cenário 75ª edição março 2015

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JORNAL CENÁRIO • Informar para Transformar • Notícias de Motuca • Um serviço de utilidade pública • Periodicidade mensal • Motuca SP, 28 de Fevereiro de 2015

JORNAL CENÁRIO • Notícias de Motuca • Um serviço de utilidade pública • Periodicidade mensal • Motuca SP, 30 de Março de 2015 • • R$ 2,50 R$ 2,50 Ano 9 • Edição nº 74 Ano 9 • Edição nº 75

DENGUE BOLA ROLANDO

Com dois casos confirmados, Teveaumenta início neste mês o Secretaria rigor Campeonato Municipal de Futebol no trabalho de combate a com dengue.Amador Página 7 a participação de 8 equipes. Página 15

MAIS VERDE CRUELDADE

Plantio de mudas na cidade contribui com melhorias Animais voltam a ser vítimas na qualidade dena vida da de envenenamento cidade. população Página 7 Página 14

É CAMPEÃO! NOVA CARA

Equipe Genoveva, de Araraquara, Cenário inaugura nestavence Campeonato edição novo projeto Municipal de Futebol gráfico. Página 8 . Página 15

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EDITORIAL EDITORIAL

Marçode 2015

Por um merecido resgate histórico Há exatos 100 anos foi fundada em Motuca a primeira Colônia de japoneses organizada de forma independente no Brasil. Neste período, muito pouco foi feito para valorizar esta rica história. Diferentes gerações e governos praticamente ignoraram tal fato e a cidade deixou de aproveitar a oportunidade de tornar-se uma das referências sobre a vinda dos imigrantes ao país, dimensionando, com isso, sua imagem. A importância de Motuca é evidente. A primeira Colônia de Japoneses fundada no Brasil foi em Iguape, reconhecida, inclusive, por lei aprovada no Senado Federal, como a cidade berço da colonização japonesa no país. Nossa vizinha Guatapará, por ter sido o destino de trabalho dos primeiros japoneses que desembarcaram em 1908 no porto de Santos, é considerada o berço da imigração japonesa. Após certo período na Fa-

Desde a fundação da Colônia, pouco foi feito para destacar e ressaltar esse marco de Motuca zenda Guatapará, onde trabalharam principalmente na lavoura de café, quinze famílias que compunha um grupo de 60 imigrantes decidiram a alguns poucos quilômetros dali adquirir uma porção de terra para, com o próprio esforço e sem auxílio algum, fundar um próspero povoado, que permaneceu ativo por 53 anos, até 1968. A diferença com Iguape está justamente neste contexto. Lá, a colonização foi desenvolvida a partir de financiamento do governo e de empresas japonesas. Já em Motuca, foi realizada de forma independente. Kensuke Babá, filho de Sunao Babá, principal líder da Colônia, foi o principal defensor desta tese, reconhecida também em publicação da Associação Cultural Nipo Brasileira de Araraquara. Kensuke nasceu no povoado de Motuca, onde recebeu os primeiros ensinamentos das línguas portuguesa e japonesa, terminou os estudos no Japão e desempenhou de forma reconhecida a profissão de jornalista, cobrindo inclusive uma guerra. Desde a fundação da Colônia, pouco foi feito para destacar e ressaltar esse marco de Motuca. Infelizmente, por essa falta de atenção, muitos

fatos importantes se perderam. Temos, no entanto, a oportunidade de aproveitar que muitas pessoas que vivenciaram o período ainda estão presentes para oferecer sua contribuição a essa história. A comemoração neste mês do centenário de fundação do Núcleo Colonial Tókio de Motuca, realizado na escola Maria Luiza Malzoni Rocha Leite, dá início a uma série de ações que devem ser realizadas durante o ano. Entre elas, já foram anunciadas a implantação de projeto educacional na rede de ensino municipal, da inclusão da data no calendário oficial do município e da construção de um marco para tornar viva para sempre a importância de Motuca na imigração japonesa. Mais iniciativas podem ser realizadas com a participação da sociedade para aproveitarmos o momento e proporcionarmos um merecido resgate histórico.

SORTEIO CENÁRIO Assinante: Maria Isabel Th. de Aquino

Anunciante: Joel e Fernando

(ganhou um sofiolli de presunto e queijo oferecido pela Magno Massas

(ganhou uma pizza oferecida pela Lanchonete do Levi)

EXPEDIENTE

Jornalista: Jairo Figueiredo Falvo, MTB 44.652/SP Repórter: Gabriela Marques Luiz Colaboradores: Fábio Falvo, Milena Fascinelli, Ângela Santos, Irineu Ferreira, Gerson Lima, José de Carvalho, Carlos Alberto dos Santos, Geraldo Moreira Junior; Tiragem: 1.000 exemplares Circulação: Motuca-SP Contato: Tel.: 16 3348 11 85 - 99722 4608 e-mail: cenarioregional@gmail.com CNPJ: 07.650.710/0001-06 endereço: Av. Marcos Rogério dos Santos, 31, Centro, Motuca-SP - CEP: 14.835-000 - Impressão: O Imparcial, Araraquara-SP

16 - 3348 1185 cenarioregional @gmail.com


ARTIGO/ LEITOR

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“Ninguém está livre de escrever tolices; o imperdoável é querer aplausos.” (Autor desconhecido)

Irineu Ferreira (Neu)

A senhorinha do ônibus das 10h30 Por vício ou curiosidade, todo dia e no mesmo horário, a turma do dominó observa quem chega ou quem parte. É como na canção do Milton: “todos os dias é um vai-e-vem, a vida se repete na estação, tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai pra nunca mais...”. - Vocês viram? De novo a “senhorinha” está no ônibus das 10h30! - Vi, claro que eu vi, mas sei lá... É complicado, responde Marcos; Sempre que ela passa provoca esse frenesi todo. - Ela vai até Guariba, afirma Jonas. - Outro dia, quando ela passou em frente à obra do Dr. Francisco, um dos trabalhadores despencou do andaime. - Pudera, com aquele andar de Gabriela, comenta maliciosamente João Romão; - Notaram que ela só anda em trajes de domingo, casaquinho branco ou vermelho, é para provocar, observa Firmo; E os cabelos? Aquele crespo reluzente, deixando ver à nuca, toda asseada no pós-banho, cheirinho de manjericão. Nisso, de olhos fechados, a sonhar com o que não devia, o Firmino comenta: - Parece tímida. - Ao contrário, ela é atrevida, seu requebrado é pensado, ensaiado, é para fulano endoidecer, alguém retruca e essa fica sendo a conclusão de todos. Mas o Basílio, conhecedor da fama da Rita, provoca: - Marcos, há quanto tempo você não vê uma senhorinha que te faça perder a cabeça? Que te faça perder a noção de tudo, de tudo que está fazendo ou do que você é? - Você sabe que nada mexe mais com um punhado de homens do que ver uma mulher como essa, assim com esse jeito de Tieta. É a melhor coisa que pode acontecer e também a pior, pois você não é

Parte iI Talvez seja isso que a deixa irresistível mais dono de si mesmo. E, pensando bem, quem quer ser dono de si mesmo? E para quê? Como na novela, seria melhor escorraçá-la, só nos cabe então, apelar para Zé Esteves; uma pena que Santana do Agreste é muito longe. - Puxa Firmino, ainda bem que ela toma esse ônibus somente uma vez por semana. Já pensou se isso acontecesse todo dia? Acredito que o encontro deve acontecer em um lugar chique, jamais em uma espelunca qualquer. Já pensaram na hipótese de um caso idêntico ao do filme “A dama do lotação”? Um amor que teve início na infância, e que pode ter deixado algum trauma, tendo como única diferença o tipo de veículo, pois no filme o fato aconteceu em um micro-ônibus. Ou, alguém teria uma ideia quem seria o amante da fulana? - Se é que existe um... - Bem, na verdade, o que quero dizer é que existe. Melhor dizendo, pode existir um desejo de ter um amante, um projeto. - Mas, pera aí! Existe projeto de amante? - Ora, uma mulher a tomar um ônibus pode ser qualquer coisa. Pode ser que ele esteja indo para Córrego Rico ou para Barrinha. Acho que estamos impressionados com ela, afinal, não sabemos nada sobre quem é, e o que faz da vida. Só sabemos que é uma mulher incrível, e nossa cabeça pirou. - Droga, você truncou o jogo. Notaram que ela não olha para os lados, só fica no celular, não vê ninguém. É Indecifrável, mas parece ter a consciência tranquila; - Talvez seja isso que a deixa

irresistível. - E você, João Romão, não fala nada? Fica aí calado, não diz nada. É fundamental a tua observação, tuas considerações. Afinal, aqui você é o nosso Ernest Hemingway. Esse teu estilo, essa tua vida levemente “obscena”, tudo isso te dá credencial para opinar com segurança. O que você acha dela ficar o tempo todo olhando pro chão. Isso quando não está no celular. É normal? - Pode ser... Notaram que ela leva sempre consigo uma pasta. O que poderia haver dentro? - Talvez livros. Ou a contabilidade do marido. Carnês do Baú da Felicidade, sei lá. - Essa não. Não existe mais Baú. - Puxa, eu não sabia; mas, realmente a pasta é bem grande, só pode ser estudante de culinária. - É, acho isso bem mais provável. Olha, é melhor você baixar a tua pedra, é a tua vez. Fica aí pensando em obscenidades. Devia era cuidar mais da tua Rita. Dizem que ela é muito esperta. E que sabe de tudo. Certos encontros não são saudáveis, deveríamos todos parar de sonhar. Família, casa, emprego e esposa, isso é vida real. Encontros extraconjugais são puro desamor, é egoísmo. Temos que impor a lealdade. Ou, pelo menos, tentar. O problema é que não há nada mais forte, emocionante, mágico e maravilhoso do que quando uma senhorinha te faz endoidecer. E só de olhar o ônibus das 10h30 o povo já fica alucinado. Irineu Ferreira é servidor aposentado da Unesp; Pós-Graduação “Lato-Sensu” em Gestão Pública

Espaço do leitor Quer enviar reclamações ou sugestão de pauta? Mande sua mensagem para o Jornal Cenário no -email: cenarioregional@gmail.com Jairo Falvo

Banco danificado na praça da Vila Malzoni VANDALISMO O Morador Sandro Correa reclama de crescentes atos de vandalismos na cidade, que acarretam em prejuízos ao patrimônio público municipal. “Costumo caminhar na

praça da Vila Malzoni e causa indignação a quantidade de bancos quebrados”, diz. O problema também é observado em outras praças como a da Matriz e a dos Coqueiros.

PLAYGROUND A moradora Pammella Cruz reclama da transferência do playground da Praça da Matriz para a área de Lazer Leandro Ferreira de Araújo. Para ela, a distância maior prejudicou a ida com suas crianças ao local.

A Prefeitura diz que tomou a iniciativa após o proprietário do trailer, localizado ao lado, apontar problemas com o constante acumulo de areia e de telhas quebradas pelas brincadeiras das crianças.

ABANDONO DE ANIMAIS A comerciante Iolanda Ap. da Silva Chiquitani levanta a necessidade de ações serem criadas na cidade para combater o problema dos animais abandonados. Segundo ela, a quantidade vem aumentando e traz descontentamentos aos moradores. A Prefeitura diz

que existe a proposta de convênio para a implantação de um programa de controle populacional de cães e gatos por meio da cirurgia de castração com um veterinário particular. Segundo a Prefeitura, o município aguarda a instalação da clínica pelo profissional.


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ANร NCIO EDITORIAL

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POLÍTICA

Março de 2015

MPT constata irregularidades em contratações na saúde e ingressa com ação judicial Promotor argumenta que convênio entre Associação de Servidores e Prefeitura é ilegal O Ministério Público do Trabalho (MPT) de Araraquara constatou irregularidades na contratação de servidores lotados na Secretaria Municipal de Saúde por intermédio da Associação dos Servidores e Funcionários Municipais de Motuca e ingressou com ação civil pública contra a entidade e a Prefeitura. O MPT pede a condenação do ex-prefeito João Ricardo Fascineli, do atual chefe do Executivo, Celso Teixeira Assumpção Neto, do ex-secretário de saúde Márcio

Aparecido Contarim, da ex-presidente da Associação dos Servidores Aparecida Pereira dos Santos Santana e do atual presidente da entidade. Para o MPT, cada um dos réus deve ser condenado a pagar, no mínimo, R$ 50 mil. As irregularidades foram feitas ao MPT por meio de uma denúncia protocolada por uma ex-agente de saúde contratada pela Estratégia Saúde da Família (ESF), que moveu uma ação trabalhista. Durante o processo, foi constata-

da a prática de ‘marchandage’, um tipo de contratação visando a intermediação da mão de obra que dava ao município a liberdade de contratar ou demitir funcionários sem necessidade de cumprir as leis de administração pública. Outro agravante no processo é o fato da administração municipal e a Associação não entregarem documentos que comprovassem o convênio firmado entre as partes, inclusive as cópias dos contratos. A Prefeitura alegou di-

Prefeitura realiza operação tapa-buracos em vicinais e em vias da cidade Secretaria de obras recebeu 60 toneladas de massa asfáltica junto a usina São Martinho Divulgação

Funcionário realiza a operação tapa-buracos A Prefeitura realizou na semana passada, operação tapa-buracos em trechos que apresentam problemas estruturais em todas as vicinais que ligam Motuca às cidades vizinhas, além de vias da área urbana em mesma situação. Cerca de 60 toneladas de massa asfáltica, conquistadas no final do mês passado pela Secretaria de Planejamento, Obras e Serviços junto à usina São Martinho, estão sendo utilizadas no trabalho.

“Estamos realizando a operação agora por causa do período prolongado das chuvas, que acabou atrasando o início”, explica o secretário de planejamento, obras e serviço da Prefeitura, Marcos Roberto Amistá. Segundo ele, desde o início do atual governo, já foram conquistadas cerca de 200 toneladas de massa asfáltica. O problema nas vias vinha gerando reclamações da população.

“Curva da morte” A secretaria também realizou a reestruturação da curva localizada na vicinal que liga o município à Rincão, popularmente conhecida como “curva da morte”. Foi retirado do local os guard rails, que foram substituídos por placas de sinalização, realizada a adequação da valeta por meio de trabalho de terraplanagem e incluído um ralo de proteção. “Nosso objetivo com a ação é diminuir a quantidade de acidentes no local”, explica o secretário. De acordo com ele, existe um projeto para a duplicação da via onde está localizada a “curva da morte” protocolado pelo Prefeito Celso em Brasília.

ficuldade no acesso a essas informações, já que a documentação teria sido de responsabilidade de escritórios de contabilidade contratados pela associação. Segundo o MPT, a Associação deixou de entregar a documentação exigida alegando que foi extraviada. Convênio O secretário de administração e finanças da prefeitura, Marco Antonio Monnazzi, diz que a atual gestão herdou de administrações passadas o modelo, recomendado, segundo ele, pelo próprio Ministério da Saúde. De acordo com Monnazzi, o município interrompeu o convênio com a associação. Segundo reportagem do Cenário de novembro de 2013, a relação

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para a contratação de servidores foi interrompida e o município passou a celebrar parceria com uma Oscip. Atualmente, o município destina recursos para a Associação para cobrir a manutenção do plano de saúde dos servidores. “Estamos finalizado o processo de licitação para que o município passe a custear este serviço”, explica Monnazzi. Com informações do portal G1.

Número de comissões permanentes é preenchido Foi preenchido neste mês o número de comissões permanentes necessárias para a tramitação e aprovação de projetos. A Comissão de Obras e Serviços Públicos e a Comissão de Educação, Saúde e Assistência foram criadas pelos mesmos integrantes das outras duas comissões formadas no mês de janeiro: a de Justiça e Redação Final e a de Tributa-

ção, Finanças e Orçamento. De acordo com o presidente da Câmara José Roberto Legramandi, a composição das comissões foi realizada de forma que não houvesse coincidência na ocupação de cargos, conforme prevê o regimento interno da Casa. Os vereadores Fábio de Menezes Chaves, Renato Luis Rateiro e Emair Junio de Freitas decidiram não participar das Comissões.

Câmara aprova criação de dois cargos de procurador Dois vereadores votaram contra o projeto do poder executivo A maioria dos vereadores aprovou na sessão do dia dois deste mês projeto do poder executivo que cria duas vagas para o cargo de procurador jurídico no quadro de servidores permanentes da Prefeitura. O texto, que havia sido retirado da pauta de votação na sessão do dia 18/2 para maiores estudos por força de pedido de vista, recebeu dois votos contrários: dos verea-

dores Emair Junio de Freitas e Renato Luis Rateiro. Ambos os vereadores consideram que existem outras demandas mais importantes envolvendo os servidores, como melhorias salariais e regulamentação da carga horária. O prefeito Celso Teixeira Assumpção Neto diz que a medida tem o objetivo de atender a uma determinação do Ministério Público.


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POLÍTICA EDITORIAL

ESCLARECIMENTOS Após o vereador Rateiro justificar seu voto contrário sobre o projeto que cria duas vagas para o cargo de procurador jurídico, dizendo que a criação de duas vagas era excessiva e que era necessário ampliar primeiramente os benefícios dos servidores, o colega Fábio de Menezes Chaves criticou o fato de nenhum parlamentar aproveitar os quinze dias previstos no pedido de vista para buscar esclarecimentos com o poder executivo. Chaves disse que participou de uma reunião com representantes da administração e, na ocasião, aproveitou para apontar a necessidade de criar ações para valorizar os servidores. ABSTENÇÃO Na votação para a formação das duas comissões permanentes restantes necessárias para a tramitação e votação de projetos, os vereadores Emair e Renato optaram por abster o voto direcionado para a colega Vera Lucia Falvo Moreira. A iniciativa demonstra insatisfação com o posicionamento da ex-presidente na ocasião da eleição da mesa diretora da Câmara, quando ela inclinou seu voto a José Roberto Legramandi, decidindo a eleição da presidência a seu favor. O vereador Fábio, também preterido por ela, não demonstrou o mesmo sentimento e votou na vereadora. FALTA DE DISCURSOS Os poucos frequentadores das sessões da Câmara notam a escassez de discursos na tribuna da Câmara, que eram frequentes na legislatura anterior. A aprovação das contas do ex-prefeito João Ricardo Fascineli, que em outros tempos eram realizadas com certo barulho, passou sem qualquer manifestação. CAMPANHA HPV O município vacinou até o último dia 26 de março 47 meninas entre nove e onze anos, o que representa 49% de um total de 95 moradoras com a faixa etária existente no município, segundo levantamento do IBGE. Mesmo distante da meta de 80%, Motuca é o município que possui melhor posição entre as cidades que integram a regional de saúde. O prazo da campanha, que termina no dia 31 de março, deve ser prorrogado.

Março de 2015

Câmara aprova pareceres favoráveis das contas de 2011 e 2012 do ex-prefeito Ricardo Despachos foram enviados com atraso em razão de recursos para reverter posicionamentos iniciais contrários Jairo Falvo

Vereadores durante sessão Os vereadores aprovaram por unanimidade na sessão do dia dezesseis de março os pareceres favoráveis das contas do ex-prefeito João Ricardo Fascineli, referentes aos exercícios 2011 e 2012, emitidos pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE/SP). Ambos os despachos chegaram com atraso ao legislativo municipal em razão de recursos impetrados pela equipe jurídica contratada por Fascineli com o objetivo de reverter posicionamentos iniciais contrários dos órgãos fiscalizadores. Com relação às contas de 2011, o TCE/SP havia decidido em sentença homologada em agosto de 2013, após análise de técnicos do órgão e do Ministério Público Estadual (MP-SP), pelo parecer desfavorável. Na ocasião, a conselheira relatora Cristiana de Castro Moraes apontou a falta de aplicação de 100% dos re-

cursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Básico (FUNDEB) como principal motivo da rejeição das contas. De acordo com a relatora, no período foram registradas aplicações que totalizaram 99,54% e, após serem excluídas as despesas não computáveis, como gastos com uniformes (R$ 1.460,00), o percentual baixou para 99,48% de gasto efetivo das receitas, em descompasso, portanto, com o artigo

21 da Lei Federal 11.494/07. No entanto, em novo julgamento no colegiado realizado no dia 22 de outubro de 2014, após pedido de reexame por parte da equipe jurídica contratada pelo ex-prefeito, o TCE/SP mudou sua posição ao aceitar os argumentos da defesa e emitiu parecer favorável às contas de 2011 (ver matéria abaixo). Já sobre as contas de 2012, em sessão realizada em 30 de setembro de 2014, o TCE/SP optou por emitir parecer favorável, contrariando o posicionamento da assessoria técnica do órgão e do Ministério Público Estadual, que apontaram agravantes como falhas em licitações e na designação de servidores, mas principalmente com relação ao déficit orçamentário de 9,64% no período, de R$ 1.416.543,42, e inclinaram para a desaprovação das contas (ver matéria abaixo).

A justificativa do conselheiro relator Robson Marinho, acatada pela maioria dos integrantes do TCE/SP, foi que o referido déficit orçamentário foi integralmente absorvido pelo resultado financeiro do exercício anterior. (ver matéria abaixo).

Tribunal considerou resultados de outros exercícios para aprovar contas No reexame das contas de 2011 reprovadas inicialmente pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) pela não aplicação dos recursos integrais do Fundeb, a conselheira relatora Cristiana de Castro Moraes reconsiderou a posição do órgão ao justificar que a administração investiu em 2010 valor maior que o direcionado para o Fundeb. De acordo com o TCE-SP, teria sido utilizado no período 100,42% do valor repassado, com um gasto de R$ 10.120,01. Este fato, de acordo com a conselheira relatora, revela que a falha foi originada muito mais em razão da falta de apuro técnico do setor responsável pela gestão contábil do que uma disposição deliberada do poder executivo em não aplicar os recursos vinculados em sua fi-

nalidade legal. Da mesma forma, para justificar o déficit de R$ 1.416.543,42 ( 9,64%) no exercício de 2012, o conselheiro relator Robson Marinho lançou justificativa, acatada pela maioria dos integrantes do TCE/SP, de que o referido déficit orçamentário foi integralmente absorvido pelo resultado financeiro do exercício anterior. “Diante desse quadro, é eviden-

te que o resultado orçamentário do Município de Motuca, no tocante ao exercício de 2012, está próximo do equilíbrio intertemporal, que é o conceito mais adequado para a análise das finanças públicas, sendo, portanto, tecnicamente injustificável qualquer censura ao resultado orçamentário, ao contrário do que opina o Ministério Público e a Assessoria Técnica do Tribunal de Contas”, descreve o relator.


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CIDADE

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Contribuintes agora podem realizar doações para ações voltadas às crianças e adolescentes da cidade Fumcad está habilitado a receber porcentagem do imposto de pessoas físicas e jurídicas Pessoas físicas e jurídicas ,obrigadas a fazer a declaração do imposto de renda pelo modelo completo, têm a partir deste ano a opção de destinar porcentagem do imposto devido ao Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente (FUMCAD) de Motuca, mantido pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Motuca (Comcriamo). A possibilidade foi viabilizada a partir da homologação da inscrição do Fundo jun-

to a Secretaria Nacional de Direitos Humanos no fim do ano passado. Os contribuintes podem destinar, sem custo algum, a parcela de 3% a 6% (pessoas físicas) e até 1% (jurídica) para doação até o dia 30 de abril, quando termina o prazo para o envio da declaração, ou durante a época que realizar o ato. Responsável pela concretização da iniciativa, o contador da prefeitura Victor Hugo Paiva destaca a importância das pessoas se

conscientizarem e ajudarem a melhorar a questão dos menores na cidade. “Este é um ato de solidariedade que pode ser realizado tanto por contribuintes de nosso município ou por outro residente em qualquer parte do território nacional”, explica. De acordo com ele, o procedimento é simples e não recai qualquer ônus para o contribuinte. Fundo De acordo com Paiva, os recursos serão redirecionados a conta exclusiva do Funcad, vinculado ao CNPJ próprio, que só poderá ser aplicado em futuros projetos por meio de resolução expedida pelo Comcriamo, órgão colegiado composto por membros da sociedade civil e do poder público.

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Plantio de árvores neste mês aumenta cobertura verde Iniciativa contribui com melhoria na qualidade de vida O município aumentou neste mês sua área de cobertura verde com o plantio de árvores nativas e exóticas realizado pela Prefeitura, por meio de parceria com a iniciativa privada. Além de ser importante para o bem-estar da população, pelos vários benefícios que as plantas proporcionam, a iniciativa contribui também para melhorias na pontuação no programa estadual “Município Verde Azul”, que direciona vantagens para as cidades que investem em ações ambientais. Em canteiro localizado na avenida que dá acesso à vicinal Francisco Malzoni, que liga Motuca à Guariba, foram plantadas 27 mudas da espécie Jacarandá Roxo, de médio porte, conquistadas por meio de parceria com a usina São Martinho. “Nossa proposta é valorizarmos a entrada da cidade”, explica o diretor de meio ambiente

Rodrigo Veronezi de Arruda. Segundo ele, a Prefeitura pretende, ainda, completar as falhas no solo nos canteiros com grama. Compensação ambiental Uma parceria entre a Prefeitura de Motuca e a empresa Gás Brasiliano, de Araraquara, também resultou em plantio várias mudas nativas em 0,95 hectare localizado em área, ao lado do Centro de Lazer Leandro Ferreira de Araújo. De acordo com o secretário de meio ambiente João Victor Lopes da Silva, a empresa precisava compensar área de vegetação, conforme prevê a legislação, e, após articulação da Secretaria de Meio Ambiente, escolheu Motuca para desenvolver o projeto. “Este é um espaço registrado como área verde, mas que ainda não estava com a cobertura vegetal”, aponta o secretário.

Com dois casos de dengue e perspectiva de mais contágios, Sebrae intensifica atuação Secretaria aumenta rigor em protocolo no município neste ano População deve intensificar a atenção em suas casas para evitar proliferação do mosquito

A Secretaria de Saúde aumentou o rigor voltado ao trabalho de prevenção e de atenção à saúde, após a confirmação de dois casos de dengue neste mês e da perspectiva de mais contágios por conta da situação crítica observada na região e em todo o estado de São Paulo. Desde o início do ano, foram realizadas 16 notificações, com onze resultados negativos e outros três aguardam o exa-

me de sorologia. No ano passado, o município registrou 38 casos, o maior de sua história. O aumento no rigor em lidar com a doença é fruto de um novo protocolo da Secretaria, que aponta orientações, informações e recomendações sobre a doença a funcionários e a administração municipal. “No documento existe a explicação sobre os diferentes tipos de vírus e seu grau de perigo, bem como solicitação de maior estrutura como colchões e suporte para soro com o propósito de acomodar os pacientes na UBS”, explica a enfermeira Aline Landim Ramos. Os casos de dengue confirmados neste mês são de uma moradora do Centro e outra do Jardim Canavieiras. Ambos foram con-

siderados autóctones, ou seja, contraídos no próprio município. Com os resultados positivos, a Secretaria realizou trabalho de bloqueio com nebulização de inseticida e de busca ativa de criadouros do mosquito Aedes aegypti em 25 quarteirões ao redor das residências dos pacientes. A coordenadora de vigilância sanitária Susi Elaine dos Santos Falvo aponta a necessidade da população intensificar a atenção em suas casas para evitar a proliferação do mosquito transmissor da doença. “É preciso que os moradores eliminem todos os criadouros, inclusive observando lugares como calhas e outros objetos que possam acumular água”.

Oficina no dia 15/4 dá continuidade a ações em Motuca O Sebrae (Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequenas Empresas) intensificou sua atuação no município neste ano, após a instalação da Sala do Empreendedor de Motuca, viabilizada a partir de parceria com o órgão e a Prefeitura local. No dia 19 deste mês, a cidade recebeu o Sebrae Móvel, que ficou estacionado na praça do Centro Comunitário. Na ocasião, empresários e pessoas interessadas em abrir um negócio tiveram a oportunidade de receber atendimento gratuito sobre diversos assuntos como abertura de empresa, dúvidas sobre acesso a crédito e gestão financeira. No total, 25 pessoas receberam atendimento. O órgão também firmou par-

ceria com a Secretaria da Educação para a inclusão na rede de ensino municipal do programa “Jovens Empreendedores”, que será direcionado aos alunos do 1º ao 9º ano. A iniciativa, que conta com a participação dos professores, busca capacitar os jovens a partir de questões teóricas e técnicas. Palestra O Sebrae também confirmou a realização da Oficina “Invista no Planejamento”, que será desenvolvida no Anfiteatro do Centro Comunitário, no dia 15 de abril, das 14h às 17h. “São eventos importantes, que devem ser aproveitados pelos empresários”, destaca o servidor Ricardo Pereira da Silva, nomeado agente de desenvolvimento local.


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GERAL EDITORIAL

Março de 2015

Morador morre e outro fica gravemente ferido em acidente na estrada Motuca/Guariba Veículo ocupado por amigos ficou desgovernado e, após girar na pista, colidiu de frente com um Cruze que vinha em sentido contrário Jairo Falvo

Carro ficou destruído após colisão e capotamento O caldeireiro Adailton Pereira da Cruz, de 25 anos, morreu após o veículo em que se encontrava, um Corsa Classic, ano 2007, bater de frente com um Cruze, ano 2013, que vinha em

sentido contrário. O acidente aconteceu dia 22 de março, na estrada Francisco Malzoni, que liga Motuca a Guariba. O soldador Vinicius Oliveira dos Santos, de 22 anos,

proprietário do Corsa, foi levado em estado grave à Santa Casa de Misericórdia, de Guariba, onde recebeu os primeiros socorros e depois foi transferido para um Hospital

Jovem fica ferido em capotamento ocasionado por acúmulo de água em pista Acidente aconteceu no último dia nove, próximo a entrada do Assentamento 2 O mecânico de manutenção Hugo Fernando Pestana, de 24 anos, teve ferimentos no braço esquerdo após o carro que dirigia capotar por conta de grande acúmulo de água em trecho da estrada vicinal Dr. Syrthes de Lorenzo, que liga Motuca ao distrito de Bueno de Andrada. O acidente aconteceu no dia 9 de março, nas proximidades da entrada do Assentamento 2, da Fazenda Monte Alegre. “Voltava da faculdade, em Araraquara, e vi que tinha água na pista, mas não imaginei que

era em tanta quantidade”, revela o jovem, que reside no centro da cidade. Segundo ele, ao entrar no local, perdeu o controle do veículo, que deslizou e capotou, parando próximo da plantação canavieira. “Fiquei desorientado e percebi a água entrando no carro, o que me deixou com medo, pois achei que tinha caído em um tanque de contenção da lavoura de cana”, conta. Após breve período, ele diz que conseguiu encontrar uma saída por uma das janelas de vidro, que se quebrou com o

impacto. Equipe da saúde do município prestou os primeiros socorros e o motorista foi levado para o Hospital São Paulo para observações. O veículo ficou bastante danificado. Pestana diz que irá ingressar com ação contra a Prefeitura de Araraquara, responsável pelo trecho onde aconteceu o acidente, para indenizar o valor da manutenção. “Mais acidentes podem acontecer, pois o local não possui drenagem adequada”, destaca o motorista.

de Ribeirão Preto. Segundo informações, ele se recupera bem dos traumas. O Cruze estava ocupado por um casal de Araraquara, que voltava para casa após almoçar na casa de parentes em Guariba. O marido sofreu ferimentos no braço e foi levado para atendimento, mas passa bem. De acordo com a esposa, que preferiu não se identificar, chovia muito no momento do acidente. “Quando vimos, o carro já estava em cima e colidiu na dianteira e na traseira de nosso carro”, relata. Testemunhas disseram que os amigos se dirigiam para Guariba e, ao fazer a curva em trecho da vicinal Francisco Malzoni, pertencente ao município de Guariba, o motorista perdeu o controle do carro, que girou, colidiu de frente com o Cruzer e, após capotar, foi parar

no acostamento. Como chovia muito no momento do acidente, existe a suspeita que o veículo tenha aquaplanado. Foi realizado trabalho de perícia no local, que deve ser concluído em 30 dias.

Projeto “Recicla Motuca” aumenta período de coleta Integrantes apontam melhorias no trabalho com a mudança Realizado todas as segundas, quartas e sextas, o período de coleta de material reciclável pelas integrantes do projeto social “Recicla Motuca” aumentou a partir deste mês nas residências da cidade. A inciativa foi efetivada após reunião realizada com o prefeito Celso Teixeira Assumpção Neto e membros da equipe de governo, com o objetivo de melhorar a atividade na cidade. Com a mudança, o período da coleta realizado com o trator da Prefeitura, que antes era das 6h30 às 9h00, passou para 6h30 às 10h00. “Agora a gente consegue fazer um trabalho melhor, pois antes muito material estava ficando para trás”, explica a integrante Vani de Fátima Soares. As integrantes aproveitaram a reunião para solicitar uniformes, rolos de fita para enfardamento de material, além de sacos

de ráfia e material informativo para o desenvolvimento de campanha na cidade. “Sei que a reciclagem é importante para a cidade, por isso a Prefeitura continuará a desenvolver as ações para melhorias na estrutura do projeto”, assegurou o prefeito Celso. projeto”, assegurou o prefeito Celso.


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ESPECIAL

Março de 2015

Núcleo Colonial Tókio de Motuca completou centenário de fundação Fundado em 15 de março de 2015, Colônia é considerada a primeira organziada de forma independente no país Arquivo Pessoal

Integrantes do povoado durante evento No dia 15 de março de 1915, um grupo de 60 japoneses, divididos em quinze famílias, após adquirir por cinco contos de réis 84 alqueires da propriedade da dona Hermínia Vieira Borba Moura - membro da família do bandeirante paulista Borba Gato, fundou em Motuca, então vila pertencente ao município de Araraquara, o Núcleo Colonial Tókio, considerado a primeira colônia de imigrantes japoneses criada de forma independente no país, ou seja, sem o financiamento governamental ou empresarial.

De acordo com o morador da cidade, Nelson Gonçalves de Oliveira, o grupo firmou contrato com Hermínia Borba para ocupar uma área de sua fazenda, em Motuca, para realizarem desmatamento com promessa de futura compra. “O acordo foi cumprido, o desmatamento atendeu as necessidades básicas, fornecer madeira a então Companhia Paulista de Estradas de Ferro para alimentar as fornalhas das locomotivas e também servir dormentes, além de abrir campo para plantações”.

Cerca de três anos antes, em cinco de maio de 1912, os japoneses desembarcaram no porto de Santos, após viajarem por dois meses a bordo do navio Itsukushima Maru. A imigração japonesa iniciou em 1908, com a chegada do navio Kasato Maru. A esperança de progresso nas lavouras de café, incitada por promessas de agricultores brasileiros, foi o principal motivo da iniciativa. Antes de se instalarem em Motuca, o grupo de japoneses permaneceu por certo período na Fazenda Guatapará, para trabalhar nas lavouras de café. No primeiro ano da Colônia, de acordo com documento fornecido pela Associação Agrocultural Esportiva Guatapará, do distrito de Mumbuca, oito chefes de família faleceram vítimas de malária. “Os colonos frequentavam bastante o brejo para plantar arroz, onde existe o foco da doença, e naquela época não havia posto de atendimento médico no local, por isso morreu muita gente no começo”, explica Kizuki Nitta, diretor da Associação. Segundo apuração da jornalista Gabriela Marques, que abordou o assunto em seu livro

“Sertanejos, estrangeiros e forasteiros: dos primeiros boiadeiros à emancipação política de Motuca”, mais de 300 pessoas morreram de malária. A partir do quinto ano há um aumento considerável de novas famílias e são formados mais sete “povoamentos satélites”. O nome Colônia Tókio foi sugerido por Joaquim Vieira Moura, mais conhecido como Sr. Quincas, escrivão do cartório de Rincão na época. Na ocasião da lavratura da escritura, ele perguntou ao grupo de japoneses qual seria o nome do local. “Como até então ninguém do grupo havia pensado nisso, o Sr. Quincas sugeriu o nome de Colônia Tókio, que foi prontamente aceito por todos”, revela Dilson Saeki, membro da diretoria da Associação de Mumbuca. O líder da Colônia foi Sunao Babá, que presidiu a Associação local por 30 anos. Filho de médico no Japão, então com 27 anos, Sunao desembarcou em Santos, em 26 de abril de 1914, após viagem no navio Wacassa Maru, junto com a esposa Koharu Babá, que viria a se tornar parteira no povoado. Após breve estadia na Hospe-

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daria dos Imigrantes, em São Paulo, o casal foi destinado à Fazenda Guatapará, região da Mogiana, pertencente a Ribeirão Preto. Torneios de sumô e undôkai eram os eventos mais populares, que atraía participantes de outras colônias da região. Na época também havia três escolas de língua portuguesa. Para auxiliar no aprendizado da língua e viabilizar a comunicação com os moradores da vila de Motuca, o Núcleo contratou um professor chamado Mário Palermo, muito querido pelos japoneses. Em Motuca, cultivaram principalmente café, seda, algodão e trigo. O declínio iniciou-se em meados de 1935, motivado por vários fatores, entre eles o empobrecimento do solo. Com o fim do cultivo do café e do algodão, o bicho-da-seda passou a ser a principal fonte de renda dos colonos, impulsionada pela Segunda Guerra. “Passagem” A maioria das famílias que veio para a Colônia considerava o local apenas como uma “passagem”, isto é, uma terra provisória para permanecerem alguns anos até conseguir um lugar definitivo em outras áreas consideradas mais promissoras. Isso contrariava as ideias do líder Sunao Baba, que sonhava formar um povoado desenvolvido, exemplar e duradouro. A Colônia permaneceu ativa por 53 anos, até o ano de 1968. No período, viveram entre 1.500 e 2.000 colonos no local.

Sunao Babá, líder da Colônia, fugiu após desentendimento Pós-guerra dividiu imigrantes locais entre os que acreditavam e os que não acreditavam na derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial

Sunao, sentado ao centro, com a família, em foto tirada em abril de 1926 A Segunda Guerra Mundial teve grande impacto na vida dos japoneses que viviam no Brasil. A derrota do Japão transformou a re-

lação dos imigrantes com a população do país e, até mesmo, entre eles. Em Motuca não foi diferente. A grande maioria dos habitan-

tes da Colônia no pós-guerra era dos denominados “katigumi”, facção que acreditava que o Japão havia vencido a guerra. Sunao Baba, por sua vez, era dos “makegumi”, grupo que reconhecia a derrota do Japão. De acordo com relato da filha de Sunao, Elza Baba Akama, ao Jornal Nikkey, datado de julho de 2013, um grupo de katigumi enviou uma carta ao líder com os seguintes dizeres: “iremos dia tal do mês tal, tome um banho (ofurô) e se purifique”. Era comum os “katigumi” solicitarem para fazer o “seppuku”, ou seja, ele próprio cortar a própria barriga. Um dia antes da data marcada, porém, Sunao fugiu com sua família para Piracicaba. Ele escolheu a cidade porque tinha a informação que lá

havia poucos japoneses morando e não teria problemas. Em Piracicaba, Sunao iniciou atividade de pesquisa na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, onde contribuiu para o desenvolvimento de uma nova variedade de alface, registrada atualmente como “Alface Baba”. Mais tarde, Sunao Baba mudou-se para São Paulo, onde veio a falecer em 1973, aos 86 anos. Filho Dos seis filhos de Sunao, o mais conhecido foi Kensuke Baba. De acordo com o historiador Nelson Gonçalves de Oliveira, ele foi alfabetizado na Colônia e, na maioridade, foi concluir seus estudos no Japão, abraçando a profissão

de jornalista e, entre seus principais trabalhos, destaca-se a cobertura da guerra da Coréia do Norte. Kensuke Babá foi vereador em Rincão na 5ª legislatura da cidade (27/03/1965 a 26/03/1969). Ele tabém foi homenageado em Araraquara, com a denominação de uma das ruas da cidade batizada com seu nome.


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ESPECIAL EDITORIAL

Março de 2015

Evento da Maria Luiza iniciou comemoração do centenário da Colônia japonesa na cidade Moradores e visitantes tiveram a oportunidade de observar fotos e documentos da época, além de apresentações de Karatê e de Taiko Jairo Falvo

Foto com antigos moradores, organizadores do evento e participantes Evento realizado no dia 15 de março deste mês, exatos 100 anos da fundação do Núcleo Colonial Tókio de Motuca, iniciou a comemoração da data na cidade, que irá se estender durante todo o ano. Na ocasião, o público teve a oportunidade de observar fotos da Colônia e de seus moradores, bem como documentos da época, além de apreciar performance de taiko (demonstração musical com a utilização de instrumentos de percussão), realizada pelo grupo Nisho Wadaiko, da cidade de Araraquara. Cerca de 70 alunos e ex-alunos do professor de Karatê-Dô José Roberto da Silva (Sampaio) realizaram apresentação do

estilo Shotokan. Karina Bataier Atarashi, estagiária da escola e descendente de imigrantes que moraram em Motuca, foi uma das articuladoras da iniciativa com apoio da Secretaria Municipal de Educação e da direção da escola Maria Luiza. “É importante a cidade valorizar a sua história e a colônia foi um marco para Motuca”, explica Karina. Na ocasião, estiveram presentes vários ex-moradores da colônia, como Toshiko Makamizu, de 75 anos, filha de Forucio Hiyochi, um dos pioneiros da fundação do Núcleo e Tokico Murakawa Moriya, de 70 anos, enfermeira e professora aposentada, que foi a última pessoa

Performance de Taiko emocionou o público

a nascer na Colônia. “Motuca está em meu coração, pois é minha terra natal, onde nasci e cresci, e para mim é um orgulho estar participando deste evento”, discursou, de forma emocionada. A diretora Elisabeth Rabalho Legramandi, da escola Maria Luiza Malzoni Rocha Leite, ressaltou a importância do evento. “A Colônia foi extinta um anos após meu nascimento, mas tenho conhecimento de alguns fatos relatados por meus avós e meus pais, que nasceram e foram criados na cidade”, observou. De acordo com ela, durante o ano letivo será desenvolvido trabalho com os alunos para que eles possam conhecer a história da colônia. A escola Adolpho Thomaz de

Aquino também iniciou neste mês projeto interdisciplinar com os alunos, que será realizado durante o ano. “A ideia é que eles conheçam a história da cidade a partir dos trabalhos”, explica a coordenadora Caroline de Aquino Falvo Correa. De acordo com ela, a comemoração do centenário também será exaltada na Semana Cultural da escola, prevista para acontecer no mês de novembro. A Câmara Legislativa de Motuca também articula a exaltação do centenário. Requerimento de autoria do vereador Renato Luis Rateiro propõe a instituição no calendário oficial do município do “Dia da Imigração Japonesa”, a ser comemorado anualmente no dia 15 de março, “pelo reconhecimento da contribuição dos imigrantes japoneses na formação histórica do nosso município”, diz o vereador.

Mais de 70 atletas e ex-atletas do professor Sampaio participaram da apresentação

“Tori” O Prefeito Celso Teixeira Assumpção Neto afirma que o município atuará no sentido de marcar essa data na história de Motuca. “É um momento importante, que merece toda a nossa atenção”, aponta. Entre as propostas levantadas, está a construção de um portal japonês denominado “Tori”, para servir como um marco, que será instalado em um determinado ponto da cidade, com o objetivo de lembrar a data no município.


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COTIDIANO

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História viva Gabriela Marques

Por Gabriela Marques Em 15 de março de 1915, quinze japoneses compraram 84 alqueires de terra em Motuca e fundaram o Núcleo Colonial Tokyo de Motuca, a primeira colônia japonesa independente do Brasil. A colônia prosperou devido aos cultivos de café, seda e algodão e, em 1925, já contava com dois mil moradores. As comemorações do centenário da imigração japonesa em Motuca, que ocorreu em 15 de março, na escola Maria Luiza Malzoni Rocha Leite, contou com apresentações de karatê, de taiko (demonstração musical com a utilização de instrumentos de percussão), exposições de histórias e fotos da colônia e de objetos da cultura japonesa. O destaque do evento foi a presença ilustre de antigos moradores do Núcleo Colonial Tokyo de Motuca: os irmãos José Titomu Murakawa, Massayuki Murakawa, Tokico Murakawa Moriya, Tereza Keiko Murakawa e Ziro Murakawa, nascidos na colônia entre 1933 e 1944. Toshiko Makamizu, de 75 anos, filha de Forucio Hiyochi, um dos pioneiros da fundação do Núcleo, também esteve presente no evento. Forucio Hiyochi foi um dos quinze japoneses que assinaram a escritura de compra e venda da área de 84 alqueires onde seria instalado o povoado. “Este é um momento de grande felicidade para nós”, ressaltou Toshiko, que atualmente reside em Araraquara. A família Murakawa veio do Japão diretamente para a colônia de Motuca, em 1925. Sunao Baba, que nesta época era o líder

O ex-morador José Titomu Murakawa fala sobre a colônia durante o evento

Tokico foi a última a nascer na Colônia

Antigos moradores do Núcleo Colonial Tokyo de Motuca relembram histórias da primeira colônia japonesa independente do Brasil natural entre os colonos, abrigou a família recém-chegada. José Murakawa é o irmão mais velho, nascido em 1933. Ele conta que a principal preocupação de Sunao Babá era a educação. As crianças estudavam japonês no período da manhã e, à tarde, aprendiam português. Como os colonos quase não falavam a língua nativa, um professor vinha de Araraquara para ministrar as aulas. “Ele chegava à Estação de Timbira, próximo a Rincão, e os japoneses o buscavam de charrete para levá-lo à colônia”, relembra. Como a escola da colônia só oferecia o primário, Murakawa mudou-se para Araraquara para cursar o ginásio no Grupo Escolar da Vila Xavier. Ficou hospedado em uma pensão de japoneses. Nesta época, começou a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945).

“Como o Brasil e o Japão lutavam em grupos opostos, nós fomos muito hostilizados em Araraquara e em Rincão. Fomos proibidos de falar japonês nas ruas”, conta. Após dois anos, Murakawa precisou retornar para Motuca porque o pai não possuía mais condições de mantê-lo morando em outra cidade. Para continuar os estudos, o jovem se esforçou bastante. “Eu acordava antes do sol nascer, percorria seis quilômetros de bicicleta até Rincão e pegava o trem das 7h até Araraquara”, fala. Mesmo com a dificuldade, o jovem faltou à aula apenas uma única vez: quando o pneu de sua bicicleta furou no meio do caminho. Murakawa manteve essa rotina por um ano. No ano seguinte, o horário de aula mudou e não havia horários de trem compatíveis. “Eu não queria parar de estudar. Aí descobri que dava para finalizar o ginásio e o colegial em Jaboticabal”. Foi o que Murakawa e, posteriormente os irmãos, fizeram. A distância entre a colônia e Motuca era mais curta: quatro quilômetros. Porém, o caminho

não era nada fácil. Tokico, professora universitária, nascida na colônia em 1944, relembra que, para atravessar uma ponte cheia de lama, eles tiravam os sapatos e carregam a bicicleta nas costas. “Muitas vezes, chegávamos com os pés enlameados. Aí, os lavávamos na mangueira da casa do seu Nelo e da dona Albertina, onde deixávamos também as nossas bicicletas”. O esforço valeu a pena. Murakawa ingressou na Universidade de São Paulo (USP), campus São Carlos, no curso de engenharia civil. Em seguida, começou a trabalhar em Jaú (SP), onde reside até hoje. Tokico também foi aprovada na Universidade de São Paulo (USP), campus Ribeirão Preto, em enfermagem, cidade na qual mora atualmente. Mais lembranças Os irmãos Murakawa recordam com carinho a tradicional festa da colônia: Undo-Kai. José lutou sumô por vários anos e até chegou a derrubar cinco adversários seguidos. “Isso era muito difí-

cil de acontecer”, conta, aos risos. Para Tokico, as várias gincanas eram diversão garantida. Dentre elas, a corrida do saco e a corrida do ovo, em que era preciso equilibrar um ovo na colher até a linha de chegada. As comidas e bebida também faziam sucesso: doce de arroz, peixe cru, doce de feijão e cerveja quente eram as delícias que não podiam faltar. O cinema improvisado era outra atração da colônia. A cada três meses, um filme japonês reunia todos em volta do telão. Muitos matavam um pouquinho da saudade de sua terra natal. Outros, nascidos no Brasil, conheciam a cultura de qual tão orgulhosamente faziam parte. Despedida Tokico conta que foi a última a nascer no Núcleo Colonial Tokyo de Motuca. O seu parto foi feito pela parteira Koharu, esposa de Sunao Babá, responsável por trazer centenas de pequenos japoneses à vida. Os pais permaneceram na colônia até 1968, quando se mudaram para Ribeirão Preto em uma casa comprada por José Murakawa. Emoção “Motuca está em meu coração, pois é minha terra natal, onde nasci e cresci. É a minha base”, discursou, de forma emocionada, Tokico, durante a comemoração do centenário. Para José Murakawa, o dia 15 de março de 2015 ficou para ser guardado na memória. “Foi muito especial para mim. Eu me sinto honrado por ter feito parte dessa colônia”, afirma.


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ESPECIAL EDITORIAL

Curiosidades sobre a

IMIGRAÇÃO JAPONESA

Março de 2015

A GRANDE FESTA Talvez nada lembre mais os moradores de Motuca ao perguntarem sobre a Colônia Japonesa do que as festas organizadas por eles. Famosa na região, vinham japoneses de vários lugares, além dos muitos motuquenses que atravessavam a pinguela do salto para se divertirem na festa. Entre as brincadeiras, havia corridas e a caça de biscoitos na bacia de farinha. Mas era a luta de sumô o ponto máximo da festa, que acontecia não só entre os japoneses, lutadores treinados que vinham de vários lugares, mas com muitos motuquenses que se aventuravam a lutar, como o Lino Mendes, Vardão, Aurelinho e Dito Caolho.

Por Fabio Falvo

O

ano de 2015 marca o centenário da primeira colônia japonesa independente do Brasil em Motuca. O Núcleo Colonial Tókio teve início em 15 de março de 1915, quando 15 famílias japonesas vieram viver numa fazenda perto de Motuca. Listamos abaixo algumas curiosidades da época.

MONUMENTOS NATURAIS A cana-de-açúcar levou todos os vestígios da Colônia Tókio e o modo de vida japonês. Mas um legado foi deixado. Os bambus gigantes sobreviveram e são naquela região mais de 20 moitas imponentes como monumentos de uma época rica de nossa história.

A COMIDA ADAPTADA O arroz soltinho era um dificultador para os japoneses, acostumados a comerem de palito, chamado Hashi. O arroz japonês, conhecido como gohan, não existia no Brasil. Levou tempo até começarem a cultivá-lo. Outra dificuldade era a falta de pepino para fazer conserva, como não havia no Brasil, os japoneses o substituíram, utilizando mamão verde.

YES! NÓS TEMOS BANANAS!

A MALÁRIA

Vários foram os desafios enfrentados pelos moradores da Colônia, entre eles a malária, que provocou centenas de mor-

tes desde sua fundação em 1915 e que durou até o final da 2ª guerra. O arroz, prato preferido dos japoneses, e o peixe contribuíram para estas mortes, uma vez que seu cultivo se dava próximo à água, juntamente com a pescaria. O quinino era o medicamento da época que ajudava em muitas curas, inclusive no combate a malária.

2ª GUERRA MUNDIAL Os japoneses da Colônia Tókio tinham uma grande produção de bicho-da-seda. A seda foi muito comercializada para os Estados Unidos na fabricação de paraquedas. Eram vastas as plantações de Amoreiras naquela região, hoje inexistentes.

A propaganda de um Brasil de imensas riquezas naturais foi um dos pontos altos que levou muitos japoneses a esco-

lherem este país. Entre o café, considerado o ouro verde nos cartazes propagandeados no Japão, havia várias frutas tropicais, como a banana, manga e o abacate, que atraíam a curiosidade. Eram poucos os japoneses em seu país que tinham a oportunidade de experimentar tais frutas exóticas pelo alto preço do produto. Uma das primeiras providências que tomaram, ainda no barco ao chegarem no Brasil, em Recife, foi comprar pencas de banana.

UMA COLÔNIA JAPONESA NOS CORGUINHOS Além da Colônia Tókio, que teve seus sítios satélites localizados no bairro Monte Alegre, Sesmaria do Simão, também houve numa região de Motuca, conhecida como Corguinhos, uma pequena colônia de japoneses morando próximo ao rio Mogi Guaçu. Em 1933 o professor Pedro Moraes Figueiredo, o Noca, dava aulas particulares para as crianças desta colônia.


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SOCIAL

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Mande suas fotos para nosso e-mail: cenarioregional@gmail.com

Ari e Geni comemoraram o aniversário de casamento

Marcel comemorou seu aniversário com amigos e a família

Fauzer e Paty comemoraram seus aniversários nos Corguinhos, com amigos e parentes

Nasceu a linda Maria para a alegria dos pais Fabio e Maira

Dicá

O aniversariante Kauan com o irmão Jean

Ana Carla e Paulo comemoraram felizes seu matrimônio com parentes e amigos

Beth, Nelsinho, Rosa e Karina

Os amigos João e Berto

Marcão


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ILUMINURAS EDITORIAL

Março de 2015

“Imagine se lançar numa viagem de 2 meses através do oceano, abandonando tudo, rumo a uma terra de hábito, clima, cultura e língua totalmente diferentes”?

Geraldo Moreira Junior Seriados

Motuca, a Terra do Sol Nascente Banco de Imagens

A

s primeiras dinastias chinesas (2000 anos a.C) dominavam toda a cultura asiática (a filosofia, a política, a religião). Tamanha era essa influência, que o Japão foi descrito no início da sua história (660 a.C), a partir da perspectiva chinesa. Os chineses olhavam para o Leste e observavam que o sol nascia onde ficavam aquelas ilhas. Nascia, portanto, a Terra do Sol Nascente. Nesses 2675 anos de história, o povo japonês mostrou enorme capacidade de se reerguer rapidamente perante todo tipo de adversidade. Devido a sua localização (Círculo de Fogo do Pacífico), os desastres naturais são frequentes. Em 2011 um terremoto de 9 graus na escala Richter provocou um tsunami com ondas de 10 metros de altura que ao atingirem o arquipélago, levaram a vida de 13 mil pessoas além de causar o desaparecimento de mais 16 mil. Em 1923, outro terremoto causou a morte de 156 mil japoneses. Em 1995, outras 5 mil vítimas. Tenho amigos no Japão que dizem que pequenos tremores são comuns e ocorrem quase que semanalmente. Na 2ª Guerra Mundial, 2.680.000 japoneses foram mortos, sendo que 580 mil eram civis. E foi justamente no Japão que foi cometida a maior atrocidade contra a humanidade, ao meu ver, de todos os tempos. Os países aliados deram aos japoneses um ultimato em 11/07/1945

e exigiram a sua rendição, afirmando que a alternativa era “a rápida e total destruição” do país. Em 06/08/1945, às 08:15hs da manhã, o bombardeiro americano B-29, o “Enola Gay”, lançou a primeira bomba atômica utilizada numa guerra, matando instantaneamente 80 mil moradores de Hiroshima. Com o passar dos meses, mais 140.000 pessoas morreram devido aos ferimentos e a radiação. Três dias depois, uma segunda bomba de plutônio foi lançada sobre Nagasaki, matando mais 70 mil civis e colocando um ponto final na 2ª Grande Guerra e na utilização de armas nucleares em conflitos, pelo menos, por enquanto. Observando tantos obstáculos vencidos é evidente o entendimento de como surgiu a força desse povo. E a coragem também. Imagine se lançar numa viagem de 2 meses através do oceano, abandonando tudo que se conhece, rumo a uma terra estranha, de hábitos alimentares, língua, clima e cultura totalmente diferentes? Pois assim fizeram, buscando melhores condições de vida e acabaram chegando por aqui em 1908, onde Sunao Babá fundou o “NÚCLEO COLONIAL TÓKIO DE MOTUCA”, um dos primeiros do Brasil. O resto é história. Hoje o Brasil abriga a maior população japonesa fora do Japão (1 milhão e meio de descendentes). Mesmo com a atual crise econômica mundial, o Japão é o segundo país mais desenvolvido do mundo e a terceira maior economia. Eu que trabalhei numa grande empresa japonesa posso garantir que podem existir pessoas educadas, mas não mais educadas que os japoneses. Os brasileiros viram isso na Copa do Mundo de 2014, quando a torcida nipônica mantinha limpas as arquibancadas após os jogos. Como casei com uma Nissei e conheço um pouquinho da cultura desse povo, percebi que sabiamente cada geração tenta aprimorar a próxima ao custo de muito trabalho, educando seus filhos. Algo muito comum aqui em Araraquara é que os

pais japoneses trabalharam pesado (braçalmente, muitas vezes), para formar os seus filhos (médicos, engenheiros, etc). E quando um dos filhos obtém seu diploma, ajuda nos custos da formação do irmão. E assim segue a linhagem da Terra do Sol Nascente, que homenageio com o seu próprio Hino, nos dois idiomas. Que ela dure milhares de gerações. 君が代は 千代に八千代に さざれ(細)石の いわお(巌)となりて こけ(苔)の生すまで Que a monarquia do Imperador Dure por milhares e milhares de gerações, Até que o pedregulho se torne um rochedo E os musgos venham a cobrí-lo Quem quiser degustar a deliciosa culinária japonesa, convido a todos para a Noite do Sukiyaki que ocorrerá em 25/04/2015 na Associação Cultural Nipo-Brasileira de Araraquara, na Rua Dr. José Barbieri Neto, 434 (na saída Araraquara-Bueno de Andrade, próximo à Rotatória). Informações: 16-33317082 Geraldo Moreira Junior é um cronista Araraquarense

“Hoje vou falar sobre esses dois seriados que não perco por nada”

Gerson Lima The Walking dead / Better call saul

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alando de séries, enquanto aguardamos a estreia da última temporada de Mad Men e da nova temporada de Game of Thrones, vou falar sobre estes dois seriados que não perco por nada. The Walking Dead Baseada na história em quadrinhos escrita por Robert Kirkman, The Walking Dead mostra os acontecimentos após um apocalipse zumbi. Concentra-se em um grupo de sobreviventes, liderados pelo policial Rick Grimes, em busca de um lugar seguro para se viver. Porque é bom: Consegue ser fiel aos quadrinhos e mesmo assim ter uma história totalmente paralela.

Better Call Saul É ambientada seis anos antes de Saul Goodman conhecer Walter White. Aqui o homem que se tornará Saul Goodman é conhecido como Jimmy McGill, um advogado de pequenas causas procurando o próprio destino. Porque é bom: Depois do sucesso estrondoso de Breaking Bad, era quase um pecado não fazer uma série sobre Saul Goodman, o homem que coloca “criminosos” dentro da “lei”. Em breve comentarei sobre outras séries que acompanho. Gerson Lima é aficcionado por cinema e seriados

O PESO DO PRESO (BRASILEIRO) Intua-se, aos olhares de tevê: As limitações oculares, o horizonte, vindouro, não entrevê Corruptos e corruptores propaga, invade, alastra... Voracidades, nem sempre, com veracidades. Ah, essa ávida cidadã, por emendas e plásticas, estertora e sangra, mina por toda a aresta, a prole, o sangue negro... Jaz ocupado o conglomerado espaço a morosidade apática é o que nos une ou resta!?

os olhos vendados; esboçam-nos com os lábios atidos; ainda, nos elucidam com todo o corpo, arqueado e acorrentado, aos impostos interpostos. Tateia-se a mudez, quem foi ou é silenciado; sente-se preso, quem já foi livre. Mas, sempre estará escravizado, o prisioneiro que não sente o peso da corrente a qual foi acorrentado. O peso do preso, é o preço que pagamos por sermos Brasileiros! DIEGO MOREIRA-16/03/2015

Asfixia, emudece, afoga... Vidas, sonhos e vontades. É, em diversos impressos, que nos ilustram com

Diego Moreira é policial militar e tem como hobby escrever poesias


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ESPORTES

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Em disputa acirrada, Genoveva vence e é campeã do Campeonato de Futebol Amador Molecada da Vila fica com o vice-campeonato e Monte Alegre A conquista o terceiro lugar Jairo Falvo

do Brasil, e que atualmente disputa a Sul-Americana. Mesmo com esse currículo de peso, Motuca não se intimidou e conseguiu o empate de 1 x 1 contra a equipe araraquarense. Premiação Os troféus e medalhas foram entregues pelo prefeito Celso Teixeira Assumpção Neto, pela secretária da Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Elaine Marques Luiz e pelos vereadores presentes. O 17º Campeonato Municipal de Futebol Amador teve início em 22

de fevereiro e contou com oito equipes, divididas em dois grupos: Botafogo 04, Monte Alegre A, Monte Alegre B e Real Matismo no Grupo A; Divojão, Fazenda Genoveva, Molecada da Vila e Vila Nova no Grupo B.

Time campeão posa para a foto Por Gabriela Marques A Fazenda Genoveva é a grande campeã do 17º Campeonato Municipal de Futebol Amador de Motuca 2015, após vitória apertada contra o Molecada da Vila, no último domingo (29), na Área de Lazer. Os dois times criaram boas oportunidades durante os 90 minutos do jogo, mas o Genoveva conseguiu se sobressair e levar o título ao vencer por 3x2 o adver-

Lance durante o jogo

sário. Mesmo com o apoio da torcida, que compareceu em peso na final, o Molecada da Vila ficou com o vice-campeonato mais uma vez, já que na edição passada também ficou com o segundo lugar. O Monte Alegre A garantiu o terceiro lugar ao ganhar de 1x0 do Botafogo 04. O artilheiro da competição, com nove gols, e o goleiro menos vazado, com apenas cinco gols, são da Fazenda Genoveva. “Foi o melhor campeonato

de todas as edições que já realizamos. Houve respeito entre os jogadores, arbitragem e organização e não tivemos nenhuma briga”, avalia o diretor de Esportes, Marcos Rogério Luzia. A Polícia Militar e uma ambulância estiveram presentes em todos os jogos para garantir a segurança e a saúde dos atletas, respectivamente. Abertura A abertura da grande final contou com um amistoso entre duas equipes de futebol feminino: Motuca e Ferroviária, um dos times femininos mais bem sucedidos dos últimos anos, campeã do Campeonato Paulista e da Copa

Vôlei estreia na Copa dos Campeões em abril O vôlei de Motuca já tem data para estrear na 4ª Copa dos Campeões Pró-Voleibol. No dia 17 de abril, as equipes masculina e feminina, Categoria Livre, enfrentam Cristais Paulista, a partir das 18h, na casa do adversário. Na categoria Mirim, a disputa será feita em estilo festival. O time feminino joga contra Santo Antônio da Alegria, Batatais e Ribeirão Preto em um único dia, 28 de abril, a partir das 13h, em Santo Antônio da Alegria (SP). GM


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ENTRETENIMENTO

EDITORIAL

E AGORA

JOSÉ

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?

Por José de Carvalho Participação de Jairo Falvo e Carlos Alberto dos Santos

seguiu seu destino e cantou bastante nesse nosso Brasil. Triste E perdemos mais um de nossos queridos moradores de acidente de carro. É muito triste. O Adailton era um cara muito bacana, tinha toda uma vida inteira pela frente. Meus sentimentos ao meu amigo Birão e todos os familiares.

S

audações, queridos leitores. E neste mês saiu a lista do pessoal de colarinho branco envolvido na roubalheira da Petrobras. Fiquei sabendo que o Maluf disse que o documento não tem um pingo de credibilidade, pois deixaram de incluir o nome dele. Agora que foram pegos com a boca na botija, todo mundo é santinho. Juram de pés juntos que ficaram ricos honestamente. Incrível a cara de pau desse povo. Como diz o outro: “Peroba neles!”.

Lista dos solteirões E em Motuca também saiu uma lista: a dos camaradas que não pegam nada. Fiquei sabendo que um grupo de solteirões aproveitou a excursão da minha amiga Zenaide para levar o documento para Aparecida do Norte, mais precisamente na sala dos milagres, onde foi queimada e passou do mundo material para o espiritual. Ou seja, para outro departamento. A esperança é que o nosso querido Santo Antônio interceda a favor deles. Até o momento, pelo que percebi, o milagre não aconteceu e a situação continua a mesma. Manifestação E o meu amigo Cipó foi o

único morador que participou de uma manifestação na cidade no dia 15 de março. Ele diz que quer o impeachment da Dilma. O motivo, explica ele, é porque o preço do ovo dobrou. “Agora eu tô no volume morto”, falou. “Tá difícil até para comer ovo frito”. Circo pegar fogo E é só aproximar a época das eleições que começa a surgir as cartas anônimas na cidade. É que fulano fez isso, que sicrano não presta... O pior é que isso dá um ibope desgraçado. O povo gosta de ver o circo pegar fogo. Mas isso é muito feio. A política transforma a vida das pessoas. Em minha opinião, o povo que entra na política tem que ter coragem para mostrar a cara. Degustador Tinha um amigo lá em Barrinha que só de bebericar a pinga, sabia a região onde

foi fabricada. Um camarada chegava com um copo e ele falava: “essa é do sul de Minas”. Outro chegava com uma amarelinha e ele tachava: “essa sem dúvida é da Bahia”. Era batata... acertava todas. Teve um sujeito que quis pregar uma peça e, ao invés de pinga, deu água para o camarada degustar. Depois que ele bebeu o primeiro gole, demonstrou tristeza por não saber a procedência. “É água”, disse o gozador. “Ah!, então é isso que é água”, retrucou o camarada. Cantando no céu Neste mês perdemos dois grandes músicos brasileiros, o Zé Rico e a Inezita Barroso. Sei muita música do Zé Rico. Quando eu chego com o violão, o povo pede para cantar. O finado Nilo, pai do Rogério, gostava muito dele. Conheci a Inezita quando ela lançou a música “Marvada Pinga”. Fez um sucesso lascado. Depois,

Força Aproveito para desejar uma plena recuperação para o Vinicius, filho do Mocó, que se machucou no acidente. Com a fé em Deus, ele vai estar conosco em breve. Japonês Neste mês foi realizado um evento importante para comemorar o centenário de fundação da colônia japonesa em Motuca. Uma comemoração justa, de um povo que ajudou a desenvolver a nossa cidade lá no tempo do zagaia. Nunca vi tanta gente de olho puxado em minha vida. Só faltou a comida japonesa. O meu filho Tiago falou quer faria numa boa um sashimi, caso tivesse sido convidado, utilizando tilápia pescada no Mogi. Criançada Peço a Deus para abençoar essa criançada que veio para aumentar a população de nossa cidade. Daqui a pouco a gente alcança Rincão. A Helena, filha da Angélica e do Bil está cada dia mais linda, para a felicidade do tio Lucas e dos avós Espirro e Sônia. A Maria, filha da Maira e do Fábio, está fazendo os avós Tonho e Gercina babarem

de felicidade. O Levizinho e a esposa Isa também tiveram uma lindo filho, o querido João Pedro. Mais criançada Ai, ai, ai.. João Viado vai ser papai. Fiquei feliz com a notícia. Que Deus abençoe! Felicidades E meu amigo Deca, que trabalhou comigo lá no Fito, completou aniversário recentemente. Ele passou por um período difícil, mas já está muito bem, graças ao bom Deus. Felicidades pra você, camarada. O Domingo Baiano, meu grande amigo, também comemorou seu aniversário neste mês. Parabéns! Pensamento do mês Dizem que o mato tem olhos e paredes têm ouvidos. Abraços É isso pessoal. Aproveito para enviar um abraço carinhoso para o casal Silvinho e Vânia, fãs de nossas brincadeiras. Também para o Junior, filho da Marlene e do seu Arlindo, que mora lá em Araraquara. E ainda para o Mami, que é pau para toda obra. É isso pessoal. Até a próxima e que Deus abençoe a todos.

Mande suas sugestões, elogios ou recados para nosso e-mail cenarioregional@gmail.com


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