Jornal cenário, 3ª edição, junho de 2008

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CENÁRIO REGIONAL NOTÍCIAS DE MOTUCA

UM SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - ANO II, NÚMERO III - MOTUCA-SP, JUNHO DE 2008

DESTAQUES DA EDIÇÃO

Coleta seletiva Maior parte do material reciclado produzido na cidade é descartado. Principal motivo é a falta de consciência da população. Página 3

Vila Malzoni Moradores aguardam decisão sobre o futuro das casas. Família Malzoni já anunciou a intenção de vendê-las. Página 4

Nova empresa Grupo que comprou e depois fechou a Usina Santa Luiza anuncia a criação de empresa de armazenagem geral, com o obje-tivo de aproveitar os tanques e depósitos da antiga indústria. Página 4

Futebol Equipe da cidade pode chegar à liderança amanhã (15), no Campeonato Amador Regional . O jogo será fora de casa, contra a equipe de Nova Europa. Página 8

Empresa ainda aguarda acertos sindicais Viana Confecções já acertou com o Município. Na próxima terça, proprietário vai discutir a construção do barracão na Prefeitura

A empresa Viana Confecções, de ­ ariri-SP, já acertou com o Município B e aguarda apenas acertos sindicais para oficializar sua vinda para Motuca. Na próxima terça feira (17), o proprietário da empresa Ismael Sabino Viana, vai discutir com o departamento de obras da Prefeitura detalhes sobre a construção do Barracão, que terá mil metros quadrados. Inicialmente, a empresa vai oferecer 50 empregos, com grande possibilidade de expansão no decorrer das atividades. No último dia seis, o empresário convocou pessoas interessadas no trabalho para realizarem fichas de inscrições. No total, 453 pessoas se inscreveram. “Isso serviu para sabermos se existe mão de obra disponível para treinamento”, escla-rece Viana. Segundo o empresário, sua empresa está em processo de expansão, por isso a necessidade de abrir novas filiais. “Nossos produtos estão com uma grande procura”, revela. “Empresas do setor nos procuraram para firmar compromisso de parceria”. Ele relata que precisaria de aproximadamente 300 trabalhadores para atender aos novos pedidos. “Se essa mão de obra estivesse disponível, estaria lotada de trabalho durante os próximos três ou quatro anos”. O empresário revela que já vem, há algum tempo, procurando um local com características apropriadas para instalar seu empreendimento. “Estávamos atrás de uma cidade com um nível salarial competitivo”. Depois de pesquisar várias localidades, ele encontrou em Matão o que almejava. “O sindicato local tem a-quilo que procuramos”. Com isso, proto-colou na Câmara da cidade um pedido de instalação, onde firma o compromisso de oferecer 80 empregos iniciais, podendo chegar a 300. O empresário de Motuca Renato

Fila para a ficha de inscrição. Empresário queria confirmar a existência de mão de obra

Rateiro foi o principal articulador para a vinda da empresa. “Obtive a informação de que um empresário estava procurando um local para se instalar em nossa região e fui falar sobre Motuca, que está precisando de empregos em função do fechamento da Usina”. Ele conta que, de-pois das conversas iniciais com o empresário, procurou o Prefeito Hamilton Falvo, que se dispôs a negociar a ins-talação da empresa. Treinamento

A empresa Viana Confecções atua no mercado há quatorze anos. Fabrica cerca de 150 mil peças de roupas masculinas e femininas por ano. Além de Bariri, possui filiais em Itaju, Avaré e Boracéia, todas localizadas no estado de São Paulo. “A cidade de Boracéia possui caracte-rísticas semelhantes às de Motuca”, compara Viana. “Possui cerca de 4.500 habi-tantes e quando chegamos lá, encontra-mos uma mão de obra canavieira, que qualificamos com um alto nível

técnico. Por isso, não vejo dificuldades em insta-larmos a empresa em Motuca”. Segundo o empresário, a falta de pessoas qualificadas não é problema. “Temos a consciência de que a mão de obra não está pronta”, reconhece. “Temos experiência em treinamentos e, além disso, fazemos parceria com o Sebrai, Senai e Prefeituras”. O tempo da qualificação, segundo ele, leva de três a seis meses, dependendo da trabalhadora. A dona de casa Cleuza Sampaio Tanan Manhães, de 48 anos, mãe de dois filhos, foi a primeira a chegar para a inscrição das fichas de trabalho, no último dia seis de junho. Já estava no local às seis da manhã. O horário previsto para o início das inscrições era às nove. Ela conta que tem experiência com costura e que já trabalhou em outras atividades, como na laranja. “Este emprego é muito importante não só para mim, mas para todas da fila, porque todas estão precisando de serviço”, destaca.


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“A cidade fantasma” No mês passado Motuca ganhou repercussão regional, ao ser exibida, pela EPTV Central, uma reportagem sobre as conseqüências do fechamento da Usina. Também passou a ser conhecida nacionalmente, quando a mesma matéria foi veiculada pelo Globo Rural. O slogan oficial do município: “Motuca, a cidade esperança” é de conhecimento de poucos, até mesmo entre os próprios motuquenses. Já o título dado à cidade pelo repórter da EPTV está presente na mente dos milhares de telespectadores que assistiram aos programas: “Motuca, a cidade fantasma”. Na reportagem, só faltou a vegetação seca rolando pelas ruas, como nos filmes de velho oeste. Comércios fechados, avenidas vazias e Oração a São Benedito Glorioso São Benedito, grande Confessor da fé, com toda confiança venho implorar a vossa valiosa proteção. Vós, a quem Deus enriqueceu com os dons celestes, impetrai-me as graças que ardentemente desejo, para maior glória de Deus. Confortai o meu coração nos desalentos! Fortificai minha vontade para cumprir bem os meus deveres! Sede o meu companheiro nas horas de solidão e desconforto! Assisti-me e guiai-me na vida e na hora da minha morte, para que eu possa bendizer a Deus nesse mundo e gozá-lo na eternidade. Com Jesus Cristo, a quem tanto amastes. Assim seja. Oração dos Aflitos Aflita viu a Virgem aos pés da Cruz. Aflito (o) me vejo. Valei-me Mãe de Jesus. Confio em Deus com todas as minhas forças, por isso, peço que ilumine os meus caminhos, concedendo-me graça que tanto desejo. Espaço adquirido

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Editorial entrevistas com pessoas tomadas pela desesperança. Só que não retratou a realidade, um dos princípios básicos do jornalismo. Não que o repórter tenha agido de má fé. Mas, certamente, faltou um melhor trabalho de apuração. Com isso, saberia, por exemplo, que Motuca sempre foi morta às segundas de manhã (alíás, convenhamos, todos os dias). Deveria mostrar, além de comércios fechados, os abertos. Também iria informar que muitas pessoas foram embora, mas que outras vieram. Que uma empresa com intenção de oferecer mais de 100 empregos está prestes a se instalar no município. Inclusive, o proprietário assistiu a matéria e, assustado, veio até aqui para saber se empregaria fantasmas ou

humanos. Quantos outros empresários assistiram à reportagem e se assustaram. Certamente, se algum tinha alguma intenção de vir para cá, repensou. Mas o estrago já foi feito. Quem mora aqui sabe que, por enquanto, a cidade não morreu. Passa por uma grande crise, com a diminuição de renda e mobilidade social. Mas ainda está de pé. No entanto, mais do que esperança, os motuquenses tem que ter atitude. Não esperar as coisas acontecerem naturalmente, para que a reportagem não venha a se transformar numa profecia e se confirme num futuro próximo. Por isso, proponho mudar o slogan oficial do município: “Motuca, a cidade da atitude”.

Expediente: Jornalista responsável: Jairo Figueiredo Falvo MTB 44.652/SP Repórter: Gabriela Marques Luiz Telefone: (16) 3348 1185 - 8141 9125 e-mail: cenarioregional@gmail.com Tirgagem: 1.000 exemplares Circulação: Motuca Colaboradores: Fábio de Mello Falvo Maria Angélica dos S. Mendes Gerson Donini de Lima

Erramos Na edição passada, no espaço História, informamos que Motuca era abastecida por duas caixas d’agua: a da área de lazer e da Escola Adolpho Thomaz de Aquino. Na verdade, a caixa da Escola Adolpho não abastece a cidade. Lá está apenas o recalque da bomba. Cerca de 80 % da água da cidade vem da caixa d’agua da área de lazer e 20% da Escola Maria Luiza Malzoni Rocha Leite. Agradecemos a leitora Sandra Esperândio pela correção. Na matéria sobre asfalto urbano, o Cenário informou que as ruas da cidade seriam reformadas com seis quilômetros de asfalto. A informação correta é seis mil metros quadrados.

História: Rua São João na década de 60

Tudo acontecia na rua São João, a principal da cidade, caminho de ligação para o passeio dos moradores, que faziam o footing, aguardando o horário das chegadas dos trens na estação ferroviária, localizada no final da rua, ainda de terra. Observamos nesta foto o famoso bar do Maneco Mendes, tendo ao lado um jogo de bocha e um terreno vazio onde, eventualmente, eram realizadas festas. Em frente ao bar havia a sorve-teria do Senhor Lúcio. Nota-se um grande movi-mento de cavalos, principal meio de transportes da época. Texto: Fábio Falvo e Maria Angélica dos Santos Mendes. Foto cedida por Célia Regina Schiavinatto


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força maior para a gente, pois estamos limpando a cidade”, reclama. A prefeitura de Motuca confeccionou um panfleto sobre coleta seletiva há cerca de seis meses, mas não continuou o trabalho. Segundo a assistente social do Município, Isis Santos, além da ausência de programas educacionais, também falta um comprometimento maior entre as secretarias municipais. “O lixo é um problema de todos e todos têm que assumir a responsabilidade”, aponta. “É necessário que haja um trabalho em rede, e que setores como assistência, educação, saúde, obras e cultura se comprometam a criar condições para melhorar essa questão”. Antes de entrarem para o projeto, Adélia e José coletavam materiais no lixão

Falta de programas educacionais prejudica a coleta seletiva na cidade Maior parte do material reciclável é descartado por falta de consciência da população Jairo Falvo

A coleta seletiva é a principal fonte de renda de pelo menos três pessoas de Motuca. De casa em casa saem, todos os dias, para recolher materiais recicláveis que depois são transformados em recursos. O dinheiro que conseguem não é muito. Mas seria maior, e daria para gerar mais empregos, se uma grande parcela da população fizesse sua parte, separando corretamente o lixo. A falta de consciência reflete a carência de programas educacionais contínuos e de ações que trabalhem a questão ambiental.

“Infelizmente, a maior parte do material reciclável é jogado no aterro sanitário”, reclama Mirian Schravinato da Silva, que há dez anos trabalha como catadora na cidade. “Já cansei de falar com as pessoas para separar corretamente o lixo, mas não adianta, elas misturam comida e papel higiênico com o material”. Ela revela que já cobrou do poder público o envio, junto com o boleto de água, de panfletos educativos com o objetivo de conscientizar a população. “Acho que a prefeitura deveria dar uma

Recicla Motuca A Prefeitura criou, em 2005, por meio da assistência social, o projeto “Recicla Motuca”, com o objetivo de oferecer melhores condições de trabalho às pessoas que retiravam materiais do antigo lixão. Para isso, cedeu barracão, três carrinhos, coletores e uniformes. Apenas dois catadores quiseram fazer parte do projeto, que também recebem uma cesta básica, pois o dinheiro da reciclagem é insuficiente para se manterem. “Nosso trabalho seria bem melhor se a maior parte das pessoas da cidade separasse os materiais reciclados”, relata Adélia Batista de Souza, participante do projeto. Ela revela que é catadora há 16 anos. “Trabalhei muito tempo no lixão, mas apesar de conseguir mais dinheiro com o material retirado de lá, era muito perigoso, já vi cobras de diversos tamanhos”, lembra. Já o seu companheiro de

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trabalho, o sergipano José Fonseca de Menezes, reclama do horário que o caminhão coletor da prefeitura passa pelas casas. “Se o caminhão saísse um pouco mais tarde, daria para nós recolhermos o material das casas que não separam”, explica. Ambos confessam gostar da atividade que exercem. A gari Maria Vanda Rodrigues Rocha conta que há cerca de um ano começou a fazer a coleta seletiva em sua casa. “A Adélia me pediu que eu separasse o que ela vende e expliquei para o meu marido e minhas duas filhas para fazer o mesmo”. Maria revela que coloca em sacos separados os materiais reciclados como garrafas pet, caixa de leite, papelão e lata de óleo. “Acho importante porque ajuda a aumentar a renda de uma pessoa que está precisando e também porque ajuda o meio ambiente”, aponta Maria.

Mirian cobra maior apoio da Prefeitura

Aterro sanitário trouxe melhorias para o meio ambiente Todo material é depositado em valas, que depois é coberto por uma camada de terra

De segunda a sábado é coletada pelo caminhão da Prefeitura, cerca de uma tonelada de lixo. Todo o material é levado para o aterro sanitário municipal, localizado a cinco quilômetros da cidade. O projeto, construído em 2006, foi uma exigência da Cetesb, por considerar inadequado o modelo de lixões, utilizado pelo município até então. Todo material levado até o aterro é depositado em valas, que depois é coberto por uma

camada de terra. Na semana passada, foi construída a quarta vala, que possui 100 metros de comprimento, três de largura e três de profundidade. O terreno para a construção do aterro foi uma doação da Usina Santa Luiza, por cessão de uso. Possui dois alqueires de extensão. A metade das terras está sendo utilizada atualmente. Segundo o chefe do departamento de planejamento e obras e serviços do município, Fábio de Paula, o aterro melhorou a questão ambiental da cidade. “No lixão, todo o material ficava a céu aberto, que contaminava o solo e o rio, além de colocar em risco a saúde das pessoas que iam até lá para recolher material reciclado”, explica.


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Moradores da Vila Malzoni aguardam decisão sobre futuro das casas Jairo Falvo

Em dezembro do ano passado, os moradores da Vila Malzoni receberam um comunicado para desocuparem as 101 casas até o dia dez de junho. Este prazo não se confirmou. Cerca de 20 famílias se mudaram e as que permaceram aguardam decisão sobre o futuro das proprie-dades. Os imóveis pertencem à família Malzoni, que as cedeu em Contrato de Comodato (empréstimo sem compensa-ção financeira) por cinco anos à, então, Etanol Participações, grupo formado por São Martinho, Santa Cruz e Cosan, para alojar os funcionários da Usina Santa Luiza. Com o fim das atividades da em-presa, porém, o Contrato está sendo encerrado e as residências restituídas aos proprietários, que já anunciaram a inten-ção de vendê-las. O procurador do grupo Sidney Roberto Ferreira conta que o Contrato de Comodato era válido enquanto os empre-gados da Usina Santa Luiza ocupassem as casas. “A partir do momento que a empresa foi desativada, temos obrigação de devolvê-las à família Malzoni, porque o acordo sobre a

Valcecir Gonella mora há seis anos em uma da casas da Vila Malzoni utilização das casas pe-los funcionários foi rompido”. Segundo Ferreira, o grupo estipulou o prazo de seis meses para que as famílias desocupassem os imóveis ou negociassem com os proprietários. “No momento, a situação foge do nosso controle e responsabilidade porque as propriedades não são nossas”, conta. Segundo o empresário Victor Rocha

Grupo cria empresa de armazenagem geral

Tanques e armazéns serão utilizados pelos próprios sócios e indústrias interessadas

A partir do mês que vem, a empresa Santa Luiza Armazenagem Geral iniciará suas atividades nas antigas instalações da Usina. Ela está sendo criada pelo grupo para aproveitar os tanques e os armazéns, com capacidade para armazenar 52 mil metros cúbicos de álcool e 82 mil e quinhentas toneladas de açúcar. Os sócios ainda discutem a melhor forma de gestão e aguardam licença de funcionamento. O número de funcionário não foi confirmado. O procurador do grupo, Sidney Roberto Ferreira, conta que a empresa terá autonomia de gestão. “Nós queremos explorar essa atividade como uma empresa lucrativa, que tenha vida própria, sem depender do capital dos sócios”.

Além da utilização pelo grupo, ela estará aberta ao mercado. “A empresa está sendo montada, primeiro, para que seja utilizada pelos sócios”, explica. “Caso não tenham interesse, vamos abrir para outras indústrias”. Estoques

Segundo o procurador, os estoques da Usina Santa Luiza estão praticamente esgotados. “Tem um pouco de açúcar que deve sair até o final deste mês”, revela. Até a metade do mês que vem, os cerca de 60 funcionários que ainda trabalham nas antigas instalações da Usina Santa Luiza serão liberados. “Eles passarão pelo mesmo processo dos outros trabalhadores”, ex-plica Ferreira.

Leite Filho, da família Malzoni, as casas desocupadas estão sendo devolvidas, mas não foram aceitas porque estão em más condições. “Quem tem que acertar é o grupo, pois o contrato ainda não foi rompido e os imóveis ainda são de responsabilidade deles”, declara. O empresário revela que o terreno onde estão

situadas as residências está em processo de desmembramento, pois pertence à Fazenda Santa Cecília. “Sem isso, não é possível obter a matrícula e passar a escritura no nome dos compradores”, explica. “Mas podemos, no momento, fazer um Compromisso Particular de Compra e Venda para negociá-las”. O empresário revela, ainda, que 140 pessoas já manifestaram interesse em adquirir os imóveis e que os atuais moradores terão prioridades. Valdecir Gonella reside, junto com a mulher e três filhos, há seis anos em uma das casas da Vila Malzoni. Ele relata que gostaria de adquirir dois imóveis, um para ele e outro para a filha, recém casada, mas considera alto o preço sugerido pelos vendedores. “O advogado da família nos procurou e ofereceu algo em torno de R$ 50 mil”, conta. “As casas estão em situação muito ruim, algumas com o chão afundando”. Gonella conta que trabalhou durante 25 anos na Usina Santa Luiza, como fiscal agrícola. Transferido para a São Martinho, passou para a brigada de incêndios. “Eles poderiam reconhecer nossa dedicação à empresa oferecendo um preço menor pelas casas”, aponta.


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A arte de pintar Mais do que dom, o artista plático Iran Florêncio ressalta a importância do gosto pela arte Gabriela Marques Luiz

Pintor reclama da falta de incentivos para artistas na cidade

O primeiro desenho foi em uma cartilha, quando ainda era criança. De lá para cá, o artista plástico Iran Florêncio não parou mais. Ele nasceu e sempre morou em Motuca. Pintou tantos quadros que já perdeu a conta: “Foram muitos”, relata Iran, que acredita ter nascido com um dom, mas afirma: “Além do dom, tem que gostar”. Apesar da preferência pelo desenho em preto e branco no papel, fez um curso em tela durante seis meses na cidade de Araraquara, depois de recorrer às dicas de uma amiga mais experiente. Hoje

faz pinturas tanto em folhas de sulfite quanto em folhas maiores, de 75x40 cm. Iran relata que o reconhecimento pelo seu trabalho é pouco, apenas de pessoas que admiram suas pinturas e pedem a ele para continuar. Ele reclama da falta de incentivos dos órgãos municipais, mas que mesmo assim, procurou aprimorar sua arte. “Gostaria que houvesse mais investimentos na área cultural de Motuca, pois teria mais chances de expandir meu trabalho e de outras pessoas também”, afirma Iran.

Quadrinhos, por Gerson Donini de Lima no restaurante

no trânsito

no bar


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Na Área... Espaço Jovem

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Com o objetivo de diversificar este espaço, convidamos alguns jovens que integram o grupo de dança de rua “Ênfase”, projeto da Secretaria Municipal de Cultura. Lembrando que a proposta é que eles possam expressar idéias sobre seus universos, seus cotidianos e também suas vontades e críticas. Fábio Falvo e Maria Angélica

na cidade. O Hip Hop e o Funk foram considerados os mais tocados nos carros e celulares. Educação Quanto à educação, todos pensam em fazer faculdade, entendendo que, assim, poderão adquirir conhecimentos e trabalho com salário melhor. Dentre as várias profissões citadas, destaca-se o Marco Antonio, que almeja seguir carreira na dança de rua.

Marco Antonio, Sandro, Renato, Michele, Suzemar, Valteina e Valterilma

Do grupo, os entrevistados foram Michele Dias dos Santos, Suzemar Soares Rodrigues, Valterilma Santos Silva, Valteina Santos Silva, Sandro Gomes Rodrigues, Renato Luiz da Silva e Marco Antonio Cruz Jesus, estudantes do ensino médio da Escola Estadual e Municipal Adolpho Thomaz de Aquino. Usina Como primeiro assunto, foi abordado o fechamento da Usina e a interferência causada em suas vidas. Todos relatam que esta situação atingiu diretamente suas vidas. No caso de Suzimar ainda mais, pois sua família terá que se mudar para outra cidade. No restante do grupo, a situação é de expectativa e esperança de continuarem residindo aqui. Perguntamos a eles como a juventu-

de se agrupa na cidade. Todos possuem opiniões semelhantes quando dizem que os jovens de Motuca convivem no mesmo ambiente, mas não se comunicam, formando assim, grupos diferentes, com afinidades variadas. O próprio grupo de dança de rua “Ênfase” é um exemplo. Todos os participantes possuem algo em comum, que é a dança, mas se dividem em agrupamentos menores, quando o gosto por outras atividades se coincide. As garotas observam uma grande dife-rença entre os grupos. Porém, os meninos não concordam, por estarem mais ligados às atividades em comum, como o esporte. Diversão Quando o assunto é diversão, as

opiniões também se divergem entre elas e eles. Os meninos preferem futebol e internet. Já as meninas, ficam com o bate papo na praça. De vez em quando acontecem encontros em suas casas. Um ponto em comum entre eles é a praça, um local de todos. Música Para entender um pouco sobre o universo musical do grupo, simulamos uma “balada”, para que cada um escolhesse seu ritmo preferido. Os gostos musicais são bem variados: Hip Hop, Funk, Eletrônica, Rock, Pagode e Forró. Estes sons apresentados e aceitos pelo grupo numa mesma balada, mostram uma diversidade cultural típica do brasileiro. Perguntamos o que está “rolando”

Moda Falando em moda, disseram que, financeiramente, não dá para seguir as tendências, então “rola” o que está pelas ruas da cidade. “Seria interessante, se este jornal nos oferecesse dicas de moda”, cometam. Mais cultura e esporte Finalizando nosso encontro, qual seria o desejo deles para o lazer de Motuca? Que a escola não fosse somente um espaço para o estudo e, sim, para outras atividades culturais. Que o esporte fosse mais diversificado e que houvesse um espaço para encontros e músicas. Entendendo que é diversificada a opinião dos jovens, entrevistaremos em cada edição grupos diferentes. Para enriquecer este espaço, aceita-mos sugestões, opiniões e críticas. Enviem mensagem para o e-mail: cenarioregional@gmail.com


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Espaço de Cidadania e Qualidade de Vida Qualidade de Vida é mais do que ter uma boa saúde física ou mental. É estar de bem com você mesmo, com a vida, com as pessoas queridas, enfim, estar em equilíbrio. Este é um termo empregado para descrever a qualidade das­condições de vida levando em consideração fatores como saúde, educação, hábitos saudáveis, bem-estar físico, psicológico, emocional e mental. Ser competente

PSF significa Programa de Saúde da Família, que é um novo modelo de atenção à saúde. Tem como objetivo acompa-nhar as pessoas e as famílias, buscando prevenir e tratar doenças, reduzindo os danos ou sofrimentos que possam com-prometer a vida saudável. Esta concepção supera a antiga proposição de caráter exclusivamente centrado na doença. O PSF ou Saúde da Família conta com uma equipe composta por médico de família, enfermeiro, técnicos de enfermagem e agentes comunitários, responsáveis pelo acompanhamento de um nú-mero definido de famílias, divididos, geralmente, em bairros da cidade. Esta equipe atua em ações de promoção

da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais freqüentes. Também realiza atividades educacionais. Quando ampliada, conta ainda com um dentista, um auxiliar de consultório dentário e um técnico em higiene dental. A Saúde da Família é uma ação importante, que vem modificando o modelo anterior de atenção de saúde à população, usuária do Sistema Único de Saúde (SUS). Tem produzido resultados positivos nos principais indicadores de saúde e de qualidade de vida da população assistida. Atualmente, o PSF está presente em praticamente todos os municípios brasileiros. Desde o início do programa, em 1992, até 2002, houve uma considerável redução na mortalidade infantil no país. A atuação das equipes ocorre, principalmente, nas Unidades Básicas de Saúde. Se necessário, nas residências e na mobilização da comunidade, estabelecendo um vínculo de compromisso, ca-racterizando-se como porta de entrada ao atendimento. Pode, ainda, estabelecer parcerias com outros setores como Educação, Promoção Social, Cultura, Esporte e Lazer. O modelo de atenção à saúde no Brasil é referência internacional. A estratégia de Saúde da Família como desenhada no caso Brasileiro é destaque e modelo para outros países.

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Fábio Falvo e Maria Angélica

na gestão da própria saúde e estilo de vida deveria fazer parte das prioridades de todos. Falando em Qualidade de Vida, nesta edição, vamos informar sobre saúde, mais precisamente sobre o PSF. Mas o que é PSF, que tanto ouvimos falar nos postos de saúde?

PSF em Motuca

O município de Motuca possui duas equipes de Programa de Saúde da Família. Uma está localizada na área urbana e outra na rural (ver box) No dia cinco de junho, o PSF da área urbana iniciou uma nova atividade, o projeto “EU Pratico”, que consiste na realização de alongamento físico na companhia de um profissional de Saúde. Também é verificada a pressão arterial dos participantes. O projeto será realizado todas as quintas feiras, a partir das 7h30.

Unidade de Saúde onde atua o PSF da ára urbana

PSF (área urbana): Rua Gerudy Figueiredo, 100, Centro. Fone: 3348 1611

PSF (área rural): Fazenda Monte Alegre, Assentamento 1 Fone: 3348 7104

Unidade de Saúde da Família no Assentamento 1


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Jogadora de Motuca atuou na Seleção Brasileira

DECEL Motuca pode chegar à liderança amanhã

Natália foi convocada em 2006, depois de se destacar em campeontatos regionais

Time da cidade está em segundo lugar no campeonato amador regional

também pretende cursar a faculdade de administração de empresas. Preconceito

Futebol é a grande paixão da jogadora Gabriela Marques Luiz

Apaixonada por futebol desde criança, a motuquense Natália Ferreira de Araújo transformou sua paixão em pro-fissão quando iniciou a carreira, aos 15 anos, no time de futebol feminino da Ferroviária, de Araraquara, onde joga até hoje. Em 2006, realizou o sonho de todos os atletas do país, ao ser convocada para a Seleção Brasileira de Futebol Feminino Sub-20, depois de se destacar em campeonatos disputados no estado de São Paulo. Hoje, aos 21 anos e seis de carreira, a são paulina revela seu objetivo: “Quero crescer profissionalmente e financeiramente no esporte”, diz a atleta, que

Segundo a jogadora, algumas pessoas não aceitam que mulheres atuem na modalidade. “O preconceito com o futebol feminino diminuiu, mas ainda existe”, afirma. “As pessoas acham que isso não é esporte para mulher”. Natália dá um conselho para as meninas que sonham em jogar futebol: “Não desistam. Vão atrás e ignorem o preconceito”, finaliza.

Futsal feminino de Motuca Com uma equipe de dez atletas, o futsal feminino de Motuca é comandado pela técnica Rosa Fernandes há três anos. Recém vice-campeã do 2º Campeonato Regional de Futsal de Araraquara, a e-quipe da cidade possui os seguintes títulos: campeã do Campeonato Regional 2005 e 2007 e do torneio em Gavião Pei-xoto em 2006; 3º lugar no Campeonato Regional de 2006 e da Copa Sesc em 2007. As meninas interessadas em praticar esse esporte devem procurar a técnica Rosa, que passará os horários e os dias de treinamento.

Jogos Regionais iniciam no mês que vem Competição será realizada em Jaboticabal, entre 1 e 13 de julho. Motuca levará 99 atletas Gabriela Marques Luiz

Entre os dias 1 e 13 de julho, será re-alizado, em Jaboticabal, o 52º Jogos Regionais. A delegação de Motuca será composta de 111 pessoas, sendo 99 atle-tas e doze da comissão técnica, que irão participar de oito modalidades: futebol feminino e masculino, futsal,

vôlei de quadra e de praia masculino e feminino e xadrez. Com bons resultados em 2007, quando o vôlei feminino ficou em 7º lugar e o futebol masculino em 11º, os atletas de Motuca já se preparam para as competições, pois “o principal objetivo da cidade são os Jogos Regionais”, declara a técnica do time de futsal feminino, Rosa Fernandes.

No último domingo, a equipe venceu o São Paulo, de Américo Brasiliense, por 3 a 1 Jairo Falvo

O time de futebol masculino DECEL Motuca pode chegar amanhã, no jogo contra Nova Europa, à primeira colocação em sua chave, pelo Campeonato Amador Regional. Para isso, além de vencer ou pelo menos empatar, precisa torcer por um tropeço de Tabatinga, diante do Juventus, time da cidade de Fernando Prestes. O DECEL Motuca está na segunda colocação em sua chave com 20 pontos, o mesmo número do Tabatinga, que possui melhor saldo de gols. No último domingo, a equipe venceu o São Paulo, de Américo Brasiliense, por 3 a 1. O time da cidade já disputou oito partidas pelo campeonato. Ganhou três,

empatou duas e perdeu uma. Ainda restam quatro jogos para o término da fase de classificação. “Estamos muito próximos de garantir a vaga para as quartas de final”, explica o zagueiro da equipe Rodrigo Baesso. “Nosso objetivo é classificarmos na primeira ou segunda colo-cação, para termos a vantagem de disputarmos a segunda partida em casa”. O DECEL Motuca está invicto jogando em seu estádio, com um empate e três vitórias. O DECEL Motuca é composto por atletas do time da Usina Santa Luiza, que garantiu o direito de participar do regional e representar a cidade depois de vencer o Campeonato Municipal, dispu-tado entre fevereiro e abril deste ano.

Motuca participou dos Jogos Regionais do Idoso Entre os dias seis e dez de maio, Motuca participou do 12º Jogos Regionais do Idoso (Jori), disputados na cidade de Jaboticabal. A equipe da cidade participou em diversas modalidades, entre elas buraco, dominó e coreografia. Na coreografia, apresentaram movimentos inéditos e complexos, como o pára-quedas, que emocionaram o público presente no evento.

Coreografia apresentou movimentos inéditos e agradou ao público


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