Caderno Especial Santa Maria 156 anos 17/05/2014

Page 1

Diferentes olhares sobre o Coração do Rio Grande U

ma cidade conhecida por vários títulos: “Coração do Rio Grande”, “Cida-

de Cultura”, “Cidade Universitária”, “Capital dos Blindados”, entre tantos outros. Apelidos carinhosos que retratam a diversidade de Santa Maria.

Diversidade retratada a partir da visão que cada um dos 11 colaboradores deste caderno especial, pessoas que atuam em diferentes áreas, tem sobre a

cidade onde nasceram, aprenderam, desenvolveram ou, simplesmente, escolheram para trabalhar e estudar. A contribuição dessas pes-

soas reforça a importância histórica da cidade, seus rumos e seu atual momento. Uma bela homenagem à cidade que os acolheu.


Coração pulsante S

anta Maria é uma jovem cidade de 156 anos. E, nós, em uma pequena parte desta história, viemos trabalhando com a ideia de grandes reformas e transformações no nosso município, a partir de políticas implementadas no agora, no hoje. Prova disso é o esforço feito pela prefeitura na qualificação da rede municipal de ensino e, por consequência, o significativo crescimento comprovado pelos índices do IDEB. Estas ações se dão justamente por entendermos que a educação é o principal instrumento de transformação social. E a educação, aliada a grandes investimentos, se torna uma poderosa ferramenta de desenvolvimento econômico, social e humano. As

nossas universidades, o nosso capital humano acumulado se insere nas políticas públicas, propostas pela prefeitura, para, por exemplo, dar vida e potencializar o Santa Maria Tecnoparque – primeiro parque tecnológico do Estado desenvolvido a partir de parceria público-privado. Outras grandes conquistas estão se desenhando e versam sobre a construção do Hospital Regional e do Hospital da Unifra, a criação do curso de Medicina da instituição franciscana e o traçado da Ferrovia Norte-Sul, desenvolvidas a partir de um esforço em conjunto com entidades públicas e comunitárias. Isto mostra que estamos no caminho certo, conjugando os verbos somar e multiplicar em favor de

todos os santa-marienses. Da mesma forma, quando empreendemos esforços para instalar aqui a empresa alemã KMW, sabíamos de seu imenso potencial para antecipar um destino sonhado obstinadamente ao desenvolvimento industrial de Santa Maria. Agora, quando se anuncia uma cooperação técnica entre a KMW e a nossa UFSM, antes mesmo de abrir suas portas, sentimos um grande júbilo a confortar nossa convicção de futuro. Essa estratégia de foco na base de desenvolvimento é difícil de ser mensurada imediatamente, apesar de já podermos notar resultados concretos. É uma espécie de ciclo que se abre a partir de uma série de acontecimentos convergentes. Um ciclo é virtuoso quando há uma su-

cessão de fatos interligados sinergicamente, regidos pelo otimismo e confiança, pela determinação política, pela superação das dificuldades e pela obstinação inabalável de tornar projetos em realidade. Hoje, há dados que comprovam essa conversão de expectativas em realidade. A conceituada revista Exame acaba de publicar: Santa Maria é a quarta melhor cidade do RS e a 62ª do Brasil para a abertura de novos negócios e investimentos. O estudo analisou o desempenho de 293 municípios com mais de 100 mil habitantes no país. Em outra pesquisa, “Os Desafios da Gestão Municipal”, a nossa Santa Maria já havia se notabilizado como a 3ª melhor cidade do Estado e a 41ª do país em gestão pública e quali-

dade de vida. Neste momento festivo do aniversário da cidade, ao considerarmos tais ações e indicadores, tributamos o acerto no foco empreendido até aqui e compartilhamos com todos os que se orgulham da nossa Santa Maria como um lugar bom para viver, propício para construir sonhos, atrativo à formação humana e profissional. Resta-nos continuar com os propósitos de melhorar a qualidade dos serviços públicos, estimular as melhores práticas de gestão e valorizar as soluções inovadoras e preparar um futuro ainda melhor.


A presença do Exército Brasileiro no “Coração do Rio Grande”

A

presença militar em Santa Maria remonta à metade do século XVIII e ganhou maior expressão com a instalação de acampamentos das comissões demarcadoras, como decorrência do Tratado de Santo de Idelfonso. Os conflitos ocorridos, no decorrer do século XIX, fizeram com que Santa Maria passasse a desempenhar importante papel na geopolítica de Portugal para a Região Sul do País, cuja relevância se estende até hoje. A presença do Exército na cidade tem sido fundamental para o seu desenvolvimento, pois os quartéis e o grande efetivo de militares contribuem, significativamente, para a dinamização do comércio, indústria, serviços e arrecadação de tributos. A 3ª Divisão de Exército está presente no “Coração do Rio Grande”, desde 1908, e é responsável pela condução das atividades de 57 Organizações Militares, que reúnem 20.000 militares empenhados no cumprimento das missões constitucionais da Força Terrestre. Santa Maria sedia 19 unidades do Exército, que contam com um efetivo aproximado de 5.600 profissionais. A instalação do Centro de Instrução de Blindados nesta Guarni-

ção, aliada à criação do Centro de Adestramento Simulado de Posto de Combate, do Núcleo do Centro de Adestramento e Avaliação-Sul e do Simulador de Apoio de Fogo, tornou a cidade um importante núcleo de modernidade do Exército e polo tecnológico de simulação de referência nacional e internacional. No final da década passada, os Regimentos de Cavalaria Blindados subordinados à 3ª DE foram contempladas com os carros de combate LEOPARD 1 A5 e, no ano passado, chegaram as viaturas blindadas de defesa antiaérea GEPARD e de transporte de pessoal GUARANI, que levaram ao surgimento de um polo tecnológico de material de defesa na “Capital dos Blindados” e estimularam uma maior integração entre os segmentos militar, acadêmico e empresarial da cidade. Esse cenário é corroborado com a instalação de uma fábrica de indústria multinacional de material de defesa, em Santa Maria, a assinatura de um memorando de entendimento entre o Exército e UFSM para o desenvolvimento de dispositivos de simulação de alta tecnologia e de emprego dual, inclusive na área da defesa, e a implantação do TECNOPARQUE.

O Colégio Militar de Santa Maria contribui, sobremaneira, para o fortalecimento dos vínculos da Família Militar com a comunidade local e o meio educacional, além projetar a cidade nos âmbitos regional e nacional pela qualidade de ensino oferecido aos seus 800 alunos, cuj os result ados alcançados são destaque nas avaliações realizadas, com base nos diferentes indicadores definidos pelo MEC. Os aspectos anteriormente expostos, evidenciam a estreita ligação do meio militar com a comunidade local, construída ao longo do tempo e alicerçada em profícua e harmônica convivência com os diferentes setores de atividades da cidade, que permitem projetar o prosseguimento exitoso do processo sinérgico de transformação, em andamento na “Capital dos Blindados”, que atrairá novos empreendimentos e criará inúmeras oportunidades de negócios e novos postos de trabalho. Parabéns Santa Maria pelos 156 anos de existência!

Desde o acampamento que deu origem a Santa Maria até os dias de hoje, a evolução militar foi muito grande. Aos poucos, a cidade viu crescer seu efetivo e hoje é a segunda maior do País em número de militares na ativa. Além do Exército, a Base Aérea de Santa Maria se destaca por seu potencial estratégico e tecnológico, possuindo projetos arrojados, como o esquadrão voltado para o veículo aéreo não tripulado (VANT) e a constante capa-

citação técnica de seus profissionais. Esse evolução pode ser percebida pelas recentes notícias sobre o setor, como a criação do construção do Centro de Centro de Adestramento e Avaliação-Sul (CAA-Sul), que está sendo implantado junto ao Campo de Instrução de Santa Maria, no bairro Boi Morto; a instalação da empresa alemã KraussMaffei Wegmann (KMW), que ainda nesta semana firmou um termo de cooperação técnica com a Universidade Fe-

deral de Santa Maria; e a criação do Polo de Defesa de Santa Maria, que integra a Agência de Desenvolvimento da cidade. A abrangência e importância dos projetos militares em andamento podem ser reforçadas pelas constantes visitas de empresas multinacionais especializadas em simuladores de combate, principalmente, com sede em países de diferentes continentes, que têm mostrado interesse em se instalar na cidade.


A presença de universidades e faculdades, aliada ao grande efetivo militar, tornam Santa Maria uma referência em pesquisas tecnológicas nos mais variados campos. Hoje, sem dúvida, o setor que mais atrai investidores é o da defesa

Uma cidade com posição estratégica

C

om 282 368 habitantes, se gundo o censo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/2011, é considerada uma cidade média e de grande influência na região central do estado. É a 4ª cidade mais populosa do Rio Grande do Sul e, isoladamente, a maior de sua região, que possui quase 1 milhão de habitantes. Conta com nove distritos, sendo eles: Arroio do Só, Arroio Grande, Boca do Monte, Pains, Palma, Passo do Verde, Santa Flora, Santo Antão e São Valentim. A sede é dividida em 41 bairros, que formam Regiões Administrativas, um conjunto de bairros unidos de acordo com localização e características. Com relação às questões geográficas, a cidade também é conhecida como Santa Maria da Boca do Monte por estar localizada em uma região cercada por morros. Por essa varia-

ção, possui altitude mínima de 41 metros acima do nível do mar, nas regiões mais baixas, e altitude média de 113 metros acima do nível do mar. O clima é o subtropical úmido. Sobre a economia, Santa Maria, por sua posição geográfica central e por situar-se na metade sul do Estado, foi, desde os tempos do império, historicamente estratégica na questão dos conflitos com os “países do prata”. Por esse motivo, por várias décadas os investimentos concentrados no local foram referentes à segurança nacional. Atualmente, as bases econômicas do município podem ser comprovadas pelos empregos ofertados. Os dados disponíveis revelam a alta importância do setor terciário, destacando-se o comércio, os serviços públicos, incluindo os da Universidade Federal de Santa Maria e os militares.

e pesquisas em tecnologia militar. Por outro lado, uma das áreas que tem despertado a curiosidade dos pesquisadores é a da Paleontologia. Com cerca de 20 sítios paleontológicos somente na cidade sede, o município é o berço do geoparque da Paleorrota e da

paleontologia no Rio Grande do Sul e no Brasil. Os sítios paleontológicos de Santa Maria são internacionalmente conhecidos. Em 1902, foi coletado um Rincossauro em Santa Maria que viria a ser o primeiro fóssil da América do Sul.



Amar Santa Maria, trabalhar por Santa Maria N o dia 17 de maio, Santa Maria completa 1 56 anos. Aqui nasci, me criei, estudei e me formei em Direito. É aqui que casei, onde nasceu minhas filhas, fiz amigos, e por esta cidade trabalho com muita garra, orgulho e amor. Quando vou para Porto Alegre para cumprir minhas funções parlamentares ou para defender e representar minha cidade, evidentemente que fico com saudade. Além da minha família, todos meus amigos percebem a minha alegria que tenho de retornar. A Santa Maria sou grato por todas as oportunidades que me foram dadas nesta terra abençoada. Com todos os problemas que nossa cidade enfrentou e ainda enfrenta, acredito que ela melhora a cada dia. Mas não fico apenas acompanhando. É isto que me deixa feliz. Eu trabalho e luto para que minha cidade melhore sempre. Muitas lutas foram vencidas pelos que queriam e querem tornar Santa Maria melhor. Lutei e venci na

conquista da primeira UPA do Rio Grande do Sul, das ambulâncias do SAMU, do Hospital Regional, do aumento do efetivo da nossa Brigada Militar. Lutei e venci na realização da duplicação do presídio, na municipalização do Distrito Industrial, na regularização fundiária da Nova Santa Marta. Lutei e venci na construção em tempo recorde da ponte de Agudo, por onde santamarienses transitam diariamente. Muitas vezes lutei e ainda não obtive o êxito. Mas isso jamais me impedirá de continuar lutando. Continuarei buscando mais investimentos em segurança pública para minha cidade, defendendo a necessidade da implantação de uma central telefônica municipal de âmbito regional, semelhante as existentes em Caxias do Sul, Pelotas e Bagé, as quais fui conhecer pessoalmente para sensibilizar o Governo de que Santa Maria deve receber tratamento igualitário no Estado. Continuarei e não descansarei.

E é este sentimento e determinação que me deixam realizado e, consequentemente, me focam em trabalhar cada vez mais por Santa Maria. Sempre tive a convicção de quem quando fazemos o que gostamos, com atitude, coragem determinação, amor e paixão, quando colocamos o coração em nossas ações, as chances de erros são muito menores. Por isso, tenho a ousadia de afirmar que também é importante muitas vezes corrermos riscos calculados, pois decisões precisam ser tomadas sempre sabendo que é preferível errar tentando, a se omitir ou transferir responsabilidades. Isso para mim tem nome: gestão empreendedora. Pois só com a compreensão destes

conceitos é que alcançamos nossos objetivos. Só assim provocamos atitude empreendedora dentro de nossas famílias, dentro de nossos grupos de convivência, dentro de nossa sociedade, dentro das organizações, sejam elas públicas ou privadas. O planejamento aliado à ousadia e à tomada de decisão permite que possamos nos antecipar às demandas, criar soluções para problemas potenciais. E através da determinação, do planejamento, do foco, buscamos atingir a eficácia ou mudar de estratégia a fim de vencer um desafio ou obstáculo. Aceitamos, muitas vezes, situações que implicam desafios ou riscos. E foi sempre baseado nisto que

pautei minha vida pública. Desde o vestibular, em 1994, o primeiro estágio na advocacia com o doutor Edison Domingues, como na Câmara de Vereadores, na função de Secretário Municipal de Assistência Social, nos postos que ocupei no Governo do Estado, seja como Secretário Adjunto, seja como assessor especial da Governadora e agora como deputado. Com orgulho quero compartilhar com vocês que, como empreendedor político, tenho metas definidas, objetivos planejados mas, principalmente, paixão pelo que faço e amor por Santa Maria.


Um bom futuro está em construção

C

onsolidar conquistas do passado e trabalhar para que o desenvolvimento sustentável seja a marca de um futuro próximo. É com esse espírito que saúdo os 156 anos de Santa Maria. Por desejarmos mais avanços sempre, muitas vezes passa despercebido a evolução da cidade. Em menos de 16 décadas, Santa Maria virou sinônimo de educação, de ascensão profissional, de tradição militar e de comércio pujante. Tornou-se conhecida por acolher a todos com igualdade e respeito. Isso não é pouco em um tempo onde as discriminações pipocam e merecem repúdio. Com muito trabalho, o município se tornou uma das principais cidades do interior do Brasil. Tudo isso dignifica, no entanto, Santa Maria não se contenta apenas com lembranças. O “coração do RS” trabalha para agregar novas vocações. Por isso, apoiamos a busca da cidade para se tornar um referencial em inovação e tecnologia. Esse caminho está sintonizado com as características locais e se constitui numa alternativa de crescimento.

A criação do Santa Maria Tecnoparque, ação conjunta das universidades, poderes públicos e setor empresarial, somado a outras iniciativas, como a Incubadora Tecnológica da UFSM e os Arranjos Produtivos Locais (APLs), demonstra que estamos decididos a ser um território empreendedor. Isso fortalece os micro e pequenos negócios e insere a cidade no fértil terreno da economia do conhecimento. Isso é futuro. Por outro lado, a evolução de Santa Maria também é construída com a solidificação de parcerias. Há algum tempo, a cidade consegue produzir avanços de caráter estratégico com o apoio robusto das esferas de poder estadual e federal. Concretamente, é o caso da duplicação da ERS-509 e da implantação da rede de esgoto do bairro Camobi, demandas que estão em pleno andamento e que são fundamentais para a qualidade de vida. Iniciativas como o Programa de Arrendamento Residencial (PAR), o Minha Casa, Minha Vida e o PAC mudam, aqui, a vida de milhares de pessoas que antes dependiam de aluguel ou, até

mesmo, habitavam locais insalubres. O Projeto da Travessia Urbana, que vai garantir a duplicação de rodovias, também significa mais futuro. Mas há obras tão importantes quanto as de infraestrutura que se erguem sem necessitar, substancialmente, de concreto. O protagonismo santa-mariense na economia solidária é revelador do imenso potencial social que dispomos. Orgulha muito ser vanguarda internacional nessa área a partir dos ensinamentos deixados por Dom Ivo Lorscheiter e seguidos pelo trabalho da Arquidiocese e, especialmente, da Irmã Lourdes Dill e do Projeto Esperança. Que essa caminhada contra a exclusão - que tem como expoentes simbólicos o Feirão Colonial e a Feira da Economia Solidária do Mercosul (17 a 20 de julho de 2014) - continue apoiada. Isso é presente e é futuro. É inegável que a nossa comunidade tem muitas questões a enfrentar, mas isso só deve nos desafiar a atuarmos juntos. Como já mencionamos, consolidar as conquistas já dadas e lutar por saltos

econômicos, sociais e culturais devem ser as prioridades, junto com a luta por mais prevenção e proteção à vida. Uma boa luta a todos nós e que os 156 anos de Santa Maria projetem um futuro

ainda melhor para essa terra, que é muito rica, pois é repleta de pessoas abnegadas.


Um acampamento deu origem à cidade

S

ão 156 anos de emancipação política, porém a história so bre as origens de Santa Maria remontam há muitas décadas antes. Oficialmente, a cidade se originou de um acampamento militar em 1777, com o objetivo de demarcar os limites entre os domínios espanhóis e portugueses, restituindo as relações entre os dois países. A ação atendia as determinações do Tratado Preliminar de Restituições Recíprocas. Conforme determinação do governador Sebastião Xavier da Câmara, a partida da 2ª subdivisão ao mando do coronel Francisco João Roscio, que estava em Santo Ângelo, retrocedeu até o Arroio dos Ferreiros, fazendo ali ponto central para escolher, dentro de um raio de duas a três léguas, um sítio apropriado para seu acampamento. O local escolhido então foi a colina onde hoje situa-se a cidade de Santa Maria. A Ex pedição permaneceu em Santa Maria até o fim de setembro de 1801, elaborando mapas e mais documentos que deveriam ser apresen tad os ao gov erno port ugu ês por intermédio do vice-rei do Brasil. A partir daí, Santa Maria deixou de ser um acampamento da 2ª subdivisão Demarcadora de Limites para ser um povoado. Santa Maria da Boca do Monte era parte integrante de Cachoeira do

Sul e sua população estava computada junto totalizando 8.225 habitantes, sendo que Santa Maria contribuía com cerca de 800 habitantes. Em 1835, Santa Maria marchava em vertiginoso progresso. Seu comércio e indústria pastoril desenvolvi-

am-se e já nesta época a população era calculada em 2290 habitantes. Por lei provincial nº 400 de 16 de dezembro de 1857, a freguesia de Santa Maria da Boca do Monte foi elevada a categoria de vila, sendo que em 17 de maio de 1858 foi insta-

lado o novo município. Sob o aspecto lendário, diz a Lenda de Imembuí que Santa Maria nasceu do amor da índia Imembuí, da tribo dos Minuanos, pelo guerreiro português Rodrigues, feito prisioneiro pelos índios e pede

por sua vida. Seus descendentes teriam dado início ao povoamento de Santa Maria, chamando-a carinhosamente de Ybitory Retan (Terra da Alegria). A lenda, na verdade, é um conto escrito por João Cezimbra Jacques.


Humanamente imperfeita

M

inha cidade está de aniversário. Minha amada e humanamente imperfeita cidade. Sim, humanamente imperfeita, porquanto engana-se quem pensa que cidades são feitas apenas de prédios, de ruas, avenidas e praças; e lojas, indústrias, shopping-centers e mercados; de restaurantes e bares; de livrarias, bibliotecas, cinemas, teatros e museus. As cidades são, antes, feitas de gente, de pessoas e, por isso, são imperfeitas. Melhor, obviamente, se nossa cidade tiver ruas e avenidas am-

plas, lisas, floridas e arborizadas, se tiver praças numerosas e parques disponíveis e aconchegantes; se seus estabelecimentos comerciais atenderem nossas expectativas e necessidades; se seus bares, lanchonetes e restaurantes primarem pela higiene, servirem boa comida e praticarem preços civilizados; se houver livrarias, bibliotecas, museus, cinemas e teatros em profusão. Mas, mesmo na hipótese de que nossa cidade contemple todas essas possibilidades, ainda assim isso decorrerá de sua paisagem humana, do elemento humano que

a compuser e habitar. Por isso, repito, minha cidade amada e humanamente imperfeita! Tudo quanto referi – estrutura viária, comércio, serviços, espaços de cultura e lazer –, pouco significará, se o esqueleto e a face visível que eles representam não forem recheados por almas disponíveis e generosas. As pessoas é que são o cérebro, o coração e o sangue das cidades e as fazem mais ou menos brilhantes, acolhedoras, pulsantes e calorosas. Minha cidade, e volto a ela – rica desse substrato fundamental, a partir do qual os edifícios que se er-

guem, as ruas que se abrem e tudo o mais que caracteriza e define a cara das cidades contemporâneas –, têm a crueza, à vezes rude, da imperfeição, mas, ao mesmo tempo, tem a doçura, a suavidade e a leveza que sustentam e animam nossa ligação com a eternidade e nossa viagem pelo cosmos. Ah, minha amada e humanamente imperfeita Santa Maria, de muitos pecados e muitas virtudes, de muitas graças e desgraças, de muito pranto e muito riso, de muita seriedade e pouco siso, da beleza moça que se derrama pelas calçadas, dos

passos apressados que se perdem e se encontram no anelo dos abraços, como é bom te querer bem e sentir-me acarinhado por ti, de quem sou permanente devedor. Minha cidade, humanamente imperfeita, tua faceirice menina me conforta e me anima e me faz servo de tua voz e de teus cantos, e me faz verso (licença Caetano) “da poesia concreta de tuas esquinas”, e me faz terno vassalo de teus múltiplos recantos. Parabéns, cidade bela, cidadela dos meus amores e encantos.


Santa Maria, Cidade Coração do Rio Grande do Sul

N

o aniversário de Santa Maria é bom lembrar seus aspectos geográficos, históricos, culturais e os seus equipamentos e serviços. Nos aspectos geográficos, comprovam-se os grandes benefícios gerados pelo fato de estar localizada no centro geográfico do Rio Grande do Sul. A posição geográfica estratégica, praticamente determinou as implantações de investimentos na cidade. Pode-se citar que as unidades militares na cidade, assim como a criação da primeira universidade federal do interior do Brasil tiveram grandes influências dos aspectos geográficos. Os investimentos nas

áreas comerciais e serviços também continuam sendo influenciados pela sua localização mantendo os destaques diversos nas lojas e centros comerciais, entre outras áreas. Os aspectos geográficos apresentam belas paisagens e criaram grandes diferenciais como as ocorrências dos fósseis do Período Triássico, consideradas referências mundiais, despertando interesses diversos. Nos museus das cidades são apresentados registros das pesquisas, fósseis e réplicas das criaturas do Triássico. É óbvio que os acervos dos museus podem contribuir para um melhor entendimento dos usos e costumes locais.

Na geografia humana, Santa Maria também tem destaques nos seus habitantes com pessoas bonitas e inteligentes das mais diversas etnias. Quem visita a cidade fica impressionado com a beleza natural que circula naturalmente pelos locais públicos e nos eventos. Na realidade, Santa Maria, com o título de cidade coração do Rio Grande, emociona o ano todo. Nos aspectos históricos, os registros iniciais da fundação da cidade continuam com as chegadas dos imigrantes e suas grandes contribuições para o desenvolvimento social e econômico. Nos aspectos culturais, Santa

Maria apresenta uma série de diferenciais decorrentes das presenças dos religiosos, militares, universitários, comerciários e empresários. Poucas cidades do mundo conseguem manter uma Orquestra Sinfônica. A cultura também tem destaque na sua religiosidade, destacando-se a Basílica Menor da Padroeira do Rio Grande do Sul e os primeiros sinos não católicos (Igreja Luterana) a badalarem no Brasil. Nos aspectos de equipamentos e serviços, os destaques são para o comércio local, clínicas médicas e agências bancárias. Com a constante demanda, novos equipamentos e serviços são ofertados garantindo a qualidade e a quantidade para re-

sidentes e/ ou visitantes. De uma maneira geral, mesmo com os seus problemas, Santa Maria está ficando cada dia mais agradável para residir e para visitar. No mês do aniversário da sua fundação, o nascido em Santa Maria e o santa-mariense por opção, devem compreender que todos devem cuidar da cidade. Quem ama, cuida e contribui para o desenvolvimento da cidade onde vive. Contribuindo para ampliar autoestima da população e atrair visitantes. Será? São reflexões. Podem ser úteis. Pensem nisso.


Nossos pais fizeram mais por SM Com a criação da Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm), alguns projetos começaram a se tornar realidade, como

À

s vésperas de “passar o bastão” para as futuras gerações, vejo que estamos sendo superados pelo legado deixado pelos nossos país. Claro que os tempos eram outros, onde tudo estava para ser feito, e as oportunidades eram enormes. Hoje vivemos a era da Globalização, um período de rápidas mudanças, e com uma aguerrida disputa por investimentos. Mas enquanto deveríamos ter acompanhado o novo ritmo ditado por cidades mais competitivas, ficamos relativamente parados no tempo. E escrevo isso de cadeira, pois acompanhei de perto o trabalho desenvolvido pelo meu pai à frente da CACISM, do Dr. Mariano que nos colocou no ápice do ensino superior, e de gigantes empreendedores, que lutaram por conquistas históricas, como: acesso asfáltico à Santa Maria, ampliação da captação de água potável e da distribuição das redes de distribuição, construção do Itaimbé Palace Hotel, Avenidas Medianeira e Do-

res, Viaduto Evandro Behr, Duplicação da Faixa Velha (parte), Parque Itaimbé, Faixa Nova de Camobi, criação de novas universidades, expansão do ensino básico, oferta de energia, transporte de cargas (Expresso Mercúrio) e de passageiros (Planalto), entre tantos. Foram homens públicos e empreendedores privados que transformaram Santa Maria numa referência nas áreas do ensino, da saúde, do comércio, da construção civil e da indústria metal mecânica. E vejo por mim mesmo, que na Presidência da CACISM, não consegui chegar nem perto do que foi feito pelo meu pai. Também eu caí na zona de conforto, acreditando que estava fazendo o melhor. Só que tudo mudou, evidenciado pela extrema competitividade em todos os segmentos da vida moderna. O mundo em que vivemos entrou na “era digital”, mas em áreas estratégicas Santa Maria continua na analógica”. Tanto eu como meus contemporâ-

a instalação do Tecnoparque Santa Maria, o Polo de Defesa e as negociações com empresas estrangeiras interessadas em investir na cidade.

neos, com a gloriosa excepção da área do ensino, estamos legando algo menor do que exigido pelas futuras gerações. Mas ainda temos tempo de reagir! E estamos tentando recuperar o tempo perdido, como o trabalho que passou a ser realizado pela Agência de Desenvolvimento, entre outras. Mas fica uma missão por demais importante: precisamos preparar os líderes que nos sucederão, para que tenham a ambição e a visão de futuro que tanto serão necessários. Afinal, os desafios que os nossos filhos terão pela frente, serão muito maiores do que os enfrentados hoje. Muito maiores, pois as oportunidades serão cada vez mais reduzidas, e a disputa se dará no campo das altas tecnologias. Faço essa “mea culpa”, na esperança de que os que nos sucederem, venham a se orgulhar da gente – assim como homenageamos o legado deixado pelos nossos pais. Santa Maria bem o merece!

ReVIVA, Santa Maria! a das Luzes do Natal, da Tertúlia Musical, da Economia Solidária, Feisma, Expofeira, Feira do Livro e Carnaval, dos Rodeios, do Mercocycle e da Expoaer, do Cinema e da Dança em Festival, das festas de formaturas e do Dia do Vizinho, do Interzinho e do Periquito, dos aviões e dos balões, neste céu tão bonito. Santa Maria - 156 anos A RAZÃO - 79 anos Estamos juntos escrevendo esta história!


Santa Maria e UFSM: inseparáveis

S

anta Maria caracteriza-se por ser uma cidade polo de conhecimento, desenvolvimento de tecnologia e mobilidade cultural da região e do país. Perguntar-me qual a importância da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para a Cidade e a qual a Importância da Universidade para Santa Maria é como perguntar a uma filha qual a importância de sua mãe, ou vice-versa. Santa Maria e a UFSM são inseparáveis. A Instituição de ensino é fruto do trabalho de sucessivas gestões e da comunidade, que gozam do reconhecimento dessa instituição de ensino empenhada em, cada vez mais, aplicar o Ensino, a Pesquisa e

a Extensão para dar conta das demandas sociais. Com base nisso, torna-se quase inconveniente falar em números, em orçamentos ou usar de retóricas financeiras. Que a UFSM hoje se expande por outros quatro campi: Frederico Westphalen, Palmeira das Missões, Silveira Martins e – a partir do segundo semestre – também por Cachoeira do Sul todos sabem. Que a universidade oferece 257 cursos de graduação, pós-graduação e de nível básico, técnico e tecnológico também. Atualmente, temos cerca de 30 mil alunos, 1,8 mil professores e 2,8 mil servidores, mas trabalhamos incessantemente para que a qualidade e os números se multipliquem. Ou seja:

os indicadores são transitórios. Melhor ocupar essas linhas para falar de pessoas: jovens que chegam doutores, que partem e carregam na bagagem o nome da cidade e, como uma espécie de cartão de visitas, sua formação na UFSM – a primeira universidade federal do interior da América Latina. Essa origem cultural e acadêmica tem aberto portas em várias partes do mundo e, por essa razão, somos a segunda maior exportadora de cérebros do país. Muitas lideranças na área pública e privada foram gestadas na efervescência estudantil da UFSM, em Santa Maria. Nossa universidade foi a primeira fora das capitais. Alguns, inclusi-

ve, duvidaram da capacidade do Professor Mariano da Rocha de concretizar este sonho. Mas, como disse o poeta francês Jean Cocteau, "Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez". Nosso primeiro Reitor alicerçou seu sonho para tornar verdade o sonho de milhares de jovens: a formação superior. Professores, o Governador do Estado, Tarso Genro, o Prefeito Cezar Schirmer e muitas outras lideranças políticas e sociais tiveram na formação na UFSM aquilo que, para muitos, foi a oportunidade da sua vida. E hoje o acesso à UFSM também é meta a ser alcançada por nossos filhos. E assim, de

geração em geração, damos vida e contribuímos para a transformação daquilo que é nosso produto final: o conhecimento. A Universidade é de Santa Maria, está em seu nome, está em seu genoma. Muitos vêm buscar sua formação e levam agregada a cidadania santa-mariense e, invariavelmente, aumentam o tom da voz para demonstrar seu orgulho e dizer que estiveram aqui e que fazem parte desta história, no Coração do Rio Grande. Outros aqui encontraram, além do conhecimento, muito amor, aqui aprenderam a amar, se apegaram ao lugar, e nunca mais partiram.


Santa Maria: 156 anos de vida! Hoje escrevo para parabenizar nossa querida Santa Maria que neste dia 17 de maio comemora 156 anos de emancipação e agradecer todos os momentos bons que nos proporcionou e ainda nos proporcionará. Santa Maria, conhecida como coração do Rio Grande, por estar localizada no centro do país, deve ser lembrada também como um “verdadeiro coração de mãe”, pois abriga, com muito amor, irmãos dos mais variados rincões do país, oportunizando-lhes chances para desenvolverem aqui seus potenciais. Por possuir alma e pulsar amor é que essa cidade, através do esforço, da capacidade e da seriedade de toda a população, muito já se desenvolveu. Precisamos também, nesse momento de dor e de desesperança, me solidarizando com as famílias que perderam seus entes queridos em tão trágico acidente, da fé e do

discernimento necessários que nos faça acreditar que precisamos nos unir, ainda mais, em uma força superior, a mim conhecida por Deus, que nos pavimenta um caminho, para o nosso bem maior na nossa longa jornada espiritual. A mesma fé e força nos farão ultrapassar as dolorosas pedras espalhadas na estrada santa-mariense para que juntos possamos fazer germinar, ainda mais forte, o amor, a solidariedade e esperança, que tanto caracterizaram a nossa cidade, e que farão florescer uma cidade, um estado e um país melhor e mais justo. É uma cidade pujante no cenário nacional, que começou com a nossa querida e saudosa Rede Ferroviária Federal, foi impulsionada pela nossa grandiosa UFSM, pelos nossos representantes públicos e empresários, nossos produtores rurais, os nossos militares, bancários, servidores públicos, dentre outros. Santa Maria querida! Coração do

Rio Grande, minha cidade, meu chão, onde criei raízes, tenho muito orgulho, amor e contentamento de ser seu filho, de aqui morar, criar meus filhos, teus filhos também, e ajudar com o meu trabalho e retidão no seu desenvolvimento e na construção de uma sociedade mais igualitária e justa socialmente. Não posso deixar de prestar essa singela homenagem a essa nossa cidade tão hospitaleira, simpática e bonita que completa 156 anos de muitas histórias, chegadas, partidas, sorrisos, lágrimas e muitas esperanças. Santa Maria, muito obrigado por fazer parte da minha vida, da minha alma e do meu coração, como também por me oportunizar as chances necessárias para o meu crescimento e, sobretudo, por me dar a minha amada família.


Santa Maria continua dentro de mim N

os anos 70 aprendi a jogar tênis nas quadras do ATC Avenida Tênis Clube, de Santa Maria. E durante os anos 80/ 90, praticamente todos os dias, passava as minhas horas de folga nas dependências do clube, ora fazendo sauna, ora jogando tênis, ora fazendo churrasco, ora jogando bocha. E os familiares juntos. Na quadra número 1 jogavam somente os tenistas veteranos. Na quadra 2, os “Seniors A”. Na quadra 3, os “Seniors B”. Nas quadras 4, 5 e 6, os juvenis, as mulheres e os demais tenistas qu e não disput avam o ranking. Grande número disputava por puro lazer, entretenimento, e pouco estavam se importando para o resultado da partida. Já outros, principalmente entre os veteranos, se concentravam, dormiam cedo, e entravam na quadra como se fossem disputar uma final em Winblendon (lembro de dois exemplos: o falecido Jarbas Cunha e o médico Heitor Silva, coronel do Exército, apelidado de “Fofo”, pois assim o chamava sua jovem esposa). Muitos deles já são falecidos: 1)- Anterinho Scherer (médico, exprefeito de Cacequi, famoso por suas folclóricas histórias); 2)- Máximo Knackfuss (professor d o Curso de Engenharia da UFSM, que se emburrava por qualquer motivo); 3)- Ênio Ferraz (representante de laboratório médico, apelidado de

“Nonô”, que teve a capacidade aeróbica tirada pelo tabagismo); 4)- Alberto Leitão (de pavio curto, principalmente nos jogos de duplas, pois já no primeiro erro do seu companheiro começava a reclamar); 5)- Arno Böhrer (era o alvo predileto das brincadeiras do Jarbas Cunha e, ignorando sua idade, jogava várias horas por dia). Daquela época em que eu freqüentava o clube, ainda lembro de muitos: 1)- Abdo Achutti Mothecy, farmacêutico, ex-jogador de basquete, dono de uma loja de aviamentos militares - e também de cortinas - na praça Hector Menna Barreto (ex- praça da República), mais conhecida por “pracinha dos Bombeiros”. De origem libanesa, Abdo é casado com Tereza dos Santos Mothecy, mais conhecida por “Terezinha” ou “Tereca”. Lembro que o térreo da loja do amigo Abdo era quase uma extensão do ATC, pois ali se reuniam para tomar cafezinho os veteranos do clube, às vezes atrapalhando as atividades comerciais do dono. O Abdo sempre foi generosamente um pacificador, um aglutinador. Adorava pescarias e histórias antigas da cidade; 2)- Adaí Bonilha, dentista, esposo da também tenista, Dona Olga, que por muitos anos também foi professora de tênis das crianças iniciant es; 3)- Álvaro Pfeifer, corretor de imó-

veis, professor de Matemática, fumante inveterado, dotado de notável espírito de humor; 4)- Arno Werlang, juiz, diretor do Fórum de Santa Maria, hoje desembargador em Porto Alegre, pai do Gerson Werlang (integrante da banda "Poços e Nuvens" e professor universitário de música); 5)- Arlindo Mayer (engenheiro, professor do Centro de Tecnologia da UFSM); 6)- Armando Vallandro (grande jogador de basquete do passado, apelidado de "Picolé", ex-reitor da UFSM); 7)- Alnei Prochnow (também professor da UFSM, sempre alegre e disposto a uma brincadeira); 8)- Claudio Morais (coronel do Exército); 9)- Dalmo Kerling (engenheiro, dono da Construtora Dikrel, hoje morando em SC); 10)- Dalton Kortz (ex-funcionário da Livraria do Globo, vendedor autônomo, hoje pastor, talvez o mais brincalhão de todos); 11)- Darkson Cunha (professor do Centro de Educação Física da UFSM, filho do falecido tenista Jarbas Cunha); 12)- Evaldo Morais (coronel do Exército, morador da faixa velha de Camobi, gostava de tocar violão e cantar músicas de seresta); 13)- Gerson Morais (funcionário da agência central do Banco do Brasil, à avenida Rio Branco);

14)- Heitor Silva (campeão de tênis do Exército Nacional, cheio de estilo até no caminhar, tinha consciência exacerbada de que era um grande atleta); 15)- Jorge Merten (médico traumatologista); 16)- José Carlos Pithan (dentista e professor da UFSM); 17)- Luiz Carlos Lang (dono de um reputado escritório de contabilidade, apreciador de vinhos chilenos); 18)- Luiz Carlos Pistóia Oliveira (engenheiro e professor da UFSM, casado com a professora de Química, Ana Jamile Mothecy); 19)- Luiz Carlos Morales (advogado, casado com Jane Morales); 20)- Luciano Rocha (cearense, professor da UFSM, dentista especializado em Odontopediatria, casado com Neuza Mothecy, também dentista); 21)- Manoel Argentino Sissy (oriundo de São Borja, de apelido "Fanha", notável contador de casos); 22)- Manoel Vianna (dentista, professor da UFSM, também de pavio curto) 23)- Paulo Roberto Oliveira (professor de Química da UFSM, ex-jogador de basquete); 24)- Simão Sampedro (coronel do Exército, irmão do também tenista, Renan Sampedro, professor de Educação Física da UFSM); 25)- Roberto Bisogno (dentista,

radialista, professor da UFSM); 26)- Roberto Leitão (engenheiro, professor da UFSM); 27)- Lang (engenheiro, professor da UFSM e dono das piscinas “Golfinhos”); 28)- Bins (coronel da Aeronáutica, comandante da Base Aérea de Santa Maria); 29)- James Souza Pizarro, meu filho, que foi um talentoso tenista da categoria infanto-juvenil e disputou alguns torneios no RS defendendo o nome do ATC, na companhia de Álvaro Pfeifer, Máximo Knakfuss, Roberto Bisogno e Arnaldo Valty (médico mineiro, oncologista, que trabalhava no Serviço de Cobaltoterapia da UFSM). Foram anos e anos felizes, com jogos diários, seguidos quase sempre de churrascos. Infelizmente, com o passar dos anos e no "curso natural dos acontecimentos" (como diria meu amigo e colega Joel Abílio Pinto dos Santos, já falecido), a morte vai levando os companheiros. Outros se mudam de cidade ou de clube. Outros simplesmente deixam de jogar. Embora esteja longe de Santa Maria há sete anos, lembro de muitas coisas nesta semana de aniversário do torrão natal. Eu não estou mais em Santa Maria. Mas Santa Maria está dentro de mim.


Orgulho de ser santa-mariense

C

omo santa-mariense de coração, a exemplo de milhares que escolheram Santa Maria para estudar, morar e viver, dedico o texto de hoje a todos aqueles que estudam, moram e vivem aqui. Por que a distinção entre morar e viver? Porque viver é mais que residir em um espaço físico. Viver é aproveitar o que uma cidade oferece e participar do seu cotidiano. E eu tenho a grata satisfação de ter estudado em Santa Maria e de estar morando e vivendo nesta cidade. Reproduzo parte do discurso que fiz na terça-feira, 6 de maio, na solenidade em que fui agraciado pela Câmara de Vereadores de nossa cidade com o título de Cidadão Benemérito, um momento que ficou marcado para mim, para a minha família e amigos. Na ocasião, disse que muito me orgulha ser santa-mariense porque foi no Coração do Rio Grande do Sul, que optei por viver. Aqui me formei e aqui vivi e vivo os melhores momentos de minha vida. E o que me fez continuar em Santa Maria? Com certeza, sua qualidade de vida. Temos aqui tudo o que uma cidade tem para se viver bem, com a vantagem de sermos uma cidade pequena, com

- Justiça Federal – Tribunal Regional Federal da 4ª Região - Justiça do Trabalho – Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região - Justiça Militar da União - 3ª Circunscrição Judiciária Militar / 3ª Auditoria Militar - Justiça Eleitoral – Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande

pouco menos de 300 mil habitantes, onde todos se conhecem. Temos aqui uma rica e fabulosa história, que começou nos acampamentos militares, cresceu com a ferrovia e se consolidou como polo educacional a partir da criação da Universidade Federal, a primeira do interior do Brasil, obra de um visionário, que foi o professor Dr. José Mariano da Rocha Filho. Como polo educacional, Santa Maria se consolidou com o surgimento e o crescimento de outras instituições de ensino superior, entre elas a Faculdade Palotina, na qual tenho a honra de lecionar. É esta cidade que me encanta, que me conquista, que me abosrve. Como diz o Beto Pires em sua canção mais famosa: "tanta vida diferente, tanta gente vem e vai Incerteza de quem entra, mas saudade de quem sai...Esses belos versos do Beto Pires me lembram colegas de faculdade e tantas outras pessoas que por aqui passaram e partiram. Mas os que ficam, como eu e tantos outros, temos verdadeira adoração por esta cidade, pelo Coração do Rio Grande do Sul. Santa Maria tem, ao mesmo tempo, com sua vestimenta provinciana, no sentido de cidade pequena e acolhedora, é um cobertor cos-

mopolita, recebendo jovens de várias cidades gaúchas, do Brasil e até do exterior. Tem qualidade de vida e gente boa. Isso é o mais importante. É também, com certeza, uma cidade solidária. Quantos abrigos, quantos lares, quantos lugares acolhem aqueles que necessitam de atenção, sejam crianças, jovens ou idosos. A pluralidade, em todos os sentidos, é uma característica de Santa Maria. Temos as religiões mais representativas e de todos os matizes, dois grandes clubes de futebol profissional e muito mais. Falar de Santa Maria e em Santa Maria me emociona sempre. Falar de Santa Maria é fácil e, ao mesmo tempo, difícil, tantas as suas qualidades. Falar de nossa gente, do nosso povo, também é algo que me causa orgulho. Figuras históricas, empresários, políticos, músicos, artistas em geral, e instituições, engrandecem esta cidade. Quantos filhos desta terra, santa-marienses natos ou de coração saíram daqui para levar seu conhecimento a outras cidades. Saúdo todos os santamarienses, nascidos aqui ou adotivos, pelos 156 anos de Santa Maria.

do Sul / Cartórios da 41ª, 135ª e 147ª Zonas Eleitorais

Vara Cível, 3ª Vara Cível, 4ª Vara Cível, 1ª Vara Criminal, 3ª Vara Criminal, 4ª Vara Criminal, Vara Adunta de Conciliação Pré-processual, Vara da Direção do Foro, Protocolo-Geral, 1ª Vara da Família e Sucessões, 2ª Vara da Família e Sucessões, Juizado Especial Criminal, Juizado Especial Cível e Vara do Juizado Regional da Infância e Juventude.

A Comarca de Santa Maria atende os seguintes municípios jurisdicionados: Santa Maria (sede da comarca), Itaara, São Martinho da Serra e Silveira Martins. Atua nas seguintes varas: 1ª Vara Cível (Especializada em fazenda Pública), 2ª


Eventos para comemorar o aniversário Várias atividades culturais, esportivas e de lazer estão programadas para integrar os santa-marienses, em comemoração aos 156 anos de emancipação político-administrativa de Santa Maria. Os “Festejos Municipais de Outono: Santa Maria 156 Anos” iniciam neste sábado, dia 17, e seguem até 25 de maio. A programação inclui ainda exposições de artistas plásticos e uma mostra fotográfica com imagens antigas da cidade. Confira a programação deste final de semana: Evento: Exposição de Livros Sobre Santa Maria Local: Biblioteca Pública Municipal Henrique Bastide Horário: das 8h às 16h Período: de 17 a 31 de maio Evento: 7ª Ultramaratona Inter-

nacional 24h Local: Avenida Paulo Lauda, na Cohab Tancredo Neves Largada: 8h do dia 17 de maio e final às 8h do dia 18 de maio

paralela à Avenida Presidente Vargas, no trecho entre as ruas Visconde de Pelotas e Barão do Triunfo, em frente à Igreja de Fátima Horário: das 14h às 18h

Evento: Campeonato Estadual de Futsal de Surdos Local: Centro Desportivo Municipal (CDM) e Guarani Atlântico Horário: 9h

Evento: Espetáculo Foco na Dança – Associação dos Amigos do Bale da Cidade de Santa Maria Local: Praça Saldanha Marinho Horário: 15h

Evento: Caminhada Cidade de Santa Maria 156 Anos Local: Clube Atirador Esportivo (Final da Rua Sete de Setembro) Horário: 13h30 Evento: 1º Santa Maria Sup Race Local: Barragem do DNOS Horário: 14h Evento: Feira de Múltiplas Artes Local: Rua Professor Teixeira,

Evento: Mateada Local: Praça Saldanha Marinho Horário: 15h Evento: Um Presente para Santa Maria, apresentação da Orquestra Jovem de Garibaldi, sob regência do Maestro Luiz Carlos Zeni Junior, na Abertura Oficial da Semana Comemorativa aos 156º Aniversário de Santa Maria. Acolhimento do Coral Giuseppe Verdi (AISM/AABB)

Local: Theatro Treze de Maio Horário: 20h Evento: Campeonato Estadual Série Bronze de Futsal Local: Centro Desportivo Municipal (CDM) Horário: 20h Evento: Fandango da 44ª Ciranda Cultural de Prendas do Rio Grande do Sul Local: Clube Recreativo Dores Horário: 22h30 Evento: Passeio Ciclístico – Aniversário de Santa Maria Local: saída do Supermercado Beltrame (Avenida Euclides da Cunha) e chegada no mesmo local Horário: 9h Evento: Circuito Judô Gaúcho

Local: Ginásio de Esportes da UFSM Horário: 9h Evento: 1º Santa Maria Sup Race Local: Barragem do DNOS Horário: 9h Evento: Concurso de Dança de Salão – Modalidade Street Dance e Hip Hop Local: Praça Saldanha Marinho Horário: 19h Evento: Show Musical com Grupo Conspiração Local: Praça Saldanha Marinho Horário: 21h Evento: Dale World Tour – Duo Finlândia Local: Theatro Treze de Maio (Praça Saldanha Marinho, s/n) Horário: 20h


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.