A Hora - 16 e 17/09

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SOBREVIVENTES

Relatos de quem lutou pela vida em meio ao caos

IMPACTOS DA TRAGÉDIA

Moradores da região relembram desespero e contam como escaparam de uma das maiores tragédias da história do RS.

CADERNO | CIDADES

OPINIÃO | FERNANDO WEISS Precisamos de um plano. Urgente.

OPINIÃO | RODRIGO MARTINI Um tabu a ser quebrado

OPINIÃO | FÁBIO KUHN Sorveteria anuncia reconstrução

Reportagem compara como estavam e o estado atual de áreas urbanas e pontos turísticos das cidades mais impactadas pela cheia histórica do Rio Taquari. Com sua parte rodoviária destruída, a Ponte Brochado da Rocha, em Muçum, é um retrato dos dias caóticos vividos pela região.

ANÁLISE, CURADORIA E OPINIÃO DE VALOR Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023 | Ano 21 - Nº 3409 | R$ 4,00 (dia útil) R$ 7,50 ( m de semana) grupoahora.net.br 51 99253.5508 51 3710.4200 FAÇA SUA ASSINATURA
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ABRE ASPAS

Jamais esquecer e resignação para olhar adiante

Aregião enfrentou a tragédia de proporções avassaladoras. As inundações devastaram vidas, cidades e empresas. Ainda assim, também revelaram o brio e a coragem de muita gente. Neste momento de consternação, jamais pode-se esquecer essa catástrofe. Ainda assim, é preciso resignação para se manter digno e trabalhar por um futuro melhor. É preciso reconhecer a gravidade deste momento. Aprender com os erros para evitar a repetição da história. O Grupo A Hora inclusive começa uma campanha regional, com a cobrança pública para que se tenha um plano de prevenção assertivo, eficiente e que dê conta do que ainda está por vir.

OParquedoImigrante,em Lajeado,foiocenáriode um incansável trabalho de centenas de voluntários nos últimos dias. Entre eles,aenfermeiraCaroline Dalmoro,36.Ela cousete diasnolocal,ajudandono recebimentodedoações e também no auxílio às famíliasdesabrigadas quechegavamapós serem removidos de suas casas. Em uma semana, vivenciou histórias e relatos emocionantes e testemunhouaformação deumagrande corrente do bem

Toda a sociedade precisa olhar para isso. Aos governos é exigido um debate permanente, com ações estruturantes, previstas no planejamento de cada gestão. Garantir a dignidade das pessoas afetadas deve ser uma prioridade absoluta.

Esse processo só acontece com a proteção do trabalho e da renda. Todos os socorros prometidos nas diferentes esferas sociais precisam chegar logo. A morosidade dos setores públicos não pode ser barreira à reconstrução das áreas afetadas.

O Vale do Taquari carrega consigo uma história de superação. Com base nas características da formação regional, tem-se as referências para ultrapassar dificuldades. Tudo por conta do perfil cooperativo presente na cultura regional. O esforço conjunto é a arma mais forte para um futuro de prosperidade.

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Diretor Executivo: Adair Weiss

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Diretor de Conteúdo Editorial: Rodrigo Martini

Como foi o trabalho voluntário no Parque do Imigrante? Foram quantos dias atuando no local?

Trabalhei de terça (dia 5) de manhã até segunda-feira (dia 11) à tarde. Nos primeiros dias, até sexta-feira, ficava em torno de 16, 17 horas por dia. Parava cinco, dez minutos para almoçar, e voltava. De um lado, tinha dor e tristeza pelo que ocorria. Nasci, cresci e vivo aqui.

Ver os espaços de lazer, as comunidades onde trabalhava, devastadas, era muito triste. Mas tinha que deixar essa dor de lado para estar lá. E preenchia o outro espaço com felicidade, com alegria. Era muito gratificante poder fazer algo pelo próximo, por nossa comunidade, em devolver um pouco de dignidade às pessoas.

Qual o cenário que você encontrou ao chegar no parque?

Eu fiquei sem luz em casa e perdi sinal de internet, então quando cheguei no parque não tinha ideia de como estavam as coisas. Sabia que era um cenário complicado, mas só fui tendo noção na medida em que o tempo passava. Chegavam cada vez mais pessoas, mais doações e se via cada vez mais forças de

segurança. Olhava para fora e via um, dois, três helicópteros sobrevoando, via caminhões do exército chegando.

O que mais te impressionou nesses dias? Houve algum momento que te marcou mais?

Ouvimos muitas histórias. De pessoas que perderam tudo, que perderam bens materiais, perderam familiares. E dos próprios voluntários. O primeiro nó na garganta foi já na minha primeira manhã, quando recebi dois irmãos, uma menina e um menino, e o cachorrinho deles, o Bolinha. Estavam sozinhos, pois o padrasto foi ajudar a socorrer vizinhos e a mãe estava hospitalizada. O menino, completamente molhado, relatou que salvou a mochila, com seus cadernos, livros e o que mais conseguiu pegar. Mas teve tantos outros relatos fortes. Cada dia era um nó diferente na garganta.

Qual tua avaliação, enquanto voluntária, desta enorme rede de solidariedade que se formou na região para o socorro às famílias e reconstrução das cidades?

Eu nunca imaginei vivenciar isso aqui. As tragédias de Brumadinho, de Petrópolis, sempre pareceram tão distantes da gente. Foi uma experiência transformadora, não só para mim, como para outros tantos voluntários. Formamos não só uma equipe, mas um exército de voluntários. A energia dessas pessoas, a quantidade de doações que chegavam era algo incrível, reconhecida até por pessoas que trabalharam em outros desastres. Ver esse pessoal trabalhando sem parar, as vezes com dor, nos mantinha de pé para continuar. Conseguimos fazer muito.

FOI NOTÍCIA

Detran emite CNH gratuita aos atingidos

Departamento de Trânsito do RS iniciou na sexta, 15, emissão gratuita de CNH aos atingidos pela enchente, que perderam a documentação. Atendimento é feito nos Centros de Formação de Condutores (CFCs) das localidades. Mais informações no site do departamento.

Presidente Lula sanciona lei que de ne regras para vacinação humana em estabelecimentos privados. Texto prevê que locais estejam licenciados para a atividade e que tenham responsável técnico, obrigatoriamente com formação médica, farmacêutica ou de enfermagem.

TSE marca audiência para recurso de Bolsonaro

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marca para 22 de setembro julgamento do recurso contra a inelegibilidade de oito anos, do ex-presidente Jair Bolsonaro. Audiência ocorre em plenário virtual. A análise do recurso está prevista para terminar dia 28 deste mês.

2 | A HORA EDITORIAL
“Formamos não só uma equipe, mas um exército de voluntários”
O Vale do Taquari carrega consigo uma história de superação. Com base nas características da formação regional, tem-se as referências para ultrapassar dificuldades”
Morre pintor e escultor Fernando Botero Novas regras para vacinação
Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
Mateus Souza mateus@grupoahora.net.br ARQUIVO PESSOAL

Um plano. Um plano. E, um plano. Já!

Enquanto choramos pelos mortos e lutamos para nos reerguer, precisamos aprender que sem um plano concreto de prevenção contra enchente continuaremos vulneráveis, impotentes e negligentes

Atragédia expôs nossa displicência e nos força a sermos melhores. Por aqueles que se foram, pelos que ficam e aos que virão, temos a obrigação de levar a sério o planejamento de uma região suscetível à inundação. Fazer de conta e empurrar com a barriga não se admite mais.

O golpe foi duro. Fomos à lona. Em Roca Sales e Muçum, ao nocaute. Perdemos meia centena de pessoas que até o domingo antes do dia 4 ainda sonhavam com a gente. Mas morreram com a enchente. Um tanto de milhares foram salvos pela coragem e abnegação de quem não aceitava a morte, mesmo que a própria vida estava por um fio. Heróis que surgiram dos céus e das águas. Quanta superação.

Medo, pavor, perigo, incredulidade, imprudência, despreparo, superação, desespero, prejuízo e mortes: a síntese da maior tragédia natural do RS. As cenas de guerra, como o resgate de milhares de pessoas por helicóptero, precisam nos tocar o su ciente para jamais passarmos pela mesma coisa do mesmo jeito. Trata-se de uma decisão de todos nós.

As histórias incríveis e emocionantes de sobreviventes –contadas nas páginas a seguir e nos canais digitais do Grupo

A Hora – servem para decidirmos jamais passar pela mesma coisa do mesmo jeito. Enchentes

virão. Maiores ou menores, é da natureza. Só nos resta uma única e inadiável tarefa: planejar e organizar melhor a ocupação de nossas cidades ribeirinhas e não subestimar a força e a capacidade fatal das águas.

Ainda estamos sob efeito da comoção. As imagens e os relatos ainda impactam mundo afora, mas, infelizmente, o tempo se encarrega de fazer do episódio uma triste e sombria lembrança da história do Vale. A tarefa de reocupar as cidades e áreas atingidas será nossa, principalmente. A comoção, cedo ou tarde, vai passar. E nós vamos ficar. O socorro que vem dos governos federal e estadual é imperioso. Aliás, é exemplar a presença do Estado enquanto ente maior desde

a consumação da tragédia. R$ 4,1 bilhões de recursos anunciados é bastante, mas insuficiente. Precisamos de mais. Bem mais.

O trabalho é árduo, tanto braçal, mental e também financeiro. Um contexto de ações se ergue diante do caos que ainda se impõe em Muçum, Roca Sales e em algumas áreas em Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Estrela, Encantado, Colinas e Lajeado. Um dia após o outro e as notícias melhoram.

A necessidade urgente ainda é devolver a dignidade para milhares de desabrigados, recolocar os alunos para as escolas, reocupar empresas e viabilizar a economia.

E convenhamos, não é pouco. Passada essa tarefa mais dramática, vem o planejamento de prevenção. Um plano de prevenção contra

enchente já! É o carimbo estampado na capa do jornal A Hora. Ele só sairá dali quando a região consumar projetos e ações que nos tornem mais preparados , em todos os sentidos, para encarar a elevação do nível dos rios.

A displicência e a histórica omissão nos custam caro. Em vidas e em dinheiro. Um plano de prevenção contra enchente, já. Poder Público, Ministério Público, entidades classistas, comitês de bacias, universidades e sociedade civil têm a obrigação de dar uma resposta na dimensão da tragédia. Chegou a hora de separar o “joio do trigo” e, de uma vez por todas, encarar a questão com a maturidade que se exige. Tudo ao contrário disso é apostar na sorte e insistir no desleixo.

A HORA | 3 Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023 FERNANDO WEISS
fernandoweissahora@gmail.com
ALDO LOPES

rodrigomartini@grupoahora.net.br

RODRIGO MARTINI

Evacuação: um tabu a ser quebrado

TIRO

- O “aluguel social” é a uma das principais apostas para mitigar os problemas habitacionais gerados pela enchente. Mas, e de acordo com os valores propostos pelos governos municipais, será preciso convencer muitos proprietários de imóveis a arcarem com eventuais prejuízos. E isso não é simples. Mas vamos torcer pela solidariedade e acreditar que tudo vai ocorrer de acordo com o esperado.

- Sirenes, alto-falantes, réguas em diversos pontos alagáveis da cidade são alguns dispositivos que os governos municipais precisam instalar de forma urgente nas áreas de maior risco. Não há desculpa para seguir negligenciando a funcionalidade dessas ferramentas. Chega de omissão.

- A próxima reunião-almoço da Acil de Lajeado – em parceria com a CIC/VT – receberá o Diretor de Relações Institucionais da AEGEA Saneamento, Fabiano Dallazen. Em debate, os desafios do saneamento básico. O evento ocorre no dia 26 de setembro.

- O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou o ex-deputado federal Jean Wyllis por crime de injúria contra o governador Eduardo Leite. Na peça, a promotora de justiça Cláudia Lenz Rosa ressalta que Wyllis ofendeu a dignidade de Leite “em razão de sua orientação sexual”.

Nenhum plano de prevenção às cheias e desastres naturais vai funcionar a pleno se a população não compreender a importância da evacuação. É isso. A Defesa Civil e os demais órgãos de segurança pública não têm poderes suficientes para retirar à força os moradores de suas casas. Talvez até existam normas ou trechos de legislações que permitam tal ação. Mas uma coisa é o que está

no papel timbrado e assinado por um agente público que vive dentro de um gabinete. E outra coisa bem diferente é a realidade nua e crua de quem está no front. No caso, os agentes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, e também os não menos corajosos voluntários que, ano após ano, se arriscam para salvar amigos, vizinhos e até mesmo desconhecidos. Quem está na ponta dessa complexa missão sabe a dificuldade de convencer

uma pessoa a deixar a própria casa e se refugiar em um ginásio. Afinal, a evacuação costuma ser provocada muito antes da água chegar próxima à residência, em um momento de suposta tranquilidade. Portanto, é preciso trabalhar de forma intensa na construção de planos robustos de prevenção, mas a conscientização coletiva será a grande virada de chave. Sem essa consciência, o tabu persiste e nem o melhor dos planos evitará as mortes.

- Só o Hospital Bruno Born já registrou 94 atendimentos relacionados à enchente. Além dos casos iniciais, especialmente de hipotermia, foram muitas lesões geradas durante os serviços de limpeza, e muitos sintomas de mal-estar após contato com a água suja.

- A inflação nos preços de alguns produtos, registrada após os eventos climáticos da semana passada, será devidamente avaliada pelo Procon/ RS. Aliás, já são diversas as denúncias e investigações em andamento. O “olho gordo” de uma infeliz minoria não vai passar em branco.

- Os prefeitos começam a anunciar diversos planos de recuperação. São milhões a serem injetados na economia local, sem contar os bilhões anunciados pelos governos estadual e federal. É um alento e tanto para quem, a poucos dias atrás, não enxergava qualquer luz no fim do túnel. Desde que os recursos efetivamente cheguem até as pontas mais vulneráveis. Caso contrário...

Uma enxurrada de descasos

A tragédia causada pela elevação dos níveis do Rio Taquari e seus afluentes causou dezenas de mortes, bilhões em prejuízos financeiros e estruturais, e vai deixar uma eterna cicatriz na alma e no coração dos moradores do Vale do Taquari. E mais. A segunda maior enchente da nossa história também desnudou o descaso do Estado com diversas instituições públicas. Escolas, promotorias, fóruns e outras sedes de serviços básicos à população ficaram submersos e sofreram com alguns danos e perdas irreparáveis. Mas eu gostaria de salientar as condições de trabalho das forças de segurança. Além da Delegacia Regional, em Lajeado, os prédios da Polícia Civil de Roca Sales e de Arroio do Meio também foram inundados e parcialmente

destruídos. Assim como a sede do 40º Batalhão da Polícia Militar, em Estrela. E agora todos sabem dessa vergonhosa realidade.

Os vídeos e fotografias dessas estruturas inundadas são indigestas.

Nas imagens, é possível verificar documentos, computadores e outros materiais oficiais de trabalho das corporações literalmente boiando nas águas sujas da enchente. As perdas são imensuráveis, reforço. É humilhante para a dignidade dos gaúchos verificar as condições de trabalho dessas instituições tão fundamentais para a segurança de todos. É um descaso criminoso por parte dos governantes e órgãos fiscalizadores. Não é admissível que, por tantos anos, as estruturas da Polícia Civil estejam instaladas em áreas de risco ou alagáveis. É

vergonhoso. É deprimente. É o retrato de um Estado que, historicamente, negligenciou os necessários investimentos em melhores estruturas de trabalho e permitiu o sucateamento das forças policiais em detrimento às inúmeras superficialidades eleitoreiras. Que a cheia histórica da semana passada sirva como um divisor de águas para tanto descaso e negligência. A sociedade gaúcha merece mais. E os servidores públicos também, é claro!

Tapa-buraco insu ciente

O Daer realizou, em julho passado, uma operação tapa-buracos na Rodovia Aleixo Rocha, a principal via de acesso para a cidade de Taquari. O serviço foi necessário diante do acúmulo de buracos gerados pelas fortes chuvas daquele período. Pois bem. Passados dois meses da conclusão daquelas “obras”, e diante de mais uma sequência de chuvas intensas sobre o frágil asfalto da estrada estadual, a buraqueira voltou. E, de acordo com as imagens captadas nas proximidades da Fazenda Girassol, a impressão é de que o serviço realizado em julho foi pra lá de insuficiente.

4 | A HORA Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
ALDO LOPES
A HORA | 5 Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023

Município avalia condições de imóveis e prepara casas em pré-fabricadas

Proposta é debatida com a Caixa Econômica Federal. Há dois terrenos disponíveis, um entre os bairros Jardim do Cedro e Conservas, outro entre o Igrejinha e Planalto. Total de unidades pode chegar a 230 residências

Filipe Faleiro filipe@grupoahora.net.br

LAJEADO

Equipe do setor de Engenharia e Planejamento do governo de Lajeado elaboram diagnóstico sobre os dados da catástrofe dos dias 4 e 5 de setembro. Em uma análise preliminar, são pelo menos 80 residências destruídas. Ainda não se tem informação quanto aos imóveis condenados.

Como forma de agilizar moradia

às famílias mais prejudicadas, o Executivo prepara um projeto para construções em pré-moldado. Na tarde dessa quinta-feira, o prefeito Marcelo Caumo e o engenheiro do município, também vereador pelo Progressistas, Isidoro Fornari, tiveram uma reunião com integrantes do Ministério da Habitação e também com diretores da Caixa Econômica Federal.

Em um primeiro momento, o projeto é garantir pelo menos

150 residências. Pela agilidade na construção, cada unidade pode ser finalizada em pouco mais de duas semanas, diz Fornari. A proposta foi apresentada e analisada para ter recursos por meio do programa Minha Casa Minha Vida.

Há dois terrenos do município disponíveis para receber as moradias. Um fica no Jardim do Cedro, perto do Santo Antônio. O outro entre o Igrejinha e o Planalto.

Pelo modelo, há possibilidade

Até sexta eram:

Desabrigados

371

São 80 crianças

Desaparecidos:

2

Abrigos Imigrante São 92 famílias 286 pessoas

São Cristóvão

48 famílias 85 pessoas

Em Lajeado, município criou Centro de Atendimento, para agilizar cadastro de famílias prejudicadas nos programas de assistência social e de habitação

de residências com medição de 84 metros quadrados ou de 42m² para avaliar diferentes possibilidades de valor. De acordo com Fornari, há três semanas o Executivo havia cadastrado a construção de casas populares.

O total de 150 unidades é o

máximo previsto pela legislação. Devido aos estragos da enchente, o município acredita ser possível conseguir liberação para mais residências. O assunto foi levado ao governo federal.

O total de 150 unidades é o máximo previsto pela legislação. Devido aos estragos da enchente, o município acredita ser possível conseguir liberação para mais residências. Em cima disso, também existe a possibilidade de mais 80 moradias pela categoria calamidade.

6 | A HORA Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
DIVULGAÇÃO

Acordo isenta tarifa de água para atingidos pela enchente

Medida atende 8 mil residências e salas comerciais. Assinatura ocorreu em Arroio do Meio na sexta-feira

Um acordo assinado na sexta-feira, 15, isenta por até 90 dias residentes de sete municípios atingidos pela cheia do Rio Taquari de pagar a tarifa de água. O pacto foi firmado entre o Ministério Público do Rio Grande do Sul, Defensoria Pública do Estado e Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).

O acordo prevê a isenção da cobrança de qualquer consumo de água registrado, no período de 30 trinta dias, contados a partir de 2 de setembro, de residências e comércio dos municípios ribeirinhos que tenham sido diretamente impactadas pelos eventos climáticos. Para residências e comércio cadastrados no benefício da Tarifa Social e cujo benefício esteja atualizado junto à Assistência Social dos municípios e junto à Corsan, o prazo de isenção será de 90 dias.

Cerca de 8 mil economias devem ser beneficiadas, entre residências e estabelecimentos comerciais. Também não serão feitos cortes por atraso de conta. Haverá ainda a preservação do valor médio

das seis últimas contas para quem acolheu pessoas e teve aumento na despesa com água.

A formalização do acordo ocorreu no gabinete do prefeito de Arroio do Meio, Danilo Bruxel, e contou com as assinaturas do promotor de Justiça Sérgio da Fonseca Diefenbach, do subdefensor público-geral do Estado, Alexandre Brandão Rodrigues, do defensor público Rafael Pedro Magagnin, da presidente da Corsan, Samanta Popow Takimi, do vice-presidente da Aegea, Leandro Marinho, e dos prefeitos dos municípios de Bom Retiro do Sul, Lajeado, Encantado, Roca Sales, Cruzeiro do Sul, Estrela e Arroio do Meio, na presença do vice-governador do Estado, Gabriel Souza.

Em sua manifestação, o promotor de Justiça Sérgio Diefenbach ressaltou que “o ato nos ensina que é possível construir alternativas sem embate. Todos nós, juntos, sem brigas, em prol da nossa população”. O acordo foi motivado pelas demandas dos prefeitos dos municípios ribeirinhos do Vale do Taquari. Em conjunto a isso, o atendimento feito pelo MPRS e DPE nesses municípios, desde a enchente.

A HORA | 7 Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
Arroio do Meio Henrique Pedersini Medida foi anunciada durante reunião com prefeitos e vice-governador

365 VEZES NO VALE

365vezesnovaledotaquari@gmail.com

Destruída pela enchente,

sorveteria de Muçum confirma reconstrução

Difícil encontrar algum morador de Muçum que não conheça a Sorveteria do Keko. Com 50 anos de tradição, ganhou selo de sorvete legítimo da Princesa das Pontes. Para muitos bairristas, é o melhor sorvete do mundo.

Em agosto, o 365 vezes no vale foi testar a fama do Keko. Saímos surpreendidos pela variedade do bufê. São mais de 40 sabores artesanais que rodam pelo empreendimento. Alguns bem inusitados, como a geleia com queijo que era sensação daquela época.

Quem imaginaria que um mês depois dessa visita, os belos ambientes da sorveteria deixariam de existir. Como todo o centro de Muçum, o estabelecimento foi devastado pela enchente.

Na tentativa de salvar a matéria-prima e maquinários, os proprietários levaram para um pavilhão e para a casa – pontos onde a cheia do rio nunca havia chegado até o fatídico 5 de setembro de 2023.

“Nas outras enchentes a água atingiu no máximo um metro da sorveteria. Dessa vez, ultrapassou dois metros do segundo andar. Perdemos tudo”, resumiu o proprietário Humberto Augusto

Simonaio, o Keko.

Conversamos com ele na quintafeira de manhã momento em que a família trabalhava na limpeza da sorveteria. Mesmo com prejuízo que pode chegar aos seis dígitos, Keko confirma a retomada das atividades do ponto turístico. Expectativa é abrir a sorveteria ainda no veraneio 2023/2024.

A motivação para continuar vem dos próprios clientes. “O

@casaldurasrodas_rs

Famosos pelas viagens de motocicleta, o Kelvis e a Monique estavam por Imigrante em agosto. É claro que o casal registrou a passagem pelo imponente Convento São Boaventura, no distrito de Daltro Filho.

pessoal gosta muito do sorvete, dizem que não pode parar. Por isso, vamos seguir em frente”, confirma Keko.

Uma campanha online de doações está sendo organizada para reconstrução da Sorveteria do Keko. Meta é alcançar R$ 10 mil. Interessados podem auxiliar no site vakinha.com.br (Ajude o Keko). O link está na página do Instagram: @sorveteskeko.

@anaaoliveira__

A Ana Paula de Oliveira foi conhecer o pôr do sol mais famoso de Bom Retiro do Sul. É claro que estamos falando do Cerro dos Gomes e o show de cores proporcionado pela natureza.

Use a #365_vezes_no_vale e compartilhe as belezas da região conosco!

8 | A HORA Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023 FÁBIO KUHN
Sorveteria instalada na rua Barão do Rio Branco, centro de Muçum, projeta reabrir no veraneio de 2023

ARTIGO

LUCAS SCAPINI

A importância do TRC na reconstrução do Vale do Taquari

Recentemente, fiz nesta coluna um artigo sobre a importância do Vale do Taquari para o Rio Grande do Sul. Em 2021, para se ter uma ideia, as 18 cooperativas da região (dos mais diversos ramos da economia, tais como, Agropecuária, Crédito, Saúde, Transporte e Infraestrutura) juntas foram responsáveis pelo faturamento de R$ 6,5 bilhões - o que representou mais de 1% do PIB do estado naquele período.

Em palavras mais claras, é com muito orgulho que digo que o Vale - lugar onde eu moro - se tornou sinônimo de oportunidade de trabalho digno e remunerado, de qualidade de vida boa e um lugar de prosperidade.

Entretanto, nesta última semana, a passagem de um ciclone extratropical deixou um rastro de destruição na região. Dos 40 municípios que compõem a área, 13 cidades foram atingidas pelas chuvas fortes e, consequentemente, pelas enchentes provocadas pelo fenômeno natural. Ao todo, o prejuízo foi de mais de R$ 1 bilhão ao estado.

O prejuízo financeiro, contudo, não se compara com a dor de perder alguém próximo. De acordo com o mais recente boletim divulgado pela Defesa Civil, o número de vítimas chega a 48 pessoas.

Na minha cidade de Lajeado, por exemplo, 3 pessoas faleceram devido às enchentes.

Para piorar ainda mais o cenário, cerca de 25 mil famílias que moram no Vale se viram obrigadas a abandonar as suas casas e agora vivem na incerteza se um dia poderão reconstruí-las.

O Vale do Taquari pede socorro e, mais do que nunca, é a hora de mostrarmos o nosso amor comunitário e ajudar - da maneira que for possível - as pessoas atingidas pelas enchentes.

ARTIGO

MARCOS FRANK

Onde está a justiça?

“Se o homem falhar em conciliar a justiça e a liberdade, então falha em tudo”

Eu particularmente estou mobilizado e trabalhando em conjunto com as empresas do Grupo Scapini e com parceiros da região, como por exemplo, o prefeito Marcelo Caumo de Lajeado, e entidades do setor de transporte, como a Fetransul e o Setcergs, para colaborar com o que puder.

Nesse momento, o setor do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), como um todo, deve agir. O Vale necessita de um plano de logística alinhado com uma frota de caminhões capacitadas para entregar mantimentos básicos às famílias atingidas pelo ciclone. O que é justamente a essência do nosso setor. Somos os únicos capazes de entregar de porta em porta e pelo Brasil inteiro o que as pessoas mais precisam.

Nós que fazemos parte do TRC temos um papel social a desempenhar. Mas, acima de tudo, tenho certeza de que nós, como povo gaúcho, iremos unir as nossas forças para fazer o que for possível para socorrer nossos conterrâneos.

Qualquer tipo de doação ou ação já significa muito para as famílias atingidas pelo ciclone e por meio do site ou Instagram do Setcergs você encontra os endereços dos vários postos de arrecadação para os desabrigados. Vamos juntos ajudar o nosso Vale do Taquari a se reerguer dessa tragédia.

Themis é no mundo moderno o símbolo da justiça. No mundo grego onde nasceu, a deusa era representada com aparência sóbria, olhos abertos, com a balança nas mãos e eventualmente uma espada. Ela era a responsável pela ordem no Olimpo e por isso os juízes eram frequentemente chamados de “themisópóloi “ (os servos de Themis).

Em Roma havia Justitia, a deusa da Justiça dentro da mitologia romana. Ela foi introduzida pelo imperador Augusto e, portanto, não era uma divindade muito antiga no Panteão sendo representada originalmente por uma balança e uma espada. Justitia só foi comumente representada como “cega” por uma venda desde meados do século XVI. A primeira representação conhecida da Justiça cega é a estátua de Hans Gieng de 1543 na Fonte da Justiça em Berna e tinha pretensão satírica e de crítica acida a “cegueira da justiça”.

Feitas as distinções históricas entre as diferentes deusas representando a justiça verifiquemos os símbolos aplicados a elas:

Balanças de equilíbrio: idealmente representam a imparcialidade e a obrigação da lei de pesar as provas apresentadas ao tribunal. Cada lado de um caso jurídico precisa ser analisado e comparações feitas à medida que a justiça é feita.

Espada: simboliza a aplicação e o respeito e significa que a justiça mantém sua decisão e decisão e é capaz de agir. O fato de a espada estar desembainhada e muito visível é um sinal de que a justiça é transparente e não é um instrumento de medo. Sua lâmina de dois gumes significa que a justiça pode decidir contra qualquer uma das partes, uma vez examinadas as provas, e é obrigada a fazer cumprir a decisão, bem como a proteger ou defender a parte inocente.

Venda: apareceu pela primeira vez em uma estátua da Senhora Justiça no século 16 e tem sido usada intermitentemente desde então. Aparentemente, o seu significado original era satírico representando que o sistema judicial tolerava o abuso ou a ignorância de aspectos da lei. Porém, nos tempos modernos, a venda representa a imparcialidade e objetividade da lei e que

não permite que fatores externos, como política, riqueza ou fama, influenciem suas decisões.

No Brasil é a deusa grega, filha de Urano com Gaia, quem decora a frente do Supremo Tribunal Federal, órgão máximo da justiça brasileira e que tem dado muito o que falar ultimamente.

Themis foi esculpida pelo artista plástico Alfredo Ceschiatti a pedido do arquiteto Oscar Niemeyer e sua imagem difere das clássicas imagens gregas de Themis e romanas de Justitia. A estátua brasileira mostra uma venda nos olhos e espada no colo segura pelas duas mãos.

A venda já sabemos que é um acréscimo relativamente recente na imagem dessa divindade, mas ela tem sido representada assim nos últimos 500 anos em todo mundo ocidental. Mas estar faltando a balança dá o que pensar. Por que diabos nossa Themis não tem o mais antigo de seus símbolos? Será que o artista e o arquiteto pensaram só no aspecto estético ou estavam mandando um recado aos brasileiros de que a Justiça no Brasil usa mais a força do que o equilíbrio?

Além disso a Justiça sendo representada exclusivamente sentada também é difícil de ser encontrada. Estar sentada representa estabilidade, imutabilidade e solidez. Mas uma Justiça sentada pode também remeter a ideia de uma justiça cansada, vagarosa, lenta, despreocupada, ainda mais que na estátua de Brasília ela está com os pés em posição de descanso e não de prontidão. Algo que faz sentido quando se diz que no Brasil se deve “esperar sentado” pela justiça.

A HORA | 9 Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
Médico Neurocirurgião
No mundo grego onde nasceu, a deusa era representada com aparência sóbria, olhos abertos, com a balança nas mãos e eventualmente uma espada”
O prejuízo nanceiro, contudo, não se compara com a dor de perder alguém próximo”
CEO empresas de transporte Scapini e Diretor da Fetransul

Estrela destina R$ 17,6 milhões para reconstrução após enchente

Município calcula que prejuízos se aproximam dos R$ 650 milhões. Foco está em financiamentos para retomada das atividades econômicas e viabilidade de moradia para pessoas que perderam casas. Aluguel social gera embate entre prefeito e representantes de imobiliárias

ESTRELA

Aadministração municipal anunciou um pacote para a recuperação de pessoas atingidas pela enchente da primeira semana de setembro. Líderes de diversos setores da sociedade participaram do encontro, que ocorreu no gabinete do prefeito Elmar Schneider, na manhã da sexta-feira, 15. O “Renasce Estrela” disponibiliza R$ 17,6 milhões em benefícios à população e melhorias na cidade. A iniciativa foi encaminhada aos vereadores em três projetos de lei, e Schneider colocou à disposição o gabinete para a reunião do legislativo, uma vez que a câmara também foi afetada pela enchente. Minutos após o anúncio, uma sessão definiu pela aprovação das propostas, que validaram

os termos do programa.

O programa está dividido em quatro segmentos: cidadania, economia, agricultura e social. Para produtores rurais e empreendedores serão concedidos empréstimos que variam de R$ 10 a 20 mil, com isenção de juros e carência de seis meses. A Sicredi Ouro Branco sinalizou que será parceira do governo municipal na iniciativa.

Residências temporárias

Os aluguéis sociais estabelecidos pelo governo serão concedidos pelo período de seis meses, com possibilidade de renovação pelo mesmo período. O valor custeado será de R$ 700 por mês a cada moradia, com 200 moradias disponíveis. Ainda no âmbito da habitação, a Associação dos Funcionários da Prefeitura de Estrela (Aspume) cedeu o espaço na sede

campestre do bairro Pinheiros para a construção de casas provisórias.

Poderão se inscrever no programa famílias que tiveram a moradia totalmente destruída pela enchente, ou que tenham a residência interditada pela Defesa Civil. Os imóveis à disposição devem estar fora da área de risco. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação (SEDEH) será responsável pela coordenação dos benefícios.

Repercussão nas entidades

Os setores empresarial e agrícola participaram da reunião e saíram satisfeitos. No entanto, existe uma grande expectativa em relação a anúncios feitos pelo Estado e pela União. “É uma boa iniciativa para os pequenos empreendedores. Agora, para os maiores espero que os governos estadual e federal, pelo BNDES e BRDE, consigam tirar do papel essas propostas”, ponderou o presidente da Câmara de Comér-

cio, Indústria, Serviços e Agronegócio (Cacis), Gerson Strehl. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Estrela, Rogério Heemann, o auxílio ao agricultor é fundamental para garantir a sequência das atividades. “É um valor que não vai resolver o problema de ninguém, mas vai ajudar muito. Tivemos uma perda muito significativa, então temos uma preocupação nesse sentido.”

Tensão com imobiliárias

Minutos depois da apresentação, representantes das imobiliárias se posicionaram sobre a dificuldade de encontrar imóveis que se enquadrem nos parâmetros estabelecidos pelo governo. Uma das sugestões foi a de reunir duas famílias em imóveis maiores, com o custo de R$ 1,4 mil. A manifestação incomodou o prefeito. “Não dá para pensar em um aluguel de R$ 1,5 mil, R$ 2 mil, esse é o momento de se dar as mãos”, exclamou Schneider.

Os R$ 17,6 milhões do Renasce Estrela

* Renasce Cidadania

- R$ 4 milhões para limpeza de vias

- R$ 3 milhões para recuperação de parques, praças e prédios públicos

* Renasce Economia

- R$ 5 milhões em empréstimos para Micro e Pequenos Empresários, MEIs e autônomos

* Renasce Agricultura

- R$ 2 milhões em empréstimos para agricultores familiares

- R$ 2 milhões para recuperação de estradas rurais

* Renasce Social

- R$ 1,6 milhão para alugueis sociais de 200 famílias

Pacote tem medidas para retomadas de empresas e agricultores, recuperação de estruturas públicas e habitação para pessoas que perderam casas na enchente

Números da enchente

R$ 637 milhões estimativa de prejuízos

783 casas destruídas ou condenadas

84 casas levadas pelas águas

12.654 pessoas atendidas

193 famílias desalojadas

97 famílias desabrigadas

5.110 cestas básicas distribuídas

1.048 voluntários atuaram na cidade

* dados até o m da manhã de 15 de setembro

10 | A HORA Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
JHON WILLIAN TEDESCHI

Programa Seja desenvolve nos jovens o controle de emoções

Iniciativa voltada à educação socioemocional atua no desenvolvimento do autoconhecimento, escuta empática e compreensão emocional. No período pós enchente, reforça a importância do acolhimento das crianças

LAJEADO

Apoio, escuta e compreensão. Palavras que, desde a segunda-feira da semana passada, 4, acompanham a rotina da população do Vale do Taquari. Nas escolas, alunos atingidos direta e indiretamente encontram um espaço seguro para compartilhar os sentimentos em relação ao acontecido. Nessas ocasiões, o Seja entra como um grande aliado.

O programa faz parte do Pacto Lajeado pela Paz, como um projeto de educação socioemocional e de prevenção à violência, voltado para o Ensino Fundamental. O objetivo é desenvolver habilidades socioemocionais capazes de prevenir comportamentos de risco, auxiliar na compreensão dos próprios sentimentos e melhorar a qualidade de vida dos estudantes, incluindo a família e a comunidade.

Orientadora educacional na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Universitário, Marieli Ferrari Bach afirma que o Seja, principalmente nesse momento, é fundamental para as crianças. “O aluno consegue compreender as emoções e sentimentos próprios e dos colegas também. Assim, quando realizamos os círculos, eles estão preparados para falar sobre o que sentem e, mais importante, tem habilidades de compreender e auxiliar o próximo”.

Marieli comenta que muitas crianças repassam os aprendizados do programa em casa. Ela explica que, além dos círculos de construção de paz, o programa conta com uma cartilha de atividades interativas. Entre os tópicos abordados estão as chaves de compreensão, que trabalham a importância da escuta atenciosa.

Metodologia em tempos de enchente

Facilitadoras trabalham com o

programa nas salas de aula a partir de círculos de construção de paz. A atividade é voltada para a construção de um ambiente respeitoso e igualitário, mostrando que o olhar empático é essencial para o dia a dia. Segundo a orientadora da EMEF

São José de Conventos, Cristiane Luceno, desde o retorno das aulas, na última segunda-feira, 11, após a cheia, as crianças mostram uma necessidade grande de falar sobre o assunto. Para a facilitadora, essas ações reforçam o sucesso do programa na alfabetização emocional dos pequenos.

“Nesses momentos percebemos a importância dos círculos. O colocar para fora e deixar a emoção fluir para curar as feridas está sendo muito necessário. Aqui em Conventos não tivemos enchente como em outros locais, mas as crianças trazem histórias de familiares e amigos que mexem muito com elas”, detalha.

Orientadora educacional da EMEF Vida Nova, Daiana Stürmer, acrescenta que a temática também foi muito abordada na escola, com relatos emocionantes de estudantes sobre pessoas próximas. “Em todas as turmas ficou perceptível a empatia e solidariedade frente à situação das pessoas mais atingidas pela enchente”.

A profissional também frisa que o ato de escuta e acolhida é importante para que todos se sintam pertencentes à comunidade e participativos na construção de uma sociedade mais empática e solidária, reforçando os pilares trabalhados no programa.

Resultados

Entusiasmo para os encontros. Essa é a afirmação das três orientadoras sobre o sentimento dos alunos em relação aos dias de programações do Seja. Elas detalham que, conforme o tempo passa, as crianças mostram mais interesse nos momentos de conversa e acolhida.

Daiana comenta que os resultados não aparecem apenas agora no momento pós cheia. “Todos são impactados com o programa. O professor tendo um olhar mais atento e recep-

Chaves de compreensão

- Olhar: ver o que está acontecendo e entender se, na situação, as pessoas precisam de ajuda;

- Perguntar: antes de fazer qualquer movimento que tenha relação ao acontecido, perguntar para a pessoa envolvida se precisa de alguma ajuda e como pode auxiliar;

- Ajudar: conforme os pedidos da pessoa, ajudar da melhor maneira possível e como for viável para quem está ajudando.

Alunos impactados nas escolas

- EMEF São José de Conventos: 220

- EMEF Universitário: 260

- EMEF Vida Nova: 566

- Total da rede pública municipal e estadual: cerca de 9 mil

Acesse o QR Code e con ra a reportagem

tivo às demandas emocionais dos estudantes e os alunos que levam essas aprendizagens para fora dos muros da escola, para suas casas e comunidade”, reforça.

A HORA | 11 Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
*Estagiária. Texto sob supervisão de Bibiana Faleiro
ANA LORENZINI
Projeto atua na educação socioemocional a partir de círculos de construção de paz

CENÁRIO PÓS-ENCHENTE

Antes e depois da maior tragédia natural da história do Vale

Municípios como Muçum e Roca Sales tiveram severos prejuízos econômicos e sociais com a cheia do começo deste mês. Imagens aéreas comparam locais atingidos na região. Especialista enumera falhas e aponta “pouco avanço” na comparação com 2020

ESPECIAL

Amaior tragédia natural da história do Rio Grande do Sul deixou um rastro de destruição no Vale do Taquari. Foram milhares de famílias impactadas, 48 mortes e bilhões em prejuízos econômicos. A reconstrução nas cidades começa a sair do papel, mas exigirá resiliência e também uma vigilância constante sobre o que fora prometido por autoridades.

Imagens aéreas feitas pelo jornalista Fábio Kuhn, da página 365 vezes no vale, apontam que a recuperação dos municípios não será tão simples. Sobretudo naqueles onde a força do Rio Taquari devastou áreas urbanas quase que em sua totalidade, como é o caso de Muçum e Roca Sales, ambos na parte alta da região.

Mas cidades como Arroio do Meio, Bom Retiro do Sul, Colinas,

Uma coisa é saber o nível de água. Outra coisa é saber: minha casa vai ser inundada?

Isso deveria aparecer com maior rapidez, de uma forma mais transparente. E essas pessoas precisam saber o que fazer numa iminência de inundação”

Cruzeiro do Sul, Encantado, Estrela e Lajeado, Taquari e Venâncio Aires também terão uma tarefa árdua pela frente. Residências, prédios públicos, comércios, em-

Uma das cidades mais impactadas pela cheia apresenta trechos irreconhecíveis. Até mesmo as ruas

presas, estradas e pontes foram danificados ou levados pelas águas. Além da reconstrução, também se faz necessária a elaboração de um plano de prevenção contra enchentes mais abrangente e eficiente. A cheia histórica deste mês expôs uma série de falhas no sistema de monitoramento. No auge da situação mais crítica, a região ficou sem as informações necessárias sobre a medição do rio.

“Evoluímos pouco”

Professor do Departamento de Hidromecânica e Hidrologia da UFRGS e doutor em recursos hídricos e saneamento ambiental, Walter Collischonn avalia que a região pouco avançou em relação à enchente de 2020, quando o nível do Rio Taquari chegou a 27,39 metros. Em entrevista ao progra-

ma Frente e Verso dessa sextafeira, 15, pontua que a criação de um Sala de Situação foi uma das principais medidas tomadas desde aquele episódio.

“Só que as previsões tem sido baseadas em previsões meteorológicas. Isso deve ser feito com antecedência de alguns dias, para que possa ser emitido um sinal de atenção, um pré-alerta. Que é quando algum evento potencialmente perigoso está a caminho. Mas é necessário um monitoramento para permitir a elaboração de previsões baseadas em dados medidos”, frisa.

Collischonn entende que, desde o primeiro momento, era possível constatar que a cheia atingiria níveis históricos. “Apresentava sinais de que seria um evento extraordinário com antecedência. Utilizamos Serafina Corrêa

como exemplo. Às 17h de segunda-feira (dia 4) já havia chovido algo em torno de 280 milímetros em 24 horas. Tanta chuva em um curto tempo resulta numa cheia grande”.

O especialista lembra que o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) utiliza apenas dados medidos pela companhia e que, em momentos cruciais, não funcionou. “Tem que garantir que essas estações tenham confiabilidade muito alta e consigam medir corretamente”.

Soluções imediatas

Para Collischonn, é preciso evoluir com um mapeamento mais preciso em todas as bacias hidrográficas do RS com potencial perigo de inundação, não apenas na Bacia do Taquari/Antas. Cita que é um trabalho que deve ser feito

Muita lama no entorno, casas totalmente destruídas e um cartão-postal comprometido: retrato de Muçum após o trágico episódio do começo do mês

12 | A HORA Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
WALTER COLLISCHONN DOUTOR EM RECURSOS HÍDRICOS E SANEAMENTO AMBIENTAL
Mateus Souza mateus@grupoahora.net.br
MUÇUM
ROCA SALES
ANTES ANTES DEPOIS

SALES

ruas da área central ficaram completamente desfiguradas após a cheia histórica

numa escala estadual ou regional para que não fique sob responsabilidade apenas dos municípios.

“Uma coisa é saber o nível de água. Outra coisa é saber: minha casa vai ser inundada? Isso deveria aparecer com maior rapidez, de uma forma mais transparente. E essas pessoas precisam saber o que fazer numa iminência de inundação”, observa.

Outro ponto é a melhoria na capacidade de previsão e alerta, com uma comunicação mais efetiva com a sociedade para as respostas. “É preciso ampliar o sistema de monitoramento com instrumentos confiáveis. Seja o CPRM ou outro órgão. Precisa de técnicos qualificados, instrumentos para fazer essa medição, equipes que possam fazer a substituição de equipamentos nos diferentes locais, de forma extremamente rápida e eficaz”.

As maiores enchentes do Vale do Taquari

1º (1941) 29,92 metros

2º (2023) 29,62 metros

3º (1956) 28,86 metros

4º (1946) 27,40 metros

5º (2020) 27,39 metros

Detalhes do Rio Taquari

- A Bacia hidrográfica Taquari/Antas representa 9% da área do Rio Grande do Sul;

- Ocupa uma área de 4,1 mil hectares;

Tem uma extensão de 156,65 quilômetros;

- A largura média é de 150 metros;

- Passa por um total de 37 municípios, com mais de 360 mil habitantes;

- Nestas cidades, ocupa uma área aproximada de 486,9 hectares;

6º (1954) 27,35 metros

7º (2001) 26,95 metros

8º (2011) 26,85 metros

9º (2008) 26,65 metros

10º (1959) 26,63 metros

Água chegou até as imediações da Praça Dona Laura, o que não havia ocorrido em inundações anteriores

LAJEADO

Inaugurado ano passado pelo município, Parque Ney Santos Arruda enfrentou sua primeira grande enchente e ficou totalmente submerso

A HORA | 13 Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
CRUZEIRO DO SUL
DEPOIS DEPOIS DEPOIS
ANTES ANTES

ANTES

ESTRELA

Atrativo turístico inaugurado recentemente na cidade, o Parque da Lagoa praticamente sumiu do mapa após a enchente deste mês. No local, restaram apenas a lama, sujeira e alguns entulhos.

COLINAS

Praça que abriga diversos eventos no município foi devastada pela cheia do Rio

Taquari. Algumas estruturas resistiram à força das águas. Outras, no entanto, foram levadas.

ARROIO DO MEIO

A área central do município sofreu poucos danos. No entanto, os bairros mais próximos ao rio ficaram debaixo d’água nesta enchente, com diversas casas destruídas e outras tantas danificadas.

ENCANTADO

Em uma das vistas mais encantadoras do Vale, é possível ver o tamanho da destruição na natureza, com danos irreversíveis e outros que demorarão para serem recuperados.

14 | A HORA Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
ANTES ANTES ANTES DEPOIS DEPOIS DEPOIS DEPOIS

Vale acompanha pelo menos 29 suspeitas de leptospirose

Doença é transmitida pela água ou alimentos contaminados com urina de rato. Venâncio Aires também monitora quatro pacientes. Hepatite A e tétano são outras preocupações dos órgãos de saúde

Doença transmitida por meio do contato com água ou alimentos contaminados com a urina de rato, a leptospirose está entre as doenças que preocupam os órgãos de saúde depois da enchente. No Vale do Taquari, pelo menos 29 casos suspeitos estão

em acompanhamento. Venâncio Aires também contabiliza quatro casos em avaliação.

Coordenadora da vigilância epidemiológica de Lajeado, Juliana Demarchi destaca que só no município são 21 pacientes com suspeita da doença. Todos adultos de 20 a 62 anos, que tiveram contato direto com a enchente ou auxiliam na limpeza. Em Taquari são três casos, em Teutônia um, Encantado dois, e em Bom Retiro dois suspeitos até a tarde de sextafeira, 15.

“Estamos com todas as equipes orientadas. É importante que a gente tenha os cuidados mínimos para preservar a nossa saúde”, reforça Juliana.

No caso da leptospirose, os sintomas mais frequentes são dor de cabeça, dor no corpo e febre, associados à exposição a um ambiente contaminado. O paciente que apresentar o quadro deve se dirigir a uma Unidade Básica de Saúde (UBS), para receber a medicação.

“Já se inicia o tratamento pensando em leptospirose, independente do diagnóstico laboratorial. O tratamento deve ser no início,

 Proteja os pés e as mãos com botas e luvas de borracha ou sacos plásticos duplos;

 Jogue fora medicamentos e alimentos que entraram em contato com as águas da enchente, mesmo que estejam embalados com plásticos ou fechados;

Lave bem as mãos antes de preparar alimentos e ao se alimentar;

Procure beber sempre água potável. Para garantir que a água

até 48h depois de identificados os sintomas”, ressalta Juliana. Em geral, a doença é tratada de forma tranquila, com antibióticos básicos disponíveis pela rede pública de saúde. Mas a demora para começar o tratamento pode evoluir

Casos na região

Lajeado: 21 suspeitos

Estrela:

Não há casos identificados. Município trabalha em ações de mapeamento e prevenção

Arroio do Meio: Não há casos identificados

é segura para consumo, ferva-a por ao menos um minuto;

 No caso dos utensílios domésticos, lave-os com água e sabão. Depois, prepare uma solução desinfetante diluindo um copo de água sanitária comercial em quatro copos de água. Deixe os objetos de molho por pelo menos uma hora;

 Se tiver poço em casa e ele tenha sido atingido pela enchente, é necessário fazer a desinfecção, por meio de orientação da Vigilância Sanitária.

para um quadro mais grave. De acordo com a profissional, a letalidade da doença é de 40%.

Além da leptospirose, a profissional ressalta outras doenças transmitidas pela água ou alimentos contaminados, como a Hepatite A, sem

Taquari: 3 suspeitos

Bom Retiro: 2 suspeitos

Encantado: 2 suspeitos

Teutônia: 1 suspeito

Venâncio Aires: 4 suspeitos

registros de casos no município ainda, e o tétano, pela contaminação por ferimentos. Outro cuidado é com animais peçonhentos, como cobras e escorpiões que estão fora do seu habitat natural e buscam refúgio nos escombros e casas, assim como mordidas e ferimentos causados por cães e gatos.

A HORA | 15 Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
VALE DO TAQUARI bibianafaleiro@grupoahora.net.br
Cuidados depois da enchente

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16 | A HORA Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023 AH
A HORA | 17 Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023 AH

Falha na identificação faz família velar pessoa errada

IGP reconhece equívoco na identificação de uma das 22 vítimas das enchentes

VALE DO TAQUARI

Uma família de Muçum sepultou a pessoa errada após erro do Instituto Geral de Perícias (IGP). Se trata de uma mulher e a identidade não foi informada. O equívoco ocorreu na unidade de Porto Alegre e a direção do órgão reconheceu o episódio.

Conforme o instituto, os laudos foram revisados e foi constatada a necessidade de contraprova. Pela análise do DNA após a exumação se confirmou a necessidade de corrigir.

O fato foi considerado como

“erro grave” pelo IGP. O corpo da mulher estava em um conjunto de 22 vítimas que aguardavam identificação. Pela análise da falha, o procedimento foi análise das impressões digitais e reconhecimento familiar.

Pela reavaliação, o novo laudo apontou a impossibilidade de confirmação pelas digitais devido a degradação do cadáver. O corpo foi desenterrado e submetido a exames de DNA. O erro gerou a abertura de um processo dentro da corregedoria. Como punição, o responsável pode receber uma advertência ou até a exclusão do serviço público.

IML identifica mais duas vítimas

Os irmãos Lincoln Henning, 7, e Larah Henning, 7 meses, de Roca Sales, foram confirmados entre as vítimas. Com isso, são 37 óbitos com as identidades reconhecidas pelas autoridades. Conforme o médico legista do Instituto Médico Legal (IML) de Lajeado, Bruno Lieske, a análise até chegar aos

nomes demorou devido ao modelo de coleta. Foi feita a análise do DNA pela estrutura óssea devido ao grau de decomposição dos corpos.

Lista de desaparecidos

Lajeado

 Ariel Delmo Armani

 Carlos André Pereira

Roca Sales

 Rodrigo Martins Lopes

 Deiser Cristina Vidal

Muçum

Deoclides de José Zilio

Alciano Bianchi

Arroio do Meio

No total, são pelo menos 46 óbitos con rmados no Vale do Taquari. Ainda há 8 pessoas na lista de desaparecidos

Alexandre Eduardo Macedo de Assis

Encantado

Paulo Lansini

18 | A HORA Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
filipe@grupoahora.net.br
Filipe Faleiro
FILIPE FALEIRO

aeca embarca para o Campeonato Brasileiro

conquistados neste ano

AAssociação Ecologia e Canoagem (Aeca) embarca na próxima segunda-feira, 18, para Lagoa Santa, Minas Gerais, onde disputará o Campeonato Brasileiro de Canoagem.

O presidente da entidade, Marco Edson Carvalho da Silva, afirma que as expectativas são altas, e a equipe está pronta para subir ao pódio. Hoje, a Aeca ocupa a 6ª posição no ranking nacional. A meta é subir posições e alcançar o topo da classificação.

Com 16 atletas à disposição, a equipe está montando barcos de equipe para competir em diferentes categorias, incluindo um K4, que é uma prova com quatro canoístas que não ocorreu no ano passado.

O presidente destaca que montaram uma equipe forte, especialmente no K4, onde os atletas são considerados “mestres na água”. “Representamos em duas categorias de K2 feminino e duas categorias de K2 masculino, incluindo Júnior, Menor e Cadete”, declarou.

Nova data

Atletas

Calebe de Almeida, Cristian de Almeida, Daniel Diedrich, Francisco Gonçalves, Gabriele Oestrae, Guilherme Blume, Helena Luciano, Isabela Fell, Jéssica Stroher, Kauã Menezes, Larissa Rosa, Leonardo Delfino, Lucas Lottermann, Lucas Krans e Luzia Arnhold.

As expectativas de conquistar medalhas são muito promissoras, e a Aeca também tem a esperança de que alguns dos atletas sejam selecionados para integrar a Seleção Brasileira, que competirá no Campeonato Sul-Americano, que ocorre logo após o Campeonato Brasileiro, também em Lagoa Santa.

A equipa da Aeca viajará com 15 atletas e quatro membros de suporte técnico, com o embarque previsto para o dia 18 de setembro. No entanto, o presidente da entidade enfrenta desafios importantes devido aos desastres naturais recentes.

“No início deste mês, nove famílias de nossos atletas foram duramente afetadas pela enchente, o que nos trouxe desafios emocionais e práticos. Além disso, nossa equipe não treinou na água desde o dia 1° de setembro”, explicou.

CirCuito dos Vales confirma etapa em 8 de outubro

transferido do dia 10 de setembro evento terá 1,5 mil atletas de diversas partes do rio Grande do Sul

Uma semana depois da tragédia que assolou o Vale do Taquari, o Circuito dos Vales anunciou o dia 8 de outubro como a nova data para etapa de Travesseiro/Marques de Souza.

Com 1,5 mil inscritos, a prova terá a largada no Clube Esportivo Travesseirense, em Travesseiro, e

passará pelas principais ruas da cidade. O trajeto dos 10km corrida e da bicicleta passarão também por Marques de Souza.

Mais informações no @circuito_dos_vales no Instagram ou no whattsapp 51 98651-0980 até o dia 1º de outubro.

A HORA | 19 Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
Arquivo A HorA CaNoagem
Quarta etapa passará por Travesseiro e Marques de Souza
equipe do Vale do taquari tenta manter os bons resultados
Com 16 atletas à disposição, Aeca está montando barcos de equipe para competir em diferentes categorias divulgAção Ezequiel Neitzke ezequiel@grupoahora.net.br

alaf leva jogo contra o Guarani a teutônia

gos) e Santa Rosa (12 pontos em 14 jogos). Depois de jogar contra o Guarani, a Alaf ainda enfrenta Assoeva como mandante e Lagoa Futsal como visitante.

inGressos e transmissão

Os ingressos para a partida são vendidos a R$ 10, de forma antecipada via WhatsApp nos seguintes números: 51 9 9530 6786 (Alexandre) e 51 9 9667 3067 (André).

Na hora do jogo também haverá ingresso por R$ 10 no ginásio da Associação da Água.

equipe de lajeado precisa da vitória para manter chances de permanência na primeira divisão

Na luta contra o rebaixamento no Gauchão de Futsal, a Alaf tem ainda três partidas

Brasileirão

para garantir a permanência na primeira divisão. A primeira das três finais que valem a permanência na elite ocorre nesta segundafeira, às 20h, contra o Guarani de Frederico Westphalen.

Em virtude das cheias dos Rio Taquari, a partida será realizada no ginásio da Associação da Água, em Teutônia. O ginásio Nelson Brancher passa por ajustes após ser atingido pela água e o ginásio da Univates está abrigando militares do exército que auxiliam na reconstrução do Vale. Na semana, a

A equipe de Lajeado entra na 15ª rodada ocupando a penúltima colocação, com apenas 9 pontos

A Rádio A Hora transmite a partida a partir das 20h no streaming do grupoahora.net.br. A partir das 21h o confronto passa a ser transmitido também no 102.9.

série c

Alaf precisou ir até Carlos Barbosa para treinar no ginásio da ACBF. A equipe de Lajeado entra na 15ª rodada ocupando a penúltima colocação, com apenas 9 pontos. A briga contra o rebaixamento é com Afucs (11 pontos em 15 jo-

Depois de ter terminado a fase classificatória do Gauchão Série C em primeiro lugar no grupo C com apenas duas derrotas em 12 jogos, a Asaf, de Campos Borges, volta a quadra nesta noite pela partida de ida das quartas de final

da Conferência Oeste. O time que é comandado por Marcelo Giba e tem no elenco Biel e Teteu, todos com passagem pela Alaf, enfrenta o Palmitinhense, em Palmitinho, às 20h. O jogo da volta ocorre no próximo sábado, dia 23. Quem também tem atletas do Vale é o FX Futsal, de Fontoura Xavier. Dionisio, Lukinhas e Maicon Amorim ajudaram a equipe a vencer o Comando, no jogo de ida por 5 a 3. Agora o time necessita apenas de um empate em Jaguarão, no dia 23, para se classificar à semifinal da Conferência Leste. Pela mesma Conferência, o ECA, de Arvorezinha, perdeu para o Trianon, em Canguçu, no jogo de ida, por 8 a 1. Agora, no dia 23, joga em casa necessitando da vitória para levar à prorrogação, onde joga pelo empate.

Grêmio recupera jogo contra o corinthians

partida adiada da 15ª rodada ocorre nesta segunda-feira, em são paulo

14. O Tricolor ficou em Atibaia, no estado de São Paulo, pois nesta segunda-feira enfrenta o Corinthians, em partida adiada da 15ª rodada. O confronto ocorre na Neo Química Arena, às 21h.

O Grêmio nem voltou a Porto Alegre após a derrota para o Bragantino, na noite de quinta-feira,

Após a atuação ruim em Bragança Paulista, o Tricolor encontra um pressionado Corinthians. Técnico da equipe paulista, Vanderlei Luxemburgo corre risco de demissão. O jogo é importante ao Grêmio, que comemorou 120 anos na sexta-fei-

ra e luta pelas primeiras colocações. Para o confronto, o time precisa lidar com alguns problemas. Rei naldo e Renato Portaluppi foram suspensos por quatro jogos pelo Superior Tribunal de Justiça Des portiva por conta das expulsões no jogo contra o Santos. Ainda, Ro drigo Ely, com suspeita de fratura nos ossos da face, é dúvida. Por outro lado, a novidade é o re torno de Cuiabano, que não atuou contra o Bragantino.

20 | A HORA Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
Cuiabano reforça o time no confronto contra o Corinthians
Lucas uebeL Futsal
Caetano Pretto caetano@grupoahora.net.br
equipe PG V e D Gm Gs sG acBf 40 13 1 2 60 30 30 aeu 37 12 1 2 60 32 28 atlântico 35 11 2 2 74 27 47 passo fundo 29 9 2 5 49 41 8 horizontina 27 8 3 4 55 28 27 guaporé 25 7 4 4 43 31 12 Yeesco 21 6 3 6 48 36 12 lagoa 20 5 5 5 54 58 -4 sercca 19 5 4 6 41 44 -3 guarani 19 4 7 4 35 39 -4 guarany 18 7 3 5 56 43 13 assoeva 16 5 1 7 33 33 0 aMf 15 4 3 8 35 42 -7 anBf 15 3 6 6 27 39 -12 santa rosa 12 3 3 8 33 48 -15 afucs 11 3 2 10 23 53 -30 alaf 9 2 3 9 29 48 -19 avf 1 0 1 14 17 100 -83
ClassiFiCaÇão
Luis FeLipe amorin Caetano Pretto caetano@grupoahora.net.br

TÍTULO DIVIDIDO

ALE É DECLARADA CAMPEÃ GAÚCHA SUB-17

Equipe de Lajeado divide o título da Série A2 com o Inter de Santa Maria após seguidos adiamentos

Em decisão conjunta com os clubes, a Federação Gaúcha de Futebol declarou Internacional de Santa Maria e a Associação Lajeado de Esportes – ALE campeões do Gauchão A2 Sub-17. Os finalistas disputariam o jogo de volta no dia 20 de setembro.

A decisão ocorreu em razão dos eventos climáticos que atingiram o Rio Grande do Sul, em especial a região do Vale do Taquari. Lajeado, cidade em que seria disputada a grande decisão, foi uma das localidades mais atingidas pelas enchentes no estado.

As duas equipes chegaram a jo-

FUTEBOL AMADOR

gar a partida de ida, em Santa Maria. Na ocasião, o Inter venceu pelo placar de 1 a 0 no dia 27 de agosto.

Desde então, a partida em Lajeado foi adiada mais de uma vez, pri-

meiro devido às chuvas, e depois à situação em que o Vale do Taquari enfrenta.

Coordenador da ALE, Samuel Sebben entende que a decisão to-

ALIGA SEGUE NESTE FIM DE SEMANA COM QUATRO JOGOS

São Luiz pode assumir a liderança nas categorias titular e aspirante

A Aliga, competição que integra equipes de Venâncio Aires e Mato Leitão, promove neste fim de semana a terceira rodada da competição. O destaque fica o São Luiz que pode assumir a liderança nas categorias titular e aspirante.

O time da comunidade de Santa Emília joga em Mato Leitão contra o União, neste sábado. Além disso, a rodada tem partidas em Vila Terezinha, Marechal Floriano e Linha Santana.

Essa deve ser a primeira rodada completa, isso porque nos últimos finais de semana, alguns jogos foram cancelados em virtude das instabilidades climáticas.

União x São Luiz

AERT x Deodoro

Domingo

River Plate x Santa Tecla

Santo Antônio x Duvidosa

Folga: Ouro Verde e Avante

Essa deve ser a primeira rodada completa após cancelamentos nas últimas semanas

mada foi a mais correta. “Todos gostariam de ter jogado esse jogo, ter vencido dentro de campo, mas em meio a tudo isso que está acontecendo, nós não estamos em cli-

ma de comemoração, a gente tem atletas que perderam casa, atletas que perderam tudo dentro de casa, então nós não estamos em um clima para isso. A gente fica feliz, sim, não tem como não ficar, mas não tinha clima para jogar, então acho que a decisão tomada foi a correta.”

Ainda, diz que há conversa com a diretoria do Inter de Santa Maria para uma confraternização entre os clubes. “Nós estamos vendo a possibilidade deles virem com todo mundo para entrega da premiação e eles trazerem mantimentos, também doações aqui para a região.”

Os dois times são os primeiros campeões do Gauchão A2 Sub-17, após a implementação do ranking FGF das Categorias de Base. Além do título, os clubes garantiram o acesso ao Gauchão A1 Sub-17 em 2024.

CAMPANHA CAMPEÃ

A ALE fechou a fase classificatória na vice-liderança do Grupo B, com 15 pontos. Eliminou o Guarany de Bagé nas quartas de final com vitórias de 2 a 1 e 4 a 0. Na semifinal, novamente venceu duas vezes, dessa vez o Futebol Com Vida – 4 a 0 e 1 a 0. A campanha do título teve oito vitórias, três empates e apenas duas derrotas. A equipe marcou 19 gols e sofreu apenas seis em 13 jogos.

A HORA | 21 Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
Ezequiel Neitzke ezequiel@grupoahora.net.br
Agenda
Caetano Pretto caetano@grupoahora.net.br
RENATA MEDINA
A campanha do título teve oito vitórias, três empates e apenas duas derrotas em 13 jogos

Hoje é

Sábado é

Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose

Dia Mundial do Doador de Medula Óssea

Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio Domingo é

Dia Nacional do Transportador Rodoviário de Carga

Dia da Segurança do Paciente e da Compreensão Mundial

Morte do professor Theobaldo Weiler

Aos 85 anos, o professor Theobaldo Weiler falecia em decorrência de um acidente vascular cerebral. Nascido em 1888, em Santa Clara do Sul, era filho de José Weiler e Susanna Bender. Sua carreira como professor começou em 1913, em Picada Augusta (Cruzeiro do Sul). Lecionou também em Feliz e Montenegro e era atuante na comunidade católica, em especial, nos coros das igrejas.

Conforme conta o neto Clovis Heberle no blog Correcaminos, o Prof. Weiler ensinava, em sua maioria, filhos de imigrantes alemães em escolas particulares, fundadas pelas próprias comunidades. Isso se tornou um problema quando a Segunda Guerra Mundial estourou, já que o governo brasileiro proibiu o uso

da língua alemã no país. Por não falar português, o professor teve que se aposentar. Então, em 1940, fundou com o genro a empresa de comércio Heberle & Weiler, uma espécie de armazém de secos e molhados.

Casado desde 1913 com Lúcia Dresch, teve quatro filhos: Valéria, Hildegard, Virgílio e Ivo. Quando faleceu, tinha 22 netos e 12 bisnetos. Estudioso,

Enquanto isso…

1º Salão Internacional Aeroespacial - Realizado pela primeira vez há 50 anos, o evento reuniu 33 fabricantes

Lançamento da 1ª Expocruzeiro

A primeira feira comercial, industrial e agropecuária de Cruzeiro do Sul era lançada em paralelo com a 1ª Festa do Aipim. O evento ocorreria entre os dias 6 e 9 de novembro, no Clube XV de Novembro.

A gastronomia da feira seria a base de aipim, já que Cruzeiro do Sul era o maior fornecedor do produto para a Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa). Eram mais de 800 hectares de plantação, que garantiam uma produção anual de de oito mil toneladas. Neste ano, a feira completaria 20 anos, mas foi cancelada devido à devastação causada pela grande enchente do Rio Taquari.

Santo do dia 16

São Cornélio

São Cipriano

Santo do dia 17

São Roberto Belarmino

A escola particular de Picada Augusta em 1916, onde o professor lecionou por um tempo gostava de história e política e escreveu artigos para jornais

quase até a morte; o último foi publicado em 1972.

de aviões e 200 empresários ligados à indústria aeroespacial de onze países. As atividades ocorriam em São Paulo,

com exposição de peças e aeronaves, e em São José dos Campos, onde eram feitas as demonstrações de voo.

Inauguração do CD da Imec

A Importadora e Exportadora de Cereais SA (Imec) inaugurava seu novo Centro de Distribuição e Logística (CD) em Lajeado. O investimento era de R$ 4 milhões na época. O complexo de 10 mil metros quadrados ficava às margens da ERS-130 e concentrava o estoque, distribuição e área administrativa da rede. Ainda hoje, a estrutura abriga o CD da Imec.

Enquanto isso…

Maior tufão na Coréia do Sul - O país registrava o tufão mais poderoso a assolar a Coréia em cem anos, com ventos de até 216 km/h. A costa da Coréia do Sul ficou devastada, navios afundaram e mais de 100 pessoas morreram. Os desabrigados chegaram a 25 mil.

22 | A HORA Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
Lúcia e Theobaldo FOTOS ACERVO ORESTES MALLMANN/DIVULGAÇÃO ARQUIVO A HORA/DIVULGAÇÃO

FABIANO CONTE Jornalista e radialista

O que mudará daqui para frente?

ARDÊMIO HEINECK ARTIGO

Economista e empresário

Lambendo as feridas

Passados semana e pouco da catástrofe que se abateu sobre o Vale do Taquari, com a cheia dos rios em volume nunca visto, sabemos, agora, sua dimensão, consequências e os nomes das vítimas fatais. Ouvimos histórias chocantes, atos de bravura e de superação. Choramos com quem viu suas casas, bens e objetos de uma vida toda destruídos e presenciamos cidades inteiras devastadas pelas águas em fúria. Sentimos a desesperança de quem se deparou com sua própria impotência, sem mesmo saber por onde recomeçar.

Acatástrofe que vivenciamos causou danos significativos a estruturas, maquinários, produtos e cultivos, que em grande parte eram inevitáveis. E mortes, que hoje lamentamos e nos perguntamos o que faltou para evitá-las. Agora, é fundamental focar nas oportuni-

Hora da retomada

Ainda sentimos a dor e comoção que as últimas semanas nos trouxeram. Cada vida perdida e cada perda material são lembranças dolorosas. No entanto, aos poucos é chegada a hora da retomada. Com todo o respeito àqueles que se foram e àqueles que sofreram perdas, temos que encontrar a coragem de reagir. Não será fácil, mas nossa comunidade regional é forte.

O bom chimarrão

O Instituto Escola do Chimarrão, localizado em Venâncio Aires, está ajudando os desalojados pela enchente do Rio Taquari de uma forma diferente. A instituição está arrecadando cuias, bombas, garrafas térmicas e erva-mate para apoiar aqueles que foram afetados por essa tragédia. Se você deseja contribuir para essa causa, entre em contato com o Instituto Escola do Chimarrão e saiba como pode ajudar.

dades preventivas que existiam e ainda existem, mas que não foram colocadas em prática. A pergunta que ecoa é: o que mudará daqui para frente? Tenho esperança de testemunhar avanços concretos e eficazes na gestão de situações de crise. Trazer esse assunto à pauta de discussões de forma

recorrente e envolver os tomadores de decisão, especialmente os gestores públicos, é um dos muitos caminhos possíveis para promover a mudança. Manter a pressão por ações implementadas e a sua manutenção no longo prazo é de suma importância. Não podemos permitir que o assunto esfrie.

Sirenes

Na coluna da semana, abordei algo parecido a proposta apresentada pelo deputado Capitão Martim (Republicanos) de instituir um Sistema de Alerta Sonoro Contra Inundações em todo o território gaúcho. A ideia, em sua essência, é louvável

e poderia contribuir para a segurança das comunidades vulneráveis a inundações. Ações assim já fazem cidades da Europa e da Ásia banhadas por rios. O desafio reside no custo associado à implementação desse sistema. Mas salvar vidas não tem preço.

Lista de prioridades

Foi adicionado material escolar à lista de itens prioritários para doação às comunidades afetadas pelas enchentes no Vale do Taquari. Essa medida visa auxiliar professores e alunos que

Não

Mas vimos que existe solidariedade e apoio do próximo, e que nossas forças interiores e nossa capacidade de superação são enormes. Maiores do que imaginávamos. Nossa espiritualidade, em muitos redescoberta, faz brotar uma energia e esperança insuperáveis, alicerçados na crença e na interlocução com o ser superior em que acreditamos.

Vimos o valor da nossa imprensa regional que, com a superação e o sacrifício físico e emocional dos seus colaboradores alertou, informou e orientou a população como nunca.

Estamos sendo amparados pelos Governos Federal, Estadual e Municipais, ao adotarem medidas que amenizaram as consequências do acontecido e que agora, subsidiados pelas entidades classistas e representativas da região, acenam com a concretude de apoio material e financeiro, para o reerguimento de empreendimentos e de vidas.

Contudo, temos avaliações a serem feitas e atitudes a tomar, que não podem esmorecer à medida em que o tempo passa.

perderam livros, cadernos, lápis, canetas e mochilas durante a tragédia. As doações podem ser feitas diretamente nas prefeituras das cidades afetadas ou nas agências do Banrisul.

vi e nem ouvi

Nestes momentos de destruição e perdas de vidas causadas pela enchente, eu pergunto: onde estão nossos senadores gaúchos? A presença e ação dos senadores são cruciais para entender as necessidades das regiões afetadas e garantir que as medidas adequadas sejam tomadas para a recuperação.

Não vi e nem ouvi nada dos nossos três senadores por aqui nos últimos dias. Será que somos considerados importantes para nossos senadores? É um lembrete de que a responsabilidade de representar o povo vai além das sessões no Senado e requer presença ativa e apoio em momentos de crise.

As catástrofes climáticas são inevitáveis, porém há tecnologia para prevê-las e para traçar seu percurso e evolução. Esta não é a primeira enchente dos rios e nem será a última. Inexplicável não termos, ainda, instalados equipamentos que nos digam a medida da subida do seu nível e a velocidade do fluxo das águas. Muito sofrimento emocional, perdas de vidas e de bens seriam evitados. Isto porque, é expressivo o lapso de tempo transcorrido entre a subida da água nas partes altas da região e o seu efeito no percurso em direção à foz dos Rios Taquari e Forqueta.

Também inconcebível municípios e região não contarem com planos de contingenciamento e comitês de gestão de crise, aliados a mecanismos de alerta e de remoção das pessoas com agilidade. Neste contexto, junte-se a administração das estiagens severas que também, periodicamente, nos assolam.

Inarredável que, à medida em que lambemos nossas feridas e os vitimados se reerguem, este debate não seja esquecido. Constitui-se em dever de cada um de nós não permitir que isto aconteça. É um tributo mínimo que podemos dar a todo o pranto, a toda dor e a todo sofrimento originados nesta catástrofe mais recente.

A HORA | 23 Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
Sentimos a desesperança de quem se deparou com sua própria impotência, sem mesmo saber por onde recomeçar”
ALDO LOPES Fim de semana, 16 e 17 setembro 2023
MÍN: 9º | MÁX: 29º
Fechamento da edição: 19h No sábado, o tempo permanece firme e ensolarado na região, sob influência da massa de ar seco e frio.

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