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Lajeado, quarta-feira, 19 de outubro de 2016 Ano 14 - Nº 1702 Avulso: R$ 2,00 Fundado em julho de 2002 Fechamento da edição: 21h ANDERSON LOPES

Projeto descobre talentos

ESTRAGOS PELO VALE

Chuva segue e enchente já desabriga 22 famílias Elevação no nível do Rio Taquari alcança famílias ribeirinhas em duas cidades RODRIGO MARTINI

RODRIGO MARTINI

O Rotary Club Engenho, de Lajeado, lançou ontem a 21ª edição do Livro Jovens Poetas. São 251 produções feitas por alunos de 35 escolas. Conexão Colinas. Água gera prejuízo às lavouras e fechou acesso à cidade pela ERS-129

DESVALORIZAÇÃO DO LEITE

ANDERSON LOPES

Entidades tentam barrar importações Compra do Mercosul gera queda no preço pago ao produtor. Líderes temem que famílias abandonem a atividade. Páginas 10 e 11

Cruzeiro do Sul. ERS-130 ficou alagada e ligação com Venâncio Aires foi suspensa RODRIGO MARTINI

13º SALÁRIO RETROATIVO

Vereadores articulam recebimento

Estrela. Força da correnteza obrigou a retirada de navio do porto LUISE TOMBINI/DIVULGAÇÃO

Como o pagamento do subsídio extra foi barrado em 2015, parlamentares pressionam a presidência para receber o benefício. Página 8

TEMPO NO VALE Chuva com possibilidade de temporais Mínima: 18°C - Máxima: 23ºC FONTE: CIH/UNIVATES

LAJEADO: moradores das ruas do centro antigo e do local conhecido como “Cantão do Sapo” foram transferidos

A

forte chuva que atingiu o Vale do Taquari entre o sábado e a segunda-feira persistiu ontem, causando novos pontos de alagamento e levando prejuízos a pelo menos sete cidades da região.

Imigrante. Desmonoramento fecha ligação com a Linha Imhoff

Em Lajeado, a enchente atingiu a área central e 21 famílias foram removidas para ginásio e casas de amigos ou familiares. Previsão meteorológica prevê mais chuva para hoje. Páginas 3 a 7


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A HORA · QUARTA-FEIRA, 19 DE OUTUBRO DE 2016

EXPEDIENTE

Editorial

Diretor Geral Adair G. Weiss Diretor de Conteúdo Fernando A. Weiss Diretor de Operações Fabricio de Almeida

REDAÇÃO Av. Benjamin Constant, 1034/201 Fone: 51 3710-4200 CEP 95900-000 - Lajeado - RS www.jornalahora.inf.br ahora@jornalahora.inf.br

COMERCIAL E ASSINATURAS Av. Benjamin Constant, 1034/201 Fone: 51 3710-4210 CEP 95900-000 - Lajeado - RS comercial@jornalahora.inf.br assinaturas@jornalahora.inf.br entrega@jornalahora.inf.br Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores. Tiragem média por edição: 7.000 exemplares. Disponível para verificação junto ao impressor (ZH Editora Jornalística)

Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

INDICADORES ECONÔMICOS MOEDA

COMPRA

VENDA

Dólar Comercial

3,18

3,18

Dólar Turismo

3,12

3,32

Euro

3,49

3,49

Libra

3,92

3,92

Peso Argentino

0,21

0,21

Yen Jap.

0,03

0,03

Cotação do dia anterior até 17:45h, Valor econômico.

ÍNDICE

ÍNDICE MÊS (%)

MÊS

ACUMULADO ANO (%)

ICV Mes (DIEESE)

07/16

0,21

4,94

IGP-DI (FGV)

08/16

0,43

6,04

IGP-M (FGV)

08/16

0,15

6,26

INPC (IBGE)

08/16

0,31

6,09

INCC

08/16

0,26

5,20

08/16

0,44

5,42

IPC-A (IBGE)

2 VLOrQFLR GD (*5 PDUFD R ÀP meteórico da estatal

A

concessionária criada pelo governo Tarso Genro cai em um ostracismo preocupante. Instituída com o pretexto de aproximar atores locais dos responsáveis técnicos da autarquia, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) sofre um processo de desmonte. Desde o início do mandato de José Ivo Sartori, a EGR foi tratada como um peso morto. Nos depoimentos de integrantes do palácio, o órgão foi citado como desnecessário, pois o trabalho feito se equipara ao do Daer. O atual chefe do Executivo inclusive propõe a retomada do modelo de pedágios privados, com concessão das rodovias pelos próximos 30 anos. São pelo menos dez praças. Algumas dentro da área de concessão da EGR. Pela alegação do Piratini, fazer essa transferência garantiria melhorias graduais na infraestrutura, com duplicações e terceiras faixas. As mesmas alegações feitas durante a implantação da EGR. O fato é, de novo, não há um planejamento estratégico de Estado. O que há são planos de governos, feitos para se esgotar

Artigo

MÊS

ÍNDICE MÊS (%)

TJLP

ACUMULADO ANO (%)

7,5

Selic

14.25%(meta)

TR

09/16

0,1575

1,5166

CDI (Mensal)

09/16

0,2600

9,5000

Prime Rate

09/16

3.25

3,25 (Previsto)

Fed fund rate

09/16

0.50

0,25 (Previsto)

Ouro (dólar) – Onça Troy – USD 1254.4 cotação do dia 18/10/2016

BOLSAS DE VALORES

PONTO

VARIAÇÃO FECHAMENTO (%)

Ibovespa (BRA)

63838

1,82

Dow Jones (EUA)

18086

-0,29

S&P 500 (EUA)

2127

-0,3

Nasdaq (EUA)

5254

1,03

DAX 30 (ALE)

10632

1,22

Merval (EUA)

17819

0,88

cotação do dia anterior até 17h45min

Petróleo (dólar)/Brent Crude – barril – USD 51,52 em 18/10/2016

a dificuldade de agendar uma reunião com integrantes da estatal. O último encontro entre o conselho do Vale e diretores da EGR foi em maio. Desde então, nenhuma resposta sobre cronograma das obras prioritárias solicitadas para a região. Esse comportamento dos responsáveis pela EGR abre espaço para especulações. Ao verificar os discursos do governador, das iniciativas para mudanças no gerenciamento da estatal e do pouco caso frente as demandas apresentadas pelos conselhos comunitários, se pressupõe que o fim se aproxima. Uma história meteórica. Da criação em 2012, com o início da administração no primeiro semestre de 2013, foram pouco mais de três anos. Tempo muito curto para se ter uma avaliação definitiva sobre o modelo de pedágio comunitário. Sem uma posição clara, o certo é que a cobrança da tarifa continua. Difícil entender como, frente a uma arrecadação superior a R$ 28 milhões até agosto nos três pedágios do Vale, a EGR tenha gasto em torno de R$ 25 milhões. Em especial por não ter ocorrido nenhuma obra importante neste ano.

Edegar Pretto, deputado estadual pelo PT

Salário Mínimo/2016 R$ 880,00

TAXAS E CERTIFICADOS (%)

Desde o início do mandato de José Ivo Sartori, a EGR foi tratada como um peso morto. Nos depoimentos de integrantes do palácio, o órgão foi citado como desnecessário, pois o trabalho feito se equipara ao do Daer.

no prazo dos quatro anos de cada gestão. Sem dúvida, houve equívocos por parte do ex-governador Tarso Genro em acelerar a atuação da EGR. O início dos trabalhos da autarquia foi repleto de problemas. Faltavam condições para acompanhar as melhorias necessárias nas rodovias. Por outro lado, o sistema de pedágio comunitário estabelecia uma relação promissora nas diferentes regiões do RS. Tinha-se uma perspectiva de, a partir dos conselhos regionais, ter uma análise ampla e presente das demandas locais, com indicação das prioridades. Um ledo engano. Depois de toda a organização dos atores locais, de diferentes segmentos da sociedade regional, o conselho foi deixado de lado pela direção da EGR. Nem mesmo à imprensa há respostas. Mais uma vez, o silêncio da concessionária ficou evidente, como foi divulgado na edição de ontem, na matéria “Falta de diálogo afasta região da EGR e trava investimentos.” Na reportagem, uma das integrantes do Corepe, a presidente do Codevat Cíntia Agostini, frisa

A vida acima de tudo

P

esquisa do Ibope encomendada pelo Greenpeace aponta que 81% dos entrevistados consideram que a quantidade de agrotóxicos aplicados nas lavouras é “alta” ou “muito alta”. Essa percepção reforça uma luta intensificada no RS por instituições, em conjunto com movimentos sociais e ambientais, em defesa da vida e do direito dos consumidores em ter alimentos saudáveis em suas mesas. A produção de orgânicos cresce a cada ano no Brasil, e a agricultura familiar e assentamentos da reforma agrária têm

papel expressivo no processo de atender a demanda por comida limpa. A Semana da Alimentação Saudável, que é lei no RS e celebrada a partir do dia 16, serve de reflexão e alerta a respeito do uso indiscriminado de agrotóxicos em nossas lavouras. No país, o uso de agrotóxicos cresceu 700% nos últimos 40 anos, enquanto a área agrícola produtiva aumentou apenas 78% no período. Somos os maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. A quantidade usada nas lavouras brasileiras equivale a 7,3 litros de agrotóxicos por ano para cada habitante. Aqui no RS, a média equivale

a 8,3 litros de veneno por ano para cada gaúcho. Química que contamina alimentos, o solo e mananciais de água, e com impactos muitas vezes irreversíveis na saúde, como câncer e outras doenças. Além da ação mais efetiva do poder público, é urgente a adoção de medidas de fiscalização e de novas legislações. Do conjunto de iniciativas que propusemos na Assembleia Legislativa para reforçar ações de proteção ao consumidor, destaco o PL 44 /2015, para tornar obrigatória a rotulagem de produtos e informar se os alimentos tiveram contato com qualquer tipo de

veneno em sua produção. E ainda o PL 263/2014, que proíbe a pulverização aérea em nosso estado. Está provado que a disseminação do veneno empregado por aviões não se restringe ao local sobrevoado, espalhando-se por outras lavouras e chegando diretamente à população. Precisamos somar esforços para um novo modelo agrícola que preserve o ambiente e garanta aos agricultores a permanência no campo, com trabalho, renda e novas técnicas de produção para que não morram antes do tempo. Estamos certos de que a vida está acima de tudo.


Opinião

A HORA · QUARTA-FEIRA, 19 DE OUTUBRO DE 2016

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Fernando Weiss fernandoweiss@jornalahora.inf.br

Mais do mesmo piora o cenário RODRIGO MARTINI

A

enxurrada que atinge o Vale do Taquari e quase todas as regiões do estado deixa rastro de destruição e acumula prejuízos. O volume de chuva registrado em três dias supera a média prevista para todo o mês. As inundações são consequência da precipitação excessiva, que levou, inclusive, a Defesa Civil a errar, em larga margem, a projeção de elevação do Rio Taquari. Mas não é só isso! As enchentes se repetem desde 1941. As regiões e locais mais afetados são conhecidos. Assim como as famílias que moram nas áreas de risco e que, em toda enchente, precisam ser removidas de suas casas. No A Hora, a reportagem se desloca para os pontos mais vulneráveis quando o alerta de cheia se acentua. São sempre os mesmos. Por todas essas informações com relação aos locais de risco, tão bem mapeados pela Defesa Civil, é difícil compreender – e até aceitar – por que centenas de famílias continuam, permissiva e insistentemente, habitando zonas alagáveis. Em Lajeado, as residências foram interditadas anos atrás e os proprietários transferidos para outras áreas. Não demorou muito, todos, ou quase todos, estavam de volta. E o problema aumenta. Ao passo que as cidades crescem de forma desordenada e sem cumprimento razoável das políticas de ocupação de áreas impróprias, a dose do remédio precisa aumentar a cada ano. Exemplo clássico são as cidades maiores ou as

metrópoles, onde não restam maneiras viáveis para desocupar as áreas de risco. Se tornaram cidades dentro das cidades. Outro agravante – e sem dúvida o principal – é a interferência humana quanto ao mau uso do espaço urba-

Não adianta lamentar os prejuízos e nos impressionar com o aumento das enchentes enquanto ignorarmos as tarefas elementares.”

no. A poluição não para de aumentar, a coleta de lixo é ineficiente, o esgoto não é tratado, os bueiros entopem e a ocupação irregular ou desordenada do espaço geográfico é fruto de um planejamento inadequado. Soma-se a tudo isso a impermeabilização do solo. Com a pavimentação das ruas e a cimentação de quintais e calçadas, a maior parte da água, que deveria infiltrar no solo, escorre na superfície, provocando o aumento das enxurradas e a elevação dos rios. Por tudo isso, não adianta lamentar os prejuízos e nos impressionar com o aumento das enchentes enquanto ignorarmos as tarefas elementares. As eleições acabaram há duas semanas. Alguém se lembra quais propostas o candidato que levou seu voto apresentou em relação a esse assunto? Ou esse assunto não importou para você?

Na contramão da crise III O prefeito Waldemar Richter (PP) de Forquetinha devolveu ao governo federal recursos enviados por meio de emenda parlamentar para duas obras na cidade. A demora para a liberação total do dinheiro fez Richter devolver o que já veio e concluir as obras iniciadas com recursos próprios. “Estava de mãos atadas. Veio só uma parte da emenda e o resto não tinha previsão. Preferi assumir de vez e terminar o serviço”, justifica. Richter está no seleto grupo de prefeitos da região que chega ao fim do mandato com fôlego financeiro. São pelo menos dez obras em andamento no município, que tem um dos menores orçamentos do Vale: R$ 11 milhões. Para Richter, redução do número de secretarias para apenas três, gasto com funcionalismo em 38% e administrar a prefeitura como se fosse empresa foram determinantes para encerrar a legislatura com tranquilidade. Em Forquetinha, não terá turno único.

Defesa na Assembleia Coordenador do Projeto Viva o Taquari Vivo, Gilberto Soares, ao lado da coordenadora da Rede de Parceiros Voluntários, Gilmara Scapini, estará na Assembleia Legislativa do RS na segunda-feira. O projeto foi selecionado entre os 12 melhores no quesito responsabilidade social. Soares apresentará e tentará convencer os deputados gaúchos de que o Viva o Taquari Vivo merece ficar em primeiro lugar. Para nós, não resta dúvidas!


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Na região central de Lajeado, na área conhecida como “Cantão do Sapo”, pelo menos 14 famílias foram removidas das casas em função do risco de alagamento. Um veículo Vectra quase ficou submerso na rua Francisco Oscar Karnal durante a tarde, mas proprietários evitaram danos maiores.

Enchente desabriga mais de 20 famílias no Vale O acúmulo de água em diversos pontos da região forçou a remoção de famílias ribeirinhas. A Defesa Civil segue em alerta para a sequência de chuva hoje e amanhã. Também avalia possíveis falhas no modelo de prevenção e monitoramento das cheias.

Vale do Taquari

M

aria Mercedes dos Santos mora faz 40 anos na rua Francisco Oscar Karnal, centro de Lajeado. Ontem, por volta das 14h15min, enquanto auxiliava familiares na retirada da mobília da casa, pouco antes da água chegar ao pátio, viu que o carro Vectra, ano 2001 e ainda com muitas prestações a pagar, estava parcialmente submerso. Por sorte, amigos lhe avisaram e o pior foi evitado. Junto com a família, Maria se abrigou na casa de outros parentes. Essa será a última enchente

Foi uma enchente um pouco atípica, pois as metragens da madrugada estavam normalizando, e de repente subiram Gerson Barckert Defesa Civil de Lajeado

que ela enfrentará na região central popularmente chamada de “Cantão do Sapo”. “Graças a Deus, eu não vou mais passar por isso. Estou de mudança nos próximos dias”, comemora. Mas nem todos querem sair. Sandra Bockius cresceu naquela região e, embora tenha morado boa parte da vida em Caxias do Sul, voltou a Lajeado faz pouco mais de dez anos. Ela não pensa em deixar o Cantão do Sapo. “Já enfrentei mais de dez enchentes desde que voltei. Mas é um lugar bom de morar. Perto do centro, e perto dos médicos da minha mãe, que já é idosa e sempre viveu aqui.”

Ontem, por precaução, Sandra se abrigou na casa de uma irmã, no bairro Jardim do Cedro, um dos mais altos da cidade. “Vamos sair para evitar problemas. Pois só se o nível do Rio Taquari chegar a 23 metros a água entra na minha casa”, detalha. Naquele momento, a medição no porto de Estrela mostrava um leito com 20,67m. “Tenho experiência. Quando chove assim, vai alagar.” Segundo o coordenador da Defesa Civil de Lajeado, Gerson Barckert, pelo menos 21 famílias foram transferidas ontem daquela região. Dessas, 17 foram para o ginásio do São Cristóvão e as res-


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Reportagem: Rodrigo Martini, Anderson Lopes e Thiago Maurique RODRIGO MARTINI

RODRIGO MARTINI

proprietários, e a Defesa Civil solicita doação de casinhas e também ração.

“Seguimos monitorando” Barckert não soube avaliar as razões dessa enchente repentina, e faz um novo alerta: “Seguiremos monitorando, e pedimos atenção de todos. Pois a inundação pode se repetir.” Ontem, segundo o coordenador, foram utilizados cinco caminhões fretados, um outro oferecido por voluntário e alguns cedidos também pela própria prefeitura. Além da rua Francisco Oscar Karnal, a Defesa Civil registrou bloqueios em pelo menos outras seis vias: av. Décio Martins Costa e rua Rodolfo Hexsel, ambas no bairro Hidráulica; na rua Carlos Spohr Filho, bairro Moinhos; Arnoldo Uhry, no Jardim do Cedro; Pedro Petry, no bairro Universitário; e a Leopoldo Hexsel, no São Cristóvão.

50 milímetros em Lajeado De acordo com a chefe do Centro de Informações Hidrometeorológicas (CIH) da Univates, Fabiane Gerhard, entre 15h de segunda-feira e às 17h de ontem, choveu 50mm em Lajeado. Dois dias antes, já chovera 155mm. A média prevista para o mês de outubro era de 160. “A previsão é de que nesta quarta-

tantes para casas de amigos e familiares. “Foi uma enchente um pouco atípica, pois as metragens da madrugada estavam normalizando, e de repente subiram.” Entre as 17 removidas para o bairro São Cristóvão, estava a família de Leonir Miguel Monteiro, 50 anos. Ele contou com auxílio de um caminhão fretado pela prefeitura para levar todos os pertences antes da água chegar ao imóvel. “É a segunda vez só neste ano. Mas fazer o quê. Tive que deixar o serviço correndo para salvar minhas coisinhas”, lamenta. Monteiro levou, no porta-malas do veículo, o cachorro Romeu e o papagaio Pica-Pau. Ambos foram levados para o ginásio do São Cristóvão, onde outras dezenas de animais já estavam abrigados. Todos serão chipados e monitorados por uma equipe do Centro de Controle de Zoonoses e Vetores (CCZV). Já a alimentação segue sob responsabilidade dos

-feira a instabilidade persista, podendo resultar em chuva. Temporais não estão afastados”, informa a coordenadora do CIH. Até o fechamento desta edição, as equipes de Defesa Civil estimavam em 22 metros o nível máximo do Rio Taquari, no porto de Estrela. Por volta das 19h de ontem, em Encantado, o rio começou a baixar, atingindo 40,18 metros, cerca de nove acima do normal. Após a estabilização na região alta, a estimativa é que o nível suba por seis horas no porto.

Cenário diferente em Estrela Uma família precisou sair de casa. São moradores do bairro Boa União. Na cidade, foram pelo menos nove vias bloqueadas. As principais são as ruas Albino Francisco Horn, Olinda Mallmann, João Lino Braun, e as estradas Nicolau T. Hoss e da Cascata. Além disso, a Defesa Civil monitora a escadaria, onde houve deslocamento de terra do barranco. Ainda, durante a manhã, uma embarcação precisou deixar a área portuária em função da força da correnteza, e uma ancoragem improvisada foi feita junto ao ponto turístico da cidade.

Defesa Civil de Lajeado encaminhou 17 famílias para o ginásio do São Cristóvão RODRIGO MARTINI

Acesso a Colinas ficou bloqueado devido ao avanço da água sobre a ER-129

RODRIGO MARTINI

Colinas, Imigrante e Westfália O principal acesso asfáltico a Colinas ficou interrompido durante toda a terça-feira. Como de costume, um trecho da ERS-129 de aproximadamente 500 metros – entre a entrada da cidade e a casa de festas Moreto – ficou totalmente submerso pela água do Rio Taquari, que transbordou sobre plantações de milho e várzeas próximas à estrada. Diante do bloqueio, motoristas foram obrigados a utilizar uma estrada de chão como acesso secundário, passando pela Linha Roncador. Servidores da prefeitura sinalizaram a ERS-129, que ficou interditada também em um trecho de quase um quilômetro, anterior ao ponto do alagamento. Já em Imigrante, o governo municipal pretende decretar situação de emergência. Só ontem, a forte chuva provocou série de deslizamentos de terra, principalmente na subida para a localidade de Boa Vista 37, próximo à Linha Imhoff. Além da lama, pedras e árvores bloquearam o trecho, impedindo a passagem de veículos para a cidade vizinha de Boa Vista de Sul. Em Westfália, o Corpo de Bombeiros Voluntários de Teutônia foi chamado para remover uma pedra que despencou sobre a RSC-453 (a Rota do Sol), no quilômetro 62 da rodovia estadual. O trânsito, segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), ficou interrompido por algumas horas, mas foi liberado ainda no meio da tarde.

Até as 21h de ontem, nível no Porto de Estrela estava em 21,22 metros

RODRIGO MARTINI

Na escadaria de Estrela, uma embarcação ancorou de forma improvisada


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ANDERSON LOPES

ANDERSON LOPES

Arroio do Meio A Defesa Civil do município interditou o acesso à rua Dom Pedro II. De acordo com o coordenador, Antenor Francisco dos Santos, não foram necessárias remoções de moradores ribeirinhos da cidade.

LUISE TROMBINI / DIVULGAÇÃO

Cruzeiro do Sul As cheias atingiram a cidade ainda na segunda-feira. Em Linha São Miguel, a ERS-130 ficou obstruída a cerca de dez quilômetros da comunidade de Mariante. Proprietário de um mercado, Tiago Schneider afirma que o fluxo de caminhões que utilizam a via de acesso é intenso. Conforme Schneider, a maior enchente enfrentada foi em 2001, quando as mais de cem famílias ficaram ilhadas e muitas tiveram de ser removidas. De acordo com morador Dorval de Souza, 50, quem precisa ir a Mariante deve tomar o caminho por Venâncio Aires, o que aumenta em 50 quilômetros a distância. As fortes chuvas danificaram ainda mais a RS-130, em trecho de chão batido. Crateras obrigaram motoristas a dirigir com cautela. “Quando dá enchente, quase ninguém tem barquinho e, se alguém adoecer, morre. Ficamos ilhados.” O monitoramento da Defesa Civil continua. Conforme o secretário de Obras, João Renato Mallmann, o alerta é para se o Rio Taquari ultrapassar os 22 metros. Localidades como Esperança Baixa, Linha Bom Fim e Maravalha poderão ficar com acessos submersos. Caso o Arroio Sampaio continue a subir, será necessária a remoção de algumas famílias.

Imigrante A estrada que interliga o centro de Imigrante à Boa Vista 37, por meio de Linha Imhoff, foi interditada em virtude de deslizamentos. Em um dos trechos, está bloqueada por paredões de pedra, que não puderam ser retirados ontem em razão da instabilidade. Não há previsão para a abertura da estrada. A recomendação aos moradores locais e de Linha Imhoff é de permanecer em alerta, devido à probabilidade de novos desmoronamentos. As estradas das localidades de Linha Rechts, Ernesto Alves, e Arroio da Seca Baixa, que estavam interditadas, foram abertas ontem pela equipe da Secretaria de Obras e Mobilidade Urbana.

Avançamos muito, principalmente com a entrada da Companhia de Pesquisas” A Hora - Qual a avaliação da Defesa Civil sobre a cheia desta semana? Major Ricardo Accioly Gerhard – A característica das chuvas dessa semana foram bem diferenciadas. Não choveu nas cabeceiras, e sim em uma região irrigada somente por arroios, causando, em um primeiro momento, enxurradas e alagamentos. Depois o volume de água se movimentou para a bacia do Taquari gerando inundações. O volume da água deve estabilizar por volta das 23h e não deve passar dos 22 metros.

Quais os municípios mais atingidos? Gerhard - Tivemos na segunda-feira, alagamentos em Taquari, Bom Retiro do Sul, Estrela, Lajeado, Mato Leitão e fortes enxurradas em Brochier, Maratá e Imigrante. Em Imigrante tivemos quedas de barreiras. Ontem tivemos inundações. Em Lajeado foram removidas 19 famílias, mas acho que o pior já passou. Desde 2014 existe uma série de projetos para tentar prever as inundações e antecipar a retirada das famílias. Quais os resultados desse trabalho? Gerhard – Quando fala-

O volume da água deve estabilizar por volta das 23h e não deve passar dos 22 metros.

mos em inundação, nos baseamos em Estrela e a partir daí fazemos os cálculos. Nós estamos tomando o cuidado de munir o Vale com equipamentos eletrônicos que anos ajudar e fazer a contra prova dos resultados. A CPRM que é uma empresa do Governo Federal, instalou equipamentos para dar informações mais precisas. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente pretende colocar um sistema de leitura eletrônica, mas ainda não saiu do papel. A nossa bacia não tem como fazer previsões com antecedência, por ser muito rápida. Diferente do Jacuí e do Caí, onde a

previsão é mais fácil porque o rio sobe lentamente. Enquanto nesses mananciais o rio sobe dois centímetros por hora, o Taquari chega a 50 centímetros por hora no auge das cheias. Se conseguirmos dez horas de antecedência seria ótimo. Avançamos muito, principalmente com a entrada da CPRM.


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ANDERSON LOPES

Ponte destruída Reinaugurada pela administração municipal em julho deste ano, a ponte sobre o Arroio das Antas, na rua Ottília Beuren Rockenbach, bairro Conventos, em Lajeado, foi danificada com a enxurrada dessa segunda-feira. Em outubro do ano passado, uma antiga estrutura que havia no local foi interditada após o desmoronamento de parte da cabeceira. A obra de reconstrução da estrutura custou aos cofres públicos R$ 49 mil. Ontem, o local estava interditado devido ao perigo. A produtora rural Rosani Oberger mora de um lado da ponte e tem as terras da família do outro. Apesar de não

plantar na propriedade, precisa fazer a travessia para acessar o terreno. “Não tem como cruzar o arroio sem ponte.” Ela afirma que o Arroio das Antas é conhecido na comunidade por ser imprevisível, uma vez que recebe água de Alto Conventos, Nova Santa Cruz e outras localidades mais altas. “Quando chove nos morros, mesmo se não chover em Conventos, acaba enchendo.” Conforme Rosani, quando a primeira ponte foi construída no local, um parente havia avisado sobre a necessidade de construir uma estrutura mais alta e mais larga para dar vasão às enxurradas. “As pessoas não acreditam porque o curso d’água parece pequeno.”

Sistema de monitoramento auxilia A região possui, desde 2012, um sistema de monitoramento para informar a quantidade de chuva, o nível do Rio Taquari e de alguns de seus afluentes para facilitar a previsão de enchentes. O acompanhamento pode ser acessado no site netsenses. univates.br, que recebe leituras de sensores eletrônicos a cada 15 minutos. A Univates encaminhou o projeto para o governo gaúcho em 2011. Naquele ano, a secretaria de Ciência e Tecnologia, destinou R$ 200 mil para das início à proposta. No ano seguinte foi realizada a instalação da rede de equipamentos automáticos de monitoramento e um conjunto de sensores de nível. São pelo menos oito estações automáticas, com sensores conectados por meio de cabos e centrais de transmis-

são que fazem a leitura do nível do rio de acordo com a pressão da água. Ao todo, R$ 165 mil foram utilizados para a compra dos equipamentos. Os aparelhos medem o nível do rio em Taquari, Mariante, Bom Retiro do Sul, Estrela, Marques de Souza, Encantado e na divisa entre Veranópolis e Bento Gonçalves. Outros projetos também visam antecipar as cheias. Coordenado pela Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM), um sistema com nove estações telemétricas permite a leitura constante do volume de chuvas e evolução do nível do Rio Taquari. O controle dos equipamentos ocorre em uma central reguladora, em Porto Alegre. Em seguida, as informações são repassadas aos municípios. Profissionais da Defesa Civil, administrações municipais e

bombeiros recebem os alertas pela internet.

MEDIÇÃO DO RIO TAQUARI Horário

Nível no Porto

20h30min

21,22 METROS

20h

21,25 METROS

19h30min

21,16 METROS

17h30min

20,91 METROS

14h30min

20,36 METROS

10h30min

18,96 METROS

7h30min

17,31 METROS

02h30min

15,06 METROS

00h00min

15,11 METROS

Fonte: NetSenses Nível normal: 13 metros


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Abertura da CPI do Badesul depende de 4 assinaturas

Política

ESTADO – O deputado estadual Enio Bacci (PDT) conseguiu adesão de 15 parlamentares para instalar uma CPI para investigar irregularidades no Badesul. São necessárias 19 assinaturas para instalar

a comissão. O parlamentar propõe investigar os empréstimos feitos pelo banco entre 2014 e 2011. Na última semana, foi denunciado um calote de R$ 157 milhões em contratos do banco.

Vereadores cobram 13º salário de 2015 Parlamentares querem receber o salário extra que não foi pago no ano passado EDUARDO AMARAL

Lajeado

da nomeação de ruas e parques públicos. A única proposta enviada pelo governo tratava sobre a troca da multa aplicada contra a empresa Mude Empreendimentos, autuada por invadir um recuo de jardim em 117,7 metros quadrados. O governo propõe a construção de um passeio público ao invés de quitar a multa. O projeto não foi votado porque o vereado Ildo Salvi (Rede) pediu vistas.

O

vereador Antônio Carlos Schefer (PMDB) afirma que contestará a decisão do colega de partido Carlos Eduardo Ranzi. O motivo da discórdia é o não pagamento do 13º salário aos parlamentares em 2015, por ordem de Ranzi, que na época era presidente da câmara. Schefer entregou na sessão de ontem um requerimento, assinado por nove dos 15 vereadores, exigindo a quitação do salário de 2015 e 2016, além de 1/3 de férias do mesmo período. O peemedebista deve levar a cobrança ao plenário na próxima terça-feira. “É meu e quero receber. O Ranzi não pagou quando era presidente, mas recebeu em 2014, tem que ter coerência e entregar o dinheiro.” Questionado pela reportagem sobre o teor do documento, Schefer desviou. “Não, esse é para decidirmos quem vamos escolher como presidente para o ano que vem. Eu não vou estar aqui, mas quero que o partido mantenha a coerência e fique na oposição.” A reportagem teve acesso ao documento, que comprova a exigência do pagamento. Vereadores e funcionários da casa também confirmaram o teor do documento. Ele foi retirado de circulação pouco antes do intervalo regimental. Ranzi defendeu

O PEDIDO

Enquanto projetos eram apresentados, vereadores articulavam nos bastidores a cobrança de remuneração extra

sua atitude de não pagar o 13º aos vereadores. “Não paguei por não achar correto, a lei não proíbe e também não obriga a pagar, e a população não quer.” O atual presidente da câmara, Heitor Luiz Hoppe (PT), foi informado sobre o documento no final da sessão. “Ouvi comentários dos colegas, mas não sabia oficialmente de nada até agora”, afirmou o petista. Ele garante que ianalisará o pedido nos próximos dias. Não assinaram o requerimento os petistas Eloede Conzatti, Hei-

tor Hoppe, Sérgio Kniphoff, Sérgio Rambo e o próprio Ranzi.

Polêmica antiga Desde que anunciou que não pagaria o salário extra, Ranzi enfrenta a desconfiança dos colegas. Em dezembro, 11 dos 15 vereadores assinaram requerimento para que o valor fosse cobrado na Justiça. Apesar de negar o 13º aos colegas, Ranzi recebeu os R$ 12 mil em 2014. O valor era referente aos anos de 2013 e 2014. Na época, a casa era comandada por Djalmo

Rosa (PMDB), favorável ao pagamento. “Eu paguei e o TCE não me apontou nenhum problema, acho justo que os colegas recebam, mesmo eu não estando na próxima legislatura.” Na época, apenas três vereadores abriram mão da remuneração, os petistas Sérgio Kniphoff, Heitor Hoppe e Sérgio Rambo.

Dos 15 parlamentares, nove assinaram o documento exigindo o pagamento de férias e 13º retroativo e deste ano. Em 2009, decisão judicial obrigou a devolução dos benefícios pagos na legislatura de 2005/2008

Votação tímida Em meio às articulações de bastidores, oito projetos estavam aptos a serem votados na sessão de ontem. Desses, sete tratavam

Legislativo aprova repasse para melhorias na escadaria Estrela Os vereadores aprovaram por unanimidade o único projeto colocada em votação na sessão de segunda-feira, 17. A proposta, enviada pelo Executivo, permite abertura de crédito especial de R$ 3,1 mil. O dinheiro será destinado

para obras na escadaria às margens do Taquari. Na justificativa do projeto, o governo garante que o dinheiro será realocado da Secretaria da Cultura para a Secretaria do Turismo. Essa mudança, de acordo com o projeto, foi possível em razão da redução no orçamento da construção do

Centro de Eventos.

Retomada do espaço Localizada em frente à antiga fábrica da Polar, a escadaria às margens do Taquari foi inaugurada em 1924. Na época, a ideia era dar acesso aos vapores para enviar mercadorias até Porto Alegre e

outros municípios próximos. O local foi desativado em 1974 e ficou abandonado por mais de 30 anos. Em 2014, a Secretaria de Turismo iniciou o projeto de reformas no local. O projeto de reconstrução mesclou elementos atuais com o modelo original do espaço. A nova Escadaria foi inaugurada no dia 21

de março de 2015. Poucos meses depois um grupo de voluntárias iniciou um projeto para atrair a população ao local. Desde então, uma vez por mês, o Arte na Escadaria reúne dezenas de pessoas com exposições de culinária e artesanato, shows musicais e atividades para as crianças.


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Bronstrup pretende reduzir secretarias Medida adotada inclui diminuir 30% de CCs e estima economia de R$ 500 mil ao ano MACIEL DELFINO / ARQUIVO

Teutônia

A

primeira reunião de transição do governo de Teutônia ocorreu ontem e uma das primeiras ações analisadas pelo prefeito eleito, Jonatan Bronstrup (PSDB), é a aglutinação de duas secretarias. A medida é analisada com o propósito de economizar recursos para qualificar a oferta de serviços de saúde e educação. As duas áreas são consideradas prioridades do governo tucano. Além da modificação da composição das pastas, ele estuda a redução da nomeação de CCs. O objetivo é fazer um corte de pelo menos 30% dos cargos. As duas ações podem gerar economia de R$ 500 mil ao ano.

Não foram divulgadas quais as secretarias que passarão pelo processo. A definição oficial será anunciada na próxima semana. Bronstrup afirma que a medida não impactará nas ações das áreas e o objetivo será implementar atividades que resultem em retorno financeiro para o município. “A única mudança é que essas áreas serão geridas por um gestor, que também será responsável por outros segmentos.” A proposta é um mecanismo para reestruturar a Secretaria de Indústria e Comércio. A pasta é considerada estratégica para o governo e uma ferramenta para impulsionar a atração de novos investidores, expandir empreendimentos locais e, em consequência, ampliar a arrecadação.

Jonatan Bronstrup foi eleito com 8.367 votos e pretende anunciar na próxima semana as pastas aglutinadas

Vamos cortar de 25 a 30% de CCs A Hora – Pretende reduzir ou cortar secretarias? Jonatan Bronstrup – Não serão cortadas secretarias. Algumas serão aglutinadas em outras pastas. Ainda não definimos de forma oficial quais serão elas. A decisão ocorre na próxima semana depois de uma avaliação do orçamento dessas secretarias. Essa medida será adotada com a finalidade de reduzir custos, principalmente, em relação à contratação de pessoal. As áreas aglutinadas são menos importantes? Bronstrup – Não. São áreas muito importantes, assim como todas são. Queremos enxugar a máquina para sobrar recursos e usá-los de forma eficiente. Essa decisão ocorre em virtude do momento econômico que estamos enfrentando e obrigam a fazer essas reduções. Então as áreas aglutinadas não sofrerão nenhum impacto. Bronstrup – Não, nenhum impacto. Inclusive queremos incrementar ações nessas áreas dentro do orçamento que já existe para gerar atividades que possam gerar

receita e renda para o município. Qual economia que se espera com essa mudança? Bronstrup – Com a redução de duas secretarias e o preenchimento de 70% dos CCs e FGs, pretendemos fazer uma economia de R$ 500 mil por ano. Então ocupará apenas 70% das 130 vagas? Bronstrup – No primeiro momento, vamos utilizar 70 a 75% das vagas. Nós vamos cortar de 25 a 30% desses cargos. Quantos CCs a prefeitura tem ? Bronstrup – Não tenho certeza do número exato de CCs, mas creio que seja algo próximo de 130 funcionários. Tivemos hoje – terça-feira – a primeira reunião de transição e solicitei todas as informações para ter até a próxima semana as informações oficiais. A situação financeira do município está preocupante para adotar essa postura? Bronstrup – Não. Nós temos algumas prioridades no plano de governo e para atendê-las precisamos de alguns ajustes.

Para isso, precisamos cortar na própria carne e demonstrar que estamos dispostos a fazer uma gestão eficiente. Queremos ampliar a oferta de escolas de Educação Infantil e retomar o pronto atendimento do bairro Canabarro. Para isso, precisamos que sobrem recursos. Em um encontro promovido pela CIC, você falou que reestruturaria a Secretaria de Indústria e Comércio. Como pretende fazer isso? Bronstrup – Essa pasta será reestruturada. Vamos apresentar a proposta para a câmara

Precisamos cortar na própria carne e demonstrar que estamos dispostos a fazer uma gestão eficiente”

de vereadores. Isso já está contemplado na aglutinação de outras secretarias. Apenas com isso é possível reestruturar a pasta de Indústria e Comércio. Qual o papel dessa pasta? Bronstrup – Essa secretaria terá papel fundamental na atração de novos investimentos. Isso vai ocorrer com leis de incentivo, uma central do empreendedor para conversar com os empresários estabelecidos para ampliar suas atividades absorvendo mão de obra. Essa é uma área importante e requer ações para incrementar o orçamento do município. Quais serão os incentivos? Bronstrup – As formas de incentivo serão variadas e estendem-se desde formação de mão de obra, concessão de área de terra, serviços de terraplanagem ou incentivos fiscais. Mas para isso as empresas precisam mostrar real interesse. Já definiu o secretariado? Quando pretende apresentar os primeiros nomes? Bronstrup – Estamos definindo. Na primeira quinzena de novembro, anunciaremos os primeiros nomes do primeiro e segundo escalão. Já estamos tratando de forma informal.

Qual perfil busca no secretariado? Bronstrup – Ele precisa estar disposto a contribuir com um trabalho responsável que estamos propondo e faça gestão de recursos públicos. Mas acima de tudo precisa ter conhecimento técnico da área proposta. Precisamos fazer uma mescla. Existem secretarias que são extremamente técnicas, como Planejamento, Administração, Fazenda e Educação. Precisamos fazer uma junção do técnico com o político. Essas características precisam caminhar juntas. Estamos avaliando o perfil dos possíveis candidatos e analisando em qual área eles se enquadram. Houve negociação de secretarias com partidos da coligação? Bronstrup – Não. Os partidos que nos apoiaram foram importantes para eleição. Dentro das siglas, existem pessoas que agregam condições para ocupar importantes cargos no governo, porém, isso não será definido pelo simples fato do apoio político, mas por reunir as condições para assumir a função.


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Importação desestrutura cadeia leiteira Preço do litro de leite caiu R$ 0,40 em setembro. Líderes de cooperativas, Fetag e sindicatos cobram apoio político e temem que mais famílias abandonem a atividade nos próximos meses. Alternativas para a crise, provocada pelo aumento substancial das importações de países do Mercosul, serão debatidas em audiências com os governos estadual e federal. Vale do Taquari

A

pós a alta histórica, a cotação do litro de leite pago ao produtor despencou em setembro. Em alguns casos, a queda chega a R$ 0,40, enquanto os custos se mantiveram estáveis. Quem persiste na atividade está desanimado. É o caso da família Zwirtes, de Linha São Luís, Estrela. Após 30 anos ininterruptos dedicados à produção leiteira, Elaine, 50, e José, 57, buscam uma solução para mais uma crise. “É um trabalho sofrido, sem folgas ou férias e tão pouco valorizado. Está difícil continuar, mas não temos alternativa, só sabemos fazer isso”, desabafa Elaine. Entre agosto e setembro, o valor pago por litro caiu R$ 1,69 para R$ 1,29. “Deixamos de receber R$ 16 mil. Como incentivar nossos filhos a continuar sem ter o mínimo de estabilidade?”, questiona Elaine. A importação de leite do Uruguai é apontada como a principal causa do recuo no preço. De acordo com o Sindilat, o Brasil importou 153,38 milhões de quilos de produtos lácteos nos primeiros oito meses de 2016, um aumento de quase 80% em relação a 2015. Deveriam limitar e estipular um pre-

ço mínimo justo pelo leite produzido, com base nos nossos custos de produção, que alcançam R$ 1,38 por litro, cobra Zwirtes. Na propriedade de Diego Dieckel, em Teu-

Preços

tônia, a produção aumentou em 20 mil litros nos últimos dois meses. Enquanto isso, o valor pago caiu R$ 0,32 em setembro. “Priorizamos a gestão. Só assim para se manter na atividade”, resume. Outra alternativa é diversificar. Além do leite, a família cria suínos (350 por lote) e aves (12 mil por lote).

Queda de R$ 1 milhão

•Valor médio do litro pago ao produtor – R$ 1,0054 •Leite longa vida – R$ 2,75 •Iogurte com sabores – 720 g – R$ 5,81 •Queijo mussarela – 1 kg – R$ 33,41 •Creme de leite – R$ 4,59

Fonte – Agas e Conseleite ARQUIVO DIVULGAÇÃO

Conforme dados do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Teutônia e Westfália, em setembro, deixou de circular na economia local o montante de R$ 1 milhão, devido à queda no valor pago. Nos últimos dias, duas reuniões entre produtores, direção da cooperativa Languiru, Fetag e sindicatos discutiram alternativas à crise e formas de evitar uma nova onda de desistências. Abriram as cancelas da importação e quem paga a conta é o produtor, critica a presidente do STR, Liane Brackmann. Ela reforça a necessidade de ampliar as campanhas de marketing para retomar a credibilidade do produto regional, prejudicado após sucessivas fraudes, incentivar o consumo de lácteos entre os jovens, definir uma política de preço mínimo, limitar as importações e prorrogar as dívidas. Segundo Liane, caso o cenário persista, ao menos cem produtores devem migrar para outras atividades. “Vamos ter famílias vendendo patrimônio ou abatendo o rebanho para quitar as dívidas. Até quando o consumidor terá leite barato a gente não sabe. Nosso agricultor está cansado de ser explorado.” Cobra mais transparência da indústria e pede a divulgação dos custos de produção.

“Muitos desistirão”

Com as vendas em queda devido à alta das importações, estoques das indústrias estão lotados

Para Lauro Baum, presidente do STR de Lajeado, é inviável manter a atividade. “Temos um mês de preços bons e depois o valor despenca. Depois do alívio, veio a frustração”, destaca. Cita que o produtor foi incentivado a aumentar a oferta, in-

Casal Zwirtes, de Estrela, registra queda de R$ 16 mil no mês de setembro. Instabilidade do setor compromete a sucessão na propriedade

vestir em pasto, ração e melhorias na infraestrutura e agora amarga prejuízo, sem vislumbrar um saldo positivo nos próximos meses. “Quase impossível acreditar que há dois meses o valor do litro chegou a R$ 1,60 e agora caiu para R$ 1,15. Sem falar do descontrole na importação. O consumidor não está preocupado com procedência e qualidade, e sim com o preço.” Segundo estimativa da Fetag, nos últimos três anos, 25 mil famílias deixaram de produzir leite em todo estado. No país, a cada 11 minutos, um produtor desiste. A situação preocupa a presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Cíntia Agostini. “Favorece a migração para áreas urbanas, gera uma disputa por vagas de emprego, cada vez mais escassas. Diminui a renda e aumenta a desigualdade.” Como alternativa para manter a produção, cita os modelos associativos. O Vale do Taquari aumentou em 200% a produção nos últimos 20 anos. Em 2014, a atividade movimentou R$ 350 milhões, sem considerar a industrialização, distribuição e consumidor final. Esta é a terceira crise do setor, após a falência da Cooperativa Rio-Grandense de La-


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Reportagem: Giovane Weber

GIOVANE WEBER

Nos puxaram o tapete” Com 95% dos sócios produtores de leite, estoques abarrotados e um prejuízo de R$ 2 milhões em setembro, o presidente da Cooperativa Languiru de Teutônia, Dirceu Bayer, está preocupado. Enumera a fixação de cotas, profissionalizar a gestão e a abertura de linhas de crédito como alternativas para enfrentar a crise. Como a Languiru analisa este cenário? Dirceu Bayer – A crise recém chegou. O quadro é muito preocupante. O produtor se preparou em função do preço mais atrativo, investiu no momento de boa remuneração e num curto espaço de tempo a situação piora e ocorre justamente o contrário do que foi desenhado há alguns meses. Em momento algum na história, houve um aumento tão grande para todos os elos da cadeia e nunca houve uma mudança tão radical no preço, oferta e procura. Realizamos reuniões para analisar e discutir propostas para amenizar o problema. Estamos do lado do produtor e essa crise reflete diretamente na cooperativa. Não adianta nos degladiar, culpar as empresas. O problema é maior – é político. Não se admite que haja tanta importação de leite em pó como ocorreu, volume cerca de 85% maior do que nos oito meses de 2015.

ticínios e Correlatos (Corlac) na década de 1980 e da Parmalat nos anos 90.

Audiências mobilizam líderes Hoje uma comitiva viaja a Brasília com o objetivo de barrar a importação de leite. Será marcada uma audiência com o governador José Ivo Sartori nos próximos dias. Ele está na França conhecendo as instalações da multinacional Lactalis e negocia novos investimentos para o RS. Amanhã um grupo de produtores, representantes dos sindicatos e indústrias do Vale voltam a se reunir em Teutônia. Eles querem mobilizar os prefeitos para aumentar a pressão contra o Mapa e o governo estadual.

Derivados mantêm alta Enquanto o valor do litro de leite longa vida caiu em média 20% nos supermercados nos últimos dois meses, produtos como creme de leite, queijo, leite condensado e manteiga ficaram mais caros. Acumulam de alta de até 29% desde o início do ano, como é o caso do queijo em fatias. De acordo com o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, os preços são explicados pela data da fabricação. Foram embalados quando a matéria-prima ainda estava com valores altos, destaca. Com o aumento das importações, o valor pago recuou e os derivados devem registrar queda a partir das próximas semanas, quando os novos lotes chegarem ao consumidor.

Quais as alternativas para amenizar os prejuízos? Bayer – Reduzir os custos, investir em gestão e orientação técnica para ajudar o produtor a se programar melhor para enfrentar momentos de instabilidade na cadeia. Precisamos reduzir a importação, fixar cotas. O governo deveria oferecer linhas de crédito, a um juro baixo para auxiliar as famílias a enfrentar a crise. A cobrança de impostos entre estados precisa ser reavaliada, assim como a instrução normativa que trata sobre a reidratação do leite em pó. Os estoques estão altos e não conseguimos vender devido a esse problema amaldiçoado das importações. Nos puxaram o tapete. Não adianta traçar uma política interna para aumentar a produtividade e qualidade se acontece esse tipo de situação. Faltam políticas de apoio. Vamos nos mobilizar e buscar apoio de todas as lideranças para reverter esse quadro desfavorável. Considerações finais Bayer – O cenário é bastante desanimador. Se as importações persistirem, não sabemos o que vai acontecer. O preço ainda vai cair no mês de outubro. Mesmo reduzindo o valor em R$ 0,30 no litro, ainda tivemos prejuízos.


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Projeto libera recursos para quitar o Fies Congresso destina R$ 700 milhões. Para a Univates, repasse soma R$ 17,5 milhões ARQUIVO A HORA

Vale do Taquari

Com a aprovação do projeto, o MEC espera concluir a renovação de 1,5 milhão de contratos. Por causa do atraso na aprovação do crédito para o Fies, desde julho, os estudantes não conseguem acessar o sistema do programa para fazer os aditamentos.

A

aprovação de recursos para quitar débitos da União com as universidades participantes do Fies pode evitar um deficit de R$ 30 milhões para a Univates. Projeto aprovado ontem no Congresso prevê a liberação de R$ 700 milhões para quitar débitos com as universidades participantes do programa. Hoje, a dívida da União com a Univates chega a R$ 17,5 milhões. De acordo com nota publicada ontem pela universidade, aproximadamente R$ 4,5 milhões correspondem a pendências entre junho de 2010 e o primeiro semestre deste ano. Os outros R$ 13 milhões são referentes aos meses de julho, agosto, setembro e outubro. Caso os atrasos persistam, a instituição calcula que o prejuízo chegue a R$ 30 milhões em dezembro, obrigando a busca de recursos no sistema bancário, entre outras medidas para assegurar o pagamento de salários e fornecedores em dia.

Número reduzido

MEC espera renovar 1,5 milhão de contratos até dezembro. Na Univates, 2,3 mil estudantes dependem do Fies

Dos 8,5 mil estudantes de graduação na Univates, cerca de 2,3 mil são financiados pelo Fies. Conforme a universidade, disponibilizar o maior número de vagas para o Fies faz parte da política da instituição. “Os atrasos nos

repasses, que ora estão se intensificando de forma significativa, dificultam essa política.” De acordo com a nota, a instituição se uniu a outras universidades particulares e comunitárias para pressionar deputados e senadores a votarem o projeto de repasse o mais rápido possível para, assim, garantir o aditamento dos atuais contratos do Fies.

Contratos serão renovados O projeto de lei aprovado ontem abriu crédito suplementar de R$ 1,1 bilhão para o Ministério de Educação e operações oficiais de crédito. Desse total, R$ 702,5 milhões serão usado para o Fies. Outros R$ 400,9 milhões serão empregados na aplicação do Enem, nos dias 5 e 6 de novembro. A proposta tramitava na pasta desde setembro. O prazo estava perto do limite para as renovações de contrato. Desde o dia 7 deste mês, as instituições de ensino estão com o sistema aberto para dar início aos processos de aditamento.

Das 548 novas vagas do Fies solicitadas pela Univates para o segundo semestre deste ano, apenas 58 foram disponibilizadas. Dessas, 11 foram para o curso de Medicina. As demais beneficiaram alunos de outros 29 cursos de graduação ou técnicos. No ano passado, a universidade solicitou 449 vagas para o primeiro semestre de 2016, e recebeu 206, das quais 201 foram preenchidas. Além de determinar quantas vagas cada curso da instituição pode oferecer, o MEC é responsável por classificar ou não os candidatos.

Credivates Para oferecer financiamentos a alunos que não conseguiram acessar o Fies, a Univates criou um financiamento próprio. O Credivates permite adiar o pagamento de até 50% da semestralidade contratada pelo aluno para depois da conclusão do curso. Por ano, são oferecidas 200 vagas que podem ser acessadas no início de cada semestre por meio do edital do programa.

Inscrições abertas para atuar no Conselho Tutelar Cruzeiro do Sul Estão abertas as inscrições para os interessados em concorrer ao cargo de conselheiro tutelar. A necessidade da votação é necessária pois nas eleições unificadas não houve escolha dos suplentes. Haviam apenas cinco candidatas habilitadas e todas foram eleitas como titulares. O edital foi publicado nessa segunda-feira e pode ser acessado

no www.cruzeiro.rs.gov.br. As inscrições encerram nesta sexta-feira e podem ser feitas na Secretaria de Assistência Social e Habitação, em horário de expediente. Não há cobrança de taxa. A eleição garantirá uma vaga de titular e mais dez suplências. O valor bruto da remuneração é de R$ 1.075,33, mais vale-refeição de R$ 237,44. A data prevista para a votação é o dia 17 de novembro, com a posse no dia 1º de dezembro.


PATROCÍNIO:

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Jogos Escolares da Juventude

Colégio Martin Luther é o representante do RS Competição ocorre em João Pessoa, na Paraíba TORNEIO NA ARGENTINA

P

ela oitava vez consecutiva, a equipe infanto-juvenil do Colégio Martin Luther será a representante do RS nos Jogos Escolares da Juventude, maior competição escolar do Brasil. A etapa ocorre em João Pessoa (PB), de 14 a 19 de novembro. A equipe se credenciou à decisão depois de derrotar a Escola Estadual de Ensino Médio João

Caruso, de Erechim, na semana passada. O time estrelense venceu por três sets a zero, parciais de 25 a 6, 25 a 12 e 25 a 10. A vitória marca a hegemonia do colégio estrelense no voleibol feminino gaúcho. Antes do desafio, as atletas entram em quadra pela segunda etapa classificatória e as finais do Campeonato Estadual e a Taça Paraná, equivalente ao campeonato nacional de clubes.

Travesseiro O Clube Esportivo Travesseirense organiza torneio esportivo para o dia 2 de novembro, feriado de Finados. A competição inicia às 13h com a disputa das modalidades de minifutebol, futsal e

voleibol. Em caso de mau tempo, o torneio será transferido. As inscrições para o minifutebol custam R$ 120. Para voleibol e futsal feminino, R$ 100. Mais informações pelos 99985431 (Gustavo), 9877-8829 (Carlos) ou 9611-9372 (Júnior).

PREMIAÇÃO

DIVULGAÇÃO

Ao derrotar a escola de Erechim, equipe se credenciou aos jogos nacionais

Clube Travesseirense organiza competição

As categorias mirim, pré-infantil e infantil disputaram o Torneio Internacional Carolina Costagrande no início do mês. Cerca de cem equipes da Argentina, Uruguai, Colômbia, Paraguai e Brasil participaram. O time mirim de Estrela comemorou o quarto lugar e o pré-infantil, o décimo lugar. Já a equipe infantil foi a terceira colocada. A Avates e o Colégio Martin Luther contam com o apoio de Cooperativa Languiru, Univates, Executivo de Estrela, Docile, Iccila, Plastrela, Loja Show dos Esportes, Clínica de Fisioterapia Espaço e Saúde e nutricionista Nádia Rigobello.

Voleibol (misto) 1° lugar: R$ 200 2° lugar: R$ 150 3° lugar: 24 cervejas (lata) OBS: mínimo duas mulheres Minifutebol (masculino) 1° lugar: R$ 300 2° lugar: R$ 200 3° lugar: R$ 100 4° lugar: 24 cervejas (lata)

Futsal (feminino) 1° lugar: R$ 200 2° lugar: R$ 150 3° lugar: 24 cervejas (lata) Valor das inscrições Voleibol: R$ 100 e cheque-caução de R$ 200 Minifutebol: R$ 120 e cheque-caução de R$ 200 Futsal: R$ 100 e cheque-caução de R$ 200

Motogrupo de Forquetinha promove evento no sábado Encontro de motos O motogrupo Foguetinha-Puvã promove neste sábado o primeiro passeio de motos. A largada será no Parque de Expo-

sição Cristoph Bauer, em Forquetinha, a partir das 13h30min. O custo é de R$ 50, com direito ao jantar. Mais informações pelos 8554-9671 (Felipe) e 8617-0449 (Henrique).


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Internacional

Com equipe mista, Colorado recebe o Santos Jogo de volta das quartas de final ocorre hoje, a partir das 19h30min, no Estádio Beira-Rio

A

partida de volta das quartas de final será um encontro de times mistos. Tanto Internacional como Santos devem entrar em campo com um mix de jogadores suplentes e titulares. A partida ocorre a partir das 19h30min, no Estádio Beira-Rio. Como no primeiro jogo, na Vila Belmiro, o Colorado escala um time misto para poupar os atletas para a sequência de jogos pelo Brasileirão. Ceará, Paulão ou Ernando e Vitinho devem ser poupados. Danilo Fernandes, Rodrigo Dourado e Alex, que também seriam candidatos a participar do rodízio, devem estar à disposição e podem atuar. O provável time a iniciar a partida é: Danilo Fernandes, Fabinho (William), Paulão (Ernando), Eduardo, Geferson, Dourado, Eduardo Henrique, Seijas, Alex, Ferrareis e Aylon (Sasha). No Santos, o técnico Dorival

DIVULGAÇÃO

peonato Brasileiro vale também para o confronto da Copa do Brasil contra o Santos. Assim, sócios da modalidade Campeão do Mundo, que precisam comprar ingressos, terão acesso gratuito ao Beira-Rio. Para garantir presença na partida, basta fazer o check-in no site do clube.

Copa do Brasil Hoje 19h30min – Juventude x Atlético-MG 19h30min – Internacional x Santos

Importante na recuperação colorada, goleiro Danilo Fernandes será um dos poucos titulares na partida de hoje

Júnior preferiu não usar o verbo “poupar” para definir a escalação para o jogo. Apenas hoje sa-

berá da recuperação dos jogadores que atuaram contra o Grêmio no domingo.

Promoção nos ingressos A direção do Inter anunciou que a promoção feita no Cam-

21h45min – Palmeiras x Grêmio 21h45min – Cruzeiro x Corinthians

Renato deve manter time que venceu o Atlético-PR DIVULGAÇÃO

Grêmio O Grêmio foca na partida contra o Palmeiras, no jogo de volta pela Copa do Brasil, hoje, às 21h45min. No treinamento de ontem, o técnico Renato Portaluppi não confirmou a equipe que enfrenta o clube paulista, mas a tendência é de que seja o mesmo que bateu o Atlético-PR na 30ª rodada do Campeonato Brasileiro. O provável time do Grêmio tem: Bruno Grassi, Edílson, Geromel, Kannemann, Marcelo Oliveira, Wallace, Maicon, Ramiro, Douglas, Everton e Luan. O treinador conversou com os jogadores e comandou um trabalho recreativo antes de viajar para São Paulo. Os atletas treinaram pênaltis, como já tinham feito na segunda-feira. Após enfrentar o Palmeiras, o Grêmio volta a Porto Alegre, onde joga o clássico Gre-Nal, neste domingo, às 17h, na Arena. A

partida será válida pela 32ª rodada do Brasileirão.

Palmeiras deve entrar com time misto Com foco na reta final do Brasileirão, o Palmeiras deve entrar com um time misto na noite de hoje. Depois de perder o jogo de ida por 2 a 1, o Verdão entra em campo em São Paulo precisando de uma vitória simples por 1 a 0 para avançar à semifinal da competição mata-mata. No ataque, Gabriel Jesus deve estar presente na formação inicial já que ele terá de cumprir suspensão automática contra o Sport, no domingo, por causa do terceiro cartão amarelo. O provável time titular do Palmeiras tem: Jaílson, Fabiano, Edu Dracena, Vitor Hugo, Egídio, Arouca, Thiago Santos (Gabriel), Cleiton Xavier, Allione, Gabriel Jesus e Alecsandro (Lucas Barrios).

Com boa atuação contra o Santos no domingo, Everton segue no time titular pela Copa do Brasil

Torcidas esgotam ingressos para Gre-Nal Dos 34 mil ingressos colocados à venda para o Gre-Nal 411, 30,8 mil já foram comprados pelos torcedores. Pelo lado colorado, as 1,9 mil entradas no setor Superior e as 600

de camarote estão esgotadas. Restam apenas bilhetes para torcida mista e camarotes. Segundo a Arena, a expectativa de público agora é de 45 mil pessoas no clássico do domingo. Dos mil pares de torcida mista

colocados à venda, ainda há cerca de 800 disponíveis apenas para sócios. A partir de sexta, a modalidade será liberada para os demais interessados. Custa R$ 140 para cada dupla. As entradas para camarote custam a partir de R$ 205.


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Teuto Fight

Equilíbrio marca primeira edição em Teutônia Em quatro dos 12 confrontos, o vencedor foi definido com decisão dividida dos juízes FOTOS MACIEL DELFINO

Natural de Teutônia, Rebeca Buhl venceu por decisão unânime dos juízes

Evento aprovado

Com a participação de atletas de todo o Brasil, o evento registrou 12 lutas de MMA e muay thai

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Ginásio da Água, em Teutônia, virou octógono no sábado à noite. Cerca de 1,5 mil pessoas acompanharam a primeira edição do Teuto Fight. Atletas de todo o Brasil competiram em 12 lutas de MMA e muay thai. Além de incentivar a arte marcial, o evento destinou parte do que foi arrecadado para o Hospital Ouro Branco. Destaque para o equilíbrio dos confrontos. Em quatro deles, os juízes se dividiram na hora de definir o vencedor. Contraste ficou para a rapidez de uma das lutas de muay thai. Com 20 segundos, Ismael Loesch, de Westfália, venceu Cléo Fagundes, de Caxias do Sul. No combate principal da noite, Sebastião Ferreira enfrentou Marco Ramos, o “Suflar”, em luta que empolgou a todos. O duelo foi agitado durante os três rounds. No final, Sebastião Ferreira venceu com decisão dividida dos árbitros laterais.

Organizador do evento, Dirlei Broenstrup, o “Mão de Pedra”, avalia como sensacional a primeira edição. “Só estamos recebendo elogios isso nos deixa muito felizes.” Destaca que foram selecionados os melhores atletas da região e de outros estados para chamar a atenção do público. “Foi um verdadeiro show para quem esteve presente.”

Foi um, verdadeiro show para quem esteve presente” Dirlei Broenstrup organizador

O casal Raquel Zambiasi e Miguel Bettio veio de Travesseiro para assistir às lutas. Para eles, o evento superou todas as expectativas. “Achei superlegal, não apenas por ser um evento beneficente, mas é muito emocionante, que venha o próximo”, destaca Bet-

tio. Praticante de muay thai, Raquel relata que passou a assistir a lutas na televisão após participar dos treinamentos, mas nunca havia assistido de perto a um combate. “Achei superinteressante, pois vi ali os lutadores colocando em prática o que estou aprendendo.”

COMO FORAM AS LUTAS MMA PROFISSIONAL Richard Dornelles (Canoas) x Felipe Fischer (Encantado) Richard venceu por nocaute técnico com 1min22seg do primeiro round. Márcio Fragata (Canoas) x Douglas Martins (Lajeado) Márcio venceu por nocaute com 1min23seg do primeiro round. Josué Borilli (Porto Alegre) x Gilberto Batassoli (Encantado) Josué venceu por finalização (armlock) com 1min44seg do primeiro round. Ismael Loesch (Westfália) x Cléo Fagundes (Caxias do Sul) Ismael venceu por nocaute com 20 segundos do primeiro round. Felipe Gheno (Porto Alegre) x Leonilson Azevedo (Sapucaia do Sul) Felipe venceu por nocaute técnico com 3min30seg do primeiro round. Robson de Barros (Porto Alegre) x Roger Cabral (Encantado) Robson venceu por decisão dividida dos juízes. Sebastião Ferreira (Lajeado) x Marco Ramos “Suflar” (Porto Alegre) Sebastião venceu por decisão dividida dos juízes. MUAY THAI PROFISSIONAL José Vagno de Oliveira (Pará) x Maurício Bica (Santa Cruz do Sul) José venceu por nocaute no 2º round. Edi de Castro (Porto Alegre) x William Bizarro (Lajeado) Edi venceu por decisão dividida dos juízes. Kalebe Menezes (Porto Alegre) x Ariel Jaeger (Teutônia) Kalebe venceu por decisão dividida dos juízes. MUAY THAI AMADOR Rafael Fragoso (Santo Ângelo) x Luiz Gustavo (Santa Cruz do Sul) Rafael venceu por interrupção médica no 1º round. Rebeca Amanda Buhl (Teutônia) x Ana Carolina Ramos (Porto Alegre) Rebeca venceu por decisão unânime dos juízes.


Lajeado, quarta-feira, 19 de outubro de 2016

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