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“O berço do surfe brasileiro é o Arpoador”

ENTREVISTAMOS

Rico de Souza Surfista e empresário carioca

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#143

Ano 18 - 1a Edição 2019 Distribuição Gratuita Rio de Janeiro/ RJ bafafa.com.br

Santa Teresa

Um guia da Montmartre carioca

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Amigos do Alfredinho assumem o Bip Bip e mantêm programação

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E MAIS: Fábio Cezanne, Miguel Sampaio, Ricardo Rabelo, Raquel Reis e Theófilo Rodrigues

Consultas e exames a preços popuares em clínica da PUC Rio


MENSAGENS

AO LEITOR

Santa Teresa encanta

Envie suas perguntas, críticas e sugestões para leitorbafafajornal@gmail.com com nome, cidade e profissão.

Com o intuito de valorizar a nossa querida cidade, a partir de agora publicaremos edições especiais sobre os principais bairros do Rio de Janeiro. Nesta edição, apresentamos Santa Teresa, a “Montmartre carioca”. Um lugar que respira cultura com seus bares, restaurantes e ateliês de arte. Um bairro cosmopolita com jeito de cidade de interior.

“Que bacana! Eu moro no Rio e nunca tinha ouvido falar, agora estou super com vontade de conhecer! Valeu! (Sobre a matéria da Ilha da Gigóia na edição anterior).” Iracema Nehmi

A começar pela história. Você sabia que inicialmente se chamava Morro do Desterro? Ou que a aristocracia se instalou no local fugindo das epidemias? E que nos anos 20 abrigou muitos imigrantes italianos, portugueses e espanhóis? Num trabalho de garimpagem, selecionamos lugares imperdíveis para você conferir em Santa Teresa. São bares, restaurantes, pizzarias, cafeterias, brechós, lojas de roupas e artesanato, hostels e pousadas. Revelamos que já está funcionando o segundo trecho do bondinho até a estação Dois Irmãos, via Largo do França. Modernizado, o bondinho é gratuito para os moradores. E outra boa notícia: os dois museus federais do bairro estão em obras e vão reinaugurar com muitas melhorias. Destaque para a reforma geral do Museu Casa de Benjamim Constant e a construção de um plano inclinado no Museu Chácara do Céu até o Largo do Curvelo. No quesito segurança pública observamos que o policiamento melhorou, mas ainda deixa a desejar. Ouvimos as partes mais interessadas: associação de moradores, donos de bares e restaurantes e a própria PM. O entrevistado desta edição é o surfista Rico de Souza. Com exclusividade, ele nos conta sobre sua tragetória no esporte, fala sobre empreendedorismo, projetos sociais e muito mais. Uma pessoa iluminada, um exemplo a seguir!

Há anos conheço e admiro o Bafafá. Saúdo e comemoro este órgão alternativo de imprensa por sua resistência e afirmação da Cultura e das coisas do Rio. Jota Carlos, produtor musical

“Manter o Bip Bip e suas ações suas ações sociais é, acima de tudo, um ato de gratidão pelo bem que o Alfredinho fez na sua estada física entre nós, abrigando a todos sob o teto bendito do seu coração.” Bartolomeu Mendonça

“A Agenda Bafafá é uma alegria para o Rio de Janeiro. A campanha S.O.S Bar Luiz ajudou a reerguer o bar numa época difícil. Recuperamos clientes antigos e o Bafafá foi fundamental para isso. Só tenho a agradecer!” Emerson Coelho, gerente do Bar Luiz

“Adorei a ideia de mudar o nome da rua onde encontra se o Bar Bip Bip para Alfredinho do Bip Bip.” Anna Rocha

EXPEDIENTE

Ano 18 – Nº 143 – Abr/19 Jornal Bafafá 100% Opinião é uma publicação da Mercomidia Serv. Editoriais Ltda mercomidia@gmail.com | (21) 3547-3699 Projeto Gráfico: Mônada Soluções Criativas – @monadasolucoescriativas Editores responsáveis: Ricardo Rabelo (Mtb21.204) e Rogeria Paiva Arte: Paulo Bastos - @pcbastos Distribuição gratuita Tiragem: 5 mil exemplares Periodicidade: bimensal Circulação: universidades, bares, centros culturais, etc. Veja a lista dos locais no site: www.bafafa.com.br/bafafa/jornal-bafafa Edição digital: www.issuu.com/jornalbafafa Praça: Rio de Janeiro e Niterói Colaboradores dessa edição: Fábio Cezzane, Miguel Sampaio, Raquel Reis, Theófilo Rodrigues Jornal Bafafá 100% Opinião não se responsabiliza pelo conteúdo autoral dos colaboradores, bem como serviços de anunciantes. Anuncie: bafafajornal@gmail.com | (21) 3547-3699

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OPINIÃO

Telecomunicações – A Universalização da Banda Larga e o PLC 79/2016 Por Miguel Sampaio Retomo o assunto relativo às políticas públicas em relação às telecomunicações, em que expus as intenções de se aprovar o PLC 79/2016 como está e o resumo das consequências dessa decisão: 1. Internet Banda Larga disponível apenas para as classes mais favorecidas (fim da Universalização), ou seja, regiões habitadas por comunidades carentes, de baixa renda, dificilmente terão acesso, tornando ainda maior a exclusão social. 2. Transferência dos “bens reversíveis” que pertencem à União para as operadoras, cujo valor, segundo o TCU é superior a 100 bilhões de reais. Este PLC está tramitando no senado e ainda não foi votado. O lobby poderoso das forças do “mercado” atropela o bom senso no senado. Estamos lutando para, pelo menos, reverter a questão da universalização. Abaixo coloco um artigo esclarecedor publicado pelo Instituto Telecom no “Nossa Opinião”, que aborda o tema da urgência da banda larga em todos os lares num futuro próximo: “Na quinta-feira, 11/4, ocorreu algo inédito. Um jogo de futebol de grande apelo popular (Flamengo x San José) não foi transmitido por nenhuma rede tradicional de televisão, nem aberta nem fechada. O jogo foi transmitido pelo Facebook. Cada vez mais veremos isto se repetir. É o uso do streaming – uma tecnologia que envia informações multimídia por meio de transferência de dados, utilizando redes de computadores, especialmente a Internet. Mas, para que isso efetivamente ocorra, será necessária banda larga mais rápida e de qualidade.

Muitos comerciantes habituados a colocar televisores para transmitir jogos e atrair a clientela, ficaram surpreendidos com a novidade. Bares, clubes, restaurantes não sabiam o que responder para aqueles que cobravam a transmissão do jogo. “A culpa é do Face”, diziam alguns. De certa forma, eles tinham razão. A plataforma da internet se sobrepôs ao que estamos acostumados a utilizar. Mas como nos adaptarmos a essa nova realidade? Aqui entra a discussão sobre a universalização da banda larga. Assim como televisores estão em todas as casas do país, precisamos ter banda larga em todos os lares. Isto se chama universalização. Estamos muito distantes de universalizar a banda larga em nosso país. Segundo o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), as desigualdades econômicas e regionais se aprofundam no mundo digital. Hoje, 39% dos lares brasileiros não têm acesso à internet. Enquanto 99% dos lares da classe A possuem acesso, apenas 30% das classes D/E têm banda larga em seus domicílios. Na área rural, somente 34% têm acesso. Na área urbana o percentual é de 65%. Ou lutamos contra o PLC 79 ou ficaremos sem ver o jogo de futebol, sem investimentos na medicina (telemedicina), na educação ou na segurança pública.” Diretor de Comunicação do SENGE (Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro)

O governo Bolsonaro e a Educação Por Theófilo Rodrigues O início de governo Bolsonaro foi marcado até agora por muita confusão interna. Disputas entre grupos diversos que compõem o governo provocaram uma paralisia decisória assustadora. Mas em nenhuma outra área a bagunça foi tão grande quanto na Educação. A falta de um projeto político bem delineado fez com que medidas fossem anunciadas aleatoriamente e desmentidas logo em seguida. A rápida demissão do Ministro foi sintomática dessa falta de prioridade estabelecida para a Educação. Ricardo Vélez Rodriguez foi o primeiro nome indicado por Bolsonaro como Ministro da Educação. Sua carreira foi construída sob a orientação de Antônio Paim, intelectual com certa relevância no campo conservador brasileiro. Mas Vélez Rodriguez nunca saiu da sombra de seu mestre. O que o levou ao ministério foi ter conquistado a simpatia do guru presidencial, Olavo de Carvalho. Como gestor público sua atuação foi desastrosa. Um dos casos mais polêmicos foi a solicitação para que as escolas filmassem os alunos cantando o Hino Nacional e lendo uma carta com o slogan de Bolsonaro. A notícia caiu como uma bomba na opinião pública e no mundo jurídico, já que seria ilegal pedir essa filmagem sem que houvesse a autorização dos pais dos alunos. O ministro voltou atrás e desfez a solicitação. O caso dos vídeos foi uma trapalhada. Mas houve questões mais sérias. Vélez Rodriguez chegou a anunciar que o MEC iria mudar a forma como os livros didáticos

tratam do tema da ditadura militar e do golpe de 1964. Seu objetivo seria formar uma nova consciência entre os jovens para que não fossem tão críticos do período ditatorial. Ainda mais perigosa é a sua concepção elitista de ensino superior. Segundo Vélez, a “universidade não é para todos”. Ao desprezar o papel da universidade pública, Vélez não está muito longe do pensamento de seu chefe. Em entrevista recente, Bolsonaro demonstrou total desconhecimento do cenário educacional e científico do país ao sustentar que “poucas universidades têm pesquisa, e, dessas poucas, a grande parte está na iniciativa privada”. A afirmação é inverídica e gerou imediata reação de associações científicas de todo o país. Em abril, o ministro foi demitido, mas as propostas absurdas foram mantidas ou ampliadas. Sob o comando de Abraham Weintraub, o MEC anunciou o desejo do governo de acabar com a sociologia e a filosofia nas universidades federais. Além disso, um gigantesco corte no orçamento de algumas universidades foi anunciado. Como diria Darcy Ribeiro, a crise da educação, pelo visto, não é uma crise, mas sim um projeto. Cientista político


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CRIATIVIDADE

SAÚDE

Criatividade & Pressão & Evolução & MacGyver Por Raquel Reis Em algumas linhas de pensamento sobre a criatividade (e existem várias delas), é dito que a chave da capacidade de evolução e adaptação da humanidade está na nossa capacidade criativa. É através da criação que evoluímos, ou seja, a criatividade é uma ferramenta biológica de sobrevivência por meio da adaptação, muitas vezes com pressão (pela sobrevivência, por exemplo). É por esse caminho que seguiremos neste breve papo. Nos anos 80/90 existia uma série chamada Profissão Perigo, onde o agente MacGyver encontrava soluções mirabolantes para qualquer situação usando sua criatividade, no meio da pressão total (ênfase na pressão), muitas vezes, caso de vida ou morte. Ok, ele tinha muito conhecimento (repertório diferenciado), isso é fato, mas sem a força da criatividade para mudar o olhar sobre os objetos que ele tinha à mão e solucionar as suas questões, um pente de cabelos seria somente para pentear cabelos, e nada mais. A criatividade está ao alcance de todos, ouso dizer que nós nascemos MacGyver, com potencial criativo à flor da pele. Com o tempo, vamos adquirindo medos, como o de julgamento dos outros ou rejeição, que acabam retendo nosso potencial. Basta se lembrar de quando você era uma criança e ainda não estava contaminada com “os medos”. Sua imaginação fluía mais livremente e um tênis virava um barco, uma vassoura um trem, e por aí vai. E como ser mais criativo? Como recuperar a fertilidade da imaginação? Exercitamos a criatividade quando saímos da nossa zona de conforto. Quando fazemos algo várias vezes, isso se torna automático e você não precisa mais pensar para realizá-lo. Então, saia da sua rotina. A cada nova situação que você se propõe, sua criatividade é estimulada. Aprenda sobre diferentes assuntos, tenha um repertório diferenciado. Por exemplo, você pode ler livros, revistas de áreas diversas, procure coisas que geralmente não te interessam, pois assim você vai entrar em contato com universos diferentes e obter novos inputs. Com isso, perceberá um pente de “forma diferente” e solucionar questões de forma mais criativa e eficaz, quase como o amigo MacGyver! Criatividade não é talento, pode ser estimulada e desenvolvida ao longo da vida, e só traz benefícios :)

Raquel Reis é CEO Mônada Soluções Criativas. Apaixonada por design e todos os seus processos

Ambulatório São Lucas PUC Pouca gente sabe que o Ambulatório São Lucas, do Departamento de Medicina da PUC-Rio, oferece atendimento médico de diferentes especialidades a R$ 80*. Para ser atendido no ambulatório é necessário agendar consulta previamente, de segunda à sexta-feira, no horário comercial. O atendimento inclui clínica geral, ginecologia, ortopedia, dermatologia, psiquiatria, pediatria, neurologia, nutrição, angiologia, urologia, proctologia, geriatria, cardiolagia, clínica da dor, fonoaudiologia, otorrino, endocrinologia, fisiatra, homeopatia, cirurgia plástica e da mão. São realizados também exames de ultrassonografia, raios-x, papanicolau (preventivo ginecológico) e eletrocardiograma. Os exames podem ser marcados por telefone ou no link acima. O ambulatório entrará em contato na hora da confirmação.

Os pagamentos podem ser feitos em dinheiro ou no cartão de débito ou crédito (à vista). Apenas o preventivo ginecológico (Papanicolau) é necessário que o pagamento seja feito em dinheiro (R$ 23*). *valores de abril/19 IMPORTANTE: não realiza atendimento de emergência. Como chegar: O Ambulatório fica próximo ao Parque da Cidade, na Gávea. Vindo da Central do Brasil, você pode pegar o ônibus Troncal 5 e descer no ponto final. Há também a opção de vir pela Rodoviária pegando o ônibus 112 e descendo na pracinha (antiga cabine de polícia), dois pontos após o Instituto Moreira Salles.


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ESPECIAL SANTA TERESA

Santa Teresa, a Montmartre Carioca Por Ricardo Rabelo Santa, como é chamada pelos mais íntimos, é um dos bairros mais charmosos do Rio. Por ali encontramos arte, rica arquitetura, boemia, história, natureza e vistas espetaculares da cidade. Tudo isso combinado a um sofisticado polo gastronômico e boêmio que atrai cariocas, estrangeiros e muitos artistas ao bairro. É o único do Rio que mantém os antigos bondes em circulação, recentemente modernizados e agora gratuitos para os moradores do bairro. As melhores referências de localização são seus largos: Largo do Curvelo, Largo dos Guimarães, Largo das Neves e Largo do França. Entre os eventos mais importantes estão “Santa Teresa de Portas Abertas”, “Festa Literária de Santa Teresa – FLIST”, “Circuito Oriente de Arte” e um carnaval animadíssimo feito por blocos como Céu na Terra, Carmelitas, Badalo de Santa Teresa, Aconteceu, entre outros. Tanto de dia, como à noite, o bairro é sempre uma efervescência cultural. Uma dica se hospedar por uma noite num de seus hotéis ou pousadas para curtir os dois turnos. Assim, ainda vai usufruir dos deliciosos cafés da manhã.

Principais atrações: Museu da Chácara do Céu R. Murtinho Nobre, 93 | (21) 3970-1093 | museuscastromaya.com.br Museu Casa de Benjamin Constant (temporariamente fechado para restauração) facebook.com/MuseuCasaBenjaminConstant R. Monte Alegre, 255 | (21) 3970-1168 Museu do Bonde Rua Lélio Gama, 2.212 | (21) 2332-8422 Cine Santa Teresa Rua Paschoal Carlos Magno, 136 | (21) 2222-0203 | cinecasal.com.br/cine-santa

Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas R. Murtinho Nobre, 169 | (21) 2215-0621 | www.facebook.com/parquedasruinas Centro Cultural Laurinda Santos Lobo R. Monte Alegre, 306 | (21) 2215-0618 www.facebook.com/laurindasantoslobo Mirante Dona Marta De carro, o acesso é feito pelo Cosme Velho. Siga a Ladeira dos Guararapes, na direção do Corcovado, até avistar uma placa indicando o Mirante. O acesso é fácil e há estacionamento no local.

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O que fazer em Santa Teresa Um roteiro com ótimos lugares para se divertir, comer, beber, comprar e se hospedar no bairro. • Gastronomia Armazém São Thiago (Bar do Gomez)

Com decoração antiga e original da década de 20, o Bar do Gomez é uma volta ao tempo. Para atrair novos clientes na decadência dos armazéns, Seu Gomez transformou o local em bar que acabou adotando informalmente o seu nome. De lá para cá é só gente bonita, cerveja gelada e muita animação. A casa não serve refeições, mas tem um cardápio variado de petiscos, sanduíches, vinhos, cervejas e mais de 120 tipos de cachaça. Funcionamento: ter a dom de meio-dia a 01h. Rua Áurea, 26 – Um pouco acima do Largo dos Guimarães | (21) 2232-0822

Bar da Fatinha

O Bar da Fatinha é referência de música boa, gente animada e cerveja gelada. De sexta a domingo tem música ao vivo nos estilos rodas de samba, bossa, carimbó, forró. Fátima, personagem queridíssima do bairro, comanda a casa que tem no cardápio deliciosos petiscos, sopas e pizzas - inclusive veganas, além de várias marcas de cervejas. Atendimento de primeira, gastronomia afetuosa, cerveja gelada, música de qualidade e muita alegria! Funcionamento: quar a sab de 16h a 01h, dom das 16h às 22h. Rua Áurea, 2a | (21) 2252-6047

Bar do Mineiro

Um dos mais tradicionais e queridos de Santa, o boteco decorado com panelas, fotos, cartazes e marionetes é um charme. No cardápio, deliciosos pratos da cozinha mineira e muitos petiscos. A feijoada é uma das marcas da casa e ainda tem a opção da versão mais leve, com carnes magras. Para beber, cervejas, dezenas de cachaças, caipirinhas e a famosa cachaça de gengibre, servida gelada e tida como afrodisíaca. Imperdível! Funcionamento: ter a qui, das 11h às 02h. Sex e sab, das 11h às 04h. Dom, das 11h às 20h. Rua Paschoal Carlos Magno, 99 – perto do Largo dos Guimarães | (21) 2221-9227

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Bar do Serginho

Bar e Armazém, Serginho é ponto sagrado dos moradores de Santa e quartel general do Bloco das Carmelitas. O ambiente é bem tranquilo, com mesas na calçada e a Baía de Guanabara ao fundo. Para comer, pizzas, sanduíches e petiscos estão entre as opções mais pedidas para acompanhar cervejas geladas ou vinhos (nacionais e importados). Destaque para o café da manhã que é show. Para completar a alegria, às segundas tem rodas de choro e samba às sextas. O lugar pode ser reservado para eventos ou almoços. Funcionamento: seg a sab das 09h às 22h. Rua Dias de Barros, 2A – perto do Parque das Ruínas | (21) 2509-6957

Caipicana

Um lugar de alto astral, Caipicana promove gastronomia saudável e diversos eventos ligados à cultura e bem estar, como terapias naturais, tarô e heiki. O cardápio inclui pizzas veganas, cachaças envelhecidas no carvalho, licores, mate e até caldo de cana preparado na hora. Druzas de cristal decoram e energizam o ambiente onde acontecem encontros de jazz, MPB e forró, para curtir e dançar. Um cantinho que promete diversão, comida saudável, bebida de qualidade e muita energia boa! E ainda tem uma exposição permanente de cachaças, todas à venda! Funcionamento: ter a dom das 15h às 22h - Rua Áurea, 02 | (21) 97688-8375

Café do Alto

Mais do que bar e restaurante, Café do Alto é um espaço cultural do Nordeste. O ambiente é alegre e descontraído e o atendimento muito gentil. O cardápio é variado, com deliciosos pratos, petiscos e doces de dar água na boca. Tem até água fresca na moringa, um luxo! O Café da Manhã Nordestino tem dezenas de iguarias para deixar todo mundo feliz. Para beber, rótulos de cachaças cariocas e nordestinas, cervejas artesanais, chopes, drinks e vinhos. Funcionamento: Seg, ter, qui e sex das 12h às 21h, sáb e dom das 09h às 20h, fechado às quartas. Rua Paschoal Carlos Magno, 143 – Largo dos Guimarães | (21) 2507-3172

Espírito Santa

Comandado pela chef manauara Natacha Fink, Espírito Santa possui um cardápio de culinária brasileira contemporânea com ênfase em ingredientes da Amazônia. Rústica e aconchegante, a casa se destaca pela preocupação constante com a sustentabilidade. No cardápio, saladas, caldinhos, pratos de carne, pei-


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xe, aves, petiscos e opções para os vegetarianos. Não deixe de experimentar as sobremesas, são divinas! Aos sábados, tem festa com o DJ Zod no espaço do subsolo. Imperdível! Funcionamento: diariamente das 12h às 23h. Rua Alte Alexandrino 264 – perto do Largo dos Guimarães | (21) 25074840 / (21) 982290023 (WhatsApp).

Tayeb

Com vista para o belíssimo Largo das Neves, o restaurante Tayeb tem um variado cardápio de comida árabe e brasileira com pratos e petiscos como kaftas, kibes, hommus, alcatra com batata canoa, frango grelhado e muito mais. Isso sem falar dos deliciosos doces árabes. Para beber, muitas opções de cervejas e drinks. Diariamente, saem fornadas de pães artesanais maravilhosos! Aos sábados tem shows de rock e quinzenalmente jogos de Quizz com prêmios para os vencedores. O espaço pode ser reservado para eventos. Funcionamento: ter a dom das 11h30 à meia-noite, seg das 17h à meia-noite. Rua Progresso, 05 – Largo das Neves | Fone: 21 3406-0228

Tribas Pizza

No coração de Santa Teresa, a Tribas Pizzas é faz sucesso com seu cardápio de pizzas saudáveis e criativas. Esportes radicais, natureza, alimentação saudável são as inspirações da casa que prioriza a qualidade dos produtos regionais e orgânicos. O chef Triba Reys criou uma massa vegana de batata doce e linhaça com fermentação lenta que resultou numa pizza leve e muito crocante. O cardápio oferece diversos sabores, mas o grande destaque fica por conta das opções veganas e vegetarianas. Além das pizzas, o ketchup de beterraba e a mostarda de chuchu são algumas das estrelas da casa. Às terças e quartas tem rodízio. Funcionamento: diariamente de 18h à meia-noite. Tem delivery. Rua Paschoal Carlos Magno, 109 – Largo dos Guimarães | (21) 3689-6609

Mô Café

A atmosfera aconchegante é quase irresistível para quem passa. A decoração é uma graça: mesas feitas com material de demolição, cadeiras recicladas, fotografias nas paredes e prateleiras com dezenas de objetos de decoração. Mandalas, porta copos, ímãs de geladeira, artesanatos além de decorar estão à venda. No cardápio, cafés e chás diversos, bolos, sanduíches, salgados, doces, cervejas, caipirinhas, vinhos e cachaças. Entre os mais pedidos está o bolo indiano, divino! Para completar, uma pequena tabacaria com charutos cubanos e hondurenhos, cigarrilhas, fumo orgânico, cigarro de palha, sedas e outros acessórios. Funcionamento: seg a sab das 09h

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às 20h, dom e feriados das 09h às 18h. Rua Santa Cristina, 181 – perto do Largo dos Guimarães | (21) 2215-9037

Portella Bar

Este típico botequim paulista faz sucesso com a filial em Santa Teresa desde 2011. Seu cardápio de comida brasileira tem foco na culinária do Nordeste. São mais de 20 opções à la carte, entre eles, escondidinho, lambada (carne de sol, jabá, macaxeira orgânica, farofa e purê de jerimum), portadella (massa folheada com mortadela ouro, pistache e Catupiry), moqueca, carnes mistas, feijoada todos os dias, entre outros. Tem ainda muitos petiscos, chope gelado, variedade de cervejas, caipirinhas e cachaças. E o melhor: com música ao vivo às sextas, sábados e domingos. Funcionamento: qua a seg das 11h às 23h. Rua Paschoal Carlos Magno, 139 – Santa Teresa | (21) 2507-5181

• Compras Favela Hype

Favela Hype é um espaço multicultural super descolado em Santa Teresa. Além de loja é também bar, galeria de arte, restaurante, bistrô e palco para shows de MPB, blues, salsa, samba, pop e rock. A grife é comandada pela designer e estilista Kananda Soares que propõe um life style em suas peças exclusivas. Ali você encontra moda feminina e masculina, além de acessórios como bolsas, turbantes, bijuterias, óculos e até adereços de carnaval. Para comer, uma deliciosa feijoada que é servida todos os dias, pratos à la carte e diversos petiscos. Para beber, drinks, caipirinhas, mojitos e cervejas. Às sextas e sábados tem música ao vivo da melhor qualidade. Funcionamento: seg a qua das 10h às 18h, qui e dom das 10h às 22h, sex e sab das 10h à meia-noite. Rua Paschoal Carlos Magno, 103 | (21) 3796-3777

La Vereda

Essa é uma das lojas de artesanato brasileiro que merece destaque no Rio. O lugar vende centenas de itens produzidos por pequenos artesãos de todo o país e encanta pela curadoria de bom gosto. Entre as peças, roupas, objetos de decoração, móveis de material de demolição, bijuterias, colchas, tapeçarias, redes, lustres, luminárias, cerâmicas, quadros. E o melhor: por um preço acessível. No La Vereda é possível encontrar também CDs de música brasileira, livros, fotografias antigas do Rio em alta resolução, gravuras, miniaturas do bondinho de Santa Teresa, miniaturas de favelas, artesanato de pedra sabão, entre outras preciosidades. Um lugar perfeito para comprar um presente original e tentador para os apaixonados por decoração.


8 Funcionamento: seg das 13h às 21h, ter a dom das 10h às 21h. Rua Alte Alexandrino, 428 – Largo dos Guimarães | (21) 2222-1848

• Hospedagem Mama Shelter Rio

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culturais como bazar, feiras, festas juninas e encontros musicais da melhor qualidade. O café da manhã é aberto ao público, mas precisa reservar. http://facebook.com/modernistashospedagem Rua Paschoal Carlos Magno, 39 | (21) 3852-8265

• Artes

Esse hotel boutique tem um ambiente moderno e refinado que agrada já ao primeiro olhar. O conforto e o atendimento personalizado tornam a experiência simplesmente encantadora. O café da manhã, incluso na diária, é servido no restaurante do hotel e tudo é delicioso. Aberto ao público para almoço e jantar e é especializado em Comfort Food. Após as 18h tem pizzas de massa de fermentação natural e feitas no forno à lenha. Atração à parte, o bar do Mama Shelter tem DJs aos finais de semana, excelentes bebidas e petiscos. Um lounge ao ar livre e mesas de jogos são outras opções da área de convivência e diversão. E pode ser reservado para casamentos, despedidas de solteiros e aniversários. Pet friendly. Rua Paschoal Carlos Magno, 5 | (21) 3980-0300 | www.mamashelter. com/pt-BR/rio-de-janeiro

Ateliê dos Artífices

Raízes do Brasil

Um dos artistas mais queridos e atuantes de Santa Teresa, LFZ transforma trabalhos gráficos em painéis, quadros e camisas, mixando elementos culturais e urbanos com suas vivências em Santa. Inquieto, esse artista maranhense faz de seus delírios psicodélicos uma arte plena de cores e alegria. Isso se transforma em trilha sonora quando incorpora o DJ ZOD. Na pista, incursões pela música africana, sons do Oriente Médio, black music, samba, rock, reggae, salsa, carimbó, maracatu, Bumba Boi e muito astral! A sequência de raridades de seu repertório tem origem no Maranhão. Quando ainda criança sintonizava o velho rádio da mãe para pegar as ondas das rádios caribenhas. Para quem não sabe, é de sua autoria a marca do bondinho de Santa Teresa chorando, que virou uma febre no Rio. Facebook: Zod Nazir | Instagram: Luiz de França Zod

Num belo casarão centenário, Raízes do Brasil funciona como hostel, restaurante, bar, feira agroecológica e loja de produtos naturais. O ambiente é acolhedor e tem bons preços para hospedagem. São sete quartos: coletivos, família e suítes. Aos sábados, a casa serve o Café da Manhã Camponês, aberto ao público. A decoração é de temas bem brasileiros e o som é de viola. Os produtos são da roça e artesanais, inclusive pães, bolos, cuscuz de milho, manteiga, geleias e outras delícias. Tudo sem agrotóxicos ou transgênicos, inclusive os que estão à venda. Gerido pelo Movimento dos Pequenos Agricultores Raízes do Brasil, o projeto agrega sustentabilidade, responsabilidade social e respeito ao campo. A feirinha orgânica acontece aos sábados de manhã e a loja de produtos naturais, diariamente. Rua Áurea, 80 | (21) 99506-5740 http://www.facebook.com/raizesdobrasilrj

Modernistas Hospedagem e Arte

O Modernistas fica numa belíssima casa de 1925 inteiramente restaurada no coração de Santa Teresa. O espaço é uma homenagem à Semana de Arte Moderna de 1922. Cada uma de suas cinco suítes foi projetada por um profissional distinto inspirado num artista modernista diferente. O resultado é beleza e muito conforto, um luxo! O atendimento cuidadoso e o capricho fazem do café da manhã uma atração à parte. Entre os quitutes, você encontra açaí, bolinhos, queijos, pão, café fresquinho e até brigadeiro de sobremesa. Ao lado do hotel fica a Anexo Galeria de Arte que recebe frequentemente exposições de arte contemporânea. O espaço também realiza eventos

Mix de ateliê, galeria e café, o Ateliê dos Artífices combina arte, design, música, poesia, teatro, cinema, educação, petiscos caseiros e cervejas artesanais. A proposta é ser uma plataforma de desenvolvimento do artífice/artista para expor seus trabalhos, ministrar cursos, marcar encontros e realizar eventos. O espaço integra o Circuito Oriente, uma rede de espaços de artes em Santa Teresa e pode ser alugado para eventos, filmagens e comemorações. A programação é intensa e tem exposição nova a cada mês. Consulte no site: www.ateliedosartifices.com.br. Funcionamento: terça a domingo de 17h à meia-noite. Largo das Neves, 04 Loja | (21) 98119-7269 / 3079-6136

Arte Lambe-Lambe de Luiz de França Zod

Manduca Criações: Móveis Ressignificados e Marcenaria Criativa

Sabe aquele móvel sem graça que a gente tem ou que não combina mais com o resto da decoração? Que tal transformá-lo para um novo uso ou até para uma nova função? Essa é a proposta da designer Amanda Faustino que recentemente abriu seu ateliê em Santa Teresa para trabalhar com arte e sustentabilidade. No mesmo espaço funciona também a Marcenaria Criativa, que é para quem busca um móvel pequeno, moderno como os do Pinterest e com um custo que cabe no bolso. Para conhecer o espaço ou fazer um orçamento, é só agendar através dos contatos. www.manducacriacoes.com.br - www.facebook.com/manducacriacoes Fone: 21 4107-6669 | 98106-9052


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ESPECIAL SANTA TERESA

Policiamento em Santa Teresa melhora, mas ainda sofre críticas

Portella Bar: tradição paulistana conquista os cariocas em Santa Teresa

Santa Teresa sofre um problema crônico de segurança. Apesar da situação do bairro ter melhorado com a presença mais efetiva da PM, a associação de moradores local, a AMAST, é da opinião de que é preciso mais planejamento no patrulhamento. A principal crítica é a precária presença de patrulhas nas entradas e saídas do bairro. “O policiamento nas vias de acesso é o principal problema. Via Glória, Lapa, desde o Catumbi, Centro, etc. Assaltos com motos ainda são comuns”, salienta Paulo Saad, presidente da AMAST.

Fundado em 1969 em São Paulo, o Portella Bar estendeu os limites de seu sucesso com uma filial no Rio a partir de outubro de 2011, na bucólica Santa Teresa. Instalada num casarão centenário, em frente à estação do bondinho do Largo dos Guimarães, a casa serve comida brasileira com foco em comida nordestina. O ambiente é informal e aconchegante, com música ao vivo às sextas, sábados e domingos. No cardápio mais de 20 pratos à la carte, com destaque para o escondidinho, lambada (carne de sol, jabá, macaxeira orgânica, farofa e purê de jerimum), portadella (massa folheada com mortadela ouro, pistache e catupiri), moqueca, tilápia, bobó de camarão, chapa de frutos do mar, picanhas e a famosa chapa Portella com carnes mistas, entre outros. Vale ainda conferir a feijoada que é servida todos os dias da semana. No almoço, os pratos executivos saem por R$ 29,90 (preços de abril/19). Entre os petiscos, carne de sol, carne seca (desfiadas ou em pedaços, ambos com macaxeira), casquinha de siri, frango à passarinho, manjubinha na canequinha e bolinho de bacalhau. Imperdível conferir o pastel cujos ingredientes são servidos separados. Para beber, chope gelado, boa variedade de cervejas em garrafas de 600ml, long necks, caipirinhas e mais de 20 tipos de cachaças, além de vinhos e espumantes. “Os pratos são saborosos e servem duas pessoas”, garante Nádia, dona do restaurante e carioca de coração. O sucesso da terra da garoa conquistou os cariocas e a galera do Bafafá!

Questionado sobre a implantação de um “Santa Teresa Presente”, Saad discorda. “Estes esquemas não são bem vindos por aqui”. Sobre segurança privada, a AMAST também critica. “Estas práticas atuais de milícia de empresas fardadas nas ruas são outra balela. Estão ali protegendo o comércio, num caso clássico de cão de guarda, enquanto o assalto ocorre acolá contra o cidadão comum”. Já a Associação de Amigos e Empreendedores de Santa Teresa – Amesanta, entende que a segurança no bairro vem melhorando nos últimos meses. Empresários estão focados na promoção de eventos culturais e na ocupação positiva do espaço público. “Manter as ruas movimentadas com cariocas e turistas em busca de lazer cultural é a nossa resposta”, diz Liliane Jaeger, presidente da Amesanta. A entidade também está se articulando com os órgãos oficiais de turismo para a melhor promoção do bairro como destino turístico na cidade do Rio de Janeiro. A Polícia Militar garante que, desde o início de 2019, esquadras do RCECS (Regimento de Cavalaria Cel Enyr Cony dos Santos) e viaturas têm reforçado o policiamento nos acessos de maior circulação no bairro. E lembra que a região conta com a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Escondidinho/Prazeres desde fevereiro de 2011. O Comando da Corporação reitera a recomendação para que os cidadãos não deixem de registrar roubos nas delegacias da Polícia Civil da área. Os registros servem de base para o planejamento do policiamento ostensivo pela PM e para a investigação dos crimes pela Polícia Civil.

Confira também no Instagram: https://www.instagram.com/portella_bar/

Portella Bar Rua Paschoal Carlos Magno, 139 – Santa Teresa Fone: 2507-5181 Funcionamento: quartas a segundas de 11h às 23h.


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Ano 18 | Rio de Janeiro | bafafa.com.br

MÚSICA

Instrumental brasileiro ao invés do “extrumental” político Baterista Alfredo Dias Gomes, baixista Jorge Pescara e compositor Rodrigo Marconi seus lançam CDs solos Por Fábio Cezanne Diante de tantas tragédias que acometem nossa megalópole (e o País), é de se louvar os que se fazem de “instrumental para nossa paz”, pois só assim mesmo para, onde houver ódio, levar o amor. Se o ano começou “bolsolizado”, por outro lado novos apetites sonoros nos direcionam para o rumo certo da vida: ao lado da boa música! A coluna abre com “Solar”, novo disco solo do incansável baterista Alfredo Dias Gomes. O filho de Janete Clair e Dias Gomes alcança a marca de onze discos solos, tendo este sido gravado em seu próprio estúdio, na Lagoa (já está disponível nas plataformas digitais - download e streaming no iTunes, Spotify, etc – e em CD físico). São oito faixas autorais e inéditas que revelam o artista como um exímio compositor também nas harmonias mais brasileiras, regionais. Aliás, “Solar” é justamente o oposto do que ele apresentou em “Jam” (2018) – um disco agressivo, com o característico volume do jazz rock. Tendo iniciado sua carreira com Hermeto Pascoal, com quem gravou o icônico “Cérebro Magnético”, e, posteriormente, acompanhando e gravando com Sérgio Dias, Lulu Santos e os Heróis da Resistência, foi a partir de 1993, ao se desligar da banda de Ivan Lins, que o baterista decidiu se dedicar

aos próprios projetos e realizar-se também enquanto compositor e entusiasmado virtuose das baquetas. O CD “Solar” não apenas ressalta tais motivações embrionárias, assim como revela um lado seu mais “brasileiro” Outra bolacha gostosa de se ouvir é o terceiro CD solo do virtuoso baixista Jorge Pescara. Depois dos aclamados “Grooves In The Temple” e “Knight Without Armour”, Pescara lança “Grooves In The Eden”, produzido pelo lendário Arnaldo DeSouteiro e lançado internacionalmente pela gravadora Jazz Station Records, de Los Angeles. O músico inicia, aqui, um novo capítulo em sua brilhante traje-

tória, desta vez inspirado na combinação de elementos de jazz, rock, pop, funk, r&b e música brasileira, transcendendo rótulos e estilos, para se afirmar como uma fusão única e inovadora. Um dos baixistas brasileiros de maior expressividade no cenário contemporâneo do jazz e do rock progressivo, Jorge Pescara integrou por longos

anos o grupo da cantora Ithamara Koorax, com quem já gravou diversos discos (“Brazilian Butterfly”, “Got To Be Real”, “Love Dance”) e excursionou pelo mundo. Também já gravou com Dom Um Romão, Luiz Bonfá, Paulo Moura, Eumir Deodato, José Roberto Bertrami, Celso Fonseca, só pra citar alguns. O disco também já está nas plataformas digitais. Recomendadíssimo! Outro lindíssimo trabalho instrumental que chega ao formato físico e nas plataformas de streaming é o CD “Correspondências”, do compositor erudito Rodrigo Marconi, seu disco de estreia, um trabalho carregado de referências literárias - suas peças contemporâneas se comunicam com os escritos de Roland Barthes, Fernando Pessoa e Berthold Brecht, além de “brincar” com menções a Villa-Lobos e Bach. Marconi reuniu algumas de suas dezenas de composições, presentes nos principais festivais e bienais de música contemporânea do país. De produção independente, gravado e mixado na A Casa Estúdio (RJ) e com distribuição nacional pela Tratore, o álbum reúne 6 obras, divididas em 15 faixas, considerando seus movimentos. Ouvir com mente e coração abertos. Jornalista e músico - cezannedivulgacao@gmail.com

Amigos do Alfredinho assumem o Bip Bip e mantêm programação Atendendo a apelos da família, amigos do Bip Bip decidiram manter o lugar aberto apesar do falecimento do dono Alfredinho. O pequeno bar, ícone do Rio de Janeiro, vem sendo tocado por uma espécie de colegiado que se reveza no comando da casa. A programação continua a mesma: choro segundas e terças, bossa nova às quartas e samba às quintas e domingos. Sábado é um dia livre com debates políticos, lançamentos de livros e outras atividades.

“O Bip Bip é mais que um botequim, é um centro cultural. Decidimos manter o bar aberto com todas as suas características”, conta o músico e médico Ari Miranda, um dos voluntários na empreitada e antigo frequentador. A gerência da casa é tocada pelo também músico Matias Bidart que supervisiona as compras e um único funcionário. O grupo está empenhado também em manter os projetos sociais que Alfredinho apoiava, inclusive a distribuição de cestas básicas para 42 famílias carentes. Outra iniciativa é tentar junto à Prefeitura e à Câmara dos Vereadores mudar o nome da rua para Alfredinho do Bip Bip. Tem até um abaixo assinado digital neste sentido. Bip Bip: Rua Almirante Gonçalves, 50 - Copacabana | 21 2267-9696


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ENTREVISTA

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“O berço do surf brasileiro é o Arpoador” Nascido em 1952, Ricardo Fontes de Souza, o Rico, é um dos surfistas mais respeitados do Brasil. Pioneiro no esporte venceu vários torneios internacionais, sendo inclusive campeão brasileiro em 1972 e 1973, em Ubatuba, tricampeão brasileiro de longboard (1987, 1988 e 1989), vice-campeão mundial de longboard nos jogos mundiais amadores da International Surfing Association (1988) e vice-campeão mundial de longboard no circuito da Association of Surfing Professionals (1989). Foi ainda fundador da primeira escola de surf no país e lançou a grife Rico de pranchas, roupas e acessórios. Em entrevista ao Bafafá, Rico rememora os primórdios da carreira e do esporte. “Para comprar a minha primeira prancha vendi garrafas, jornais e tampinhas de leite”, lembra. Questionado sobre alguma utopia, não pensa duas vezes. “Minha utopia é ver um Brasil melhor e mais justo”.

Como você descobriu o surf?

Eu morava no Leblon, na esquina da Rua João Lira com a praia. Sempre gostei de pescar e pegar jacaré. A primeira vez que vi alguém surfando foi no Arpoador e numa revista chamada Seleções. Aí mostrei pro meu pai e falei que ia ser meu esporte. E foi (riso). Isso apesar dele não gostar de eu pegar onda porque antigamente a imagem do surf não era muito boa, já que o pessoal era cabeludo e não trabalhava. Para comprar a minha primeira prancha, vendi garrafas, jornais e tampinhas de leite. Depois comecei a consertar pranchas e comprei a minha de fibra. Uma das grandes razões que o surf não era bem visto é porque as pranchas não tinham cordinha e machucavam os banhistas.

“Na época da ditadura era proibido surfar no Arpoador” Confere que era proibido surfar no Arpoador?

Na época da ditadura era proibido surfar no Arpoador. O surfista perdia a prancha na onda e ela machucava quem estava na praia. Tinha uma portaria que estabelecia que só poderia surfar a 200 metros das pedras. A gente nem sempre respeitava e cheguei a ser preso por causa disso (riso). Era na véspera de eu disputar um mundial e o mar estava enorme. Não tinha ninguém na praia e expliquei a situação para o guarda. Alguns eram flexíveis, outros não. Aí ele falou que se eu tentasse, ele iria chamar o choque. Respondi para que ele chamasse, então, dois “cho-

ques”, pois ia surfar de qualquer jeito. Vieram dois caminhões de soldados e tiraram todo mundo de dentro d´água. Eu não saí. Acabei remando até o Sheraton, no Vidigal. Os guardas seguiram a gente e me prenderam. Me chamaram de “dentuço safado” e me puseram dentro do camburão. Acabou não dando em nada. Eu não deixei de surfar, apesar dos militares (riso).

O carioca assimilou rápido o novo esporte?

Eu comecei em 64 com prancha de madeira, mas tinha gente que já surfava antes. Fui disputar vários torneios nos anos 70, inclusive um no Havaí com passagem doada pelo apresentador Flávio Cavalcanti. Lá vi um cara surfando com uma cordinha e me chamou a atenção. Era amarrada com uma meia ao tornozelo. Achei aquilo uma loucura (riso). Passei a usar também no Brasil e até hoje é indispensável. O carioca assimila tudo, o carioca é bom de chinfra (riso).

E como foi a ascensão do surfe no Brasil?

Surgiu no Rio de Janeiro, depois foi para São Paulo, para o sul e depois para o nordeste. Hoje todo mundo domina. Mas, o berço do surf brasileiro é o Arpoador

Quando e onde ganhou o primeiro torneio?

Fui o primeiro a ir para o Havaí, para a África do Sul e para a Indonésia. Tive ótimos resultados e inclusive ganhei o campeonato de remadas. Na volta, voltei ao lado do Ibrahim Sued e perguntei se ele conhecia alguém que pudesse me patrocinar. Criamos

um campeonato no Rio e conseguimos o apoio da TV Globo que nos apoiou. Deu certo e até hoje tenho ótimas relações na emissora.

E quando decidiu parar de competir?

Até hoje eu compito! Se a onda está boa estou nessa. Há dois anos ganhei um campeonato master para acima de 50 anos em Boca Barranca, na Costa Rica. Surfo onda grande, mas não gigantes (riso). São propostas diferentes.

Como fica o coração de um pai vendo o filho surfar ondas gigantes?

Meu filho surfa, inclusive em Nazaré, Portugal, tido como um dos locais com as maiores ondas do mundo. O coração fica apertado, mas tem que apoiar, vai fazer o quê? (riso).

Você se considera um desbravador?

Sou um cara que sempre quis viver do surf e esteve aberto para as oportunidades. Comecei surfando, depois fabriquei pranchas, calções, licenciei minha marca, organizo campeonatos, tenho escola de surfe. Quando a gente pensa só no lucro o dinheiro nunca vem. Quando pensa num trabalho bem feito o dinheiro aparece. É uma consequência.

Como foi criar o boletim das ondas no rádio?

Comecei na antiga rádio Fluminense, conhecida como “Maldita”. Tinha um cara em cada praia que passava as informações por orelhão. Com a Telemar criei também o “Rico Disque Surf”

com boletins às 08h, 12h e a previsão para o dia seguinte. Hoje dou boletins pelo meu site e pela rádio Cidade.

Quais são seus empreendimentos?

Tenho escola de surf, fábrica de pranchas, o museu do surf (no AquaRio), tenho um trabalho social para ensinar jovens carentes a surfar, dois quiosques, um deles em parceria com a Corona e ainda ministro palestras para grandes empresas. Faço ainda replantio na orla da praia. O primeiro projeto no Rio de Janeiro de replantio da vegetação nativa é meu.

“O surf brasileiro mete respeito no exterior” Como você está vendo o Surf hoje?

Parabenizo a nova geração que é brilhante. Eu levei o Mineirinho ao Havaí pela primeira vez, é um garoto ótimo. O surfe brasileiro mete respeito no exterior. O único, porém no Brasil é que as grandes empresas não investem no surf. É um esporte que só dá alegria. As federações deviam ter mais apoio. Hoje estamos bem no topo, mas não na base. Não está bom. Temos vários campeões sem patrocínio.

Quais são os melhores lugares para surfar no Rio? O Arpoador, a Barra, a Praia da Macumba (no Rico Point), Prainha e Grumari. Fora do Rio os melhores lugares são Saquarema e Fernando de Noronha.

Como foi surfar segurando

a tocha nas olimpíadas?

Eu estava indo para o Havaí e me desafiaram a surfar segurando a tocha olímpica. Treinei bastante, me dediquei para não pagar o mico. Ainda assim caí (nos treinos), me machuquei, mas fiquei bom a tempo tomando anti-inflamatórios (riso). Papai do céu foi legal e deu tudo certo na frente de mais de 100 jornalistas do mundo inteiro.

Qual é a primeira dica que dá para os novatos? Procurar uma boa escola de surf, aprender as normas, como são as correntezas e valas. Na minha escola, não se aprende só a surfar. Aprende também a respeitar o próximo, a ficar longe das drogas e a ter bons hábitos alimentares.

Surfar é coisa para jovem ou pode-se aprender em qualquer idade?

Em qualquer idade, inclusive acima dos 50 anos. Já dei aulas para caras de mais de 60 anos. A pessoa só aprende com dois ou três meses. Antigamente não tínhamos tanta preocupação com estilo de vida. Hoje muitos pais voltam a surfar para ter qualidade de vida e para acompanhar os filhos.

Tem alguma utopia?

Minha utopia é ver um Brasil melhor e mais justo! https://ricosurf.com.br/

Quiosques - Rico Point Recreio: Av. Paulo Tapajós, 124 – Recreio dos Bandeirantes - (21) 3597-7240 - Rico Point Barra: Av Lucio Costa 3626, QB37 A/B, Posto 5 e meio - Barra da Tijuca -em frente ao condomínio Beton, altura do 3800 Escola de Surf Rico Barra da Tijuca: WhatsApp (21) 9877-77775 Praia da Macumba: WhatsApp (21) 9746-80419 escoladesurfrico@globo.com


12 Descubra a Essência do Rio! | bafafa.com.br

Bonde de Santa Teresa, agora Obras modernizam museus até a Estação Dois Irmãos de Santa Teresa Pouca gente sabe, mas os bondes de Santa Teresa já trafegam até a estação Dois Irmãos, passando pela Largo do França. A partida é no Centro, na Rua Lélio Gama, 2, próximo à estação de metrô Carioca. Com intervalos de 20 minutos, o custo do passeio é de R$ 20 com a volta inclusa. Moradores com carteirinha, estudantes da rede pública uniformizados e pessoas acima de 65 anos não pagam. Segunda a sexta: 08h às 17h40 Sábado: 10h às 17h40 Domingos e Feriados: 11h às 16h40

Livro Um Vagalume em Santa Teresa rememora história do bairro Em “Um Vagalume em Santa Teresa” a escritora Branca Euler faz um passeio no tempo, entre os “sobe e desce” pitorescos de Santa Teresa, levando às origens do comércio, às relações suis generis que os moradores estabeleciam com seus comerciantes e ao modo de vida da gente que tinha no bonde seu maior parceiro. A autora traz o conhecimento de uma vida passada no bairro, e como se fosse uma recém-chegada admira-se pelas casas e palácios que ainda sobrevivem. Um livro para ler e reler. Editora Magic Art Preço R$ 45 Onde encontrar: La Vereda Rua Alte. Alexandrino (ao lado do restaurante Sobrenatural)

Encontre mais na Agenda Bafafá: www.bafafa.com.br

Dois dos principais museus de Santa Teresa passam por obras que estão modernizando as instalações e prometem muito mais conforto para os visitantes. A intervenção mais profunda acontece no Museu Casa de Benjamin Constant que está fechado há vários meses e tem previsão de reabertura na segunda metade de 2020. As obras do Museu Chácara do Céu irão melhorar muito a acessibilidade ao local com um plano inclinado que vai ligar o Museu ao Largo do Curvelo. Neste caso, não houve o fechamento da instituição que se mantém a pleno vapor.

O Museu Casa de Benjamin Constant teve o telhado trocado, restauração geral da pintura, modernização da rede elétrica, hidráulica e pluvial, restauração dos ladrilhos, pisos, portas e janelas, entre outros. Numa segunda etapa, cuja licitação já está em andamento, serão realizadas obras de recuperação dos jardins e trilhas. Serão trabalhadas a acessibilidade, a sinalização e construídas novas instalações sanitárias. A casa anexa será recuperada com adequação de espaços para criação de reserva técnica e documentação, sala de consulta, salão multiuso, instalações para a área técnica, administrativa, de serviço/apoio e nova bilheteria para o museu. A Casa de Benjamin Constant é uma pérola que muitos cariocas ainda não conhecem. Em meio à natureza, a casa centenária foi residência de um dos fundadores da República Benjamin Constant e guarda até hoje os objetos do intelectual. Passear pelo local é como entrar num túnel do tempo. Tudo estava preservado como era há mais de 100 anos. No Museu Chácara do Céu as obras são para facilitar o acesso e de ampliação do espaço. No plano inclinado, a estrutura principal já está pronta, a obra está em fase de implementação da cabine, dos trilhos e das duas estações. A construção do Anexo do Céu, assim chamado por conta da localização com uma vista magnífica para a Baia de Guanabara. O novo espaço vai abrigar todos os serviços técnicos do Museu, administração, salas para atendimento a alunos e pesquisadores, contando ainda com terraço, jardim de esculturas, auditório e cafeteria. O Museu Chácara do Céu é um dos museus do Instituto de Museus Castro Maya e seu acervo inclui livros raros, mobiliário e artes decorativas, distribuídas em três pavimentos. A casa, cercada por um belo jardim, muito verde e várias obras de arte, tem uma belíssima vista da Baía de Guanabara e do Centro do Rio. O museu mantém dois cômodos originalmente mobiliados e ambientados, que preservam o caráter de residência do local de forma muito interessante. Abriga obras de Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Debret, Djanira, Visconti e Chagal, além das exposições temporárias. Quem quiser ir de carro, tem estacionamento gratuito do próprio museu e pode aproveitar para ir ao Parque das Ruínas que é ao lado. Funcionamento: quartas a segundas das 12h às 17h Ingresso: R$ 2 (estudantes, idosos, menores de 12 anos não pagam)


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