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Com 17% da produção gaúcha, Vale lidera abates de suínos

Três cidades da região integram a lista das 20 com maior plantel.

Contudo, alta dos custos de produção e juros comprometem evolução do segmento

Felipe Neitzke felipeneitzke@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

Atradição no setor de suínos e os investimentos das indústrias conferem à região posição de destaque. Conforme dados da associação de criadores, em 2022 foram abatidos 1,9 milhão de animais. O número se manteve estável em relação a 2021, mas representa um crescimento de 9,7% em cinco anos. O desempenho coloca o Vale do Taquari no topo da produção gaúcha com 17,7% do total de abates. No ranking estadual, entre as 20 ci-

11,1 milhões de animais para abate, o que representa aumento de 5,6% em comparação ao ano anterior.

Juros altos afastam investimentos

17% Vale do Taquari 15% Médio Alto Uruguai

12% Fronteira Oeste

9% Norte

8% Celeiro dades com maior plantel, três são da região: Capitão, Teutônia e Arroio do Meio. O resultado permanece positivo apesar das dificuldades na cadeia produtiva, entre elas a escalada de custos.

Outra preocupação do setor é com o mercado. A desvalorização

1° - Aratiba

2° - Palmitinho

3° - Rondinha

4° -Santo Cristo

Maiores regiões produtoras do RS Ranking dos municípios Evolução do setor no Vale +9,7%

5° - Nova Candelária

13° - Capitão

14° - Teutônia

17° - Arroio do Meio interna impacta na receita das cooperativas, integradoras e produtores independentes. Por consequência, houve a redução do número de animais alojados e intervalos maiores entre lotes. A expectativa para retomar o desempenho está no aumento das exportações.

(número de abates de suínos)

2018 – 1.800.086

2019 – 1.801.176

2020 – 1.901.233

2021 – 1.981.002

2022 – 1.976.048

Os dados do estudo divulgado pela Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) tem por base as informações da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr). Na soma de todos os municípios gaúchos, foram produzidos

Os números de 2022 também demonstram uma estagnação frente ao ano anterior. Para o presidente da Acsurs, Valdecir Folador, isso representa que a capacidade da indústria está no limite e não houve avanços na ampliação de estruturas nas propriedades.

Entre os motivos, a taxa de juros alta que afasta o interesse de produtores. “Ainda que a Selic esteja em 13%, o custo final do dinheiro chega a 20% e inviabiliza qualquer negócio”, observa Folador. De acordo com ele, atrelado a isso estão os custos de produção, que reduziram a margem entre criador e integradora.

Outro aspecto que deve refletir na região em 2023 é o futuro da Languiru, avalia o presidente da Acsurs. “Talvez o Vale do Taquari até perca um pouco de espaço no setor diante da redução no alojamento. Agora, vai depender muito da parceria com o grupo estrangeiro.”

Para o mercado da carne suína, acredita na abertura de destinos internacionais, com destaque para a Ásia. “A China volta a ter surto de peste suína. Com isso, demandará mais alimentos de fora. Entre os potenciais fornecedores está o Brasil”, reitera Folador.

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