Cenário
O preço da qualidade de vida Di Cavalcanti, pintor brasileiro
ameaçado. Mesmo com promessa de benefícios sociais, é impossível calcular o preço da qualidade de vida. Por isso, a necessidade de provas concretas demonstrando segurança ambiental. A intenção da atual gestão
em rotular Motuca como “Cidade da Agroecologia”, projeto que está em andamento, além da iniciativa em conquistar o Certificado Município Verde Azul, emitido pelo governo estadual, certamente serão prejudicadas se a instalação da empresa se
concretizar e trouxer danos ambientais. Ambos os trabalhos buscam o desenvolvimento sustentável, conceito moderno de administração que proporciona progresso de forma ética e responsável. Da mesma forma, o governo deve intensificar a busca pela qualidade de vida a partir de políticas públicas. O município precisa plantar mais árvores, destinar corretamente os resíduos sólidos (incluindo os materiais recicláveis), controlar a população de animais domésticos, melhorar a qualidade da água na cidade e no meio rural, além de muitas outras iniciativas benéficas à população. Para alcançar tais propósitos, é fundamental que seja restabelecida a harmonia entre os poderes. O diálogo, elemento básico de uma discussão sadia, está perdendo espaço para agressões verbais. A política, como se sabe, é a arte do convencimento. Pressões para aprovar projetos prejudicam o ambiente democrático e atrapalham o desenvolvimento da cidade. Não há motivos para decisões precipitadas, pois novas empresas estão chegando e indústrias da região estão acolhendo trabalhadores de Motuca. Ninguém discorda que vale a pena apostar na geração de empregos, desde que realmente sejam certos e seguros.
Arquivo
A autorização de doação da área pelo legislativo não significaria que a empresa Renovare iria atuar no município. O empresário teria, ainda, que demonstrar competência técnica para lidar com substâncias poluentes à CETESB. Em Araraquara, no ano passado, não demonstrou. O principal problema é com relação ao odor exalado pela atividade, considerado “insuportável” e de difícil controle pelo gerente do órgão. Vale a pena, então, apostar em algo tão incerto e inseguro? Os argumentos do prefeito municipal ressaltando a necessidade de emprego e renda e as explicações do dono da empresa não foram suficientes para convencer os vereadores a realizarem a autorização. Até mesmo aliados demonstraram preocupação e foram contra o projeto da forma como foi tramitado, ou seja, em regime de urgência, sem tempo para um estudo adequado sobre a empresa. A posição dos legisladores, que cumpriram legitimamente a função, foi contestada pelo prefeito, que ameaçou doar a área por decreto. Temas polêmicos como este devem ser tratados com cautela, a partir de ampla discussão, já que afetam a rotina da sociedade. Apopulação não quer conviver com um cheiro desagradável e ter seu meio ambiente
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EXPEDIENTE Jornalista: Jairo Figueiredo Falvo, MTB 44.652/SP Repórter: Gabriela Marques Luiz Conselho Editorial: Fábio de Mello Falvo, Maria Angélica dos S. Mendes, Jairo Falvo Colaboradores: Gerson Donini de Lima, Milena Fascinelli, Mércia Fabrício Tiragem: 1.000 exemplares Circulação: Motuca Impressão: Jornal Folha da Cidade - Araraquara Telefone: 16 3348 11 85 - 8141 9125 e-mail: cenarioregional@gmail.com CNPJ: 07.650.710/0001-06
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Vereador pede novo espaço para o projeto de Motuca
Benefícios sociais e ambientais da coleta seletiva compensam custos financeiros Se observasse apenas o lado econômico, certamente Corumbataí, a 140 Km de Motuca, não teria implantado o programa de coleta seletiva, reconhecido no ano passado como o melhor do estado de São Paulo pelo projeto Município Verde Azul, da Secretaria estadual do Meio Ambiente. O custo financeiro, no entanto, é compensado pelos benefícios ambientais e sociais proporcionados pela iniciativa, criada há dezesseis anos, e que atinge quase 100% do município com pouco mais de 4 mil habitantes. Ao contrário de outros programas municipais, que optam pelo incentivo à criação de cooperativa de catadores, em Corumbataí o trabalho é realizado pela própria prefeitura, que contratou funcionários específicos para atividade. São três na área de separação dos resí-
Lucilene: coordenadora do projeto
Balde e saco de ráfia entregues gratuitamente à população
Jairo Falvo
Corumbataí, a 140 km de Motuca, ganhou em qualidade de vida após iniciativa, considerada modelo
O vereador Marcilaqui da Silva reivindica junto ao executivo municipal um espaço maior para o programa de coleta seletiva de Motuca. “Não é possível realizar um bom trabalho onde estão, pois fica muito lixo acumulado”, aponta. O banheiro que estava danificado foi consertado recentemente. A insta-
lação de energia elétrica, fator necessário para a obtenção de uma prensa fornecida por um parceiro das integrantes, ainda não foi realizada. A prefeitura alega dificuldades em razão da localização e promete realizar as melhorias assim que adquirir outro prédio.
“Responsabilidade é de todos” Moradora observa que todos os envolvidos na coleta devem fazer sua parte
Ao contrário de outras cidades, trabalho é realizado pela própria prefeitura
duos e sete na coleta de rua, com salários que variam de R$ 600 a R$ 700. Além da folha salarial, a prefeitura também custeia um kit para a coleta contendo um balde e um saco de ráfia, nos valores de R$ 7 e R$ 3 respectivamente, que são distribuídos gratuitamente aos moradores. Nos baldes devem ser colocados os produtos descartáveis, recolhidos três vezes na semana. Já nos sacos de ráfia, devem ser depositados os materiais recicláveis, coletados uma vez por semana. A prefeitura também disponibiliza um prédio e um veículo para o programa. “Nossa coleta de sete toneladas mensais em média não cobre 10% dos custos”, aponta a coordenadora Lucilene de Aquino. “Mas a proposta principal é melhorar a qualidade de vida da população, pois a partir da atitude dos moradores de separar o lixo, evita-se a contaminação do meio ambiente, além de trabalharmos a consciência deles”, completa Luciene, que ressalta outros benefícios como aumento na vida útil do aterro e geração de emprego e renda aos participantes.
Uma das principais estratégias no início do programa foi realizar um trabalho de educação nas escolas. “As mudanças conseguem chegar com mais facilidade na comunidade pelos jovens, pois os adultos são mais resistentes”, revela a coordenadora. Atualmente, segundo ela, a população de maneira geral já incorporou o hábito de separar corretamente o lixo. “Alguns moradores nos relatam que observam vários erros nas casas de parentes de outras localidades e passam a orientá-los”. Interesse político
De acordo com Luciene, que entrou na coordenação logo após o início do projeto, a manutenção de uma pessoa responsável diretamente pelas atividades é um dos pontos fundamentais para a obtenção de resultados. “A gente sabe que as alternâncias de governos acarretam em mudanças de ‘panelas’ e de interesses, mas o programa deve estar acima disso”. Outro fator apontado pela coordenadora é o interesse político. “A prefeitura tem que observar a coleta seletiva como um ganho social e ambiental. Se ela não investir, as coisas não andam”, finaliza.
A professora Sueli dos Santos, moradora do Jardim Nova Motuca, observa que a coleta seletiva é de responsabilidade de todos os envolvidos: prefeitura, integrantes do programa e população. “É muito importante que haja uma união, pois é um projeto social muito importante para a cidade”, aponta. Ela conta que desde o início separa os materiais recicláveis, mas que ultimamente
observa problemas na coleta. “Recentemente, as integrantes ficaram mais de um mês sem passar na minha casa. Conversei com uma delas e liguei na prefeitura e ficaram de resolver”, relata. Na opinião de Sueli, é possível que a coleta seja ampliada e realizada em todas as residências, “mas é preciso que a prefeitura realize um planejamento adequado e estruture o projeto”, finaliza.
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Projeto de doação de área para empresa poluente pode ser votado nesta segunda
Vereador Spinelli pede para prefeito pensar antes de decidir
Vereadores já adiaram votação em razão da falta de conhecimento sobre a atividade
O vereador José Carlos Spinelli, em discurso na tribuna, pediu que o prefeito pensasse “três vezes antes de decidir pela vinda da empresa, que pode ser prejudicial aos munícipes e ao município em geral”, pronunciou. Spinelli afirma ser favorável à geração de empregos, “mas que sejam saudáveis e não prejudiquem nossa qualidade de vida”. Já o vereador José Aguinaldo dos Santos considera necessário
so e com bastante discussão, os legisladores decidiram tirar o projeto da pauta. A iniciativa foi contestada pelo prefeito, que ameaçou doar o terreno por decreto.
Reunião antes da sessão na Câmara foi realizada em clima tenso
A doação de terreno no distrito industrial, medindo cerca de 4.600 m2, à Renovare Tratamento de Resíduos Ltda, que lida com materiais poluentes, pode ser votada na próxima sessão ordinária da Câmara, na próxima segunda (3), caso o executivo não retire o projeto da pauta. Os vereadores já adiaram a votação na última sessão (19). Foi aprovado requerimento solicitando mais tempo para discussão, em virtude dos potenciais prejuízos à população gerados pela atividade da empresa, que já tentou se instalar em Araraquara no ano passado, mas não recebeu licença prévia da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) por não apresentar um planejamento confiável de segurança ambiental. O projeto chegou aos vereadores na quarta (14), para ser votado em regime de urgência na sessão extraordinária realizada no dia seguinte (15). “No texto constava apenas que a empresa atuava no ramo de tratamento de resíduos. Procurei mais informações e descobri que a atividade poderia ocasionar sérios prejuízos à população, por exalar um odor muito for-
te”, relata o vereador Renato Luis Rateiro, que após as revelações, enviou ofício ao prefeito municipal para que convocasse o empresário na Câmara. Em razão da reunião com os vereadores, marcada para sexta (16), o projeto não foi discutido na sessão extraordinária. “O empresário foi honesto, mas não nos convenceu que a atividade seria segura”, relata Rateiro, que afirma ser favorável a vinda da empresa, “desde que não prejudique a qualidade de vida da população”. O vereador, então, solicitou ao empresário laudo de impacto ambiental. Mesmo com os vereadores reivindicando um prazo maior para conhecer os problemas decorrentes da atividade da empresa, o prefeito João Ricardo Fascineli decidiu colocar em votação o projeto na sessão ordinária realizada no dia 19. Ele alegou necessidade de geração de emprego e renda. A empresa afirmou que o número de cargos oferecidos inicialmente poderia chegar a dez. Pouco antes da plenária, o prefeito levou o empresário à Câmara e reuniu-se com os vereadores para convencê-los a aprovar a doação. Num clima ten-
Moradores temem perda da qualidade de vida A empresária Silvia Regina Gomes de Freitas diz ser contra o projeto. “Temos que pensar no meio ambiente, pensar no futuro de nossos filhos e netos, lutar por uma cidade saudável”. Em sua opinião, é fundamental o progresso e a criação de empregos, “desde que não prejudique a população”, destaca. Já o mecânico José Roberto Legramandi considera a vinda da empresa um marco negativo para
Motuca. “Temos exemplos de cidades que cederam espaço para empresas como esta e prejudicaram de forma irreversível seus rios, pois elas não possuem tratamento adequado da água”. Segundo ele, não está sendo observado o interesse da sociedade. “É preciso dar mais tempo aos vereadores, pois que seja mil empregos, se prejudicar a população não é viável”, finaliza.
Lei orgânica De acordo com o presidente do legislativo, José Carlos Francisco de Arruda, a decisão da Câmara está amparada na lei orgânica do município, que determina um estudo aprofundado antes da instalação de empresas que podem prejudicar o meio ambiente. “Temos que ter cautela e decidir a partir de critérios, para não fazermos nada desesperado e sem consciência”, aponta. O presidente criticou a forma como o prefeito tramita os trabalhos na Câmara. “Pressões para aprovar projetos, muitas vezes sem análises adequadas, vêm sendo feitas constantemente”, afirma. O secretário de desenvolvimento econômico, agricultura e meio ambiente, Jair dos Santos, revela que, apesar da polêmica gerada pelo assunto, não está descartada a vinda da empresa. “Há possibilidade de ser montada desde que o empresário emita laudo técnico elaborado pela CETESB demonstrando que não haverá prejuízos para a população”. Santos, cuja pasta coordena a implantação do projeto “Motuca, cidade da Agroecologia”, para o desenvolvimento sustentável rural do município, afirma ser contra a instalação, caso a empresa realmente prejudique o meio ambiente.
o parecer da CESTESB, “mas para isso é preciso ter a estrutura iniciada”, conta. Segundo ele, o órgão não autorizou o funcionamento em Araraquara em razão de várias moradias terem sido construídas próximas à empresa. “O empresário frisou que os problemas ambientais, como o forte cheiro, serão aperfeiçoados com o tempo”. Todos os demais vereadores demonstraram preocupação e pediram mais tempo para conhecer a atividade.
Cheiro pode ser insuportável, afirma gerente da CETESB Empresário não comprovou segurança ambiental em Araraquara
“O principal problema é com relação ao cheiro, que pode ser insuportável”, afirma o gerente José Jorge Guimarães, da agência de Araraquara, que não emitiu licença prévia para empresa Renovare. “O destino dos outros resíduos poluentes como a borra que sobra do rerrefino, pode até ser solucionada, mas as substâncias odoríferas, que são produzidas em grande monta, não foi apresentado um plano confiável”. Ele revela que o empresário não comprovou o controle da matéria prima que seria tratada em área residencial. “Isso não significa que a empresa não pode funcionar”, explica. “Se cumprisse todas as exigências, como a gerência correta das substâncias e a apresentação de um local adequado para atividade, poderia receber a licença, mas não fez”. O gerente geral Amauri da Silva Moreira, da CETESB de Jaboticabal, responsável pela regulamentação ambiental de Motuca, explica que existem três licenças emitidas pelo órgão: prévia, de instalação e de operação. “A empresa tem que passar por este gargalo para poder funcionar”.
Segundo Moreira, são realizados estudos de impacto ambiental a partir do levantamento de informações. “Às vezes, mesmo que traga benefícios sociais, gerando muitos empregos, não compensa pelos prejuízos ambientais”, ressalta. “Por isso é preciso ter cautela, porque para corrigir o erro depois é complicado”, finaliza. Óleo de navio
A empresa Renovare foi constituída em 2009 para realizar rerrefino de óleo utilizado em navios. A partir de processos químicos, a água do mar, assim como outras impurezas, são separadas, fazendo com que o produto final possa ser reaproveitado. A água salgada e a borra, sobras do processo, devem ser destinadas para um local adequado, por serem prejudiciais ao meio ambiente.
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Motuca disponibilizará sinal gratuito de internet Sistema, ainda sem data para liberação, abrangerá inicialmente área urbana
A prefeitura municipal disponibilizará sinal de internet com velocidade de até 64 kbps gratuitamente à população da área urbana. O início do envio ainda não foi divulgado. Para a área rural, a implantação do sistema wireless (internet sem fio) será realizada de forma gradativa. Qualquer morador do município pode requerer o sinal, que será direcionado tanto para residências como comércios
e indústrias. É necessário, no entanto, possuir equipamentos como antena, decodificador, além de microcomputador com capacidade de processamento adequada. Os interessados devem realizar cadastro de adesão no prédio da prefeitura em data ainda a ser determinada. O projeto foi aprovado na câmara, na sessão realizada no dia cinco de abril.
Câmara aprova criação de cargos A Câmara Municipal aprovou por unanimidade no último dia cinco de abril projeto do executivo que cria mais seis empregos de comissão, que poderão ser preenchidos por até onze funcionários, além de mais uma vaga do concurso público 01/09, realizado em maio do ano passado. O prefeito justificou necessidade de mais um profissional da área para o projeto de internet gratuita. O concurso público 01/09 gerou polêmica em razão de denún-
cia de nepotismo e erros de digitação dos gabaritos pela empresa Asseconp, de Ribeirão Preto, realizadora do evento. Aprova de analista de suporte teve 44 retificações. O ministério público investigou o concurso e arquivou as denúncias por falta de provas.
Anuncie e deixe sua marca em evidência
Perímetro urbano do município é ampliado O perímetro urbano de Motuca foi ampliado em aproximadamente cinco alqueires, após decisão unânime dos legisladores municipais na sessão realizada no dia cinco de abril. De acordo com a prefeitura, a iniciativa era necessária para a adequação do terreno próximo à Área de Lazer ao projeto “Minha Casa, Minha Vida”, pelo qual serão construídas 30 moradias. O perímetro urbano passa agora para 64,7044 alqueires.
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Motuca enfrenta epidemia de dengue Município já possui 16 casos confirmados e intensifica combate à procriação do mosquito transmissor Motuca passa por sua segunda epidemia de dengue, com dezesseis casos confirmados. Outras onze pessoas com suspeita da doença aguardam resultados do exame. Em 2001, quando o município enfrentou sua primeira epidemia, 20 moradores foram infectados. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera estado epidêmico quando existem três casos para cada mil habitantes.
Em razão do aumento nos casos, a equipe de Saúde intensificou o combate à procriação do mosquito Aedes Aegypti. Além da continuidade no trabalho para encontrar criadouros, todas as residências do município estão sendo pulverizadas com inseticida. A diminuição da umidade e do calor não evitou o aumento do contágio da doença, como era esperado pelas autoridades. “A gen-
Empresa de Matão solicitou construção de um barracão Protocolo endereçado pelo prefeito comprova interesse da indústria Ao contrário do que noticiou o Cenário, na edição impressa nº 18, de março deste ano, na matéria localizada na página 4, a empresa Antoniosi Tecnologia Agroindustrial, de Matão, solicitou a construção de um barracão de 1.200 m2 para a prefeitura de Motuca, em 1999, conforme protocolo endereçado pelo prefeito municipal João Ricardo Fascineli ao jornal. Com sete empregados na época, a in-
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dústria declarou no documento necessidade de outro espaço em razão de potencialidade de crescimento. A informação sobre o desconhecimento da instalação da empresa foi emitida pela funcionária do departamento de suprimentos, em entrevista por email ao repórter do Cenário, que não confrontou a informação com o protocolo na prefeitura.
te não acreditava que ia ter tantas transmissões nesta época”, relata a enfermeira Laís Cristina Gasparini, que orienta os moradores que apresentem sintomas como febre alta, cansaço, dor muscular e vermelhidão no corpo a procurarem as Unidades Básicas de Saúde do município ou do assentamento.
Pessoas de 20 a 29 anos ainda podem se vacinar contra a influenza A H1N1 A Secretaria de Saúde ampliou o prazo de vacinação contra influenza A H1N1 para pessoas de 20 a 29 anos, que devem se dirigir à Unidade Básica de Saúde, das 8h às 17h e, para os que trabalham, até as 21h. No dia 8 (sábado), será o dia “D” para esta faixa etária. No último dia 24 iniciou a campanha para pessoas com mais de 60 anos.
Empresas iniciam atividades em Motuca As empresas Destro e Destro, do ramo de metalurgia, e Zero 3 Camisaria, da área têxtil, iniciaram, neste mês, suas atividades em Motuca, após acerto com a prefeitura, que cedeu respectivamente o espaço da antiga loja JN e o barracão onde estava instalada a Tech Inox, no distrito industrial. Ambas vieram de Matão. A Destro e Destro atende principalmente o mercado sucroalcooleiro e citricola, na fabricação e reforma de transbordos. Atualmente, possui quatro funcionários de Matão e sete de Motuca. “Nossa intenção é chegar a 20
neste primeiro ano”, aponta o empresário Claudinei Destro. Segundo ele, inicialmente, a atividade será direcionada para a reforma de transbordos. A empresária Mayra Alexandra Macedo, da Zero 3 Camisaria, há três anos no mercado, revela estar empolgada com o empreendimento. “Gostei muito da cidade e minha intenção é crescer aqui”, diz. Com cerca de dez funcionários atualmente, ela revela a intenção de chegar a 50 no primeiro ano. “Temos demanda e várias empresas como parceiras”, finaliza.
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Índios estão preocupados em preservar a cultura
Chefe Guerra (terceiro à esquerda), praticante há 22 anos, junto com sua tropa
Cacique da etnia Kuikuro fala sobre trabalho de documentação cinematográfica realizada em sua tribo
Ugá esteve em Motuca com a mulher e os três filhos
“Quando Karlo chegou à aldeia, todos ficaram com medo e fugiram para a floresta. Meu avô era o cacique na época. Juntamente
com sua mulher, resolveu ficar e enfrentar o que considerava uma ameaça. Com mensagens de paz e demonstrações de carinho, Karlo conquistou meu avô, que logo pediu a sua mulher para chamar todos os índios que estavam escondidos para dar boas-vindas ao novo amigo de pele branca”, relata Ugá Kuikuro, que visitou Motuca neste mês, juntamente com a esposa e os três filhos. Karlo, na verdade, é o etnólogo alemão Karl Von den Steinen, primeiro homem branco que explorou o Alto do rio Xingu, no Mato Grosso, região onde estão localizadas 14 etnias indígenas, entre elas a Kuikuro. Este foi apenas o primeiro de vários contatos da tribo com a nossa civilização. Mortes por epidemias, principalmente de gripe e sarampo, foram as primeiras conseqüências desta aproximação. Depois, com o decorrer do tempo, a inevitável influência dos costumes do homem branco na vida dos índios. Além do tradicional arco e flecha, a caça ao macaco prego e ao pássaro chamado mutum, cujas carnes são apreciadas por eles, também passaram a ser realizadas com espingardas. O futebol é tão praticado atualmente quanto a tradicional luta uka uka, realizada para contemplar os espíritos dos índios guerreiros. Ainda que continuem a cultivar mandioca para a fabrica-
ção da guloseima denominada beiju, muitos dos alimentos consumidos na aldeia são comprados nas cidades próximas, assim como roupas, equipamentos eletrônicos e veículos automotivos. Preocupados em preservar os costumes, há poucos anos os kuikuros, com a ajuda da Fundação Nacional dos Índios (FUNAI), criaram uma associação com a finalidade de registrar danças, rituais e história oral, gravadas com câmeras pelos próprios índios. As filmagens são transformadas em pequenos documentários e guardadas em um centro cultural na aldeia, onde estão disponíveis aos que queiram assisti-los. O cacique Ugá Kuikuro visitou Motuca a convite do amigo José Luiz de Laurentiz Sobrinho, agricultor do município, cuja propriedade em Mato Grosso está localizada próxima a aldeia.Aproveitando as comemorações do dia do índio (19/04), ele foi às escolas da cidade levar um pouco de sua cultura aos estudantes. Também vendeu artesanatos na praça central e participou de algumas festividades na região. Ugá relata que gostou de Motuca, “uma cidade pequena com um pessoal bacana”, mas diz que não se acostumaria morar aqui. “A vida é muito diferente, a gente tem que pagar tudo. Na aldeia não usamos dinheiro, quando a gente quer alguma coisa, a gente troca”, conclui o cacique, revelando um dos poucos costumes do homem branco que ainda não chegou até eles.
Escoteiros numa aventura pela selva Engeheiro agrônomo que trabalha em Motuca escreve livro sobre os valores tradicionais do movimento No final da década de 40, um avião que transportava vários grupos de escoteiros brasileiros à Venezuela, que iriam participar do Jamboree (encontro mundial de escoteiros) cai na floresta amazônica, entre os rios Urubu e Uatumã, tirando a vida de 25 ocupantes. Apenas um chefe sobreviveu à tragédia, mas com graves ferimentos. Os outros remanescentes, todos jovens, passam então meses na selva lutando pela vida a partir dos ensinamentos do escotismo, movimento idealizado pelo militar inglês Baden Powel. Frio, doenças e animais perigosos são alguns dos desafios, que revelam o caráter e a destreza de cada personagem. A história, narrada por um dos sobreviventes, já idoso, ao seu neto, está no livro “O Código de Honra”, do escritor Alexandre Guerra, engenheiro agrônomo que trabalha desde dezembro no projeto para a implantação da usina de biodiesel em Motuca e praticante do escotismo há 22 anos. “A literatura sobre o tema é muito pobre no Brasil, por isso resolvi escrever este livro”, explica o autor, que levou dois anos para concluí-lo. Nesta sua primeira publicação, Guerra enaltece os valores tradicionais do movimento que, segundo ele, se perderam com o tempo. O livro também apresenta algumas lendas do escotismo oriundas de Botucatu, cidade natal do autor, onde o movimento possui grande expressão. Foi lá que ele ingressou na prática, em
1988, aos 14 anos, sob influência do avô, que foi diretor de um grupo em 1973. “Naquele tempo não existia bombeiro e os escoteiros ajudavam a polícia a apagar o fogo”, conta. A publicação foi lançada no último dia três de abril, data que coincidiu com um encontro marcado há 21 anos com antigos companheiros de seu primeiro grupo de escoteiros. “Cada um colocou algum pertence como anel, estrela ou flor de liz numa sacola, depois guardamos e agendamos uma reunião futura”, relata. “Com o decorrer do tempo, nos distanciamos, mas a amizade sempre se manteve forte”. Depois de saber da iniciativa, três dos antigos companheiros decidiram patrocinar o livro. Atualmente, Guerra é chefe do “Clube dos Escoteiros Meninos do Brasil”, projeto social realizado desde 2.006 em um bairro pobre de Botucatu com a finalidade de afastar crianças das drogas. “Neste tempo de atuação já percebemos uma transformação muito grande no lugar”. Outra ideia sua é criar uma escola com aprendizado focado nos valores do movimento. “O escotismo busca formar homens honrados, cujas palavras valem mais que as próprias vidas”, finaliza.
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Monte Alegre “A” torna-se bicampeão municipal Equipe começou mal o campeonato, ficando com a última vaga para a semifinal, mas se recuperou e levantou a taça “Anselmo Maine” “Todos os jogadores estão de parabéns, mas faltou sorte nos pênaltis”. A equipe Kawaka, terceira colocada no campeonato, terminou a primeira fase em 1º lugar, de forma invicta, com cinco vitórias e um empate. “Nosso time tinha condições de ser campeão, mas faltou tranqüilidade”, aponta o atacante Mauricio Gomes de Souza, que terminou como artilheiro da competição com 12 gols. Troféu Anselmo Maine
Goleiro defende último pênalti cobrado por jogador da equipe Olho D’água na final do campeonato Gabriela Marques Luiz Jairo Falvo
O Monte Alegre “A” conquistou o bicampeonato municipal, ao vencer nos pênaltis a equipe do Olho D’água no último dia 18, no estádio da área de lazer. O jogo, bastante truncado e com poucas chances de gol, terminou empatado em 0 x 0 no tempo normal. Este
é o terceiro título municipal da equipe, que também levantou a taça no ano passado. O time campeão começou mal o campeonato e quase não se classifica para a semifinal, ficando com a última vaga, na 4º colocação. “Faltou entrosamento no início, pois trocamos cinco peças em relação ao time do ano passado”, justifica o técnico Eliseu Ferreira da Silva. Para o meio de campo Dou-
glas Cleber Virginia, de Matão, que já integrou times profissionais como Ponte Preta e Figueirense, faltou confiança no começo. “Nos perdemos nas primeiras partidas e demoramos para nos encontrar”, relata. O técnico Valdevino Alves de Araujo (Divo), do Olho D’água, lamenta a perda do título, mas exalta a atuação da equipe, que terminou em 3º na fase de classificação.
Vôlei vence na primeira rodada da Liga de Orlândia O vôlei masculino de Motuca venceu a primeira rodada da Liga Pró-Voleibol de Orlândia, contra Altinópolis, no último dia 25, no Ginásio de Esportes de Motuca. Na categoria Infanto, a equipe venceu por 3x0, não dando nem chance para o adversário. Na categoria sub-21, o jogo foi emocionante. Perdendo para Altinópolis por 2x1,
a equipe de Motuca se recuperou e venceu o adversário no tie-break, por 3x2. O próximo rival é Guaíra, dia 9 de maio, na casa do rival. Lá, Motuca jogará em três categorias: infantil, infanto e sub-21, todos masculinas. Na última edição da competição, Motuca foi vice-campeã na
categoria Infanto, após chegar invicto na final. Na Liga de Orlândia, o vôlei masculino da cidade se destaca por sempre conseguir bons resultados. Segundo o técnico de Motuca, Rodolpho Milani, a equipe está mais forte e já tem os objetivos definidos. “A nossa expectativa é brigar pelo campeonato mais uma vez’, garante. G. M.L
Motuca enfrenta Stephany pelo Campeonato de Futebol Veterano
Futsal feminino vence, mas não disputa final
A equipe de futebol veterano de Motuca enfrenta Stephany pelo 9º Campeonato de Futebol Mini Campo Veterano, de Jaboticabal, no próximo sábado (1), na cidade sede da competição. Na última rodada, realizada dia 24, Motuca empatou em 3x3 com a Prefeitura. G. M.L
A equipe de futsal feminino de Motuca venceu a segunda partida contra Matão, por 3x1, na Liga Araraquarense, no último dia 17, mas não garantiu uma vaga na final. No primeiro jogo, Motuca perdeu por 8x3 e precisava ganhar de seis gols de diferença para chegar à final. Com a derrota, a equipe disputará o terceiro lugar da competição na qual foi vice-campeã em 2009. G. M.L
Os vencedores receberam o troféu ‘Anselmo Maine’, em homenagem a um dos moradores mais influentes na história do esporte de Motuca. “Ele doou ao futebol de Motuca o antigo campo, que já foi palco de diversos campeonatos na história do município, além de ter ajudado várias gerações de atletas”, relata o chefe de esporte Sidnei Ferreira.