apresentado por:
Diamond LIFE une moradia, lazer e trabalho no coração de Lajeado Condomínio se destaca pela diversidade de áreas compartilhadas, incentivo à convivência e sustentabilidade THIAGO MAURIQUE thiagomaurique@jornalahora.inf.br
L
ançado durante a Construmóbil 2019 pela Construtora Diamond, o Diamond LIFE apresenta um novo conceito de qualidade de vida para a região. Localizado no bairro Americano, coração de Lajeado, o condomínio se destaca pela diversidade de áreas compartilhadas com estrutura completa para lazer e trabalho. São quatro salões de festas, piscina com borda infinita, quadra poliesportiva, espaços temáticos
para todas as idades e será o primeiro condomínio residencial da região com coworking. Diretor comercial da Diamond, Gustavo Schmidt afirma que o projeto utiliza conceitos consagrados em empreendimentos de alto padrão de grandes centros urbanos. “Queremos que as pessoas fiquem satisfeitas não apenas com o seu apartamento, mas com todo o ambiente voltado para o bem-estar dos moradores”, destaca. Conforme Schmidt, a intenção foi valorizar os espaços de convívio, de forma a incentivar a amizade entre vizinhos. Os salões de festa têm estilos de decoração, mobília e equipamentos
Todo o ambiente é voltado para o bem-estar dos moradores.” Gustavo Schmidt
Diretor Comercial
distintos: Pub, para confraternizações mais descontraídas; Churrascaria, para encontros gourmet; Kids, para festas infantis; e um salão tradicional que pode ser usado para qualquer finalidade. O projeto tem ainda academia completa, quadra poliesportiva, espaço pet, sala de jogos, espaço games, playgroud, espaço zen, bicicletário, oficina e quatro praças temáticas. Por meio do aplicativo do
Condomínio terá apartamentos de 2 e 3 dormitórios, unidades duplex e coberturas com terraço e spa
Espaço clube com piscina infinita, espaço Zen e coworking estão entre as áreas compartilhadas
Características • Água e gás individual • Piso porcelanato ou laminado • Acabamento em gesso • Vidros duplos nos dormitórios • Paisagismo diferenciado • Reaproveitamento de água da chuva • Dois elevadores de última geração em cada torre • Guarita de segurança com vigilância por câmeras • Personalização interna • Localização privilegiada • Lojas térreas com mezanino • Prédio com 18 pavimentos de aptos com vista panorâmica
Áreas compartilhadas • Espaço Coworking • Espaço Zen • Espaço Beauty
Condomínio será o primeiro da região com espaço coworking, unindo trabalho, moradia e lazer
Serão 4 salões de festas temáticos, além de espaço para games, esportes e diferentes opções de lazer
condomínio, os moradores poderão reservar um horário para trabalhar ou atender clientes no coworking. “Será possível desempenhar as atividades sem ter uma despesa fixa com escritório.” As construções da Diamond também se destacam pela escolha de materiais renováveis e processos controlados de forma a garantir a sustentabilidade das obras. O LIFE terá cisternas para reaproveitamento de água da chuva, lâmpadas de LED e grandes aberturas para economia de água e energia. De acordo com Schmidt, o LIFE representa uma evolução do Diamond Clubhouse, empreendimento lançado em 2018 que inovou ao apresentar um grande número de áreas de uso compartilhado. Diante do sucesso da proposta, a construtora decidiu ampliar o conceito. A resposta do mercado foi rápida e surpreendente. Durante a Construmóbil, a empresa vendeu a quantidade de apartamentos prevista para até o fim do ano.
Qualidade de vida e respeito com o cliente O Diamond LIFE foi concebido pensando no dia a dia e na vida de quem vai morar no empreendimento. Conforme Gustavo Schmidt, a ideia foi criar um ambiente voltado
• Salão de festas • Academia equipada • Sala de Jogos • Espaço Grill • Salão Pub • Salão de festas infantil • Espaço kids • Espaço Games • Praça Ar • Praça Fogo • Praça Água • Praça Terra • Quadra poliesportiva • Playground com brinquedos para crianças • Bicicletário compartilhado • Espaço Pet
para o bem-estar coletivo e individual. A aposta é na qualidade de vida. A Diamond é reconhecida pelo nível de excelência e alto padrão em suas obras, pontualidade nas entregas e exclusividade. “O cliente sabe que terá um imóvel único com o apoio da nossa equipe de personalização.” Segundo ele, a qualidade de vida também está na localização dos empreendimentos, que permite morar perto de escola, comércio, clube, praças e mercados. produzido por estúdio a hora
apresentado por:
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registro para proteger a inovação Haas Advogados oferece serviço especializado em marcas e patentes
THIAGO MAURIQUE thiagomaurique@jornalahora.inf.br
C
aminho necessário para a evolução das empresas, o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias pode se tornar uma dor de cabeça se não forem adotadas precauções. O registro de marcas e patentes protege o empresário de disputas judiciais ou mesmo da usurpação do trabalho desenvolvido. Com 24 anos de experiência e vocação consolidada no Direito Intelectual, a Haas Advogados atua na proteção e defesa jurídica de marcas e patentes, entre outros serviços. A marca registrada garante ao seu proprietário o direito de uso exclusivo no território nacional em seu ramo de atividade econômica. Patente é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade, outorgado pelo Estado aos inventores. Sócio do escritório, o advogado Élio Haas afirma que tanto pessoas físicas quanto empresas desenvolvem tecnologias, produtos e aprimoramentos que podem ser protegidas por patente para evitar a usurpação por parte de terceiros. O processo de concessão de uma patente pode levar até 10 anos, mas o INPI vem reduzindo o tempo de análise dos novos pedidos para adequação ao padrão internacional. Conforme Haas, é possível requerer celeridade no exame de patentes para casos que se enquadrem como prioritários. Recentemente a Haas obteve a patente de um óleo biodegradável de aplicação em correntes de motosserras para um inventor de Arroio do Meio em menos de cinco meses, tempo recorde no país.
Hoje o produto inovador é vendido em todo o RS e possui exclusividade de exploração em todo o Brasil, sendo que o inventor já protocolou a patente internacionalmente para estender a proteção a outros países. “A patente confere ao titular a exclusividade na exploração do objeto no prazo de vigência revelando-se um investimento de risco moderado e de rentabilidade previsível.”
Estratégia voltada para satisfação do cliente O registro de marcas garante a exclusividade da propriedade, impedindo que terceiros utilizem a marca, logotipos e identidade visual sem a autorização do titular. Sócia da Haas Advogados, Tatiana Haas Tramujas
afirma que o registro incrementa os ativos contábeis de uma empresa, e que toda a estratégia para o registro é realizada em parceria com o cliente. É possível registrar o nome, os ícones visuais ou a logomarca (misto). Também existe o registro tridimensional, relativo à forma de um determinado produto da marca e proteções específicas para modelos industriais. Outro aspecto que pode ser registrado é a identidade visual. “Se uma franquia tem determinada vestimenta e isso faz parte do conceito de loja, se alguém abrir marca com a mesma identidade visual, mesmo com nome diferente, pode confundir o consumidor”, afirma. Também existem regulamentos
Quem não protege corre o risco de pagar royalties para utilizar a própria criação. O registro evita a utilização indevida por parte de terceiros.” Élio Haas Advogado
específicos para a internet. Diante deste cenário complexo, a definição da estratégia adequada para a proteção de criações intelectuais dependerá da análise do caso concreto. Para isso, além da larga expertise de seus profissionais, a equipe da Haas Advogados conta com especialistas e mestre em Propriedade Intelectual, membro da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual (ABPI) e do Centro de Solução de Disputas, Mediação e Arbitragem em Propriedade Intelectual (CSD-ABPI), como árbitro especialista. Mais informações no site www. haasadvogados.com.br, telefone (51) 3748-3103 ou email contato@ haasadvogados.com.br.
uma marca registrada incrementa os ativos contábeis da empresa. toda a estratégia para o registro é realizada em parceria com o cliente.” Tatiana Haas Tramujas Advogada
Dirigida por Élio Haas e Tatiana Haas Tramujas, a Haas Advogados soma 24 anos de experiência e vocação consolidada em Direito Intelectual produzido por estúdio a hora
SUMÁRIO
EXPEDIENTE
NOVO CICLO Diretor Executivo
Adair Weiss
Diretor de Mercado e Estratégia:
VALE DO TAQUARI VALE DO RIO PARDO
Dois Vales unidos pela inovação O governo estadual aposta no Inova RS como ferramenta para propor desenvolvimento ordenado e sustentável aos gaúchos. Dividiu o RS em nove núcleos e uniu os Vales do Taquari e do Rio Pardo num só. A decisão política abre um novo ciclo para as 56 cidades que formam as duas regiões.
Fernando Weiss
Diretor de Marketing e Inovação:
Sandro Lucas
NEGÓCIOS EM TRANSFORMAÇÃO
Empresas adaptam estratégias e são pressionadas a inovar Produção reportagens
Rodrigo Martini Thiago Maurique Filipe Faleiro Mateus Souza Matheus Chaparini Ezequiel Neitzke
Ferramentas e processos digitais substituem mão de obra braçal, otimizam resultados e invocam novo mind set nas corporações. Ainda assim, transformação digital não se faz com máquinas, e sim com pessoas. Eis o desafio central deste momento: ter pessoas preparadas para operar os novos processos, implantar as reformas inadiáveis e manter o resultado no fim do mês.
O NOVO EMPREGO
O desafio da mão de obra e o paradoxo do desemprego
ARTE E DIAGRAMAÇÃO
Fábio Costa Revisão
Desemprego batendo à porta e empresas precisando contratar. Onde estão as oportunidades de hoje e do futuro?
Alexandre Miorim
SAÚDE MENTAL Demais Produtos e Serviços do Grupo A Hora Jornal A Hora Jornal AH Regional Eficiência Logística Núcleo de Pesquisa Publicações A Hora A Hora Eventos Estúdio A Hora
Equilibrar as emoções e dominar a tecnologia Como o estado emocional e a saúde mental dos profissionais do futuro impactarão os resultados nas organizações e na sociedade?
Grupo A Hora: Avenida Benjamin Constant, 1034, Centro, Lajeado/ RS. Fone: 51 3710-4200.
GESTÃO PÚBLICA
Como prefeitos e vereadores percebem, ou não, este novo ciclo de desenvolvimento?
Site www.grupoahora.inf.br www.jornalahora.com.br E-mails comercial@jornalahora.inf.br, assinaturas@jornalahora.inf.br e redacao@jornalahora.inf.br estudioahora@jornalahora.inf.br
Se a iniciativa privada e a sociedade, enquanto mão de obra, são pressionadas a se profissionalizar, o poder público precisa acompanhar a evolução. Otimizar custos e tornar as gestões mais eficientes e conectadas com os novos conceitos de cidade é imperioso para acelerar solução de problemas crônicos municípios afora.
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DEZEMBRO DE 2019
aberturA
O FUTURO
CHEGOU.
Estamos
A transformação tecnológica promove uma nova revolução industrial. A era digital desafia organizações, gestores públicos e indivíduos a pensar em novos modelos e estratégias para sobreviver. Como a inovação é encarada nos Vales do Taquari e do Rio Pardo?
I
nteligência artificial, robótica, Indústria 4.0. Tecnologia da informação, hiperconectividade, sociedade digital. Biotecnologia, nanotecnologia, neurotecnologia, mapeamento genético. big data, internet das coisas, impressoras 3D, realidade virtual, criptomoedas. Os avanços tecnológicos não têm limites, seguem em velocidade exponencial, quebram paradigmas e despertam para o novo. Atividades cotidianas, como buscar informações, se relacionar, fazer compras, acionar um serviço de transporte, já não são mais as mesmas. Essa revolução impacta de modo pleno sobre a vida humana. Transforma as interações sociais, a comunicação, as formas e as relações de trabalho. Está presente em nossa rotina, altera hábitos e comportamentos, coletivos e individuais. Ao mesmo tempo em que revela uma ampla gama de possibilidades, coloca em xeque antigos formatos, conceitos e valores. Impõe exigências a pessoas e organizações de todos os setores que, pressionadas, precisam se adaptar e desenvolver soluções inovadoras, sob risco de sucumbirem. À medida que o progresso avança, pensar o desenvolvimento de qualquer nação ou comunidade requer cada vez mais criatividade e inteligência. Aqueles que não se reinventarem serão ultrapassados.
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O “novo petróleo” O eixo do sistema econômico global está em profunda transformação e exige a revisão de todos os modelos produtivos. Tudo isso em um cenário de crise nacional e internacional, de tensões diplomáticas cada vez mais acirradas, intensa polarização política e esgotamento de velhos formatos institucionais. Fala-se que os “dados” são o “novo petróleo”. Para se ter uma ideia, as grandes corporações vinculadas a tecnologia, ao longo das duas últimas décadas, passaram a dominar o ranking das 100 marcas mais valiosas do planeta. Superaram faz tempo as tradicionais empresas petrolíferas, automotivas e instituições bancárias. De acordo com estudos de organizações especializadas no tema como a Brandz, as marcas tecnológicas representam metade do valor de todas das 10 primeiras posições da lista. Em 2001, era apenas uma empresa do ramo tecnológico e de inovação entre as dez maiores; em 2019, foram sete.
DEZEMBRO DE 2019
Em 19 anos, empresas vinculadas a tecnologia e inovação passaram a dominar a lista das dez maiores do mundo 2001
receita ($ m)
2007
VALor ($ m)
2013
VAlor ($ m)
2019
VALor ($ m)
1
Exxon Mobil
210,392
66,434
Apple
185,071
Amazon
315,505
2
Wal-Mart Stores
193,295
GE (General Electric)
61,88
113,669
Apple
309,527 309 251,244
3
General Motors
184,632
Microsoft
54,951
IBM
112,536
4
Ford Motor
180,598
Coca Cola
44,134
McDonald's
90,256
Microsoft
5
General Electric
129,853
China Mobile
41,214
Coca-Cola
78,415
Visa
177,918
6
Citigroup
111,826
Marlboro
39,166
AT & T
75,507
158,968
7
Enron
100,789
Wal-Mart
36,88
Microsoft
69,814
Alibaba
131,246
8
IBM (Intl. Business Machines)
88,396
Citi
33,706
Marlboro
69,383
Tencent
130,862
9
AT&T
65,981
IBM
33,572
Visa
56,06
McDonalds
130,368
Verizon Communications
64,707
Toyota
33,427
China Mobile
55,368
At & T
108,375
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fonte: Fortune 500
fonte: Brandz
Adaptação e sobrevivência A economia mundial perpassa uma intensa reconfiguração causada pela revolução tecnológica. Ferramentas e processos digitais substituem mão de obra braçal, otimizam resultados e invocam um novo mind set nas corporações. Onde estão as oportunidades de hoje e do futuro? Estimativas apontam que cerca de 40% das atividades profissionais de hoje não mais existirão nos próximos anos. De acordo com um estudo realizado pela multinacional Dell Technologies, em parceria com o Institute for the Future (IFTF), 85% das profissões de 2030 ainda nem existem. A nova era se consolida e desafia a sociedade global a se adequar a um contexto em mutação permanente. A teoria evolucionista de Darwin já alertava: sobrevive quem melhor se adaptar. Será que estamos preparados – enquanto organizações, seja na iniciativa privada ou no poder público –, ao futuro cada vez mais vigente? E individualmente, estamos prontos enquanto cidadãos, profissionais, gestores, empreendedores, a atuar de forma relevante nesta nova etapa? Cientes da relevância e urgência de fomentar esta discussão em nível regional, o Grupo A Hora e organizações parceiras desenvolveram a 9ª edição do anuário Tudo – A Revolução dos Negócios e das Pessoas.
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DEZEMBRO DE 2019
fonte: Brandz
fonte: Brandz
Debate estratégico Para isso, a ofensiva jornalística e de pesquisa foi desempenhada a partir do anúncio de uma nova política proposta pelo governo do estado voltada ao tema: o Inova RS. A estratégia unifica os Vales do Taquari e do Rio Pardo numa mesma área funcional, com o propósito de preparar as bases para a indução do desenvolvimento, em que a inovação é a força motriz desse processo. Apesar da proximidade geográfica, os Vales possuem um distanciamento histórico em função das particularidades de cada um. De que maneira essas duas áreas tão importantes para a economia gaúcha, mas ao mesmo tempo tão heterogêneas, podem articular esforços em torno do conhecimento e da tecnologia? De que modo o assunto é tratado pelas universidades Univates e Unisc? Já existe uma cooperação neste sentido? Como outras organizações, como os Conselhos de Desenvolvimento, percebem essa oportunidade de integração? Conhecidos estado afora pela pujança do setor privado, os Vales sediam empresas de atuação nacional e internacional, em diversos segmentos, cujo papel é fundamental neste novo ciclo que se impõe. Quais são as referências a seguir e quais foram as experiências capazes de inspirar o surgimento de novos negócios inovadores? Que impacto a nova demanda por mão de obra tem sobre as universidades e escolas técnicas da
região, que despejam milhares de formandos todos os anos no mercado, sem garantia de sucesso? No campo profissional, repleto de incertezas para o futuro próximo, como as instituições de ensino se preparam para formar pessoas capacitadas e qualificadas para fazerem a diferença neste novo cenário? Quais são as ações em escolas ou centros de formação que já se direcionam a esta nova realidade? E, afinal, quais são as profissões do futuro? O excesso de informações e a permanente necessidade de buscar qualificação pressionam cada vez mais os trabalhadores. Neste contexto, o estado emocional e a saúde mental dos profissionais impactam os resultados nas organizações e na sociedade. Estamos preparados para equilibrar as emoções e dominar a tecnologia? Que movimentos as empresas fazem neste sentido? No papel de indutor do desenvolvimento, o poder público precisa contribuir de forma decisiva para que as localidades tenham condições de encarar os novos desafios. De que maneira os prefeitos e vereadores das cidades das duas regiões percebem, ou não, este novo ciclo? Quais movimentos são feitos pelos municípios em direção à inovação? Todas essas são questões que a revista Tudo se propõe a analisar, por meio de reportagens, entrevistas e pesquisas de opinião junto a empresários e políticos locais. Inserir os Vales neste processo sem volta que é a Revolução Tecnológica consiste em missão estratégica para a preservação da qualidade de vida e da prosperidade que caracterizam as duas regiões. Que os diagnósticos e as reflexões propiciadas por esta publicação possam colaborar em nossa preparação para a nova era.
foto
A transformação digital abre um grande paradoxo: enquanto o desemprego nacional custa a reduzir, empresas de quase todas as áreas enfrentam dificuldades para encontrar profissionais para as novas tarefas e funções que se impõem
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NOVO CICLO
Dois Vales unidos pela
Inovação Vales do Taquari e do Rio Pardo juntos em busca de soluções mais eficazes e conectadas aos novos desafios das iniciativas pública e privada. A decisão política do Inova RS une 56 cidades das duas regiões e as convoca a pensar e construir projetos coletivos
VALE DO RIO PARDO 23 municípios:
Arroio do Tigre, Boqueirão do Leão, Candelária, Encruzilhada do Sul, Estrela Velha, General Câmara, Herveiras, Ibarama, Lagoa Bonita do Sul, Mato Leitão, Pantano Grande, Passa Sete, Passo do Sobrado, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Segredo, Sinimbu, Sobradinho, Tunas, Vale do Sol, Vale Verde, Venâncio Aires e Vera Cruz.
População Total (2018):
Área (2015):
437.233 hab.
13.171,7 km²
Taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais (2010):
6,35 %
Expectativa de Vida ao Nascer (2000):
70,58 anos
Produto Interno Bruto (PIB): R$
16,8 bilhões (2016)
Coeficiente de Mortalidade Infantil (2017):
10,89 por
mil nascidos vivos
Exportações Totais (2014): U$ FOB
1.983.842.493
Valor Adicionado Bruto (2013): R$ 11,6 bilhões, sendo 15,10% da agropecuária, 31,05% da indústria e 53,85% de serviços. Área rural: Cultivos temporários diversos, com destaque para tabaco (média de 50% do total da produção), erva -mate, arroz, milho, mandioca e soja; produção leiteira. Área industrial: 29% dos empregos estão concentrados na indústria. E segundo a CNAE (2016), compreende as atividades que envolvem transformação física, química e biológica de materiais, substâncias e componentes para obter produtos novos.
Resíduos sólidos (2010): 83,43% de domicílios com cobertura de coleta de lixo. Apoio ao planejamento regional: COREDE Vale do Rio Pardo; AMVARP; AMCSERRA; CISVALE; CIC/VRP); ATURVARP; Emater; Sebrae; entre outros. Plano Estratégico: Desenvolver a cultura de pesquisa e inovação tecnológica entre Universidades -Órgãos governamentais e empresas, por meio de cursos e oficinas, bem como visitas e missões técnicas no país e no exterior, para novas experiências e práticas nessa área.
VALE DO RIO PARDO
N
a perspectiva de implementar uma política estadual e preparar o Rio Grande do Sul para o desenvolvimento ordenado e sustentável, o governo do estado aposta no Inova RS, com o intuito de inserir o conhecimento e a inovação no centro desse processo. O programa divide o território gaúcho em oito núcleos funcionais. A proposta consiste em articular agentes públicos, iniciativa privada, universidades e sociedade civil em torno de uma estratégia de mapeamento de vocações e potencialidades, organização de ecossistemas e estímulo ao surgimento de iniciativas inovadoras. Nessa organização, o Vale do Taquari e o Vale do Rio Pardo foram unidos em uma mesma área: a Região dos Vales. Apesar da proximidade geográfica e das semelhanças culturais, as duas regiões são heterogêneas e, até então, não haviam se somado em um mesmo plano de desenvolvimento integrado tão ousado. A partir do Inova RS, os Vales possuem uma
Lançado em agosto, “Inova RS” busca acelerar o estado que hoje é o 5º mais inovador do país e o 4º em competitividade global em setores tecnológicos
oportunidade histórica de estreitar relações e construir de forma conjunta soluções criativas a partir da inovação e da transformação digital. A decisão política abre um novo ciclo para as 59 cidades que formam duas das mais importantes regiões gaúchas. Em setembro de 2019, o Teatro Univates foi sede do lançamento do programa em nível re-
gional. Na ocasião, líderes de ambas os Vales frisaram a importância da união de esforços e da cooperação, em uma parceria estratégica inédita, que busca elevar a competitividade dos negócios locais frente aos desafios da nova era.
VALE DO TAQUARI 36 municípios:
Anta Gorda, Arroio do Meio, Arvorezinha, Bom Retiro do Sul, Canudos do Vale, Capitão, Colinas, Coqueiro Baixo, Cruzeiro do Sul, Dois Lajeados, Doutor Ricardo, Encantado, Estrela, Fazenda Vilanova, Forquetinha, Ilópolis, Imigrante, Lajeado, Marques de Souza, Muçum, Nova Bréscia, Paverama, Poço das Antas, Pouso Novo, Progresso, Putinga, Relvado, Roca Sales, Santa Clara do Sul, Sério, Tabaí, Taquari, Teutônia, Travesseiro, Vespasiano Corrêa, Westfália.
População Total (2018):
4.826,4 km²
Taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais (2010):
4,06 %
Expectativa de Vida ao Nascer (2000):
73,61 anos
Produto Interno Bruto (PIB): R$
8,72
por mil nascidos vivos
Exportações Totais (2014):
11,5 bilhões
(FEE/RS 2015, ano-base 2013)
Coeficiente de Mortalidade Infantil (2017):
U$ FOB
VALE DO TAQUARI
Área (2015):
369.710 hab.
397.928.765
Valor Adicionado Bruto (2013): R$ 8,9 bilhões, sendo 17,9% da agropecuária, 30,7% da indústria e 51,4% de serviços. Área rural: Criação de aves, suínos e bovinos, produção de leite; diversos cultivos temporários, como fumo, erva-mate, uva; e também a silvicultura. Área industrial: a Transformação representa 73,5% (fabricação de Produtos Alimentícios detém 69%); a Construção Civil possui 12,6%; Produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana apresenta 11,7%; e a Indústria Extrativa 2,2%.
Resíduos sólidos (2010): 93% de domicílios com cobertura de coleta de lixo; Apoio ao planejamento regional: Codevat; Amvat; CIC/VT; CONSISA/VRT; Amturvales; Emater; Sebrae; entre outros. Plano Estratégico: Viabilizar e ampliar o desenvolvimento a partir da inovação tecnológica, de pesquisas, de patentes, de negócios inovadores, da formação de arranjos produtivos, do empreendedorismo e da qualificação da mão de obra.
Parques tecnológicos como pontes da
quádrupla hélice Universidades e entidades civis buscam acompanhar o Poder Público e os empresários na construção de um novo e sustentável ecossistema de inovação. Em ambos os Vales, a ligação entre o mercado de negócios e a academia já é um trunfo dentro das ambições provocadas pelo Inova RS. A ideia é aproveitar ainda mais os Parques Tecnológicos, desburocratizar processos, incentivar o engajamento coletivo e, também, focar regionalmente. O processo coletivo orientado pela chamada Quádrupla Hélice (Poder Público, Academia, Empresas e Entidades Civis) precisa focar em duas dimensões: as Áreas de Inovação e os Mecanismos de Geração de Empreendimentos. Cada uma possui diferentes necessidades e o objetivo é fazer com que atuem com alto grau de interação. Os Parques Tecnológicos da Univates e da Unisc possuem essas duas dimensões. As Áreas de Inovação são os próprios ambientes do parque, e os Mecanismos de Geração de Empreendimentos são representados pelas incubadoras e aceleradoras. Simone Stülp é a diretora de Inovação e Sustentabilidade do Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari (Tecnovates), ligado à Univates. Ela participou da implantação do Pro_Move Lajeado e integra o Comitê Estratégico do Inova RS. Sobre o Tecnovates, fala da necessidade de apostar na mediação das relações entre universidade e empresas. “O Tecnovates pode contribuir muito na articulação com o setor público, para o estabelecimento de políticas públicas de regulação e fomento à inovação”, salienta. Recentemente foi aberto edital para aceleração de startups em Lajeado. Os projetos selecionados receberão mentoria no Tecnovates – onde
já residem 28 empresas e 30 parceiros associados –, e os dois melhores serão “acolhidos” na Incubadora Tecnológica da Univates (Inovates). Para custear esse processo, o governo municipal criou uma lei específica. A professora alerta para as dificuldades do
Representante do Tecnovates, Simone Stülp auxiliou na criação da Lei de Inovação em Lajeado
Inova RS. Para ela, haverá problema para discutir questões mais macro, levando em conta particularidades das regiões e das cidades, bastante heterogêneas. Por outro lado, cita pontos positivos. “Precisamos focar na vontade de mudar e na cultura do associativismo.”
Encontros na sala de convivência do Tecnovates geram interação entre setores da academia, Poder Público e iniciativa privada. Na foto, Meetup realizado no fim de novembro 18 |
DEZEMBRO DE 2019
apresentado por:
Tecnologia 3D a favor do sorriso Odontologia Perotti desenvolve soluções em próteses personalizadas para cada paciente
14
JÉSSICA R. MALLMANN
U
jessica@jornalahora.inf.br
ma clínica odontológica que prima pela tecnologia e o alto padrão de seus profissionais. A Odontologia Perotti atua desde 2005 em Lajeado e oferece o que há de melhor no ramo dentário, como serviços de clínica geral, implantes, próteses, tratamentos periodontais, estética e aparelhos odontológicos. Além disso, trabalha com a confecção de próteses, por meio de equipamentos de última geração. A fresadora computadorizada Ceramill Motion II é um aparelho inovador que utiliza recursos digitais para desenvolver produtos e soluções em próteses. Para produzir as estruturas, usa materiais como zircônia, cera, liga metálica, resina, vitrocerâmica e dissilicato de lítio.
DENTES EM 24h!
anos
com vo cê ndo So rr i
Aparelho utiliza recursos digitais para desenvolver próteses
A fresadora permite confeccionar as facetas laminadas, coroas, estruturas para coroas, inlays, onlays, pontes, pilares personalizados, coroas telescópicas e protocolos fixos totalmente em zircônia.
Todos os processos são feitos no laboratório protético da Odontologia Perotti, com equipe especializada e suporte do sistema Cad/ Cam, em que a boca ou o modelo é escaneado com o scaner TRIOS da
3SHAPE, sem a necessidade do uso das massas convencionais. As informações são coletadas pelo computador e permitem desenvolver projetos digitais. As próteses são confeccionadas por robôs e personalizadas para cada paciente, o que deixa o encaixe perfeito e atende diferentes necessidades. Conheça a Odontologia Perotti e sua equipe. Agende uma consulta ou entre em contato pelo telefone (51) 3748-1002.
produzido por estúdio a hora
“O maior desafio é gerar, reter e atrair empreendedores”. Coordenador do Parque Científico e Tecnológico Regional da Unisc (TecnoUnisc), Fernando José Stanck integra o Comitê Estratégico do Inova RS - Região dos Vales. “Nosso trabalho será construir parcerias estratégicas entre governo, setor empresarial, academia e a sociedade civil organizada.”
“Nossas ações buscam a geração de renda, novos postos de trabalho e qualidade de vida da população”, afirma Fernando Stanck, do TecnoUnisc
O segredo é agregar valor Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da Unisc, Andréia Rosane de Moura Valim participou da consolidação do Parque Tecnológico da universidade de Santa Cruz do Sul, a partir de 2013. Hoje, as nove empresas hospedadas no TecnoUnisc – além de oito associadas externas – precisam usar dos recursos humanos da universidade para pesquisas. O parque também possui parceria com fumageiras instaladas nas proximidades. “Com a Philip Morris, trabalhamos o conceito de ‘Um futuro sem fumaça’. A empresa mapeou um conjunto de problemas e nossa equipe multidisciplinar vai buscar estratégias”. Entre os fatores, a sensibilização da comunidade e o cigarro eletrônico. Andreia traça um paradoxo com as indústrias do fumo. Diante do alto investimento de capital estrangeiro, o PIB e os salários são altos e há grandes chances de ascensão profissional dentro das empresas. “Infelizmente, isso gera menos caldo para inovação. A sensação é que a necessidade de inovar é
menor”, alerta. Diante disso, o trabalho é focado na tentativa de agregar valor aos produtos. A Incubadora foi criada com um viés tecnológico para empresas de TI. O Parque foi instigado a focar outros mercados e também para as áreas sociais, econômicas, empresariais e ambientais da região do Vale do Rio Pardo. Hoje, o propósito é desenvolver a interação e a sinergia entre atividades de pesquisa e de desenvolvimento, que gerem produtos, processos e serviços inovadores.
Pró-Reitora da Unisc, Andréia Valim fala da necessidade de remodelação e modernização dos cursos universitários 20 |
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Para ele, o principal desafio é gerar, reter e atrair empreendedores, negócios e investimentos intensivos em conhecimento. “O TecnoUnisc já tem como um dos seus objetivos o apoio de ações da quádrupla hélice para o desenvolvimento regional. Estimulamos o trabalho em conjunto para tornar a região um lugar que respira pesquisa, tecnologia e inovação.” Stanck destaca as pesquisas em cinco áreas de atuação: oleoquímica, biotecnologia, tecnologia ambiental, tecnologia da informação e comunicação e sistemas e processos industriais. Há projetos para tratamento e destinação dos resíduos das empresas, e também nas áreas da saúde e da inteligência artificial. “Todas as ações buscam a geração de renda, criação de novos postos de trabalho e o aumento da qualidade de vida da população.” E para melhor adequar a proposta ao Inova RS, Stanck sugere aproveitar e aplicar os programas de mestrado e doutorado da Unisc. “Em ambos os Vales temos uma população rural que vive em propriedades pequenas e extremamente produtivas, além das indústrias fortes. Também temos pessoas altamente capacitadas em universidades, dois parques tecnológicos, e presença forte de escolas técnicas”.
Taquari Valley quer engajamento CEO e sócio-fundador da Requisittus, Rodrigo Oliveira faz parte do Comitê Estratégico Inova RS - Região dos Vales. Representa o grupo Taquari Valley, nome inspirado no Silicon Valley, ou Vale do Silício. “É uma comunidade que surgiu com o objetivo de fomentar o empreendedorismo e a inovação aqui na região”, resume. Criado em 2015, o movimento – ou comunidade – Taquari Valley promove eventos para debater temas relacionados à inovação e tecnologia. Entre esses, o Startup Weekend, que já está na 6º edição em Lajeado, além de meetups mensais. “Buscamos novas soluções para problemas existentes, gerando novas demandas e melhorando a qualidade de vida da população.” Recentemente, o Taquari Valley foi incluído no mapeamento de comunidades
empreendedoras realizado pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups). Oliveira auxiliou neste estudo. Foram mapeados 77 grupos em todo o país. Sete no RS. E entre diversas cidades da região sul do Brasil – PR, SC e RS –, foram verificadas 1.704 startups. Dessas, 21% estão em Porto Alegre, 16,6% em Curitiba, 10,8% em Florianópolis, 0,5% em Lajeado e 0,1% em Teutônia.
Nove startups em Lajeado
Rodrigo Oliveira aposta na maior participação das entidades, do setor público, privado, comunidade e da academia
Santa Cruz Novos Rumos A pró-reitora avalia as duas regiões. Segundo ela, o Vale do Taquari tem uma sensibilidade política mais aguçada. “Já o nosso setor político ainda está um pouco acanhado.” Por outro lado, cita o entrosamento do setor empresarial no Vale do Rio Pardo e a implantação do programa Santa Cruz Novos Rumos, em abril de 2008. “Temos um movimento muito forte dos empresários e entidades representativas”, acredita. O objetivo Santa Cruz Novos Rumos é estabelecer uma agenda estratégica para o desenvolvimento econômico e social da cidade, mediante consulta pública sobre as prioridades. A iniciativa, inspirada na Agenda 2020, mapeia os desafios até 2028, e trabalha com nove prioridades: Desenvolvimento Regional, Saúde, Educação, Meio Ambiente, Diversificação Econômica, Gestão Pública, Segurança, Agronegócio e Infraestrutura e Logística. Presidente do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (Comciti) e coordenador do Fórum de Tecnologia e Inovação do movi-
mento Santa Cruz Novos Rumos, Eduardo Kroth fala sobre o programa “Computação na Educação”, criado a partir de outro projeto inovador: o Banco Social de Tecnologia. O modelo consiste na coleta e distribuição de equipamentos tecnológicos, como computadores, celulares, impressoras, às escolas municipais. “Queremos lançar outro programa que atenderá a segurança pública”, adianta. “Algumas cidades precisam melhorar o básico, como a rede elétrica e internet.”
Em Santa Cruz do Sul, Eduardo Kroth auxiliou na criação de um Banco Social de Tecnologia 21 |
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Segundo o estudo, Lajeado possui nove startups ativas. Dessas, 50% estão em fase de “tração” e 50% divididos igualmente entre “operação” e “scaleup”. O modelo de negócio predominante na cidade é o “B2B”, com 50% das iniciativas. Entre as iniciativas da região, o estudo destacou a BIMachine, uma plataforma que permite realizar a análise de negócios, fornecendo acesso a informações estratégicas de outras empresas de qualquer porte ou segmento, permitindo criar apresentações e dashboards. O mapeamento também cita as startups Alvap, Carros no Vale, Control Milk, Demander, Interact, Requisittus, Resting Mind Psiquiatria e Saúde, Solis, STW, Yonder Education e Selfy.
“Se a plantação não é bem planejada, a semente cai no lugar errado”, alerta o empresário Jorge Faccioni
“O Pro_Move veio de baixo para cima. O Inova RS vem de cima para baixo”
Empreendedor, escritor, conferencista, palestrante e mentor, Jorge Faccioni é um dos principais representantes da Acil neste movimento pela inovação em Lajeado. Ele enaltece o Termo de Cooperação assinado entre Executivo, Univates e Acil. “Existiam muitas atividades. Cada qual com seus propósitos, mas sem sinergia entre essas frentes de pesquisa”, resume. Para o empresário, é preciso atentar para três pilares: ambiente positivo, motivação e integração. “O ambiente precisa ser positivo mentalmente e também financeiramente. A pessoa que tiver uma ideia não pode enfrentar muitas barreiras.” Ele demonstra receio em relação à proposta do governo estadual de integrar os Vales do Taquari e do Rio Pardo. “Pela história, nunca houve integração natural. Eu não acho ruim, mas acho forçado. O Pro_Move veio de baixo para cima. O Inova RS vem de cima para baixo.” Faccioni defende, inicialmente, a articulação junto às cidades mais próximas. Ele também cobra novas pontes entre Lajeado e Estrela, e entre Lajeado e Arroio do Meio. “Quando definirmos nossas vocações e estratégias, talvez nossas particularidades combinem mais com o Vale dos Sinos, por exemplo. Ou com a Serra”, provoca.
“Os empresários precisam despertar”” Albano Mayer é consultor de empresas, assessor da Universidade do Vale do Taquari (Univates) e um dos articuladores do movimento Pro_Move em Lajeado. Sobre o Inova RS, ele faz um parâmetro com outros movimentos. “Eu participei do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP) na origem. E acho que o Inova RS vem nesta mesma ‘batida’” Para ele, o Pro_Move Lajeado é o Inova RS. “O primeiro inicia como movimento local, mas é o mesmo modelo sugerido pelo Estado. Somos a primeira cidade deste porte a fazer esta movimentação”, avalia. “O mindset das nossas organizações precisa ser aprimorado. Somos bons copiadores, mas temos dificuldade de trabalhar com inovação”, acrescenta. Ainda sobre o Pro_Move Lajeado, cita a importância do mapeamento do ecossistema da cidade. “Identificamos 10 áreas prioritárias, mas,
inicialmente vamos trabalhar em cima de quatro: alimento, saúde, tecnologia e comunicação, e automação. Este é o mesmo movimento do Inova RS.” Por fim, Mayer fala sobre a mobilização das quatro hélices. “Os empresários precisam despertar.” 22 |
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Consultor Albano Mayer avisa. “Não existe solução. Essa mudança cultural vai levar um certo tempo.”
pilares para o Inova RS Transformar ideias, pesquisas e resultados tecnológicos em riquezas e negócios é a estratégia para o Rio Grande do Sul se tornar, até 2030, uma referência global em inovação de desenvolvimento local. Um dos primeiros desafios é levar essa provocação a todas as cidades do estado. Para isso, conta com o suporte técnico e político dos chamados Conselhos Regionais de Desenvolvimento, os Coredes. A coordenação regional do Inova RS fica por conta dos Coredes. No Vale do Rio Pardo, representado por Heitor Petry. No Vale do Taquari, capitaneado por Cíntia Agostini. No Vale do Rio Pardo (Corede-VRP), o presidente Heitor Álvaro Petry tem a missão de colocar a inovação entre os principais diretrizes do Plano Estratégico. Já está em andamento o Projeto de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica. A proposta visa ampliar a competitividade dos negócios e diversificar a matriz produtiva. “A parceria com o Codevat, mediante a formação da Região Funcional 2, é fundamental para concretizar esses projetos. Ainda precisamos nos aproximar mais no campo político. E nosso grande objetivo é incentivar novos empreendimentos e formas produtivas no âmbito da diversificação, além de reforçar as cadeias já estruturadas, prin-
É preciso objetividade. Alguns empresários já estão preocupados com a demora. Não estou dizendo que a academia é lenta. Mas o ritmo é diferente do setor empresarial.”
heitor petry,
presidente do corede-VRP
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cipalmente na área do agronegócio.” Petry faz uma ressalva. Segundo ele, em recente visita ao Vale do Silício, nos Estados Unidos, percebeu como as parcerias funcionam de forma pragmática. “Lá, uma boa ideia não tem valor por si só. O que vale é a execução. É preciso objetividade. Alguns empresários já estão preocupados com a demora. Não estou dizendo que a academia é lenta. Mas o ritmo é diferente do setor empresarial.”
“Temos um campo fértil para a promoção do engajamento” O Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) também elaborou o Plano Estratégico. Entre outras coisas, há projetos para desenvolver o empreendedorismo, a inovação, a pesquisa e o desenvolvimento. A proposta quer consolidar ambientes de inovação regional por meio de eventos de qualificação e disseminação de metodologias inovadoras; criar programa de parcerias entre setor público, empresas e pesquisadores; formar conselhos municipais de inovação e empreendedorismo (leis de inovação); e formatar incentivos para investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação decorrentes.
Segundo a presidente do Codevat, Cíntia Agostini, foram estimados cerca de R$ 18 milhões para esses projetos. “Já foram feitas ações iniciais, mas todos precisam de ações constantes. Mas o Codevat não possui recursos para executar e, sim, para articular atores.” Para concretizar os planos, ela aposta na criatividade, empatia, mentalidade empreendedora, pensamento crítico e trabalho em equipe entre as entidades civis, a academia, o poder público e o setor empresarial. “Temos um campo fértil para a promoção do engajamento”, acredita, enaltecendo as movimentações do Pro_Move e a participa-
ção ativa dos Conselhos de Desenvolvimento Municipais e dos Comitês de Governança do Empreendedorismo, considerados facilitadores da implementação do empreendedorismo inovador na região.
Relutantes à inovação A respeito do Inova RS, Cíntia ressalta as características histórico-sociais do estado. “É conservador, e isso nos torna relutantes à inovação. Tanto nos modelos de negócios, de gestão, quanto em produtos e serviços. É preciso trabalhar mais o risco, a criatividade, e romper o ciclo de sermos seguidores, e nos propormos a escalar de empresas locais para empresas globais.” De acordo com ela, as empresas precisam se reinventar para competir, tal como as universidades e o setor público para melhor atender as pessoas. “Não podemos enxergar só pela perspectiva tecnológica, mas, sim, na perspectiva de modelos de negócios, de gestão, de processos.” Sobre a questão social, ela enaltece as conexões entre dois movimentos lajeadenses: o Pro_Move e o Pacto Pela Paz. “O eixo que une todos é a educação. E a história é construída por inovações sociais e tecnológicas. Precisamos formar pessoas criativas para a vida e para os negócios”, finaliza.
A inovação social é fundamental para o desenvolvimento harmônico e sustentável da região”
À frente do Codevat desde 2013, Cíntia Agostini participa efetivamente do movimento Pro_Move Lajeado 26 |
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cíntia agostini,
presidente do codevat
ENTREVISTA
“Todos precisam sentir como a inovação qualifica a vida das pessoas” O Inova RS foi lançado em agosto de 2019 e busca mudar o cenário gaúcho para acelerar a criação de novos negócios, produtos e serviços. Para tal, o programa prevê oito ecossistemas de inovação nas regiões Metropolitana e Litoral Norte; Sul; Fronteira Oeste e Campanha; Central; Noroeste e Missões; Produção e Norte; Serra e Hortênsias; e Região dos Vales. A intenção do governo do estado é identificar os principais Ecossistemas de Inovação (parques tecnológicos, clusters, cidades inteligentes) e os Mecanismos de Geração de Empreendimentos (incubadoras, aceleradoras, coworkings, living labs, entre outros), para incluir o RS no mapa global da inovação. São espaços que agregam instalações físicas, tecnológicas, institucionais e culturais para atrair empreendedores com novas ideias e capital financeiro, e cujo objetivo é potencializar o desenvolvimento da sociedade do conhecimento. À frente da proposta do Inova RS, o secretário estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia, Luís Lamb:
Quais foram os critérios para a "junção" dos Vales? Luís Lamb - O estado já está dividido em Regiões Funcionais, e os dois Vales formam a Região Funcional 2. Não temos como fazer uma divisão maior. Unir dessa forma otimiza o planejamento. A Região dos Vales está assim definida em função da presença forte das universidades, e porque já existe um viés de inovação, com participação efetiva das prefeituras, Parques Tecnológicos e do meio empresarial.
Qual será a participação do Governo do RS? E dos Executivos Municipais? Lamb – É justamente o papel de indução. Mostrar para onde vão as tendências mundiais, as tendências econômicas, de educação e infraestrutura. O governo é um dos articuladores fundamentais. Assim como em outros países, o potencial econômico é muito significativo, e cabe ao Estado fazer
Antes de ser secretário estadual, Luís Lamb foi pró-reitor de pesquisa e professor da Ufrgs
bom uso desses impostos em prol da população. O governo tem que estar alinhado para apresentar projetos de inovação no setor público, e atender as demandas dos contribuintes.
E quais serão as atribuições da academia e da iniciativa privada? Lamb – Academia tem o papel de avançar com o conhecimento, descobrir novos resultados e potenciais para melhorar a qualidade de vida. E os empreendedores precisam transformar esse conhecimento em algo tangível. Em algo que a sociedade possa utilizar. Atuam na transposição do conhecimento para aqueles que serão beneficiados
Há dificuldade de compreensão por parte de quem espera soluções rápidas para problemas sociais históricos. Como mostrar a importância do Inova RS?
O ‘Inova RS’ busca mapear todos os principais clusters para incluir o Estado no mapa global de inovação 28 |
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Lamb - Sem dúvida, se pensarmos em projetos como o Pro_Move, em Lajeado, o Pacto Alegre, na capital, e o próprio Inova RS, todas essas propostas de articulação precisam gerar impacto
em toda a população, e apresentar soluções tangíveis para a população mais carente. Por isso, queremos trabalhar em soluções de transporte, de educação, saúde, infraestrutura, criando cidades inteligentes. A inovação também visa a melhoria da gestão pública. Todos precisam sentir como a inovação qualifica a vida das pessoas.
bém porque sempre foi uma região que concentrou muito a sua produção para o mercado nacional e internacional. Sempre foi uma região voltada para a competividade. E na medida em que a gente agrega valor e conhecimento a esta produção local, teremos uma economia mais competitiva.
O Inova RS pensa em longo prazo?
De que forma esse movimento aumentará a capacidade de investimento do nosso Estado?
Lamb - A economia mundial está baseada no conhecimento. As grandes corporações mundiais são de tecnologia. Não são mais empresas que lidam com riquezas naturais, como mineradores ou petroleiras, por exemplo. As primeiras empresas que atingiram um trilhão de dólares são desta área. Então, a inovação precisa ser vista como prioridade em modelos de desenvolvimento locais, regionais, estaduais e de país. Isso não é algo para o futuro. Isso é o presente da economia mundial.
Este movimento coloca a inovação no centro. Coloca o conhecimento no centro. Ou seja, coloca as pessoas no centro. O mais relevante é investir em pessoas capacitadas. São elas que geram riqueza no mundo hoje”
Quais são os potenciais ou vocações já identificadas nos Vales do Rio Pardo e do Taquari?
Lamb - Este movimento coloca a inovação no centro. Coloca o conhecimento no centro. Ou seja, coloca as pessoas no centro. O mais relevante é investir em pessoas capacitadas. São elas que geram riqueza no mundo hoje.
Há bons exemplos de movimentos semelhantes no Brasil? Lamb - Temos iniciativas pontuais no Brasil. Posso citar Campinas, Campina Grande, Curitiba. Mas este movimento que aglutina atores da quádrupla hélice em todo o estado é inovador. Algo semelhante foi realizado em Barcelona (ESP), após as Olimpíadas de 1992, e em Medelín (COL).
Lamb - São diversos fatores. Entre esses, o alto número de instituições de ensino. E tam29 |
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apresentado por:
Evolução dos serviços contábeis tem foco nas necessidades do cliente Conhecimento sobre negócios e atualização constante são marcas da Black Contabilidade THIAGO MAURIQUE thiagomaurique@jornalahora.inf.br
A
s transformações do mercado e as constantes mudanças na legislação fiscal trazem novos desafios para empresas e provocam a evolução dos serviços contábeis. Mais do que registrar débitos e créditos, os profissionais do setor precisam estar constantemente qualificados, entender de negócios e se aproximar cada vez mais dos clientes. Com experiência de mais de 23 anos no mercado, a Black Contabilidade oferece o que há de mais moderno no setor e traz o cliente para o centro da estratégia. Liderada pela contadora Graciela Ethel Black, apresenta serviços personalizados com foco em resultados. A empresa nasceu do sonho do fundador, o técnico em contabilidade Olavo Black. Ele
iniciou suas atividades na área no ano de 1972, enquanto ainda trabalhava no antigo Banco Sulbrasileiro, desempenhando a função à noite em casa. Filha de Olavo, Graciela que se formou em contabilidade em 1995. No ano seguinte, os dois fundaram o escritório Black & Black Contabilidade.
Olavo Black se aposentou em 2010 e desde então Graciela comanda as atividades da empresa e uma equipe de 11 profissionais altamente qualificados. Segundo ela, uma das principais características do escritório é acompanhar a evolução do setor. “Quando comecei na faculdade,
Hoje, nosso papel é muito mais estratégico do que operacional, porque o operacional o computador é capaz de fazer.” Graciela Black
Empresária Contábil
estudávamos mais a parte burocrática. Hoje eu preciso estar dentro da empresa”, destaca. Conforme Graciela, é fundamental entender como o cliente funciona, contrata, compra e vende, para dar orientações e sugestões para o melhor desempenho do negócio. “Hoje, nosso papel é muito mais estratégico do que operacional, porque o operacional o computador é capaz de fazer”, ressalta. A equipe de profissionais está sempre atenta às constantes mudanças na legislação, de forma a assegurar o cumprimento das regras com a menor oneração possível.
Inovação e prevenção
A Black Contabilidade também inova na digitalização de seus processos e em sistemas de gestão e controle. Conforme Graciela, a intenção é otimizar os processos e reduzir ao máximo o uso de papel, de forma a colaborar com o ambiente e aproveitar melhor o espaço. Para Graciela, o principal diferencial do escritório é o atendimento e a dedicação ao cliente. Segundo ela, é fundamental atuar de forma a garantir o cumprimento das leis, uma vez que a Receita tem ferramentas cada vez mais precisas de fiscalização. “Seguir a lei é uma contabilidade preventiva.”
Equipe de profissionais do escritório está em constante qualificação para acompanhar as mudanças na legislação produzido por estúdio a hora
Empresas adaptam estratégias e são pressionadas a
Vivemos uma transformação industrial. O avanço da tecnologia, as mudanças no comportamento do consumidor e a competição globalizada exigem uma reavaliação do modelo tradicional de negócios. Em um mundo que se transforma rapidamente, a falta de compreensão e de ação diante desse cenário pode representar o fim da linha para milhares de organizações.
Fundada em 1924, a Mercur baseou transformação em valores humanos e na cooperação 32 |
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C
om o Inova RS, o governo do estado dá sinais de que está atento a essa realidade. A proposta de unir regiões gaúchas em torno de ambientes de inovação baseados na atuação conjunta entre poder público, academia, setor privado e sociedade civil organizada compila um modelo de sucesso. É a fórmula utilizada no Vale do Silício e nos centros de desenvolvimento da Europa e da Ásia. Diante de uma economia combalida, a administração estadual percebe a necessidade de sair de um padrão baseado na venda de grãos em commodities. Para além das intenções, ainda são esperadas ações concretas que incentivem essa transformação. Enquanto isso, as empresas agem para alcançar resultados. A busca pela inovação se tornou palavra de ordem. Mais do que comprar e aplicar novas tecnologias, a transformação digital representa uma nova forma de pensar. É preciso mudar o mind set das pessoas para que uma organização possa otimizar processos, implantar reformas e encontrar soluções para esse cenário. A Mercur, de Santa Cruz do Sul, foi uma das pioneiras nesse processo. A transformação da empresa foi iniciada há mais de dez anos e se tornou exemplo mundial em iniciativas voltadas para a sustentabilidade. A empresa encerrou operações em solo chinês
Proposta do Inova RS emula fórmula que trouxe sucesso ao Vale do Silício
e cancelou negócios com as indústrias do fumo, bebidas, agrotóxicos, jogos de azar e o licenciamento de personagens infantis para a linha de materiais escolares. Ousada, a estratégia trouxe resultados em diversos indicadores, incluindo os financeiros. A empresa pu-
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blica em sua página na internet seus demonstrativos contábeis. Em 2018, o lucro líquido das operações superou os R$ 9,3 milhões. Coordenador da área de clientes, João Carlos Vogt afirma que a inovação representa desaprender o modelo individualista tradicional nos negócios. “Precisamos aprender um jeito novo, baseado em como fazemos as coisas, e não no que fazemos.” A empresa passou a questionar o impacto da produção e apostar no diálogo com as pessoas. Para criar uma solução para facilitar a vida de deficientes físicos, por exemplo, reúne famílias, cuidadores, médicos, fisioterapeutas, professores e pesquisadores. Um dos produtos de destaque criados pelo processo foi uma tira de borracha para ajudar nas tarefas do cotidiano. Uma solução simples que permite a execução de ações como segurar uma colher e pentear o cabelo. “Não é um produto tecnológico, mas envolve grande trabalho de inovação em seu processo.” Vogt afirma que a empresa conseguiu melhorar os seus índices de lucratividade e fluxo de caixa, mesmo sem apresentar crescimento no faturamento. Para isso, foi preciso reaprender a gastar e otimizar recursos. Outro exemplo é a opção de não participar de feiras de material escolar, eventos cujo custo ultrapassava R$ 1 milhão cada. Ao invés disso, convida educadores para participar de seus processos, medida que gera resultados maiores com baixo custo.
CEO da Soprano, Paulo Gehlen, durante o EmpreInove, evento de empreendedorismo e inovação em lajeado
Cooperação e a mudança de mindset A Soprano revisou seu planejamento estratégico e criou estruturas para ampliar a agilidade dos processos e alcançar as inovações antes dos concorrentes. CEO da empresa, Paulo Gehlen é um dos líderes do Projeto Hélice, movimento de inovação deflagrado na Serra Gaúcha. O projeto foi criado pela Soprano em parceria com Randon, Marco Polo e Florense. A elas se juntaram Teclux e Metadados. As seis empresas são mantenedoras e formam o conselho da hélice. Em 2018, juntaram-se como associadas às empresas Colombo, FSG, Sicredi Thyessenkrupp e Unimed. A proposta se baseia na busca de referências e no compartilhamento de competências e conhecimento. Conforme Gehlen, a intenção foi reduzir a curva de aprendizado necessária para alcançar as expertises. “Buscamos quem já sabe e nos aliamos para conquistar resultados mais rápidos.” A criação da linha de fechaduras digitais operadas pelo smartphone é um exemplo. O processo, em modelo de startup, envolveu a cola-
boração de parceiros da China, Coreia do Sul, Estados Unidos e Israel. O produto ficou pronto em menos de dois anos. No modelo convencional, seriam no mínimo cinco anos.
as empresas e pessoas precisam sair de um modelo mental voltado para o individualismo e partir para a cooperação. A proposta é enxergar a empresa como um organismo vivo e não uma máquina.”
tiago nicolaidis
Líder da transformação digital do sistema Sicredi
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Hoje, na hélice da Serra, operam 16 startups na Soprano, 14 na Marcopolo, 14 na Randon e oito na Florense. Essa atuação permite que as empresas identifiquem outros produtos digitais e abram novos negócios. O olhar para o digital também transformou a forma de atuação do Sicredi. Líder de transformação digital da cooperativa, Tiago Nicolaidis afirma que olhar para esse mundo digital não é apenas ter um aplicativo, mas sim ressignificar a empresa para um novo mindset. Para ele, as empresas e pessoas precisam sair de um modelo mental voltado para o individualismo e partir para a cooperação. Entre as mudanças implementadas nas organização da cooperativa, está o modelo de administração horizontal e multidisciplinar, sem divisão por setores. Conforme Nicolaidis, a proposta é enxergar a empresa como um organismo vivo e não uma máquina. Para criar essa nova cultura, voltada para o mindset ágil, foram compiladas ideias de livros e empresas mundiais que lideram o mercado tecnológico. Entre os resultados está a criação de soluções como a UP, conta digital desenvolvida pela cooperativa em apenas oito meses. Conforme Nicolaidis, no modelo tradicional, uma conta digital demoraria três ou quatro anos para ser criada.
Tecnologia soluciona gargalos e agrega valor ao agronegócio Diante da necessidade de competir no mercado global e da redução da mão de obra no campo, as duas maiores cooperativas do Vale do Taquari buscaram soluções na tecnologia para agregar valor aos produtos do agronegócio. Produção comandada por robôs, integração com Polo Tecnológico da Univates e a criação de produtos totalmente rastreáveis estão entre as principais inovações de Languiru e Dália. A cooperativa com sede em Teutônia apresentou em 2019 o Leite Origem, que agrega tecnologia inédita no país. O produto é envasado menos de 24 horas após a coleta e rastreado desde o produtor até a gôndola. As informações são acessadas por meio de QR Code impresso na embalagem. É fruto de parceria com a Tecnovates e as multinacionais SIG Combibloc, da Suíça, e Siemens, da Alemanha. Sucesso no RS, o Leite Origem é uma das apostas para ingressar em mercados como o do Rio de Janeiro e São Paulo. De acordo com o presidente da Languiru, Dirceu Bayer, estar associado ao Tecnovates nos últimos dois anos elevou o patamar da cooperativa. A Dália apresentou em 2015 o primeiro condomínio leiteiro com ordenha robotizada do RS. Instalada em Nova Bréscia, foi a primeira de quatro unidades que ajudaram a elevar o desempenho da cooperativa, amenizar a falta de mão de obra qualificada, aumentar a produtividade e a qualidade do leite. Presidente executivo da cooperativa, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas afirma que a busca pela inovação na empresa começou na década de 1990. Na época, a Dália liderou movimento que levou pre-
Leite origem é fruto de parceria entre Languiru e as multinacionais Siemens e SIG Combibloc
Dália apresentou em 2015 o primeiro condomínio leiteiro do RS com ordenha robotizada Nosso comércio eletrônico é um embrião para algo ainda maior no futuro. O núcleo multissetorial de pesquisa e desenvolvimento da Dália pesquisa as tendências globais, cria soluções e as adapta para a realidade regional.”
Carlos Alberto Freitas Presidente executivo da Dália Alimentos
feitos, representantes da academia e dos meios de comunicação para cinco destinos da Europa. A intenção foi de incentivar um novo modelo de desenvolvimento para a região. “Depois dessa viagem, o terreno ficou fértil”, afirma. Hoje, para se conectar aos anseios de compradores varejistas e do consumidor final, os vendedores da Dália compilam dados que são analisados semanalmente. A cooperativa possui dois supermercados cujo objetivo maior é de monitorar o comportamen36 |
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to dos consumidores, e foi a primeira empresa da região a criar um e-commerce no setor. De acordo com Freitas, a operação ainda representa pouco das vendas do setor, mas serve para testar uma tendência que já é realidade no mundo. “Nosso comércio eletrônico é um embrião para algo ainda maior para o futuro”, destaca. Segundo ele, o núcleo multissetorial de pesquisa e desenvolvimento da Dália pesquisa as tendências globais, cria soluções e as adapta para a realidade regional.
Tecnologia criada nos Vales alcança mercado global Regiões unificadas no Inova RS, os Vales do Taquari e do Rio Pardo têm três empresas que alcançaram destaque no mundo da tecnologia. Criadas em Lajeado, Interact e STW se consolidaram em mercados disputados por grandes players globais. De Santa Cruz do Sul, a Imply nasce internacional, tendo a primeira venda realizada para a Espanha. Diretor de administração e negócios da In-
terac, Fábio Frey afirma que a empresa teve a vantagem de contar, desde o seu princípio, com o conhecimento de seu diretor de Tecnologia, Thomas Spriesterbach, considerado a autoridade número 1 no Brasil em linguagem java. “Graças à engenharia criada por ele, não existe nenhum produto no mundo com as mesmas funcionalidades das nossas aplicações.”
Os primeiros dez anos da Interact foram de crescimento orgânico. “Nascemos batendo de porta em porta, ligando, batalhando. Duas décadas depois de um início semelhante ao da maioria das Startups, a Interact se tornou uma empresa internacional e pronta para continuar crescendo.” Para manter as aplicações atualizadas, a empresa realiza reuniões de análise de produtos semanalmente, mantém um grupo de usuários e possui canais para receber colaborações de todos os clientes. As demandas são recebidas por uma equipe que analisa a aderência e, em seguida, encaminha para scrum – um processo ágil de desenvolvimento em programação. Hoje, após um intenso processo de internacionalização, a Interact tem 800 bases instaladas em nove países da América Latina. A empresa recebe estudantes e profissionais de países como Alemanha, Portugal, Turquia, Suécia, Colômbia e Argentina, que ajudam na busca por mercados fora do Brasil. A STW foi criada na incubadora da Univates em 2007 e hoje atua em 16 segmentos da automação industrial. A organização passou por uma ascensão muito rápida, dobrando de tamanho por 11 anos seguidos e alcançando índices de 15% a 17% de crescimento em outros dois anos. De acordo com o diretor comercial da empresa, Ricardo Kober, no início o trabalho era mais voltado à supervisão, em que se desenhava a fábrica em uma tela de computador onde os processos eram controlados. “Percebemos a necessidade de ampliar o trabalho oferecido e ainda prestar uma consultoria na área produtiva.” Conforme o diretor, o empresário entra em contato com a empresa, diz o que quer produzir e a STW mostra como deve ser feito para atender aos padrões de qualidade e produtividade. “Desenhamos o processo da indústria, fazendo a automação disso e deixando tudo para alguém ligar os botões e começar a trabalhar.” O projeto terá intervenção humana mínima, apenas no controle de processos fabris. O operador tem o controle absoluto do processo, dentro dos limites de 99%, quase 100%,
Tironi Paz Ortiz lidera a Imply, empresa de santa cruz do sul que exporta tecnologia para 65 países de todos os continentes 38 |
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apresentado por:
Parceria para alimentar o mundo JÉSSICA R. MALLMANN jessica@jornalahora.inf.br
Empresa aposta na inovação para estimular o agronegócio
A
plicar em novas tecnologias permite a Maná criar soluções e ferramentas para qualificar o agricultor e aumentar a produção de alimentos em todo o estado. Com dez anos de atuação, a empresa localizada em Arroio do Meio trabalha em mais de 40 municípios, e busca a satisfação do cliente por meio da responsabilidade, comprometimento e gestão de pessoas. Com o auxílio de ferramentas gerenciais, a Maná aposta em estratégias para acompanhar todos os processos do plantio, desde a análise de solo até o momento da colheita. Tal procedimento inicia já dentro da empresa, com a padronização dos ambientes e descrição completa de normas e processos. Através de um sistema de gestão estruturado, todas atividades são documentadas e os processos padronizados, de forma a garantir resultados superiores. “Com isso a equipe se desenvolve e novas metodologias são aplicadas para trazer maior satisfação ao cliente e a valorização dos colaboradores. Todos crescem juntos”,
destaca a diretora de recursos humanos, Carla Telöken. A necessidade de se renovar e reinventar é constante e faz parte da essência da Maná. Por isso, aposta em parcerias nacionais e internacionais que investem no uso da tecnologia para proporcionar maior produtividade de alimentos, de forma segura, ágil e responsável. Utilizam a curiosidade como combustível para a incessante bus-
ca por conhecimento e evolução. Além disso, a Maná cuida dos seus clientes e investe em projetos para qualificá-los. “Um bom exemplo é a parceria que temos com as mulheres do campo. Hoje, elas estão ocupando espaço e fazem a diferença nas propriedades. É por isso que as incentivamos a buscar mais e acreditar no potencial que possuem”, salienta Carla.
[...] a equipe se desenvolve e novas metodologias são aplicadas para trazer maior satisfação ao cliente.” Carla Telöken diretora de recursos humanos
Inovação no Agro Um dos grandes desafios para a agricultura moderna é produzir com eficácia e segurança, explorando ao máximo as capacidades produtivas dos sistemas atuais. Na vanguarda em oferecer ferramentas de precisão para a agricultura, a Maná investe em parcerias que disponibilizam tecnologias de ponta, como sensoriamento remoto de lavouras, permitindo previsibilidade, maior assertividade e redução de custos ao agricultor. Aplicar alta precisão em cada etapa do processo de produção agrícola é o objetivo das ferramentas modernas, que dependem de suporte técnico e conhecimento adequado para permitir melhores resultados. Capacitar seus colaboradores e clientes para acompanhar a evolução tecnológica permite a Maná pensar muito além do ato de “vender” e se torna engrenagem efetiva do sistema de produção de alimentos, parceiros para alimentar o mundo. Conheça a Maná. Visite a unidade, localizada na RS-130, no km 76, em Arroio do Meio. Ou contate pelo telefone (51)3716-3702.
produzido por estúdio a hora
Nascemos batendo de porta em porta, ligando, batalhando. Duas décadas depois de um início semelhante ao da maioria das Startups, a Interact se tornou uma empresa internacional e pronta para continuar crescendo.”
Fábio Frey
Diretor comercial da Interact Solutions
de produtividade e qualidade exigidos pelo mercado. Hoje, a STW tem clientes em todos os continentes. A Imply, de Santa Cruz do Sul, nasceu globalizada. A primeira nota fiscal foi emitida a partir da venda de um sistema de boliche para a Espanha. A meta, desde a fundação em 2003, foi atuar com participação 50% nacional e 50% internacional. A empresa desenvolve tecnologias para entretenimento, painéis e placares eletrônicos, unidades de autoatendimento e catracas eletrônicas. Forneceu pistas de boliche para o palácio do rei da Arábia Saudita, sistemas de acessos em grandes eventos como o Carnaval do Rio de Janeiro e participou da modernização de estádios da Copa do Mundo 2014. Hoje, está presente em 65 países de todos os continentes. Diretor presidente da Imply, Tironi Paz Ortiz afirma que a empresa exporta para países de culturas totalmente diferentes, como Emirados Árabes, Estados Unidos, Moçambique, Índia, e França, por 40 |
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Ricardo kober é diretor comercial da STW, empresa de Lajeado que compete no mercado global de automação industrial
exemplo. “Queremos continuar assim, exportando muito e seguir levando a tecnologia gaúcha para o mundo.” Segundo Ortiz, o segredo do crescimento é estar atento às mudanças e necessidades do mercado e estar pronto para aceitar desafios. Para ele, a visão focada na inovação que inclui processos de desenvolvimento de produtos e a organização interna resultam no sucesso da empresa.
Nascida na universidade, startup retorna ao campus A busca pela ampliação do conhecimento aproximou as empresas dos centros tecnológicos mantidos por instituições de ensino. Seja para desenvolver produtos, estabelecer processos ou buscar profissionais qualificados para a nova economia, a união entre universidade e o setor privado ajuda a alavancar o desenvolvimento. Empresa de TI com foco no desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis, a Tekann tem uma trajetória típica das startups e ligação umbilical com a Unisc. Fundada em 2004, foi primeira empresa incubada na universidade. De acordo com o diretor de Negócios, Alisson Mann, em uma época em que ainda não existiam os smartphones, a Tekann criou uma plataforma para fazer aplicativos para mobile, uma tecnologia que a maioria das empresas não apostava. Hoje, a empresa desenvolve soluções personalizadas para o setor corporativo. “Se não estivéssemos dentro da incubadora, não teríamos a oportunidade de apostar nessa tecnologia que hoje está em alta”, aponta. Após se graduar e sair da Unisc, a Tekann criou um aplicativo para gestão de resíduos e teve a oportunidade de
participar de um programa de empreendedorismo na universidade de Stanford. Foram três meses de conversas com gestores da universidade por meio remoto antes da validação do projeto na própria universidade, que resultaram na criação de uma spin off (empresa independente derivada da original), chamada MeuResíduo. Além de reafirmar a continuidade do projeto, a experiência em Stanford trouxe a certeza de que
a Tekann deveria voltar para o ambiente universitário. Em 2017, os diretores transferiram toda a empresa para o Parque Tecnológico da Unisc. O ingresso ao parque resultou em uma grande transformação na empresa. Antes, a Tekann tinha uma equipe de 12 pessoas, hoje são 35. “Estamos mais estruturados, com mais profissionais. Estamos retendo talentos e temos dois projetos de pesquisa rodando junto com a universidade.”
em uma época em que ainda não existiam os smartphones, criamos uma plataforma para desenvolver aplicativos para mobile. Se não estivéssemos dentro da incubadora, não teríamos a oportunidade de apostar nessa tecnologia que hoje está em alta”
Alisson mann
Diretor de negócios da Tekann
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apresentado por:
Trem dos Vales THIAGO MAURIQUE thiagomaurique@jornalahora.inf.br
F
oram dois fins de semanas, oito viagens e mais de 5 mil visitantes. A esperada estreia do Trem dos Vales, realizada em setembro, mostrou todo o potencial da proposta e elevou o patamar da região como destino turístico. A Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales) se articula para tornar permanente o trajeto que evidencia a beleza da região. Presidente da entidade, Leandro Arenhart afirma que a Associação trabalha faz anos para mudar a realidade turística regional. Segundo ele, entre as muitas conquistas alcançadas, a principal é o entendimento dos gestores públicos e dos empreendedores que o turismo pode ser um forte gerador de renda devido
renova perspectiva regional
Passeio realizado em setembro elevou patamar da região como destino turístico às potencialidades únicas do Vale. “O Trem dos Vales foi um divisor de águas, pois tivemos a prova do sucesso da proposta, sem contar que o passeio surpreendeu a todos pela sua beleza e pela sua arquitetura”, destaca. Além disso, ressalta a mobilização de toda a região, que se uniu em torno da ideia. “Quase que todos os municípios entenderam fazer parte desse projeto, mesmo não sendo lindeiro aos trilhos”, aponta. Conforme Arenhart,
os gestores viram a possibilidade de se articular e fazer com que os turistas e passageiros conheçam a região como um todo. O projeto final para tornar o passeio do Trem dos Vales permanente está sendo encaminhado para a empresa Rumo, detentora da malha ferroviária, e para a Associação Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A intenção é tornar a atração permanente, concretizando um sonho de mais de 20 anos. Segundo
Arenhart, todos entenderam que o trem vai mudar a realidade regional e aumentar a oferta turística do Vale.
Potencial elevado
O turismo se tornou assunto e referência na região, graças ao trabalho em conjunto da Amturvales com os gestores. De acordo com Leandro Arenhart, existe o consenso de que a indústria do setor é limpa e capaz de elevar a renda e gerar empregos. “Os empreendedores se qualificam cada vez mais para receber os visitantes e a imprensa nos apoia diariamente, divulgando os atrativos da nossa região.” Para o presidente da Amturvales, o Vale que já é reconhecido pelo empreendedorismo, cooperativismo, pelo acolhimento e a colonização de imigrantes também será o Vale do Turismo. “Muita coisa boa ainda está por vir.”
O Trem dos Vales foi um divisor de águas, pois tivemos a prova do sucesso da proposta, sem contar que o passeio surpreendeu a todos pela sua beleza e pela sua arquitetura.” Leandro Arenhart Presidente
produzido por estúdio a hora
Academia impulsiona resultados Os processos de cocriação da Mercur também incluem professores, acadêmicos e pesquisadores da Unisc. Além disso, a empresa oferece a estrutura de negócios para colaborar com a conexão entre o meio acadêmico e o mercado, preenchendo uma lacuna histórica da academia. Para o presidente da Languiru, Dirceu Bayer, estar associado ao Tecnovates nos últimos dois anos elevou o patamar da cooperativa, e o parque se tornou um aliado na disputa por um mercado global cada vez mais competitivo. A Soprano tem uma startup incubada no Tecnosinus (Unisinos) e passou toda a operação de pesquisa e desenvolvimento para o Centro de Referência em Tecnologias Inovadoras – Certi, em Florianópolis. A Sicredi mantém unidade no Tecnopuc com 350 pessoas que ocupam dois andares da estrutura. O ambiente é inspirado no Spotify e formados por times com profissionais de todos os setores. Nele, não há separação entre negócios, TI, operações e financeiro, por exemplo. Além da Conta Up, a equipe do Tecnopuc também construiu o marketplace Sicredi Co-
Mercur aposta na Cocriação de produtos com professores e profissionais das universidades
Estar associado ao Tecnovates nos últimos dois anos elevou o patamar da cooperativa, e o parque se tornou um aliado na disputa por um mercado global cada vez mais competitivo.”
Dirceu Bayer
Presidente da Languiru
Interact solutions mantém estruturas nos polos tecnológicos da unisc e univates 44 |
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nect, uma vitrine de produtos para os associados da cooperativa. A ideia é aproveitar o potencial de uma rede que hoje tem quatro milhões de associados e pretende chegar a 15 milhões. Para Ricardo Kober, a academia ainda precisa acelerar suas ações para fomentar as profissões, em especial na formação de profissionais e atração de empresas. Segundo ele, os Vales têm tudo para atrair companhias mundiais, como já ocorre com o Tecnopuc, em Porto Alegre, e o Tecnosinos, em São Leopoldo. “Temos uma das melhores qualidades de vida do Brasil. Temos diversão, ensino, um poder público que apoia, universidade e empresas”, afirma. Para ele, o que falta é organização para transformar a região em uma referência no mercado global.
apresentado por:
Scapini: tradição e inovação para elevar resultados Investimentos fundamentam projeção de crescimento da transportadora em 2020 THIAGO MAURIQUE thiagomaurique@jornalahora.inf.br
E
mpresa lajeadense com atuação nacional e internacional, a Scapini Transportes promoveu uma série de investimentos em 2019 com a proposta de elevar os resultados no próximo ano. Para 2020, a projeção da transportadora é de 35% de crescimento na receita, superando os resultados obtidos nos períodos anteriores. Gerente Comercial da organização, Lucas Scapini afirma que o desenvolvimento constante da empresa é resultado das estratégias estabelecidas pela diretoria em consonância com a eficácia e qualidade das ações executadas pela equipe de profissionais. “Um time comprometido faz total diferença no resultado.” Segundo ele, entre os investimentos realizados neste ano estão a aquisição de veículos leves, semi-pesados e pesados, além da construção de um novo centro de distribuição para armazenagem, picking e
cross doking. A estrutura inclui quase 600 veículos e mil profissionais diretos e indiretos. A empresa atua em diferentes segmentos logísticos. Entre eles estão o transporte de equipamentos pesados, semi-pesados e leves, operações inbound (matérias-primas para indústrias), outbound (produtos acabados) e delicadas, armazenagem, redespacho e distribuição. A principal característica da Scapini é a personalização operacional e comercial para cada cliente, a
agilidade e a pró-atividade. “Buscamos não somente obter sucesso logístico, mas também resultados de saving, gerando reduções de custos para nossos parceiros.” A empresa possui 23 filiais nos
estados do RS, SC, PR, SP, RJ, MG, GO, MS, BA e PE, além de Argentina e Uruguai. A malha logística extensa, facilita as propostas comerciais e garante a competitividade no mercado.
Tecnologia de rastreamento
Buscamos não somente obter sucesso logístico, mas também resultados de saving, gerando reduções de custos para nossos parceiros. LUCAS SCAPINI
Para garantir a integração de informações como a segurança dos dados fornecidos aos clientes e fornecedores, a Scapini gerencia toda a frota através de um software de gestão integrado ERP e Gestão da Frota. Dessa forma, garante a análise de dados seguros e informações rápidas, no momento em que o cliente desejar. A empresa tem setores
interligados com canais de distribuição e fluxos, buscando a melhoria contínua de processos e o desenvolvimento de seus profissionais, além de monitoramento interno 24 horas por dia. Todos os veículos e equipamentos rastreados via satélite com tecnologia de última geração e relatórios instantâneos para toda a gestão de frotas.
GERENTE COMERCIAL
produzido por estúdio a hora
Movimento estadual não pode travar na burocracia A iniciativa do Estado com o Inova RS é vista de forma positiva pelos empresários, que também não deixam de ser críticos às dificuldades impostas pelo governo atual e anteriores. O sucesso do modelo de hélice depende também da concretização das iniciativas do poder público. Ricardo Kober acredita que existe uma vontade com ações concretas por parte do governo, para mudar o histórico político que transformou o RS em um dos estados mais endividados
do Brasil. “Tomara que as forças políticas não briguem pelos méritos dessa proposta.” Diretor da Interact, Fábio Frey destaca a iniciativa de Lajeado com Pro_Move, movimento formado pela universidade, a prefeitura, empresas e organizações sociais, no caso a Acil. Segundo ele, ter outras empresas de tecnologia instaladas nos Vales do Taquari e do Rio Pardo compila uma fórmula que dá certo em regiões como o Vale do Silício.
Se for apenas uma jogada de marketing, para ser percebido como economicamente melhor, não é o que acreditamos. Agora, se essa busca é para melhorar a nossa condição do estado, para que as pessoas possam viver melhor, queremos estar juntos. “
joão vogt
coordenador da área de clientes da mercur
Para Frey, o cenário é ainda mais favorável graças aos movimentos migratórios de profissionais querendo sair dos grandes centros. Conforme o diretor da Interact, será possível atrair grandes engenheiros, arquitetos de tecnologia, pesquisadores e demais profissionais. Alison Mann acredita que o sucesso do Inova RS e do sistema de hélices depende do foco nos resultados e de tentar trazer soluções reais no mundo real. “Ter o empresariado com a universidade e o governo é uma maneira de aliar o problema, a teoria e a prática de uma forma harmônica.” Conforme João Vogt, tudo depende dos motivos com os quais o programa está sendo estabelecido. Para ele, se a proposta tiver um viés publicitário, de forma a apenas gerar números, não terá credibilidade. “Tem que ser uma coisa endógena, nascer a partir das pessoas, da comunidade e para resolver problemas reais”, defende. Afirma que a Mercur será parceira se o projeto tiver o propósito de que as pessoas possam viver melhor. Dirceu Bayer afirma que o governo precisa de um processo de desburocratização para que um projeto como o Inova RS funcione. “O Estado vive uma situação difícil. O projeto é importante, somos parceiros, mas já estamos atuando com a integração entre os Vales.” Segundo Carlos Alberto Freitas, ao mesmo tempo em que cria o Inova RS, o Estado desestimula o empreendedorismo com uma burocracia gigantesca, impostos mais elevados e graves problemas de logística, entre outros entraves que reduzem a competitividade perante o mercado global.
Governador Eduardo Leite testa tecnologia de imersão durante lançamento do ‘Inova rs’ 46 |
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pesquisa inédita
Como empresários percebem e aplicam inovação
P
esquisa realizada pelo Grupo A Hora em parceria com a Nexus mostra que o empresário percebeu a importância de inovar. Mesmo empresas de setores tradicionais colocaram a necessidade de buscar novas soluções para os negócios entre as prioridades. Todos os entrevistados disseram que temas como inovação e empreendedorismo são “importantes” ou “muito importantes.”
Poucos foram os empresários que alegaram conhecer “muito bem” o programa
Quase 40% dos participantes informaram que a empresa é “tecnologicamente avançada e sempre inova quando possível”. Mas existe um significativo grupo de empresas que alegou estar por enquanto apenas “tentando ver em que área é possível inovar”, mas que não possui ainda nada definido. Entre os que informaram estar analisando e avaliando novas tecnologias a serem implementadas, a grande maioria já possui definida a ação a ser desenvolvida e deve ocorrer até final de 2020.
Grande maioria dos participantes informou não ter ainda condições de opinar a respeito. Porém, cerca de 40% dos empresários do Vale do Taquari e 25% do Vale do Rio Pardo afirmaram categoricamente estarem “a favor” desta divisão.
Dos empresários que alegaram ter em mãos uma empresa tecnologicamente avançada, a maioria (66%) informou que a última inovação foi implementada há menos de 3 meses
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Quase 40% dos participantes informaram que a empresa é “tecnologicamente avançada e sempre inova quando possível”. Mesmo assim, o cenário ainda está distante pelo vislumbrado pelo programa Inova RS. Poucos foram os empresários que alegaram conhecer “muito bem” o programa. No Vale do Rio Pardo, a grande maioria informou que “já ouviu falar a respeito”, sem maiores
informações. No Vale do Taquari, a maior parcela ainda não conhecia o Inova RS. Cerca de 40% dos empresários do Vale do Taquari e 25% do Vale do Rio Pardo são “a favor” da união dos vales em um único ambiente de desenvolvimento. O fortalecimento dos polos tecnológicos também “não está no foco” das empresas no momento, ainda que a maioria delas não descarte a possibilidade de analisar uma parceria no futuro.
Apenas 8% dos entrevistados afirmam que o município no qual estão sediados é inovador. Ao todo, 48% disseram que a cidade está longe de ser inteligente e 7% acreditam não se preocupar com isso. Em relação à qualificação da mão de obra para inovação, 43% disseram realizar treinamentos internos e 34% afirmaram manter convênios com entidades. Outros 10% manifestaram a intenção de promover cursos de qualificações específicos.
Todos consideram o assunto “importante” ou “muito importante”.
No Vale do Taquari um de cada três empresários informou que entende que o município deve estar pelo menos “preparado” para avançar nesta direção. No Vale do Rio Pardo, pelo contrário, quase dois terços dos entrevistados alegarem que o município “não está preparado”.
Algumas atuam simultaneamente em diferentes setores. Classificamos as 49 empresas participantes pela sua área de atividades, segundo o conceito dos grandes setores do IBGE.
Maioria das empresas está apostando em treinamento interno para preparar as pessoas. A iniciativa faz sentido uma vez que há falta de profissionais qualificados no mercado.
Empresários se mostraram pouco focados, pois mais da metade respondeu que “isto não está no foco da empresa por enquanto”, porém deverá ser objeto de análise futura. 49 |
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apresentado por:
Cidade vive S ANTA CRU Z DO SUL
nova atmosfera
A arquitetura cosmopolita do München muda o padrão de moradia residencial na cidade de Santa Cruz do Sul
O
conceito Open Mall & Residence do maior projeto arquitetônico dos últimos tempos na principal cidade do Vale do Rio Pardo cria uma nova atmosfera para seus moradores. Com ares europeus, as oito torres podem ser avistadas de vários pontos da cidade, assim como seus moradores têm uma vista privilegiada sobre diversos bairros. O München Open Mall & Residence tem sete torres residenciais e uma comercial, com um total de 213 apartamentos, 28
coberturas duplex, 96 escritórios e 50 lojas, além de 766 vagas de estacionamento, sendo 288 vagas rotativas. De acordo com o diretor geral da Cigha/ Imojel, Paulo Pohl, o conceito permite que as pessoas morem e trabalhem no mesmo local, e também resolverá problemas de estacionamento e meio ambiente. “São 1,2 mil pessoas vivendo diariamente em um espaço que é praticamente um bairro planejado.” Conforme Pohl, faz anos que a construtora planeja projetos urbanos para serem novos ambientes de sustentabilidade. “O primeiro mundo pensou esse conceito a mais tempo”, afirma. A proposta faz parte do conceito de smart cities, nas quais a população pode fazer tudo no mesmo lugar, sem enfrentar o trânsito e a correria da cidade. Segundo ele, a empresa buscou inspiração nos grandes centros urbanos onde essa proposta funciona na prática.
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São 1,2 mil pessoas vivendo diariamente em um espaço que é praticamente um bairro planejado Paulo Pohl Diretor Geral
Empreendimento une torres residenciais, comerciais e um shopping a céu aberto
produzido por estĂşdio a hora
apresentado por:
Débora Fanck
Hall de entrada da mostra se destaca pela decoração minimalista e amplitude
Profissionais consolidam propósito do empreendimento
Renata streit
Espaço integrado com sala de jantar e cozinha, inspirado em barco veleiro
Acco + Capelari
A sacada virou espaço de refúgio e proximidade com a natureza em meio à cidade
Yasmin e Ana
Suíte Guarda Chuva transita pelo universo do homen sensível e traduz a leveza do ser
s oito torres do München se erguem imponentes no coração da cidade de Santa Cruz do Sul. O que antes era um sonho, agora é uma realidade exuberante ao estilo europeu. Mais do que isso, a obra se consolida em um novo conceito e no prazer de viver, trabalhar e morar em um só lugar, tudo com muita qualidade, segurança e conforto. Nos meses de outubro e novembro, o München recebeu a Mostra de Arquitetura e Design de Interiores de Santa Cruz do Sul. Mais de 30 profissionais deixaram sua imaginação e criatividade transformar os espaços da torre Berlim em ambientes incríveis para os novos moradores.
Jéssica werle
Escritório em ambiente acolhedor com mistura de materiais quentes e frios
Casa Mista
Projeto inspirado na Bossa Nova tem o amadeirado como principal característica
Giédri machado
Projeto pensado para um jovem o qual alinha o desenvolvimento tecnológico à natureza
Sílvia Melchior Suíte da cobertura se destaca pela integração funcional e visual de todos os espaços
Rodrigo Hillesheim e Rodolfo Oliveira Espaço concebido para provocar experiência de conforto, intimidade e relaxamento
Suen Kothe
Clean e moderno, foi idealizado para ser o espaço de uma jovem escritora
produzido por estúdio a hora
apresentado por:
A cidade abraça o München e sua contemporaneidade sutileza, a ousadia e a tecnologia se revelam nos projetos contemporâneos dos 37 arquitetos que aceitaram o desafio para criar projetos inovadores e modernos para a Torre Berlim. O resultado não podia ser outro, a não ser o sucesso do evento que atraiu um público de muito bom gosto e aberto ao novo modelo de moradia.
Em Obra Sacada pensada no dia a dia de um casal jovem, com mistura de trabalho e lazer Ambiente refinado e confortável, pensado para contemplar descanso e aconchego
Elizandra Ebert
Sabrina Espinelli
Home office contemporâneo, acolhedor e sofisticado
Suíte com espaços funcionais e práticos para momentos de acolhimento e relaxamento
Juliana Duré
Hall das coberturas traz o encanto do verde e das texturas naturais
K Design
Téia + Iara Arq Contemporânea
Espaço Berlim tem identidade cosmopolita, com paralelos de originalidade e personalidade
Espaço criado para estimular sensações com destaque para madeira e cores leves
Renata Porto
Espaço a céu aberto projetado para ser um refúgio urbano para encontros
Bistrô criado para celebrar bons momentos com vista para o horizonte
501 Arquitetura
produzido por estúdio a hora
apresentado por: Construtora e Incorporador
Condomínio Residencial Premium
Exclusividade e
alto PadrÃo
Condomínio Blumen Park se destaca pela infraestrutura completa e conexão com a natureza
L
ocalizado no coração de Lajeado, o condomínio Blumen Park tem todas as características dos principais empreendimentos de alto padrão do país. É o maior empreendimento premium do gênero no Vale do Taquari, com infraestrutura de alta qualidade que representa a garantia de bons investimentos aos compradores.
O condomínio fechado reúne projeto arquitetônico inovador aliado harmonicamente a áreas de preservação natural. Inclui vigilância 24 horas com monitoramento por vídeo, pórtico exclusivo para moradores e visitantes, além de entrada de serviços para empregados e fornecedores, com funcionamento restrito ao horário comercial. No exterior, 28 lotes são destinados a
construções comerciais e de serviço. A área de lazer é completa, com salão para eventos, sala de jogos, espaço gourmet com forno de pizza, fogão à lenha e parrilla, brinquedoteca, espaço cinema, estacionamento exclusivo e espaço fitness com academia, sala de massagem e sauna. Os quiosques têm churrasqueira próximas a quadras poliesportiva para prática de tênis, paddle e futebol 7. A piscina é
fotos aldo césar lopes
Empreendimento se destaca pela infraestrutura completa e é o maior do segmento na região
Projeto arquitetônico inovador está aliado harmonicamente à áreas de preservação natural
adaptada para o público adulto e infantil. O condomínio ainda dispõe de um heliponto para atendimentos emergenciais na área da saúde. A sustentabilidade é característica do empreendimento, que possui sistema de pós-tratamento do esgoto gerado nas áreas comuns. Todo o carbono emitido na fase de obras foi neutralizado por meio do plantio de árvores.
O Blumen Park está situado entre três grandes avenidas e próximo à BR 386. Dessa forma, os moradores conseguem evitar os problemas de fluxo nos horários de pico. Em cerca de dez minutos, é possível chegar ao centro da cidade. A segurança do condomínio é um dos principais destaques. Com monitoramento por câmeras em todo o empreendimento a entrada possui sistema de reconhecimen-
60
to facial. Todos que acessarem o local serão identificados e suas informações registradas em um banco de dados. Esse sistema permite, inclusive, o registro de quem passar próximo ao pórtico, mesmo que não tenha a intenção de ingressar no condomínio. Mesmo com toda a infraestrutura e segurança, o valor da taxa mensal de condomínio é aproximadamente R$ 300.
Números
hectares de área total
Terrenos amplos, a partir de
40 % 60 % 450 m² 2,5 24 h é destinado à preservação florestal e áreas de convívio social.
da área é destinado às moradias
hectares de mata nativa
de vigilância
Área é totalmente monitorada por câmera e a entrada possui sistema de reconhecimento facial
produzido por estúdio a hora
PROFISSIONAIS DO
O desafio da mão de obra e o paradoxo do desemprego Preparar jovens e adultos para desenvolver projetos e soluções aos novos processos desafia empresários, instituições de ensino e o poder público. Para atender a demanda do futuro, em cinco anos o país precisa formar 10,5 milhões de pessoas.
U
ma nova revolução está em curso e a base dela é a informação. A tecnologia faz parte da vida e não há volta. No mundo do trabalho, nas relações humanas, nas necessidades de consumo e nos serviços. O virtual se torna um ambiente comum à sociedade. Ainda mais com as novas gerações. Nascidos em meio a essa transformação, os colegas Antônio Pretto Neto, 17, Arthur Moraes, 17, e Guilherme Michels, 18, concluem o Ensino Médio neste ano. “Sei o que quero para o meu futuro, mas é complicado definir agora. Muitas profissões estão ameaçadas”, diz Antônio. Estudantes de um colégio particular de Lajeado, eles acompanham as tendências do mercado para os próximos anos. Esse conhecimento inclusive auxilia para definição dos cursos que vão seguir. “Eu quero empreender. Quero ter um trabalho próprio para investir em algo meu”, projeta. Quanto à imersão tecnológica, avalia: “Minha geração está mais adaptada. Porém, vemos no nosso país uma discrepância grande. Por eu estar em um colégio particular, esse é um privilégio que tenho. Largo na frente por essa educação. Agora, se isso vai fazer diferença no futuro, depende da competência de cada um.” O cenário para os próximos anos traz muitas dúvidas, acredita Guilherme Michels. “Vemos uma transformação muito rápida.” Diante disso, o jovem avalia como áreas pro-
missoras a engenharia de computação, análise de dados, Big Data. “Meu irmão é programador e conversamos bastante sobre isso.” Justo por essa visão e conhecimento acerca do que está por vir, Arthur Moraes mudou de opinião. “Eu pensava em fazer engenharia mecânica. Pesquisei sobre as possibilidades de seguir estudando, e me atraiu bastante o desenvolvimento de softwares justamente pelo fato das profissões estarem mudando.”
Sei o que quero para o meu futuro, Mas é complicado definir agora. muitas profissões estão ameaçadas.”
Antônio Pretto estudante
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Inteligência humana para analisar dados Conforme projeção do Fórum Econômico Mundial, a 4ª Revolução Industrial no mercado até 2025 abrirá 58 milhões de novos empregos. Enquanto hoje 71% das horas trabalhadas são feitas por pessoas, daqui a seis anos, mais da metade dessas atividades serão automatizadas. Um pouco além deste universo apresentado pelo relatório, significa dizer que 65% das crianças que hoje estão no Ensino Fundamental vão atuar em profissões que ainda não existem. Em meio a esta tendência latente, as qualificações em áreas ligadas à tecnologia lideram lista do novo trabalho e obrigam universidades e escolas técnicas a repensarem o modelo de ensino. Segundo o Mapa do Trabalho, feito pelo Serviço de Aprendizagem Industrial (Senai), em funções de nível superior, serão necessárias mais de 709 mil pessoas com conhecimentos técnicos específicos. O Mapa é elaborado a partir de cenários so-
bre o comportamento da economia brasileira e dos seus setores, projetando o impacto sobre o mercado de trabalho e estimando a demanda por formação profissional com base industrial (formação inicial e continuada). Só na área de informática, o Brasil precisará
qualificar 368 mil profissionais de nível superior até 2023. De fato, a imersão tecnológica transformou a forma de ver, planejar e interagir. A capacidade de solucionar problemas e de associar conhecimentos de outras funções nas empresas serão fundamentais para o futuro.
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Nos próximos cinco anos, avanço tecnológico provocará uma transformação ainda maior nas atividades profissionais. Áreas ligadas À inteligência artificial serão algumas das carreiras mais promissoras
Não basta formar alunos. É preciso prepará-los As universidades estão atentas às transformações e necessidades do mercado de trabalho. Hoje, não basta apenas formar alunos. É preciso torná-los protagonistas do processo. Prova disso é o que a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) realiza ao apresentar o projeto de reinvenção pedagógica. Este movimento teve início ainda em 2018, quando a instituição passou a estudar formas de potencializar a formação acadêmica. Como diz a reitora Carmen Lúcia de Lima Helfer, era uma necessidade, também em virtude dos novos modos de ensinar. “Estamos passando por um processo de mudança no foco do paradigma da aprendizagem. É uma nova forma de aprender e ensinar, baseado no protagonismo do estudante. Temos uma forte relação com a comunidade, por isso queremos fazer com a que a universidade seja mais dinâmica e flexível. E que, de fato, encante o estudante, permitindo mais flexibilidade na trajetória acadêmica”, salienta. O movimento feito pela Unisc é uma tendência entre as universidades, em especial as comunitárias. A reinvenção pedagógica também impactará em redução nas mensalidades dos cursos. “Tudo está mudando rapidamente e temos que nos preparar, olhar a mudança e ser parte disso”, resume Carmen. Na prática, a reinvenção pedagógica da Unisc possibilitará, desde o primeiro semestre, espaços que permitirão o contato do estudante com o mercado de trabalho, como o
Planejamento da reinvenção iniciou em 2018 e será colocado em prática a partir do ano que vem
laboratório de empreendedorismo. “Ele atuará em equipes multidisciplinares, propondo melhorias à comunidade, incentivando a sua própria autonomia e construindo o seu conhecimento, tendo o professor como um orientador”, explica a reitora. A integração começa desde cedo, com os alunos sendo misturados em sala de aula para estudar temas que afetam problemas gerais da sociedade local. Depois, ocorre a formação por áreas do conhecimento e também terá o espaço da formação específica, regida conforme as diretrizes de cada curso.
Novos cursos Em 2020, a Unisc terá a oferta da graduação em Ciência de Dados e Inteligência Artificial, inédito no estado. Serão disponibilizadas 60 vagas por semestre. “Me parece que ele atende a necessidade de formar profissionais para o futuro. É uma aposta interessante que a Unisc faz”, salienta Carmen. O curso permitirá que alunos desenvolvam soluções criativas através da inteligência artificial, além de analisar grandes volumes de dados, dando sentido às transformações, gerando conhecimento.
Os eixos da reinvenção pedagógica da Unisc: Formação geral voltada ao desenvolvimento de competências para a vida, protagonismo profissional, autonomia moral e intelectual do estudante Atividades complementares ampliam as fontes de conhecimento, enriquecendo a formação acadêmica e o processo de aprendizagem Laboratório de empreendedorismo e práticas comunitárias incentiva o pensamento empreendedor, a partir de soluções inovadoras em projetos que possibilitam a interface com demandas do mercado de trabalho e da comunidade Componentes curriculares eletivos o estudante elege qualquer área do conhecimento para desenvolver competências transversais à formação profissional, aprofundando conhecimentos específicos que complementam a formação
Tudo está mudando rapidamente e temos que nos preparar, olhar a mudança e ser parte disso”
Formação profissional por curso desenvolvimento de competências, habilidades e conteúdos necessários ao desenvolvimento do profissional Formação profissional por área desenvolvimento de competências e habilidades profissionais comuns a uma mesma área de formação (saúde, gestão, etc.)
Carmen Lúcia de Lima Helfer,
reitora da Unisc
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Ensino e trabalho no centro da vida A psicóloga e coordenadora da área de Gestão de Carreiras da Univates, Janaína Schneider, relata que a formação de grades de cursos e disciplinas sofrem mudanças frente à transformação digital e também das necessidades do mercado. “Hoje é preciso que a pessoa tenha muitas competências que vão além da sala de aula. A universidade, até então, teve como principal objetivo a formação técnica, do ensino para atuar na profissão”, diz. Hoje, há outras competências e habilidades que são importantes para qualquer área, avalia a psicóloga. “Qualidades comuns são a liderança, a criatividade, a
Psicóloga e coordenadora da área de Gestão de Carreiras da Univates, Janaína Schneider realça a importância da organização pessoal para aproveitar o tempo
capacidade de comunicação e a relação interpessoal. Esse movimento faz com que a universidade tenha de adaptar sua metodologia para se focar também nessas competências. Em resumo, é preciso auxiliar no desenvolvimento do indivíduo como um todo.” O jovem precisa entender que a mudança na matriz do trabalho é algo em curso e que a chegada no mercado exige, primeiro, conviver em sociedade e, depois, ser um bom profissional, afirma Janaína. “A principal competência de hoje é estar aberto ao aprendizado. Tem de ser curioso, explorador, para criar oportunidades.”
A principal competência de hoje é estar aberto ao aprendizado. Tem de ser curioso, explorador, para criar oportunidades.”
Janaína Schneider Psicóloga da Univates
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Esse conceito é diferente do vivenciado décadas atrás, quando a palavra usada era “empregabilidade”. O termo se refere a facilidade com que um trabalhador desenvolve determinada atividade. Nesse novo tempo, o conceito é mais amplo. Parte da palavra “trabalhabilidade”. “É a capacidade da pessoa ficar ocupada. Não significa ter um emprego, pois pode-se ter um trabalho em diversas áreas de formação. Trabalhos autônomos, inclusive. O profissional do futuro precisa estar inserido em vários espaços.” O cenário é que, a partir de 2022, os profissionais vão precisar dedicar 101 dias por ano para atualização. “Terão de se dedicar a atividades de aprendizado para acompanhar as mudanças no mercado.” Essa rotina intensa, avalia a psicóloga, exige do indivíduo muita disciplina, organização e resiliência. Por outro lado, o ambiente tecnológico proporciona isso. “Estamos cercados de informações por todos os lados.” De acordo com ela, o importante é classificar esses dados pela sua relevância. “Temos de pensar quantas horas vamos gastar por dia com temas que não agregam.” Em resumo, o trabalho e o estudo vão tomar conta da vida, acredita. “Sim, é uma carga pesada. Por outro lado, a tecnologia vem para ajudar. Hoje não trabalhamos com tanta rigidez. É possível equilibrar o dia, dedicar horas para tudo. Daqui a pouco, trabalhar pela manhã, folgar à tarde e voltar ao trabalho à noite.” No entanto, afirma: “isso não quer dizer que não teremos lazer ou momentos de descanso. É fundamental separar momentos para o entretenimento, para o convívio com os amigos e com a família. É preciso saber aproveitar o tempo.”
Colombo acredita que modelo de educação precisa ser revisto. Para ele, é preciso que o aprendizado acompanhe as mudanças da sociedade
“Os dias de hoje mostram a necessidade de fazer diferente” O quadro negro, alunos enfileirados e o professor como o principal responsável pela transmissão do conhecimento. O modelo educacional repetido até hoje surgiu após a 1ª Revolução Industrial. No Ensino Básico, esse sistema se repete. Como toda regra tem exceção, há escolas que desenvolvem outras táticas para ensinar, em especial na rede privada. Mas no ambiente público, o jeito de ensinar segue a mesma lógica do século 19. Esse cenário atinge 80% dos estudantes brasileiros, matriculados em escolas públicas. “Os dias de hoje mostram a necessidade de fazer diferente. Décadas atrás, o desafio do país era o acesso à escola. Hoje não é mais um problema”, frisa o superintendente do Sesi-RS, Juliano Colombo. Frente ao diagnóstico de esgotamento do modelo tradicional, o Sesi começou a elaborar um novo formato para preparar os jovens. “Há sete anos estudamos os movimentos sobre o impacto da tecnologia por uma demanda da própria indústria.” A partir daquele momento, conta, começou uma análise sobre o modelo de ensino e as formas de torná-lo mais interligado aos desafios da Era da Informação. “Esse formato do professor ao centro, alunos um atrás do outro, está ultrapassado. Para o próprio estudante é chato. Eles querem algo mais dinâmico, com aprendizagem prática”,
diz. Segundo Colombo, o jovem não se submete mais ao formato tradicional. A partir disso, o Sesi partiu para um novo modelo. O desafio era criar algo que pudesse ser replicado. “Se não mudar a educação pública, nunca teremos o país do futuro.” Para o superintendente do Sesi, transformar o ensino também é uma ferramenta para combater a desigualdade social. Na avaliação dele, a educação é a principal forma de reduzir essas diferenças. A partir de experiências em outros países, foi criado um
Esse formato do professor ao centro, alunos um atrás do outro, está ultrapassado. Para o próprio estudante é chato. Eles querem algo mais dinâmico, com aprendizagem prática”
juliano colombo
superintendente do sesi
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método próprio adaptado ao Ensino Médio. Uma modalidade preparatória para o mercado de trabalho, frisa Colombo.
Resultados a partir de 2014 Esse formato de unir teoria e prática já no Ensino Médio foi implantado em 2014 em Pelotas. Passados quase cinco anos, a metodologia inclusive foi reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). Depois do projeto piloto, outras cidades gaúchas foram contempladas pelas escolas do Sesi. Hoje as instituições em Montenegro, Gravataí, Sapucaia do Sul se somaram a Pelotas. No início de 2020, outra começa a atender os alunos em São Leopoldo. Daqui a dois anos, o último colégio do Sesi será em Caxias do Sul. De acordo com Colombo, o intuito é transferir essa metodologia para se tornar uma alternativa à rede pública. “Desenvolvemos esse sistema para ser propagado pelo país. O intuito é tornar a educação atrativa para o aluno ver que é bom aprender. Do contrário, não vamos avançar.” As unidades do RS são pioneiras no Brasil. Atendem cerca de 14 mil estudantes. A duração do curso de Ensino Médio é de três anos, com um total de 4,6 mil horas\aula.
Solução de problemas no dia a dia Aluna da escola de Pelotas, Joseane Cardoso dos Santos foi uma das que apresentou o projeto de robótica da turma no laboratório FabLearn, de Sapucaia do Sul. Para ela, temas envolvendo tecnologia fazem parte da rotina. “Desenvolvemos projetos aliando a robótica com outras matérias, como biologia.” Essa mescla de conhecimentos faz o aprendizado ter mais sentido, além de incentivar para a busca para saber mais. O grupo de Joseane desenvolveu um projeto que consiste na elaboração de fibras vegetais e corantes naturais por meio do processo de tecelagem. O protótipo feito com blocos de montar de plástico funciona com três métodos. “Primeiro, o cruzamento. Depois é a passagem do ponto e, por último, a prensagem do ponto. Esse projeto começou como sendo de Ciências da Natureza, só com a importância dos corantes naturais, e depois foi aliado à robótica”. No último ano de formação, Vitória Caroline Flores Cardoso é integrante da equipe de robótica da escola de Sapucaia. “Desde que entrei no curso, me interessei pela robótica. Conheci um mundo totalmente diferente.”
Por meio de projetos para solucionar problemas em linhas de produções, alunos têm os primeiros contatos com a robótica
Essa experiência resultou em um projeto de futuro, diz Vitória. “Quero estudar Engenharia de Controle de Automação. Esse co-
nhecimento que tive contribuiu muito. Saio daqui com uma boa base sobre programação de engenharia.”
Detalhes do método · Escola de Ensino Médio do Sesi ocorre em tempo integral, em que os alunos desenvolvem projetos relacionados a temas atuais, com vistas a tecnologia, ciências e artes; · As atividades pedagógicas partem do pressuposto de que os alunos têm condições de aprender mais. Por meio de situações-problemas, são estimulados a buscar alternativas para solucionar esses casos; · A partir do 2º ano, os alunos têm o primeiro contato com o mundo do trabalho. Os jovens ingressam no curso de Aprendizagem Industrial Básica;
Hoje são
14 mil
alunos matriculados;
50%
da carga horária: Matemática e Ciências da Natureza
Trabalho
coletivo
Professor como mediador do conhecimento A organização do Sesi dedicada à educação tem o Rio Grande do Sul como matriz. Todos os projetos da área são desenvolvidos no estado. A proposta da escola, aliando educação teórica e prática, prevê um modelo que pode ser replicado. A primeira parceria entre o sistema e uma organização pública foi em Panambi. O governo municipal e o Sesi revisaram toda a estrutura curricular da rede municipal e instituíram um modelo adaptado. O primeiro passo foi formar os docentes. “O professor é figura-chave. Ele sempre continuará, independente do avanço tecnológico”, realça Colombo. A diferença é que os mestres deixam de ser a fonte do conhecimento para serem mediadores. Como Panambi é o segundo polo metalmecânico do RS, sabia-se da necessidade de mão de obra qualificada. Os conceitos básicos para atender as necessidades da iniciativa privada foram implantados no currículo a partir de 2017.
Governo de Panambi reformulou a grade da rede municipal a partir da metodologia desenvolvida pelo SESI 64 |
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Desafios reais como forma de preparar para o mercado A preparação para o futuro começou cedo para os jovens Mateus Bersch, 16, e Gabriel Luiz Zieg, 18. Naturais de Arroio do Meio, os dois estão em cursos profissionalizantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Ambos desenvolvem projetos para empresas e indústrias da região. Apesar da pouca idade, Bersch está em seu segundo curso e já pensa em novas qualificações. “A gente está entrando em um ciclo onde temos sempre que evoluir. Esses cursos nos proporcionam aprender bastante. A ideia é seguir buscando conhecimento, fazendo novos cursos”, explica. Bersch está no curso de eletricista de manutenção. Antes, ele fez o curso de eletricista predial, o que já lhe proporcionou, inclusive, atuar de maneira autônoma em instalações elétricas. Já Zieg faz o curso de eletrônica industrial e também enxerga na qualificação uma maneira de projetar o seu futuro.
“Sempre me interessei muito por essa área, de circuitos, e de fazer as coisas funcionarem. As tecnologias se desenvolvem cada vez mais rápido, e temos que estar prontos para isso”, justifica o estudante. Atualmente, Bersch e Zieg desenvolvem um projeto para a Piccadilly, que tem uma de suas fábricas de calçados em Teutônia. O trabalho,
iniciado em fevereiro e perto de ser finalizado, consiste em um sistema eletroeletrônico que reduz o esforço humano na produção dos calçados. Os dois são acompanhados de perto pelo professor Samuel Landin, mas possuem autonomia dentro do processo. “Essa é uma proposta que o Senai traz, em parceria com as empresas. Eles são desafiados num contexto real, desenvolvendo um projeto útil para as necessidades da empresa. Mas o principal objetivo é, sem dúvidas, o desenvolvimento dos próprios alunos. Eles que colocam tudo em prática”, explica. A busca pela qualificação também fez Ezequiel Maurer de Proencia, 17, ingressar no Senai. Morador de Lajeado, ele está perto de concluir o curso de Mecânica de Manutenção de Máquinas Industriais, mas sabe que talvez não seja o suficiente para garantir um lugar no mercado de trabalho. “Tenho a intenção de me especializar nessa área. Hoje, se estivesse em casa, não estaria adquirindo essa experiência. Não está fácil conseguir emprego atualmente, pois as empresas estão cada vez mais exigentes. Então, tenho que estar preparado para o futuro”, analisa.
Proencia projeta futuro na área após concluir curso no senai 66 |
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• Analistas de dados e cientistas de dados
As profissões emergentes para 2022
• Especialistas em Inteligência Artificial e machine learning • Gerentes de operações e gerais • Analistas e desenvolvedores de apps e softwares • Profissionais de marketing e vendas • Especialistas em big data • Especialistas em transformação digital • Especialistas em novas tecnologias • Especialistas em desenvolvimento organizacional • Serviços de informação tecnológica
habilidades necessárias para o
futuro
• Pensamento inovador e analítico • Aprendizado ativo e estratégias de aprendizado • Criatividade, originalidade e iniciativa • Tecnologia, design e programação • Pensamento crítico e analítico • Resolução de problemas complexos • Liderança e influência social • Inteligência emocional • Racionalidade, resolução de problemas e ideação • Análise e avaliação de sistemas
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“Aqueles que não se reinventarem ficarão para trás” Na nova revolução em curso, chamada de Indústria 4.0, o profissional com espaço garantido no mercado precisa ser mais do que um executor de tarefas. Além da técnica na área de atuação, terá de aliar a habilidade de resolver problemas e ter conhecimentos diversos, em especial no controle das emoções. É o que afirma o gerente da unidade do Senai de Lajeado, Jerry Amarildo Hibner. “Aqueles que não se reinventarem ficarão para trás”, afirma. Pelas análises internacionais, o indicativo é de um aumento na necessidade de mão de obra ligada à tecnologia. Por isso, realça a importância de aproximar escolas profissionalizantes, universidades, entidades representativas e empresas. Com a troca de informações, pode-se mapear quais as áreas para atender as necessidades de determinada região. “É uma questão de sobrevivência”, acredita. Na avaliação dele, os empresários gaúchos e, em específico do Vale do Taquari, estão atentos a esses movimentos. “Esse processo trazido pela Indústria 4.0 está em curso. Esse é um caminho sem volta e atinge todas as áreas.” Segundo Hibner, as empresas precisam de capacidade humana para resolver problemas. Seja
A 4ª Revolução Industrial Projeção do Fórum Econômico Mundial aponta que até 2025 serão
58 MILHÕES de novos empregos
71% 29%
Hoje das horas de trabalho são realizadas por pessoas e
por máquinas Em 2025,
mais da metade das funções será automatizada
133 MILHÕES Serão
de novos postos de trabalho
65%
das crianças iniciando no Ensino Fundamental trabalharão em profissões que ainda não existem.
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Formação da mão de obra parte de problemas reais em linhas de produção nas indústrias
a mão de obra que busca entrada no mercado ou mesmo para requalificação daqueles já inseridos nos postos de trabalho. “Se por um lado, as empresas são desafiadas a mudar a estrutura do processo devido à tecnologia, o profissional também precisa de novos conhecimentos e habilidades.” A evolução tecnológica chega em meio a uma transformação das pessoas também. “Os adolescentes chegam ao mercado de trabalho com outro comportamento em relação às gerações passadas.” Alinhar esses diferentes pontos de vista também se torna um desafio. “O perfil do jovem de hoje, suas perspectivas e visões de mundo precisam estar equacionados com o conceito da empresa. Não é só virar uma chave”, frisa Hibner. No passado, o trabalho de produção em massa não precisava pensar, era repetir tarefas. “Hoje o profissional precisa ser resiliente, proativo, inteligente. Buscar soluções e conhecer mais áreas do que aquela que ele atua.” Estar sempre atualizado é um dever, acredita o gerente do Senai Lajeado. Por outro lado, o contraponto da empresa é oferecer perspectivas de crescimento para que ele permaneça na organização.
apresentado por:
Experiências que nos aproximam à natureza Floricultura utiliza tecnologia para aprimorar o atendimento e melhorar conservação das plantas JÉSSICA R. MALLMANN jessica@jornalahora.inf.br
À
s margens da BR 386, no km 340, está a floricultura Toque Especial. Especializada em paisagismo e plantas ornamentais, a empresa dispõe de um ambiente totalmente interativo, onde os visitantes podem se conectar com a natureza. São mais de 10 mil plantas dispostas em uma área de um hectare. Hoje, com o uso da tecnolo-
gia, a floricultura objetiva proporcionar novas experiências aos clientes e melhorar a qualidade do atendimento. Comandada pela família Johann, a Toque Especial é referência regional na elaboração de jardins. Com mais de duas décadas de experiência na área, Marlise e Cesar conduzem o negócio com o auxílio dos filhos Diego e Vanessa, que trazem inovações para a loja. “Estamos criando um aplicativo para controlar o estoque e agilizar o atendimento”, destaca Diego. A ideia é fazer com que o sistema também auxilie os visitantes a obterem informações importantes sobre o cuidado das plantas, como a quantidade ideal de água e sol para cada flor. “Nossa equipe está sempre preparada para tirar essas dúvidas, mas queremos tornar o ambiente mais dinâmico. O cliente
Fazemos uma espécie de assessoria. Visitamos a casa, avaliamos o lugar e assim seleciono as plantas ideais para a decoração desejada.” MARLISE JOHANN Proprietária
terá maior autonomia para fazer suas escolhas”, explica Vanessa. Outro projeto previsto para a Toque Especial é a criação de um sistema de irrigação por gotejamento, que contribui para a recuperação das plantas e evita grandes perdas. Segundo Diego, “é uma mudança mais simples que, aliada ao aplicativo,
permitirá o maior controle dos itens disponíveis”.
Cuidados com cada detalhe Entre os diferenciais da floricultura estão o atendimento, a relação de proximidade e a preocupação com a satisfação do cliente. Essas características retratam a equipe, principalmente na parte de elaboração dos jardins, em que Marlise cria ambientes visando transmitir a personalidade de cada pessoa. “Fazemos uma espécie de assessoria. Visitamos a casa, avaliamos o lugar e assim seleciono as plantas ideais para a decoração desejada”, explica. Para ela, o segredo do suces-
Diego, Vanessa, Marlise e César so é estar sempre atualizada, participar de feiras, cursos, observar tendências e lançamentos do mercado.
Marlise sente-se grata pelo reconhecimento e as experiências adquiridas ao longo dos anos, e orgulha-se em ser referência
para jardineiros e arquitetos da região. Mas também percebe a necessidade de inovar e utilizar novas ferramentas para se manter no mercado. “A evolução é rápida e precisamos estar atentos. Ainda que estejamos em fase de transição de gerações, me sinto muito segura. Tentamos ensinar tudo para eles (os filhos), que agora trazem um novo olhar. Está dando certo”, orgulha-se. Hoje, a floricultura Toque Especial trabalha com árvores nativas, frutíferas, bonsais, flores da estação, gramas, acessórios para jardins, entre outros. Interessados podem visitar a unidade ou contatar pelo telefone (51) 3714-3256. fotos jéssica r. mallmann
aldo césar lopes
Ambiente de lazer
Para 2020, a Toque Especial irá inaugurar um novo ambiente de lazer. “Percebemos que nossos clientes vinham até a floricultura para aproveitar o espaço com os filhos e animais de estimação. Com isso, pensamos em construir um café para proporcionar mais conforto aos visitantes”, revela Vanessa. O espaço ficará junto a floricultura e será inaugurado ainda no primeiro semestre.
produzido por estúdio a hora
“As crianças vão trabalhar em profissões que ainda não existem” As transformações no mercado de trabalho ocorrem rapidamente. Daqui cinco anos, por exemplo, profissões que sequer existem hoje devem estar em alta. E é necessário se preparar para o novo cenário. Entidades, universidades e escolas também buscam ficar atentas para a era que se aproxima.
Segundo estudos que estamos acompanhando, as crianças de hoje vão trabalhar em profissões que ainda não existem.”
Esse cenário também dialoga com a busca das pessoas pela qualidade de vida. Diretora da unidade de Lajeado do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Liane Klein acredita que as transformações vão além das novas oportunidades de trabalho. “Segundo estudos que estamos acompanhando, as crianças de hoje vão trabalhar em profissões que ainda não existem. E a exigência dos profissionais também muda. Cada vez mais as pessoas querem qualidade de vida, talvez abrindo mão de um emprego que exige muitas horas para um trabalho onde tenha maior flexibilidade, que possa fazer um feriadão ou participar de um treinamento no meio da semana”, salienta. Isso, na prática, já acontece. Liane cita exemplos de profissionais de Lajeado que trabalham de casa para empresas de fora do estado e até do país. “Isso faz parte do processo de mudança que está acontecendo. E, para isso, as pessoas precisam se preparar cada vez mais, se manter
Liane Klein
Diretora do Sebrae
Prática e teoria aliadas. Com essa metodologia, o Senai busca preparar os jovens para o mercado de trabalho
atualizada às novas tecnologias”, comenta. Outra tendência é a procura por qualificações e capacitações mais rápidas, visto que as pessoas estão cada vez com menos tempo disponível. “É uma tendência sem volta. Claro que ainda há mercado para os cursos presenciais e de longa duração. Mas os cursos rápidos são uma realidade. O próprio Sebrae tem uma plataforma online onde pode se capacitar à distância, em cursos de 40 horas”, avalia. 72 |
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Empreendedorismo parte das pessoas e não das máquinas A tendência da busca dos profissionais pelo trabalho mais flexível também abre espaço para um cenário de empreendedorismo. Antigamente, o estudante se forma-
va em um curso técnico ou superior para atuar como funcionário. Hoje, escolas, universidades e entidades buscam movimentos diferentes. 73 |
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As startups são um exemplo, onde estudantes desenvolvem produtos ou serviços inovadores, muitas vezes apontando soluções e resolvendo problemas para empresas. “O comportamento empreendedor pode fazer a diferença. É nesse ponto que a gente ganha da máquina”, afirma Liane. A prestação de serviços também muda com as transformações do emprego. O transporte de passageiros, por exemplo, foi da antiga carruagem aos aplicativos de celular, caso do Uber. “A finalidade é a mesma, mas tem que saber como se inserir nessa mudança. E quem conseguir é quem vai fazer a diferença”, finaliza.
Cursos como aposta para atender demandas
Em outro eixo da formação profissional, está o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Com foco na oferta dos chamados cursos livres (não legislados), a entidade também está atenta às transformações do mercado de trabalho e busca sempre constante atualização. A unidade de Lajeado forma cerca de cinco mil alunos por ano, nas mais variadas áreas voltadas principalmente ao terceiro setor. Os cursos são escolhidos dentro de um contexto regional, visando atender as necessidades locais. “É feito todo um planejamento estratégico, a análise do cenário. Temos a preocupação de buscar cursos que tenham oportunidades de trabalho. Não adianta formar pessoas para áreas que não demandam, pois vamos estar formando desempregados”, alerta a diretora do Senac Lajeado, Etiene Azambuja. No contexto atual do mercado, o desafio do Senac é se preparar para atender as novas possibilidades que vão surgir. Os cursos são atualizados e revisados constantemente, mesmo aqueles que não estão inseridos em áreas tecnológicas e de inovação. “O curso de cabeleireiro, por exemplo, muda muito. Continua sendo o mesmo profissional, mas se atualiza assim que outras competências são requeridas”, explica. O Senac também aposta na educação à distância como um diferencial na formação profissional. A entidade é uma das pioneiras na modalidade. Etiene ressalta, entretanto, que o aluno precisa ter autonomia sobre si e que, com as novas tecnologias, o acesso à informação está
Não adianta formar pessoas para áreas que não demandam, pois vamos estar formando desempregados
etiene azambuja
diretora senac lajeado
cada vez maior. “Existem muitos tutoriais que podem ser acessados facilmente. Se o aluno não se qualificar e fazer melhor, não terá espaço. Ele precisa ter um diferencial naquilo que faz, precisa entender o que o outro quer para resolver o problema”, resume. Perto de concluir o curso técnico em Administração, a aluna Eliane da Rosa Flores, 24, está antenada às novas oportunidades que se abrem no mercado. Ela trabalha no setor de recursos humanos de uma empresa de Fazenda Vilanova, onde reside, e já enxerga os benefícios da qualificação profissional. “Estou há cinco anos na empresa. Eles me deram um feedback de que melhorei da água para o vinho. Escolhi esse curso para ter também uma base em outras áreas, como o marketing, logística e o financeiro, pois ele abrange todas elas e são coisas que o mercado exige”, salienta. Eliane acredita que a área de formação estará ainda mais sistematizada no futuro e, por isso, diz que continuará se qualificando.
Eliane está na mesma empresa há cinco anos e já percebe transformações no trabalho após iniciar curso 74 |
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Conhecimentos de base não devem ser deixados de lado Há cinco anos, Lajeado ganhou sua primeira instituição federal de ensino gratuita. O Instituto Federal Sul Rio-Grandense (IFSul) chegou à cidade e, logo, se tornou parte da comunidade. Em 2017, inaugurou seu próprio campus, no bairro Olarias. Agora, em meio a um momento conturbado para o ensino público, busca abrir os olhos para as transformações do mercado. Na caderneta de cursos, o IFSul oferece possibilidades em áreas variadas, desde licenciaturas até a automação industrial. A instituição também possui a chamada verticalização do ensino. Ou seja, o estudante pode ingressar a partir da conclusão do ensino fundamental e sair de lá pós-graduado. Para se preparar aos novos tempos, é necessário equilíbrio, aponta a diretora geral do
campus Lajeado, Cláudia Redecker Schwabe. E é nisso que a instituição atua. “Temos que ter clareza de que são outros tempos. As empresas exigem do profissional uma outra postura. Tanto na área tecnológica quanto na de conhecimentos. O que vale hoje pode não valer mais amanhã, por isso é importante se reconfigurar o tempo inteiro”, sintetiza. Os conhecimentos de base, contudo, não podem ser afetados enquanto a tecnologia avança. “Eu preciso estar aberta para o novo e ser flexível. Mas só vou me reconectar se tiver base e conhecimento. As pessoas pensam que não precisam aprender tal coisa porque vai estar ultrapassada. Mas aí, vai partir do quê? Tenho que ter de onde partir. Conhecimentos basilares ainda são fundamentais”, comenta Cláudia. Dentro disso, a diretora do campus Laje-
Eu preciso estar aberta para o novo e ser flexível. Mas só vou me reconectar se tiver base e conhecimento.”
cláudia schwabe diretora ifsul lajeado
ado diz que, a longo prazo, é necessário promover mais a mobilidade estudantil dentro da instituição. “Acho que será fundamental para o nosso aluno enxergar mais as coisas de fora. Para que isso aconteça, é preciso sair da ilha e entrar em contato com outras culturas, detectar oportunidades e se abrir para o novo”, resume.
Oportunidade para crescer Atualmente cursando o primeiro ano de Tecnologia em Automação Industrial, Jeferson Scheibler, 17, visualiza com otimismo a experiência no IFSul, acreditando que será uma oportunidade para crescer na área de atuação. “A Indústria 4.0. já é uma realidade. A automação, a tecnologia e a informação estão ganhando muito espaço. É uma área que cresce rápido e quem ingressar nela pode ter um futuro promissor”, afirma. A preferência de Scheibler é pela automação residencial, que consiste em desenvolver um sistema completo para facilitar e tornar automáticas tarefas habituais nas casas. “Ela engloba muita coisa, como o consumo de energia, a sustentabilidade. Tenho muito interesse em seguir atuando nessa área”, explica.
Scheibler está no primeiro ano do curso de Tecnologia em Automação Industrial e enxerga com otimismo experiência adquirida no IFSul para atuar na área de formação 75 |
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Saúde mental
Equilibrar as emoções e dominar a tec n o l o gia O avanço tecnológico modifica a relação das pessoas com o trabalho e com a própria sociedade. Pesquisa mostra que o Brasil é um dos países em que as pessoas mais investem tempo na internet e nas redes sociais. Especialistas alertam para o impacto emocional pelo uso excessivo dos dispositivos digitais, que podem levar a quadros de depressão e de síndrome do pânico.
M
ais de quatro horas por dia. Esse é o tempo gasto pelos brasileiros na frente das telas dos computadores, tablets ou smarphones, como mostra pesquisa do Statista, portal alemão especializado em estatísticas e coletas de dados econômicos. Trata-se de um novo vício, potencializado pelo avanço na telefonia móvel e nas redes 3G e 4G. Essa revolução social começou no dia 9 de janeiro de 2007, quando Steve Jobs apresentou ao mundo o iPhone. A partir deste momento, a vida das pessoas mudou. Na palma da mão, se tinha a possibilidade de acessar a internet. O primeiro ano da novidade era para poucos. A tecnologia custava muito. Isso começou 76 |
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a mudar pouco tempo depois, com o lançamento do sistema Android. Naquele momento, qualquer empresa poderia fabricar o seu próprio smartphone, o que reduziu e muito o preço pelo aparelho. Em 2008, foram vendidos 139 milhões de celulares com acesso a internet no mundo. Em 2011, aparelhos mais baratos e o resultado: 472 milhões de unidades. Na contagem mais recente, já são 4 bilhões de telefones com acesso a internet no globo. O que equivale a 51,9% das pessoas no mundo têm um aparelho. Em termos nacionais, segundo a Anatel, há 183,5 milhões de linhas 3G e 4G no Brasil. Ape-
Pesquisa mostra que o brasileiro usa o celular para acessar a internet por mais de quatro horas por dia
sar do país estar apenas no 70º lugar no PIB per capita do mundo, é quase um aparelho por pessoa. Para o médico cardiologista e precursor da neurolinguística no Brasil, Nelson Spritzer, há uma nova dependência em curso. “Talvez mais nociva do que o tabagismo”, alerta. Uma pessoa adicta digital, diz, une a dependência digital com a vulnerabilidade emocional. “As pessoas estão imaturas. Reagem emotivamente para algo banal. A única coisa que mudou em relação ao passado foi a exposição aos meios digitais.” O chamado hiper acesso à internet e às redes sociais traz dificuldade de relacionamento. “As pessoas ficam empobrecidas emocionalmente. Não conseguem reagir com racionalidade. Basta uma publicação, uma mensagem do patrão no whats, para estragarem o próprio dia.” Para ele, os adultos estão mais infantis, pois reagem de forma imatura por conta da exposição excessiva aos meios digitais. Já os adolescentes, alerta Spritzer, terão mais dificuldade para se
Equilíbrio. Essa é a palavra destacada pelo médico e especialista em neurolinguística, Nelson Spritzer, sobre o uso das ferramentas digitais
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conectar ao mundo adulto. “É difícil separar as coisas. O celular conectado tem entretenimento, informação, é uma ferramenta importante de contatos e de trabalho.” A vontade narcisista de ganhar um “like”, de exibir uma vida “perfeita”, com a vontade de mostrar felicidade trouxe um “caos na vida emocional”, adverte. “Faz pouco tempo, vimos um desses influentes digitais, um brasileiro que morava nos Estados Unidos. Nos vídeos falava de comportamento humano, dava sugestões e exemplos para uma massa de mais de um milhão de seguidores. Só que a vida dele estava atrapalhada e ele se suicidou.” Esses surtos de pânico são indícios de como a dependência virtual pode ser mais perigosa do que o próprio cigarro. “Um fumante não passa o dia inteiro com o cigarro acesso. Já um adicto digital, não fica cinco minutos sem olhar o celular.” De acordo com ele, ficar sempre conectado, sem momentos de descanso, provoca danos no sistema neurológico e pode desencadear uma
Feito para manter a atenção Notificações:
Em média, cada usuário recebe no mínimo 60 notificações por dia. Raramente são importantes, mas aparecem na tela ou fazem o celular vibrar. A repetição torna hábito. A cada toque, o usuário confere o que há de “novo”. O indivíduo fica em um estágio de alerta permanente e na expectativa de que, na próxima vez, virá algo importante.
Algoritmos ditam o ritmo
Ferramentas dos jogos
10K
Recompensa Variável
O smarphone e os aplicativos exploram um conceito científico para conseguir a atenção. O usuário nunca sabe quanto de conteúdo vai receber, quantas curtidas a publicação dele vai ter, quais novos vídeos vão chegar. O chamado Recompensa Variável se refere ao condicionamento da mente para algo de bom que está por vir.
série de problemas de saúde, como crises de ansiedade, insônia, síndrome do pânico e até depressão. “É preciso ter períodos off line. Não consultando o tempo todo, não postando. Se concentrar na vida real, nas pessoas.” O preço disso, afirma Spritzer, é emocional.
A programação e desing dos celulares e dos aplicativos visam manipular as experiências. A ONG Center For Humane Technology reúne programadores alarmados com o impacto dessa indústria da tecnologia e aponta algumas técnicas usadas para tornar os usuários cada vez mais imersos nos produtos digitais.
Ou gamificação. Aplicativos incorporam elementos de jogos eletrônicos, com metas de pontos, novos níveis, medalhas para quem completar “missões”. Isso consiste em ficar mais tempo navegando, clicar em links, compartilhar o app. Nada disso traz benefício concreto, é um truque para manter a atenção do usuário.
Falso controle
Os aplicativos transmitem a sensação de que o usuário tem o controle sobre seu conteúdo. Na verdade não. Ao pedir atualização, está condicionando mais uma vez a experiência. As ferramentas poderiam se atualizar sem o comando, assim que as informações e mensagens chegassem ao aparelho. Mas elas exigem que o indivíduo puxe a tela para cima ou para baixo para dar o up date. Mais uma vez, o celular está captando a sua atenção.
Para não entrar nesse abismo virtual e se tornar dependente da tecnologia, o médico reúne diversas aptidões que precisam ser desenvolvidas. “Não há uma receita. Vai depender de cada um.” Começa com a disciplina de se desligar. Algo que é fácil falar e difícil de fa-
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As timelines apresentam conteúdos com base no perfil do internauta. Só consegue isso devido ao algoritmo que escolhe o mais interessante. Os critérios não são divulgados, o usuário não tem como saber aquilo que ficou de fora. Essa ferramenta gera mais compulsão para usar mais as redes sociais e aplicativos e não correr o risco de perder algo “importante”. 1 3 6 644 3 6 7 2 5 1 3 6 644 3 6 7 2 5 1 33 63333 644 3 1 3 6 7 2 5
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1 38877 6 644 3 6 7 2 5
zer, admite, ainda mais quando a ferramenta é usada no trabalho. Equilíbrio é a palavra-chave, ensina. “Dar tempo para si e também deixar claro, seja o patrão ou alguma outra pessoa, que você não está disponível a qualquer momento.”
apresentado por:
Matriz da Expresso Leomar está em Lajeado, num prédio sustentável, cujas placas solares geram energia própria à estrutura.
A CREDIBILIDADE nos identifica. As PESSOAS nos movem. A EXCELÊNCIA nos acompanha. A INOVAÇÃO nos orienta. Trabalhamos para preservar a credibilidade e o DNA de uma empresa consolidada faz quase 35 anos. Nos moldamos para acompanhar as tendências de inovação sem perder a nossa essência: prestar serviço de excelência com pessoas de excelência. JÉSSICA R. MALLMANN jessica@jornalahora.inf.br
U
ma equipe de 680 pessoas trabalha de forma incessante para proporcionar aos clientes espalhados em quatro estados do sul e sudeste, as melhores experiências e resultados quando o assunto é transporte de cargas. Com 35 anos de atuação no mercado, a Expresso Leomar utiliza o que há de mais moderno em procedimentos logísticos e se mantém em permanente atualização para acompanhar as inovações e evoluções que o mercado
apresenta. “A gente inova, se adapta e reinventa, mas jamais abrimos mão da nossa essência: credibilidade e eficiência”, explica Leonício Schüssler, diretor e sócio-proprietário da Leomar. A empresa de administração familiar atende todo o Rio Grande do Sul e também atua em Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O crescimento nestas mais de três décadas ratificou os conceitos de credibilidade e confiança como pilares para a perpetuação do negócio. Acompanhar as tendências e a transformação do mercado ao longo do tempo é fundamental para a solidez da Expresso Leomar. Hoje, são 260 caminhões que percorrem
JÉSSICA R. MALLMANN
DNA familiar, que valoriza as pessoas e o relacionamento é potencializado com as novas fórmulas de gestão da empresa o sul e parte do sudeste brasileiro todos os dias. “Temos um sistema de ponta, em que é possível rastrear a posição do veículo. Com isso, o cliente sabe onde está sua encomenda e sabe quando receberá”,
acrescenta Leonício. Além de inovar e buscar alternativas para melhor atender o cliente, o diferencial da transportadora também está no relacionamento com os seus
JÉSSICA R. MALLMANN
ALDO CÉSAR LOPES
Empresa tem 260 caminhões colaboradores. Preocupados em oferecer um ambiente seguro e organizado, a empresa adotou um novo sistema de gestão, o SSW, e reestruturou o setor de recursos humanos (RH). “Somos uma empresa familiar e, consequentemente, nossos funcionários fazem parte dessa família. Estamos sempre circulando entre as 15 filiais, conversando com eles para entender melhor a realidade de cada equipe”, realça Leonício. Para ele, investir em pessoas representa evolução e, por isso, a Expresso Leomar amplia o espaço para a inclusão social e a responsabilidade ambiental.
Equipe de atendimento, cuja prioridade é prestar serviço de alta performance e qualidade JÉSSICA R. MALLMANN
A gente inova, se adapta e reinventa, mas jamais abrimos mão da nossa essência: credibilidade e eficiência.” Leonício Schüssler,
diretor e sócio-proprietário
Darcilo, fundador da empresa, ao lado dos filhos Leonício e Marisa ALDO CÉSAR LOPES
Pessoas e clientes satisfeitos Proporcionar um ambiente orientado para a evolução pessoal e profissional de cada integrante da equipe foi o desafio lançado pela nova gestão de RH da Expresso Leomar. Ao apostar no setor como um dos pilares da empresa, novos conceitos e relações com os colaboradores se formaram e aumentaram o engajamento no seu trabalho. “A satisfação do nosso cliente é a conseqüência natural deste processo”, explica a gestora de RH, Josiane Silva Antoniolli.
Frota de caminhões está em constante modernização, com veículos de última geração Olhar e estar mais perto das pessoas é uma proposta da direção, a fim de proporcionar um ambiente de trabalho cada vez mais agradável e vencedor. “A reestruturação inclui a oferta de cursos, novos planos de saúde e a mudança de posicionamento da
própria direção. Precisamos valorizar cada profissional e entender que o verdadeiro crescimento é o mútuo, ou seja, quando crescemos juntos”, enfatiza. Ainda que o mercado esteja cada vez mais desafiador, o futuro da Expresso Leomar é
promissor. Para 2020, planeja capacitações de líderes e quer fortalecer o mercado de atuação. Oferecerá ainda mais agilidade na coleta e na entrega das mercadorias, com a rapidez e segurança que já caracterizam o sucesso da empresa. produzido por estúdio a hora
“A depressão virou um saco de gatos” O excesso de informações e o estresse do cotidiano provocam reações no organismo. Por vezes, podem se confundir com a depressão, alerta o psicólogo e psicanalista Sérgio Pezzi. Com 35 anos de atuação, afirma: “A depressão virou um saco de gatos. Trata-se de uma doença com diversos fatores, em que a pessoa se sente cada vez menos interessada pela vida. Isso pode levar a imobilidade. Nesses casos, é preciso ajuda profissional.” Esse entristecimento intenso se confunde com uma série de outras manifestações. “Ficar triste é parte da vida. Faz parte do aprendizado de cada um. O problema é que nossa sociedade faz um apelo absurdo pela felicidade. É como se precisássemos estar sempre felizes. Isso tem gerado quadros depressivos.” Essa exigência social de ter de parecer bem traz frustração, adverte Pezzi. Aliado a isso, o consumismo também provoca reações psíquicas, em especial nos mais jovens. “Os bens de consumo têm uma obsolescência programada e exige que tenhamos trocas constantes. Percebemos nos mais jovens que uma nova versão de celular ocasiona uma competição interna. É como se isso se tornasse a coisa mais significativa do mundo.” De acordo com ele, a forma como as pessoas convivem em sociedade tem causado muito das patologias psicológicas e emocionais. “As tecnologias estão aí para nos ajudar. Essa sempre foi a expectativa dessas descobertas. Mas isso não sig-
nifica que o convívio com elas não possa causar alguma perturbação.” Muito disso, diz o psicólogo, está no tempo de uso das ferramentas digitais. “Nos debilita em vários aspectos, em especial na capacidade de pensar.” Na avaliação dele, conseguir o equilíbrio do uso racional, seja no trabalho ou no entretenimento, ainda vai demorar. “Está nas famílias. Os pais reclamam que os filhos ficam muito tempo no computador, no videogame ou no celular. Mas eles quando chegam em casa do trabalho, já vão para frente de uma tela.” Para Pezzi, cada um precisa se educar. Nos ambientes sociais, na família. Ter tempo para a vida no ambiente físico, sem a interferência do mundo virtual.
Pesquisa e conhecimento para reduzir impactos na saúde
Ficar triste é parte da vida. Faz parte do aprendizado de cada um. O problema é que nossa sociedade faz um apelo absurdo pela felicidade”
Sérgio pezzi
psicólogo e psicanalista
Dentro do Sesi, existe o Centro de Inovação de Fatores Psicossociais. Profissionais de diversas áreas se dedicam a aplicar soluções de saúde mental para as indústrias. A gerente do centro, Letícia Lessa da Silva Silveira, realça: trata-se de um desafio mundial. O mal do século são as doenças de ordem emocional e da mente, diz. “Tentamos olhar para o contexto onde está ocorrendo esse adoecimento. Está no indivíduo, no ambiente de trabalho e nas relações sociais dessa pessoa.” A prevalência diante das pesquisas desenvolvidas no RS e no país, diz, é de transtornos como ansiedade, síndrome do pânico e também depressão. O centro funciona como um suporte para as empresas, explica Letícia. “Somos uma grande incubadora de ideias. O grande propósito da nossa existência é identificar a demanda do cliente e criar uma solução cooperativa.” A tentativa é se antecipar ao problema, pois muitas empresas desconhecem a temática dos fatores psicossociais. “Quando entramos para o específico, se descortina muita coisa. Por vezes é preciso convencer a empresa de que ela precisa agir para evitar o adoecimento.” De acordo com ela, os problemas de saúde mental são o terceiro fator de afastamento do trabalho. Com ele, acompanham a depressão,
Conforme o INSS, o número de pessoas afastadas do trabalho por doenças psicológicas em 2018 ultrapassou 90 mil 82 |
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a ansiedade e também a dependência química, seja álcool ou drogas. Instituir programas de saúde, ter momentos de relacionamento e entender o erro como parte do processo são movimentos importantes para tornar o ambiente profissional mais saudável. “Hoje tentamos acompanhar a tecnologia com a mesma velocidade. Mas a máquina humana funciona em outro tempo. É importante refletir sobre isso. Quando conseguimos conversar e estabelecer vínculos diários, a tendência é de benefícios tanto para a organização quanto para o trabalhador.” Muitas empresas, avalia, acreditam que tendo um setor de Recursos Humanos, está fazendo sua parte, afirma. “Não é um assunto só do RH. É de toda a equipe. Em especial das lideranças”. Segundo Letícia, há um vácuo na preparação desses atores. “Eles são os primeiros que têm de perceber o que a equipe está passando.”
Equipe multidisciplinar desenvolve projetos de saúde mental dentro das indústrias
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Das doenças físicas aos problemas psíquicos EM 1989, AS FÁBRICAS TINHAM
7,7 MILHÕES DE EMPREGADOS (REPRESENTAVA
12,3%
DA MÃO DE OBRA NACIONAL)
JÁ OS SERVIÇOS TINHAM
11,9 MILHÕES DE PESSOAS (19,1% DOS TRABALHADORES)
No passado, acidentes e lesões físicas marcavam os problemas envolvendo a saúde das pessoas. Hoje, trabalhadores perecem de enfermidades psíquicas, tais como: ansiedade, depressão e síndrome do pânico. A modernização dos processos e das empresas também modifica a relação do indivíduo com o mundo do trabalho. Cada vez menos atividades manuais e mais automação. Como resultado: se no passado os adoecimentos eram físicos, como Lesões por Esforço Repetitivo (LER), acidentes como amputações, fraturas e outros, hoje há um aumento no adoecimento psíquico. Isso não significa que antes não havia depressão, ansiedade, síndrome do pânico e estresse, mas não era o mais prevalente. Nos anos 80, no mundo industrial, maior empregador do país, era comum a perda de um dedo, do braço, ou de uma mão. Eram problemas que surgiam devido ao uso excessivo da força física. O professor da Unicamp e doutor em sociologia, Ricardo Antunes, pesquisa faz mais de 30 anos o impacto do trabalho na saúde das pessoas. Autor de diversos livros no Brasil e no exterior avalia que a transformação nas atividades laborais tem relação direta no adoecimento psíquico. Muito disso tem relação com o novo sistema de produção e também no crescimento das exigências sobre prestadores de serviço e autônomos. Inclusive houve uma alteração no perfil do trabalho. Enquanto o crescimento no número de funcionários nas indústrias foi discreto, houve uma explosão nos serviços. Conforme dados do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em 1989, as fábricas tinham
EM 2017, A INDÚSTRIA CONTABILIZAVA
9,6 MILHÕES DE CARTEIRAS ASSINADAS ( 9,2% DA MÃO DE OBRA)
E OS SERVIÇOS SALTARAM PARA
26 MILHÕES
DE PESSOAS (24,9% DOS TRABALHADORES NO PAÍS.)
O sofrimento deste tempo é psíquico. Passa pelo estresse, pela ansiedade, depressão e, por fim, até o suicídio
Ricardo antunes professor da unicamp
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Consumo de medicamentos, como antidepressivos e ansiolíticos mais do que triplicou no Brasil em cinco anos
7,7 milhões de empregados (representava 12,3% da mão de obra nacional). Já os serviços tinham 11,9 milhões de pessoas (19,1% dos trabalhadores). Em 2017, a indústria contabilizava 9,6 mi-
lhões de carteiras assinadas (9,2% da mão de obra). Já os serviços saltaram para 26 milhões de pessoas (quase 25% da força de trabalho nacional). Nas pesquisas, o professor visitou desde in-
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dústrias automotivas até cooperativas de cortes de frango e de suínos na cidade de Chapecó. “Na indústria alimentícia, a incidência era de doenças por esforço repetitivo, com problemas de mobilidade nas mãos, nos braços e na coluna. Algo bem semelhante ao que se tem no Vale do Taquari.” Hoje, com a expansão dos serviços e das terceirizações, nasce um adoecimento derivado da pressão. “Não é mais o cronômetro. São as metas. Antes tinha de se produzir tantas peças por minuto. Agora o trabalhador oferece serviços. Precisa atender uma série de requisitos para conseguir uma remuneração condizente com suas necessidades.” Com isso, surgem enfermidades subjetivas. “O sofrimento deste tempo é psíquico. Passa pelo estresse, pela ansiedade, depressão e por fim, até o suicídio. Em diversas partes do mundo aumenta o número de pessoas que atentam contra a própria vida. Na França, por exemplo, mais pessoas cometem suicídio devido ao sofrimento no trabalho”, alega. Conforme a Previdência Social, só em 2018, quase 90 mil pessoas recorreram ao INSS por auxílio-doença devido a fatores comportamentais e episódios de depressão. Até aquele ano, o número de pessoas que tiveram aposentadoria reconhecida devido aos problemas psíquicos superou 236 mil benefícios.
Cuidado e atenção multidisciplinar
O que são fatores psicossociais psicossociais O termo representa as interações entre o ambiente e condições de trabalho, de organização, as funções e o esforço cotidiano da atividade produtiva. Também avalia características individuais e familiares dos trabalhadores. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde mental é mais do que a ausência de transtornos mentais. É um estado de bem -estar no qual a pessoa realiza suas habilidades,
Cenário Mundial De acordo com pesquisa da OMS, a cada 1 euro investido no tratamento de depressão e ansiedade, tem-se 4 euros de retorno em melhoria da saúde e capacidade para o trabalho. Na Europa, o custo da depressão relacionada com o trabalho foi estimado em 617 bilhões de euros por ano, conforme aponta a OMS. O custo global estimado com transtornos mentais e comportamentais em 2010 foi de 2,5 trilhões de dólares. Segundo estimativas, o custo anual da depressão deverá subir para 6,1 trilhões de dólares até 2030.
275 No mundo,
milhões
de pessoas sofrem de ansiedade (Institute for Health Metrics and Evaluation, Global Burden of Disease Study\2016)
consegue lidar com as tensões diárias, trabalha de forma produtiva e contribui à sociedade. Estudo do Insituto Gallup aponta que empresas com níveis elevados de engajamento são mais competitivas: são 18% mais produtivas, são 12% mais lucrativas e são mais inovadoras, pois 59% dos trabalhadores engajados acreditam que o trabalho os encoraja a serem mais criativos.
No Brasil Dados do INSS de 2018 apontam que as despesas com concessões de auxíliodoença e aposentadoria por invalidez por transtornos mentais e comportamentais alcançou R$ 8 bilhões.
O médico do trabalho, em geral, é o profissional no qual tanto o colaborador quanto os diretores confiam. Ele conhece a empresa, seu funcionamento, suas potencialidades e fraquezas. “Existe o lado de atuar no tratamento de doenças profissionais e o de buscar a promoção da saúde do trabalhador, de maneira que ele fique mais resistente às doenças. Hoje, há um olhar geral nisso, e o médico do trabalho atua em conjunto com o psicólogo, o fisioterapeuta, o nutricionista. Eles devem conhecer todos os riscos que aquela empresa pode ter e estar com o olhar apurado para prevenir ou evitar acidentes”, destaca o médico do trabalho e diretor do Centro Clínico Univates, Carlos Sandro Pinto Dornelles. Se em épocas passadas os maiores pesadelos dos trabalhadores eram os problemas nos tendões, articulações e músculos, na nova era a preocupação é com a saúde mental. O lado psicológico, por muitas vezes, interfere no desempenho profissional e também nas relações interpessoais dentro da empresa. “Um terço das pessoas reclama disso hoje. Elas começam a ficar com a autoestima baixa, não acredita no seu potencial, fica relapsa no trabalho e agressiva. É o que chamamos de Síndrome de Burnout. São sintomas de que ela não consegue mais manejar aquela pressão, aquela carga negativa que está trazendo para a vida dela”, comenta Dornelles.
Naquele ano, a previdência concedeu 89.446 auxílios doença em função de transtornos psicológicos ou episódios de depressão. No total, o país concedeu 236.697 auxílios-doença e aposentadorias em função de transtornos mentais e comportamentais. Transtornos mentais e comportamentais são a 3º causa de afastamento do trabalho. (INSS) O Brasil é considerado o país mais ansioso e estressado da América Latina. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos últimos 10 anos, o número de pessoas com depressão aumentou 18,4%. A OMS acredita que hajam quase 300 milhões de pessoas com depressão no mundo. No Brasil são
10
milhões de casos.
Nossos pais ficavam 30, 40 anos na mesma empresa, ganhavam até aquelas plaquinhas. Hoje em dia, é normal as pessoas ficarem 6 meses, um ano. Elas não param, estão sempre em busca de algo melhor. E isso tem a ver também com a parte do sofrimento.”
Ricardo antunes professor da unicamp
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Para especialistas, busca permanente por emprego ou cargo melhores exige controle e equilíbrio emocional
Para o médico, essa é uma tendência principalmente entre os jovens, que possuem uma rotatividade maior nas empresas. “Nossos pais ficavam 30, 40 anos na mesma empresa, ganhavam até aquelas plaquinhas. Hoje em dia, é normal as pessoas ficarem 6 meses, um ano.
Elas não param, estão sempre em busca de algo melhor. E isso tem a ver também com a parte do sofrimento. É algo que vai aumentar cada vez mais na nova geração”, projeta. Conforme Dornelles, o profissional acaba tendo um sofrimento a mais por notar que não está
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evoluindo e que, por isso, as empresas devem se atentar ao lado psicológico. “Elas devem mostrar que, se a empresa estiver bem, lucrando, ele também vai ganhar com isso. Seja com programas de promoção, de benefícios. Isso vai muito da humanização da empresa”, ressalta.
“Cada um precisa se conhecer para compreender seus limites” A psicóloga e professora da Univates, Elisângela Mara Zanelatto, analisa a importância de manter a mente em equilíbrio. De acordo com ela, dificuldades emocionais interferem no rendimento profissional. Neste caso, é preciso também que haja entendimento dos gestores, para não tornar episódios de dificuldade psíquica em problemas maiores.
algumas pistas para que se possa buscar uma vida saudável. A primeira leva ao autoconhecimento. Cada um precisa se conhecer para compreender os seus limites, desejos, aspirações. Por meio disso, é possível construir objetivos a curto, médio e longo prazo. Nesse momento, é preciso ainda, muito cuidado para traçar objetivos tangíveis, que poderão ser construídos de acordo com o conhecimento de si mesmo. Outra é cuidar das relações construídas com os outros. É por meio das relações que podemos nos tornar melhor e também cuidarmos do outro e sermos cuidados. Por isso, é importante não esquecer de gastar o tempo nesta convivência. Além disso, é necessário reservar um tempo para fazer o que se gosta, ter momentos de lazer e também praticar algum tipo de atividade física: movimentar o corpo também contribui para a funcionalidade mental.
Como o estado emocional e a saúde mental impactam sobre as atividades profissionais? Elisângela Mara Zanelatto – Quando a saúde mental do trabalhador está com problemas, ele poderá apresentar dificuldades na realização das tarefas. Esse quadro tem diversas dimensões e intensidade, mas esta relação provoca e produz movimentos, tanto no adoecimento como também contribui para o crescimento e desenvolvimento do trabalhador, dependendo do sentido que ele dá as suas vivências. Talvez a grande questão seja como organizar as atividades de modo que possam auxiliar o trabalhador a se reconhecer como capaz, produtor e importante para a organização e para a sociedade. Para que ele se sinta reconhecido, é preciso que haja um equilíbrio entre as tarefas, para que não provoquem o esgotamento. Por exemplo, como o sujeito conseguirá trabalhar tranquilo sabendo que o filho, ou algum familiar de grande ligação, está doente em casa ou hospitalizado? Situações cotidianas como essa merecem a atenção dos gestores, pois as emoções que são desencadeadas por tais eventos da vida exercem influência no comportamento para que em uma situação hipotética não cause maior prejuízo.
Como se profissionalizar, atender as demandas, alcançar resultados e viver em equilíbrio? Elisângela – Esta é uma ótima pergunta! Acredito que não tenho a resposta “mágica”, até porque ela é bastante complexa. Sugiro
Quais movimentos as empresas precisam fazer para preservar a saúde mental da equipe?
Quando a saúde mental do trabalhador está com problemas, ele poderá apresentar dificuldades na realização das tarefas.” 88 |
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Elisângela – É importante que cada empresa possa olhar para os seus funcionários e compreender as características de sua equipe. Assim, muitas vezes, se importam atividades prontas, quando me parece que o início de qualquer atividade de intervenção de qualidade de vida no trabalho deve partir deste olhar sensível e atento dos gestores De modo geral, levando em consideração o excesso de informações, o fácil acesso às demandas de trabalho, seja por e-mail ou pelo uso de WhatsApp pelos gestores das empresas, torna-se necessário um cuidado especial, para que estes movimentos de rápida solução em tempo real não causem no funcionário um padrão de atenção e vigilância a estes recursos que o afastem do convívio e do próprio cuidado de sua saúde mental. Cuidado que deve ser redobrado no período de folga, atestados e férias. Da mesma forma, criar estratégias coletivas de cuidado que possam promover a interação e a convivência com os colegas também é importante.
apresentado por:
SICREDI OURO BRANCO - Teutônia
Projetos da Sicredi Ouro Branco fundamentam futuro dos jovens Mais de 2,2 mil estudantes integram programas de Educação Financeira e Cooperativas Escolares
C
ooperativa com sede em Teutônia, a Sicredi Ouro Branco aposta nos jovens para pavimentar o futuro da sociedade regional. Dois projetos da instituição financeira alcançam mais de 2 mil estudantes com estímulo ao cooperativismo e à formação de cidadãos economicamente responsáveis. Criado em 2016, o programa Cooperativas Escolares consiste na criação de associações entre os estudantes dentro do ambiente de ensino. As cooperativas têm a finalidade de desenvolver atividades pedagógicas econômicas, sociais e culturais para os associados. A iniciativa tem como propósito estimular a formação de líderes, gestores e empreendedores. Por meio dessas organizações, os alunos trabalham os princípios do cooperativismo, participam de projetos, oficinas e ações relativas à gestão. Hoje, a Sicredi Ouro Branco fomenta 23 cooperativas escolares, nos municípios de Teutônia, Estrela, Montenegro e Nova Santa Rita. Cerca de 1,5 mil alunos integram o programa, que recebeu reconhecimento na Assembleia Legislativa e nas câmaras municipais pela relevância na qualificação e formação dos jovens.
Temos a certeza que estamos formando uma nova geração de líderes empreendedores.” NEORI ABEL Presidente
Presidente da cooperativa, Neori Abel afirma que o programa forma cidadãos com senso de responsabilidade, criando uma identificação com a cultura cooperativista na busca de um mundo melhor. “Temos a certeza que estamos formando uma nova geração de líderes empreendedores.”
Educação financeira Programa criado em 2019, o Educação Financeira nas Escolas foi implementado nos municípios de Bom Retiro do Sul, Harmonia, Fazenda Vilanova, Triunfo e Taquari. O programa envolveu dez escolas, 700 alunos e 170 professores, com mais de 1,2 mil famílias alcançadas. Foram 340 horas de formação em 25 turmas. O programa está alicerçado em dois dos sete princípios do cooperativismo, são
eles: Educação, formação e informação; e Interesse pela comunidade. Por meio das qualificações, os estudantes desenvolveram projetos com base nos sonhos individuais e coletivos. Em 2020 o programa projeta expandir a sua atuação em mais três municípios. Além de Bom Retiro do Sul, Fazenda Vilanova, Harmonia, Taquari e Triunfo, participarão Brochier, Marata e São José do Sul.
produzido por estúdio a hora
apresentado por: Imagem Aérea RS
Westfália é, hoje, o município de 3º lugar no Rio Grande do Sul e 15º lugar no Brasil no ranking de gestão pública, segundo levantamento divulgado pela Fundação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Esta é uma prova de que estamos no caminho certo, honrando o legado deixado por nossos antepassados.
G
erir a máquina pública é desafiador. É preciso planejar as contas públicas e primar, sempre, pela qualidade de vida e bem-estar das pessoas que aqui vivem, oferecendo, acima de tudo, saúde e educação de qualidade. Abaixo, algumas iniciativas de destaque no ano de 2019:
ADMINISTRAÇÃO
Através de convênio firmado no ano passado com o município de Teutônia, visando a conjugação de esforços para a construção da ponte sobre o Arroio Boa Vista, em 2019 deu-se andamento aos trabalhos de execução de projetos. A previsão é de que, até o final de 2020, a obra esteja concluída, atendendo a um grande anseio dos moradores.
OBRAS
Preparação de bases e pavimentações asfálticas tanto no Centro da cidade quanto no interior. Uma das pavimentações concluídas, em 2019, é a Rua Edvino Brönstrup, trecho localizado aos fundos da Prefeitura.
WESTFÁLIA Destaque em gestão pública sucessão rural, que já eleva o município de Westfália para uma colocação de destaque no Estado, chegando a quase 65% das propriedades.
EDUCAÇÃO
Visando garantir a segurança dos estudantes da rede municipal de ensino, o município de Westfália investiu, em 2019, na instalação de câmeras de videomonitoramento nos educandários. As quatro escolas municipais foram atendidas. Ou seja, todas as localidades foram contempladas: Linha Schmidt, Linha Frank, Linha Paissandu e Linha Berlim.
SAÚDE
A Unidade Básica de Saúde (UBS) passa, desde o ano passado, por melhorias. Em 2019, iniciou a execução do projeto de troca de parte do telhado e das calhas de drenagem da chuva, obras que ainda estão em andamento. As melhorias são executadas, principalmente, na parte antiga do prédio.
AGRICULTURA
Em 2017, Westfália inovou nos programas oferecidos aos agricultores com a inclusão do Programa Diversificar. Ele busca atender o produtor que possui atividades diferenciadas ou não consegue se beneficiar, na íntegra, com os demais programas de incentivo existentes. Esta é mais uma forma de motivar a produzido por estúdio a hora
GESTÃO PÚBLICA
Como iniciativas públicas contribuem para o novo momento Se o meio empresarial e os trabalhadores são pressionados a se reinventar frente aos desafios dos novos tempos, o setor público precisa acompanhar a evolução. Otimizar custos e tornar as gestões mais eficientes e conectadas com os novos conceitos de cidade é imperioso para acelerar a solução de problemas crônicos que afetam os municípios.
A
revolução tecnológica se intensifica justamente em um dos períodos mais críticos da sociedade global. A crise econômica e política não afeta apenas o Brasil, mas se instaura mundo afora como evidência do esgotamento dos velhos padrões institucionais.
Mais do que nunca, inovar é uma questão de sobrevivência, e isso vale também para a gestão pública. Quais são os exemplos de nossa região que caminham neste sentido? Nossos representantes na esfera política, prefeitos e vereadores dos Vales do Taquari e do Rio Pardo, estão atentos às transforma-
Encantado
iniciativas de municípios Nos dois Vales, municípios articulam iniciativas inovadoras, projetando melhorias para o futuro dessas cidades. São medidas que estão em fase de planejamento ou execução e visam resultados em médio e longo prazo. A inovação não necessariamente representa grandes avanços tecnológicos. Há projetos nas áreas de educação, agricultura, estímulo ao empreendedorismo, entre outros.
O município desenvolve um projeto na área da Educação inspirado no modelo adotado em Sobral, no Ceará, cidade que se tornou referência nacional. Envolvimento da comunidade nas escolas, redução das faltas, intercâmbio entre as instituições e foco no Português e na Matemática são os pilares deste programa. Em outro campo, o município projeta a criação de um parque tecnológico, para desenvolver negócios.
Santa Clara do Sul VALE DO TAQUARI VALE DO RIO PARDO
A Cidade das Flores agora é também da Agroecologia. Desde 2017, o programa Santa Clara Mais Saudável estimula a produção de alimentos sem veneno e já inclui 28 famílias de produtores rurais. O governo municipal adquiriu a área de uma antiga fumageira para criar um parque agroecológico e beneficiar os alimentos. Além disso, planeja aliar à produção o turismo rural.
Lajeado
O município polo do Vale do Taquari investe no estímulo à criação de novos negócios no ramo da tecnologia. O governo municipal destinou R$ 500 mil para editais no setor. A iniciativa integra o Pro_Move Lajeado, programa que reúne sociedade civil, governo, universidade e empresas.
Encruzilhada do Sul
A fruticultura diversificada ganha cada vez mais espaço e já disputa com fontes tradicionais de geração de riqueza do município como a pecuária, a soja e o milho. Vinícolas gaúchas de renome internacional plantam lá suas uvas. A novidade são as oliveiras. O município quer ser polo nacional na produção de azeite de oliva.
ções em curso? A seguir, seis iniciativas de gestores da região dos Vales mostram como uma política pública focada no desenvolvimento ordenado e construída em parceria com a sociedade, pode ajudar na transformação e na solução de problemas que impactam a vida dos cidadãos.
Vera Cruz General Câmara
Para orientar produtores rurais, o município conta com uma Estação Meteorológica Automática, que fornece informações diárias sobre o tempo. A medida auxilia agricultores no plantio, colheita e, principalmente, na administração de químicos agrícolas nas lavouras.
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Água boa e limpa para as futuras gerações. É o que almeja o projeto Protetor das Águas. Os agricultores recebem incentivos para proteger as margens do arroio que abastece a cidade. O programa existe desde 2011 e já proporciona economia de mais de 50% no custo com químicos para o tratamento de água.
Ecossistema de inovação para lajeado foi apresentado no dia 4 de dezembro, durante reunião-almoço na acil. O documento norteia três eixos prioritários: Tecnologia em Saúde, alimentos e o combo ‘Comunicação, informação e automação’
trabalho conjunto
Pro_Move lajeado é exemplo ao estado O governo de Lajeado abriu um edital para incentivar o desenvolvimento de startups que pensem soluções tecnológicas para a cidade. O Pro_Move Lajeado Acelera foi lançado em novembro e é uma das ações do programa de desenvolvimento que integra município, universidade, comunidade e iniciativa privada. Serão selecionadas 10 propostas que passarão por período de mentoria e treinamentos. Dois projetos serão incubados no Parque Tecnológico da Univates e receberão auxílio de R$ 10 mil para desenvolvimento.
O recurso virá do Fundo Municipal de Ciência Tecnologia e Inovação (FMCTI), criado com repasse de R$ 500 mil do município. “Todo desenvolvimento tem como norte melhorar a qualidade de vida do cidadão, que já é muito boa”, afirma o prefeito Marcelo Caumo. O governo projeta medidas de curto, médio e longo prazo para a cidade polo do Vale do Taquari. No curto prazo, a manutenção de serviços básicos à população, como atendimento em saúde e educação e pavimentação de ruas. A médio prazo, medidas como a revisão do Plano Diretor
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e a instauração de um novo sistema de transporte público coletivo, cujo edital lançado em agosto, mas está suspenso pela Justiça. As ações do Pro_Move Lajeado estão entre os projetos de longo prazo. O prefeito acredita na continuidade das iniciativas independentemente dos governos. “A partir do momento em que a sociedade está familiarizada com estes projetos, mesmo que se tenha mudança de governo, eles terão sequência, porque são reivindicações da comunidade. Ficam sementes, projetos para o futuro”, projeta Caumo.
Espaço público para estimular negócios Em Lajeado, o governo municipal projeta a criação de um espaço para estimular novos negócios. O objetivo é oferecer um ambiente para que empreendedores possam iniciar projetos inovadores. “A ideia é fazer ele no Centro Histórico para que possamos seguir com a recuperação daquela região”, afirma o secretário de Planejamento, Rafael Zanatta. A intenção é unir sociedade e iniciativa privada em torno do projeto. O governo quer definir um modelo de negócio, estabelecendo a quem caberá o investimento inicial, a gestão do espaço e que perfil de empresas poderão se instalar. O modelo que inspira os gestores de Lajeado é o do CIA Primavera, em Florianópolis. O espaço criado pela Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) no Saco Grande, em Florianópolis. O estado vizinho é referência nacional no mercado de tecnologia. Em 2018, o setor faturou R$ 15,8 bilhões, mais de 5% do PIB do estado. O centro de inovação foi criado em 2015 com objetivo de permitir grande circulação e interação de pessoas, com características de um habitat de inovação, voltado a todos os perfis de empresas
dentro do setor de tecnologia ou que possuam relação com ele. Mais de 40 empresas atuam no local, que recebe cerca de 700 profissionais por dia, fora os eventos.
Todo o desenvolvimento tem como Norte melhorar a qualidade de vida do cidadão, que já é muito boa”
marcelo caumo prefeito municipal
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Dados compartilhados na saúde Na Saúde, o governo construiu uma parceria com a Univates para aliar oferta de mão de obra e formação acadêmica. A universidade assumiu a gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A próxima etapa projetada para a parceria é uma integração completa das informações entre as unidades de saúde públicas e privadas. “Qualquer cidadão que precise de atendimento em qualquer canto da cidade vai ter o seu histórico completo disponível”, descreve o chefe do Executivo.
Convênio com a Univates para atendimento em saúde é primeiro passo do projeto
Ações para mudar o ensino O programa inicia na prática por meio de quatro ações principais, todas já em andamento:
Apadrinhamento
O que é: Cada diretora é madrinha de outra escola. Uma vez por mês, passa um turno na instituição “afilhada” para trocar experiências. Objetivos: compartilhar iniciativas promissoras e uniformizar o ensino municipal.
Quadro de frequência
O que é: Cada escola recebeu um mural, afixado no corredor de entrada. As faltas são registradas e ficam visíveis a todos. Objetivo: Reduzir as faltas justificadas de alunos.
Mutirão
O que é: Todo mês, a escola precisa promover alguma atividade que envolva a comunidade do entorno e prestar contas à Secretaria de Educação. A primeira atividade foi a pintura de um mural. Objetivo: estimular o envolvimento da comunidade para garantir a continuidade das iniciativas.
Foco no português e matemática 123
ABC
O que é: escolas promovem atividades que priorizam o desenvolvimento das duas disciplinas, como oficinas de escrita, por exemplo. Objetivo: desenvolver interpretação, compreensão e raciocínio lógico para ter melhor aproveitamento nas demais matérias.
ENCANTADO
governo inova na educação e projeta parque tecnológico Na primeira aula de italiano, os alunos do quarto ano da EMEF Mundo Encantado tiveram convidados especiais. A escritora Cátia Dal Molin, que mora na Itália, e o italiano Luciano Murer, representante da cidade co-irmã de Encantado, San Pietro Valdastico, na região do Vêneto, participaram da atividade. A inclusão do ensino sobre a língua e a cultura da Itália é um dos projetos do município com foco na qualificação do ensino escolar. A reformulação do sistema de ensino é a aposta de Encantado para o futuro. O governo promoveu uma pesquisa para saber que conteúdos a população gostaria que fossem incluídos no currículo escolar. A comunidade escolheu as aulas de italiano. “Antes de tudo, é importante que eles conheçam a sua cultura, de onde eles vêm, de onde é sua família e sua origem”, defende Cátia. A escritora planeja promover intercâmbio entre os estudantes de Encantado e da Itália, por meio da troca de cartas. O modelo educacional que inspira encantadenses é o do município de Sobral, no Ceará.
Alunos ficaram empolgados ao buscar no mapa regiões de origem de suas famílias 96 |
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A tecnologia tem que vir para nos ajudar a fazer os projetos que a cidade precisa. Isso precisa ter a compreensão da comunidade. Quem não acompanhar vai ficar para trás no futuro. A tecnologia vai passar por cima.”
Adroaldo conzatti prefeito municipal
Há vinte anos, o município cearense começou a implementar mudanças no ensino escolar. Sobral tornou-se referência e é considerada a capital nacional da educação, tendo atingido resultados expressivos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A secretária de Encantado, Greice Weschenfelder, destaca o foco na meritocracia. Os professores passarão por uma formação permanente, com encontros semanais, numa sala que está sendo preparada na secretaria. Além da avaliação nacional do Ideb, será criado índice de avaliação no âmbito do município. Uma empresa será selecionada por meio de licitação para aplicar a avaliação. São ações que visam resultados a médio e longo prazo. Para garantir a continuidade, o governo municipal estimula o envolvimento da comunidade. “Nossa grande aposta é na comunidade estar próxima da escola. Os resultados, os pais e a comunidade verão e pedirão a continuidade das ações”, diz Greice.
Primeira aula de italiano contou com a presença de convidados especiais
Parque tecnológico na entrada da cidade Estimular a transformação dos negócios para projetar o futuro da economia do município. Encantado projeta a construção de um parque tecnológico na entrada da cidade. A iniciativa ainda está em fase
de elaboração. Para o prefeito Adroaldo Conzatti, um dos desafios é fazer com que a comunidade entenda a necessidade destas mudanças. “A tecnologia tem que vir para nos
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ajudar a fazer os projetos de que a cidade precisa. Isso precisa ter a compreensão da comunidade. Quem não acompanhar vai ficar para trás no futuro. A tecnologia vai passar por cima”, diz. O governo estuda a possibilidade de utilizar o prédio do antigo curtume Aimoré, que é privado. A referência é o parque de Pato Branco, no Paraná. O município paranaense conta com mais de 100 indústrias consolidadas de software, aparelhos e componentes eletrônicos. O Parque Tecnológico abriga 20 empresas incubadas e 12 pré-incubadas, boa parte resultado de pesquisas iniciadas na universidade. A estrutura inaugurada em 2016 tem mais de 5 mil metros quadrados de área construída. O projeto encantadense deve funcionar como uma incubadora, estimulando o surgimento de novos negócios, mas priorizando as empresas locais. O governo planeja criar uma secretaria voltada à tecnologia. Para Conzati, a obra seria também um investimento na autoestima da população local. “Muda o cenário da entrada da cidade, que hoje está muito triste de ver. Investindo, podemos fazer com que as pessoas valorizem mais Encantado.”
apresentado por:
Lajeado terá agência sem transações em dinheiro Após ano de inovações, Sicredi Integração RS/MG visa ampliar união entre físico e digital
O
ano de 2019 foi de crescimento e inovação para a Sicredi Integração RS/MG. Entre as ações desenvolvidas pela cooperativa estão a modernização das agências Florestal e Centro, em Lajeado, a criação da unidade voltada para o setor empresarial e abertura das duas primeiras agências em Minas Gerais. Para 2020, a projeção é de ampliar as ações voltadas para a inovação e o empreendedorismo. Entre as propostas está a abertura de uma agência smart, que não terá transações de dinheiro em espécie, além da inauguração de mais três unidades em Minas Gerais. Presidente da cooperativa, Adilson Metz afirma que a estratégia é unir cada vez mais o atendimento físico com as soluções digitais. “A ideia é ter o digital para fazer o serviço operacional e agências como confortáveis centros de relacionamento, com colaboradores preparados para atender os associados, entender suas necessidades e ofertar os produtos e
serviços mais adequados.” Segundo ele, as tratativas para a primeira agência Smart da região estão em andamento. A intenção é instalar a unidade na Univates, de forma a se conectar com o Polo Tecnológico da Universidade e integrar o Pro_Move Lajeado. “É uma agência inteligente, focada no relacionamento e com muita tecnologia para atender o público.” Em 2020 também será concluída a instalação da nova marca do sistema Sicredi em toda as agências da região. A expansão para Minas Gerais prossegue com a inauguração de uma agência em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto. “Na metade do ano vamos
inaugurar a agência na cidade de Ouro Branco e no fim de 2020 uma unidade em Mariana ou Congonhas”, afirma. Em 2019, as duas primeiras agências em solo mineiro foram abertas, nas cidades de Conselheiro Lafaiete e Itabirito. Também neste ano, a cooperativa abriu a primeira agência dedicada a empresas de médio e grande porte, em Lajeado. Hoje, a Sicredi Integração RS/ MG soma mais de 52 mil associados e 254 colaboradores, com um total de 18 agências em 37 municípios. Ao todo, a cooperativa administra mais de R$ 1,7 bilhão em ativos e tem um patrimônio líquido de R$ 215 milhões. Conforme Adilson, para 2020 a instituição continuará investindo na
Em 2019 foram criadas as primeiras quatro cooperativas escolares de Lajeado
É uma agência inteligente, focada no relacionamento e com muita tecnologia para atender o público.” ADILSON METZ
PRESIDENTE
ÁREA DE ATUAÇÃO SICREDI INTEGRAÇÃO RS/MG no RS
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Fazendo a diferença na comunidade O presidente ressalta que o crescimento da Sicredi Integração RS/MG, tanto financeiro como em número de agências, é fundamental para o cumprimento de uma das principais funções do sistema cooperativo: fazer a diferença na comunidade. “Damos um destaque muito grande para os nossos
programas sociais, como União Faz a Vida, Crescer, e o Pertencer”, aponta. O Fundo Filantrópico mantido pela cooperativa repassou R$ 560 mil para 135 entidades culturais e sociais da região. Outro projeto destacado por Metz é o das Cooperativas Escolares. Em 2019, foram fundadas as primeiras quatro em Lajeado, nas EMEFs Vida Nova, Nova Viena, São João e Guido A. Lermen. “Cumprem um papel muito grande na formação dos novos líderes do cooperativismo.”
Sicredi Integração RS/MG tem 254 colaboradores e 52 mil associados em 18 agências
MUNICÍPIOS
NÚMEROS
18
AGÊNCIAS
52.349
TOTAL DE ASSOCIADOS
R$ 215.136.479 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
R$ 1.785.414.954 ATIVOS ADMINISTRADOS
DADOS DE 31/10/2019
formação de colaboradores, conselheiros e coordenadores de núcleo, de forma a se preparar cada vez mais para as mudanças, transformações e desafios do futuro.
PROGRAMAS SOCIAIS Valores
Mais de 1.000 crianças e adolescentes contemplados em 23 escolas dos municípios de Lajeado, Travesseiro e Mato Lietão
Conhecimento
Mais de 2.000 associados já fizeram o curso
Prática
Mais de 5.100 associados passaram na assembleia de 2019 produzido por estúdio a hora
SANTA CLARA do sul
Agroecologia para aliar a produção ao turismo Entre as principais tendências do mercado atual, está a busca crescente do consumidor por uma alimentação saudável, aliada à preocupação com a preservação do meio ambiente. Neste cenário, os alimentos sem agrotóxicos se apresentam como uma forma mais responsável de produção e uma grande oportunidade de negócios. No Brasil, este mercado cresceu de 5,9 mil produtores, em 2012, para 17,7 mil em março deste ano. Antes do decreto que regulamenta o setor, e que exige a certificação da propriedade, o IBGE identificou mais de 90 mil produtores que se autodeclaravam orgânicos. Este dado mostra o potencial de crescimento que o mercado ainda tem no país. Desde 2017, o governo municipal de Santa Clara do Sul incentiva a produção agroecológica por meio do programa Santa Clara Mais Saudável. O objetivo é tornar a cidade referência nacional no setor. A
Dois anos atrás, a produção de alimentos sem agrotóxicos se tornou a principal atividade de Marcelo Eckhardt
Santa Flor 2019 foi um marco neste projeto. O evento reuniu dezenas de milhares de pessoas em torno das flores e da agroecologia e contou com presenças políticas importantes do governo federal, como o secretário da Agricultura Familiar e Cooperativismo, Fernando Schwanke, e o ministro da Cidadania, Osmar Terra. O governo municipal planeja agora uma série de ações para incentivar o turismo rural, aliado à produção orgânica. “O intuito é promover uma série de ações públicas e privadas a partir de 2020 para fomentar essa área, gerando mais emprego e renda e melhorando a vida das pessoas”, afirma o prefeito Paulo Kolhausch.
Preservar o passado, projetar o futuro Fazer um prédio histórico – onde já se produziu boa parte da riqueza de Santa Clara do Sul – voltar a ser símbolo de pujança econômica no município. O governo adquiriu o espaço da antiga fumageira Broenstrup e quer construir no local um Parque Agroecológico, para o benefi-
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ciamento dos alimentos. A fumageira funcionou de 1934 a 1967. O local recebeu um trabalho de limpeza e a próxima etapa é formatar parcerias em níveis estadual e federal para a estruturação do local. Com 2,1 hectares de área, o imóvel que fica em
O intuito é promover uma série de ações públicas e privadas a partir de 2020 para fomentar essa área, gerando mais emprego e renda e melhorando a vida das pessoas.”
paulo kolhrausch prefeito municipal
O programa em números
28
famílias
participam diretamente do programa Santa Clara Mais Saudável
17 Santa Clara quer se tornar referência nacional em alimentos orgânicos
Picada Santa Clara foi adquirido por R$ 450 mil. Além do prédio onde funcionava a fumageira, o local conta com uma casa de alvenaria, garagem, armazém e depósito. A área construída é de 2,1 mil m2.
Acompanhando as mudanças A trajetória profissional de Marcelo Eckhardt acompanha o ciclo econômico do município. Durante mais de uma década, trabalhou na indústria calçadista, principal força produtiva de Santa Clara do Sul até o início dos anos 2000. “Chegou a crise do calçado e a gente precisava encontrar outra área. Fui para o lado da inseminação artificial e, com isso, consegui ter mais tempo para
plantar. Quando a prefeitura veio com o projeto da agroecologia, me bandeei para esse lado”, recorda. A partir do programa Santa Clara Mais Saudável, faz cerca de dois anos, os orgânicos se tornaram sua principal atividade. Na propriedade, são cerca de 4 hectares plantados com frutas, verduras e hortaliças diversas, que são comercializados diretamente ao consumidor, em feiras. Os principais produtos são o morango e a melancia. Enquanto estrutura e diversifica a produção, Eckhardt projeta o futuro da propriedade. Um caminho possível é aliar produção orgânica com turismo rural. Outra possibilidade é investir em uma agroindústria para beneficiar a produção e agregar valor ao produto.
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já receberam certificação orgânica
60
%
da alimentação escolar na rede municipal é orgânica
720
alunos são beneficiados com alimentação saudável
Feira de agricultores agroecologistas criada em agosto de
2018
Encruzilhada do sul
Pequenos frutos, projeção de grande futuro Cerca de uma década atrás, Encruzilhada do Sul deu início a uma mudança na base de produção, antes voltada quase exclusivamente à pecuária e e à produção de soja e do milho. O município passou a incentivar a fruticultura diversificada. “Encruzilhada muda neste momento. Sai da antiga matriz econômica e se projeta para um cenário bem diferente”, avalia o secretário da Agricultura, Danilo Cardoso. Ele destaca a produção de noz pecã orgânica. “Somos hoje o maior plantador do Brasil”, afirma. A produção de frutas ganha espaço, cresce rapidamente e deve ser o principal gerador de riquezas do município nos próximos anos. A mais recente aposta dos produtores de Encruzilhada são as oliveiras. O RS responde por 75% da produção do país, de acordo com o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva). Quatro anos atrás, iniciaram os primeiros plantios em Encruzilhada do Sul, que começam a dar resultado. “Queremos ser referência nacional na produção de azeite, como hoje é Minas Gerais”, projeta o presidente da Associação dos Fruticultores de Encruzilhada do Sul (Afrutes), Paulo Roberto Minuzzi. O município possui cerca de mil hectares de área plantada de oliveiras. São 35 produtores, boa parte é de fora do município.
Encruzilhada muda neste momento. Sai da antiga matriz econômica e se projeta para um cenário bem diferente”
danilo cardoso,
secretário da agricultura
Paula Becker começou a se dedicar à produção há cinco anos, quando herdou a fazenda do avô. “Eu falei que só administraria se fosse para fazer algo novo, diferente. Eu não queria ficar brigando por commodities, preço de soja, nada que todo munda estivesse fazendo. Queria algo que eu pudesse agregar valor e fazer meu preço”, afirma.
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A propriedade conta com mais de 15 mil pés de oliveira, em 45 hectares de área plantada. A produção demanda considerável investimento inicial e conhecimento específico. Paula passou por cursos em Bragança, Portugal e em Madrid, na Espanha, e ofereceu qualificação para a equipe que maneja a produção.
Para Ricardo Silveira, a nova cultura abriu uma oportunidade de trabalho. Formado técnico em agropecuária, até três anos atrás, ele atuava com bovinos e não tinha nenhum contato com a produção de azeitonas. Fez cursos para se aperfeiçoar e hoje é o encarregado do cultivo na propriedade. “Ela exige mais defensivo agrícolas, os insumos são mais caros e precisa fazer correção do solo. É uma cultura diferente, ainda não se sabe muito sobre a oliveira aqui no Sul”, diz Silveira. Nos 45 hectares, as plantas dividem espaço com a criação de suínos. Como a copa dos vegetais é baixa, a cerca de um metro do solo, animais maiores poderiam comer as plantas. Além disso, os porcos contribuem com a roçada e adubação. O plantio foi feito há três anos. As oliveiras atingem a fase adulta aos sete anos. A primeira colheita foi no início de 2019, em caráter experimental. Foram colhidos cerca de 8 kg, que foram utilizados para fazer conserva. Para 2020, projeta-se uma safra de cerca de 100 kg, que serão transformados em azeite. A produção ainda está em estágio inicial. O desafio é o beneficiamento da matéria prima. Por meio da Afrutes, os produtores projetam a criação de um lagar coletivo, para que cada um possa produzir o azeite com sua marca.
Uvas finas
Quando herdou a fazenda do avô, Paula decidiu inovar e optou pelas oliveiras. Município quer se tornar referência na produção de azeite de oliva 103 |
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Vinhos e espumantes de alto padrão, comercializados por grandes vinícolas gaúchas mundo afora, têm seu DNA em um município de 25 mil habitantes do Vale do Rio Pardo. As uvas finas passaram a ser produzidas no município pouco mais de dez anos atrás. Na esteira, vieram a melancia, em grandes propriedades, a amora, nas pequenas, e outras espécies. Marcas como Casa Valduga, Chandon, Aliança e Lidio Carraro produzem a matéria prima no município. A área plantada é de aproximadamente 630 hectares, que rendem de seis a oito toneladas cada um, dependendo da variação.
Vera Cruz
Água boa para as próximas gerações Independente da matriz econômica e dos rumos da produção, o futuro de qualquer município depende da disponibilidade da água de qualidade. Para a sobrevivência e bem estar da população, manutenção do rebanho e das plantações e para o funcionamento da indústria. Em Vera Cruz, no Vale do Rio Pardo, o programa Protetor das Águas estimula a preservação do Arroio Andreas, que abastece a cidade, e a recomposição da mata nativa nas margens. Criada em 2011, a iniciativa tornou-se referência nacional, reconhecida pela Agência Nacional de Águas (ANA). O programa já foi apresentado em diversos municípios gaúchos e outros estados e atraiu atenção internacional. Além de preservar a água com qualidade para o consumo e a produção das próximas gerações, o programa gera economia ao município. De 2015 para 2017, o gasto com produtos para o trata-
Diante dos bons resultados, em 2015, o governo criou uma política municipal, com lei específica e a criação de um fundo para pagamento de serviços ambientais”
gilson becker
sec. de desenvolvimento rural
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Na propriedade de Pauli, a recuperação da mata nativa na margem do arroio é visível
mento da água caiu para menos da metade, de R$ 315 mil para R$ 138 mil. “Diante dos bons resultados, em 2015, município criou uma política municipal, com lei específica e a criação de um fundo para pagamento de serviços ambientais”, diz o secretário de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Gilson Becker. Em 2016, a iniciativa foi premiada com o 1º Prêmio Boas Práticas da Famurs e, em 2018, recebeu R$ 667 mil da ANA para investimentos. A partir dos bons resultados da iniciativa, o município ingressa em uma nova etapa do projeto, voltada à recuperação do solo, com distribuição de sementes de forrageiras, adubo, ureia e insumos. O protetor das águas envolve mais de 60 produtores rurais de Vera Cruz e é promovido pelo município junto a Philip Morris Brasil, Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, Agência Nacional de Águas – ANA, Comitê Pardo, SindiTabaco, Afubra e Emater.
Diferença que se percebe A propriedade dos Finkler era um dos pontos com menor presença de mata nativa nas margens do arroio. Além da instalação das cercas, eles contaram com a ajuda de um grupo de escoteiros, em 2012, para plantar mudas na encosta. Sete anos após o início do projeto, André percebe mudanças no local. A quantidade de peixes cresceu, lambari, jundiá, joaninha são espécies comuns no local. Os mosquitos reduziram, o que ele atribui a uma temperatura mais baixa da água em função da sombra das árvores. Além disso, se percebe um aumento na conscientização dos produtores. Poucos anos atrás, era comum, após chuvas, encontrar embalagens de agrotóxicos nas curvas do riacho, o que não ocorre mais. Dos 22 hectares da propriedade, meio é cercado. O pai, Geraldo, viveu todos os seus 75 anos no local. Ele percebe as alterações nas características do manancial. “O nosso arroio mudou tanto, ficou mais estreito, mais limpo. Foi uma grande ideia fazer as cercas”, avalia.
Na propriedade dos Finkler, os peixes voltaram
Como funciona o programa Os produtores cercam as margens do Arroio Andreas, para impedir o acesso do gado; Mudas de espécies nativas são plantadas junto ao arroio, para recompor a vegetação; O produtor recebe Pagamento por Serviços Ambientais (PSA); Por ano, são pagos R$ 200 por adesão e mais R$ 325 por hectare preservado.
Economia no tratamento Com a melhoria da qualidade da água que é captada, o tratamento precisa de menos produtos químicos.
Gasto com produtos em:
2015
R$
315 mil
2017
R$
138 mil
Redução de 56%
Mata nativa se recompõe A propriedade de Sérgio Luis Pauli tem uma das maiores áreas preservadas do programa. Seis dos 50 hectares estão cercados. Dois afluentes cruzam o terreno. O programa veio de encontro a um projeto que ele desejava pôr em prática há anos. Queria fazer algo para preservar a margem, mas era algo que demandava orientação e investimento. A preservação gera uma renda extra de cerca de R$ 2,3 mil por ano. Boa parte vai para manutenção das cercas. Com acesso à margem, o gado come as pequenas mudas impedindo a mata de se recompor. “A propriedade evoluiu muito. Onde o gado tinha acesso, ele comia a muda que nascia. Agora que a área está cercada, até o palmito cresce naturalmente. Se entrar nas áreas cercadas, está cheio e ninguém plantou”, conclui.
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A propriedade evoluiu muito. Onde o gado tinha acesso, ele comia a muda que nascia. Agora que a área está cercada, até o palmito cresce naturalmente”
Sérgio luis pauli agricultor
apresentado por:
Capital Verde oferece consultoria organizacional com foco em resultados
forma constante. A empresa propõe ações de inovação em diversos níveis, desde melhorias nas rotinas, nos detalhes do cotidiano, até inovações mais ousadas relacionadas à estratégia do negócio.
Escola de Vendas
THIAGO MAURIQUE thiagomaurique@jornalahora.inf.br
C
onsolidada como uma das principais empresas de consultoria organizacional com atuação nos Vales do Taquari e Rio Pardo, a Capital Verde contribui com os processos de inovação do setor privado. A empresa com sede em Lajeado também criou a Escola de Vendas, com foco específico nas questões comerciais. Em outubro, a Capital Verde realizou a primeira Convenção Escola de Vendas, que reuniu mais de 500 pessoas para um dia de qualificação no Teatro da Univates. Sócia da empresa, a consultora Raquel Winter Reali afirma que os processos de inovação partem da identificação do Mindset das organizações. “Inovação não é só criar novas tecnologias para o mercado. Também é estabelecer um novo jeito de atender o cliente, de qualificar pessoas, de processar e aperfeiçoar seu produto ou serviço”, afirma. Conforme Raquel, o tamanho ou o refinamento da inovação está muito associado ao quanto a empresa consegue fazer. Lembra que os empresários querem muito mudar os resultados da sua empresa, mas ainda têm dificuldade de aceitar pequenos movimentos de mudança. “O primeiro obstáculo em relação à inovação é que inovar exige fazer diferente para obter resultados diferentes. Se eu entendi isso, já dei um bom passo.” O trabalho da Capital Verde
Estrategia e assertividade para inovar inicia com um diagnóstico para identificar todos os subsistemas da gestão, que inclui lideranças, planejamento estratégico, gestão de clientes, pessoas, mercado e da informação. “A partir disso, identificamos os pontos de
melhoria e propomos ações que entendemos ser necessárias para essa melhoria.” Por meio de um cronograma, a Capital Verde propõe prioridades para que as melhorias ocorram gradativamente e de
Com mais de 20 anos de atuação e mais de cem clientes em 14 estados do Brasil, a Capital Verde percebeu a necessidade de criar uma solução específica para os desafios enfrentados pelos setores comerciais. Assim surgiu a Escola de Vendas, com a proposta de fazer uma gestão organizacional voltada para ampliar os resultados financeiros das organizações. De acordo com Raquel, a proposta parte da ideia de que a venda não é apenas um objetivo, mas a consequência de um conjunto de esforços de todas as pessoas envolvidas em uma empresa. “As corporações precisam vender mais e melhor, não apenas pelo contexto econômico, mas também pelo aumento da concorrência em todos os mercados”, ressalta. A estratégia da Escola de Vendas é oferecer ferramentas que permitam maior assertividade nas ações comerciais.
As corporações precisam vender mais e melhor, não apenas pelo contexto econômico, mas também pelo aumento da concorrência em todos os mercados.” RAQUEL WINTER REALI CONSULTORA
produzido por estúdio a hora
General Câmara
O tempo a favor da produção
Para auxiliar produtores rurais a preverem as mudanças do tempo, o município de General Câmara criou, pouco mais de um ano atrás, a Estação Meteorológica Automática (EMA). O objetivo do sistema é fornecer aos agricultores informações que auxiliem no planejamento estratégico das propriedades. O equipamento foi doado pela Associação Pró-ensino de Santa Cruz do Sul e ficou parada por seis anos, até que o governo municipal colocou a tecnologia em prática. O investimento inicial foi de cerca de R$ 7 mil e o custo de manutenção é de R$ 2,4 mil ao ano. A estação funciona desde julho de 2018 e for-
nece informações como temperatura, umidade, velocidade e direção do vento, pressão, ponto de orvalho, altura das nuvens, radiação solar, temperatura e umidade do solo. As decisões sobre plantio, irrigação, aplicação de defensivos agrícolas e colheita ganham o subsídio da estação, que fornece os dados básicos de minuto em minuto e relatórios diários completos. O prefeito Helton Barreto destaca a melhoria no manejo da produção. “Melhorou a percepção para aplicação de herbicidas. O sistema fornece informações como velocidade e direção. São dados que o pessoal usa bastante”, avalia Barreto. 108 |
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Estação meteorológica fornece informações sobre temperatura, umidade e ventos e auxilia produtores na tomada de decisão
apresentado por:
Tecnologia e excelência em projetos de injeção e usinagem THIAGO MAURIQUE thiagomaurique@jornalahora.inf.br
RS Usinagem projeta crescimento e novos mercados para os próximos anos
R
econhecida pela qualidade na criação de peças de aço e plástico para indústrias, a RS Usinagem pretende ampliar a participação no mercado. A empresa com sede em Lajeado é reconhecida pela qualidade dos produtos e seriedade no atendimento. Entre seus clientes estão marcas como BRF, Plastrela, Maxiclip, Movesco, Languiru, Medical San e Girando Sol. O trabalho é comandado pelos sócios Jéferson André Grabin e Gildo Silveira Lisot. Os dois têm larga experiência na área e formação técnica específica no setor. Conforme Grabin, a qualidade do serviço é garantido pela qualificação da equipe, apoiada por equipamentos de ponta e conferência em todas as etapas. Segundo ele, o setor de usinagem fabrica peças de reposição para máquinas industriais. “Retiramos a peça, fazemos o desenho e depois criamos uma peça nova nos nossos
Com equipamentos de alta tecnologia e profissionais qualificados, empresa garante a qualidade dos produtos e serviços
Como funciona a injeção
Desenho da peça
acordo 1. écomfeitoa denecessidade do cliente
de processo 2. meio de usinagem
equipamentos”, explica. No setor de injeção, a empresa desenvolve todo o processo para a confecção de peças de plástico. Buscando o melhor serviço, a empresa conversa com o cliente para entender quais os obje-
Molde é criado por
para confecção 3. nodasmolde peças Máquina injeta o plástico
tivos de cada projeto. “Temos tecnologia para desenvolver todo o produto, desde o projeto, passando pelo desenho, o molde e a injeção.” Com base nesses conceitos, a RS Usinagem projeta crescimento e abertura de novos mercados nos próximos anos. De acordo com os sócios, o ano de 2020 será de novidades que ampliarão ainda mais o patamar da empresa.
Trabalho reconhecido
Jéferson André Grabin e Gildo Silveira Lisot são os sócios da RS Usinagem
Para Mauro Santos Filho, CEO da Medical San – empresa fabricante de equipamentos de saúde e estética com atuação no mercado global – o trabalho da RS Usinagem é destaque pela qualidade, pontualidade e profissionalismo.
e enviadas ao 4. conferidas clientes Peças são separadas,
“É uma grande parceira da Medical San na terceirização de serviços ao longo dos últimos quatro anos.” Conforme Filho, o trabalho da empresa supera o de companhias de grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo. “Possuem estrutura física, expertise e um propósito bem definido no que diz respeito ao foco e objetivo da empresa.” De acordo com Lisot, desde o início do trabalho, a RS Usinagem se baseou em valores como seriedade e a honestidade. “Sempre buscamos manter a ética, tanto na execução do trabalho quanto na relação com os clientes.” produzido por estúdio a hora
prefeitos e vereadores
Como os políticos percebem, ou não, o novo ciclo de desenvolvimento Pesquisa inédita com 56 prefeitos e 148 vereadores dos Vales do Taquari e Rio Pardo mostra que a inovação e a tecnologia ainda estão distantes de integrarem política pública ou projeto de governo, salvo exceções. Ainda que a maioria considere o tema importante, poucas são as ações concretas existentes ou previstas nas cidades pesquisadas.
Q
uase todos os prefeitos e vereadores dos dois Vales reconhecem a importância dos temas tecnologia e inovação para o futuro dos municípios. Boa parte deles procura se manter atualizado a respeito. Na prática, iniciativas de parte dos municípios ainda são escassas. É o que aponta pesquisa realizada pelo Grupo A Hora em parceria com o Instituto Nexus, que ouviu 148 vereadores e 56
prefeitos da microrregião. A grande maioria dos entrevistados considera que os temas são de grande importância. Menos de 10% considerou “sem maior
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importância” ou declarou não ter opinião formada. No entanto, o nível de conhecimen-
to é percentualmente menor do que a importância dada. Menos de 4% dos entrevistados afirmaram conhecer “muito bem” esse contexto. Entre os prefeitos, um de cada cinco afirmou categoricamente que conhece “muito pouco” sobre tecnologia e inovação. O estágio de inovação dos municípios da macrorregião fica evidente quando questionamos os prefeitos. Apenas quatro deles consideram seus municípios inovadores, o que representa 7% dos entrevistados. No entanto, outros 42% acreditam estar preparados para inovações e já trabalham na construção de políticas públicas objetivas para o tema. Tanto o Vale do Taquari quanto o do Rio Pardo possuem polos tecnológicos nas universidades. A pesquisa buscou saber se os governos municipais mantêm relação com estes centros. No Vale do Taquari, 28% dos prefeitos afirmam já possuir convênio neste sentido e outros 30% estão “analisando a possibilidade de formar algum convênio com instituição”. No Vale do Rio Pardo, 22% disseram já ter convênio e 39% estudam a possibilidade. Dois terços informaram conhecer empresa com este foco. Os demais não citaram nenhuma empresa. Já entre os vereadores, apenas dois de cada cinco, souberam indicar alguma empresa que usasse avanços tecnológicos ou inovação. Em relação aos investimentos nas áreas de tecnologia e inovação, vem do Vale do Taquari uma surpresa positiva. A maior parte dos prefeitos disse já possuir previsão orçamentária para investimentos, apesar de que nem todos informaram o valor orçado. No Vale do Rio Pardo a maioria dos prefeitos alega não possuir essa previsão ou não saber informar. Quase metade dos que informaram possuir dotação disse ter um valor orçado inferior a R$ 100 mil, enquanto 38% afirmaram ter valor maior previsto, entre R$ 100 mil e R$ 500 mil. Outros 14% alegaram existir previsão superior a R$ 1 milhão no orçamento.
Qual é o seu grau de conhecimento sobre inovação?
Qual sua opinião sobre juntar os Vales do Taquari e Rio Pardo?
Qual é o valor orçamentário previsto para a inovação?
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DEZEMBRO DE 2019
6,67% 26,67%
Discutindo eventuais incentivos para quem procurar
No Legislativo, o tema não é prioridade
lei de incentivos para empresas atuando na área lei de incentivos para empresas novas
6,67%
23,33% Possui políticas voltadas a inovação?
Estudando incentivos para empresas que ampliarem suas ações
36,67%
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Entre os vereadores, 37% dos entrevistados que alegaram não conhecer nenhuma política pública com este contexto, ainda assim consideraram seu município Inovador. Leis específicas ainda são raras. Apenas 6% dos vereadores do Vale do Taquari informaram saber de projetos de lei em tramitação. Já no Vale do Rio Pardo, este percentual atingiu 15%. Um terço dos legisladores da macrorre-
gião afirmou que pensa em apresentar algum projeto neste sentido. Ao detalhar os temas que poderiam compor projetos, o maior contingente foi para propostas que trouxessem incentivos para instalação de novas empresas inovadoras e para troca de experiências com especialistas externos. Em relação ao programa Inova RS, do governo do estado, o grau de conhecimento ainda é
baixo. Quase metade dos prefeitos alegou apenas já ter “ouvido falar”, mas apenas 9% deles afirmam conhecer “muito bem” o programa. A análise da pesquisa permite concluir que, em relação aos temas tecnologia e inovação, os gestores públicos demonstram compreender a importância e ter boa vontade política. Mas ainda há muito o que avançar. É preciso aumentar o nível de conhecimento e passar às ações efetivas, como criação de legislação específica e programas de incentivo.
Metodologia A definição da amostra levou em conta o tamanho da população de cada município. Foram ouvidos pelo menos dois vereadores de cada cidade. Para municípios entre 20 a 50 mil habitantes, foram ouvidos quatro membros do Legislativo. Para municípios acima de 50 mil habitantes, foram consultados seis representantes. Em relação aos prefeitos, optou-se por entrevistar todos, sem exceção, no universo de 59 municípios existentes nesta macrorregião. Três, porém, não quiseram responder. Ao todo, foram ouvidos 148 vereadores e 56 prefeitos.
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apresentado por: FOTOS JÉSSICA R. MALLMANN
Qualidade aprovada pelo Inmetro Indufrio se destaca pelo bom atendimento e excelência na composição de refrigeradores JÉSSICA R. MALLMANN
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jessica@jornalahora.inf.br
egurança e melhor conservação de produtos. Essas são algumas das características priorizadas pela Indústria de Refrigeração Indufrio. Com atuação em todo o estado, a empresa oferece equipamentos de refrigeração comercial e empresarial para pequenos e grandes negócios. Atualmente, se destaca pelos projetos sob medida e a qualidade dos serviços, atestada e aprovada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Além de garantir o bom funcionamento dos equipamentos, o selo do Inmetro identifica a conformidade dos produtos e seus processos. “Todas as etapas são controladas, isso significa que há padronização nas mercadorias. Outro ponto positivo é que a matéria-prima
também precisa ser certificada pelo instituto”, explica o diretor, Márcio José Rohr. Outro diferencial da Indufrio está na assistência 24 horas e no horário de atendimento, agendado conforme a disponibilidade do cliente e fora do período comercial. “Eles se adequaram a nossa realidade. Além da disponibilidade, analisamos a qualidade dos aparelhos e isso nos chamou a atenção, pois atendia nossas necessida-
des” conta o auxiliar de escritório do supermercado STR de Lajeado, Márcio Sieben. No STR a Indufrio produziu refrigeradores e expositores para setores como a padaria, açougue, autoatendimento, embutidos e hortifrutis. “É um investimento que impacta diretamente nas vendas, pois agora há maior visibilidade dos produtos. A estrutura possui altura adequada, as mercadorias ficam melhor dispostas e a iluminação valoriza os produtos”, salienta Sieben.
Eles se adequaram a nossa realidade. Além da disponibilidade, analisamos a qualidade dos aparelhos e isso nos chamou a atenção.” Márcio Sieben CLIENTE INDUFRIO
Produtos atestados A Indufrio é responsável pela produção de expositores, balcões de autosserviço, componentes da linha de inox e câmaras-frias. Todos testados, calibrados e aferidos. “Isso proporciona maior segurança ao cliente e evita a queima dos equipamentos, ou mesmo incêndios”, afirma Rohr. Os projetos são feitos sob medida e em perspectiva 3D. Em alguns casos, também há suporte
na parte elétrica e hidráulica, a fim de melhorar o mapa elétrico e evitar problemas futuros com os equipamentos. Hoje, a Indufrio possui 15 funicionários, frota própria e sede localizada na avenida Senador Alberto Pasqualini – 2805, no bairro Universitário em Lajeado. O contato pode ser feito pelo telefone (51) 3748-0357.
Empresa se destaca por projetos sob medida e qualidade dos produtos, atestados pelo Inmetro produzido por estúdio a hora
E vamos com TUDO
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ssim como todos os negócios e setores, a comunicação e a prática jornalística passam por ampla transformação. Por assim ser, inovações e novos jeitos de pensar e entregar conteúdo são imperiosos para se manter atrativo e competitivo. Os canais de imprensa que se pretendem fortes e evoluídos têm a tarefa – e a oportunidade – de serem agentes de transformação. Ter capacidade para promover debates, reflexões e abordar assuntos fundamentais às cidades e aos cidadãos. O Grupo A Hora está embarcado nesta revolução e procura entregar ao público regional materiais informativos capazes de ajudar a transformar e melhorar a vida da sociedade, das
organizações e dos governos. O faz sem condescendências, sem corromper sua independência editorial e sem partidarismo, pilares que sustentam o jornalismo profissional. O anuário TUDO, que chega à sua 9ª edição, é a materialização deste compromisso do A Hora em gerar conteúdo de valor. O TUDO chega em 2019 com número recorde de páginas: 124. A partir da proposta instigante do tema central da publicação, empresas e marcas compreenderam a relevância de integrar a revista e ajudaram a construir este material inédito. Inovar é a palavra de ordem para acompanhar as tendências do mercado e conectar-se com as mudanças de consumo e de comportamento dos indivíduos. TUDO deste ano avançou sobre o as-
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4 O QUE É IMPORTANTE PARA O VALE DO TAQUARI NOVEMBRO/2014
Ferrovia, rodovia, hidrovia e aeródromo: temos tudo, mas aproveitamos quase nada. A localização geográfica estratégica favorece modais de transporte suficientes para acelerar o desenvolvimento e fortalecer nossa economia. Mesmo com a capacidade variada, insistimos em transportar quase totalidade da nossa produção pela BR-386, visto a ineficiência nas demais plataformas.
IGNORADA
INTERDITADO
OCIOSA
Caminhos que levam ao desenvolvimento
SATURADA
sunto justamente pela dimensão do impacto dentro das organizações, sejam públicas ou privadas. Nada se constrói sozinho: o adágio ganha escala na era digital. A tecnologia encurta caminhos, reduz diferenças, democratiza informações e estimula o compartilhamento. Obrigado a
todas as empresas e organizações que acreditaram na proposta do TUDO deste ano e compartilharam seus valores, seus propósitos e suas inovações, usando a revista como uma grande vitrine regional e estadual. TUDO é um desafio que se renova todos os
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anos e sua elaboração é fundamental para o A Hora, empresa determinada em entregar publicações com a essência do jornalismo aos leitores. Uma revista que estimula a discussão e apresenta-se como plataforma de idéias que contribuam para a construção de uma sociedade melhor.
apresentado por:
Tecnologia e segurança no transporte de cargas Tomasi Logística lança aplicativo em 2020, ano em que projeta duplicar o faturamento THIAGO MAURIQUE thiagomaurique@jornalahora.inf.br
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Tomasi Logística aposta na tecnologia para pavimentar o crescimento. A empresa incubou seu setor de inovação no Tecnovates e lança aplicativo próprio em 2020, ano em que projeta duplicar o faturamento. Diretor Comercial, Diego Tomasi afirma que o investimento em tecnologia faz parte da história da empresa. Faz 15 anos que a Tomasi possui sistema de rastreamento dos caminhões e aplica telemetria para garantir a segurança nas estradas. Segundo ele, sempre que um motorista rodar fora do horário permitido, a empresa recebe um alerta e pode corrigir imediatamente qualquer situação. Para o aplicativo, a proposta é oferecer no mercado uma plataforma semelhante ao Uber. “Nosso cliente solicitará a carga via aplicativo e acompanhará tudo pelo celular, desde o carregamento do caminhão, passando pelo trajeto, até a entrega.” Conforme o diretor, será um dos principais diferenciais para a
Diretores Diego, Germano, Edi e Rodrigo Tomasi
continuidade do crescimento nos próximos anos. Diego Tomasi afirma que a veia inovadora da empresa se consolidou a partir da parceria com o Tecnovates. “Nos reunimos toda sexta-feira com os consultores e pessoas do setor, onde pensamos em inovações para a Tomasi.” A empresa é especialista em transporte de cargas completas e possui caminhões com as maiores medidas
Unidades da Tomasi Logística atendem as regiões Sul, Sudeste, Centro Oeste e Nordeste do país
Empresa em família A transportadora completa 30 anos de atuação em 2020. Foi fundada em 1990 por Germano Tomasi, hoje diretor de Frota. Ele foi motorista de caminhão por 25 anos antes de se tornar empreendedor, ao adquirir uma lancheria às margens da BR-386, no trevo de Bom Retiro do Sul. Com a lancheria, Tomasi conseguiu comprar o primeiro caminhão. “Com o tempo fomos crescendo, comprando mais veículos e avançando no mercado”, lembra. Com o crescimento, a esposa Edi, que era professora, também ingressou na
do mercado brasileiro. Também possui um inovador sistema de franquias de caminhões, voltado para caminhoneiros autônomos e pequenos transportadores. A franquia dá acesso aos embarcadores, fornecedores e ao modelo de gestão da Tomasi, ampliando as condições de competitividade dos franqueados. Para assegurar o cumprimento da meta de duplicar o faturamento, a empresa ainda investiu na aquisição de novos veí-
empresa, para cuidar da parte jurídica, financeira e RH. Segundo ela, os filhos Diego e Rodrigo se apaixonaram pela empresa desde a infância e foram naturalmente assumindo funções na organização. Hoje, os dois são diretores da transportadora. A Tomasi agora trabalha para profissionalizar ainda mais a gestão, por meio do treinamento de colaboradores para assumirem cargos de direção. O objetivo é perpetuar a empresa e dar seguimento à trajetória de sucesso e crescimento da organização.
culos e na qualificação da equipe de colaboradores. Conforme Rodrigo Tomasi, diretor de Operações, são mais de 150 caminhões no total, e uma média de 10 a 15 empregos gerados por mês. A empresa possui 11 unidades, em Estrela, Canoas, Caxias do Sul, Passo Fundo, Itajaí (SC), Itapecerica da Serra (SP), Itumbiara (GO), Betim (MG), Feira de Santana (BA), Escada (PE), além do Centro Administrativo em Lajeado. produzido por estúdio a hora