A Hora - 13/09/23

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O bloqueio na ponte sobre o Arroio Boa Vista, na ligação entre Lajeado e Estrela, causa engarrafamentos e comprova a necessidade de planejamento viário para quali car infraestrutura logística regional. Não há prazo para a intervenção no local ser nalizada

TRAVESSIA ÚNICA PÁGINA | 5

Número de desaparecidos cai para nove

Polícia Civil centraliza registros e buscas ganham reforço

Bombeiros de outros estados auxiliam nos trabalhos para localizar desaparecidos durante a enchente do Rio Taquari. Dados apresentados ontem pelo

vice-governador Gabriel Souza, em Encantado, revelam que número de pessoas que não foram localizadas reduziu de 46 para 9.

PÓSENCHENTE

Estudo aponta falhas

Nove doutores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Ufrgs assinam carta com análises da maior tragédia natural do RS.

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CÂMARA DE LAJEADO

Aluguel social é aprovado

Recurso de R$ 1 milhão será liberado em repasses de R$ 1 mil aos mais necessitados, em um prazo de seis meses.

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ALENTO EM MEIO À TRAGÉDIA OPINIÃO |

da economia

ANÁLISE, CURADORIA E OPINIÃO DE VALOR Quarta-feira, 13 setembro 2023 | Ano 21 - Nº 3406 | R$ 4,00 (dia útil) R$ 7,50 ( m de semana) grupoahora.net.br
51 99253.5508 51 3710.4200 FAÇA SUA ASSINATURA OPINIÃO
FÁBIO KUHN
|
O turismo como alavanca
regional O REFLEXO DA DEPENDÊNCIA
Vale
RODRIGO MARTINI Só a união é capaz de reerguer o nosso
CADERNO | CIDADES FELIPE NEITZKE

Região dependente de uma ligação

Ainterrupção do tráfego na ponte sobre o Arroio Boa Vista, que liga Estrela a Lajeado, devido aos estragos causados por uma enchente, levanta questões preocupantes sobre a dependência logística regional. Esta não é a primeira vez que o Vale enfrenta esse problema, e os impactos são sentidos em diversos setores da sociedade.

Trabalhadores, estudantes, empresários. Todos reféns de uma ligação entre as maiores cidades da região. Eventos como o acidente de março de 2021, quando um caminhão tombou e explodiu na mesma passagem, e a recente enchente que comprometeu sua estrutura, colocam em destaque a necessidade urgente de alternativas logísticas.

acessos de vários estados e também de outros países”

Idealizadora do site“SOS ValedoTaquari”,Raiane Pereira, 24, encontrou uma maneira diferente de ajudarasfamíliasafetadas pelaenchente.Hádois anos, ela trabalha com desenvolvimento de site e, para esse momento, elencouasfunçõesque auxiliamasdoaçõesonline pararegião

É preocupante notar que a preocupação sobre a dependência dessa única passagem entre Estrela e Lajeado reaparece quando há problemas. O assunto fica em evidência para depois ser esquecido. É preciso manter uma articulação local para cobrar governantes para que se construa um planejamento estratégico e também de ações preventivas em momentos de crise. Deste modo, se faz necessário que prefeitos, órgãos como o Daer e o Dnit, e a sociedade civil se unam para avançar na busca por soluções logísticas eficazes. As sugestões após o acidente de 2021, como a criação de novas pontes sobre o Rio Taquari, são medidas que precisam ser analisadas mais a fundo.

Essa dependência é uma vulnerabilidade que a região não pode mais ignorar. O Vale do Taquari merece uma infraestrutura que atenda às necessidades dos cidadãos e das empresas, garantindo mais competitividade aos negócios e segurança aos condutores.

Filiado à

Fundado em 1º de julho de 2002 | Vale do Taquari - Lajeado - RS

O que te despertou para a ideia de criar o site?

Além do principal motivo de ajudar o Vale do Taquari neste momento crítico, essa ideia surgiu após a dificuldade de copiar chaves pix e saber com clareza onde ficam os pontos de coleta dos municípios atingidos. Algumas pessoas de fora da região também estavam pedindo a melhor maneira de ajudar, então pensei que seria útil ter um lugar onde essas informações fossem centralizadas e objetivas, permitindo que o usuário veja essas informações logo no primeiro momento ao acessar o site, até mesmo para facilitar o acesso caso o usuário esteja na rua dependendo de dados móveis.

Quais são as funcionalidades do site?

As funcionalidades do site incluem botões para copiar a chave pix da instituição para qual doar diretamente para a área de transferência do dispositivo, botões que direcionam o usuário ao endereço do ponto de coleta no Google Maps, além de uma parte específica com contatos de emergência úteis, tais como Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, SAMU e Polícia Rodoviária Estadual.

Como tem sido o retorno? O que as pessoas têm falado?

O site vem recebendo um retorno muito positivo. Várias pessoas estão compartilhando o link, e muitos usuários estão interagindo diretamente com as funcionalidades disponíveis. Temos acessos de vários estados do Brasil e também de outros países como Estados Unidos, Portugal e Indonésia. Já tivemos mais de 6 mil interações diretas com as funcionalidades da página.

Como tu te sente com toda a

repercussão?

Sinto como se tivesse cumprido uma missão. É sempre legal executar uma ideia, mas acho que nenhum sentimento nesse momento supera o de saber que as pessoas estão compartilhando, usando e ajudando o Vale do Taquari de alguma forma. Esse era o principal objetivo desde o início.

Sua casa e sua família foram atingidas de alguma forma pela enchente?

Não fomos. Nós moramos na parte mais alta em um dos bairros atingidos. Enfrentamos somente alguns problemas como falta de sinal de telefone e falta de água.

Você teve apoio para fazer o site ou desenvolveu sozinha?

Tive o apoio da empresa onde trabalho, a Bravo Interativa, que disponibilizou de imediato toda a infraestrutura necessária para que essa ideia fosse executada.

FAÇA SUA

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Editor-chefe da Central de Jornalismo: Felipe Neitzke

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FOI NOTÍCIA

RS abre edital para obras de barragem

Retratos Fantasmas concorrerá ao Oscar 2024

8 de janeiro: Magistrados serão investigados STF aprova consignado para beneficiários

A Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ), abre investigação contra magistrados e servidores do poder judiciário, por suspeita de envolvimento nos ataques de 8 de janeiro. Decisão foi publicada no Diário de Justiça eletrônico do Conselho Nacional de Justiça.

Estado publicou em Diário

O cial, edital que abre concorrência para escolher empresa para concluir obras da barragem do arroio Taquarembó. As apresentações das propostas devem ocorrer no dia 9 de outubro. O valor total do projeto é de R$ 155,8 milhões.

Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou liberação de empréstimos consignados para beneciários dos programas do Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Votação foi aprovada por unanimidade, em plenário virtual, na última segunda-feira.

2 | A HORA EDITORIAL
ABRE ASPAS
“Temos
O Vale do Taquari merece uma infraestrutura que atenda às necessidades dos cidadãos e das empresas”
Quarta-feira, 13 setembro 2023
Julia Amaral juliaamaral@grupoahora.net

Pesquisadores apontam falha na prevenção, no preparo e no alerta

Nota assinada por nove doutores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Ufrgs afirma que era possível estimar catástrofe na bacia Taquari/Antas com quase um dia de antecedência

VALE DO TAQUARI

Atragédia responsável pela morte de pelo menos 46 pessoas no Vale do Taquari poderia ter sido mitigada caso houvesse mais preparo das Defesas Civis e melhores sistemas de alertas nas comunidades ribeirinhas. É o que afirma documento assinado por nove especialistas do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Ufrgs.

Pela nota dos pesquisadores, o episódio desse início de setembro mostrava potencial de grande enchente no Vale do Taquari até 24 horas antes da água passar dos 29 metros em Lajeado. Como evidência, o colegiado afirma que no dia 4 de setembro, a ponte de ferro sobre o rio das Antas, entre Farroupilha e Nova Roma do Sul, foi levada pelas cheias.

Ao mesmo tempo, o monitoramento de chuva do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em Serafina Corrêa, entre os rios Carreiro e Guaporé, indicava uma precipitação acumulada de 280 milímetros desde o início do mês. “Esse volume correspondia a 97% da chuva registrada no local durante todo o evento de cheia”, assinam os especialistas do IPH.

Para o diretor do instituto, doutor em hidrologia, Joel Goldenfum, os organismos técnicos de monitoramento das águas fizeram pelo menos 15 advertências de chuvas com volume muito acentuado, com impacto sobre a elevação do Rio Taquari.

“Temos uma série de medidas daqui para frente. Passa por uma cultura de prevenção em toda a comunidade, também por qualificar as próprias defesas civis. Podemos dizer que toda a cadeia de ações de prevenção, de preparação e alerta dos impactos da inundação falharam.”

A enchente da semana passada se tornou a maior tragédia natural da história do Rio Grande do Sul. Inclusive, existem apontamentos de que o nível do Rio Taquari tenha sido superior ao registrado na cheia de 1941, quando os registros apontam 29,91 metros. Em alguns pontos de Estrela, monitoramentos apontam que passou de 50 centímetros essa marca.

Sugestões dos especialistas

Carta assinada por nove doutores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Ufrgs orienta medidas urgentes, de pequeno, médio e longo prazo.

Ações urgentes e prioritárias (implementação imediata):

1. Levantamento topográfico em alta resolução espacial com detalhamento da elevação do terreno e repasse para dados públicos.

2. Levantamento topobatimétrico (geologia das partes inundadas) dos principais rios, com atualização periódica após modificações nas calhas.

ENTREVISTA

A Hora – Era possível saber antes que a magnitude da enchente seria extraordinária?

Joel Goldenfum – Com certeza. Desde a queda da ponte de ferro entre Farroupilha e Nova Roma do Sul dava para saber.

E, na verdade, houve avisos. A questão toda é como esses alertas chegaram à população. Muitas pessoas afirmam que não sabiam. Temos de saber que o sistema de avisos e de comunicação é que apresentou problemas.

É preciso haver toda uma cadeia em funcionamento. Muitas pessoas foram dormir sem saber. Quando acordaram, a água estava invadindo as casas. Tiveram de se refugiar nos telhados. Coisas que jamais poderiam ter acontecido.

– Onde aconteceram os erros para essa cheia se tornar a maior tragédia natural do Rio Grande do Sul?

Goldenfum – É muito complexo neste momento responsabilizar um ou outro. Tudo começa em como as informações foram transferidas à população. Os números das chuvas e as consequências estavam bem claras. Os quadros técnicos que acompanham isso sabiam. O que pecou foi a última cadeia, que envolve a prevenção, preparação e o alerta às pessoas.

– Doutor, quando o senhor fala na cadeia de atendimento

às pessoas, estamos falando de Defesa Civil.

Goldenfum – Sim. Estamos falando em Defesa Civil, e isso precisa ser analisado. Tanto que nós propusemos uma série de ações. Sobre esse tripé de prevenção, preparação e alerta, ele faz parte de um processo. Começa por evitar que pessoas morem em áreas alagadas. Quando isso não é possível, essa população precisa conhecer os riscos. Terem noção que vão estar suscetíveis a catástrofes e que precisam sair rápido. De preparação, entendemos justamente a etapa para mobilizar as forças para garantir o socorro das pessoas e também de alguns bens. E o alerta, é o exato momento em que as famílias estão prontas para saírem. Não quando a água está chegando, mas quando os dados das próximas horas mostra que a inundação será inevitável.

A Defesa Civil é um elo. Ela não pode obrigar as pessoas a saírem. Para mim, talvez as pessoas não soubessem que moravam em área de risco, ou permaneceram por que não foram avisadas, ou ainda não acreditaram nos alertas.

– As autoridades, a comunidade e os líderes, subestimaram a enchente?

Goldenfum – Para mim não

passa por isso. A falha não foi subestimar a cheia, foi não conseguir alertar a população a tempo. Nossa capacidade para prever eventos extremos e de prevenir ou mitigar desastres tem aumentado.

– O que aprendemos com esse episódio?

Goldenfum – Vou reduzir a uma palavra. Planejamento. Precisamos rever uma série de medidas daqui para frente. Pensar o que fazer com a população em vulnerabilidade social, que não vai ter outro lugar para ir, pensar nas cotas de inundação nas cidades.

Talvez até transferir pontos de habitação nas cidades mais atingidas, como Muçum e Roca Sales.

Também temos questões técnicas para melhorar e também aspectos estratégicos institucionais, como um efetivo mais técnico dentro das defesas civis.

Na população, temos de criar uma cultura social dos riscos.

Fazer mapeamentos das zonas e permitir mais identificação sobre o potencial perigo.

Isso tudo nos obriga a termos uma ação mais ordenada em todas as pontas, em especial na capacidade de defender as pessoas. De informar os moradores para já terem um lugar para sair.

3. Identificação de áreas de risco de inundação para desenvolver planos adequados de ocupação.

4. Melhorias no sistema de alerta à população, com o uso de diferentes formas de comunicação e informações.

Ações de curto prazo (implementação em 3 a 6 meses):

1. Fortalecimento dos sistemas de monitoramento, previsão e alerta, com mais dados de precipitação e níveis d’água nos rios.

2. Definição e fortalecimento dos órgãos responsáveis pelo monitoramento e previsão de inundações.

3. Reforço das equipes da Defesa Civil, com aumento de pessoal e treinamento efetivo.

4. Aceleração da implementação de melhorias em modelagem hidrológica e no sistema de monitoramento em tempo real.

Ações de médio e longo

prazo (ações permanentes, com início em até 6 meses):

1. Fortalecimento dos órgãos responsáveis pelo monitoramento e previsão de inundações, incluindo a contratação de pessoal qualificado.

2. Instalação de uma rede densa de monitoramento hidrológico e hidrometeorológico automatizado e robusto, com disponibilização de dados em tempo real.

3. Elaboração de estudos regionais de áreas inundáveis e consideração de cenários de mudanças climáticas.

4. Desenvolvimento de uma cultura de prevenção e conscientização da população sobre riscos de inundações.

A HORA | 3 Quarta-feira, 13 setembro 2023
“A falha não foi subestimar a cheia. Foi não conseguir alertar a população”
JOEL GOLDENFUM • doutor em Hidrologia e diretor do IPH da Ufrgs
ALDO LOPES
Comunidades ainda trabalham na limpeza das áreas atingidas. Força da correnteza causou destruição

Compre o que é nosso!

Apandemia nos desafiou ao extremo. Com o fechamento de comércios e indústrias, as empresas sangraram e muitos empreendedores e funcionários sucumbiram à grave crise sanitária, social e econômica. Na região, o Grupo A Hora idealizou uma histórica campanha, provocando os consumi-

dores locais a prestigiarem ainda mais os produtos genuinamente locais. “Compre o que é nosso” foi o slogan prontamente adotado pela comunidade regional. Desta vez, e diante da maior tragédia natural da história do Rio Grande do Sul, é momento de reforçar e retomar esse movimento coletivo. É hora de mostrar a força do as-

rodrigomartini@grupoahora.net.br

RODRIGO MARTINI

sociativismo regional e ser ainda mais solidário com os nossos empreendimentos que mais sofreram perdas. É hora de valorizar ainda mais os nossos produtos e serviços. É hora de união. Não há outra forma de reerguer o nosso Vale do Taquari.

A crítica e a tragédia

TIRO

- Só em Lajeado, mais de 130 estrangeiros foram realocados para ginásios esportivos durante a histórica enchente da semana passada. Eles contaram com apoio do poder público municipal e da Defensoria Pública do RS.

- Os voluntários e as voluntárias da Associação de Proteção dos Animais Arroiomeenses (Apaam) tiveram muitas dificuldades para salvar os cachorros abrigados pela ONG. A sede foi atingida pela cheia do Rio Taquari. E com certeza o Executivo municipal vai auxiliar na reconstrução.

- É preciso elogiar tanta gente que o risco de esquecer alguém é muito alto. Mas eu preciso fazer uma consideração especial ao agrupamento do Corpo de Bombeiros Voluntários Imigrante e Colinas (Imicol). Mais uma vez, o grupo se mostrou fundamental para a segurança regional.

- A nova ponte entre Lajeado e Arroio do Meio, e a ciclovia interligando Estrela, Colinas e Imigrante são alguns temas que, inevitavelmente, vão ficar para um segundo momento após a catástrofe que assolou o Vale do Taquari e mudou a agenda regional. Mas não podem sair do radar.

- Em Roca Sales, o poder público vai ter uma dificuldade a mais para convencer os moradores a deixarem as áreas de risco. Afinal, a própria prefeitura foi parcialmente inundada. Aliás, e cada qual com suas dimensões, a água também atingiu as sedes executivas de Muçum e Lajeado.

- Já em Forquetinha, o vereador Décio Picoli (PTB) admitiu ter recolhido alimento dispensado por um mercado de Lajeado atingido pela enchente. E o caso virou manchete nacional. Sobre isso, aliás, há outros casos políticos curiosos e que ainda virão à tona.

Toda e qualquer crítica ao sistema de monitoramento e aos planos de contingência ganha um peso muito maior neste momento de tragédia. Logo, é preciso muita cautela por parte de quem tem a caneta ou o microfone na mão. O ideal, neste momento, é não pessoalizar. Porém, se por um lado é necessário ter empatia com

os agentes envolvidos, e respeitar o luto social, o compromisso jornalístico nos orienta a buscar respostas de forma incessante. Mais do que isso. A lida “reporteira” nos exige comprometimento total com quem perdeu tudo e não enxerga uma esperança no fim do túnel, e nos obriga a provocar novos caminhos e saídas para um

futuro mais seguro e sustentável. Ou seja, é imprescindível que os colegas jornalistas se debrucem cada vez mais sobre os nossos erros coletivos e históricos. Sem nomear os eventuais culpados, é claro. Isso é tarefa para outros poderes. Mas não podemos aceitar as mortes. E o momento de evitar uma próxima tragédia é agora.

Fundos, desastres e a “intercrise”

Deputado estadual com base em Venâncio Aires, Airton Artus (PDT) defende a criação de um Fundo de Auxílio para pessoas físicas e jurídicas atingidas por desastres naturais. A proposição foi apresentada aos representantes das associações industriais e comerciais de Muçum, Roca Sales, Encantado, Arroio do Meio, Lajeado, Estrela e Cruzeiro do Sul, durante encontro com secretários estaduais, em Porto Alegre. E o parlamentar fez uma importante provocação. “Há mais de dez anos eu defendo essa ideia. Mas em um período de intercrise não se valoriza”, revela. É isso. O momento de debater e executar ações é agora. Se deixar para depois...

- O cenário na prefeitura de Encantado é surreal. Os gabinetes e corredores do centro administrativo foram tomados pelos órgãos públicos municipal e estadual. Muito além da presença do vice-governador, Gabriel Souza (MDB), os ambientes do Executivo foram transformados em um quartel-general para reunir forças necessárias à reconstrução. Por lá, a esperança pulsa. É de se emocionar!

- No apagar das luzes dessa terça-feira, o presidente Lula anunciou empréstimo de R$ 1 bilhão do BNDES para os municípios gaúchos atingidos pelo ciclone extratropical. Uma notícia muito importante. Mas ainda é pouco.

O importante apoio dos artistas

Não foram poucos os artistas engajados em campanhas de arrecadação de recursos e donativos para o Vale do Taquari. Em todo o território nacional, foram diversos os cantores e cantoras, atores e atrizes, e outros tantos personagens da nossa cultura que utilizaram as redes sociais para angariar apoio à nossa região. Da mesma forma, há também muitos humoristas comprometidos com a nobre causa. É o caso do “Badin, o colono”. E, após arrecadar centenas de milhares de reais para as vítimas da enchente histórica do Rio Taquari, ele visitou a cidade de Santa Tereza e foi recepcionada pela prefeita, Gisele Caumo (PTB), e pela Irmã Maria. E a cena merece ser registrada!

4 | A HORA Quarta-feira, 13 setembro 2023
ALDO LOPES

Bloqueio em ponte comprova deficiência logística regional

Ligação entre Estrela e Lajeado sobre o Arroio Boa Vista foi danificada pela força da enchente. Situação gera novo debate sobre dependência da logística regional entre os maiores municípios da região apenas pela BR-386

VALE DO TAQUARI

Dois dias de trânsito lento, engarrafamentos e mais prejuízos. Junto com isso, a tendência de mais percalços ao longo da semana. Tudo por conta da necessidade de reavaliação sobre as condições na ponte sobre o Arroio Boa Vista, entre Lajeado e Estrela. Um cenário muito parecido com o acontecimento do dia 13 de março de 2021, quando um caminhão tombou e explodiu sobre a mesma passagem.

Desta vez, a enchente da semana passada comprometeu o talude da travessia de Lajeado sentido Estrela. Foi necessário deslocar engenheiros da CCR ViaSul para avaliar as condições de toda a estrutura. Para tentar reduzir o tempo de espera dos condutores, a concessionária desviou o tráfego.

Segundo a responsável pela rodovia, quando o movimento fica mais intenso, é feito o desvio dos veículos que seguem pelo sentido à capital nas faixas da pista Norte (sentido interior).

No outro lado, quem segue para o interior, acessa a outra faixa da pista. Em paralelo, as equipes de engenharia faziam intervenções para evitar a entrada de água na entrada da ponte, com reforço no

Três sugestões

 TRANS SANTA RITA A CRUZEIRO DO SUL

Após o acidente de 13 de março de 2021, líderes regionais apresentaram três sugestões para o Estado. Na época, o secretário estadual de Transportes e Logística, Juvir Costella, havia dito aos prefeitos da região, o início dos estudos de viabilidade de novas pontes sobre o Rio Taquari. A equipe técnica do Daer seria responsável por avaliar as condições das sugestões. O trabalho não

Apresentada pelos governos de Estrela e Cruzeiro do Sul em reunião com a CIC-VT

Ideia: Entroncamento viário com acesso da BR-386 as rodovias estaduais ERS-130 e 453;

Limitação: Falta de estudo de viabilidade técnica. Necessidade de abertura em área de preservação permanente e desapropriações;

 LAJEADO A ESTRELA

Apresentada pela Acil aos prefeitos e CIC-VT

Ideia: Ligação próxima ao viaduto da Rua Bento Rosa até as proximidades do Porto de Estrela. Proposta é desviar o fluxo urbano da BR-368;

Limitação: Falta de estudo de viabilidade. Acesso em área de

talude. Ao mesmo tempo, seguem tanto o monitoramento quanto as avaliações para determinar quais serão as próximas intervenções. Por enquanto, não há previsão de retorno do fluxo normal.

várzea, de preservação permanente e interferência sobre projeto de ampliação das pontes atuais pela CCR ViaSul;

 ARROIO DO MEIO, COLINAS, COM LIGAÇÃO A IMIGRANTE

Apresentada pelos governos dos municípios em reunião com a CIC-VT Ideia: Interligar o bairro São Caetano (Arroio do Meio), sobre o Rio Taquari,

Ação só após o problema

Essa limitação de tráfego reacende a necessidade de mais interligações entre os municípios do

chegando a Colinas, com acesso até Imigrante. A proposta é desviar o trânsito da ERS-130 até a BR-386 após as pontes do Boa Vista e Taquari.

Limitação: Falta de estudo de viabilidade. Abertura de acesso em áreas de preservação permanente. Necessidade de desapropriações e as vias de ligação com essa ponte são insuficientes para absorver o fluxo pesado.

Vale. “De novo, temos a certeza de que estamos dependente da única passagem entre as duas maiores cidades do Vale”, diz o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transportes do RS (Setcergs) e

diretor da Tomasi Logística, Diego Tomasi.

“O acidente de 2021 criou um caos logístico para o Vale. Agora estamos relembrando tudo o que falamos naquele período. Houve movimentos para buscar projetos e investimentos em outras passagens, mas nada se concretizou. Parece que só existe alguma ação quando enfrentamos o problema”, critica.

O engenheiro civil e presidente da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT), Ivandro Rosa, destaca a importância da união entre os setores para avançar na proposta. “Precisamos é de mobilização e vontade política”, pontua.

Outro aspecto mencionado por Rosa é o formato para isso. “Este assunto da ponte precisa ser articulado pelo prefeitos, Daer, Dnit, com a contratação dos estudos iniciais de viabilidade. Definir um traçado e daí partir para um projeto, em um trabalho técnico que é prerrogativa do poder público.”

Impacto nas cidades

Os primeiros indícios que o trânsito na ponte sobre o Arroio Boa Vista teria transtornos apareceram na tarde dessa segunda-feira, 11.

O trajeto entre o trevo com a avenida Alberto Pasqualini e a entrada de Estrela levava cerca de 45 minutos. Relatos de motoristas dão conta que o deslocamento de Lajeado à cidade vizinha durava até duas horas nos horários com maior movimento, com filas que chegavam à entrada de Forquetinha.

O congestionamento que alcançou os oito quilômetros teve reflexos na área urbana de Lajeado. Ruas como a Ítalo Reali e a Bento Rosa, opções para quem sai do centro da cidade, e a 17 de Dezembro, no bairro Hidráulica, além da própria Alberto Pasqualini, registravam lentidão acima da média no início da noite. A ERS-130, de costumeira sobrecarga no fluxo de veículos, tinha condições ainda mais difíceis aos condutores.

Na manhã de ontem, foi perceptível uma maior mobilização das equipes da CCR ViaSul, com a manutenção da pista. Um dos procedimentos foi o fechamento de algumas fendas na pista, para evitar a entrada de água e facilitar a recuperação da barreira de terra que ajuda na sustentação da ponte. Cerca de 30 pessoas trabalharam ao longo do dia, entre engenheiros, operários e equipe de sinalização.

A HORA | 5 Quarta-feira, 13 setembro 2023
de grandes desafios. PARA TIRAR IDEIAS DO PAPEL Como deixar de ser refém DE UMA SÓ PONTE Mobilização regional traça planos de novas ligações para longo necessidade de desapropriação, abertura de áreas preservadas alto investimento, porém, são entraves para execução de projetos A--------------------As três ideias------Lajeado Estrela Trans Santa Rita--------com ligação Imigrante
avançou, dizem prefeitos. Enchente dani cou entrada na ponte sobre o Arroio Boa Vista no sentido Lajeado a Estrela FELIPE NEITZKE

Câmara aprova aluguel social para famílias desabrigadas

Projeto foi votado no mesmo dia em que deu entrada no Legislativo, em regime de urgência. Recurso de R$ 1 milhão será liberado em repasses de R$ 1 mil àqueles mais necessitados, num prazo de seis meses

LAJEADO

Por unanimidade, os vereadores aprovaram ontem, 12, o projeto de lei que autoriza o município a custear aluguel às famílias que perderam suas casas em decorrência da enchente histórica do Rio Taquari. A proposta foi apresentada no mesmo dia, sendo levada durante a manhã à presidente do Legislativo, Paula Thomas (PSDB).

A destinação da verba havia sido anunciada pelo Executivo ainda no fim de semana. Serão repassados R$ 1 milhão para o alojamento das famílias afetadas. O valor virá de recursos próprios, do superávit do município. Algumas regras deverão ser observadas, conforme o prefeito Marcelo Caumo.

Inicialmente, será feito o cadastro das famílias via Secretaria de Assistência Social. Depois, ocorrerá a análise da situação do imóvel atual e, por fim, a conclusão do cadastro. “Nossa meta, neste momento, é garantir um teto digno a todos os desabrigados ate que tenhamos a solução definitiva”, afirma o gestor. O valor repassado por família é de R$ 1 mil, no período de seis meses. A primeira parcela será paga sempre no décimo dia útil do mês. Uma eventual prorrogação do contrato de aluguel isenta o município do pagamento de novas mensalidades.

Caumo anunciou também, nos últimos dias, o processo de acele-

Benefício aprovado ontem no Legislativo deve contemplar centenas de famílias

ração na construção de novas residências no município. O vereador Isidoro Fornari (PP), também engenheiro do Executivo, confirmou que esteve com técnicos da Caixa Econômica Federal vistoriando áreas no município.

“Estamos trabalhando para que a execução de unidades do Minha Casa, Minha Vida na cidade aconteçam agora. E contamos com a boa vontade por parte dos setores da Caixa”, pontua. Ele não revelou quais seriam as áreas, mas cita que “é em mais de um bairro”.

Repercussão

A cheia do Rio Taquari monopolizou os discursos dos vereadores durante a sessão. Entre mensagens de solidariedade às famílias atingidas e agradecimento ao apoio de voluntários de todos os cantos, parlamentares também cobraram medidas mais efetivas para que os estragos sejam minimizados em caso de futuras enchentes.

“Isso vai refletir em todo o Vale por muito tempo. Seja na questão financeira, na questão emocional. Por muitos e muitos anos não seremos mais os mesmos”, descreveu Eder Spohr (MDB). Já Lorival Silveira (PP) pediu prioridade máxima ao tema. “O prefeito tem que tirar da câmara o projeto da Guarda Municipal. A enchente mostrou que tem coisas muito mais importantes”.

6 | A HORA Quarta-feira, 13 setembro 2023
Mateus Souza mateus@grupoahora.net.br BIANCA MALLMANN

Seguradoras alertam para formas de reaver patrimônios

Para evitar golpes ou perda de recursos, especialistas sugerem análise criteriosa nos contratos com as seguradoras.

Destruição dos imóveis, equipamentos eletrônicos e de veículos estão entre os registros pela enchente

Depois de uma tragédia ambiental, em que as perdas se acumulam, a busca pelo recomeço exige conhecimento sobre contratos de seguros. O processo vale tanto para famílias que perderam as casas, quanto para empresas. O contato com as seguradoras deve ser o mais rápido possível, seja por telefone, aplicativos ou de forma direta com o corretor.

“Obviamente que a seguradora somente irá atender aqueles que tenham contratado o respectivo seguro e, claro, nos limites estabelecidos no contrato que rege as relações entre segurado e seguradora”, lembra o advogado e corretor da Oliveira Assessoria e Consultoria Jurídica, Aurio Oliveira.

Para as empresas, o processo de acionar a seguradora é o mesmo que para as residências. Oliveira ressalta a importância de contar com a ajuda de um profissional da área para analisar as coberturas existentes no contrato, danos suportados, e acompanhar a regulação do sinistro e quantificação e recebimento dos valores segurados.

O que é possível recuperar

A garantia vai depender de duas variáveis: os tipos de cobertura contratadas e a importância segu-

Como acionar o seguro residencial?

Cada seguradora tem sua maneira de receber seu cliente. Mas, de modo geral, os documentos necessários no primeiro momento são:

• CPF ou CNPJ;

• Comunicação de Aviso de Sinistro;

• Comprovante de residência do imóvel em questão;

• Contrato do seguro realizado;

• Especi cação dos prejuízos de maneira detalhada e clara;

• Certidão de registro do imóvel em questão;

• Nota scal dos bens ou serviços gastos na reparação do que foi perdido.

nestes eventos”, explica. Somente 10% das apólices contratadas atualmente incluem a cobertura de desmoronamento, enquanto a de alagamento representa menos de 1% do total. O corretor Airton Paulo Bernhard afirma que, no Vale, o cenário é similar, com poucas residências protegidas contra enchentes.

Importante:

A indenização pelos danos é sempre feita de acordo com o que é previsto na apólice;

A utilização do seguro vai variar conforme as coberturas que foram contratadas.

rada estipulada na apólice, documento emitido pela seguradora, para cada proteção existente. Depois, é feita a análise particular e específica das cláusulas.

“A recuperação dependerá dos limites e termos do contrato de seguro avançado entre a empresa e a companhia de seguros. Estando tudo segurado, tudo poderá ser recuperado. Uma última questão, de suma importância, o segurado deverá ficar atento ao prazo prescricional que, regra geral, é de um ano”, aponta Oliveira.

De acordo com a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), a cobertura básica e obrigatória no seguro residencial é incêndio, incluindo explosão. São comercializadas também, dentro do seguro residencial, danos elétricos, vendaval (incluindo furacões, ciclones), roubo (assalto à mão armada, arrombamento) e responsabilidade civil contra terceiros, como infiltração e vazamento que atinge o apartamento de vizinhos.

garante que os seguros são ágeis e a maioria avalia como perda total

Aumento na busca por seguros

Em abril, a FenSeg divulgou uma pesquisa que revela o crescimento de 25% na contratação do seguro residencial no Brasil, no período de 2017 a 2021. No Sul do país, o número chegou a 29,7%. O levantamento cruzou dados das 61 seguradoras que comercializam o seguro residencial com números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Conforme Oliveira, as demandas se multiplicaram e diversificaram, o que exige adaptação das seguradoras. “Hoje existem aquelas que trabalham com nichos, focadas em um determina-

A maioria dos carros tem perda total. Se molhou o estofado, por exemplo, a seguradora já dá perda total”

do produto ou risco do mercado. Os eventos climáticos não são diferentes e possuem tratamento específico por determinadas seguradoras que operam com uma dedicação muito específica

Para automóveis

Bernhard garante que os seguros para automóveis estão sendo ágeis e sem grandes burocracias. Para a vistoria, muitas seguradoras estão aceitando até mesmo fotografias dos carros submersos. “A maioria dos carros tem perda total. Se molhou o estofado, por exemplo, a seguradora já dá perda total”, pontua.

Conforme o corretor, casos em que os carros não foram retirados das garagens ou ficaram em estacionamentos serão ressarcidos. “O que o seguro não cobre são aqueles que o carro passou por uma via alagada ou algo assim”. Em caso de dúvidas sobre os processos, é possível acionar o Sindicato dos Corretores do Estado do Rio Grande do Sul que oferece orientações sobre perdas patrimoniais.

A HORA | 7 Quarta-feira, 13 setembro 2023
VALE DO TAQUARI No caso dos carros atingidos, Bernhard Julia Amaral juliaamaral@grupoahora.net JÚLIA AMARAL
AURIO OLIVEIRA ADVOGADO E CORRETOR O segurado deverá car atento ao prazo prescricional que, regra geral, é de um ano”

Veja o vídeo completo produzido pelo 365 vezes no vale

Orecomeço do Camping Paraíso Santo Antônio

#Recomeço

Se você tem um empreendimento turístico atingido pela cheia e pretende recomeçar. Nos chame pelo WhatsApp 51 98031-2075. O 365 vezes no vale tem interesse de contar a sua história.

dinheiro oriundo de uma vida de trabalho no campo.

Destaque para o imponente deck de madeira instalado de frente ao manancial. Ele se tornou o principal atrativo do destino turístico que também oferece passeios de barco, pescaria, brinquedos às crianças, cabana e um restaurante completo com lanches e bebidas.

A enchente histórica encobriu o deck na madrugada de cinco de setembro, terça-feira. Todo o assoalho foi arrastado pela força da água, deixando um prejuízo que ainda será calculado por Valmiria e Marcelo Hollmann.

Em uma área de sete hectares, camping oferece espaços para churrascos ao ar livre, sombra, contato com as águas, aluguel de cabanas e lanches no restaurante completo

Os prejuízos causados pela enchente histórica freiam o ímpeto de um Vale que está se consolidando como destino no mapa turístico nacional. Neces-

sidades básicas urgem: casas, empregos, vidas. O turismo ficou em segundo plano.

Mas é importante perseverarmos e vermos o setor como uma alavanca à retomada econômica

regional. Por isso, esse nobre espaço trará relatos de empreendedores atingidos pela cheia e as ações para retomada das atividades.

A nossa primeira história vem

de Colinas. Em janeiro de 2022, o Camping Paraíso Santo Antônio inaugurou um espaço sofisticado às margens do rio Taquari. O investimento da família Hollmann ultrapassou a casa do milhão –

Nessa semana, um engenheiro averiguou a base do mirante. A boa notícia é que a estrutura resistiu. Mesmo assim, os gastos devem ser de cinco dígitos com a troca do assoalho e madeiras – valor considerável para ser reinvestido em um deck construído faz um ano.

A família ainda estuda a melhor forma de reconstruir seu charmoso cartão-postal. O que se confirma é a abertura da temporada 2023/2024. Deve ocorrer em outubro assim que a reforma dos ambientes esteja concluída.

Em novembro de 2022, o 365 vezes no vale visitou o Paraíso Santo Antônio. No QR Code tem um vídeo completo dessa experiência. Nossa expectativa é poder retornar a esse destino e curtir a beleza do corredor ecológico do rio Taquari.

8 | A HORA Quarta-feira, 13 setembro 2023 FÁBIO KUHN 365vezesnovaledotaquari@gmail.com
365 VEZES
NO VALE
Imagens do imponente deck do Paraíso Santo Antônio em novembro e após a passagem da cheia histórica, nessa segunda-feira

thiagomaurique@grupoahora.net.br

THIAGO MAURIQUE

Em dois dias, FBNet reconectou 150 famílias

Com 17 anos de experiência em levar internet para localidades do interior, a FBNet criou força-tarefa emergencial para reconectar clientes prejudicados pela enchente da semana passada. Conforme o CEO da empresa, Júnior Bohn, a equipe de plantão operou com o dobro do número usual de colaboradores durante seis dias.

Somente no fim de semana dos dias 9 e 10, a equipe reconectou 150 famílias à rede em Lajeado, Arroio do Meio, Estrela, Cruzeiro do Sul, Bom Retiro do Sul e Venâncio Aires. “Esse número demonstra que todo o esforço valeu a pena.”

Conforme Bohn, todo o estoque de fibra ótica e equipamentos disponíveis na empresa foram utilizados na ação. “Tivemos que comprar mais. Como temos fornecedores que nos atenderam prontamente, garantimos o restabelecimento do serviço para todos”. Um trabalho imprescindível, principalmente nos lugares em que a ausência de sinal de celular dificulta a comunicação.

Vivente lança Cuvée em colab com paulistas

em dois blends marcantes, resultantes da mescla entre vinhos produzido no Vale do Taquari e cervejas da fábrica paulista. As duas empresas se tornaram referência pela produção de bebidas vivas – feitas com leveduras selvagens, além de livres de conservantes ou aditivos.

Após ser duramente atingida pela cheia do Rio Taquari, a Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) realizou na manhã de ontem uma reunião com a diretoria e ex-presidentes que integram o conselho consultivo. A entidade tem como prioridade o contato com todos os seus associados para identificar aqueles que foram impactados pela enxurrada e levantar as principais necessidades para que as empresas voltem a funcionar e produzir.

FRASE DO DIA

Com mudança climática é muito claro que as externalidades são a base da nossa existência. É preciso fazer um equilíbrio de liberdades e chegar a consensos. Liberdade para poluir significa que o restante de nós irá morrer por causa da poluição. O que é mais importante?”

A Vinícola Vivente,

Trilha, de São Paulo, apresentam ao mercado uma be-

bida inusitada, resultante de colab entre as duas empresas. A Cuvée

Trilha & Vivente está disponível

Um dos rótulos consiste em Cuvée 1/2 vinho Pinot Noir e 1/2 cerveja selvagem com cereja, compondo um blend marcante, com notas de frutas vermelhas, leve condimentado e acidez equilibrada. O outro é um Couvée 1/2 Vinho Chardonnay e 1/2 cerveja gose com manga, conferindo sabor tropical com toque mineral. Em edição limitada, os produtos estão disponíveis para venda on-line.

• Vale na Federasul – Entidade que congrega as entidades empresariais do Estado, a Federasul dedica o evento Tá na Mesa dessa semana a reconstrução do Vale do Taquari. A tradicional reunião-almoço da entidade ocorre hoje e tem como convidados os presidentes da CIC Vale do Taquari, Ivandro Rosa, e do Conselho Consultivo do Instituto Floresta (ICF), Claudio Goldsztein. Em formato híbrido, o evento ocorre presencialmente no Palácio do Comércio, em Porto Alegre e será transmitido a partir das 12h no Youtube e no Facebook da entidade estadual.

• Adiamentos confirmados – Diante da trágica situação ainda enfrentada pelo Vale do Taquari, dois eventos divulgados anteriormente neste espaço foram adiados. Um deles é a reunião-almoço da Acil prevista inicialmente para amanhã, com participação do diretor da AEGEA Saneamento, Fabiano Dallazen. A outra é o MeetUp Vibee Unimed sobre a evolução da inteligência artificial, previsto para ocorrer na noite de ontem. Ainda não estão definidas as novas datas dos eventos.

A HORA | 9 Quarta-feira, 13 setembro 2023
JOSEPH STIGLITZ VENCEDOR DO PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA DE 2001 E PROFESSOR DA UNIVERSIDADE COLUMBIA (EUA), EM REPORTAGEM PUBLICADA PELO PORTAL INFOMONEY
de Colinas, e a cervejaria
Acil identifica impactos da enxurrada aos associados

“Educação é a base do indivíduo. Sempre fui apaixonada por isso”

Diretora do Colégio Santo Antônio de Estrela, Cláudia da Costa recorda trajetória profissional e exalta importância das diferentes experiências no período. Também aborda a metodologia no cuidado e acolhimento dos alunos

Diretoria do Colégio Santo Antônio reforça a importância de cultivar um ambiente de acolhida e a preocupação com o bem comum

ENTREVISTA

ESTRELA

Apaixonada pela sala de aula desde a formação, Cláudia da Costa trilhou sua carreira entre a Secretaria de Educação de Estrela e a diretoria de um dos colégios tidos como referência no município. Engajada com o aprendizado dos alunos, busca sempre ampliar os horizontes e fazer com que a escola seja o local ideal aos estudantes.

Diretora do Colégio Santo Antônio, Cláudia foi a convidada dessa segunda-feira, 11, de “O Meu Negócio”, programa multiplataforma do Grupo A Hora. Durante a conversa, relembrou da chegada ao Vale do Taquari, em 1989, quando o marido mudouse para Estrela. Natural de Santana do Livramento, se encantou

pela região assim que chegou. Graduada em Educação Física pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e em Direito pela Univates, atuou na Secretaria de Educação de Estrela de 2001 a 2004. Para ela, foi uma vivência que agregou grandes aprendizagens. “Planejamento em conjunto, pensando nas pessoas à nossa volta, é o que leva ao sucesso das instituições”.

Segundo Cláudia, esses aprendizados e a boa relação que cultivou com pais e profissionais da área da educação levaram ao convite para assumir a direção do colégio em 2007. Até hoje no cargo, afirma que o crescimento do local e a evolução individual dos alunos e funcionários só foi possível devido ao ambiente desenvolvido.

“Há uma preocupação grande com o bem comum de todos. Fazemos um planejamento que visa sempre estar lado a lado com aqueles que frequentam o local”, detalha.

A Era da Inteligência Artificial

Em A Era da IA, os três principais pensadores desse setor se reuniram para considerar como a IA mudará nossas relações com o conhecimento, com a política e com as sociedades em que vivemos. Este livro é um guia básico para o presente e o futuro uma era diferente de qualquer outra que tenha acontecido antes.

Rogério Wink: Como foi o processo de transição entre o cargo público e o colégio?

Cláudia da Costa: A minha passagem ocorreu quando estava concluindo o curso de direito. Queria seguir numa área diferente, fora do setor público, isso já estava decidido. Recebi o convite da associação do colégio, que era um grupo que participava ativamente desde a formação da primeira diretoria. Sabia que queria fazer a diferença no local e assumi sem pensar duas vezes.

Wink: Onde busca as referências para a gestão?

Cláudia: Estamos sempre em contato com diferentes métodos de aprendizagem a partir de encontros, cursos e nos baseando nas diversas redes de educação que se apresentam. Trazemos o melhor de cada local e unimos em uma metodologia única. Particularmente, minha inspiração não se concentra em apenas uma pessoa, mas em várias. São aquelas que promovem o bem e que pensam e constroem algo diferenciado neste mundo. Temos que nos aliar a pessoas boas. É isso que procuramos no Santo Antônio, uma equipe engajada que apoia os alunos a buscarem sua força interior.

Wink: Como foram as fases de mudança da escola?

Cláudia: É uma história muito bonita que começou em 1898. Na época, a comunidade estrelense, o poder público, padres e queriam trazer uma escola para meninas. Para isso, chamaram um grupo de irmãs franciscanas, que administraram por muito tempo a congregação. Com o tempo, tivemos a transição para uma associação de pais, professores e amigos de Santo Antônio. Eles têm diretor e uma comissão de 12 pais que compõem a diretoria e, que junto com a direção executiva, conduzem o colégio atualmente.

Wink: Quais os valores da instituição?

Cláudia: Pensamos sempre no cuidado com as pessoas e nas necessidades cotidianas. Queremos que os alunos se sintam bem, incluídos e acolhidos. Para isso, tentamos transformar o colégio em um ambiente prazeroso. Ali não é apenas um espaço profissional, mas de coleguismo, amizade e de se sentir pertencente a um grupo. Seguimos com o carisma franciscano de paz e bem, acolhida, solidariedade e fraternidade. Pensamos sempre no coletivo e o que pode ser feito para melhorar o local como um todo.

Wink: Como gerenciam o uso de tecnologias?

Cláudia: Sabemos da importância do digital. Estamos atentos e buscamos incluir nos afazeres pedagógicos a parte digital. Estamos em uma transição bem elevada de trabalhar com outras ferramentas, onde o aluno passa a ter os livros de forma digital, além de lidar com plataformas e chromebooks. Com o digital podemos usufruir de situações diferenciadas e não ficar atrelado apenas a um livro didático. O aluno está ligado a conteúdos diversos. Claro, tudo isso não significa acesso livre ao celular durante a aula inteira, também educamos quanto ao uso dosado.

Wink: Como o colégio trata o empreendedorismo?

Cláudia: Tentamos implementar ao máximo. No turno da noite, por exemplo, temos as aulas do Ensino Médio que trabalhamos o assunto. Fizemos essa modificação na grade porque entendemos que o aluno tem que estar ligado ao trabalho. Eles têm aula no turno da manhã, tardes livres para estudo ou estágio, e algumas noites aula. Isso faz com que eles busquem inovação e se mantenham em constante evolução. Sabemos da eficácia porque muitos já estão no mercado de trabalho.

10 | A HORA Quarta-feira, 13 setembro 2023
*Estagiária. Texto sob supervisão de Mateus Souza
“As crianças precisam de alguém que as instigue a fazer a diferença”
REPRODUÇÃO

HBB atende mais de 70 pacientes em decorrência da enchente

Os primeiros casos foram de hipotermia. Agora, são lesões ocasionadas em meio a reconstrução das casas e doenças pelo contato com a água. Lajeado apresenta 10 casos suspeitos de leptospirose

VALE DO TAQUARI

Contágio por meio da água da enchente, lesões durante consertos das casas, hipotermia e risco de leptospirose. Esse é o cenário do Pronto Socorro do Hospital Bruno Born (HBB), desde terçafeira, 5. A casa de saúde, que recebe pacientes de toda a região, já atendeu, até a tarde de ontem, cerca de 70 pessoas envolvidas com a cheia do Rio Taquari.

Coordenador do Pronto Socorro do hospital, Guilherme Henrique Ávila do Carmo diz que a instituição dobrou a atuação dos profissionais para atender a demanda desde a semana passada. Os primeiros pacientes atendidos apresentaram hipotermia devido à longa exposição à água gelada e ao frio.

Quatro pessoas internadas no Hospital de Roca Sales também foram encaminhadas a Lajeado nos primeiros dias, para seguir com atendimento que era feito na casa de saúde atingida pela enchente.

Quando o processo de reconstrução das casas das famílias atingidas começou, pacientes com cortes, lesões e quedas também acessaram o serviço de saúde. Pacientes que perderam medicamentos também recorrem ao hospital. Os atendidos são de toda a região.

Carmo ainda destaca o cuidado com a picada de animais peçonhentos, como cobras e escorpiões que podem aparecer nos escombros. Assim como a dengue, caso as temperaturas sejam mais elevadas.

Entre as maneiras de prevenir, está o uso de luvas e botas. “Cuidar quando for fazer reparo da rede elétrica, ao mexer nos escombros e usar o máximo possível a água potável”, ressalta o médico.

10 suspeitas

A vigilância epidemiológica de Lajeado confirma 10 casos suspeitos de leptospirose. Os pacientes apresentaram sintomas como dor de cabeça, dor no corpo e febre. Não houve nenhuma internação.

“Quando a gente tem um histórico de contato com possível área contaminada com a urina de ratos e o paciente apresenta um quadro de sintomas sugestivos, já é considerado suspeita e inicia com o antibiótico”, destaca a coordenadora da vigilância epidemiológica, Juliana Demarchi.

Depois de medicado, o caso é acompanhado e, sete dias após o primeiro sintoma, é feita a coleta de sangue para confirmar a doença. “A leptospirose é uma das doenças relacionadas à enchente. Não tanto no primeiro momento, mas depois, quando as pessoas voltam para suas residências e

começam a fazer a limpeza onde provavelmente teve a presença de roedores”.

De acordo com Juliana, os sintomas podem aparecer desde um dia após o contato com o ambiente contaminado, até 30 dias. “Vamos ter esse trabalho de monitoramento, pelo menos até o início de outubro, pensando em uma contaminação relacionada a esse momento que estamos vivendo”, afirma a coordenadora.

A orientação, segundo a profissional, é que pacientes que tiveram contato com a enchente na limpeza dos ambientes atingidos e que tiverem sintomas como dor no corpo, dor de cabeça e febre, devem buscar um atendimento de saúde com urgência.

ÁRIES: As coisas devem uir com facilidade no trabalho, nas relações pessoais e até uma graninha extra ou outra notícia top para o seu bolso pode pintar.

TOURO: Se apoie na paciência que herdou do seu signo para não perder a eira e a beira ao lidar com contratempos e perrengues.

GÊMEOS: Você vai esbanjar desenvoltura, saberá conquistar a simpatia alheia e vai vender seu peixe fácil, fácil.

CÂNCER: Procure pegar mais leve em suas reações e não deixe o sentimento de posse falar mais alto em suas relações.

LEÃO: O cenário também tá favorável para faturar, mas corre logo atrás dos seus interesses porque o astral vai mudar e aborrecimentos aparecerão.

VIRGEM: É bom pegar mais leve para não prejudicar a saúde e não se deixar abater por preocupações.

HORÓSCOPO

LIBRA: O período será benéco para tocar seus projetos e há chance de alcançar objetivos importantes no trabalho.

ESCORPIÃO: Pode ser um excelente período para provar do que é capaz e exercer sua liderança natural – vai marcar pontos com os superiores.

SAGITÁRIO: Não deixe as preocupações com trabalho minarem sua energia e evite esquentar muito a cabeça.

CAPRICÓRNIO: Sua sensualidade vai dar as cartas e você pode deixar o crush caidaço. Intimidade com o love cheia de desejo.

AQUÁRIO: A paquera estará mais estimulada à noite e um lance de futuro pode começar. O romance vai car protegido.

PEIXES: Você terá muita desenvoltura para lidar com assuntos mais complexos e pode dar uma ajuda providencial para um familiar que estima.

CRUZADAS DIRETAS

CRUZADAS

Dois grãos de cereais usados na dieta de bovinos de corte confinados

Fenômeno básico ao som

Invalidar Feitiço

Ambiente propício à serenata

Saudação usual na hora do jantar

Já (?): acabou (pop.) Pessoa nascida na capital da Federação Russa

Mar, em inglês Estéreo (abrev.)

Área do morro não segura para construir Arma de arremesso já usada na caça (?) Sharif, ator (?) mês: agosto

Peça do sino Joia, em inglês Canção da Legião Urbana

(?) de Delfos, o mais importante centro religioso da Grécia Antiga

De + os Vir ao mundo

Mauna (?), vulcão do Havaí

Estímulo sensual Habitação indígena

Expressão estética como a dança

Sozinhos

Rondônia (sigla) Ter boa vendagem

Vida despreocupada Copo para vinhos

Tambor da banda marcial

Sem conteúdo Prevalecer; predominar

(?)-feira de Cinzas, início da Quaresma

O âmago Elizabeth (?), rainha britânica

Silêncio! Grande mamífero cetáceo

24 horas

(?) sanitário: lixão Unidade militar que serve de apoio à Defesa Civil em situações de desastres

Bella Thorne, atriz da série "Shake It Up" "(?), o ETeimoso", antiga série de TV

Oferenda a um orixá (Rel.) Aqui

Tecla de micros Energia (símbolo)

3/ebó — gem — loa — sea. 7/oráculo. 8/erotismo — mandinga. 9/moscovita.

Solução www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL BANCO 7 OE B MA ND IN GA AI ND A ECE DO LU AR OM AR HL DO S L O A BO AN OI TE C U ER AT AR OL SS EA OCO MO SC OV IT A AR TE OM IQ GR OP SI U SO SB OE MI A AT ER RO R DI AC A A L T FO R Ç A TA RE FA
PALAVRAS
A HORA | 11 Quarta-feira, 13 setembro 2023
21/03 a 19/04 20/04 20/05 21/0520/06 21/0622/07 23/07 22/08 23/0822/09 19/0220/03 20/01 18/02 22/1219/01 22/11 21/12 23/10 21/11 23/09 22/10
Pacientes apresentam sintomas de doenças contagiosas pela água da enchente BIBIANA FALEIRO

CORRIDA DE RUA

DESAFIO SANTIAGO 24H

INSTIGA À PRÁTICA ESPORTIVA NO MÊS DE OUTUBRO

Idealizado pela equipe de corridas Santiago Running, evento reunirá centenas de pessoas com o objetivo de completar 24 horas de corrida e caminhada em um mês

Correr e caminhar 24 horas em um mês. Esse é o objetivo proposto pela Santiago Running. A equipe de corrida de Bom Retiro do Sul lançou a Santiago 24 horas Virtual, que ocorre durante todo o mês de outubro.

Esta será a quinta edição do even-

JOVEM DE LAJEADO CONQUISTA TÍTULO NACIONAL

to. Neste ano, além de fazer com que dentro do mês a pessoa some 24 horas de atividades físicas, a equipe fará uma prova presencial no dia 1º de outubro.

A etapa presencial será de inclusão. Segundo Juliano Santiago, um dos organizadores do evento, a prova terá mais de 30 deficientes visuais inscritos, oito handbikes e 25 cadeiras de corrida adaptada.

As inscrições para a etapa presencial e a virtual vão até o dia 17 de setembro ou até atingir o limite de 100 inscrições corrida e caminhada presencial e 20 virtual. Elas podem ser feitas no site www.santiago24horas.com.br

Além da corrida e caminhada, Santiago destaca que a equipe, em parceria com a administração municipal, estão preparando outras atrações. “Queremos surpreender todos os participantes da corrida presencial.”

O DESAFIO 24H

O Desafio Santiago 24 horas ocorre entre os dias 1º e 28 de outubro. Durante o mês, o atleta inscrito deverá correr ou caminhar por 24 horas, de forma fracionada. O desafio pode ser realizado onde e quando a pessoa quiser, inclusive na esteira ou no rolo de bike. Em 2022 os atletas somaram juntos mais de 70 mil quilômetros. “Nosso evento vem numa crescente, sempre buscamos inovações, é um evento de formato único no Brasil e estamos contentes com os números que estamos atingindo”, salienta Santiago Santiago comenta que os participantes podem usar qualquer aplicativo de corrida e ao final de cada atividade devem fazer um print. “As postagens podem ser diárias, semanais ou somente no final do desafio. Haverá ranking de acompanhamento de atividades. Os organizadores validarão o print do seu aplicativo.”

O lajeadense Vicente Nietiedt Caliari, 12, participou da 7ª Etapa do Campeonato Brasileiro Juvenil de Golfe, em Curitiba, entre os dias 1º e 3 de setembro. Com o segundo lugar conquistado na Categoria D, chegou ao título de Campeão Brasileiro de Golfe.

A etapa da competição organizada pela Confederação Brasileira de Golfe ocorreu no campo do Graciosa Country Club. Vicente disputa a Categoria D, com jogadores de 12 e 13 anos. Por duas tacadas não ficou também campeão em Curitiba. Com o resultado, garantiu 28 pontos para a soma total de pontos do Tour Juvenil 2023, e após sete etapas, levou o título de Campeão Brasileiro de Golfe Categoria

D 2023, por uma diferença bem apertada de 3,25 pontos na soma geral para o 2° colocado, representante da Federação Paulista.

Para o restante do ano, Vicente voltará a disputar o Tour Gaúcho

Adulto e se dedicará aos treinos para o South American Championship disputado no início de novembro no Campo Olímpico de Golfe da cidade do Rio de Ja-

neiro, um dos poucos espaços construído para as Olimpíadas 2016 que continuam ativos e conservados.

PRÓXIMOS DESAFIOS

Vicente poderia ficar mais um ano na Categoria D, mas subir para a C e disputar jogos com meninos de 14 a 15 anos não está descartado para o próximo ano.

Todos da equipe estão muito felizes com o resultado, pois a diferença de estrutura de treinos é muito diferente comparado com os seus adversários. “Vicente não tem professor de golfe e o campo mais perto para a pratica é o Santa Cruz Country Club, o que torna seus resultados e objetivos ainda mais expressivos e desafiadores, mas não impossíveis como ele próprio provou”, destaca o pai, Cícero Caliari.

O pai ainda destaca que o jovem segue em busca de patrocínios para ajudar com custos de treinos e viagens para as competições nacionais e internacionais. Interessados podem entrar em contato através do 51 99989-0101.

12 | A HORA Quarta-feira, 13 setembro 2023
GOLFE
Caetano Pretto caetano@grupoahora.net.br Vicente ficou em segundo lugar na 7ª Etapa do Campeonato Brasileiro DIVULGAÇÃO
EZEQUIEL NEITZKE
A etapa presencial ocorre em 1º de outubro com largada no Parque Pôr do Sol, em Bom Retiro do Sul

PÔR FIM À

SEQUÊNCIA INCÔMODA

Colorado não vence pelo Campeonato

Brasileiro desde o dia 25 de junho. Nova chance ocorre hoje à noite, contra o São Paulo no Beira-Rio

Caetano Pretto caetano@grupoahora.net.br

OInternacional não vence pelo Campeonato Brasileiro há dez partidas. A última vez que saiu vitorioso foi no dia 25 de junho, quando bateu o América, fora de casa, por 2 a 1. Depois de um hiato de jogos devido às Datas Fifa, o Colorado volta à campo hoje à noite, quando recebe o São Paulo no Estádio Beira-Rio, às 21h30min. Às vésperas da semifinal da Copa Libertadores, o time precisa voltar ao caminho das vitórias para ganhar confiança e subir na tabela do Brasileirão.

São dois meses e meio e dez jogos sem vencer no campeonato

GAUCHÃO DE FUTSAL

nacional. A sequência começou com Mano Menezes e seguiu com Eduardo Coudet. No período, o Inter sofreu quatro derrotas e empatou outros seis jogos, cinco por 0 a 0.

A pausa pela data Fifa foi o maior período de trabalho consecutivo que a comissão técnica de Coudet teve nesta segunda passagem pelo clube. A reapresentação depois do empate diante do Goiás ocorreu na terça-feira, 5, no CT Parque Gigante. O tempo foi precioso também para o técnico tentar ajustar a equipe, que está cheia de desfalques.

Vitão, Johnny e Pedro Henrique, lesionados, seguem de fora, assim como Rochet, Aránguiz e

DOAÇÕES DA TORCIDA

Valencia, que estiveram com suas seleções e não ficam à disposição. Luiz Adriano, suspenso, é outro desfalque.

O provável time que entra em campo para acabar com a seca no Brasileirão tem: Keiller; Bustos, Hugo Mallo, Mercado e Renê; Gabriel; Mauricio, Bruno Henrique e Wanderson; Alan Patrick e Lucca.

O Colorado ocupa a 14ª posição, com 26 pontos. Vitória pode levar o time até o décimo lugar, enquanto que a derrota pode deixar o time na 15ª colocação.

AGENDA

O Inter convoca a torcida a ajudar as vítimas da enchente e está reunindo donativos no portão 1 do Gigantinho desde a sexta-feira, 8. Alimentos, itens de higiene pessoal e de limpeza, além de roupas são recebidos neste local.

Além disso, durante o jogo contra o São Paulo, contará com três pontos de coleta no Beira-Rio, que operarão em conjunto ao Banco de Alimentos: um em frente à bandeira do Inter, outro ao lado da estátua que homenageia Fernandão, e o terceiro nas cercanias da Capela Nossa Senhora das Vitórias. O clube ainda realizará a doação de cestas básicas para os desalojados.

TESTE PARA A COPA DO BRASIL

O São Paulo não atua há quase duas semanas e está com o foco direcionado à final da Copa do Brasil, uma vez que disputa o confronto de ida no domingo, 17, contra o Flamengo. O encontro com os gaúchos será utilizado como teste para o fim de semana. O provável time titular de Dorival Júnior tem: Rafael; Rafinha, Diego Costa, Beraldo e Wellington; Pablo Maia e Gabriel Neves; Wellington Rato, Lucas Moura e Rodrigo Nestor; Calleri.

PARTIDA ENTRE ALAF E ASSOEVA É ADIADA

uma vitória e escapar da Série B.

A situação da região faz com que o esporte fique em segundo plano.

A Alaf ficou duas semanas sem treinar devido à falta de ginásios.

Ainda, precisou jogar no fim de semana e perdeu por 4 a 0 para o Passo Fundo Futsal.

Segundo o presidente da equipe, Alexandre Heisler, a decisão de não jogar partiu da própria Alaf.

Ontem o time conseguiu voltar a treinar, em Carlos Barbosa. Na sexta-feira, novamente irá até a cidade da Serra Gaúcha para conseguir treinar. “Só conseguimos o ginásio da ACBF para treinar. Tivemos outras conversas, mas o horário disponível ficou inviável”, diz.

A situação da próxima semana também segue indefinida.

A partida entre Alaf e Assoeva que estava marcada para hoje à noite, em Lajeado, foi adiada devido às cheias e consequências da tragédia no Vale do Taquari. O

confronto ainda não tem previsão de quando será disputado.

O jogo seria válido pela 15ª rodada do Gauchão de Futsal. A Alaf vive situação crítica e está na zona de rebaixamento. Com 9 pontos, tem três jogos para conquistar ao menos

A HORA | 13 Quarta-feira, 13 setembro 2023
Jogo seria disputado em Lajeado na noite de hoje. Confronto não tem data para ocorrer
BRASILEIRÃO
INTER TENTA
RICARDO DUARTE
Sem Valencia, Luiz Adriano e Pedro Henrique, Lucca deve ser titular do ataque colorado Alaf vive situação crítica e está na zona de rebaixamento do Gauchão de Futsal
Equipe PG V E D GM GS SG Botafogo 51 16 3 3 39 13 26 Palmeiras 41 11 8 3 37 17 20 Grêmio 39 12 3 6 34 25 9 Flamengo 39 11 6 5 36 27 9 Fluminense 38 11 5 6 31 22 9 Bragantino 36 9 9 4 29 21 8 Athletico 34 9 7 6 32 26 6 Fortaleza 32 9 5 8 25 21 4 Atlético-MG 31 8 7 7 25 19 6 Cuiabá 28 8 4 10 21 27 -6 São Paulo 28 7 7 7 25 21 4 Cruzeiro 26 6 8 8 20 20 0 Corinthians 26 6 8 7 22 23 -1 Internacional 26 6 8 8 17 24 -7 Goiás 25 6 7 9 20 29 -9 Bahia 22 5 7 10 23 29 -6 Santos 21 5 6 11 21 36 -15 Vasco da Gama 17 4 5 12 16 31 -15 América 16 4 4 13 24 25 -21 Coritiba 14 3 5 13 21 42 -21 CLASSIFICAÇÃO
LUIS FELIPE AMORIN
23ª RODADA - HOJE 21h30min Flamengo x Athletico 21h30min Internacional x São Paulo AMANHÃ 19h Santos x Cruzeiro 19h Fortaleza x Corinthians 20h Coritiba x Bahia 21h30min Bragantino x Grêmio

Hoje é

Dia Mundial da Sepse Dia Nacional da Cachaça Dia do Agrônomo Dia do Programador

Trechos mais perigosos da BR-386

Cerca de 102 quilômetros entre Lajeado e Soledade registravam a maior taxa de acidentalidade de toda a rodovia. O trecho com mais acidentes registrados era de 55 km, entre Marques de Souza e Pouso Novo.

Nos primeiros seis meses de 2003, mais de 122 colisões e des-

Prêmio do Setcergs para Scapini

O Sindicato das Empresas de Transportes de Carga no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs) premiava pela primeira vez uma empresa do Vale do Taquari. A reportagem era do jornal O Informativo.

vios de pista foram registrados, em especial, no ponto conhecido como “serra”. O segundo trecho com mais acidentes era no entorno do bairro Bom Pastor em Lajeado. As autoridades da época atribuíam o aumento dos acidentes à imprudência dos motoristas.

O Setcergs entregava uma distinção para prestigiar e reconhecer os empresários que foram pioneiros no transporte rodoviário de cargas ou que tenham colaborado para o engrandecimento do setor. A escolha do nome era feita por votação dos associados do sindicato. Naquele ano, Valmor Scapini, um dos diretores do Grupo Scapini, foi agraciado.

A Lajeado Associação de Esportes (LAE) – união do Lajeadense com o antigo São

José – conquistava sua primeira vitória na Copa Governador do Estado. O time lajeadense de futebol venceu de 1x0 a Aesa de

Santo Ângelo, em um jogo no antigo Estádio do Florestal. Foi o jogador Nenê quem marcou o gol. Na época, o treinador do time era Darcy Schmidt. A próxima partida seria em Santa Maria.

14 | A HORA Quarta-feira, 13 setembro 2023
Santo do dia: São João Crisóstomo
Vitória
Lajeadense A atual rodoviária de Estrela começava a ser construída na Avenida Rio Branco. Seria uma área construída de 1500 m², com um investimento de 800 mil cruzeiros
do
Acidente na chamada “Serra de Pouso Novo”. Anos depois, em 2014, uma tragédia no local vitimou 7 pessoas. Da esquerda para a direita, João Perotto Neto (presidente do Setcergs), Rosana Scapini, Valmor Scapini e Paulo Cale , presidente da Fetransul ARQUIVO MUNICIPAL DE LAJEADO/O INFORMATIVO ARQUIVO MUNICIPAL DE LAJEADO/O INFORMATIVO ACERVO NOVA GERAÇÃO

FABIANO CONTE

Botão do “pânico”

ARTIGO

Começar de novo

Em primeiro lugar, e acima de tudo, eu quero deixar registrada aqui a minha solidariedade plena a todas as pessoas que sofrem as consequências do desastre decorrente da enchente que se abateu sobre as cidades atingidas, que destruiu vidas, famílias, empresas, e a própria economia da nossa região. As perdas são terríveis, e só aqueles que sentem na pele os efeitos dessa catástrofe podem descrever a dor que vivenciam. Sob todos os aspectos é lamentável. Não vou comentar sobre quem poderiam ser os responsáveis por essa calamidade. Talvez um dia sejam identificados. Se serão punidos é outra coisa. Levando em conta os antecedentes históricos do que acontece neste país, tenho seríssimas dúvidas. Pela minha experiência de vida quase posso assegurar que não serão. Nunca. É mais provável que as vítimas sejam apontadas como as verdadeiras culpadas pelo que aconteceu do que o contrário.

Espero, sinceramente, que as autoridades que aqui compareceram e prometeram mundos e fundos, liberem as vítimas que necessitam de apoio nesta hora dolorosa do monstro da burocracia que manda neste país.

Durante nossa cobertura da enchente do Rio Taquari, frequentemente mencionei sobre o “botão do pânico”. Precisamos focar nossos esforços em criar um sistema de alerta mais eficiente, um verdadeiro “botão de segurança”, que possa salvar vidas em momentos de perigo iminente. A tragédia que assolou o Vale do Taquari nos faz refletir sobre a necessidade de um sistema de alerta mais ágil e confiável. É inaceitável que as autoridades tenham a capacidade de prever a gravidade das chuvas e o risco de inundação, e mesmo assim, vidas tenham sido perdidas. Surge a pergunta crucial: será que a gravidade da cheia foi subestimada?

Precisamos discutir, planejar e implementar medidas que possam melhorar a segurança de nossas comunidades em situações de desastre natural. Um sistema de alerta mais eficaz e ação coordenada podem fazer a diferença entre a vida e a morte. E acima de tudo, que as pessoas que vivem nestas áreas “obedeçam” e saiam de suas casas. Mesmo que seja em vão.

Mudança no Plano Diretor

Em tempos de dor, quando as marcas de uma tragédia ainda estão frescas em nossa memória, vale lembrar que a prevenção é a chave para proteger vidas e patrimônio. E o agir é repensar nossa legislação. Gestores municipais, secretários de planejamento e vereadores, entre outros líderes comunitários precisam entender que agora é o momento de aumentar a cota prevista no Plano Diretor para a construção de novas edificações, elevando-as bem acima do nível atingido pelas enchentes em cada município. Essa mudança precisa ser realizada agora, enquanto as imagens impactantes da tragédia ainda estão frescas em nossas mentes. O tempo é essencial, pois daqui a 30 dias, as manchetes serão diferentes, e a oportunidade de promover essa alteração na legislação pode ser perdida.

Mérito Farroupilha

Nossas cidades estão testemunhando um verdadeiro exército de voluntários dedicados à recuperação após a tragédia. Aqueles que arriscaram suas vidas para salvar outras merecem um reconhecimento especial, e é nosso pedido que a Assembleia Gaúcha considere a entrega do Mérito Farroupilha como uma homenagem justa. As fotos mostram momentos únicos, que estão fazendo a diferença quando mais precisamos. Um testemunho da resiliência e da solidariedade que caracterizam nosso povo.

Polêmica em declaração

O vereador Décio Picoli, de Forquetinha, encontrase no centro de uma polêmica após sua declaração na sessão da Câmara Municipal. O vereador confessou ter ajudado amigos da cidade vizinha de Lajeado, que perderam tudo devido às recentes enchentes. E que recolheu comida “boa” na rua. A controvérsia

se aprofundou quando veio à tona que o mercado Polo de Lajeado precisou descartar material devido à invasão da água da enchente em suas instalações. Ou seja, o material não poderia ter sido consumido por ser um risco a saúde das pessoas. O fato deve ser apurado pela polícia.

No entanto, uma coisa é preciso salientar. A impressionante solidariedade prestada pelas autoridades municipais, por servidores públicos, pelos prefeitos, por empresários, pelos voluntários de todos os cantos do Brasil que aqui vierem prestar auxílio aos necessitados (se esqueci alguém me perdoem), e fazem o possível e o impossível para minimizar os problemas que surgiram. É a demonstração de que o povo brasileiro é bom; é prestativo; tem boa índole; é um povo que se une na desgraça que afeta os seus semelhantes.

Eu sei perfeitamente o quanto é difícil enfrentar determinados contextos de limitação completa. Às vezes o desespero nos atinge fortemente. Senti pessoalmente durante a minha vida a angústia que nos abate e nos desanima nesses tristes cenários. Dias atrás escrevi um texto em que mencionei uma carta, na qual meu pai contava a um amigo que numa comemoração do Sete de Setembro, vendo os meus coleguinhas de aula marcharem todos felizes, eu lhe perguntei por que eu não podia marchar com eles, e chorei desesperadamente com a cabeça sobre suas pernas. Eu tinha 6 anos e 2 meses de idade. Depois daquele dia, eu nunca mais chorei por esse motivo. Decidi enfrentar a situação. Tenho um exemplo pessoal de um homem a indicar. O nome dele é Viktor F. Frankl, que escreveu um livro chamado Em busca de sentido. Vendeu milhões de exemplares em todo o mundo, sua autobiografia. Prisioneiro durante muitos anos em campos de concentração na Alemanha, durante a Segunda Guerra, ele viu seres humanos serem tratados pior do que se fossem animais. Seu pai, sua mãe, seu irmão e a sua esposa morreram em campos de concentração ou em crematórios. Exceto sua irmã, toda a sua família morreu ali. Como foi que ele, tendo perdido tudo o que mais amava, com todos os seus valores destruídos, sofrendo fome, frio e brutalidades extremas, esperando a todo o momento ser ele próprio eliminado, conseguiu encarar essa crise pessoal e chegar à conclusão de que a vida valia a pena ser vivida e preservada?

Ele percebeu o que um ser humano pode fazer quando, subitamente, compreende que não tem mais “nada a perder senão a sua existência tão ridiculamente nua”. Segundo ele, primeiro surge uma fria e distante curiosidade de salvar o próprio destino. Depois surgem estratégias de preservação do que resta de vida. Fome, humilhação, medo e profunda raiva das injustiças são dominadas graças as imagens sempre presentes das pessoas amadas, graças ao sentimento religioso, e até mesmo da visão de belezas naturais, uma árvore, ou um pôr do sol.

Ele reconhece que apenas esses momentos de conforto não fixam o desejo de viver. O tema central da sua tese é o de que a vida é sofrimento e sobreviver é encontrar sentido na dor. Se existe algum propósito na vida deve também existir esse sentimento na dor e na morte. Frankl gosta de citar uma frase de Nietzsche: “Quem tem por que viver pode suportar qualquer como”.

Precisamos fazer um esforço enorme para manter o controle. A última coisa que nos resta é “escolher a atitude pessoal que se assume” quando perdemos tudo, menos a nossa própria vida.

Vitor Hugo, outro escritor famoso, dizia: “O futuro tem muitos nomes. Para os fracos é o inalcançável. Para os temerosos, o desconhecido. Para os valentes é a oportunidade”. Então, vamos começar de novo. É a vida que segue.

A HORA | 15 Quarta-feira, 13 setembro 2023
Jornalista e radialista
ANDRÉIA RABAIOLLI

Recomeço para 200 famílias

ARROIO DO MEIO

FRASES DA EDIÇÃO

Governo busca autorização na câmara para aluguel social a 200 famílias com a casa destruída ou condenada. Dados preliminares do município indicam que prejuízo pela cheia supera os R$ 80 milhões. Pelo menos 600 pessoas estão em abrigos

Se não tivermos ajuda agora, muitos não poderão continuar com suas atividades”

MÍN: 13º | MÁX: 17º
Quarta-feira, 13 setembro 2023 Fechamento da edição:
19h
Uma área de baixa pressão se desloca pelo Estado e reforça as instabilidades na região.
Muitas pessoas foram dormir sem saber. Quando acordaram, a água estava invadindo as casas. Tiveram de se refugiar nos telhados”
Elton Weber, deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar Agropecuária sobre os danos da cheia no Vale do Taquari
‘‘
Joel Goldenfum, doutor em hidrologia e diretor do IPH da Ufrgs sobre a enchente na região
‘‘
GABRIEL SANTOS
CADERNO | CIDADES

Moradores tentam voltar à rotina em Arroio do Meio após cheia histórica

Impactos

3,9 mil moradores afetados

600 pessoas

- alojadas em ginásios

1 pessoa desaparecida

Mais de 400 pessoas resgatadas

ARROIO DO MEIO

Acidade de Arroio do Meio enfrentou na última semana a maior cheia de sua história, com o Rio Taquari atingindo a marca de 35,5 metros na régua do Balneário Municipal. Com isso, 3,9 mil moradores (18% da população) foram diretamente afetados, a grande maioria residente dos bairros Navegantes, Tiradentes e São José.

Em resposta a essa tragédia, o governo municipal mobilizou maquinário e contou com o apoio de voluntários e equipes de cidades vizinhas para realizar operações de limpeza nas ruas e residências, além de fornecer alimentos e produtos de higiene e limpeza. Cerca de 600 pessoas ainda permanecem alojadas em ginásios nos bairros Glória, São Caetano, Barra da Forqueta e Aimoré.

Na área urbana de Arroio do Meio, os prejuízos estimados chegam a R$ 80 milhões, incluindo

a destruição de duas escolas no Bairro Navegantes, a Associação dos Menores que atende o contra turno, dois postos de saúde, incluindo um na subprefeitura de Palmas também atingida. A água invadiu também a sede do Serviços Urbanos e a Secretaria de Obras.

Na última quinta-feira, o prefeito Danilo José Bruxel decretou estado de calamidade, o que garantiu um repasse de R$ 741 mil do Ministério da Integração e Desenvolvimento para ajuda humanitária. As ações envolvem a assistência aos atingidos, restabe-

lecimento de serviços e reconstrução de espaços.

A comunidade tem se mobilizado, com espaços como o Salão Paroquial e Ginásio do Bom Jesus concentrando doações para as famílias afetadas. Todo o material é destinado às famílias cadastradas. Além disso, foi montada a Central de Alimentação no Seminário Sagrado Coração de Jesus, onde são produzidas refeições e armazenados alimentos perecíveis.

Durante esse período crítico, mais de 400 moradores foram resgatados de telhados com a ajuda de barcos motorizados, botes do Cor-

po de Bombeiros e helicópteros do Exército. “Os serviços administrativos trabalharam incansavelmente para fornecer a assistência necessária às pessoas. Com estas ações, desde o início das cheias, conseguimos diminuir muito o sofrimento das famílias”, destaca o coordenador da Defesa Civil, Valdecir Leandro Crecencio.

Aluguel para 200 famílias

Hoje, a câmara de vereadores deve analisar um projeto de lei que

200 residências condenadas

R$ 80 milhões estimados em prejuízos na área urbana

autoriza o pagamento do Aluguel Social para até 200 famílias. Essa medida se destina às casas condenadas ou destruídas, a maioria delas localizadas nos bairros Navegantes e Tiradentes. O projeto está em tramitação em regime de urgência.

Conforme matéria assinada pelo prefeito, está previsto o pagamento de aluguel por seis meses, com a possibilidade de prorrogação por até dois anos. O objetivo, segundo ele, é oferecer um local mais seguro para as famílias que perderam suas casas e resolver esse problema urgente.

Secretaria altera atendimentos em Unidades de Saúde

ARROIO DO MEIO

A Secretaria Municipal da Saúde anunciou ontem a mudança nos atendimentos das Unidades Básicas de Saúde. Os serviços de saúde antes prestados na unidade de Palmas, junto à subprefeitura, e no bairro Navegantes, agora, foram realocados para o bairro São Caetano e a UBS Centro, respectivamente.

O secretário da Saúde, Gustavo Kasper, destaca que os atendimentos continuam ocorrendo nos mesmos dias e horários. A mudança foi

necessária devido à grave situação enfrentada pelas unidades de saúde no distrito de Palmas e no bairro Navegantes, que foram duramente afetadas pela recente inundação do Rio Taquari. Toda a estrutura administrativa e os equipamentos foram destruídos.

Com isso, as comunidades e moradores ficaram sem acesso aos serviços. Kasper ressaltou a importância de buscar apoio do Estado para reconstruir esses espaços e garantir a continuidade dos atendimentos de saúde. Os números referentes aos prejuízos

financeiros e às necessidades de reconstrução serão encaminhados às autoridades estaduais.

A Secretaria da Saúde optou por concentrar os atendimentos em unidades mais próximas aos bairros e distritos diretamente afetados pela inundação. Para isso, houve um remanejamento da equipe de servidores e médicos, visando auxiliar e agilizar o atendimento às pessoas que dependem dos serviços de saúde no município.

Ainda ontem, o Estado anunciou R$ 6,8 milhões aos municípios.

MICRORREGIÕES | ARROIO DO MEIO • ENCANTADO • TEUTÔNIA • TAQUARI • ESTRELA CIDADES Quarta-feira, 13 setembro 2023 R$ 4,00 (dia útil) R$ 7,50 ( m de semana)
Defesa Civil em conjunto com o governo federal busca recursos para reconstrução dos bairros. Prejuízo estimado é de R$ 80 milhões
Gabriel Santos gabriel@grupoahora.net.br
GABRIEL SANTOS
Câmara analisa hoje a proposta de pagamento de aluguel social para até 200 famílias Unidade do bairro Navegantes foi destruída. Município aguarda apoio GABRIEL
SANTOS

COLUNA DO MUSEU

Enchente, museu e história

Apesar de a história se fazer todos os dias, o adjetivo histórico é empregado, pelo senso comum, para qualificar um evento, situação ou circunstância excepcional com tendência a gerar desdobramentos na forma de permanências no imaginário coletivo. A região do Vale do Taquari está diante de um cenário com esta potência.

A Coluna do Museu Público Municipal de Arroio do MeioCasa do Museu, existe graças à aquiescência do Grupo A Hora.

Ainda que assinada, é uma coluna institucional de circulação semanal. Os museus são instituições de memória. Os acervos destas instituições oferecem disparadores para as reminiscências individuais e coletivas.

Diante do cenário de destruição que se abateu sobre a região a partir do transbordamento virulento do Rio Taquari a partir do dia 05 de setembro último, cabe aqui registrar algumas impressões, ainda que sem a pretensão de serem absolutas. A motivação para tanto é oferecer subsídios para que nos anos vindouros se façam as devidas interpretações, um pouco mais distante do calor dos acontecimentos.

O primeiro registro é que o município vivia a culminância da XIX CulturArte e a realização da XXXI Feira do Livro. A feira foi aberta na tarde do domingo dia 03 de setembro, já sob mau tempo. Uma grande orquestra foi montada a partir de grupos instrumentais de vários municípios da região e, aqueles que vieram até o centro da cidade, puderam ouvir música de qualidade e visitar um ambiente repleto de livros e caprichosamente ornado pelas escolas que tradicionalmente assumem os espaços de comercialização de livros nas feiras que há mais de três décadas por aqui transcorrem.

No dia 04 de setembro, uma segunda-feira, a programação foi adaptada pois choveu torrencialmente durante todo o dia e os alertas de enchente vinham de todos os lados. A mobilização foi frenética. Nesta mesma noite

Cruzeiro do Sul contabiliza R$ 28 milhões em prejuízo

as famílias começaram a ser resgatadas.

Dia 05 de setembro pela manhã, a cidade de Arroio do Meio acordou triste e, em vista aérea, repleta de água barrenta. Pelo centro as pessoas andavam catatônicas. Sem luz, sem sinal de internet e com sinal de telefonia instável. A quadra repleta de livros e caprichosamente ornada ficou em segundo plano. Há uma quadra dali o alagamento iniciava, a perder de vista. Em níveis nunca antes presenciados alcançava a metade da ladeira da quadra seguinte à praça em direção ao rio pela rua Visconde do Rio Branco.

O tráfego era impossível, restavam poucas ruas não alagadas. A cidade, um pouco mais silenciosa, deixava vir à tona os latidos de cães que escaparam das águas e, por vezes, soluços e choros de lamentos daqueles que saíram de casa somente com a roupa que estavam vestindo cientes de que tudo o que tinham em suas residências, quiçá as próprias casas, já não existiam mais.

No dia 06 de setembro, a Feira do Livro foi oficialmente cancelada. As águas recuaram para o leito do Rio Taquari e o cenário de destruição se revelou. Duas escolas existentes no Bairro Navegantes foram atingidas em cheio. A Escola Comunitária de Educação Infantil Atalaia e a Escola Municipal de Ensino Fundamental Construindo o Saber estavam imprestáveis. Com o recuo das águas uma espessa camada de lodo decantou-se sobre todas as superfícies inutilizando tudo. Muitas das residências que circundavam os educandários colapsaram. As cerimônias cívicas alusivas à data da independência do Brasil foram substituídas pela mobilização para a remoção de parte do barro decantado.

Isto é um dos preâmbulos possíveis para uma história, cujos capítulos, ainda estão para serem escritos e interpretados. Reiterando, esta é uma coluna institucional, as impressões aqui postas são absolutamente parciais e emanam das percepções de seu redator.

CRUZEIRO DO SUL

Acidade de Cruzeiro do Sul enfrenta uma série de problemas após as recentes enchentes, com um prejuízo estimado em R$ 28 milhões, de acordo com a Defesa Civil. Os estragos se estendem por várias partes do município, afetando tanto áreas rurais quanto urbanas.

Na área rural o impacto contabilizado é de R$ 4,7 milhões. A água atingiu muito as lavouras de trigo em fase final de colheita e outras de milho em fase de germinação. N área urbana, empresas também foram afetadas e registraram perdas nas estruturas e maquinários

Um total de 6,5 mil pessoas foram afetadas diretamente pelas enchentes, com suas vidas drasticamente impactadas. Além disso, 88 quilômetros de estradas na zona rural foram severamente danificados,

juntamente com 40 quilômetros de ruas em nove bairros urbanos.

O prefeito João Henrique Dullius aguarda o apoio financeiro, o apoio financeiro do governo estadual e federal para reconstruir a cidade e ajudar as famílias atingidas. Ontem o vice-governador, Gabriel Souza visitou a região para acelerar as ações de ajuda aos municípios afetados pelas enchentes.

Até o momento, 40 pessoas permanecem desabrigadas no ginásio municipal de esportes do Centro, enquanto outras 30 encontram abrigo no pavilhão do bairro Célia.

CIDADES

MICRORREGIÕES : ARROIO DO MEIO, ENCANTADO, TEUTÔNIA e TAQUARI

Arroio do Meio

Reportagem: Gabriel Santos gabriel@grupoahora.net.br

A prioridade agora é acelerar a recuperação das estradas usadas para o transporte escolar e restaurar prédios e mobiliário escolar, com o objetivo de permitir que toda a rede de ensino retorne até quinta-feira, dia 14.

Além disso, nos próximos dias, está prevista a regulamentação do aluguel social para as famílias de baixa renda cujas casas não são mais habitáveis. A Defesa Civil aconselha que as famílias afetadas aguardem antes de retornar para casa e evitem áreas sujeitas a alagamentos.

Nos bairros afetados, a energia elétrica e a internet foram restabelecidas, mas o abastecimento de água pela Corsan ainda não retornou devido a danos na tubulação.

Doações

Diante da necessidade, as doações estão sendo recebidas em três pontos distintos: colchões e móveis no GREU, cestas básicas e materiais de higiene e limpeza no antigo prédio do STR, na subida do hospital, e roupas em geral no pavilhão da comunidade católica do Centro, onde dezenas de servidores da prefeitura e voluntários auxiliam na separação e entrega dos materiais.

Contribua

Aqueles que desejam ajudar podem contribuir por meio de uma conta via Pix, usando o CNPJ da prefeitura: 87.297.990/0001-50.

Diretor Executivo: Adair Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia: Fernando Weiss

Diretor de Conteúdo Editorial: Rodrigo Martini

Teutônia

Reportagem: Jhon Wiliam Tedeschi jhon@grupoahora.net.br

Encantado

Reportagem: Diogo Daroit Fedrizzi diogo@grupoahora.net.br

2 | A HORA cidades Quarta-feira, 13 setembro 2023
Nos bairros afetados ainda há problemas com abastecimento de água. Mais de 6 mil pessoas foram atingidas
Vice-governador esteve na cidade. Município quer agilidade na liberação de recursos DIVULGAÇÃO

Líderes elencam medidas para socorrer o campo

papel. Se não tivermos ajuda agora, muitos não poderão continuar com suas atividades”, salienta. O deputado reforça que somente o setor de avicultura tem uma perda estimada em R$ 220 milhões em decorrência dos efeitos climáticos. “Com certeza, num geral, passa de R$ 1 bilhão os prejuízos ao campo. Entendemos que possuímos subsídios suficientes para pedir ou levar aos governos estadual e federal aquilo que são as nossas necessidades”.

“Não adianta só prorrogar dívidas”

Demandas a serem levadas a Brasília:

1 – Suspensão imediata da cobrança de todas as operações de crédito rural nos próximos 180 dias, contratados por agricultores e pecuaristas atingidos pelo ciclone;

2 – Anistia das operações de custeio e investimento, não amparadas por seguro (Proagro ou seguro agrícola);

Reunião liderada pela Frente Parlamentar Agropecuária, em Lajeado, definiu pautas a serem levadas hoje ao vice-presidente da República. Entre elas, estão pedido de anistia às operações feitas por agricultores que perderam tudo no ciclone

ESTADO

Anistia às operações não amparadas por seguro, renegociação de dívidas, suspensão imediata de cobranças por 180 dias e linhas de crédito emergenciais. Algumas das demandas que serão levadas por representantes do setor primário a Brasília. O documento, com 12 pautas, foi elaborado em reunião na manhã de ontem, na câmara de vereadores de Lajeado. Convocada pela Frente Par-

lamentar Agropecuária da Assembleia Legislativa, a audiência reuniu deputados estaduais, secretários municipais de Agricultura, representantes de cooperativas e dos sindicatos dos trabalhadores rurais do Vale, extensionistas e técnicos da Emater. O secretário do Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, representou o governo do RS no encontro.

Presidente da Frente Parlamentar, Elton Weber (PSB) espera sinalizações positivas no encontro que terá com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que esteve no Vale no domingo, 10. “Vamos detalhar melhor e ver de que forma essas ações que estamos reivindicando irão sair do

Também presente na reunião, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva acredita que as medidas sugeridas aos governos serão atendidas. “Não é com financiamento do Pronaf que vamos resolver a vida dos produtores. Não adianta prorrogar dívidas. Tem que anistiar quem perdeu tudo”, defende.

Conforme Silva, “muitos produtores perderam a vontade de continuar lutando” e, por isso, se faz necessária a mobilização em Lajeado para que se possa socorrer o setor agrícola. “Nós temos a obrigação de devolver isso para eles. Precisamos de recurso novo para que esses agricultores possam recomeçar, comprar tudo o que for possível”.

Mudanças climáticas

Silva comenta que as autoridades não podem fechar os olhos para o meio ambiente e lembra que outros eventos climáticos castigaram o RS

nos últimos anos, como estiagens e temporais de granizo. “O que nós vimos aqui no Vale é que não estamos preparados para isso. Temos de nos preparar para o futuro. A questão ambiental não é bobagem”.

Vice-prefeita de Venâncio Aires, Izaura Landim também mencionou a necessidade de um preparo cada vez maior. “Precisamos investir cada vez mais em Defesa Civil”. Já o coordenador da Regional Sindical Vale do Taquari, Marcos Hinrichsen, se disse “bastante contemplado” com a fala da gestora. “Não podemos ignorar os efeitos do aquecimento global”.

Criação de fundo

Santini lembrou que, nos últimos anos, o RS passou por três estiagens e quatro ciclones. Para superar este momento, destaca a importância da solidariedade. “Mas agora estamos entrando num momento mais preocupante. Até então, as cidades estavam cheias de voluntários, que gradativamente vão retomando suas vidas. E fica aquele clima de pósvelório”, observa.

O secretário reconhece que os R$ 300 milhões disponibilizados pelo Estado ao setor não são suficientes e sustenta que será necessário “dividir a conta” a partir da criação de um fundo. “É um tema de casa que precisamos fazer. Precisamos de independência financeira para encarar essas catástrofes”.

3 – Renegociação das dívidas contratadas pelos agricultores e pecuaristas atingidos;

4 – Linha de crédito emergencial para recuperação das unidades produtivas, incluindo recuperação de solo, compra de maquinários e equipamentos, reconstrução de galpões, pocilgas, aviários e estufa com prazo de 10 anos para pagamento, três anos de carência, sem juros e com bônus de adimplência de 50%;

5 – Inclusão das famílias do meio rural que perderam suas casas nas políticas de habitação destinadas a reconstrução das unidades nos municípios atingidos e que a situação de calamidade pública seja considerada como critério para escolha dno programa Minha Casa Minha Vida;

6 – Linha de crédito não reembolsável para compra de mobiliário e utensílios domésticos perdidos com a enchente, tendo por base o valor do saque emergencial do FGTS de R$ 6,2 mil.

7 – Recursos para recuperação de estradas vicinais, pontes e pontilhões, para permitir o escoamento da produção e o deslocamento entre as propriedades rurais.

A HORA cidades | 3 Quarta-feira, 13 setembro 2023
ELTON WEBER PRESIDENTE DA FRENTE PARLAMENTAR AGROPECUÁRIA
Vamos detalhar melhor e ver de que forma essas ações que estamos reivindicando irão sair do papel. Se não tivermos ajuda agora, muitos não poderão continuar com suas atividades”
Plenário da câmara de Lajeado foi palco de discussão sobre ações voltadas para auxiliar o setor primário gaúcho
MATEUS SOUZA

Número oficial de desaparecidos na enchente reduz para nove

O dado foi divulgado pelo vice-governador, Gabriel Souza, em entrevista coletiva na prefeitura de Encantado.

A operação chamada

“Desaparecidos” fez uma força-tarefa com 30 policiais civis para atualizar a lista

VALE DO TAQUARI

Onúmero oficial de desaparecidos pela enchente do Rio Taquari caiu de 46 para nove. A redução expressiva ocorreu devido à força-tarefa da Polícia Civil nos municípios mais atingidos. O dado foi divulgado pelo vice-governador, Gabriel Souza, em entrevista coletiva na prefeitura de Encantado, na manhã dessa terça-feira, 12. Souza fez um apelo às famílias para que relatem casos de desaparecimentos e localizações imediatamente. “Queremos contar com a colaboração da comunidade para mantermos esta lista atualizada”, solicitou.

Os delegados Silvio Kist Huppes e Shana Luft Hartz afirmaram que,

desde sábado, 9, um reforço de 30 policiais civis trabalha na relação nos sete municípios mais atingidos: Estrela, Lajeado, Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Roca Sales, Encantado e Muçum. A diminuição ocorre porque a lista anterior tinha nomes repetidos. Agora, todos os dados, municipais e estaduais, foram unificados.

Os demais 38 casos reportados pelos municípios na semana anterior acabaram sendo descartados. Durante a coletiva, foi comunicado um novo caso, em Encantado, que será averiguado pelas forças policiais.

Huppes reitera que o trabalho está em andamento. Com a divulgação, os dados devem ficar mais completos. “Caso tenham novas informações, pedimos que as pessoas procurem a delegacia de polícia para que possamos continuar o trabalho de forma mais precisa possível”. Após a consolidação da lista, um familiar registrou mais um desaparecido de Encantado, mas este ainda não entra nos números oficiais, pois carece de investigação.

“Utilizamos serviços informatizados da polícia civil, mas também tivemos muito trabalho de campo, para conversar nos lugares mais distantes do município”, reitera Huppes. São considerados aqueles que os familiares tenham comunicado o desaparecimento a algum órgão.

Delegacias móveis

Shana explica também que é feita a coleta de material genético da família do desaparecido, para completar o banco de dados. “Estamos vivendo dias tristes. Vamos levar um tempo para a recuperação. Agora, atendemos para auxiliar a refazer documentos e também na procura de desaparecidos”, comentou.

Shana ressaltou a mobilização da Polícia Civil no auxílio às pessoas atingidas. Delegacias de Arroio do Meio e Roca Sales estão com delegacias móveis, pois prédios foram atingidos. As cinco delegacias de Lajeado atendem na Draco.

Solicita-se que a população registre ocorrências sobre novos desaparecimentos ou qualquer outra informação relevante nas delegacias mais próximas ou pelo número de telefone (051) 984440606.

Ajuda de longe

O Vale recebeu ontem, 12, uma comitiva enviada pelo governo federal para apoiar e auxiliar os municípios atingidos. Integrantes da defesa civil de São Paulo, Brasília, Maceió (Alagoas), Paraná e Rio de Janeiro visitaram Roca Sales enquanto o vice-governador Gabriel Souza se reunia com o prefeito Amilton Fontana para discutir o an-

damento da situação.

O secretário de Proteção e Defesa Civil de Petrópolis (RJ), tenente-coronel Gil Kempers, comentou que o objetivo da comitiva é unir forças para os planos de reconstrução e restabelecimento das cidades, além de focar na solicitação de recursos e gestão operacional. No ano passado, Petrópolis enfrentou a maior tragédia da história da cidade, com enchentes e deslizamentos de terra que deixaram mais de 240 mortes.

Segundo o secretário, apesar de serem desastres diferentes, a forma como a região foi afetada se assemelha ao acontecido na cidade carioca.

“Começa pela busca de recursos e ações de reestruturação e reestabelecimento. Com a nossa experiência podemos agilizar esse processo e garantir que os serviços essenciais retornem à normalidade”, apontou Kempers.

O coronel enfatizou que catástrofes ambientais têm consequências que perduram meses após o ocorrido, como demolição de imóveis ou obras em andamento. Segundo ele, os principais desafios que a região enfrentará é a questão dos desaparecidos, a organização da ajuda humanitária e o restabelecimento da rotina cotidiana.

“Depois começa o período de reconstrução e retomada do desenvolvimento econômico e das demais ações que foram impactadas. Esse

Desaparecidos por município

2 Lajeado

1 Roca Sales

4 Muçum

1 Arroio do Meio

1 Encantado

impacto econômico traz um prejuízo para o município e para os munícipes, por isso a importância de agirmos logo”, disse Kempers.

4 | A HORA cidades Quarta-feira, 13 setembro 2023
Matheus Giovanella Laste matheus@grupoahora.net.br Júlia Amaral juliaamaral@grupoahora.net SILVIO KIST HUPPES DELEGADO
Queremos contar com a colaboração da comunidade para mantermos esta lista atualizada”
Utilizamos serviços informatizados da polícia civil, mas também tivemos muito trabalho de campo”
Bombeiros e equipes de Defesa Civil de outros estados auxiliam nas buscas por desaparecidos. Trabalho segue nos próximos dias
DIOGO FEDRIZZI

Enchente atinge mais de 4,5 mil moradores

Nenhum óbito foi registrado em Vila Mariante e Estância Nova, distritos mais impactados

VENÂNCIO AIRES

Móveis, residências, plantações, estradas e animais foram levados pelas águas do Rio Taquari durante a enchente de Venâncio Aires. Apesar das perdas econômicas, sociais e de saúde, nenhum óbito foi registrado em Vila Mariante e Estância Nova, distritos mais atingidos da cidade.

A prefeitura encaminhou à Defesa Civil Nacional o relatório com as ações de assistência e de recuperação do município.

O documento apresenta 4,7 mil pessoas atingidas pela cheia. Destas, 120 ficaram desabrigadas, 1,8 mil desalojadas e 2,7 mil pessoas afetadas pelo desastre natural.

A Defesa Civil de Venâncio Aires divulgou que 600 casas ficaram danificadas e 16 completamente destruídas. Além disso, duas instalações públicas de saúde, duas unidades de ensino e três prestadoras de serviço foram danificadas pela enchente. Uma praça de uso comunitário, duas estradas e duas pontes também foram destruídas.

“Foi uma enchente catastrófica, a maior enchente da história da Vila Mariante e comunidades vizinhas, uma extensão total de 8,4 mil hectares que ficaram embaixo da água. Lavouras de milho, trigo e de tabaco, sem contar a pecuária, tudo perdido”, afirmou o prefeito Jarbas da Rosa.

SOS Mariante

O Governo Federal anunciou envio de recursos financeiros para os municípios afetados pela enchente do Rio Taquari. A prefeitura de Venâncio Aires também trabalha na criação do programa SOS Venâncio, que visa auxiliar vítimas de situações de desastres e emergência pública no município.

A criação do cartão SOS Mariante será encaminhada para a Câmara de Vereadores. A quantia a ser liberada por morador afetado será de R$ 800, sendo disponibilizado em duas parcelas de R$ 400. Os detalhes para a inscrição e confirmação de cada morador estão sendo definidos.

A data para a liberação aos moradores vai depender do repasse anunciado pelo Governo Federal.

Cadastro para doações

Dois pontos de cadastramento foram disponibilizados em Vila Mariante para que os atingidos pelas cheias possam receber donativos, móveis, materiais de construção, cestas básicas, kits de limpeza, colchões, entre outros itens necessários para a reconstrução.

A Igreja Quadrangular e as Unidades Básicas de Saúde de Vila Mariante e Estância Nova são pontos fixos para o cadastramento, além de uma equipe volante que visitará outras comunidades atingidas no 2º e 9º distritos fazendo a inscrição.

Para cadastramento, é neces-

sário que o morador atingido leve um documento oficial ou apenas o número do CPF informando suas necessidades do momento.

Desmontando estruturas

Dois pontos instalados para amparar e alojar pessoas atingidas pela cheia já foram desativados. O primeiro, instalado na última terça-feira, 5, no trevo de acesso para abrigar equipes de busca, atendimentos médicos imediatos aos socorridos, abrigo de animais, distribuição de mantimentos, materiais de limpeza, além de pouso e decolagem dos helicópteros que ajudaram no salvamento das vítimas. O segundo no ginásio de esporte de Linha Mangueirão, com estrutura para dormitório, banho e higiene, além de alimentação. No ginásio,

120 pessoas foram atendidas em seis dias de trabalho das equipes voluntárias.

Semana Farroupilha

A programação da Semana Farroupilha de Venâncio Aires foi alterada devido à enchente e está voltada para a coleta de doações para as vítimas de Vila Mariante. O acampamento previsto para os dias 14 e 20 foi suspenso e apenas duas atividades serão mantidas, sendo o jantar de integração e o desfile de tradicionalistas e cavalarianos.

Todo o lucro arrecadado no jantar de integração, marcado para o próximo dia 19, no Parque do Chimarrão, será revertido em produtos para doação. Já o desfile de 20 de setembro arrecada alimentos não perecíveis e materiais de higiene.

A HORA cidades | 5 Quarta-feira, 13 setembro 2023
DIVULGAÇÃO
A Defesa Civil de Venâncio Aires divulgou que 600 casas ficaram danificadas e 16 completamente destruídas

Enchente atinge

mais de 400 pessoas em Taquari

Desde a semana passada, 27 famílias foram removidas para as sedes do município

TAQUARI

A enchente atingiu 458 moradores de Taquari. Desde a semana passada, 27 famílias foram removidas de suas residências e abrigadas nas sedes do município. Além disso, 142 famílias ficaram em residências de familiares. A Secretaria de Habitação e Assistência faz o acompanhamento dos moradores atingidos pela cheia do Rio Taquari.

Trabalho de remoção das famílias foi feito por servidores da prefeitura, secretarias de Obras, Setor de Elétrica, Trânsito, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e voluntários. A Brigada Militar também colocou as guarnições à disposição para auxiliar nas remoções.

As localidades mais atingidas foram Beira do Rio, Caramujo, Rincão, e os bairros Praia e Passo da Aldeia. A cota de inundação do nível foi alcançada no meio da tarde da terça-feira, com 8,5 metros de altura. Naquele momento, 36 pessoas estavam desalojadas.

As escolas da rede municipal Timotheo Junqueira dos Santos, localizada em Rincão São José, EMEI Pequeno Aprendiz e EMEF Pedro Pereira Machado, de Amoras, tiveram as aulas suspensas, decorrente da impossibilidade do transporte dos alunos. Os professores enviaram atividades para os estudantes realizarem de forma remota. As aulas retornaram nesta semana. O município também cancelou o desfile cívico, programado para a quinta-feira, 7. Para atender os municípios vizinhos, foram disponibilizados leitos do Hospital São José.

Doações

Estão sendo arrecadados alimentos, produtos de higiene e limpeza, água potável e cobertores para os atingidos pela cheia de todo o Vale do Taquari.

Os donativos podem ser entregues na emergência do Hospital São José e na secretaria da Assistência Social/CRAS, que estará aberta no horário administrativo.

DIVULGAÇÃO

Estado deposita mais R$

6,8 milhões

Anúncio ocorreu em coletiva de imprensa ontem, 12, em Encantado.

Valor beneficiará 43 municípios e hospitais atingidos pela enchente

ENCANTADO

ASecretaria Estadual de Saúde (SES) depositou ontem, 12, R$ 6,8 milhões a 43 municípios e hospitais atingidos pela enchente do Rio Taquari, na última semana. O anúncio foi feito pelo vice-governador Gabriel Souza e pela secretária da Saúde, Arita Bergmann, na prefeitura de Encantado.

Em parcela única, R$ 5,4 milhões foram pagos aos municípios que decretaram emergência por conta dos danos causados pela enchente e tiveram mais de 1% da população atingida. Cada município com até dez mil habitantes recebeu R$ 50 mil. Os com população entre 10 mil e 50 mil foram beneficiados com R$ 100 mil. Acima de 50 mil pessoas tiveram direito a R$ 150 mil. Há ainda um incremento de R$ 300 mil para os que sofreram os maiores danos.

à saúde

forma emergencial, R$ 1,4 milhão em incentivos aos hospitais do Vale do Taquari mais afetados pela chuva com a perda de insumos, medicamentos, enxoval e alimentos. A portaria publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado na noite da segunda-feira, 11, ainda garante um saldo de R$ 3,2 milhões em repasses futuros, atingindo um total de R$ 10 milhões em recursos.

“Todos os órgãos do Estado estão aqui desde a semana passada. A saúde tem um ponto focal e está dedicada 24h à tarefa de acompanhar os eventos que atingiram o Vale do Taquari”, destacou Souza. Ele lembrou que mesmo com unidades básicas de saúde atingidas pela enchente em municípios como Cruzeiro do Sul, a atenção básica de saúde continua sendo oferecida mesmo em locais provisórios.

O vice-governador ainda ofereceu apoio técnico e orientações aos municípios para acessar os recursos anunciados pelo governo federal na recuperação das UBS do Vale do Taquari.

Total de R$ 20 milhões

Desde a semana passada, 27 famílias foram removidas

Também foram destinados, de

Recursos

- R$ 5,4 milhões transferidos em parcela única aos 43 municípios que decretaram emergência e cujo montante da população atingida supera 1% da sua totalidade, de acordo com os dados registrados pela Defesa Civil do Estado.

- R$ 1,4 milhão para sete hospitais com referência direta para atendimento da população desabrigada/desalojada do Vale do Taquari que tenham sofrido danos causados pela chuva com a perda de insumos, medicamentos, enxoval e alimentos.

- R$ 10 milhões do Programa Avançar para adequação e recuperação estrutural de unidades básicas de saúde e hospitais e para aquisição de equipamentos danificados e perdidos.

- R$ 3,2 milhões de saldo em repasses futuros aos municípios atingidos.

Além dos recursos depositados ontem, 12, a portaria destina R$ 10 milhões para obras de recuperação de estruturas, compra de equipamentos aos hospitais por meio do

programa Avançar na Saúde, do governo do Estado. “Avaliamos a situação e definimos, com muita celeridade, critérios técnicos para a destinação dos recursos aos municípios e aos hospitais”, explicou.

6 | A HORA cidades Quarta-feira, 13 setembro 2023
DIOGO FEDRIZZI
Ao lado de Arita Bergmann, Gabriel Souza destacou a presença do Estado no apoio à região

Veículo ajuda na lavagem de 700 quilos de roupas em Encantado

Localizada na Rua João Sana, a lavanderia móvel atende 40 famílias por dia. Trailer estava anteriormente no Uruguai

ENCANTADO

Um veículo-lavanderia da agência humanitária internacional Adra, está presente em Encantado, ajudando na lavagem de roupas e cobertores. A unidade móvel de lavanderia da Adra, agência humanitária internacional, chegou em Encantado nessa segunda-feira, 11. O trailer de lavanderia, que estava anteriormente no Uruguai, tem a capacidade de lavar, secar e higienizar até 700 quilos de roupas por dia.

Localizada na Rua João Sana, a lavanderia móvel atende 40 famílias diariamente. O coordenador da Adra, Cristiano Freitas, explica que a agência têm um sistema de medida para determinar a quantidade de roupa que cada família pode lavar: “Nossa ideia é atender o máximo possível, e para isso, estabelecemos como medida um saco de lixo de 200 quilos. Fornecemos o saco, que é lacrado e identificado, e entregamos às famílias em até 24 horas”.

A unidade móvel de lavanderia não deve expandir a assistência para Muçum e Roca Sales, abrangendo abrigos e hospitais nessas áreas. A iniciativa visa melhorar as condições de higiene e saneamento da população mais vulnerável.

A Adra chegou à Encantado há

Comandante do Exército visita região atingida pela cheia

VALE DO TAQUARI

O comandante do Exército, general Tomás Paiva, visitou Lajeado e Roca Sales nesta terça-feira, 12. No município da região alta, foi ao hospital de campanha, instalado junto ao centro social. Em Lajeado, foi a Univates agradecer a atuação da universidade na cheia. Paiva também sobrevoou as áreas atingidas pela enchente.

Conforme a reitora Evania Schneider, Paiva se disse agradecido pela acolhida prestada ao Exército neste momento de união de forças municipais, estaduais e federais para a mitigar impacto. “É um reconhecimento que recebo em nome da instituição e que dedico a todos os funcionários e estudantes que estão incansavelmente atuando em diferentes frentes em nossa região.”

seis dias e realizou uma avaliação das necessidades da comunidade local. A análise revelou que kits de limpeza e colchões eram itens urgentes necessários para muitas famílias. Desde então, a equipe tem trabalhado para distribuir cestas básicas e material de higiene às famílias atingidas em Encantado.

A organização cadastrou mais de 600 famílias e esta fornecendo cartões assistenciais, permitindo que as pessoas comprem itens que não foram doados, dandolhes mais autonomia na escolha de suas necessidades. “Esta iniciativa visa atender às necessidades específicas de cada família”, ressalta Cristiano.

A Adra é uma organização internacional de ajuda humanitária que faz parte do Conselho da

Como lavar as roupas

-Vá até a ADRA, localizada na Rua João Sana, em Encantado

– Leve as roupas básicas que precisam ser lavadas

– Você receberá um saco de 200 litros para acondicionar as roupas limpas

– O serviço é gratuito e as peças são perfumadas e higienizadas em 24 horas

ONU e está presente em 118 países, e está em Encantado desde o último dia 6. A missão da Adra na cidade gaúcha é fornecer assistência essencial para a população

CONTATO:

(53) 98409-0061

O assunto foi pauta em entrevista à Rádio A Hora 102.9, com o diretor estadual da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra), Daniel Fritoli, e a coordenadora da Corrente do Bem, Maristela Etgeton.

afetada por dificuldades econômicas e necessidades básicas. Para mais informações ou para entrar em contato, o número de telefone é 53 98409-0061.

O Comandante da 8ª Brigada, general Ivon Barreto Leão disse estar impressionado com a mobilização regional. Ele coordena as ações das equipes que estão no Vale. São mais de 600 militares do exército e cerca de 200 estão alojados na Univates.

A HORA cidades | 7 Quarta-feira, 13 setembro 2023 VENHA APROVEITAR ESTE BUFFET INCRÍVEL! O nosso queridinho está de volta ao buffet, de segundas a sábados ao meio dia. Venha experimentar essas delícias! Buffet Livre e a quilo meio-dia 51 99239-0101 sushi voltou ao buffet de terças a sábados ao meio dia ariado buffet de saladas
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Peixe todos os dias
Unidade móvel atende em média 40 famílias por dia. Ação é possível graças ao engajamento de voluntários DIVULGAÇÃO
8 | A HORA cidades Quarta-feira, 13 setembro 2023

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