A Hora Cidades - 11/01/2022

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Taquari e Progresso decretam emergência devido a estiagem

Desperdício de água

TAQUARI

OExecutivo de Taquari decreta situação de emergência. A documentação foi protocolada na Defesa Civil do RS na manhã de ontem.

Conforme levantamento da Emater-RS/ASCAR e das secretarias de Agricultura, Obras e Serviços Urbanos, o prejuízo estimado até o momento supera os R$ 13 milhões.

Com o prognóstico de continuidade da estiagem, o valor tende a aumentar. Na bovinocultura, tanto de corte como de leite, a perda de produtividade pode alcançar 20%. Nas culturas do milho, caso a falta de chuva permaneça, pode-se chegar a 60% de prejuízos na área plantada. No arroz, situação semelhante, com cerca de 30% da lavoura frustrada.

Em Progresso, o prefeito Paulo Gilberto Schmitt assinou o decreto na tarde de ontem. O documento permite que o município amplie os incentivos à produção, também facilita aos agricultores a busca por seguro e melhores formas para quitar financiamentos.

Famílias sem água

O levantamento do governo de Taquari aponta cerca de 30 famílias sem água para o consumo próprio. A maioria delas na localidade de Fazenda Pereira, e outras na Pinheiros.

As secretarias da Agricultura e de Obras e Serviços Urbanos estão atendendo as famílias atingidas, fazendo o abastecimento de água potável com trator e tanque-pipa, já que alguns poços artesianos e fontes secas.

Alerta em

Forquetinha

Mais de 90 famílias estão falta de água para o consumo. A situação também atinge os animais. Pelo segundo ano consecutivo, o governo vai decretar situação de emergência nos próximos dias. Conforme o prefeito em exercício, Grasiani Galli (MDB), o número de pedidos aumenta todos os dias.

Nas lavouras os prejuízos tam-

bém já são significativos, em especial no milho para silagem e soja. Segundo o chefe do escritório da Emater/RS-Ascar, Arthur Eggers, os próximos dias serão determinantes. “Temos plantas morrendo. O resultado é uma silagem de menor qualidade. Já a soja está entrando na floração, dependendo da variedade e se não voltar a umidade, com certeza teremos perdas.”

Eggers destaca que de acordo com o boletim da agência norte-americana, há 76% de chance desse evento de La Niña durar até o fim de janeiro, com uma provável transição para a fase neutra durante os meses de fevereiro a abril.

Cenário pelo Vale

Outros dois municípios da região reúnem dados sobre os impactos da escassez de chuva. A expectativa é que nos próximos dias os gestores de Boqueirão do Leão e Pouso Novo encaminhem o pedido de ajuda ao Estado. São pelo menos 300 famílias que enfrentam o desabastecimento. De forma paliativa, recebem água em caminhão-pipa.

A escassez de chuva é percebida desde setembro do ano passado e se mantém nesses primeiros dias de 2023

Mais de 90 famílias sofrem com falta de água para o consumo humano e de animais em Forquetinha

Os governos municipais pedem que a população use a água de forma racional. Além disso, sugerem: aNão lavar calçadas e carros; aFechar a torneira ao escovar os dentes; aBanho rápido; aProteger as vertentes e captar água da chuva sempre que possível para regar flores, folhagens e gramados; aLimitar o uso da máquina de lavar e reaproveitar a água; aImplementar a descarga com válvula de duplo acionamento; aVerificar e corrigir quaisquer vazamentos de água.

MICRORREGIÕES | ARROIO DO MEIO • ENCANTADO • TEUTÔNIA • TAQUARI • ESTRELA
Quarta-feira, 11 janeiro 2023 R$ 4,00 (dia útil) R$ 7,50 (fim de semana)
CIDADES
Cidades da região ingressam com pedido à Defesa Civil. Em Taquari, perdas no setor primário superam R$ 13 milhões. Forquetinha, Boqueirão do Leão e Pouso Novo também elaboram relatórios FOTOS DIVULGAÇÃO

O Patrimônio

Histórico e o turismo

São muitas as implicações que levam um determinado bem material ou imaterial a receber a alcunha de Patrimônio Histórico e Cultural. Tão diversos quanto o conjunto de fatores que sustentam a representação patrimonial da perspectiva histórica e cultural são os usos discursivos e práticos. Paralelamente ao aumento dos estudos do campo patrimonial pelas Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, tem-se a diversificação do perfil do contingente de pessoas que se deslocam turisticamente com interesse cada vez maior pelas referências históricas dos lugares.

Para o professor Agustín Santana-Talavera, titular da área de Antropologia Social da Universidade de La Laguna de Santa Cruz de Tenerife, na Espanha, e pesquisador na área do turismo, os turistas não procuram somente um lugar agradável para comer e dormir. O interesse cultural tem ganhado relevância em várias partes do mundo. Na Europa, segundo o mesmo autor, este interesse já existe desde o século XIX.

A corrida patrimonial tem tanto aspectos positivos quanto efeitos colaterais com os quais os gestores e os museus precisam conviver. Se, por um lado, a narrativa histórica torna os lugares conhecidos, por outro, pode gerar louvações nacionalistas desprovidas de racionalidade e, em casos extremos descambar para a xenofobia e para a intolerância etnocêntrica. Há, portanto, questões práticas e narrativas para as quais se deve atentar.

As questões de fundo antes postas são pasteurizadas gerando o que o turismo entende por produto turístico. Aí a complexidade só faz aumentar. O Patrimônio Histórico e Cultural é a síntese simbólica dos valores identitários de uma sociedade. Como então trabalhar questões tão íntimas na perspectiva de um produto direcionado a um público de perfil tão diversificado como é o público que consome turismo?

A pergunta acima, que não tem uma resposta pronta para todos os contextos, em muitas situações não é feita pelos gestores que precisam dar conta de aspectos estruturais. A infraestrutura erigida nos espaços confere visibilidade e materializa os esforços empreendidos, mas sem um discurso de sentido pode gerar interpretações distorcidas e desestimular os

agentes locais envolvidos. Reiterando a diversificação dos “consumidores” de turismo é preciso atentar para a subjetividade de algumas representações. A caracterização de o que pode ser considerado bonito ou feio confortável ou não depende do tipo de intervenção possível para que se preserve o valor patrimonial daquilo que circunstancialmente vira um “produto turístico”. Exemplificando: um turista que desconhece a especificidade e a cadeia operatória de uma cultura material associada aos povos indígenas, pode, por ignorância, sugerir um tratamento estético não cabível da perspectiva patrimonial.

Sumarizando, a infraestrutura básica precisa vir associada à Educação Patrimonial ampla. Este é um processo lento e gradativo. A harmonia entre os valores históricos dos contextos patrimonializados e a necessidade pragmática e mais acelerada da gestão do turismo precisam encontrar um meio termo, do contrário se aprofunda a ignorância histórica ou se inviabiliza projetos de turismo. Capacitar e prover de pessoal tecnicamente competente os espaços de memória permite aparar arestas na promoção da “simbiose” desejada.

Surgimento de espuma às margens do Taquari preocupa pescadores

Mudança na coloração da água foi percebida no início dessa semana. Orientação é que casos sejam denunciados à GPA

ARROIO DO MEIO

Aformação de espumas e mudança na coloração da água às margens do Rio Taquari tem preocupado banhistas e pescadores de Arroio do Meio.

Danilo Gerhardt foi um que notou a mudança, registrou em imagens e pretende encaminhar o tema aos órgão de fiscalização.

CIDADES

MICRORREGIÕES : ARROIO DO MEIO, ENCANTADO, TEUTÔNIA e TAQUARI

Arroio do Meio

Reportagem: Gabriel Santos gabriel@grupoahora.net.br

Teutônia

Reportagem: centraldejornalismo@grupoahora.net.br

a poluição da água, ou descarte irregular de resíduos. Na semana passada, casos semelhantes foram registrados em Muçum, Encantado e Roca Sales.

De acordo com o fiscal ambiental do Departamento do Meio Ambiente de Arroio do Meio, Leonardo Dalmolin Matzenbacher, mais pescadores têm relatado a coloração diferente no Rio Taquari. Um dos pontos monitorados e apontados é a margens de Palmas, distrito que faz divisa com Encantado.

Segundo Matzenbacher, nenhuma solicitação oficial chegou até o departamento. A orientação é que se constatadas a anormalidade seja acionada o Grupo de Polícia Ambiental (GPA).

Em um primeiro momento, a suspeita é que a espuma tenha acompanhado o curso do rio, vindo de Encantado e Roca Sales. Nestas cidades, houveram análises dos departamentos municipais nos pontos de poluição. A primeira aparição foi no dia 5, na praia do Picão.

Mesmo com análise da água por parte do Laboratório da Univates, nenhuma irregularidade foi encontrada. O laudo apontou que o material não é característico de dejeto suíno, ou restos industriais e sim vindos de uma possível movimentação de terra ou pedras às margens do rio Taquari.

Encantado

Reportagem: centraldejornalismo@grupoahora.net.br

2 | A HORA cidades Quarta-feira, 11 janeiro 2023
Por Sérgio Nunes Lopes Diretor Executivo: Adair Weiss Diretor de Mercado e Estratégia: Fernando Weiss Diretor de Conteúdo Editorial: Rodrigo Martini
A corrida patrimonial tem tanto aspectos positivos quanto efeitos colaterais com os quais os gestores e os museus precisam conviver.”
Pescadores e banhistas apontaram irregularidades nas margens do rio Taquari em Palmas, distrito que faz divisa com Encantado
DIVULGAÇÃO
O temor é que a mudança na coloração esteja relacionada com

Município inicia obra de calçada no bairro São Gabriel

Aconstrução de calçada às margens da rua Frederico Germano Haenssgen pretende garantir mais segurança aos pedestres e ciclistas. A obra tem um quilômetro e foi anunciada nesta semana pelo governo municipal. O prazo de conclusão é de cinco meses.

O investimento no trecho é de R$ 301 mil, destes R$ 238 mil repassados pelo Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR) indicados por emenda parlamentar e R$ 62 mil de contrapartida. A execução da obra é de responsabilidade da empresa Toguse Construções de Santa Clara do Sul, vencedora da licitação.

A pista será construída ao lado direito da via, no sentido centro-bairro São Gabriel, iniciando na antiga metalúrgica e seguindo em direção a RSC-453. A largura prevista no projeto é de 1,5m.

Os serviços, conforme anunciado pelo governo municipal, devem iniciar nesta semana. Já o repasse do Ministério é feito em parcelas conforme o andamento da obra. A primeira etapa consiste na terraplanagem, adequação da drenagem, pavimentação das calçadas, rampas de acessibilidade e sinalização.

A administração pede para que os motoristas que passam pelo local reduzam a velocidade, tendo em vista que haverá interdição parcial da pista para o trabalho dos profissionais e deslocamento de maquinário. Toda extensão de obra será sinalizada. “A intenção é avançar neste projeto e dar continuidade às calçadas. Isso garante mais segurança a quem utiliza a via para atividades físicas”, diz o prefeito João Henrique Dullius,

Pedido antigo

A implantação de calçadas e acostamento na rua Germano Haenssgen é uma reivindicação de moradores e motoristas do trecho faz mais de cin-

Obra é reivindicada há anos pela comunidade.

Pistas de caminhada serão construídas às margens da rua

co anos.

Em 2018, foi iniciada a intervenção no trecho em direção a São Rafael com o alargamento da lateral, permitindo com que pedestres utilizassem o acostamento com mais

segurança.

Na época, com poucos recursos, o governo municipal realizou o nivelamento do terreno e a colocação de material, e compactação com retroescavadeira e rolo.

A HORA cidades | 3 Quarta-feira, 11 janeiro 2023
ARQUIVO / A HORA Recurso destinado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional permite a construção em trecho de um quilômetro na rua Frederico Germano Haenssgen

Colisão entre van e carreta causa morte na br-386

Acidente ocorreu em Linha Perau. Vítima de 48 anos era de Mato Grosso do Sul

MAR qu ES d E S O uz A

Uma colisão entre dois veículos causou a morte de um homem de 48 anos, natural de Mato Grosso do Sul, na BR-386, em Linha Perau, Marques de Souza. Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente envolveu uma van com placas de Lajeado e uma carreta de São Miguel do Oeste/SC, por volta das 15h50min.

A carreta seguia no sentido capital\interior, quando perdeu o controle e colidiu na lateral da van que se deslocava na direção oposta. Chovia na hora do acidente.

O condutor da carreta, de 44 anos, não se feriu. Ele estava sozinho no veículo.

Na van, havia cinco passageiros, entre 42 e 51 anos. Dois ocupantes não sofreram ferimentos, outros dois tiveram lesões. A vítima não teve a identidade divulgada pela polícia.

ObituáriO

ILGA MARIA JANTSCH, 79, morreu ontem, 10. O sepultamento ocorreu no Cemitério de Canabarro, em Teutônia.

LAURO LUIZ FERNANDES, 60, morreu ontem, 10. O velório ocorre na Capela Mortuária São Pedro, em Encantado. O sepultamento será às 11h, no Cemitério São Pedro. Lauro deixa os irmãos Pedro, Antonio, Roseli e Alcina.

Para informar falecimentos:

• WhatsApp: 51 9248-7689

• Fone: 3710-4200

• E-mail: centraldejornalismo@grupoahora.net.br

4 | A HORA cidades Quarta-feira, 11 janeiro 2023

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