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Copom mantém juros básicos da economia em 13,75% ao ano
O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano. A decisão divulgada após reunião foi unânime.
“O ambiente externo se mantém adverso. Os episódios envolvendo bancos no exterior têm elevado a incerteza, mas com contágio limitado sobre as condições financeiras até o momento, requerendo contínuo mo-
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nitoramento. Em paralelo, os bancos centrais das principais economias seguem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente em que a inflação se mostra resiliente”, destaca o comunicado divulgado pelo Banco Central (BC). O documento também afirma que, em relação ao cenário doméstico, “o conjunto dos indi- cadores mais recentes de atividade econômica segue corroborando o cenário de desaceleração esperado pelo Copom, ainda que exibindo maior resiliência no mercado de trabalho”. “A inflação ao consumidor, assim como suas diversas medidas de inflação subjacente, segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação. As expectativas de inflação para
2023 e 2024 apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se marginalmente e encontram-se em torno de 6,1% e 4,2%, respectivamente”, acrescenta o comunicado.
A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Essa foi a sexta vez seguida em que o BC não mexeu na taxa, que permanece nesse nível desde agosto do ano passa- do. Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica, iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
Endividamento atinge 78,3% das famílias brasileiras, diz CNC
A parcela de famílias brasileiras com dívidas (em atraso ou não) chegou a 78,3% em abril deste ano. A taxa é a mesma observada no mês anterior, mas está acima dos 77,7% de abril de 2022.
Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Ser- viços e Turismo (CNC). A previsão é que o percentual de 78,3% se mantenha nos próximos dois meses e suba para 78,4% em julho, segundo a CNC. A pesquisa indica que a parcela de inadimplentes – aqueles que têm contas ou dívidas em atraso –, chegou a 29,1% das famílias do país, abaixo dos 29,4% de março, mas acima dos 28,6% de abril de 2022. O aumento ocorreu principalmente na classe média.
Do total de consumidores endividados, 86,8% têm dívidas no cartão de crédito e 9% com crédito pessoal. O uso dessa modalidade de crédito é o maior em um ano, enquanto o do crédito pessoal supera os últimos seis meses, de acordo com a CNC.
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Para os bancões (quatro maiores bancos atuantes no Brasil), o ano de 2022 até foi positivo, com números altos na linha dos lucros. Ao longo dos quatro trimestres, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander Brasil faturaram juntos cerca de R$ 96,2 bilhões, um aumento de 6,3% em relação a 2021. No entanto, boa parte do desempenho foi comprometida pelos altos números de inadimplência em meio aos juros altos.
Segundo o analista da Estoa, plataforma focada em investimentos e em pesquisas multi-setoriais, Diogo da Silva, ainda que os bancos continuem a registrar lucros bilionários, o desempenho será impactado no longo prazo. “A tendência da inadimplência alta com o passar do tempo é fazer com que a receita dos bancos diminua, tendo em vista que a principal fonte de renda deles provém dos juros recebidos dos empréstimos”, afirma.
No entanto, o início do ano trouxe um componente a mais para refletir nos números dos grandes bancos. A inesperada recuperação judicial da Americanas em janeiro já fez com que uma série de providências fossem tomadas pelos bancos para se protegerem de um possível calote, mas isso ainda pode trazer efeitos neste primeiro trimestre. Para Da Silva, os efeitos que a crise da Americanas terá nos grandes bancos nesses primeiros três meses de 2023 dependerão muito da exposição deles à varejista. “Os bancos que possuíam um valor maior emprestado à Americanas tendem a ser mais afetados do que os demais.
Ainda assim, os impactos não seriam imediatos já que as dívidas ainda estão valendo”, declara.
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