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Os custos para o free flow

Governo atualiza plano de concessões e prevê como forma de cobrança o pagamento por quilômetro rodado. Estimativa extraoficial aponta que cada pórtico de leitura custaria entre 500 mil até 1 milhão de dólares. Região organiza fórum para debater impacto da tecnologia no desenvolvimento econômico, logístico e nos índices de acidentabilidade

VALE DO TAQUARI

Aregulamentação da lei do free flow pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) em dezembro surge como o ponto de partida para atualizar o formato de cobrança dos pedágios pelas rodovias do país. É o que afirma o secretário Estadual de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi.

Tanto que a reestruturação do pacote dos pedágios para o lote 2, onde estão as estradas do Vale 128, 129, 130 e 453, terá como adição um estudo de quanto seria o custo para substituir as cancelas físicas e a necessidade de quantos arcos de leitura em cada trecho.

“Temos de aplicar o que deu

Primeira experiência nacional com free flow será na BR-101, pela CCR, a partir do próximo mês, e fica no trecho Rio-Santos. Formato não prevê pagamento por quilômetro rodado, mas da tarifa integral de quem passar pelo pórtico certo nas concessões anteriores e olhar para a fronteira tecnológica”, afirma Capeluppi. Em reunião com líderes regionais em 31 de janeiro, integrantes da equipe técnica da secretaria apresentaram à comitiva local uma estimativa extraoficial do custo para o free flow.

Cada pórtico, devido aos dispositivos necessários, instalações elétricas, fibra óptica, câmeras e outros itens, teria como preço inicial 500 mil, chegando até 1 milhão de dólares. “Essa é uma estimativa inicial. Como é algo que não existe no país, ninguém ainda tem muito claro os custos. Na medida em que se disseminar, vai baratear”, acredita o secretário.

“É uma previsão fora da realidade. Não acredito que o preço seja assim tão alto. Precisamos de informações mais concretas. Acho que é foi um chute, botando o preço lá em cima, muito para usar de argumento do quanto impactaria na tarifa”, critica o presidente do Conselho de Desenvolvimento da região (Codevat), Luciano Moresco.

Pela avaliação de líderes regionais, implementar o free flow representa melhores condições para os motoristas, garantia de um pagamento mais igualitário entre quem usa as rodovias concedidas, além de encerrar a polêmica sobre os locais das cobranças fixas, em

DIVULGAÇÃO ção, é preciso entender quais os passos necessários para as rodovias gaúchas terem acesso a essa tecnologia. que municípios escolhidos sofrem com aumento no custo logístico e com a divisão entre comunidades.

Em uma análise prévia do Grupo de Trabalho da região, seriam necessários no mínimo 12 pórticos de cobrança nas rodovias concedidas. Seriam quatro de Encantado a Lajeado, três entre Estrela e Teutônia, e no mínimo cinco de Lajeado até Venâncio Aires (veja ao lado).

Vale como polo do debate

A Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT) e o Codevat organizam um fórum para debater o free flow. A ideia é convidar especialistas e representantes das agências Nacional de Transportes (ANTT), Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS (Agergs), além do Executivo gaúcho, Ministério Público (MP) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

“O Vale do Taquari foi a região que mais se organizou para discutir o plano de concessões das rodovias estaduais entre 2021 e 22. Inclusive a suspensão do edital foi uma das vitórias desse movimento. Agora, queremos ser o polo de debate sobre o free flow no Rio Grande do Sul”, afirma Moresco. De acordo com ele, o modelo é uma realidade em diversos países e começa a amadurecer no Brasil. Com o fato novo da regulamenta-

Para Moresco, esse formato de cobrança por quilômetro rodado significa ganho na arrecadação, pois todos os usuários teriam que contribuir. Também possibilitaria uma redução na tarifa. “Pelas novas projeções do Estado, caso se mantivesse o formato da concessão anterior, o preço base em Encantado seria de R$ 16. Com o free flow, esse custo cairia para R$ 8. É um pagamento mais justo e o motorista pagaria o trecho que usou da estrada.”

Conforme o presidente da CIC-VT, Ivandro Rosa, a previsão é agendar o evento para o mês de março. A oficialização e a distribuição dos convites de participação devem ocorrer na próxima semana.

Inspiração que vem do Chile

O formato de cobrança por quilômetro rodado começou a ser implementado no Chile em 2004. Esses quase 20 anos de experiência mostram que é possível também adotar o método no país e em consequência no RS, afirma o representante da Comissão de Infraestrutura da Federação das Empresas de Logística e de Transporte de Cargas (Fetransul), Paulo Ziegler.

“Essa tecnologia existe e existe

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