Jornal do Baixo Guadiana

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JORNAL DO

Baixo

pag. 15-18

Guadiana Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

 No Baixo Guadiana

Jornal Mensal Ano 12 - Nº139

DEZEMBRO 2011 PREÇO: 0,85 EUROS

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGA

PORTUGAL CEM NORTE


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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2011

EDI TORIA L

JBG

Jornal do Baixo Guadiana Director: Carlos Luis Figueira

Ano de Má Memória

Sub-Director: Vítor Madeira Chefe de Redacção: Susana de Sousa Redacção: Antónia-Maria, Carlos Brito, Joana Germano, José Cruz Victoria Cassinello Colaboradores da Edição: Ana Brás Ana Dias Ana Lúcia Gonçalves Eusébio Costa Fernando Pessanha Humberto Fernandes João Raimundo José Carlos Forte Rui Rosa Vitor Barros Associação Alcance Associação GUADI DECO Europe Direct Algarve - CCDRAlg e Associação Odiana Departamento Comercial: baixoguadiana@gmail.com joanagermano@gmail.com Sede: Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21 8950-909 Castro Marim Tel: 281 531 171 Fax: 281 531 080 Redacção: Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21, 8950-909 CASTRO MARIM 281 531 171 966 902 856 baixoguadiana@gmail.com Propriedade: Associação Odiana Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21, 8950-909 CASTRO MARIM Tel: 281 531 171 Fax: 281 531 080 geral@odiana.pt

Entramos na recta final de um ano que não deixa saudades à maioria dos portugueses, com a agravante da perspectiva que se desenha para o próximo não anunciar sinais de bonança. O que temos pela frente é o anúncio de maiores dificuldades e sacrifícios que vão atingir, particularmente, funcionários públicos e pensionistas, e de uma forma geral o mundo do trabalho. Estamos, assim, perante uma das crises mais graves que o País enfrentou e da qual não se vislumbram saídas. Somos como que arrastados para um sentimento de impotência, porque nos procuram convencer de inevitabilidades que temos de suportar, como se estivéssemos

condenados a um empobrecimento contínuo, julgados por termos consumido demais ou gasto o que não tínhamos, quando aos que hoje se lhes impõem os maiores sacrifícios, se limitaram a usufruir de uma vida um pouco melhor, no quadro de um País que apresenta dos mais baixos salários e condições de vida, de entre os demais parceiros europeus. Até que ponto o País vai resistir às consequências do agiotismo, da especulação financeira que nos sangra, em nome dessa figura sinistra, sem rosto, a que chamam de mercados, e da contínua e arrastada recessão que se verifica na nossa economia? É uma interrogação que fica.

De facto são muitas as incertezas que se nos deparam neste fim e início de um novo ano. Teremos capacidade para nos mantermos na zona euro? E tal manutenção pode ser-nos favorável? O prolongar da crise que hoje já bate à porta de Países como a Italia, uma das dez economias mais importantes, vai por contágio atingir outros, igualmente poderosos, num movimento que pode colocar em causa a própria existência da União Europeia? É suportável por muito mais tempo que os destinos da UE estejam dependentes de decisões tomadas por Merkel e Sarkozy ao arrepio de todas as estruturas que regem a União e perante o silêncio dos restantes Países que a compõem? Voltamos à situação de uma Europa de nacionalismos exacerbados que deu origem a duas guerras mundiais? São perguntas sem resposta fácil, mas constituem preocupações que estão presentes e seguramente o seu desenlace ou clarificação marcarão igualmente o próximo ano. De um outro ângulo espera-nos, pelas consequências dos sacrifícios e perda de direitos que se anunciam, um ano de acentuada conflitualidade social e nesse sentido a Greve Geral de 24 de Novembro, independentemente da já conhecida guerra dos números,

quanto à expressão da sua adesão, pode ter marcado um sinal de viragem, aumentando a base social e a disponibilidade para novas acções de protesto, para as quais no Algarve não faltarão razões. Das portagens na Via do Infante, cujo início de pagamento está marcado para os primeiros dias deste mês, e seguramente pelo emprego, numa região na qual se perspectiva, pelas características em que assenta a sua economia, um aumento significativo dos já elevados indicadores de desemprego. Mas num quadro denso de preocupações e dúvidas ainda houve lugar para boas notícias. Em particular os três milhões do Sub-Programa 3 do PRODER que dão origem a iniciativas empresariais que ajudam à criação de emprego e à diversificação da base da economia em todo o Baixo Guadiana. E a decisão da UNESCO ao consagrar o Fado como Património Imaterial da Humanidade, abrindo assim mais vastos horizontes à sua divulgação. Oxalá saibamos tirar partido em benefício do País, mas também dos nossos cantores, poetas e músicos,desta universalidade.

Carlos Luis Figueira cluisfigueira@sapo.pt

Rectificação:

O Jornal do Baixo Guadiana na sua anterior edição, em Novembro, referiu, por gralha, que o Iluminismo aconteceu no século VIII quando deveria ter escrito «século XVIII e na crónica de Carlos Brito o título do livro de Telma Veríssimo é «Sagres, o começo» e não «Sagres» como apresentámos. Ao nosso cronista, à artista e aos leitores as nossas desculpas.

Vox Pop Como encarou a última Greve Geral de 24 de Novembro?

Pessoa Colectiva: 504 408 755 Direcção Executiva: Associação Odiana Design e Paginação: Daniela Vaz Rui Rosa Impressão: Postal do Algarve, Lda Rua Dr. Silvestre Falcão, nº 13 C 8800-412 TAVIRA Tel: 281 320 900 Tiragem desta edição: 4.000 exemplares Registo no ICS: n.º 123554 Depósito legal: n.º 150617/00 JBG online:

http://issuu.com/jornalbaixoguadiana e Facebook

Nome: Pedro Gonçalves Profissão: Técnico Informático R: Achei normal, face aos problemas que o pais atravessa.Participei e considero importante. Ajudar o desenvolvimento do actual panorama não ajuda, mas é a unica forma de parte significativa da população mostrar o seu desagrado com a conduta dos políticos que nos têm guiado nos últimos 30 anos.

Nome: Renata Melo

Profissão: Técnica Acção Social

R: Entendo que foi uma manifestação de indignação de toda a população que resiste às novas medidas impostas (seja por quem for). Algumas dessas medidas fizeram parte da história na luta contra as desigualdades sociais e agora servem de instrumento para o pagamento de dívidas públicas (algumas duvidosas) e fruto da gestão precipitada de muitos políticos. A greve é um instrumento de manifestação colectiva e que surge num momento de instabilidade económica e social!

Nome: Pedro Horta Profissão: Estudante R: Eu, para já, não trabalho, mas o que eu penso é que a greve não teve a força que se pretendia. Aliás, como a situaçao do país está, acho que parar não ajuda. Muitos não aderiram por isso mesmo... não estão para arriscar a sua posição no trabalho.

Nome: João Viegas Profissão: Docente R: É o primeiro grande sintoma duma grande incomodidade que a sociedade que trabalha em Portugal está a sentir. Não entendendo que aqueles que menos culpa têm na crise serão aqueles que mais vão sofrer as consequências. Que para além de injusto vai ser condição para que hajam fracturas muito graves na sociedade portuguesa que poderão ter até manifestações de violência que esconderão grandes dramas.


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CRÓNICAS

um avião da Martinaire em 1992 ou a queda da Ponte Entre-os-Rios em 2001, os homens e as mulheres bombeiros evidenciaram uma bravura e um heroísmo inolvidáveis no socorro às vítimas e na protecção aos bens, impedindo que os danos causados fossem ainda de piores consequências. Neste mar crispado de austeridade e de dificuldades económicas

em que o país está mergulhado, os corpos de bombeiros de Norte a Sul debatem-se com sérios problemas ao nível do financiamento e da sua sustentabilidade, com a perda de postos de trabalho dos seus assalariados e, ainda, a possibilidade do Ministério da Saúde prescindir dos bombeiros para o transporte dos doentes, o que a breve prazo poderá pôr em causa o desempenho da sua missão. Atendendo às responsabilidades que a protecção civil encerra, torna-se necessário que o Governo e a Liga dos Bombeiros Portugueses estabeleçam um compromisso de entendimento, definindo políticas que permitam melhorar e racionalizar os meios e os equipamentos de que os bombeiros precisam para o reforço e a consolidação do Sistema de Protecção e Socorro, que todos queremos mais operativo. Só assim os bombeiros poderão continuar a manter a sua identidade e o respeito conquistado como marca de missão humanista e solidária que os distingue.

medo, prosseguindo assim a estratégia do capitalismo de regressão social e civilizacional em nome do suposto «combate à crise». Por exemplo, em Portugal (e também na esmagadora maioria dos países da UE) as ideias dominantes são as da classe dominante e a ideologia económica dominante é a do neoliberalismo, vulgarizada nos grandes meios de comunicação social e nas universidades por jornalistas, comentadores, economistas, sociólogos, politólogos e filósofos. E todos estes sábios repetem mil vezes que «não há alternativa»! O conhecido acrónimo thatcheriano «Tina» («There is no alternative») é a resposta do pensamento único e dos que são responsáveis pela situ-

ação em que nos encontramos. Não há alternativa ao capitalismo, não há alternativa ao neoliberalismo, não há alternativa ao cumprimento da troika... A verdade é que o capitalismo não tem saída para a sua crise sistemática. E o espectro de um colapso reforça as suas tendências mais extremistas e agressivas. Como confirma a realidade dos nossos dias. A manobra política e ideológica operada na Grécia em torno da «unidade nacional» para impor à força ao povo grego novas medidas de «austeridade» e para conter o fortalecimento da luta social e de massas, bem como as ameaças de Israel, EUA e Grã-Bretanha relativamente à possibilidade de uma nova aventura militar contra a Síria e o Irão, são dois exemplos bem elucidativos de que a aparente ineficácia das declarações proferidas nas diversas cimeiras (da UE, do G20 ou do «G2») é no fundo mais uma expressão da violenta fuga em frente de um sistema mergulhado numa profundíssima crise.

que põe em evidência esta característica: “Os Dias Medievais de Castro Marim”: a decisão de aceder ao evento, não é estritamente cognitiva, há uma desejo de “entrar, participar e viver” num universo fantástico, sensorial e mítico. Aqui, está implícita uma decisão substantivamente emocional. A marca, permite identificar o produto, revelar a sua identidade e o sistema de valores a que está associada. É portanto a uma combinação de atributos, tangíveis e intangíveis, podendo estes, ser de ordem funcional, simbólica ou experimental.

Uma ferramenta, será um produto eminentemente funcional, um telemóvel terá uma função acentuadamente simbólica, enquanto que, um produto gastronómico satisfaz uma necessidade experimental; Esta distinção é importante porque o “Baixo Guadiana”, tem condições para explorar muito bem, a questão das necessidades funcionais. O aparecimento da marca ALLgarve, é um caso paradigmático da criação e construção de uma marca local. Assim, sistematizar as ofertas do “Baixo Guadiana”, quando inseridas numa lógica de marca, outorgará confiança a estas, potenciando o crescimento e o desenvolvimento económico de toda a bacia do Baixo Guadiana.

Vítor Madeira

O insubmisso

Bombeiros – Uma missão humanista e solidária A Autoridade Florestal Nacional (AFN) acaba de divulgar o relatório de incêndios florestais de 2011, que indica uma redução de metade da área ardida em relação a 2010, de 132.988 para 62.795 hectares, embora se tenha registado um aumento de incêndios de 15%, sobretudo devido ao carácter atípico deste Outubro. É neste quadro que gostaria de reflectir sobre a missão abnegada e empenhada dos bombeiros do nosso

País, quer voluntários, sapadores, municipais e privativos, na protecção de vidas humanas e bens em perigo, na extinção de incêndios e no socorro de feridos. Qualquer um de nós, nalgum momento da vida, já pediu ajuda aos bombeiros, seja no socorro a um acidente, no combate a um incêndio ou no socorro a náufragos, e a resposta dos soldados da paz é, invariavel-

mente, de grande profissionalismo no exercício da sua missão, mesmo quando em situações de alto risco para a sua própria vida. Na história mais recente das catástrofes e tragédias em Portugal, como as grandes cheias de 1967 às portas de Lisboa, o desastre ferroviário de Moimenta-Alcafache em 1985, o incêndio do Chiado em 1989, o acidente no aeroporto de Faro com

José Carlos Forte

Vertigem

A crise do centro capitalista agrava-se rapidamente. Todos os dias há novos e importantes acontecimentos. Na União Europeia (UE), os planos da troika cumprem a sua missão: salvar o grande capital financeiro, ajudá-lo a pilhar os recursos e riquezas dos países vítimas, aumentar a exploração dos trabalhadores europeus. Mas, tal como alguns políticos de esquerda sempre advertiram, não só lançam os povos na miséria, como agravam toda a situação económica e mesmo financeira das suas vítimas. Todos sabem

(mesmo que não o confessem) que a Grécia nunca será capaz de pagar a sua cada vez maior dívida, com a sua cada vez mais pequena e saqueada economia. Portugal para lá caminha. A realidade começa a impor-se, com toda a sua brutal crueza. Sucedem-se as declarações alarmistas dos centros de comando do grande capital. A Reserva Federal dos EUA fala em «riscos significativos» para a economia daquele país. A nova chefe do FMI, Lagarde, fala num «colapso da procura global» e – como se o FMI não tivesse nada a ver com a situação – alerta para o facto de a UE, os EUA e o Japão se encontrarem «numa nova e perigosa fase da crise», com um «círculo vicioso a ganhar ímpeto». O ministro

das Finanças inglês, Osborne, afirma que «a zona euro é o epicentro dos problemas globais» o que, não deixando de ser verdade, esconde o facto de o Reino de Sua Majestade ser (per capita) o país mais endividado do planeta». Já para o Independent, na sua edição de 24 de Setembro, só nos salvamos com uma intervenção divina: «O mundo reza por um milagre económico». Este alarmismo reflecte a realidade criada pelas próprias classes dirigentes. Mas serve também para promover uma gigantesca operação ideológica e política que, partindo do reconhecimento e da dramatização mediática da situação, tenta «globalizar» a teoria das inevitabilidades, a resignação e o

Vítor Emanuel Barros

Baixo Guadiana: Criar uma marca

Na sequência da minha primeira abordagem, que versou a temática do posicionamento, proponho agora, para reflexão, o tema da urgência e necessidade, de se trabalhar um conceito de marca. Por força da exiguidade do espaço, aflorarei apenas alguns dos aspectos que considero mais relevantes, nomeadamente as razões que sustentam e justificam a necessidade

de criar uma marca. As metodologias de implementação duma estratégia de “marketing local”, integram várias etapas, nas quais se incluem, a criação e subsequente desenvolvimento dum conceito de marca. Nesse sentido, uma estratégica de desenvolvimento local para o Baixo Guadiana, passará incontornavelmente, pela criação de uma ou várias marcas próprias. A existência duma marca, insere-se sempre, numa lógica de diferenciação da oferta. O reconhecimento duma marca, transmite um sentimento de confiança e de segurança, certifica a

autenticidade dos produtos e garante a qualidade dos mesmos. A marca suprime a incerteza, reduz o risco, atesta e estabiliza a qualidade da oferta. A importância da marca, envolve uma multiplicidade de aspectos e curiosamente muitas vezes, os aspectos emocionais, sobrepõem-se às questões mais racionais, muitas vezes, o consumidor decide mais pela relação afectiva ou pelo sentimento que tem em relação à marca, do que por questões puramente objectivas. Refiro esta questão, na medida em que “temos” um exemplo muito feliz,


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EDUCAÇÃO  Homenagem

Escola de Martinlongo ganha nome de Professor Joaquim Moreira

Director Regional de Educação do Algarve participou na homenagem ao Professor

A Escola Básica de Martinlongo foi batizada com o nome do professor Joaquim Moreira, seu patrono, oito anos depois do seu falecimento. Nesta homenagem estiveram presentes várias entidades locais e regionais, onde se destacavam o Diretor Regional de Educação do Algarve, Alberto Almeida, o Presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Francisco Amaral e o Diretor do Agrupamento de Escolas do Concelho de Alcoutim, Professor António Amorim. No público destacavam-se vários familiares do Professor Moreira, comovidos com este tributo, que perpetua o trabalho do docente em prol do desenvolvimento da educação no concelho. Depois da missa em memória do professor, seguiu-se o descerramento

da placa de homenagem e a visita à exposição biográfica. Na sessão de testemunhos, o director do Agrupamento de Escolas de Alcoutim enfatizou a “justiça deste acto”, referindo-se à “justa homenagem” realizada agora pela autarquia. “Ser professor é também, e essencialmente, uma questão de fé”, afirmava João Pedro Moreira, filho do professor, nas sentidas palavras que deixou em memória do pai, sublinhando o carácter “demasiado humano” do educador.

Mentor da telescola em Alcoutim O presidente da câmara municipal de Alcoutim realçou o papel fundamental do professor no

ensino do concelho de Alcoutim, quando, por exemplo, criou a Telescola em Martinlongo. “Foi o então padre Moreira que, com a sua vontade, tenacidade e persistência, conseguiu que largas dezenas de alcoutenejos fossem mais além e concluíssem aqui o antigo 2º ano”, realçava. Francisco Amaral aproveitou ainda a ocasião e a presença do Director Regional de Educação para lamentar que os anteriores governantes não tivessem tido “um dia, uma hora, para inaugurar a Escola de Martinlongo, que foi financiada pela Câmara”, frisando que “esta escola foi decidida fazer com muitos murros na mesa, foi tirada a ferros” rematou. * Escrito sob novo acordo ortográfico

Língua e cultura portuguesas no ensino da Andaluzia Em 2010 teve início na vizinha Andaluzia um “projecto-piloto ambicioso” que tem como objectivo a difusão da língua e cultura portuguesas entre os alunos do ensino básico com idades compreendidas entre os 11 e os 13 anos. Armindo de Sousa (Auxiliar de conversação) Num mundo tão globalizado como o que vivemos hoje, o conhecimento de mais de um idioma tornou-se praticamente imprescindível, sobretudo, quando nos encontramos perante uma imensa movimentação das sociedades actuais cujas fronteiras parecem não ter limites. No campo estrito do ensino, está claramente generalizada a convicção de que a aprendizagem de uma segunda língua aporta, desde logo, várias vantagens não só ao nível do desenvolvimento cognitivo das nossas crianças como, também, na educação e preparação de jovens e adultos para uma melhor interacção num mundo mais globalizado. Quer dizer que, actualmente, vivemos num mundo em que as fronteiras se diluem e as únicas barreiras que se levantam são a nível linguístico, da comunicação. Impor a aquisição de uma língua, seja qual seja, não surte, em termos práticos grandes resultados, isto é, é a cultura que incentiva e proporciona a sua aprendizagem. Foi neste sentido que surgiu o projecto de ensino escolar da Língua Portuguesa como língua estrangeira na vizinha Andaluzia. Um projectopiloto ambicioso que se iniciou em 2010, abrangendo desde logo seis escolas, situadas nas localidades de Isla Cristina, Lepe e Ayamonte (dois centros em cada povoação), na província de Huelva. Actualmente, este projecto conta com a colaboração de seis professores de nacionalidade espanhola sobre a coordenação de Juan Luis Suárez, que dividem entre

si 12 turmas com um número ainda pequeno de alunos. Apesar do número reduzido de estudantes, a convicção e optimismo depositados no sucesso deste projecto são bastante positivas e, por isso, está já previsto o ensino escolar do português, língua estrangeira, até ao ensino secundário.

Difusão da língua e cultura portuguesas Dois dos vários objectivos a que se propõe este projecto educativo são: a difusão da língua e cultura portuguesas entre os alunos do ensino básico com idades compreendidas entre os 11 e os 13 anos. Uma das acções que visa auxiliar a concretização dos objectivos propostos anteriormente é a incorporação de auxiliares de conversação portugueses nos centros escolares. Eles são parte de um programa que já se encontra em marcha há vários anos e que conta, actualmente, com mais de 1300 auxiliares divididos por oito províncias andaluzas. Contar com um ou vários auxiliares de conversação de diversos idiomas (português, francês, alemão, inglês) pressupõe desde logo um grande enriquecimento linguístico e intercultural nas escolas, proporcionando aos alunos/professores um clima de imersão linguística quase total. É nesta direcção que trabalhamos os dois assistentes portugueses nos nossos respectivos centros educativos; uma verdadeira permuta linguística e cultural bilateral. Contudo, e apesar de toda a valorização que as sociedades demonstram para com este tema,

continua a existir uma certa atitude contraditória na hora de aprender um novo idioma. Não existe uma cultura de comunicação, um hábito de comunicar-se numa língua estrangeira e de considerá-la como parte integrante da sua formação cultural. Neste sentido, torna-se bastante elucidativo a grande quantidade de dobragens de filmes e música em Espanha, ainda que se lhes reconheça o elevado nível de qualidade que alcançam. A tudo isto podíamos adicionar um forte complexo pessoal na hora de falar uma língua estrangeira, isto é, ou se fala um língua de forma perfeita ou ninguém se atreve a proferir uma só palavra excepto perante uma situação dificuldade iminente. Neste sentido, podemos dizer que nos encontramos perante uma relação de amor/ódio, esta que os espanhóis têm em relação ao estudo de uma língua estrangeira.

através de projectos multilaterais ou bilaterais entre Portugal e Espanha, como o programa Comenius. Existe actualmente escolas em Andaluzia que utilizam este programa de cooperação educativa entre países. O centro escolar «La Arboleda», em Lepe, participa actualmente no projecto Comenius Multilateral com o Agrupamento Escolar Fernando Casimiro Pereira da Silva, em Rio Maior. Esta instituição, através do programa Comenius Bilateral, manteve contacto durante vários anos com a Escola Secundária de Vila Real de Santo António – um projecto que persiste nos dias de hoje em datas especiais. A língua é uma das maiores riquezas identitárias de qualquer sociedade, um repositório de memórias e tradições, daí o desejo de se difundir, de se partilhar com outras socieda-

des. Assim, se justifica que Portugal e Espanha coordenem esforços no sentido de que, quer o espanhol quer o português, sejam línguas que tenham um acesso fácil por parte das nossas crianças, jovens ou adultos. É neste sentido que o projecto de ensino/aprendizagem do português em Andaluzia se encontra; um projecto coeso e coerente capaz de vingar num mundo globalizado. Como afirma Filipa Paula Soares, no seu artigo O ensino do português: estratégias de ensino e acção cultural (2010, p.24) “Em países linguisticamente e culturalmente próximos, como Portugal e Espanha, é preciso investir numa programação cultural contínua, não pontual, para que as sementes germinem sazonalmente, e se transformem num extensão referencial da própria vida cultural das cidades.”.

Ensinar o português: desafio para docentes Nesta senda, podemos dizer que o ensino do português como língua estrangeira torna-se num desafio para os docentes, sobretudo, devido à similitude de ambos os sistemas linguísticos. E, apesar de transparecer vantagens na hora de aprender, a verdade é que faz com que seja praticamente impossível o domínio fluente do idioma de ambas as partes. No entanto, são cada vez mais as soluções para tornar esta aprendizagem mais segura, motivadora e eficaz como a utilização dos auxiliares de conversação de língua portuguesa nas escolas ou

Ensinar a língua e a cultura portuguesas é um desafio para os docentes


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EDUCAÇÃO & JUVENTUDE  Mais exercício físico

Em Castro Marim aumenta combate à obesidade O concelho possui agora um Gabinete de Aconselhamento e Prescrição de Exercício Físico, destinado ao combate da obesidade. A possibilidade de criar um gabinete que preste aconselhamento e prescreva o exercício físico para combater a obesidade surge de um protocolo entre o Município de Castro Marim e a Administração Regional de Saúde do Algarve (ARS). O Gabinete está instalado na Unidade de Saúde do Guadiana, em Castro Marim, e funciona em articulação com o médico de família, Gabinete de Saúde Familiar, Gabinete de Saúde Escolar e uma nutricionista. A acção é dirigida a toda a população, em especial a pessoas que se encontrem em risco de

pré-obesidade e obesidade. O o exercício físico será prescrito de acordo com as características do indivíduo.

Atendimento duas vezes por semana Semanalmente, realizam-se duas sessões de aconselhamento às quintas e sextas-feiras, cuja monitorização está a cargo de um técnico de educação física da câmara municipal. Esta acção, integrada no programa de «Luta Contra a Obesidade no Algarve», visa combater a obesidade, a epidemia do século XXI, despertando os

castromarinenses para os benefícios da prática de actividade física, do enriquecimento da auto-estima, do combate ao sedentarismo e do incremento da saúde e bem-estar, assentes no exercício físico. “A criação do Gabinete de Aconselhamento e Prescrição de Exercício Físico é um passo significativo na consolidação da política desportiva para o concelho que, assim, operacionaliza as suas actividades na busca de mais qualidade, melhores conteúdos e maior aderência à actividade física, com ganhos positivos para a vida dos cidadãos”, diz a edilidade em comunicado.

Gabinete de prescrição de exercício físico existe para casos de pré-obesidade e obesidade

 Tertúlia JBG

 Escola Sócio-desportiva

Alunos do Realmadrid vão ter de ganhar equipamento

Jovens querem mais atitude

A equipa técnica do Realmadrid a operar em Vila Real de Santo António decidiu levar a cabo reuniões prévias com os encarregados de educação dos alunos para dar a conhecer as regras das aulas que prometem, acima de tudo, preparar melhores cidadãos para o «dia de amanhã».

Alunos vão suar por equipamento

Autarquia, técnicos, pais e filhos estão em sintonia quanto aos objectivos da escola sócio-desportiva madrilenha A primeira escola sociodesportiva da Fundação Realmadrid em Portugal tem núcleos desportivos nos concelhos de Castro Marim e Vila Real de Santo António. O JBG foi convocado para assistir a uma reunião promovida na biblioteca municipal Vicente Campinas, na cidade pombalina, onde cerca de 50 pais de alunos inscritos tiveram oportunidade de ver esclarecidas dúvidas acerca dos objectivos da escola sócio-desportiva da fundação madrilenha.

A vereadora do pelouro da educação, Conceição Cabrita, e responsável pela equipa técnica em Vila Real de Santo António, fez questão de explicar aos pais que esta escola não tem por objectivo captar talentos para o clube onde jogam Ronaldo e Pepe, mas antes “formar melhores cidadãos”. Ou seja, os alunos através da prática do desporto, nomeadamente futebol e basquetebol, receberão regras de comportamento. A vereadora reconhece que cabe à

comunidade ajudar no crescimento das crianças, aos vários níveis, lembrando que o desporto “é uma excelente via para educar”. Em relação aos pais, a vereadora encontrou pessoas “muito interessadas que procuram apoio neste projecto”, referindo que as aulas em VRSA vão ter lugar nas três freguesias do concelho e que por isso a equipa técnica optou para se deslocar a cada freguesia para aferir a disponibilidade dos pais para este projecto de carácter social.

Dos alunos espera-se que cresçam com equilíbrio, despertos para as regras e boas normas de comportamento, “numa altura em que muitos deles são estimulados por desvios vários”, lembra a vereadora. Uma das formas encontradas para estimular os jovens foi fazê-los merecer o equipamento da Fundação Realmadrid. “Vão ganhando o equipamento, peça a peça, com a assimilação de prática das regras”, esclarece a vereadora que enumera regras como a pontualidade, respeito mútuo, espírito colectivo, entre outros. A vereadora deposita na equipa técnica uma “grande esperança” para conseguir levar a bom porto este projecto. Recorde-se que a escola da Fundação Realmadrid é direccionada para crianças entre os 6 e os 12 anos de idade, de ambos os sexos, sendo dada prioridade a crianças com alguma fragilidade social.

Tertúlia partilhou debate sobre o futuro A tertúlia dedicada aos mais jovens, que decorreu no passado dia 25 de Novembro, na biblioteca municipal Vicente Campinas, em Vila Real de Santo António, contou com poucos jovens, num reflexo francamente negativo da adesão, e que se regista muitas vezes por parte da comunidade em geral. Sendo poucos jovens a tertúlia permitiu uma partilha mais intimista da questão sobre o que os jovens pensam do seu futuro. Assim encontrámos jovens com garra que apesar das dificuldades estão preparados a enfrentar os tempos difíceis que aí vêm. Lamentam também a pouca adesão a encontros para reflexão, acreditando que se trata de uma questão cultural; que gostariam, no entanto, de ver alterada para uma atitude mais cívica e participativa da parte dos mais novos.


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LOCA L | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL *

ESPANHA por Antónia-Maria

In memoriam del cineasta Otoño Fernando Ruiz Vergara en el Andévalo

Fernando Ruiz Vergara nacido en Huelva, falleció a causa de una alargada enfermedad a principios del mes de Octubre El cineasta Fernando Ruiz Vergara nacido en la ciudad de Huelva, falleció a causa de una alargada enfermedad a principios del mes de Octubre en la vecina Portugal, lugar que eligió para vivir desde los inicios de “la revolución de los claveles” y, con la que mantuvo a lo largo de su vida una intensa relación sentimental y cultural. Fundador de la librería Iberlibro

en Lisboa y del Centro de Intervención Cultural, CIC donde exhibía ciclos de cine de contenido político, enfocado a un determinado publico de toda la región fronteriza: la Raya. Siempre inquieto e interesado por los cambios de la sociedad, ya el en periodo de transición democrática, volvió a su tierra natal y rodó en 1977 un documental lla-

mado “Rocío” donde nos dio una visión histórica y antropológica de esta famosa romería que se celebra en región occidental de Huelva Después de su exhibición, fue objeto de ataques por los sectores mas reaccionarios de la sociedad de esta región siendo, finalmente, secuestrado, el documental, por orden judicial. Mas tarde, fue presentado en 1980 en el I Festival de Cine Internacional de Sevilla quedando como finalista. También, con alguna censura e incompleto fue visto en Madrid y otras ciudades españolas. En Lisboa, aparte de su trabajo de editor, realizó algunos films y documentales como “Otelo a presidente” …con vista a la presidencia de esta figura política. Fernando nos dijo adiós en su casa de Escalos de Baixo, feligresía de Castelo Branco, rodeado de sus amigos portugueses, a los que tanto estimó. Próximamente su memoria sera recuperada gracias a un documental del cineasta Jose Luís Tirado para saldar la deuda que tiene pendiente con él, el mundo de la cultura.

Sobre la figura de D. Paio Pérez Correia… Quería subrayar al estimado colaborador del JBG, António Leite que, efectivamente, la figura de este personaje histórico se pierde entre las brumas de la realidad y la leyenda, pero, en la región de Extremadura, su memoria está muy viva aún y, son bastantes los investigadores e historiadores extremeños que se han ocupado de él a lo largo del tiempo. Tenemos a D. Manuel López Fernández, militar y académico que, en su obra “Sobre la muerte y enterramientos de un maestre santiaguista”, editado por la Diputación de Badajoz, da fechas documentadas de su enterramiento en Alcalá de Henares, primero, y el traslado de sus restos al Monasterio de Tentudia, por orden de Fernando el Católico. La teoría de que sus restos”sigilosamente” fueran trasladados a la ciudad de Tavira, le parece inverosímil ya que en los libros del Monasterio no aparece ningún registro sobre un hecho que sería tan notorio en la época Por otro lado, el profesor e historiador D. Manuel Domínguez, dice en su tesis sobre esta figura que su vinculación a la región extremeña fue muy importante: llamado el “Cid extremeño”… tal fue que, el día de su nombramiento como Maestre, se puso bajo la protección y junto al sepulcro de Santa

Eulalia de Mérida, velando las señas, armas y estandartes.

Al final, mismas…

estamos

en

las

Mientras los turistas de la Costa nos abandonan, poco a poco, los colores del Otoño, van llegando, lentamente, a la región del Andévalo; las hojas de los castaños, de los nogales y de las higueras van cambiando del verde al dorado rojizo o marrón. Pronto, después de las primeras lluvias de Otoño, aparecen los codiciados “gurumelos”o grumelos (Amanita Ponderosa), que crecen espontáneamente por toda esta región. Los griegos y romanos ya la conocían y la comercializaban, y el historiador Plínio las consideraba “hijas de los truenos” porque su producción era mas abundante mientras mas tormentoso y lluvioso era el Otoño. La “turma” o trufa blanca es otra variedad de hongo con forma de tubérculo carnoso que crece bajo tierra en perfecta simbiosis con algunas variedades de plantas a cuyas raíces de conectan a través de delgados filamentos por la que se nutre de agua y sales minerales que le dan un inconfundible aroma. En la región italiana de Piamonte, esta misma variedad de hongo, es reconocida internacionalmente y en gastronomía es llamada el “diamante de la cocina”, alcanzando un elevado precio en el mercado Por ello los municipios del Andevalo se empeñan en dar a conocer su riqueza micológica - tan excepcional como la italiana - organizando ferias y muestras gastronómicas por todo el territorio.

Aulas de portugues en Villanueva Decastillejos En Villanueva de Castillejos, población de la Mancomunidad Beturia, el Ayuntamiento ha iniciado un curso de portugués, segundo nivel, para personas adultas. El curso empezó en el mes de Octubre, al igual que en el pasado año, como medio de mejorar la integración socio económica con el vecino país de Portugal dada su proximidad física. Los alumnos, ademas de Villanueva de Castillejos, proceden de otros municipios próximos como El Almendro o Puebla de Guzmán.

En la región de Extremadura, la memoria de D. Paio está muy viva

Ayuntamiento ha iniciado un curso de portugués, segundo nivel

En el pueblo de Calañas, forma parte de su cultura tradicional, y lo preparan en culinaria de numerosas formas: gurumelos revueltos con huevo, tortilla de gurumelos, potaje de gurumelos, picadillos de gurumelos, gurumelos asados… En el pueblo de Paymogo se organiza anualmente “la Fiesta del Gurumelo” con numerosa afluencia de toda la provincia. El sector micológico se ha convertido en una fuente de ingresos para esta región, situada geográficamente entre la costa y los relieves de la sierra; el volumen de negocio puede superar los 12 millones de euros. En la provincia de Huelva existen unas 1200 especies.

En Paymogo se organiza anualmente “la Fiesta del Gurumelo” con numerosa afluencia de toda la provincia.

Mis Granados ¡Qué hermosos son mis granados! En Abril las llamadas de sus labios rojos me hacen sonrojar. Pero en Octubre se abren a mis deseos y, por pudor, les vuelvo la espalda. Francisco Días da Costa. Abogado, escritor y poeta


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LOCAL  Seis meses antes

Unidade de Cuidados Continuados no Azinhal pode ficar pronta mais cedo Na visita à obra da Unidade de Cuidados Continuados do Azinhal o presidente da ABESFA e o presidente da Câmara Municipal de Castro Marim elogiaram execução de empreitada que pode ficar pronta em Abril.

Edil castromarinense, José Estevens, visitou recentemente a obra

A obra de construção da Unidade de Cuidados Continuados de longa duração está a revelar-se uma “agradável surpresa” para a entidade promotora – a Associação de Bem Estar Social da Freguesia do Azinhal – e para a entidade que a subsidia em grande parte – a Câmara Municipal de Castro Marim. É que ao ritmo que as obras vão este equipamento deverá estar pronto dentro de seis meses, ou seja, meio ano antes do previsto. José Estevens, edil castromarinsense, elogiou, numa visita às obras da Unidade, a “conjugação de actos positivos” que “até ao momento têm sido difíceis de encontrar noutros casos”, referiu visivelmente satisfeito.

Trata-se de uma conjungação de esforços “que conseguiram num tempo recorde pôr de pé este projecto”, lembrou J. Estevens que recorda que as “as obras costumam ser uma dor de cabeça”. É que Castro Marim tem um histórico de más execuções de obras, como é o caso dos projectos «Casa de Odeleite», Biblioteca Municipal, Revelim de Santo António e Centro Interpretativo de Sal – este último ainda por terminar.

30 postos de trabalho para o Azinhal Estima-se que a Unidade de Cuidados Continuados de Longa Duração do Azinhal crie cerca de 30 postos de trabalho e vai servir cerca de 31 utentes. Localizada numa freguesia de Interior este equipamento poderá “ajudar a travar o processo de despovoamento que esta freguesia tem vindo

a sentir”, frisou o edil aos jornalistas que acompanharam a visita. O município cedeu o lote de terreno para a construção e subsidia cerca de dois terços dos custos da obra, que, entre estrutura e recheio, ficará em cerca de dois milhões de euros – sendo o restante comparticipado pelo projecto Modelar, do Ministério da Saúde. A arquitectura é de José Alegria, revelando um projecto de cariz típico do lugar e tem uma área de cerca de 9.000 m2. Prevê a existência de espaços de convívio e dois pátios de influência arquitectónica mediterrânica, nos quais vão ser construídas três alas de quartos: dez quartos individuais de internamento, dez quartos duplos de internamento, um quarto individual de isolamento e um quarto de pessoal de serviço. O piso inferior do edifício é composto por uma zona de serviços (cozinha, refeitório, lavandaria, instalações sanitárias e instalações técnicas).

 Iniciativa em Martinlongo

 100 camas

Alcoutim mais informado sobre depressão e suicídio

Não avança Unidade de Cuidados Continuados em VRSA

A câmara municipal de Alcoutim está preocupada com o ritmo a que a crise está a assolar a vida dos portugueses. A depressão e estados de ânimo têm de ser travados em Alcoutim. A depressão foi tema de debate em Martinlongo, no passado dia 2 de Novembro. A câmara municipal de Alcoutim, preocupada em prevenir situações de risco ligadas a estados depressivos, organizou uma palestra proferida por Francisco Ferreira, psiquiatra no Hospital de Faro. Na mesa estavam também o presidente da câmara municipal de Alcoutim, Francisco Amaral, o pároco das freguesias de Martinlongo, Vaqueiros e Cachopo e o médico de clínica

geral, Óscar Oliveira. O médico e autarca, Francisco Amaral, abriu a palestra com uma chamada de atenção para a crise económica e social que Portugal atravessa, declarando que “as depressões vão aumentar e o número de suicídios também”. O médico alertou ainda para o difícil diagnóstico da doença. “Anda aí muita gente a passear depressões sem saber, há uma grande dificuldade em identificar os sintomas e relacioná-los com a doença”.

A depressão foi tema de debate em Martinlongo no dia 2 de Novembro

Estar atento à doença é importante Saber mais sobre a doença e estar mais atento, foram os conselhos que deixou ao público presente, acrescentando, relativamente aos suicídios, que “há sempre sinais, nós é que andamos distraídos”. O papel da crise económica como factor desencadeador da doença, também foi sublinhado pelo médico psiquiatra, Francisco Ferreira. “A depressão é o segundo problema psiquiátrico mais frequente no mundo, o primeiro são as fobias”, declarou acrescentando ainda que nem todas as depressões procuram ajuda e que as fobias são claramente de mais fácil diagnóstico e tratamento. O médico alertou para a necessidade de se encarar a depressão como uma doença séria, em que as pessoas não se estão a vitimizar ou a exagerar, “elas realmente sentem aquilo”. Factor de risco independente para determinadas doenças, como as cardiovasculares, “não tratar a depressão é muito mais caro do que tratar com tudo o que seria preciso”, rematou o psiquiatra. No final da palestra foi aberto um espaço a perguntas, onde se puderam desmistificar algumas ideias ligadas à depressão e à psiquiatria em geral. O público saiu da palestra mais informado e melhor preparado para identificar os sinais e os sintomas da depressão e intervir a tempo de evitar o suicídio.

O Partido Socialista de Vila Real de Santo António quer que o terreno cedido gratuitamente para a Construção da Unidade de Cuidados Continuados prevista para VRSA seja alvo de “reversão” e exige que “se encontre novo parceiro capaz de alavancar o projecto”. Os socialistas lembram que “em Julho de 2009, em plena campanha eleitoral autárquica, Luís Gomes com pompa e circunstância, e todo o mediatismo que lhe é conhecido, anunciou para VRSA a construção da maior Unidade de Cuidados Continuados do Algarve”, mas a obra não avançou. Perante isso, a líder da concelhia rosa em VRSA diz que “os princípios de utilização/interesse público que justificaram a cedência não onerosa do terreno alteraram-se em razão do marasmo da Empresa VillaLiving no cumprimento do protocolo”, propondo que “a câmara municipal de VRSA denuncie o acordo com a VillaLiving, proceda à reversão do Terreno e que desenvolva os contactos necessários para encontrar empresas/organizações idóneas capazes de alavancar o projecto”.

Executivo de VRSA reage a socialistas O executivo de Luís Gomes já

reagiu a este comunicado, confirmando que a maior UCC do Algarve, com capacidade para 100 camas, prevista para VRSA não vai avançar porque “o projecto ficou inviabilizado depois de o município ter recebido uma carta da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve. Aqui é referido que a construção da unidade de cuidados continuados iria ser suspensa por falta de financiamento”. E explica que “neste momento, uma parte do terreno já está inclusivamente sob o domínio municipal, visto que o artigo se encontrava dividido em duas partes”. Luís Gomes critica os socialistas dizendo que “as críticas agora emitidas pela senhora vereadora Jovita Ladeira são infundadas, tanto mais que a responsabilidade pelo não avanço da unidade não cabe à autarquia, mas sim à empresa VillaLiving, com a qual foi firmado um contrato”.


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G RA ND E R EPO R TAGEM

PRODER apoia projectos 3 milhões de euros

Já se conhecem as novas aprovações no âmbito do Sub-Programa 3 do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) no território do Baixo Guadiana, num concurso que esteve aberto entre 22 Novembro de 2010 a 7 de Janeiro de 2011. Para o território de intervenção da Associação Terras do Baixo Guadiana – parte dos concelhos de Tavira, Mértola e Vila Real de Santo António e a totalidade dos concelhos de Castro Marim e Alcoutim – foram aprovados projectos com dotação financeira num total de cerca de 3 milhões de euros.

No total destes três agroturismos foram criados pelo menos seis postos de trabalho. Cada posto de trabalho tem uma dotação de 10%, podendo atingir o apoio ao projecto um valor de 60%. Por norma esta acção é a que tem, por tradição, menos candidaturas. A verba remanescente nesta acção foi distribuída equitativamente pelas restantes duas, permitindo que muitos mais projectos tenham sido aprovados pela disponibilidade financeira.

Turismo em Espaço Rural atinge maturação

Ricardo Bernardino, coordenador da Associação Terras do Baixo Guadiana, realça diversidade dos projectos

Susana de Sousa Apesar de estarmos em tempos muito críticos da sociedade portuguesa, mas também ao nível europeu, há verbas aprovadas que perfazem um conjunto de projectos para a dinamização do território mais a sotavento do Algarve e até ao extremo sul do Alentejo. O Gabinete de Acção Local da Associação Terras do Baixo Guadiana – sediada em Alcoutim – já deu a conhecer ao Jornal do Baixo Guadiana os projectos aprovados para o território. Ricardo Bernardino, coordenador daquela Associação refere, antes de mais, que se trata de “um conjunto bastante diversificado de projectos”. Explica-nos que o concurso – que esteve aberto entre 22 Novembro de 2010 e 7 de Janeiro de 2011 – contemplou três acções da «Medida 3.1 – Diversificação da Economia e a Criação de Emprego». A análise técnica das candidaturas decorreu

entre Janeiro e Agosto de 2011, tendo sido a 9 de Agosto, reunido o órgão de gestão e foram aprovados projectos. Tal como o nome indica esta medida passa por promover o desenvolvimento do tecido económico e a criação de mais postos de trabalho. Por isso mesmo, a análise técnica majora os projectos de acordo com o número de postos de trabalho que cria. Para sermos rigorosos temos de explicar que o montante aprovado em sede de reunião de órgão de gestão ascendendo 2 milhões 876 mil e 616 euros, sendo que o apoio representa 1 milhão 633 mil e 582 euros.

Diversificação de actividades na exploração agrícola Na acção 3.1.1. os apoios seguiram para a diversificação de actividades na exploração agrícola onde foram apoiados todos os projectos que entraram, num total de cinco. “Eram bons projectos e todos tiveram lugar por o montante não ultrapassar o disponível na medida”, diz Ricardo Bernardino que

explica, ainda, que foi a acção onde entraram menos projectos. A dotação orçamental ao nível da despesa pública era de 840 mil euros e entraram projectos que, depois de análise técnica somaram o montante de 370 mil euros, sobrando um saldo remanescente de mais de metade da verba disponível. Tratam-se de projectos que dizem respeito a actividades não agrícolas dentro da exploração agrícola. No topo da classificação nesta acção ficou um projecto de agro-turismo. “Este é um exemplo claro de actividade virada para o turismo dentro da exploração agrícola, não sendo actividade agrícola por si só”, exemplifica Ricardo Bernardino. Nesta acção foram apoiados três agroturismos e duas queijarias. Dois dos projectos são novos e um outro é uma remodelação de um projecto já existente. De referir que os agroturismos fazem parte de uma tendência crescente de investimento no Baixo Guadiana e foi possível neste concurso os promotores candidatarem-se, mesmo já tendo sido contemplados com apoios anteriores.

Segundo Ricardo Bernardino o Turismo em Espaço Rural, nomeadamente a Casa de Campo e o Agro-Turismo, são uma tendência no PRODER. No antigo Leader + já tinham surgido dois Turismos Rurais, “nomeadamente os únicos no concelho de Alcoutim foram apoiados no Leader”, lembra o responsável que diz que “de outra forma os promotores não teriam capacidade para levar a cabo estes projectos por serem caros; muitos atingem valores a roçar o limite de elegibilidade, ou seja, os 300 mil euros”, contextualiza. Por esta realidade que já salta à vista pelos projectos erguidos e dos que se estão a erguer, “passou-se de um cenário onde não havia nada ao nível deste nicho de turismo para um número já considerável que com mais seis projectos que já temos em carteira serão suficientes para o território”, defende. Um boom que se deu em cerca de uma década de LEADER neste território. “Há qualidade nestes projectos, mas o território já está a atingir a capacidade máxima a este nível”, diz Ricardo Bernardino, alertando que deveria surgir uma rede de turismo rural. “Juntos teriam a vantagem de trabalhar em parceria; aumentando a capacidade de alojamento na globalidade, já que são unidades que têm entre 4 e 10 quartos e teriam, concerteza, maior capacidade de negociação com os agentes turísticos”, avalia. Não está em carteira qualquer ideia neste sentido, que passe pela

criação de uma rede on line, mas Ricardo Bernardino lembra que “este começa a ser um produto de destaque no território do Baixo Guadiana”, desafiando a recémcriada associação empresarial do Baixo Guadiana – Uádi Ana a tomar pulso a esta lacuna no tecido empresarial.

A articulação de produtos endógenos ou em crescimento Ricardo Bernardino recorda que o Turismo Rural “pode e deve ser articulado com outros projectos já existentes no território, nomeadamente, ao nível do birdwatching”, lembrando que quanto a esta actividade há já um roteiro e pontos de observação de aves no território. “O mercado ornitológico minimamente articulado, unido ao Turismo Rural será uma boa aposta”, arrisca. Mas “infelizmente nem todos têm o espírito de parceria necessário, muitos ainda se continuam a fechar sobre o seu negócio”, lamenta.

A controversa proposta de Estratégia Turística para o Algarve O coordenador da Associação Terras do Baixo Guadiana lamenta que o Turismo de Portugal encare o Algarve ainda apenas como um produto de sol, mar e golfe, desvalorizando-se, assim, os investimentos que têm sido feitos ao nível do turismo de natureza. “O território do Baixo Guadiana tem uma potencialidade particular para o turismo de natureza; e o turismo de sol e praia e golfe começa a estar um pouco esgotado”, afirma, frisando a importância da criação da «Via Algarviana» que é ponto de coesão para o turismo de natureza. Em contra-ciclo em relação à proposta de estratégia para a promoção do Algarve, elaborada pelo Turismo de Portugal, o GAL do Baixo Guadiana tem com os dois restantes GAL do Algarve (geridos pelas associações In Loco e Vicentina), vários projectos no sentido de valorizarem o turismo de natureza. Ricardo Bernardino avança ao JBG que


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GR AN D E R EP O R TAGEM

s que ascendem aos

em 2013 vai ser realizada uma Bienal dedicada ao turismo de natureza, numa iniciativa conjunta dos GAL algarvios e um Gal de Málaga, em Espanha. A bienal vai realizar-se na Costa Vicentina, revelando a importância que estas entidades que gerem e aprovam projectos no Interior do Algarve dão ao turismo de natureza e aos produtos tradicionais da região. Vão ser também criadas rotas temáticas no âmbito de um outro projecto comum, designado «Um outro Algarve – O potencial do Interior». “Espero que o Turismo de Portugal não avance com a proposta de promoção do nosso Algarve baseando-se apenas no turismo de sol, praia e golfe e olhe para as potencialidades relacionadas com o turismo de natureza e bem-estar que estão a ser alvo de cada vez maior investimento e adesão de nichos turísticos”, apela Ricardo Bernardino. Entretanto, os três GAL do Algarve já contestaram o Turismo de Portugal quanto à Estratégia de Promoção Regional, e Ricardo Bernardino considera que “se trata de uma estratégia que pode colo-

car em causa milhões de euros aprovados no Algarve rural”.

tos que passaram para concurso seguinte.

Apoio às microempresas

Crise retrai investimento autónomo

A medida 3.1.2 serve de apoio às micro-empresas no território abrangido pela ATBG. “Se não houvesse reforço de verbas da 3.1.1 só podiam ter apoiado seis projectos, mas assim foi possível apoiar 10”, explica o coordenador. Projectos variados, desde casas de chá, lojas de promoção e venda dos produtos locais, plataforma on line de promoção de recursos do Baixo Guadiana, produção salineira, doçaria tradicional, escritório de contabilidade e restauração dedicada à gastronomia local. Trata-se de um investimento total de 742 mil e 998 euros, a que corresponde um apoio de 407 mil e 185 euros. “Há uma boa adesão a esta medida”. Ricardo Bernardino indica que por falta de verba ficaram de fora cinco projectos; nomeadamente um mini-mercado, uma pastelaria, uma tasca típica, e um projecto de formação e comércio on line. São projec-

Apesar de nem todos os promotores verem os seus projectos aprovados, há quem mesmo assim leve para a frente a concretização de negócios. “Cada vez são menos”, diz-nos Ricardo Bernardino que lembra que a crise tem colocado um grande travão na economia local. Na generalidade os promotores apenas avançam com a garantia de apoio e quanto à taxa de sucesso deste PRODER ascende a “muito perto dos 100%”. As únicas duas desistências aconteceram logo no início do projecto, sem que tenham beneficiado de qualquer verba prevista em sede de contratualização.

O Desenvolvimento de Actividades Turísticas e de Lazer Caso esta acção não beneficiasse de valor remanescente da medida 3.1.1 não veria aprovados mais do que três projectos. Graças a essa

verba o GAL conseguiu aprovar nove no total. Quanto aos investimentos, mais uma vez em destaque temos os Turismos Rurais num total de quatro novos projectos, distribuídos pelo território. Foram também contemplados dois projectos de animação turística virada para os passeios no Guadiana, dois projectos de apoio à cinegética e um circuito de kartcross para turismo de aventura. “Ao GAL interessa apoiar em qualidade e em diversidade de tipologia de investimento”, ressalva o responsável. São nove projectos para um investimento total de 1 milhão e 516 mil euros e uma despesa pública de 855mil 768 euros.

 Nova tendência

Empresários jovens investem mais Neste concurso foi aprovado um total de 2 milhões 876 mil 616 euros. Ao nível de apoio atingiu 1 milhão 633 mil 582 euros. Este valor em tempo de crise pode ser sintomático da vontade de empresários, alguns consolidados e outros recém-formados, dinamizarem a economia. “Assistimos a uma tentativa de se encontrar saída para o desemprego galopante”. Ricardo Bernardino fala-nos em empresários jovens; com idades compreendidas entre os 30 e os 45 anos. Este coordenador acredita que “se está a verificar o efeito multiplicador do programa; as pessoas começam a perceber que vale a pena”, acrescentando que “graças a estes empresários a economia do território é cada vez mais diversificada, não se deixando de apoiar os negócios ligados aos produtos tradicionais”. Ricardo Bernardino rejeita quaisquer críticas quanto à falta de divulgação do programa, adiantando que “são feitas sessões diversas nas várias freguesias do território, há divulgação nas páginas oficiais ao nível da Internet, são publicados avisos de abertura nos jornais e são veiculadas notícias nos media”, discrimina. Este responsável lamenta que a adesão da população seja reduzida quando se tratam das sessões de esclarecimento nas várias freguesias, rejeitando, por isso, que depois surja quem se queixe de falta de informação. “O facto de surgirem cada vez mais candidaturas é uma prova que só não sabe destes apoios quem não quer”, remata Aos que arriscaram investir no âmbito do PRODER, e que têm projectos em execução ou em vias de o fazer, o responsável alerta para a austeridade que se vive em Portugal, apelando aos promotores que apresentem o máximo de despesa possível até meados de Dezembro “porque este ano há verbas asseguradas para o PRODER através de comparticipação PIDDAC, mas para o ano de 2012 estas verbas podem estar mais comprometidas e os pedidos de pagamento poderão vir a ser reembolsados mais tardiamente. O PRODER apoia um total de cinco concelhos (Tavira, VRSA, Castro Marim, Alcoutim e Mértola). Em VRSA apoia a freguesia de Vila Nova de Cacela, em Tavira três freguesias e em Mértola cinco. No início de 2012 está prevista abertura de novos concursos, cujas acções vão ser em breve aprovadas pelo órgão de gestão.


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LOCA L  Projecto «BG Desporto»

Freguesia de Odeleite tem um «Parque Aventura» O equipamento dispõe de uma estrutura Multi-Actividades, constituída por um sistema de pontes suspensas com meios para escalada e slides.

O custo total deste «Parque Aventura» foi de 140 mil euros

Ao abrigo do Programa de Cooperação Transfronteiriça Espanha – Portugal e do projecto Baixo Guadiana Desporto, fruto de uma parceria entre várias entidades, a Câmara Municipal de Castro Marim tem em fase de conclusão a instalação do Parque Aventura em Odeleite, junto ao Moinho das Pernadas. Num custo total de 140 mil euros, 75% dos quais financiados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional - FEDER, este equipamento dispõe de uma estrutura Multi-Actividades, constituída por um sistema de pontes suspensas com meios para escalada e slides. A estrutura vai permitir desenvolver o arborismo, uma actividade direccionada para o turismo de aventura, baseada nos desportos radicais com as componentes do lazer e recreação. Igualmente, integram o Parque

 Novo rastreio

Aventura de Odeleite, um conjunto de outros elementos que irão potenciar o desenvolvimento de outras modalidades desportivas tais como o Tiro com Arco, a Canoagem, o Btt, o Paintball e a Orientação.

Eixo de desenvolvimento económico O Parque Aventura de Odeleite assume-se como um eixo estratégico na política de desenvolvimento económico, preconizada pela autarquia, para aquela freguesia do interior do concelho. A estratégia delineada consubstancia o envolvimento da aldeia de Odeleite, o aproveitamento da albufeira da barragem e as excepcionais condições naturais do local, surgindo como um pólo dinamizador para as actividades físicas e desportivas relacionadas com um turismo activo e de contacto com a natureza.

Embaixador de França Farelos e Clarines festejam em Portugal visitou Vila água e saneamento básico Real de Santo António A obra de abastecimento de água e saneamento básico em Farelos e Clarines está a funcionar desde o passado dia 12 de Novembro. A população dos referidos montes organizou uma comemoração, com a presença do presidente da câmara municipal de Alcoutim, Francisco Amaral, para festejar esta obra, que vai beneficiar a qualidade de vida nas localidades. O presidente da autarquia alcouteneja lamentou só ter conseguido agora prover as populações destes serviços, mas acrescentou que tenciona, em breve, proceder

à ligação das povoações ao Sistema de Águas do Algarve, através do ramal da aldeia de Giões. O autarca aproveitou ainda para informar a população sobre os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que revelam que o concelho de Alcoutim já não é o mais pobre da região e já não está entre os mais pobres do país. A empreitada custou 917.041,63 euros, sendo 733.633,30 euros financiados pelo POVT (Programa Operacional de Valorização do Território) e o restante pela autarquia alcouteneja. * Escrito sob novo acordo ortográfico

Alcoutim sem doenças de pele A câmara municipal de Alcoutim realizou em Novembro um novo rastreio de cancro de pele e tratamentos em Alcoutim, conduzidos pela médica dermatologista Manuela Aguiar, que, voluntariamente, tem colaborado nas ações de saúde da autarquia. Nos rastreios anteriores foram examinadas mais de duas mil pessoas e descobertos três dezenas de cancros de pele; encaminhados urgentemente para o Hospital de Faro, e mais de três centenas de lesões pré-cancerígenas (queratoses actínicas), que foram tratadas pela médica, com equipamento adquirido pela autarquia de Alcoutim. Neste novo rastreio, a dermatologista observou todos os doentes sinalizados nas ações anteriores e concluiu que os problemas detetados estavam resolvidos. O presidente da câmara municipal de Alcoutim, Francisco Amaral, declara-se satisfeito com os resultados. “Foram combatidas com sucesso as várias doenças de pele detetadas. O que surgir agora será novo, nós resolvemos tudo o que foi sinalizado”. Cerca de 300 pessoas foram atendidas até ao último dia do rastreio. O transporte para esta ação foi disponibilizado pela autarquia alcouteneja, consciente dos problemas de mobilidade da população. * Escrito sob novo acordo ortográfico

Responsáveis avaliaram e debateram geminação de VRSA com o município francês de La Baule O presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, recebeu a 10 de Novembro, na Casa da Câmara, o Embaixador de França em Portugal, Pascal Teixeira da Silva. Na ocasião, o autarca e o diplomata avaliaram e debateram as melhores formas de Vila Real de Santo António ampliar o protocolo de geminação já estabelecido com o município francês de La Baule, nomeadamente ao nível do turismo e desporto. O encontro serviu ainda para abordar a actual situação europeia, nomeadamente o quadro político-

económico suscitado pela crise das dívidas soberanas, e respectivos impactos na gestão autárquica e no poder local. No final da cerimónia, ficou estipulado manter e reforçar os laços de proximidade entre a cidade pombalina e França, através da promoção de intercâmbios escolares com os alunos do pólo de VRSA da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve. Recorde-se que desde Dezembro de 2010, a cidade francesa de La Baule já dá nome à antiga estrada da Ponta da Areia, que se chama agora «Avenida Ville de La Baule».

Abastecimento está a funcionar desde 12 de Novembro

Médica observou doentes já sinalizados


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LO CAL  Crise no apoio aos necessitados

Cruz Vermelha em VRSA teme encerramento A situação financeira da Cruz Vermlha de Vila Real de Santo António é “muito crítica”. Quem o afirma é a presidente da delegação local, Maria Judite de Sousa, que está à frente desta instituição de solidariedade desde 2003.

Equipa da Cruz Vermelha não consegue fazer face às dificuldades “Depois de todo o trabalho feito não queremos que tudo vá por água abaixo, mas a verdade é que vivemos mês a mês”. Declarações em forma de alerta proferidas por uma responsável que lembra “que são cada vez mais as famílias que procuram ajuda nesta instituição”. Ao nível alimentar dão apoio a 470 famílias, sendo que “há mais 30 famílias que estão em lista de espera”. Já no Banco de Roupa são 200 famílias carenciadas que recebem ajuda. “O que recebemos do Banco Alimentar já não é suficiente”, explica a presidente, afirmando que “seria catastrófico fechar as portas”. Ora o orçamento municipal de que esta IPSS dispõe “não chega para todas as dificuldades” e há

serviços que estão, inclusivamente, a ser cortados. É o caso do Gabinete de Inserção Profissional de apoio ao Imigrante, que fecha no final do ano por corte de verba do ACIDI. Para já não falar de que a maior parte dos sócios desta instituição “não paga as suas cotas”, tal como afirma Maria Judite de Sousa.

Apoio a 600 famílias De forma precária esta IPSS vai mantendo as portas abertas “sem se saber até quando vai aguentar”, valendo-se bastante do apoio dos voluntários que apoiam nas difentes áreas. Actualmente presta serviços de apoio aos imigrantes, a cerca de 600 famílias que recebem comida e

roupa, apoiam vítimas de violência, estão nas praias com centro médico durante a época balnear, transportam utentes para consultas hospitalares e outras deslocações. Auxiliam ainda pessoas com deficiência através de um gabinete do Centro Nacional de Apoio ao Deficiente (CNAD) e também estão em diversos eventos organizados no concelho. Contudo, as receitas “são muito poucas” e da segurança social nunca esta instituição conseguiu viabilizar qualquer ideia para a construção de um equipamento social. “Disseramnos sempre que não teria qualquer viabilidade social”, conta desgostosa Maria Judite de Sousa que tem salários para pagar mensalmente a quatro funcionárias. “Pedimos apoio à EDP para nos reduzir a tarifa de electricidade, mas não nos deram esse apoio”, lamenta também, referindo que mensalmente só em luz a instituição paga cerca de 150 euros “das arcas para a manutenção da comida para as famílias carenciadas”. Sem dúvida que por aqui vivem-se momentos de “muito sufoco” e o grito da responsável da instituição é de alerta para o drama que se poderia instalar em VRSA caso a instituição fechasse as portas. Recentemente esta delegação da CVP abriu uma conta no BPI para receber donativos. O NIB é: 0010 0000 3774 4540 001 82.

Festas solidárias

O concelho de Vila Real de Santo António tem, até à data de fecho de nossa edição, duas festas solidárias programadas por grupos juvenis para os próximos dias. De organizações diferenciadas e com publicos-alvo variados, estas festas têm em comum o facto de procurar recolher o maior número de alimentos possível para distribuir pela população carenciada no concelho. A primeira festa vai acontecer a 9 de Dezembro das 22h30 às 02h00. É uma «House Party» organizada por Fernando Cardoso, do Curso EFA, da Turma TH da Escola Secundária de VRSA. Vai contar com popup Fotográfico, Animação e Bar. A música vai estar a cargo de Dj Alvin e Dj Gustavo Vera. O consumo mínimo é de três alimentos que deverão ser entregues à porta. A festa vai beneficiar a população de terceira idade desfavorecida e vai acontecer no espaço da companhia de teatro «Fech’Ó Pano». O contacto para mais informações é: 967202846. A outra festa vai ser levada a cabo pelo núcleo «Geração Solidária» da JSD de Vila Real de Santo António. A 10 de dezembro, no Glória. Será um espectáculo de variedades com música, teatro, dança e magia.Vai começar às 21h30 e prolonga-se por duas horas. Vai beneficiar a Santa Casa da Misericórdia de VRSA, sobretudo o Centro de Acolhimento «Gente Pequena». Não existe consumo mínimo, pelo que durante o dia da festa os participantes deverão trocar o seu bilhete por alimentos no Glória. Também poderão levar em bom estado brinquedos para as crianças. A troca das doacções pelos alimentos vai acontecer entre as 10h e as 21h30. Para qualquer dúvida os contactos são: 917943642/jsdvrsa@ gmail.com

Nova regulamentação aperta cerco às fraudes no apoio social O município de Vila Real de Santo António reviu a regulamentação para a atribuição de apoios sociais porque em tempo de dificuldades financeiras o dinheiro não chega para tudo. Luís Gomes salienta que se trata de “promover maior justiça e equidade” sociais. A câmara municipal de Vila Real Santo António quer maior rigor na atribuição dos apoios sociais. O executivo liderado por Luís Gomes vê-se agora, perante as dificuldades financeiras que a autarquia atravessa, obrigado a apertar o cerco a quem de forma fraudulenta acede a apoios sociais no município pombalino. Em comunicado de imprensa a autarquia esclarece também que não se trata apenas de combater a fraude, mas também de “promover maior justiça e equidade” sociais. Assim surge o Regulamento Municipal para Atribuição de Apoios a Agregados Familiares Desfavorecidos que promove o acesso dos estratos sociais desfavorecidos do concelho de VRSA

- com rendimento per capita seja igual ou inferior a 50% do salário mínimo nacional - a bens e serviços essenciais. Vai actuar ao nível da deficiência, da toxicodependência, da subsistência e da teleassistência. Já o projecto de Regulamento Municipal para Apoios a Estratos Sociais Desfavorecidos no âmbito da promoção da saúde e combate à doença, em consulta pública, destina-se a promover o acesso das famílias do concelho de VRSA aos cuidados de saúde nos casos em que se verifiquem dificuldades económicas ou nos casos em que o Serviço Nacional de Saúde não disponha de uma resposta eficaz. Vão surgir alterações também ao nível do Regulamento Municipal para

Apoio ao Arrendamento Habitacional de VRSA, para “uma atribuição mais equitativa e com maior abrangência de beneficiários”, explica o município. Sendo que os beneficiários deste apoio ficam obrigados a cumprir um plano de inserção sócio-profissional delineado pela autarquia, sendo o seu incumprimento motivo para a cessação do apoio. Foi aprovada, ainda, uma proposta de alteração do Regulamento para Apoio à Habitação Degradada para Estratos Sociais Desfavorecidos no município de VRSA que prevê que no presente ano civil, excepcionalmente, não seja criado nenhum período para apresentação de candidaturas ao referido apoio, tendo em conta

que é pretensão da autarquia analisar todos os processos pendentes na Divisão de Acção Social. De referir que estas medidas surgem no âmbito de austeridade do município, integrando as mais de 100 medidas de contenção financeira que o executivo planificou e já começou a aplicar para fazer face às dificuldades da crise económicofinanceira. Iniciativas que“além de combaterem eventuais situações de fraude (...) estipulam, de uma forma clara, as condições em que as famílias carenciadas do concelho podem beneficiar das valências prestadas pela Divisão de Acção Social”, esclarece a autarquia.

Reformados exigem “maior dignidade” Os reformados da Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos (ARPI) de Vila Real de Santo António realizaram uma concentração à porta da câmara municipal de Vila Real de Santo António (VRSA) no passado dia 18 de Novembro a exigir ao executivo, liderado por Luís Gomes, que “regularizasse o contrato-programa em falta desde 2010, bem como “cumprisse a promessa de atribuir uma sede à associação”. Depois dessa concentração os membros da direcção da ARPI foram recebidos por dois técnicos da câmara municipal “uma senhora da acção social e o responsável das finanças da câmara que explicaram as dificuldades que a autarquia atravessa”. Francisco Camarada, tesoureiro da direcção, explicou ao JBG que dessa reunião ficou “a garantia de que o que a câmara deve vai ser pago, espaçadamente, sendo a primeira tranche transferida até ao início do mês de Dezembro”. De acordo com este responsável a câmara municipal deve cerca de 31 mil euros a esta associação de reformados. Francisco Camarada lembra que “sem esta verba fica inviabilizada toda a nossa actividade e o bem-estar dos nossos reformados”. Quanto à futura sede “nada foi adiantado porque esse é um assunto que só pode ser esclarecido pelo senhor presidente Luís Gomes e ele não tem tempo para nos receber”, lamenta Francisco Camarada que continua, dizendo que “antes tínhamos uma sede nas traseiras da câmara, mas com as obras fomos transferidos para um pequeno espaço que não serve as nossas actividades”, garantindo que “o presidente deu a sua palavra de que depois das obras iríamos voltar para o nosso espaço, mas a verdade é que não quis assinar nenhum protocolo nesse sentido e não honrou a sua palavra”, critica o tesoureiro da ARPI que “há dois anos” envia cartas para a câmara, “mas sem resposta”. De referir que esta associação realiza às quartas-feiras rastreios de colesterol e diabetes, e no seu plano de actividades constam iniciativas como: bailes; comemoração do dia do Reformado, Festa das Papas de Milhos (ameaçada se a verba não chegar entretanto) e a Festa do Natal “que iremos realizar, mesmo que tenhamos que recorrer aos idosos para pagarem a sua parte de modo a fazermos este convívio que é tão importante para eles”, remata Francisco Camarada. A ARPI existe desde 1978 e é filiada da MURPI - Movimento Unitário de Reformados de Pensionistas e Idosos.


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Odiana promoveu Emprego e Imigração

Presidente da FUTEH e Director Executivo da Associação Odiana na Mesa de Abertura No passado dia 22 de Novembro a Associação Odiana levou a cabo o seminário «Gestão da Imigração e do Emprego em Tempo de Crise». Um Encontro que reuniu entidades e técnicos portugueses para a partilha de boas práticas na área da integração dos imigrantes, dando especial destaque ao sector laboral em tempo de crise. Este seminário surge no âmbito do Projecto INTEMIC EUR-258, pertencente à Iniciativa Comunitária Euro- Emprego, liderado pela Fundación de Trabajadores Extranjeros de la Provincia de Huelva (FUTEH) e do qual a Odiana é parceiro. O projecto INTEMIC tem como objectivo melhorar as políticas activas

de emprego, através do intercâmbio e da cooperação transnacional. O projecto foi delineado com base nas experiências sobre fluxos migratórios, obtidas no Projecto Aeneas-Cartaya, sobre as quais vão assentar as bases de trabalho sobre migração circular. Actualmente o projecto está a desenvolver a «Fase 2: Boas Práticas» nos quais participam entidades públicas e privadas que apresentarão as suas experiências; que serão depois compiladas num único documento conjunto, afim de poderem ser aplicadas pelos vários sócios do Projecto. No seminário esteve presente, igualmente, a equipa da FUTEH. Ao longo do dia foram realizadas

diversas comunicações numa jornada de trabalho que se prolongou entre as 09h e as 19h. Para a partilha de boas práticas o Seminário contou com contributos diferenciados desde o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Alto Comissariado para a Integração e Diálogo Intercultural (ACIDI), Instituto de Emprego e Formação Profissional de Vila Real de Santo António, Programa Nacional «Escolhas», Centro Local de Apoio à Integração de Imigrantes de VRSA, Grupo «Hubel», Associação Moinho da Juventude, Associação DOINA, Agrupamento Escolas Castro Marim e vários Casos de Sucesso de Integração de Imigrantes no Baixo Guadiana.

Baixo Guadiana foi ao centro da UE A Associação Odiana deslocou-se à Bélgica no dia 22 de Novembro para a apresentação de um conjunto de recomendações políticas no âmbito do projecto RURALAND. O documento vai ser apresentado já em 2012. O objectivo foi a apresentação de um conjunto de recomendações redigidas pela parceria do projecto, baseadas em boas práticas ao nível do mundo rural. As mesmas foram por sua vez auscultadas por alguns membros da Comissão e Parlamento Europeu e vão ser apresentadas de forma oficial até Fevereiro de 2012. A parceria RURALAND (Espanha, França, Itália, Portugal, Finlândia, Roménia, Bélgica, Suécia, Bulgária), partilha uma visão comum de oportunidades e necessidades das áreas rurais europeias, tendo forte potencial ao nível do ambiente, gastronomia, saúde, segurança, cultura, preservação da identidade e tradições. Inclui sectores estratégicos para o futuro, como as energias renováveis, novas formas de produção e relação entre cidadãos. No entanto, para desbloquear este potencial foi elaborado um documento que aponta as necessidades de crescimento sustentável, inclusivo e estratégico.

Considerando a riqueza desta cooperação, mas também os problemas recorrentes das áreas rurais, as recomendações elaboradas funcionam como uma ferramenta da maior utilidade no caminho para o desenvolvimento sustentável, nomeadamente entidades que se candidatam a fundos europeus e a programas para sustentabilidade rural que encontram frequentemente entraves na implementação de acções estruturantes; desde a excessiva burocracia, à ilegibilidade de acções e equipamentos relevantes, o reforço da cooperação entre regiões e sobretudo entre as autoridades administrativas e os actores locais. O RURALAND surge no âmbito do Programa INTERREG IV-C integrado nos fundos estruturais 2007-2013. O objectivo principal é reforçar a eficácia e inovação das políticas regionais de desenvolvimento rural, através da cooperação regional e entre as regiões da Europa. pub


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Vila Real de Santo António, onde a arquitectura pombalina convive harmoniosamente com a natureza. Onde o manto verde da Mata Nacional se funde no azul-turquesa das águas quentes do Atlântico.

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Suplemento Cartoon

O Suplemento Cartoon

reflecte a promoção de igualdade de oportunidades entre os sexos feminino e masculino, aqui vista numa perspectiva de sensibilização pelos mais novos. Abordar a igualdade de género e o combate à exclusão social foram os pontos fulcrais do concurso de Banda Desenhada. O concurso teve lugar nas escolas do território luso e castelhano do Baixo Guadiana e foi dedicado aos alunos do 2º ciclo dos agrupamentos escolares do Algarve, Alentejo e Andaluzia. Foram recebidos cerca de uma centena de trabalhos sendo que são quatro os premiados (dois em Portugal e dois em Espanha) e que são agora publicados neste suplemento. A sensibilização pela igualdade de género foi uma acção de promoção de igualdade de oportunidades realizada no âmbito do projecto BG DESPORTO – Baixo Guadiana: Zona Desportiva por Excelência e é uma iniciativa de cooperação entre o Algarve – Alentejo – Andaluzia e financiado pelo Programa de Cooperação Transfronteiriça Portugal – Espanha [POCTEP], 2007-2013 e co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional [FEDER]; com o apoio da União Europeia. Esta banda desenhada foi feita por Rafael Gómez Díaz - 1ºA IES Sebastián Fernandes


Esta banda desenhada foi feita por Ricardo Ricardo - 7ยบB n.ยบ 23 Esc. Sec. Vila Real S. Antรณnio


Esta banda desenhada foi feita por Ana Afonso - 7ยบB n.ยบ1 Esc. Sec. Vila Real S. Antรณnio

El Boxeo

Esta banda desenhada foi feita por Ainoa

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«Ti Hortense»,

uma história que conta com a arte ilustre da cestaria em miniatura no mundo rural da Alta Mora. Susana de Sousa «Ti Hortense» é uma exímia executante de cestaria em miniatura que lhe tem dado fama no Baixo Guadiana, e não só. Há cerca de 30 anos que se conhece a fazer cestos em miniaturas e lembra que antes os cestos eram dos utensílios mais utilizados para o transporte de mercadorias. “Quando era altura da apanha de amêndoa, em Agosto, era muito habitual ver homens junto a esses ribeiros a fazerem cestos”, conta-nos. Dos cestos normais às miniaturas foi um pequeno passo. “Eram muito procurados pelos turistas e nós vendíamos os cestinhos ao Vicente Macaco, do Azinhal. “Na altura todas fazíamos não pense que era só eu”, esclarece. E quantos mais fizessem mais vendiam. As famosas miniaturas da cestaria saíam bem para toda a região e para clientes da capital - estávamos na década de 80 do século passado- e cada miniatura custava cerca de 10 tostões. «Ti Hortense» fazia 20 miniaturas. Agora é a única em Alta Mora que mantém a produção desta arte e, por isso, participa em vários certames com artesanato. Evoluiu dos cestinhos, para os chapéus, chegando até às famosas rendas de bilros, que, de resto, “são as que têm maior saída”, confidencia-nos. Antes de cada feira leva-se cerca de três dias a fazer as miniaturas e não se pode queixar do escoamento. Uma arte que conseguiu passar para a família, nomeadamente para um filho e sobrinha. Entretanto, uma das suas netas criou um

blog na Internet onde aproveita para expor a arte da avó. E à internet também pode agradecer o sucesso de vendas; graças à exposição cibernética tem conseguido boas encomendas e visibilidade juntos de familiares, amigos e amantes da sua arte.

Vida de trabalho “Hoje, com esta idade, já não deveria trabalhar tanto”, mas a verdade é que trabalha e assim terá de ser para manter o seu sustento e poder continuar a ajudar a família como tanto gosto lhe dá. No total são seis filhos e nove netos. “Todos bem na vida, felizmente”, ressalva orgulhosa esta mulher que diz que “antigamente era mais fácil criar os filhos”, não reconhecendo nos dias que correm a “entreajuda que havia entre os irmãos que passavam de uns para os outros os sapatos, as roupas e tudo o que fizesse falta”. Explica que “antes a crise era tamanha que os irmãos mais velhos ajudavam a criar os mais novos”. Ainda jovem, com apenas 21 anos, sofreu um grande desgosto. Mãe de dois filhos viu-se abandonada pelo então marido que resolveu partir para uma nova vida em Lisboa. “Sofri muito; pela perda, por ficar com dois filhos sem um pai e pela vergonha junto da família, amigos e vizinhos, claro”. Conseguiu recompôr-se com um novo casamento ao fim de quase dez anos e encontrou um companheiro “muito respeitador, pacífico e bom homem”. Juntos criaram uma vida “baseada no compa-

nheirismo” e que dura até aos dias de hoje. O marido também a acompanha às aulas de artes decorativas que se realizam na antiga escola primária de Alta Mora, hoje sede da Associação local, às sextas-feiras à noite. Um matrimónio que já dura há 40 anos. “Há que saber manter o casamento”, diz-nos «Ti Hortense» que lamenta as relações “atribuladas de hoje”. De certa forma percebe que o casal tem rotinas muito diferentes de outros tempos e que isso leva a outros hábitos, mas igualmente defende que “é a vontade e a sabedoria que mantém os casais unidos”. Confessa que em casa sempre comandou, mas frisa que discordando o marido de alguma coisa cabialhe a ela, a mulher, aceder aos seus pedidos. “Se assim não fosse logo se gerava uma guerra, e para quê?». Para quem mora no campo o dia começa cedo. A alvorada de «Ti Hortense» acontece às seis da manhã, quer seja verão ou inverno. Cuida da horta, dos animais, toma o pequenoalmoço, prepara a marmita para o almoço e sai para a apanha da azeitona. “É tempo dela”, conta. De oliveira em oliveira percorre os serros. Muitas das vezes acompanhada do filho mais velho. Por volta do meio-dia param para almoçar. Na cesta levam pão caseiro, fruta e uma chouriça para assar. São dias muito cansativos, mas reconhece que este é também um bom momento para estar com um dos seus filhos. Por volta das 17 horas estão de regresso às suas casas. «Ti Hortense», antes que anoiteça, vai dar de comer aos

«Ti Hortense» e o marido juntam-se ao grupo de habitantes de Alta Mora para conviver e desenvolver trabalho de artes decorativas

Cestinhos simples e decorad


dos, rendas de bilro em miniatura da artesã

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animais. Tem um burro, três porcos e galinhas. Entre as 19h e as 20h é hora de jantar lá em casa. «Ti Hortense» ainda preserva muitas das tradições gastronómicas. Por aqui ainda se faz muita Sopa com batata, revelando-nos, prontamente, da receita. «Na caçoila mete azeite, alho, louro batatas. Deixam-se cozer as batatas e deitam-se os ovos e depois o peixe. No prato pomos o pão caseiro que depois recebe a sopa por cima”. Para além de ser apetitoso este prato é uma tradição do Baixo Guadiana que persiste nesta e noutras casas de pessoas mais antigas. Na sua maioria são pratos confeccionados à base de produtos da horta de cada habitante destas zonas serranas. É o caso dos também tão típicos cozidos de grão e feijão.

O passar dos anos mostra que as tradições vão-se perdendo e as pessoas também O passar dos anos mostra que as tradições vão-se perdendo e as pessoas também. “Antes na Alta Mora havia muitas e agora não há ninguém”, diz-nos entristecida «Ti Hortense». Conta-nos que quando tinha os seus 12 anos chegavam a ser cerca de oito raparigas da sua idade e outras tantas entre os 20 e os 30 anos. Na estrada, antes de apenas terra, e hoje alcatroada, dançavam as jovens numa época muito diferente, em que os laços de vizinhança eram significativos. “No Verão, por altura dos Mastros dos Santos Populares, as meninas casadoiras depois de virem do pastoreio, amarravam as vacas na ramada, almoçavam e até por volta das três da tarde faziam o mastro para engalanar os bailes”. Depois era hora de seguir, de novo, em grupo, para o campo com os animais. Naqueles tempos as populações da serra viviam, sobretudo, das actividades agrícola e pecuária. E «Ti Hortense» recupera a memória colectiva quando lembra que por altura da Festa de São Bartolomeu, em Setembro, “o pai tinha a possibilidade de vender dois borregos”. Conta que cada animal tinha o valor de 16 escudos (hoje oito cêntimos!). Efectivamente dava para pouco, “mas naquele tempo era assim, apenas se comprava o que fazia falta e quando se podia…”, alude. Lamenta que hoje “os terrenos por essa serra estejam todos abandonados, assim como as casas nos montes”. Mas apesar da intensa desertificação, vai havendo quem recupere as suas casas “são poucas as pessoas, mas já se vai vendo aos fins-de-semana”, conta-nos. Também os seus filhos e neto costumam ir até Alta Mora aos Sábados e Domingos e, inclusivamente, aproveitam para ajudar no campo. “é bom tê-los aqui”, diz-nos contente. Por vontade dos filhos, “que querem ter os seus velhotes por perto” já não estaria com o marido a viver em Alta Mora. Mas este casal septuagenário não faz intenções, para já, de deixar a sua casa, a terra e os animais. Ficarão “enquanto houver saúde”.

Às sextas-feiras à noite estão juntos para aprender novos ofícios

Comunidade activa Alta Mora à noite não mostra a beleza dos serros, das habitações. Não nos deixa ouvir o cantar do galo, o ladrar dos cães e a azáfama dos gatos a fugir na estrada. Mas ouvimos os grilos, os mochos e já começa a cheirar à lenha queimada que aquece as casas dos que vão resistindo à desertificação daquela localidade serrana no concelho de Castro Marim. Porém, foi à noite que conseguimos encontrar uma comunidade de vizinhos a lembrar os hábitos de outros tempos; em que juntos, em casa, abrigados do tempo invernoso partilhavam as preocupações, as convicções e lá labutavam afazeres que hoje são raridades; como é o caso das rendas, as lãs e da costura. Às sextas-feiras, entre as 19h e as 22h estão juntos para aprender novos ofícios, pelo prazer de passar o tempo de uma forma diferente. Patrícia de Brito, uma jovem formadora, tem também o prazer de se deslocar desde o litoral até à serra para ensinar artes decorativas a “pessoas maravilhosas” com quem também “se aprende muito”. E assim “não custam nada a percorrer os cerca de 60 km que faz. As senhoras e o senhor com quem tivemos oportunidade de conversar não escondem a felicidade daquelas três horas semanais no curso da Universidade do Tempo Livre (UTL) de Castro Marim. “Aqui passamos momentos diferentes”, declaram, mostrando os belos trabalhos que já vão conseguindo fazer. Artes decorativas que caem que nem uma luva para estas pessoas que anualmente recuperam a tradição do Mastro dos Santos populares. Aliás, são responsáveis pelo maior número de troféus do concurso concelhio, que este ano não sorriu para além de um terceiro lugar. E quem faz um mastro campeão tem apetência, concerteza, para aprender com as técnicas decorativas para tentar para o ano um mastro que recupere o primeiro lugar do pódio. Quem não quer ganhar!?... Restam 30 residentes

Estes formandos do curso de artes decorativas têm em comum o facto de estarem sempre disponíveis para participar na dinâmica que a Associação Recreativa e Cultural dos Amigos da Alta Mora (ARCDAA). Estão sempre na linha da frente quando se trata de participar nos Mastros, nos passeios pedestres, de BTT ou de Lua cheia que a associação organiza. “Se não fosse esta associação a Alta Mora já tinha morrido”, garante «Ti Hortense» que espera conseguir este ano convencer o núcleo de vizinhos a levar a cabo mais uma edição das «Janeiras». “Começámos o ano passado e seria muito bom continuar”. Esta nossa protagonista do «Histórias de Vida» conta que no ano passado contaram com a preciosa ajuda do já falecido Zé Pereira, do Cabaço, que forneceu algumas quadras típicas da Janeiras. Esta era também uma tradição perdida. Em 2011 Alta Mora fez-se representar por essa serra por cinco casais. Este ano muitas casas estarão, concerteza, à espera dos Cantares das Janeiras.


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D ES ENVOLVI ME N TO

“Na Assembleia da República desconhecem o país real” Francisco Amaral fala indignado da “décalage entre a politiquice e as necessidades do país real”. Não poupa críticas aos deputados na Assembleia da República, que, segundo afirma, “nada fazem para melhorar a vida dos portugueses”. entre Lisboa e o resto país, e entre o litoral e o Interior”. O Presidente do município de Alcoutim diz que “basta de tantas políticas erradas e de tanto apadrinhamento”, lançando duras acusações aos deputados que “criaram uma lei para limitar os mandatos dos autarcas, mas esqueceram-se que muitos deles estão na Assembleia da República desde o 25 de Abril de 74”. Fala também da lei que permite que os deputados da AR acumulem cargos empresariais, dizendo que tal promove “uma promiscuidade enorme no sistema”.

Autarca foi deputado eleito pelo Algarve apenas dois meses em 1999 Francisco Amaral fala como autarca, em exercício há cerca de duas décadas, mas, sobretudo, como ex-deputado eleito pelo círculo do Algarve para a Assembleia da República – cargo que exerceu apenas durante dois meses. Garante-nos em tom crítico e severo que “já naquela altura os senhores deputados de nada queriam saber do país real, rejeitando o papel de missão para o qual tinham sido eleitos”. É com sabor amargo que

se insurge contra a “décalage entre a politiquice e as necessidades de um país muito diferente daquele que os senhores deputados projectam a partir de Lisboa”. Francisco Amaral apenas se manteve dois meses enquanto deputado porque, afirma, não teve “estômago para aguentar tanta intriga política e tanto teatro”. Referindo-se “à falta de políticas concretas, correctas e à falta de Democracia de um sistema que cada vez mais agudiza o fosso

Deputado eleito em 1999 Francisco Amaral foi eleito deputado pelo Algarve no ano de 1999; numa altura em que a lei permitia que um autarca fosse eleito para tal cargo. Para “o exercer o melhor possível” decidiu suspender o mandato de presidente de câmara, conta-nos. Lembra foi o período profissional em que auferiu os rendimentos mais elevados, lamentando que o sistema permitisse que “só em subsídio de deslocação se ganhasse cerca de 400 contos mensais (hoje dois mil euros) , e por cada presença em

 Proposta de Estratégia para a promoção

Interior do Algarve não é prioridade no Turismo

Turismo de natureza, saúde e bem-estar de parte das prioridades da promoção turística do Algarve Tal como está bem explícito na nossa reportagem (págs. 8 e 9) os Gabinetes de Acção Local do Algarve uniram-se contra aquilo que consideram um “atentado” ao desenvolvimento do Interior do Algarve, nomeadamente no que

diz respeito ao Interior. Depois de ser dada a conhecer a proposta de promoção turística para 2012, em que os produtos prioritários são o sol, o mar, o golfe, o turismo residencial e o turismo de negócios. Ou seja, o turismo de natureza,

saúde e bem-estar é colocado de parte das prioridades numa altura em que são cada vez mais os movimentos em prol do Turismo de Interior e de Natureza. Onde há investimento privado, mas também público, nomeadamente através de projectos como a Via Algarviana ou o turismo em Espaço Rural, muitos deles apoiados no Interior através do programa PRODER. O presidente da câmara municipal de Monchique endereçou uma carta ao ministro da Economia e do Emprego exigindo que os produtos prioritários passem também pela oferta das potencialidades do Interior. Por sua vez o edil alcoutenejo, Francisco Amaral, em declaração ao Jornal do Baixo Guadiana, acredita que “se trata de um erro e que vai ser revisto”, diz o autarca que está contra a primeira proposta do Turismo de Portugal. Tratando-se de uma proposta poderá ser alvo de alteração; um volte-face a que autarcas, empresários e associações do Interior estão atentos.

comissões se ganhasse também mais dinheiro”. Ao JBG declara que se sentiu por tantas regalias “um verdadeiro parasita do Estado” e como “não tinha estômago para isso” decidiu abandonar a AR. Perante as mais recentes polémicas vindas a lume sobre as subvenções vitalícias dos governantes, lamenta “que estivessem até aqui tão escondidas”, classificando-as de “uma autêntica vigarice com os portugueses”. Sem papas na língua lamenta que “não há justiça para penalizar quem tem ao longo dos anos sacrificado os portugueses”. É da opinião que “Portugal não tem qualquer almofada para fazer face aos compromissos financeiros”, defendendo que cabe ao primeiroministro, Pedro Passos Coelho “falar a verdade e estabelecer uma boa comunicação com os portugueses. Ou Pedro Passos Coelho consegue transmitir para o povo que é um homem sério, honrado e honesto e capta o apoio dos portugueses, ou vamos ser uma outra Grécia”, avisa. Este autarca refere que “apesar do Algarve ser considerado na União Europeia uma zona rica é na sua grande maioria pobre”, afirma, remetendo para os três quartos da região que são serra e barrocal. Lembra que “desde os anos 60 que a serra algarvia está a envelhecer”, testemunhando que “ os que ficaram habituaram a defender-se perante tantas dificuldades”.

Estado corta 5% nas transferências Em 2012, o mapa de transferências para os 308 municípios estabelece uma verba geral de 2.284.034.410, quando no ano anterior receberam 2.397.864.673, ou seja, mais 4,7%. Mirandela, no distrito de Bragança, Lagos e Loulé, no de Faro, Nazaré, em Leiria, Sintra (em Lisboa) e Trofa (Porto), são os únicos concelhos que escapam aos cortes nas verbas a transferir pelo Estado. Do total dos 2,2 mil milhões de euros, os municípios recebem 1,7 mil milhões de euros que são relativos ao Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF), 140,5 milhões ao Fundo Social Municipal (FSM) e 391,4 milhões de euros das transferências de comparticipações no IRS a que têm direito. Os municípios do continente vão receber o total de 2,1 mil milhões, quando no ano passado as transferências representaram um total de 2,2 mil milhões de euros. O Estado vai ainda transferir 92,1 milhões (-4,5%) para os municípios dos Açores e 63 milhões (-4,9%) para os da Madeira.

Euro região comercial

As principais associações de comerciantes do Algarve, do Alentejo e da Andaluzia manifestaram a 10 de Novembro a intenção de criar uma associação sectorial no âmbito territorial da Euro-Região Alentejo-AlgarveAndaluzia, através da assinatura de um protocolo de intenção neste sentido. Na cerimónia, em Sevilha, Espanha, estiveram presentes os responsáveis máximos da Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL), da Associação Comercial, de Serviços de Turismo do Distrito de Beja (ACSTDB) e da Confederación Empresarial de Comercio de Andaluzia (CECA). De acordo com a ACRAL, uma euro-região constitui “um mecanismo orientado para a cooperação transfronteiriça entre duas ou mais regiões europeias em determinadas matérias ou áreas de actuação”. Segundo a associação de comerciantes algarvios, existem mais de 80 iniciativas deste género noutros âmbitos, as quais contribuem para “a sustentabilidade das políticas europeias de coesão”. Neste caso, pretende-se estabelecer as bases de colaboração para o desenvolvimento da euro-região tendo em conta o âmbito de competências específicas de cada uma das associações envolvidas. “Melhorar as sinergias, maximizar a obtenção de recursos de diversa índole, proporcionar um ambiente de compreensão mútua e promover a competitividade neste novo espaço mediante a criação de uma rede de cooperação para o desenvolvimento conjunto de projetos que fomentem uma colaboração mais próxima entre as empresas e a sociedade em geral em ambos os lados da fronteira”, são os objetivos. O protocolo definiu a criação de uma comissão de trabalho composta por dois membros de cada uma das associações signatárias que terá como principal objetivo avançar para o desenvolvimento do acordo de intenções. O presidente da ACRAL, João Rosado, afirmou que “esta colaboração transfronteiriça faz todo o sentido em termos de dinamização conjunta”. O acordo levará, por exemplo, à consolidação de um projeto que a ACRAL desenvolveu em parceria com a CECA, para a criação de uma central de compras transfronteiriça, de forma a que os comerciantes consigam “ter uma maior rentabilidade em termos de compra dos produtos”. A ACRAL tem cerca de quatro mil associados, a ACSTDB cerca de 1500 associados e a CECA cerca de 50000. “As sinergias criadas entre as três partes permitirão aumentar a competitividade dos comerciantes destas regiões”, rematou o dirigente associativo.


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D ESEN VO LVIMEN TO  A 24 de Novembro

Greve Geral “foi um êxito”, dizem sindicatos

O país ficou praticamente paralisado no passado dia 24 de Novembro com a Greve Geral. Os bloquistas avançam que se tratou da maior greve desde o 25 de Abril. O secretário-geral da UGT, João Proença, considerou um “êxito” a greve geral do passado dia 24 de Novembro e que, praticamente, paralisou o país ao nível da saúde, transportes e educação. O sindicalista afirmou que a adesão foi superior à realizada há precisamente um ano. Também o secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, saudou a “coragem e determinação” dos portugueses que aderiram à greve geral, considerando que a paragem por um dia foi feita “em grande esforço”, lembrando que sacrificou o rendimento dos trabalhadores que pararam em manifestação contra as polítcas de austeridade em Portugal.

“A maior greve desde o 25 de Abril” Jerónimo de Sousa (PCP) e Francisco Louçã (BE) foram os únicos líderes partidários a contactar com os piquetes de greve desde o início da paralisação. No balanço desta greve geral, o líder do BE afirmou que “foi a maior greve desde o 25 de Abril. Era preciso que fosse a maior greve para mostrar que

Greve Geral aconteceu a 24 de Novembro contra políticas austeras quem trabalha está a assumir responsabilidade contra a ganância, a oligarquia financeira que sacrifica todos para nos aumentar a dívida”, afirmou Francisco Louçã. Jerónimo de Sousa, por sua vez, destacou a “poderosa resposta à maior ofensiva desde o fascismo”. Uma greve que o secretário-geral do PCP diz ter sido “contra a exploração e o empobrecimento”.

Adesão modesta, segundo o Governo Para o Governo a adesão terá sido modesta, já que segundo os dados avançados pelo executivo, apenas cerca de 11% dos trabalhadores da função pública terão aderido. Contrapondo, as duas centrais sindicais, acusam o Governo de “não ter rigor nenhum”.

Cavaco promulga portagens Comissão de Utentes da Via Infante (Algarve) lamentou que o Presidente da República tenha promulgado o diploma que introduz a cobrança de portagens nas SCUT, e promete avançar com uma providência cautelar para travar as taxas na A22. Em declarações à agência de notícias Lusa, João Vasconcelos disse que a promulgação do diploma “só demonstra que o senhor Presidente da República não quis ouvir as preocupações” das populações. Vasconcelos assegura que a Comissão de Utentes da Via Infante de Sagres “tem já preparada uma providência cautelar que será apresentada assim que for conhecido o teor do documento” que introduz as portagens naquela via que atravessa longitudinalmente o Algarve. “Iremos utilizar todos os meios legais para evitar a cobrança de portagens na A22, e levar a nossa luta até às últimas consequências”, asseverou. Para João Vasconcelos, as portagens naquela via “irão prejudicar e asfixiar economicamente” o Algarve, região que não tem estradas alternativas e “bastante afectada” pela crise económica. “A requalificação da estrada nacional 125 ainda não está concluída.” As portagens entram em vigor já no dia 8 de Dezembro.

Está a chegar Televisão Digital Terrestre O processo de transição da televisão analógica para a televisão digital terrestre (TDT), ou seja, o sinal que recebemos em nossa casa para ver televisão, vai ser diferente a partir já de 2012. É preciso adaptar às novas tecnologias. Com a entrada em vigor da TDT será necessário comprar equipamentos para continuar a ver os quatro canais da televisão gene-

ralistas. Saiba quais e quem pode beneficiar de comparticipação na compra: A partir do ano de 2012 inicia-se

Será necessário comprar equipamentos para continuar a ver os quatro canais da televisão generalista

o processo de transição da televisão analógica para a televisão digital terrestre, ou seja, o sinal que recebemos em nossa casa para ver televisão, vai ser diferente, por isso será necessário comprar um descodificador para continuar a ver televisão de forma gratuita. No entanto apenas será necessário comprar esse equipamento caso a sua televisão não tenha as seguintes referências: DVB-T e MPEG4/H.264. Pode encontrar estas indicações no manual de instruções do equipamento. A TDT vai cobrir todo o território português, porém, como existem locais onde a recepção do sinal é fraca ou inexistente, será necessário equipamentos específicos para receber o sinal da TDT complementar ou DTH, que consiste na transmissão do novo sinal via satélite. Assim, a DECO informa que existirão descodificadores específicos para a TDT e para a TDT

complementar, e como tal é importante certificar-se em qual das duas se encontra a sua residência. Pode confirmar esta informação através do site TDT.Telecom ou através do número 800 200 838 (chamada gratuita). Pode encontrar o equipamento para a TDT em qualquer loja de venda de equipamento electrónicos, entre os 40€ e os 60€, os equipamentos para a TDT complementar ou DTH apenas estão disponíveis nas lojas da PT e o preço de um descodificador é de 77 euros. Como estes preços podem ser demasiado elevados para alguns portugueses, existirá um apoio para alguns grupos específicos da população, designadamente os beneficiários do Rendimento Social de Inserção, os reformados ou pensionistas com rendimentos inferiores a 500€ mensais, pessoas com grau de deficiência comprovado igual ou superior a 60% e as Instituições de comprovada valia social.

«Perto

da

Europa»

Quer mudar-se para um país da UE? Para obter as informações necessárias bastam dois cliques A Comissária europeia dos Assuntos Internos, Cecilia Malmström, lançou o Portal da Imigração da UE, um sítio Web com informações práticas para os estrangeiros interessados em mudar-se para a UE. O novo sítio web destina-se também aos imigrantes que já se encontrem na UE mas que gostariam de mudar de um país para outro. O portal fornece informações específicas para cada categoria de migrantes quanto aos procedimentos aplicáveis em matéria de imigração nos 27 Estados-Membros. Cinco novos serviços públicos em linha transfronteiras A Comissão Europeia vai apresentar um conjunto de cinco novos serviços públicos em linha . Nas suas fases-piloto, os cinco projectos já demonstraram benefícios concretos tanto para os cidadãos, como para as empresas e os organismos públicos. Por exemplo, um dos projectos dá aos estudantes estrangeiros acesso a serviços em linha oferecidos pelas universidades (inscrição em linha, acesso a cursos e sessões de tutoria em linha, acesso a infra-estruturas informáticas, etc.) em cinco países (Portugal, Espanha, Itália, Áustria, Estónia). «Madrinhas» para apoiar empresárias A Comissão Europeia lançou uma nova rede europeia de mentoria para apoiar empresárias através da partilha do saber fazer e da experiência. Na Europa, as mulheres não representam mais de 34,4% dos trabalhadores por conta própria. Para aumentar esta percentagem, mulheres de negócios bem sucedidas irão apoiar empresárias que criaram uma nova empresa nos últimos dois a quatro anos. Os mentores prestarão a estas novas empresárias um aconselhamento pragmático sobre a forma de gerir e consolidar as respectivas empresas na fase crítica inicial, acompanhando-as neste processo e ajudando-as a adquirir as competências sociais necessárias. A rede cobre 17 países europeus e conta com a participação de 170 mentores.

Centro de Informação Europe Direct do Algarve Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Faro tel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 279 europedirect@ccdr-alg.pt

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D ESENVOLVI ME N TO

Jovens juntam-se aos idosos para «Vencer o Tempo» Há cerca de 20 jovens a ocupar o tempo de uma forma diferente no concelho de Vila Real de Santo António. Dedicam-se a acompanhar os idosos que agradecem momentos de partilha e de combate à solidão.

Madalena Matos acompanha há cerca de dois meses a senhora Diamantina de 85 anos Madalena Matos tem 19 anos e frequenta o 12.º ano no curso de animação sócio-cultural, na escola Secundária de Vila Real de Santo António. Integrou há cerca de ano e meio o projecto «Vencer o Tempo nas Sete Cidades», e desde que soube que o objectivo passava por ajudar a combater a solidão dos mais idosos disse «Sim» como resposta pronta para seguir numa iniciativa que tem tudo a ver com esta jovem. “Desde muito jovem que sei que a minha vida passa por ajudar os outros”, diz-nos. No âmbito do projecto da câmara municipal vilarealense tem a seu cargo a senhora Diamantina e o senhor Manuel. Ambos estão durante o dia na «Casa do Avô». Revela-nos que com a senhora Dia-

mantina tem uma relação mais estreita e sabe que para esta idosa tem sido “uma boa ajuda para ultrapassar os momentos difíceis de luto pelo marido que perdeu há cerca de seis meses”, contextualiza. “Os idosos precisam muito dos jovens”, lembra esta jovem que perdeu uma avó quando tinha nove anos. Tendo sentido muito a sua perda “quis sempre estar junto dos mais idosos” como forma de recuperar o tempo. “Eu posso acompanhá-los, mas eles também me ajudam bastante, confessa-nos emocionada. Apesar de não ter sido Madalena quem escolheu os idosos que acompanha, estes estão a ser uma agradável surpresa. Visita os seus idosos duas vezes por semana e

contactam-se também muito via telefone “até porque o tempo por vezes é cruel e não chega para todos”. Por outro lado, prontamente nos explica que poderia “ir a casa dos idosos aos quais estou dedicada, mas significaria que estaria a invadir o espaço deles e eu não quero isso”, revelando-nos que nesta amizade que estabeleceu com a senhora Diamantina e o senhor Manuel quer “dar tempo para ganharmos a confiança necessária e sincera para desenvolvermos mais actividades em conjunto, bem como partilhar mais momentos”. Madalena diz que encontra na relação com os mais velhos encontra “o carinho sincero, inocente, experiências de vida”, contando

Campanha de recolha de material ortopédico em VRSA No âmbito do Banco de Ajudas Técnicas (BAT) é dada resposta social na área da saúde no município de Vila Real de Santo António. O Banco de Ajudas Técnicas (BAT) de Vila Real de Santo António realiza desde o passado mês de Novembro a primeira campanha de recolha de material ortopédico. A iniciativa que se prolonga até Dezembro visa a angariação de equipamento ainda em bom estado, que possa ser reutilizado por pessoas residentes no concelho que sofram de perda de autonomia, estejam em situação de dependência temporária ou permanente, e não possuam recursos para adquirir este tipo de bens. Com esta campanha, a autarquia espera aumentar a quantidade e diversidade de material existente

no Banco de Ajudas Técnicas, sendo desta forma possível responder a um maior número de solicitações e aumentar a variedade de equipamentos ortopédicos. Podem efectuar doações todas as entidades colectivas ou cidadãos em nome individual, bastando para isso contactar a Divisão de Acção Social da autarquia, através do telefone 281 510 085.

Resposta Social na área da saúde O Banco de Ajudas Técnicas é uma resposta social da autarquia de VRSA que promove a cedência temporária

ou definitiva de equipamentos na área da saúde, mobilidade e higiene, apresentando-se como uma solução adaptada a diferentes necessidades. A valência permite não só apoiar os munícipes durante o tempo que necessitarem do equipamento, mas também ampliar a oferta de aparelhos ortopédicos nas instituições, beneficiando os utentes. Entre os equipamentos disponibilizados pelo serviço, encontram-se cadeiras de rodas de adulto e criança, camas articuladas e andarilhos. Decorreram também sessões de esclarecimento em Novembro, no âmbito das valências do BAT e da campanha de recolha de material ortopédico.

que tem oportunidade de partilhar visões distintas sobre o que pensam sobre a vida. “Uma das lições de vida que já aprendi é o amor que pode haver entre um casal, como houve com a senhora Diamantina e o seu marido. Fez com que eu olhasse para os meus com mais força”, conta. Esta não é a primeira experiência que Madalena Matos está a trabalhar com os idosos. Gere as novas relações a partir da sua personalidade, mas também pela experiência que adquiriu desde há três anos no âmbito de projectos camarários e do currículo escolar. Quanto mais contacta com os idosos mais Madalena convicta está de que o seu futuro “passará por ajudar os mais carenciados, seja de que ordem e faixa etária forem”,afirma esta jovem que ao nível superior ambiciona seguir o curso de «Intervenção Sociocultural».

Idosos agradecem Para a senhora Diamantina Martins, 85 anos e antiga mestra de costura, este projecto vencer o Tempo “é muito bom por permitir novas relações de amizade com gente jovem”, diz-nos. Com a jovem Madalena conta que estabeleceu uma “amizade de certa modo inesperada e que está a crescer de uma forma muito bonita”. Esta idosa gosta de partilhar experiências de vida e de ouvir os mais novos. A sua vida passou-a muito em casa, com a mãe e com as meninas da costura, não tendo podido experienciar muitas mais outras vivências. “Nunca esperei fazer uma amizade nesta idade, mas está a ser muito boa toda esta iniciativa e posso agora contar com a companhia da querida jovem Madalena”, testemunha.

Magusto entre idosos e jovens

No passado dia 11 de Novembro juntaram-se aos idosos da Casa do Avô de Monte Gordo os utentes da Casa do Avó de Vila Real de Santo António e da Santa Casa da Misericórdia de VRSA. Uma festa a reavivar uma tradição com organização do projecto «Vencer o Tempo». A vereadora da Acção Social, Sílvia Madeira, lembrou que “este dia serviu para um momento de convívio entre pessoas que antes se contactavam, mas que há muitos anos não se viam”. Foram ditos poemas originais, contaram-se de anedotas e todos dançaram. De referir que o projecto «Vencer o Tempo» consubstancia-se numa iniciativa em prol de uma sociedade integrativa dos idosos. Decorre através de actividades entre gerações. Mensalmente comemoram-se os aniversários dos idosos e dos jovens, sendo que vão ser escritas as histórias de vida dos idosos abrangidos pelo projecto. “Para além das actividades previstas pela Organização Mundial de Saúde estamos a tentar tornar a relação entre idosos e jovens mais calorosa”, remata Sílvia Madeira que sob o seu pelouro coordena o projecto.

VRSA mantém baixa nas taxas para Urbanização A autarquia de Vila Real de Santo António decidiu, em reunião de Câmara, prolongar, por um ano, a redução das taxas aplicáveis no âmbito do Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação, de forma a estimular o crescimento no sector da construção e tornar mais vantajosas as condições de investimento no concelho. Nesta sequência, a Câmara vilarealense irá continuar a aplicar um desconto de 80 por cento no valor da compensação financeira pela não cedência de áreas para espaços verdes e de utilização colectiva ou equipamentos de utilização colectiva devidos ao município pelo licenciamento das operações urbanísticas com impacte ou semelhantes a loteamento. Caso se trate de uma operação urbanística cujo objecto seja a criação de um estabelecimento hoteleiro cuja categoria seja de, pelo

menos, quatro estrelas, ou qualquer outra actividade económica que se comprometa a criar, pelo menos, 15 postos de trabalho em permanência, os descontos nos valores das taxas ou compensações financeiras irão ascender aos 40 por cento. As operações de natureza urbanística não destinadas a equipamentos turísticos beneficiarão ainda de desconto de 20 por cento para todas as taxas, à excepção das já mencionadas. Até ao final deste ano, encontra-se também em vigor um regime de descontos do volume no abastecimento de água e recolha de águas residuais domésticas fornecidas pela SGU, EM SA aos consumidores não domésticos, com a finalidade de aumentar a competitividade das actividades económicas instaladas em VRSA.


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COLUNA CULTURAL

C ULTUR A

Alcoutim – Terra com História

A presença humana no território correspondente ao concelho de Alcoutim poderá remontar ao Paleolítico Médio, uma vez que, recentemente, foram descobertos vestígios arqueológicos deste período na freguesia do Pereiro. É provável que a fixação das populações humanas se tenha dado a partir do Neolítico, como podemos depreender pelos megálitos que se encontram espalhados um pouco por todo o concelho. Também as necrópoles da Idade do Bronze e do Ferro apontam para a continuidade da ocupação das comunidades humanas no território. Do período romano existem vestígios arqueológicos que atestam a existência de comunidades organizadas, sobretudo na zona litoral, onde se encontram os melhores terrenos agrícolas. Neste sentido, o rio Guadiana desempenhava um papel fundamental como via de penetração nos territórios a norte, assim como no escoamento de produtos de e para o Mediterrâneo. Também a presença visigoda está atestada em Alcoutim. O sítio arqueológico junto à localidade ribeirinha do Montinho das Laranjeiras, a cerca de oito quilómetros a sul da vila, aponta para uma continuidade de ocupação visigoda neste espaço originalmente romano. A presença islâmica em Alcoutim ficou registada não só na toponímia, como também numa centena de sítios identificados até ao momento. A conquista cristã teve lugar no reinado de D. Sancho II e terá ocorrido entre 1238, ano em que foi conquista Mértola, e 1239, ano da conquista de Ayamonte. O foral, concedido por D. Dinis, data de 9 de Janeiro de 1304 e viria a ser reformado por D. Manuel em 20 de Março de 1520. Nos finais do séc. XV, Alcoutim tornou-se num condado dos marqueses de Vila Real. A família Meneses, que deu origem a diversos governadores de Ceuta, manteve este condado de Alcoutim até ao séc. XVII, quando os seus bens foram integrados na casa do infantado. A verdade é que a constituição de Alcoutim não pode ser distanciada da sua posição geoestratégica, comercial e militar. Contudo, depois das lutas liberais do séc. XIX em que a vila é ocupada pelos miguelistas, Alcoutim acaba por perder essa posição estratégica e militar e é incorporada nos concelhos vizinhos. O concelho, reorganizado desde finais do séc. XIX em cinco freguesias, apresenta-se hoje como um interessante espaço de lazer para apreciadores do património natural, histórico e cultural. Fernando Pessanha

Formador «História Local» - CEPHA/UALG

Homenagem a Hélio Rodrigues Realizou-se no dia 12 de Novembro, na casa da Marioneta em Vila Real de Santo António, a homenagem a Hélio Rodrigues, através da apresentação de uma adaptação da obra «Mal Amado». Tratou-se de uma homenagem levada a cabo pelos responsáveis pela Associação «Boneco Sabichão – Casa da Marioneta Bónus Frater», que dá seguimento ao projecto idealizado e criado em 2006 pelo falecido professor. A tarde foi mágica na casa da Marioneta e contou com a homenagem de familiares, amigos e companheiros da profissão, da cultura e da atitude cívica que tanto caracterizava Hélio Rodrigues.

A obra literária «Mal Amado» foi alvo de adaptação de um excerto, sendo que em 2012 deverá ser apresentada no Centro Cultural António Aleixo a adaptação de toda a obra. Maria José Capela, presidente da Associação «Boneco Sabichão», recorda que “a ideia de homenagear o professor Hélio Rodrigues surgiu há bastante tempo” e que contou com “uma interessante participação de gente jovem, que em palco encarnou as personagens da obra literária”. De referir que esta Associação surgiu em Vila Real de Santo António há cinco anos com o professor Hélio Rodrigues e tem agora conti-

nuidade com a equipa encabeçada pela, também, professora Maria José Capela. Têm sido realizadas diversas actividades junto da comunidade. “Realizámos um programa de férias escolares juntos dos mais novos da, criamos actividades de fim-desemana e aqui são dados workshops de marioneta”, conta a responsável que está “muito satisfeita” com a adesão das pessoas a este projecto de cultura. A associação «Boneco Sabichão – Casa da Marioneta Bónus Frater» tem a porta aberta diariamente a partir das 17h e aos sábados de manhã. Diariamente há espaço para a leitura, para as histórias, manuseiam-se marionetas e visionam-se filmes.

Fado é Património Imaterial da Humanidade

Decisão marca nova história do Fado

Homenagem começou com a partilha de memórias numa homenagem ao criador da «Casa da Marioneta»

Os mais jovens preencheram também esta cerimónia Excerto de «Mal Amado» foi adaptado para teatro

«A Estrela»: teatro para os mais pequenos A Associação «II Acto Produções Artísticas» está em fase de produção de mais um espectáculo. Desta vez a pensar no público mais jovem; a partir dos 4 anos de idade. Trata-se da adaptação do conto «A Estrela», um dos mais famosos contos do autor português contemporâneo Virgílio Ferreira. O conto vai ser transformado num

musical infantil que se traduz, como no original, numa história com muita moral. A oportunidade de trabalhar este conto surge da direcção musical do espectáculo, tal como nos explica o produtor da associação, Diogo Chamorra. “Foi o professor José António Rosa que nos propôs trabalharmos este conto”. Segundo este produtor

o espectáculo promete muita dança, canto e teatro protagonizados por um elenco de jovens. O espectáculo tem estreia marcada para o Centro Cultural António Aleixo. No dia 14 de Janeiro subirá ao palco às 22 horas e no dia seguinte às 16 horas. Um espectáculo para crianças a partir dos quatro anos de idade.

O fado é Património Imaterial da Humanidade, segundo decisão tomada durante o VI Comité Intergovernamental da Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). O anúncio foi feito a 27 de Novembro. A 28 Portugal acordava com a notícia! «A partir deste momento, o fado é reconhecido como um Património de toda a Humanidade, um valor inestimável no presente e uma herança cultural importante para as gerações futuras», lê-se numa mensagem de Cavaco Silva, Presidente da República. Também o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, afirmou em comunicado que a distinção da UNESCO ao Fado dá aos portugueses «alegria [...] numa altura em que Portugal necessita como nunca de notícias positivas». Num comunicado enviado à Lusa, Francisco José Viegas diz que esta decisão irá «contribuir para que as atenções do mundo se voltem para um dos emblemas da nossa cultura e do nosso talento». Retomando o início desta candidatura, é de referir que o antigo presidente da câmara de Lisboa Pedro Santana Lopes, lançou a ideia de candidatar o fado a Património Imaterial da Humanidade e escolheu os fadistas Mariza e Carlos do Carmo para embaixadores da candidatura. A candidatura foi aprovada por unanimidade pela câmara de municipal de Lisboa no dia 12 de Maio de 2010 e apresentada publicamente na Assembleia Municipal, no dia 01 de Junho, tendo sido aclamada por todas as bancadas partidárias. No dia 28 de junho de 2010, foi apresentada ao Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e formalizada junto da Comissão Nacional da UNESCO. Em Agosto desse ano, deu entrada na sede da organização, em Paris. O Comité científico desta candidatura foi encabeçado por Rui Vieira Nery.


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CULTURA & LAZER

«Os Segredos do Natal»

VII Encontro de Academias de Baile Espanhol A comunidade raiana de Vila Real de Santo António não perde oportunidade para ver baile espanhol. Ainda mais quando a organização do espectáculo está a cargo de uma associação local. No passado dia 29 de Outubro o Centro Cultural António Aleixo, em Vila Real de Santo António,com assistência ávida para ver baile espanhol. O evento teve como principal objectivo a aproximação das várias

escolas de dança que existem em Portugal, assim como na vizinha Andaluzia.”Este é um certame que se organiza geralmente no inicio do ano, contudo e devido ao período critico que atravessamos este ano

só foi possível efectiva-lo no final de Outubro”, explica a Associação Cultural de Dança Espanhola de Vila Real de Santo António, organizadora do evento que conta com o apoio da câmara municipal.

Tendo por objectivo celebrar o espírito do Natal, lembrar os valores como a amizade, a fraternidade e o desejo de paz no mundo, a câmara municipal de Castro Marim, assinala a quadra natalícia junto das crianças do concelho com «Os Segredos do Natal». Na segunda semana do mês de Dezembro, mais de 500 crianças das escolas do ensino pré-escolar e 1º ciclo do concelho vão descobrir “Os Segredos do Natal” que se escondem atrás de 25 janelas e a porta de uma casa, construída para o efeito, que traz consigo mensagens de esperança, lindas canções, belos

A câmara municipal de Castro Marim, assinala a quadra natalícia junto das crianças do concelho

Organização do certame foi da Associação Cultural de Dança Espanhola de VRSA

  AG E N D A C U LT U R A L   EVENTOS

Alcoutim Procissão de Nossa Senhora da Conceição 08 Dezembro Alcoutim Concerto de Natal 17 Dezembro, 17h30 Igreja Matriz de Alcoutim Org. ATAS Apoio CM Alcoutim Baile popular 17 Dezembro Clube Desportivo de Vaqueiros Natal Sénior 19 Dezembro Alcoutim Noite de Natal com Teatro e Ceia para Idosos 24 Dezembro Giões - Associação Grito d’Alegria Festa de Fim de Ano em Giões 31 Dezembro Associação Grito d’Alegria Festa de Fim de Ano no Pereiro 31 Dezembro JF Pereiro e Futebol Clube Estrela Pereirense

Castro Marim

Sessão esclarecimento «Vendas Agressivas» 5 Dezembro, 15h Biblioteca Municipal

Excursão Circo de Natal, Coliseu Lisboa 08 Dezembro – Freguesias Azinhal e Castro Marim 18 Dezembro – Freguesias Odeleite e Altura

Apresentação livro «O DN Jovem - Entre o Papel e a Net: história e memórias de uma transição», de Helena de Sousa Freitas 6 Dezembro, 18h30 Biblioteca Municipal

«Casa do Natal» 10 de Dezembro a 6 de Janeiro inauguração 16h Org. J. F. Castro Marim

Tertúlia no Baixo Guadiana «Partilhar e ser solidário», pelo JBG 9 Dezembro, 17h30 Biblioteca Municipal

VRSA Presépio Gigante 6 Dezembro a 8 Janeiro Centro Cultural António Aleixo Exposição fotográfica «Chaminés e platibandas de VRSA» 6 a 30 Dezembro Biblioteca Municipal Aldeia de Natal 2011 Até 26 Dezembro Música, Magia, Carrosséis, Insufláveis, Brinquedos, Air Bungee, Mercadinho de Natal Praça Marquês de Pombal Apresentação Livro «Memórias da minha vida» de José Alexandre Pires 3 Dezembro, 16h30 Biblioteca Municipal

poemas, chaves mágicas e, como não podia deixar de ser, presentes. Percorrendo as escolas do concelho, a “Casa do Natal” e a equipa da Secção Infantil da Biblioteca Municipal transportam a cor e beleza natalícias, criando momentos de animação e interacção que perdurem na memória das crianças. Para a Câmara Municipal, «Os Segredos de Natal» têm por finalidade, despertar a sensibilidade das crianças para os ideais do Natal como a união, a partilha, a solidariedade, através de pequenos desafios que apelem à curiosidade dos mais pequenos.

DECO

Teatro «Pestanejar» 9 Dezembro, 21h30 Centro Cultural António Aleixo Ciclo de concertos para famílias – Orquestra do Algarve 10 Dezembro, 18h Centro Cultural António Aleixo Espectáculo «Abraço de Natal» pelo Clube de Teatro “Cenas e Figuras” da EB Monte Gordo 15 Dezembro, 15h30/21h30 Centro Cultural António Aleixo Clube de leitura «Livros Mexidos» Tema - “Contos de Natal” 15 Dezembro, 18h Biblioteca Municipal Audição de Natal do Conservatório Regional VRSA 16 Dezembro, 21h Centro Cultural António Aleixo

POR CÁ ACONTECE

Concerto de Natal na Ermida de Santa Rita 17 Dezembro, 18h Concerto Natal Banda Filarmónica da Associação Cultural VRSA 17 Dezembro, 19h Igreja Paroquial VRSA Festa de Solidariedade e Proximidade (Programa Integrado de Policiamento de Proximidade) 20 Dezembro, 15h Centro Cultural António Aleixo Passagem Ano 2011/2012 Entrada Livre Dia 30 Vide Versus – 22h Paulo Gonzo – 23h15 Dj Flip D´Palm – 01h Diego Miranda – 03h Local: Monte Gordo Dia 31 Duo Reflexo – 21h30 Uns&Outros – 23h Fogo-de-artifício – 00h Baby Lores – 00h15 Dj Nuno Dourado – 02h Dj RA – 04h Local: Monte Gordo “Us da Vila” – 22h Cê Barros – 00h Local: Praça Marquês de Pombal

Tertúlia «Partilhar e ser Solidário» O Jornal do Baixo Guadiana volta no dia 9 de Dezembro com mais uma tertúlia mensal. Com horário marcado pelas 17h30 na Biblioteca Municipal Vicente Campinas em Vila Real de Santo António as tertúlias do JBG são assíduas, e no mês de Natal, e em tempos de crise acentuada, o mote é pela solidariedade. O mensário do Baixo Guadiana reúne participantes em torno de assuntos como o ser solidário e partilhar com aqueles que nada ou pouco têm.


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C ULTUR A  P’la Escola de Acordeão local LIVROS

por Carlos Brito

José Cruz - a sair das brumas O novo livro de José Cruz, intitulado «BRUMAS DE BARRA» tem, quanto a mim, como primeira virtude a de nos mostrar de corpo inteiro o seu autor. Ali temos o cidadão inquieto e interventor, o homem de cultura preocupado com os destinos da espécie e do planeta, com uma curiosidade infinita pelos avanços da ciência e, sempre, o poeta inspirado que reflecte e comenta tudo isto no «hábito do verso», de que falava Jorge Luís Borges. Foi esta primeira e forte impressão que me levou ao título que escolhi para esta nota de leitura: José Cruz - a sair das brumas. E assim é. Logo num dos primeiros poemas previ-nos: «Há nos silenciosos voos orbitais/ das estações/ farpas de vendaval», mas sossega-nos, dizendo: «Os papiros estão/ entre as novas gentes/ egípcios/ das civilizações futuras». Um pouco mais à frente denuncia a «aquilina nave» que «olho por olho/ hoje oprime/ ocupa/ humilha/ desespera/ em nome do seu deus». É por isso que, num outro poema desta parte inicial do livro, lança o apelo veemente: «Tempo futuro/ vem visitar o meu tempo/ esclarecer esta indignidade/ pôr a nu a ignomínia». Na mesma toada assinala: «De repente/ o que foi nosso recua/ o que é viscoso/ caminha/ o que é angústia/ perpassa». Mas o poeta não desespera e garante-nos: «O azul desmaiado do céu/ é a esperança/ do retorno breve». Num outro poema, intitulado «Nova Era», revela toda a sua confiança no futuro, cantando: «Abrem-se as portas dos tempos/ não há lamentos/ tudo nos seduz». Ao longo do livro, José Cruz combina de forma comovente «o pessimismo da inteligência e o optimismo da vontade», como dizia António Gramsci. Esta ondulação, própria da barra mesmo quando não há brumas, realiza-se ao longo do livro com uma notável maturidade formal, evidente nos versos que citámos, mas muito forte também nos poemas mais líricos, como no poema «Lençóis Desertos», ou no poema «Guadiana», em que nos diz: «Sentado nas tábuas do meu passado/ molhos os pés na água morna do rio». Com igual qualidade trabalha a ironia em vários poemas, como naquele com que termina o livro e eu esta nota de leitura: «Em ano de eleição/ a minha rua/ leva um banho de alcatrão. / Nos outros não.»

Diva do Acordeão homenageada em Castro Marim Foi mágica e de muita emoção a tarde do passado dia 27 de Novembro. O auditório da biblioteca municipal de Castro Marim encheu-se para ver e ouvir a grande diva do acordeão. Eugénia Lima, aos 85 anos, toca e encanta. Sabedoria e generosidade de uma senhora que após 81 anos de carreira ainda fica nervosa cada vez que pisa o palco.

Escola primária de Farelos cedida a associação local A câmara municipal de Alcoutim e a Associação de «Amigos de Farelos e Clarines» assinaram um protocolo de colaboração que estabelece que a antiga escola primária dos Farelos será agora usada como sede da associação. Mediante o protocolo, os “Amigos de Farelos e Clarines” comprometem-se a conservar e preservar o edifício e a dinamizar o espaço com eventos recreativos, culturais e desportivos. O edifício da escola primária acolhe há já alguns anos o núcleo museológico «Tecer e Usar», que agora ficará sob a responsabilidade da associação e mais facilmente visitável. A entrega deste espaço à associação «Amigos de Farelos e Clarines» integra-se na política de apoio e incentivo às associações do concelho, no sentido de potencializar o desenvolvimento cultural e desportivo das povoações. Escrito sob novo acordo ortográfico

O espectáculo de homenagem a Eugénia Lima foi organizado pela Escola de Acordeão de Castro Marim e teve o patrocínio da câmara municipal A Escola de Acordeão de Castro Marim homenageou no passado dia 27 de Novembro Eugénia Lima, a das maiores acordeonistas portuguesa de sempre; com um espectáculo memorável que teve início às 16 horas e que se prolongou por cerca de quatro emotivas horas. Em palco, para o espectáculo de homenagem à embaixadora do acordeão na Europa e no mundo, estiveram grandes acordeonistas como Catarina Brilha, Francisco Conceição, Leonel Mateus, João Pereira, José Cláudio, Miguel Pereira, Sérgio Conceição e Silvino Campos, cabendo à homenageada Eugénia Lima, encerrar esta tarde mágica de sons e emoções em Castro Marim. Eugénia Lima nasceu há 85 anos, em Castelo Branco. Com apenas 4 anos de idade, no Teatro Vaz Preto, na sua cidade natal, iniciou uma carreira notável no acordeão, esse instrumento sublime da música portuguesa que os anos e as actuações em Portugal e no mundo consagraram. Autora de mais de 200 composições gravadas por 50 albúns, Eugenia Lima recordou a sua carreira, as aventuras de artista e as glórias. Uma senhora generosa que em palco executou cerca de 30 minutos e deslumbrou os presentes. Da Beira Baixa esta senhora diz ter um coração algarvio e ao longo da tarde recordou a sua passagem pela região e as famosas actuações no concelho de Castro Marim. Refira-se que Eugénia Lima é diplomada, com o Curso Superior de Acordeão na Categoria de Professora, pelo Conservatório de Paris e o seu nome figura no Dicionário Mundial de Mulheres Notáveis. Do seu inve-

jável palmarés como acordeonista constam vários prémios e distinções dos quais se destacam o Diploma Honorífico em 1984, atribuído pela União Nacional de Acordeonistas de França, a medalha de Mérito Cultural em 1986, no Dia Mundial da Música, atribuída pelo ministro da

cultura, o grau de Dama da Ordem Militar de Santiago de Espada em 1980, conferido pelo Presidente da República, General Ramalho Eanes, e o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, atribuído pelo Presidente da República, Dr. Mário Soares.

Grito d’Alegria tem nova direção A Associação Grito d’Alegria foi a votos. Maria Carolina Rodrigues foi eleita para a direção, como presidente, e Odília Teixeira dos Reis, votada para vice-presidente. A Assembleia Geral é presidida por Maria José Teixeira e o Conselho Fiscal por Fernanda Maria da Palma. A eleição terminou sem votos contra, entre os 69 sócios presentes. A Associação Cultural e Recreativa dos Amigos de Giões, a «Grito d’Alegria» tem dinamizado a vida nesta aldeia. As Festas Anuais, o 1º de Maio e a passagem de ano, são algumas das comemorações de destaque da associação, que tem somado sucessos. *Escrito sob novo acordo ortográfico

Município castromarinense prestou homenagem a Eugénia Lima

Aos 85 anos cumpre 81 anos de brilhante carreira com elevado egado

Concurso de Árvores de Natal em material reciclado O Clube Desportivo de Vaqueiros (CDV) organizou um concurso de árvores de natal, em material reciclado. Os trabalhos entregues têm entre 1,50m a 2m e o material usado é resistente às condições climatéricas da época, uma vez que o Clube pretende, nos meses de Dezembro e Janeiro, fazer uma exposição de rua itinerante. Os trabalhos foram entregues entre dia 1 de Novembro e 3 de Dezembro e agora os concorrentes estão ansiosos por saber a sua qualificação, sendo que vão ser entregues prémios aos melhores trabalhos.


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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2011

PASSATEMPO S

Autor: João Raimundo

Quadratim - n.º 90 O momento não é fácil para a maioria dos Portugueses, nomeadamente pelas medidas negativas e prejudiciais para a economia e melhoria de vida dos cidadãos que os membros do Governo têm decidido. Mesmo assim, e dentro das possibilidades existentes de cada um, se as houver, tenham Boas Festas e um Óptimo 2012. Pelo caminho correcto do Quadratim vá ao encontro de um «Feliz Natal»!

Jogo da Paciência n.º 96

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11) Romãzeira 12) Figueira 13) Amendoeira 14) Nogueira 15) Cerejeira 16) Alfarrobeira 17) Damasqueiro 18) Cafeeiro 19) Marmeleiro 20) Limoeiro

6) Magnólia 7) Laranjeira 8) Pereira 9) Pessegueiro 10) Macieira

1) Eucalipto 2) Pinheiro 3) Azinheira 4) Sobreiro 5) Palmeira

“ÁRVORES, PLANTAS E FLORES”

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umas linhas para a alma “Compras online”

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´ Regras para uma boa fritura

A fritura é uma técnica culinária que utiliza a gordura como meio de transporte de calor, e é um processo rápido (minutos) devido às altas temperaturas a que esta se encontra. Sendo pouco saudável, deve ser utilizada apenas esporadicamente, no entanto, é possível tornar esta técnica culinária num “mal menor”; pode-se minimizar a absorção de gordura se se respeitarem algumas regras durante a fritura, tais como: 1. Utilizar apenas óleos e outras gorduras que resistam bem a altas temperaturas, sem se degradarem óleos ricos em gorduras monoinsaturadas e saturadas: azeite, óleo de amendoim e banha. 2. O volume de gordura utilizado deve ser pelo menos três vezes o do alimento. 3. Não utilizar um óleo que, depois de quente, comece a libertar cheiro intenso e fumo escuro. 4. Aquecer bem o óleo a 160º-180ºC, e introduzir o alimento apenas quando o óleo estiver na temperatura certa. 5. Sempre que possível, secar bem o alimento antes de o introduzir no óleo quente, para evitar que a água à superfície deste, faça baixar muito a temperatura do óleo. 6. Colocar pouca quantidade de alimento de cada vez, mais uma vez, para não diminuir a temperatura óptima do óleo. 7. Quando retirar o alimento, deixar escorrer bem o óleo na escumadeira e colocá-lo sobre papel de cozinha absorvente. 8. Nunca juntar nova gordura a outra que já foi aquecida. 9. Depois de arrefecer, filtrar cuidadosamente o óleo utilizado. 10. Não utilizar a mesma gordura mais de 3 vezes.

Ana Brás dietista

“Oiço falar das facilidades das compras online, no entanto não sei quais são os meios que tenho ao meu dispor caso aconteça algum problema.”

a GUADI apela

a DECO informa A compra e venda de produtos online é uma realidade cada vez mais frequente na nossa sociedade, por vários motivos, questões de comodidade, variedade ou pelo facto de o preço ser mais reduzido comparativamente às superfícies comerciais. No entanto, a DECO registou, até final de Setembro de 2011, 1.314 reclamações associadas a problemas com a venda de produtos na internet. A maioria das queixas incide sobre questões relacionadas com o atraso na entrega dos bens, mas também nos casos em que os bens não correspondem ao que comprámos. Considerando que o comércio electrónico é cada vez mais utilizado, os motivos para crer que as reclamações vão continuar a crescer são elevados. Assim, torna-se importante alertar os consumidores para os meios que tem ao seu dispor caso não fiquem satisfeitos com a compra que fizeram. Tratando-se de contratos à distância, a lei dá-nos a possibilidade de terminar o contrato dentro de um prazo mínimo de 14 dias sem pagamento de indemnização e sem necessidade de indicar o motivo. Se o contrato for resolvido dentro deste prazo, o fornecedor fica obrigado a reembolsar no prazo máximo de 30 dias os montantes pagos pelo consumidor, e este fica obrigado a conservar os bens de modo a poder restituí-los ao fornecedor. Noutro aspecto, o fornecedor deve dar cumprimento à encomenda no prazo de 30 dias a contar do dia seguinte àquela em que o consumidor lha transmitiu, sendo que, caso haja indisponibilidade do bem ou serviço encomendado, o fornecedor deverá informar do facto o consumidor e reembolsá-lo, no prazo máximo de 30 dias, contados a partir do conhecimento dessa indisponibilidade. Caso se verifique algum incumprimento destas normas, o consumidor deverá reclamar junto da ASAE, a quem cabe a fiscalização destas práticas comerciais.

Susana Correia jurista

Adopção NIB da Guadi para donativos - 0035 0234 0000 6692 1300 2 Caixa Geral Depósitos GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283 Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328 Contactos: 964773101 e 968079025 guadivrsa@hotmail.com/ http://associacaoguadi.blogspot.com FACEBOOK


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C O LAB O R AD O R ES A Crise A Crise p´ra se afirmar Bateu todas as portas, Mas só conseguiu entrar Em casa dos idiotas. Traz o rosto macilento Atrás do bioco escondido, Mas deixa escapar o fedorento Bafo da boca parido. Vai batendo devagar Com um cínico a sorrir; Pergunta se pode entrar, Entra, não volta a sair. Não dá tréguas um segundo; Os espertos vão-se safando E os parvos batem no fundo A ver os biltres medrando. Modo de vida indecente, Mas ainda há quem nos avise, Haver por aí muita gente Vivendo à custa da crise. Mandam o cinto apertar Até ao último furo, E a barriga a dar-a-dar, Já encosta ao osso duro. O «Zé» não aguenta E jura por sua fé, Que a Crise que o apoquenta, Só corrida a pontapé. Manuel Palma

Tenência terra amiga Aos catorze anos de idade Na flor da mocidade Deixei Guerreiros do Rio Senti grande saudade Mas recebi a amizade De um povo com muito brio. Era novo e já cantava Todo este povo alegrava Havia boa convivência Ia versando e cantando Ao mesmo tempo bailando Com as moças da Tenência. Nos lindos dias de verão No conhecido Porto do Carvão O sítio das caldeiradas Apanhar peixe e comer Nunca mais vou esquecer Essas tardes bem passadas. Grande desgosto senti Quando para longe parti E foi tão grande a distância À Tenência vou voltar Para melhor recordar Os dias da minha infância. Henrique Roberto

Paixões da minha terra As muralhas do Forte estão fixas Não olhando para o passado além Mas hoje podemo-nos orgulhar Obra que devemos a alguém O passado tem a sua história A sua riqueza tudo importa A maior obra neste momento É que conseguimos uma nova porta Para maior seguimento da obra Vamos seguindo a sua traça Não vamos perder a carreira Desta vez queremos tudo de graça Lá diz o velho ditado Daqui veremos tudo pronto Dando prazos para as obras Só temos que ficar gratos. António V. Severo Martins

Será a vida um mal, ou é um bem? - Procuro a toda a hora a explicação - De existir o honesto e o ladrão O opulento e o que nada tem. Porque julgamos ser na vida alguém Neste limite frouxo da razão? Na vida, há tanta contradição Que p’ra nascermos, sofre a nossa mãe! Passamos neste mundo desvairados Como uma fila imensa de forçados Sempre a pensar na vida, esse mistério...

Terá o tempo voltado para trás? Sim! De algum tempo para cá Retornam ao campo, que felizes são Na cidade, andam quase alinhados, No campo não, desfraldados! É alegria, pisam outro chão Quatro paredes caiadas Depois de… são estas as recomendadas Casa de fora, quarto e cozinha Ali, o quintal, a estrumeira Telha de barro, paus, canas, sem goteira Já não é senhora, sim vizinha Casa de fora, mesa e quatro cadeiras Também um espelho que beleza Cozinha, mais preta que branca À noite! Osgas sim, até demais De manhã a chilreada dos pardais Tudo isto encanta O quarto, muito apertado O penico, este não é de barro, esmaltado Depois de ir ao bacio, por cima dele passou Um pingo, no rosto dele roçou Marequita chovinhou? Não! Foi a xoxita que pingou Que bonito que tudo isto vai ser Estudam tanto, outras oportunidades vão ter Não sabem, mas manda calar Não precisam saber, apenas falar bem Os outros? Todos parvos, sem eles passamos bem Ei-lo de novo o… Não vos vou ralar. Manuel Tomaz

Em Lisboa findou. Num suspiro terminou. Nem disse nem falou. Resignando-se, abalou. Enorme pensador Cativava a amizade Nobre, ouvidor Abominava a vaidade.

Maria Felicidade Viegas

Tempo de apanhar amêndoas As amendoeiras não dão só flor Dão boas amêndoas com muito sabor Nascidas no frio, secas com o calor Dão muito trabalho, não têm valor… As amêndoas caem pró solo, Solo fossado dos javardos Eu digo: que desconsolo! Quando me pico nos cardos

Para Onde Nos Levam

Senhor Marcelino

Finitude

Sozinhas estão as ladeiras Juntas com a bicharada Terras bravias e soalheiras Pouco férteis, não dão nada Junto ao pé duma amendoeira Uma perdiz os filhotes criou Deitou a monte naquela ladeira Os cascarões ali os abandonou

Castro

Casa mui branquinha Numa casa mui branquinha Nasci à beira do monte Corria água cristalina Que brotava de uma fonte Que feliz eu fui aí Com o amor de meus pais São tempos de saudade Que não voltam nunca mais À porta havia um freixo Dava sombra muito fresca Quantas vezes no verão Ia lá dormir a minha sesta Perto havia um moinho Guardo a recordação! Em tempos idos, levam o trigo Depois faziam o pão

A diferença entre nós e as perdizes: Elas são aves, vivem em bando Cantam, correm, esvoaçam, são felizes Lá ia moendo o trigo Com suas velas ao vento Nós somos felizes de vez em quando Hoje só restam memórias De tão belos e lindos tempos Somos seres humanos e egoístas Cada vez mais independentes Dos valores restam-nos as pistas As quais percorremos já indiferentes No vale já nasce a grama Que está a querer verdejar Fazendo inveja à ladeira Que a erva deixou secar Mas junto ao pé da amendoeira Ainda está fresca a cama Aonde a lebre se vai deitar Ali dorme calmamente Se o cão a não farejar Na cama de pasto quente A lebre se vai deitar

Para as minhas brincadeiras Tinha os amigos à espera A cadelinha Janota E a gata Genoveva O Manoel era velho e coxo Gato muito malandrão! Meteu-se numa aventura Mas aprendeu a lição Junto à casa havia Uma velha coelheira E lá foi o bichano Cometer mais uma asneira. Mal sabia ele… Que lá estava à espreita Não comeu os coelhinhos Mas ficou com a coelheira!

Perdiz, coelho ou lebre São filhos da soalheira Pisam qualquer alqueve E vão beber à ribeira São filhos da liberdade E do ar puro da serra Chiam, berram à vontade Também são filhos da terra. Anjos p. Silva

Foi assim que me criei Numa paz muito querida Mais tarde é que aprendi As amarguras desta vida. Uma Castromarinense


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CARTÓRIO NOTARIAL DE OLHÃO

Rua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c,

Notário Lic: António Jorge Miquelino da Silva Certifico narrativamente para efeitos de publicação que por escritura de 04 de Outubro de 2011, exarada a folhas 36 do livro de notas deste Cartório número 84 – A, José da Palma Dias e mulher Maria Jacinto Dias Ribeiros da Palma, casados sob o regime da comunhão geral, naturais da freguesia e concelho de Alcoutim, residentes na Rua da Marialva, n.º 55, Vale de Milhaços, freguesia de Corroios, concelho do Seixal, contribuintes fiscais números 157 616 819 e 121 827 941, declaram-se donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, do prédio rústico, sito em Cercado, freguesia e concelho de Alcoutim, composto de amendoeiras e cultura arvense, com a área de seiscentos e oitenta metros quadrados, a confrontar de Norte com José da Palma Dias, do Sul com via pública, do Nascente com Maria Peres Gomes e do Poente com António José Galrito e outro, inscrito na matriz, em nome do antepossuidor José Rodrigues, sob o artigo 264 secção 078, com o valor patrimonial tributável de sessenta e oito euros e sessenta e nove cêntimos, igual ao atribuído, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim. Que entraram na posse do referido prédio, já no estado de casados, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escrito que em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta, fizeram a José Rodrigues e mulher Bárbara de São Bento Rosa Abril, casados sob o regime da comunhão geral, residentes na Aldeia de Vila Nova de São Bento, concelho de Serpa, ela já falecida; e que sem qualquer interrupção no tempo desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado eles, justificantes, na posse do referido prédio, colhendo os frutos e amanhando a terra, enfim, extraindo todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorarem lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme: Cartório Notarial de Olhão, sito na Rua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c, aos 04 de Outubro de 2011. A Colaboradora com competência delegada Ao abrigo do artº 8 do Dec.Lei nº 26/2004 de 4/02 (Natália Estêvão Gonçalves Cachaço Rocha) ON nº 222/2 Conta registada sob o nº 1983 / 2011 Jornal do Baixo Guadiana, 01 Dezembro 2011

CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL DO NOTÁRIO LICENCIADO JOÃO FARINHA ALVES

Agradecimento António Marcelino 25/06/1938 – 11/11/2001 Esposa, filha, família e amigos de António Marcelino vêm desta forma demonstrar um especial agradecimento a todos os que acompanharam o seu ente querido em vida e até à sua última morada. A todos um muito obrigado.

JOSÉ ANTÓNIO CAVACO N: 24/05/1933 F: 28/09/2011 A esposa e toda a família de José António Cavaco agradecem a todos os que o acompanharam à sua última morada. Ag. Funerária de Martinlongo Filial de S. Brás tlm. 917568923

Certifico narrativamente que, por escritura vinte e seis de Outubro do ano de dois mil e onze, lavrada de folhas trinta e cinco e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número cento e cinquenta e dois-A, deste Cartório, JOSÉ ANTÓNIO MARQUES, segundo declarou, natural da freguesia e concelho de Alcoutim, casado com ALICE DOS ANJOS MARQUES sob o regime da comunhão geral de bens, residentes habitualmente na Rua Xavier Santana, CCI mil novecentos e vinte e sete, Lau, Palmela, contribuintes fiscais, respectivamente, números 115072659 e 115072640, justifica ser dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrém, de um prédio urbano composto de edifício de rés-do-chão, para habitação, com a superfície coberta de quarenta e dois metros quadrados, e logradouro com a área de trinta metros quadrados, situado em Cercado, na freguesia e concelho de Alcoutim, que confronta do Norte com Herdeiros de Joaquim Romão, do Sul com Manuel Rodrigues Portimão, do Nascente com via pública, e do Poente com Manuel Martinho, que se encontra inscrito sob o artigo 823, da freguesia de Alcoutim, com o valor patrimonial de 4.030,00€ constando como titular do referido artigo matricial Joaquim Marques Romeira (cabeça-de-casal da herança de). Que, no tocante ao registo predial, não se encontra descrito na Conservatória do registo Predial, não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim. ESTÁ CONFORME. Cartório Notarial de Setúbal, do Notário Lic. João Farinha Alves, aos vinte e seis de Outubro do ano de dois mil e onze. O Notário, (Lic. João Farinha Alves) Conta nº 304

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Dezembro 2011

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia dois de Novembro de dois mil e onze foi lavrada neste Cartório, de folhas cento e vinte e dois a folhas cento e vinte e quatro verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Dezassete - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: António Henriques Pereira Dias e mulher, Maria Rosa Vitorino Pereira Dias, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia e concelho de Mértola, ela da freguesia e concelho de Alcoutim, residentes em Santa Marta, Alcoutim, contribuintes fiscais números 118 095 218 e 118 095 226, e pelos outorgantes foi dito que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, todos localizados na freguesia e concelho de Alcoutim, não descritos na Conservatória do Registo Predial daquele concelho: a) Prédio rústico sito em Pedentes, composto por amendoeiras, cultura arvense de sequeiro, figueiras, oliveiras e citrinos, com a área de vinte e cinco mil quatrocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Manuel José Guerreiro, a Sul com Herdeiros de José Martins Sequeira, a Nascente e a Poente com Maria Rosa Vitorino Pereira Dias, inscrito na matriz rústica sob o artigo 10, da secção 015, com o valor patrimonial tributável de 2.694,88 euros; b) Prédio rústico localizado no Sítio da Quebrada, composto por alfarrobeiras, amendoeiras, cultura arvense, mato, oliveiras e ribeiro, com a área de dezoito mil quinhentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte e Poente com Rita Martinez Celorico Palma Lapa, a Sul com José Cavaco Henriques e a Nascente com linha de água, inscrito na matriz rústica sob o artigo 1, da secção 031, com o valor patrimonial tributável de 868,04 euros; c) Prédio rústico sito na Cerca dos Álamos, composto por alfarrobeiras, cultura arvense e leitos de curso de água, com a área de mil metros quadrados, a confrontar a Norte com Isabel Cristina Campos Palma Gregório, a Sul e a Nascente com Manuel José Guerreiro e a Poente com barranco, inscrito na matriz rústica sob o artigo 4, da secção 031, com o valor patrimonial tributável de 362,69 euros; d) Prédio rústico sito na Calçada, composto por amendoeiras, cultura arvense de sequeiro, figueiras e oliveiras, com a área de trinta e dois mil seiscentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Herdeiros de José Martins Sequeira, a Sul com linha de água, a Nascente com Manuel José Guerreiro e a Poente com António Henriques Venâncio, inscrito na matriz rústica sob o artigo 4, da secção 002, com o valor patrimonial tributável de 1.491,70 euros; e) Prédio rústico sito na Calçada, composto por amendoeiras, cultura arvense de sequeiro e oliveiras, com a área de quatrocentos metros quadrados, a confrontar a Norte e Nascente com José Cavaco Henriques, a Sul com Maria José Guerreiro Venâncio e a Poente com António Henriques, inscrito na matriz rústica sob o artigo 13, da secção 002, com o valor patrimonial tributável de 120,61 euros; f) Prédio rústico sito no Cerro do Poço, composto por amendoeiras, cultura arvense de sequeiro e oliveiras, com a área de cinco mil novecentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte e Poente com Manuel Afonso, a Sul com caminho público e a Nascente com via pública, inscrito na matriz rústica sob o artigo 52, da secção 017, com o valor patrimonial tributável de 791,76 euros; g) Prédio rústico sito em Cunhada Grossa, composto por amendoeiras e cultura arvense de sequeiro, com a área de dois mil duzentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Maria Rosa Vitorino Pereira Dias, a Sul com Zona de Caça Turística “Monte Vicentes”, a Nascente com João Miguel Vitorino Dias e a Poente com caminho, inscrito na matriz rústica sob o artigo 154, da secção 017, com o valor patrimonial tributável de 101,00 euros; h) Prédio rústico sito em Furragial, composto por amendoeiras e cultura arvense de sequeiro, com a área de dois mil setecentos e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte e Poente com Maria Rosa Vitorino Pereira Dias, a Sul com João Miguel Vitorino Dias e a Nascente com via pública, inscrito na matriz rústica sob o artigo 152, da secção 017, com o valor patrimonial tributável de 162,45 euros; i) Prédio rústico sito na Cova Funda, composto por cultura arvense, com a área de trinta mil e quatrocentos metros quadrados, a confrontar a Norte com Elisiário Pereira Henriques, a Sul com Manuel Correia Rita, a Nascente com caminho público e a Poente com Maria Custódia Cavaco Pereira Romana, inscrito na matriz rústica sob o artigo 2, da secção 018, com o valor patrimonial tributável de 1.178,64 euros; Que atribuem aos referidos prédios os respectivos valores patrimoniais, calculados para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, pelo que somam os mesmos o valor global de sete mil setecentos e setenta e um euros e setenta e sete cêntimos. Que o prédio identificado em a) lhes pertence, por o terem adquirido por compra verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa, a António Henriques e Maria Joaquina, casados sob o regime da comunhão geral, e residentes em Santa Marta, na dita freguesia de Alcoutim, ela já falecida. Que os prédios identificados de b) a g) lhes pertencem, por os terem adquirido por doação verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa no ano de mil novecentos e noventa, pelos pais do primeiro outorgante marido, António Dias e Maria Custódia Pereira, casados que foram sob o regime da comunhão geral, e residentes em Santa Marta, na dita freguesia de Alcoutim, ele já falecido. Que os prédios identificados em h) e i) lhes pertencem, por os terem adquirido por compra verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa no ano de mil novecentos e noventa, a João Pereira, solteiro, maior, residente em Santa Marta, na dita freguesia de Alcoutim. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, arando suas terras, colhendo os seus frutos, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado os modos de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original.

Castro Marim, aos 2 de Novembro de 2011. A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/1, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 01.02.2011, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 16/11 Factura / Recibo n.º 2450

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DESPORTO

Alta Mora já está no mapa do BTT Futebolândia crónica

Olá e sejam bem-vindos a mais um Futebolândia! Esta edição foi escrita dentro de uma caixa de segurança, já que está tanto na moda! No clássico, no Estádio da Luz, as claques do Sporting - e não os adeptos comuns (porque adeptos comuns não fazem coisas daquelas), ficaram instalados dentro de uma caixa de segurança e o que se viu foram cadeiras a arder. Nem parece Portugal! Ficou demonstrado que pessoas “enlatadas” num espaço reduzido nem sempre as coisas correm bem e, ao mesmo tempo, ficou também demonstrado que algumas claques deste país não deveriam estar dentro de uma caixa de segurança, mas sim fora dos estádios. O futebol é uma coisa e ir ao futebol para partir e destruir o que é do outros é outra coisa completamente diferente...! Mas o mais grave de tudo isto é o “circo” que se monta em volta de cada vez que Sporting e Benfica se defrontam. Começa logo quando os dirigentes, de um e outro clube, começam a dizer “disparates” durante a semana que antecede o jogo e depois isso passa aos adeptos e é a “parvalheira” que se vê. Mas, polémicas à parte, o resultado foi 1-0 e o leão saiu como o leão branco do Victor Hugo Cardinali, que é mais mansinho que o Paulo Portas quando vai oferecer aventais nos mercados, isto quando há eleições! O F.C. do Porto vai aguentando com Vítor Pereira no comando técnico azul e branco. Vamos ver se até ao Natal o presidente portista não manda o Bobby e o Tareco atacar! Até à próxima, e apelo que se deixem de caixas de segurança! Eusébio Costa, radialista e licenciado em ciências da comunicação eusebiocosta@live.com.pt

Valter Matias, Presidente da Associação Recreativa e Cultural dos Amigos da Alta Mora (ARCDAA) pôs na estrada a primeira maratona de BTT da Alta Mora

Humberto Fernandes

13 de Novembro foi o dia em que a associação Associação Recreativa e Cultural dos Amigos da Alta Mora (ARCDAA) pôs na estrada a sua primeira maratona de BTT. Numa altura em que muitas associações baixam os braços à organização deste tipo de eventos, devido à conjuntura actual, a ARCDAA demonstra a coragem de quem luta, idealiza e cria. Em estreita cooperação com a Associação Roda Activa, recentemente criada, surge este passeio de BTT inserido nas comemorações de São Martinho, realizando-se em paralelo com o já credenciado Passeio Pedestre da Alta Mora, que este ano contou com mais de uma centena e meia de participantes. Nesse dia encoberto, mas com ausência de chuva, fomos ao encontro do presidente da Associação organizadora do evento, Valter Matias, que nos falou da ARCDAA e fez um balanço deste 1º passeio de BTT realizado na aldeia da Alta Mora, freguesia de Odeleite. JBG : Como surgiu esta ideia do passeio de BTT? VM: Para além dos passeios pedestres, que têm sido a nossa principal actividade este ano, também por procura de alguns participantes na área do BTT, optámos por realizar este 1º passeio. JBG: A organização de um evento deste tipo já era uma ideia antiga? VM: No início da associação, inclusivé, fizemos um pequeno passeio com menos participantes, algo só ao nível dos sócios e sempre tivemos em mente fazer alguma coisa com maior dimensão e este ano surgiu esta oportunidade conjuntamente com a Associação Roda Activa, que tem uma outra experiência no terreno que nos faltava. Este era um passeio com dois percursos distintos, um primeiro com pouco mais de 20 quilómetros que era guiado, e um segundo de andamento livre de 42 quilómetros, apoiados no terreno por cerca de 25 membros da organização, assim como pelos Bombeiros Voluntários de Alcoutim. JBG: Qual é o balanço 2011? VM: É extremamente positivo; contámos com meia centena de participantes que se

mostraram satisfeitos com a organização e nos deram os parabéns, mesmo com uma ou outra falha, o que nos deixa contente. JBG: Com que apoios contaram para a realização deste passeio? VM: Contamos com o apoio logístico da câmara municipal de Castro Marim e da junta de freguesia de Odeleite, assim como da colaboração das pessoas da terra. Para além destes tivemos a parceria com a Associação Roda Activa BTT de Castro Marim e dos Bombeiros Voluntários de Alcoutim. JBG: A organização deste evento é para manter nos próximos anos e nesta data? VM: Embora as coisas estejam muito difíceis, e nem sempre tenhamos a disponibilidade de todos os sócios, isto porque a organização não é só o dia do evento tem toda uma fase de preparação prévia que envolve muito trabalho. Gostávamos de manter este evento nesta data, já que temos outras de bastante relevo noutras datas, agora em Janeiro temos o passeio TT de Jipes, em Abril o Peddy Paper e assim por diante, o que torna esta data a mais adequada para uma boa organização.

Centro de Marcha e Corrida de VRSA iniciou actividades O Centro de Marcha e Corrida (CMC) de Vila Real de Santo António conta já com 30 pessoas que iniciaram a época desportiva em Outubro. Aberto a toda a comunidade, um dos objectivos do CMC é apoiar todos os munícipes que regularmente praticam a marcha ou corrida não orientada, e que pretendam ser aconselhados de modo a tirar mais proveito do seu treino. O centro presta acompanhamento técnico às segundas, quartas e sextas, das 18h30 às 20h. “Pretende-se que o apoio seja feito em função de uma avaliação inicial, que permitirá direccionar o plano de treino de acordo com as características de cada praticante”, explica Carlos Afonso responsável na autarquia por este projecto. Existem também sessões de treino orientadas, conforme a seguinte programação: - 2ª e 4ª feira, Marcha e/ ou Corrida - 6ª Feira, Treino de Força

«Tri» Manuel Ferraz nas X Milhas do Guadiana Manuel Ferraz, do Clube Desportivo Areias de S. João, ganhou a 20.ª edição das X Milhas do Guadiana, prova de atletismo disputada a 6 de Novembro entre Vila Real de Santo António e a cidade espanhola de Ayamonte. Ferraz completou os cerca de 16 quilómetros com o tempo de 54:36 minutos, deixando na segunda posição o seu companheiro de equipa Jorge Varela (55:41). O espanhol Miguel Beltran (Arco Íris San Juan) completou o pódio, ao terminar na terceira posição com o tempo de 55:46 minutos. A primeira entre as mulheres foi a veterana Clare Elms (Dulwich Road Runners), que cortou a meta com o tempo de 1:07:53 horas.

JBG: Qual a vossa ambição como organização de maratonas BTT? Ambicionam trazer uma prova da taça regional de BTT até Alta Mora? VM: Na área do BTT ainda temos muitas coisas em aberto, mas com a criação desta nova associação de BTT em Castro Marim, esta parceria pode-nos levar a coisas mais ambiciosas, já que surge com uma grande dinâmica e vontade de desenvolver actividades em parceria e é com este tipo de cooperações que se consegue. Jornal Baixo Guadiana: Dirige uma associação que luta contra o despovoamento do Interior... VM: Sim, esse é um dos principais objectivos da nossa actuação. A nossa associação foi criada com o objectivo de dinamizar esta região do interior. Temos 8 anos de existência e tentamos organizar um grande leque de actividades que proporcione, dinamismo. Ao mesmo tempo tentamos evitar o despovoamento e desertificação desta zona serrana.

Há três anos que Manuel Ferraz arrecada o primeiro lugar na geral desta prova


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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2011

CM VRSA

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Presépio gigante em nome dos animais A Guadi – Centro de Animais, associação que tem por finalidade a defesa de animais abandonados no concelho de Vila Real de Santo António, é este ano a responsável pela montagem e manutenção do já tradicional presépio gigante de VRSA, beneficiando, em contrapartida, das receitas que vierem a ser geradas com as entradas. As entradas serão pagas este ano, mas por uma boa causa, assim a Guadi obtém algumas verbas para fazer frente às despesas com alimentação, cuidados de saúde e manutenção dos animais acolhidos no canil intermunicipal de Vila Real de Santo António e Castro Marim. Para cumprir esta meta, foi fixado um preço por entrada de 50 cêntimos, valor que, apesar de simbólico, permite ainda a realização de uma campanha de sensibilização para a problemática dos animais de estimação abandonados. O presépio gigante de Vila Real de Santo António vai estar patente ao público no Centro Cultural António Aleixo, entre os dias 6 de Dezembro e o dia 8 de Janeiro de 2012. Em média, é visitado por cerca de 60 mil pessoas, ocupa uma área de 160 metros quadrados e ascende às 3500 figuras. Nos termos do artigo 64.º, da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, na redacção que lhe foi dada pela Lei n.º5A/2002, de 11 de Janeiro, compete à câmara municipal, no âmbito da organização e funcionamento dos seus serviços, proceder à captura, alojamento e abate de canídeos e gatídeos, nos termos da legislação aplicável. A Guadi – Centro de Animais tem por finalidade a defesa de animais abandonados no concelho de VRSA, levando a cabo um conjunto de iniciativas para assegurar a manutenção do canil/gatil sem abate.

O Baixo Guadiana foi em Novembro alvo de homenagens. A Eugénia Lima, Hélio Rodrigues e Joaquim Moreira.

Há jovens dedicados à causa da terceira idade. O projecto «Vencer o Tempo» está a ser praticado.

Natal e Final de Ano chegam com um sabor amargo. Cortes nos subsídios e ordenados acompanhados de anúncios para um ano mais difícil em 2012. Sotavento Algarvio

Cartoon

ECOdica Procure alternativas para reduzir a despesa em época de crise. Na hora de comprar, é essencial já ter organizado uma lista de pessoas a quem comprar presente, depois é importante definir um preço máximo por cada prenda: estabeleça preços razoáveis e procure combinar com os outros membros da família valores-limite para que ninguém os ultrapasse. É possível pensar em alternativas de presentes feitos em casa. Se souber costurar e fazer malha, pode oferecer camisolas, toalhas, colchas, etc. Agendas e calendários são outra alternativa para quem tenha jeito para os trabalhos manuais.


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