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CADERNO ESPECIAL FEVEREIRO 2025
CADERNO ESPECIAL FEVEREIRO 2025
O volume de resíduos sólidos que chegam ao aterro sanitário de Lajeado passou de 19,9 mil toneladas em 2022 para 34,9 mil t no ano passado. O crescimento de 75,5% é atribuído ao aumento da
população e às enchentes. O reaproveitamento dos recicláveis se mantém entre 3% e 5%. O descarte inadequado contribui para estagnação deste índice.
Página 6
ZOO UCS
Zoológico da UCS abriga 88 exemplares de 49 espécies. São animais silvestres resgatados de cativeiros ilegais e de outras situações pelos órgãos ambientais. Levados ao complexo do Zoo, foram reabilitados, mas não tiveram condições de serem reinseridos na natureza. Aos visitantes, os monitores ensinam que, se não fosse a ação humana, todos aqueles bichos estariam vivendo em seu habitat.
Páginas 12 e 14
Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um índice de 12m² de área de lazer por habitante. Em Lajeado, o número fica um pouco abaixo, 8,73m². Administração vai fazer um diagnóstico para guiar investimentos no setor.
Páginas 4 e 5
EDITORIAL
Oprojeto Educame – Educação Ambiental na Escola entra no seu segundo ano e passa agregar as ações até então desenvolvidas no Viver Cidades, lançado pelo Grupo A Hora em 2022. Monitoramento da qualidade da água de rios arroio, concurso estudantil, publicação de caderno impresso, debates e conteúdo digital vão se somar às ações do Educame.
O material tem o propósito de municiar professores e estudantes com conteúdo especialmente preparado para estes dois públicos.”
Lançado em 2024, o programa publicou e distribuiu às escolas o livro e a cartilha Educame. O material tem o propósito de municiar professores e estudantes com conteúdo especialmente preparado para estes dois públicos. E, desta forma, com utilização dos materiais em sala de aula - e em casa - , contribuir para a criação de uma consciência ambiental em que cada um faz a sua parte e estimula o outro a fazer a dele, e todos são estimulados a serem críticos em relação às questões ambientais.
Entre as novidades para 2025 estão as caravanas nas instituições de ensino, o caderno impresso passa a ser mensal e as ações terão mais dinamismo e participação dos principais atores desde programa: estudantes e professores.
Ampliamos o nosso time de patrocinadores, o que demonstra confiança e validação do trabalho realizado até então e o proposto para este ano.
A primeira edição do ano do Educame trata de temas ligados às áreas urbanas. Lajeado, por exemplo, tem 1 carro de passeio para cada 2,2 habitantes. A frota movida a combustíveis fósseis emite gases de efeito estufa e interfere no clima. A quantidade de resíduos sólidos urbanos aumentou em 75% nos últimos dois anos. São temas que merecem reflexão e ação.
Por outro lado, também trazemos nesta edição iniciativas positivas quanto à reciclagem e também à educação ambiental relacionada à fauna silvestre.
A pretensão de cada linha escrita é despertar um olhar sensível e ao mesmo tempo crítico sobre o meio ambiente, sobre as ações públicas e privadas e de cada cidadão pela preservação.
Boa leitura!
ARTIGO | Luana Hermes
Engenheira ambiental, sócia da Recic Soluções Ambientais, diretora de Responsabilidade Social Corporativa e ação Viva o Taquari-Antas Vivo da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil
Oprograma Viva o Taquari-Antas Vivo iniciou em 2007 nos municípios de Lajeado e Estrela. Uma ação de responsabilidade socioambiental realizada pela Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), por meio da Unidade Parceiros Voluntários (UPV), que através do recolhimento de “lixo” nas margens do Rio Taquari, tem como objetivo sensibilizar e conscientizar a comunidade para a proteção do recurso hídrico e do meio ambiente. Neste dia, a ação tem como processo o recolhimento, separação, classificação, quantificação e a destinação adequada dos resíduos coletados.
Tal ação é desenvolvida em virtude da participação dos setores público e privado, comunidade, organizações e instituições. Para a evolução do programa, além da ação pontual que ocorre anualmente em março, foram
incrementadas atividades permanentes que ocorrem ao longo do ano, com o propósito de ampliar o alcance da mensagem de proteção ao rio e ao meio ambiente. São elas: Seminário Ambiental; Jornada Técnica Ambiental; Mostra Espelhos; Cartilha Ambiental do Rio Taquari e o Viva Lajeado + Verde. Mediante a importância que o programa tem para a preservação do Rio Taquari e a sensibilização socioambiental, diversos municípios aderiram à ação pontual, que além do recolhimento ganhou espaço para oficinas, plantio de mudas, rodas de conversas e educação ambiental. Na edição que ocorreu em 2024, sete municípios organizaram as suas atividades. Em 2025, a 18ª edição do Viva o Taquari-Antas Vivo já tem data marcada, será na manhã do dia 22 de março nos municípios de adesão. Coincidentemente, na mesma data que celebramos o Dia
Em 2025, a 18ª edição do Viva o Taquari-Antas Vivo já tem data marcada, será na manhã do dia 22 de março nos municípios de adesão. Coincidentemente, na mesma data que celebramos o Dia Mundial da Água”
Mundial da Água, trazendo ainda mais relevância para as atividades que serão desenvolvidas, que devem ter como propósito a valorização e o respeito ao meio ambiente natural, a preservação e proteção das margens do Rio Taquari e seus afluentes, a prática do voluntariado e a reflexão dos nossos atos e atitudes ambientais no dia a dia. Portanto, para a continuidade e evolução do programa se faz necessário a participação da comunidade em todas as ações desenvolvidas. É preciso agir agora, podemos fazer a diferença na construção de um meio ambiente mais equilibrado e sustentável.
Praças e parques ocupam menos de 1% do território do município
Acomunidade de Lajeado tem à disposição 49 praças e 13 parques, totalizando uma área equivalente a 118 campos do futebol, o que representa menos de 1% do território do município.
De acordo dados da Secretaria do Planejamento, Urbanismo e Mobilidade (Seplan), são 843.948 m² para uma população estimada em 96.651 habitantes. O índice de 8,73 m² per capita está abaixo dos 12 m², mínimo recomentado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). E muito aquém de Curitiba, considerada cidade verde. Na capital paranaense, os 44 parques e bosques em diversas regiões da cidade resultam em mais de 60 m² de área verde por habitante.
Em Lajeado, dos 28 bairros, conforme informações da Seplan, Imigrante e Floresta não têm praça nem parque. E o Planalto conta apenas com o Parque Natalino Ferreira de Andrade. No levantamento, não estão os espaços institucionais nos loteamentos que podem receber obras de infraestrutura de lazer, nem as chamadas áreas verdes de preservação.
Para o arquiteto, mestre em Planejamento Urbano, Augusto Alves, a quantidade de praças e parques e o tamanho deles por si só não são um problema. Entretanto, considera a distribuição um fator importante.
Alves observa que as pracinhas deveriam ficar próximas das pessoas, para cumprir a função de lazer, de ponto de encontro e de local de passeio sem um trajeto longo de deslocamento. “Uma família com bebê no carrinho ou os idosos, por exemplo, não poderiam andar mais de três quarteirões para poder acessar uma praça. Já temos calçadas ruins.” Neste sentido, destaca, uma praça por bairro
Equipamentos para brincadeiras e à pratica esportiva e locais para descanso à sombra são importantes para atrair os frequentadores
é pouco. Este o caso de 11 bairros, entre eles o Moinhos
D’Água, o Santo Antônio, o Morro 25, o Igreijnha, o Nações e o Centenário. As condições destes locais também influenciam. Equipamentos em boas condições, sombra de árvores e bancos são essenciais.
Conforme a legislação vigente, os loteadores devem destinar ao município 15% da área para equipamentos comunitários, como escolas, postos de saúde, praças e playground. “Ocorre que muitas vezes a área doada é entregue sem equipamentos, sem paisagismo, e a prefeitura não dá conta de fazer”, comenta Alves. O lugar sem tratamento se transforma em um terreno baldio. “É importante que tenha árvores, grama, espaço sem pavimentação, e claro, com equipamentos esportivos, canchas, brinquedos, bancos, caso contrário, as pessoas não conseguem utilizar.”
Cidades que são exemplo
Na opinião do mestre em Planejamento Urbano, Augusto Alves, Lajeado tem bons parques. Embora os principais estejam na área central, estão bem localizados e oferecem diversos atrativos aos frequentadores. Ele destaca o parque linear, com espaços para prática esportiva, o Ney Santos Arruda e o Professor Theobaldo Dick. “O bairro Conventos poderia ter um parque para atender a população daquela região”, sugere.
Augusto Alves, Mestre em Planejamento Urbano
O Educame perguntou ao arquiteto Augusto Alves quais as cidades que ele considera bons exemplos na oferta de ambientes de lazer e convivência.
Fora do Vale: Curitiba Graças à sua política ambiental, Curitiba é considerada cidade verde de qualidade urbanística. O conceito avalia a qualidade de vida nas cidades, considerando aspectos físicos, sociais e ambientais.
No Vale: Colinas Conhecida como Cidade Jardim, tem pequenas praças arborizadas e ajardinadas. Um exemplo é a Praça dos Pássaros, pequena, bem cuidada e acolhedora.
A socialização começa em casa, pelos nossos pares, e passa por ambientes como estes.”
Patricia Heberle, Psicóloga
Frequentar espaços ao ar livre, conversar com as pessoas podem auxiliar na saúde mental. De acordo com a psicóloga Patricia Heberle, praças e parques são ambientes favoráveis à socialização, prática importante do ponto de vista da saúde mental. “A socialização começa em casa, pelos nossos pares, e passa por ambientes como estes.”
No caso das crianças, pracinhas com brinquedos em boas condições, com
estrutura adequada, bancos e sombra estimulam a socialização, observa Patrícia. Os idosos também usufruem destes locais, porque oferecem tranquilidade e ambiente adequado para tomar chimarrão, conversar e caminhar. “Toda socialização passa pelo convívio e esta é uma das questões que a gente nunca vai conseguir substituir. Tecnologia nenhuma substitui o nosso convívio social, a nossa socialização necessita de outras pessoas.”
A mudança estrutural administrativa proposta pela nova gestão do município atribuiu à Secretaria de Serviços Urbanos assegurar a manutenção e a conservação de praças, academias de saúde ao ar livre, jardins, parques e ginásios. Atualmente, Lajeado dispõe de diversos espaços de lazer, incluindo parques, praças e áreas menores destinadas ao convívio da comunidade.
“Um dos objetivos da secretaria é aprimorar e revitalizar esses locais já existentes, uma vez que Lajeado
possui mais de 100 áreas que necessitam de cuidados contínuos e manutenção adequada, destaca a prefeita Gláucia Schumacher. Paralelamente, com base em um diagnóstico detalhado, a Administração planeja desenvolver novos espaços de lazer no futuro. “Essa iniciativa é fundamental diante do crescimento da cidade, pois a criação e a melhoria de áreas de convivência e lazer são essenciais para atender às demandas da população e promover mais qualidade de vida para todos.”
“Esta vibe de natureza acalma as crianças”
Moradora do bairro Conventos, Dioneia Chaves costuma se refugiar do calor no Parque Professor Theobaldo Dick. “Em Conventos, não tem parque com árvores e sombra. Lá tem academias ao ar livre, no sol.” Ela e a filha Mirela, de 1 ano e dois meses, passeavam numa tarde ensolarada - marcava mais de 30 graus – à beira do laguinho do Parque dos Dick. Aguardavam o pai Guto e mana Isabela, 5, que haviam saído para buscar açaí. A família faria um piquenique. “Gosto de vir aqui, sempre tem um ventinho. E esta vibe de natureza acalma as crianças.”
Na mesma tarde, Marilaine de Souza estava com a neta Maria Clarissa, 1 ano e cinco meses, no Parque do Engenho. “Moro aqui perto. Viemos muito aqui e na Praça do Papai Noel.”
Para Marilaine, a sombra das árvores, a grande quantidade de pássaros, a natureza, os bancos para descansar deixam o local muito atrativo para passear com a netinha. “Ela adora os patos”, conta a avó. Outro ponto positivo é a segurança. Segundo ela, com frequência passam os policiais militares de moto.
Um dos objetivos da secretaria é aprimorar e revitalizar esses locais já existentes.
Gláucia Schumacher, Prefeita de Lajeado
Bairros com praças e parques
Bairros que
Aterro sanitário de Lajeado recebeu 34,9 mil toneladas em 2024 contra 19,9 mil t em 2022
Ageração de resíduos sólidos urbanos (RSU) disparou nos últimos dois anos. Conforme levantamento da Secretaria do Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade de Lajeado (Sema), em 2022 entraram no aterro sanitário 19,9 mil toneladas. Em 2023, o volume chegou a 23 mil t, um aumento de 15,57%. No ano de 2024, o volume saltou para 34,9 mil t, um acréscimo de 51,74% relação ao ano anterior e de 75,37% se comparado a 2022.
Entre as razões para esta escalada estão o aumento da população e a geração de resíduos durante as enchentes, acredita o secretário de Meio Ambiente Luís André Benoitt. Conforme o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Lajeado tinha uma população de 93.646 habitantes em 2022. A geração per capita de RSU naquele ano foi de 213 kg/ano. A estimativa de população, segundo o IBGE, em 2024 era de 96.651 habitantes. A geração per capita ficou em 362 kg/ano.
Embora os resíduos da coleta domiciliar sejam triados por integrantes da Cooperativa de Trabalho dos Catadores do Vale do Taquari (Coocavat), apenas entre 3% e 5% são encaminhados à reciclagem, destaca o cooperado Diogo Couto. Isso não significa que todo o resto seja orgânico ou, de fato, rejeito. O problema está nas condições em que os resíduos chegam ao aterro, explica o secretário da Coocavat, Gerson Couto.
Se tivéssemos uma maior adesão em compostagens nas residências e uma melhor separação do material reciclável facilitaria a seleção por parte dos cooperados”
Luís André Benoitt, secretário de Meio Ambiente Dos resíduos coletados, não chega a 5% o volume de material levado à
Além de misturar seco, orgânico e rejeito na mesma sacola, chega muito material que não deveria ser colocado para coleta comum. Com frequência chegam animais mortos, restos de poda e de corte de grama, sacos com fezes de animais, inclusive de cavalos. Em casa, a separação é extremamente necessária. A mistura de materiais inviabiliza a reciclagem. Por outro lado, a coleta seletiva é ínfima. Somado a isso, o recolhimento com caminhão compactador reduz a possibilidade de reaproveitar os resíduos secos.
Luís Benoitt está à frente da secretaria de Meio Ambiente desde 2017. Ele destaca que é um compromisso desta administração pública mudar os moldes de gestão dos resíduos sólidos. “Mas sabemos que sozinhos não vamos conseguir. Precisamos ter sinergia: população, empresas e Executivo. Todos têm que fazer a sua parte e colaborar.”
Não misture recicláveis com orgânicos: sobras de alimentos, cascas de frutas e legumes.
Coloque plásticos, vidros, metais e papéis em sacos separados.
Lave as embalagens do tipo longa vida, latas, garrafas e frascos de vidro e plástico. Seque-os antes de depositar nos coletores.
Papéis devem estar secos. Podem ser dobrados, mas não amassados.
Embrulhe vidros quebrados e outros materiais cortantes em papel grosso (do tipo jornal) ou colocados em uma caixa para evitar acidentes. Garrafas e frascos não devem ser misturados com os vidros planos.
A Administração Municipal pretende investir em melhorias no setor de triagem. A intenção, segundo Benoitt, é melhorar a qualidade de trabalho à cooperativa e possibilitar um percentual maior de separação. “Também será trabalhada a questão de educação/ conscientização dos munícipes, principalmente nas escolas.”
O secretário informa que está previsto um novo edital a fim de alterar a forma de coleta, melhorando sistema e também os horários. “Queremos evitar o conflito de horário entre a coleta do lixo reciclável e a do orgânico/rejeito.”
Ele ainda destaca a importância estimular a compostagem nas residências. “Se tivéssemos uma maior adesão em compostagens nas residências e uma melhor separação do material reciclável, aquilo que seria orgânico não precisaria passar pelo processo de triagem, facilitaria a seleção por parte dos cooperados, porque infelizmente eles não dão conta de todo material atualmente.”
O que não vai para o lixo reciclável?
Papel-carbono, etiqueta adesiva, fita crepe, guardanapos, fotografias, filtro de cigarros, papéis sujos, papéis sanitários, copos de papel. Cabos de panela e tomadas. Clipes, grampos, esponjas de aço, canos. Espelhos, cristais, cerâmicas, porcelana. Pilhas e baterias de celular devem ser devolvidas aos fabricantes ou depositadas em coletores específicos.
Isopor: Ao contrário do que muita gente pensa, o isopor é reciclável. No entanto, esse processo não é economicamente viável. Por isso, é importante usar o isopor de diversas formas e evitar ao máximo o seu desperdício. Quando tiver que jogar fora, coloque na lata de plásticos. Algumas empresas transformam em matéria-prima para blocos de construção civil.
Falta de dados prejudica tomada de decisão para reduzir as emissões e interfere nas medidas de prevenção à saúde
De Norte a Sul do Brasil, a população urbana convive com uma inimiga invisível: a poluição veicular. Não existem informações exatas sobre a quantidade de emissões, porque não há medição. A exceção é a capital paulista. Os altos índices levaram a metrópole a implementar, em 1997, o rodízio de placas. O sistema foi criado para reduzir o tráfego e a poluição, melhorar a mobilidade urbana e estimular o uso do transporte coletivo. O sistema de rodízio já dura 28 anos. Entretanto, as emissões ainda são um problema em São Paulo, assim como nas cidades brasileiras mais populosas.
Resguardadas as proporções, Lajeado, o município mais populoso do Vale do Taquari, não é diferente. Segundo dados do Detran, a cidade tem 42,8 mil carros de passeio, o que representa um para cada 2,2 habitantes. Se somar a estes as motocicletas, as camionetas e os utilitários, são 70,8 mil veículos – um para cada 1,3 habitante. No total –com caminhões, ônibus e outros – são 79,8 mil veículos.
Na conta das emissões é preciso incluir o fluxo de carros, caminhões e ônibus que passam pelas duas rodovias – a BR-386 e a ERS-130 – que cortam o município. E tantos outros que vêm à cidade polo por conta do comércio e da gama de serviços e entretenimento que oferece. Se considerar as principais cidades da região (veja quadro) – Lajeado, Arroio do Meio, Encantado, Estrela, Taquari, Teutônia e Venâncio Aires – são 250,2 mil veículos. “São 250 mil veículos rodando, que causam poluição, porque emitem CO2 por conta da queima da gasolina e do diesel, já que pouco se usa o etanol”, destaca o professor doutor em Engenharia Ambiental e Sanitária, Odorico Konrad. A quantidade de emissões e seus impactos é uma incógnita. “Temos pouca ou quase nada de informações sobre emissões”, completa. De um modo geral, o olhar ao meio ambiente sempre esteve mais focado nos resíduos, na água e nos efluentes. Entretanto, as questões ligadas às emissões atmosféricas nunca tiveram tão forte quanto estão agora. E aí entra o sistema de transporte por conta da dependência dos combustíveis fósseis. Os ônibus e caminhões são os vilões da poluição atmosférica. “Se
A quantidade de emissões veiculares e seus impactos é uma incógnita
não focarmos nos veículos pesados, não conseguiremos fazer a transição da matriz energética que tanto se fala”, alerta o professor. Ele completa: “O biocombustível vai, sim, ser uma resposta para as mudanças climáticas. E vai ser, sim, um grande ganho de saúde pública. As emissões vão parar? Não, mas vão diminuir radicalmente”, aposta.
A transição da matriz energética brasileira passa pelos combustíveis fósseis. Algumas melhorias já ocorreram. O diesel, por exemplo,
Lajeado tem 1 carro de passeio para cada 2,2 habitantes.
Se somar motos e camionetes, a média é de 1 veículo para cada 1,3 habitante.
já tem em sua composição 14% de biodiesel, produzido a partir da soja e do milho. A mistura começou com 2%. A gasolina pode ter em sua composição de 18% a 27,5% de etanol, com origem da cana-de-açúcar –iniciando também com o milho. Assim como os automóveis podem rodar apenas com o etanol, o professor doutor Odorico Konrad destaca que já existe tecnologia, por exemplo, para usar somente o biodiesel, sem mistura com diesel fóssil. Para tanto, o avançar da migração depende de
políticas públicas de fomento e compra da produção, a fim de garantir o ciclo produtivo. “Tem que ter uma cadeia estruturada.” A própria produção agrícola, de cana-de-açúcar, por exemplo, contribui para neutralizar as emissões.
Idade da frota interfere nas emissões
Se por um lado a tecnologia aplicada na fabricação de veículos tem avançado, por outro, há de se considerar a idade da frota em circulação. Há, por exemplo, carros que mantêm o motor desligado quando está parado em sinaleiras ou em engarrafamento. Porém, no RS, ainda circulam 643 mil automóveis fabricados entre 1990 e 1997, período de transição, quando saíam das montadoras modelos carburados e com injeção eletrônica. Atualmente, conforme dados do Detra-RS trafegam 1 milhão de carros com até 10 anos de uso e 1,6 milhão com idade entre 11 e 20 anos de fabricação. Em relação aos caminhões, são 74,4 mil com até 10 anos e 92,8 de 11 a 20 anos. Os ônibus e microônibus somam 10,6 mil e 24 mil, respectivamente.
Saúde pública e mobilidade
Na opinião do professor doutor Odorico Konrad (foto), considerando a quantidade de veículos per capita, Lajeado poderia monitorar as emissões em quatro ou cinco pontos em horários estratégicos a fim de identificar o comportamento em termos de poluição atmosférica. “Seria um levantamento para saúde pública. Poderia cruzar os dados do monitoramento com os da saúde e ver períodos do ano para adotar medidas.” Além disso, embasaria projetos de mobilidade urbana. No entanto, observa: “Não temos como banir os veículos dos centros urbanos se não dermos condições das pessoas chegarem no ambiente urbano”, pontua. Konrad percebe que Lajeado vem fazendo e vai fazer mais obras para melhorar a mobilidade, mas alerta que vai chegar ao ponto de esgotamento. “A saída é retomar as ciclovias,
repensar o transporte coletivo, porque como está não é convidativo, só usa quem não tem outro meio.”
Ele destaca que são fases de transição para evitar as emissões: trocar o combustível, mudar o estilo de transporte. A compensação por meio do plantio de árvores não dará conta se não reduzir as emissões. “Ninguém fica liberado das suas emissões somente plantando árvores.”
- Scooters, bicicletas e patinetes elétricos podem substituir carros para curtas distâncias em áreas urbanas.
- Grilo tuk tuk elétrico. Fabricado em Porto Alegre, roda em São Paulo para transporte de mercadorias. É muito usado no trânsito da Índia.
- Combine os horários de saída e retorno da família para usar um carro só
- Faça rodízio e combine carona com amigos e vizinhos.
- Use bicicleta ou caminhe.
A poluição veicular é uma das principais fontes de gases de efeito estufa e contribui para o aquecimento global. Os gases emitidos pelos veículos, como o dióxido de carbono (CO2), formam uma barreira que impede o calor de escapar para o espaço, aumentando a temperatura média global. Além do CO2, os veículos emitem outras substâncias tóxicas, como monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio, óxidos de enxofre e material particulado, que causam danos à saúde.
- Veículos elétricos ou com tecnologia que garanta baixa emissão.
- Modelos mais novos emitem menos GEE.
- Prefira etanol (combustível de origem renovável) a gasolina combustível fóssil.
Lei federal de outubro passado visa a produção de combustíveis sustentáveis, como o etanol, o biodiesel, o diesel verde, o biometano e o combustível sustentável para aviação. O projeto também prevê a descarbonização e a transição energética no Brasil. A legislação prevê aumento da mistura de etanol na gasolina, de 22% a 27%, podendo chegar a 35%; aumento da mistura de biodiesel no diesel, criação de programas nacionais de diesel verde, biometano e combustível sustentável para aviação. Fomento à descarbonização e à mobilidade sustentável. Investimentos de R$ 260 bilhões até 2037.
O pneumologista Claudio Klein (foto) explica que a exposição à poluiçãopresença de qualquer elemento que altere a composição da atmosfera, seja gases ou partículas – tem efeitos a curto e longo prazos. “Toda a vez que a gente respira algo sujo no ar, como a poeira da casa, de uma lixação, esta poeira vai entrando pelo nariz, passando pelas vias respiratórias e brônquios, para então o ar chegar aos pulmões.” Neste trajeto, o ar vai batendo nas paredes, principalmente do nariz e dos brônquios. O muco presente nestas estruturas tem a propriedade mais densa para que toda a partícula que encoste nele fique grudada. “Este é o modelo natural de filtração, para não deixar que estas partículas adentrem o pulmão.”
Ficando na via aérea, se tiver aumento
de poluentes vai causar uma irritação. “Na via aérea superior, causa espirros e coriza, e na inferior, a tosse de repetição – o que acontece de forma aguda também a quem tem sensibilidade.” São as crises alérgicas de rinite e, em caso de pulmão, bronquite e asma. Os efeitos a longo prazo dependem muito do tipo de poluente. O que está dentro da fumaça emitida pela queima dos combustíveis fósseis é uma irritante no pulmão e pode causar efeitos muito similares ao de uma pessoa que fuma. “Ou seja, bronquite crônica, tosse, expectoração, estreitamento da via respiratória culminando com a falta de ar e lesões irreversíveis que chamamos de enfisema, que também leva à destruição desta área respiratória e, no final, à falta de ar.” Dependendo das partículas, contribui para o aumento do risco de câncer de pulmão. “
Iniciativa da empresa
Girando Sol, de Arroio do Meio, abrange 33 escolas de cinco municípios
Oprojeto Re.ciclo, capitaneado pela empresa Girando Sol, de Arroio do Meio, contabilizou o recolhimento 11,8 toneladas resíduos plásticos recicláveis em 2024. O programa envolveu 33 escolas e impactou 8,6 mil estudantes de Arroio do Meio, Lajeado Cruzeiro do Sul, Santa Clara do Sul e Estrela.
Diante dos resultados, a empresa pretende, neste ano, divulgar e incentivar a adesão de mais escolas da região e agregar novos parceiros para as coletas nas instituições de ensino. “No momento, atendemos apenas as cidades mais próximas a Arroio do Meio. Esperamos que o projeto possa se expandir e beneficiar mais regiões”, afirma a analista ambiental da Girando Sol, a bióloga Patrícia Aguiar.
Os números do ano passado são
Mesmo diante das adversidades, as escolas foram exemplo de resiliência e compromisso com a educação e a sustentabilidade.”
Patrícia Aguiar, Bióloga e analista ambiental da Girando Sol
SOL
Palestras sobre educação ambiental nas escolas é uma das ações
motivos de comemoração às pessoas envolvidas no projeto Re.ciclo. “O ano de 2024 foi especialmente desafiador para a nossa região, marcada pelas enchentes que impactaram tantas comunidades no Rio Grande do Sul.” Patrícia lembra que muitas escolas participantes do projeto e a empresa parceira das coletas, a Lorenzon Plásticos, foram atingidas. “Mesmo diante das adversidades, as
Ano
Escolas
escolas foram exemplo de resiliência e compromisso com a educação e a sustentabilidade. A participação de cada aluno, professor e equipe escolar mostrou que, juntos, podemos transformar dificuldades em aprendizado e conscientização, fortalecendo ainda mais nossa luta por um futuro sustentável.”
Patrícia destaca que as quase 12
Confira entrevista com a analista ambiental da Girando Sol, Patrícia Aguiar, no site grupoahora.net.br, aba Educame
toneladas de resíduos arrecadados em 2024 superaram o ano anterior (veja quadro). “O apoio dos parceiros recicladores foi fundamental para o sucesso destes resultados, que não desistiram mesmo com os desafios dos acessos”, ressalta a bióloga, referindo-se aos danos nas pontes.
O projeto tem cunho ambiental e social. A instalação do ecoponto nas escolas parceiras incentiva os alunos a realizarem o descarte correto de embalagens de plástico. O projeto realiza palestras de educação ambiental e disponibiliza materiais gráficos impressos e digitais para utilização da instituição.
Conforme Patrícia, as empresas recicladoras parceiras coletam os materiais nas escolas. O valor proveniente da venda dos recicláveis é revertido diretamente para as escolas participantes. “Essa receita adicional proporciona recursos financeiros que podem ser aplicados em melhorias internas, beneficiando diretamente os alunos e a comunidade escolar.”
O Re.ciclo disponibiliza de forma gratuita um ecoponto itinerante para atividades pontuais. “Com isso, realizamos a arrecadação de resíduos do evento e encaminhamos para reciclagem.” Patrícia destaca que o valor da venda é revertido para entidade promotora da ação. “Já participamos de vários eventos, como a Festa da Criança The Horse, em parceria com o Interact, bingo beneficente das mulheres, promovido pelo Rotary Club, e a ação Viva o Taquari Antas Vivo. Esse movimento ajuda na conscientização da comunidade.”
A Escola de Ensino Fundamental Guido Arnoldo Lermen tornou-se ponto de referência para descarte correto de embalagens plásticas no bairro Centenário, em Lajeado. Em agosto de 2023, a instituição aderiu ao Re.ciclo, da empresa Girando Sol. Conforme a professora de ciências Tânia Márcia Schena Mallmann, a adesão dos estudantes e comunidade escolar foi acontecendo gradativamente.
“Fizemos uma campanha nas salas de aula, enviamos bilhetes para as famílias, informando sobre os materiais que poderiam ser trazidos para o ecoponto.” Os
professores procuraram reforçar a separação dos recicláveis em casa e na escola. Tânia conta que costuma abordar nas aulas de ciências o cuidado com o ambiente. Por meio de vídeos e outros recursos didáticos, a professora apresenta a realidade de mundo nas questões ambientais: os impactos dos plásticos na vida, com enfoque na vida marinha; os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU; a quantidade de plásticos descartados incorretamente no aterro sanitário de Lajeado; o impacto ds microplásticos; o aquecimento global. “Procuramos
trazer a realidade mundial para dentro das salas de aula, alertando para os cuidados que devemos ter com o ambiente e o nosso papel de cidadão do mundo.”
Os recursos obtidos com a venda dos recicláveis são aplicados de forma a beneficiar todos. “Encapamos um jogo de sofá que fica no saguão da escola, compramos cortinas novas para três salas de aula”, conta Tânia. “É um trabalho que não pode parar, porque esse projeto é maravilhoso e necessário.”
Zoológico da UCS abriga animais silvestres resgatados sem condições de voltar à natureza
“Nosso zoológico não comemora nenhum animal que tenha que ficar fora do seu habitat, mas da oportunidade para que tenham uma segunda chance e boa qualidade de vida. Nós gostaríamos que todos estivessem livres, na natureza. A grande marioria dos 88 animais do nosso plantel têm alguma história de impacto negativo com a espécie humana, seja cativeiro ilegal, caça, atropelamento, maus-tratos.”
A fala do coordenador do Zoológico da Universidade de Caxias do Sul e docente do curso de Medicina Veterinária da UCS, professor Leandro
do Monte Ribas, justifica a importância não só de acolher os animais que não têm como serem reintegrados na natureza, mas de promover a educação ambiental. Atualmente, 49 espécies, em sua maioria nativas da Mata Atlântica, formam o plantel.
De acordo com Ribas, entre as espécies resgatadas pelos órgãos públicos ambientais destacam-se gambás e ouriços, bugio, tucanos, papagaios, veados, graxains e lagartos. “O gato maracajá é um felino que está em vulnerabilidade quanto ao risco de extinção e que também chega com frequência.” Eventualmente, tamanduá, jacaré, cobras, entre outros. Os animais resgatados são provenientes de acidentes, caça ou cativeiro ilegal, contrabando. Há casos de animais atropelados e vítimas de maus-tratos que chegam com
bastante debilidade física, o que dificulta muito a recuperação. “O trabalho da equipe de médicos veterinários e biólogos com suas equipes é muito complexo com animais silvestres, até porque a literatura traz pouca informação médica diante da grande biodiversidade.”
Os maus-tratos se dá muita
Bugio-ruivo é um dos resgatados. Espécie tem status de vulnerabilidade
publicidade nos pets, nos cavalos, conta. “Nos silvestres, são criadores ilegais e aí os maus-tratos já começam ali, na captura. Mesmo que não apresentem danos físicos, o cativeiro causa dano psicológico.”
Nós gostaríamos que todos estivessem livres, na natureza. A grande marioria dos 88 animais do nosso plantel têm alguma história de impacto negativo com a espécie humana, seja cativeiro ilegal, caça, atropelamento, maus-tratos.”
Leandro do Monte Ribas, coordenador do Zoo da UCS
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O coordenador do Zoológico da UCS, Leandro do Monte Ribas, observa que é sempre um desafio muito grande para equipe de profissionais quando chega animal silvestre. “Eu sou apenas o coordenador do Zoo, mas acompanho a complexidade dos atendimentos pela equipe. Precisam ser manejados, eles são selvagens, não entendem que a equipe está fazendo um manejo para o bem deles.” O próprio atendimento, conta, estressa e pode ser um fator de óbito pra eles. Segundo Ribas, é complexa a situação dos animais que chegam ao zoo quando em situação de emergência, machucados, como em casos de atropelamento. Os que chegam de apreensões de cativeiro, de venda ilegal, geralmente não costumam chegar muito debilitados ou machucados. Só com traumas psicológicos, mas necessitam cuidados complexos.”
Entre os casos mais emblemáticos, o professor do curso de Veterinária destaca o de um Jacaré recolhido na serra gaúcha. O réptil chegou
com um projétil – tinha levado um tiro - no crânio.
“Esse animal passou por nosso cuidado, fez raio-x, exames complementares, acompanhamento, teve uma vida um pouco mais prolongada”, lembra Ribas. Meses depois acabou tendo óbito por conta das sequelas deste projétil alojado no crânio.
“É um caso emblemático, porque é um animal grande, foi dado todo o cuidado como se fosse dado para um cachorro, dentro das condições de tecnologia na universidade. Somos muito bem equipados, tanto de recursos materiais quanto de recursos humanos.”
Outro caso marcante, que ganhou grande repercussão da mídia, foi de uma cobra sucuri amarela, de dois metros de comprimento e 8kg, capturada às marges do Rio Uruguai, em São Borja. “O Ibama nos trouxe para fazer uma tomografia computadorizada.”
Ribas é médico veterinário, mas não atende os animais. Trabalha na área administração e na coordenação, mesmo assim, garante: “Tem casos que nos cativam bastante.”
Além da área aberta à visitação, o Zoológico da UCS mantém uma estrutura, sem acesso ao público. Apenas a equipe interna trabalha no local de reabilitação dos animais
e preparação para soltura, quando possível. O processo conta com profissionais das equipes da UCS e autoridades ambientais, sempre em cumprimento à legislação vigente.
Recursos materiais e humanos permitem atendimentos como o da cobra sucuri amarela, que passou por uma tomografia computatorizada
O papel do Zoológico da UCS é conscientizar, principalmente as crianças, que aqueles animais não deveriam estar ali. “É bonito ver, eles se encantam. Observar uma cobra, um tucano, um puma, macacos. Mas os nossos monitores, estudantes de graduação das áreas agrárias e biológicas, têm o desafio de falar os motivos de estarem estão ali e o porquê precisamos mudar isso”, explica Leandro Ribas. Para o professor Ribas, preservar a fauna é muito importante para manutenção dos ecossistemas e tem que ser feita de forma integral. “As crianças enxergam ali o problema e trabalham ali como ter a solução, que é não cometer crimes, que é preservar. As crianças da Educação Infantil, segundo ele, entendem isso muito bem. E depois as professoras trabalham em sala de aula. Com os estudantes do Ensino Fundamental são trabalhamos conteúdos da grade curricular, como a importância dos animais no seu ecossistema. “O bugio, por exemplo, eles estudam no livro, nos slides, e ali eles têm oportunidade de enxergar,
observar o comportamento desse animal, que não é o natural por completo, e ver que precisa preservar a partir de toda a conversa com os monitores.”
Para Ribas, o trabalho mais impactante é a conscientização ambiental
que a equipe consegue desde os pequenos aos maiozinhos.
“É formar um cidadão que tenha consciência ambiental.
A equipe do professor Ribas costuma chamar zoológico de laboratório vivo para o ensino.
“Ele permite uma imersão, uma inserção dentro de uma fatia
Com estudantes do Ensino Fundamental são trabalhados os conteúdos da grade curricular
da Mata Atlântica, da fauna que está ali dentro, porque 90% dos nossos animais são da Mata Atlântica, alguns em risco de extinção.”
O Zoológico da UCS tem uma trajetória de 28 anos. Foi criado em 1997 para acolher animais silvestres recolhidos na região, que até então não tinham para onde ser encaminhados. Somente órgãos públicos credenciados, como Patram, Corpo de Bombeiros e secretarias estadual e municipais de Meio Ambiente, podem acessar o zoo. Estes órgãos atendem à ocorrência e acionam o Zoo UCS. É feita triagem e o acompanhamento clínico. A equipe estabelece se é possível o retorno ao ambiente, se permanecem no zoo ou se são encaminhados para outros locais apropriados. Em 2022, a UCS inaugurou o Instituto Hospitalar Veterinário (IHVET), um dos maiores complexos de saúde animal do Rio Grande do Sul. O centro de referência agregou ao trabalho realizado no zoológico, potencializando diagnósticos e tratamentos e consolidou o Complexo de Saúde Animal da UCS, formado ainda pelo Museu de Ciências Naturais da UCS.