A Hora - 22/09/23

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Superação no campo

Produtores buscam apoio para retomar atividades na área rural.

Volta às aulas no Ceat de Roca Sales é um indício da reação comunitária.

Comitiva federal retorna ao Vale

Três ministros estarão na região na próxima quarta-feira. Objetivo é acelerar a execução dos recur-

REUNIÕES DE TRABALHO ESCOLA SEM BANHEIRO

sos já anunciados pela União para socorro aos municípios atingidos pela enchente do Rio Taquari.

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Após longa espera, inicia obra na Fett Filho

Novo prédio começou a ser construído no começo do mês. Trabalhos devem se estender por pelo

menos oito meses no bairro Moinhos. Investimento do governo do Estado é de R$ 2,7 milhões.

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CENÁRIO ECONÔMICO

Queda de juros anima, mas política fiscal preocupa

Selic em 12,75% sinaliza melhoria econômica. Analistas alertam aos gastos públicos

O Banco Central confirma a tendência de redução na alíquota de juros. Pelo segundo mês consecutivo, menos 0,5 ponto. Setor da construção civil visualiza meses mais positivos para fechar

negócios. Representante das indústrias, a Fiergs comemora decisão mas condiciona volta da confiança do mercado a partir do compromisso governamental com a política fiscal.

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Ânimo e determinação na retomada

Estudantes retomam a rotina nas cidades devastadas pela enchente. Em Roca Sales, Ceat Região Alta voltou ontem com as atividades para mais de 300 alunos. A rede pública tem o retorno gradual previsto a partir de segunda-feira, 25. Já em Muçum, data

foi definida VOLTA ÀS AULAS CADERNO | CIDADES
ainda não
ANÁLISE, CURADORIA E OPINIÃO DE VALOR Sexta-feira, 22 setembro 2023 | Ano 21 - Nº 3412 | R$ 4,00 (dia útil) R$ 7,50 (fim de semana) grupoahora.net.br MATEUS ROIS 51 99253.5508 51 3710.4200 FAÇA SUA ASSINATURA Oportunidade no Oriente Médio CRAQUES DO VALE PÁGINA | 12 OPINIÃO | FELIPE NEITZKE OPINIÃO
RODRIGO MARTINI Retomada da alegria
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Entre o otimismo e a apreensão

Oanúncio do Banco Central sobre a redução da taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, traz uma mistura de otimismo e preocupação. Este é o segundo corte de juros no ano, em conformidade com a estratégia de alívio da política monetária traçada pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Não há dúvidas de que a redução da Selic é uma notícia bem-vinda para os setores produtivos, em especial para produtos e serviços que precisam de financiamentos. De fato, os juros elevados inibem os investimentos. Com uma alíquota de 12,75% ao ano há um indicativo de que essa chave começa a virar.

NaturaldeLajeadoecriada em Cruzeiro do Sul, Anna LauraScheeren,18,sempre cultivouumagrande paixãopelomunicípio sede de uma das maiores feirasdoVale.Hoje,Rainha da8ªExpocruzeiroe FestadoAipim,sente umagrandehonrade representaromunicípio e,principalmenteneste momento, auxiliar e acolher aquelesqueprecisam

O que fez você se candidatar a rainha da Expocruzeiro?

A redução da Selic, embora positiva, é apenas uma parte da equação. Ainda existem incertezas em torno da política fiscal do governo. O setor produtivo anseia por um ambiente mais previsível e favorável. O corte de juros é um sinal de que a tendência é de que a taxa de juros continue a diminuir. No entanto, é importante que o governo federal também faça a sua parte para garantir a estabilidade entre receitas e despesas.

Apesar dos ventos favoráveis trazidos pelo corte de juros, primeiros passos na direção da recuperação econômica, é importante manter um olhar atento sobre os gastos públicos. A construção civil, a manufatura de veículos, de máquinas e a indústria dependem de um ambiente propício para prosperar.

Filiado à Fundado em 1º de julho de 2002 | Vale do Taquari - Lajeado - RS

Cresci em Cruzeiro do Sul e sempre me encantei pelas belezas naturais da cidade, o povo acolhedor, além da Expocruzeiro e sua importância na região. A realidade de ser soberana parecia distante há alguns anos, porém muitas pessoas foram abrindo meus olhos para esse carinho que sempre tive pelo município e no que isso poderia se transformar, me fazendo acreditar que cumpriria muito bem o papel. Assim, deixei minhas inseguranças de lado por um propósito maior, que venho trilhando com orgulho e gratidão todos os dias.

No que a experiência tem

agregado em sua vida tanto agora, quanto no período pré-enchente?

Cada dia mais, percebo que ser soberana vai muito além de beleza e simpatia. Resiliência, empatia e coragem são muito necessários desde antes da eleição, até o final de cada reinado. Essas e outras virtudes agregam a mim desde então, principalmente no período pós enchente. Vivemos tempos incertos e sabemos o histórico do Vale para este tipo de desastre natural, mas, em nenhum momento, pensei viver tamanha tristeza e tanta influência nas nossas famílias, casas, comércio, festividades e programações.

Como tem lidado com o acontecido?

Felizmente minha casa não foi atingida pela cheia e minha família não perdeu a fonte de sustento. Isso fez com que tivéssemos ainda mais força para ajudar quem precisa. Eu, particularmente, reservei o meu feriado do dia 7 de setembro e final de semana para ajudar na distribuição e separação de doações, além de realizar trabalho voluntário no cadastro municipal de pessoas atingidas pela cheia. Senti-me honrada em poder ouvir e acolher cada pessoa que foi à câmara se cadastrar, pois, de alguma forma, pude estender a mão e dizer àquelas pessoas que elas não estavam sozinhas.

As festividades da Expocruzeiro este ano foram canceladas. Há expectativa de alguma outra programação?

O mínimo que podemos fazer é dar o devido tempo, respeito e apoio a todos que perderam entes queridos, aos nossos expositores, visitantes, comissão organizadora e produção. Afinal, todos os que investiram em estandes merecem expor com seu máximo potencial. Por isso, prefiro chamar de “adiamento”, já que oportunidades e programações não faltarão para 2024. A edição histórica de 20 anos da Expocruzeiro e Festa do Aipim será inesquecível e repleta de atrações para todos os públicos, como vinha sendo divulgado antes do ocorrido. Em breve será divulgada nova data.

Como vê a importância de estar envolvida e engajada com a causa nesse momento?

Não apenas por estar na posição em que estou, mas acho imprescindível o engajamento de todos aqueles que têm condições físicas e mentais de ajudar. Juntos, iremos reerguer o Vale e ele voltará ainda mais forte, limpo e belo.

FAÇA SUA

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Editor-chefe da Central de Jornalismo: Felipe Neitzke

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Impressão Zero Hora Gráfica

Diretor Executivo: Adair Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia: Fernando Weiss

Diretor de Conteúdo Editorial: Rodrigo Martini

FOI NOTÍCIA

Meio rural terá auxílio para construir casas Novo plano para PcD deve ser lançado

Famílias rurais que tiveram moradias destruídas pela cheia, podem receber auxílio de R$ 75 mil para reconstruí-las. De acordo com o presidente da Cooperativa Habitacional da Agricultura Familiar (Coohaf), Juarez Cândido, o pedido será encaminhado ao Governo Federal.

Preso por bomba negocia delação do 8/1

Wellington Macedo de Souza, blogueiro preso por colocar bomba perto do aeroporto de Brasília, recebeu proposta da relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), de delação premiada com a CPI do 8 de Janeiro. Defesa afirma que ele aceita negociar.

do coma

Novo Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (PcD), deverá ser lançado em outubro. Objetivo da segunda etapa do plano é promover os direitos civis, sociais, políticos, culturais e ambientais das pessoas com deficiência, impactando na vida de suas famílias e da comunidade.

2 | A HORA EDITORIAL
ABRE ASPAS
“Resiliência, empatia e coragem são muito necessárias durante todo o processo”
É é importante que o governo federal também faça a sua parte para garantir a estabilidade entre receitas e despesas”
Baixista do Ultraje a Rigor acorda
Sexta-feira, 22 setembro 2023
Ana Lorenzini* analorenzini@grupoahora.net.br *Estagiária. Texto sob supervisão de Bibiana Faleiro

Comitiva federal retorna à região para acelerar demandas

Três ministros estarão no Vale na próxima quarta-feira. Reuniões de trabalho com municípios e entidades visa concretizar a liberação de recursos já anunciados pela União

VALE DO TAQUARI

Três ministros do governo federal retornam ao Vale na próxima quarta-feira, 27, para uma série de reuniões de trabalho com represen-

tantes dos municípios mais afetados pela enchente histórica do Rio Taquari. A agenda detalhada deve ser divulgada até o fim desta semana, mas a tendência é de que a comitiva permaneça na região durante todo o dia.

Estarão presentes os ministros da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta; da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes; e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. A vinda do grupo foi determinada pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que coordenou nesta semana reunião com os ministérios envolvidos na reconstrução das cidades.

Conforme o secretário de Comunicação Institucional do governo federal, Maneco Hassen, a comitiva busca, junto aos municípios, acelerar as demandas e viabilizar

os anúncios já formulados pelo Planalto para auxiliar a região. A intenção é que os recursos sejam liberados no menor tempo possível aos municípios.

“Os ministros farão reuniões de trabalho simultâneas, com diferentes setores. Irão ouvir municípios, entidades, cooperativas e comunidade local para o esclarecimento de dúvidas e também encaminhar e garantir que a concretização de ações possam ser aceleradas com a urgência que o momento exige”, explica Maneco.

Terceira visita

Desde que a região foi atingida pelo ciclone, é a terceira vez que o governo federal envia ministros para percorrer o Vale. Na primeira, no dia 6 deste mês, Pimenta e Góes estiveram em Lajeado. Depois, no dia 10, Alckmin, na con-

dição de presidente em exercício, liderou uma comitiva com nove ministros, que estiveram em Roca Sales e Muçum.

Até agora, já foram anunciados R$ 2,2 bilhões por parte da União no socorro às cidades impactadas pelo ciclone. O valor inclui o empréstimo de R$ 1 bilhão do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a construção de moradias e a ajuda humanitária e reconstrução de infraestrutura, entre outros.

Medida provisória

Foi publicada nessa quarta-feira, 20, a liberação de R$ 360 milhões para os municípios gaúchos atingidos pela enchente. A Medida Provisória (MP) consta no Diário

Oficial da União. São recursos extraordinários para os ministérios da Defesa, Integração e Desenvolvimento Regional e Desenvolvimento e Assistência Social.

O valor será usado para ações de proteção e Defesa Civil, aquisição e distribuição de alimentos da agricultura familiar, emprego conjunto ou combinado das Forças Armadas, ações de proteção social, entre outros. O montante faz parte dos R$ 741 milhões anunciados por Alckmin durante a passagem pelo RS.

A HORA | 3 Sexta-feira, 22 setembro 2023
MANECO HASSEN SECRETÁRIO DE COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL DO GOVERNO FEDERAL Mateus Souza mateus@grupoahora.net.br
MATEUS SOUZA
No dia 6 de setembro, Pimenta (de colete laranja) e Waldez Góes (ao lado) estiveram em Lajeado e visitaram famílias desabrigadas

Reação e sorrisos em Roca Sales

rodrigomartini@grupoahora.net.br

RODRIGO MARTINI

TIRO

• Douglas Sulzbach é mais uma baixa no governo de Elmar Schneider. O agora ex-secretário de Agricultura de Estrela deixa o poder público para se dedicar ao setor privado. E quem assume a função pública de forma interina é o servidor Armin Oscar Kich.

• A próxima baixa deve ser a Secretária de Desenvolvimento e Sustentabilidade, Carine Schwingel (União Brasil). Ela garantiu que vai pedir exoneração na próxima semana.

• Ainda em Estrela, já passa de 80 o número de pedidos para o aluguel social. Todos estão em avaliação pelo setor de engenharia da prefeitura.

Há pouco mais de duas semanas, o Frente e Verso foi realizado em meio aos escombros de uma galeria localizada na Av. Daltro Filho, no centro de Roca Sales. O histórico programa ocorreu no dia 7 de setembro, após o nível do Rio Taquari voltar ao leito normal. O cenário era caótico. Não havia energia elétrica e internet. E os sobreviventes estavam sem o devido acesso à água. As levas de voluntários recém iniciavam a peregrinação e o Exército ainda não havia chegado ao Vale do Taquari. Para garantir a transmissão, utilizamos internet via satélite e

gerador de energia. Um movimento necessário para dar luz e voz aos mais atingidos, em um momento de pouca esperança e muito desespero. Ontem, duas semanas após aquele triste feriado, a programação novamente foi transmitida daquela cidade. Desta vez, porém, para destacar a retomada das aulas na unidade do Colégio Evangélico Alberto Torres, cuja sede também foi parcialmente destruída. E os dois cenários acima simbolizam o ritmo da reação comunitária. Ainda falta muito, é bem verdade. E pra sempre faltará. Mas o sorriso dessas crianças já é uma vitória e tanto.

Quilos e quilos de solidariedade

Sim, uma briga pontual quase roubou a cena em Muçum. Mas os brigões não merecem mais do que essa linha. Afinal, o “Churrasco Tradicionalista Solidário”, realizado no feriado farroupilha, na Praça Cristóvão Colombo, foi

Planos de Governo

O pleito municipal de 2024 precisa levar em conta a tragédia da semana retrasada. Em 2020, e ainda sob o efeito danoso e mortal da pandemia, pouco se falou sobre as ameaças constantes das cheias do Rio Taquari e seus afluentes –mesmo após a histórica enchente de julho daquele ano. Naquela eleição, boa parte dos prefeitos eleitos não tratou do tema em seus respectivos planos de governo, por exemplo. Desta vez, com o

um sucesso absoluto. Centenas de quilos de carne e dezenas de voluntários demonstraram, mais uma vez, que a reconstrução do Vale do Taquari é apenas uma questão de tempo. É emocionante registrar a força do voluntariado

da nossa região e de outros tantos pagos do Rio Grande do Sul e do Brasil. Não fosse assim, nem os bilhões já anunciados pelos governos federal e estadual seriam suficientes para devolver luz e esperanças à região.

• As denúncias sobre irregularidades no repasse das doações chegam de diversas partes do Vale do Taquari. Tem muita fofoca, é bem verdade. Mas o olho grande tem atrapalhado alguns grupos de voluntários, sim. Portanto, é preciso fiscalizar, investigar e punir os “ligeirinhos”.

• Secretário Estadual de Turismo, Luiz Fernando Rodriguez Júnior visitou a região nesta quinta-feira. Ele sabe, assim como os líderes regionais, que a nossa reestruturação vai passar pela manutenção dos produtos turísticos já existentes e o incremento de novas atrações. Portanto, é preciso reforçar: as decisões de retomar o Trem dos Vales e reabrir o Cristo protetor foram acertadas.

impacto mortal da última enchente – e sem condenar sumariamente os esquecimentos de outrora, afinal é um erro coletivo e histórico –, é preciso cobrar uma mudança

brusca nas prioridades. Diante das dezenas de mortos, é preciso olhar ao passado para melhor compreender o presente. E só assim vamos construir um futuro melhor.

Nosso peregrino regional sabe que o turismo será de suma importância para a recuperação do Vale do Taquari. E, nesta sexta-feira, ele apresenta a belíssima imagem de uma cascata na propriedade da família Gollin, em Linha Salvação, Relvado.

4 | A HORA Sexta-feira, 22 setembro 2023

Corte nos juros anima construção civil

frisa.

Da Construtora Lucasa, Luiz Carlos Sartori, também comemora a redução. “Com menos custo pelo dinheiro, as pessoas ficam mais animadas para investir.”

Ainda assim, o empresário condiciona: “poderia ser mais rápido se não houvesse tantas incertezas com relação a política fiscal do governo”.

VALE DO TAQUARI

Um misto de euforia e apreensão. Esse é o sentimento das construtoras frente ao anúncio do Banco Central de reduzir o juros. Na segunda redução do ano, a Selic definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) passa a ser de 12,75% ao ano.

O corte de 0,5 ponto era previsto pelo mercado, pois havia uma indicação de continuidade de revisões na taxa. “Juros altos inibem qualquer negócio. Esse movimento é positivo para a construção, pois a maioria das compras são por meio de financiamentos”, diz o diretor da Construtora Zagonel, José Zagonel.

“Temos uma sinalização importante. Mas é preciso baixar mais. Assim pode-se retomar as negociações, pois neste momento o mercado está bastante instável”,

Oscilação da Selic

Sócio da Base Imóveis, Ivan Eidelwein, também demonstra otimismo. “O setor da construção, seja para moradia ou como investimento futuro, sempre ocupou espaço de destaque. Nos últimos meses, muitos preferiram o retorno do mercado financeiro, deixando as economias nos bancos. Ainda assim, a valorização dos imóveis traz mais retorno no longo prazo.”

Em cima disso, acredita que as duas quedas em agosto e setembro mostram a tendência que o juros siga para baixo. Esse cenário se reflete em perspectiva positiva para os próximos meses. Tanto pelas melhores condições dos financiamentos pelo Minha Casa Minha Vida, quanto para imóveis de maior valor, dizem os empresários.

Fiergs cobra equilíbrio fiscal

Com a inflação sob controle e uma taxa de juros ainda elevada, o presidente da Federação das Indústrias do RS (Fiergs), Gilberto Porcello Petry, considera que o BC “age de maneira assertiva ao trazer um sinal de alívio para as atividades produtivas, tão afetadas com os atuais níveis de juros e falta de confiança”.

No entanto, o dirigente ressalta que a elevação dos cortes da Selic depende de uma política fiscal equilibrada. Considera que o comprometimento do governo federal é um dos responsáveis por controlar a inflação e o juros. “Nesse sentido, o cumprimento das metas estabelecidas no novo Marco Fiscal é de suma importância para que tenhamos juros em patamares mais favoráveis ao crescimento do setor produtivo.”

Mais uma baixa até dezembro

A economista Fernanda Sindelar concorda com os apontamentos sobre a política fiscal do governo Lula. Para ela, havia espaço para uma queda de 0,75 ponto por parte do Copom. Indicativo de que o BC avalia com cautela o momento econômico nacional.

“Qualquer queda interfere sobre a economia nacional. Juros é despesa financeira adicional. Então havia uma redução esperada. Alguns analistas acreditavam que fosse até maior. Por isso espera-

mos que até dezembro tenha uma nova revisão para menos 0,5%.”

De acordo com ela, os principais segmentos beneficiados com a medida do BC são as atividades de bens duráveis, com maior valor agregado. Neste campo, a indústria, concessionárias de veículos e a própria construção civil. Em cima disso, realça: “há um medo de crise fiscal ainda muito grande. A inadimplência segue alta, o que

Setores com mais dependência de financiamentos, tanto para operações internas quanto para vendas, são os mais afetadas pela alíquota de juros elevada

exige despesas em políticas sociais. Enquanto isso, o setor produtivo clama por investimentos. Tudo isso, de fato, gera dúvidas ao mercado.”

A HORA | 5 Sexta-feira, 22 setembro 2023
Copom confirma queda de 0,5% na Selic. Perspectiva para novas reduções eleva confiança na retomada da confiança. Como ponto de atenção, setor produtivo adverte para equilíbrio fiscal
Filipe Faleiro filipe@grupoahora.net.br
FILIPE FALEIRO 14% 12% 10% 8% 6% 4% 2% JAN 2021 MAR/2021 MAI/2021 JUL/2021 AGO/2021 SET/20211 OUT/2021 DEZ/2021 FEV/2022 MAI/2022 JUN/2022 AGO/2022 SET/2022 DEZ/2022 FEV/2023 MAI/2023 AGO/2023 SET/2023
2021 2% 2,75% 3,5% 4,25% 5,25% 6,25% 7,75% 9,25% 10,75% 12,75% 13,25% 13,25% 12,75% 13,75% 13,75% 13,75% 13,75% 13,75% 2022 2023

Importação de leite gera desequilíbrio no mercado interno

De janeiro a agosto, compras de países vizinhos aumentaram 154%. Como resultado, cadeia produtiva regional sofre com baixos preços

Opreço do leite em baixa quando deveria ser o contrário. A sazonalidade do período da entressafra costuma representar melhores condições financeiras tanto no campo quanto na indústria. Situação muito distante da vista neste segundo semestre.

Levantamento da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) aponta o aumento das importações do leite em pó como principal responsável pelo desequilíbrio no RS. “De janeiro a agosto, a compra do produto argentino e uruguaio aumentou cerca de 154%. Esse é o maior problema”, afirma o engenheiro agrônomo da entidade, Karliton Prestes.

Pelo acompanhamento, só no mês de junho, a entrada de produto do Mercosul representou 20 dias do total produzido pela cadeia leiteira gaúcha. “É muito acima das médias históricas. Em anos anteriores, a média alcançava no máximo de 3% de leite em pó vindo do exterior. Hoje está em 12% da produção nacional.”

A consequência, diz Prestes, pode ser verificada a partir do número de famílias que desistem da pecuária leiteira. Dados da Emater/Ascar-RS mostram que desde 2015, houve uma redução de 60,7% no número de propriedades dedicadas a atividade.

“O cenário atual é muito negativo. Hoje, os preços de venda não viabilizam nem o produtor e nem as agroindústrias”, reforça o presidente executivo da Dália Alimentos, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas.

Segundo ele, no período de março a setembro ocorre a redução da produção e melhoram os valores para a cadeia produtiva. “Isso não ocorreu neste ano pois nosso país foi inundado com leite em pó importado”, destaca.

Para haver equilíbrio na cadeia produtiva gaúcha, a necessidade é que 60% da produção seja destinada para São Paulo, maior mercado consumidor do país. Com a importação exagerada, o RS perde competitividade. “En -

quanto para nós o quilo de leite em pó custa R$ 25. O produto vindo da Argentina e do Uruguai chega a R$ 17”, detalha Prestes.

Tanto a indústria quanto a representação dos produtores solicitam intervenção governamental para evitar a debandada de produtores rurais do trabalho na pecuária leiteira.

Medidas de socorro

Como ação imediata, o governo federal sinaliza a compra de R$ 100 milhões do estoque de leite dos três estados pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). “Isso não é suficiente. Ajuda. Mas é preciso medidas estruturantes”, diz o engenheiro agrônomo da Fetag.

Dentro disso, considera importante rediscutir a relação comercial no Mercosul, em especial as condições do Protocolo de Montevidéu sobre Política Comercial Comum. Assinado em dezembro de 1994, o documento estabelecia algumas regras sobre origem dos produtos comercializados, entre eles o leite em pó.

“Naquela época, não tínhamos uma cadeia leiteira estruturada. Hoje somos autossuficientes. Não é justo comprar de fora quando temos o produto interno estocado”, destaca Prestes.

O presidente executivo da Dália Alimentos, Carlos Freitas, concorda. “Considero duas medidas. A primeira algum tipo de dificuldade às importações. O governo brasileiro deveria rever esse assunto para impedir a importação descontrolada.”

Depois, pelo programa chamado Leite Saudável, por meio do qual o governo federal auxilia as agroindústrias leiteiras para que viabilizem a cadeia produtiva. “O setor público renuncia a uma parte do Pis e Cofins, mediante um regramento específico. Poderia incluir mais uma condição: excluir desse programa a indústria que importar leite em pó.”

6 | A HORA Sexta-feira, 22 setembro 2023
VALE DO TAQUARI CARLOS FREITAS PRESIDENTE EXECUTIVO DA DÁLIA ALIMENTOS

Deputados aprovam calamidade pública no RS

Medida tem validade

até dezembro de 2024.

Na prática, projeto isenta o Estado e municípios afetados

pela enchente de cumprirem com restrições impostas

pela Lei de Responsabilidade Fiscal

Mateus Souza mateus@grupoahora.net.br

ESTADO

Aprovado pela Câmara dos Deputados nessa quarta-feira, 20, o projeto que reconhece situação de calamidade pública no Rio Grande do Sul abre caminho para flexibilização de regras orçamentárias com o propósito de direcionar mais recursos aos locais afetados pela enchente. A proposta foi elaborada pelo Senado e agora segue para sanção

presidencial.

Além do reconhecimento da calamidade, a proposta legislativa também isenta o RS e as cidades impactadas pelo ciclone das restrições impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A flexibilização será válida até 31 de dezembro de 2024, visto que o enfrentamento a situação envolve custos não previstos nos orçamentos.

Pela lei, em 2024, que é ano eleitoral, os executivos municipais poderão criar despesas mesmo que elas não sejam finalizadas dentro do próprio mandato ou sem que haja disponibilidade de caixa suficiente para isso. Em situações normais, são medidas proibidas.

Desde que os recursos sejam destinados ao combate à calamidade pública, municípios gaúchos e o Estado poderão criar despesa obri-

gatória de caráter continuado, aumentar renúncia de receita ou criar aumento de despesa sem as condições e vedações impostas pela LRF. Isso gerou críticas de alguns parlamentares por conta da dispensa dos gastos obrigatórios com saúde e educação.

Articulação

A votação do projeto em regime de urgência contou com a articulação de deputados da bancada gaúcha. Diversos parlamentares solicitaram que ocorresse ainda esta semana, o que se concretizou com a apreciação da urgência e do mérito do texto.

“É uma execução que foge da normalidade. Como foi na pandemia, quando os governos aportaram recursos e alteraram a lei para que não fossem penalizados. Agora, temos essa flexibilização para que os municípios possam atender às necessidades e fazer investimentos sem sofrer sanções na prestação de contas”, frisa o coordenador da bancada gaúcha, Carlos Gomes (Republicanos).

– Endividamento acima dos limites previstos na lei;

– Dispensa de requisitos, como a comprovação de regularidade fiscal, para receber recursos de transferências voluntárias (convênios, acordos, ajustes);

– Pagamento de ações de combate à calamidade pública com recursos vinculados a outras áreas;

– Concessão de incentivos fiscais e aumento de despesa para o combate à calamidade pública.

O deputado lembra que, em casos de calamidade, existe uma comoção geral na população e é exigida uma resposta imediata dos entes. “Mas, no poder público, só pode ser feito o

que está na lei. Então é importante o gestor, além da vontade, ter o amparo legal, que lhe dê segurança para tomar medidas e fazer o que deve ser feito nesses casos”, observa.

A HORA | 7 Sexta-feira, 22 setembro 2023
Municípios impactados pelo ciclone, a exemplo de Arroio do Meio, tiveram decreto de calamidade pública reconhecido neste mês
O que a calamidade possibilita aos municípios e ao Estado
MATEUS SOUZA
CARLOS GOMES DEPUTADO FEDERAL

thiagomaurique@grupoahora.net.br

THIAGO MAURIQUE

Florestal inaugura fábrica de chocolates em novembro

DIVULGAÇÃO

Cacis inicia atendimentos na nova sede

Na manhã de ontem a Câmara de Comércio, Indústria, Serviços e Agronegócio (Cacis) de Estrela iniciou operações em nova casa. Localizada na Rua Fernando Abott, 560, no Centro da cidade, o espaço abriga toda a estrutura administrativa da entidade, bem como o serviço de certificação digital. Também possui salão de eventos e auditório, espaços que ficam à disposição dos associados , da comunidade estrelense e regional. A nova sede fica junto à antiga CDL e também era utilizado como salão de festas da Cacis. A estrutura, de 192 metros quadrados e dois pavimentos, foi ampliada para 443 metros quadrados, em três andares com acessibilidade e elevador. A inauguração oficial ainda não tem data para ocorrer.

FRASE DO DIA

“O Banco Central ainda não está em sintonia com a economia brasileira, pois está baixando a taxa de juros em doses homeopáticas, enquanto a economia dá fortes sinais de crescimento.”

As obras da nova fábrica da Florestal Alimentos estão em fase de conclusão. A indústria lajeadense investiu mais de R$ 53 milhões na ampliação, que inclui a instalação de uma linha de produção de chocolates em Lajeado. Parte dos equipamentos do projeto já estão instalados e operando, enquanto os demais serão instalados entre os meses de setembro e outubro. A inauguração está prevista para novembro.

Também em novembro, come-

çam as operações do novo centro de distribuição da empresa, localizado na cidade de Serra, no Espírito Santo. Fruto de investimento mensal de R$ 200 mil, o CD integra o Operador logístico Celer e tem a missão de ampliar o atendimento nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.

A empresa lajeadense conta inicialmente com uma área de 3 mil m², sendo 2,5 mil posições para paletes de produtos e 300 posições refrigeradas. A parceria inclui serviço de recebimento de merca-

dorias, armazenagem, separação, cross docking e expedição, inclusive de produtos que precisam de refrigeração, como ovos de Páscoa e chocolates.

A estrutura está localizada no Terminal de Cargas Intermodal de Serra, com 3,5 milhões de m² no total. Conforme a Florestal, o Espírito Santo oferece hoje os melhores custos logísticos do Sudeste e os melhores incentivos fiscais do país para empresas do ramo atacadista, e-commerce e para quem trabalha com importação.

• Congresso Federasul – Entidade que congrega as associações empresariais do RS, a Federasul promove na próxima semana o 19º Congresso Federasul e 2º Congresso Mulheres Empreendedoras. O evento ocorre nos dias 29 e 30, na Câmara de Indústria e Comércio de Bento Gonçalves. A programação inclui palestras, cases de entidades filiadas, relatos do Núcleo de Mulheres e debates sobre Liberdade Econômica. A programação completa do evento está disponível no site federasul.com.br.

• Fasa em Chapecó – O Grupo Fasa, de Cruzeiro do Sul, foi um dos expositores da Feira Internacional de Negócios, Processamento e Industrialização da Carne – Mercoagro 2023. Maior do setor das Américas e uma das maiores feiras da indústria mundial da proteína animal mundial, o evento reuniu mais de 20 mil compradores visitantes no Parque de Exposições Tancredo Neves, em Chapecó (SC). Em três dias, mais de US$ 160 milhões em negócios foram registrados pelos 235 expositores do evento.

8 | A HORA Sexta-feira, 22 setembro 2023
DÉCIO LIMA PRESIDENTE DO SEBRAE NACIONAL EM NOTA SOBRE A REDUÇÃO DE 0,5% NA TAXA SELIC DETERMINADA PELO BANCO CENTRAL
Fabricante de doces de Lajeado também anunciou novo centro de distribuição no Espírito Santo

Realização

em Lajeado

“Valão”, logo ficaram com água acumulada sobre a pista.

Em dias de maiores volumes de chuva em um curto período de tempo, estas são as primeiras áreas a apresentarem dificuldade de circulação de veículos e pessoas. O problema é recorrente nestes locais. Porém a enchente da semana passada piorou o cenário.

A vazão é muito pequena. Quando chove, não dá conta”

Obra na Fett Filho deve ser concluída em até oito meses

sendo demolidos para substituição. No entanto, só um deles havia sido reconstruído. Por conta disso, a Carlos Fett Filho ficou conhecida nos últimos anos na região como “a escola sem banheiro”.

Depois da enchente, tubulação obstruída intensifica alagamentos em Lajeado

Construção de novo bloco iniciou neste mês.

proximidades do acesso à BR-386 pela ponte seca, registrou água sobre a pista

de ensino da região, pois se trata de uma demanda antiga da comunidade.

De acordo com a Secretaria de Obras e Serviços Urbanos (SOSUR) de Lajeado, a tubulação está entupida com lama e outros entulhos que obstruem as bocas de lobo e dificultam a vazão da água.

“A lama vira algo parecido com um tijolo depois que seca dentro do cano. Além disso, alguns materiais entram na tubulação, como folhas, plásticos e outros resíduos e lixo que a enchente traz”, explica o secretário Fabiano Bergmann.

de apenas 30mm ou até 20mm, porque são locais que comportam

Desde 2014, alunos utilizam a estrutura do CTG Raízes do Sul, ao lado da escola, para acessar banheiros e refeitório. A parceria se dá por meio do pagamento de um aluguel mensal, custeado pelo Estado. “Eles sempre foram muito parceiros da nossa escola. Também nos deixam fazer reuniões no local. Mas estamos contando os dias para poder usar a nossa estrutura”, frisa Eloísa.

Martins e escoamento

Um novo olhar sobre os bairros

LAJEADO

té o fim do primeiro semestre de 2024, a Escola Estadual Carlos Fett Filho deve contar com um novo bloco escolar para atender aos 172 alunos. Iniciada neste mês, a obra era uma das mais aguardadas entre as instituições

Bento Rosa e Décio Martins

“Valão”, são primeiros pontos acumular água em dias de volume de Nessa quartao problema intensificado impactos remanescentes enchente. As tubulações estão entupidas com o acúmulo de lama.

Limpeza com hidrojatos foi feita limpar os canos e o escoamento

Ao todo, o Estado investe R$ 2,7 milhões no prédio, de dois pavimentos, por meio do programa Lição de Casa. Os trabalhos são executados pela Grafite Construções, empresa de Encantado vencedora do processo licitatório aberto no começo do ano. O cenário mexe com o cotidiano da escola, mas sem interferir nas atividades externas.

LAJEADO

Ainda antes das 8h dessa quarta-feira, 13, alguns pontos de Lajeado estavam alagados com a chuva intensa registrada na madrugada e início da manhã. A Rua Bento Rosa, nas proximidades do acesso à BR-386 pela ponte seca, e a Avenida Décio Martins Costa, no

Diretora da Carlos Fett Filho desde 2018 e no corpo docente da escola há mais de uma década, Eloisa Franz lembra que a obra é esperada desde 2009. “Esse projeto representa muito para nós. Nunca usarmos a falta de estrutura como empecilho para que a

LAJEADO

Um novo olhar sobre os bairros

Para fazer a limpeza dos canos, são utilizados hidrojatos, um tipo de jato de água com pressão para fazer a desobstrução. Apesar de a chuva dessa quarta-feira logo causar estes pontos de alagamento, a água também ajuda a fazer o barro se soltar das paredes dos canos e, assim, facilitar o escoamento da água. Para resolver o problema que sempre surge em dias de chuva mais intensa nestes locais, Bergmann explica que uma alternativa é a troca da tubulação. Canos maiores podem permitir a maior vazão da água.

tulhos que obstruem as bocas de lobo e dificultam a vazão da água.

Quando chove, não dá conta”

Perspectiva é de que novo bloco escolar fique pronto até o fim do primeiro semestre de 2024. Empresa responsável é de Encantado

“Na parte central, as redes são

escola acontecesse. Sobrevivemos esses 13 anos sempre apostando que um dia receberíamos essa nova estrutura”, frisa. Conforme Eloísa, mesmo com espaços adaptados, a Carlos Fett Filho se destaca pela qualidade do ensino ofertado aos alunos. “Apresentamos um Ideb que está entre os melhores das escolas públicas de Lajeado. A questão pedagógica

Ainda antes das 8h dessa quarta-feira, 13, alguns pontos de Lajeado estavam alagados com a chuva intensa registrada na madrugada e início da manhã. A Rua Bento Rosa, nas proximidades do acesso à BR-386 pela ponte seca, e a Avenida Décio Martins Costa, no

“A lama vira algo parecido com um tijolo depois que seca dentro do cano. Além disso, alguns materiais entram na tubulação, como folhas, plásticos e outros resíduos e lixo que a enchente traz”, explica o secretário Fabiano Bergmann.

Também é avaliada a possibilidade de futuramente abrir novas galerias na área central e em pontos estratégicos, como perto das avenidas, e levar essa água direto para o Rio Taquari. Esta alternativa também pode ajudar a evitar o problema de alagamentos.

nunca foi deixada de lado. Muito pelo contrário, sempre batalhamos muito para mostrar que eramos merecedores de uma estrutura maior”.

Para fazer a limpeza dos canos, são utilizados hidrojatos, um tipo de jato de água com pressão para fazer a desobstrução. Apesar de a chuva dessa quarta-feira logo causar estes pontos de alagamento, a água também ajuda a fazer o barro se soltar das paredes dos canos e, assim, facilitar o escoamento da água.

“Já estamos fazendo levantamento de demanda de móveis que vamos precisar, poder ver a nossa tão sonhada biblioteca, poder ver nossos alunos correndo os dedinhos nas prateleiras e buscar um novo livro. É satisfatório pensar nesse sonho se concretizando”, complementa a diretora. O novo espaço terá área total de mil metros quadrados, sendo 703,26 metros quadrados de área construída.

de apenas 30mm ou até 20mm, porque são locais que comportam muitas pedras e rochas embaixo desses bairros. A vazão é muito pequena. Quando chove, não dá conta,” diz o secretário.

Parceria com CTG

Antigamente, a escola tinha dois blocos de madeira, conhecidos como “brizoletas”, que acabaram

Para resolver o problema que sempre surge em dias de chuva mais intensa nestes locais, Bergmann explica que uma alternativa é a troca da tubulação. Canos maiores podem permitir a maior vazão da água.

“Na parte central, as redes são

Prazo

Quando ocorre a construção de prédios, lojas e pavilhões nestes locais, o município sugere ao empresário a substituição da tubulação. “A empresa compra os canos e o município arca com a despesa de romper as calçadas e ruas e fazer a instalação, e levar a canalização até galerias. É um serviço árduo”, complementa Bergmann. Também é avaliada a possibilidade de futuramente abrir novas galerias na área central e em pontos estratégicos, como perto das avenidas, e levar essa água direto para o Rio Taquari. Esta alternativa também pode ajudar a evitar o problema de alagamentos.

O prazo do contrato estipulado pela empresa vencedora da licitação é de seis meses. No entanto, as condições climáticas foram desfavoráveis nestas primeiras semanas. Por isso, Eloísa acredita que, em pouco mais de oito meses, a obra esteja concluída.

A HORA | 9 Sexta-feira, 22 setembro 2023
intensifica alagamentos
Comunidade escolar aguarda há mais de uma década por estrutura. Atualmente, alunos utilizam banheiro e refeitório do CTG Raízes do Sul
BIANCA MALLMANN
FABIANO BERGMANN SECRETÁRIO DE OBRAS E SERVIÇOS URBANOS Motoristas enfrentaram di culdades na área central por conta dos alagamentos. Décio Martins Costa e Bento Rosa estão entre as ruas mais atingidas
HORA
2023
BIANCA MALLMANN CAETANO PRETTO
Quinta-feira, 14 setembro
Construtora e Incorporador Bianca Mallmann biancamallmann@grupoahora.net Rosa, nas proximidades do acesso à BR-386 pela ponte seca, registrou água sobre a pista BIANCA MALLMANN FABIANO BERGMANN SECRETÁRIO DE OBRAS E SERVIÇOS URBANOS
A vazão é muito pequena.
Motoristas enfrentaram di culdades na área central por conta dos alagamentos. Décio Martins Costa e Bento Rosa estão entre as ruas mais atingidas BIANCA MALLMANN CAETANO PRETTO MATEUS SOUZA

Número de animais em abrigos cresce após a enchente

Na busca por uma solução para o problema, a Univates cria um portal para localização de animais perdidos

VALE DO TAQUARI

Ocenário de destruição das cidades atingidas pela enchente é marcado também por animais que circulam sem rumo. Só em Lajeado, foram 78 cães recolhidos durante e após a enchente. Na maioria dos casos, os cachorros e gatos se perderam dos donos e ainda não foram devolvidos.

Em Estrela, o governo resgatou 105 cães na semana de 5 de setembro. Dois abrigos temporários foram montados, um no bairro Boa União e outro no Ginásio Ito Snell, para que os animais pudessem ficar junto de seus tutores. No local, eles receberam atendimento veterinário e vacinas.

No canil do município, antes da enchente, eram abrigados 70 cães. Agora, são 84. “Muitos já foram doados e já estão em lares temporários. A primeira ação que tentamos é essa, porque nosso canil está esgotado, sem espaço para receber”, comenta a diretora do Departamento de Meio Ambiente de Estrela, Tanara Schmidt.

Colinas não possui canil mu-

nicipal, e o governo afirma que o município não tem animais abandonados, pois todos estão em lares temporários ou abrigados. Arroio do Meio e Cruzeiro do Sul também não possuem canil na cidade nem abrigos para os cães de rua.

Sem chance de sobreviver

Apesar de ter sede em Lajeado, a APAMA atende também os municípios de Estrela e Cruzeiro do Sul. Conforme a coordenadora do local, Ana Rita da Silva Azambuja, muitas famílias foram embora e deixaram os animais em casa, muitos presos e sem chance de sobreviver. Antes da enchente, eram abrigados 300 animais. Hoje, são 330.

Em busca da solução

Um professor, um estudante e um diplomado do curso de Engenharia de Software da Univates criaram uma plataforma com o objetivo de ajudar a localizar os animais. Idealizado por Fabrício Pretto, Mateus Roveda e Zeno Sbardellotto Júnior, o Portal Pets do Vale do Taquari conta com o apoio de 13 voluntários que estão atuando para cadastrar os animais desaparecidos e acolhê-los, contatar seus tutores e produzir conteúdo para a rede social do site.

Conforme explica Pretto, as ações desenvolvidas pelo grupo têm surtido um ótimo resultado, ressaltando que, até quinta-feira, 21, 28 pets já tinham sido encontrados e devolvidos aos seus donos.

10 | A HORA Sexta-feira, 22 setembro 2023
Em Estrela, um abrigo foi montado no bairro Boa União e outro no Ginásio Ito Snell, para que os animais pudessem ficar junto de seus tutores
DIVULGAÇÃO

NO ORIENTE MÉDIO

ZAGUEIRO DE LAJEADO SE PROJETA AOS EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

Com passagem

pela base de Inter e Lajeadense, Michel Zanata Dreifke deixa a Ferroviária, de São Paulo, e assina com o Al Ittihad Kalba

Com passagens pela base do Internacional e do Lajeadense, o zagueiro Michel Zanata Dreifke, 20, tomou um rumo diferente na carreira. Natural de Lajeado, ele deixou a Ferroviária, de São Paulo, para atuar no futebol dos Emirados Árabes Unidos. Ele assinou com o Al Ittihad Kalba até 2026. Dreifke estava na Ferroviária desde os 18 anos. Já em 2021, o defensor se destacou na campanha do Paulista Sub-20, contribuindo para levar o clube até a semifinal da competição. Mesmo atuando na zaga, tem fama de goleador e se tornou o terceiro maior artilheiro da equipe, com seis gols marcados. Em 2022, foi destaque novamente na campanha, chegou até as quartas de final e marcou três gols. Também disputou as edições de 2022 e 2023 da Copa São Paulo de Futebol Júnior com a camisa grená. Na estreia deste ano, contra o Fast-AM, marcou um dos gols na vitória por 2 a 1.

No Paulistão deste ano, passou a treinar junto com o elenco principal da Ferroviária e foi relacionado para cinco partidas. Segundo o zagueiro, o estafe do novo clube entrou em contato com os empresários e logo apresentou uma proposta. “Assim que me contaram fiquei muito feliz por ser uma

grande oportunidade para crescer profissionalmente”, diz.

O Oriente Média foi o grande protagonista da última janela de transferências internacional, principalmente a Arábia Saudita. Mas muitos jogadores também deixaram os grandes centros para atuar no Catar e nos Emirados Árabes Unidos.

O zagueiro inclusive diz ter se surpreendido com a qualidade do futebol no país. “Eu já conhecia mas não tinha muita noção de como as coisas eram por aqui. Assim que cheguei notei muita qualidade, tanto em estrutura dos clubes para trabalho, assim como nos jogadores”, relata.

ADAPTAÇÃO E PROJEÇÃO

Em um país tão diferente, comemora o fato de dividir o vestiários com outros quatro jogadores brasileiros. “Eles me acolheram muito

bem e me ajudam nesta adaptação. O mais difícil tem sido lidar com o calor, é realmente muito quente, o que faz o jogador se desgastar muito mais rápido”, afirma.

A Liga dos Emirados Árabes recebeu atletas de renome mundial nos últimos anos. Atualmente, Dreifke destaca a presença de três atletas com passagem pelo Barcelona: Iniesta, Paco Alcácer e Pjanic.

INÍCIO NO NOVO CLUBE

Após duas rodadas da Liga dos Emirados Árabes, a equipe da cidade de Kalba ocupa a 11ª colocação, com apenas um ponto. Ao mesmo tempo, na Copa da Liga, vem de vitória por 5 a 1 sobre o Khorfakkan. Se antes o zagueiro do Vale só tinha experiência na base, agora já disputou quatro partidas pelo clube em que é titu-

lar. “Não foi o início que esperávamos na Liga mas sabemos que a meta traçada é a classificação para a Champions da Ásia e podemos alcançar este objetivo pela qualidade do elenco”, avalia.

Aos 20 anos, o lajeadense acredita que pode construir uma carreira interessante no futebol árabe, mas não descarta um futuro em outro mercado. “Fiquei muito contente com o que vi aqui entre estrutura dos clubes e do campeonato, atualmente estou muito focado em poder me desenvolver do melhor jeito possível. O futuro somente a Deus pertence.”

12 | A HORA Sexta-feira, 22 setembro 2023
Caetano Pretto caetano@grupoahora.net.br Zagueiro natural de Lajeado assinou até 2026 com o clube dos Emirados Árabes Unidos Dreifke chegou e logo assumiu a titularidade no novo clube, onde já atuou quatro vezes MICHEL ZANATA DREIFKE ZAGUEIRO DO AL ITTIHAD KALBA
Assim que cheguei notei muita qualidade, tanto em estrutura dos clubes para trabalho, assim como nos jogadores e na Liga”
FOTOS: DIVULGAÇÃO

JOÃO LUCAS FELDENS CATTO

TENTE E NÃO DIGA QUE A VITÓRIA ESTÁ PERDIDA

Ao longo de toda a história, o mundo convive com desastres e tragédias, por mais incompreensíveis que sejam. Quem viveu na pele a dor da perda, sabe como é ficar sem chão e clamar por ajuda.

A nossa região está vivendo isso. Porém, mais do que solidariedade todos prestamos a ajuda que era possível nesse momento tão delicado, com a certeza que cada ação é um fio de esperança no coração de todos aqueles que precisam.

Esperança que conforta e dá forças para seguir, pois nunca é um ponto final, mas sim uma vírgula para um recomeço.

E a vida do atleta profissional também é assim.

O atleta tem sua vida regrada, onde o seu corpo é seu santuário e principal ferramenta de trabalho.

O atleta passa por momentos felizes, tristes, momentos de altos e baixos, onde sua família sente os reflexos. Porém, aliado a tudo isso ele corre sempre o risco de viver sua pior tragédia pessoal (e profissional): a lesão.

Quem conviveu com ela já sentiu na pele e sabe como é ficar sem chão, viver sob angústia em momentos de desespero durante a tormenta desse grande choque de realidade. Em um dia tem saúde e força, no outro dia nada se tem.

Ou melhor, quase nada, pois tudo se tem onde há esperança.

TURISMO E DIVERSÃO LAGOA

DA

Lagoa da Harmonia é pelo terceiro ano consecutivo palco do evento de ciclismo

HARMONIA SEDIA EVENTO DE CICLISMO

Pedalagoa ocorre neste domingo e deve reunir mais de 300 atletas

ALagoa da Harmonia, em Teutônia, é destino de vários ciclistas ao longo do ano e um dos principais pontos turísticos do Vale do Taquari. Neste domingo, 24, o local terá uma movimentação diferente. Cerca de 300 ciclistas são esperados para a terceira edição do Pedalagoa. O evento é promovido pela RS Bikers e conta com apoio da Administração Municipal de Teutônia, Biscoitos Klain e Lagoa da Harmonia.

A retirada dos kits é a partir das 8h. Já a partir das 9h, ocorre as primeiras largadas. O pedal terá dois trajetos, o longo, de 30km com altimetria de 900m, e o curto, de 20km com altimetria de 600m, ambos pedalando por Teutônia, Colinas e Imigrante. O evento ocorre com qualquer tempo. As inscrições estão abertas no site www.sprinta.com.br (com taxas) ou via pix, por meio do contato do responsável pela organiza-

ção, Cristiano Neguer (whatsapp 54 991972083), ao valor de R$ 71. O evento também será beneficente. Os atletas estão sendo convidados a levar donativos para as famílias atingidas pela cheia do Rio Taquari.

RESTAURANTE ABERTO

O restaurante da Lagoa da Harmonia terá atendimento especial

no local de largada/chegada contando com sanitários/chuveiros; buffet livre com saladas, pratos quentes e carnes. O espaço de churrasqueiras estará à disposição dos participantes. Inscritos no evento não pagam ingresso, ficando a cobrança restrita apenas aos acompanhantes. Mais informações podem ser solicitadas pelo whatsapp da Lagoa da Harmonia: 51 98151-9874, inclusive para hospedagem nas cabanas.

Sempre cito Ronaldo Fenômeno como um grande exemplo de retomada.

Dentro de sua trajetória como profissional do futebol ele sofreu muito com graves lesões. Ronaldo conviveu com a tormenta das pancadas que a vida lhe dava, o deixando sem chão por longos e intermináveis 22 meses, justamente antes do ápice de uma Copa do Mundo.

Mas mesmo sem ter uma explicação do porquê acontecer e, por mais difícil que pareça, sempre há uma luz no fim do túnel. Mesmo sob desconfiança do mundo inteiro, ele encontrou forças para superar e deu a volta por cima, comandando a Seleção Brasileira na conquista do Penta.

O ATLETA PASSA POR MOMENTOS FELIZES, TRISTES, MOMENTOS DE ALTOS E BAIXOS, ONDE SUA FAMÍLIA SENTE OS REFLEXOS. PORÉM, ALIADO A TUDO ISSO ELE CORRE SEMPRE O RISCO DE VIVER SUA PIOR TRAGÉDIA PESSOAL (E PROFISSIONAL): A LESÃO”

Histórias de superação me comovem e não é de hoje. Aliás hoje é dia 22 de setembro, dia do aniversário do cara que conviveu com graves lesões, ficou anos afastado daquilo que mais lhe fazia feliz, chorou, recebeu no conforto de sua família inúmeros abraços de carinho para nunca desistir, sempre em busca da luz para ressurgir.

Não, eu não cheguei perto de disputar uma Copa do Mundo, mas essa última parte se refere a este colunista. Queria eu que a coincidência entre mim e Ronaldo fosse apenas o dia do aniversário. Além da data, temos em comum as inúmeras lesões graves nos joelhos (aqui já são quase 4 nos últimos 10 anos), mas também os inúmeros motivos para sempre seguir em frente.

“Tente e não diga que a vitória está perdida se é de batalhas que se vive a vida”.

Essa frase não é minha, mas é um lema de vida no qual eu carrego junto comigo para sempre no meu braço direito.

Quando parecia improvável ela me dava forças para recomeçar. E é com ela que finalizo aqui, mas não quero que ela fique apenas restrita a reflexão esportiva. Ela pode (e deve) servir de incentivo a todos aqueles que sofreram com esses últimos acontecimentos na nossa região, colocando fé no coração e esperança a toda comunidade.

Tente outra vez. Bom final de semana!

A HORA | 13 Sexta-feira, 22 setembro 2023
Advogado Desportivo
DIVULGAÇÃO

Curso inédito do Senac em Lajeado

O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) lançava um curso técnico inédito no RS. A qualificação em Técnico de Administração de Micro e Pequenas Empresas seria oferecida em Lajeado para 20 alunos.

As aulas seguiriam durante 15 meses. Conforme reportagem

Hoje é

Dia Nacional de Defesa da Fauna Dia Mundial Sem Carro

Dia Nacional do Atleta Paralímpico

Dia do Contador

Dia da Banana

Dia da Juventude do Brasil

da época, a demanda por esse curso veio de empresários e lideranças. Ainda hoje, o curso é oferecido pelo Senac.

Na foto, Fabiane Francisconi, do Senac RS, e empresários que deram depoimento na abertura do curso

Olimpíadas Estudantis em Arroio do Meio

Os vencedores:

Dama

Feminino – Maira Steffens, da Escola Arlindo Back Masculino – Lucas da Silva, da Escola São Caetano Xadrez

Feminino – Marina Scheid, do Colégio São Miguel Masculino – Paulo Iorra, do Colégio São Miguel Moinho

Feminino – Tatiana Schwertner, da Escola Arlindo Back Masculino – Adriano Tatsch, da da Escola Arlindo Back

Estudantes das redes pública e privada participavam de mais uma etapa das Olimpíadas Estudantis, que ocorria na Escola Bela Vista. Os chamados ”jogos inteligentes” envolviam disputas de dama, xadrez e moinho.

Qualificação técnica em Lajeado

Cinco décadas atrás, o município firmava um convênio com o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo (Serfhau), a Superintendência de Desenvolvimento da Regão Sul (Sudesul) e a Secretaria de Desenvolvimento Regional e Obras Públicas. A ideia era transformar Lajeado em um “município-escola”, uma referência na qualificação dos servidores públicos do Vale do

Enquanto isso…

Taquari.

Na época, estava em andamento o curso de Planejamento Municipal e Administração de Obras Sociais. Junto à qualificação, uma reforma administrativa, tributária e de planejamento era feita em Lajeado.

O coordenador da Equipe Técnica do Serfahau, e quem estava à frente do processo, era Gerson Luiz Joner da Silveira. Para avaliar os trabalhos desenvolvidos pelos técnicos, um Seminário de

Avaliação foi feito, com resultados positivos.

Na época, eles achavam que, até o ano de 2000, Lajeado teria em torno de 60 mil habitantes. De fato, o Censo do IBGE de 2000 apontava para 64 mil habitantes em Lajeado. Isso sem contar todas as emancipações que ocorreram desde a década de 1970, o que implicaria em um número geral de crescimento muito mais expressivo.

Retorno de Juan Perón ao poder na Argentina - As eleições presidenciais extraordinárias garantiam o retorno de Juan Domingo Perón para a presidência do país mais uma vez. As eleições oficias tinham ocorrido em março, quando Héctor Cámpora foi eleito. Mas, alguns meses depois, Cámpora renunciou para que Perón concorresse. Em outubro de 1973, Perón assumiu o Executivo da Argentina, mas acabou falecendo no ano seguinte.

14 | A HORA Sexta-feira, 22 setembro 2023
Santo do dia: São Maurício
ARQUIVO MUNICIPAL DE LAJEADO/O INFORMATIVO

FELIPE NEITZKE

felipeneitzke@grupoahora.net.br

Superação no campo

ARTIGO

Adriana Borges dos Santos Eng. Prod. e Seg. do Trabalho; Eduardo Becker Delwinh Eng. Metalurgista e Seg. do Trabalho; e Evandro Carvalho, Eng. Ambiental e Seg. Trabalho

O que os acidentes do trabalho nos dizem sobre a cultura de prevenção?

Os dados ainda são preliminares, mas relatório da Emater/ RS-Ascar indica que pelo menos 2,5 mil propriedades da região foram atingidas pela enchente do Rio Taquari. No estado esse número passa de 10 mil. O diagnóstico também aponta para danos em 151 localidades da área rural, com 750 casas danificadas e mais de 640 galpões com algum

dano. O cenário é ainda mais desolador ao observar o número de animais mortos por conta da cheia. São mais de 800 bovinos de corte, 240 vacas em lactação, 1,7 mil suínos e 59 mil frangos. Estudo de campo ainda revela a morte de 626 enxames de abelhas e mais de 140 toneladas de peixes levados pela força da água. Outra preocupação é com os 2,4 mil hectares de lavouras que precisam

de recuperação do solo. Com o alagamento das áreas produtivas a maior parte dos nutrientes se perdeu. Diante do cenário, líderes do setor e produtores aguardam com o apoio por parte dos governos. Recursos para habitação e crédito foram anunciados, resta chegar de fato a quem mais precisa e assim viabilizar o recomeço nessas localidades.

Gestão e planejamento das propriedades rurais

Jovens inscritos em programa de empreendedorismo e desenvolvimento passam por mais uma etapa. O grupo desenvolve atividades práticas e teóricas com apoio da Sicredi, Emater/RS-Ascar e do Colégio Teutônia. A partir dessa programa-

Primavera sob influência do El Niño

Institutos de meteorologia projetam uma estação marcada pelo calor e chuva acima da média. Cenário atribuído à atuação do El Niño. Segundo a MetSul, a intensidade do fenômeno será maior em relação a 2015. Condição essa que deixa a região em alerta. A maior recorrência de temporais e o solo ainda encharcado podem representar alagamentos e novas inundações.

ção o objetivo é preparar eles para auxiliar na gestão da propriedade rural e ampliar as perspectivas de futuro. Outros temas discutidos no módulo envolveram conceitos e acesso a políticas públicas como o Programa Nacional de Alimen-

tação Escolar (Pnae) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), além de feiras diretas como alternativas para comercialização de alimentos da agricultura familiar de forma sustentável, com vistas a fortalecer a economia local.

Perspectivas ao setor leiteiro

Em meio à ameaça de novos protestos por parte dos produtores, o governo federal anunciou medidas para socorrer o setor leiteiro. Entre as iniciativas está o incremento na compra para merenda escolar; retirada do incentivo de 5% do PIS/Cofins para importadores; subsídios aos pequenos produtores; entre outras. A decisão visa amenizar os impactos da crise no segmento, gerada em especial pelo aumento dos custos de produção e queda de preço ao produtor. Outro fator questionado pelos agricultores é o maior volume de leite em pó importado, o que estaria comprometendo a competitividade com o produto local. Resultado dessa instabilidade na cadeia produtiva interna está a redução de 1,6% na produção de leite no país, segundo dados do IBGE.

Um trabalhador morre por acidente de trabalho ou doença laboral a cada 15 segundos no mundo. De 2012 a 2020, 21.467 desses profissionais eram brasileiros — o que representa uma taxa de seis óbitos a cada 100 mil empregos formais. Entre os países do G20, o Brasil ocupa a segunda colocação em mortalidade no trabalho, estando apenas atrás do México. Conforme o Relatório das Investigações de Óbitos Relacionados ao Trabalho no Rio Grande do Sul, em 2022, dos 284 óbitos, 236 foram acidentes de trabalho típicos, compreendendo 83,1% dos óbitos relacionados ao trabalho no ano passado. A maioria dos óbitos foram de pessoas do sexo masculino (266 óbitos) e 18 do sexo feminino. A faixa etária mais frequente está entre 25 e 34 anos, com 58 óbitos. A escolaridade mais frequente foi o ensino fundamental incompleto, registrando 82 mortes. O perfil dos óbitos na 16 CRS (Lajeado) está concentrado nas ocupações de trabalhador agrícola e motorista de caminhão. Muitas organizações possuem uma cultura reativa com relação aos acidentes do trabalho, ou seja, somente depois de acontecer algo grave é que começam a realizar as correções necessárias para tornar os ambientes do trabalho mais seguros. Contudo, a Segurança do Trabalho também deve ser um valor pessoal de cada trabalhador. Por exemplo, quando seguimos as regras de trânsito (motoristas e/ou pedestres) sem a presença de fiscalização, é porque temos a segurança como um valor pessoal. Dessa forma, estamos praticando a prevenção de acidentes.

Esse comportamento de autocuidado deve estar presente no cotidiano laboral, compondo junto com a empresa as ações preventivas em relação à segurança do trabalho. Nesse sentido, no mesmo viés de comprometimento contínuo do trabalhador, as organizações também devem desenvolver a cultura proativa interdependente de segurança do trabalho, através do cuidado mútuo entre os funcionários. Da mesma forma como é necessário o investimento em medidas de controle de engenharia na prevenção dos acidentes do trabalho, elaborando e executando projetos de proteções coletivas eficazes com Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), atendendo as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e normas técnicas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Desta forma, destacamos o papel do engenheiro de segurança do trabalho em projetos que visem melhorar as condições de segurança do ambiente laboral e das instalações e equipamentos, atuando no gerenciamento dos riscos, ergonomia e proteção contra incêndio.

A HORA | 15 Sexta-feira, 22 setembro 2023
Um trabalhador morre por acidente de trabalho ou doença laboral a cada 15 segundos no mundo”
FELIPE NEITZKE

Sexta-feira, 22 setembro 2023

Fechamento da edição: 19h

Persiste a possibilidade de temporais localizados. Ao amanhecer as temperaturas ficam agradáveis e pode ocorrer formação de nevoeiro isolado.

Florestal investe mais de R$ 53 milhões

Tradicional empresa de doces do Vale do Taquari prepara a inauguração da unidade de chocolates em Lajeado, além de centro de distribuição no Espírito Santo. Início da produção está previsto para novembro. Local às margens da BR-386 também recebe novo prédio administrativo

MÍN: 22º | MÁX: 30º
NOVA FÁBRICA PÁGINA | 8
FELIPE NEITZKE

Ceat adapta espaços e reabre para mais de 300 estudantes

Após duas semanas com atividades suspensas, aulas são retomadas para todos os níveis, desde a educação infantil ao ensino médio e turno

integral

ROCA SALES

Omês de setembro ficará marcado na vida dos gaúchos, em especial, de famílias surpreendidas com a cheia do Rio Taquari que causou um dos maiores desastres naturais do Vale. Em Roca Sales, o cenário começa a mudar. O semblante de tristeza no rosto se transforma em esperança de dias melhores e uma expectativa de recomeço.

Após duas semanas, um passo importante e positivo com a retomada das aulas do Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat). Os 300 alunos atendidos pela unidade da região alta voltaram às aulas nesta quinta-feira, 21. Apesar da estrutura comprometida pela força da água, as turmas foram realocadas para espaços seguros no estabelecimento de ensino.

“Retornamos hoje com todos os níveis, da educação infantil até o ensino médio e alunos do turno

integral. O prédio da educação infantil ficou destruído, mas o espaço foi realocado. Nossa biblioteca precisa ser reformada, a recepção e outros espaços. Estamos em força-tarefa para a reconstrução o mais rápido possível”, comenta emocionado o diretor geral do Ceat, Rodrigo Ulrich.

As obras para reconstruir o local continuam. Segundo Ulrich, a alimentação foi terceirizada já que a cozinha também ficou com a estrutura danificada e não dispõe, no momento, de local adequado para a preparação da comida para as crianças. “Móveis, material escolar, brinquedos, documentos do colégio e equipamentos de tecnologia, tudo destruído. Muita lama acumulada dentro dos espaços, impossibilitando salvar os materiais”.

O momento ainda é delicado para muitas famílias que tentam recomeçar. A escola conta com apoio de psicólogos para atender as crianças e preparar para esse novo momento em que o município vive. “Tivemos 58 pessoas entre colaboradores e alunos impactos com a enchente, desses 40 são da região alta, pontua Ulrich. Para o diretor do Ceat Região Alta, Germano Hickmann, o dia de hoje é um marco para a comunidade. “Faltam palavras para expressar o sentimento neste momento. Hoje é mais um dos dias que entrará para a história da nossa escola como um dia marcante. A escola é um espaço alegre, importante e fundamental na vida das crianças de toda nossa cidade, de toda nossa sociedade”.

O Ceat teve as suas duas unida-

Cartinhas que chegaram até o Ceat

“Tomara que você tenha um bom recomeço. Meu nome é Manu. Eu não sei qual é o seu, mas eu soube que deu enchente na sua casa. Sabia que eu também estudo no Ceat, só que em outra cidade”. Manu

“Oi! Você está passando por uma situação muito triste, mas dias melhores virão. Eu vou fazer uma surpresa pra você e te ajudar. Eu sou do colégio de Lajeado, do Ceat”. Caetano

des atingidas pela enchente. Em Lajeado, as aulas ficaram suspensas e retomaram as atividades na segunda-feira,11. Para que essa volta às aulas pudesse ocorrer, a instituição contou com a ajuda de colaboradores, pais, alunos e comunidade em geral.

Rede pública

Por outro lado, algumas escolas da rede pública municipal e estadual seguem fechadas e sem previsão do retorno das atividades. Em Muçum, as estruturas foram danificadas e não oferecem condições para acolher os estudantes.

Já em Roca Sales, as aulas nas EMEFs Dom Pedro I, Sagrada Família e Perpétuo Socorro retornam à sua normalidade na próxima segunda-feira, 25. As EMEIs

“Eu desejo que o Ceat fique bem.” Martina Ferro, 2ª série do Ceat de Lajeado.

e ECEIs também, exceto a ECEI Primeiros Passos e EMEI Cantinho da Amizade continuam com as estruturas danificadas e sem condições de receber os alunos.

Força e superação

A solidariedade está por todos os cantos de Roca Sales. Cartinhas foram enviadas por crianças para os alunos do Ceat e estão fixadas no mural do colégio. Nas mensagens, o carinho e desejo de dias melhores para todos que enfrentaram essa tragédia.

MICRORREGIÕES
CIDADES
R$ 4,00 (dia útil) R$ 7,50 (fim de
| ARROIO DO MEIO • ENCANTADO • TEUTÔNIA • TAQUARI • ESTRELA
Sexta-feira, 22 setembro 2023
semana)
MATEUS ROIS
Momento de acolhida marcou ontem a retomada das atividades na unidade Ceat Região Alta

“Contamos com a ajuda de todos para reconstruir o restaurante Casa do Peixe”

Local histórico no bairro Navegantes, em Arroio do Meio, busca reconstrução pós desastre. Proprietário estima prejuízo de R$ 150 mil

Gabriel Santos gabriel@grupoahora.net.br

ARROIO DO MEIO

Omomento atual é de reconstrução do icônico restaurante Casa do Peixe, no bairro Navegantes. A enchente deixou estragos significativos no espaço.

O proprietário, Darcísio Schneider, 64, conhecido carinhosamente como Picolé, conta com o apoio de voluntários e clientes para reconstruir esse local histórico, que há 69 anos funciona na esquina da Campos Sales e Visconde do Rio Branco.

A força das águas submergiu mais de 2 metros da estrutura centenária, resultando em um prejuízo estimado em R$ 150 mil. A reconstrução já teve início. Pe-

dreiros fazem a reforma no local e iniciam algumas adaptações na estrutura física.

A Casa do Peixe, situada na esquina das ruas Visconde do Rio Branco e Campos Sales, por muitos é considerada um patrimônio cultural em Arroio do Meio. O prédio possui 116 anos de história. A enchente não apenas causou danos físicos, mas também resultou na perda de equipamentos elétricos e produtos, dificultando a retomada das atividades que, antes da tragédia, ocorriam de segunda a sábado.

No entanto, a esperança persiste graças ao espírito solidário de voluntários e clientes que se uniram para apoiar a reconstrução. "Temos que preservar essa história. Queremos concluir a reforma e voltar a atender os clientes em nosso restaurante dentro de 30 dias", comenta Picolé.

Como ajudar

Interessados em ajudar na reconstrução da Casa do Peixe podem enviar valores pelo PIX para o e-mail deiabraun@gmail.com.

Picolé enfatiza a importância desse apoio para superar esse momento difícil e preservar o legado

CIDADES

Arroio do Meio

Reportagem: Gabriel Santos gabriel@grupoahora.net.br

Tanto é assim que continuamos a ter clientes da Espanha até hoje. As pessoas nos ligam e querem ajudar. Não são apenas clientes, são amigos.”

do restaurante. "Com a ajuda de todos, vamos reconstruir a Casa do Peixe. Este local faz parte da história de Arroio do Meio e do Vale do Taquari. Tanto é assim que continuamos a ter clientes da Espanha até hoje. As pessoas nos ligam e querem ajudar. Não são apenas clientes, são amigos."

No dia da enchente, na noite de 5 de setembro, Picolé conseguiu salvar-se assim como muitos moradores do Navegantes que tiveram que se refugiar no segundo andar, enfrentando momentos de tensão e incerteza. “O que eu vi foi uma tragédia. Um cenário de guerra”.

Diretor Executivo: Adair Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia: Fernando Weiss

Diretor de Conteúdo Editorial: Rodrigo Martini

Teutônia

Reportagem: Jhon Wiliam Tedeschi jhon@grupoahora.net.br

Encantado

Reportagem: Diogo Daroit Fedrizzi diogo@grupoahora.net.br

2 | A HORA cidades Sexta-feira, 22 setembro 2023
DARCÍSIO SCHNEIDER, O PICOLÉ PROPRIETÁRIO CASA DO PEIXE
GABRIEL SANTOS
Casa do Peixe funciona em Arroio do Meio há 69 anos. O prédio foi construído em 1907

Projetos e obras abaixo da cota 36m serão revistos

Governo municipal inicia estudo para definir níveis seguros e mapear áreas alagáveis

ARROIO DO MEIO

Nos próximos 180 dias, projetos e obras protocolados no setor de Planejamento que estejam abaixo da cota 36m estão suspensos. Isso ocorre porque o município inicia os estudos para uma nova cota de inundação e áreas de risco. A medida visa a não ocupação habitacional destes espaços, bem como o cadastramento de famílias em programas habitacionais.

O que ocorre é um período de revisão. Segundo o secretário de Planejamento, Carlos Rafael Black, o município também atende a uma recomendação do

Ministério Público, que na última semana instaurou uma portaria para que os municípios tomem providências quanto à proteção e embargo de áreas de risco, propriedades ribeirinhas de cotas mais baixas que a enchente.

A medida visa a não ocupação habitacional destes espaços, bem como o cadastramento de famílias em programas habitacionais. O inquérito é de responsabilidade do Promotor de Justiça de Lajeado, Sérgio da Fonseca Diefenbach.

Em Arroio do Meio, a Defesa Civil estima que o Rio Taquari atingiu a marca dos 37 metros. - Como forma emergencial, o governo municipal anunciou um projeto emergencial que visa proporcionar moradia temporária e digna para os afetados. A iniciativa contempla a instalação de 25 containers provisórios, destinados a abrigar as famílias atingidas pela calamidade.

Cada container terá 15 metros quadrados e será equipado com cozinha, quarto e banheiro, proporcionando um ambiente adequado para as famílias recomeçarem suas vidas após a tragédia.

Para viabilizar o projeto, o governo contou com o apoio financeiro de empresas locais que realizaram investimentos significativos. O município, por sua vez, se responsabilizou pela infraestrutura necessária para a instalação dos containers.

Ainda não há uma data definida para a montagem das estruturas, mas foi confirmado que elas serão erguidas em uma área pública no bairro Aimoré, nas proximidades do estacionamento da Fábrica de Rações da BRF com acesso pela rua Helmuth Kuhn.

Moradias definitivas

Em busca de soluções de moradia mais permanentes, o governo municipal ventila a possibilidade de construir um loteamento habitacional. As áreas adequadas ainda estão sendo analisadas, mas a intenção é garantir a construção programa Minha Casa, Minha Vida, na modalidade Calamidade, destinado a famílias com renda mensal de até R$ 4,4 mil.

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GABRIEL SANTOS
Réguas do balneário do Navegantes foram arrancadas com a força das águas

Semana do Empreendedor inicia na segunda-feira

Marco

Aurélio Raymundo, na noite de quinta-feira, 28

VENÂNCIO AIRES

Para possibilitar contato com diferentes áreas e estratégias de tirar um negócio do papel, o governo municipal promove a Semana do Empreendedor, que inicia na segunda-feira, 25. Entre as atrações, estão o feirão de emprego, lançamento de campanha de compras públicas e Olimpíada de Robótica de Venâncio Aires.

Um dos pontos de destaque da programação, que segue até 1º de

outubro, é o Hackathon, evento que reúne programadores, designers e outros profissionais ligados ao desenvolvimento de software para uma maratona de programação. O objetivo é desenvolver um software ou solução tecnológica que atenda a um fim específico.

Além disso, uma das palestras importantes da semana é a do empresário Marco Aurélio Raymundo, fundador da Mormaii, empresa de esportes e marca conceituada no ramo. Conhecido pelo apelido de Morongo, o médico surfista que largou a profissão para criar marca brasileira líder do segmento, vai estar em Venâncio Aires, na noite do dia 28 de setembro, no Clube de Leituras, com a palestra “A filosofia de um empresário fora da curva”.

Para participar da palestra, o ingresso será solidário, com o recolhimento de alimento não perecível ou litro de leite que será revertido ao Gabinete da Primeira Dama. O Hackathon terá inscrições através de link que será disponibilizado para que os interessados em participar possam acessar. As demais atividades têm

entrada gratuita. Conforme o secretário adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Marcos Hüttmann, faz pelo menos dez anos que o município não tem uma programação como essa. “Nós até temos no calendário

oficial, com a previsão da semana municipal do empreendedor. Tivemos algo em 2019, com dois workshops online, que a gente nem considera muito”, comenta. Para Hüttmann, o evento é importante por contemplar diferentes áreas, como a rural e o turismo.

Evento marca a apresentação da campanha de prêmios e Olimpíada de Robótica

“O objetivo da semana é dar visibilidade para o empreendedorismo, também da inovação e colocar Venâncio nessa área”

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Entre os destaques da programação, está a palestra com o fundador da Mormaii,
Júlia Amaral juliaamaral@grupoahora.net
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A HORA cidades | 5

Autoridades solicitam auxílio financeiro em Brasília

Investimentos na área da saúde, serviços públicos e a necessidade de uma filial do Banco do Brasil foram os tópicos abordados. Por conta da situação da cheia, auxílio pode levar um tempo

BOQUEIRÃO DO LEÃO

Aida a Brasília foi pauta nesta segunda-feira, 18, na câmara de vereadores de Boqueirão do Leão. O vereador Gilnei Zanus (foto)e o prefeito Jocemar Barbon realizaram a viagem na semana passada. Na ocasião, visitaram gabinetes de deputados em busca de recursos para o município.

Entre as solicitações realizadas estão o auxílio para a saúde e também o pedido de uma ambulância. Outra questão levantada é a necessidade de, pelo menos, uma filial do Banco do Brasil no município. “Isso facilita para que a população tenha mais um ponto

Zanus explica, porém, que em virtude das cheias que atingiram o Vale, as emendas parlamentares terão um atraso. O vereador comenta que os recursos serão destinados para as regiões afetadas por conta da magnitude dos estragos. Da mesma forma, ele reforça que é importante solicitar as emendas para garantir valores para o próximo ano.

De acordo com o vereador, no momento, o financeiro do município está em uma situação muito delicada. Por conta do acontecido, Zanus afirma que a redução da folha salarial de funcionários gerais, além do corte no número de secretários é necessário para que a máquina pública não pare.

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para sacar dinheiro, pagar boletos e resolver determinadas pendências”, pontua.
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Anistia de dívidas é pauta na câmara de de Sério

Bancada discute anulação de dívidas do Pronaf e Pronamp para agricultores do município afetados pela enchente. Atos solidários também ganham destaque

SÉRIO

Em audiência pública realizada no dia 11 de setembro, os meios de auxílio aos agricultores atingidos pelas cheias foi o principal assunto debatido. A reunião da Frente Parlamentar da Agricultura contou com a presença do vereador Ivan Luis Henz e do deputado estadual Elton Weber.

Um dos destaques do momento foi o planejamento da anistia das dívidas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor

Rural (Pronamp). O objetivo das autoridades é conseguir que, além do perdão das dívidas, os profissionais atingidos consigam uma linha de crédito para dez anos, com três deles com juro zero.

Além disso, a bancada pede que os repasses mensais ofertados para a população urbana geralmente condicionados ao Cadastro Único (CadÚnico) também sejam repassados para as vítimas das enchentes. Alguns dos aspectos levantados já começaram a ser discutidos em Brasília e, de acordo com o vereador, logo serão revertidos nas

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ações para minimizar os estragos da enchente sob o agricultor. Henz também comenta sobre as ações solidárias em prol da situação. Para ele, os movimentos de arrecadação de donativos, atividades beneficentes e demais planejamentos deveriam ter continuidade durante todo o ano. “A cultura gaúcha prega respeito, amizade e cordialidade. Os bons fundamentos trazem ensinamentos que podem ser explorados ao longo do ano letivo pelas escolas do município e por toda a comunidade”, finaliza.

A HORA cidades | 7 Sexta-feira, 22 setembro 2023
Henz destaca ações solidárias em prol de famílias atingidas pela cheia

OBITUÁRIO

NERCI MARIA NOBRE, 64, morreu na quarta-feira, 20. O sepultamento ocorreu no Cemitério Católico São Paulo Apóstolo, em Ilópolis.

JAQUELINE MEDIANEIRA FAGUNDES, 45, morreu na quarta-feira, 20. O sepultamento ocorreu no Cemitério Cristo Redentor de Guaporé.

LUCAS ANTÔNIO ENÉAS, 91, morreu na quarta-feira, 20. O sepultamento ocorreu no Cemitério Católico de Roca Sales.

ALDINO SILVEIRA, 67, morreu na quarta-feira, 20. O sepultamento ocorreu no Cemitério Municipal de Canabarro, em Teutônia.

IRAI MELO BORSATTO, 60, morreu na quarta-feira, 20. O sepultamento ocorreu no Cemitério Católico São João de Arvorezinha.

• WhatsApp: 51 9248-7689

• Fone: 3710-4200

• E-mail: falecimentos@grupoahora.net.br

8 | A HORA cidades Sexta-feira, 22 setembro 2023

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