JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2011|
JORNAL DO
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Baixo
Guadiana Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000
Jornal Mensal
JULHO 2011
Ano 12 - Nº134
PREÇO: 0,85 EUROS
PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS
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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2011
EDI TORIA L
JBG
Jornal do Baixo Guadiana Director: Carlos Luis Figueira Sub-Director: Vítor Madeira Chefe de Redacção: Susana de Sousa Redacção: Antónia-Maria, Carlos Brito, Joana Germano, Victoria Cassinello Colaboradores da Edição: Ana Brás Ana Dias Ana Lúcia Gonçalves Humberto Fernandes João Raimundo Rui Rosa Susana Correia Teresa Rita Lopes Associação Alcance Associação GUADI e Associação Odiana Departamento Comercial: baixoguadiana@gmail.com joanagermano@gmail.com Sede: Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21 8950-909 Castro Marim Tel: 281 531 171 Fax: 281 531 080 Redacção: Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21, 8950-909 CASTRO MARIM 281 531 171 966 902 856 baixoguadiana@gmail.com Propriedade: Associação Odiana Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21, 8950-909 CASTRO MARIM Tel: 281 531 171 Fax: 281 531 080 geral@odiana.pt
Um Novo Ciclo As eleições de 5 de Junho abrem um novo ciclo na vida politica do País. Pela primeira vez, no Portugal democrático, o centro direita e a direita, assumem por inteiro as responsabilidades da governação do País já que passam a dispor da Presidência da República, de uma confortável maioria dos deputados na Assembleia e da gestão da maior parte dos municípios do país. O Algarve acompanha esta onda nacional com o PSD a ser, creio que pela primeira vez, a força vencedora em todos os concelhos da região. Cumpriu-se um desígnio há muito aspirado! Uma nova geração assume as mais altas responsabilidades na governação do País. Anunciam roturas e politica de verdade. Quanto à primeira premissa veremos em que sentido se vai processar. Já em relação à segunda, desde já a saudamos, porque o País necessita de facto de verdade. Em contraste o PS sofre uma estrondosa derrota acompanhada pelo Bloco que perde metade do seu eleitorado, com a CDU a aguentar-se num plano no qual, embora não sendo visíveis progressos, consegue um resultado sofrível, disfarçado pelos níveis da abstenção e pela eleição de mais um deputado, eleito pelo Algarve facto que lhe permite, finalmente, 20 anos depois, recuperar a representação regional
na Assembleia, o que naturalmente se saúda. Algarve, região na qual, seguramente, também pelas características que a diferenciam das demais assegura a eleição de deputados de todas as forças politicas com representação parlamentar. Fica claro, a partir dos resultados obtidos, que o centro esquerda e a esquerda parlamentar, do PS ao Bloco, não só foram penalizados pela situação a que o Governo de Sócrates conduziu o País, como se mostraram incapazes de absorver em seu apoio o descontentamento provocado por tal governação. Eis um desafio de análise que se coloca a estas forças políticas; desafio que não pode ser disfarçado pela superficialidade e ligeireza de argumentos, nem tampouco pelo lado fácil da personalização das derrotas, porque algo de mais profundo seguramente estes resultados reflectem. Neste novo ciclo, que coincide com uma das mais dramáticas situações que o País atravessa, os desafios que se colocam não são pequenos. Dir-me-ão que se trata de um lugar comum. Que o seja. Mas que a situação se apresenta extremamente difícil não parece haver dúvidas em nenhum dos lados. Neste contexto e no que respeita ao Algarve as expectativas deste novo
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pela Troika figura a reestruturação administrativa do Pais com a imposição, num curto prazo, da diminuição do número de Municípios. Trata-se de um problema sério de mais para ser tratado sobre pressão exclusivamente dominada pela redução de custos, exigindo antes um amplo debate democrático, assente em propostas que tenham presente a história, a economia, as populações e os interesses gerais do País, para que não sejam aqueles que não nos conhecem, a ditar ordens sobre a forma de organizar o povoamento e desenvolvimento do nosso território.
Carlos Luis Figueira cluisfigueira@sapo.pt
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ciclo não podem deixar de estar associadas à atitude que o novo governo vai ter quanto à Regionalização do País e nesse quadro à criação da Região Piloto no Algarve, ao avanço de obras públicas entre as quais a reestruturação da EN 125 e o Hospital Central, a descriminação positiva para com o preço das portagens na Via do Infante já que se afigura, no curto prazo, como inevitável o seu pagamento e a recomposição dos fundos comunitários de forma a apoiar projectos que contribuam para diversificar a matriz económica da região, favorecendo positivamente as áreas mais deprimidas nas quais figuram as terras do Baixo Guadiana. Nas obrigações a cumprir impostas
Vox Pop Concorda com a redução de municípios imposta pela Troika?
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Nome: Anabela Santos Silva Profissão: Técnica Administrativa
R: Não. Porque existem muitas localidades e nem todos os cidadãos podem deslocar-se para localidades longe da sua. Se extinguissem o concelho de Alcoutim o que seria destas pessoas mais idosas para resolver os seus problemas? E depois como querem que os jovens se fixem em zonas desertificadas
Nome: Regina Rodrigues Profissão: Financeira R: Posso concordar ou não, depende da zona. Concordo para as de realidades semelhantes mas para as que não tem nada em comum não me parece uma mediad acertada
Nome: Marcelo Saleiro Profissão: Estudante R: Não concordo, cada concelho tem a sua especificidade e cultura, não se deve misturar
Nome: Samuel Almeida Profissão: Téc. Sup. de prótese dentária R: Concordo com a redução de municípios antevendo mais e melhor crescimento e desenvolvimento, se for para haver, porque a palavra mudar implica perdas é necessário que os ganhos superem as perdas
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CRÓNICAS
restauração e requalificação dos altares da Igreja de Santo António, obra da responsabilidade da Autarquia, realizada pela Fundação Ricardo Espírito Santo, que completa o projecto de reabilitação da Colina do Revelim de Santo António. Outra intervenção no património religioso de Castro Marim é a Igreja de São Sebastião da Santa Casa da Misericórdia, que recentemente foi requalificada e restaurada, cuja magnifica intervenção veio enriquecer e valorizar a pintura mural, única, que cobre as paredes e abóbada da nave daquele templo do século XVII. No entanto, estes tesouros artísticos
que constituem o património religioso arquitectónico de Castro Marim, estão longe de serem potenciados enquanto pólo de desenvolvimento turístico do concelho e do Algarve. Não é admissível, muito menos aceitável, que estas igrejas não constituam uma oferta cultural e turística do concelho de Castro Marim, visto que na sua maioria não são visitáveis, porque apenas abrem as suas portas para a realização de cerimónias religiosas. É urgente criar uma rede municipal de trajectos culturais e religiosos, assente numa estratégia turística que possibilite que as igrejas estejam diariamente abertas, para que os visitantes e os estudiosos do património possam conhecer esta mais valia de Castro Marim, e que a mesma se possa constituir como um produto de desenvolvimento sustentável do concelho. Acredito que há disponibilidade e vontade das várias entidades intervenientes neste processo, nomeadamente a Diocese do Algarve, as Paróquias Locais, a Câmara Municipal e a Santa Casa da Misericórdia, para juntos abraçarem este desafio.
mos “nunquinha” para tornar “nunca” mais definitivo, nem “unzinho”, bem mais terno que “só um”, para pedir um beijo ou um abraço… Bem que o Guimarães Rosa soube levar às suas últimas consequências expressivas as potencialidades em que a nossa língua é rica. Também outros escritores africanos de língua portuguesa o fazem hoje em dia, e nós deliciamo-nos com o sabor que a nossa língua tem com esses condimentos. Pouco fazemos para cultivar esses contactos enriquecedores. Até os livros pouco ou nada circulam – os nossos, lá e os deles, cá – por razões monetárias : é que a venda dos livros é um negócio, como o de qualquer outro produto, e quando essa circulação não é rentável, não acontece. Teria que haver uma porfiada política cultural para acudir a essa situação. Quando descobrimos essas terras, éramos poucos para as povoar. Agora estão povoadas, não somos é capa-
zes de praticar a nossa irmandade. Não basta proclamarmo-nos nações irmãs. Temos, por outro lado, de dar aos portugueses de segunda geração espalhados pelo mundo o brio de pertencerem a essa língua-pátria e condições para praticarem a sua cultura. É uma árdua mas importantíssima tarefa. A ortografia é um problema menor. Pessoa queria restabelecer a antiga ortografia com base etimológica. Sou inteiramente contra. Uma das razões por que o Francês perde alunos é a tremenda dificuldade que a sua ortografia – etimológica – põe aos aprendizes da sua escrita. A ortografia é sempre uma convenção. Convencionemo-la, pois, da forma mais simples e sensata. Sem pruridos nacionalistas, como tem acontecido nos nossos tormentosos acordos ortográficos com o Brasil. Uma coisa é certa: o nosso futuro está nessa grande pátria mestiça que, através da língua, podemos ser. E a mestiçagem é sempre enriquecedora, quer se trate da língua, do sangue ou dos géneros literários.
um olhar de medo, a superioridade que nos faz sentir vem com um sabor amargo; se o olhar é de admiração, o ego sobe-nos a inacessíveis cumes e, se é de pura tristeza, inspira-nos a piedade. Tão poderoso é o olhar. Se sustenta as nossas palavras, dá-lhes redobrada força, mas se as trai, rouba-lhes todo o valor. Porque os olhos não mentem. E são o espelho da alma. E o que acontece se, ao longo dos nossos dias, nos forçarmos a olhar? E se nos cruzarmos com quem connosco partilha a vida e os olharmos nos olhos, logo pela manhã? E se, ao pedirmos o galão e a torrada, o fizermos com um olhar de sorridente
simpatia? E se o bom dia dito aos colegas for realmente desejado e subscrevermos a banal afirmação com o mais genuíno olhar? E se procurarmos o olhar alheio, sustentando-o, para nos fazermos ouvir com verdadeiro sentido? Que consequências trará tão gigantesca ousadia? Atrevo-me a antecipar resultados assombrosos. Estamos de tal forma habituados a não usar o olhar que lhe esquecemos o poder. E atrevo-me a deixar o desafio… De comunicar não só com palavras, mas com a mais fenomenal ferramenta. Aquela que deixámos de usar pelo medo de nos darmos e, acima de tudo, pelo receio de receber. Desafio-nos a olhar. Olhar nos olhos e sustentar esse olhar. Dando um bocadinho de nós; do nosso carinho, agradecimento e verdade; dando um pouco do nosso íntimo. Desafio-nos a olhar e esperar, enquanto olhamos, pelas vindouras bençãos…
Vítor Madeira
O insubmisso
Património religioso arquitectónico – Um tesouro artístico a conhecer Uma das marcas impressivas do catolicismo e da religião católica mais perenes é a existência de um vasto e riquíssimo património religioso arquitectónico, de que são expressão as catedrais e as igrejas espalhadas um pouco por todo o país, em especial no Norte de Portugal. Nos dias de hoje, estes monumentos não cumprem apenas a vocação de locais de culto, para que, originariamente, foram criados, mas assumem, cada vez mais, um papel essencial na definição de uma política de turismo religioso,
enquanto produto de desenvolvimento estratégico, quer no mercado nacional, quer nos mercados externos. Vem isto a propósito de uma reflexão que gostaria de partilhar com os nossos leitores acerca da importância do património religioso arquitectónico no concelho de Castro Marim e o potencial que o mesmo encerra. O concelho e as suas quatro freguesias detêm um conjunto valioso de sete igrejas e uma capela, construídas entre o século XIV e o XXI. Na vila de Castro Marim temos a Igreja de Nossa Senhora dos Mártires, a Igreja da Misericórdia, a Igreja de Santo António e a Igreja de
São Sebastião; em Odeleite, a Igreja de Nossa Senhora da Visitação; no Azinhal, a Igreja do Divino Espírito Santo; em Altura, a Igreja consagrada ao Coração Imaculado de Maria, cuja construção é recente, e uma capela em São Bartolomeu do Sul. No seu património religioso, Castro Marim dispõe de algumas das mais belas igrejas, nas quais, continuadamente, é feito um investimento em obras de requalificação e restauro, em larga medida financiado pela Câmara Municipal, como foi o caso da construção da Igreja de Altura. Mais recentemente, é de salientar a
Teresa Rita Lopes
Sobre a língua portuguesa
Não foi Pessoa, não senhor, quem disse que a língua é uma pátria. Junqueiro antecipou-se-lhe. E alguns outros o têm afirmado, cada um à sua própria maneira. A verdade é que há entre as pessoas que falam a mesma língua materna uma funda irmandade que a cor da pele pode parecer desmentir. Ter a mesma língua materna é como ter mamado na mesma teta, é ter crescido para a vida sustentado pelo mesmo leite. A língua portuguesa e a cultura que, através dela, se manifesta é o nosso património mais precioso. Só
ela nos fará durar para lá do nosso tempo e do nosso espaço. Mas pouco fazemos por isso. E não temos, disso, suficiente consciência. É voz corrente que o português anda deprimido com a imagem que as estatísticas da U.E. lhe dão de si próprio. E uma nação precisa de ter o brio de ser quem é. Não somos bons para criar riqueza, está visto, para criar dinheiro a partir de dinheiro. Entre os reprodutores do capital ficamos sempre a perder. É que somos ainda meio campónios, para nós a criação só é concebível a partir de um ser vivo que se reproduza. Ao campónio que somos eu vou dizer que a nossa língua portuguesa é um cabedal que não cabe em conta bancária nenhuma: é uma galinha com muitos pintos – já que falamos de criação…- esses
inúmeros falares a que deu vida pelo mundo fora. Além de nos projectar para lá da tacanhez do nosso rectângulo, o contacto praticado com esses diferentes falares pode ter o salutar efeito de rejuvenescer a nossa língua-mãe, menos maleável por ser mais velha. Infelizmente esse nosso contacto limita-se ao consumo de novelas brasileiras, através da televisão. É quase nada mas melhor que nada: podemos assim sentir a “gostosura” que a nossa língua pode ter quando falada por brasileiros. É que o português do Brasil é mais criativo, mais moldável pela afectividade que nos caracteriza, a nós e a eles: pegam numa palavra, por mais invariável que a gramática diga que ela é, e acrescentam-lhe um sufixo que a torna mais saborosa. Apesar de abusarmos dos diminutivos, nós não dize-
Ana Dias
A força de um olhar
Um olhar, um simples olhar, pode por vezes encerrar em si o maior dos poderes. E se a sabedoria popular diz que os olhos são o espelho da alma, o que dirá das emoções que eles encerram? E porque acontece, tantas vezes, que as pessoas se falem sem se olhar? Teremos medo que o olhar nos traia, transmitindo ao nosso interlocutor que não sentimos realmente o que
estamos a dizer? Porque não olhamos os outros nos olhos? Será esse acto uma entrega demasiado íntima? Estaremos a desproteger-nos com tal contacto? Quantas vezes olhamos directamente nos olhos das pessoas a quem falamos, conhecidos ou desconhecidos? Quantas vezes sustentamos as nossas palavras com a sinceridade do olhar? Ao longo de uma simples manhã podemos falar com inúmeras pes-
soas: familiares, colegas, a senhora do café ou o carteiro. E, de cada vez que falamos, (ou ouvimos) será que realmente os olhamos? O que será que tanto nos assusta, para que fujamos do mais natural dos contactos? É sabido que o olhar tanto pode encerrar em si bençãos indescritíveis, como as mais temíveis ameaças. Um olhar ternurento ou agradecido pode manter-nos a sorrir durante muito tempo e um olhar de raiva levanos ao pior pesadelo. Se recebemos
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EDUCAÇÃO
Mãe de jovem com Trissomia 21 queixa-se de professores
Crónica
EDUCAÇÃO
Rosa Madeira há 14 anos que luta pela “integração verdadeira da diferença”. Mas no ano lectivo de 2010/2011 “a falta de tolerância e de sensibilidade” para com o filho com Trissomia 21 “ultrapassou todos os limites”. Susana de Sousa João é um adolescente de 14 anos que frequenta o 7.º ano de escolaridade na Escola D. José I em Vila Real de Santo António. Desde a idade do pré-escolar que ingressou no ensino regular, devidamente acompanhado no contexto de sala de aula. Até ao ano passado a mãe, Rosa Madeira, garante que “apesar das dificuldades de integração que um menino com necessidades especiais no ensino regular acarreta” nada de maior relevância houve a registar. Mas o “ano lectivo 2010/2011, revelou-se o ano mais problemático para o João”. A mãe acusa dois dos professores do filho; “o de Educação Visual e de Língua Portugusesa”, enumera, de estabelecerem com ele uma relação que “em nada contribui para o seu desenvolvimento, integração, aprendizagem e até está a perturbar seriamente a sua estabilidade emocional”, conta. As queixas desta mãe são mais que muitas, desde logo pelos recados que foi recebendo através da caderneta do aluno ao longo do ano, que agora terminou, e pelas fichas de registo de avaliação com que se “revolta ao ler algumas das apreciações de alguns professores”. Diz-se perplexa pelas expressões utilizadas pelos docentes quando estes se referem ao filho. “Fico a reflectir se isto foi escrito por algum profissional da educação”, diz.
“Ou estou enganada e o meu filho não está a ser acompanhado por profissionais qualificados...”, dispara Rosa Madeira. O jovem João não faz ideia de que tipo de recados seguem na sua caderneta nem nas fichas de registo de avaliação. Mas a mãe recusa receber dos docentes “apreciações onde acusem o João de fazer orelhas moucas e de não querer, pura e simplesmente, trabalhar em contexto de sala de aula; de ser teimoso, com comportamento instável e pertubador...”, descreve. Rosa Madeira preferia “ver da parte destes professores uma atitude muito mais proactiva e disponível para a diferença e sua integração”. Esta mãe, licenciada na área da educação para a infância, lembra “todo um trabalho de 14 anos que tem sido feito para a real integração do João”. Para melhor lidar com a Trissomia 21 Rosa Madeira especializou-se no ensino especial e acusa haver “ainda muitas lacunas no ensino para fazer assistir os direitos dos meninos com necessidades especiais”. Rosa Madeira diz-se “farta de insistir junto da direcção da escola e do conselho de turma”, onde, garante, já ter apelado “por diversas vezes “à necessidade de se melhorar a relação com o João por parte dos professores em causa”, tendo sido o resultado “nulo”, acusa. “É triste perceber que ao longo
de um ano lectivo alguns destes professores nada fizeram para cativar o João, para se entenderem com ele e sobretudo, o modo como falam dele, revela que desconhecem totalmente o que é uma pessoa com Trissomia 21”, considera, “triste e revoltada”, frisando que entregou uma queixa formal contra os docentes na Inspecção Geral de Educação e Ministério da Educação. “Apesar de um percurso doloroso, com muitos entraves, fomos [a família] sabendo sempre lidar com as dificuldades”, desabafa, lamentando “ter a situação chegado a um limite tal que se tornou imperioso queixar-se às instâncias superiores”. Rosa Madeira acrescenta ainda que o faz pelo filho, “mas também em nome de todas as pessoas com deficiência que, apesar da diferença, têm os seus direitos que muitas vezes são corrompidos”. O JBG tentou obter reacções da direcção do Agrupamento de Escolas D. José I que não se quis pronunciar sobre o caso “uma vez que a esta direcção não foi dirigida qualquer queixa”, explicou Carlos Felício, Presidente da Comissão Administrativa Provisória daquele agrupamento. O JBG contactou a Inspecção Geral da Educação que remeteu a resposta para o gabinete de imprensa do Ministério da Educação, que nos garantiu “defender a promoção da equidade entre todas as pessoas, e em particular entre todas as crianças”. Fonte do
Rosa Madeira apresentou queixa no Ministério da Educação
João, 14 anos, frequenta o 7º ano Ministério confirmou ao JBG que “a Delegação Regional do Algarve da Inspecção Geral da Educação está por isto a averiguar a queixa, e divulgará os resultados uma vez que esteja concluída a averiguação”, frisando que estará “atento à conclusão deste processo”.
Por alunos da Secundária
Projecto sobre transplantação trouxe coordenadora nacional Maria João Aguiar, coordenadora nacional de Colheita de Órgãos/Tecidos e células para transplantação, esteve em Vila Real de Santo António para apadrinhar alunos do 12.º ano que se debruçaram sobre «Universo dos Transplantes». O grupo «Universo dos Transplantes» do 12.º ano da turma B da Escola Secundária de Vila Real de Santo António levou a cabo, no início do mês passado, uma palestra dedicada à temática da Transplantação. A convidada de honra foi a coordenadora nacional, a médica Maria João Aguiar que abraçou a causa dos jovens e elogiou a temática abordada que classificou de “extrema importância para todos”. A sessão aconteceu no salão nobre da Associação Humanitária dos Bombeiros de VRSA. Maria João Aguiar lembrou “o drama diário da
transplantação”, lembrando que este é um tema “que precisa de ser abordado, mas muito bem explicado”, lembrando que a transplantação é “um sucesso em Portugal e que a sua história tem 30 anos no país”. De acordo com a coordenadora “o problema de carência dos órgãos é um problema de todos e é um problema de saúde pública”, frisou.
Diálise custa 30 mil euros/ano A médica lembrou aos jovens que a doação em vida é possível com o
“sangue, medula, rim, uma pequena parte do pulmão e parte do fígado”, referindo que para os insuficientes renais a diálise é uma solução que custa ao Estado 30 mil euros/ano. A sala lotada de alunos, mas onde estavam também professores, outros cidadãos e a comunicação social, foi palco de uma palestra bastante instrutiva e onde Maria João Aguiar lembrou que “o corpo de quem morre não é um bem da família e que o Estado manda que seja um bem público”, alertando para a importância da doação de órgãos para salvar vidas.
Médica lembrou que a doação em vida é possível com o sangue, medula, rim, uma pequena parte do pulmão e parte do fígado
A escola deveria ser ajudada pela família na tarefa de favorecer a aparição de atitudes positivas da criança e do jovem, e viceversa. Enquanto com a frequência necessária não se fizer sentir a responsabilidade da escola e da família, na celeridade dos procedimentos que levam não só a identificar os propósitos, acções e enquadramento das crianças/jovens e suas famílias, situações como as que vimos a assistir ultimamente crescerão a uma velocidade demasiadamente exponencial para se poder reagir. É injusto e perigoso, colocar individualmente o professor ou os Pais/Educadores na exclusiva missão da responsabilidade para educar. As crianças vão notar desde muito cedo que todos temos defeitos, e a velha máxima de «faz o que eu digo, mas não faças o que eu faço», já não funciona. Que actividades valorizamos mais? A tendência da criança em ser mimética, não lhe criará entusiasmo no que normalmente nesta nossa rotina e obrigatoriedade diária deixámos para trás, por mais gosto que tenhamos por actividades ou práticas que teriam de estar na base da educação e formação do carácter. Então temos a escola, ela está presente para o complemento necessário e saudável da educação e formação dos nossos filhos, na sua génese estão os professores, com os mesmos defeitos e virtudes que todos nós temos, mas com uma mais-valia, ela; Escola; torna-se uma indivisível substância de educação, com todos os seus intervenientes. Os pais e a família têm a obrigação de estar presentes, de ser informados com celeridade e de serem ajudados sempre e quase que prematuramente pela escola, e esta, por sua vez de cumprir com a sua função educadora e pedagógica e de prevenção em todas as situações, assim começaremos a trilhar um caminho de equilíbrio. Não nos esqueçamos que a educação nunca será um custo, mas o nosso principal investimento, e provavelmente a despesa da educação continuará a subir, mas por mais dispendiosa que seja, nunca será tão cara como a ignorância. Luís Costa, Presidente da Ass. Pais EBI Alcoutim
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JUVENTUDE Crise nas famílias portuguesas
Carreira na patinagem comprometida pela distância entre Martinlongo e Tavira A patinadora federada Margarida Garcia reside actualmente em Martinlongo. A crise económica está a tornar as quatro viagens semanais para treinar em Tavira praticamente insuportáveis por parte da família que teme a continuidade da jovem na modalidade. Margarida Garcia tem 10 anos e desde os 5 que pratica patinagem artística. Seguiu com a família para a serra algarvia, neste caso para a localidade de Santa Justa na freguesia de Martinlongo. De Lisboa trouxe a paixão pela patinagem artística onde tem superado etapas que a têm feito singrar na modalidade. Porque no concelho de Alcoutim não existe a prática da modalidade, e em Castro Marim a classe não preenche as suas necessidades enquanto atleta federada, foi no Clube de Tavira que a família encontrou um lugar para Margarida treinar. Ali treina quatro vezes por semana “e só não são cinco como a treinadora queria porque não conseguimos fazer face aos custos”, conta a mãe. Elizabete Garcia, admite que as dificuldades financeiras que a família atravessa põem em risco a continuidade da filha na modalidade. Desempregada, com mais uma filha de quatro anos, e tendo visto o marido o salário reduzido para metade, as dificuldades são predadoras, chegando a família a fazer privações para que a Margarida continue as suas aulas de patinagem. “O que custa não é a mensalidade, mas sim a despesa
enorme que representa fazer um total de cerca de 700 quilómetros por semana para vir treinar para Tavira”, conta. Para além disso pesa muito na carteira o material que é indispensável à atleta. “As botas com que pratica são de segunda mão e já lhe estão apertadas e eu não vou ter dinheiro para comprar as próximas”, confessa a mãe da atleta.
Patinagem pode ajudar a combater epilepsia Forçada a apelar a ajuda de terceiros, Elizabete Garcia diz-se desiludida por não ter conseguido apoio junto da câmara municipal de Alcoutim, sendo que a resposta dada “foi negativa pelo facto de a Margarida não ser atleta no concelho”, lembra Elizabete G. que “esperava mais” do executivo liderado por Francisco Amaral. O futuro é incerto, mas esta mãe disse ao JBG que fará “o possível e o impossível para que a Margarida não tenha que deixar a patinagem artística que tanto gosta”. E justifica dizendo que, recentemente, foi diagnosticada à pequena atleta a doença «epilepsia parcial complexa». Uma doença que lhe terá sido pro-
vocada, de acordo com os médicos que a acompanham, pela ruptura que fez com a vida que tinha em Lisboa. “Perante todas as dificuldades a minha luta é dar-lhe a continuidade na patinagem artística porque temo que a doença piore e porque esta é a vocação da minha filha”, explica.
Currículo Enquanto entrevistávamos a mãe, o brilho de Margarida espalhava-se pelo ringue de patinagem do Clube de Tavira onde treina quatro vezes por semana durante duas horas. “É ali que se sente protagonista a minha menina”, dizia a mãe de coração apertado. O futuro de Margarida na patinagem artística poderá mostrar-se agora incerto pelas dificuldades financeiras que se vive em Portugal e que, entre tantas outros milhares de famílias, a da jovem também foi afectada, mas o seu currículo é assinalável. Foi homenageada pela câmara municipal na XI Festa do Desporto Tavirense em Maio e segue para o «Campeonato Nacional de Patinagem Artística de Livres», que vai acontecer a 9 de
A mãe de Margarida leva a filha quatro vezes por semana a treinos de duas horas em Tavira Julho em Grândola, no Alentejo. Participou já em vários festivais, estágios, taças e apuramentos.
115 Crianças participaram em rastreio oftalmológico Dias 24, 25 e 26 de Maio o território do Baixo Guadiana, nomeadamente os concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António receberam um rastreio oftalmológico destinado aos alunos de pré-escolar. A ideia é meritória e partiu do Rotary Club de Vila Real de Santo António. “Dentro da nossa lista de actividades estava previsto um rastreio deste tipo, como tal contactámos com a Óptica Oeiras, que através do grupo Optivisão trouxe-nos uma carrinha própria para o efeito; o grande objectivo é abrangência do máximo de crianças no território”, contou Hélder Caetano da direcção do Rotary. Esta iniciativa contou ainda com o apoio da Associação Odiana, Óptica Oeiras e do Grupo Optivisão. De resto, são actividades no qual o Rotary faz questão de intervir. “Faz parte das nossas preocupações sociais, pois pretendemos ser interventivos na sociedade e nada melhor do que começar por estas actividades”, explicou o responsável, recordando ainda
que todos os anos o Rotary atribui conta já com 32 anos no activo, ção que iniciou actividades no prémios escolares aos melhores passou testemunho à nova direc- início de Julho. alunos dos concelhos. Este foi um primeiro rastreio que Helder Caetano prevê que se junte a mais um para o ano, alargado já à área auditiva. Em três dias a carrinha de rastreio passou por Vila Nova de Cacela, Altura, Castro Marim, Alcoutim, Odeleite e VRSA. O procedimento após proporcionar um rastreio gratuito a 115 crianças é simples e preventivo. “Os miúdos diagnosticados são encaminhados para um médico especialista e trata-se de um primeiro passo, a partir daí é com os pais”, assegura. No final da maratona oftalmológica foram diagnosticados 13 casos. De recordar que no final do mês No total o rastreio oftalmológico abrangeu mais de uma centena de crianças de Junho o Rotary de VRSA, que e diagnosticou 13 patologias
Para além disso é uma aluna com excelentes resultados na escola de Martinlongo.
EBI Alcoutim
Associação de Pais programa actividades A Associação de pais da EBI Alcoutim tem já várias actividades programadas para o próximo ano lectivo. As actividades passam por uma visita à Universidade do Algarve para todos alunos da EBI de Alcoutim, formação de Parentalidade e Relação Escola Família e o VII Congresso Internacional de Saúde, Cultura e Sociedade. A associação vai manter e desenvolver todas as acções efectuadas até à data. É o caso dos cursos para adultos (pós laboral): inglês, português para estrangeiros e informática.
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LOCA L | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL *
ESPANHA
Elecciones municipales 2011 en el Bajo Guadiana Las elecciones municipales celebradas en Mayo, resultaron las más reñidas de las últimas convocatorias acaecidas en la región occidental de Huelva y, en concreto, en el BajoGuadiana. En la mayoría de las localidades de la Mancomunidad Beturia, con poca población, como la fronteriza Sanlúcar de Guadiana, volvió a ser mayoría del Partido Socialista Obrero Español en la persona del edil Manuel Ojeda. En El Granado el P.SO.E ganó con cuatro concejales, y en Villanueva de los Castillejos hubo un incremento del voto de Izquierda
Unida por lo que no alcanzaron la mayoría para gobernar. En San Silvestre de Guzmán también el PSOE con su edil, Rafael Magro, ganó la mayoría con cinco concejales. En Ayamonte no lo alcanzaron, a pesar de los diez concejales a favor del P.S.O.E y tendrán que pactar con los partidos minoritarios. En la vecina localidad de Isla Cristina también cambiaron los resultados con relación al año 2007; deberán pactar con otros partidos, como el partido Andalucista, para gobernar.
En Lepe, en la costa de la Luz, el abogado Andrés González, revalida, de nuevo, la mayoría absoluta con el Partido Popular. El alcalde socialista en Cartaya, Juan Antonio Millán, uno de los alcaldes históricos del P.S.O.E perdió la alcaldía después de veinte años de mandato. Los problemas de corrupción e irregularidades urbanísticas lo han perseguido en los últimos años con numerosos procesos judiciales abiertos por la oposición. Hay que señalar que la participación fue altísima con un 70% de votantes.
Elecciones municipales resultaron las más reñidas de las últimas convocatorias
El día internacional del reciclaje El día Internacional del Reciclaje se celebra el 17 de Mayo y, en ese día, se llevaron a cabo numerosas actividades para fomentar el reciclaje en todo el mundo. El reciclaje salva y protege nuestros recursos naturales, reduce la contaminación y genera empleo, además de revertir el cambio climático día a día. Reciclar todos los residuos útiles como latas, botellas de plástico frasco de vidrios, cartón y periódicos disminuye el consumo de petroleo, agua, emisiones de CO2 y gasto energético evitando la generación de toneladas de basura. Reciclar es dar vida a nuestro pla-
neta: depositen cada desecho en su lugar, pero no olviden que “el mejor desecho es el que no se genera”.
Reducir, Reutilizar, Reciclar las tres R del Reciclaje El día 1 de Mayo entró en vigor, en la Comunidad Andaluza, el impuesto sobre las bolsas de plástico de un solo uso. La tasa a pagar es, a partir de esta fecha de 5 céntimos para los usuarios, que aumentará a 10 céntimos el próximo año 2012 más el 18 % de IVA. Se espera que estas medidas económicas nos conciencien sobre la
importancia de reducir el uso de bolsas y embalajes de plásticos en nuestro día a día. Cada hora se vierte al mar 675.000 Kg de desechos, la mitad de ellos es plástico. La Comisión Europea ha tomado una iniciativa pionera como subvencionar a los pescadores por limpiar los mares de plástico trasparente, responsable de la muerte por asfixia de muchos mamíferos marinos. Con esta medida se pretende proporcionar una nueva fuente de ingresos para paliar los meses de veda o parada biológica y la subida imparable del combustible.
La Asociación Transfronteriza “Alem Guadiana” en Lisboa La Asociación transfronteriza “Alem Guadiana” de Olivenza realizó recientemente su presentación oficial en Lisboa. “Alem Guadiana” promoviendo la cultura portuguesa de Olivenza es el resultado de un movimiento cultural nacido en la primavera de 2008 con el compromiso de recuperar, preservar y valorizar la herencia lingüística, monumental y etnográfica de raíces portuguesas en Olivenza. El brillante acto se celebró en la casa de Alentejo en Lisboa. Por otro lado, en Junio se celebró también la primera edición del festival “Lusofonias”, dedicado a la cultura portuguesa y contó con numerosas actividades de teatro, música, literatura, cuentacuentos y proyección de películas. Los alumnos del Centro Público de Primaria “Francisco Ortiz”, realizaron numerosas actividades en portugués. El festival promete volver para el próximo año y esperamos que, también, sea un lugar de encuentro de las Asociaciones Rayanas de ambos lados.
El día Internacional del Reciclaje se celebra el 17 de Mayo
Aldeasabandonadas.com En las regiones occidentales de la Península como Galicia y el vecino país de Portugal con una cultura asentada en el minifundismo, el fenómeno de pequeñas aldeas abandonadas en las ultimas décadas, es una realidad visible día a día. En Galicia hay 1.500 aldeas y 750 donde viven solamente un vecino.El nuevo negocio inmobiliario se ha centrado en vender estas aldeas enteras o por partes. A través de internet se vende y compra, ya que, no se basa en construir, sino en aprovechar y rehabilitar lo que ya existe. Unos años atrás, la compra de casas en estas aldeas era, principalmente para turismo rural, hoy día la demanda es de toda clase de clientes. Couso, es una aldea situada junto al rio Limia -que la atraviesa - fue comprada por un empresario de la Rioja, enamo-
rado de Galicia y ha resurgido de sus cenizas, gracias a su afán emprendedor y a su gran ilusión. Como en toda las culturas minifundistas, las casas pertenecen, en algunos casos, a mas de 16 herederos, y es preciso tiempo, paciencia y tesón para sacar adelante el proyecto. Esta aldea de Couso, como ejemplo de turismo rural, se proyecta en el mercado con vistas a congresos, simposios, actos sociales, intercambios, convenciones… El complejo cuenta con catorce casas rehabilitadas según la arquitectura tradicional, dos antiguos molinos, un horno de pan… de aldea desierta a paraíso natural. Un buen ejemplo a seguir en esta región del Nordeste Algarvio, donde hay aldeas llenas de encanto a espera de ser rescatadas de su actual abandono.
La «Má» Un marinero podrido de sal, en la penumbra de la taberna, sólo, junto a un vino, recuerda aquella tormenta, aquella avalancha de furia sobre el mástil. Luego, al tronco abrazados ¿cuántas horas…días… estuvieron? Hasta que su compañero exclamó: “Perico, no pueo más, me entrego a la má”.
Couso, como ejemplo de turismo rural, se proyecta en el mercado
Patricio Domínguez Poema leído en el Encuentro de Poetas populares Algarve-Andalucía en Alcoutim
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LOCAL
Depois de pontes culturais, ATAS avança no teleférico Associação Transfronteiriça Alcoutim Sanlúcar (ATAS) avança com projecto para um teleférico que ligue as duas margens do rio Guadiana. A Associação ATAS existe há 12 anos e fixou entre os outros objectivos o de diligenciar a criação de uma ponte rodoviária entre Alcoutim e Sanlúcar, tendo sido vários os esforços nesse sentido com reuniões bilaterias e deslocações a Lisboa. A morosidade do processo da ponte principalmente devido a bloqueios entre os governos de ambos os países, levou a ATAS a centrar-se mais nas pontes de cultura entre os dois povos. Nestes dois últimos anos um novo fôlego e dinamismo foram dados à ATAS. “Em 2010 foi proposto pelo Presidente da Câmara de Alcoutim à Associação ATAS, que iniciasse os contactos e mediasse o projecto de um teleférico que ligasse os dois lados do rio” refere Maria Luísa Francisco da Direcção da ATAS.
Equipa técnica apresenta três cenários Após muitos contactos e diligên-
cias, a Associação ATAS conseguiu que uma equipa técnica especializada em teleféricos se debruçasse sobre esta zona do Guadiana, se deslocasse ao terreno e pelo facto de se tratar de uma associação sem fins lucrativos a mediar o processo, os estudos elaborados não acarretaram custos. “Em 2010 foi apresentado um primeiro projecto, bastante completo com maquetas, características técnicas, sistema de controlo e comando, etc”, explica Maria Luísa Francisco que acompanhou a equipa no terreno. Um segundo estudo posterior analisou a viabilidade de construção de um teleférico para transporte de passageiros, do tipo bi-cabo, com duas cabinas de 8 pessoas, em movimento vai-e-vem entre as vilas de Alcoutim e Sanlúcar. Nesse estudo foram considerados e analisados três cenários base para o traçado da instalação: ligação entre o Castelo de Alcoutim e o Castelo de Sanlúcar, ligação entre o
Castelo de Alcoutim e os Moinhos de Sanlúcar e ligação entre a Pousada de Alcoutim e o Castelo de Sanlúcar. Vai ser também analisada uma outra hipótese de ligação que terá como ponto de partida a zona dos Bombeiros de Alcoutim passando sobre a vila. “O projecto do teleférico se for por diante será inédito, pois não existe nenhum lugar do mundo com dois países ligados por um teleférico”, referiu Francisco Amaral.
Potenciar turismo O investimento total ascende aos dois milhões de euros, e a ideia é que as duas edilidades consigam financiamento com fundos europeus. O objectivo da instalação de um equipamento deste tipo é potenciar o turismo em ambas as localidades, criando uma ligação rápida, confortável e ecológica. “As duas primeiras hipóteses são mais difíceis de concretizar pelo facto de interferir com a zona do Castelo de
Alcoutim e logo implicar autorizações por parte do IGESPAR”, adianta Maria Luísa Francisco. Durante este mês de Julho a equipa técnica desloca-se a Alcoutim para estudar melhor as hipóteses de avançar com o teleférico e obter estudos topográficos mais aprofundados. Carlos Brito da Direcção da Associação ATAS salientou os esforços de Maria Luísa Francisco e acrescentou que até agora a Associação fez tudo que poderia fazer, mas a concretização do projecto não depende da ATAS.
valho sobre a origem das expressões portuguesas e espanholas, magusto transfronteiriço, concertos de Natal e mais recentemente o encontro transfronteiriço de idosos. Todas as outras actividades e respectivos cartazes podem ser consultados em www.atas-iberia.com
Pontes culturais Recorde-se que para além deste projecto a ATAS tem dedicado atenção especial a um outro ponto dos seus objectivos, que é a aproximação cultural, religiosa e social dos dois lados do rio. Ao longo dos dois últimos anos essas pontes de cultura foram-se cimentando com diversas actividades. Entre elas a peregrinação transfronteiriça ao Cabo de S. Vicente, passando pela apresentação de um livro do escritor Sérgio Luís de Car-
Maria Luísa, da direcção da ATAS, explica que o projecto do teleférico teve início ainda no ano de 2010
Coordenadora nacional garante
ACIDI quer continuar interculturalidade em VRSA
Colheita de sangue
A coordenadora da rede nacional dos Centros Locais de Apoio à Integração de Imigrantes (CLAII) passou por Vila Real de Santo António em Junho. O balanço do trabalho “é extremamente positivo”. Paula Moura é coordenadora da Rede Nacional CLAII. Esteve nas instalações da Cruz Vermelha Portuguesa em Vila Real de Santo António no mês passado para fazer um balanço da segunda geração do Centro Local de Apoio à Integração de Imigrantes e garantiu, em exclusivo ao Jornal do Baixo Guadiana, que o balanço “é extremamente positivo”, lembrando a importância que o projecto teve numa primeira fase para o acolhimento dos imigrantes e agora para a promoção da interculturalidade. A responsável explicou que o ACIDI – Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, tem uma relação de proximidade com os seus parceiros numa altura em que o enfoque é a integração dos imigrantes em Portugal, tendo a vinda a VRSA “o propósito de estar mais próximos fazendo um acompanhamento do trabalho realizado”. Para além de atendimentos o CLAII desenvolve a “importante promoção de interculturalidade”, tendo nos últimos dois anos recebido para o efeito verba do FEINPT – Fundo para a Integração dos Nacionais de
O serviço de Imuno-Hemoterapia do Hospital de Faro vai levar a cabo uma nova colheita de sangue no dia 9 de Julho de 2011, sábado, entre as 9h e as 14h, na sede da Delegação da Cruz Vermelha Portuguesa de VRSA.
Países Estrangeiros, contextualizou. “Pretende-se a melhor aplicação dos fundos de natureza pública para o melhor resultado possível”, lembrou Paula Moura que referiu ainda que isso “traduz-se não apenas nas actividades, mas com uma preocupação para que os resultados representem maior visibilidade do projecto e que dêem contributos vários para a rede CLAII à escala nacional”.
Continuidade em VRSA A responsável ao nível nacional esteve em reunião ao longo de uma manhã com a presidente da Cruz Vermelha, Maria Judite de Sousa, e a responsável pelo CLAII local, Rita Prieto, e afirmou ao JBG que há “a noção do trabalho que é aqui feito vive de resultados e de uma conquista progressiva”, tendo apelado para que os parceiros não desistam do projecto, apesar da crise. “Este CLAII começou com acolhimento, mas hoje é o enfoque da integração”, elogiou Paula Moura que releva “o importante papel para a promoção e benefícios da multiculturalidade.
ACIDI está empenhado na multiculturalidade através dos CLAII Com as dificuldades que o país atravessa a coordenadora da Rede Nacional CLAII não adiantou se há cortes previstos na rede que dirige. “O ACIDI garante que o espirito de missão da rede CLAII é bastante importante para manter a rede activa e contando com as parcerias locais”, frisou, explicando que com novo Governo é preciso dar tempo ao tempo para a definição de políticas.
“Neste momento trabalha-se para que a terceira edição da promoção da interculturalidade possa ser uma realidade entre Setembro e Outubro e estou em crer que juntos vamos conseguir”, rematou optimista. Recorde-se que o CLAII de Vila Real de Santo António está instalado na Cruz Vermelha Portuguesa, tendo também como parceiro a câmara municipal local.
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G RA ND E R EPO R TAGEM
Regionalização, Requalificação EN 125, Portagens e Turismo na agenda dos deputados na história, nos vales dos seus rios, na natureza.
O Algarve viu serem eleitos nove deputados para a Assembleia da República. Na frente o PSD que na região obteve um resultado histórico dos últimos 20 anos. Também um resultado histórico para o PCP (8,57%) que festejou a eleição de um deputado, o que não acontecia há 20 anos, depois da liderança parlamentar de Carlos Brito. O CDS ganhou protagonismo na região e no país. Com resultado negativo estiveram dois partidos à esquerda: BE e o PS. O PSD elegeu mais um deputado que em 2009, subindo para quatro. Na noite de todos os resultados, a 5 de Junho, Mendes Bota, cabeça de lista laranja disse que o resultado do PSD (37,03%) foi “histórico”, lembrando que “foi a primeira vez que o PSD venceu as eleições no Algarve, com um cabeça de lista algarvio, e fê-lo de forma indiscutível vencendo em todos os municípios”. Ao CDS-PP (12,71%) coube a proeza de eleger desta vez dois deputados, tantos quanto o PS (22,95%). Por sua vez, os socialistas perderam um deputado e a derrota nacional foi reflectida também no Algarve; situação que cerca de quinze dias depois levaria Miguel Freitas, presidente da federação algarvia do PS, a pedir a demissão. O BE (8,16%) terá lutado “por mais”, mas não conseguiu, tal como se exprimiu Cecília Honório que segue sozinha para Lisboa em cumprimento de mais um mandato, depois dos bloquistas terem perdido mais de metade dos votos na região. Já no exercício das suas finções os cabeça de lista dos cinco partidos eleitos estiveram à conversa com o JBG sobre quatro temas-chave para o desenvolvimento do Algarve: Regionalização, Turismo, Requalificação EN 125 e Portagens na Via do Infante. Susana de Sousa
PSD – Mendes Bota
O projecto de requalificação da EN 125 foi elaborado, adjudicado, e de entre as suas 84 rotundas, múltiplas variantes, acessos à A22, e melhoramentos e embelezamentos diversos, a requalificação da EN 125 não pode voltar atrás. É um compromisso para a legislatura, para fazer numa mediação constante entre o que vai sendo prioritário e as disponibilidades financeiras. Apesar de esta estrada nunca se ir assumir como alternativa à Via do Infante, a sua requalificação é essencial para o Algarve. E as variantes de Faro e Olhão não podem deixar de estar no pelotão da frente das prioridades. Não é aceitável, em pleno século XXI, que o trânsito tenha que continuar a atravessar duas das maiores cidades do Algarve. Tenho opinião desfavorável em relação às portagens. Será bom
recordar que o PS foi governo nos últimos seis anos, e foi o PS quem assumiu por escrito essa isenção no Algarve. No lado do PSD não há qualquer incoerência. O PSD/ Algarve, e eu próprio, sempre nos manifestámos discordantes com a introdução de portagens na Via do Infante. A direcção nacional do PSD, desde sempre defendeu a aplicação do princípio do utilizadorpagador em todas as SCUTs. É uma divergência que assumimos, e quem tem o poder exerce-o, não andámos a passar a bola para o lado só para ganhar votos. O Primeiro Ministro é Passos Coelho, que assumiu com coragem a sua opção, e eu devo respeitá-la, mesmo que dela discorde. Agora, espero que, perante esta inevitabilidade, no cálculo do custo das portagens da Via do Infante, seja tido em conta que cerca de 2/3 do seu investimento inicial proveio dos fundos comunitários, ao contrário das SCUTs do resto do país. Faz todo o sentido que as portagens na Via do Infante reflictam essa diferença pelo menos nos custos. Na actual situação de emergência social e financeira em que se encontra o País, com milhões de portugueses a passar dificuldades básicas, seria de um irrealismo
insano pensar que existe clima político favorável para fazer da regionalização a prioridade número um da governação. Não acredito que, neste momento, um referendo à regionalização, tal como está previsto na Constituição, conseguisse ultrapassar o clima de suspeição de despesismo e mais classe política que se instalou numa parte da população portuguesa relativamente a esta importante reforma. Há que ter a flexibilidade suficiente para encontrar caminhos alternativos, gradualistas, experimentais, para ir vencendo pela prática essas resistências. Daí que o PSD tenha proposto a possibilidade de se avançar na próxima legislatura com a criação de uma região-piloto. Na revisão constitucional, tal como o PSD propõe, deve-se eliminar a lei travão, e permitir a criação de regiões-piloto. Há dias tive a oportunidade de dizer a Tiago Monteiro, um jovem estudante de jornalismo, que Portugal precisa de equilibrar a sua balança de pagamentos. Para isso precisa de aumentar as suas exportações o mais rapidamente possível. O Turismo é um sector exportador de bens transaccionáveis. As fábricas do Turismo, designadamente no Algarve, estão construídas. Temos um produto consolidado,
que carece de ser vendido, e isso só se faz com um forte investimento na promoção, junto dos mercados mais próximos, leia-se, Espanha, Reino Unido, França, Alemanha, Holanda, só para mencionar alguns. Se quisermos colocar o olhar mais longe, temos que partir à conquista de novos mercados, novas rotas, no triângulo virtuoso Portugal/América do Sul/África, ou de novos nichos no Turismo Sénior, nos Emigrantes, nos cidadãos com deficiências e incapacidades, no turismo religioso, de saúde e de bem estar, por exemplo. E, sempre, uma grande aposta no mar, e nas enormes potencialidades que comporta, designadamente em matéria de náutica de recreio ou construção e reparação naval. O dinheiro de que a ERTA dispõe para promoção é claramente insuficiente. Fica quase tudo em Lisboa. O que nos é devolvido, do que o Algarve paga de impostos, nada mais é que umas migalhas.
PS – João Soares
O Algarve é, no plano nacional, a única região de contornos geográficos, sociológicos, históricos e culturais indiscutíveis. Devia, na minha opinião, começar por ser uma Região piloto no território do continente. Isso implica uma legitimidade democrática regional e também a simplificação, e redução, de estruturas representativas do Governo central, na maior parte dos casos incapazes de real influência. No modelo do que de positivo foi feito, a nível regional, em matéria de abastecimento de água com a Águas do Algarve. A requalificação da EN 125 é uma necessidade urgente e ingente. O processo tem de continuar a avançar. E tem de ser visto também como uma oportunidade de qualificação urbanística da sua envolvente. As portagens na Via do Infante, não obstante os esforços feitos pelo PS em sentido contrário, parecem-me inevitáveis. Importante é que possa, apesar das dificuldades, haver uma discriminação positiva para residentes e empresas do Algarve, como o PS tem defendido. O Turismo é o grande motor económico do Algarve desde os anos sessenta. Importa que deixe de ser o único. E que continue a ganhar qualidade e diversidade. Não se limitando ao tradicional Sol e Mar, pois o Algarve tem muito mais para oferecer, com grande qualidade. No interior, na serra,
BE - Cecília Honório
A Estrada Nacional 125, mesmo requalificada, nunca será uma alternativa à Via do Infante. O Bloco de Esquerda foi o primeiro partido a apresentar na Assembleia da República um Projecto de Resolução contra a introdução de portagens na região (que contou com os votos contra do PS e PSD, com a abstenção do CDS e o voto a favor do PCP). O BE esteve presente e activo em todos os movimentos de cidadãos que denunciaram que a introdução de portagens só vem acrescentar crise à crise, com mais desemprego e mais pobreza. Conhecidos hoje os prejuízos desta medida (com o agravamento da factura do Estado na renegociação dos contratos de concessão das ex-SCUT para a introdução de portagens), o que se exige ao Governo, no plano da decência e da transparência dos dinheiros públicos, é que pare este processo. Esta deve ser a exigência de todos/as os/as algarvios/as e, por maioria de razão, dos eleitores que, na região, votaram nos partidos do actual governo. À esquerda, o Bloco continuará esta luta, com a mesma responsabilidade com que o fez desde a primeira hora. Adversamente do PS e do PSD, o BE manteve sempre a regionalização como prioridade, como aposta de democracia e capacidade de as populações assumirem os seus destinos. O BE fê-lo no quadro das propostas de revisão constitucional, com propostas concretas para desbloquear o processo, e no quadro da iniciativa legislativa com propostas para avaliar as necessidades e a oferta de serviços públicos no âmbito da regionalização. O PSD do Algarve está comprometidíssimo com a regionalização, pelo que as expectativas sobre a «regiãopiloto», ou sobre um processo mais abrangente que seja suportado pela maioria política exigida, são hoje elevadas. Reafirmo que as políticas de austeridade, Bruxelas-FMI, suportadas pela maioria de direita, vão trazer mais crise ao Algarve, mais desemprego, mais precariedade, mais pobreza, e o Bloco de Esquerda continuará no combate ao agravamento das injustiças sociais e à recessão. Se o turismo tem um peso determinante como sector de exportação, a ilusão de uma linha paralela entre receitas, emprego e bem-estar, está hoje destruída pela mais alta taxa de desemprego, que cabe ao Algarve. A economia da região tem de sofrer
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GR AN D E R EP O R TAGEM
uma mudança profunda, e o turismo precisa de um modelo alternativo, precisa de ligar a serra ao litoral, precisa de valorizar a produção e a cultura regional, precisa de trabalho qualificado e com direitos. O Algarve terá sérias dificuldades se não diversificar o seu tecido produtivo e se perdurarem as mordomias que escavam o fosso social, como privilégios fiscais para os grandes empreendimentos turísticos, ou os PIN’s que esventram o território, cortando o acesso das populações aos bens públicos, para mais um campo de golfe e para mais um hotel.
PCP – Paulo Sá
O turismo no Algarve tem sido, e será sempre, assente no binómio solpraia que favorece apenas o litoral. É preciso um modelo que diversifique a oferta, nomeadamente na área da saúde, bem-estar e ambiente, o que irá influenciar favoravelmente o desenvolvimento do Interior do Algarve, nomeadamente no combate à desertificação. O Algarve tem imenso potencial e é de referir que o modelo económico do Algarve que tem assentado sempre no turismo, negligencia as indústrias produtivas, a pesca e a agricultura que são de extrema importância e que têm de ser retomadas. É preciso uma grande reforma a este nível para o melhor desenvolvimento da região do Algarve. Quanto à regionalização, de que fomos sempre defensores, é preciso não esquecer que está definida na Constituição da República e há 35 anos que se fala do tema, tendo sempre o PSD e o PS arranjado desculpas para a adiar. Se avançar peca por ser tardia. Há condições para se avançar em todo o país, mas deve ser, claro, uma matéria discutida com as populações. O PCP está contra as portagens porque a A22 não foi construída como modelo de SCUT [Estrada Sem Custos para o Utilizador], mas sim financiada por fundos comunitários e já está paga. Apenas um terço foi construída como SCUT. As portagens nunca deverão existir e mesmo requalificada a EN 125 nunca será alternativa porque é uma estrada urbana e conhecida como «Estrada Morte» o que não deixará de ser, apesar de melhorada. As portagens agravarão a situação do Algarve que atravessa a maior crise social do país com uma taxa de 17% de desemprego, 6 pontos percentuais acima da média nacional. Vamos lutar para a não introdução das portagens na Via do Infante. Quanto à requalificação da EN 125 é um problema de adiamento tal como o é a construção do futuro Hospital Central do Algarve. Há muitos pontos negros na EN125 que é preciso sanar. A requalificação desta estrada foi anunciada com pompa e circunstância apenas por razões eleitoralistas.
Governo apresentou programa
CDS-PP - Artur Rêgo
No que diz respeito à requalificação da EN 125 é preciso melhorar urgentemente o piso entre Tavira e Vila Real de Santo António que apresenta a situação mais crítica desta estrada. É necessário concluir as rotundas que vão substituir cruzamentos muito perigosos, mas as obras não se deverão fazer de forma a entupir o trânsito no Verão. A variante mostra-se extremamente necessária para retirar a circulação do meio de troços urbanos; é o caso de Tavira, Monte Gordo e Lagoa. Quanto às portagens chamo a atenção que a EN 125 não é alternativa à A22 e que esta não foi construída sob o modelo de SCUT. O CDS não pretende dar estatuto de diferença aos algarvios, mas efectivamente o Algarve não teve nos últimos 20 anos qualquer investimento nas vias de comunicação. Depois é de realçar que temos também o direito de exigir transporte ferroviário a sério e de qualidade. Basta ir ao site da CP e verificar que o mapa de horários entre Lisboa e o Sul do país está vazio, nomeadamente, o troço regional entre Tunes e Lagos está sem quaisquer condições. No que diz respeito à regionalização é necessária para acabar com o excesso de concentração de poderes em Lisboa, bem como com a sobrecarga de burocracia, de delegações e direcções regionais que bloqueiam o desenvolvimento económico da região. Há várias competências, nomeadamente ao nível dos Planos Directores Municipais e Planos de Ordenamento do Território que podem, defendemos nós, ser transferidas para as autarquias. Ao turismo do Algarve falta competitividade pelos impostos desajustados e pela teia burocrática existente. É de realçar o esforço enorme feito pelos empresários para melhorar a oferta, mas depois temos situações de enorme gravidade praticadas por entidades públicas como é o caso da concorrência ilegal com os clubes de Verão. O que acontece: os empresários algarvios investem milhões ao longo de todo o ano e depois aparecem os «empresáriosflash» que estão cá entre 1 e 31 de Agosto, com o apoio incondicional de autarquias e praticam uma concorrência ilegítima. É uma autêntica pouca vergonha patrocinada pelas entidades oficiais. O Algarve tem de explorar nichos turísticos e virar-se também para o Interior que está abandonado. A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional tem estrangulado investimentos com o Plano de Ordenamento do Território imposto. Lembro que uma maior abertura e diversificação da oferta daria mais competitividade ao turismo algarvio e contribuiria para pôr fim à desertificação do interior.
O XIX Governo Constitucional em coligação PSD e CDS, formado após as eleições legislativas de 5 de Junho, já apresentou o programa de governação que está disponível on line e transposto para 129 páginas de papel. A palavra de ordem é reduzir custos do Estado “e procurar novos modelos mais eficientes de funcionamento”. O Governo, que já começou a poupar nas viagens do executivo, quer acabar com o “Estado paralelo”: institutos, fundações, entidades públicas empresariais, empresas públicas ou mistas ao nível da Administração Regional e Local. Um processo de avaliação que promete concluir em três meses. Vai ser com base nesse levantamento que o Governo vai definir “opções de extinção, de privatização ou de reintegração na Administração Pública tradicional das entidades que o constituem”.
cionais na matéria”. Uma medida que já se iniciou com exoneração do cargo «Governador Civil». No que diz respeito ao famoso Programa para a Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE), o novo Governo diz que “teve efeitos muito reduzidos”. Por isso vai ser revisto, propondo desde já medidas de redução da despesa, como uma “limitação no recurso ao outsourcing mediante justificação objectiva da sua necessidade” ou a “redução do parque de viaturas e revisão das categorias automóveis das administrações públicas de uma forma considerável”. Prevista está também a suspensão do TGV (Comboio de Alta Velocidade) do lado português, seujeito a uma reavaliação.
Despolitizar
PSD e CDS decidiram acelerar medidas de austeridade e até meio do mês de Julho deverão alterar as taxas de vários produtos. Os números da execução orçamental do primeiro trimestre são negativos, e o
Governo quer “despolitizar os processos de recrutamento dos cargos dirigentes mais importantes, atendendo às melhores práticas interna-
Alterações no IVA e IRS
défice ronda os 7%, quando o País se comprometeu com 5,9%. Por isso o governo quer acelerar as medidas de austeridade do lado da receita. O «Diário de Notícias» adiantou que vários produtos que são taxados a 6%, a 13% e a 23% vão ter outra distribuição no IVA, mantendo-se os produtos essenciais na taxa mais reduzida (casos do pão e leite). Entretanto, o «Jornal de Negócios», avançou que o Governo está a pensar lançar uma taxa especial de IRS durante 2011, cobrada a título excepcional e de uma vez só, para manter as metas da redução do défice. Uma medida que não está no Programa, mas que terá sido comunicada aos parceiros sociais nas reuniões em final de Junho. Tenha acesso ao programa do Governo em: www.parlamento.pt
O que tem a dizer sobre... 1. Diminuição número de municípios 2. Limite de mandatos autárquicos Francisco Amaral Presidente da Câmara Municipal de Alcoutim 1. Não faz sentido porque se vai poupar apenas uns tostões caso avance; há que respeitar uma história de mais de 100 anos de municipalismo e como tal acho que seria um golpe de Estado. Embora tenha a consciência que o nosso engenheiro Sócrates hipotecou a democracia em Portugal, e os portugueses já mandam muito pouco no país, infelizmente, espero que no pouco
espaço de manobra que têm não o permitam. 2. É um atentado à democracia e não faz sentido que se limite o número de mandatos aos presidentes de câmara quando temos deputados há tantos anos, sem limite, na Assembleia da República. Além de que é tirar do poder do povo a decisão de escolherem o seu líder.
José Estevens Presidente da Câmara Municipal de Castro Marim 1. Não vejo razão para alterações Acredito sim nas vantagens da a esse nível. Temos, de facto, uma supressão pura e simples das fretradição municipalista com muitos guesias que têm uma relevância e anos. As comunidades não vêem importância duvidosa. com bons olhos, em regra, a alte2. No mínimo essa lei reflecte ração do recorte administrativo em uma desconsideração pela capatermos municipais. Será preciso cidade do povo que sabe muito pesar as vantagens e os inconve- bem eleger os seus representantes nientes de uma operação desse e que não precisa de um atestado tipo, e não acredito nas vantagens de menoridade como essa lei está de peso suficiente para mitigar os a passar. inconvenientes que daí advêm. Luís Gomes Presidente da Câmara Municipal de VRSA 1. É verdade que hoje para cumprir as medidas da Troika e para ser um país que cresça, que crie mais emprego e seja mais competitivo, sem dúvida que temos que retirar gordura da máquina do Estado. Significa uma arquitectura da administração pública mais ágil, mais eficaz, com maior capacidade de resposta e que não custe tanto dinheiro ao Estado. Sem dúvida que deverá passar pelo novo mapa
autárquico, quer das freguesias quer dos municípios. 2. Não me quero pronunciar muito sobre isso. Ou é para todos ou não é para ninguém. Não faz sentido que se imponha um limite para os presidentes de câmara e não aconteça o mesmo com os mandatos para o Governo, deputados e determinados dirigentes da administração pública.
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Economia rural do nordeste algarvio alvo de especial atenção da CCDR Na primeira «Jornada de Sensibilização em Paisagem do Baixo Guadiana», integrada no projecto transfronteiriço «ANDALBAGUA» a valorização da paisagem foi encarada como um importante contributo económico. Em desvantagem está o nordeste algarvio e a CCDR quer mudar o paradigma. A Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António acolheu no dia 17 de Junho uma «Jornada de Sensibilização em Paisagem do Baixo Guadiana», que incidiu sobre a identidade do rio com recurso a imagens fotográficas. O programa desta iniciativa faz parte da linha de trabalho para a Elaboração da Estratégia de Paisagem Transfronteiriça e Fluvial do Baixo Guadiana, integrada no projecto transfronteiriço «ANDALBAGUA – Território e Navegabilidade do Baixo Guadiana», coordenado por esta Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve. No evento, a população do Baixo Guadiana teve a oportunidade de exprimir a sua noção de «paisagem», identificando as paisagens favoritas e os impactes que nelas
incidem, bem como os enquadramentos que lhe são comuns, entre outras ideias. As categorias das fotografias apresentadas foram: «A Paisagem vista da tua Vila », «A paisagem dentro do Lugar em que vives», «A tua Vila vista da Paisagem», «A tua Vila em contacto com a Paisagem» e «Paisagens Históricas». José Brito, arquitecto paisagista da Divisão de Ordenamento do Território, Conservação da Natureza e Valorização da paisagem da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRAlg), lembrou que o nordeste algarvio, envolvendo os concelho de Castro Marim e Alcoutim, é a zona mais desfavorecida do Algarve “e uma das estratégias que a CCDR tenta promover no ANDALBAGUA é recuperar a economia rural em ambos
os concelhos”, disse o responsável, que adianta que apesar de haver alguma dinâmica, ao nível de turismo rural, por exemplo, “não é suficiente para animar espaços rurais mais recônditos”, lembrando a população envelhecida e o despovoamento progressivo que “impede o desenvolvimento e a recuperação paisagísta.
Turismo representa o futuro José Brito está convicto que o turismo vai ser a actividade de futuro, ressalvando que “é preciso avaliar a sua evolução para que seja o mais enquadrado no território, nomeadamente no respeito pelo «Convénio Europeu da Paisagem»”, frisou. José Brito lançou ainda o desa-
As Jornadas com carimbo CCDRAlg aconteceram em VRSA fio para a criação de um Plano Intermunicipal de Ordenamento do Território no Baixo Guadiana, explicando que “os planos que vinculam são planos locais e por isso a
Cidadania e Ética Ambiental atribuiu competências a 14 formandos No total 14 formandos frequentaram o curso de «Cidadania e Ética Ambiental» promovido pela Associação ODIANA. Uma formação que teve como destinatários cidadãos em exclusão social que ganharam novas competências para a vida. A noite de 3 de Junho foi de extrema importância para os alunos que entre 2 de Maio e 3 de Junho frequentaram o curso de «Cidadania e Ética Ambiental» na associação ODIANA. Ao longo de um mês estes formandos fizeram um percurso de aquisição de mais competências e entre as 17h e as 23h aprenderam mais na área da cidadania e da ética ambiental. A formação contou com um total de sete formadores que num balanço referem “a satisfação de formar pessoas que, apesar de viverem em exclusão social, são muito interessados e motivados para a temática”. Na noite de 3 de Junho quatro grupos tiveram a oportunidade de mostrar o que aprenderam e que soluções encontradas perante os problemas debatidos nas aulas. E houve espaço para a informação, mas também para a criatividade e a sensibilização. Vídeos, músicas, reciclagem, revitalização de tradições e até instruções para a criação de uma associação ambiental marcaram presença na apresentação de trabalho dos formandos. Um denominador comum das apresentações foi a motivação e atitude proactiva dos alunos que em declarações ao JBG salientaram a importância que esta formação
teve para a validação das suas competências. Todos, sem excepção, fizeram questão de demonstrar que hoje conhecem melhor a realidade que os rodeia e são pessoas mais críticas em relação ao que está bem e o que está mal.
Objectivos da formação A associação ODIANA, como entidade formadora, teve como principais objectivos ao criar esta acção promover o respeito e desenvolvimento do cidadão e do meio ambiente mediante os objectivos do desenvolvimento sustentável; estimular o exercício da cidadania. Aos formandos foi-lhes dadas as competências de agentes multiplicadores de «Consciência Ambiental» e «Cidadania Ambiental» nas comunidades, através da identificação e vínculo com o local em que vivem; facilitadores e promotores da participação activa dos cidadãos nos processos de decisão da comunidade relacionados com a temática ambiente; propor acções de sensibilização no âmbito da defesa dos direitos constitucionais, da ética e cidadania ambiental; conceber, criar, diferentes acções de sensibilização, elaboradas individualmente ou em parcerias com instituições
sociais, entidades da administração pública e empresas e colaborar na implementação e desenvolvimento de diferentes projectos com instituições sociais, entidades da administração pública e empresas.
Prática de onze módulos A formação «Cidadania e Ética Ambiental» contou com onze módulos: Igualdade de Oportunidades, Igualdade de
Género, Técnicas de Procura de Emprego, Atitudes e Comportamentos Ecológicos. Cidadania e Ética Ambiental, Dinâmicas de grupos, Problemática ambiental e desenvolvimento sustentável, Conhecimento e melhoria do seu próprio meio ambiente, Técnicas de dinamização e sensibilização ambiental, Consciencialização ambiental, Concepção de acções de sensibilização ambiental, Construção de materiais pedagógicos para acções de sensibilização ambiental.
Rute Cardoso e Hélia Brito na apresentação dos trabalhos finais
articulação intermunicipal mostrase muito importante para trabalhar conjunto, estabelecendo estratégias comuns num território”.
Hidro e fisioterapia em Alcoutim com 95% dos casos crónicos Desde o ano de 2009 que a câmara municipal de Alcoutim disponibiliza, tanto na vila de Alcoutim, como na de Martinlongo, serviços de hidro e fisioterapia aos utentes que sofram de problemas de foro músculo-esquelético ou neurológico. De acordo com os mais recentes dados daqueles serviços 95% dos casos chegam em fase crónica até aos tratamentos iniciais . No ano de 2009, 81 utentes frequentaram as sessões de fisioterapia, tendo em 2010 sido registadas 109 inscrições no mesmo serviço. A hidroterapia também registou um aumento do número de utentes em 2010, tendo passado de 17 para 26 inscritos. O serviço de fisioterapia funciona em Alcoutim e em Martinlongo, de forma gratuita, em espaços devidamente equipados para o efeito e surge pelo facto da população envelhecida e com dificuldades de mobilidade, de acordo com as informções avançadas por Francisco Amaral, edil local. “As melhorias têm sido assinaláveis em todos os doentes que frequentam estas terapêuticas. A recuperação pode levar mais ou menos tempo, conforme a fase em que chegam aqui”, esclarece, Luís Pereira, fisioterapeuta contratado pela autarquia de Alcoutim. A hidro e fisioterapia contribuem para a diminuição da dor, maior mobilidade articular e fortalecimento muscular e são ainda psicologicamente eficazes, uma vez que é nestas sessões que os doentes vêem a sua independência funcional aumentada.
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LO CAL Já em 2012
Alcoutim poderá ser ligado a Espanha por um slide Há um investidor inglês que quer ligar Alcoutim a Sanlúcar por um slide. Há ano e meio que o projecto está definido. De Espanha as respostas já chegaram; faltam as do lado português. David Jarman gostaria de ver o seu projecto seguir em frente e ter Alcoutim e Sanlúcar ligadas por um slide, ou «Zipline» como refere em inglês. A ideia surgiu-lhe por constatar que a ponte que pode ligar os dois lados do rio Guadiana “não vai avançar”, como constata. Mas o projecto surge também porque David J. é um amante dos desportos aventura. É membro de um clube de paraquedismo em Inglaterra e amante do mergulho e bicicleta de montanha. Ao falar do Zipline ressalva que “não se trata de um desporto radical, mas sim de aventura”. Ora, este projecto identifica um slide que teria como ponto de partida um monte que se distancia 200 metros do castelo espanhol e a chegada seria junto a uma zona de cadavais em Alcoutim. “É importante que tanto um lado como outro sejam acessíveis e que no caso da chegada o ponto seja junto ao centro da vila”, explicou David ao Jornal do Baixo
Guadiana. O promotor acredita que o projecto “inovador possa trazer mais atractividade para esta zona” do rio Guadiana que aproxima Alcoutim e Sanlúcar.
250 mil euros de investimento No total o projecto está estimado em 250 mil euros, envolvendo também criação de página web e meios de transporte, sendo um zipline de última geração ao nível europeu. Está projectado para que funcione ao longo de 200 dias/ ano. “Os zipline estão a crescer no mundo”, salienta David J. que apesar da “morosidade do processo em Portugal” tem recebido muito apoio do edil alcoutenejo. Francisco Amaral tem servido de interlocutor na comunicação com as várias entidades que têm de se pronunciar sobre a matéria. Estamos a falar do IPTM [Instituto Portuário e dos Transportes
Marítimos], a ARH [Administração da Região Hidrográfica] e o ICNB [Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade] no sul do país. Em entrevista ao JBG David J. garante que do ICNB recebeu já informalmente que o projecto terá aprovação. O IPTM pediu para que o promotor remetesse o projecto para a Comissão Internacional de Limites, visto o Guadiana ser um rio internacional; da ARH continua a aguardar resposta. O passo seguinte é tentar uma reunião no IPTM e ICNB e aguardar restantes respostas.
Para início de 2012 Apesar do processo estar ainda em avaliação David J. acredita que vai ser uma realidade porque tem recebido “as melhores críticas em relação ao projecto”. Confiante, o promotor explica que desta forma Alcoutim e Sanlúcar ficariam a uma distân-
David Jarman quer investir 250 mil euros no primeiro zipline transfronteiriço cia de um minuto, por 714 medros, feitos a 75 km e a um preço de 12 euros “sujeitos a descontos vários”, antecipa, lembrando que esta ideia “envolve a prática de um turismo de aventura, sustentável e ecológico”. Quanto a riscos “não há” porque “este é o sistema mais seguro, sendo mais perigoso andar na estrada de automóvel do que zipline”, defende
categoricamente. O promotor que vive do lado espanhol do Guadiana espera em 2012 iniciar a instalação do primeiro zipline transfronteiriço do mundo. Para o efeito projecta empregar cinco pessoas. De referir que os zipline começaram na Costa Rica e nos Alpes servem o fim do resgate.
Última Hora
VRSA e Sal já definiram como vai decorrer cooperação As vereadoras Conceição Cabrita e Silvia Madeira, da câmara municipal de Vila Real de Santo António, fizeram recentemente uma visita à Ilha do Sal. Desporto, Turismo, Educação e Saúde são pontes de colaboração. O objectivo foi trocar experiências e averiguar quais as áreas prioritárias para o desenvolvimento de um trabalho conjunto, no âmbito do Protocolo de Cooperação estabelecido entre os dois municípios. Para além de terem reunido com o edil local, as vereadoras foram ainda conhecer os principais empreendimentos turísticos da Ilha do Sal, e a sua importância enquanto motor de desenvolvimento; percorreram obras que estão a ser realizadas ao nível do espaço público (requalificação de estradas e passeios, construção de vias pedonais, entre outros); visitaram projectos como o novo Mercado Municipal de Santa Maria, o Estádio de Espargos, o Polidesportivo, a Escola de Música, a Escola Profissional, e um novo jardim-deinfância em construção; visitaram, com o administrador da empresa municipal SALHABIT, os novos fogos de habitação social que estão a ser construídos, bem como os bairros mais problemáticos; e conheceram
o terreno onde a câmara municipal do Sal pretende implantar o edifício da «Casa do Avô».
Desporto, Turismo, Educação e Saúde Após este contacto no terreno com a realidade da Ilha, foram identificadas algumas áreas nas quais os municípios de Vila Real de Santo António e do Sal irão trabalhar em conjunto, ao abrigo do protocolo já estabelecido. Nomeadamente na área do do Desporto e Turismo, o município do Sal pretende aproveitar a experiência de VRSA para a gestão do seu Estádio Municipal, em vias de conclusão, tendo em conta o excelente trabalho que tem sido desenvolvido no Complexo Desportivo. Na Educação, ficou estabelecido que VRSA vai realizar, em Outubro, uma campanha de recolha de mochilas e material escolar, bem como escovas e pasta de dentes, para envio para a Ilha do Sal, dada
a necessidade destes materiais. A câmara municipal de Vila Real de Santo António vai ainda doar algum material ortopédico do Banco de Ajudas Técnicas, bem como alguns livros para a Biblioteca Municipal do Sal. A câmara municipal do Sal vai fazer um levantamento de áreas prioritárias com necessidade de formação em termos de recursos humanos, para que possam ser enviados técnicos vila-realenses para esse efeito. Irá ainda ser enviada informação sobre avaliação do desempenho. Vai ser enviado para o município do Sal um dossier com todas as medidas sociais implementadas em Vila Real de Santo António, e respectivos regulamentos, para que possam ser implementadas as medidas mais adequadas à realidade presente.
Estagiários em Cabo Verde Vai ser estudada a participação
A educação vai ser uma das áreas privilegiadas na cooperação da câmara municipal de Vila Real de Santo António no projecto de Arquitectura do edifício da «Casa do Avô». Da parte do município do Sal, será facilitada a ida de estagiários na área da Hotelaria para empreendimentos na Ilha.
Dois incêndios na Mata de VRSA No fecho de nossa edição deflagrou um incêndio que consumiu um hectare da Mata de VRSA, junto à praia dos três pauzinhos. Estiveram no local 12 veículos de quatro corporações e sapadores florestais, com 38 operacionais. Em declarações à Lusa, Luís Gomes lamentou que este seja o segundo incêndio a deflagrar no espaço de uma semana na Mata das Dunas Litorais de Vila Real de Santo António e que o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) “não esteja a tratar dos seus recursos”, acusando esta entidade de “ter uma política irresponsável ao não fazer a gestão das áreas que lhe estão consagradas. Relembramos que, desde 2004, a câmara está para assinar um acordo para a gestão desta área e, sete anos depois, este ainda não tenha sido aprovado pelo ICNB, que foi quem apresentou a proposta”, acrescentou o autarca. Luís Gomes vem alertando para o estado de degradação da área florestal centenária e parte integrante da Rede Natura 2000 desde novembro de 2009 e, na altura, o ICNB reconheceu à Lusa ter falta de meios para fazer os trabalhos de conservação do pinhal, que disse serem “extremamente dispendiosos”.
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LOCA L Até 3 de Julho
TASA apresentou os 20 produtos concebidos O objectivo principal do TASA é “afirmar o artesanato como uma profissão de futuro”, valorizando, re-identificando e re-intrepretando os produtos artesanais. Um projecto da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRAlg). No evento final do TASA, que aconteceu no passado dia 27 de Junho na Escola de Hotelaria e Turismo de Faro foi dada uma retrospectiva das actividades desenvolvidas, ilustrada por vídeos realizados no âmbito do projecto, debater-se perspectivas para o futuro do Artesanato do Algarve. Foi inaugurada a exposição dos 20 produtos finais do projecto que se manteve patente até dia 30 de Junho. Entre os vários produtos concebidos estão saleiros, malas de mão, apito dos namorados, garrafa medronho, clips de cana e muitos outros. Para conhecer a lista dos produtos deve consultar o link http://www.projectotasa.com/ produtos/
ais produzidos pela empresa CESO CI Portugal. O projecto contou com o co-financiamento do PO Algarve 21 e uma parceria alargada que envolveu, nomeadamente, Autarquias e Associações de Artesãos, sendo de destacar os parceiros de investiga-
Promovido pela CCDRAlg O TASA é um projecto promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Alg), desenvolvido pela empresa de design The Home Project GbR, e documentado por intermédio de materiais audiovisu-
Exposição dos produtos esteve patente até 30 de Junho
Feira de Artesanato de Alcoutim Artesanato e Etnografia fizeram da 26ª edição da Feira de Artesanato e Etnografia de Alcoutim, reviver o passado da serra algarvia, numa combinação exclusiva de tradição, animação e gastronomia. Cerca de 80 artesãos, e uma enorme variedade etnográfica, ocuparam a praia fluvial do Pêgo Fundo em Alcoutim, que voltou a ser palco deste certame. Pelo recinto, os visitantes podiam ver artesãos a trabalhar ao vivo e recriações de um quotidiano longínquo da serra algarvia. A ani-
mação musical e as tasquinhas com gastronomia regional completaram o evento. Pelo palco desta edição passaram o grupo «Sete Saias» e o «Cantigas na Eira». O Teatro Experimental de Alcoutim, a par da «Bandinha da Alegria» e do grupo «Cantigas na Eira», fez a animação de rua durante as tardes. A Feira de Artesanato e Etnografia de Alcoutim é um evento organizado pela Associação «A Moira» em colaboração com a câmara municipal.
Aconteceu a 26.ª edição deste certame na praia fluvial
ção: Centro de Estudos de Património da Universidade do Algarve, Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela, o Museu do Trajo de S. Brás de Alportel e o Museu Municipal de Tavira.
Afirmar o artesanato como profissão de fututo O objectivo principal do TASA é “afirmar o artesanato como uma profissão de futuro”, valorizando, re-identificando e re-intrepretando os produtos artesanais no sentido de valorizar o seu estatuto cultural e responder a necessidades contemporâneas que reabilitem igualmente o seu estatuto comercial. Foi com os olhos postos nesse futuro da actividade artesanal que foram envolvidos 35 jovens no TASA em áreas tão diversas como o desenvolvimento de materiais e instrumentos de comunicação, a promoção e divulgação de produtores e produtos artesanais e também enquanto participantes em workshops onde puderam experimentar materiais, aprender técnicas e executar artefactos.
«Entre a serra e o mar» A terceira Mostra Gastronómica de Cacela «Entre a serra e o mar» prolonga-se até o próximo dia 3 de Julho. A alimentação das gentes de Cacela é resultado de antigas heranças ligadas à exploração dos recursos do mar e da ria – o pescado diverso, o marisco e especialmente os bivalves –, do labor nas hortas e pomares do barrocal com variedade de hortícolas, citrinos e frutos secos (figo, amêndoa e alfarroba), bem como de tradições serranas ligadas à pastorícia, ao mel, aos antigos ciclos do pão e do porco, à caça e à utilização de ervas na aromatização das açordas e outros pratos. A câmara municipal de Vila Real de Santo António e a ADRIP organizam este ano a 3ª Mostra Gastronómica de Cacela, que decorre desde 10 de Junho, com o intuito de valorizar saberes e sabores do território de Cacela, entre a serra e o mar. Pretende-se promover os produtos locais e tradições alimentares em receitas
antigas ou novas criações, para apreciar nos restaurantes participantes, localizados em áreas de elevado valor paisagístico e cultural. São eles« Finalmente», «Rios», «Chá com Água Salgada» e «Sem Espinhas», na Manta Rota junto à Praia, «A Camponesa» em Vila Nova de Cacela e «Casa de Pasto Fernanda» e «Campinas» na Corte António Martins. No decorrer da Mostra tem sido possível degustar pratos como: Estupeta de atum; Sardinha em vinagrete com batata-doce e alfarroba; Ensopado de javali; Sargo grelhado com flor de sal e molho de ervas da serra algarvia com batatinha e salada à montanheira; Plumas de porco ibérico com puré de batata-doce e laranja laminada; Migas de tomate com peixe frito; Arroz de berbigão com amêijoas e coentros; entre outros. Junto enviamos folheto de divulgação com as ementas propostas pelos restaurantes participantes.
É a terceira mostra e conta com maior adesão dos restaurantes
Festival Internacional
Caracol é rei em Castro Marim O Revelim de Santo António acolheu o Festival Internacional do Caracol, que decorreu de 10 a 12 de Junho, na vila de Castro Marim. Ao longo de três dias, foram muitos os que comeram caracóis, mas não deixaram de provar as muitas iguarias do território. O certame contou com chefes de cozinha espanhóis, franceses, italianos e marroquinos, que surpreenderam com novas receitas de caracol. Nas tasquinhas, também o melhor da doçaria regional, desde as tradicionais filhós, até ao dom Rodrigo, passando pela torta de alfarroba tão característica da região. O cartaz musical do Festival Internacional do Caracol, em Castro Marim, contou com os sons e os ritmos da música portuguesa, espanhola, francesa, italiana e marroquina. Na sexta-feira, dia 10 de Junho, a abertura do festival fez-se com a Banda Musical Castromarinense, seguindo-se a música italiana com a participação do grupo Malicanti. Para terminar um espectáculo da Banda del Pepo, de Espanha.
No sábado, a música de expressão francesa marcou presença com o grupo Les Voyageurs, e às dez e meia da noite, Dina, subiu ao palco do Revelim. A encerrar o festival, no dia 12 de Junho, a tarde começou com a música do Ziryab Ensemble vindo de Marrocos, terminando com os
portugueses, Marenostrum. “Afirmar Castro Marim como a capital dos caracóis do Algarve e a promoção da cozinha e cultura mediterrânicas é o grande desígnio da câmara municipal com a realização do Festival Internacional do Caracol”, afirma o executivo liderado por José Estevens.
Festival do Caracol prolongou-se por três dias no Revelim de Santo António
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LO CAL Num apelo à solidariedade
Castro Marim celebrou dia do município Distinções Municipais
Em 2011 o presidente da câmara municipal distinguiu António Pereira, presidente da ABESFA – Associação de Bem-Estar Social da Freguesia do Azinhal e José Madeira, ciclista alturense. O percurso de ambas as personalidades mereceram a distinção com a medalha Grau Ouro do município.
José Madeira e António Pereira distinguidos com medalha do município Grau Ouro José Estevens garantiu estar ao lado dos castromarinenses perante a crise que se atravessa “Nesse ambiente de dificuldade em que muitas familias estão no desemprego, sendo que o Algarve tem a maior percentagem de desempregados do país, celebramos este dia tendo os olhos postos na crise”, disse ao Jornal do Baixo Guadiana José Estevens, presidente da câmara municipal de Castro Marim. O edil defende que a câmara municipal, as várias instituições “e todos nós enquanto pessoas temos de abraçar o mais possível a disponibilidade para sermos solidários e só assim conseguiremos minorar as dificuldades que muitas pessoas estão a passar”. O autarca felicitou a Santa Casa da Misericórdia que inaugurou, no dia do município, a recuperada Igreja de São Sebastião. José Estevens lembrou que com esta obra o património de Castro Marim é valorizado. “A igreja de São Sebastião estava carente deste tipo de trabalhos, foram feitos e estamos todos de parabéns”. O edil aproveitou para assinalar a este propósito que acabou de ser recuperada a Igreja de Santo António que “é mais um acto a somar ao trabalho de valorização do património de Castro Marim, que não é assim tanto para nos dar-mos ao luxo de o desperdiçar”, disse.
Crise e Desenvolvimento No discuro da sessão solene que decorreu no auditório da biblioteca municipal, José Estevens relembrou que “a crise tem coartado o desenvolvimento”, mas também defendeu
que “é preciso seguir em frente e acreditar”. O edil lembrou o trabalho que o município tem levado a cabo para combater a desertificação, aumentar a atractividade, captar investimento e melhorar a formação e educação das crianças, sem esquecer os apoios aos seniores. “Os meios financeiros são pouco mais de metade do que há quatro anos atrás”, frisou o autarca lembrando que “o ritmo abrandou devido à crise”. No entanto, para fazer face às dificuldades explicou que o regulamento de apoio social foi optimizado de forma a apoiar quem mais necessita. No que toca ao desenvolvimento J. Estevens lembrou o investimento que tem sido feito ao nível da rede viária, saneamento básico, - com um rácio acima da média nacional – o melhoramento da rede escolar e, entre outros, a preservação do meio ambiente e paisagem. No papel de apoio ao desenvolvimento económico José Estevens elogiou o trabalho da associação Odiana e da empresa municipal NovBaesuris. Por tudo isto “há renovados motivos de que a crise vai passar”, rematou o edil.
Revelim de Santo António recebeu festa A câmara municipal de Castro Marim comemorou o feriado municipal, dia 24 de Junho, com um diversificado programa de animação cultural e musical, em especial dirigido à juventude, procurando
também fazer desta efeméride uma reflexão consciente e empenhada sobre a longa história e o futuro concelho. Entre as 17h e as 23h receberamse as «Tardes Digitais», no Revelim de Santo António, dedicadas aos mais jovens, com Consolas PS3, Xbox 360, Nintindos wii e, ainda, o torneio Evolution Soccer. Ao cair da noite, o Revelim de Santo António foi invadido pela música jovem: primeiro, os sons e os tons da música dos Allmariados e depois às 22h30, um concerto com Virgem Suta e a finalizar o dia houve after hours com o conhecido DJ Sérgio Delgado.
missa solene na Igreja de Nossa Senhora dos Mártires, celebrada pelo Bispo do Algarve, Dom Manuel Neto Quintas. Uma hora depois, as comemorações oficiais aconteceram no auditório da Biblioteca Municipal com a realização da Sessão Solene e a atribuição de distinções municipais a personalidades do concelho, que se têm destacado na vida pública. Às 12h30 um dos momentos solenes do Dia do Município foi a inauguração das obras de requalificação da Igreja de São Sebastião,
levadas a cabo pela Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim. A encerrar as comemorações do feriado municipal, dia 25 de Junho, às 19h30, teve lugar um concerto no Castelo da Vila com a Banda Musical Castromarinense, no âmbito do programa «Filarmónicas nos Monumentos», promovido pela ARFA e Direcção Regional de Cultura do Algarve. Um dos momentos altos foi a inauguração da requalificada Igreja de São Sebastião, pela Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim.
Comemorações em quatro dias O programa de comemorações do Dia do Município decorreu de 22 a 25 de Junho, principiando com a peça de teatro «Elas sou Eu», no auditório da Biblioteca Municipal, já na noite de 21. A anteceder o feriado municipal, na noite de 23, houve lugar para o «Grande Arraial» de São João, na Praça 1º de Maio, com a participação da Marcha do Rancho Folclórico do Azinhal, do Grupo Etnográfico de Castro Marim e o Grupo Coral de Altura. No dia 24 de Junho, os festejos começaram com a Alvorada pela Banda Musical Castromarinense, seguindo-se o hastear da Bandeira no edifício dos Paços do Concelho. Às dez da manhã, teve lugar uma
Bispo do Algarve inaugurou a requalificada Igreja de São Sebastião; obra da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim
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Suplemento Bimensal Ano 2 - Nº8
JULHO 2011 Este suplemento não pode ser vendido separadamente
A Fundação AMI lançou em Janeiro de 2011 o concurso «Liga-te aos Outros» para incentivar ao voluntariado.
ALCOUTIM
CASTRO MARIM
VRSA
Festa de final de ano lectivo
II Concurso de Ilustração
Requalificação da Escola Secundária
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I Mostra de Teatro Escolar do Baixo Guadiana Aconteceu a «I Mostra de Teatro Escolar do Baixo Guadiana». O certame durou uma tarde e uma noite e envolveu cerca de 80 alunos e perto de 10 professores. A organização conjunta foi do «TeatroTeca», CLDS «+ Inclusão» e Jornal do Baixo Guadiana. O Jornal do Baixo Guadiana produziu em parceria com a TeaTroTeca (Grupo de Teatro Escolar EB 2,3 Castro Marim) e o Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS) «+ Inclusão» a «I Mostra de Teatro Escolar do Baixo Guadiana». No passado dia 11 de Junho a mostra prolongou-se entre as 16h e as 23h. Para começar, e entre as 16h e as 18h, o Grupo de Teatro do Oprimido do Algarve, do núcleo Paulo Freire da UAlg ministrou dois workshops em simultâneo para 50 pessoas, entre alunos e professores. Diversas técnicas de teatro foram ministradas, sendo que foram introduzidas as técnicas do Teatro do Oprimido onde alunos e professores puderam experimentar o lado mais arcaico do mundo cénico. “Um workshop que ensina técnicas arcaicas do teatro e que atribui competências na área do improviso”, explicou aos formandos a actriz e formadora, Aurora Coelho, do Grupo de Teatro que se encontra sedeado na Universidade do Algarve. Depois de um lanche, alunos, professores e organização partilharam ideias, emoções e experiências na tertúlia que deu pelo nome «A experiência de representar». Entre as 20h e as 20h45 foi hora de jantar e de descompressão antes do início das actuações.
As actuações Pelas 21h teve início o ciclo de actuações dos vários grupos, em que se envolveram alunos desde o 1.º ciclo até ao ensino secundário. As vertentes teatrais variaram entre teatro de fantoches, contadores de histórias, comédias de autor e adaptações literárias. Em palco esteve «O Ataque a Santarém»
Mostra cénica reuniu perto de uma centena de participantes, entre alunos e professores que recentemente arrecadou três prémios em Lisboa na iniciativa «Uma Aventura Literária 2011». No teatro Maria Matos o grupo TeaTroTeca arrecadou a «melhor peça adaptada»; o «melhor espectáculo» e o «melhor actor». No total pelo auditório da Biblioteca Municipal de Castro Marim passaram cerca de 80 «alunos/actores».
Mais grupos interessados em participar Nesta primeira Mostra, que acolheu uma grande divulgação por parte da comunicação social é de referir que as actuações contaram com grupos de teatro de escolas dos concelhos de Castro Marim e VRSA. No decorrer da produção foram vários os projectos que se mostraram interessados em participar numa segunda mostra. Alcoutim esteve representado no evento pelo professor Amorim, director do Agrupamento de Escolas de Alcoutim, que explicou que apesar de não haver nenhum grupo de teatro escolar em Alcoutim que pudesse estar representado na mostra “são eventos como este que dão força para começarmos novos projectos”.
Os apoios fundamentais De referir que esta Mostra
só foi possível face ao apoio do Rotary Clube de VRSA, que cedeu verba para aquisição de t-shirts que equiparam os participantes; também da câmara municipal de Castro Marim que disponibilizou o espaço da biblioteca municipal local, bem como ofereceu os lanches e jantares aos participantes. Para além dos apoios acima referidos, que se mostraram determinantes para a produção do evento, esta Mostra conseguiu angariar junto de empresários locais alguns patrocínios. Foi o caso da gráfica «AHP», localizada em Monte Gordo que imprimiu o material gráfico do evento e do «Atelier de Moldura, AJV Pereira» da Zona Industrial de Vila Real de Santo António, que cedeu uma moldura para que a organização oferecesse uma fotografia ao Grupo de Teatro do Oprimido do Algarve, que participou a título gratuito e com um excelente contributo neste evento. “Em tempos de crise só assim faz sentido; em parceria numa comunhão de esforços para levar por diante iniciativas que são estruturantes para o melhor desenvolvimento da comunidade”, afirmou a organização em jeito de agradecimento.
Grupo de Teatro do Oprimido partilhou o lado mais arcaico do teatro
Alunos mais novos de Castro Marim representaram «O Sapo Apaixonado»
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«Histórias Estampadas» valeu prémios Decorreu o 2.º concurso de ilustração da Biblioteca Municipal de Castro Marim. Um concurso infantojuvenil. O 2º Concurso de Ilustração «Histórias Estampadas» foi uma iniciativa da Biblioteca Municipal de Castro Marim, sector infanto-juvenil. A iniciativa pretendeu estimular e envolver a participação das crianças e jovens na ilustração de histórias, despertar a criatividade e a imaginação através da ilustração. Também criar o gosto pelas artes, dar a conhecer a importância do livro e da leitura, consciencializar a comunidade
educativa para a importância da existência da Biblioteca na formação, na educação e no conhecimento. O concurso foi dirigido aos alunos da Educação PréEscolar (Jardins de- infância) e do Ensino Básico (1º, 2º e 3º ciclos).
iniciativa e criatividade). Participaram 12 alunos da turma do 7º A, tendo-se desta-
cado dois: Gonçalo (traços bem definidos) e Marta Cruz (traços bem definidos).
A escola é o nosso grande futuro
Os premiados já são conhecidos Os jovens que se destacaram no concurso foram: Nuno Pereira (melhor frase); Íris Vicente e Silvina Lourenço, Marlene (técnica utilizada), Catarina (Criatividade, bem elaborado, pormenorizado), Mariana (iniciativa e criatividade), Lucas (iniciativa e criatividade), Marta (+ Jovem,
As mensagens dos nossos leitores devem ser enviadas para: olhocriticojbg@gmail.com
O concurso, é dirigido aos alunos da Educação Pré-Escolar (Jardins deinfância) e do Ensino Básico (1º, 2º e 3º ciclos)
Fim de ano escolar em Alcoutim O final do ano escolar foi bastante festejado em Alcoutim. Muita música e animação para todos. As aulas terminaram e a festa mais uma vez aconteceu nas escolas do concelho de Alcoutim. Na EBI de Alcoutim o grupo de Cantares dos Balurcos marcou presença no início dos festejos. Aos alunos também coube os seus momentos de brilho com actuações várias.
Cantaram, tocaram instrumentos no âmbito das aulas de Educação Musical e Clube de Música, houve hip hop, marchas populares, body combat, sevilhanas, entre outras actuações. Como convidados na festa estiveram o presidente da câmara municipal de Alcoutim, Francisco Amaral, bem como o director escolar, todos os professores, pais e alunos. Aos melhores alunos em cada ano de escolaridade foram entregues prémios de mérito. A festa decorreu nas escolas de Alcoutim e Martinlongo.
A comunidade marcou presença na festa
Devemos dar muito valor à escola, porque é uma das coisas mais importantes que temos na vida. Devemos aplicar-nos bastante para um dia sermos alguém na vida. Devemos estudar bastante para depois os testes nos correrem bem e tirarmos uma nota positiva. A matéria do primeiro ciclo e segundo ciclo é fácil, mas não quer dizer que não estudemos, porque se não estudarmos secalhar não vamos achar isso. No terceiro ciclo já nos temos que aplicar mais, porque as matérias são mais difíceis. Também nos devemos portar de uma maneira exemplar, porque o comportamento conta bastante e pode mudar muito as coisas. Com isto tudo cheguei à conclusão que devemos esforçar-nos e portar bem, porque um dia mais tarde podemos arrepender-nos e ficamos sempre com essa desilusão dentro de nós. Cátia Pereira EB 2,3 Castro Marim 12 anos
Secundária de VRSA vai ter nova cara O Programa de Modernização Escolar vai beneficiar 332 escolas até 2015. Além da requalificação, a Secundária vai sofrer intervenções que contemplam equipamentos e a melhoria das condições. Foi no dia 17 de Setembro de 2010, que a ex-ministra da educação, Isabel Alçada, rumou ao Algarve para o Lançamento do «Programa de Modernização do Parque Escolar» do Ensino Secundário; um programa criado em 2007 tendo como meta a modernização dos 332
estabelecimentos secundários do país. A Secundária de Vila Real de Santo António pertence à fase III do programa juntamente com outras sete escolas algarvias [Tomás Cabreira, de Faro, Loulé, Silves, Francisco Fernando Lopes, de Olhão, Júlio Dantas, de Lagos, e Poeta António Aleixo, de Portimão], sendo que a requalificação teve início em Outubro de 2010. Tratam-se de edifícios antigos com problemas estruturais e alguns com mais de cinco décadas de funcionamento a necessitar de inúmeros arranjos. Algumas escolas, a necessitar de um upgrade visual e interior, vão ter cara nova e melhores condições, e para tal foi necessário um investimento global de 40 milhões de euros, o que dá uma média de cinco milhões
A nova Escola Secundária vai estar totalmente pronta na Páscoa de 2012. E vai ficar assim... de euros por estabelecimento de ensino. Alguns dos melhoramentos passam pela instalação de ar climatizado, de salas com mais condições acústicas e criação de gabinetes de trabalho para os docentes. A ambição é ter ainda “oficinas especializadas vocacionadas para a aprendizagem profissional que
tenham condições similares às do mercado de trabalho”, considerou Luís Correia, director regional da educação o ano passado à agência Lusa. Desde o início da requalificação que os alunos não têm outra solução senão ter aulas em contentores, enquanto esperam que as actuais salas
voltem a funcionar. “Essas infraestruturas terão mais condições do que as salas existentes, pois até têm, por exemplo, ar condicionado”, assegurou também o director regional. Até à data, e fora as obras, as aulas na Secundária vilarealense têm decorrido na normalidade, disse fonte da direcção da escola.
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«Champimóvel – O Futuro da Ciência» Numa iniciativa da Fundação Champalimaud, com o apoio do Ministério
VRSA
Dia da Criança no Baixo Guadiana
da Educação e da Câmara Municipal, o projecto «Champimóvel – O Futuro da Ciência» vai estar no Parque de
CASTRO MARIM
Estacionamento, na vila de Castro Marim, de 11 a 15 de Julho. O «Champimóvel – O Futuro da Ciência» é um projectivo educativo que propõe uma viagem em 4D ao fascinante corpo humano, com a duração aproximada de 25 minutos, durante a qual o visitante pode testemunhar os problemas mais relevantes e mais contemporâneos da ciência médica, tais como células estaminais, as nanotecnologias, o ADN e a terapia genética. Nos dias 11 e 12 de Julho, a mostra animada e interactiva apresentada num simulador móvel em forma de cápsula é dirigida, especialmente, à comunidade escolar. Nos restantes dias, as visitas serão alargadas ao
ALCOUTIM
público em geral, mediante inscrições prévias no Gabinete de Apoio ao Munícipe ou na Biblioteca Municipal de Castro Marim. Promover o conhecimento científico e captar a atenção das novas gerações para o mundo da ciência e da investigação, descobrindo talentos neste
Concurso «Liga-te aos Outros» O concurso destina-se a todos os jovens a frequentar a escola a partir do 7º ano e consiste na apresentação de propostas para resolução, através de actividades de voluntariado, de problemas locais que os próprios detectem. A AMI vai seleccionar os três projectos mais consistentes e financia os mesmos (no que diz respeito a custos com materiais, transportes, etc). Em Setembro de 2011 terá lugar uma nova edição do «Liga-te aos Outros». Mais informações brevemente disponíveis. Para esclarecimento de dúvidas: ligateaosoutros@ami.org.pt
domínio, é o grande objectivo do «Champimóvel».
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EN TR EVIS TA
Tenente-Coronel
Capitão do Porto de VRSA
Sameiro Matias Marinha Portuguesa
Comandante
José C. Dias
Luís Sequeira GNR - Comando de Faro
PSP - Esquadra VRSA
Baixo Guadiana é um território seguro
Numa altura em que a população cresce substancialmente em todo o Algarve, seguindo o Baixo Guadiana essa tendência, os responsáveis das autoridades de segurança a actuar no território comunicam as suas apreensões e dão conta dos meios disponíveis para fazer face às ocorrências. PSP, Polícia Marítima e GNR garantem que o Baixo Guadiana é um território seguro, em termos comparativos com a restante região. Dados da PSP revelam uma diminuição de 35,5% da criminalidade em Vila Real de Santo António; a única cidade no território. Mas a esta força de segurança está a faltar uma esquadra, pois na actual as condições para que os elementos policiais possam trocar de roupa, tomar banho, entre outros, são precárias.
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EN TREVIS TA JBG: A PSP em VRSA perdeu efectivos, mas o senhor comandante já referiu que não é por isso que o trabalho não é feito... José Dias: Efectivamente a esquadra de Vila Real de Santo António perdeu recentemente alguns efectivos (por transferência de uns e passagem à aposentação de outros) que desempenhavam funções operacionais e que não foram, entretanto, ainda repostos. Todavia, não podemos estar sempre a lamentar a falta de efectivos, imputando a este factor problemas de insegurança. É este o efectivo que temos e terá de ser necessariamente suficiente. Ao nível de equipamentos/viaturas, a esquadra está dotada do material necessário. A rede rádio SIRESP está a funcionar em pleno, colmatando um problema que se arrastava ao nível de dificuldade de transmissões e foi dotada recentemente de mais uma viatura automóvel caracterizada para o serviço de patrulhamento. JBG: É feito o patrulhamento JBG: Qual a área de jurisdição da capitania marítima no território do Baixo Guadiana? Sameiro Matias: O espaço de Jurisdição do espaço da Polícia Marítima vai desde a Azenha de Mértola até ao meridiano que passa pela Igreja de Cacela e as praias do território, no domínio público hídrico. JBG: Face à cada vez maior procura do território do Baixo Guadiana por parte dos turistas, nomeadamente os concelhos de VRSA e Castro Marim, há maior disponibilização de meios pela Polícia Marítima? SM: Há na realidade um reforço. Nomeadamente nas praias há mais militares com reforço de fiscalização. Incidem, sobretudo, nas praias vigiadas, ou seja nos grandes centros, nomeadamente Monte Gordo e Manta Rota. Quando há um ilícito é feito um contacto para a polícia e dá-se a coordenação entre autoridades. No que diz respeito às praias não vigiadas contamos, à semelhança do
JBG: O tema da insegurança tem sido bastante discutido na comunidade algarvia face a recentes acontecimentos de violência na região, nomeadamente contra turistas. A GNR tem as condições necessárias para fazer face às necessidades nesta altura do ano? Luís Sequeira: Em primeiro lugar é necessário referir que a região algarvia é uma região segura, aliás como sempre foi, não obstante se verificar a ocorrência de crimes, que a GNR, no âmbito das suas competências procura combater, através de acções de policiamento preventivo e com os meios ao dispôr da investigação criminal. Podemos dizer que os efectivos que o Comando Territorial de Faro dispõe, para responder às situações
de ocorrências criminais e outras, que têm lugar na região do Algarve à responsabilidade da GNR, são suficientes. Naturalmente que nos agradaria ter ao dispôr mais meios humanos, contudo os efectivos e os equipamentos de que dispomos, permitem garantir as missões que nos estão atribuídas na região. Por outro lado, para situações de elevada complexidade, que exijam recursos além daqueles de que dispomos, podemos sempre contar com os meios especiais das Unidades de Reserva da GNR, sedeadas em Lisboa, e que num período de duas horas, podem ser colocados em qualquer ponto do Algarve. JBG: A patrulha policial é encarada como factor dissuador de criminalidade e trans-
ano passado, diariamente com uma carrinha pick up e uma moto4, cujo objectivo é, essencialmente, incidir sobre as franjas, ou seja, do molhe de VRSA até à zona do Cantanhede e depois da Manta Rota e até à nova barra que fica em frente a Cacela. Trata-se de um reforço significativo em época alta. JBG: O Instituto de Socorros a Náufragos é tutelado pela Marinha Portuguesa, mas os encargos com os nadadoressalvadores é partilhado com as autarquias. SM: Correcto. Esse é um aspecto a relevar; os municípios de VRSA e de Castro Marim asseguram os salários dos nadadores-salvadores. Por sua vez, estes fazem equipa com os militares que conduzem os meios. JBG: Em cada zona concessionada temos quantos nadadores-salvadores? SM: Depende da extensão da zona. Monte Gordo é, obviamente, uma das zonas mais apetrechadas.
mite segurança. A GNR no Baixo Guadiana consegue fazer a patrulha desejada e mostrarse nas ruas? LS: A GNR para cada concelho do Baixo Guadiana, Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António, tem uma patrulha em permanência as 24 horas do dia. Adicionalmente, temos outras patrulhas que efectuam o normal policiamento e ainda outros efectivos direccionados para missões específicas, sendo exemplos o programa «Residência Segura», «Núcleo Escola Segura», a «Equipa de Protecção da Natureza e Ambiente», mas que naturalmente não cobrem a totalidade das horas do dia. JBG: Quais os crimes mais frequentes e qual a sua inci-
desejado? JD: Além das patrulhas auto, também as apeadas são factor de dissuasão. Desde que iniciei funções, sempre dei prioridade a que o patrulhamento apeado na baixa da cidade – Zona pedonal/Praça central e marina, devido à concentração de visitantes que ali demandam as lojas/ restauração e todo o comércio em geral, fosse visível. É efectuado por elementos do serviço de patrulha e elementos do policiamento de proximidade. Posso garantir que se mostra efectivamente nas ruas. JBG: VRSA tem sido alvo de vandalismo. Confirma este fenómeno? JD: VRSA não sofre deste fenómeno como algumas outras localidades. Surgem por vezes denúncias por danos em viaturas (riscos) e ao nível do mobiliário urbano do município, situações de pinturas vulgo graffitis que também são prontamente resolvidas pelos responsáveis, evitando-se o efeito de contágio, que por vezes está inerente. JBG: Em relação ao ano passado houve aumento das zonas concessiondas? SM: Surgiram mais três zonas concessionadas; em Monte Gordo, mais a poente, nomeadamente. JBG: Entre os nadadoressalvadores das várias zonas concessionadas há uma boa relação, no caso de ser necessário actuarem em zona alheia? SM: Sim. Entre eles há o espírito da solidariedade e isso é notório. Apesar das divergências comerciais que possa haver entre os concessionários, quando se fala em salvar vidas há a perfeita noção da entreajuda. JBG: Houve formação de nadadores-salvadores este ano... SM: Houve. As necessidades são identificadas pela capitania que solicita os cursos e depois quem vem ministrar são formadores do ISN. Para as praias de VRSA e Castro Marim saíram este ano mais 30
dência no território? LS: Os crimes mais frequentes na região do Algarve, são os crimes contra o património e dentro destes crimes, temos os furtos como aqueles que têm maior expressão. De uma maneira geral a maior incidência de crimes coincide com as áreas de maior concentração populacional. No que respeita aos crimes verificados nas áreas dos municípios do Baixo Guadiana, elas apresentam das mais baixas incidências, face aos restantes municípios algarvios. JBG: Em relação ao mesmo período de 2010 a criminalidade sofreu que evolução? LS: Em termos comparativos, podemos referir que o número de crimes totais, verificados nos período de Janeiro a Maio de 2010
JBG: Qual o trabalho que é feito para travar que os casos de vandalismo proliferem? JD: Atendendo à caracteristica dos graffitis, tudo indicia que sejam menores quem praticam estes danos, pelo que temos tentado via «Escola Segura» detectar situações de flagrante delito para que se possa identificar/responsabilizar quem pratica estas incivilidades. Também em sede de inquérito, a investigação criminal está a diligenciar para resolução dos casos referidos. Mas também posso adiantar que tendo como referência o período de 1 Jan. 2011 a 15 Jun. 2011, e relativamente ao período homólogo do ano anterior, registase uma descida de – 28,6% dos casos registados/denunciados. JBG: Quais os crimes mais frequentes em VRSA? JD: Furtos por carteiristas, apesar de também não assumirem proporções preocupantes. O que me deixa perplexo, é que não obstante todas as acções de sensibilização levadas a cabo pelas diversas forças de segunovos nadadores-salvadores. JBG: Também as autoridades frequentemente apelam ao bom comportamento dos banhistas. O que se mostra mais preocupante? SM: Sem dúvida que os banhistas têm de fazer a sua quota parte, nomeadamente no que diz respeito à sinalética. Quando está a bandeira vermelha não se pode entrar dentro de água; se está amarela podese tomar banho, mas não se pode nadar... JBG: Ainda há muitos casos de desrespeito por essa sinalética? SM: Eu não diria que há muitos, mas que há há. E às vezes são esses casos que nos trazem alguns problemas. Por exemplo, no relatório de 2010 é visível que as ocorrências aconteceram por desrepeito da sinalética. As pessoas têm ideia que aqui o mar é calminho, e de facto é, mas não quer dizer que com os levantes um bocados enganadores não surjam problemas no mar. Gostaria de real-
e 2011, na região do Algarve, se mantêm aos mesmos níveis. Nos concelhos do Baixo Guadiana a situação é idêntica, ou seja, não se regista aumento do número de crimes nestas áreas. JBG: Em que moldes é feito o combate à criminalidade por parte da GNR? LS: A criminalidade combate-se dia-a-dia e caso a caso. As formas primárias de combate que nós privilegiamos serão sempre as medidas implementadas por via das acções prevenção, em especial o patrulhamento preventivo. Contudo, com vista a procurar encontrar os autores dos crimes que ocorrem e que à Guarda são denunciados, temos as nossas Equipas de Investigação Criminal, que com o recurso aos seus meios técnicos e acções de
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EN TR EVIS TA rança, ainda se verificarem situações de condutores de viaturas deixarem as mesmas abertas com malas ou computadores no interior, ou até outras em que nas esplanadas se deixam artigos de valor na mesa ou na cadeira ao lado e se vai ao balcão pagar a despesa; continua a circular-se nos passeios com o saco ou mala a tiracolo, com o fecho aberto e com a carteira com documentos no interior à vista de todos, descurando-se elementares deveres de cuidado e que potenciam o pequeno delito. JBG: E qual a percentagem associada à criminalidade em VRSA? JD: No ano de 2010, a criminalidade em VRSA foi muito baixa, comparativamente com outras cidades do Algarve, com agregados populacionais semelhantes. Se lhe disser que mesmo assim, desde 1 Janeiro de 2011 e até 15 deste mês [Junho] a criminalidade global regista uma queda de – 35,5%, é elucidativo. A PSP tem funções de jurisdição para além de VRSA, em Tavira, Olhão, çar que associadas ao levante estão as golas, que são pequenos fundões, e as pessoas são arrastadas e deixam de ter pé. Depois tentam, sem resultado, nadar para terra. Deixo aqui o alerta que nestas circunstâncias o melhor a fazer é nadar paralelamente à praia até ultrapassar os 10, 15 metros da gola; até sair dela. Os nadadoressalvadores têm o conhecimento dos locais da gola e incidem a vigilância nessa zona e quando a gola é muito activa accionam sinalética. JBG: Este ano, mais uma vez, há uma grande acção de sensibilização quanto à exposição solar. Cabe, de alguma forma, também à capitania sanar maus comportamentos a esse nível. SM: Não cabe a nós, passa pela atitude de cada banhista. Mas posso dizer que algumas doenças súbitas, algumas indisposições decorrem, obviamente, da insolação. Actuamos quando a ocorrência acontece, fazendo interface com os postos de saúde que há nas praias.
natureza operacional, levam a cabo as investigações no terreno, procurando dar uma resposta eficiente, sobretudo às situações mais complexas. JBG: Quais as zonas do território que vos oferecem maiores preocupações? LS: Todas as zonas do território merecem a atenção por parte do Comando da Guarda, porque todas as populações têm direito a que a sua segurança seja garantida. Mas como também é compreensível, a alocação de meios terá de ser coerente com a sensibilidade específica de cada área e com o número de ocorrências criminais que se verifica JBG: Quais os projectos de proximidade com a comu-
Faro, Portimão e Lagos, bem como no aeroporto de Faro. Ao nível dos crimes contra o património (roubos, furtos etc) VRSA tem o peso relativo, na àrea policiada pela PSP, de uns meros 3%. Na criminalidade global cerca de 5% e ao nível da criminalidade violenta ou grave – de que se fala tanto hoje em dia – VRSA contribui com 1% do total. Somente 1%! Tenho algumas dúvidas de que haja outra cidade que registe valores de segurança com estes níveis. JBG: Vai haver reforço durante o Verão para aumentar a segurança dos cidadãos no Baixo Guadiana? JD: A PSP de VRSA desencadeou desde o início do ano uma série de operações, envolvendo elementos da investigação criminal, fiscalização, patrulha, trânsito e Programa Integrado de Policiamento de Proximidade (vulgo PIPP) traduzindo-se em mais de duas dezenas de detenções de pessoas em flagrante delito e diverso material apreendido. O efectivo da PSP e a esquadra de Em 2010 a maior parte das intervenções deveu-se também ao mau comportamento dos banhistas que não cumprem a digestão. É preciso alertar para estes factores porque, infelizmente, ainda há quem não lhes dê a importância devida. Também é importante lembrar que o afastamento do areal pode ser feito até um limite de 300 metros, a partir daí é mais propício ocorrer em afogamentos, até porque voltar para terra acarreta cansaço e há quem não o consiga fazer. Aos adultos pede-se muita atenção em relação às crianças que têm sob a sua responsabilidade. No ano passado desapareceram 40 crianças que, felizmente, acabaram por ser encontradas. Também é de frisar que há idosos que se perdem dos familiares nas praias. São casos que incidem, sobretudo, na hora do almoço. Temos a noção que não temos conhecimento da totalidade dos casos, apenas dos que nos são remetidos. Ainda em relação à vigilância das crianças na água; não deve haver espaço para descuidos. Felizmente, em 2010 não se registou
nidade estão a ser desenvolvidos pela GNR no Baixo Guadiana? LS: No Baixo Guadiana são desenvolvidos os mesmos projectos que nas restantes áreas do Algarve, sendo o Programa «Escola Segura», aquele que se vem desenvolvendo há mais tempo; tem como objectivo estabelecer uma maior proximidade entre os responsáveis pela comunidade escolar e a Guarda Nacional Republicana, com vista a garantir uma maior segurança às crianças e jovens, não só no espaço escolar, mas também nas imediações das escolas e nos trajectos para as suas residências. Presentemente está a ser implementado o Programa «Residência Segura», projecto que teve o seu início no concelho de Loulé e que gradualmente se vai estendendo
VRSA incluída, para o período estival que já se iniciou, no sentido de combater alguma criminalidade que se associa a esta época, desencandeará, até 15 de Setembro acções preventivas/informativas e operações de fiscalização, efectuadas por todo o dispositivo, não só na componente meramente repressiva, mas privilegiando também a vertente preventiva. Saliente-se que esta operação denominada «Verão Seguro 2011» tem uma vertente de vigilância de residências, denominada «Chave Directa» em que o Ministério da Administração Interna (MAI), em conjunto com as Forças de Segurança, pretende que, sem se deslocarem às esquadras e postos, os cidadãos possam formular e enviar, via Internet, os pedidos de vigilância das suas residências, por ocasião do gozo do seu período de férias, endereçando à força policial com jurisdição na sua área de residência.Finalmente, e numa outra vertente, a PSP leva a cabo uma operação denominada «Portugal, Safer Place» em que se pretende que os estrangeiros que se desloquem a Portugal durante o Verão
se sintam seguros, e que vejam a PSP como parceira na qualidade do seu tempo e na sua segurança enquanto cá permanecerem. Vão ser também, entre outras medidas, reforçadas as acções de fiscalização de estabelecimentos de diversão nocturna/restauração e bebidas, a segurança privada, venda ambulante e arrumadores, cães potencialmente perigosos e os fogos florestais. No Posto de Atendimento ao Turista, sito na fronteira maritima e a cargo desta esquadra, será reforçado o apoio a todos os cidadãos, turistas e residentes, que se dirijam àquele Posto, aconselhando-os em matéria de segurança e medidas de auto-protecção. JBG: Está prometida uma esquadra em VRSA. Para quando? JD: Julgo saber que se irá situar nas proximidades do edifício do Tribunal desta cidade. Há alguns meses atrás estiveram no local técnicos da Direcção Nacional da PSP e do Ministério da Admnistração Interna e ficámos com expectativas de que as obras arrancassem ainda num curto prazo.
Todavia, com a actual conjuntura de crise nacional e internacional, e face ao esforço de contenção de despesas do actual executivo, poderá, eventualmente atrasar-se o seu início.
qualquer afogamento de crianças nas praias de Castro Marim e VRSA.
drogas? SM: Em 2010 registámos dois casos e em 2011 ainda não há casos a registar, apesar de ser notório que este rio é favorável às ocorrências do género.
seus contactos.
JBG: E quanto a roubos nas praias. Mais pessoas é significado de maior número de ocorrências? SM: Não de muitos casos, mas existem alguns. Mais uma vez também apelo aos banhistas para que tenham atenção aos seus bens, ou que não os levem para a praia ou então que sejam discretos com os mesmos. JBG: O trabalho da capitania incide também no Guadiana. Que casos há a registar no rio? SM: Ao nível da pesca o recurso ao uso de ganchorra e o facto dos pescadores lançarem as artes de pesca demasiado perto da costa, falta de documentação e o uso das «chuponas» [barcos sugadores] por parte dos pescadores espanhóis; são as ocorrências que têm surgido. JBG: E ao nível do tráfico de
aos restantes concelhos do Algarve. Este programa tem como finalidade prevenir a criminalidade praticada contra os residentes, especialmente nas zonas mais isoladas. Os procedimentos adoptados passam pela georeferenciação das residências isoladas, para uma melhor localização em caso de ocorrência, permitindo desse modo direccionar o patrulhamento de proximidade, possibilitado por equipamentos de GPS. Juntamente com o Programa Residência Segura, é também desenvolvido o Programa «Apoio 65 – Idosos em Segurança», intervindo a Guarda sobretudo no aconselhamento aos idosos que vivem mais afastados ou isolados dos centros populacionais, para prevenção de situações de risco.
JBG: Tratando-se de um rio internacional existe uma boa relação com as autoridades espanholas? SM: Existe e vai ser fortificada com um regulamento ibérico de segurança do rio em vias de aprovação. Trata-se de um documento que surge para regulamentar a actuação dos dois países, e em conjunto no Guadiana em relação à actividade pesqueira e à segurança de navegação e náutica de recreio. JBG: Quais os grandes passos que vão ser dados com este regulamento? SM: Um dos grandes passos passa pela obrigatoriedade dos proprietários das embarcações, que fiquem mais de 72 horas no rio, em comunicar-nos tal facto e a indicarem os
JBG: Sendo que as condições de trabalho são muito precárias actualmente... JD: Como é do conhecimento geral, a PSP está instalada na Rua António Capa, num edifício que data da década de 30 do século transacto. Funcionou ali uma delegação do Banco de Portugal. É uma edificação muito bonita, estilo arte nova, mas que obviamente não está preparada para que ali esteja instalada uma esquadra de polícia. As condições para que os elementos policiais possam trocar de roupa, tomar banho, entre outros, são muito precárias. Basta dizer que não tem qualquer aparelho de ar condicionado e que no meu gabinete, no 1º piso, nos meses de Julho e Agosto, a temperatura no período da tarde ultrapassa sempre os 40 graus.
JBG: Confirma que este rio é cada vez mais procurado pelos viajantes marítimos? SM. Efectivamente é cada vez mais procurado. Há os habitués, nomeadamente franceses, holandeses e ingleses. JBG: Esse aumento de ocupação tem trazido casos de insegurança a registar? SM: Não. Pode dizer-se que este é um rio calmo, com uma ocupação calma. JBG: O assoreamento é um dos problemas naturais maiores deste rio? SM: Sem dúvida que é. O Guadiana tem como zona de maior assoreamento a foz, em VRSA, mas com grande tendência para assorear na zona da Foz do Pomarão e em Alcoutim na área dos Cadavais. São fenómenos naturais que pela pluviosidade que se registou neste Inverno requerem especial atenção.
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S UPLEMEN TO J O R N ADA S EM P R E SA R IA IS
No âmbito das Jornadas Empresariais do Baixo Guadiana
Luz verde para a Associação Empresarial do território Joana Germano
O primeiro mote foi dado pela Associação Odiana e o passo seguinte foi da responsabilidade dos empresários do Baixo Guadiana, incluindo os concelhos de Alcoutim, Castro Marim, Vila Real de Santo António e Mértola. Para já ainda há muitas arestas por limar mas o principal objectivo da Odiana foi alcançado: reunir empresários e criar a associação empresarial do território. O painel foi de luxo, os contributos e colaborações foram muitas; no final a última palavra foi dos empresários. A Associação empresarial tem luz verde e vai avançar.
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S U P L EM EN T O JO R N ADAS EMP R ESAR IAIS
Ordenamento do Território duramente criticado O ambiente de crise, a vontade de união de alguns empresários e a necessidade de se estabelecer uma ligação coesa para o desenvolvimento do sector empresarial, foram algumas das premissas para a realização das «Jornadas Empresariais do Baixo Guadiana», que tiveram lugar no dia 21 de Junho na Estalagem do Guadiana em Alcoutim. Por parte da organização [Associação Odiana] os objectivos consideram-se cumpridos, desde a participação, reflexão, debate, esclarecimentos e a discussão das necessidades do território e as metas para o tecido empresarial como dinamizador e incubador de desenvolvimento do território. O programa contou com presenças como a Direcção Regional de Economia do Algarve, a CCDR, IAPMEI, ANJE, NERA, CRIA – UAlg, entre outras. O grande propósito deste encontro foi a criação de uma plataforma de debate da qual surgiram algumas linhas de orientação para a criação da associação empresarial no território do Baixo Guadiana. A organização contou com a colaboração das associações Alcance e ATBG de Alcoutim e ADPM de Mértola. As «Jornadas Empresariais» realizaram-se no âmbito da estratégia de eficiência colectiva PROVERE «Âncoras do Guadiana, uma iniciativa QREN, co-financiada pelo Programa Operacional, PO Algarve 21 e o fundo FEDER.
Autarcas críticos na actuação do Estado apelam ao uso racional dos fundos Francisco Amaral, autarca alcoutenejo e anfitrião do evento, fez as honras da casa e proferiu severas críticas ao estado actual do país, sobretudo ao ordenamento do território que diz ter «obstaculizado» o desenvolvimento. “O Estado ao invés de ajudar e apoiar as pequenas e médias empresas faz o contrário, exerce sobre elas uma carga fiscal insustentável, obrigando ao encerramento das portas de muitas delas”, revela, referindo que apesar de carenciada e em desertificação, o território do Baixo Guadiana encontra enormes potencialidades no turismo fluvial, cinegético e ambiental. “Quem arrisca o seu dinheiro, trabalho e ideias não pode encontrar nas entidades estatais, entraves e desconfiança ao seu investimento”, disse deixando também um recado aos empresários; “também os investidores, com os constrangimentos que conhecemos têm que ser sérios e cumprir os compromissos assumidos e respeitar a legislação em
vigor”. Em mais uma dura crítica ao não desenvolvimento da navegabilidade do Guadiana, bem como outros projectos a si alicerçados,
tura, juntamente com os autarcas e tal facto não o inibiu de tecer considerações sobre o panorama económico nacional atestando confiança no governo
recentemente empossados “que certamente irá tomar as medidas necessárias que as vertentes da crise impõem”. Confessa que é dever estatal
A mesa de abertura reuniu os autarcas do território, juntamento com o director regional de economia do Algarve
Francisco Amaral deixou um lamento. “Dá dó ver este rio, de VRSA a Mértola, a maior marina natural da Europa, não gerar um tostão de riqueza devido aos instrumentos de ordenamento do território que são controladores de desenvolvimento”. José Fernandes Estevens, edil castromarinense e presidente da Odiana rumou o seu discurso aos tão afamados fundos comunitários que assegura serem «desaproveitados» num ambiente de profunda crise que se abate sobre o país, sobretudo no Algarve onde a taxa de desemprego é galopante e a tendência é crescer. “Devíamos fazer o uso racional dos meios colocados à nossa disposição”, diz José Estevens considerando que devido a “anos de benefícios de fundos com dinheiro estragado, que se bem aplicado não estaríamos na situação em que nos encontramos hoje”. Ambos os autarcas apelaram ao desenvolvimento, à exploração das potencialidades do território, e a um grito de alerta de inconformismo, força e esperança num “Baixo Guadiana com futuro”.
Coisas megalómanas carecem de investidores José Leite Pereira, Director Regional de Economia do Algarve, também presidiu à mesa de aber-
“Quem arrisca o seu dinheiro, trabalho e ideias não pode encontrar nas entidades estatais, entraves e desconfiança ao seu investimento”
estar presente em iniciativas como a criação de associações empresariais que defendam os interesses do tecido, no entanto afirma que também os empresários têm um papel fundamental de dinamizadores, pró-activos, o que nem sempre acontece. “As autarquias devem ser facilitadoras, mas terão que ser os promotores privados a actuar neste sentido”, diz acrescentando que julga “fundamental a criação de uma associação deste cariz a funcionar em rede e alavancar investimentos públicos, contudo não esqueçamos que coisas megalómanas depois não têm investidores nem investimento”, disse não esquecendo que as dificuldades ainda mais se acentuam visto que o Algarve é já considerada pela União Europeia como uma região rica, e como tal, os fundos serão ainda mais reduzidos ou nulos. Valter Matias finalizou a mesa de abertura, elucidando o objectivo das «Jornadas Empresariais», como promotora do encontro de empresários e uma plataforma de debate que pretendeu essencialmente, incentivar à união entre a classe empresarial. “A Odiana organizou este encontro e foi este o nosso papel; agora cabe aos empresários avançar com a associação e a nós cabe-nos apoiar e facilitar os mecanismos, agora que as condições foram reunidas”, rematou o director executivo da Odiana.
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S U PLEM EN TO J O R N ADA S EM P R E SA R IA IS
+ Incentivos CCDR Algarve: Os apoios às empresas Patrícia Martins e Sónia Sequeira da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região do Algarve [CCDRAlg] abriram o primeiro painel da manhã e falaram dos sistemas de incentivos às empresas no âmbito do PO Algarve 21. O tema é complexo, mas da maior relevância para quem pretende criar uma empresa ou apostar no desenvolvimento de uma já existente. Foram apresentadas as tipologias dos projectos e os processos de candidaturas; falou-se sobretudo do vasto leque de incentivos existentes, na legislação do enquadramento, das inúmeras actividades elegíveis e de
alguns exemplos de empresas beneficiadas com este tipo de apoio. O desenvolvimento, tecnologia, investigação e qualificação das PME’s são os três grandes alicerces deste programa. Patrícia Martins referiu que todos os projectos apresentados são exclusivos da região do Algarve e não se devem cruzar com outras regiões. Sónia Sequeira, já no final da sua intervenção, elucidou os presentes com um gráfico no qual era notório a pouca adesão do Baixo Guadiana a este sistema de incentivos. Alcoutim com 1 projecto. Vila Real de Santo António com e Castro Marim sem representação. Faro é o
concelho com a maior aposta dos empresários com 34 projectos, logo a seguir Loulé com 29 e depois Albufeira e Portimão com 9 projectos. Face aos sectores de actividade o Turismo continua a representar na maior fatia a região abrangendo 41 projectos; em seguida os Serviços com 39, Comércio com 26, Indústria com 20, Construção com 4, Transportes com 2 e outros sectores com apenas um projecto. Fica desde já a hiperligação para todas as informações aos empresários em: www.poalgarve21.qren.pt
Patrícia Martins e Sónia Sequeira elucidaram os empresários sobre os incentivos disponíveis
IAPMEI: Interacção mais directa com as empresas Carolina Travassos, a coordenadora do Centro de Desenvolvimento Empresarial do Algarve – IAPMEI, falou sobre o instituto para o qual trabalha, os seus objectivos e fez uma breve análise histórica e contextual à região algarvia, afirmando que “na região a grande dose é efectivamente de microempresas”. Para melhor explicar e dar a entender o trabalho realizado em conjunto, entre as várias entidades, a coordenadora ilustrou com exemplos. “O IAPMEI é um organismo intermediário, portanto vejamos desta forma; se a CCDR é a dona de uma obra, nós somos os empreiteiros, temos sempre larga responsabilidade no processo”, garantiu. Entre os vários objectivos a responsável enumerou
dois como alguns dos mais importantes; a promoção do desenvolvimento empresarial e a valorização dos recursos humanos. Quanto a questões como as exportações e internacionalizações das empresas algarvias e seus produtos, Carolina Travassos é peremptória. “É fácil falar, mas na maioria as empresas não tem capacidade para tal, nem sequer a competitividade necessária, e quando não tem não o podemos encaminhar pois pode significar o fim”. Neste âmbito o IAPMEI desenvolveu alguns encontros para a competitividade que em primeira instância seriam uma tentativa de encontro para estímulo, sobretudo dirigida às indústrias com grande potencial e predominância no
Algarve, desde o Sal, à Construção e Indústria Naval; porém os resultados não têm sido os esperados. “ Queremos ouvir os empresários, esclarecê-los e trabalhar estratégias e planos de acção que passam também por uma valorização dos recursos humanos; contudo, ainda não surtiu o efeito necessário. Entre as inúmeras informações prestadas durante a apresentação a coordenadora não esqueceu a «Academia das PME» [espaço vocacionado para formação de gestores], a assistência empresarial, a certificação das e linhas de investimento nas PME e por último a «Loja da Exportação» que trata de um pacto para a internacionalização. Saiba mais em:
A coordenadora referiu a elevada existência de microempresas na região
www.ipamei.pt
ANJE: “Cultura e tradições são as nossas maiores riquezas” No segundo painel ligado à cultura empresarial e Empreendedorismo, o primeiro momento foi de Paulo Bernardo, director regional da Associação Nacional de Jovens Empresários [ANJE] do Algarve e também director da Globalgarve, Agência de Desenvolvimento. “Ando há 23 anos na vida associativa, é algo muito bom, mas também desgastante, tem que se gostar muito e há que ter consciência das dificuldades; temos que puxar todos para o mesmo lado e não cada um para o seu”; foi assim que começou a apresentação do director regional da ANJE que confessou que hoje em dia é cada vez mais difícil ganhar dinheiro, ao contrário do passado; «época de maiores facilidades». O responsável confirmou que, ao contrário do que se pensa, “em Alcoutim
estamos mais perto dos aeroportos do que na maioria das capitais europeias”, diz. “A nossa cultura e tradições são as nossas maiores riquezas, pois temos muito potencial e não podemos esquecer as nossas raízes”, assegurou, considerando que “ não olhamos o nosso potencial com visão e para o rentabilizar. O que nos falta é vender e valorizar o que temos de bom e para isso falta o mais importante, as pessoas”. Paulo B. afiança que os constrangimentos não são de acessos, mas sim constrangimentos legais que impedem o desenvolvimento da região e instiga veemente a deixar a crítica e passar a actuar. O orador mostrou-se crítico dos que muito falam e nada fazem, mas também afirmou que os políticos não podem resolver tudo. “Temos que nos manifestar que crescemos,
Paulo Bernardo aconselhou os empresários a passar da crítica à acção
que somos capazes, temos é que ter as condições necessárias para tudo isso, agora o que não podemos estar à espera é que os políticos resolvam tudo; os empresários têm que começar a actuar e devem ser eles a ajudar os políticos a decidir”. No segundo momento da sua apresentação Paulo B. deu a conhecer alguns do projectos que têm sido desenvolvidos pela ANJE em parcerias, enfatizando o «Documento Estratégico» do projecto PIDETRANS. Trata-se de um documento que é quase um historial clínico do Algarve e Andaluzia aos níveis económicos, financeiros, sociais e de potencialidades para a consolidação adequada e estruturada de mais empresas no território. Conheça outros projectos da ANJE em: www.anje.pt
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S U P L EM EN T O JO R N ADAS EMP R ESAR IAIS
+ Vi s ã o e Em preende d o r is m o Estratégia e sus“Sem valorização tentabilidade Neto, Presidente do NERA - Assodo conhecimento Vítor ciação de Empresários do Algarve, ultimou as apresentações do dia no painel não há dedicado ao associativismo empresarial e a sua importância. O empresário mais-valias” e dirigente associativo é conhecido por
Hugo Barros alertou para a importância do trabalho em rede Para finalizar o segundo painel de intervenções foi a vez do CRIA – Centro Regional para a Inovação, uma estrutura inserida na Universidade do Algarve, cujo Gestor de Projectos Hugo Barros, teve a seu cargo a apresentação e também divulgação deste centro que privilegia a investigação e conhecimento como eixos económicos fundamentais. “Sem valorização do conhecimento não há mais-valias economicamente directas da actividade. A grande importância aqui é capacitar o território com boas práticas”, sustenta Hugo Barros revelando que a universidade, a administração e as empresas são as bases de um trabalho em rede. O responsável alerta para a necessidade e urgência da investigação como meio de optimizar produtos. E é aqui que entra o CRIA, na optimização e dotação de recursos que constituam mais-valias em território luso e internacional e que gerem capacidade de alicerçar uma empresa, avaliando para tal as boas ideias, mas também medindo todos os riscos. Hugo B. salienta um novo papel da universidade do Algarve na região. “A universidade já não tem um papel fechado em si próprio, agora há sim toda uma cadeia de transferência de conhecimentos e disponibilização de contactos internacionais parceiros de projectos”. De acordo com o orador «o empreendedorismo não é a solução para todos os males», porém deve ser visto com uma valorização das competências profissionais e pessoais, valorizando projectos inovadores e diferenciadores. Quanto a grandes ideias são extremamente importantes mas há todo o resto. “Muitas vezes encontramos um supra-sumo no átomo, o problema é que não sabe nada de IVA, e é aqui que o trabalho de coaching é fundamental”, diz o gestor revelando que desde a sua criação [CRIA] em 2005 já foram criadas 30 novas empresas. Aponta ainda a má gestão, a incapacidade de delegar, a ineficácia e gastos exagerados como fortes razões para o insucesso, frisando que «a ideia é o primeiro cheque».
não ter «papas na língua» e assim foi. “Estou aqui para dizer o que penso, sou um empresário”, referindo que “o associativismo empresarial tem pouco interesse a não ser para o dia dos municípios, serve apenas para o prestígio, mas o importante é que só têm interesse se reflectirem as empresas, o emprego e a inovação”, disse revelando que “o associativismo tem todo o meu apoio, mas quando gera emprego, riqueza e dinamismo. Sem querer ferir quaisquer susceptibilidades o presidente do NERA refere que tem que haver uma estratégia e consolidada; “o empresário tem que ter visão, estratégia e sustentabilidade; é claro que tem que estar também preparado para o mau, mas navegar à vista ao invés de ter visão a perspectiva de um vendedor ambulante”. Para propiciar o clima em que se vive e a que acredita ser “uma aposta errada e desordenada no turismo cujas estatísticas corroboram”, o responsável trouxe para as Jornadas uma fotografia de um cesto com figos e amêndoas que diz ter encontrado à venda no Algarve, num hipermercado, intitulado «Algarve Souvenir». À primeira salta apenas à vista o nome, mais um estrangeirismo, mas a história reside no rótulo da embalagem: os figos são da Turquia, as amêndoas do Estados Unidos e o cesto é made in China… O rótulo deixou por certo toda a sala indignada e estupefacta, visto o Algarve ter os melhores frutos secos, bem como cestaria, levando um turista estrangeiro não uma amostra do verdadeiro Algarve para casa, mas antes uma «falsa verdade» que Vítor Neto admite derrubar os turistas interessados na região. Quanto à criação da associação empresarial o apoio foi dado de forma incondicional. “Avancem e sugiro que para todos os empresários de todos os sectores, unidos na defesa, pois é este o caminho”, revelou sustentando uma estratégia de cooperação regional em rede e sugerindo, antes de mais, um estudo sobre o território que dê ideias aos jovens sobre o que há e onde se possa apostar.
Vítor N.referiu que uma associação empresarial só tem interesse se reflectir emprego e inovação
Debate entre empresários locais foi aceso Entre os dois momentos de debate é certo que as 80 pessoas que constituíram a plateia, nomeadamente cerca de 25 empresários interessados na criação da associação empresarial, foram muito interventivas e sobretudo críticas pela morosidade no surgimento da associação. Levantaram-se questões desde o problema da fixação de jovens, o crescente desinteresse estatal face à agricultura e pescas, a defesa de uma associação que esqueça os lobbies políticos e financeiros e parar a mentalidade do português de «cada um puxa a brasa à sua sardinha». Surgiram muitos apoios à criação da marca «Baixo Guadiana». Outros comentários ainda de empresários que lamentam a fraca mão-deobra existente, causa atribuída à subsídio-dependência que dizem não poder fazer concorrência. Ouve vozes que se ergueram mais alto referindo até que “o principal concorrente dos empresários é o fundo de desemprego”. Houve tempo para ouvir Marta Cabral, da «Associação Casas Brancas», que deu o seu testemunho como dirigente de uma associação já com 60 empresários, ainda que apenas direccionados para o turismo. “As pequenas empresas não conseguem visibilidade se não se juntarem e é indispensável ver a associação como um contínuo tra-
balho em rede”, explicou, acrescentando ainda o grande atraso dos portugueses nesta matéria face aos espanhóis. A participação mais polémica das Jornadas foi a de Almeida Pires, Vice Presidente da Entidade Regional de Turismo do Algarve [ERTA] que se mostrou reticente na criação de mais uma associação empresarial. As críticas surgiram de todos os flancos e os empresários revelaram-se indignados, considerando a posição do dirigente “um elemento castrador de um esforço e debate estóicos”. No acolhimento das críticas, o vice-presidente da ERTA não se demoveu, defendendo, a este propósito, a união entre a Associação de Turismo do Algarve e a ERTA numa única entidade, representando mais-valias para a região e para os empresários.
Luz Verde para a associação Após todo o debate, por vezes mais aceso e extremamente crítico, sendo revelador do forte descontentamento dos empresários que não vêm os seus negócios valorizados, foi época de se reunirem, não em diferentes grupos de trabalho, como
previamente previsto, mas num só grupo, a uma só voz. Da reunião que surgiu nas Jornadas Empresariais a organização atesta que o objectivo primordial foi alcançado. “A Odiana deu apenas um passo. O ambiente de crise, a vontade de união de alguns empresários e a necessidade de se estabelecer uma ligação coesa para o desenvolvimento do sector empresarial, foram algumas das premissas para a realização das «Jornadas Empresariais do Baixo Guadiana”, refere Valter Matias, director da Odiana. Acrescenta ainda que o propósito inicial era que o mesmo fosse uma plataforma de debate da qual possam surgir as primeiras linhas de orientação para a criação da associação empresarial no território do Baixo Guadiana e consequente constituição de uma Comissão de Instalação da Associação Empresarial do Baixo Guadiana. E assim foi. A Comissão Instaladora da Associação Empresarial do Baixo Guadiana vai ser constituída. Entretanto os empresários vão voltar a reunir no dia 8 de Julho (sexta-feira), pelas 18h no auditório do Castelo de Alcoutim. A ordem de trabalhos concerne ao estudo e aprovação dos estatutos da futura associação; e ainda na constituição de listas candidatas à direcção. Para os empresários interessados fica a informação.
A fraca fixação de jovens no território e o desinteresse pela agricultura e pescas geraram debate
Depois de reunidos os empresários chegaram ao concenso: associação empresarial vai avançar
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DESENVOLV I M EN T O A partir de Julho
100 postos de «Wi-Fi Gratuito» no Algarve A parceria Globalgarve/VEX/OLÁ vai espalhar por toda a região do Algarve 100 hotsposts com internet gratuita. O projecto foi apresentado a 15 de Junho, no auditório da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRAlg). A parceria surge porque o projecto inicial idealizado pela Globalgarve mostrava-se muito dispendioso para a execução individual, nomeadamente no investimento de software que obriga os fornecedores do serviço web a guardar os dados de utilização da internet durante cinco anos. É, precisamente, neste contexto que se associa à ideia a empresa brasileira VEX, que actua em Portugal e que tem espalhados pelo mundo cerca de 120 mil hot spots. O «wi-fi gratuito» ultrapassa as expectativas da agência de desenvolvimento regional que em 2008 apresentava o mesmo projecto, apesar de menos ambicioso. “Prevíamos 50 hot spots e agora temos o dobro”, lembra Paulo Bernardo que está confiante no trabalho desenvolvido e que a médio prazo já imagina “se tudo correr bem, quem sabe, 200 postos para 2012”.
Zonas rurais com cobertura Paulo Bernardo afirma que
“não vai haver nenhum tipo de privilégio para as zonas rurais, o que acontece é que há zonas rurais que não tinham cobertura e que agora passam a ter”, esclarece, lembrando que este factor representa “mais comunicação, mas também maior atractividade” do território entre a serra e o barrocal algarvio. A parceria garante “uma distribuição equitativa”, tendo Paulo Bernardo avançado que os postos de internet sem fios vão ser distribuídos pelas sede de freguesias. A marca OLÁ, detida pela Unilever Jerónimo Martins, vai estar associada à imagem dos postos junto aos quais está a montar também quiosques e carros de gelados. Questionado sobre valores de investimento a parceria não quis adiantar números. Paulo Rosa, country manager da VEX Portugal, assegurou que “é um projecto comprovadamente viável”, avançando expectativas de que o investimento tenha retorno até ao fim do primeiro contrato que tem a duração de um ano.
«Perto
da
Europa»
Saúde: pronto para férias? Viaje sempre com o seu Cartão Europeu de Seguro de Doença (CESD)
Bruno Almeida, Paulo Rosa e Paulo Bernardo da parceria «Wi-Fi gratuito» Recorde-se que o target deste projecto são os algarvios, mas também, e muito, os turistas que visitam a região e que aqui passam a estar gratuitamente ligados ao mundo. De referir que até aqui a cobertura no Algarve ficava-se por 18 hotspots instalados em sede de
O estado da banda larga José Cruz Conforme anunciado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, dentro em breve, a região vai contar com cem postos de banda-larga sem fios, gratuita. Trata-se de uma parceria da Globalgarve, que deu início ao projeto, a VEX brasileira que armazena os dados e a empresa Unilever, do grupo Jerónimo Martins, presente com a marca de gelados OLA. Quanto ao alcance, não excederá a sede das freguesias, mas, ainda assim, trata-se de um reforço significativo da cobertura com esta tecnologia. A disponibilidade das ofertas de banda larga, como observa a ANACOM, “depende da existência de centrais da rede telefónica pública comutada nas quais estejam instalados DSLAM (digital subscriber line access multiplexer) ou da existência de redes de distribuição de TV preparadas para disponibili-
zarem banda larga. No final do segundo trimestre de 2008 existiam em Portugal Continental 1.853 centrais equipadas com este equipamento. Correspondem à totalidade da cobertura das áreas possíveis para o fornecimento de ADSL. Estas infraestruturas concentramse nas regiões da grande Lisboa e do grande Porto, no litoral norte e no Algarve. Como sempre, no interior do país, a densidade de centrais é menor, acompanhando a densidade de povoamento do território, por critérios que tem a ver com a rendibilidade dos capitais. Esta ligação das 1853 centrais telefónicas da PT, em banda larga, fez parte do programa «Ligar Portugal», um dos pilares do Plano Tecnológico lançado pelo anterior Governo de José Sócrates, com o objectivo de generalizar o acesso à Internet em alta velocidade e às tecnologias de informação, um tema caro ao ex-primeiro ministro. A tecnologia utilizada, Pico
DSLAM, foi desenvolvida em Portugal pela PT Inovação, para permitir a oferta de acesso à Internet em alta velocidade em zonas de difícil acesso. Mas a lacuna que já não pode ser suprida pelas redes fixas, está a ser, de algum modo colmatada pelas redes móveis, de todas as operadoras que, ou uma ou outra, nuns pontos do interior, ou todas à vez, noutros, suprem as necessidades das populações. É claro que há ainda alguns pontos isolados onde nem o fixo nem a banda larga estão ou tem possibilidade de chegar. Assim mesmo, e embora a preços já muito altos, há já a oferta de serviço de satélite em regime dual ou seja, de upload e download. Entretanto a tecnologia WIMAX, mais potente e de maior alcance, nas bandas 3,5G e 5,8G está já a ser utilizada pela Associação Centro Comercial Ar Livre de Abrantes que oferece de banda larga de acesso gratuito à Internet para todos os comerciantes e clientes do centro
freguesias. «Wi-Fi gratuito» a nível regional é projecto pioneiro em Portugal, tendo a parceria Globalgarve/VEX/OLÁ arriscado, na sessão de apresentação, que poderá ser “única ao nível mundial”.
histórico da cidade, tentando dinamizar a zona e estimular a actividade empresarial. Este projecto foi cofinanciado pelo Programa Operacional da Região Centro, implicou um investimento de cerca de 150 mil euros.
Está a pensar viajar na UE ou na Islândia, no Liechtenstein, na Noruega ou na Suíça? Se assim for, não se esqueça do seu CESD. O cartão pode ajudar a poupar tempo, problemas e dinheiro se adoecer ou sofrer um acidente no estrangeiro.
Capital Verde da Europa de 2014: Comissão lança processo de selecção. Começa hoje o processo de selecção da cidade que receberá o prestigioso título em 2014. Quatro cidades – Estocolmo, Hamburgo, Vitória-Gasteiz e Nantes – foram já galardoadas, de 2010 a 2013, respectivamente. O prémio anual pretende incentivar as cidades europeias a tornarem-se locais mais atraentes e saudáveis – «próprios para viver».
Detenção no estrangeiro: direito de consultar advogado e de informar a família Um homem de 22 anos deslocouse a outro país para assistir a um jogo de futebol. Depois do jogo, foi a um bar com amigos onde se viu envolvido em distúrbios, tendo sido detido. A polícia interrogouo durante várias horas sem que estivesse presente um advogado. A Comissão Europeia propôs hoje que todos os suspeitos – independentemente do lugar onde se encontrem na União Europeia – tenham o direito de acesso a um advogado desde o momento da sua detenção pela polícia até ao final do processo.
Centro de Informação Europe Direct do Algarve
Este artigo foi escrito numa zona do interior do concelho de Mértola e enviado à redação do JBG, usando a banda larga UMTS da TMN, sendo que também é possível aceder em 3,5G através da Optimus Kanguru.
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve
Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Faro tel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 279 europedirect@ccdr-alg.pt
www.ccdr-alg.pt/europedirect
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CULTURA
COLUNA CULTURAL
«Cabaret» iniciou digressão por Altura
LIVROS
por Carlos Brito
Luís Cristina, actor alturense foi integrado no «Cabaret». E assim vai acontecer com artistas em Alcoutim e pelo resto do Algarve que vão participar com o seu talento nesta espectáculo. Mário Zambujal, Mais um originalíssimo romance
Ibn Darraj al-Qastalli, poeta de Cacela O poeta Ibn Darraj nasceu em Março de 958, na então cidade de Cacela (Qastalla) sendo-lhe por isso atribuído o epípeto al-Quastali. Segundo o catedrático de História Medieval e Presidente da Fundación al-Idrisi Hispano Marroqui, Ahmed Tahiri, foi o sétimo bisavô do poeta, de nome Darraj quem fundou a povoação de Cacela após a conquista do al-andaluz pelas tropas árabes e berberes comandadas por Tarik Ali Ibn Zyad, no ano de 711. A Cacela (Qastalla) do período islâmico viria a ser o primeiro aglomerado de carácter urbano situado a Sudeste do actual Algarve, tendo vindo a ganhar particular importância em meados do século X, durante a vida de Ibn Darraj. A verdade é que a vida e obra deste poeta é bastante elucidativa da realidade social, cultural e política do Gharb alAndaluz de então. Graças ao seu prestígio literário, Ibn Darraj é incorporado na corte de Córdova, em 992, na qualidade de poeta oficial e escritor redactor do Estado califal do poderoso Almançor, no entanto, com os distúrbios resultantes das revoltas políticas e da guerra civil, o poeta vê-se forçado a abandonar a cidade em 1012, procurando depois protecção em Ceuta, Almeria, Denia, Valênia e Totosa, concluindo a sua errância na capital taifa de Zaragoça, em 1017. Em Zaragoça, o poeta inicia uma nova etapa como poeta oficial da corte, criando vários poemas cuja nostalgia remete-nos para a grandeza da Córdova califal e as memórias da sua infância e juventude em Cacela. Em 1228 Ibn Darraj abandona Zaragoça e instala-se em Valência e posteriormente em Denia, onde viria a falecer em 1030. A obra poética deste autor, tão admirada por diversos orientalistas de várias nacionalidades, abrange, portanto, três importantes momentos da história do alAndaluz: o esplendor do Estado califal, a guerra civil que se seguiu e o surgimento do período dos reinos taifas. Com efeito, o livro Cacela e o seu poeta Ibn Darraj al-Qastalli, da autoria do já referido Ahmed Tahiri e publicado pela Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, apresenta-nos não somente a biografia do poeta, como também a história da formação e origens de Cacela, desde o primeiro núcleo de povoamento, algures durante o século IX, até ao seu apogeu durante os períodos califal e taifa (de alçaria a Medina). Fica, portanto, o convite para a leitura de Cacela e o seu poeta Ibn Darraj al-Qastalli, pois mais que um livro sobre a história de Cacela e do seu poeta, a presente publicação é um testemunho do património histórico e cultural de Cacela e de todo o Gharb al-Andaluz.
Fernando Pessanha Músico / CEPHA
O actor alturense Luís Cristina brilhou nos palco do C. R. Alturense Pedro Santos, director artístico da companhia vilarealense «Fech’Ó Pano» explicou ao JBG que a digressão do Cabaret vai acontecer de forma sui generis uma vez que se caracteriza por dar oportunidade aos artistas do Algarve de integrarem a produção com o seu talento. Uma colaboração que pode ser dada por actores, bailarinos, cantores, mágicos, malabaristas e outros talentosos das artes de palco. A experiência começou no passado dia 18 de Junho no concelho de Castro Marim, mais propria-
mento no Clube Recreativo Alturense. O salão do clube foi cabaret por uma noite e viu um artista da casa a brilhar no palco. Para além do calor que o espaço intimista proporcionou, os braços abertos com que o actor Luís Cristina foi recebido e arrecadou uma merecida recompensa pela sua actuação. A personagem de uma velhinha muito divertida convenceu a companhia e deixou orgulhoso Fausto Norberto presidente do clube. “Quando nos propuseram esta integração no Cabaret pareceu-
nos uma excelente ideia para captar mais momentos cuturais em Altura e dar oportunidade aos nosso talentos”, declarou à margem do espectáculo o responsável. No Baixo Guadiana o concelho de Alcoutim também vai receber o «Cabaret», mas antes o espectáculo vai estar em Olhão no auditório «Boa Esperança». No final o objectivo é “criar um mega-espectáculo de Cabaret com a participação dos talentos que nos forem aparecendo pelo Algarve fora”, concretiza Pedro S. que vai transformar por uma ou mais noites espaços em cabaret’s.
«Gerações 60» encheram Glória Futebol Clube
O espírito hippie marcou presença no «Gerações 60» A comunidade de Vila Real de Santo António aplaudiu de pé o espectáculo, no palco do Glória Futebol Clube, «Gerações 60». Foi o primeiro de três gerações que vão passar em revista os saudosos anos 60, 70 e 80. A história dos anos 60 em Portugal, a viver a ditadura de Salazar,
as inspirações que vinham de fora, com as vozes de Frank Sinatra e a beleza de Marilyn Monroe, por exemplo; e o espírito hippie que simboliza toda a geração, estiveram presentes com um elenco do «II Acto Produções Teatrais». À frente do palco e a lembrar as vivências de outros tempos, esteve uma senhora na casa dos 60 anos; personagem encarnada por Tiago Monteiro que numa interacção com o público fez soltar muitas gargalhadas. Foi um espectáculo de variedades com muito humor e que juntou em palco cerca de 30 pessoas, entre actores, cantores e bailarinos. Por detrás do panos cerca de 15 pessoas compuseram este espectáculo. A coordenar o projecto esteve a jovem Andreia Colaço, que agora prepara a edição «Gerações 70» a estrear em Agosto. Este projecto contou com a colaboração da Associação de Dança Espanhola de Gracia Diaz.
A «Crónica dos Bons Malandros», primeiro romance de Mário Zambujal, vai na 35ª edição e é já considerado pela crítica mais exigente como uma obra clássica da literatura portuguesa. Depois desta estreia auspiciosa, que aconteceu, em 1980, o autor foi trazendo a público, ao mesmo tempo que as edições da Crónica iam acontecendo, uma sucessão de títulos que confirmaram, desenvolveram e refinaram as marcas inconfundíveis da sua originalidade. São títulos como «Histórias do Fim da Rua» e «À Noite Logo se Vê», duma primeira fase, e depois de um intervalo em que não publicou, desviado para outras actividades mediáticas, uma segunda fase, com os títulos «Fora de Mão» (contos), «Primeiro as Senhoras», «Já não se Escrevem Cartas de Amor», «Uma Noite Não São Dias». Têm sido salientadas como características desta obra romanesca a imaginação, a leveza, o estilo transbordante de humor, a comicidade das situações. Tudo isto é evidente e verdadeiro, mas o que faz o maior encanto dos livros de Zambujal é, a meu ver, o profundo humanismo da sua visão do mundo e a compaixão que usa no tratamento das personagens, mesmo quando parece cruel. Estes aspectos são especialmente salientes no seu último romance intitulado «Dama de Espadas», com o subtítulo Crónica do Loucos Amantes, que veio a público em finais de 2010. Logo na capa o Editor chama-lhe «O romance mais divertido do ano». É realmente um livro muito divertido, tanto pela trama do enredo cheio de peripécias e surpresas, truques e golpes, como pela alegria e comicidade da narrativa. Mas esta «estória» da arrebata paixão do jornalista Filipe por Eva Teresa, que conhecera doce menina e que se transforma numa lindíssima mulher fatal que ele só conhece por fotografias e vídeos, diz provavelmente muito mais sobre os valores e práticas com que o amor e a sexualidade são vividos, hoje em dia, por certas camadas urbanas, de ambos os sexos, que muitas obras que gravemente rejeitariam a designação de divertidas. A brincar, a brincar, Mário Zambujal lá vai dizendo pela boca dum inspector da polícia: «As paixões arrebatadas são como o vinho das melhores castas: primeiro alegram, depois embriagam, um dia azedam.»
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Um poema dedicado a Alcoutim Como referido na edição de Junho do JBG o Encontro Transfronteiriço de Idosos, decorrido em Maio em Alcoutim, contou com a actuação do Grupo de Cantares da Santa Casa da Misericórdia de Silves que surpreendeu no final da actuação com uma música cuja letra foi criada para este evento e apresentada pela primeira vez em público perante as 130 pessoas presentes neste Encontro. Como referiu o grupo, esta foi uma forma de mostrar a gratidão pelo convite que foi feito pela Associação ATAS, para uma tarde bem passada com a população de Alcoutim.
OH ALCOUTIM LINDA TERRA ALGARVIA GENTE RAIANA MOSTRA A SUA ALEGRIA
OH ALCOUTIM ALGARVE BEM NATURAL PAZ E HARMONIA COMO NÃO HÁ N´OUTRO IGUAL
OH ALCOUTIM A TEUS PÉS O GUADIANA AS TUAS MARGENS FAZEM FRONTEIRA C´ ESPANHA
NA COLINA O CASTELO QUE PROTEGIA A FRONTEIRA DOS VIZINHOS DE CASTELA QUE QUERIAM NOSSA BANDEIRA
OMANOS SE FIXARAM NA VILA PERTO DE ESPANHA E OS ÁRABES DERAM AO RIO O NOME DE ÓDIANA
DO ALGARVE ATÉ ESPANHA NO SOTAVENTO ALGARVIO É COMO SE VER AO ESPELHO NO OUTRO LADO DO RIO
NOSSO REI D. DINIS REI DE PORTUGAL PARA DEFESA DO RIO CONCEDEU-NOS UM FORAL
DIZ A LENDA QUE EXISTIA ENTRE O TEJO E ODIANA, UM PASTOR LOUCO D´AMOR POR UMA MOÇA JOANA
CASAS CAIADAS DE BRANCO E LINDO ARTESANATO BELAS BONECAS DE JUTA E BONITAS OBRAS D´ARTE
OH ALCOUTIM LINDA TERRA ALGARVIA GENTE RAIANA MOSTRA A SUA ALEGRIA
OH ALCOUTIM ALGARVE DAS AMENDOEIRAS BELEZA E TRADIÇÃO NÃO HÁ N´OUTRAS FRONTEIRAS
OH ALCOUTIM LINDO LUGAR ALGARVIO PEQUENO E FRECO É BOM NAVEGAR NO RIO
OH ALCOUTIM ALGARVE DAS AMENDOEIRAS PAZ E HARMONIA COMO NÃO HÁ OUTRO IGUAL
OH ALCOUTIM A TEUS PÉS O GUADIANA AS TUAS MARGENS FAZEM FRONTEIRA C´ ESPANHA
OH ALCOUTIM ALGARVE BEM NATURAL PAZ E HARMONIA COMO NÃO HÁ N´OUTRO IGUAL
OH ALCOUTIM BANHADO POR GUADIANA TERRA ALGARVIA A TUA GENTE TE AMA
letra de Margarida Silva
A G E N D A C U LT U R A L EV ENTOS Alcoutim Exposição Cursos Socioeducativos «Mais Saber» Até 15 de Julho Casa dos Condes
Festa da Barrada 22 e 23 Julho Centro Cultural e Recreativo da Barrada Baile de Acordeão em Balurcos de Cima 29 Julho
Passeio Nocturno 1 Julho, 21h30 Vaqueiros
Baile de S. Pedro 2 Julho, 22h, Vaqueiros
Festa Tradicional do Pereiro 30 Julho
Música na Praça 6 e 13 Julho Praça da República em Alcoutim
Festa de Santa Marta 31 Julho
Tertúlia «A Palavra Sexta à Noite» 8 Julho Casa dos Condes
Castro Marim
Festival Gerações 15 e 16 de Julho Polidesportivo Inter-Vivos em Martinlongo Festa Tradicional Cortes Pereiras 16 Julho Polivalente das Cortes Pereiras
Acção Champimóvel Cápsula 4D – Corpo Humano da Fundação Champalimaud De 11 a 15 de Julho em Castro Marim Inscrições prévias em: 281510778 (GAM) ou 281531701 (Biblioteca)
VRSA
Baile de Acordeão 2 Julho, 22h, Lutão de Baixo
Festa Tradicional do Pessegueiro 8, 9 e 10 de Julho
Excursão Slide & Splash 10 Julho – Freguesias Azinhal e Castro Marim 17 Julho – Freguesias Odeleite e Altura
Feira de Artesanato Altura 1 a 3 Julho Festival Folclore Azinhal 16 Julho XV Festival de Bandas 9 Julho Vila de Castro Marim
«O Cabaz da Horta em VRSA» 1 a 31 Julho, 10h às 13h [Quarta-feira] Produtos de hortas locais, chegam ao consumidor a um preço de 10 €, com 8 a 9Kg. Associação Cultural de Vila Real de Santo António 3ª Mostra Gastronómica de Cacela: «Entre a serra e o mar» Até 3 Julho Restaurantes da Freguesia de Vila Nova de Cacela Ateliers Ambientais «Mar, História e Recursos» De 1 a 31 Julho (1 vez por semana em cada praia) Praias de Santo António, Monte Gordo, Lota e Manta Rota «Passos Contados 2011»: A empreita e outras artes algarvias 4 Julho, 15h30 Santa Rita Inscrições: CIIPC Encontro de Cultura Cubana 2011 5 a 12 Julho VRSA
POR CÁ ACONTECE
«Poesia na Rua» 22h00 (Dia 15) - Concertos de GUTA NAKI 23h00 (Dia 16) – Concertos de NOISERV Cacela Velha Festival Juvenil de Folclore do Grupo Juvenil de VRSA 16 Julho, 21h30 Praça Marquês de Pombal
Liga dos Amigos da Galeria Manuel Cabanas promove tertúlia e inaugura exposição
Conferência «Um mundo deste tamanho» Por Pedro Cotrim 22 e 29 Julho, 21h30 Biblioteca Municipal Manta Beach – Festa de Abertura 22 Julho Manta Rota Clube de Leitura «Livros Mexidos» Tema - Autores contemporâneos: Jorge Amado 28 Julho, 18h Biblioteca Municipal «Junta em Movimento» - Noites de Lua Cheia Marcha Passeio (Dia 14), 22h Passeio BTT (Dia 15), 22h Marina VRSA XIII Feira do Livro de Monte Gordo 13 Julho a 3 Agosto, 20h às 00h Zona Poente do Casino Feira de Cultura e de Lazer 20 Julho a 1 Agosto Praça Marquês de Pombal Ciclo de teatro para a infância “A_crescent/ARTE” 21 a 24 Julho Cacela Velha
No dia 24 de Maio foi inaugurada na Biblioteca Municipal de Castro Marim a exposição «Manuel Cabanas e os Intelectuais e Artistas do seu Tempo». O acto inaugural contou com a presença do Governador Civil do distrito de Faro. No âmbito da exposição foi também realizada no dia 27 de Maio, também na biblioteca, nomeadamente no auditório, uma tertúlia sobre o mestre Manuel Cabanas, figura incontornável da história portuguesa do século passado. A tertúlia contou com as presenças e intervenções de dezenas de amigos e estudiosos da sua vida e obra.
JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2011|
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PASSATEM P O S & L A Z ER
Autor: João Raimundo
Quadratim - n.º 85
Jogo da Paciência n.º 91
Devemos dinamizar a língua portuguesa, quer falada ou escrita, e não esquecer que a mesma é usada por cerca de vinte milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo a diáspora e os PALOPES. Mas, actualmente há alguma falta de identidade nacional em quase todas as actividades em que se fala e escreve em estrangeiro, quer formas de denominação comercial e vocábulos avulso, desprezando a vasta riqueza do vocabulário português. Não podemos esquecer que a nossa língua é também um valioso «produto». Pelo caminho correcto do Quadratim vá ao encontro de “FALAR PORTUGUÊS”!
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6) Bolachas 7) Azeite 8) Cebolas 9) Batatas 10) Água 11) Fruta 12) Chás
1) Açúcar 2) Arroz 3) Massa 4) Feijão 5) Farinha
“ALIMENTOS”
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13) Óleo (alimentar) 14) Cereais 15) Orégãos 16) Alecrim 17) Queijo 18) Leite 19) Peixe 20) Hortícolas
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Soluções Jogo da Paciência - n.º90
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umas linhas para a alma...
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“Li num jornal que as radiações dos telemóveis são perigosas para a saúde. É verdade?”
´ Regras para uma boa fritura
A fritura é uma técnica culinária que utiliza a gordura como meio de transporte de calor, e é um processo rápido (minutos) devido às altas temperaturas a que esta se encontra. Sendo pouco saudável, deve ser utilizada apenas esporadicamente, no entanto, é possível tornar esta técnica culinária num “mal menor”; pode-se minimizar a absorção de gordura se se respeitarem algumas regras durante a fritura, tais como: 1. Utilizar apenas óleos e outras gorduras que resistam bem a altas temperaturas, sem se degradarem. Óleos ricos em gorduras monoinsaturadas e saturadas: azeite, óleo de amendoim e banha; 2. O volume de gordura utilizado deve ser pelo menos três vezes o do alimento; 3. Não utilizar um óleo que, depois de quente, comece a libertar cheiro intenso e fumo escuro; 4. Aquecer bem o óleo a 160º-180ºC, e introduzir o alimento apenas quando o óleo estiver na temperatura certa; 5. Sempre que possível, secar bem o alimento antes de o introduzir no óleo quente, para evitar que a água à superfície deste faça baixar muito a temperatura do óleo; 6. Colocar pouca quantidade de alimento de cada vez, mais uma vez para não diminuir a temperatura óptima do óleo; 7. Quando retirar o alimento, deixar escorrer bem o óleo na escumadeira e colocá-lo sobre papel de cozinha absorvente; 8. Nunca juntar nova gordura a outra que já foi aquecida; 9. Depois de arrefecer, filtrar cuidadosamente o óleo utilizado; 10. Não utilizar a mesma gordura mais de 3 vezes.
Ana Brás dietista
a DECO informa
A Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC) atribuiu o nível de risco 2b, numa escala de 4, à radiação dos telemóveis. Sem certezas sobre o real perigo, os especialistas admitem que o uso de telemóveis pode aumentar o risco de cancro e realçam a necessidade de aprofundar a pesquisa nesta área. A maioria dos estudos não fornece provas consistentes sobre a relação causal entre a exposição à radiofrequência e os efeitos negativos para a saúde. Uma das investigações indica um aumento do risco de glioma, tipo de cancro do cérebro, em pessoas que utilizaram intensivamente o aparelho durante mais de 10 anos. Foram estes dados que serviram de base à actual classificação. No entanto, é preciso ter em conta a evolução tecnológica, que permite a diminuição das radiações dos telemóveis. Outras investigações estão já no terreno para avaliar os efeitos dos telemóveis a longo prazo. É o caso de um estudo com 350 mil utilizadores, a acompanhar durante 20 a 30 anos, iniciado em 2010. Nos primeiros cinco, prevêem-se conclusões sobre os sintomas associados ao uso de telemóvel, como a frequência de dores de cabeça e perturbações do sono. Em 2020, esperam-se dados mais consistentes sobre o cancro. O nível de alerta da IARC será actualizado à medida que surgirem novas informações. A escala varia entre 1 (cancerígeno) e 4 (provavelmente não cancerígeno). O nível 2 divide-se em “provavelmente cancerígeno” (2a) e “pode ser cancerígeno” (2b). Na incerteza, previna-se limitando ao máximo a absorção de radiações. Pode reduzir bastante a exposição se: -Utilizar o auricular durante as chamadas; -Mantiver o telemóvel afastado da cabeça até ao primeiro sinal de chamada. O aparelho emite radiação máxima enquanto estabelece a ligação; -Evitar o uso de telemóvel em lugares como elevadores ou parques de estacionamento subterrâneos. Nestes sítios, para tentar obter rede, os telemóveis activam constantemente a potência máxima.
Susana Correia jurista
a GUADI apela A Guadi agradece o crescente interesse demonstrado pelos animais que vivem no Centro de Recolha Animal – Canil/ Gatil de VRSA. Só com a vossa ajuda a Guadi poderá continuar esta difícil e incessante luta de ajudar os animais abandonados e contribuir para a mudança das mentalidades, no sentido de um dia todos compreendermos que o direito a viver em condições dignas não é apenas um direito humano. Obrigado pelo vosso apoio !
Ninhada para adopção
GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283 Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328 Contactos: 964773101 e 968079025 guadivrsa@hotmail.com e no facebook
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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2011
C OLA BORADO R E S
Que Futuro?! O passado é passado, todos sabemos como foi. No período contemporâneo, que aconteceu? Guerras, países divididos e a criação de outros. Unem-se os europeus com moeda única e tantas coisas mais. O presente está a andar depressa demais, o povo está descrente. Em Portugal soltou-se a corrente da pedaleira, estamos parados; alguns acreditam mais nos presidentes dos clubes de futebol. Os que não trabalham vivem melhor dos que trabalham, exigem, mesmo sabendo que não há. Falam, e falam demais do que está aceitável: Saúde e Educação; esquecem do que está mesmo mal. Se não tivesse havido guerras, hoje a população comia-se uns aos outros, é este o presente. É possível conhecer o futuro? Dizem que o futuro não existe, é um facto. Durante séculos antes da nossa Era; muitos pronunciavam os seus oráculos, anunciando os possíveis desastres. Hoje não é necessário fazer tão longo trajecto para penetrar nos segredos do futuro. Sabemos que daqui a cem anos, excepto o comportamento humano que está precisamente igual ao
presente, o que pode mudar? Vai mudar muito. Dentro de pouco tempo vão vender o resto do ouro existente no Banco de Portugal. Vai acabar esta forma de fazer política, vai acabar a União Europeia, trocada por outra coisa qualquer, vão acabar as portagens nas autoestradas. As câmaras municipais vão deixar de ter tanto poder; vão acabar as empresas municipais e institutos, vão ser criados governos civis com mais poderes, com dois ou três gabinetes coordenadores por província que irão incidir na agricultura e em obras públicas. A agricultura será coordenada entre regiões, uma região saberá a quantidade que a outra vai plantar, para que não haja excessos. Serão retiradas das câmaras municipais as obras, ficando apenas com a manutenção. Não será necessário adquirir tanto equipamento militar, pois vai-se poupar no equipamento e no pessoal que o utiliza. Vai ser
Ria mais Formosa criada uma forma justa de declarar os impostos, um controle de qualidade. O pessoal em excesso, e disponível, vai ficar em casa, é mais económico. Vão fornecer-lhes preservativos para que a população não cresça. Vai ser obrigatório haver debates, estudos, saber prever como vai ser a vida do ser humano. O ser humano terá que ter muito cuidado para que não nasça uma criança com futuro incerto. É apenas uma opinião que talvez seja preconcebida. É também necessário que o leitor compreenda que as ideias expostas neste texto não representa uma opinião isolada. Manuel Tomaz
Neptuno fez um dia Uma formosa Rua Desde a velha Cacela Que mouros puseram nela Conchas e diamantes Amores e amantes Para além da restauração Que a tanta gente serve o pão Com sabor a maresia Até à ponta de Santa Maria Ria dos meus amores! Sabem lá meus senhores? Que vai formosa e não segura De tanta formosura. Neptuno fez um dia Uma formosa Ria Pôs nela suas ilhotas E deu asas às gaivotas Farol, Armona e Fuzeta Gaivotas de asas pretas E a ti, princesa do Gilão! Deu-te um barco, uma profissão E as vagas deu-as ao mar Para que pudessem velejar! As velas do meu país! Ria dos meus amores! Sabem lá meus senhores! Que vai formosa e não segura! De tanta formosura!
Planeta moribundo Voa para outra Galáxia Planeta moribundo; Vê se apressas a viagem, Que estamos no fim do Mundo. Voa, voa planeta; Vai depressa sem parar, Se não apressas a marcha, Deixamos de respirar. Vai planeta azul, Porque a coisa aqui está preta; Se queres conservar a cor, Vai depressa planeta. Em pleno Espaço Cidral É tão lindo o teu voar, Oxalá tenhas mais sorte Noutro Sistema Solar. Aqui já estás condenado; Males sem cura te consomem; O culpado não és tu, A culpa é do Bicho Homem Manual Palma
Ilda Ferreira
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CARTÓRIO NOTARIAL DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO A CARGO LIC. MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO, NOTÁRIA EM SUBSTITUIÇÃO Nos termos do art.º 100, nº1, do código do notariado, certifico que no dia dois de junho de dois mil e onze foi lavrada neste cartório, de folhas sessenta e três a folhas sessente e quatro do livro de notas para escrituras diversas número cinco, uma escritura de justificação, na qual compareceu: Encarnação Maria Gomes, solteira, maior, natural da freguesia e concelho de Alcoutim, residente na Rua Dr. José Sequeira Colaço Fernandes, Lote 26, 3º Dto, Urbanização das Laranjeiras, portadora do cartão de cidadão número 02223392, emitido pela República Portuguesa, válido até 30 de Novembro de 2014, contribuinte fiscal número 144 786 737, que declarou ser dona e legítima possuidoram, com exclusão de outrem, do prédio urbano sito no lugar de Afonso Vicente, na freguesia e concelho de Alcoutim, composto por edificio térreo com três divisões, destinado a habitação, e pátio, com a área total de setenta e seis metros quadrados, dos quais sessenta e cinco vírgula oitenta são de área coberta, a confrontar a norte com via pública e Dionísia Maria Bento Metelo, a sul e a Ponte com via pública e a nascente com Dionisia Maria Bento Metelo, não descrito na conservatória do registo predial daquele concelho, inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 2582, com o valor patrimonial tributável e atribuido de mil oitocentos e dois euros e oitenta e seis cêntimos. Que o referido Prédio entrou na posse da primeira ortogante por partilha verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e cinco, efectuada com os demais interessados, por óbito de seu avô, Manuel José gato, viúvo, residente que foi em Afonso Vicente, na referida freguesia de Alcoutim. E que, sem quelaquer interrupçãono tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, tem estado justificante na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de nimguem, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que a justificante adquiriu o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme o original. Vila Real de Santo António, aos 2 de Junho de 2011.
A Colaboradora, [Joana Isabel da Silva de Gouveia e Sousa] Colaboradora administrativa desde Cartório, no uso dos poderes de delegação conferidos nos termos do nº1 do artigo 8º do Decreto de Lei nº 262004 de 4 de Fevereiro. Conta registada sob o nº 4/06 Factura/Recibo nº 1198
Jornal do Baixo Guadiana, 01 Julho 2011
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DESPORTO
Atleta invisual levou o Baixo Guadiana até Nova Zelândia
Futebolândia crónica
Olá! Sejam bem-vindos a mais uma «Futebolândia»! Estamos perto do início das competições oficiais e continuam as contratações por parte dos “grandes” do futebol português. Pelo Sporting fala-se em Oguchi, Atila Turan ou Rinaudo; é de nomes desses que precisamos para que, pelo menos, os relatos de futebol sejam mais divertidos no nosso país. Digamos que Oguchi é um nome fofinho e divertido, pelo menos! No Porto o André VillasBoas, pôs-se na “alheta” como se diz na minha terra. Amava o F.C. do Porto mas ama mais 5 milhões de euros por ano. Eu também gostava mais de Andrézinho, mas também era fácil ou não sou adepto do Porto. No Benfica, de realçar a saída de Nuno Gomes para o Braga; vamos ver se no campeonato não dará algum desgosto ao Jorge Jesus, que, aliás, prometeu antes de terminar a época passada que iria vencê-lo. Por isso, secalhar, nem deveria haver competição. Se Jorge Jesus já disse que ganhava é porque ganha! Qual professor “Bambo” qual carapuça, o Jorginho é que é vidente (nome dado a quem vê só um dente)! Por fim, falar da irmã do «Ronaldinho da Madeira» que fez duas lipo-aspirações e levantou as «maminhas». Esperemos que tenha levantado o suficiente para não lhe vermos a cara; assim ficávamos todos mais descansados... Até á próxima e façam-me um favor, não levem o futebol muito a sério!
Eusébio Costa, radialista e licenciado em ciências da comunicação eusebiocosta@live.com.pt
Nelson Gonçalves é natural de Tavira e treina desde 1998 nos lançamentos de peso, disco e dardo na modalidade de atletismo. O facto de ser invisual traz-lhe dificuldades, mas a força e o espírito aventureiro caracterizam este atleta que contagia todos com a sua boa disposição. O interesse pelo atletismo surgiu devido à curiosidade e ao incentivo de um colega; desde então tem corrido o mundo em competições. É filiado na Associação de Atletismo através do grupo PIC NIC [também já esteve no Clube Vela de Tavira], sendo um atleta deficiente visual com a categoria F-11 (cego total). Para um atleta invisual as dificuldades são acrescidas, no entanto não são delimitadoras. “É complicado quando se é cego, mas mais grave é dependermos sempre de alguém para nos deslocarmos e para treinar; aí reside a dificuldade, mas nada que não se resolva”, assegura. Os treinos são revestidos de muita força de vontade mas também de sacrifícios, sendo que treinos garantidos são dois durante a semana e outros tantos sempre que
há oportunidades. “À Terça-feira é o Hélder Silva [treinador] que se desloca a Tavira e às sextas-feiras vou eu para o complexo desportivo de VRSA com a minha esposa, isto com meios próprios”, conta o atleta que diz ter três guias voluntários; “o treinador, a minha esposa e o meu irmão”. O Nelson começou os treinos com o professor Hélder Silva em 2000; a fase inicial foi complicada sobretudo pelo factor surpresa. “Foi uma adaptação inicial, mas foi ultrapassado o desafio e os objectivos são optimizar as competições internacionalizações e ultrapassar as marcas”, sustenta o treinador. Os apoios têm surgido de muitas entidades e privados, a salientar sobretudo as autarquias vilarealense e tavirense. Agora é mais fácil, visto que o Nelson já se encontra num programa
com financiamento próprio para os Paralímpicos de Londres em 2012, e para já essa é a grande batalha, sendo que para participar há que lutar pelos mínimos. O lançamento de peso e disco são das modalidades com mais fácil acesso monetário e requerem poucas adaptações, o que para Nelson se revela mais vantajoso, sendo que o papel do treinador passa por dar indicações ao atleta em campo. Nelson e Hélder são peremptórios e apontam grandes lacunas nos escassos apoios aos vários níveis no acesso ao desporto para as crianças deficientes. Defendem, sim, apoio financeiro, no entanto enaltecem que apoios “materiais e de equipamento são fundamentais e sempre bem-vindos”.
Copa Foot21 já tem vencedores Sporting C.P, S.L. Benfica, S.C. Olhanense e Lusitano F.C. são os vencedores do maior torneio nacional de futebol de 7; o Copa Foot 21. Numa final transmitida pela Sport TV3, o Sporting C.P. sagrouse campeão do torneio no escalão de sub-12 ao vencer o S.L. Benfica por 6-5. Em Sub-11 a vitória foi igualmente para o Sporting C.P. que venceu o F.C. Porto por 4-3. Na categoria de Sub-10 o título ficou para o S.C. Olhanense. Na final de sub-9, o Sport Lisboa e
Benfica conquistou a vitória frente ao F.C Porto. O campeão de sub-8 foi o Lusitano F.C. A Copa Foot 21, torneio apadrinhado por Rui Costa, reuniu nesta 4.ª edição 120 equipas, oriundas de todo o país, afirmando-se como o maior Torneio desportivo destinado a jovens jogadores com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos, e que este mobilizou mais de 1800 jovens atletas. A organização foi conjunta entre a “FOOT21” e a câmara municipal de Vila Real de Copa Foot reuniu 120 equipas Santo António.
Baixo Guadiana sobre rodas
Humberto Fernandes
crónicas
Alberto Mestre, árbitro de ciclismo Alberto Mestre tem 55 anos e é natural das Furnazinhas. A sua formação de professor obrigou-o a fixar-se em Olhão onde reside. Este ano decidiu lutar contra o conformismo e lecciona no Agrupamento de Escolas D. José I em VRSA. É árbitro de ciclismo desde 1994, quando foi convidado pela Associação de Ciclismo do Algarve a frequentar o curso para comissário. “O meu percurso no mundo das bicicletas é diferente da maioria dos meus cole-
gas, que começaram como corredores. O meu fascínio tem mais de quarenta anos, quando me deslocava a pé, ou de bicicleta, desde as Furnazinhas até à Estrada Nacional 122 para assistir à passagem da caravana da Volta a Portugal em bicicleta”, conta. Tendo um trabalho que lhe ocupa os dias úteis, e sabendo-se que as provas são essencialmente ao fim de semana, conciliar a vida familiar e o hobby de eleição não é tarefa fácil. “Tenho procurado ser um pai e um marido «a tempo inteiro». Uns têm o hobby da caça, outros da pesca, eu tenho o da arbitragem do ciclismo. A minha família compreende e aceita, ainda que às vezes lhe cause algum
incómodo”, confessou. Comissário há mais de 17 anos, há provas marcantes onde teve o prazer de estar presente. “Em estrada fiz todas as voltas à região e praticamente todas as provas realizadas por cá. Fiz ainda o Campeonato da Europa realizado em Lisboa, 5 voltas a Portugal de Elites, 2 voltas a Portugal do Futuro, 3 voltas ao Alentejo, entre muitas. Em BTT e BMX já fez vários Campeonatos Nacionais e Taças de Portugal, ainda assim há provas que colocam mais pressão sobre o colégio de comissários, principalmente as de cariz internacional, onde estão os melhores atletas do mundo, como é o caso da Volta ao Algarve. “O nosso com-
Nelson G. está a treinar para os Paralímpicos de Londres 2012 Resultados:
3º lugar Campeonato Europa em Lisboa; vice-campeão Valência; Nova Zelândia 2011: lançamento do peso, 9º lugar; lançamento do dardo, 5º; lançamento disco, 8º. Jogos Leiria 2011: lançamento de dardo 1º lugar; 11 lançamentos de disco 1º lugar; lançamento de peso 1º lugar com 9,94m. Destacam-se ainda competições no Brasil e Grécia.
Patinagem artística
No dia 18 de Junho o Grupo Desportivo, Recreativo e Cultural Leões do Sul Futebol Clube recebeu o Festival de Verão de Patinagem Artística «Castro Marim sobre Rodas», no Pavilhão Municipal. A Escola de Patinagem é um elemento essencial na estratégia de intervenção do clube no concelho, a qual visa a formação e o desenvolvimento dos jovens na patinagem artística, modalidade que tem vindo a conhecer um crescimento exponencial, em todo o país. Amândio Norberto, presidente do clube, lembra que esta modalidade tem ganho muitos adeptos no concelho.
portamento, enquanto árbitros, deve reger-se pelos princípios de isenção e da imparcialidade devem prevalecer e ser exercidos com grande sentido de responsabilidade. As provas com as grandes figuras desportivas arrastam consigo meios mediáticos e qualquer pequeno erro tem efeitos acrescidos. É necessário saber conviver com essa pressão onde a concentração é a melhor arma. É também gratificante pensarmos que os campeões são-no por direito próprio, mas para isso nós contribuímos de forma decisiva ao ser os garantes do cumprimento das regras que lhe permitiu que em igualdade de competição com os restantes fossem os melhores”, disse-nos Alberto Mestre. Quando questionado sobre o seu futuro no comissariado o professor diz já ter atingido os objectivos pretendidos e que apenas quer manter o prazer de fazer corridas.
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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2011
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Animação promete Verão quente no Baixo Guadiana Neste Verão o primeiro a abrir foi o «Gold Beach Club», na Manta Rota. A festa de abertura teve como RP’s Óscar Manuel dos Reis e Vanessa Martins , ao som do DJ Gonzo. Propriedade da empresa «Celestial Season», que gere também o aparthotel Dunas Park Beach Club o objectivo é dar vida a um espaço diferenciador. O «Gold» oferece um restaurante com cozinha gourmet ao final do dia, funcionando durante o dia à base de snacks. Haverá diariamente sunset parties e à noite música para dançar ou simplesmente apreciar. Hélder Júnior, sócio-gerente da «Celestial Season» referiu ao JBG que o objectivo é atrair um público “que está cansado da noite porque não encontra o que procura”. Pelo «Gold» promete-se muita música ao vivo, sons dos anos 80 e até música clássica. Durante o dia haverá junto das piscinas animações para todos, incluindo os mais novos que desfrutam do Verão com os pais. Sem avançar valores, Hélder Júnior adianta que se tratou de um “investimento avultado” que terá retorno numa média de dois anos. O empresário acredita no sucesso da nova casa e frisa que o território do Baixo Guadiana é dos “mais promissores do Algarve e de elevada qualidade para o investimento no turismo”. O spot de Verão «Manta Beach Club», que faz as honras na Manta Rota desde 2008, vai abrir a 22 de Julho e foi apresentado no Blues Café, em Lisboa, a 24 de Junho. Entre os artistas que vão passar pelo «Manta Beach» de destacar Tim Royko e Cosmo Klein produtores do hit ‘Beautiful Lie’, que vão inaugurar o espaço instalado na Manta Rota.
Cartoon
Atleta invisual marca pontos no desporto e destaca-se
a partir do Baixo Guadiana para o mundo. Próxima meta: Paralímpicos Londres 2012.
A Globalgarve está a instalar 100 hotspots gratuitos
em todo o Algarve. Internet sem fios gratuita vai chegar a todas as sedes de freguesia.
Ensino regular não parece dar as respostas que os pais que lutam para a integração verdadeira precisam.
Sotavento Algarvio
ECOdica Se conduz arranque suavemente. Os momentos de maior consumo são aqueles quando o veículo é colocado em movimento, onde se consome muito combustível para tirá-lo do repouso. Desta maneira, quanto mais suave, mais económica será a partida. E não jogue lixo pela janela, isto não reduz o consumo de combustível, mas o meio ambiente agradece, tal como os restantes condutores.