Revista Zahar #4

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ZAHAR

#4

AGO-SET 2011

OS DENTES DO DIABO:

AVENTURA SURPREENDENTE ENTRE TUBARÕES QUINTA AVENIDA, 5 DA MANHÃ: Os bastidores de Bonequinha de luxo LACAN REVELADO: Novos livros nos 110 anos de nascimento E MAIS: BAUMAN . AS GRANDES EQUAÇÕES . TRUQUES DA MENTE


NESTA EDIÇÃO O comportamento dos maiores predadores do oceano, os tubarões-brancos, é tema da envolvente narrativa de Os Dentes do Diabo, da jornalista Susan Casey. Autora do best-seller A Onda, Casey relata agora uma temporada de aventuras na companhia de cientistas nas ilhas Farallon, em São Francisco, Califórnia.

Fure e colecione!

Quinta avenida, 5 da manhã é um relato delicioso sobre as filmagens de Bonequinha de luxo, clássico que marcou o surgimento da mulher moderna no cinema. Cento e dez anos após o nascimento de Jacques Lacan, a Zahar lança dois livros em homenagem ao mestre da psicanálise: Estou falando com as paredes, com textos inéditos do autor, e Lacan, a despeito de tudo e de todos, de Elisabeth Roudinesco. Ainda nesta edição, texto exclusivo do psicanalista Marco Antonio Coutinho Jorge sobre a efeméride.

EXPEDIENTE ZAHAR Direção editorial Cristina Zahar / Direção executiva Mariana Zahar Conselho editorial Cristina Zahar, Mariana Zahar, Rodrigo Lacerda, Ana Paula Rocha REVISTA Coordenação Isabela Santiago / Edição Diadorim Ideias & Comunicação / Redação e entrevistas Renata Magdaleno Colaboração editorial Juliana Freire, Clarice Zahar, Lucas Carvalho, Kathia Ferreira, Priscila Corrêa Produção Priscila Fischer / Projeto Gráfico Chris Lima, Evolutiva Estúdio / Design Rebecca Faertes, Evolutiva Estúdio O seu livreiro:

ZAHAR rua Marquês de São Vicente 99 - 1º andar, Gávea 22451-041 Rio de Janeiro, RJ tel (21) 2529-4750 Vendas e depósito: rua Cotia 35, Rocha 20960-100 Rio de Janeiro, RJ tel (21) 2108 0808 / fax (21) 2108 0809 Além das informações aqui, há muito mais em zahar.com.br e em nossas redes sociais. Basta ficar atento aos ícones que estão nas páginas da revista. Conecte-se à Zahar. zahar.com.br

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Robert P. Crease

AS GRANDES EQUAÇÕES

A HISTÓRIA DAS FÓRMULAS MATEMÁTICAS MAIS IMPORTANTES E OS CIENTISTAS QUE AS CRIARAM POR TRÁS DOS CÁLCULOS Personagens da ciência viveram histórias formidáveis até chegarem às suas equações revolucionárias Mais do que simples ferramentas, as equações matemáticas são o resultado do esforço humano para entender a vida e a natureza. Condensam décadas de pesquisa e sintetizam novas concepções de mundo. Essas descobertas marcam também a trajetória de grandes pesquisadores – nomes como Pitágoras, Newton, Euler, Maxwell, Einstein, Schrödinger, Heisenberg – e suas dúvidas, embates, frustrações e alegrias.

280pp, ilustrado Nas livrarias: 1 de agosto R$39,90 e-book R$28

Excelente ponto de partida para quem quer começar a ter contato com o mundo da ciência.

O filósofo da ciência Robert P. Crease conta a história das equações mais importantes do Ocidente e de seus engenhosos criadores. Em linguagem simples, cada capítulo é dedicado a uma ou mais formulações que originaram grandes descobertas científicas. O autor demonstra ainda que as equações matemáticas são tão importantes para o momento histórico em que foram criadas quanto as obras de arte. Seja o teorema de Pitágoras, a lei do movimento de Newton ou a “equação celebridade” de Einstein (E=mc2) – tema de capa da revista Time, em 1946. Sem elas, não existiriam realizações relativamente simples, como pontes e edifícios, muito menos as complexas, como os computadores quânticos, os foguetes espaciais e a nanotecnologia. Prepare-se para conhecer algumas histórias surpreendentes.

Publishers Weekly

ROBERT P. CREASE é filósofo e historiador da ciência. Chefe do Departamento de Filosofia da Universidade de Stony Brook, onde coordena o Trust Institute, assina a coluna mensal “Critical Point” da revista Physics World. É autor de Os dez mais belos experimentos científicos, lançado com sucesso no Brasil pela Zahar.

Em www.zahar.com.br, leia a entrevista exclusiva com o autor

PARA LER TAMBÉM De onde vêm as boas ideias Steven Johnson Os dez mais belos experimentos científicos Robert P. Crease


Susan Casey

OS DENTES DO DIABO

UMA HISTÓRIA DE OBSESSÃO E SOBREVIVÊNCIA ENTRE OS GRANDES TUBARÕES-BRANCOS

EM BUSCA DOS PREDADORES DOS MARES Jornalista vive aventura na costa de São Francisco Tão antigos quanto os dinossauros, os tubarões-brancos causam um temor ancestral na maior parte dos homens – medo ainda mais disseminado após o filme Tubarão, de Steven Spielberg. A jornalista Susan Casey, no entanto, ficou fascinada quando assistiu a um documentário e descobriu que, a apenas 43 quilômetros da costa de São Francisco, nas águas de um arquipélago rochoso e hostil batizado de Dentes do Diabo (ilhas Farallon), a maior congregação do mundo desses predadores se reúne em busca de alimento. Alguns meses depois, se viu numa pequena lancha, acompanhada de dois cientistas, circundada por tubarões de até seis metros de comprimento. O livro Os Dentes do Diabo é o relato dessa instigante temporada na companhia desses caçadores. A autora apresenta um painel poderoso e informativo sobre a existência nesse recanto quase intocado na natureza.

322pp, ilustrado Nas livrarias: 24 de agosto R$39,90 e-book: R$28

Qualquer descrição desses animais requer que deixemos de lado o vocabulário habitual e entremos no campo da hipérbole - a criatura mais misteriosa da terra, o predador supremo, extraordinariamente adaptado a seu lugar no mundo. Susan Casey


Ruven Afanador

SUSAN CASEY é editora-chefe da O, The Oprah Magazine. Jornalista premiada, já teve reportagens publicadas em revistas como Esquire, Outside e National Geographic. A escritora nasceu em Toronto, no Canadá, e hoje divide seu tempo entre Nova York e Maui, no Havaí. Os Dentes do Diabo, best-seller do New York Times, é o primeiro livro de Casey. Ela também é autora de A Onda: Em busca das gigantes do oceano, lançado pela Zahar em 2010, outro best-seller do New York Times, sucesso de vendas também no Brasil.

UM PERÍODO ENTRE TUBARÕES Jornalista comenta suas viagens e diz que o oceano é a sua paixão “Não quero viver em um mundo sem lindos monstros”, afirma Susan Casey, referindo-se aos tubarões-brancos que pesquisou durante cinco anos. Nesta entrevista, a autora fala sobre a emoção de estar entre os predadores e sua preocupação em preservá-los. Você já escreveu dois livros (A Onda e Os Dentes do Diabo) sobre perigosas forças da natureza. De onde surgiu o desejo de estar entre tubarões-brancos? O oceano é a minha paixão. É nele que encontro as histórias que mais me cativam e me alimentam. A íntegra da entrevista em www.zahar.com.br

CURIOSIDADES: • Onde – Farallones formam um arquipélago de dez ilhotas que ocupam uma área de 85 hectares no Pacífico, 43 quilômetros a oeste da ponte Golden Gate, em São Francisco. Essas ilhas são o único lugar do planeta onde é possível estudar o comportamento de tubarões em ambiente selvagem. • Animal misterioso – Ninguém sabe quanto tempo vivem os tubarões-brancos. Alguns cientistas acreditam que possam chegar até sessenta anos. E também não há certeza sobre o tamanho que podem atingir. Como seus esqueletos são feitos de cartilagem, e não de ossos, não deixam praticamente nenhum registro fóssil, exceto os dentes. O maior da espécie já capturado tinha 5,95 metros. • Pensando em observar esse fenômeno de perto? Mesmo que um visitante tenha a coragem ou a curiosidade de empreender a viagem até as Farallones, não poderá desembarcar – o arquipélago é um parque natural, um santuário marinho americano, controlado por órgãos ambientais. As únicas pessoas que têm permissão para entrar ali, segundo lei federal dos Estados Unidos, são os biólogos que monitoram a fauna.

Em A Onda, a jornalista Susan Casey acompanha surfistas radicais


Rinaldo Voltolini

EDUCAÇÃO E PSICANÁLISE SOBRE MESTRE E APRENDIZ Uma reflexão psicanalítica para as questões de quem educa Psicanálise e educação: as duas áreas, apesar de próximas, abordam de modo distinto a relação entre mestre e aluno. Enquanto a pedagogia busca o que seria o melhor modo de educar, a psicanálise se atém às condições necessárias para que haja aprendizado. O psicanalista Rinaldo Voltolini mostra como Freud foi um grande pensador do assunto ao abordar os dilemas do homem frente à civilização. Voltolini também apresenta aqui importantes contribuições sobre o tema. Quando impor limites? Devemos educar visando a uma profissão ou a conhecimentos gerais? O ideal é privilegiar o indivíduo ou investir em uma educação para todos? Essas e outras perguntas são discutidas pelo autor a partir de um ponto de vista psicanalítico, envolvendo questões de ética. 84pp, coleção Passo-a-Passo Psicanálise Nas livrarias: 15 de agosto R$16 e-book R$11

Entrevista exclusiva com Rinaldo Voltolini em www.zahar.com.br

RINALDO VOLTOLINI, psicanalista, é professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). É mestre e doutor em psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP (Ipusp), com pós-doutorado em psicogênese e psicopatologia na Universidade de Paris XIII.


Elisabeth Roudinesco

LACAN, A DESPEITO DE TUDO E DE TODOS A FACE OCULTA DO MESTRE Episódios marcantes da vida e da obra do mais importante discípulo de Freud Em 2011, completam-se 30 anos da morte de Jacques Lacan. Polêmico, excêntrico, genial, Lacan sacudiu a comunidade psicanalítica de seu tempo de modo tão violento que ainda desperta paixões radicais. A historiadora e psicanalista Elisabeth Roudinesco novamente se debruça sobre a trajetória do mestre para revelar seu legado intelectual, além de peculiaridades como seu mergulho nos neologismos, o gosto por roupas extravagantes e comidas exóticas, as crises de fúria. Roudinesco analisa de forma crítica a vida e a obra de Lacan, que empreendeu uma leitura estruturalista do pensamento freudiano. Segundo a autora, os seminários desenvolvidos por ele entre 1953 e 1963, época em que elaborou seus conceitos essenciais, são marcados pela ousadia de uma psicanálise que sonhava mudar o destino do homem. Se o século XX foi freudiano, diz Roudinesco, o XXI é, sem dúvida, lacaniano.

152pp, coleção Transmissão da Psicanálise Nas livrarias: 9 de setembro R$34 e-book R$24

“Quis evocar episódios marcantes de uma vida e uma obra à qual toda uma geração está misturada, e comentá-las, retrospectivamente, de maneira livre e subjetiva. Eu gostaria que esse livro fosse lido como o enunciado de uma parte secreta da vida e da obra de Lacan, uma andança por trilhas desconhecidas: um avesso ou uma face oculta que vem esclarecer o arquivo, como num quadro criptografado no qual as figuras da sombra, outrora dissimuladas, passam à luz.” Trecho do livro Lacan, a despeito de tudo e de todos

ELISABETH ROUDINESCO, historiadora e psicanalista francesa, é professora e pesquisadora da Universidade de Paris VII. Intelectual com presença ativa em publicações científicas e na mídia – é articulista do Monde des livres desde 1996 –, possui vasta obra traduzida em trinta idiomas. Entre seus livros destacam-se: A parte obscura de nós mesmos e A família em desordem, lançados no Brasil pela Zahar. Para a televisão, escreveu o roteiro do documentário Sigmund Freud, a invenção da psicanálise (com E. Kapnist).


Marco Antonio Coutinho Jorge

A ÉTICA DO DESEJO

A feição subversiva de Jacques Lacan, o grande renovador da psicanálise A data de 110 anos de nascimento de Jacques Lacan merece comemoração. Ele foi o grande renovador da psicanálise depois de Freud e, para empreender tal renovação, a obra de Freud foi a grande bússola utilizada por Lacan em sua conquista do território psicanalítico: promovendo nos anos 1950 o movimento de “retorno a Freud”, que permitiu aos psicanalistas perceberem o quanto eles desprezavam uma obra que, no fundo, desconheciam de modo cabal; batizando a escola que fundou com o nome de Escola Freudiana de Paris; dedicando um grande número de seminários ao comentário minucioso da ciclópica obra freudiana; mantendo do início ao fim de seu seminário um vivo questionamento da psicanálise pós-freudiana, considerando-a como uma enraizada resistência ao discurso psicanalítico. Difundindo-se por todos os setores da teoria, sempre enfatizando os fundamentos conceituais da psicanálise, sem os quais ela perde sua consistência, o ensino de Lacan – erudito, profundo e lançando mão de variadas disciplinas – teve o valor de um verdadeiro ato analítico e resultou numa fecunda refundação da prática psicanalítica: apoiado na linguística estrutural, Lacan criou a lógica do significante; com sua álgebra, matemas e grafos, visou à transmissão integral de determinados setores nucleares da teoria analítica; com o recurso à topologia e aos nós, quis reaparelhar a demonstração analítica com novas condições. Ponto alto de seu ensino foi sua incidência na clínica analítica, que, recentrada numa ética do desejo, diferenciou-se radicalmente dos discursos médico e psicológico e readquiriu a sua feição subversiva originária – não à toa nomeada por Freud de peste.

Marco Antonio Coutinho Jorge é psiquiatra e psicanalista. Professor do Programa de Pós-Graduação em Psicanálise da UERJ. Diretor do Corpo Freudiano Seção Rio de Janeiro.


Jacques Lacan

ESTOU FALANDO COM AS PAREDES

Conversas na Capela de Sainte-Anne LACAN INÉDITO Três palestras feitas pelo mestre para internos de um hospital psiquiátrico francês É indiscutível a importância de Jacques Lacan para a psicanálise. E surpreendente que, 110 anos após o seu nascimento e 30 anos após a sua morte, ainda existam inéditos com transcrições de suas conferências, entrevistas e seminários. É o caso de Estou falando com as paredes, que reúne três palestras ministradas por ele, na virada de 1971 para 1972, aos internos de psiquiatria do Hospital Sainte-Anne, em Paris. Um encontro com o seu próprio passado, já que Lacan também trabalhou nessa instituição na juventude. No texto, ele avisa: “Estou falando sozinho. É precisamente isto que lhes interessa. Cabe a vocês me interpretar”. Trata-se de uma forma de ressaltar as diferentes interpretações que sua fala podia e ainda pode gerar. Reunidos por Jacques-Alain Miller (seu genro e herdeiro moral de sua obra), os textos desse livro abordam conceitos que estavam sendo desenvolvidos em seu Seminário 19. Um encontro com um mestre da sabedoria, mas de uma sabedoria sem resignação, uma antissabedoria.

104pp, coleção Campo Freudiano no Brasil, série Paradoxos de Lacan Nas livrarias: 9 de setembro R$36

“Não [confio] em absoluto no senso comum. Existe senso, mas não existe comum. Provavelmente, não há um só entre vocês que me entenda no mesmo sentido.” trecho do livro Estou falando com as paredes

JACQUES LACAN (1901-1981) foi o seguidor que mais contribuiu e deu continuidade à obra de Freud, articulando a psicanálise a diferentes campos do saber, como linguística, filosofia, antropologia, matemática, arte e literatura. A Zahar é responsável pela publicação da obra de Lacan no Brasil: seus Escritos, Outros escritos e Seminários, além de textos incluídos na série Paradoxos de Lacan.


Zygmunt Bauman

A ÉTICA É POSSÍVEL NUM MUNDO DE CONSUMIDORES? UMA LUTA DIÁRIA Autor propõe um novo modo de pensar o futuro a partir da reflexão sobre a ética “Este livro é o relatório de um campo de batalha.” Com essa afirmação, Zygmunt Bauman abre a coletânea que reúne seis de suas conferências proferidas no Instituto de Ciências Humanas de Viena, em 2008. A ética é o ponto em comum entre cada um dos textos. O autor sugere que seja adotada uma nova lógica que nos permita ler a realidade atual e apresente uma tentativa desafiadora de captar o mundo em movimento. Dialogando com pensadores como Hannah Arendt, Jacques Derrida e Norbert Elias, o sociólogo reflete sobre o papel da arte no mundo líquido moderno; o dilema da Europa frente aos estrangeiros; a banalização da ideia do Holocausto; a impossibilidade de se debater a liberdade pelo predomínio do medo e da insegurança; a educação e o desenvolvimento de uma atitude ética, em um século dominado por forças antagônicas, como a globalização e políticas de forças locais. Seis textos que refletem lúcidos estudos da sociedade contemporânea. Uma leitura que instiga mais do que conclui. Afinal, como o autor afirma na introdução desse livro: “O esforço para compreender o mundo, oferecendo poucas garantias de que aquilo que consideramos verdadeiro ao entardecer de hoje não será refutado amanhã, ao nascer do sol, é de fato uma luta”.

280pp Nas livrarias: 29 de agosto R$44

PARA LER TAMBÉM O valor de nada Por que tudo custa mais caro do que pensamos Raj Patel A prosperidade do vício Uma viagem (inquieta) pela economia Daniel Cohen Capitalismo parasitário E outros temas contemporâneos Zygmunt Bauman

Mais sobre o autor em www.facebook.com/BaumanBrasil

ZYGMUNT BAUMAN nasceu na Polônia e mora na Inglaterra desde 1971. Professor emérito das universidades de Varsóvia e Leeds, é autor de vasta obra que analisa as transformações socioculturais e políticas de nosso tempo. Tem mais de 25 livros publicados no Brasil pela Zahar, todos com enorme sucesso de público.


Bem-escrito, rico conceitualmente e uma bem-vinda contribuição à literatura crítica sobre os afetos. British Journal of Sociology

Eva Illouz

O AMOR NOS TEMPOS DO CAPITALISMO TRABALHO, INTIMIDADE E RELAÇÕES AMOROSAS Autora analisa como a economia e os afetos estão cada vez mais entrelaçados Ao longo do século XX, as esferas econômica e afetiva passaram a se mesclar de forma inseparável. Por influência da psicanálise e do feminismo, criou-se no trabalho, na família e nas relações pessoais uma cultura intensa das emoções. Enquanto as transações econômicas tornaram-se mais afetivas, os relacionamentos íntimos foram influenciados em boa parte por modelos de negociação, troca e igualdade. A isso a socióloga Eva Illouz chama capitalismo afetivo, conceito que debate ao longo desse livro, feito a partir de suas conferências.

188pp Nas livrarias: 1 de agosto R$36 e-book: R$25

Para provar sua tese, a autora vasculha a literatura de autoajuda, revistas femininas, programas de entrevistas e sites de relacionamento, nos quais sentimentos são cada vez mais inspecionados, discutidos e negociados. Eva Illouz trabalha o tema em diferentes pontos e oferece uma nova interpretação sobre as razões pelas quais o público e o privado, o econômico e o afetivo vieram a se fundir. PARA LER TAMBÉM Amor líquido Sobre a fragilidade dos laços humanos Zygmunt Bauman

Vida para consumo A transformação das pessoas em mercadorias Zygmunt Bauman

EVA ILLOUZ é professora titular de sociologia da Universidade Hebraica de Jerusalém, onde integra o Centro de Estudos da Racionalidade. Nascida no Marrocos e criada na França, é doutora em estudos culturais pela Universidade da Pensilvânia e mestre em literatura (Paris X) e comunicação (Universidade Hebraica). Foi professora visitante na Universidade de Princeton, Northwestern University e École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, bem como pesquisadora do Wissenschaftskolleg zu Berlin. Participou também das Conferências Adorno, no Instituto de Pesquisas Sociais, Frankfurt, onde proferiu as palestras reunidas neste livro. Autora premiada, com obras traduzidas para mais de dez idiomas, foi incluída pelo jornal alemão Die Zeit entre os 12 pensadores com maior probabilidade de “mudar o pensamento de amanhã”. Entrevista exclusiva com Eva Illouz em www.zahar.com.br


Sam Wasson

QUINTA AVENIDA, 5 DA MANHÃ AUDREY HEPBURN, BONEQUINHA DE LUXO E O SURGIMENTO DA MULHER MODERNA

A DAMA QUE QUEBROU TABUS Como um filme ajudou a modificar padrões conservadores no cinema, na moda e na sociedade No cartaz que divulgou o lançamento de Bonequinha de luxo (1961), Audrey Hepburn aparece elegante. Pequenos detalhes, porém, quebram a atmosfera clássica: uma cigarrilha pendendo no canto da boca e um gato pousado no ombro direito. Com o mesmo vestido longo negro, ela surge nas cenas iniciais do filme, interpretando a playgirl Holly Golightly. Desce de um táxi em frente à joalheria Tiffany’s de Nova York. Carrega nas mãos, que vestem luvas compridas pretas, uma sacola de papel com seu café da manhã, um pão doce, e come enquanto observa as vitrines. Tanto a imagem que estampa o cartaz quanto a cena que abre a película representam uma grande mudança nos modelos de Hollywood e no papel feminino no cinema. Audrey Hepburn interpreta uma moça não muito casta, mas sofisticada e independente, deixando para trás o moralismo dos anos 1950 e traçando novos rumos para a mulher moderna. Analisando elementos como esses e os bastidores da película, Sam Wasson mostra como o longa contribuiu para transformar a moda, a liberdade feminina e a indústria cinematográfica.

Quinta Avenida, 5 da manhã, best-seller do New York Times, apresenta a primeira descrição completa da produção de Bonequinha de luxo. O autor traça o perfil de personagens fascinantes e desvenda detalhes pouco conhecidos pelo público. Truman Capote, por exemplo, autor da novela que deu origem ao roteiro, queria Marilyn Monroe para o papel principal. O diretor Blake Edwards foi responsável por boa parte do humor do filme. Audrey enfrentava o dilema de conciliar as tarefas de uma grande estrela de cinema com o papel de mãe. Edith Head, a figurinista da Paramount, teve de engolir a escolha dos vestidos de Givenchy... Escrito com humor, charme e elegância, o livro revela uma mudança cultural definitiva e transporta o leitor para a Nova York dos anos 1960.

Um pequeno e fascinante livro. Tão bem talhado quanto aquele tipo de pretinho básico que Bonequinha de luxo tornou famoso. New York Times

268pp, ilustrado Nas livrarias: 15 de setembro R$39 e-book: R$28


SAM WASSON estudou cinema na Wesleyan University e na School of Cinematic Arts, University of Southern California. É autor de A Splurch in the Kisser, sobre os trinta anos de carreira de Blake Edwards, diretor de Bonequinha de luxo. Escreveu artigos sobre cinema para diversas publicações, como Variety e Wall Street Journal. Vive em Los Angeles e Nova York.

A abordagem de Wasson é cheia de vida e atrevimento. Wall Street Journal

ENTREVISTA EXCLUSIVA – SAM WASSON

ENTRE O ERÓTICO E O AMOR À MODA ANTIGA Autor resgata histórias da comédia romântica que comemora 50 anos Sam Wasson ficou impressionado ao constatar que um marco como Bonequinha de luxo tivesse inspirado pouquíssimos estudos e tomou para si a responsabilidade de escrever sobre ele. Nesta entrevista, ele fala sobre personagens dessa história. Você acredita que a imagem de Audrey Hepburn no cartaz de Bonequinha de luxo, ao mesmo tempo elegante e irreverente, é revolucionária para a mulher daquela época? Sexo e cigarros têm sido usados para vender filmes desde que existem filmes para serem vendidos. O que é significante sobre o pôster, como escrevi no livro, é a forma como (bastante inteligentemente) realça o apelo erótico de Audrey e, ao mesmo tempo, um beijo no fundo tranquiliza o público com um amor à moda antiga. Sua pesquisa sobre Blake Edwards (diretor do filme) ocorreu antes da ideia de escrever sobre Bonequinha de luxo? Sim, meu livro A Splurch in the Kisser: The movies of Blake Edwards foi um impulsionador natural de Quinta Avenida. Pesquisando para o livro, fiquei surpreso com o fato de que não havia muito o que ler sobre o filme, a comédia romântica mais amada de todos os tempos. Então, percebi que poderia me dedicar a isso. Durante a pesquisa, descobri um drama com personagens fabulosos, uma história não apenas sobre um filme divisor de águas, mas sobre um momento marcante na cultura americana.

Em www.zahar.com.br, a íntegra da entrevista exclusiva com Sam Wasson

CURIOSIDADES: • O filme estreou há 50 anos, no dia 5 de outubro de 1961, no Radio City Music Hall, em Nova York. • A produção de Bonequinha de luxo foi tão atribulada que o filme quase não saiu. • Audrey Hepburn quase recusou o papel, os censores estavam brigando com o roteiro e o estúdio queria cortar a música-tema, “Moon River”, de Henry Mancini. • O diretor Blake Edwards chegou a filmar dois finais diferentes. Cena do clássico Bonequinha de luxo


Stephen L. Macknik e Susana Martinez-Conde

TRUQUES DA MENTE

O que a mágica revela sobre o nosso cérebro POR TRÁS DA ILUSÃO Fundadores da neurociência da mágica mostram como a mente humana é vulnerável ao engano Os mágicos tiram coelhos da cartola, serram pessoas ao meio e fazem moedas se materializarem. Para desvendar os mistérios desse mundo intrigante, os neurocientistas Stephen L. Macknik e Susana Martinez-Conde, fundadores da neurociência da mágica, mostram que os seres humanos têm uma estrutura de consciência e atenção facilmente penetrável. E é justamente a partir dessas propriedades intrínsecas da mente humana que os ilusionistas trabalham.

320pp, ilustrado Nas livrarias: 15 de setembro R$42 e-book: R$29,50

Truques da mente é o resultado da pesquisa feita pelos autores, ao longo de vários anos, sobre o ilusionismo e o modo como os antigos princípios do mundo da mágica podem agora ser explicados pelas mais recentes descobertas da neurociência cognitiva. Mágicos revelam suas técnicas e os segredos por trás dos truques e, desta forma, ensinam muito sobre o funcionamento do nosso cérebro.

Esse livro dá aos que não são mágicos uma visão íntima dos verdadeiros segredos do ilusionismo. Stephen L. Macknik e Susana Martinez-Conde revelam o saber real guardado com zelo por todos os grandes artistas. Mac King, principal atração do Hotel Harrah’s Las Vegas

STEPHEN L. MACKNIK, diretor do Laboratório de Neurofisiologia Comportamental do Instituto Barrow de Neurologia, no Arizona, e SUSANA MARTINEZ-CONDE, diretora do Laboratório de Neurociência Visual do mesmo instituto, são membros da Academia de Artes Mágicas (também conhecida como Castelo Mágico, em Hollywood), do Círculo Mágico (no Reino Unido), da Sociedade de Mágicos Norte-Americanos e da Confraria Internacional dos Mágicos. No site da Zahar, entrevista exclusiva com os dois autores


Zahar na Bienal

Dois autores da editora estarão na XV Bienal do Livro de 1 a 11 de setembro, no Riocentro, Rio de Janeiro. Veja os horários e temas de suas palestras.

Lisa Sanders

Palestra: Do sintoma ao drama (com Francisco Daudt) 4/09 - às 18h30

Marcio Fernandes

Leonard Mlodinow

autor de O andar do bêbado

Palestra: A necessidade do acaso (com Nilton Bonder) 8/09 - às 20h

Mais vendidos Janeiro a julho

1. Cleópatra, de Stacy Schiff 2. Alice, de Lewis Carroll 3. Contos de Fadas, de Perrault, Grimm, Andersen & outros 4. O andar do bêbado, de Leonard Mlodinow 5. Cultura: Um conceito antropológico, de Roque de Barros Laraia 6. Incríveis passatempos matemáticos, de Ian Stewart 7. Amor líquido, de Zygmunt Bauman 8. Iniciação à história da filosofia, de Danilo Marcondes 9. A Onda, de Susan Casey 10. 44 cartas do mundo líquido moderno, de Zygmunt Bauman

Ben Stechschulte

autora de Todo paciente tem uma história para contar


Remetente ZAHAR rua Marquês de São Vicente 99 – 1º andar, Gávea 22451-041 Rio de Janeiro, RJ

ZAHAR

#4

AGO-SET 2011

QUINTA AVENIDA, 5 DA MANHÃ: Os bastidores de Bonequinha de luxo OS DENTES DO DIABO Aventura surpreendente entre tubarões


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