Informe Pet - Edição 2 - Setembro

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CAPITAL

Sancionada lei que Protetores Ambientais Mirins I estabelece a instalação de câmeras em Pet Shops PÁG 2

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Pet F LO R I A N Ó P O L I S/SÃO J O S É (S C) C I R C U L AÇ ÃO M E N SA L S E T E M B RO/2017 E D I Ç ÃO # 02

BEM-ESTAR ANIMAL

COMPORTAMENTO

“PETS TERAPEUTAS” AJUDAM TUTORES A SUPERAR MOMENTOS DIFÍCEIS Convivência com animais de estimação traz conforto emocional e ajuda a aliviar estresse, perdas, dores e depressão PÁGS 4/5

ATENDIMENTOS E CASTRAÇÕES AUMENTAM EM SEIS MESES

De janeiro a agosto, a Prefeitura aumentou em 69% o número de castrações. As cirurgias de esterilização passaram de 103, realizadas em janeiro, para 339, em julho deste ano PÁG 3


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FLORIANÓPOLIS/SÃO JOSÉ (SC) QUINTA-FEIRA, 28 DE SETEMBRO DE 2017

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Pet

Notas, sugestões, críticas e comentários sobre o mundo animal na Região Metropolitana de Florianópolis Sugestões: e-mail: redacaofloripa@jornalinforme.com.br, WHATS: (48) 99922-8133

Antagonismo O Projeto de Lei Complementar n. 1626/2017, que prevê a proibição da utilização de fogos e de artifício em Florianópolis, mal começou a tramitar na Câmara Municipal e já encontrou muita resistência da classe empresarial. Supostamente a classe está preocupada que a proibição da utilização dos fogos impacte negativamente na vinda de turistas para as festas de fim de ano. No entanto, o mesmo Projeto apresenta tecnologias alternativas em substituição aos perigosos explosivos. A exemplo de diversos eventos espalhados pelo mundo e pelo país, o texto sugere a utilização de fogos silenciosos, luzes lasers, LEDs e drones iluminados. Ainda quanto ao assunto, a proposta apresentada na Câmara não é exclusiva da esfera municipal florianopolitana. O surgimento de dezenas de leis similares em outras cidades brasileiras aparentemente não passou despercebido pela Deputada Ana Paula Lima e Deputado Nilso Berlanda, que protocolaram junto à Assembleia Legislativa de Santa Catarina projetos de leis que versam sobre o mesmo tema. O maior contrassenso do caso é que nossas propagandas atraem turistas pela qualidade de vida e belezas paisagísticas naturais da Cidade, que esbarram diretamente nos impactos negativos à segurança das pessoas e ao meio ambiente, decorrentes da soltura dos artefatos explosivos.

Protetores Ambientais Mirins I

Voltado ao público adolescente (de 12 a 14 anos), o Projeto Protetor Ambiental Mirim, desenvolvido pela Polícia Militar Ambiental de Santa

Catarina tem como objetivo aproximar o referido órgão das novas gerações, fomentando a prevenção de ilícitos ambientais. Os Protetores

Ambientais são adolescentes treinados e disciplinados, que auxiliam a Polícia Militar Ambiental em suas atividades de educação ambiental.

Protetores Ambientais Mirins II Os participantes do projeto Protetores Ambientais Mirins visitaram a Câmara Municipal de Florianópolis, (na quarta-feira,13/09) para receber um autógrafo no livro O Cavalo do Padeiro, de autoria da vereadora Maria da Graça Dutra. Acompanhados pelos Sargentos Campos, da Polícia Militar Ambiental, os 40 jovens contaram à vereadora quais foram suas impressões, o quanto gostaram e o quanto mudaram seus conceitos sobre os animais após a leitura. A tarefa de ler o livro foi proposta durante o Projeto. Em princípio, o autor da melhor redação sobre a obra teria a oportunidade de conhecer a autora e ganhar um autógrafo. No entanto, todos os Protetores Mirins demonstraram interesse em conhecer a vereadora Maria da Graça.

INFORME PET Este suplemento especial circula encartado na edição do Informe Floripa, mensalmente, sempre na última edição de cada mês. O objetivo desta publicação é servir como um canal de comunicação entre amantes dos animais de estimação, empresas do setor e ações do poder público voltado a este público.

DIREÇÃO Adriano Ribeiro REPORTAGENS Darilson Barbosa

Para a vereadora, o encontro foi muito especial. "Sou grande fã deste Projeto comandado por professores muito especiais. Só em ver aquela turma linda já foi uma alegria. Fiquei muito emocionada ao ver as sementes plantadas florescendo, dando flores e frutos”, frisou.

DIAGRAMAÇÃO Doda Design APOIO COM CONTEÚDO Vereadora Maria da Graça Veterinário Felipe e Maísa Secco

homenagear todos aqueles que atuam na defesa dos direitos e dignidade dos animais. Os conhecidos “protetores” muitas vezes dedicam suas vidas de forma voluntária para minimizar a problemática do alto número

de animais abandonados, assim, nada mais justo que tenham sua atuação reconhecida. A data, 04 de outubro, é a mesma em que se comemora o dia de São Francisco de Assis, conhecido como o padroeiro dos animais.

Projeto Taperinha A ação “Projeto Taperinha” conta com a organização de duas voluntárias em conjunto com duas clínicas veterinárias de Florianópolis e a Diretoria do Bem-Estar Animal de Florianópolis. Só nos últimos quatro meses foram realizadas aproximadamente 300 castrações e encaminhados 55 animais para adoção responsável, todos castrados e vacinados. Quem frequenta o Bairro Tapera já consegue notar a diferença na quantidade de animais abandonados circulando nas ruas. O Projeto atende os

EXPEDIENTE

PUBLICAÇÃO Carlos Alberto Gonçalves Júnior - ME

“Dia dos Protetores de animais” Foi aprovado no Município de Florianópolis o PL 17.103/2017 de autoria da vereadora Maria da Graça Dutra que institui o “Dia dos Protetores de Animais” que, tem como objetivo reconhecer e

Pet

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camisetas, pode entrar em contato com os responsáveis pelos telefones: (48) 99944-8601 c/ Fernanda.

E-mail: redacaofloripa@ jornalinforme.com.br Rua Tenente Silveira, 324, sobressala 02, centro, Florianópolis


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FLORIANÓPOLIS/SÃO JOSÉ (SC) QUINTA-FEIRA, 28 DE SETEMBRO DE 2017

Pet BEM-ESTAR ANIMAL

Atendimentos e castrações aumentam em seis meses

De janeiro a agosto, a Prefeitura aumentou em 69% o número de castrações. As cirurgias de esterilização passaram de 103, realizadas em janeiro, para 339, em julho deste ano Cães e gatos assistidos pela Prefeitura de Florianópolis têm recebido mais carinho e cuidados a cada dia. No primeiro semestre, o remanejamento de veterinários e as melhorias na estrutura da Diretoria de Bem-Estar Animal (Dibea) foram revertidos em mais atendimento e melhorias na situação dos cães e gatos assistidos pela Prefeitura. De janeiro a agosto, a Prefeitura aumentou em 69% o número de castrações. As cirurgias de esterilização passaram de 103, realizadas em janeiro, para 339, em julho deste ano. Pelo programa de castração para controle de natalidade, às segundas e sextas-feiras proprietários de animais que têm renda de até dois salários mínimos podem levar seus patudos para a cirurgia. Nos outros três dias da semana, o caminhão da Dibea vai até as

CRISTIANO ANDUJAR/ JUN/2017

O NÚMERO DE ACOLHIMENTOS A ANIMAIS ATROPELADOS TAMBÉM CRESCEU, DESDE O INÍCIO DO ANO

comunidades e busca os animais selecionados que precisam de atendimento. Essa triagem é feita a partir de famílias carentes seguindo critérios de renda por voluntários residentes no local. De janeiro a agosto foram feitas 339 cirurgias de esterilização em 26 comunidades. ADOÇÕES Desde a campanha iniciada

pela Prefeitura, que abrange TV, rádios, jornais e Facebook, em agosto, mais de 20 patudos já foram adotados. A ação levou à Dibea famílias que antes não conheciam o serviço. O objetivo do trabalho é justamente esse: sensibilizar mais pessoas, tanto para encontrar um lar para os mais de 100 cães e gatos acolhidos pela Prefeitura, quanto para conscien-

tizar que o abandono dos patudos é crime previsto por lei. Com a retomada do atendimento ambulatorial feito pelos veterinários da Prefeitura na Dibea, houve um salto de 87% no número de cães e gatos atendidos nos oito primeiros meses do ano. O consultório funciona como um centro de saúde para os patudos de famílias com até dois salários mínimos residentes na Capital. O atendimento é das 13h às 17h e ocorre por livre demanda, ou seja, sem agendamento. São feitas consultas, com exceção daquelas que demandam internação, cirurgia de tumores ou ortopédicas. O número de acolhimentos a animais atropelados também cresceu, desde o início do ano. Em janeiro, a Dibea atendeu a 26 casos, número que subiu para 40 no mês de agosto – um acréscimo de 35%.

COMUNICADO

Dibea fecha consultório para obras

As obras de saneamento na Diretoria de Bem-Estar Animal (Dibea) chegaram a uma fase decisiva para que os problemas históricos de vazamento da fossa sejam finalmente solucionados. Por isso, o ambulatório para atendimento veterinário de cães e gatos terá o atendimento comprometido. Durante os próximos dois meses, enquanto durarem as obras que irão resolver um problema histórico de vazamento de esgoto no Bem-Estar Animal, em alguns dias da semana o ambulatório será fechado, para que não haja risco à saúde dos animais atendidos no local. As castrações já agendadas não serão interrompidas neste momento.

O ENCANAMENTO ESTÁ SENDO TROCADO PARA QUE NÃO HAJA MAIS VAZAMENTOS

Seminário de Conscientização dos Direitos e Proteção dos Animais O Presidente da Câmara Municipal de Florianópolis, Vereador Guilherme Pereira de Paulo (PR), por proposição da Vereadora Maria da Graça Dutra (PMDB), tem o prazer de convidar para II Seminário de Conscientização dos Direitos e Proteção dos Animais, ministrada pela Comissão de Direito dos Animais da OABSC – Subseção Florianópolis, a realizar-se no dia 05 de Outubro de 2017, às 14 horas, no Plenarinho da

Câmara Municipal de Florianópolis, Rua Anita Garibaldi, nº 35, 1º andar, Centro, Florianópolis/SC. Público alvo do seminário: estudantes, protetores, lideranças comunitárias e demais interessados pela causa animal. Vagas limitadas! Interessados, confirmar presença até o dia 03.10.2017 às 13hs, nos seguintes contatos: e-mail: gabinetemariadagraca@gmail.com ou telefone: (48) 3027-5746.

PROGRAMAÇÃO PROGRAMAÇÃO DO II SEMINÁRIO DE CONSCIENTIZAÇÃO DOS DIREITOS E PROTEÇÃO DOS ANIMAIS. 14h00 - Recepção dos convidados 14h15 - Abertura e Boas Vindas - Vereadora Maria da Graça Dutra. 14h30 - Importância do controle populacional de cães e gatos nas comunidades. Palestrantes: Monica Mattedi e Maristela Naibo. 15h30 - Os animais são sujeitos de direitos. Por que e como denunciar maus-tratos contra animais. Atuação da Comissão de Direito dos Animais da OAB-SC. Palestrante Dra. Maria Helena Machado. 16h00 - Como as lideranças comunitárias podem atuar no cuidado com o Bem Estar Animal em suas comunidades. Palestrante: Vereadora Maria da Graça Dutra. 17h00 - Perguntas e Respostas. 17h45 - Considerações Finais. 18h00 - Encerramento


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Pet FOTO: (PUG JOHNNY)

Enfrentando a dor da separação JONAS FREIRE, PERSONAL TRAINER

A presença do pug Johnny, hoje com sete anos, foi fundamental no processo de divórcio do personal trainer Jonas Freire. “Ele foi meu conforto, percebia toda minha tristeza e carência afetiva. Se aproximava de mim, como alguém que queria dar um carinho inigualável e que muitas vezes não recebe-

Perna sarada mais rápido

Em abril, a jornalista Adalgisa Frantz teve um acidente doméstico que mudou sua rotina radicalmente. “Cai descendo a escada, fraturei a tíbia e precisei operar”, relembra. Como teve que ficar na cadeira de rodas, mudou-se do quarto, no andar superior, para a sala, no térreo, por cerca de três meses. “Um incidente desse porte te deixa arrasada e o carinho da Figui 24h por dia era tudo o que eu precisava”, conta. Figui é uma amorosa gatinha Bobtail, de quatro anos. “Ela não saía de perto de mim, noite e dia, nem brincar no jardim ela ia. Achei inacreditável esta dedicação”.

mos dos humanos”, relembra. Em 2015, Jonas teve problemas de saúde e foi hospitalizado. E lá foi o Johnny novamente acalentar o seu dono. “Ele foi me visitar e a emoção foi enorme, tanto dele quanto minha. Quando retornei para casa, era um dengo só comigo. É uma relação incondicional e intensa”, afirma.

MÉDICO-VETERINÁRIO LUCIANO GRANEMANN E SILVA, MEMBRO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DE SANTA CATARINA

COMPORTAMENTO

FOTO: (GATA BOBTAIL FIGUI)

“Pets terapeutas” ajudam a superar momentos dif

Convivência com animais de estimação traz conforto em aliviar estresse, perdas, dores e depressã

ADALGISA FRANTZ, JORNALISTA

Os animais de estimação, em especial cães e gatos, têm o poder de fazer a gente ficar mais feliz pela sua simples presença. Eles melhoraram o nosso humor, aliviam o estresse e nos fortalecem para enfrentar desafios, fazendo com que vençamos nossas dores físicas e emocionais de forma mais suave. A ciência já provou que eles são terapêuticos e as inúmeras histórias de superação na companhia deles reforçam suas descobertas. E não se trata apenas da Terapia Assistida por Animais (TAA), popularmente conhecida como “Pet Terapia”, que envolve cães e

outros animais como facilitadores em tratamentos físicos e psicológicos, em hospitais, asilos e clínicas. Os benefícios vão muito além. É dentro de casa, onde o contato com os pets é contínuo e intenso, que a terapia acontece, muitas vezes sem nos darmos conta. O personal trainer Jonas Freire enfrentou uma separação com a ajuda do pug Johnny. O companheirismo e o carinho da gata Figui ajudaram na recuperação da jornalista Adalgisa Frantz, após uma fratura e cirurgia na perna. A bancária Paula Zimmermann saiu de uma depressão desencadeada pela perda da mãe com o amor

incondicional das vira-latas Kuky e Choco. A servidora pública federal Lia Rekowsky viu sua pressão normalizar quando os gatinhos Iaiá e Caju entraram na sua vida. Segundo o médico-veterinário Luciano Granemann e Silva, membro do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina e proprietário da Cão. Com, vários estudos vêm demonstrando que o convívio com os animais de estimação é um dos melhores recursos terapêuticos. “Entre os benefícios físicos pode ajudar a diminuir os níveis de pressão arterial, estresse e ansiedade e a redução de estados


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FLORIANÓPOLIS/SÃO JOSÉ (SC) QUINTA-FEIRA, 28 DE SETEMBRO DE 2017

Pet

Amor em meio à perda e depressão A bancária Paula Zimmermann entrou em um processo depressivo depois da morte de sua mãe, em outubro de 2009. “Demorei para admitir que estava sofrendo e precisava de ajuda para superar a perda. Em 2013, iniciei a terapia e no final daquele ano engravidei e acabei perdendo o bebê”, conta. Dali para frente o quadro só se agravou: precisou se afastar do trabalho, não saía mais de casa, tomava remédios fortes. Foi aí que um “anjo” cruzou seu caminho. “Era fevereiro de 2014, dia do meu aniversário e eu estava voltando da casa da minha avó quando vi uma cadela embaixo de um carro. Estava começando um temporal e eu a levei para casa”, recorda. Paula conta que as caminhadas com a vira-lata Kuky, que ela fazia obrigada, acabaram sendo um santo remédio. “Ajudaram muito no meu tratamento. Voltei a ter vontade de fazer as coisas. Graças a ela, retomei minha vida”, afirma agradecida. Um ano após a adoção, Kuky morreu. “Um mês depois vi uma foto de uma filhote muito doente e de-

FOTO: (VIRA-LATA CHOCO)

PAULA ZIMMERMANN, BANCÁRIA

cidi ajudar no resgate e no tratamento e a adotei”. A vira-lata Choco, hoje com dois anos e sete meses, veio para a casa de Paula com 60 dias e a ajudou a superar mais uma perda. “Esses bichinhos nos mostram que a felicidade está nas coisas simples, que

somos importantes, amados e esperados a cada dia como se fosse o último da vida deles. Nos dão amor incondicional, independente do que aconteça, sem cobranças, sem julgamentos. Ela faz com que eu me sinta única, a mais amada do Universo.” FOTO: (GATOS IAIÁ E CAJU)

m tutores íceis

mocional e ajuda a ão depressivos. Entre os sociais está a interação humano-animal, que estimula a socialização e a convivência”, explica Luciano. E complementa afirmando que crianças que crescem com animais de estimação tendem a ter a auto-estima mais elevada, sentem-se menos sozinhas e têm mais habilidades sociais. “Eles também previnem a obesidade e reduzem a propensão a alergias e asma”, conclui. Em idosos, de acordo com Luciano, estudos vêm mostrando que os cães aumentam o nível de atividade física, além de diminuírem os riscos de doenças cardíacas, depressão e estresse.

Paz nos momentos de turbulência LIA REKOWSKY, SERVIDORA PÚBLICA FEDERAL

Iaiá, sete anos, e Caju, seis anos, são o porto seguro da servidora pública federal Lia Rekowsky. É nos seus gatinhos que ela encontra a paz e o carinho sempre que passa por momentos turbulentos e a vida pede um pouco mais de calma. Logo que os adotou, sentiu os primeiros benefícios terapêuticos: “eu andava com a pressão desregulada e foi com o carinho deles que con-

segui diminuir o estresse e a medicação”. Há alguns anos, quando fez uma cirurgia na coluna e precisou ficar duas semanas na cama e alguns meses em repouso, seus gatos foram fundamentais, tornando o processo de dor e recuperação menos penoso. “Eles têm uma sensibilidade muito aguçada. Volta e meia quando sinto dores, se aconchegam no local.

Parece que adivinham”, conta. Desde março, Iaiá e Caju estão fazendo parte de uma nova etapa na vida de Lia, que adotou o menino Guilherme, nove anos, e está aprendendo a ser mãe. Nessa fase de adaptação, que além de alegria vem acompanhada de dificuldades, medos e angústias, seus gatos vêm sendo imprescindíveis. “Eles me acolhem e me tranquilizam”, afirma.

ARTIGO

Pesquisas e números sobre terapia com animais

Hoje, mais de 30% dos psiquiatras e psicoterapeutas envolvem animais durante as práticas clínicas, motivados pelos seus benefícios, e este número vem aumentando, segundo o PHd. Dr. Dennis C. Turnner, ex-presidente da Associação Internacional das Organizações Homem-Animal (IAHAIO). Depois de dez anos de estudo com cerca de 4.000 americanos, pesquisadores da Universidade de Minnesota constataram que donos de gatos apresentaram um risco 30% menor de sofrer ataque cardíaco, em comparação com aqueles que não possuem esse felino. Em outro estudo, a Dra. Karen Allen, pesquisadora da Universidade Estadual de Nova York, constatou que corretores com hipertensão que adotaram um gato, tiveram níveis mais baixos em situações estressantes, comparados com os que não tinham animais de estimação. A pesquisa foi apresentada à Associação Americana do Coração, que concluiu que os gatos são mais eficazes que os medicamentos utilizados para regular essa doença. Um estudo conduzido pela estudante de psicologia Amaliani Raquel Oliveira dos Santos e pela psicóloga Cíntia de Jesus Silva, da União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago), de São José do Rio Preto (SP), e publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Pscicologia Hospitalar (SBPH) em junho de 2016, comprovou diversos benefícios da terapia Assistida por Animais (TAA) presentes nos 29 projetos onde ela está presente desenvolvidos no estado de São Paulo. Entre as constatações estão a de que “a TAA pode favorecer a recuperação mais rápida da saúde dos pacientes e uma melhor qualidade de vida também dos familiares e profissionais de saúde”. A monografia “Cinoterapia: Benefícios da interação entre crianças e cães”, de Glaucielle Nunes de Oliveira, apresentada na Universidade Estácio de Sá, também revelou dados positivos sobre a terapia com animais, especialmente em crianças que necessitam de auxílio psicológico, proporcionando uma melhor qualidade de vida, visto que o convívio com animais, em especial com cães, é altamente benéfico.


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Pet

CAPITAL

Sancionada lei que estabelece a instalação de câmeras em Pet Shops

A lei estabelece que os clientes podem acompanhar, por meio de imagens de câmeras monitoramento, os procedimentos veterinários realizados nos animais de estimação

DARILSON BARBOSA / INFORME FLORIPA

DARILSON BARBOSA Repórter

O projeto de lei proposto pelo vereador Erádio Manoel Gonçalves (PTB) que versa sobre a obrigatoriedade da instalação de câmeras e circuitos de filmagem nos pet shops do município de Florianópolis foi sancionado pela Prefeitura de Florianópolis no dia 31 de agosto de 2017. A lei 10.270/2017 está em vigor desde o sancionamento feito pelo vice-prefeito João Batista Nunes (PSDB) e publicação no Diário Oficial. A lei estabelece que os clientes podem acompanhar, por meio de imagens de câmeras monitoramento, os procedimentos veterinários realizados nos animais de estimação em serviços de pet shop. Os pet shops devem fornecer uma cópia das imagens gravadas, quando forem solicitadas pelos clientes num prazo máximo de dois dias úteis. “É de interesse da comunidade e dos pet shops fazer a instalação das câmeras de segurança. É um mecanismo que traz mais confiabilidade na realização dos procedimentos veterinários e serviços prestados”. O vereador Erádio Manoel Gonçalves (PSD) ressalta que o principal objetivo é evitar o mau trato com os animais na realização dos procedimentos veterinários. “Conversamos com todos

VEREADOR ERÁDIO PROPÔS PROJETO DE LEI APROVADO E SANCIONADO QUE INDICA A OBRIGATORIEDADE INSTALAÇÃO DE CÂMERAS DE SEGURANÇA EM PET SHOPS DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS

os vereadores mostrando nossa intenção com a aprovação do projeto. Você pode acompanhar a realização dos procedimentos veterinários no seu domicílio, tomando café e lendo jornal. É uma benesse que a lei propicia aos clientes e proprietários de pet shops. Também a garantia da segurança dos animais e realização de um bom serviço”. Gonçalves ressalta que existe uma ideia desproporcional em torno do custo do investimento nos equipamentos de filmagem e segurança. “Os clientes e proprietários de pet shops buscam qualidade nos serviços realizados. O aprimoramento é

Vereadora MARIA DA GRAÇA Não resta dúvida de que o Golias é um cão muito carismático. Superando os traumas da sua origem humilde - a lixeira da minha casa, onde foi abandonado em uma madrugada de 2009 - cresceu sem complexos e ascendeu socialmente muito rápido, tornando-se o mascote da Dibea, o posto mais cobiçado por todos os hóspedes. E não pensem que foi porque tinha uma madrinha como diretora da entidade. Não. Ele ganhou o carinho de todos por méritos próprios. Com sua simpatia filava as marmitas de todos os funcionários e almoçava três vezes todos os dias, hábito que mantém até hoje. Daí, para ser candidato a vereador foi um pulo. E foi então que, em plena campanha eleitoral, depois de ter fotografado em estúdio, gravado um programa para a televisão e feito muitas passeatas de sucesso - onde foi a estrela indiscutível - decidiu que

uma realidade em todos os setores econômicos e também na prestação de serviços. Não seria diferente nos serviços realizados por meio dos pet shops. O custo na compra em equipamentos é um investimento que valoriza e qualifica os serviços prestados pelos pet shops”. O vereador ressaltou como surgiu a ideia de propor o projeto de lei. “O projeto de lei surgiu por meio das demandas da comunidade e reuniões feitas pela equipe de assessoria. “Percebemos que ocorrem muitos problemas que induzem os animais a óbito em procedimentos veterinários e serviços realizados nos pet shops,

com a posterior judicialização destes acontecimentos. Com a instalação dos equipamentos de segurança, fica fácil identificar se o óbito do animal foi natural ou erro veterinário”. Gonçalves comenta que o projeto tem o aval de entidades estratégicas do município. “Contamos com o apoio de entidades ligadas à administração pública, pet shops, clínicas veterinárias e organizações não governamentais. A sessão plenária que aprovou o projeto de lei obteve 14 dos 17 votos. O foco da lei é o bem-estar animal. Um procedimento veterinário assistido traz confiabilidade nos serviços prestados pelos pets shops”.

Encontrei um animal abandonado! O que faço? Os casos de abandono de animais, sejam eles cães ou gatos, são frequentes em todas as cidades do país. Lamentavelmente, as pessoas nem sempre consideram que um animal pode viver até 15-20 anos e, conforme o cão vai ficando adulto, envelhecendo ou adoecendo, são abandonados. Diante dessa situação, muitas pessoas se solidarizam e procuram ajudar o animalzinho, mas muitas vezes não sabem o que fazer. Sendo assim, o ideal é retirar o animal da situação vulnerável que se encontra, ou seja, recolhê-lo da rua. Quem pode, leva pra casa, mas também há a possibilidade de buscar por um “lar temporário”, ou seja, a casa de um conhecido, um amigo ou até mesmo alguém que queira apenas ajudar, e nesse momento, as redes sociais auxiliam muito na busca por essas pessoas. Existe ainda a opção do “hotelzinho”. Isso mesmo, existe hoje um número grande de locais que se disponibilizam em cuidar dos animais e, pra isso, cobram um valor mensal. Com o animal em segurança os próximos passos são viabilizar a castração que é fundamental para o controle populacional e também a vacinação, para evitar que o animal contraia doenças que podem inclusive levá-lo a morte. Tanto a castração como a vacinação hoje em dia são encontradas a preços bem acessíveis em algumas clínicas que prestam atendimento social, oportunizando quem possa ajudar o animalzinho para que pague um valor mais em conta pelos serviços. Todas as despesas podem ser pagas com ações realizadas também utilizando as redes sociais como, rifas, brechós ou até mesmo buscando doações de amigos e pessoas solidárias à causa. Com o animalzinho vermifugado, castrado e vacinado, ele já pode seguir em busca de uma nova chance encontrando um novo lar. O mais importante nesse processo todo, é retirar o animal da situação de abandono, evitando sofrimento e futuras ninhadas que certamente iriam parar nas ruas. Adotar um animal que sofreu abandono é salvar uma vida. Adote!

ARTIGO

AS AVENTURAS DE GOLIAS – A ESCAPADA queria fugir um pouco de tanta responsabilidade, para ser livre e conhecer o mundo, além das suas fronteiras permitidas. Decisão que tomou sem comentar com ninguém, talvez até porque pensasse em regressar tão logo sua curiosidade fosse saciada. E então, em uma bela madrugada de sextafeira, botou o pé, ou melhor dizendo, as quatro patas na estrada, rumo ao desconhecido. E bem desconhecido, pois não deixou nenhuma pista sobre o rumo tomado. A comoção foi geral. Pente fino pela cidade, mensagens na CBN, anúncio no DC de domingo, cartazes colados em postes, centenas de compartilhamentos no Facebook e os amigos todos, preocupados e atentos ao telefone. Longas horas de angústia. Recebemos muitos telefonemas que o localizavam ao mesmo tempo na Hercílio Luz, no bairro João Paulo e no Shopping Beira Mar. Por ser um pretinho básico, o único detalhe

diferencial era o brilho intenso do seu pelo negro. Mais de 48 horas depois, com as esperanças minguando, chegou o telefonema tão esperado. Havia sido localizado por uma das tantas voluntárias da Dibea que passava, casualmente, pelo campus da Universidade, no Bairro Pantanal. Era noite escura e aquele cãozinho preto, ao passar por baixo do poste de luz, teve seu pelo brilhante "de propaganda de shampoo", ainda mais realçado. E foi o que chamou a atenção.- Só pode ser o Golias! - pensou ela. Mas notou também que ele não estava só. Ia muito faceiro e rebolado, acompanhando um grupo de jovens, estilo "bicho-grilo universitário", que cantavam ao som de um violão. E no pescoço levava um colar enfeitado com lacres de tampas de cerveja, no mais perfeito estilo grunge canino. Como fosse descoberto em flagrante, botou o rabo entre as pernas e entrou no carro, sem protestar, com cara de

criança que fugiu de casa com a troupe do circo. De retorno ao lar, foi logo contando todas as novidades para os amigos, traduzidas em mil cheiros exóticos que trouxe da sua experiência boêmia. Não estava com fome ou sede, contrariando as minhas expectativas. Deve ter passado muito bem com seus amigos músicos. Ao sentir um cheiro estranho no seu pelo, um pensamento me assaltou: - Será que andou fumando maconha também? Dessa escapada do Golias, fiquei com o saldo negativo de um tanque de gasolina gasto em sua procura, dezenas de telefonemas dados para celular, uma consulta com um gurú, e, a sensação frustrante de que o filho cresceu, sobreviveu, e passou muito bem sem mim. Mas juro que vou descontar tudo da sua mesada! Agosto de 2012


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FLORIANÓPOLIS/SÃO JOSÉ (SC) QUINTA-FEIRA, 28 DE SETEMBRO DE 2017

Pet IMPACTOS NOS ANIMAIS

Proibir ou não os fogos de artifício Câmara de Vereadores debate projeto de lei sobre a não utilização e comercialização de fogos de artifício no município de Florianópolis

DARILSON BARBOSA / INFORME FLORIPA

DARILSON BARBOSA Repórter A Câmara de Vereadores de Florianópolis, por meio da Frente Parlamentar de Desenvolvimento Econômico de Florianópolis, coordenada pelo vereador Milton Donizete Barcelos Júnior (DEM), realizou no dia 6 de setembro, no Plenarinho da Câmara, uma reunião pública para debater e discutir o projeto de lei 16.026/17 proposto pela vereadora Maria da Graça Dutra (PMDB) que versa sobre a proibição da comercialização, manuseio, queima, soltura ou qualquer outra forma de utilização de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos no município de Florianópolis. A reunião contou com a participação de entidades produtoras de fogos e também de associações, entidades e organizações contrárias a utilização e comercialização de fogos de artifício no município de Florianópolis. A vereadora Maria da Graça Dutra (PMDB) deu início às atividades da reunião pública ressaltando os danos que a utilização de fogos de artifício proporciona para as pessoas, animais domésticos e silvestres, destacando que Santa Catarina está em 7º lugar num ranking nacional com acidentes com fogos de artifício e artefatos pirotécnicos. “Muitas entidades estão envolvidas na elaboração deste projeto de lei como a Associação de Proteção Animal (APRAP). O uso de fogos de artifício traz muitos prejuízos para as pessoas e os animais. O Comitê Olímpico Internacional (COI) estuda a possibilidade de não utilizar mais os fogos em eventos oficiais como as Olimpíadas. Os animais e as pessoas com síndromes sofrem com a queima de fogos. Os resíduos e rejeitos da utilização dos fogos trazem degradação para o meio ambiente. Precisamos reavaliar nossa politica na utilização dos fogos de artifício no município de Florianópolis”. O presidente da ONG Pa-

tas da Rua, Nelson Bronca, falou sobre o debate e a discussão proposta pela Frente Parlamentar de Desenvolvimento Econômico. “Necessitamos realizar eventos sociais mais criativos, sem a utilização de fogos e pirotecnia. Eles causam prejuízo físico para as pessoas e os animais também sofrem muito. Alguma coisa tem que ser feita para amenizar esses prejuízos ocasionados pela utilização de fogos de artifício no Brasil. Principalmente diminuir os ruídos”. A representante da Comissão de Controle e Poluição Sonora da Fundação Municipal de Meio Ambiente (FLORAM), Adriana Silva, enfatizou que a utilização de fogos de artifícios silenciosos seria uma solução viável que amenizaria os estrondosos ruídos. “É importante o debate sobre a não utilização e comercialização de fogos de artifício no território brasileiro”. O representante da Superintendência de Comércio de Florianópolis, Ramiro Zinder fez uma reflexão abrangente sobre os argumentos apresentados pelos participantes que são favoráveis e contrários ao projeto de lei. “A causa que trata o projeto de lei é muito nobre. A intenção da vereadora Maria da Graça Dutra é a melhor possível, porque propõe um debate importante, estratégico e realista para o município e sociedade”. A assessora jurídica do Gabinete da vereadora Maria da Graça, ressaltou a relevância de realizar o debate na Câmara Municipal. “Uma das maiores vantagens da democracia é o diálogo. O debate em torno deste projeto de lei é importante. Os balões infláveis foram proibidos no Brasil em 1998. Também foi proibido o uso de animais em circo e cerol em pipas. Fazer diferente é possível. A Assembleia Legislativa de Santa Catarina possui dois projetos que versam sobre não utilização de fogos. O debate é importante para realizarmos o devido encaminhamento ao projeto”. O presidente do Conse-

lho Regional de Medicina Veterinário enfatizou que os argumentos utilizados pelos participantes são muito válidos para o debate. “Que bom podermos discutir esse assunto com representantes contrários e favoráveis. Os animais sofrem muito com a queima de fogos. Acredito que o projeto de lei é uma proposição importante. Acredito que no momento atual seria interessante realizar estudos técnicos de impacto ambiental e uma campanha de conscientização junto à comunidade. Seria ótimo diminuir os ruídos”. O vereador Afrânio Bopré (PSOL) comentou que o homem moderno está num momento de angústia antropocêntrica. “Necessitamos debater com mais vigor esses assuntos que envolvem causas humanitárias. Precisamos realizar ajustes econômicos visando preservar o meio ambiente. Precisamos ter compaixão pelos animais. É por meio da legislação que conseguimos realizar melhorias importantes trazendo benefícios reais para a sociedade de uma forma ampla, plena e irrestrita”. ENCAMINHAMENTOS Após a realização do debate no tempo regimental, o vereador Milton Barcelos Júnior (DEM) que presidiu a reunião no Plenarinho da Câmara realizou a finalização da discussão feita na tarde desta quarta-feira (6). “Convido todas as pessoas e entidades interessadas encaminhar suas contribuições para aprimorar a atuação da Frente Parlamentar de Desenvolvimento Econômico. Obrigado pela presença de todos”. A reunião realizada pela Frente Parlamentar foi a apresentação pública do projeto de lei 16984/17 proposto pela vereadora Maria da Graça Dutra (PMDB) e não implica na decisão da Comissão de Constituição e Justiça, cujo parecer é apenas pela constitucionalidade ou não do projeto de lei. Esta foi a quinta reunião da Frente Parlamentar de Desenvolvimento Econômico de Florianópolis.

REUNIÃO PÚBLICA QUE DEBATEU O PROJETO DE LEI 16026/2017 QUE PROPOE A NÃO UTILIZAÇÃO DE FOGOS DE ARTIFICIO NO MUNICIPIO DE FLORIANÓPOLIS


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FLORIANÓPOLIS/SÃO JOSÉ (SC) QUINTA-FEIRA, 28 DE SETEMBRO DE 2017

Pet AUTÓCTONE

Capital tem confirmado o 2º caso de leishmaniose visceral humana

O segundo caso de paciente autóctone de leishmaniose visceral humana de Santa Catarina, confirmado neste mês de setembro pela Vigilância Epidemiológica de Florianópolis, obteve alta do Hospital Nereu Ramos, onde iniciou o tratamento em agosto, quando foi internado. O homem, de 34 anos, morava no bairro Pantanal em maio, quando teve os primeiros sintomas da doença. O Centro de controle de Zoonoses iniciou a investigação ambiental e o inquérito sorológico nos cães encontrados na região. A leishmaniose visceral

é uma doença infecciosa grave causada pelo parasita Leishmania infantum, transmitido ao homem através da picada da fêmea do inseto conhecido como ‘mosquito-palha’ que tenha se alimentado do sangue de um animal hospedeiro (reservatório), na maioria das vezes, em áreas urbanas, os cães. Por ser um animal doméstico, estando intimamente próximo ao ser humano, os casos nos animais costumam preceder os casos em humanos, funcionando como um evento sentinela. Em maio deste ano, o Centro de Controle de Zoonoses

(CCZ) de Florianópolis fez mais um alerta à população da Capital sobre o aumento dos casos de cães infectados pelo parasita Leishmania chagasi e as áreas de maior incidência na cidade. Segundo o levantamento da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis, a leishmaniose visceral canina, que antes se concentrava na região da Lagoa da Conceição, agora está distribuída em 34 bairros da Capital. Desde 2010, o CCZ já investigou mais de sete mil cães de forma contínua, em especial nas regiões onde já foi confirmada a presença de cães infectados.

ARQUIVO SMS

DOCUMENTO FOI ELABORADO EM CONJUNTO ENTRE PREFEITURA, ESTADO, UFSC E ONGS

PERGUNTAS E RESPOSTAS FREQUENTES 1. O que é Leishmaniose Visceral? É uma doença grave, de desenvolvimento lento e silencioso, que afeta pessoas e animais, principalmente os cães, causada por um parasita chamado Leishmania infantum. A leishmaniose visceral atinge, especialmente, a medula óssea e órgãos como baço e fígado. 2. Como as pessoas e os cães podem contrair a doença? Através da picada de um inseto muito pequeno conhecido como mosquito-palha (chamado flebotomíneo), infectado com o parasita causador da doença. 3. Como posso saber se estou com essa doença? Como os sintomas são muito parecidos com os de outras doenças, quem apresentar febre por mais de sete dias deve procurar uma unidade de saúde. 4. Como saber se meu cão tem leishmaniose visceral? Os cães podem apresentar diversos sintomas que não são específicos dessa doença, como crescimento exagerado das unhas, emagrecimento, falta de apetite, feridas ao redor dos olhos, na ponta das orelhas e no focinho e conjuntivite. Apenas o exame laboratorial pode confirmar o diagnóstico. 5. Meu cão pode ter a doença, mesmo sem sintomas? Sim, o cão infectado pode parecer sadio por um período muito longo. A manifestação da doença depende de cada organismo animal. 6. Onde posso fazer o exame do meu cachorro?

O exame pode ser realizado no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Florianópolis para os residentes no município, ou em clínicas veterinárias particulares. 7. Como é feito o exame de Leishmaniose Visceral Canina? Através de um exame de sangue. Na rede pública, o Centro de Controle de Zoonoses faz o primeiro teste. Caso positivo, o exame é confirmado pelo LACEN - Laboratório Central de Saúde Pública. Normalmente o resultado fica pronto em dez dias. O exame também pode ser feito em clínicas particulares. Nesse caso, se der positivo, o veterinário irá notificar o Centro de Controle de Zoonoses. 8. Meu cão não tem a doença. Como posso prevenir? Há várias ações que, em conjunto, podem ser tomadas pelo responsável pelo animal. Entre elas estão o uso de coleiras repelentes para o mosquito-palha, a vacinação contra a leishmaniose visceral, o uso de telas milimetradas em portas e janelas e evitar expor o animal no fim de tarde e amanhecer. O médico veterinário poderá orientá-lo sobre as coleiras e a vacinação. 9. Quais produtos repelentes são eficazes para o cão contra o inseto que transmite a doença? São exemplos de repelentes para os cães: coleiras impregnadas e produtos aplicados entre os pelos da nuca específicos para mosquito-palha. É importante tirar dúvidas sempre com o médico veterinário ao comprar esses produtos. 10. Onde posso vacinar meu cão? A vacina não é fornecida pelo serviço público, somente nas clínicas ve-

terinárias particulares. É necessário o animal ser testado e estar negativo para Leishmaniose Visceral Canina. 11. Meu cão está com Leishmaniose Visceral. O que deverá ser feito? As opções são a eutanásia ou o tratamento, aliado a todas as ações de prevenção citadas nas respostas anteriores. 12. Mas se tem tratamento por que a recomendação é pela eutanásia? Porque o tratamento melhora a qualidade de vida do animal e alivia os sintomas da doença, mas não cura. O cão continua com o parasita no organismo e mantém o risco de transmissão. Por isso, mesmo sendo tratado, devem ser usadas todas as medidas de prevenção citadas nas respostas anteriores. 13. A eutanásia dos cães positivos é obrigatória? A eutanásia não é obrigatória, mas é uma medida de saúde pública recomendada pelo Ministério da Saúde para o controle da doença. A decisão é do responsável pelo animal. 14. Se eu optar pela eutanásia do meu cão infectado, como funciona? Ele irá sofrer? A eutanásia é um procedimento sem dor ou sofrimento, que pode ser feita pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) ou por um médico veterinário particular. Os responsáveis que tiverem interesse podem acompanhar o procedimento. 15. Se eu conviver, fizer carinho no meu cão infectado, posso contrair a doença? Carinhos, afagos, lambidas ou até mor-

didas não oferecem risco para a transmissão de Leishmaniose Visceral. Contato com fezes, urina e outras secreções também não oferecem risco de transmissão. Doar ou abandonar o seu animal infectado atrapalha no controle da transmissão da doença e não alivia o sofrimento do seu cão. 16. O que devo fazer para prevenir e controlar a transmissão da doença? É necessário que cada um faça a sua parte. Limpe seu terreno eliminando restos de folhas e frutos, lixo e fezes de animais, vedando as composteiras e evitando a umidade nos terrenos. Evite habitar em áreas de mata. Não deposite lixo em terrenos baldios ou locais inadequados. Para proteção dos animais, use telas nos locais onde eles ficam e aplique produtos repelentes. Caso ele não esteja infectado, a vacina pode ser aplicada. Outra ação importante é a castração dos animais para controlar a transmissão da doença, uma vez que pode ser transmitida durante o acasalamento e da mãe para os filhotes. Nas casas, faça a instalação de telas com menos de três milímetros nas janelas e portas da residência e use mosquiteiros nas camas. Ao sair no entardecer, noite e amanhecer, principalmente nas áreas de mata, períodos e locais de maior atividade do mosquito-palha, use camisas e calças compridas, além de aplicar repelentes. 17. Outros animais podem contrair a Leishmaniose Visceral? Animais silvestres, como cães do mato e gambás, também podem contrair a doença através da picada do mosquito-palha infectado.


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