AH - Você | 12 de dezembro de 2015

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FIM DE SEMANA, 12 E 13 DE DEZEMBRO DE 2015 EDIÇÃO Nº 8

Profissões que crescem

em meio à crise Páginas 10 e 11


Eu curto Inspire-se Por que pratica? Sempre gostei de esportes. A canoagem é exercício físico e mental completo. Hoje, pratico canoagem em águas brancas (whitewater kayaking). Ou seja, descidas em corredeiras e quedas, em diversos níveis de dificuldade. Eventualmente, também dou atenção à modalidade freestyle. Consiste em fazer manobras em ondas.

Deivis Remus Profissão: corretor de seguros

ARQUIVO PESSOAL

Canoagem O esporte náutico, praticado com canoa ou caiaque, acompanha Deivis Remus, 38, desde a infância. Residente em Muçum, foi influenciado pelos campeonatos de canoagem do município. Ver as manobras radicais dos atletas chamou atenção. “A adrenalina é o que move.” A família acompanha e estimula. Mas não deixa de ficar apreensiva com corredeiras e quedas mais difíceis. O maior incentivador é o pai, Felix Remus. “É motorista oficial para me levar até os locais das descidas.” Todas as manobras são regis-

QUEM FEZ ESTA EDIÇÃO voce@jornalahora.inf.br

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tradas por Remus em uma câmera go pro, presa ao capacete. Assim, amigos e família podem acompanhar os momentos de adrenalina. Ele também revê as descidas, para aperfeiçoar a técnica e aprender com os erros e acertos. Os lugares mais procurados por Remus para praticar a canoagem são os inexplorados. Neste ano, participou de eventos no Mato Grosso e em Santa Catarina. No RS, promove encontros com canoístas em Muçum, onde descem o Rio Guaporé.

Quanto maior o nível de dificuldade, mais tenho satisfação em descê-los.”

O que proporciona? Gosto de explorar rios e quedas ainda não percorridos. Quanto maior o nível de dificuldade, mais tenho satisfação em descê-los. O contato com a natureza, o encontro com amigos, os lugares conhecidos, a adrenalina ao descer corredeira de nível difícil. A sensação é inexplicável. Como concilia com a rotina? Preciso conciliar o esporte com trabalho e família. Normalmente pratico em fins de semana e feriados. Sempre que consigo, vou após o expediente. O tempo é uma questão de preferência e sempre dá para encaixar em nossa rotina o que amamos fazer. Como iniciou a atividade? Comecei a praticar canoagem aos 13 anos. Na época, Muçum era destaque no esporte. Realizava eventos na modalidade velocidade e slalom (descida com balizas em corredeiras). Acabava influenciando quem assistia. Aconselharia as pessoas a praticar? Claro. Quem quer começar a praticar a canoagem pode contatar com o grupo de amigos remadores no Facebook. O nome é Kanoando Muçum.

Direção Editorial e Coordenação: Fernando Weiss - Produção: Tammy Moraes - Arte: Fábio Costa e Gianini Oliveira Tiragem: 7.000 exemplares. Disponível para verificação junto ao impressor (ZH Editora Jornalística) - Foto de capa: Anderson Lopes

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Cultura

Arte na Praça homenageia

John Lennon ARQUIVO A HORA

Evento de arte, cultura, música e artesanato chega ao segundo ano. Em edição especial, reúne mais de 20 músicos e 60 expositores

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Arte na Praça chega à 15ª edição com tema especial. Em todo segundo domingo do mês, ocorre na Praça João Zart Sobrinho, mais conhecida como Praça do Papai Noel, no bairro Americano, em Lajeado. A primeira edição ocorreu em abril 2014, e nasceu da vontade de promover união de cultura, arte e lazer. A iniciativa veio de grupo de artistas da região. Laura Peixoto, uma das organizadoras, conta que o intuito era trazer para a rua trabalhos feitos dentro de ateliês. “Queríamos espalhar a cultura.” Segundo ela, o evento ganha destaque também pela música. A cada edição, convidam artista para mostrar trilha sonora preferida ou composições próprias. Sempre lembrado nos repertórios, John Lennon é homenageado no Arte na Praça deste mês. A ideia surgiu do aniversário de sua morte, há 35 anos. “Ele

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Agenda de eventos 12/12 Orquestra no Natal Local: Centro Cultural Univates Integrando a programação do Natal da Univates, a Orquestra Jovem do Sesi realiza apresentação neste sábado, às 20h30min. A programação é gratuita e aberta à comunidade. Há pontos de coleta de alimentos, fraldas geriátricas e roupas de cama, que serão doados a entidades da região.

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era polêmico pelas atitudes, politizado nas músicas e defensor da natureza quando ninguém falava sobre isso.” As canções ainda se mostram atuais, e têm o poder de tocar fundo nas emoções, opina Laura. Para esta edição, o evento se uniu ao Sesc, Msommer Produções, CDL, Univates FM e governo municipal. Em caso de chuva, o evento será transferido com expositores e bandas ao Pavilhão 4 do Parque do Imigrante. Ocorre das 10h às 22h e tem mais de 60 expositores confirmados. Também haverá praça de alimentação, diz Laura. A coleta de

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Atrações musicais Ana Carolina e Cezar Gregory, André Mancio, Augusto Darde, Cristiana Pretto, Conrado Vier, Die Klassiker Band, Eder Vianna e Banda Nafta, Jeronimo e Cassia Schul, Jó Balensiefer e Tzarevna, Lucas Brolese e Coral Vocalise, Marco Guimarães, Nelo Johann, Banda Alpha, Banda Apple, Banda De Loren, Banda Franchicos, Banda Liverpool, Banda Rock 60, Banda The Wall e Bico Fino Brothers Band.

eletrônicos fica por conta da Moraes Maia. O Coletivo Fio promove brincadeira sobre o azar do dia 13, chamada de “desvodoo”. A Balas Florestal distribui pirulitos e balas para as crianças. O cortejo do

Papai Noel da CDL também marca presença. O momento integra todos os públicos. Para Laura, a vontade dos expositores é parte importante para manter o evento.

Dança em foco Local: Centro Cultural Univates A Escola de Dança Alessandra Espíndola promove o espetáculo de final de ano, La Fille Mal Gardée, às 20h. Os ingressos estão sendo vendidos antecipadamente e podem ser adquiridos no dia do evento.

25/12 Show Local: Clube dos Quinze A banda Barbarella realiza show especial em Lajeado, às 22h. A turnê de Natal já passou por o Imbé, Sobradinho, Pouso Novo e Arroio do Meio.


Encanto na

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DIVULGAÇÃO

decoração natalina

Cuia Porongo

Guirland a de Natal

Enfeite árvore

Enfeite P apai Noel Ma bruk

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atal é época cheia de encantos. Para a magia contagiar também a casa, nada como uma decoração completa. Além da árvore, outros símbolos natalinos podem ser usados. A dica é: aposte na harmonia entre os enfeites. Assim, o décor não fica exagerado. O Papai Noel é uma das imagens mais lembradas. Ele aparece em diversos tamanhos e formas, e pode ser colocado no chão, apoiado em móveis, sentado ou pendurado. Vale usar a imaginação.

Arranjo de Natal

Produtos da Brincasa

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DIVULGAÇÃO

Na cozinha

Receita Acompanhamento de Natal Ingredientes – 1 xícara de uva-passa sem semente – 3 colheres de azeite – 2 dentes de alho amassados (1/2 colher de sopa de alho em conserva) – 1 cebola média picada – 2 xícaras de arroz – 4 xícaras de água fervente – 2 xícaras de tomate picado – 1 xícara de champagne – Sal a gosto – 1 xícara de damascos – 1 cenoura sem casca ralada

Mais um Natal com uva-passa

Modo de preparo Para hidratar a uva-passa, deixe na água fervente durante 10 minutos. Faça o mesmo com o damasco. Em uma panela, despeje um pouco de azeite, coloque a cebola, o alho, a uva-passa, o arroz e o tomate. Refogue durante três minutos. Em seguida, acrescente a água e o champagne e deixe cozinhar. Coloque o arroz em um recipiente e acrescente a cenoura e o damasco. Mexa bem e sirva.

O ingrediente atua como coadjuvante no sabor e apresentação dos pratos. Usá-lo na ceia é tradição europeia

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uva-passa, comum na ceia natalina, é alvo de comentários nas redes sociais. Protestos bem-humorados exigem sua retirada dos pratos, tanto doces quanto salgados. À primeira vista, pode ser desagradável por causa da aparência escura, enrugada e seca. Mas traz benefícios à saúde. A uva-passa é rica em fibras, muito usada para o trato gastrointestinal. É

fonte de cálcio, potássio, magnésio, ferro e substâncias chamadas fitonutrientes polifenólicos, que têm propriedades antioxidantes e ajudam a combater os radicais livres. Seu uso nas receitas natalinas é tradição dos europeus, porque neste período o hemisfério norte vive o inverno e a oferta de frutas frescas é reduzida. Segundo Junior Rabaioli, chef do Restaurante Planeta Terra e professor de Gastro-

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nomia da Univates, o ingrediente pode estar presente em qualquer tipo de preparação. Algumas culturas, como os descendentes de alemães do Vale do Taquari, são mais adeptas à mistura de uva-passa em pratos doces e salgados, diz. Ela atua como “coadjuvantes” no sabor, textura e apresentação dos pratos. Arroz, farofas, saladas, recheios, pães, bolos e sobremesas. Tudo combina

com o ingrediente. Por isso, é preciso ponderar em qual receita ela dá mais resultado. “O potencial pode ser explorado.” Reidratá-la antes de usar é uma dica. Basta colocá-las de molho por poucos minutos em água, vinho ou espumante.

Na história A uva é uma das frutas mais antigas do mundo. Por muito tempo, foi cultivada principalmente para a pro-

dução de vinho. Com o tempo, outras aplicações foram descobertas. Uma delas é em forma de uva- passa. Acredita-se que a “invenção” aconteceu ao acaso, com os frutos da videira caindo e secando. Os persas teriam sido os responsáveis pelo surgimento da uva-passa. Foram os primeiros a colocar uvas para secar ao sol, para garantir a provisão do produto durante a entressafra.


Viver

Coluna

Terapia floral trabalha positividade ANDERSON LOPES

Como forma simples e natural de tratamento, restabelece harmonia e equilíbrio e tem poder de recuperar sintomas físicos

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terapia com florais é utilizada faz mais de 70 anos na Europa. Foi reconhecida oficialmente pela Organização Mundial de Saúde em 1974. Assim como outras formas de medicina natural, exerce efeito ao tratar o indivíduo, não a doença e seus sintomas. Atua especificamente no estado emocional. Segundo a terapeuta floral da Personallis, Marissônia Kieling, o efeito de tomar os florais não suprime atitudes negativas, mas as transforma em ações positivas. Isso estimula o potencial de autocura e “liberta” o organismo. “Permite ocupar-se plenamente da luta contra a doença e o estresse.” Os florais são preparados a partir de substâncias extraídas das flores e utilizados nos distúrbios decorrentes do estado mental. Não têm efeitos colaterais e nem interferem nos outros tratamentos. “Os efeitos benéficos são percebidos aos poucos.” Não é necessário

estar fisicamente doente para se beneficiar dos florais, diz Marissônia. Em fases negativas da vida, são valiosos para repor equilíbrio antes de surgirem os sintomas físicos. Entre os florais mais popu-

lares, estão os de Bach, Minas, Californianos, Australianos, Brasileiros, Aurea Luz e os Alquímicos. Para descobrir o ideal para cada pessoa, o terapeuta realiza prescrição de fórmula, diz Marissônia.

Algumas composições de florais Rescue Remedy – É a fórmula da emergência. Rompe cadeia viciosa de maus hábitos e pensamentos. É útil em choques emocionais, acalma, tranquiliza e atenua o sofrimento de qualquer origem. Fórmula do Aprendizado – Favorece o aprendizado em geral, aumenta o poder de concentração, memorização e síntese. É indicado para crianças desatentas, estudantes e para quem precisa guardar muitas informações. Fórmula do Exame – Auxilia a enfrentar exames escolares, provas e avaliações de qualquer natureza. Ameniza a tensão e o nervosismo. Fórmula para TPM – Composição de flores utilizada no alívio das tensões pré-menstruais.

A face cinza da saúde

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s profissionais da saúde pública, desestimulados, carregam sentimentos de impotência e frustração. Filas de doentes aumentam. Hospitais usam da Justiça para receber repasses financeiros em atraso. Os valores habitualmente estão atrasados e inferiores aos estabelecidos. Há sucateamento dos hospitais públicos e fechamento de leitos. Honorários médicos totalmente defasados e sem perspectivas de reajuste. Postos de saúde com número insuficiente de médicos e outros profissionais da área para atender adequadamente a população. Gestores não preparados, em todos os níveis, ocupando cargos de forma política, planejando e conduzindo estratégias de saúde pública complexas mesmo para profissionais altamente especializados. Embora o receituário agronômico, fazemos parte do grupo de países que mais utiliza agrotóxicos e de forma indiscriminada. O aumento do câncer em todos os órgãos, de diabetes, obesidade, de alterações do colesterol, das doenças degenerativas e autoimunes indicam que nossa alimentação, bem como nosso ambiente, não é saudável. Políticas do governo federal, como a do Mais Médicos, com pouca ou nenhuma transparência, e o aumento desenfreado do número de escolas médicas, ambos de caráter nitidamente político, sem considerar critérios técnicos reconhecidos mundialmente, o programa Mais Especialistas, sem tampouco considerar a formação qualificada dos profissionais, são, no mínimo, condutas questionáveis e que põem em risco a cidadania. A dimensão real desse problema, considerado em seus vários aspectos, assume sua importância verdadeira, quando consideramos que 75% da população brasileira (150 milhões de pessoas) depende totalmente do sistema público para a promoção da saúde, diagnósticos e tratamento das doenças. Com o caos progressivo que estamos observando se estabelecer, podemos concluir que estamos criando a tempestade perfeita. Basta, apenas, surgir uma epidemia qualquer.

Nédio Castoldi oftalmologista

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Sociedade FOTOS TAMMY MORAES

FOTOS EDSON GOMES PHOTOGRAPHER

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Nova Todeschini Lajeado Juares e Silvana Camini Giovanaz abriram as portas da Todeschini Lajeado na terça-feira à noite (foto 1). Recepcionaram arquitetos, amigos, clientes e funcionários. O casal gerencia lojas de móveis projetados da marca em Santa Cruz do Sul e Encantado. O trabalho em Lajeado começou em agosto. A instalação de uma loja às margens da BR-386, no Garden Open Mall, completa o eixo de atuação da Todeschini nos vales, que começa na encosta da Serra e termina em Encruzilhada do Sul. O foco da loja em Lajeado segue o padrão de qualidade das duas unidades já existentes. Convidados prestigiaram o evento.

Voluntariado reconhecido Francisco e Sônia Drebes, casal presidente do Lions Lajeado Florestal, esteve no Prêmio Lions (foto 1). O objetivo era reconhecer e homenagear pessoas da comunidade que se destacam em trabalhos voluntários. Paulo Roberto e Roseli Junqueira, casal presidente do Lions Lajeado Centro, também esteve presente (foto 2). A família Valter, Lucy e Caroline Lima Silva, secretária do Lions Lajeado Centro, prestigiou o evento (foto 3, da esq. para a dir.).

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Happy hour beneficente Raquel Reali, proprietária da Capital Verde Consultoria e Capacitação Empresarial, organizou um happy hour beneficiente no pub All In nesta semana. A proposta foi reunir amigos e clientes para celebrar o ano de 2015. Ao mesmo tempo, proporcionar um Natal mais alegre para crianças carentes. Na foto, Raquel (dir.) com a também consultora e colega Fabiana Corbellini.

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FOTOS FERNANDA TAVARES

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Sofisticação na cozinha A empresária Daisi Kunzler e equipe receberam convidados em evento nesta semana na Magna Tramontina. A noite foi dedicada ao lançamento de produtos da linha de eletros. O coordenador de vendas da Tramontina, Mauricio Pertili, apresentou os detalhes ao lado da gerente da loja, Marilu Zagonel, de Deise e do representante comercial João Frölich (foto 1, da esq. para a dir.). Para abrilhantar a noite, os presentes apreciaram dicas de gastronomia com o chef Arthur Nesello. As amigas Thaís Lohmann, Maria Furtado e Julia Schwertner também prestigiaram as novidades (foto 2, da esq. para a dir.).

FOTOS TAMMY MORAES

Entre amigos O casal Nilvo e Rosane Radaelli (foto 1) participou, no sábado à noite, do requintado jantar de posse das novas diretorias do Sincovat e Aescon. Quem também aproveitou o evento foi Letícia Imperatori e Jeferson Krohn (foto 2). O casal Geane Godoi e Ramon Dörr marcou presença (foto 3). Maria e Rildo Finn também prestigiaram. (foto 4).

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ANDERSON LOPES

Comportamento

Oportunidades em

tempo de crise Conheça a história de quem consegue se beneficiar da crise econômica ao consertar e transformar objetos antigos

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momento de crise financeira afeta o comércio do país. Mas há quem veja o movimento da empresa crescer em épocas assim. São os que se propõem a consertar itens. Roupas, sapatos, eletrodomésticos e eletrônicos. Para a clientela, vale tudo para não encarar o preço de um objeto novo. É o caso de Dulce Hamann, costureira de Lajeado. O carro-chefe da empresa é conserto e a customização. A demanda é tanta que ela, acostumada a trabalhar sozinha, precisou contratar uma ajudante. “A crise acaba sendo boa para algumas pessoas”, pondera. Depois de passada a crise, o intuito é manter o movimento, comenta. Segundo a economista da Agenda 2020, Manuela Lopes, a renda das famílias diminuiu, e com isso, a propensão ao consumo. As pessoas também estão buscando consumir melhor, afirma. Na impossibilidade de adquirir produto de qualidade, restauram o antigo por custo inferior ao de um novo. Além das duas lojas de roupa atendidas por Dulce, a procura dos clientes particulares deu um salto e o retorno financeiro aumentou. “Vai desde reparar detalhes até transformar peças completamente.” Para ela, o momento propiciou às pessoas se darem conta da existência de alguém para recuperar e modificar suas peças. Dulce recebe muitos clientes com sacolas cheias de roupas, destinadas à doação. “Por conta das circunstâncias, eles acabaram mudando o pensamento.” Mas as ideias das transformações são todas dadas pela costureira. Antes mesmo da peça ficar pronta, é possível perceber o espanto com o resultado. “Os clientes ficam encantados com as possibilidades de modificar as peças.”

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TAMMY MORAES

Beleza em primeiro lugar O fenômeno Índice Batom foi percebido pelo americano Leonard Lauder em 2001. Trata do aumento do lucro da indústria da beleza em momentos de crise. O presidente da marca Estée Lauder percebeu crescimento nas vendas quando os Estados Unidos tiveram baixa atividade econômica depois da queda das Torres Gêmeas. Segundo Joice Luiza da Silva, consultora do Boticário, a maquiagem tem venda garantida. Alguns produtos são excepcionais. O último exemplo foi o batom roxo.

Chegou a faltar nas lojas. A linha de base, pó e rímel é vendida constantemente e ainda tem alta nesta época do ano. Os maridos costumam comprar quites para presentear as mulheres no Natal. Toda estação recebe coleção nova de cores de maquiagem. Então, além dos produtos habituais, ainda se consomem os lançamentos. A venda de cosméticos no fim do ano é crescimento certo. Mas os presentes mudaram de dois anos para cá, conta Joice. O público agora busca presente específico ao invés de vários.

A economista da Agenda 2020, Manuela Lopes, fala sobre o consumo em tempos de crise e as vantagens do e-commerce. A Hora – No atual cenário econômico do país, as pessoas se mostram mais conscientes ou a inadimplência disparou? Manuela Lopes – Nos últimos dez anos, o brasileiro nunca esteve tão endividado. Vale lembrar que tentando estimular a economia via ampliação do consumo, a população foi incentivada a consumir. Agora, muitos estão endividados e na iminência de perder o emprego. De uma forma geral, o impacto mais expressivo na renda das famílias é o desemprego. É o ponto mais relevante para o aumento da inadimplência. Com essa conjunção de fatores, é evidente que o consumo e o investimento

sofrerão reduções e influenciarão tanto a renda do trabalhador como os níveis gerais de emprego na economia. As vendas pela internet conseguem reduzir custos aos comerciantes? Manuela – Os preços praticados nas vendas pela internet, na maioria das vezes, são mais baixos. Isso porque os comerciantes não contam com o custo da estrutura física da loja. A visibilidade é muito maior. O cliente faz suas opções como forma de pagamento e de entrega da mercadoria pelo site. Como geralmente esses serviços são terceirizados, haverá redução dos custos para o comerciante.

De volta aos modelos antigos Mari Heineck, proprietária da Eletrônica Tende, em Lajeado, percebeu visível queda nas vendas. “A saída de produtos novos diminui muito em comparação aos anos anteriores.” Os motivos são vários. Segundo ela, o preço aumentou e o lucro diminuiu. Mas a demanda de conserto de eletrônicos e eletrodomésticos cresceu exponencialmente, além de ser constante o ano inteiro. Segundo Mari, ao invés de comprar um produto novo, as pessoas preferem mandar consertar os que têm. Maior exemplo disso são os televisores antigos, que saíram de linha e não são mais comercializados. O conserto dos modernos custa caro. “Entre um e outro, vence o mais barato para o cliente.” Nesse cenário, comprar uma televisão nova nem pensar. Apesar de terem saído de fabricação há cerca de cinco anos, muitos ainda têm os modelos antigos em casa. “Recebi televisor até de 20 anos.” Para Mari, a vida útil desse

tipo é maior se comparada ao moderno. Antes, os clientes custavam a aceitar o valor e ainda pechinchavam e hoje aprovam sem titubear, conta a empresária. “Eles aceitam, pois já pesquisaram o valor de um produto novo e viram o preço elevado.” Para a economista Manuela, 2016 ainda será um ano difícil, com chances de ser pior que 2015. Isso porque as empresas seguirão reduzindo custos e não investindo por conta de vários fatores, entre eles, o desaquecimento do mercado, taxas de juros altas e o cenário de incerteza. A taxa de desemprego permanecerá alta, a qualidade do emprego cairá e a atividade econômica continuará lenta, prevê Manuela. Quem tem dinheiro em caixa, com liquidez, poderá fazer ótimos negócios. “Em momentos de crise, surgem boas oportunidades de compra abaixo do valor.” Quem estiver endividado deve se concentrar em quitar dívidas, diz.

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Linha reta

Natal em madeira Materiais inusitados viram itens de decoração nas mãos da artesã Karine Portz. Entre eles, retalhos de palete, lâmpadas queimadas e garrafas recicladas FOTOS ANDERSON LOPES

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esta época, sempre há quem busque um diferencial na hora de decorar. Pensando nisso, a artesã Karine Portz, de Lajeado, cria peças pelo processo de upcycling. Ela transforma resíduos e produtos descartáveis em materiais de maior valor, uso e qualidade. A maioria das criações utilizou materiais do ateliê, como retalhos de madeira remanescente dos móveis que faz. O número de encomendas é grande, e começa antecipadamente. A maioria das pessoas viaja, por isso, escolhe as peças com antecedência. Os itens de decoração são feitos por Karine durante o ano inteiro. São os detalhes natalinos que fazem a diferença. Por isso, podem permanecer na decoração até depois de dezembro. De todo o material utilizado para produzir as peças, Karine só comprou fitas e detalhes. “Dá para fazer sem gastar muito.” Ela pintou de amarelo, vermelho e verde os retalhos de palete. Depois, lixou para ficar com textura agradável. Os detalhes da madeira são preservados, atenta ela. “As imperfeições deixam as peças únicas.”

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As garrafas de cerveja são recicladas. Para usá-las na decoração em outras épocas, é preciso atentar às cores. A textura aveludada vem de um pó usado por manicures. Se utilizasse tecido ou papel, a repartição apareceria na garrafa, diz Karine, atenta aos detalhes. As bolas natalinas foram feitas com lâmpadas incandescentes, cola e purpurina. Se deixadas dentro de uma caixa, aparece somente a parte redonda. O pinheiro natural em tamanho médio não faltou na decoração. O vaso foi revestido com papel pardo e pano de chão de cor amarronzada. O garrafão com pisca-pisca é um dos itens mais

procurados, diz Karine. Peça simples, o esverdeado do vidro dá tom único a ambientes sem muita iluminação. O upcycling reduz o preço final dos produtos. Quanto menos se gasta, menos se cobra, diz Karine. São peças diferenciadas e ainda com preço acessível.

São os detalhes natalinos que fazem a diferença.” Karine Portz Artesã



Moda FOTOS FERNANDO WEISS

Forquetinha recebe desfile fashion Evento organizado pela Acif, com o apoio do Executivo, integra programação de Natal do município. Comunidade apoiou iniciativa

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população de Forquetinha ficou por dentro das maiores tendências de moda da região no fim de semana passado. O desfile foi organizado pela Associação Comercial, Industrial e Serviços de Forquetinha (Acif) a convite do governo municipal e integra a programação de Natal da cidade. As indústrias participantes foram Mepase, Duallin, Vangaier, Both e Zanella. Segundo Patrícia da Silva, auxiliar administrativa da Mepase, a participação da empresa é forma de integração com a comunidade. É oportunidade de as pessoas que confeccionam as roupas visualizarem o resultado. É também uma forma de mostrar aos visitantes a potencialidade do município. Durante o desfile, a Mepase apresentou sua gama de produtos. Masculino, feminino, infantil e plus size receberam destaque. Não foi

esperado resultado financeiro do evento, conta Patrícia, pois a empresa não vende direto ao consumidor. “Mesmo assim, o resultado repercute positivamente.” A Mepase é empresa familiar fundada em 1986. No início, fabricava apenas camisas. Hoje produz camisas, camisetas, calças, bermudas, cuecas e casacos. Também tem linha de uniformes empresariais. As marcas são Mepase, Roony e Non-Stop. Tudo é produzido dentro da empresa. “Nada é terceirizado, para manter o padrão de qualidade.” Para a Roony (marca de uniformes), a empresa investe em modelos e tecidos. Trabalha com tecidos tecnológicos com proteção UVA (proteção solar), antichamas e antibacterianos. Segundo Patrícia, a uniformização das empresas, além de melhorar na apresentação, pode ser funcional de acordo com cada profissão.

Tendência de moda praia A Duallin também mostrou novidades na passarela. A moda praia foi o foco. Segundo Aline Arend, proprietária da empresa, o evento foi bem aceito pela comunidade. “A plateia estava cheia, e todos acharam a iniciativa interessante.” O evento saiu sem custos para as empresas, com os modelos todos voluntários. “Ainda agregou na programação de natal.”

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Junto da mãe, Nair, ela fundou a Duallin em 1998. As peças são desenvolvidas pelas duas, e produzidas em uma fábrica, com mais de dez funcionários. A venda não é direta ao consumidor, e sim à lojas. “Estamos em todo o estado, e em uma parte de Santa Catarina.” Além dos biquínis, fazem também moda íntima, pijamas e vestuário.


Moda

Sueka oferece estilo de vida Preocupação ambiental, comércio justo e mão de obra correta são preocupações de nova marca de roupas lançada na região FOTOS FAGNER DAMASCENO

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marca Sueka foi lançada nesta semana em Lajeado. Seu intuito é ir além da vestimenta, para oferecer um estilo de vida. A proposta é agradar os outsiders, pessoas não pertencentes a grupos específicos. Elas têm próprios valores, ideais, não seguem a maioria e pensam fora da caixa. É assim que se sentem os criadores Tainá Gross e Rodrigo Kronbauer. “Temos gostos específicos, e notamos existir outros outsiders por aí”, diz ela. A ideia foi unir as crenças com a marca. Sentiam falta de roupas diferenciadas no mercado, com preço acessível e produção ecologicamente correta. A proposta alcan-

ça pessoas cansadas do fastfashion, preocupadas com o ambiente, com causas sociais

e que têm estilo. Ambos gostam de moda. Tainá é formada em Design de Moda pela Univates, e Rodrigo tem experiência com calçados. “Percebemos uma brecha no mercado.” Muitas marcas têm proposta vazia, opinam. “Como se não tivessem nada a oferecer além de produtos.” Mas para eles o cenário muda com o tempo. A Sueka trabalha com princípios, como slowfashion, fairtrade (comércio justo), upcycling (reaproveitamento de tecidos que seriam descartados) e exclusividade. Primeiro, buscam rede de fornecedores com o mesmo sistema de comércio justo e que

trabalham com mão de obra de forma correta. Depois, os ilustradores contratados criam as estampas. Para cada peça, existe número limitado. Cada uma tem detalhe interno exclusivo, feito com tecido que seria descartado. Não há camisa ou camiseta iguais. O slowfashion está presente no número de coleções anuais. A proposta é trabalhar com coleções bem definidas e não produtos novos a cada semana. Tainá ressalta que na marca não há estampa feminina ou masculina. A modelagem varia, mas a roupa não tem rótulos. “Você usa o que quiser.” FIM DE SEMANA, 12 E 13 DE DEZEMBRO DE 2015

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