. 36 TABELA 11 PERCENTAGENS DE COBERTO DAS ESPÉCIES AUTÓCTONES/EXÓTICAS LENHOSAS POR ESTRATOS......................................................................................................... 38 TABELA 12 PARÂMETROS DOS LEVANTAMENTOS EFETUADOS USADOS NA DEFINIÇÃO DAS CLAREIRAS COM MAIOR PRIORIDADE DE INTERVENÇÃO. ...................................... 41 TABELA 13 OUTROS PARÂMETROS RELEVANTES DAS ÁREAS DE ESTUDO USADOS NA DEFINIÇÃO DAS CLAREIRAS COM MAIOR PRIORIDADE DE INTERVENÇÃO. ................ 42 TABELA 14 SOMATÓRIO DOS PARÂMETROS DOS LEVANTAMENTOS EFETUADOS E DAS CARATERÍSTICAS MAIS RELEVANTES DE CADA CLAREIRA ............................................. 43 TABELA 15 OBJETIVOS GERAIS E MEDIDAS EXECUTAR NAS ÁREAS DE ESTUDO............... 48 TABELA 16 ECOLOGIA DAS ESPÉCIES A FOMENTAR E A INTRODUZIR NAS ÁREAS DE ESTUDO. AS ESPÉCIES ESTÃO AGRUPADAS SEGUNDO AS MESMAS CARATERÍSTICAS ECOLÓGICAS. DE ACORDO COM (GILMAN E WATSON 1993, EUFORGEN 1994, BOAS 2013, USDA FOREST SERVICE 2013). .......................................................................................... 50 TABELA 17 QUADRO RESUMO QUE DEFINE AS CLAREIRAS PRIORITARIAS, LOCALIZAÇÃO DAS CLAREIRAS, VOLUME DE MADEIRA TOMBADA EM CADA ÁREA DE
ix Engenharia dos recursos Florestais
AMOSTRAGEM, ESPÉCIES A ERRADICAR/MITIGAR E ESPÉCIES A FOMENTAR/INTRODUZIR EM CADA CLAREIRA.. .................................................................. 52 TABELA 18 METODOLOGIAS DE CONTROLO DE PLANTAS INVASORAS A USAR PARA CADA ESTRATO NAS DIFERENTES CLAREIRAS .................................................................... 55
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Índice de Anexos ANEXO 1 CARTA DE EXPOSIÇÕES DA MNB. ......................................................................................... 68 ANEXO 2 CARTA DE DECLIVES DA MNB. .............................................................................................. 69 ANEXO 3 MAPA DAS ÁREAS AFETADAS PELO CICLONE DE 1941, NA MNB. LEGENDA: AS MANCHAS VERDES REPRESENTAM AS ÁREAS AFETADAS PELO CICLONE DE 1941. ........ 70 ANEXO 4 CARTA DE PRIORIDADES DE DEFESA DO CONSELHO DA MEALHADA. ...................... 71 ANEXO 5 CARATERÍSTICAS DA CLAREIRA C. ...................................................................................... 72 ANEXO 6 ÁRVORES NOTÁVEIS DA MNB ATINGIDAS PELO CICLONE GONG DE 19 DE JANEIRO DE 2013 (PINHO ET AL. 2013). ........................................................................................... 73 ANEXO 7 PERCENTAGEM DE CADA ESPÉCIE NA ÁREA DE AMOSTRAGEM, DE CADA CLAREIRA POR ESTRATOS. .............................................................................................................. 74 ANEXO 8 TABELA DE FISCHER. ............................................................................................................... 77 ANEXO 9 FICHA DE CAMPO USADA PARA LEVANTAMENTO DA PERCENTAGEM DE CADA ESPÉCIE NOS DIFERENTES ESTRATOS (ESTRATOS EM FUNÇÃO DA ALTURA). .................. 78 ANEXO 10 ESPÉCIMES REGISTADOS NAS AREAS DE AMOSTRAGEM DAS CLAREIRAS. ........... 79 ANEXO 11 TESTE DE NORMALIDADE DOS VOLUMES DE MADEIRA NAS ÁREAS DE AMOSTRAGEM. .................................................................................................................................... 82 ANEXO 12 ANÁLISE DA VARIÂNCIA DOS VOLUMES DE MADEIRA NAS CLAREIRAS E ENTRE CLAREIRAS. ............................................................................................................................ 82 ANEXO 13 TESTES POS HOC PARA OS VOLUMES DE MADEIRA NAS CLAREIRAS. ..................... 83 ANEXO 14 ANÁLISE DA VARIÂNCIA DAS ESPÉCIES INVASORAS NAS CLAREIRAS E ENTRE CLAREIRAS. .......................................................................................................................................... 84 ANEXO 15 TESTE POS HOC DA ACACIA MELANOXYLON NAS CLAREIRAS DA ÁREA DE ESTUDO. ................................................................................................................................................ 85 ANEXO 16 FICHA DE LEVANTAMENTO DOS DANOS (ESPÉCIMES TOMBADOS) DA ÁREA DE AMOSTRAGEM DA CLAREIRA C. LEGENDA: T- ÁRVORE TOMBADA; Q- ÁRVORE QUEBRADA; R- ÁRVORE EM RISCO DE QUEDA. .......................................................................... 86 ANEXO 17 METODOLOGIAS QUE SE PODEM USAR NO CONTROLO DE PLANTAS INVASORAS (PLANTAS INVASORAS EM PORTUGAL 2013). ...................................................... 87 ANEXO 18 REGISTO DE DIREÇÃO DE QUEDA DE ESPÉCIMES ARBÓREOS DAS CLAREIRAS C. ............................................................................................................................................................. 89 ANEXO 19 ESPÉCIES IDENTIFICADAS NO LEVANTAMENTO DA BIODIVERSIDADE E OS SEUS RESPETIVOS “ESTATUTOS”.................................................................................................... 90 ANEXO 20 POSSÍVEIS FOCOS DISPERSORES DAS CLAREIRAS E A SUA CARATERIZAÇÃO QUANTO AO PORTE, DENSIDADE, FENOLOGIA E FREQUÊNCIA NAS CLAREIRAS. ............ 93 ANEXO 21 CATÁLOGO FLORÍSTICO DE TODAS AS ESPÉCIES IDENTIFICADAS NOS LEVANTAMENTOS DE BIODIVERSIDADE ..................................................................................... 95
xi Engenharia dos recursos Florestais
1 Introdução 1.1 Importância das florestas Todas as florestas possuem valores ambientais e sociais, representando uma riqueza estratégica com exigências cada vez mais evidentes, no que diz respeito à sua preservação, proteção e valorização. Otimizar o seu contributo para o desenvolvimento sustentável e inteligente, sobretudo em áreas rurais, através do fornecimento de recursos renováveis e pelos serviços ambientais, é o desafio que se coloca em cada momento e para o futuro (European Union 2011). Atendendo às necessidades de crescimento em sintonia com a preservação e fomento dos valores ambientais, a gestão florestal cuidada e sustentada é urgente, quer a nível local, quer considerando os contributos cumulativos para os efeitos globais. É assim necessário identificar e conhecer os valores chave associados a cada modelo de floresta e garantir que estes sejam mantidos, aumentados, e melhorados, não os dissociando de outras valências proporcionadas pelos espaços florestais. Através do conhecimento é possível tomar decisões racionais de gestão com base em objetivos e funções preconizados, que sejam coadunáveis com as premissas da sustentabilidade e da proteção dos valores ambientais e sociais de uma área florestal (Matos 2011). A Mata Nacional do Buçaco (MNB) é uma floresta de vocação manifestamente multifuncional e polivalente (Leitão e Lopes 1987) sendo que a sua gestão se desenvolve essencialmente em torno dos objetivos de conservação de habitats, de espécies de fauna e flora, das funções de proteção e de recreio, enquadramento e valorização estética da paisagem (AFN - Direção Regional da Floresta do Centro 2009), de forma que todo o património edificado e natural nele inserto consiga ser autossustentável para as futuras gerações (Santos 1993). A MNB reúne numa só área (105 hectares) vertentes de interesse cultural, científico, ecológico e paisagístico. A par do manancial histórico ligado a cada canto e recanto da Mata, esta possui uma das melhores coleções dendrológicas da europa, com cerca de 270 espécies de árvores e arbustos (Pinho et al. 2009) e ainda preserva alguns retalhos da vegetação natural climácica (Paiva 1992). Pelo fato de apresentar uma diversidade extraordinária de exemplares lenhosos, plantas raras da flora portuguesa e mundial e por toda a envolvente edénica sentida em toda a mata, trata-se, segundo alguns autores, de um 1 Engenharia dos Recursos Florestais
Arboreto de “renome mundial”, comummente designado de “majestoso Arboreto”, sendo este palco de milhares de visitas anuais (Paiva 2004).
1.2 A importância da Biodiversidade A biodiversidade da MNB é, de resto, de suma importância para a paisagem regional, constituindo um refúgio para os valores naturais, ao estar rodeada de intensivas monoculturas florestais de Pinus pinaster Aiton (pinheiro-bravo) e Eucalyptus globulus Labill. (eucalipto-comum). Nela se encontram espécies raras, ameaçadas, protegidas e/ou endemismos peninsulares que em muito poucos locais da região envolvente encontram territórios alternativos para se estabelecer (Matos 2011). A biodiversidade é a variedade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo os complexos ecológicos de que fazem parte e ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas (Secretariat of the Convention on Biological Diversity 2010). A biodiversidade proporciona bens e serviços indispensáveis, tais como, alimentos, água doce, polinização, proteção contra inundações, conservação do solo, controle de pragas e doenças, relações sociais, saúde, entre outros "serviços" que mantêm as condições para a vida na Terra (Millennium Ecosystem Assessment 2005, Secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica 2006, Secretariat of the Convention on Biological Diversity 2010). A grande diversidade de espécies aumenta a resiliência de um ecossistema e respetivas espécies, quando este está sujeito a pressões ou alterações de diversa ordem (Walker 1995, Millennium Ecosystem Assessment 2005, Fischer et al. 2006). Segundo Bengtsson et al. (2000), as funções sociais são prejudicadas pela perda de diversidade biológica, sendo este o maior argumento ecológico para a sua preservação. Além deste argumento, a sociedade deve ter em conta que o direito à vida não diz respeito apenas ao ser humano, e sim, ao reconhecimento de que todas as espécies têm o mesmo direito intrínseco de existir. Por outro lado as gerações futuras têm o direito de ter um planeta prosperado com vida, e que continue a oferecer oportunidades para reter os benefícios ambientais, económicos, culturais e sociais (Secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica 2006). A conservação da biodiversidade representa um dos maiores desafios mundiais, em função do elevado nível de perturbações, essencialmente causadas pelas pressões antrópicas (Sala et al. 2000). O aumento da necessidade de recursos como, comida,
2 Engenharia dos recursos Florestais
água, terra, medicamentos, combustível e madeira, devido ao crescimento da população mundial, resulta na sobre-exploração destes recursos, originando efeitos diretos na diversidade biológica (Secretariat of the Convention on Biological Diversity 2010). A sobre-exploração dos recursos naturais, a introdução e proliferação de espécies exóticas invasoras e as mudanças climáticas têm sido os principais promotores da degradação da biodiversidade (European Union 2011), embora a implementação de ações para combater a perda de biodiversidade tenha vindo, em casos concretos, a obter sucesso.
1.3 A ameaça das plantas invasoras Entre as ameaças referidas, as invasões biológicas por espécies exóticas constituem uma das maiores ameaças não só na degradação da diversidade global mas também consequentemente no bem-estar económico, ambiental e social (McNeely 2001, Secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica 2006, Downey 2010), podendo causar mudanças irreversíveis na estrutura do planeta (Sakai et al. 2001). As invasões biológicas resultam da introdução, estabilização e proliferação de espécies que originalmente não ocorreriam em determinado ecossistema mas que, face a eventuais capacidades ecológicas, como capacidade de se adaptar, ausência de predadores, facilidade de dispersão e proliferação, alcançam vantagens competitivas, em detrimento das espécies nativas. Tal situação provoca mudanças violentas no funcionamento natural dos ecossistemas, levando à sua degradação e perda de valores naturais (Marchante et al. 2005, Hulme 2006, Downey 2010). As espécies exóticas, que podem adquirir carácter invasor, podem ser introduzidas de forma intencional ou acidental, por vias humanas ou não (Marchante et al. 2005), sendo que segundo Hulme (2006) os seres humanos são os principais responsáveis pela sua introdução. Para combater esta ameaça é fundamental conhecer as caraterísticas das espécies exóticas invasoras, tais como: taxa de crescimento relativo, capacidade de produção de sementes (Reid et al. 2009), períodos de frutificação e floração, potencial de reprodução vegetativa, alelopatia e presença/ausência de inimigos naturais, entre outras (Genovesi 2005). Quando o objetivo primacial é restabelecer a diversidade biológica e as funções nativas de um ecossistema invadido por espécies exóticas, os autores Hulme (2006) e Marchante et al. (2005) sugerem cinco etapas principais, contínuas, como parte de um processo
de
gestão:
prevenção,
deteção
precoce
e
resposta
rápida,
3 Engenharia dos recursos Florestais
mitigação/erradicação, controlo e monitorização das ações, sendo que a prevenção é promovida como a estratégia ambiental imprescindível/vital e pode ocorrer em simultâneo com as outras etapas. Há ainda que realçar a deteção precoce e resposta rápida, ou seja a deteção logo após introdução e combate na fase de crescimento das plantas e antes destas começarem a produzir semente, pode implicar um maior sucesso na intervenção e uma minimização nos custos (Figura 1).
Figura 1 Ciclo de gestão de plantas invasoras.
Para além das cinco etapas principais referidas, na gestão de plantas invasoras também é importante determinar a dimensão da invasão, identificar as possíveis causas, avaliar os impactes, estabelecer prioridades (quais as espécies e as áreas prioritárias) e avaliar as metodologias de controlo mais adequadas. Perante uma área afetada por várias espécies invasoras diferentes, as primeiras a ser intervencionadas devem ser as que possuem menor percentagem de coberto, porque são estas que teoricamente possuem um banco de sementes menor, logo a sua remoção precoce acarreta menos custos e reduz a possibilidade de proliferação.
4 Engenharia dos recursos Florestais
1.4 Perturbações e suas consequências As perturbações climáticas ou estruturais num determinado local constituem oportunidades perfeitas para a fixação e proliferação de espécies invasoras. Estas alterações podem traduzir-se, por exemplo, na abertura de clareiras criadas por tempestades e consequente queda de árvores (Marchante et al. 2005, Oliveira et al. 2011). Com a abertura de clareiras são criadas condições de luz e exposição, por exemplo, para que novas sementes germinem (Reid et al. 2009), ou outros propágulos proliferem, criando povoamentos altamente uniformes, impossibilitando a regeneração da vegetação presente antes das perturbações (Mitchell 2013). As perturbações naturais deixam frequentemente traços e caraterísticas do suporte/ habitat original, sob forma de legados biológicos (Franklin et al. 2000). Segundo Lindenmayer et al. (2006) e Gilbert e Levine (2013), a ocorrência sequencial de vários distúrbios naturais pode eliminar estas heranças biológicas, proporcionando o desaparecimento do habitat original. Distúrbios naturais por perturbações climáticas podem, por exemplo, resultar de deslocação de massas de ar aliadas a precipitação elevada. A 19 de Janeiro de 2013, o território de Portugal Continental foi afetado pela tempestade “Gong”, uma ciclogénese explosiva depressionária, caraterizada por rajadas pontuais de elevada intensidade de vento com velocidades na ordem dos 110 km/h na região centro-norte litoral (IPMA Instituto Português do Mar e da Atmosfera 2013) onde se situa a Mata Nacional do Buçaco. A passagem dos ventos originou o derrube de milhares de exemplares arbóreos de dimensões significativas e de vários exemplares centenários, abrindo clareiras em espaços florestais onde anteriormente se encontrava uma floresta estrutural e funcionalmente íntegra (Fonseca et al. 2012). Alguns dos espécimes tombados pertenciam ao grupo dos 89 exemplares notáveis existentes na MNB, mais concretamente, 10 desses exemplares ficaram sem hipótese de recuperação e 5 ficaram parcialmente danificados (Anexo 6) (Pinho et al. 2013).
1.5 Métodos de quantificação de madeira tombada De forma a avaliar o valor económico ou o potencial comercial de árvores tombadas, a quantificação do volume de madeira tombada de cada espécie é fundamental. Para quantificar o volume existem dois métodos de cubagem, o método direto e o indireto. O método direto consiste no abate da árvore e a imediata imersão do tronco em água, com 5 Engenharia dos recursos Florestais
a medição do volume de líquido deslocado. O método de cubagem indireto consiste no cálculo de vários diâmetros do tronco e das respetivas alturas. De entre vários métodos de cubagem indireta, alguns podem ser classificados como métodos de cubagem rigorosa, e outros como métodos expeditos. A cubagem rigorosa carateriza-se partição da árvore em toros de dimensão relativamente pequena, sendo o volume calculado através da soma dos volumes dos toros calculados através de fórmulas como, Smilian ou Huber. A cubagem expedita consiste na medição de árvores em pé, usando por exemplo a fórmula de Pressler (Tomé 2007). O volume pode ser calculado para árvores em pé e árvores derrubadas ou logs (árvores mortas deitadas, cujo o diâmetro inferior é superior a 75 mm e comprimento superior a 1 m) (Tomé 2007). A remoção de espécimes tombados resultantes de perturbações, por exemplo, o ciclone Gong, implica financiamento por parte da entidade gestora no sentido de promover a recuperação das áreas afetadas. Nestas situações é imprescindível o planeamento que vise a definição de prioridades de intervenção, baseado num levantamento sólido e consistente das áreas afetadas de forma a minimizar os custos de remoção e a potenciar a valorização da madeira.
Além dos prejuízos elevados e das perdas de património biológico (e edificado) acumulado ao longo de séculos, as clareiras criadas passam a ser mais um fator de ameaça aos valores da MNB pelo possível risco de invasão por espécies exóticas. Como tal, o presente trabalho tem fundamentalmente dois objetivos a cumprir: -Contribuição para uma proposta de recuperação das áreas afetadas pela passagem do ciclone Gong (clareiras), considerando por um lado a necessidade de remoção das árvores derrubadas, e por outro a recuperação da diversidade florística potencial e a conservação da história botânica das áreas, estabelecendo zonas e metodologias de atuação prioritária; -Proposta de intervenção para mitigar/eliminar as plantas invasoras presentes e impedir a sua expansão, primordialmente nas áreas afetadas pela passagem do ciclone Gong.
6 Engenharia dos recursos Florestais
A concretização destes dois objetivos será baseada na caraterização das áreas afetadas pelo ciclone relativamente a 1) avaliação das árvores tombadas 2) caraterização da diversidade florística existente; e 3) identificação das plantas invasoras presentes e quantificação da sua pressão de propágulos.
7 Engenharia dos recursos Florestais
2 Material e métodos 2.1 Caraterização da área de estudo: Mata Nacional do Buçaco 2.1.1 Enquadramento histórico A Mata Nacional do Buçaco é uma das matas nacionais mais ricas em património natural, arquitetónico e cultural, constituindo um dos ex libris da região centro de Portugal (Santos 1993). Ao longo dos séculos foram vários os poetas, botânicos e curiosos que foram deixando os seus testemunhos acerca da flora da mata, permitindo que hoje se perceba a história da criação deste “majestoso arvoredo” (Paiva 1992). Um dos acontecimentos que mais influenciou as condições atuais da MNB foi a ocupação dos Carmelitas Descalços, em 1628. Além de todo o património edificado, os Carmelitas iniciaram a plantação do Arboreto e protegeram os valores naturais existentes, tendo preservado as áreas que ainda hoje se designam por floresta relíquia e tendo mesmo instaurado uma Bula Papal, por volta de 1690, que ditava pena de excomunhão maior a quem danificasse o arvoredo (Santos 1993). Foi sob a alçada da ordem dos Carmelitas Descalços, que se introduziu o célebre cedrodo-buçaco (Cupressus lusitanica MILL) oriundo da América Central. Tudo indica que a sua introdução tenha sido feita por volta de 1644 , apesar de existirem algumas publicações a contestar tal data, apontando a sua introdução para entre 1518 e 1626 (Paiva 1987, Paiva 1992). Em 1834, com a extinção das ordens religiosas masculinas em Portugal, os Carmelitas abandonaram a Mata, ficando ao abandono até 1856, ano em que foi integrada na Administração Geral das Matas. Sob jurisdição desta foram promovidas ações de restauro do património edificado e valorização do Arboreto (plantações de arvoredo exótico), havendo inclusive registos que indicam que foram plantados cerca de 1019 espécimes de Cupressus lusitanica nos finais de 1859. Em 1888 foi realizado um inventário à flora na MNB, onde se registaram 300 espécies exóticas e 400 espécies autóctones (Vieira 2003). Entre 1871 e 1941 a MNB foi marcada por várias catástrofes devido a tempestades, sendo importante referir o ciclone de 1941 (Anexo 3) que foi descrito como o mais
8 Engenharia dos recursos Florestais
nefasto deste período, tendo provocado a queda de milhares de exemplares arbóreos e prejuízos no património edificado (Santos 1993). Em 1887 a Mata passou a incluir 105 ha após a anexação de 15 ha provenientes de propriedades particulares, sendo que a maior parte dessa área pertencia ao Marquês da Graciosa. Por este motivo, e por, nesse tempo, a espécie aí dominante ser o pinheirobravo, a área anexada ficou denominada de Pinhal do Marquês. Durante este período até à tomada de posse da atual Fundação (2009) a Mata passou por várias tutelas estatais, sempre ligadas aos serviços florestais e com uma política de conservação e preservação da Mata. Foi neste período que se registaram mais plantações de árvores (Santos, 1993). A Fundação Mata do Buçaco (Decreto-Lei n.º 120/2009) assume atualmente, e entre outras, as seguintes missões: - gestão integrada do património natural, histórico, cultural e religioso inserto na Mata; - valorização e requalificação dos espaços; - manutenção de todo o património e serviços associados; - educação ambiental e promoção da cultura científica e patrimonial.
2.1.2 Enquadramento geográfico Compreendida aproximadamente entre 40° 22΄ 15ˮ e 40° 23΄ 1ˮ de latitude norte e entre 8° 21΄ 26ˮ e 8° 22΄ 30ˮ de longitude oeste (Santos 1993), a Mata Nacional do Buçaco (MNB) (também conhecida por Serra do Luso ou Serra do Carvalho), situa-se no extremo flanco noroeste, a 40 km do litoral atlântico, na freguesia do Luso, concelho da Mealhada, distrito de Aveiro (Figura 2). A MNB apresenta exposições essencialmente a norte (Anexo 1). Em particular na área de estudo as exposições mais frequentes são oeste, norte e sul. Relativamente ao relevo a mata possui cotas que variam entre os 190 (Porta das Ameias) e 550 m (Cruz Alta) sendo que na área de estudo as cotas variam entre 250 e 350 m. Em relação ao declive (Anexo 2), este varia entre os 0 e 60 % ao longo de toda a MNB; na área de estudo o declive varia entre os 30 e 40 %. A Mata possui uma área florestada, intramuros, com uma superfície de aproximadamente 105 hectares, com um 9 Engenharia dos recursos Florestais
comprimento máximo de aproximadamente 1450 m e uma largura de 950 m, entre a Porta de Sula e as Portas de Coimbra (Paiva 1992), sendo adjacente ao perímetro Florestal da Serra do Buçaco, cuja área é cerca de 962 hectares (Santos 1993).
Figura 2 - a) Localização da área de estudo em Portugal continental b) Limites dos municípios em relação à área de estudo. Adaptado de “Atlas do Ambiente Digital” (Instituto do Ambiente, 2007), conforme Matos, 2011.
2.1.3 Clima A MNB teve em funcionamento uma estação climatológica, de 1926 até 1942; através dos valores médios dos elementos climáticos recolhidos por esta estação foi feita a caraterização climática da mata (Tabela 1) (AFN - Direção Regional da Floresta do Centro 2009).
10 Engenharia dos recursos Florestais
Tabela 1 Parâmetros climáticos em Buçaco Floresta Nacional (1926 - 1942). Adaptado de Matos, 2011.
Elementos climáticos Parâmetros Temperatura
Precipitação
Humidade relativa
Ocorrência
Valor
Temperatura média anual
-
13.9°C
Mês mais quente (média)
Agosto
21.4°C
Mês mais frio (média)
Janeiro
7.6°C
Máxima absoluta atingida
Agosto
40.4°C
Mínima absoluta atingida
Fevereiro
3.1°C
Precipitação média anual
-
1525mm
Mês mais chuvoso (média)
Dezembro
225.2mm
Mês mais seco (média)
Agosto
20.4mm
Humidade relativa média anual -
80.2%
Mês mais húmido (média)
Novembro
88.4%
Mês menos húmido (média)
Agosto
71.0%
2.1.4 Enquadramento Bioclimático A bioclimatologia é a ciência ecológica multidisciplinar que analisa as interações entre os processos atmosféricos e a distribuição dos seres vivos na Terra. O seu objetivo é determinar a relação entre certos valores numéricos de temperatura e precipitação e as áreas de distribuição geográfica de espécies de plantas e de comunidades vegetais (Rivas-Martínez e Sánchez-Mata 1999). Portugal Continental possui dois macroclimas, o temperado a NW e mediterrânico na restante parte do país (Figura 3).
Figura 3 Mapa Macrobioclimas de Europa. (S.Rivas-Martínez & S.Rivas-Sáenz 1996-2009).
11 Engenharia dos recursos Florestais
Como se pode observar na Figura 4, a MNB localiza-se numa zona de transição entre os bioclimas mesotemperado e mesomediterrânio. Esta localização proporciona à Mata do Buçaco um microclima muito caraterístico, com temperaturas amenas, elevada precipitação e frequentes nevoeiros matinais (Santos 1993), favorecendo a ocorrência de elevada diversidade florística.
Figura 4 a) Mapa de bioclimas Portugal Continental. b) Área em estudo. Adaptado de MonteiroHenriques, 2010 conforme Matos, 2011.
2.1.5 Enquadramento biogeográfico Segundo Costa et al. (1998) a biogeografia é o ramo da geografia que estuda a distribuição dos seres vivos no espaço e através do tempo, tendo como objetivo entender os padrões de organização espacial e os processos que levaram a tais disposições biológicas, recorrendo por isso ao conhecimento de outras ciências, tais como a bioclimatologia, a geologia, a corologia vegetal e a fitossociologia. A MNB localiza-se na zona de junção de duas regiões biogeográficas do Reino Holártico: a Eurosiberiana e a Mediterrânea. Mais concretamente, na zona de junção da província Cantabro-Atlântica, subsector Miniense e a Província Gaditano-OnuboAlgarviense, subsector Beirense Litoral (Figura 5).
12 Engenharia dos recursos Florestais
Figura 5 a) Biogeografia das regiões em Portugal continental. b) Biogeografia da área em estudo. Adaptado de Costa et al., 1998 conforme Matos, 2011.
2.1.6 Solo Os solos da MNB foram formados a partir das alterações dos materiais geológicos, originando os solos litólicos húmicos e solos litólicos não húmicos. São solos pouco profundos, por vezes pedregosos com elevada acumulação de matéria orgânica e com pH baixo (Felix 2009).
2.1.7 Fauna da MNB A par da grande diversidade florística, a MNB possui uma notável diversidade de animais. É palco de abrigo e refúgio para mais de 150 vertebrados e centenas de invertebrados, sendo que algumas destas espécies constituem grande valor conservacionista, como, endemismos ibéricos e espécies protegidas pela legislação nacional e internacional. A MNB regista uma espécie endémica de Portugal Continental, ruivaco (Achondrostoma oligolepis), e nove espécies endémicas da Península Ibérica (Matos 2011). De entre os vertebrados registados na Mata, destacam-se as 14 espécies de morcegos identificadas (até ao momento), sendo de salientar que estas correspondem a 56% das atualmente listadas em Portugal Continental (25 espécies). Uma vez que estes quirópteros possuem um grande valor ecológico e são grandes indicadores ambientais, a sua presença revela que a MNB atendendo à sua dimensão (105 há) possui uma grande biodiversidade e está perfeitamente em equilíbrio (Matos et al. 2012). 13 Engenharia dos recursos Florestais
2.1.8 Flora e vegetação da MNB Com uma extraordinária diversidade de árvores e arbustos, o Arboreto, ocupa cerca de 80% da área da Mata e possui mais de 250 espécies de árvores e arbustos de todo o Mundo incluindo dezenas de “exemplares notáveis” (Pinho et al. 2009), das quais se podem referir: cedro-do-buçaco (Cupressus lusitanica Mill.), carvalho-alvarinho (Quercus robur L.), carvalho-negral (Quercus pyrenaica Willd.), sobreiro (Quercus suber L.), loureiro (Laurus nobilis L.), aderno (Phillyrea latifolia L.), louro-cerejo (Prunus laurocerasus L.), tsuga-do-Canadá (Tsuga canadensis (L.) Carrière), abetobranco (Abies alba Mill.), plátano-bastardo (Acer pseudoplatanus L.), freixo-americano (Fraxinus americana L.), pinheiro-insigne (Pinus radiata D. Don), cedro-do-atlas (Cedrus atlantica (Endl.) G. Manetti ex Carriere), pseudotsuga (Pseudotsuga menziesii (Mirbel) Franco), araucária-da-queenslândia (Araucaria bidwillii Hook.), ulmeiro (Ulmus minor Mill.), castanheiro (Castanea sativa Mill.), sequóia (Sequoia sempervirens (D.Don) Endl.) e o eucalipto-gigante (Eucalyptus regnans F.Muell). Alguns exemplares das espécies acima referidos caíram durante a passagem do ciclone Gong (Anexo 6) (Pinho et al. 2013). Além do Arboreto, a Mata do Buçaco inclui a mata da Cruz Alta, situada no extremo Sudoeste da MNB, que constitui uma formação vegetal clímax (Costa et al. 1998, CIBIO 2004), de plantas autóctones, que segundo (Paiva 1987, Paiva 1992), conserva as caraterísticas típicas da floresta primitiva que existia nesta região, antes da ocupação humana, denominada floresta relíquia. Segundo (Lopes 2012) a Mata Climácica compreende 3 habitats naturais inscritos na Diretiva Habitats: carvalhais de Quercus robur e Quercus pyrenaica (9230pt1), Louriçais ou loureirais (5230pt1), dominado por Laurus nobilis, com presença constante de Arbutus unedo, Viburnum tinus e Ilex aquifolium, e por último observa-se o adernal constituído essencialmente por Phillyrea latifolia de porte notável e com uma composição florística semelhante ao subtipo 5330pt3 (Medronhais). Este adernal representa cerca de 8.4 ha da totalidade da Mata Climácica (17 ha) e é dominado por adernos, que apesar de apresentarem frequentemente o porte de arbusto, pela sua idade de vários séculos atingiram aqui um grande porte arbóreo, podendo ser considerado uma relíquia biogeográfica mundial. Outra formação vegetal identificada na MNB é o Pinhal do Marquês. Devido à doença da Murchidão do Pinheiro que se propaga através do nemátode-da-madeira-do-pinheiro (Bursaphelenchus xylophilus) e à passagem do ciclone Gong na Mata, esta área perdeu 14 Engenharia dos recursos Florestais
grande parte dos espécimes de Pinus pinaster. Atualmente esta área esta fortemente invadida por espécies exóticas invasoras com predominância de Acacia melanoxylon.
2.1.9 Flora com carater invasor da MNB e nas áreas de estudo Os dados existentes levam a crer que a introdução de espécies exóticas que vieram a adquirir carácter invasor tenha sido efetuada pelos serviços florestais ainda no século XIX (Pimenta 1986). A introdução destas invasoras ter-se-á enquadrado no objetivo geral dos serviços florestais em adernar a Mata e complementar o seu Arboreto com inúmeras espécies provenientes de todo mundo. À data o conhecimento científico existente não podia prever os efeitos nefastos que adviriam de algumas destas introduções. Atualmente uma das maiores ameaças à preservação da MNB é a propagação das espécies exóticas com carater invasor. Para enfrentar este problema, a MNB está a ser alvo de um projeto de conservação cofinanciado pelo instrumento financeiro LIFE da União Europeia, o projeto BRIGHT - Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE+ / NATUREZA E BIODIVERSIDADE, LIFE10/NAT/PT/075), que visa o controlo e erradicação de espécies exóticas invasoras que ameaçam os habitats naturais presentes (Lopes 2012). Nas áreas de estudo estão presentes 13 espécies vegetais invasoras (Tabela 2), oito das quais foram previamente referenciadas para a área da MNB (Lopes 2012). Estas serão as espécies invasoras consideradas neste trabalho, destacando-se a Família de Leguminosae com mais espécies presentes.
15 Engenharia dos recursos Florestais
Tabela 2 Espécies exóticas invasoras identificadas na área de estudo, ordenadas segundo a família das espécies. Referência das imagens e bibliografia consultada: (Plantas invasoras em Portugal 2013). Nome vulgar Nome científico (Família botânica)
Região de origem
Descrição breve
avoadinha-peluda Conyza bonariensis (L) Cronq (Asteraceae=Compositae)
América do Sul
Erva anual (até 60 cm). Folhas acinzentadas, pilosas em ambas as páginas. Cipselas providas de um papilho de pelos.
fascicularia Fascicularia bicolor (Ruiz e Pavon) Mez (Bromeliaceae)
Chile
Planta terrestre ou epífita, quase sem caule. Folhas lineares dispostas em roseta, coriáceas, verde-esbranquiçadas, de margens espinhosas; as superiores avermelhadas aquando da floração.
erva-da-fortuna Tradescantia fluminensis Velloso. (Commelinaceae)
América do Sul (do sudeste do Brasil à Argentina)
Erva rastejante perene, que com alguma facilidade se fragmenta e enraíza nos nós salientes; Folhas verde-escuro brilhante.
mimosa Acacia dealbata Link (Fabaceae=Leguminosae)
Sudeste da Austrália, Tasmânia
Árvore até 15 m. Folhas perenes, verdeacinzentadas, recompostas. Flores amarelas-vivas reunidas em capítulos.
acácia-de-espigas Acacia longifolia (Andrews) (Fabaceae=Leguminosae)
Sudeste da Austrália
Pequena árvore (até 8 m). Folhas perenes com 2-4 nervuras longitudinais. Flores amarelas-vivas reunidas em espigas axilares.
austrália Acacia melanoxylon R. Br. (Fabaceae=Leguminosae)
Sudeste da Austrália, Tasmânia
acácia-virilda Acacia retinodes Schlecht (Fabaceae=Leguminosae)
Sul da Austrália
Árvore até 15 m. Folhas perenes e ligeiramente falciformes com 3-5 nervuras longitudinais. Flores esbranquiçadas reunidas em capítulos. Pequena árvore (até 8 m); Folhas perenes com uma única nervura longitudinal; Flores amarelas-pálidas reunidas em capítulos.
Fotografia
16 Engenharia dos recursos Florestais
acácia-verticilada Acacia verticillata (Fabaceae=Leguminosae)
Sul da Austrália
Pequena árvore (até 8 m); Folhagem persistente e espinhosa; Flores amarelas, dispostas em espigas densas.
robínia Robinia pseudoacacia L. (Fabaceae=Leguminosae)
Centro e Este da América do Norte
Árvore até 25 m. Com espinhos vigorosos. Folhas caducas, compostas, imparifolioladas. Flores brancas, vistosas, reunidas em cachos pendentes.
falsa-árvore-de-incenso Pittosporum undulatum Vent (Pittosporaceae)
Sudoeste da Austrália
Pequena árvore (até 8 m); Folhas perenes, ovadolanceoladas de margem ondulada. Flores brancas e aromáticas. Frutos cor-de-laranja.
tintureira Phytolacca americana L. (Phytolaccaceae)
América do Norte
louro-cerejo Prunus laurocerasus L. (Rosaceae)
Sudoeste da Ásia e sudoeste da Europa
Ailantos Ailanthus altíssima (Mill.) Swingle (Simaroubaceae)
Ásia temperada (China)
Erva de grande porte (até 3 m) de caules quadrangulares frequentemente avermelhados. Folhas simples. Flores brancas ou rosadas formando cachos longos (até 30 cm). Bagas pretas. Árvore de pequeno porte; Folhas coriáceas com a página superior lustrosa e a inferior pálida. Flores reunidas em inflorescências axilares. Drupas globosas. Árvore (até 20 m). Folhas caducas, compostas, imparifolioladas e avermelhadas nas extremidades em jovem; emana um cheiro fétido quando cortada; Cicatrizes folheares marcadas ao longo do tronco.
2.2 Caraterização das clareiras de estudo De forma a reunir informação para cumprir os objetivos estabelecidos para este trabalho, efetuaram-se levantamentos a nível da diversidade florística, dos danos resultantes do Ciclone Gong e dos focos de plantas invasoras. Para realização destes levantamentos foram selecionadas seis Clareiras (Figura 6) que ocupam uma área de 2.6 ha. As seis clareiras, integradas em duas unidades de paisagem (Arboreto e Pinhal do Marquês), foram selecionadas por vários motivos:
17 Engenharia dos recursos Florestais
-Foram áreas muito atingidas pelo ciclone Gong, tal como pelo ciclone de 1941 (Anexo 3); -A área do Pinhal do Marquês está a ser alvo de reconversão devido à remoção dos pinheiros afetados pelo nematode-do-pinheiro o que promoveu a proliferação de espécies exóticas invasoras. -O Arboreto está indicado como área de monitorização de invasoras, e a sua reconstituição reveste-se de maior complexidade considerando as áreas onde se pretendem (re-) introduzir espécies exóticas de interesse para a coleção dendrológica (Fonseca et al. 2012). -Noutras áreas do Arboreto, a sul, encontra-se a decorrer um outro estudo visando igualmente a recuperação das áreas afetadas pelo ciclone. As clareiras localizam-se nas duas unidades de paisagem referidas (Clareira A, B e C – Arboreto; Clareira D e E – Zona de transição (Arboreto/Pinhal do Marquês) e Clareira F – Zona do Pinhal do Marquês (área proposta para reconversão)) e apresentam caraterísticas distintas: A clareira A (área com 0.2 ha), situada na Cova da Raposa, tem uma exposição predominante a sudoeste e oeste. Esta área possui um declive dominante entre 20 e 40% e uma cota de altimetria que varia entre 330 e 350 m. A clareira A é uma das áreas onde se começou a formar o Arboreto. A clareira B (0.2 ha), situada também na Cova da Raposa, próxima da Porta do Serpa, tem exposições dominantes a sul e a oeste, declive que varia entre os 10 e 40% e uma cota de altimetria que varia entre 290 e 320 m. É outra das áreas onde teve início o Arboreto. A clareira C (1.1 ha) localiza-se entre a Porta do Serpa e a Porta dos Degraus, possui exposições predominantes a norte e a oeste e pontualmente a sudoeste, noroeste e nordeste. O declive varia entre os 20 e 60% e pontualmente entre os 0 e 20 %. Em relação às cotas de altimetria, estas variam entre os 280 e 300 m. A clareira D (0.5 ha), situada entre a Porta do Serpa e a Cruz de Vopeliares é dominada por exposições a sul, declive que varia entre os 20 e 40% e uma cota de altimetria que varia aproximadamente entre 290 e 300m. 18 Engenharia dos recursos Florestais
A clareira E (0.3 ha) está compreendida entre a Casa da Feteira e o Portão dos Passarinhos e apresenta uma exposição a oeste. No que diz respeito ao declive compreende cotas entre os 20 e 40%, quanto à carta de altimetria, esta indica-nos que as cotas variam entre os 250 e 260 m. Por fim, a clareira F (0.3 ha) situada entre a Casa do Sacras e a Porta das Ameias, apresenta uma exposição predominante a oeste, um declive que varia entre os 20 e 40% e uma cota de altimetria de 250 m. Foi proposto pela entidade gestora que esta área seja reconvertida num habitat da Diretiva Habitats. Assim, a análise da biodiversidade irá contribuir para a definição do habitat que se adequa mais na área. A área da clareira F, há cerca de um ano, sofreu uma primeira intervenção de controlo de plantas invasoras no âmbito do projeto BRIGHT. Esta clareira é assim extremamente importante para fazer uma comparação com as outras e até mesmo perceber os impactos negativos ou positivos da intervenção.
Figura 6 Localização das clareiras na área de estudo.
19 Engenharia dos recursos Florestais
2.3 Avaliação dos danos causados pelo ciclone Todos os levantamentos efetuados decorreram entre os dias 3 de Maio e 25 de Junho de 2013. Esta tarefa teve como objetivo principal estimar o volume das árvores derrubadas durante o ciclone para posteriormente se avaliarem os custos associados à sua remoção e proceder à respetiva valorização dos exemplares. O volume de madeira tombada associada a cada área de amostragem irá ser usado na definição das clareiras com maior prioridade de intervenção. Numa primeira fase, tendo em conta a dimensão de cada clareira, o grau de destruição e a vegetação que resistiu ao ciclone, estabeleceu-se que a área mínima de amostragem dentro de cada clareira seria de 20x20 m e a sua localização seria na área floristicamente mais representativa da clareira. Cada área de amostragem foi delimitada com estacas de madeira e fita vermelha. Dentro de cada área de amostragem as árvores foram categorizadas em três tipos: tombadas, quebradas e em risco de queda. Para estimar o volume de madeira das árvores tombadas, cada exemplar foi medido para aplicação da fórmula de Smalian (Figura 7). Primeiro mediu-se o DAP (diâmetro à altura do peito, ou seja, a cerca de 1.30 m da base da árvore), de seguida, visto que o tronco na zona basal tem um decréscimo de diâmetro mais acentuado, voltou-se a medir o diâmetro aos 2 m. A partir deste ponto mediu-se sucessivamente o diâmetro de 4 em 4 m (devido ao elevado porte dos espécimes) até que este fosse menor que 7.5 cm, excluindo a bicada. Registou-se também informação relativa à altura da árvore, espécie, referenciação geográfica e o esboço da direção de queda. Quanto aos espécimes que estavam em risco de queda e quebrados apenas se registou a espécie, o DAP e a sua georreferenciação. Após a avaliação de cada exemplar colocou-se uma marca com spray ecológico, de forma a não registar 2 vezes a mesma árvore. Em todas as medições de diâmetros teve-se o cuidado de retirar a casca solta, líquenes, fetos e espécies trepadeiras (exemplo, Hedera hibernica (G.Kirchn.) Bean) que estivessem presentes no tronco, de forma a não influenciar as medições (Tomé 2007). Sempre que ocorriam troncos deformados (Tabela 3 (A)) a 1.30 m, ou ao longo do tronco, mediu-se o diâmetro acima e abaixo da deformação. Posteriormente efetuou-se a média das duas medições. Nas árvores bifurcadas antes de 1.30 m (Tabela 3 (B)) mediram-se os DAP´s e os restantes diâmetros considerando duas (ou mais) “árvores” (ramos) independentes. Em árvores bifurcadas a 1.30 m ou ligeiramente acima, (Tabela
20 Engenharia dos recursos Florestais
3 (C)) o DAP foi medido a 1 m do solo. Este DAP medido “pertencia” à bifurcação com maior diâmetro, quanto às outras bifurcações os diâmetros foram medidos como árvores independentes. Tabela 3 Esquemas de medições do DAP de árvores em diferentes condições.
A) Legenda:
B)
C)
A) Esquema da medição efetuada em troncos deformados B) Esquema de medição de árvores bifurcada abaixo do 1,30 m C) Esquema de medição de árvores bifurcadas a 1,30 ou ligeiramente acima
2.3.1 Análise e tratamento dos dados recolhidos Após a recolha dos dados no terreno estes foram transferidos para Microsoft® Excel®, procedendo-se depois ao cálculo da cubagem com base na fórmula de Smalian (Figura 7). De forma a obter uma estimativa do volume o mais precisa possível, optou-se por calcular o volume baseado na divisão do tronco em toros. O volume foi calculado com casca e com cepo e a fórmula usada na cubagem dos toros corresponde ao paraboloide ordinário, que consiste na multiplicação do comprimento do toro pela semissoma das áreas das secções extremas (Tomé 2007).
21 Engenharia dos recursos Florestais
Figura 7 Tronco de paraboloide de revolução e fórmula de Smalian usada para calcular o volume dos espécimes tombados. Adaptado de Margarida, 2007.
Recorreu-se ao programa de estatística ©SPSS para se proceder à análise dos resultados. Efetuou-se a análise de variância (ANOVA-1 way), para avaliar se o volume médio das árvores registadas é significativamente diferente entre as várias áreas de amostragem. Para a verificação do pressuposto de normalidade usou-se o teste de Kolmogorov-smirnov; uma vez que a ANOVA é robusta o suficiente (Zar 1996), optouse por usá-la mesmo em alguns casos em que se verificaram desvios da normalidade. Quando a ANOVA detetou resultados significativamente diferentes entre as áreas de amostragem recorreu-se ao teste pos-hoc de Least Significant Difference (LSD) para localizar essas diferenças.
2.4 Avaliação da diversidade florística A avaliação da diversidade florística foi realizada com o objetivo de perceber o estado de cada clareira após o ciclone, quantificando a abundância de cada espécie presente (diversidade, equitabilidade, número e abundância das espécies autóctones/exóticas e invasoras) para posteriormente identificar quais as espécies de maior interesse de proteção (para potenciar o seu desenvolvimento) e quais deverão ser removidas (Plantas invasoras), tendo em conta uma futura restruturação das áreas. Estes dados, associados à histórica botânica das clareiras, constituíram mais uma ferramenta de apoio à elaboração das propostas de atuação. Segundo Freitas e Sampaio (2012) o tamanho da área de amostragem para quantificação da biodiversidade deve ser ajustado à estrutura da comunidade em estudo. Depois de uma análise preliminar de cada clareira, estabeleceu-se que a área mínima de cada
22 Engenharia dos recursos Florestais
parcela de amostragem seria de 10x10 m, tendo em conta que esta, teoricamente, deverá conter todas as espécies que representam cada clareira. Foi estabelecida uma parcela de amostragem por cada clareira, localizada numa área floristicamente homogénea e representativa de cada clareira. De modo a facilitar a visualização da área de amostragem, esta foi delimitada com estacas de madeira e fita vermelha. Para efetuar o levantamento da diversidade florística foram realizados inventários, tendo-se dividido a parcela por estratos, em função da altura do coberto vegetal: estrato I (0-0.5 m de altura), estrato II (0.5-2 m), estrato III (2-8 m) e estrato IV (> 8 m). Em cada estrato foram identificadas as espécies presentes e registada a percentagem de cobertura de cada uma. Foi ainda retirado o DAP das árvores com uma altura superior a 8 m, com o intuito de num futuro levantamento de seguimento perceber a evolução dos espécimes. As espécies foram identificadas através da bibliografia disponível (Jardim Botânico UTAD 2004, Flora-On 2012, Lopes 2012, Pinho et al. 2012) e com a ajuda de profissionais, nomeadamente o Dr. Nelson Matos e a Professora Doutora Hélia Marchante. Após o levantamento foi elaborado um catálogo florístico (Anexo 21) (recorrendo às mesmas fontes usadas na identificação das espécies) com as espécies registadas nas fichas de campo (Anexo 9). Depois de identificadas as espécies foram separadas em três categorias: plantas autóctones, exóticas e exóticas invasoras de forma a obter dados que ajudem a perceber o estado de cada clareira quanto à sua composição e qual a sua tendência futura. Os dados foram organizados em Microsoft® Excel.
2.4.1 Índices de diversidade Os índices de diversidade têm como objetivo a avaliação da quantidade de espécies ocorrentes numa área, a partir de informações parciais, de comparações entre diferentes áreas, e da distribuição dos recursos entre as diferentes espécies de uma comunidade (Moreno 2001). A riqueza específica é a forma mais elementar de caraterização numérica de uma comunidade, consistindo na quantificação do número de espécies numa determinada área, ignorando aspetos como o grau de abundância e quantificando as espécies raras de modo igual a uma abundante (Moreno 2001).
23 Engenharia dos recursos Florestais
O índice de Shannon-Wiener (1948) expressa a uniformidade dos valores de importância por meio de todas as espécies de uma amostra, sendo afetado por espécies raras, ou seja, valorizando-as. Quanto maior o valor do índice, maior a diversidade da amostra. Este índice varia entre 0 e 5 (Magurran 1988).
O índice de Pielou (1975) constitui um índice de equidade que mede a proporção da diversidade observada em relação à máxima diversidade esperada. Os valores neste índice podem variar entre 0 e 1, sendo que quanto mais próximo de 1 maior a uniformidade de espécies na amostra.
2.4.2 Análise e tratamento dos dados recolhidos Depois dos dados estarem compilados procedeu-se ao cálculo dos índices de diversidade (riqueza específica, índice de diversidade de Shannon-Wiener e índice de equitabilidade de Pielou), usando o software Primer 5 (©PRIMER-E, Ltd. 2001). Uma vez que os dados recolhidos dos estratos II, III, e IV não foram suficientes para serem tratados separadamente, optou-se por efetuar o tratamento em conjunto. Pela mesma razão optou-se pela junção das espécies autóctones com as exóticas cuja presença é considerada desejável segundo a estratégia de gestão da MNB (adiante designadas autóctones/ exóticas). Assim sendo, as percentagens de coberto devem ser analisadas em relação a 300%, visto que as percentagens estão somadas e que cada estrato corresponde a 100%. Quanto ao estrato I, foi tratado individualmente devido à sua importância a nível do estado de regeneração das clareiras e ao número de espécies aí identificadas.
2.5 Avaliação do potencial/ risco de invasão por espécies exóticas nas clareiras resultantes do ciclone
Com o intuito de avaliar o risco de invasão futura de cada uma das clareiras e assim poder fundamentar as propostas de intervenção, considerou-se importante a identificação e quantificação das espécies invasoras presentes em cada uma das clareiras. Estes dados permitiram também estabelecer prioridades de intervenção. De forma a quantificar o grau de colonização por plântulas (ou outros propágulos) de 24 Engenharia dos recursos Florestais
espécies com carácter invasor, foram realizados dois transetos em cada clareira. A localização dos transetos foi aleatória, mas cada um deles atravessou a clareira de uma margem à outra. Ao longo dos transetos, de dois em dois metros, foram amostradas parcelas de 1 m², em que se procedeu à contagem de todas as plântulas de espécies vegetais com carácter invasor. No caso pontual de Trandescantia fluminensis, atendendo ao seu porte radicante e “rastejante” a abundância considerada foi obtida a partir da percentagem de coberto. Para converter as percentagens em abundância foi realizado o seguinte processo: - Contaram-se todas as “plântulas” numa área com 100 % de cobertura de T. fluminensis. Após repetir o processo 4 vezes, efetuou-se a média e obteve-se a quantidade de 306 “plântulas” em 100% de cobertura. - A regra de 3 simples foi usada para converter as percentagens de cobertura em abundâncias. Devido ao número de “plântulas” ser desproporcionadamente elevado em relação às outras invasoras, optou-se por dividir os valores por 5; tendo os valores continuado na mesma proporção. As parcelas foram todas georreferenciadas assim como os espécimes de plantas invasoras que podem funcionar como focos dispersores (de sementes) mais prováveis, presentes nas imediações de cada parcela (Anexo 20). Os dados de campo foram compilados em Microsoft® Excel®. As espécies invasoras identificadas foram categorizadas por tipos biológicos: - Fanerófitos - plantas lenhosas com gemas de renovo a mais de 25 cm acima do solo (crescem de ano para ano); - Caméfitos - plantas herbáceas (menos vezes lenhosas) com as gemas de renovo a menos de 25 cm acima do solo; - Terófitos - plantas anuais produtoras de sementes, as quais germinam na época favorável (Kent e Coker 1992).
2.5.1 Análise e tratamento de dados recolhidos O programa ©SPSS foi usado para proceder à análise de variância (one-way ANOVA) aos grupos (clareiras) e para as espécies invasoras mais relevantes. Com esta análise verificou-se se existem diferenças estatísticas entre as clareiras em relação às espécies em estudo. Nas situações em que se detetaram diferenças, realizou-se depois o teste Pos
25 Engenharia dos recursos Florestais
hoc: LSD para detetar quais as clareiras com resultados significativamente diferentes. O SPSS também foi usado para identificar os outliers em cada espécie registada, de forma a eliminar os dados discrepantes, e assim tornar a análise mais rigorosa e facilitar a interpretação.
2.6 Elaboração das propostas segundo os levantamentos efetuados Para definir a ordem de intervenção nas clareiras foi elaborada uma “matriz” que integra os parâmetros recolhidos em campo (volume de madeira das áreas de amostragem, pressão de propágulos, número de focos dispersores, número de espécies invasoras nos estratos, índice de Shannon das plantas autóctones/ exóticas nos estratos) e estabelece critérios para os classificar, de modo a valorizá-los ou desvalorizá-los segundo as suas caraterísticas (atribuição de uma pontuação). Além dos parâmetros descritos (objeto “direto” deste estudo) foram também considerados outros parâmetros relevantes para os objetivos estabelecidos pela MNB (importância paisagística, presença de monumentos ou infraestruturas e intervenções prévias para controlo de plantas invasoras). Após a soma das pontuações, a clareira que possuir a maior pontuação (score) será a primeira a ser intervencionada, e assim sucessivamente.
2.7 Instrumentos de planeamento florestal 2.7.1 Aplicação de instrumentos de planeamento florestal Uma gestão correta dos espaços florestais passa necessariamente pela definição de uma adequada política de planeamento, tendo em vista a valorização, a proteção e a gestão sustentável dos recursos florestais (DGRF- Direcção Geral dos Recursos Florestais 2006) Tratando-se este trabalho do primeiro contributo para a elaboração de um plano de recuperação de áreas da Mata Nacional do Buçaco afetadas pelo ciclone, e estando estas áreas abrangidas por diversos normativos que as classificam em diferentes escalas e estruturas de planeamento, tornou-se necessário proceder a uma análise dos instrumentos relevantes que regem o uso do solo e respetivos objetivos. Pretendeu-se assim à extração dos elementos de maior importância, verificando-se a adequabilidade dos objetivos gerais e específicos para a área de estudo, assim como a sua concordância com os instrumentos de planeamento.
26 Engenharia dos recursos Florestais
2.7.2 Aplicação do plano Diretor Municipal da Mealhada (PDM) O PDM regula o planeamento e ordenamento do território. Este documento visa estabelecer a referenciação espacial dos usos e atividades do solo municipal. A MNB está sujeita às condicionantes do PDM da Mealhada nomeadamente da Reserva Ecológica Nacional. a qual é concebida como uma estrutura de enquadramento e proteção dos espaços produtivos, agrícolas e urbanos, destinada a garantir a permanência de determinadas ocorrências físicas e um mínimo de atividade biológica.
2.7.3 Aplicação do plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) A MNB está integrada na principal mancha florestal do concelho da Mealhada, e apresenta um elevado risco de incêndio, pelo que deve ser alvo de todas as precauções no que respeita a esta temática (Anexo 4), e confrontando a área de estudo com o perímetro urbano da Vila de Luso, torna-se premente que o plano de recuperação de clareiras contemple os preceitos de DFCI.
2.7.4 Aplicação do plano de Gestão Florestal (PGF) O PGF desempenha um papel crucial no processo de melhoria e gestão dos espaços florestais, por serem eles que operacionalizam e transferem para o terreno as orientações estratégicas contidas no PROF da região. De acordo com a Autoridade Florestal Nacional (AFN), não existe no concelho da Mealhada qualquer zona de intervenção florestal ou outra área com PGF. No entanto a MNB possui um Plano de Ordenamento e Gestão elaborado pela Direcção-Geral, com a colaboração de várias instituições científicas e de ensino superior (AFN - Direção Regional da Floresta do Centro 2009)
27 Engenharia dos recursos Florestais
3 Resultados 3.1 Danos apurados nas clareiras – madeira tombada As clareiras que se destacaram com maior volume de madeira tombada foram as áreas de amostragem D e C com 39.82 e 28.50 m³, respetivamente (Tabela 4). As espécies Cupressus lusitanica e Acacia melanoxylon foram as que contabilizaram maior volume de queda com 52.55 e 37.51 m³, respetivamente. Nos levantamentos de campo foram registadas 90 árvores tombadas, 10 quebradas e 6 em risco de queda (Anexo 10), sendo importante ter atenção aos espécimes em risco de queda. Tabela 4 Volume total de madeira tombada, por espécie, nas seis áreas de amostragem das clareiras.
Nº Espécie
1 2 3 4 5 6 7
Acacia melanoxylon
Área de amostragem A (m³)
Área de amostragem B (m³)
9.43
Área de amostragem C (m³)
Área de amostragem D (m³)
1.69
24.33
Cupressus lusitanica
2.06
7.30 3.23
18.44
13.95
8.64
8 9 Prunus laurocerasus 10 Sequoia sempervirens Volume total (m³)
0.09 4.23
52.55 6.74
0.05
Ilex aquifolium
0.05
0.05
0.05
0.01
0.04
0.34
1.21
0.08
0.94
0.19
0.22
1.60 0.18
0.62
2.22
0.12
0.12
7.84 12.75
11.84
28.50
7.84 39.82
8.91
6.95
108.78
Foi feita uma aproximação aos volumes de madeira existentes em cada clareira (Tabela 5), a partir dos valores obtidos para as áreas de amostragem.
28 Engenharia dos recursos Florestais
Total (m³) 37.51
3.51
Fraxinus ornus
Laurus nobilis Pittosporum undulatum
Área de amostragem F (m³)
0.09
Arbutus unedo
Cedrus atlantica
Área de amostragem E (m³)
Tabela 5 Extrapolação do volume total de madeira tombada por clareira, a partir dos volumes das áreas de amostragem.
Clareira A B C D E F
Área da clareira (ha) 0.2 0.2 1.1 0.5 0.3 0.3
Volume total (m³) 63.8 59.2 783.8 497.7 66.8 52.2
Os dados dos volumes dos espécimes tombados em todas as áreas de amostragem não apresentam normalidade na sua distribuição (Anexo 11). A ANOVA revela que o volume médio das árvores registadas é significativamente diferente entre as várias áreas de amostragem (F 5,100 = 2,71, P =0,025) (Anexo 12 e Anexo 8), logo há diferença entre clareiras. No computo geral as clareiras D e C apresentam espécimes com um volume médio significativamente superior (LSD, P<0.05) Anexo 13) aos espécimes das outras clareiras. No entanto (Figura 8) verifica-se que a clareira B, com valores intermédios, é estatisticamente semelhante a todas as clareiras
Volume médio dos espécimes tombados
(volume médio dos espécimes). 2,5
b b
2
1,5
1
a,b a a
a
E
F
0,5
0 A
B
C
D
Figura 8 Volume médio (+/- erro padrão) dos espécimes tombados nas diferentes clareiras (diferenças significativas assinaladas por letras diferentes).
29 Engenharia dos recursos Florestais
O Figura 9 indica que as clareiras C e D possuem um DAP médio de espécimes tombados superior às outras. 50 DAP médio dos espécimes tombados (cm)
45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 A
B
C
D
E
F
Figura 9 DAP médio (+/- erro padrão) dos espécimes tombados nas diferentes clareiras.
O Figura 10 indica que os espécimes tombados nas clareiras C e D possuem uma altura média superior aos espécimes das outras clareira.
Altura média dos espécimes tombados (m)
25 20 15 10 5 0 A
B
C
D
E
F
Figura 10 Altura média (+/- erro padrão) dos espécimes tombados nas diferentes clareiras.
Quando for elaborado o plano de remoção dos espécimes, é necessário ter atenção às clareiras que possuem espécimes de grandes dimensões, sendo importante alocar equipamentos adequados para a sua remoção. O rendimento passível de ser obtido pela valorização do material lenhoso resultante da passagem do ciclone Gong, com a consequente abertura de clareiras, será assim, por
30 Engenharia dos recursos Florestais
unidade de área, substancialmente diferente de acordo com as caraterísticas de cada uma das clareiras.
3.2 Biodiversidade Relativamente ao estrato I (Tabela 6) a clareira B tem uma percentagem de cobertura do solo por plantas exóticas (não invasoras) e autóctones muito superior (77.2 %) em relação às restantes, sendo que o índice de Pielou (0.18), revela que esta percentagem de coberto não está equitativamente distribuída pelas espécies existentes: 70% corresponde a Hedera hibernica, restando apenas 7.2% para as demais espécies. Por outro lado, as clareiras F e A são as que apresentam um índice de diversidade mais elevado, 1.98 e 1.66, respetivamente. Uma vez que as percentagens de coberto destas clareiras são baixas e o índice de equidade revela que as espécies estão razoavelmente distribuídas, deduz-se que a percentagem de coberto de cada espécie é baixa, demonstrando ser importante uma intervenção no sentido de as proteger em relação às poucas espécies invasoras presentes no caso da clareira A (Tabela 7). A área da clareira F foi a única que sofreu uma intervenção de controlo de plantas invasoras há cerca de um ano. A diversidade mais elevada parece indicar que a intervenção foi uma mais-valia para a recuperação da área, apesar das 23 espécies identificadas (Anexo 19) possuírem, ainda, uma percentagem de coberto baixa. No entanto, comparando estes dados com os dados de regeneração de plantas invasoras (Tabela 7), verifica-se que a clareira F também possui um elevado número (6) destas espécies e equitativamente bem distribuídas. Considerando que as espécies invasoras têm facilidade em proliferar, se não houver um controlo de continuidade, corre-se o risco de perder 23 espécies autóctones/exóticas em detrimento de 6 espécies de carácter invasor.
31 Engenharia dos recursos Florestais
Tabela 6 Caraterização das espécies Exóticas e Autóctones no Estrato I por clareira no que respeita a vários parâmetros de diversidade. (As espécies exóticas com comportamento invasor não são incluídas).
Clareiras S (A;E)
N (%) J'
H'
A
13 (5;8)
7.40
0.65
1.66
Legenda:
B
17 (14;3)
77.20
0.18
0.50
Riqueza específica
S
C
17 (16;1)
49.05
0.66
0.77
Soma total das % de cobertura
N
D
7 (7;0)
3.56
0.76
1.47
Índice de equitabilidade de Pielou
J'
E
13 (12;1)
33.90
0.24
0.61
Índice de diversidade de Shannon
H'
F
23 (21;2)
12.56
0.63
1.98
Nº de espécies Autóctones e Exóticas
(A;E)
Avaliando o estrato I (Tabela 7), observa-se que as clareiras D e C são as que apresentam maior percentagem de solo coberto por espécies invasoras; no entanto, através do índice de Pielou verifica-se que estas não estão equitativamente distribuídas. A espécie que protagoniza estas percentagens é Trandescantia fluminensis, com 85% e 40%, respetivamente nas parcelas D e C. Através destes valores e comparando com os dados de regeneração das espécies autóctones/exóticas (Tabela 6) pode-se retirar duas conclusões: 1) a elevada presença desta espécie influência diretamente a regeneração das plantas autóctones/exóticas (devido aos “tapetes” contínuos que forma dificulta a regeneração das outras espécies) presentes nas clareiras, mais concretamente na clareira D; 2) a elevada percentagem desta espécie invasora dificulta a fixação de outras invasoras. Importante referir que as áreas de amostragem com maior número de espécies invasoras são as que possuem menor percentagem de coberto, deve-se ao fato destas parcelas possuírem muita regeneração de espécies invasoras (plântulas), logo serão fáceis de remover.
32 Engenharia dos recursos Florestais
Tabela 7 Caraterização das espécies invasoras no estrato I por clareira no que respeita a vários parâmetros de diversidade.
Clareiras
S
N (%)
J'
H'
A
4
0.90
0.83
1.15
Legenda:
B
5
1.10
0.96
1.55
Riqueza específica
S
C
3
41.10
0.12
0.13
Soma total das % de cobertura
N
D
4
85.30
0.02
0.03
Índice de equitabilidade de Pielou
J'
E
5
4.40
0.89
1.44
Índice de diversidade de Shannon
H'
F
6
5.45
0.80
1.43
Em relação aos outros estratos (Tabela 8) constata-se que a clareira B apresenta grande percentagem de coberto e o maior número de espécies, estando esta equitativamente distribuída (Pielou = 0,82). O índice de Shannon demonstra que a clareira B é a mais biodiversa e contém espécies “raras” em percentagens reduzidas, sendo urgente a sua proteção (Anexo 7). No entanto é na clareira B onde se observa o maior número de plantas invasoras (Tabela 9). Tabela 8 Caraterização das espécies Autóctones/exóticas nos Estrato II, III e IV por clareira no que respeitas a vários parâmetros de diversidade. (As espécies exóticas com comportamento invasor não são incluídas).
Clareiras
S (A;E)
N (%)
J'
H'
A
2 (2;0)
29.10
0.59
0.41
Legenda:
B
15 (11;4)
25.00
0.82
2.23
Riqueza específica/nº de espécies
S
C
5 (4;1)
8.30
0.86
1.38
Soma total das % de cobertura
N
D
2 (2;0)
15.00
0.88
0.61
Índice de equitabilidade de Pielou
J'
E
4 (3;1)
10.90
0.61
0.85
Índice de diversidade de Shannon
H'
F
3 (1;3)
12.90
0.88
0.97
Nº de espécies Autóctones e Exóticas
(A;E)
As clareiras E e B são as que possuem maior percentagem de coberto de espécies invasoras (Tabela 9) com porte mais elevado e a clareira B está equitativamente distribuída (Pielou = 0.70), enquanto que a clareira E tem uma maior dominância de Pittosporum undulatum (Anexo 7). O fato da clareira F possuir apenas uma espécie invasora e uma percentagem de coberto de 2.4 nestes estratos, demonstra que o seu controlo de continuação é da máxima importância, porque os custos de controlo irão focar-se essencialmente no estrato I (Tabela 7) e nos estratos superiores apenas existe
33 Engenharia dos recursos Florestais
um espécime de Prunus laurocerasus (Anexo 7), logo o controlo é mais fácil e económico, salvaguardando as espécies autóctones/exóticas que estão a regenerar.
Tabela 9 Caraterização das espécies Invasoras nos Estratos II, III, IV por clareira no que respeita a vários parâmetros de diversidade.
Clareiras
S
N (%)
J'
H'
A
3
18.50
0.72
0.79
Legenda:
B
7
55.90
0.64
1.25
Riqueza específica/nº de espécies
S
C
1
9.40
0.00
Soma total das % de cobertura
N
D
3
34.00
0.95
1.05
Índice de equitabilidade de Pielou
J'
E
4
60.00
0.70
0.97
Índice de diversidade de Shannon
H'
F
1
2.40
0.00
Atendendo aos resultados ao nível da biodiversidade, as clareiras que necessitam prioritariamente de uma intervenção a nível de controlo de plantas invasoras e de reflorestação são as clareiras B, C e F. A clareira B, além do estrato I (Tabela 6) estar dominado por Hedera hibernica, possui 16 espécies autóctones/exóticas contra 5 espécies invasoras (Tabela 7) com uma percentagem de coberto de apenas 1.10. Observando os outros estratos percebe-se que as espécies autóctones/exóticas estão a perder “terreno”, contudo ainda se observa um elevado índice de biodiversidade (2.23), com 15 espécies distribuídas equitativamente (Tabela 8). O controlo de plantas invasoras deve focar primeiramente o estrato I, porque é neste que se observa a menor percentagem de invasoras, logo o seu controlo é mais rápido e fácil. Após o controlo do estrato I é importante controlar os estratos superiores, visto ser nestes que se encontram os maiores promotores de proliferação. Relativamente à clareira C, o motivo da necessidade urgente de intervenção é um pouco diferente. Em relação ao estrato I, foram identificadas 17 espécies autóctones/exóticas, com uma percentagem de coberto de 49.05; comparado com as espécies invasoras do mesmo estrato observa-se um domínio por parte das espécies autóctones/exóticas. Este domínio continua a ser visível nos restantes estratos, em que se observa uma superioridade em todos os índices, identificando-se apenas uma espécie invasora nos
34 Engenharia dos recursos Florestais
estratos II,III e IV. Desta forma conclui-se que a intervenção é urgente porque quanto mais rápido for o controlo menor será o custo da operação. Além do custo convém referir que a prevenção é a estratégia ambiental primordial (Marchante et al. 2005, Hulme 2006), e nesta parcela estar-se-ia a evitar problemas de invasão futuros, implicando baixos custos. Quanto à clareira F, além dos resultados relevantes que apresenta pós-intervenção de controlo de invasoras (há cerca de 1 ano) (Tabelas 6, 7,8 e 9), é primordial dar continuidade ao controlo já iniciado para que a médio/longo prazo se obtenha uma área ecologicamente biodiversa e funcional, sendo que a persistência é fundamental (Marchante et al. 2005). A análise mais detalhada das espécies invasoras mais problemáticas e dos estratos em que estas são mais abundantes (Tabela 10), permite identificar os estratos prioritários no controlo e as metodologias mais indicadas.
As espécies mais presentes nos diferentes estratos e nas clareiras são Pittosporum undulatum, Acacia melanoxylon e Prunus laurocerasus. Tradescantia fluminensis também se observa com elevadas percentagens mas apenas em duas clareiras. Todas as clareiras necessitam de intervenções no estrato I, tendo como invasoras dominantes A. Melanoxylon, P. undulatum, P. laurocerasus e T. fluminensis com altas percentagens de coberto nas clareiras C e D. Nos estratos II, III e IV observa-se maior dominância de A. Melanoxylon, P. undulatum e P. laurocerasus, além destas destaca-se também a A. Retinodes com uma percentagem de coberto considerável na clareira B. A clareira C é a que tem menos ocorrências de espécies invasoras, demonstrando por isso ser uma das prioridades de intervenção relativamente a este parâmetro. A clareira F (sofreu intervenção há cerca 1 ano), percebe-se que apesar de haver uma grande ocorrência de plantas invasoras no estrato I, as percentagens de coberto focam-se essencialmente em A. melanoxylon e P. undulatum. Desta forma através de uma intervenção de continuidade no estrato I, proporciona-se condições para continuar a promover a regeneração natural de espécies autóctones, criando ao mesmo tempo espaço para introduzir/fomentar algumas destas. As espécies invasoras serão intervencionadas segundo metodologias adequadas a cada estrato de forma a minimizar os custos das operações e obter sucesso nas intervenções. 35 Engenharia dos recursos Florestais
Tabela 10 Percentagens de coberto das espécies invasoras, por estratos, nas clareiras estudadas. CLAREIRAS A Estratos (m)
B Estratos (m)
C Estratos (m)
D Estratos (m)
E Estratos (m)
F Estratos (m)
I
I
I
I
I
I
II
III/IV
II
III/IV
Espécies
%
%
Acacia melanoxylon Pittosporum undulatum Prunus laurocerasus Conyza bonariensis Ailanthus altissima Robinia pseudoacacia Phytolacca americana Acacia retinodes Tradescantia fluminensis Acacia dealbata Fascicularia bicolor
0.5
2.4
3
0.2
1.5
1.5
1
0.2
2.6
9.5
0.3
10
20.5
0.1
0.1
1
0.1
II
III/IV
%
% 0.1 0.4
2.2
9
II
0.2
II
III/IV
% 2
0.1 0.1
III/IV
3.5
II
11
1
4.5
0.8
2.4
5
1
2.4
33.7
1.4
8
1.5
7
10
0.1
1.5
0.8
0.8
0.8
0.8 1.4 0.1
2
0.3
6
10 40
85
0.1
1.6 0.45
Através da Tabela 11 percebe-se quais as espécies lenhosas autóctones/exóticas que estão a regenerar melhor e pior; estes dados podem contribuir para minimizar os custos de plantação, visto que se irá potenciar apenas as espécies com pior regeneração, através da plantação. Numa análise geral pode-se observar que as plantas exóticas têm uma baixa capacidade de regeneração. Considerando os objetivos da MNB, que passam pelo fomento do Arboreto enquanto coleção de flora exótica, é importante potenciar as espécies exóticas através da plantação nas áreas do Arboreto e transição (A, B, C, D e E), deixando as espécies autóctones como acompanhantes. As espécies autóctones que revelam maior facilidade de regeneração em todas as clareiras, salvo em casos pontuais, são: Laurus nobilis, Phillyrea latifolia, Quercus robur e Ilex aquifolium. Nas áreas do Pinhal do Marquês e transição (clareiras E, F e D) observa-se a regeneração destas espécies, desta forma poderão ser introduzidas/ fomentadas outras espécies autóctones presentes em menor quantidade mas com interesse para a diretiva habitats (Anexo 19): e.g., Prunus lusitanica, Quercus suber, Viburnum tinus, Arbutus unedo, entre outros. Mais concretamente na clareira F que está
36 Engenharia dos recursos Florestais
III/IV
%
2.4
destinada a ser convertida num dos habitats da Directiva Habitats presentes na MNB, observa-se que Quercus robur é o que regenera melhor, acompanhado por Ilex aquifolium; assim sendo o habitat mais aconselhado a fomentar seria o 9230pt1 (Carvalhais de Quercus robur), visto ser este o que mais se enquadra na área em questão. O fato de algumas clareiras possuírem regeneração de autóctones apenas no estrato I pode ser um indicador de impossibilidade de competição com as espécies invasoras presentes. Através destes dados e tendo em conta a recuperação ecológica das clareiras, sugere-se que a receita de venda da madeira tombada seja direcionada no sentido de potenciar as espécies com maior dificuldade de regeneração através da sua plantação, e ao mesmo tempo no controlo de plantas invasoras.
37 Engenharia dos recursos Florestais
Tabela 11 Percentagens de coberto das espécies Autóctones/exóticas lenhosas por estratos. CLAREIRAS A Estratos (m)
B Estratos (m)
I
I
II
III
II
/IV %
Espécies
0 .
Cedrus atlântica Ocotea foetens
2
Castanea sativa Quercus suber Prunus lusitanica
%
3
I
II
/IV
III
I
II
/IV %
III /IV
%
2.5
8
1.5 0.1
1
5.4
0.1
0.2
4.8
1 0.1 0. 1.5 0.1
Pinus pinaster
III
0.6
Ilex aquifolium
Quercus robur
II
F Estratos (m)
0.1
0
Phillyrea latifolia
I
/IV
E Estratos (m)
1
Quercus rubra
Laurus nobilis
III
% 1
Sequoia sempervirens
Viburnum tinus
II
D Estratos (m)
0.1
Liriodendron tulipifera
Arbutus unedo
I
/IV 0.2
Abies alba
III
%
Cupressus lusitanica Fraxinus ornus
C Estratos (m)
0.1 2.1 12 0.15
2.6
0.3
3
4.5
0.5
3.5
0.5
1
0.6
1.3
1.5
0.7
0.85
0.7 11
1
0.05
0.5 0.1
0.1
.25 1
0.25
0.25
1.5
0.55
0.55 1.5 1
0.3
0.6
3.5
0.1
0.01
0.6
0.2
0.15
1.25
0.1
0.01
0.5 1.3
0.5
0.5
0.8
0.2
0.2 0.2
0.1
0.6
3.3 Quantificação dos focos de invasão Além das áreas de amostragem da diversidade de espécies em cada parcela, estabeleceram-se ainda pequenas áreas, ao longo de transectos, onde se quantificaram as plântulas de invasoras em particular. O tipo biológico de invasoras mais comuns nestas áreas em estudo (Figura 11) são os fanerófitos, presente em todas as clareiras, cujas espécies mais representativas são: A. melanoxylon e P. undulatum. Por outro lado os caméfitos (T. fluminensis) quando se identificam numa clareira apresentam sempre altos valores de presença. Quanto aos terófitos apenas ocorreram nas clareiras A e F. As espécies que apresentaram maior abundância ao longo dos transetos foram A. melanoxylon e P. undulatum.
38 Engenharia dos recursos Florestais
Ao longo dos transetos, a identificação (e georreferenciação) de possíveis focos dispersores também contribuiu para definir prioridades de intervenção. As clareiras A,B e D apresentaram o maior número de focos dispersores (Anexo 20).
Figura 11 Número médio (+/- erro padrão) de plântulas de espécies invasoras/m² em cada clareira.
Das espécies exóticas invasoras que ocorrem nas clareiras em estudo, apenas Acacia melanoxylon apresenta número médio de plântulas significativamente diferente entre parcelas (significância P 0.00 <0.05) (Anexo 14). Em concreto, a clareira F (LSD, P 0.00 <0.05) apresentou
um
número de plântulas
de Acacia
melanoxylon
significativamente maior do que todas as outras clareiras (Anexo 15) ( Figura 12).
Número médio de plântulas/m²
40
b
35 30 25 20 15 10
a
5
a a
a a
0 A
B
C
D
E
F
Figura 12 Número médio (+/- erro padrão) de plântulas de Acacia melanoxylon/m² (diferenças significativas assinaladas por letras diferentes).
39 Engenharia dos recursos Florestais
Esta clareira F sofreu uma intervenção de controlo de invasoras, onde foram removidos os estratos II, III e IV. Os registos efetuados nesta clareira dizem assim respeito a plântulas resultantes de germinação seminal, fruto da ativação do banco de sementes, pela abertura da clareira aquando da passagem do ciclone Gong e consequente exposição aos fatores desencadeadores (e.g. exposição direta ao sol, perturbação). Assim os dados das restantes espécies poderão ser diretamente extrapoláveis para o conjunto da área de estudo, fator importante para estabelecer uma situação de referência e desenho de metodologia única e homogénea, por exemplo, quanto à necessidade de afetação de recursos para ações de controlo.
40 Engenharia dos recursos Florestais
3.4 Parâmetros usados na matriz de priorização das intervenções Foram atribuídos valores a cada parâmetro estudado, segundo a sua importância para as áreas de estudo (Tabela 12, Tabela 13); esta valorização dos parâmetros foi definida de acordo com a entidade gestora da MNB. A maior pontuação foi atribuída proporcionalmente aos maiores índices de diversidade e volumes de madeira, excetuando os parâmetros que concernem a plantas invasoras, os quais foram pontuados de uma forma inversa, ou seja, quanto menos plantas invasoras e focos dispersores são identificados maior é a sua pontuação (Tabela 12). Através da análise dos levantamentos efetuados no terreno atribui-se uma pontuação a cada parâmetro dependendo do registo deste em cada clareira. Finalmente somam-se todas as pontuações de forma a obter o score final (Tabela 14).
Tabela 12 Parâmetros dos levantamentos efetuados usados na definição das clareiras com maior prioridade de intervenção.
madeira das
propágulos (média
dispersores
Invasoras
(H´)
Autóctones/Exóticas
áreas de
de plântulas
de plantas
(estrato II, III,
Autóctones/Exótica
(estrato II,III,IV)
amostragem
invasoras em 30
invasoras
IV)
s
m²)
[5;10]
1
Lenhosas
[11;24]
2
[>600]
1
[10;17]
4
[2-3]
4
[0.90;1.70]
3
[0.50;0.85]
2
[25;30]
3
[300;500]
2
[2;7]
8
[0-1]
8
[1.75;2]
5
[0.90;1.70]
3
[31;40]
4
Herbáceas
[1.75;2]
5
[2.10;2.80]
8
(m³)
[>600]
1
[300;500]
2
[100;250]
3
[0]
8
(estrato I)
nos transetos) [>18]
1
[>4]
1
[0.50;0.85]
1
[0.20;0.45]
1
(detetados
Pontos
Índice Shannon (H´)
Pontos
Índice Shannon
Pontos
Nº de espécies
Pontos
Nº de focos
Pontos
Pressão de
Pontos
Volume de
41 Engenharia dos recursos Florestais
Presença de monumentos ou infraestruturas
Pontos
Controlo de Plantas
Árvores em risco de queda
1
Ausência
0
Tempo de execução
Perda de árvores notáveis
2
Acessos emblemáticos
2
-Elevado
1
Junto a via de comunicação principal
3
Elemento histórico-patrimonial
3
-Moderado
2
Abrangência visual
4
Estruturas de apoio à gestão florestal
4
-Reduzido
8
Passagem de visitantes
6
Infraestruturas habitacionais
5
Grau de dificuldade
Pontos
Importância paisagística
Pontos
Tabela 13 Outros parâmetros relevantes das áreas de estudo usados na definição das clareiras com maior prioridade de intervenção.
Invasoras
-Elevado
1
-moderado
2
-Reduzido
8
Primeiro controlo de seguimento
10
A clareira com maior pontuação final (score), consequentemente com maior prioridade de intervenção é a clareira F (Tabela 14).
42 Engenharia dos recursos Florestais
Tabela 14 Somatório dos parâmetros dos levantamentos efetuados e das caraterísticas mais relevantes de cada clareira Clareira
Volume de madeira da s áreas de amostrage m (m³)
Pressão de propágulos (média de plântulas invasoras em 30 m²)
Nº de focos dispersores (detetados nos transetos)
Nº de espécies Invasoras (estrato II, III, IV)
Índice Shannon (H´) Autóctones/ Exóticas (estrato I)
Índice Shannon (H´) Autóctones/ Exóticas (estrato II, III,IV)
Importância paisagística
Presença de monumentos ou infraestrutur as
Controlo de Plantas Invasoras
Score
A
2
1/ 3
1
4
3
1
1/ 6
0
2/ 2
26
B
2
1/8
1
1
1
8
1/2/4/6
5
1/1
42
C
3
2/1
2
8
1
3
3/4/6
3/4
8/2
50
D
4
2/1
1
4
3
2
1/2/4/6
2
2/1
35
E
1
1/1
4
1
1
1
0
0
1/1
12
F
1
1/2
8
8
5
3
3
0
8/8/10
57
43 Engenharia dos Recursos Florestais
3.5 Instrumentos de planeamento florestal Tendo em conta os objetivos do PROF e da MNB para a área em estudo, o plano proposto segue um conjunto de normas técnicas a considerar na sua intervenção, tais como: I) produção, II) proteção, III) conservação de habitats, de espécies da fauna e da flora e de geomonumentos e IV) recreio, enquadramento e estética da paisagem.
3.5.1Normas genéricas de intervenção florestal segundo a função de proteção (PRT) Estas normas são apresentadas por objetivos de gestão florestal concretos que visam potenciar as funções dos espaços florestais. Neste ponto são apresentadas normas genéricas essenciais de intervenção na MNB, sendo elas as seguintes:
PRT 3 – Proteção contra a erosão hídrica e cheias
PRT 32 – Proteção e recuperação do solo
Com a queda de milhares de árvores e a consequente formação de clareiras, o solo ficou muito exposto aos elementos mecânicos, meteorológicos e climáticos. Um dos mecanismos usados para a sua proteção e recuperação é a reflorestação das áreas em estudo com espécies adequadas (conforme proposta, paginas 49 à 59).
PRT 4 – Proteção microclimática
PRT41 – Instalação de cortinas de abrigo
A instalação de cortinas de abrigo em determinadas clareiras com espécies mais resistentes as variações climatéricas é fundamental para a proteção de espécies mais vulneráveis futuramente introduzidas, principalmente em clareiras em que se denota que o vento foi preponderante na queda de espécimes. De acordo com Ribeiro et al. (1987) os ventos fortes e muito forte na zona de Coimbra são pouco frequentes (0.04 %), no entanto quando se registam ocorrem quase sempre no quadrante sudeste (SE). Através da análise do registo das direções de queda (Anexo 18) percebe-se que o vento pode ter tido grande influência na queda das árvores, visto que estas estão quase todas tombadas no quadrante SE (conforme proposta, paginas 57, 59).
PRT5 – Proteção ambiental
Engenharia dos Recursos Florestais
44
PRT51 - Gestão dos espaços florestais com o objetivo de conservação, sequestro e armazenamento de carbono
Ao efetuar a remoção da madeira tombada, procede-se também ao estilhaçamento dos resíduos criados, para assim apressar a sua decomposição, mantendo a biomassa presente na Mata e reduzindo o risco de incêndio.
3.5.2 Normas genéricas de intervenção florestal segundo a sua função de conservação de habitats, de espécies da fauna e da flora e de geomonumentos (CHEG) As intervenções na MNB focam-se essencialmente nas seguintes normas:
CHEG1 – Conservação de habitats classificados
CHEG11 – Fomento e manutenção de habitats de grande valor natural.
Neste campo a prioridade é o fomento e recuperação do habitat 9230pt1 (Carvalhais de Quercus robur) da Directiva Habitats proposto para a clareira F, através da proteção (ou introdução quando não presentes) das espécies que integram este habitat.
CHEG12 – Controlo de invasoras lenhosas
Através dos resultados obtidos pelos levantamentos efetuados às áreas de estudo são definidas estratégias e metodologias de combate às espécies invasoras segundo os diferentes estratos das clareiras (conforme proposta, paginas 54 e 55).
CHEG2 – Conservação de espécies da flora e da fauna protegida
CHEG21 – Ordenamento florestal para a conservação da flora e fauna
A promoção das várias espécies vegetais autóctones e exóticas permitirá uma maior diversidade de animais. Nas áreas de Arboreto serão fomentadas espécies exóticas, mantendo as espécies autóctones como acompanhantes, visto que a manutenção da história botânica do Arboreto é uma prioridade para a FMB. Outro aspeto a ter em conta é a presença de troncos (madeira morta) em decomposição, os quais representam mais opções de habitat e mais nichos ecológicos, suportando comunidades mais diversificadas.
Engenharia dos Recursos Florestais
45
3.5.3 Normas genéricas de intervenção florestal segundo a sua função de suporte ao recreio, enquadramento e estética da paisagem (RP). As intervenções na MNB focam-se essencialmente nas seguintes normas:
RP1 – Enquadramento de aglomerados urbanos e monumentos
RP11 – Enquadramento de zonas urbanas, sítios arqueológicos e monumentos.
Todos os monumentos e infraestruturas presentes nas clareiras devem ser enquadrados com espécies que se ajustem ao meio envolvente, sendo este aspeto importante discutir com o Arquiteto paisagista da instituição.
RP3 – Recreio
RP31- Diminuição do impacto visual da atividade florestal
Os resíduos deveram ser estilhados após a remoção da madeira tombada de forma a eliminar os impactes visuais negativos e manter as condições biofísicas, sociais e de gestão aceitáveis. Durante as operações de recuperação de cada área, estas devem possuir placas informativas para assegurar a proteção dos recursos e a segurança dos visitantes.
3.5.4 Normas genéricas de intervenção nos espaços florestais relativas às infraestruturas florestais, à prevenção de incêndios e à recuperação de áreas ardidas (DFCI)
DFCI1 – Infraestruturas florestais
DFCI11 – Rede viária florestal
Todas as áreas das clareiras possuem redes viárias perfeitamente transitáveis para o combate de um possível fogo florestal. No entanto, estas redes devem ser frequentemente desimpedidas de qualquer tipo de obstrução. Quanto aos pontos de água, possuem condições de manobra para reabastecer (e.g. Lago da Fonte Fria, Taque ao lago da casa do Guarda).
DFCI2 – Prevenção de incêndios
DFCI23 – Campanhas de sensibilização e informação pública
Engenharia dos Recursos Florestais
46
Deveram ser feitas campanhas de sensibilização da população em relação aos incêndios florestais, de forma que as pessoas valorizem mais as florestas e os seus recursos. Sensibilização dos visitantes aos incêndios florestais. Criação de Locais Estratégicos de Estacionamento (LEE) na MNB para promover a vigilância.
DFCI24 – Exploração florestal
Quando se proceder à remoção de todo material lenhoso deve-se ter em atenção os seguintes aspetos: o O abastecimento e arranque das motosserras devem ser realizados, sempre que possível, em diferentes locais e limpos de vegetação. o Os escapes de máquinas de combustão interna deverão estar sempre equipados com um dispositivo tapa-faúlhas. o Sensibilizar os operadores para os riscos que decorrem se fumarem na floresta. o Os resíduos lenhosos resultantes das operações deveram se estilhados no local ou removidos para outros pontos de interesse de forma a reduzir os risco de incêndio.
4 Plano de Recuperação Segundo os objetivos dos instrumentos e instâncias anteriormente abordadas e da MNB para os locais em estudo e sempre numa ótica de prevenção estrutural no que diz respeito a criação de estruturas adequadas que minimizem os danos provocados por tempestades, fogos, pragas, entre outros agentes causadores de distúrbios, verificada a sua adequabilidade e concomitância, procedeu-se à elaboração da proposta do plano de recuperação. O plano de recuperação visa responder aos objetivos estabelecidos para este trabalho em conformidade com os interesses da entidade gestora da MNB. De modo a devolver (e melhorar) às clareiras as funcionalidades e caraterísticas presentes antes da passagem do ciclone Gong são elaborados objetivos gerais e medidas a executar (Tabela 15) nas clareiras.
Engenharia dos Recursos Florestais
47
Tabela 15 Objetivos gerais e medidas executar nas áreas de estudo.
Clareiras Objetivos gerais
-Remover os destroços causados pelo
A,B,C,
ciclone;
DeE
-Mitigar/erradicar plantas invasoras presentes e impedir a sua expansão.
-Promover a recuperação/enriquecimento
A,B e C
do Arboreto, garantindo valores de biodiversidade; -Recuperação de monumentos e
C
enquadramento de espaços. -Instalação de cortinas de abrigo
-Promover a recuperação/enriquecimento destas áreas
DeE
de transição com espécies do Arboreto e
Medidas -Remoção dos destroços por parte da entidade gestora; -Organizar ações de voluntariado para ajudar na remoção do material de menores dimensões; -Criar parcerias com empresas interessadas em madeiras nobres para colaborarem na remoção de espécimes de grande porte, disponibilizando maquinaria necessária; -Remoção das espécies invasoras presentes por parte da entidade gestora. -Organizar ações de voluntariado para ajudar na remoção das plantas invasoras, e ao mesmo tempo promover sensibilização da população para esta problemática. -Fomentar o crescimento das espécies exóticas presentes com dificuldades de regeneração através da plantação; -Enriquecer a coleção dendrológica através da introdução de espécies exóticas adequadas à área em estudo; -Promover a recuperação da Fonte (situada entre Casa do Serpa e a Porta do luso) e o respetivo enquadramento paisagístico; -Enquadrar paisagisticamente o Campo de Compostagem (situada entre Casa do Serpa e a Porta do luso) com espécies adequadas. -Instalação de cortinas de abrigo com espécies resistentes a variações climatéricas -Promover as espécies exóticas e autóctones presentes que estão com dificuldades de regeneração, através da plantação; -Enriquecer a coleção dendrológica através da introdução de espécies exóticas adequadas à área em estudo:
autóctones, garantindo valores de biodiversidade; -Remover os destroços causados pelo ciclone; -Promover a recuperação/enriquecimento
F
do povoamento florestal autóctone (9230pt1 da Diretiva Habitats);
-Mitigar/erradicar plantas invasoras presentes e impedir a sua expansão.
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-Remoção dos destroços por parte da entidade gestora; -Organizar ações de voluntariado para ajudar na remoção do material de menores dimensões; -Criar parcerias com empresas interessadas em madeiras nobres para colaborarem na remoção de espécimes de grande porte, disponibilizando maquinaria necessária; -Promover as espécies autóctones presentes que estão com dificuldades de regeneração através da plantação, tendo como prioridade as espécies do Habitat da Diretiva 9230pt1; -Enriquecer esta área com espécies subdominantes do Habitat da Diretiva 9230pt1; -Efetuar o controlo de continuação removendo as espécies invasoras presentes por parte da entidade gestora.
48
4.1 Enquadramento das espécies autóctones/exóticas a introduzir e a fomentar no Arboreto e Pinhal do Marquês O plano para as áreas de Arboreto (todas as clareiras exceto a F) visa primordialmente a recuperação e fomentação das espécies exóticas e autóctones presentes antes do ciclone, de forma a manter o caráter histórico-social. No entanto, a coleção dendrológica ainda pode ser enriquecida com a introdução de novas espécies exóticas, tornando-a ainda mais diversificada. Neste sentido as espécies que se propões introduzir foram alvo de uma caraterização relativamente a aspetos como a sua ecologia, tipo de solo e estrutura com o objetivo de alocar cada espécie aos locais com maior potencial para se adaptarem bem (Tabela 16). Quanto à área do Pinhal do Marquês (clareira F) as espécies (presentes ou que se pretende introduzir) serão fomentadas ou introduzidas (quer por plantações, quer por sementeiras) de forma a incrementar a área ocupada pelo habitat 9230pt1 (Carvalhais de Quercus robur) da Directiva Habitats tendo em conta a ecologia abaixo especificada (Tabela 16).
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49
Tabela 16 Ecologia das espécies a fomentar e a introduzir nas áreas de estudo. As espécies estão agrupadas segundo as mesmas caraterísticas ecológicas. De acordo com (Gilman e Watson 1993, EUFORGEN 1994, Boas 2013, USDA Forest Service 2013).
Espécie
Ecologia
Observações
Tilia americana L. Quercus rubra L. Tsuga canadensis (L). Carrière Prunus serotina Ehrh. Cedrus libani A.Rich. Cedrus atlantica (Manetti ex. Endl.) Carrière
-Solos argilosos e pouco profundos -PH acido; -Locais húmidos -Exposição a norte -Ocorre em solos argilosos -Ocorre em locais secos -Tolera sombra parcial mas tem preferência por sol -ocorre em solo argiloso com humidade -clima temperado -Tolerante à sombra e suscetível à seca -Ocorre em solos superficiais, argilosos e ricos em matéria orgânica -Clima marítimo
Todas as espécies apresentam existência histórica na Mata
-Tolera ampla variedade de solos mas prefere os profundos bem drenados -PH pouco acido -Exposição ao sol ou semi-sombra -Solos frescos e humidade elevada -Zonas de maior influencia atlântica -Adapta-se bem a Serras do centro e norte do pais -Ocorre numa ampla variedade de solos -Clima húmido -Intermédio na tolerância à sombra -Ocorre em solos superficiais e pobres -Clima húmido e precipitação abundante -Exposição a norte -Adaptado a solos relativamente secos, argilosos e pobres -Climas mediterrâneos -Solos frescos e pedregosos -Espécie de luz -Solos frescos e ricos em humos -Espontâneo em climas mediterrâneos -Suporta o ensombramento -Solos siliciosos -Ocorre em climas temperados -Tolera ventos marítimos -Espécie que ocorre em sombra e sol -Clima temperado -Prefere solos siliciosos e húmidos embora resista à seca -Espécie de luz -Tolera ventos mas não exposição marítima -Prefere solos húmidos -Ocorre em matagais xerófilos mas adapta-se a diferentes tipos de ambientes -Solos rochosos e frescos -Prospera com exposição marítima -Espécie de luz -Solos siliciosos e rochosos -Tolera a sombra mas cresce mais em locais iluminados -Solos húmidos e rico em nutrientes -Fundo de vales ou bosques mistos -Espécie de luz
Registam-se estas espécies na Mata. Estas espécies estão geralmente associadas
Morus alba L. Liriodendron tulipifera L. Pseudotsuga menziesii (Mirb.) Franco Thuja plicata Donn ex D.Don Chamacyparis lawsoniana (A. Murray) Parl. Fagus sylvatica L. Abies alba Mill., 1768
Sequoia sempervirens (D. Don) Endl.
Carya ovata (Mill.) K.Koc Jacq. h Liquidambar styraciflua L. Crataegus monogyna Jacq. Picea smithiana (Wall.) Boiss.
Cupressus sempervirens L. Celtis australis L. (1753) Viburnum tinus L.
Laurus nobilis L. Ilex aquifolium (L., 1753)
Quercus robur L. Quercus suber L.
Phillyrea latifolia L.
Arbutus unedo L.
Prunus lusitanica L. Ulmus minor Mill.
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O Cedrus atlantica existe na Mata
Estas espécies ocorrem na Mata O Liriodendron tulipifera associa-se ao Liquidambar styraciflua Ocorrem na Mata
Ocorre na Mata
Registam-se exemplares espécies na Mata
destas
Registam-se espécimes na Mata
Ocorre na Mata. Ótima espécie para a criação de cortinas de vento. Ocorre na Mata Ocorre na Mata
Ocorrem na Mata
Ocorre na Mata
Representa a floresta relíquia da Mata, com exemplares notáveis. Ocorre na Mata
Ocorre na Mata Ocorre na Mata
50
Taxus bacata L.
Cedrus deodara (Roxb.) G.Don
Quercus pyrenaica Willd. Castanea sativa Mill.,1768 Quercus petrae (Mattuschka) Liebl. Cupressus macrocarpa Hartw. ex Gordon Frangula alnus L. Pinus radiata D. Don
Tilia europaea L. Viburnum opulus L. Quercus coccinea Muenchh.
Larix Decidua Mill.
Cupressus arizonica Greene Juglans major (Torr.) A. Heller Acer monspessulanum L.
Prunus avium (L.) L. 1755
Viburnum plicatum Thunb.
-Adapta-se a qualquer tipo de solos mas prefere calcários -Clima húmido -Espécie de sombra mas tolera sol -Prefere solos profundo, bem drenados e férteis -Ocorre em encostas rochosas -É uma espécie gregaria e de exposição solar -Solos siliciosos e ácidos -Ocorre em zonas montanhosas
Ocorre na Mata
-Solos rasos e rochosos -PH acido -Exposição a sul
Fragula alnus e Pinus radiata existem na Mata; Cupressus macrocarpa está associado ao Pinus radiata mas não ocorre na Mata. Apenas o Viburnum opulus ocorre na Mata
-Ocorre em solos argilosos, húmidos e ácidos -Ocorre em solos pobres -Tolera sombra mas prefere sol -Surge em vários tipos de solo mas prefere os secos e grosseiros -Ocorre em solos argilosos e zonas montanhosas -Intolerante à sombra -Prefere solos húmidos, profundos e férteis -Ocorre em solos argilosos bem drenados -PH acido -Ocorre em solos secos, rochosos, ácidos e bem drenados. -Locais frescos com humidade -Prefere exposição a norte mas tolerar a sul -Prefere solos e climas secos -Ocorre em solos siliciosos e locais pedregosos -Suporta sombra -Locais frescos e profundos -Ocorre em solos siliciosos -Tolera sombra mas prefere sol -Solos húmidos, profundos e argilosos -Exposição ao sol ou semi-sombra
Esta espécie é de interesse pela sua raridade e já ocorre na Mata O Quercus pyrenaica e Castanea sativa ocorrem na Mata
Não ocorre na Mata
Não ocorre na Mata
Não ocorrem na Mata
Não ocorre na Mata
Não ocorre na Mata
Não ocorre na Mata
A Tabela 17 mostra a sequência de intervenção proposta para as clareiras, em função do score/pontuação obtida na “matriz de prioridades”, ou seja, da soma das pontuações de todos os parâmetros. A ordem proposta para as intervenções de remoção dos espécimes tombados baseia-se nas prioridades estabelecidas para as clareiras; no entanto, terá que ser ajustada ao interesse que possíveis compradores demonstrem por determinadas espécies. A recuperação das espécies exóticas que existem/existiam nas clareiras é uma das prioridades devido à componente histórica das áreas. Posteriormente apostar-se-á no enriquecimento da coleção dendrológica através da introdução de novas espécies. Em relação à dominância das espécies (autóctones/exóticas) fomentadas/introduzidas nas
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clareiras A, B, C, D,E, dependerá do enquadramento das espécies nas respetivas clareiras (e.g. Figura 13), no entanto a espécie com maior dominância será o Cupressus lusitanica devido à sua componente histórica. Relativamente à clareira F propõe-se que siga as linhas de caraterização do Habitat da Diretiva 9230pt1, com dominância no estrato arbóreo de Quercus robur e presença de Betula celtiberica, Quercus suber, Quercus pyrenaica e Ilex aquifolium, raramente Taxus baccata, Prunus lusitanica e Laurus nobilis. O estrato arbustivo será dominado por Crataegus monogyna, Arbutus unedo e Viburnum tinus e presença de Frangula alnus e Phillyrea latifolia. O estrato herbáceo tem presentes espécies como Anemone trifolia, Hedera hibernica, Tamus communis e Asplenium sp. Tabela 17 Quadro resumo que define as clareiras prioritarias, localização das clareiras, volume de madeira tombada em cada área de amostragem, espécies a erradicar/mitigar e espécies a fomentar/introduzir em cada clareira. Legenda: (F) espécies que já estão presentes nas clareiras e que se vão fomentar através da plantação; (IC) espécies que ocorrem na Mata e que se vão introduzir nas clareiras; (IM) espécies que não ocorrem na Mata mas que se vão introduzir nas clareiras para enriquecer a coleção dendrologica.
Volume de madeira tombada Clareira
Local
Score
por
espécie
na
área
de
amostragem (m³)
Acacia melanoxylon – 9.43 Cedrus atlantica – 3.23 Laurus nobilis – 0.01 Pittosporum undulatum – 0.08
A
Arboreto
26
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Espécies a erradicar/mitigar
-Acacia melanoxylon -Conyza bonariensis -Pittosporum undulatum -Prunus laurocerasus
Espécies a fomentar/introduzir
-Abies alba (IC) -Acer monspessulanum (IM) -Cedrus atlantica (IC) -Cedrus libani (IM) -Cupressus arizonica (IM) -Cupressus lusitanica (F) -Cupressus macrocarpa (IM) -Chamaecyparis lawsoniana (IC) -Crataegus monogyna (IC) -Juglans major (IM) -Larix decidua (IM) -Liquidambar styraciflua (IC) -Morus alba (IC) -Prunus serotina (IC) -Pseudotsuga menziesii (IC) -Quercus coccinea (IM) -Quercus petrae (IM) -Quercus rubra (F) -Tilia americana (IC) -Tilia europaea (IM) -Tilia platyphyllos (IC) -Tsuga canadensis (IC) -Viburnum opulus (IC) -Viburnum plicatum (IC)
52
Cedrus atlantica – 3.51 Cupressus lusitanica – 7.30 Ilex aquifolium – 0.05 Laurus nobilis – 0.04 Pittosporum undulatum – 0.94
B
Arboreto
42
-Ailanthus altissima -Acacia retinodes -Acacia melanoxylon -Conyza bonariensis -Pittosporum undulatum -Phytolacca americana -Prunus laurocerasus -Robinia pseudoacacia
-Abies alba (F) -Carya ovata (IC) -Cedrus atlantica (F) -Cedrus deodara (IC) -Cupressus lusitanica (F) -Cupressus macrocarpa (IM)) -Crataegus monogyna (IC) -Fagus sylvatica (IC) -Frangula alnus (IC) -Prunus serotina (IC) -Pseudotsuga menziesii (IC) -Tilia americana (IC) -Tilia platyphyllos (IC)
Acacia melanoxylon – 1.69 Cupressus lusitanica – 18.44 Laurus nobilis – 0.34 Pittosporum undulatum – 0.19
-Acacia melanoxylon -Pittosporum undulatum -Prunus laurocerasus -Trandescantia fluminensis
Sequoia sempervirens – 7.84
C
Arboreto
50
Acacia melanoxylon – 24.33 Cupressus lusitânica – 13.95 Laurus nobilis – 1.21 Pittosporum undulatum – 0.22
Arboreto
D
Prunus laurocerasus – 0.12
/ Pinhal do
35
-Acacia melanoxylon -Pittosporum undulatum -Prunus laurocerasus -Robinia pseudoacacia -Trandescantia fluminensis
Marquês
Arbutus unedo – 0.09
Arboreto
E
/Pinhal do
12
Cupressus lusitanica – 8.64 Pittosporum undulatum – 0.18
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-Acacia dealbata -Acacia melanoxylon -Acacia verticillata -Pittosporum
-Viburnum opulus (IC) -Viburnum plicatum (IC) -Cedrus atlantica (IM) -Cedrus deodara (IC) -Cedrus libani (IM) -Cupressus lusitanica (F) -Cupressus macrocarpa (IM)) -Cupressus sempervirens (IC) -Crataegus monogyna (IC) - Larix decidua (IM) -Prunus lusitanica (IC) -Pseudotsuga menziesii (IC) -Quercus robur (F) -Quercus suber (IC) - Sequoia sempervirens (F) - Taxus bacata (IC) -Tilia americana (IC) -Tilia europaea (IM) -Viburnum opulus (IC) -Viburnum plicatum (IC) -Arbutus unedo (IC) -Cedrus libani (IM) -Celtis australis (IC) -Cupressus lusitanica (F) -Cupressus macrocarpa (IM)) -Crataegus monogyna (IC) -Morus alba (IC) -Pinus radiata (IC) -Prunus avium (IM) -Prunus lusitanica (IC) -Quercus pyrenaica (IC) -Tilia europaea (IC) -Tsuga. Canadensis (IC) -Ulmus minor (IC) -Viburnum opulus (IC) -Viburnum tinus (IC) -Abies alba (IC) -Castanea sativa (IC) -Cedrus libani (IM) -Celtis australis (IC)
53
Marquês
undulatum -Prunus laurocerasus -Trandescantia fluminensis
Acacia melanoxylon – 2.06 Cupressus lusitanica – 4.23 Fraxinus ornus – 0.05 Pittosporum undulatum – 0.62
F
Pinhal do Marquês
57
-Acacia dealbata -Acacia longifolia -Acacia melanoxylon -Conyza bonariensis -Fascicularia bicolor -Pittosporum undulatum -Prunus laurocerasus -Trandescantia fluminensis
-Cupressus lusitanica (F) -Crataegus monogyna (IC) -Pseudotsuga menziesii (IC) -Prunus avium (IM) -Prunus lusitanica (IC) -Quercus pyrenaica (IC) -Ulmus minor (IC) -Viburnum opulus (IC) -Viburnum tinus (IC) -Anemone trifolia (IM) -Asplenium sp (F) -Arbutus unedo (IC) -Crataegus monogyna (IC) -Frangula alnus (IC) -Hedera hibernica (F) -Ilex aquifolium (F) -Laurus nobilis (F) -Phillyrea latifolia (F) -Prunus lusitanica (IC) -Quercus pyrenaica (IC) -Quercus robur (F) -Quercus suber (F) -Tamus communis (IC) -Taxus bacata (IC) -Viburnum tinus (IC)
4.2 Metodologias de combate as plantas invasoras Nas clareiras a intervencionar será dada prioridade às espécies invasoras que ocupam menor percentagem de coberto, sendo estas as que possuem um banco de sementes menor e estão em menor número; desta forma a regeneração e os custos de controlo vão ser menores e evita-se que estas espécies proliferem quando as outras forem controladas. À escala local, da MNB, esta poderá ser considerada uma forma de detetar precocemente problemas ainda limitados e responder rapidamente para os eliminar. Na Tabela 18 observa-se qual a metodologia de controlo (Anexo 17) a usar em cada estrato para as diferentes espécies invasoras. Algumas das metodologias, como o arranque manual e descasque das espécies abaixo indicadas, são tarefas que podem ser realizadas por voluntários.
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Tabela 18 Metodologias de controlo de plantas invasoras a usar para cada estrato nas diferentes clareiras
Estratos (m) Espécie
I (0-0,50)
II (0,50-2)
III/IV (>2)
Arranque manual
Arranque manual (ou auxiliado
Descasque sempre que possível, caso contrário
por ferramentas) sempre que
corte combinado com aplicação de fitocidas ou
possível; caso contrário descasque
golpe e injeção de fitocidas
Arranque manual (ou auxiliado
Descasque sempre que possível, caso contrário
por ferramentas) sempre que
corte combinado com aplicação de herbicidas
possível; caso contrário corte
ou golpe e injeção de fitocidas
Acacia melanoxylon, Acacia dealbata
Arranque manual
Pittosporum undulatum
combinado com aplicação de fitocidas Arranque manual
Arranque manual (ou auxiliado
Corte combinado com aplicação de fitocidas ou
por ferramentas) sempre que
golpe e injeção de fitocidas
possível; caso contrário corte
Prunus laurocerasus
combinado com aplicação de fitocidas Arranque manual/
-
-
Arranque manual (ou auxiliado
Descasque sempre que possível, caso contrário
Robinia pseudoacacia
por ferramentas) sempre que
corte combinado com aplicação de fitocidas ou
Ailanthus altíssima,
possível; caso contrário corte
golpe e injeção de fitocidas
Acacia retinodes,
combinado com aplicação de
Trandescantia fluminensis
enrolamento Arranque manual
fitocidas Arranque manual
Corte
Corte Nota: caso rebente de touça deve-se aplicar
Acacia longifólia
corte combinado com aplicação de fitocidas Arranque manual Phytolacca americana
Arranque manual
Fascicularia bicolor
-
por ferramentas)
Conyza bonariensis Acacia verticillata
Arranque manual (ou auxiliado
Arranque manual (ou auxiliado por ferramentas).
Arranque manual
Corte
Arranque manual
Corte e arranque manual (ou auxiliado por ferramentas)
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Corte
-
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4.3 Enquadramento das espécies em campo – o exemplo da clareira C De entre todas as áreas de estudo, a clareira C, foi escolhida para demonstrar como se vai proceder o enquadramento das espécies propostas. Esta escolha teve em conta as várias caraterísticas estruturais e funcionais da clareira, tais como: é uma das clareiras com maior prioridade de intervenção; possui a maior área afetada, contem elementos históricopatrimoniais, infraestruturas de apoio à gestão florestal e é uma área de passagem de visitantes. Assim sendo, o enquadramento das espécies terá de ser pensado e executado tendo em conta os seguintes aspetos: tipo de solo, exposições, clima, enquadramento de infraestruturas, vias de passagem de visitantes (Anexo 5), altura média que as espécies poderão atingir e dimensão da copa na fase adulta. Com auxílio do Autocad foram criadas manchas na clareira C de forma a identificar a localização das espécies pretendidas para cada local. Cada mancha corresponde a uma formação de espécies, sendo que para esta clareira se propõem dez formações (Figura 13). As espécies sugeridas para cada mancha são propostas segundo os interesses da entidade gestora da Mata e segundo a sua ecologia (Tabela 16). Os compassos abaixo definidos foram baseados em Moreira (2008) e nos objetivos da entidade gestora. Dentro das formações as espécies serão distribuídas aleatoriamente tendo em conta os compassos definidos e as percentagens atribuídas, de forma a manter o caráter irregular que carateriza a Mata. Formação 1- esta será constituída por 60% de Quercus robur, Tilia europaea e Tilia americana com um compasso de 5 m; 20% de Prunus lusitanica a um compasso de 3 m; 20% de Sequoia sempervirens e Pseudotsuga menziesii com um compasso de 4 m. A constituição desta formação deve-se ao fato desta mancha possuir todas as espécies sugeridas, excetuando Tilia americana e Tilia europaea que são sugeridas com a finalidade enriquecer a mancha com folhosas exóticas não invasoras. Formação 2- será constituída por Cedrus libani, Cedrus deodara e Cedrus atlantica, estando estas espécies proporcionalmente distribuídas, com um compasso de 6, 4 e 5 m respetivamente. Esta formação surge na sequência da formação 3 de forma a “suavizar” a transição entre elas. São também propostas com intuito de criar uma pequena mancha de coníferas.
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Formação 3- constituída apenas por Cedrus deodara, com um compasso de 4 m. Esta espécie é proposta no sentido de realçar a fonte que existe na mancha. Formação 4- constituída por 50% de Cupressus lusitanica, 30% de Sequoia sempervirens e 20% de Pseudotsuga menziesii, estando todas as espécies com uma compasso de 4 m. A proposta destas espécies, excetuando P. menziesii, foi baseada no levantamento dos danos da área de amostragem desta clareira (Anexo 16), onde se verificou que foram as únicas espécies não invasoras que tombaram com a passagem do ciclone. Sugere-se Pseudotsuga menziesii porque foi uma espécie identificada na área desta mancha durante as saídas de campo. Formação 5- Composta por Cupressus sempervirens e o Taxus baccata, estas espécies estarão distribuídas com o mesmo número de exemplares e alternadas entre si (Figura 13), com um compasso de 1,5 m para as duas espécies. Através da análise das direções de queda das árvores tombadas na clareira (Anexo 18), denota-se que o vento (em algumas zonas) foi preponderante na sua queda. Estas espécies são propostas porque são adequadas para a instalação de cortinas de abrigo. Formação 6- constituída apenas por Cupressus lusitanica, com um compasso de 4 m. Esta espécie é proposta no sentido de “suavizar” a transição da mancha da formação 1 com a mancha área não afetada, visto que toda a área de Arboreto é dominada por Cupressus lusitanica. Formação 7- constituída por Cupressus macrocarpa e Cupressus lusitanica. Os espécimes surgirão no terreno alternados entre si com um compasso de 4 m. As manchas da formação 7 e 8 são criadas com o intuito de conceber uma “identidade” às vias de comunicação presentes. São sugeridas estas espécies devido ao seu porte e à dimensão que as copas podem atingir. Assim futuramente facilitará a passagem de animais (e.g. esquilos) através das copas. Formação 8- Composta por Larix decidua, com um compasso de 4 m. Formação 9- Composta por Castanea sativa e Quercus robur. Estes exemplares surgirão alternados entre si com um compasso de 5 m. A escolha das espécies para esta área deve-se ao fato de existir uma mancha com a mesma composição florística do lado oposto da via de comunicação.
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Formação 10- Constituída por Tilia europaea e Tilia americana. Estarão distribuídas aleatoriamente no terreno com o mesmo número de indivíduos, com um compasso de 5 m. As manchas desta formação localizam-se em locais que sofreram uma mudança de declive (zonas com declive quase nulo).
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Figura 13 Plano de rearborização da clareira C
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5 Conclusão A Mata do Buçaco integra um valioso património natural, histórico e arquitetónico único no nosso país e no mundo. Possui uma vasta e reconhecida coleção dendrológica, de árvores centenárias oriundas de várias partes do mundo, de porte notável. O ciclone Gong ocorrido a 19 de Janeiro de 2013 afetou significativamente a MNB, através da queda de milhares de árvores de várias espécies. As clareiras foram essencialmente criadas pela queda de Cupressus lusitanica e a Acacia melanoxylon. Além disto as clareiras que registaram maior volume de madeira tombada foram a D (zona de transição entre o Arboreto e Pinhal do Marques) e a C (Arboreto), sendo as espécies acima mencionadas as mais representativas deste volume. Este estudo demonstra que a maior ameaça à conservação das áreas em estudo é a dispersão/proliferação de espécies vegetais de carater invasor, sendo que através dos levantamentos de biodiversidade no estrato I, verifica-se que ocorre um número significativo de espécies invasoras a regenerar nas clareiras. Estes resultados revelam que já existem impactos causados pela dispersão/proliferação (facilitada pela “abertura” das clareiras) de espécies invasoras: alteração da composição florística e alteração da estrutura do povoamento. Desta forma foi importante definir metodologias e estratégias de controlo para estas espécies, de modo a preparar as áreas para uma nova etapa de recuperação, tendo sempre em conta os objetivos definidos pela entidade gestora e os instrumentos de planeamento florestal. Apesar da intervenção nas clareiras ser imprescindível no sentido de ajudar a restruturar as áreas afetadas, estas revelam bons valores de regeneração de espécies autóctones, sendo que as espécies com melhor regeneração natural nas clareiras são: Ilex aquifolium, Laurus nobilis, Quercus robur e Phillyrea latifolia. Em contrapartida as áreas de estudo possuem um elevado número de espécies invasoras, sendo que as espécies mais identificadas e com melhor
regeneração
são:
Acacia
melanoxylon,
Pittosporum
undulatum,
Prunus
laurocerasus e Trandescantia fluminensis. A reflexão sobre todos os resultados permitiu realizar uma matriz de conjugação dos diferentes parâmetros que facilitou a definição das prioridades de intervenção nas clareiras.
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Com base no score final, propôs-se como ordem de intervenção: 1ª- clareira F; 2ª – clareira C; 3ª – clareira B; 4ª – clareira D; 5ª – clareira A; 6ª – clareira E. Através do estudo da biodiversidade conclui-se que a intervenção realizada na clareira F há cerca de um ano, no âmbito do controlo de plantas invasoras, foi um sucesso, uma vez que foi nesta clareira que se identificou o maior número de espécies autóctones a regenerar. Tendo em conta estes resultados e como o controlo de continuidade das plantas invasoras é primordial foi atribuído dez pontos ao “primeiro controlo de seguimento“ na tabela dos parâmetros que definem a prioridade de intervenção (Tabela 13), sendo este o parâmetro com maior peso na definição das clareiras com maior prioridade de intervenção. Em suma conclui-se que todos objetivos propostos para este trabalho foram alcançados e até mesmo superados, visto que se realizou um plano de rearborização para uma das clareiras. No entanto, devido ao escasso tempo de execução deste projeto não foi possível realizar este plano para as outras clareiras, contudo a metodologia usada para esta rearborização aplica-se a todas, mudando apenas as caraterísticas de cada área (declive, exposição, altitude, infraestruturas, entre outras). Espera-se que a realização deste estudo possa ser uma contribuição válida para a salvaguarda/recuperação das áreas floristicamente mais ricas e de maior interesse para a MNB, e que ao mesmo tempo ajude a minimizar os custos das intervenções através das prioridades definidas. A matriz dos parâmetros (aspetos mais relevantes dos levantamentos e caraterísticas das clareiras) que foi usada para definir as áreas com maior prioridade de intervenção poderá ser enquadrada noutros estudos que visem, por exemplo, avaliar a importância de uma determinada área, definir prioridades de intervenção de uma área pósincêndio, entre outros. A metodologia usada na criação do plano de recuperação da clareira C deve ser usada nas outras clareiras e até poderá ser usada na recuperação de outras áreas.
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5.1 Orientações Futuras Tendo em conta que a espécie Cupressus lusitanica se evidenciou como uma das espécies que mais caíram na Mata, sendo a maioria de porte notável, e mesmo a nível nacional constata-se que os Ciprestes foram os que mais “sofreram”, propõe-se um estudo sólido e consistente aos espécimes que permanecem tombados na Mata, para aferir a causa de queda dos mesmos. Após um ou dois anos da restruturação das áreas, sugere-se a realização de um novo levantamento de biodiversidade, para perceber a evolução das espécies nas novas condições em que se encontram, visto que neste trabalho foi retirado o DAP dos espécimes que resistiram ao ciclone com altura superior a 8 m.
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Anexos
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Anexo 1 Carta de exposições da MNB.
Engenharia dos Recursos Florestais
68
Anexo 2 Carta de Declives da MNB.
Engenharia dos Recursos Florestais
69
Anexo 3 Mapa das รกreas afetadas pelo ciclone de 1941, na MNB. Legenda: As manchas verdes representam as รกreas afetadas pelo ciclone de 1941.
Engenharia dos Recursos Florestais
70
Anexo 4 Carta de prioridades de defesa do conselho da Mealhada.
Engenharia dos Recursos Florestais
71
Anexo 5 CaraterĂsticas da clareira C.
Engenharia dos Recursos Florestais
72
Anexo 6 Árvores notáveis da MNB atingidas pelo ciclone Gong de 19 de Janeiro de 2013 (Pinho et al. 2013). Espécie Árvores caídas Pinus roxburghii Pinheiro-do-Himalaia Tsuga canadensis Tsuga-do-Canadá Cedrus atlantica Cedro-do-Atlas Ginkgo biloba Ginkgo Quercus rubra Carvalho-vermelho-americano Laurus nobilis Loureiro Thuja plicata Tuia-gigante Abies alba Abeto-branco Picea abies Pícea-europeia Quercus robur Carvalho-alvarinho Árvores danificadas Pterocarya fraxinifolia Cupressus lusitanica Cipreste-do-Buçaco Cupressus lusitanica Cedro de S. José Fraxinus americana Freixo-branco Pinus patula Pinheiro-pátula
Estado pós-ciclone
Zona da MNB
Queda integral pela raiz
Na zona das estufas
Queda por fratura pela base do tronco Queda integral pela raiz
À direita das Portas Serpa
Queda por fratura do tronco Queda integral pela raiz
Junto à Cascata de Santa Teresa
Queda integral pela raiz
Queda integral pela raiz
A 50 m da Gruta de S. Pedro, no caminho perpendicular ao muro No caminho que liga a E. de S. Miguel ao Calvário, a 50 m do P. de Jerusalém A 200 m de S. João do Deserto, perto do Saibreiro Velho
Queda integral pela raiz
A 200 m de S. João do Deserto, perto do Saibreiro Velho
Queda integral pela raiz
Entre a E. de S. Miguel e o Saibreiro, a 100 m da primeira
Tombou e ficou inclinada
No caminho entre o Lago Grande e a Porta das Lapas
Ficou inclinado
A meio do caminho que liga Caifás com as Ruinas do Sacramento Junto à capela de S. José
Queda integral pela raiz
Fratura e queda da copa Os ramos da bifurcação partiram Ficou com diversos ramos partidos
Engenharia dos Recursos Florestais
Junto à casa da Portas de Serpa
Junto da P. da Verónica
Perto do Lago da Fonte Fria A 30 m da Porta da Rainha, no caminho que leva à Porta de Sula
Localização (coordenadas) -19705,889 78717,260 -20261,073 78970,946 -19525,636 78606,651 -19455,943 78560,732 -19712,202 78400,293 -19798,698 78340,800 -19589,937 78221,789 -19416,241 78105,837 -19399,801 78108,314 -19403,201 78157,730 -20224,016 78848,729 -20121,517 78591,911 -19885,268 78472,900 -19905,179 78842,828 -19329,817 78732,899
73
Anexo 7 Percentagem de cada espécie na área de amostragem, de cada clareira por estratos.
Nº 1 2 3
Cedrus atlantica
4
Ocotea foetens
5
Fraxinus ornus
6
Liriodendron tulipifera Sequoia sempervirens Acer pseudoplatanus Lapsana communis Andryala integrifolia Lactuca sp
7 8 9 Autóctones/Exóticas
Espécie Cupressus lusitanica Abies alba
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Urospermum picroides Scilla monophyllos Leontodon taraxacoides Galactites tomentosa Simethis mattiazzi Torilis arvensis Centranthus calcitrapae Solanum nigrum Tamus communis Panicum repens
Clareira A
Clareira B
Clareira C
Clareira D
Clareira E
Clareira F
Estratos (altura m)
Estratos (altura m)
Estratos (altura m)
Estratos (altura m)
Estratos (altura m)
Estratos (altura m)
I
II
III
IV
I
II
III
IV
I
II
III
IV
I
II
III
IV
I
II
III
IV
I
II
III
IV
0
0
0
0
0.2
1
0
3
0
0
0
2.5
0
0
0
0
0
0
0
8
0
0
0
1.5
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.6
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.2
0
0
0
0.1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.1
1
1.6
3.8
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.15
0
5.5
5
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.2
0
0
0
0
0
0
0
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.1
0
0
0
0
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0
0
0
0
0
0.1
0
0
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0
0
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0
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0
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0
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0
0
0
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0
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0
0
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0
0
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0
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0
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0
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0
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0
0
0
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0
0
0
0
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0
0
0
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0
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0
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0
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0
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.5
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.2
0
0
0
0.1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.4
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.2
0
0
0
Engenharia dos Recursos Florestais
74
22
Vicia sativa
23
25
Asplenium onopteris Asplenium adiantum-nigrum Quercus rubra
26
Castanea sativa
27
Pinus pinaster
28 29
Digitalis purpurea Ilex aquifolium
30
Arbutus unedo
31
Quercus suber
32
Viburnum tinus
33
Quercus robur
34
Laurus nobilis
35
Salix alba
36
38
Prunus lusitanica Ruscus aculeatus Phillyrea latifolia
39
Rubus ulmifolius
40
Hedera hibernica
41
Sonchus oleraceus Galium aparine
24
37
42 43 44 45 46 47
Pteridium aquilinum Erica sp. Hypericum perforatum Coleostephus myconis Smilax aspera
0
0
0
0
0
0
0
0
0.3
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.2
0
0
0
0
0
0
0
0.2
0
0
0
0.45
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.2
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1.3
0
0
0.5
0
0
0
0
0
0
0
0.2
1.5
0
0
0
0
0
0
0.1
0
0
0
0.1
0.5
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.1
0
0
0
0.01
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.1
0
0
0
0.1
1.5
1.1
1.5
0.3
2
4.5
0
0.5
0
3.5
0
0
0
0
0
0.85
0
0
0
0.1
0.2
3.3
1.5
0.15
0
0
0
0
0.7
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.25
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.2
0
0
0
0.1
0
0
0
0.1
0
0
0
0
0.5
0
0
1
0.6
0
0
0
0
0
0
0.55
0.6
0
0
0
0
0
0
0.2
0
0
0
0
1.5
0
0
0.3
0
0
0
0.2
0
0
0
0.15
0
0
0
1.25
0
0
0
2.5
12
7
6
1
1.3
0
0
1.5
0.7
0
0
1.5
0.5
4
0
0
0
0
0
0.1
0
0
0
0
0
0
0
0.05
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.6
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
3
0
0
0
0.5
0
0
0
0.8
0
0
0
0.5
0
0
0
0.6
0
0
0
0.5
0
0
0
0.15
0
0
0
0.05
0.25
0
0
0.55
0
1
0
0.01
0
0
0
0.6
0.8
0
0
0.2
0
0
0
0
0
0
0
3
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.15
0
0
0
0
0
0
0
0.2
0
0
0
70
0
0
0
42
0
0
0
1
0
0
0
30
0
0
0
6
0
0
0
0
0
0
0
0.1
0
0
0
0.3
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1.8
0
0
0
0
0
0
0
0.8
0
0
0
0.1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.5
0
0
0
0
5
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.2
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.2
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.1
0
0
0
0.5
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Engenharia dos Recursos Florestais
75
48 49 50
Invasoras
51 52 53 54 55 56 57 58
Pittosporum undulatum Acacia melanoxylon Ailanthus altissima Robinia pseudoacacia Phytolacca americana Prunus laurocerasus Acacia retinodes Conyza bonariensis Tradescantia fluminensis Acacia dealbata Fascicularia bicolor
0.2
2.6
3
6.5
0.3
10
13
7.5
0.1
0.4
4.5
4.5
0.1
0
2
4.5
1
2.4
13.7
20
1.4
0
0
0
0.5
2.4
0
3
0.2
1.5
1.5
0
1
0
0
0
0.1
2
4
8
1
4.5
0.8
0
2.4
0
0
0
0
0
0
0
0
0.8
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1.4
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.1
2
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.1
1
0
0
0
2.2
0
0
0
0
0
0
0.1
4
0
9.5
1.5
7
10
0
0.1
0
2.4
0
0
0
0
0
0.3
6
10
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.1
0
0
0
0.2
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.3
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
40
0
0
0
85
0
0
0
0.8
0
0
0
0.8
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.1
0
1.6
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.45
0
0
0
Engenharia dos Recursos Florestais
76
Anexo 8 Tabela de Fischer.
Engenharia dos Recursos Florestais
77
Anexo 9 Ficha de campo usada para levantamento da percentagem de cada espécie nos diferentes estratos (estratos em função da altura).
Ficha de levantamento da Biodiversidade Plot 10x10m nº
Data:
/
DAP (árvores do estrato IV)
Especie
I (0-0,5)
II (0,5-2)
III (2-8)
IV (>8)
1
2
3
4
5
6
7
8
Invasoras
Autoctones
Exoticas
Nº
/
Estratos (altura m)
Clareira
Engenharia dos Recursos Florestais
78
Anexo 10 Espécimes registados nas areas de amostragem das clareiras. Legenda: T – espécimes tombados; Q – espécimes quebrados; R – espécimes em risco de queda Espécimes registados nas áreas de amostragem Plot 20x20m
Data: Condição da árv.
clareiras
A B B C C F F F F F F F F E E E E E E E E E D D D D C C C C C C C A
T
Q
R
6 / 6 /2013 Diâmetro de toros de 4 em 4 metros
DAP Altura
2
6
10
14
18
22
26
GPS
Espécie
CA19
Cedrus atlantica
X
68,5
CA13
Cedrus atlantica
X
56
CA2
Cedrus atlantica
X
34,8
SS9
Sequoia sempervirens
X
83,3
29,7 80,5 66,4 60,9 54,2 50,4
30 22,1
SS10
Sequoia sempervirens
X
60
25,2 55,2 45,8 36,7 31,1 21,2
19
FO2
Fraxinus ornus
X
15
CB3
Cupressus lusitanica
X
36,4
CB7
Cupressus lusitanica
X
27,4
16 26,1 22,5 15,2
7,6
CB8
Cupressus lusitanica
X
24,9
15
7,5
CB9
Cupressus lusitanica
X
42,2
19,5 41,5 35,2
CB11
Cupressus lusitanica
X
35,5
14,5 34,2 27,5 14,5
CB12
Cupressus lusitanica
X
49
CB13
Cupressus lusitanica
X
CB1
Cupressus lusitanica
CB2 CB7 CB10 CB11 CB13 CB14
Cupressus lusitanica
CB15
Cupressus lusitanica
X
32
CB16
Cupressus lusitanica
X
56
25
55 47,8 42,1 38,9
31
CB19
Cupressus lusitanica
X
74
29
72
42 30,2 21,7
CB20
Cupressus lusitanica
X
75
30 73,5 65,5 57,5
52
CB21
Cupressus lusitanica
X
66
29 61,5 50,5 49,5
45 40,2
CB22
Cupressus lusitanica
CB1
Cupressus lusitanica
X
69,5
CB2
Cupressus lusitanica
X
49
21,8 47,9 41,1 34,2 26,5 19,7
CB8
Cupressus lusitanica
X
61
24,8 58,8
CB14
Cupressus lusitanica
X
51,2
CB17
Cupressus lusitanica
CB18
Cupressus lusitanica
X
63
CB19
Cupressus lusitanica
X
53,8
CB15
Cupressus lusitanica
25 62,9
54 48,7 40,8 45
38
31
22
34 30,5
28 23,8
11
9
14
17,5 34,2
20,1
8,2 32 21,9 14,3
23 19,1 14,7
29 15,5
26
24,1
15 23,2
17
8,2
X
40,9
19,5 39,8
32 24,9
Cupressus lusitanica
X
37,4
17,8 36,3
30 21,7 14,1
Cupressus lusitanica
X
48,2
18,3 43,3 33,5 27,2 18,5
Cupressus lusitanica
X
38,5
18,1
Cupressus lusitanica
X
42,5
19,7 41,1 35,2
Cupressus lusitanica
X
Engenharia dos Recursos Florestais
15
52 46,8
39
45
18
26
47
X
32
30
8,1
17
11
18
7,9
37 31,7 22,2 15,6
19,5 43,1
29 15,5
8,1
37 30,2 18,2
9,5
32,5 14,2 34,2 27,5
66
15
55 50,5
44
20
35 25,5 32
19
X
X
28,4 68,2 61,7
25,5
56 52,9
45
48 44,5 40,2 32,1
50 45,1
40 37,9 29,8
34 22,2
20 22
72,9
X
28
59
56 51,8 48,1 40,2
25,2 50,9 46,8 42,1 38,9
31 21,7
31 21,3
40,1
79
B B B B D D D D D D B C A A A B E F D D D D D D D D D D C C C C C A A A A A A A A
CB5
Cupressus lusitanica
CB6
Cupressus lusitanica
X
32,5
21
32 27,3
18
11
X
38 23
CB7
Cupressus lusitanica
X
31,5
20
30 24,8 21,5 15,5
8,5
CB11
Cupressus lusitanica
X
81
32
79 69,8 62,5 52,8
46 39,5
LN2
Laurus nobilis
X
24,2
LN3
Laurus nobilis
X
32
LN9
Laurus nobilis
X
21,9
LN10
Laurus nobilis
X
17
LN16
Laurus nobilis
X
13
LN17
Laurus nobilis
X
14
X
12
LN8
Laurus nobilis
LN11
Laurus nobilis
X
23,7
LN18
Laurus nobilis
X
10
AV14
Ilex aquifolium
AV22
Ilex aquifolium
AV9
Ilex aquifolium
MD4
Arbutus unedo
AM1
X X
14 22,7
21
15,5 19,8 16,3 11,5 16
10
12,5 12,2
9,8
10,2 11,2
8,5
15 10,5 8,1
7,6
19,4 22,9 20,1 15,2 11,2 8
7,9
8,2
12,5 7,5
5,5
X
13
10,5
X
21
10,3 19,4 10,5
Acacia melanoxylon
X
57,6
13
8,8
21 59,3 48,1 37,5 26,5
19
PL7
Prunus laurocerasus
X
13,8
13,5 14,3
AM1
Acacia melanoxylon
X
37,6
28,3 37,6 34,8
34 29,8 29,2
AM4
Acacia melanoxylon
X
76
30,5 73,5 66,5
64
52
48 31,8 20,5
AM5
Acacia melanoxylon
X
66,5
33 65,8 51,5 46,1
47
44
AM8
30 50,3 47,5 41,8
40 34,5
14
8,9
Acacia melanoxylon
X
52
AM11 Acacia melanoxylon
X
41,8
25,4 42,5 37,5 35,1 25,2
AM12 Acacia melanoxylon
X
61,8
28,6
AM13 Acacia melanoxylon
X
52,8
33
AM14 Acacia melanoxylon
X
42
AM15 Acacia melanoxylon
X
22 13,1
37 30,5 15,8 32
16
18 13,1
60 53,8 50,5 49,8 33,5 30,1 15,7 51
25 39,8
45 42,1 40,9
33 29,8 27,6
35
25
34
28
15,7 18,1 15,5 12,1
8,2
16
18
78
AM3
Acacia melanoxylon
AM4
Acacia melanoxylon
X
19
AM7
X
Acacia melanoxylon
X
23,3
16 22,8 19,2 16,3 10,9
AM12 Acacia melanoxylon
X
35,1
20,8 34,9 29,8 27,8 23,5
AM13 Acacia melanoxylon
X
18,5
AM1
Acacia melanoxylon
X
38
AM2
Acacia melanoxylon
X
28,5
16 27,7 26,7
AM3
Acacia melanoxylon
X
28,7
20 27,5
AM4
Acacia melanoxylon
X
40,5
22
37 31,2
29
23 19,8
AM5
Acacia melanoxylon
X
28
17
27
25
20
16
AM7
Acacia melanoxylon
X
39
23 36,8 30,5
30
27 17,5
AM8
Acacia melanoxylon
AM9
Acacia melanoxylon
Engenharia dos Recursos Florestais
15
17 12,5
19,5 34,5 25,5
11
24
X X
16 18,5 21,5
15 11,2
34 27,8
18
8,8
26 22,5 19
12
24 21,5
17
13
9
26,6 26
13,5
24 22,3 18,5
80
A A A A A A F F F F E E E E E E E D D D C C C C B B B B A A A
AM10 Acacia melanoxylon
X
13,8
AM11 Acacia melanoxylon
X
23
AM12 Acacia melanoxylon
X
30,5
20 28,8 21,9 18,5 16,9
AM13 Acacia melanoxylon
X
43,6
25 41,1 33,1
AM17 Acacia melanoxylon
X
45,1
AM16 Acacia melanoxylon
X
44,2
16
24,5
22 17,8
41
15
9,8
30 25,5 17,8 18
9,2
24 43,2 32,5 30,8 23,2
14
8,1
Pittosporum undulatum
X
14
PT5
Pittosporum undulatum
X
PT6
Pittosporum undulatum
X
PT10
Pittosporum undulatum
X
22
PT3
Pittosporum undulatum
PT5
Pittosporum undulatum
X
12
PT6
Pittosporum undulatum
X
10,8
9,2
10
7,5
PT8
Pittosporum undulatum
X
10,4
9
10
7,6
PT9
Pittosporum undulatum
X
9,3
8,5
8,4
7,5
PT12
Pittosporum undulatum
X
8,5
6,8
8
PT17
Pittosporum undulatum
X
9,5
8,5
8,9
PT18
Pittosporum undulatum
X
16
13,5 14,2 11,5
7,8
PT23
Pittosporum undulatum
X
18
14,2 16,2
13
9,5
PT6
Pittosporum undulatum
PT5
Pittosporum undulatum
X
20,9
13,9 17,7
13
8,8
PT6
Pittosporum undulatum
X
9,5
8,3
9
PT15
Pittosporum undulatum
X
11,8
8,9
11
9,5
PT16
Pittosporum undulatum
PT1
Pittosporum undulatum
X
34
22 31,5
28
18
12
PT3
Pittosporum undulatum
X
21,5
17
21 17,5
13
8
13,5
13 10,5
7,5
14 11,1
9,5
7,5
16,5
14,8 16,2 14,2
9,5
19,5
15 19,1 16,2
11
17
13
21 17,7
11,5 11,2
9
7,5
12,2
18
PT4
Pittosporum undulatum
X
14,5
PT10
Pittosporum undulatum
X
13
12 11,3
PT6
Pittosporum undulatum
X
9,5
8,4
8
PT20
Pittosporum undulatum
X
8,9
8,3
8
PT21
Pittosporum undulatum
X
13,8
9
Engenharia dos Recursos Florestais
8
16,4
X
X
9,5
35 32,3 24,1
PT4
X
8
8
10
12 11,1
81
Anexo 11 Teste de normalidade dos volumes de madeira nas áreas de amostragem. Tests of Normality a
Kolmogorov-Smirnov Statistic volume_arv
Df
,245
Sig. 106
,000
a. Lilliefors Significance Correction
Anexo 12 Análise da variância dos volumes de madeira nas clareiras e entre clareiras. ANOVA volume_arv Sum of Squares Between Groups
Df
Mean Square
27,526
5
5,505
Within Groups
203,515
100
2,035
Total
231,041
105
Engenharia dos Recursos Florestais
F 2,705
Sig. ,025
82
Anexo 13 Testes Pos hoc para os volumes de madeira nas clareiras. Multiple Comparisons Dependent Variable:volume_arv (I)
(J)
95% Confidence Interval
clareira_ clareira_ Mean Difference
LSD
num
num
(I-J)
A
B
-,40714646
,51056420
,427
-1,4202166
,6059237
C
-,92033135
*
,44557073
,041
-1,8044403
-,0362224
D
-1,23026510
*
,42895973
,005
-2,0814143
-,3791159
E
,05552165
,45941944
,904
-,8560662
,9671095
F
,04478224
,49769568
,928
-,9427540
1,0323184
A
,40714646
,51056420
,427
-,6059237
1,4202166
C
-,51318489
,52459759
,330
-1,5541003
,5277305
D
-,82311865
,51056420
,110
-1,8361888
,1899515
E
,46266811
,53640990
,390
-,6016855
1,5270217
F
,45192870
,56953520
,429
-,6781527
1,5820101
A
,92033135
*
,44557073
,041
,0362224
1,8044403
B
,51318489
,52459759
,330
-,5277305
1,5541003
D
-,30993376
,44557073
,488
-1,1940428
,5741752
E
,97585300
*
,47496637
,043
,0334167
1,9182893
F
,96511359
,51208185
,062
-,0509679
1,9811951
A
1,23026510
*
,42895973
,005
,3791159
2,0814143
B
,82311865
,51056420
,110
-,1899515
1,8361888
C
,30993376
,44557073
,488
-,5741752
1,1940428
E
1,28578676
*
,45941944
,006
,3741989
2,1973746
F
1,27504734
*
,49769568
,012
,2875111
2,2625836
A
-,05552165
,45941944
,904
-,9671095
,8560662
B
-,46266811
,53640990
,390
-1,5270217
,6016855
C
-,97585300
*
,47496637
,043
-1,9182893
-,0334167
D
-1,28578676
*
,45941944
,006
-2,1973746
-,3741989
F
-,01073941
,52417627
,984
-1,0508189
1,0293400
B
C
D
E
Engenharia dos Recursos Florestais
Std. Error
Sig.
Lower Bound
Upper Bound
83
F
A
-,04478224
,49769568
,928
-1,0323184
,9427540
B
-,45192870
,56953520
,429
-1,5820101
,6781527
C
-,96511359
,51208185
,062
-1,9811951
,0509679
D
-1,27504734
*
,49769568
,012
-2,2625836
-,2875111
E
,01073941
,52417627
,984
-1,0293400
1,0508189
Anexo 14 Análise da variância das espécies invasoras nas clareiras e entre clareiras. ANOVA Sum of Squares Trades_flum
Pittosp_und
Between Groups
3
931,610
Within Groups
23032,202
62
371,487
Total
25827,030
65
4976,139
5
995,228
99329,265
88
1128,742
104305,404
93
Between Groups
31012,200
5
6202,440
Within Groups
65405,507
117
559,021
Total
96417,707
122
4,425
4
1,106
Within Groups
64,543
26
2,482
Total
68,968
30
Between Groups
Total
Prun_lauroc
Mean Square
2794,829
Within Groups
Ac_melanox
df
Between Groups
Engenharia dos Recursos Florestais
F
Sig.
2,508
,067
,882
,497
11,095
,000
,446
,775
84
Anexo 15 Teste Pos hoc da Acacia melanoxylon nas clareiras da รกrea de estudo. Multiple Comparisons Dependent Variable:Ac_melanox (I)
(J)
95% Confidence Interval
clareira_ clareira_ Mean Difference
LSD
num
num
A
B
5,947
8,828
,502
-11,54
23,43
C
2,563
7,930
,747
-13,14
18,27
D
3,013
7,930
,705
-12,69
18,72
E
1,563
8,023
,846
-14,33
17,45
F
-32,552
*
7,135
,000
-46,68
-18,42
A
-5,947
8,828
,502
-23,43
11,54
C
-3,385
8,423
,689
-20,07
13,30
D
-2,935
8,423
,728
-19,62
13,75
E
-4,385
8,510
,607
-21,24
12,47
F
-38,499
*
7,679
,000
-53,71
-23,29
A
-2,563
7,930
,747
-18,27
13,14
B
3,385
8,423
,689
-13,30
20,07
D
,450
7,477
,952
-14,36
15,26
E
-1,000
7,575
,895
-16,00
14,00
F
-35,114
*
6,627
,000
-48,24
-21,99
A
-3,013
7,930
,705
-18,72
12,69
B
2,935
8,423
,728
-13,75
19,62
C
-,450
7,477
,952
-15,26
14,36
E
-1,450
7,575
,849
-16,45
13,55
F
-35,564
*
6,627
,000
-48,69
-22,44
A
-1,563
8,023
,846
-17,45
14,33
B
4,385
8,510
,607
-12,47
21,24
C
1,000
7,575
,895
-14,00
16,00
D
1,450
7,575
,849
-13,55
16,45
B
C
D
E
Engenharia dos Recursos Florestais
(I-J)
Std. Error
Sig.
Lower Bound
Upper Bound
85
F
F
-34,114
*
6,738
,000
-47,46
-20,77
A
32,552
*
7,135
,000
18,42
46,68
B
38,499
*
7,679
,000
23,29
53,71
C
35,114
*
6,627
,000
21,99
48,24
D
35,564
*
6,627
,000
22,44
48,69
E
34,114
*
6,738
,000
20,77
47,46
*. The mean difference is significant at the 0.05 level.
Anexo 16 Ficha de levantamento dos danos (espécimes tombados) da área de amostragem da clareira C. Legenda: T- árvore tombada; Q- árvore quebrada; R- árvore em risco de queda. Ficha de levantamento dos danos Plot 20X20m nº 1 Clareira
Autoctones
Exóticas
GPS
C
Data: Condição da árvore.
Nº Especie
T
Q
R
Diâmetro de toros de 4 em 4 metros DAP Altura
2
6
10
14
18
CB1
1 Cupressus lusitanica
X
69,5
CB2
2 Cupressus lusitanica
X
49
21,8 47,9 41,1 34,2 26,5 19,7
61
24,8 58,8
28,4 68,2 61,7
56 52,9
45
22 34
CB8
3 Cupressus lusitanica
X
CB14
4 Cupressus lusitanica
X
CB17
5 Cupressus lusitanica
CB18
6 Cupressus lusitanica
X
63
CB19
7 Cupressus lusitanica
X
53,8
25,2 50,9 46,8 42,1 38,9
SS9
8 Sequoia sempervirens
X
83,3
29,7 80,5 66,4 60,9 54,2 50,4
30
SS10
9 Sequoia sempervirens
X
60
25,2 55,2 45,8 36,7 31,1 21,2
19
X
23,7
LN11 10 Laurus nobilis
51,2 X
AM3 11 Acacia melanoxylon
Invasoras
14 /06 /2013
25,5
48 44,5 40,2 32,1
50 45,1
30
34
22,2
20
40 37,9 29,8
22
56 51,8 48,1 40,2
31
72,9 28
59
19,4 22,9 20,1 15,2 11,2
21,7
31 21,3 22,1
7,9
X
AM4 12 Acacia melanoxylon
X
19
AM7 13 Acacia melanoxylon
X
23,3
16 22,8 19,2 16,3 10,9
AM12 14 Acacia melanoxylon
X
35,1
20,8 34,9 29,8 27,8 23,5
AM13 15 Acacia melanoxylon
15,7 18,1 15,5 12,1
X
18,5
16 18,5
PT5
16 Pittosporum undulatum
X
20,9
13,9 17,7
PT6
17 Pittosporum undulatum
X
9,5
8,3
9
PT15 18 Pittosporum undulatum
X
11,8
8,9
11
PT16 19 Pittosporum undulatum
26
X
Engenharia dos Recursos Florestais
15 11,2 13
8,2
18
8,8
8,8
9,5
18
86
Anexo 17 Metodologias que se podem usar no controlo de plantas invasoras (Plantas invasoras em Portugal 2013).
[
Arranque manual - este método é usado para a maioria das espécies herbáceas, assim E
como plântulas e indivíduos jovens de espécies lenhosas provenientes de germinação. Os s
indivíduos que regeneram por toiça requerem mais força e nem sempre e possível o seu c
arranque. As plantas também podem ser arrancadas com o auxílio, por exemplo, de uma r enxada e ou plantador. O arranque deve ser realizado em altura de chuvas de forma a facilitar a libertação das raízes. v a
Descasque -este método é adequado para árvores com casca lisa/continua. A melhor época parauaplicar esta metodologia é no final do Inverno e Primavera (temperaturas amenas e m humidade). Para a sua aplicação, deve fazer-se uma incisão em anel, contínuo, à volta do
tronco, à altura que for mais confortável; a incisão deve cortar a casca (floema e tecidos t exteriores) e chegar à madeira (xilema), mas sem cortar esta última. Posteriormente r remover a casca, desde a incisão até à superfície do solo, se possível até à raiz, e especialmente para espécies que rebentem de touça. c h combinado com aplicação de fitocida - este método pode ser aplicado a todas Corte o
as espécies desde que os indivíduos apresentem um diâmetro considerável (> 2 cm). Contudo este método é menos eficaz nas espécies que regeneram de raiz. d
Cortar o mais rente ao solo possível e logo de imediato pincelar/pulverizar a touça com o o
fitocida mais adequado e na concentração correta, que depende das condições do local. A aplicação desta metodologia deve ser feita em dias sem vento e precipitação, de forma a d
evitar impactes noutras espécies e no solo. o c
Golpe e injeção de fitocida - este método aplica-se a todas as espécies lenhosas com u
diâmetros variados. Efetuar cortes (à altura mais confortável para o aplicador) com um m
angulo de 45º, estes cortes tem que atravessar a casca e cortar a parte mais externa da e
madeira. Quanto maior o espécime maior o número de cortes. Após cada corte injeta-se o n
fitocida com um esguicho. O herbicida deve ficar dentro da incisão de forma que não t o
o Engenharia dos Recursos Florestais u
87
ocorram escorrências para o solo ou para outras espécies. A aplicação desta metodologia também deve ser feita em dias sem vento e precipitação.
Engenharia dos Recursos Florestais
88
Anexo 18 Registo de direção de queda de espécimes arbóreos das clareiras C.
Engenharia dos Recursos Florestais
89
Anexo 19 Espécies identificadas no levantamento da biodiversidade e os seus respetivos “estatutos”.
Clareiras Especie
Espécies invasoras
B
C
Cupressus lusitanica
X
X
Abies alba
X
Cedrus atlantica
X
Ocotea foetens
X
FraXinus ornus Liriodendron tulipifera Sequoia sempervirens Endl.
A
X
E
F
X
X
X
Outro estatuto
Considerado um dos ex-libris da MNB
X
X
X X
Andryala integrifolia Lactuca sp.
Espécies que pertencem a um habitat da Diretiva Habitats
X
Acer pseudoplatanus Lapsana communis
D
X X
X
Urospermum picroides
X
Scilla monophyllos
X
Leontodon taraxacoides
X
Galactites tomentosa
X
Simethis mattiazzi
X
Torilis arvensis
X
Centranthus calcitrapae
X
Solanum nigrum
X
Tamus communis
X
Panicum repens
X
Vicia sativa
X
X X
Engenharia dos Recursos Florestais
90
Asplenium onopteris
X
Asplenium adiantumnigrum
X
Quercus rubra
X
X
Castanea sativa Pinus pinaster
X
X X
X
9260 Florestas de Castanea sativa
X
X
X
Digitalis purpurea
X X 9380 Florestas de Ilex aquifolium
IleX aquifolium
X
X
Arbutus unedo
X
X
Quercus suber
Viburnum tinus
X
X
5230pt3 Medronhais-Azereirais 9330 Florestas de Quercus suber
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Laurus nobilis
X
X
X
X
X
Prunus lusitanica
X
Ruscus aculeatus
Phillyrea latifolia
X
X
Rubus ulmifolius Hedera hibernica
X
X
X
X
X
Sonchus oleraceus
X
X
Galium aparine
X
X
X
X
Erica sp.
X
Hypericum perforatum
X
Coleostephus myconis
X
Smilax aspera
X
X
X
5230 Matagais arborescentes de Laurus nobilis
X
X
X
X
Instituída como árvore nacional a 22 de Dezembro de 2011 (Resolução da Assembleia da República nº15/2012).
X
X
9230 Carvalhais galaicoportugueses de Quercus robur e Quercus pyrenaica 5310 Matas de Laurus nobilis
5230pt2 Azereirais Anexo V da directiva habitat Um ícone na MNB, representa a floresta relíquia, com exemplares notáveis
X
X
Pteridium aquilinum
X
X X
X
X
Quercus robur
SaliX alba
X
Espécie protegida ao abrigo do Decreto-Lei 423/89 de 4 de Dezembro.
X
X
X X
X
X
Engenharia dos Recursos Florestais
91
Pittosporum undulatum
X
X
X
X
X
X
Acacia melanoxylon
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Ailanthus altissima
X
Robinia pseudoacacia
X X
Phytolacca americana X
X
Prunus laurocerasus X Acacia retinodes X
X
X
Conyza bonariensis Tradescantia fluminensis
X
X
X
X
X Acacia dealbata X Fascicularia bicolor
Listada no anexo I do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 Dezembro Listada no anexo I do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 Dezembro Listada no anexo I do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 Dezembro Listada no anexo I do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 Dezembro Espécie invasora mas ainda não listada em Decreto-Lei. Espécie com comportamento invasor na MNB Listada no anexo I do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 Dezembro Listada no anexo I do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 Dezembro Listada no anexo I do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 Dezembro Listada no anexo I do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 Dezembro Espécie com um comportamento invasor pontual
Engenharia dos Recursos Florestais
92
Anexo 20 Possíveis focos dispersores das clareiras e a sua caraterização quanto ao porte, densidade, fenologia e frequência nas clareiras.
Clareiras
Espécies
Porte
Densidade
Fenologia
Frequência
F
Frequência
E
Frequência
D
Frequência
C
Frequência
B
Frequência
A
Acacia melanoxylon
Grande
Denso
Frutificação
Acacia melanoxylon
Grande
P. denso
Frutificação
1 2
1 -
-
-
-
-
Acacia melanoxylon
Grande
Pontual
Frutificação
2
1
2
11
-
-
Acacia melanoxylon
Grande
Pontual
-
-
-
1
-
-
-
Pequena
P. denso
Frutificação
1
-
-
-
-
-
Pequena
Pontual
Frutificação
-
-
-
1
-
-
Jovem
P. denso
-
2
1
1
1
-
-
Jovem
Denso
-
-
-
-
-
2
-
Jovem
Pontual
-
-
4
-
-
-
1
Grande
P. denso
Frutificação
2
2
-
-
-
-
Grande
Pontual
Frutificação
3
1
5
2
8
1
Pequena
Pontual
Frutificação
2
-
-
4
1
-
Pequena
Pontual
-
-
-
2
1
-
-
Pequena
P. denso
Frutificação
1
2
-
-
2
-
Jovem
P. denso
Frutificação
1
-
-
-
-
-
Jovem
P. denso
-
2
1
-
-
-
-
Jovem
Denso
-
-
1
-
-
-
-
Jovem
Pontual
-
-
3
-
-
-
-
Acacia melanoxylon
Acacia melanoxylon Acacia melanoxylon
Acacia melanoxylon
Acacia melanoxylon
Pittosporum undulatum
Pittosporum undulatum
Pittosporum undulatum Pittosporum undulatum
Pittosporum undulatum
Pittosporum undulatum Pittosporum undulatum Pittosporum undulatum Pittosporum undulatum
Engenharia dos Recursos Florestais
93
Grande
Pontual
Frutificação
-
1
-
1
-
-
Pequena
P. denso
Frutificação
2
1
-
1
-
3
Pequena
Pontual
-
-
-
-
1
1
-
Pequena
Pontual
Frutificação
-
-
-
1
Pequena
P. denso
-
-
2
-
-
Jovem
Pontual
-
2
2
1
-
Jovem
P. denso
-
1
-
-
-
1
1
Grande
P. denso
Floração
-
-
-
-
-
-
Grande
Pontual
Floração
-
1
-
-
-
-
Pequena
Pontual
-
-
-
-
1
-
-
Jovem
P. denso
-
-
3
-
-
-
-
Jovem
Denso
-
-
2
-
-
-
-
Jovem
Denso
-
-
2
-
-
-
-
Jovem
Pontual
-
-
2
-
-
-
-
-
Denso
Floração
-
-
2
2
2
-
Jovem
P. denso
-
-
-
-
-
1
-
Jovem
Denso
Floração
-
-
-
-
-
2
Jovem
Pontual
-
-
-
-
-
-
1
Prunus laurocerasus
Prunus laurocerasus
Prunus laurocerasus
Prunus laurocerasus Prunus laurocerasus Prunus laurocerasus Prunus laurocerasus Robinia pseudoacacia Robinia pseudoacacia Robinia pseudoacacia
Robinia pseudoacacia
Robinia pseudoacacia
Acacia retinodes
Ailanthus altissima Tradescantia fluminensis Acacia verticillata Conyza bonariensis Acacia longifolia
Legenda:
Densidade (árvores)
-
Porte (m)
Árvore
(1-3)
Pontual
(0-2)
Jovem
(4-9)
Pouco denso
(2-8)
Pequena
(> 10)
Denso
(>8)
Grande
Engenharia dos Recursos Florestais
1 1
-
94
Anexo 21 Catálogo florístico de todas as espécies identificadas nos levantamentos de biodiversidade
Catálogo Florístico
PTERIDOPHYTA
Aspleniaceae Asplenium onopteris L. Nome comum: avenca-negra Origem: Nativa Habitat: Ocorre em locais húmidos e sombrios (e.g. zona ripícola). Asplenium adiantum-nigrum L. Nome comum: feto-negro Origem: Nativa Habitat: Surge em locais húmidos e sombrios (e.g. zona ripícola).
Hypolepidaceae Pteridium aquilinum (L.) Kuhn subsp. aquilinum Nome comum: feto-ordinário Origem: Nativa Habitat: Observa-se no sub-bosque de pinhais, carvalhais e outros bosques degradados.
GYMNOSPERMAE
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95
Cupressaceae Cupressus lusitanica Mill. Nome comum: cedro-do-Buçaco Origem: Exótica Habitat: É uma espécie originária das zonas montanhosas do México. Devido ao grande número de espécimes distribuídos pela mata, à sua facilidade de adaptação, antiguidade e seu porte majestoso, tornou-se o ex-libris da mata. Importante referir que o espécime mais célebre situa-se junto da Ermida de São José, segundo Paiva (1992), é o exemplar mais velho em Portugal com cerca de 350 anos. Após a passagem do ciclone Gong entre os dias 19 e 20 de Janeiro de 2013, o cedro-de-São-José ficou reduzido apenas ao tronco e a dois ramos. Sequoia sempervirens Endl. Nome comum: sequóia Origem: Exótica Habitat: Em Portugal ocorre em jardins públicos e parques florestais. Existem vários exemplares seculares dispersos pela mata, de destacar uma formação notável no início do Vale dos Fetos.
Pinaceae Abies alba Mill. Nome comum: abeto-branco Origem: Exótica Habitat: Cultivado como ornamental, em parques e jardins públicos. Surgem vários exemplares na mata, particularmente no Vale dos Abetos. Cedrus atlantica (Manetti ex. Endl.) Carrière Nome comum: cedro-do-atlas
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96
Origem: Exótica Considerações: Na mata podem ser encontrados alguns exemplares notáveis, à direita da estrada que vai do Palace Hotel para as Portas de Coimbra. Pinus pinaster Aiton Nome comum: pinheiro-bravo Origem: Nativa Habitat: Surgem em povoamentos florestais puros ou mistos com outras espécies de pinheiros ou carvalhos e em solos arenosos. Na mata ocorrem alguns pinheiros no Pinhal do Marquês.
MAGNOLIOPHYTA (=ANGIOSPERMAE) Magnoliopsida (=Dicotyledoneae)
Apiaceae (=Umbelliferae) Torilis arvensis (Huds.) Link Nome comum: salsinha Origem: Nativa Habitat: Surgem em locais ruderalizados e terrenos cultivados.
Aquifoliaceae Ilex aquifolium L. Nome comum: azevinho Origem: Nativa Habitat: Frequente em carvalhais e matagais em regiões montanhosas. Ocorre também em encostas sombrias e margens de linhas de água, com preferência por solos siliciosos. Podem
Engenharia dos Recursos Florestais
97
ser observados vários exemplares por toda a mata, com especial relevância para os que se localizam na Mata Climácica da Cruz Alta. Espécie protegida ao abrigo do Decreto-Lei 423/89 de 4 de Dezembro.
Araliaceae Hedera hibernica (G.Kirchn.) Bean Nome comum: hera Origem: Nativa Habitat: Pode crescer num ambiente de luz ou sombra embora tenha preferência por matas densas, pelo fato de serem zonas mais encobertas e frescas (solo constantemente húmido). Prefere solos bem drenados ou alcalinos ricos em nutrientes e húmus. Está muito disseminada pela mata.
Caprifoliaceae Viburnum tinus L. subsp. tinus Nome comum: folhado Origem: Nativa Habitat: Ocorre em bosques de carvalhais, azinhais e sobreirais. Surge normalmente em locais húmidos e sombrios. Observam-se vários exemplares de folhado por toda a mata, muitos deles, provenientes da regeneração natural.
Asteraceae (=Compositae) Andryala integrifolia L. Nome comum: tripa-de-ovelha Origem: Nativa Habitat: Frequente em locais algo perturbados, secos, margens de vias de comunicação (ruderal).
Coleostephus myconis (L.) Rchb.f.
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98
Nome comum: pampilho-de-micão Origem: Nativa Habitat: Generalista principalmente em pastagens, pousios, margens de caminhos e em bosques. Ocorre em locais secos. Conyza bonariensis (L.) Cronq. Nome comum: avoadinha-peluda Origem: Exótica (com comportamento invasor) Habitat: Muito frequente em áreas perturbadas: áreas urbanas, margens de vias de comunicação e terrenos cultivados ou baldios. Esta espécie infestante ruderal pode também surgir em áreas naturais e seminaturais (e.g. dunas) normalmente associada a eventos de perturbação. Listada como espécie invasora ao abrigo do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 Dezembro. Galactites tomentosa Moench Nome comum: cardo Origem: Nativa Habitat: Ocorrem em terrenos cultivados, terrenos incultos e ambientes ruderalizados. Lactuca sp. Origem: Nativa Habitat: Campo de cultivo, incultos e por vezes em bermas de caminhos. Em locais secos, rochosos ou pedregosos. Lapsana communis L. subsp. communis Nome comum: Lapsana Origem: Nativa Habitat: Ocorre em zonas ruderalizadas e locais perturbados, húmidos e sombrios.
Leontodon taraxacoides (vill.) Mérat
Engenharia dos Recursos Florestais
99
Nome comum: leituga-dos-montes Origem: Nativa Habitat: Surge em terrenos cultivados, terrenos incultos e zonas ruderalizadas. Sonchus oleraceus L. Nome comum: serralha-branca Origem: Nativa Habitat: Planta ruderal, habita em campos de cultivo, margens de caminhos, hortas, jardins, mas também em habitats naturais, com menor abundância. Urospermum picroides L. Nome comum: leituga-de-burro Origem: Nativa Habitat: Registada em clareiras, baldios urbanos, campos de cultivo, incultos. Espécie com grande amplitude ecológica.
Ericaceae Arbutus unedo L. Nome comum: medronheiro Origem: Nativa Habitat: Espécie mediterrânea, surge em azinhais, sobreirais, bosques mistos, desfiladeiros fluviais, zonas montanhosas e solos rochosos. Esta espécie encontra-se um pouco por toda a mata, sendo de referir o porte notável de alguns espécimes que exibem torções de tronco peculiares. Erica sp. Origem: Nativa Habitat: Urzais e outros matos rasteiros, em clareiras de bosques e pinhas, sobre solos siliciosos.
Fabaceae (=Leguminosae)
Engenharia dos Recursos Florestais
100
Acacia dealbata Link Nome comum: mimosa Origem: Exótica (com comportamento invasor) Habitat: Introduzida em Portugal para fins ornamentais. Cultivada na estabilização dos solos e como espécie florestal. Adapta-se a diferentes tipos de condições mas tem preferência por terrenos frescos. Listada como espécie invasora ao abrigo do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 Dezembro. Acacia melanoxylon R. Br. Nome comum: australia Origem: Exótica (com comportamento invasor) Habitat: Foi introduzida em Portugal para fins ornamentais. Cultivada na estabilização dos solos e como espécie florestal. Adapta-se a diferentes tipos de condições (seca, locais poluídos, ventos marítimos, temperaturas extremas), mas tem preferência por terrenos graníticos. Listada como espécie invasora ao abrigo do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 Dezembro. Acacia retinodes Schlecht Nome comum: acacia-virilda Origem: Exótica (com comportamento invasor) Habitat: Introduzida em Portugal para fins ornamentais. Registam-se em áreas perturbadas e margens das vias de comunicação. Listada como espécie invasora ao abrigo do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 Dezembro. Robinia pseudoacacia L. Nome comum: acácia-bastarda, robinia Origem: Exótica (com comportamento invasor) Habitat: Foi inserida em Portugal para fins ornamentais. É frequentemente observada em áreas perturbadas, margens de vias de comunicação e linhas de água. Adaptam-se a qualquer tipo de solo mas tem preferência por solos leves e frescos e os arenosos, secos.
Engenharia dos Recursos Florestais
101
Listada como espécie invasora ao abrigo do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 Dezembro. Vicia sativa L. Nome comum: ervilhaca Origem: Nativa Habitat: Tem preferência por solos ricos em nitrogénio, contudo adapta-se a outros tipos de solo.
Fagaceae Castanea sativa Mill. Nome comum: castanheiro Origem: Nativa Habitat: Surge em matas e bosques caducifólios, geralmente em regiões montanhosas ou frescas, em substratos siliciosos. Na mata podem ser admirados vários espécimes de castanheiros, sendo alguns deles de porte notável, como é o caso do que está situado perto do Cedro-de-São-José, com cerca de 40,7m de altura. Quercus robur L. Nome comum: carvalho-alvarinho Origem: Nativa Habitat: Dominante em carvalhais ou acompanhante em bosques caducifólios. É uma espécie muito comum na mata, sobretudo nas zonas menos humanizadas, como a Cruz Alta. Quercus rubra L. Nome comum: carvalho-americano Origem: Exótica Habitat: Florestas folhosas, em vales e margens de rios, com clima temperado e altitudes não muito elevadas Podem ser encontrados alguns exemplares espalhados pelo perímetro florestal. Quercus suber L.
Engenharia dos Recursos Florestais
102
Nome comum: sobreiro Origem: Nativa Habitat: Surge com maior dominância nos sobreirais e montados de sobro, mas também é acompanhante noutro tipo de matas. Instituída com árvore nacional a 22 de Dezembro de 2011 (Resolução da Assembleia da República nº 15/2012).
Hypericaceae (=Guttiferae) Hypericum perforatum (L.) Nome comum: hipericão Origem: Nativa Habitat: Ocorre em orlas de bosques, margens de caminhos, matas de produção.
Lauraceae Laurus nobilis L. Nome comum: loureiro Origem: Nativa Habitat: Espécie mediterrânea, surgem em matagais e bosques, por vezes dominante, dando origem a matagais fechados de porte alto (louriçais). Sendo loureiro das espécies mais frequentes na mata, é possível observar ao longo desta vários louriçais. Ocotea foetens (Aiton) Benth. & Hook.f. Nome comum: til Origem: Exótica Habitat: Espécie endémica na Ilha da Madeira e nas Canárias, sendo considerada uma espécie relíquia da Laurissilva, florestas muito húmidas e densas. Podem-se encontrar exemplares de porte notável dispersos pela mata, de referir os que se localizam nas proximidades da Fonte Fria.
Magnoliaceae
Engenharia dos Recursos Florestais
103
Liriodendron tulipífera L. Nome comum: tulipeiro Origem: Exótica Habitat: Surge no seu estado natural em bosques temperados frios do Leste da América do Norte . Ocorrem vários espécimes dispersos pela mata, destacando-se um na escadaria da Fonte Fria com cerca de 36,5m de altura.
Oleaceae Fraxinus ornus Nome comum: freixo Origem: Exótica Habitat: Surge em encostas montanhosas entre os 200 e os 1500 m, com clima húmido, em solos frescos, adjacentes a linhas de água, formando pequenos bosques. A mata apresenta vários exemplares dispersos, dos quais existe um que se destaca, encontra-se perto do Lago da Fonte Fria. Phillyrea latifólia L. Nome comum: Aderno Origem: Nativa Habitat: Surge em bosques e matagais xerófilos, acompanhante de bosque perenifólio. Tem preferência por locais com alguma humidade e solos algo desenvolvidos. A mata possui uma formação vegetal de adernos de porte arbóreo notável na mata climácica, próximo da Cruz Alta, um verdadeiro e talvez único adernal.
Pittosporaceae Pittosporum undulatum Vent. Nome comum: arvore-do-incenso Origem: Exótica (com comportamento invasor)
Engenharia dos Recursos Florestais
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Habitat: Foi inserida em Portugal para fins de ornamentais em jardins, arborização urbana e sebes. Apesar de ser uma espécie de luz também se adapta bem à sombra. Surge nas margens de vias de comunicação e em áreas perturbadas. A árvore-do-incenso é uma das espécies de caráter invasor mais preocupantes na mata devido à sua vasta ocupação e à sua elevada capacidade de regeneração Listada como espécie invasora ao abrigo do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 Dezembro.
Scrophulariaceae Digitalis purpurea L. subsp. purpurea Nome comum: dedaleira Origem: Nativa Habitat: Frequente em orlas e clareiras de bosques ou matagais, por vezes em bermas e sebes. Também surge em áreas húmidas, frescas ou sombrias.
Rosaceae Prunus laurocerasus L. Nome comum: Louro-cerejo Origem: Exótica (com comportamento invasor na MNB) Habitat: Locais com solos húmidos e profundos, ricos em matéria orgânica. Embora não sendo considerada pelo Decreto-Lei n.º. 565/99 de 21 de Dezembro uma espécie de carácter invasor, tem vindo a demonstrar um comportamento similar, encontrando-se em proliferação em vários pontos da mata. Prunus lusitanica L. subsp. lusitanica Nome comum: azereiro Origem: Nativa
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Habitat: Registam-se em locais sombrios e húmidos, carvalhais, louriçais e em margens de linhas de água. Ocorrem quase por toda a mata. Sendo de notar que se tem registado na mata vários exemplares em ótimas condições sanitárias em áreas muito expostas ao sol. Rubus ulmifolius Schott Nome comum: silvas Origem: Nativa Habitat: Tem preferência por habitats com solos húmidos e alterados pelo homem.
Rubiaceae Galium aparine L. ssp. aparine Nome comum: amor-de-hortelão Origem: Nativa Habitat: Surgem em locais ruderalizados e em área com alguma humidade.
Salicaceae Salix alba L.var.alba Nome comum: salgueiro-branco Origem: Nativa Habitat: Surge em locais húmidos.
Sapindaceae Acer pseudoplatanus L. Nome comum: plátano-bastardo Origem: Nativa Habitat: Ocorre nas zonas de carvalhais. Esta espécie é espontânea na mata, contudo importa referir a alta densidade de plátano-bastardo em vários locais, sendo por vezes em excesso.
Simaroubaceae
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Ailanthus altíssima (Mill.) Swingle Nome comum: ailanto Origem: Exótica (com comportamento invasor) Habitat: Foi introduzida em Portugal para fins ornamentais, em margens de estradas e espaços urbanos. Estabelecem-se em áreas com perturbações, como margens de vias de comunicação, junto a vedações, áreas agrícolas abandonadas e espaços urbanos. Listada como espécie invasora ao abrigo do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 Dezembro.
Solanaceae Solanum nigrum L. Nome comum: Erva-moura Origem: Nativa Habitat: Espécie nitrófila, ocorre em locais ruderalizados.
Valerianaceae Centranthus calcitrapae (L.) Dufresne Nome comum: calcitrapa Origem: Nativa Habitat: Surge em clareiras, pinhais, matos e bosques, bermas de caminhos, entre outros. Espécie com grande amplitude ecológica.
ANGIOSPERMAE Liliopsida (=Monocotyledoneae)
Asparagaceae
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Ruscus aculeatus L. Nome comum: gilbardeira Origem: Nativa Habitat: Espécie caraterística do sub-coberto de carvalhais, azinhais, sobreirais e em matagais esclerofilos. Importante salientar que esta espécie encontrar distribuída por toda a mata. Scilla monophyllos Link Nome comum: cila-de-uma-folha Origem: Nativa Habitat: Ocorre em clareiras de matos ou sub-coberto de bosques (sobreirais, carvalhais) e pinhais.
Bromeliaceae Fascicularia bicolor (Ruiz e Pavon) Mez Nome comum: fascicularia Origem: Exótica (com comportamento invasor pontualmente) Habitat: Foi introduzida na mata como espécie ornamental, desde então tem vindo a colonizar com êxito algumas zonas rochosas. Apesar de legalmente não ser considerada invasora, tem vindo a manifestar um comportamento idêntico, formando sebes densas e impenetráveis.
Commelinaceae Tradescantia fluminensis Vell Nome comum: erva-da-fortuna Origem: Exótica (com comportamento invasor)
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Habitat: Foi inserida em Portugal para fins ornamentais. Surge em áreas sombrias e húmidas, sendo muito comum no sub-coberto de matas geridas, bosques naturais. Forma tapetes contínuos e impedindo a regeneração das plantas nativas do mesmo estrato. Listada como espécie invasora ao abrigo do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 Dezembro.
Dioscoreaceae Tamus communis Nome comum:uva-de-cão Origem: Nativa Espécie de crescimento escandente, surge em bosques e matagais.
Poaceae Panicum repens Nome comum: escalracho Origem: Nativa Habitat: Espécie surge em locais ruderalizados, nas zonas de clareiras e margens de vias de comunicação.
Magnoliopsida Phytolacca americana Nome comum: tintureira Origem: Exótica (com comportamento invasor) Habitat: Foi introduzida em Portugal para fins medicinais e utilização em tinturaria. Ocorre em habitats ruderais, margens de vias de comunicação e também invade habitats seminaturais.
Smilacaceae Smilax áspera L. Nome comum: salsaparrilha-bastarda
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Origem: Nativa Habitat: Esp茅cie de crescimento escandente, surge em bosques perenif贸lios, pinhais e matagais.
Xanthorrhoeaceae Simethis mattiazzi (Vand.) Sacc Nome comum: craveiro-do-monte Origem: Nativa Habitat: Surge em clareiras de matos, pinhais e bosques.
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