2 minute read

Prejuízos por setor

R$ 40 milhões

2021 2022*

R$ 52 milhões

2021 2022*

R$ 50 milhões

R$ 132 milhões

R$ 274 milhões Total de prejuízos

A presidência da Languiru foi procurada. Dirceu Bayer respondeu por mensagem: “não comento mais nada com a imprensa. Devo explicações ao associado somente.”

Por meio de nota, a diretoria afirma que “de forma corriqueira, a Languiru tem sido alvo de iniciativas de disseminação de fake news, com compartilhamento de documentos falsos.”

No material, também afirma que o momento não é mais de cautela, mas de recuperação e de medidas extremas à manutenção. “E as ações para esse fim estão sendo tomadas. Criar temor e dúvidas apenas atrapalha.”

Pelo documento, afirma que o vazamento de documentos restritos, voltados à negociação com os bancos, são ações estratégicas e, por isso, não são todas divulgadas de forma imediata. De acordo com o gerente executivo de Recursos Humanos e Desenvolvimento Cooperativo, Alexandre Schneider, a confirmação da forma da renegociação, inclusive com venda de ativos da cooperativa, só vai ocorrer após assembleia. “São os associados que vão decidir”, afirma.

Nos bastidores, informações dão conta de desavenças internas. Inclusive as demissões de dois diretores, dos setores comercial/financeiro e de Indústria/ Fomento, teriam sido motivadas por discordarem da presidência. Nenhum dos ex-dirigentes respondeu à reportagem.

Plano de recuperação com os bancos

• Venda de ativos;

• Busca para associações com outras cooperativas e empresas, ou até a alienação dos negócios de suínos e aves;

• Venda direta de prédios industriais;

• Reprogramação do saldo atual das operações, para pagamento em 7 anos, com 2 anos de carência e pagamento em 5;

• Taxas de juros dos contratos permanecem as atuais se inferiores a CDI +3% ao ano.

“Medidas extremas”

Ao longo da semana, a situação da Languiru embasou reuniões entre representantes dos empresários, dos agricultores e também de gestores públicos. O presidente da Amvat e prefeito de Estrela, Elmar Schneider, defende a realização de uma as- sembleia extraordinária com os associados. “A Languiru é uma marca da região. Tem importância econômica e social. Foi construída pelo trabalho do produtor. Tenho acompanhado o assunto, em reuniões com bancos, com secretários estaduais. Inclusive o vice-governador (Gabriel Souza) se envolveu diretamente.”

Por ser um momento delicado, acredita ser necessário convocar os associados. “O conselho precisa decidir se é necessário mudar ou não a gestão da cooperativa. Agora é hora de medidas extremas.”

Por parte dos gestores públicos, Schneider afirma que a Amvat organiza um encontro com os prefeitos de Teutônia e Poço das Antas. O intuito é conseguir detalhes sobre as condições atuais da cooperativa e tentar apoio político em nível estadual e nacional, com vistas à reversão do cenário atual. “É preciso salvar a Languiru. Muitas famílias dependem desse trabalho.”

A reportagem entrou em contato com o Sistema Ocergs, representante das cooperativas gaúchas. Por meio de nota, a entidade afirmou acompanhar a situação da Languiru. “Como prerrogativa, o Sistema Ocergs não tem interferência na autonomia das cooperativas”, finalizou.

O governo do Estado se limitou a dizer: “olhamos com preocupação para a situação da Languiru, em função da sua grande importância econômica e social para a região do Vale do Taquari.”

Volume de dívidas com bancos

This article is from: