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“A região não vai mais ter praça física de pedágio”

Secretário Estadual de Parcerias, Pedro Capeluppi, garante que modelo de concessão para bloco do Vale do Taquari terá cobrança por quilômetro rodado. Ideia é lançar novo edital de concessão até o fim do primeiro semestre de 2024

VALE DO TAQUARI

Em reunião-almoço promovida pela Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), o secretário de Parcerias, Pedro Capeluppi, detalhou alguns princípios sobre o novo plano de concessões das rodovias estaduais. O ponto mais marcante foi a extinção da cobrança em praças físicas. Essa afirmação provocou aplausos de empresários, líderes locais e agentes públicos. “Na primeira reunião que tive com o grupo aqui do Vale do Taquari, no início do ano, fiquei admirado com o envolvimento e o conhecimento. Percebemos que há apoio para a concessão, no entanto precisamos atender algumas reivindicações, que são muito pertinentes”, afirma o representante do Piratini.

As palavras iniciais da palestra remontaram o encontro do dia 31 de janeiro, da equipe técnica da secretaria e uma comissão regional.

De acordo com Capeluppi, a reivindicação para haver pelo menos uma previsibilidade para instalar o free flow desafiou a equipe.

Em cima disso, se aprofundaram estudos sobre o funcionamento do modelo em outros países, em

Temos de dar opções aos motoristas.

Pagar por tag, por aplicativo, pela internet, ou de maneira física, presencial, em um totem de autoatendimento em algum ponto de parada” especial nos Estados Unidos e no Chile. Também se aproximou a conversa com o Grupo CCR, responsável pela primeira experiência no país, com cobrança automática na Rio/Santos.

Junto com isso, a regulamentação da lei do free flow pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) em dezembro passado oferece segurança jurídica para o formato ser consolidado. “Posso afirmar: a região não vai ter mais praça física de pedágio nas futuras concessões do Estado. Vamos trabalhar muito para implantarmos uma cobrança automática, tecnológica e inovadora.” cionar transparência e aumentar a compreensão sobre os encaminhamentos governamentais.

Avaliação semelhante tem o presidente da Câmara da indústria e Comércio (CIC -VT), Ivandro Rosa. Para ele, os princípios apresentados por Capeluppi vão ao encontro das demandas locais. “O secretário foi muito claro no sentido de que esse é o momento para termos o free flow. Pois há tecnologia, que permite segurança para o modelo, e eficiência na cobrança para conseguirmos baratear a tarifa e atender a demanda de obras”. Pelo plano do Estado, a remodelagem do projeto das concessões deve ser finalizado até o fim do ano. Em cima disso, a ideia é lançar o leilão no primeiro semestre de 2024.

Forma de pagamento

Conforme Capeluppi, indicadores sobre o modelo de pagamento revelam uma transição contínua para quitação automática. Em Portão, afirma, 50% dos condutores não param mais na cancela, pois optam por tags.

Outro aspecto avaliado são nas rodovias administradas pela CCR ViaSul. O pagamento eletrônico por cartão de aproximação no RS cresceu três vezes mais do que a média nacional. Enquanto nas rodovias do grupo pelo país essa opção aumentou 60% no ano, nos três trechos gaúchos concedidos, houve um avanço de quase 200%.

Em termos de sistema eletrônico, o mais usado no país são as tags, em especial de veículos comerciais e de carga. Os carros de passeio ainda optam pelo sistema manual ou semiautomático (cartão bancário e de crédito).

A rmações do secretário Pedro Capeluppi agradaram líderes regionais. Garantia de formular pacote de concessões a partir de um modelo sem cancelas está no centro das reivindicações do Vale

Detalhes do bloco 2

O bloco abrange 17,5% da população e compreende trechos das rodovias ERS 128, 129, 130 e 453 no Vale do Taquari;

GRACIELA BLACK PRESIDENTE DA ACIL

O diálogo próximo com líderes locais é importante para proporcionar transparência e aumentar a compreensão sobre os encaminhamentos governamentais”

Para ele, o free flow representa melhores condições para os motoristas, pois evita paradas e aceleração, garantia de um pagamento mais igualitário entre quem usa as rodovias concedidas, além de encerrar a polêmica sobre os locais das cobranças fixas, em que municípios escolhidos sofrem com aumento no custo logístico e com a divisão entre comunidades.

A presidente da Acil, Graciela Black, enaltece a postura da Secretaria de Parcerias em trabalhar com projetos voltados a atender os anseios do setor produtivo e dos municípios. Na avaliação dela, o diálogo próximo com líderes locais é importante para propor-

Inadimplência e custo de operação

Com o avanço dos formatos de pagamento, há uma constante redução nos índices de inadimplência, realça Capeluppi. “Temos de dar opções aos motoristas. Pagar por tag, por aplicativo, pela internet, ou de maneira física, presencial, em um totem de autoatendimento em algum ponto de parada.”

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Pagamento Automático à Mobilidade (Abepam) o percentual de condu-

O secretário foi muito claro no sentido de que esse é o momento para termos o free flow. Pois há tecnologia, que permite segurança para o modelo, e eficiência na cobrança para conseguirmos baratear a tarifa (...)” tores que usam tags no país é de 57%. A maioria está em São Paulo.

No RS, esse número é de 20%.

Em cima disso, o setor técnico afirma que é mais difícil cobrar aquele que não tem sistema eletrônico.

Junto com isso, fica mais caro à operadora, pois é preciso identificar a placa, formular a cobrança, notificar, enviar correspondência.

No mundo se tem uma propor-

E das rodovias ERS-135, ERS-324 e BR-470, que conectam Nova Prata, situada no Alto Taquari à cidade de Erechim, norte do Estado;

O futuro concessionário terá a obrigação de duplicar 282,7 quilômetros de rodovias;

Também há previsão de construção de 48 passarelas e 173 dispositivos de interseção;

Entre os destaques das obras, estão a duplicação da ERS-324, no trecho entre Passo Fundo e Marau, conhecido como rodovia da morte; ção do que seria o ideal para garantir uma aplicação eficiente do free flow. A proporção seria 80% de pagamento automático, em que a concessionária consegue cobrar sem ação do usuário. Os 20% restante, seriam daqueles com cobrança pela placa.

Também duplicação da ERS-130.

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