Informe Verde - Edição Fevereiro 2019

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INFORME

Verde

CONSCIENTIZAÇÃO

Compostagem é a melhor destinação para o lixo orgânico

Suplemento do Jornal Informe para divulgar as boas práticas de conservação ambiental na Região Metropolitana FEVEREIRO 2019

Todo último sábado de cada mês a Comcap realiza no Jardim Botânico da Capital uma oficina repassando gratuitamente informações sobre técnicas de compostagem PÁGINA 3

AÇÃO

Voluntários plantam mudas de ipê na Via Expressa Sul PÁGINA 2

PRODUTOS ORGÂNICOS

Feira no Continente reúne produtores locais PÁGINA 5


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FLORIANÓPOLIS/SÃO JOSÉ (SC) QUINTA-FEIRA, 7 DE MARÇO DE 2019

FOTOS/DIVULG

Crianças participaram ativamente da ação

Comcap auxiliou nos trabalhos

AÇÃO

Voluntários plantam mudas de ipê na Via Expressa Sul

Foram plantadas 126 mudas de ipês roxo e rosa em ação neste mês de fevereiro; novas ações acontecerão para o plantio de até mil mudas na Capital Em comemoração ao aniversário de Fundação da Arte Mahikari, cerca de 120 praticantes se reuniram em um final de semana do mês de fevereiro para plantar mudas de Ipês na ciclovia da Via Expressa Sul, principal ligação ao Sul da Ilha. A ideia dos organizadores era realizar o plantio de 1001 mudas. Porém, por parte da Prefeitura de Florianópolis, pouco mais de 100 mudas tiveram o plantio autori-

zado para aquele local. Os participantes conseguiram plantar 126 mudas de Ipês roxo e rosa. Novas ações serão agendas para o plantio das demais mudas em outras regiões da cidade. O objetivo desta ação é trazer um conforto térmico para quem pedala na região, reduzindo, pela sombra das árvores, a temperatura no local. A Comcap auxiliou a realização da ação com a limpeza das áreas.

Praticante da arte, amante da bike e defensor ambiental, o vereador Pedrão esteve presente na ação fazendo a sua parte, plantando árvores e ajudando a melhorar aquela região. Dezenas de crianças participaram na belíssima ação, traduzindo desta forma o objetivo maior da arte Mahikari, que é construir um futuro positivo, do bem e feliz para a humanidade e para a natureza.

Novas ações, em outras áreas, serão realizadas nos próximos dias

AÇÃO


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FLORIANÓPOLIS/SÃO JOSÉ (SC) QUINTA-FEIRA, 7 DE MARÇO DE 2019

QUASE MIL PESSOAS CAPACITADAS

Todo último sábado de cada mês tem a Oficina no Jardim Botânico

CONSCIENTIZAÇÃO

Compostagem é a melhor destinação para o lixo orgânico Todo último sábado de cada mês a Comcap realiza no Jardim Botânico da Capital uma oficina repassando gratuitamente informações sobre técnicas de compostagem FOTOS: ADRIANO RIBEIRO

Uma mudança de consciência se dá somente a partir do processo formiguinha de cada um mudar seus hábitos. É nesse sentido que mais um grupo de moradores de Florianópolis se predispôs a participar de mais uma oficina de compostagem domiciliar, realizada pela Comcap, dia 26 de fevereiro. Todo último sábado o espaço no Jardim Botânico de Florianópolis é o palco para que os instrutores da autarquia repassem informações sobre o processo de compostagem do lixo orgânico residencial. A estudante de engenharia elétrica da UFSC, Lívia Ribeiro, 27 anos, é natural do Espírito Santo e atualmente reside em uma casa no Córrego Grande, com outros quatro estudantes. Uma de suas funções na casa é retirar o lixo para encaminhar ao local para coleta. Vendo todo o volume de lixo orgânico que ia

Estudantes Lívia e Marcela participaram da Oficina de Compostagem da Comcap

fora ela não teve dúvida e aproveitou a iniciativa da Comcap para aprender a fazer compostagem. Quer usar o quintal do imóvel para isso. “Se fala muito nesse assunto e é importante sa-

ber gerenciar o lixo que produzíamos”, comenta. Ela participou da Oficina acompanhada da amiga, também estudante da UFSC, Marcela, Gomes Ferreira, que veio

do Paraná cursar fisioterapia em Florianópolis. Já a paranaense, como mora em um apartamento, se interessou nas informações sobre minhocário e pretende implantar no seu apartamento. Já o que aprendeu sobre compostagem, pretende repassar para os pais, que moram em um sítio no interior do Paraná. “O grande diferencial é deter a informação para aplicá-la da melhor forma possível”, explica Marcela. A oficina sobre compostagem tem sido um mecanismo de orientação para a comunidade, que deve colaborar. Atualmente a cidade paga uma conta muito alta para mandar o lixo orgânico para o aterro. A ação, informa o presidente da Comcap, Márcio Luiz Alves, faz parte do Programa Municipal de Agricultura Urbana em direção à meta de tornar Florianópolis a primeira capital lixo zero do Brasil.

PELA CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES COLETADOS EM FLORIANÓPOLIS • 35% são orgânicos (24% restos de alimentos e 11% resíduos verdes como podas,

restos de jardinagem e folhas varridas na limpeza pública) • 43% são recicláveis

secos (embalagens de plástico, papel, metal e vidro) • 22% são rejeitos

(lixo sanitário e outros materiais que não podem ser recuperados).

MUDAR O DESTINO DO LIXO Das 193 mil toneladas recolhidas por ano pela coleta convencional da Comcap, em torno de 70 mil toneladas são resíduos orgânicos que, separados na fonte geradora, poderiam ser desviadas do aterro sanitário. Seria como deixar de mandar 27 caminhões de lixo por dia para de Florianópolis para o aterro em Biguaçu. Praticamente 70% da composição da matéria orgânica é água. “Estamos gastando muito

para enterrar água no município vizinho, precisamos estabelecer o ciclo da sustentabilidade, melhorando nossas práticas com o lixo”, aponta Márcio Alves. Ao custo de R$ 156,81 para transportar e aterrar cada tonelada desse resíduo, se o usuário do sistema de coleta adotasse as práticas de separar e reciclar o orgânico, a economia para o município poderia ser de até R$ 11 milhões ao ano, sem contar ganhos ambientais e sociais.

São repassadas informações sobre várias formas de compostagem

De acordo com a gerente da Divisão de Gestão Ambiental da Comcap, Daiana Bastezini, nos dois últimos anos, quase mil pessoas foram capacitadas em Florianópolis para realizar compostagem em seus domicílios, colaborando com a reciclagem e melhorando o desempenho da cidade no desvio de resíduos do aterro sanitário. Em 2018, foram 42 oficinas do Minhoca na Cabeça com 457 participantes e sete oficinas de compostagem com 118 participantes. Em 2017, 12 oficinas com 337 participantes.

PROJETO COM RECURSOS FEDERAIS A engenheira sanitarista Karina da Silva de Souza, gerente do Departamento de Planejamento, Gestão e Projetos da Comcap, relata que hoje Florianópolis já conta com milhares de iniciativas domiciliares de recuperação dos orgânicos na fonte, com minhocários ou outros métodos, e cerca de 20 pátios de compostagem e pontos de entrega de orgânicos institucionais e privados. Este ano, em projeto com a parceria do Fundo Nacional de Meio Ambiente, serão investidos R$ 987 mil em recursos do Fundo Socioambiental da Caixa, com contrapartida de 1% da Prefeitura de Florianópolis.

AÇÕES PREVISTAS NO PROJETO: Implantação de coleta seletiva de orgânicos ponto a ponto. Serão instalados pontos de entrega voluntária de orgânicos em centros de saúde, escolas da rede municipal e outros pontos estratégicos. Aquisição de equipamentos (bombonas, balanças), ferramentas e materiais de construção civil para implantação dos pátios e de três veículos, dois utilitários e um automóvel, para a coleta dos resíduos, supervisão técnica e educação ambiental. Ampliação e melhoria dos dois pátios de compostagem operados pela Comcap e Floram, no Centro de Valorização de Resíduos (CVR), Itacorubi, e Parque do Córrego Grande. Implantação de novo pátio de compostagem no Ecoponto da Comcap no Morro das Pedras e ampliação do pátio na Base Operacional Norte. Implantação de dois novos pátios pela Floram. Fortalecimento das duas iniciativas de compostagem comunitária já existentes Revolução dos Baldinhos e Horta Pedagógica do Pacuca. Implantação de cinco novos pátios com gestão comunitária.


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DIVULGAÇÃO

Zampieri com Paulo Henrique e Isabely

Todos já ouviram falar da alimentação orgânica e muitos passaram a aderir a este estilo de vida mais saudável no momento das refeições. Mas você sabe o porquê? Hortifrútis e hortaliças orgânicas não utilizam agrotóxicos durante o cultivo, o que deixa os produtos mais aromáticos, saborosos e, o mais importante, livres de toxinas. Há quem não abra mão do consumo desses itens, por isso, o Continente Shopping colocou em prática a realização de uma feira mensal com produtos orgânicos e que ainda valoriza a agricultura familiar. No último sábado, dia 23 de fevereiro, 14 empresas levaram seus diversos produtos para o shopping. Além das hortaliças e frutas, as geleias e biscoitos caseiros, itens sem glúten e sem lactose, pães de fermentação natural e bolos veganos compuseram a feirinha, que ainda contou com artigos artesanais, decorativos, quadros e cosméticos. PRODUTORES DE TODA REGIÃO Produtores de Biguaçu, São José e Florianópolis compõem a Tah! Orgânicos. Frutas, verduras, ovos, geleias e até mel são comercializados. A Afeto Alimentos Especiais levou seus brownies, biscoitos e tortinhas, todos sem glúten e sem lactose, assim como a La Flor de Cacau – chocolates sem aditivos químicos e gorduras – e a Amo Granola. Natural de Minas Gerais, a empresa de Tiago Pascoal – Ao Queijo – comercializa queijos da região do Serro já há mais de 20 anos. “A produção é totalmente artesanal e, inclusive, tombada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Artístico e Nacional), em que é usado o leite cru no processo”, conta. O resultado é um produto muito mais saboroso do que o convencional. A Quintal Cozinha Artesanal e Empório divulgou os pães de fermentação natural, cucas e bolos com ingredientes orgânicos, além da mercearia orgânica. Os molhos com temperos orgânicos ficaram por conta da Ledícias de la Madre.

Letícia de Assis, da Alamanda Vida Natural

Feira Orgânica

PRODUTOS ORGÂNICOS

Feira no Continente reúne produtores locais O Continente Shopping colocou em prática a realização de uma feira mensal com produtos orgânicos e que ainda valoriza a agricultura familiar E você sabia que os cosméticos também podem ser orgânicos? Letícia de Assis, da Alamanda Vida Natural, levou sabonetes, itens para aromaterapia e aromatizantes de ambiente, tudo produzido naturalmente e sem prejudicar o meio ambiente, para a feirinha. Além destes, ainda participaram Arte Luiza, Galeria Athena, Kayaboop, Marga Bianchini, Mendes Gobbi

Art e Prego de Madeira. QUEM COMPRA A procura pelo bem-estar e alimentos saudáveis já movimenta o setor como um todo. Segundo o Organis (Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável), a região Sul concentra a maior incidência de consumo. Enquanto no país 15% compram esse tipo de produto, nos três Esta-

dos do Sul são 34%. Rejane Zampieri aderiu à alimentação orgânica e integral há algum tempo e tenta repassar este estilo de vida à família, que mora em São João Batista. Ela levou os sobrinhos Paulo Henrique e a pequena Isabely para experimentar os produtos. As amigas Fabíola Mendes e Emily Filippi também preferem os alimentos orgânicos e mais

naturais. Como Emily é vegetariana, ela se preocupa ainda mais com as frutas e verduras que consome. QUAIS OS BENEFÍCIOS? A produção orgânica elimina o uso de agrotóxicos e, por isso, deixa de ser dependente do petróleo. Segundo a certificadora orgânica Ecocert, este tipo de cultivo evita problemas de saúde provocados pelo consumo de substâncias químicas tóxicas e gera produtos mais nutritivos e saborosos, apresentando aroma mais intenso. Ainda, os orgânicos protegem a qualidade da água, já que os agrotóxicos utilizados nas plantações convencionais acabam poluindo rios e lagos. A agricultura orgânica auxilia a pequena agricultura e os produtores locais com a revitalização das comunidades rurais, restaurando a biodiversidade; preservando os recursos naturais e evitando a contaminação química das futuras gerações.

QUER COLOCAR EM PRÁTICA O CONSUMO DE ORGÂNICOS COM UMA RECEITA FÁCIL? MAÇÃS CARAMELADAS Ingredientes - 4 colheres de sopa de manteiga - 4 colheres de sopa de açúcar mascavo - 4 maçãs maduras, sem as sementes, cortadas em 8 fatias cada - ¼ de xícara de água - sorvete de creme ou de baunilha MODO DE FAZER Numa panela grande, derreta a manteiga em fogo médio. Adicione o açúcar

Ao Queijo

e misture para dissolvê-lo. Coloque as fatias de maçã e cozinhe-as, sacudindo a panela com frequência, até que as maçãs fiquem douradas, aproximadamente 5 minutos. Coloque a água e deixe ferver em fogo baixo até que as maçãs estejam macias, aproximadamente 2 minutos. Sirva o sorvete em vasilhas individuais. Coloque as maçãs e o molho por cima do sorvete. Sirva imediatamente.

Tah Orgânicos


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DESTAQUE

O uso correto de produtos de limpeza Auxiliar operacional da Comcap, Phaenna ganhou destaque laboral por palestras sobre o tema

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ara Phaenna Proença, quando feito com amor, tudo fica bom. Ela é auxiliar operacional da Comcap e foi escalada pela gerente da Divisão de Serviços Gerais, Serli de Morais, e pelo assessor da área de treinamento Luiz Paulo Bernardes para compartilhar informações com os colegas sobre o uso de produtos de limpeza e higiene. Fez tudo com tanto zelo e interesse que as pessoas se encantaram e ela ganhou o destaque laboral. Phaenna capacitou 25 colegas no mês de dezembro. Agora, participa da comissão interna Comcap Lixo Zero e vai ajudar a Nara Bittencourt e demais colegas a implantar a coleta seletiva interna. MERCADO GIGANTE O Brasil, ensinou Phaenna, é o quarto maior mercado para produtos de limpeza no mundo, atrás dos Estados Unidos, China e Japão. Movimenta R$ 7,8 bilhões por ano. Em paralelo, também cresceu a venda de produtos clandestinos. A Anvisa proíbe a fabricação, distribuição, divulgação, comercialização de produtos clandestinos sob pena de multa a 15 anos de reclusão. A

DIVULGAÇÃO

Palestra Phaenna sobre uso adequado de produtos de limpeza

Comcap só trabalha com produtos registrados no Ministério da Saúde e recomenda que os empregados tomem o mesmo cuidado no uso doméstico. Há perigos de usar produtos não certificados, pelo risco de irritações, alergias, queimaduras e intoxicações. RISCOS DO MAU USO “Minha intenção foi alertar

sobre os riscos para a saúde a quem manipula de forma inadequada os produtos e sobre a importância de usar bem para reduzir desperdício dos materiais de limpeza”, aponta Phaenna. Segundo ela, é necessário ler o rótulo dos produtos e só fazer diluições e misturas recomendadas. “Trabalhamos na Comcap com um leque de pro-

Produtos levados para a palestra

dutos, como detergentes, cloros ácidos, cada um tem sua finalidade e forma de uso. Por isso, precisa seguir as instruções para o próprio benefício e por questões de economia”, afirma. Misturar água sanitária com produto para limpar pedra, por exemplo, é tóxico. Amaciante com água sanitária é ineficiente.

Ela insistiu sobre a importância de usar os equipamento de proteção individual (EPIs) fornecidos pela Comcap. DESTAQUE LABORAL De acordo com Luiz Paulo, além de Phaenna apenas Gilberto Bromer e Marildo Peixe já ganharam a menção “destaque laboral” por sua colaboração criativa e inovadora.

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ÉDIO HÉLIO RAMOS / DIVULGAÇÃO CMF

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PRESERVAÇÃO DA NATUREZA

Criação da Unidade de Conservação Monumento Natural da Lagoa do Peri é discutida em Audiência Pública

A legislação prevê o prazo de um ano para sua implementação

COMPOSTAGEM

Ao aprovar lei, Florianópolis é pioneira na reciclagem de resíduos sólidos orgânicos Com projeto de lei aprovado na Câmara de Vereadores de Florianópolis, a cidade se torna uma pioneira na reciclagem também do lixo orgânico O Plano Municipal de Coleta Seletiva (PMCS) mostra que cerca de 37% do lixo produzido em Florianópolis é composto por resíduos sólidos orgânicos, um material que poderia ter um destino útil ao invés de ser descartado em um aterro sanitário. Para mudar essa realidade, a Câmara de Vereadores de Florianópolis aprovou dia 26 de fevereiro o projeto de lei 17506/2018 que torna obrigatória a reciclagem dessas sobras, conhecidas como lixo orgânico, para reutilização ou compostagem. O projeto é de autoria do vereador Marquito (PSOL). Segundo o relatório, de acordo com o projeto, fica proibido o envio desses resíduos aos aterros sanitários e a sua incineração antes da avaliação de condições para ser reaproveitado. O poder executivo poderá destinar áreas de sua propriedade em todas as regiões para a reciclagem e deverão ser priorizadas na implementação da lei, as inicia-

tivas comunitárias, coletivas e as cooperativas de catadores. O vereador Marquito, explicou que a ideia é desenvolver uma gestão de resíduos sólidos racional, descentralizada e ambientalmente equilibrada: “Participação comunitária no cuidado com os resíduos gera melhor saneamento e saúde pública e ainda pode oportunizar capital social para regiões mais pobres”, afirma. Após a aprovação, a lei agora tem 60 dias para ser regulamentada pela Prefeitura de Florianópolis. A legislação também prevê o prazo de um ano para sua implementação. A implementação da mudança deve ser realizada de forma gradual, focando em um primeiro momento nos resíduos de poda, varrição e jardinagem. Em seguida, a atuação passa para grandes geradores de resíduos alimentares e, por último, nos resíduos domiciliares.

A Câmara de Vereadores realizou na tarde do dia 27 de fevereiro uma Audiência Pública para mudar a Unidade de Conservação de Parque Natural para Monumento Natural, com a criação da Unidade de Conservação Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, a MONA. O projeto de lei do Executivo, discutido na audiência pública, prevê a criação da MONA em uma alternativa definida em conjunto pela Floram e sociedade civil, incluindo a UFSC. Mauro Manoel da Costa, chefe do departamento de unidades de conservação da Floram, explicou que são quase 4,5 mil hectares na área total de conservação estabelecida hoje na Lagoa do Peri. A alteração para Monu-

mento Natural foi uma forma consensual encontrada para ampliar a preservação nas áreas protegidas, mas ao mesmo tempo manter a possibilidade de propriedade privada para as residências já estabelecidas há décadas no local. Almerinda Catarina, moradora da Lagoa do Peri, luta há anos pela preservação do local: “A Natureza não sobrevive sem o ser humano, e o ser humano não vive sem a natureza. Precisamos ter essa consciência”, afirma. O presidente, vereador Roberto Katumi (PSD) explicou que o tema merece toda a atenção da Câmara de Vereadores: “Queremos criar um consenso para que em março já possamos votar e aprovar esse projeto para dar também esse presente para a

comunidade no mês do aniversário de Florianópolis”. Lisete Roesler, também moradora do local: “As pessoas não querem construir mais. Querem apenas o direito de dizer, eu nasci aqui e é aqui que eu vivo. Poder reformar a própria casa pelos danos causados pelo tempo”. Também presente na audiência pública, o senhor Apolinário Soares, que completa 70 anos neste ano, mora na região em um engenho que existe desde o período colonial. Pediu que todos vereadores votem bem e com consciência na proposta. Após a realização da Audiência, o projeto volta a tramitar na Comissão de Mérito da Câmara que irá emitir o parecer para na sequência encaminhar para votação no plenário.

HISTÓRICO DA LAGOA DO PERI A Lagoa do Peri foi tombada como Patrimônio Natural em junho de 1976. O Parque Municipal da Lagoa do Peri, com cerca de 23 km², foi criado no período de 1981 a 1982. Está preservada como Patrimônio Natural pelo Decreto Municipal nº 1828. Em 1997 foi iniciada a construção da sede do parque com bar, lanchonete, estacionamento

para centenas de carros, churrasqueiras, parque infantil com escorregadores, gangorras, balanços e outros brinquedos infantis. O Parque é administrado pela FLORAM - Fundação Municipal do Meio Ambiente que mantém os salva-vidas, a limpeza, a conservação e a vigilância. Além dessa área de lazer no entorno da Lagoa do Peri, há também áreas

de Reserva Biológica. O ponto é um dos atrativos de turismo ecológico da Ilha de Santa Catarina. No entorno da Lagoa do Peri existem várias trilhas em meio à mata, com diversos níveis de dificuldade, para caminhadas ecológicas. A Lagoa do Peri é também um manancial que abastece de água praticamente todos os bairros do Sul e do Leste da Ilha. EDIO HELIO RAMOS /DIVULGAÇÃO CMF

O projeto de lei do Executivo, discutido na audiência pública, prevê a criação da MONA


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FLORIANÓPOLIS/SÃO JOSÉ (SC) QUINTA-FEIRA, 7 DE MARÇO DE 2019 DIVULGAÇÃO

Para alertar sobre a poluição provocada pelo lixo no ambiente marinho, o bloco da limpeza da Comcap levou alegoria para a Passarela Nego Quirido. O peixe articulado, com dois metros largura, cinco de comprimento e 4,7 m de altura, feito pelos empregados da Comcap com materiais reaproveitados, reforça a campanha da Prefeitura de Florianóplis “A vida marinha não é descartável”. A alegoria, explica o presidente da Comcap, Márcio Alves, foi construída na oficina do Centro de Valorização de Resíduos, com baixíssimo custo, já que foram utilizados ferro e outras sucatas entregues nos Ecopontos, fantasias de carnaval descartadas pelas escolas de samba e CDs e DVDs que, infelizmente, não são reciclados ainda pela falta de mercado. O peixe tem movimento no centro, onde fica acumulado o lixo plástico, e no rabo, graças à dedicação do empregado Ronaldo Arnaldo de Sá que executou a ideia do presidente da autarquia. Cerca de 10 pessoas das gerências de gestão ambiental, coleta, limpeza pública, CVR fizeram a produção em conjunto. FRAÇÃO DE LIXO QUE MAIS CRESCE Em 30 anos, a geração de resíduos plásticos mais do que dobrou em Florianópolis. De acordo com a atual caracterização dos resíduos sólidos feita para o Plano da Coleta Seletiva da Prefeitura de Florianópolis, atualmente 18,50% do lixo encaminhado ao aterro sanitário são materiais plásticos que poderiam ter sido separados para a coleta seletiva.

Peixe feito com material reciclado. Prefeitura tem reforçado a conscientização ambiental através de várias ações

CARNAVAL

Conscientização ambiental na Passarela Nego Quirido PMF/Comcap alertaram durante o Carnaval da Capital para poluição do plástico; criatividade com um peixe feito de lixo reciclado marcou a ação Pela caracterização feita pela Ufsc em 1988, os plásticos correspondiam a apenas 8,88% do total de resíduos gerados na capital catarinense. Dentre os materiais estudados, foi a fração que mais cresceu. Houve um aumento de 108%, refletindo o aumento no consumo e no descarte

de material plástico na forma, principalmente, de garrafas, copos, sacolas, tampas. Por ano, são encaminhadas em torno de 1,5 mil toneladas de plásticos para a reciclagem em Florianópolis. Outras 35 mil toneladas por ano seguem para aterro sanitário, onde levarão até 600

anos para se decompor. Mas pior mesmo, é o plástico que é jogado em qualquer lugar que acaba alcançando o ambiente marinho e provocando grandes danos à fauna. O plástico jogado na rua, no Centro da cidade, em terrenos baldios, em qualquer lugar, por ser um material leve,

chega facilmente ao sistema de drenagem e, por certo, ao rio e depois ao mar. Em todo o mundo, a Organização das Nações Unidas estima que 25 milhões de toneladas de resíduos são despejadas por ano nos oceanos. Em torno de 60% a 80% desse lixo são materiais plásticos.

Quase 53 toneladas de resíduos coletadas no Carnaval, fica no Centro A Prefeitura de Florianópolis, por meio da Comcap, informa que este ano foram recolhidas no Centro da cidade 52,8 toneladas de resíduos sólidos. Desse total, 6,3 toneladas foram de garrafas de vidro que, dispostas nos pontos de entrega voluntária (PEVs) , puderam ser encaminhadas para reciclagem.

DIVULGAÇÃO

De acordo com o presidente da Comcap, Márcio Alves, havia muito material plástico jogado no chão e que, por isso, teve de ser encaminhado ao aterro sanitário. No total, a geração de resíduos foi 6% menor do que no ano passado, quando foram recolhidas 56 toneladas de resíduos do Centro da cidade.

VEJA OS DADOS (SÁBADO) 26,5 toneladas (15 toneladas nas ruas centrais mais 11,5 toneladas em caixas estacionárias na Passarela Nego Quirido) (DOMINGO) 15 toneladas Centro Arena (segunda) 5 toneladas Pop Gay 6,3 toneladas de vi-

dro nos PEVs Total Centro: 52,8 toneladas - Em Santo Antônio de Lisboa, geração de 20 toneladas nas cinco noites e no Pântano do Sul e Armação, 10 toneladas. - A coleta domiciliar foi feita normalmente. No período do Carnaval foram coletadas mais de 2,3 mil toneladas.

Garis tiveram muito trabalho com a falta de educação ambiental dos foliões


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