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Taquari chama atenção

A Hora – No detalhamento da pesquisa, quais aspectos chamam mais atenção no país?

Marcos Pazzini – No Brasil, o crescimento no consumo em 2023 tende a ser menor do que em 2021 e no ano passado. Havia uma estimativa que o pós-pandemia traria uma elevação, mas a perda de renda das famílias ao longo dos últimos anos foi bastante acentuada.

Para se ter uma ideia, o consumo cresceu 4,3% em 2022 e agora deve ficar em torno de 1,5%. Nos mostra que, por mais que a população se esforce, trabalhe, busque formas de aumentar a renda, estamos com uma carga de impostos muito grande e não temos como fazer compras com mais prazo, pois a taxa de juros está muito alta.

– De que maneira o formato de política econômica interfere no consumo?

Pazzini – São vários os motivos. Há mais de cinco anos não se ajusta a tabela do imposto de renda. Foi anunciada a desoneração dos combustíveis. Duas semanas depois, voltam impostos. Aquela velha frase faz todo o senti-

Ranking do consumo na região

do “alegria de pobre dura pouco”. É isso que o governo faz. Para a economia crescer e atrair investimentos, precisamos de uma reformulação tributária e também nos juros. Os governos, não só o federal, os estaduais também, precisam abocanhar um pouco menos e deixar mais para as pessoas viverem melhor.

– Quando se olha para o Vale do Taquari, o que os indicadores mostram?

Pazzini – Há dois pontos marcantes e positivos. No ano passado, a participação dos 38 municípios da região no consumo nacional era de 0,23956%. Agora subiu para 0,24244%. Parece pouco, mas, na verdade não é. Representa mais de R$ 193 milhões de crescimento em consumo, justo em um ano que o país como um todo caiu.

Para a região ter avançado, outras perderam espaço. Agora, para termos uma ideia. Os três estados do sul tiveram resultados positivos. Avançaram no ranking nacional. Ultrapassaram o Nordeste, que era o segundo lugar.

Lá, a principal indústria é o turismo. Muito atingida pelo período de pandemia. Já o Sul, marcado pela produção, pela agroindústria, se manteve atuando e com melhores resultados.

– E qual o segundo fator?

Pazzini – Já ia chegar lá. O crescimento no número de empresas. Em um ano, abriram 1.839 empresas. Isso dá 4% a mais do que no ano passado. Um grande destaque para o setor de serviços e à indústria. Já o comércio fechou 11 empresas. Uma amostra que ainda tem sofrido efeitos de 2020 para cá.

– Como esses números interferem sobre a tomada de decisões nos negócios?

Pazzini – O Vale do Taquari chama atenção e será cada vez mais visto. Há um grande potencial para novos negócios e os empreendedores sabem disso. Marcas de outras localidades e companhias de fora observam esses dados e isso se reflete na abertura de unidades e transferências de linhas de produção. Caso o empresário local não esteja acompanhando esses movimentos, pode perder espaço e oportunidades.

Nas maiores cidades do Vale

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