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“As pessoas que aqui vivem são, sem dúvida, o maior patrimônio que temos”

Para o presidente da Câmara de João Monlevade, vereador Fernando Linhares (União), o cidadão monlevadense é o maior patrimônio do município. Por isso, a Câmara tem pautado projetos importantes para melhorar a vida das pessoas, além de acompanhar de perto as demandas e os anseios

Na sua visão, como João Monlevade chega aos 59 anos?

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O município é jovem e chega aos 59 anos em um patamar significativo em relação às oportunidades de negócios e crescimento econômico. Com a presença de um setor industrial e um comércio forte, a cidade tem um potencial promissor para atrair cada vez mais investimentos e gerar empregos, o que contribui para a melhoria da qualidade de vida da população.

Apesar disso, é importante reconhecer que ainda existem desafios a serem enfrentados, como a necessidade de melhorias no trânsito, por exemplo. No entanto, esses problemas não são exclusividade de João Monlevade e afetam diversas cidades no país.

Como presidente da Câmara, o que você espera para a cidade no futuro?

Espero que João Monlevade continue avançando cada vez mais em todas as áreas, desde a saúde e educação, até o desenvolvimento econômico e turístico. Temos um potencial de crescimento enorme e vejo que a atual administração tem trabalhado para fomentar todos os setores.

Além disso, como pai de dois filhos pequenos, tenho uma preocupação especial com as gerações futuras e espero que João Monlevade esteja ainda mais preparada e segura para que eles possam desfrutar de uma cidade com oportunidades e qualidade de vida. Para alcançar esse objetivo, é preciso trabalhar em conjunto com a comunidade, os empresários e as institui- da população. O vereador ainda a firma que a cidade tem potencial promissor, embora tenha desafios a serem enfrentados, como outros municípios brasileiros. Otimista, ele diz que o município avança em diversas áreas. Con fira: ções locais para construir uma cidade cada vez mais próspera e sustentável.

O que a Câmara tem feito para tornar a vida dos cidadãos melhor?

A Câmara Municipal, com o apoio de todos os vereadores, tem trabalhado arduamente para tornar a vida dos cidadãos melhor. Sempre são pautados e aprovados nesta Casa, importantes projetos que beneficiam a cidade. Além disso, temos acompanhado de perto as demandas e os anseios da população e buscado, junto ao Executivo, soluções para os problemas.

Para você, quais são os maiores desa fios e demandas do município?

Talvez um dos maiores problemas atuais, não só de Monlevade, mas de quase todas as cidades do país, seja em relação ao trânsito. Nossa cidade tem crescido e é preciso buscar alternativas imediatas para minimizar o problema. Além disso, temos que trabalhar e garantir que nossa cidade continue cada vez mais segura para se viver e não medir esforços para melhorarmos a nossa rede pública de saúde.

E quais são as melhores coisas de João Monlevade?

João Monlevade é uma cidade tranquila, hospitaleira, segura e com muitas oportunidades de empreendedorismo. As pessoas que aqui vivem são, sem dúvida, o maior patrimônio que temos.

As histórias de Conceição Martins de Almeida Vieira, de 89 anos, e de Maria de Lourdes Souza Gomes, de 87, se confundem com a de tantos outros que viram Monlevade se desenvolver. Nascidas em outra cidade, elas se mudaram para o promissor distrito, na década de 1950.

Hoje, elas vivem de forma pacata no bairro Jacuí e, após quase 70 anos, se consideram monlevadenses. Esperando completar os 90 anos de vida em junho, Dona Conceição afirma que não se arrepende de ter vindo para João Monlevade.

Natural do distrito de Conceição de Piracicaba (“Jorge”), em Rio Piracicaba, ela chegou em 1956. O percurso foi feito como era de costume à época: a pé. Dona Conceição lembra que residiu primeiro na casa de um irmão, José de Almeida Vieira, o popular “José de Américo”, até se casar em maio de 1957, com o operário Geraldo Magela Vieira, também natural de Conceição de

Piracicaba. Os primeiros anos de Conceição no ainda distrito em desenvolvimento, foram nas “barracas” de madeira no antigo Acampamento do Ângelo, ao lado da atual estrada que liga os bairros Jacuí e Centro Industrial: “As casas não tinham piso, e o banheiro era do lado de fora. Se começasse a construir hoje, amanhã já podia entrar. Já havia luz, fornecida pela companhia, mas ainda não tínhamos água encanada”.

A vizinha de Conceição, Maria de Lourdes Souza Gomes, também natural de Conceição de Piracicaba, chegou a João Monlevade pouco antes de completar 18 anos. Aqui, ela se casou em 11 de maio de 1954 com o senhor José Edwirges Gomes, que era operário da então Belgo-Mineira.

Maria relembra o contraste da vida rural com a urbana: “O ‘Jorge’ não tinha quase nada. Já aqui havia muita gente. O centro antigo era muito bo- nito. A gente era muito feliz”, relembra com saudades. Um invento tecnológico marcou a chegada de Conceição à cidade: “Lá no ‘Jorge’, poucas pessoas tinham rádio. Aqui, muita gente tinha, e alguns tinham até televisão”, conta.

Elas lembram que o bairro Carneirinhos, que hoje concentra o comércio, ainda praticamente não existia. Porém, a vida urbana era mais intensa no entorno da Usina. “Tudo era ali. Havia a praça do Cinema, a praça do Mercado, a assistência médica.

E o Grêmio, onde os meninos faziam educação física”. Dona Maria de Lourdes também relembra com saudades os anos 1950: “Havia a Cidade Alta, as ruas Tupis, Tamoios, Tabajaras. A praça do Mercado. E a igreja estava novinha, era uma beleza”, diz Dona Conceição. Em 1971, com a remoção das barracas, ela se mudou para a rua Topázio. Seis anos antes, em 1965, dona Maria de Lourdes e o marido já haviam estabelecido residência na mesma rua. Em lugar das velhas barracas, casas de alvenaria e tijolos. O Jacuí, bairro sempre ocupado pela classe operária, é o lar de ambas há mais de cinco décadas.

Ali, Maria de Lourdes teve sete filhos e Conceição, seis.

Outra semelhança entre elas e muito comuns a outros tantos que ajudaram a construir a cidade, é que seus maridos tiveram apenas um carimbo em suas Carteiras de Trabalho: o de operários da então Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira. Ambos trabalharam ali por 35 anos. O senhor José faleceu em 1994, e o senhor Geraldo, em 2018. Mesmo nascendo no município de Rio Piracicaba,

Conceição e Maria de Lourdes consideram-se hoje muito mais monlevadenses. Depois de haverem constituído família e construído uma vida, ambas declaram o amor à terra que as acolheu: “Eu gosto muito daqui. O povo é muito hospitaleiro. Se pudesse voltar no tempo novamente, viria para João Monlevade”, diz Conceição.

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