JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2013 |
JORNAL DO
António Rosa Mendes
Baixo
1954 - 2013
Guadiana Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000
Jornal Mensal Ano 13 - Nº158
JULHO 2013 PREÇO: 0,85 EUROS
PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS
Manuel José aos 67 anos ainda tem muito para dar ao mundo do futebol
P5
TAXA PAGA
PORTUGAL CEM NORTE
canoísta pEDRO lOURENÇO DO gRUPO dESPORTIVO DE aLCOUTIM É VICECAMPEÃO NACIONAL
Município integra lista de localidades nacionais «Amigas das Pessoas Idosas»
Novas ferramentas de combate ao desemprego e Banco de Resgate do sobreendividamento
Grande Reportagem Pré-Escolar Itinerante em Alcoutim combate isolamento há 22 anos
Desde 1991 que o projeto «Pré-Escolar Itinerante» tem enquadramento pedagógico e administrativo e combate o isolamento e assimetrias educativas no concelho de Alcoutim. Esta é uma aposta do Ministério da Educação que conta com o apoio incondicional da câmara municipal alcouteneja. Já foram quatro educadoras a percorrer o concelho e agora apenas duas têm a seu cargo este projeto, sendo que apenas uma está no terreno. Enquanto houver uma criança isolada o pré-escolar itinerante estará de pé. Essa é a convicção das entidades que todos os dias abraçam a causa.
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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2013
ABERTURA
JBG
Editorial
* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico
Jornal do Baixo Guadiana Diretor: Carlos Luis Figueira Sub-Diretor: Vítor Madeira Chefe de Redação: Susana Helena de Sousa CPJ 9621 Redação: Antónia-Maria, Carlos Brito, Joana Germano, José Cruz Victoria Cassinello Colaboradores da Edição: Ana Lúcia Gonçalves Eusébio Costa Fernando Pessanha Francisco Amaral Gilda Pereira Humberto Fernandes João Conceição João Raimundo Maria Celeste Santos Pedro Pires Rui Rosa Associação Alcance Associação GUADI Associação Rodactiva Cruz Vermelha Portuguesa VRSA DECO NEIP Europe Direct Algarve - CCDRAlg e Associação Odiana Departamento Comercial: baixoguadiana@gmail.com e/ou joanagermano@gmail.com Sede e Redação: Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21 8950-909 Castro Marim Tel: 281 531 171 Fax: 281 531 080 966 902 856 baixoguadiana@gmail.com
Um dos centros da polémica política que se vem arrastando ao longo de meses tem sido protagonizada por professores e Ministro da Educação. Está em causa a dispensa de milhares de professores, a degradação das condições de ensino, a escola pública. A polémica arrastou-se desembocando numa greve aos exames, decisão que suscitou acalorado debate, centrado na oportunidade de tal greve se realizar em prejuízo de alunos e pais. Muito se escreveu sem conhecimento, atirando o odioso para uma classe que ao longo de anos vem sendo maltratada e desrespeitada pelo poder político e a quem lhe assiste mais que razões para protestar. A reportagem que lhe trazemos neste número sobre escola itinerante em Alcoutim destinada a alunos do pré-escolar cons-
titui um magnífico exemplo do que representa a escola pública, porque só ela cria condições a alunos, mesmo que isolados, a terem a oportunidade de receber formação. E porque assim é, sou conduzido a recordar o que significava há duas dezenas de anos atrás, quando o parque escolar neste concelho era praticamente inexistente, o sacrifício que representava para alunos pré-adolescentes, partir de casa às 6h da manhã e regressarem às 8 da noite, para poderem ter a possibilidade (que não a igualdade de oportunidades) de, com sucesso, prolongar a sua formação. A entrevista que neste número inserimos sobre a figura humana de Manuel José, o seu percurso de vida , marcado pelos variadíssimos êxitos obtidos enquanto treinador de futebol, trazem-nos o retrato de um homem que não esqueceu as suas origens e continua a manifestar com desassombramento o que lhe vai na alma, com a coragem que distingue os homens bons. Conheci bem o seu pai, destacado dirigente
sindical e lutador antifascista, bem como acompanhei o importante papel que desempenhou na criação de um único sindicato da indústria conserveira no Algarve percurso que conduziu à conquista de um horário de trabalho fixo de 8 horas e o direito a salário inscrito em contrato de trabalho. O mês de Junho termina com uma greve geral marcada pelas duas centrais sindicais, facto de relevo a evidenciar quanto fundo está o descontentamento que se verifica na sociedade. A retórica que se segue a estas manifestações de protesto sobre o seu valor e significado é recorrente. Importa talvez ter presente que embora centrada na participação dos trabalhadores do sector público e com menor adesão de quem trabalha no sector privado, tal não significa só por si que quem foi trabalhar estivesse contra a greve e os motivos que a justificaram. A reacção do Primeiro Ministro e do Ministro da Presidência sobre este direito constitucional, evidenciam na arrogância alguma falta de cul-
tura democrática, no momento em que é visível uma acumulação de tensões na sociedade. Os tempos são de inquietação e chumbo, resta saber se também de mudança e em que sentido. Para além da homenagem que lhe é justificadamente prestada nesta edição, deixo aqui, em nome pessoal, o meu pesar pelo desaparecimento do Dr. Rosa Mendes, personagem que acabei por conhecer melhor nas funções que desempenho e das quais resultou a organização de uma exposição sobre a história da cidade de VRSA que sob a sua direcção foi exposta ao público durante largos meses em vários locais do Centro Histórico e que agora vai ser reposta a ocupar em permanência boa parte da Rua da Princesa, na cidade pombalina, no âmbito do Projecto Jessica.
Carlos Luís Figueira carlosluisfigueira@sapo.pt
Vox Pop Que leitura faz das greves que marcaram o mês de Junho?
Propriedade: Associação Odiana Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21, 8950-909 CASTRO MARIM Tel: 281 531 171 Fax: 281 531 080 geral@odiana.pt Pessoa Colectiva: 504 408 755 Direção Executiva: Associação Odiana Design e Paginação: Rui Rosa Impressão: Postal do Algarve, Lda Rua Dr. Silvestre Falcão, nº 13 C 8800-412 TAVIRA Tel: 281 320 900 Tiragem desta edição: 3.000 exemplares Registo no ICS: 123554 Depósito legal: 150617/00 JBG ONLINE http://issuu.com/jornalbaixoguadiana e Facebook
NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos
Nome: Jorge Ferro Rosa Profissão: Professor de Filosofia R: Concordo com as greves. As greves só mostram que algo não vai bem. Devem ser feitas até que a tutela entenda de uma vez por todas que os seus princípios estão a ir contra aquilo que deve ser. Os professores fazem greve, mas o problema não é dos professores, mas sim do Ministério de Educação; se os alunos são prejudicados, a culpa é lá de cima e não dos docentes. O Ensino nunca esteve tão mal como agora e parece que não querem ver tais situações. Gente burra e estúpida é o que está mais distribuída por este País! Isto não pode continuar assim, o Ensino de qualidade é importante e não é o que se tem, será que o Nuno Crato não quer ver isso? Ou não lhe convém? O problema parte de lá e não dos professores... claro que o «Zé Povinho» não entende o que se vai passando. Em vez de culpabilizar os professores e ir fazer barulho para as Escolas, vá sim para o Ministério de Educação.
Nome: Vânia Munhoz Pedro Profissão: Formadora de Estética
Nome: Armando Caiadas Profissão: NR
Nome: Dina Romana Nogueira Profissão: Doméstica
R: As pessoas devem zelar pelos seus direitos mas sem prejudicar os alunos. Concordo com a greve dos professores, mas deveria ter sido feita noutra altura.
R: Sim, todos têm que lutar pelos seus direitos. Concordo com as greves.
R: Eu concordo plenamente, este Governo, é um rebanho de porcos de engorda, e o povo anda a sobreviver. Não sei qual será o futuro das crianças neste mundo… PUB
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CRÓNICAS Vitor Madeira
* Os autores não escrevem ao abrigo do acordo ortográfico
O insubmisso
Com a chegada do Verão, muitos portugueses e estrangeiros procuram o Algarve para uns merecidos dias férias de qualidade e em segurança, ou não fosse a nossa a região mais turística do país, a par da Ilha da Madeira. O que não é mesmo nada seguro, para quem nos visita nesta altura do ano, é circular na estafada e esburacada Estrada Nacional 125 que liga Lagos a Vila Real de Santo António, rebatizada de Estrada Regional 125, em especial no troço entre as Casas da Audiência e a Ribeira do Álamo no concelho de Castro Marim, onde o piso é uma manta de retalhos, de cujo pano original já resta muito pouco. Após vários anúncios dos gover-
O desleixo e a incúria das Estradas de Portugal na Estrada Regional 125 no concelho de Castro Marim nos de José Sócrates, realizados em tendas revestidas a alcatifas, quais apresentações de provas de fórmula 1, que custaram ao país centenas de milhares de euros, prometendo a requalificação da famigerada Estrada Regional 125, o resultado não foi além da construção de umas rotundas na zona de Vila do Bispo. Em 2012, quando já não era possível continuar a viver mais de narrativas fantasmagóricas e com o cutelo das portagens na Via do Infante sobre as nossas cabeças, última benfeitoria de José Sócrates ao Algarve, porque Portugal perdeu
a soberania financeira e ficamos sem dinheiro, o governo de Pedro Passos Coelho teve de suspender as obras da Estrada Regional 125. Não obstante, os continuados alertas da Câmara Municipal de Castro Marim à Estradas de Portugal S.A. sobre o estado deplorável do pavimento no troço Casas da Audiência / Ribeira do Álamo, o facto é que nada aconteceu e a ER 125 naquele local está quase intransitável, pondo em risco a segurança de pessoas e bens, ao mesmo tempo que constitui um péssimo postal ilustrado para uma região turística como é o Algarve. Em face do estado de desleixo
Francisco Amaral
Senhora Senhorinha Nos idos anos de 1985 conheci a Sra. Senhorinha, por indicação da Professora Célia. Tinha eu iniciado a aventura de organizar a primeira Feira de Artesanato de Alcoutim. Era na altura vereador da oposição. Entendia (e entendo ainda hoje) que ser vereador da oposição não é para “chatear ou mandar bocas”, mas sim para “vergar a mola”. As minhas férias, o meu carro, a minha gasolina, ao serviço da comunidade. Assim é que é bonito. E estimulante. Depois de um “forte” estímulo de um vereador do poder instituído –
“Realizar uma feira de artesanato? Isso é uma estupidez, já não há artesanato nenhum, não vale a pena, é tempo perdido e dinheiro gasto” (textualmente) – ganhei ainda mais alento. Agradeci logo o “estímulo”. O outro vereador, também do poder, não sabia o significado da palavra artesanato e chamava-lhe “sarnato”. Enfim, mãos à obra! Calcorreei com o meu “carocha” montes e vales, descobrindo artesãos e artesanato. Tudo genuíno. Uma grande parte desconhecidos do público em geral. O Sr. Gonçalves, cadeireiro, das Madeiras. O Sr. Veríssimo, também cadeireiro, do Fortim. O Sr. Marta, cesteiro de palhinha, do Fernandilho. O Sr. Henrique,
que fazia miniaturas em madeira, também do Fernandilho. O Sr. Ramos, que fazia artigos de cana, da Alcaria Queimada. O Sr. Tomás, sapateiro, de Giões. O Sr. Eugénio, que fazia miniaturas, de Martim Longo. O Sr. Virgílio, latoeiro, do Pessegueiro. O Sr. Faustino, das Cortes Pereiras, fazia esparrelas em miniatura. Os pescadores Raimundo, de Guerreiros do Rio, e Ti Emídio, de Alcoutim, etc, etc. E nos Penteadeiros fui encontrar a Sra. Senhorinha e o Sr.º Manuel Lopes. A Senhorinha no tear e o Sr. Lopes, na sua plantação de linho. Nunca tinha visto tal. A simpatia do casal irradiava. O entendimento entre eles era perfeito. A explicação das ativida-
e incúria a que a Estradas de Portugal votou este troço da Estrada Regional 125, no concelho de Castro Marim, como se os residentes e os turistas que circulam nesta via não contribuíssem para os 75% das receitas turísticas do país gerados no Algarve, importa questionar o Ministério da Economia e do Emprego, responsável pelo sector das obras públicas, se tem conhecimento desta situação. Em caso afirmativo, por que é que não mandou executar a reparação desta infraestrutura rodoviária e que medidas pretende vir a desenvolver para resolver um problema que é grave?
des, pormenorizada. A demonstração altamente profissional. Fiquei encantado. E acima de tudo a argumentação para os convencer a ir à feira foi desnecessária. A resposta foi imediatamente “Vamos!”. A maior parte dos outros disseram “só vamos porque é o Sr. Dr., senão não íamos”. Dizia-lhes “mas é para vosso bem, vimos buscalos, fazem a demonstração e o vosso negócio e ainda recebem pela vossa presença”. Bem, a maioria vinha fazer o favor ao Sr. Dr. de vir à feira… Não foi nada fácil organizar as primeiras feiras de artesanato. A ajuda monetária do IEFP foi de primordial importância. Contei com a ajuda dos jovens OTL (Ocupação dos Tempos Livres) e dos amigos de Alcoutim, onde pontificava o João Manuel, o José Tiago, o Abílio e outros. Mas o casal Gonçalves salientava-se pelo à vontade, pela simpatia que irradiava, pelo seu ar dócil. Apetecia sempre abraçá-los no peito, tal o
Porque não queremos que haja “O Algarve que o luar ilumina e o Algarve que o luar não ilumina”, como afirmou o saudoso jornalista Carlos Pinto Coelho, e porque ambicionamos uma região sustentável com futuro, exigimos que a Estradas de Portugal dê uma resposta urgente a esta questão no tempo certo, e que não tenha a displicência de, em pleno mês de Julho, época alta do turismo no Algarve, realizar qualquer intervenção a nível do pavimento naquele troço. Insubmisso69@gmail.com
carinho que despertavam. Sempre com um sorriso nos lábios. Nunca os vi zangados ou mal dispostos. Porventura, lá na vida deles tal aconteceu. No fundo, o ex-libris do artesanato da serra algarvia. Representavam o município de Alcoutim em vários eventos no Algarve, em Lisboa e fora do país também. Em qualquer feira que participassem, eram uma atração. O monte dos Penteadeiros foi sempre muito visitado por turistas que queriam ver ao vivo o casal. A Senhorinha foi a enterrar ontem e com ela uma parte do artesanato do nordeste algarvio. Obrigado Senhorinha, pelo que foi, por tudo o que fez pelo artesanato, por Alcoutim e, acima de tudo, pela simpatia que irradiava, pelo ar dócil e frágil, que apetecia sempre abraçar, como o fiz muitas vezes, e apertadinho, como aperta agora a saudade de o fazer de novo.
Fernando Pessanha
Foi-se um professor, um orientador e um bom amigo Completei o meu trigésimo terceiro aniversário no dia do funeral de António Rosa Mendes, meu professor, orientador e amigo. Para trás ficaram discussões acesas, marcadas por antagónicos e obstinados pontos de vista. Para trás ficaram aulas bem-dispostas, autênticas odes à eloquência da cultura. Para trás ficaram jantaradas regadas de gargalhadas, na companhia de outros
professores e de outros colegas das lides historiográficas. E são tempos que nunca mais hão-de voltar… Este professor era mais do que um mero pedagogo; era um verdadeiro amigo para os seus alunos. Certa vez, numa visita de estudo a Niebla, no âmbito do mestrado em História do Algarve, perguntou-lhe uma das minhas colegas: “O professor não tem filhos?”, ao que ele respondeu:
“Não, não tenho. Os meus filhos são vocês!”. Encontrei tamanha beleza na simplicidade desta resposta que nunca mais esqueci tais palavras… E a verdade é que o paternalismo que tão bem o caracterizava não se circunscrevia à sala de aula ou à universidade; acompanhava-nos nos desafios profissionais e até mesmo pessoais. O desaparecimento deste huma-
nista - que desde sempre pugnou na gesta em prol da fruição cultural no Algarve - é uma perda catastrófica e irreparável para a própria cultura algarvia. É certo que partiu demasiado cedo e que deixou um vazio profundo, porém, deixou-nos a sua obra. Falava Camões daqueles que “por obras valerosas se vão da lei da morte libertando”. Nesse sentido, o professor Rosa Mendes liber-
tou-se da lei da morte; conseguiu a imortalidade, obteve-a através do seu legado, através dos livros que escreveu, através dos seus ensinamentos. O pesar que senti com a sua partida dificilmente poderá ser expressado através de triviais tentames, de banais exercícios retóricos. Até sempre, professor. A saudade que fica não tem conta nem medida…
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EDUCAÇÃO&JUVENTUDE
Escola de Alcoutim ganhou concurso de gestão de resíduos no Algarve DR
Foram envolvidas todas as escolas da região algarvia, mas foi a de Alcoutim que saiu vencedora numa maratona de produção de resíduos recicláveis. Os resultados demostraram que a Escola de Alcoutim produz por aluno 6.96 kg de resíduos recicláveis. Um patamar que teve o máximo destaque no concurso «Vamos dar Vida aos Resíduos da Escola», promovido pela ALGAR e que englobou todas as escolas da região algarvia dos 2.º e 3.º ciclos. A Escola de Alcoutim foi a grande vencedora deste concurso,
que visava, entre outras atividades desenvolvidas, apresentar o melhor resultado ao nível da produção per capita no Ranking Escolas – Resíduos Recicláveis Recolhidos. Na sequência desta vitória a Escola de Alcoutim foi palco da conferência «Vida dos Recursos», organizada pela ALGAR a 5 de junho. De acordo com a entidade pro-
motora do concurso esta iniciativa permitiu “que se obtivessem respostas para questões como a quantidade, tipo de resíduos produzidos na escola e aspetos a melhorar na sua gestão, por forma a aumentar a eficiência do desempenho ambiental da mesma”. Em comunicado a câmara municipal de Alcoutim já felicitou os alunos e professores distinguidos.
Os esforços na escola de Alcoutim permitem que por aluno sejam produzidos 6,96 kg de resíduos recicláveis.
VRSA recebeu Escutismo em encontro de cidadania Alcoutim comemora 16 anos e participação juvenil do Algarve Entre 18 e 22 de Junho realizou-se em Vila Real de Santo António o «1º Encontro Internacional de Cidadania e Participação Juvenil do Algarve». Contou com a presença de académicos, dirigentes autárquicos, dirigentes associativos, entidades e especialistas em democracia participativa de diversos países da Europa. A organização foi da Cooperativa de Educação, Cooperação e Desenvolvimento, CRL «ECOS» que explica que o pretendido é que sejam abordados os diferentes desafios e oportunidades da participação cidadã a nível da governação local. A cooperativa está confiante que este “é um espaço de excelência para o debate, participação e partilha de conhecimentos e de exemplos de casos sobre diversos instrumentos de promoção da democracia
participativa na Europa”. No dia 20 realizou-se a «Conferência Internacional “Poder Local e Democracia Participativa em Tempos de Mudança». Na mesma tarde, em paralelo, teve lugar a última Reunião Regional do Algarve 2020 no Salão Nobre da Câmara de Vila Real com os vários parceiros regionais do projecto - autarquias, direcções, entidades, associações e jovens do Algarve - onde se explorou as possibilidades de continuidade do processo iniciado por este projecto. Estes encontros e conferências são, na perspetiva da ECOS “fundamentais para a partilha de instrumentos e de práticas inovadoras que promovam uma maior participação dos cidadãos e cidadãs no espaço de debate público e de tomada de decisão”.
No longínquo ano de 1994 o Padre Atalívio lançou o desafio para o Escutismo em Alcoutim. Durante dois anos os dirigentes fundadores Epifânio Vicente e Filomena Vicente embrenharam-se na formação para ingressar no CNE Corpo Nacional de Escutas - e, simultaneamente, iniciaram a preparação de um grupo de 30 jovens. Os primeiros escutas fizeram as suas promessas no dia 8 de Junho de 1997, em Alcoutim. Esta caminhada com 16 anos de vida. Ao longo deste ano os escutas de Alcoutim participaram ao nível regional no dia de «B. P.» a 23 de fevereiro e no acampamento regional de exploradores, em Paderne, nos dias 27 e 28 de abril, sendo que neste acampamento a Patrulha Águia classificou-se no grupo dos segundos classificados (Insígnia de Prata). Para os dirigentes dos escutas alcoutenejos “tem sido uma honra coordenar e contribuir para o pequeno agrupamento de escutas, observando o seu crescimento desde crianças até ao período
Ensino Superior
Universidade do Algarve não vai aumentar propinas em 2013/2014 O Conselho Geral da Universidade do Algarve (UAlg) vai manter o valor da propina para as licenciaturas do próximo ano letivo. A decisão foi tomada a 26 de Junho e o Conselho Geral aprovou, também, a não manutenção do Fundo de Apoio Social para 2013/2014. O Fundo foi constituído com o
aumento da propina adotado de 2011 para 2012 e destinava-se a apoiar os estudantes com carências económicas. O moderado sucesso deste Fundo determinou o seu encerramento. A manutenção do valor da propina anual - de 965 euros - e à semelhança do que foi adotado em várias
universidades públicas portuguesas, “foi decidido tendo por justificação a situação de crise por que passam as famílias portuguesas e a necessidade do Estado assegurar o seu compromisso, evitando que algum estudante fique de fora do ensino superior por carências económicas”, diz a UAlg em comunicado.
O padre Atalívio lançou o desafio para o escutismo em 1994 da adolescência”. A atual direção que ainda estarão presentes “em não deixa a promessa de dirigir mais algumas atividades escutispor mais 16 anos, mas acreditam tas nos próximos tempos”.
Férias dos jovens com muitas atividades As crianças e jovens estão já nas suas merecidas férias escolares. No Baixo Guadiana são diversas as iniciativas de cariz público que têm como objetivo ocupar os mais novos enquanto os encarregados de educação trabalham . Com modelos diferentes, mas com o mesmo objetivo as autarquias desenvolvem esforços para levar a cabo um calendário preenchido com atividades desportivas, lúdicas e pedagógicas. Em Castro Marim são «Férias Ativas», em Alcoutim «Férias Desportivas» e em VRSA «Férias em Movimento».
DR
Em Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António as autarquias promovem programas lúdico-desportivos para ocupar jovens
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LOCAL
António Rosa Mendes 1954 - 2013 O Algarve e a cultura portuguesa ficaram mais pobres com o falecimento, a 4 de Junho, do vilarealense António Rosa Mendes. Natural de Vila Nova de Cacela Rosa Mendes, 59 anos, investigador e professor universitário, foi presidente de «Faro Capital Nacional da Cultura» em 2005. Atualmente desempenhava o cargo de director da Biblioteca da Universidade do Algarve e era coordenador do curso de mestrado em História do Algarve e responsável pelo Centro de Estudos de Património e História do Algarve (CEPHA). Como social-democrata exerceu diversos cargos públicos, sendo presidente da Assembleia Municipal de Vila Real de Santo António entre 1985 e 1989 e vereador do mesmo município entre 1989 e 1993. Em 2009 foi mandatário da candidatura de Luís Gomes à câmara municipal de Vila Real de Santo António.
Centenas acompanharam Rosa Mendes até última morada O funeral do Rosa Mendes teve lugar a 6 de Junho no cemitério de Cacela Velha e contou com centenas de pessoas que quiseram estar presentes no último adeus. Amigos, familiares, colegas, população e admiradores deste homem da cultura e do conhecimento. Muitas foram as mensagens de pesar, tendo a Universidade do Algarve decretado três dias de luto académico. Em declarações aos jornalistas o reitor da Universidade do Algarve lembrou que “António Rosa Mendes era um Académico na verdadeira aceção da palavra. Um homem que gostava de dar aulas, que investigava, que documentava com muita profundidade tudo o que fazia. Era diretor da Biblioteca, função que desempenhava com muito gosto”. Por seu turno a delegada regional da cultura afirmou que ficou “um vazio, desde logo pessoal, e na cultura portuguesa”.
Dália Paulo sublinhou ainda que António Rosa Mendes “era uma voz credível, ativa e sobretudo, ouvida”, evidenciando a sua faceta humanista. António Rosa Mendes era “alguém completamente humano e que gostava do Homem”. Luís Gomes, presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, lembra António Rosa Mendes como um homem “brilhante e ímpar”, referindo-se ainda a um conterrâneo que considerava como “um prestigiado intelectual”. Pela relevância do seu papel no Algarve, em geral, e no concelho de Vila Real de Santo António, em particular a câmara municipal colocou a 5 de Junho a Bandeira Municipal a meia-haste e apresentou aos familiares as mais sentidas condolências. No dia do funeral, antes da cerimónia fúnebre final ouviu-se uma sentida salva de palmas a António Rosa Mendes.
Apelo para um acesso global ao conhecimento A última apresentação de um livro feita por António Rosa Mendes foi em Fevereiro na biblioteca municipal de Vila Real de Santo António. Tratou-se da obra «A Cidade Islâmica de Faro», de Fernando Pessanha que resultou de um trabalho de mestrado sob a sua orientação. Na ocasião as palavras do historiador ecoaram no auditório da biblioteca municipal Vicente Campinas quanto lembrou a importância da cultura, e do livro nomeadamente. Defendeu uma cultura de acesso livre e lembrou a importância de equipamentos como as bibliotecas. Nas palavras de A. Rosa Mendes as bibliotecas representam “a democratização da cultura e do conhecimento”, apelando ao acesso globalizado do conhecimento como ferramentas para “cada um pensar pela sua própria cabeça”. O JBG apresenta as mais sentidas condolências à família de António Rosa Mendes.
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LOCA L | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL *
ESPANHA
La nueva estación de gasolina de Ayamonte La nueva estación de combustible de la ciudad fronteriza de Ayamonte ha sido construida por la empresa catalana Benzin Transport i Petroli, en la entrada norte de la ciudad, lugar estratégico por ser la entrada de cientos de vecinos portugueses, que acuden a repostar combustible diariamente, atraídos por los precios mas económicos a este lado del Guadiana. La construcción de esta nueva estación de servicio está generando una gran polémica entre
los ciudadanos que viven en esta zona residencial de la ciudad, por su proximidad a las viviendas, a un Centro de Idiomas con mas de 200 alumnos, por existir informes desfavorables de los técnicos de Consistorio…y muchos otros inconvenientes. Los partidos políticos de la oposición: I Unida, P. Andalucista y P. Popular, se unen a la protesta de los vecinos, y alegan que el lugar no es adecuado por la proximidad a otra estación de combustible en el “Centro Comercial la Plaza” y
el colapso de circulación en la rotonda que se puede producir, sobre todo, en los meses de verano con la afluencia de visitantes. Ayamonte cuenta, además con otras 6 estaciones de servicio repartidas por todo el casco urbano lo que hace que tenga trece veces mas gasolineras por habitantes que Manhattan !!!! La Plataforma de Afectados ha realizado una recogida de firmas y han dirigido súplicas al Fiscal Superior de Andalucía y al Defensor del Pueblo Andaluz.
por Antónia-Maria
La construcción de esta nueva estación de servicio está generando una gran polémica entre los ciudadanos que viven en esta zona residencial de la ciudad
Programa europeo Critica literaria de la nueva “Turismo Activo obra sobre Florbela Espanca del Guadiana” Profesor Manuel Pecellín
Dentro del Programa Europeo “Turismo Activo del Guadiana” correspondiente a la segunda convocatoria del Poctep, y que se pondrá en marcha en los próximos meses, se invertirán mas de 300.000 euros a lo largo de estos años en Ayamonte. Este programa estará coordinado por el Patronato Municipal de Deportes y la empresa municipal “TUASA”, de esta localidad fronteriza. Se contemplan proyectos como la colocación de césped artificial de última generación en el campo de fútbol ”Ciudad de Ayamonte” para competiciones y actividades de mayor envergadura, así como la colocación de pantanales náuticos en el Guadiana, para poder acceder mas fácilmente al río para la práctica de deportes náuticos tales como remo, piragüismo etc…
Igualmente se rehabilitaran parques y espacios verdes para favorecer las actividades físicas al aire libre, por parte de los ciudadanos. Dentro de este programa se celebró la I Regata de Vela de la Eurociudad organizada por la Asociación Naval del Guadiana de Vila Real de Sto.Antonio y el Club Náutico de Isla Canela así como por otras organizaciones afines. El Guadiana, será de nuevo, el escenario de la misma, como símbolo de unión de estos municipios fronterizos. Igualmente se celebró, dentro del programa “Turismo Activo” el Encuentro de Pintura Rápida Eurociodad/Eurocidade el día 23 de Junio, aunque se lamentó, la falta de asistencia de los pintores del país vecino.
Este programa estará coordinado por el Patronato Municipal de Deportes y la empresa municipal “TUASA”, de esta localidad fronteriza.
Luis Alfonso Limpo Píriz (Olivenza, 1958), licenciado en Ciencias de la Información por la Universidad Autónoma de Bellaterra, archivero-bibliotecario del Ayuntamiento oliventino , cronista oficial de su pueblo, correspondiente de la Real Academia de Extremadura y la de Bellas Artes de San Fernando, es seguramente la persona más indicada para asumir este rescate editorial. Promotor de la recuperación de Puente Ajuda y de otras muchas iniciativas que han buscado el acercamiento y diálogo entre las culturas portuguesa y española, como el Centro de Estudios Ibéricos “Agosti-
nho da Silva”, la revista Encuentros/ Encontros o el Fondo Bibliográfico Hispano-Portugués que enriquece la Biblioteca “Manuel Pacheco” de Olivenza, tiene publicadas numerosas obras, todas las cuales se ocupan de asuntos “rayanos”. Es lógico que se sintiese atraído por la figura de su casi paisana Florbela Espanca , un mito de la literatura portuguesa. La calidad de su poesía, la indepedencia de criterio de esta mujer libre y las trágicas circunstancias que le tocó vivir, suicidio incluido, se conjugaron para hacerla justamente famosa. “Charneca en flor es una selección de ochenta sonetos, de un total de
ciento cincuenta y siete que nos dejó en sus tres libros la poetisa alentejana Florbela Espanca (1984-1930). En edición bilingüe, los sonetos no se ofrecen por orden cronológico, sino agrupados en torno a los tres eternos leit-motiv de la lírica de todos los tiempos: el Yo herido, el Amor y la Muerte. Precede a esta Antología Esencial una semblanza biográfica de la autora, realizada a partir de sus cartas, con bibliografía para el lector que quiera adentrarse en la vida apasionante y en la compleja obra de que fue última romántica de la literatura portuguesa”, leemos en la sinopsis de la ERE.
Exposición “En Cuerpo y Alma” de Alicia Romano “En Cuerpo y Alma” es el titulo de la nueva muestra pictórica de la artista plástica Alicia Romano, expuesta recientemente en el restaurante Sociedad Gastronómica y Centro Cultural “Las Cañas”, situado en el entorno de Ayamonte. Las obras intentan plasmar la dicotomía cuerpo –alma, materia - espíritu, no como conceptos antagónicos, sino como partes integrantes de un mismo todo en el momento de simbiosis. Porque es durante esa comunión entre elementos opuestos, cuando nos entregamos en cuerpo y alma, solo entonces ocurre el milagro… Alicia Romano, nacida en Buenos Aires es fotógrafa, escritora poeta y artista plástica. Ha participado en varias antologías como “Dulce Primavera” o
Las obras intentan plasmar la dicotomía cuerpo –alma, materia - espíritu, no como conceptos antagónicos, sino como partes integrantes de un mismo todo “Palabras al Viento”… Ha trabajado igualmente en diversas actividades en países
como Londres, Paris, Milan, y ha vivido y trabajado varios años varios años en el Algarve.
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LOCAL
“Sentido de dever cumprido” marca discurso de José Estevens O Dia do Município de Castro Marim foi comemorado com diversas iniciativas. Na sessão solene, que teve lugar na biblioteca municipal, esteve em destaque uma retrospetiva aos 16 anos da governação social-democrata de José Estevens. O edil diz ter “sentido de dever cumprido”. Era aguardado com expectativa aquele que foi o último discurso de José Estevens a presidir o feriado municipal de Castro Marim, que teve lugar a 24 de Junho. O autarca devido à restrição de mandatos não vai poder recandidatar-se a Castro Marim, situação que lamentou em dia também de despedidas. Foi o último Dia do Município a que presidiu e no seu discurso fez questão de lembrar projetos relevantes que “contribuíram
decisavamente para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos castromarinenses”. José Estevens garante que o executivo que lidera conhece bem “o valor do caminho percorrido” ao longo dos quatro mandatos, assumindo que o projeto a que se propôs foi “muito ambicioso”. Uma marca que o autarca considera que é indelével do seu trabalho é a proximidade com a população, nomeadamente no apoio às coletividades e no contributo do
surgimento de diversas associações de desenvolvimento local, como a «Associação Terras do Baixo Guadiana» e «Odiana», bem como a criação da empresa municipal «NovBaesuris» e «Eurocidade Guadiana». O autarca destacou como a sua “maior obra de todas” o aumento da qualidade de vida e autoestima da população castromarinense. E foi ao povo que representa que mais agradeceu. “Obrigada por me terem confiado
tão honroso papel”, terminou José Estevens.
Retrospetiva de 16 anos de governação Coube a Filomena Sintra, vice-presidente da câmara municipal de Castro Marim apresentar uma retrospetiva que assinalou de forma bastante elucidativa as áreas e intervenções do executivo de José Estevens ao longo
de quase duas décadas à frente do município de Castro Marim. Desde o património, passando pela educação, desporto, comunicação e acessibilidades, turismo, lazer, ambiente, planeamento, proteção civil e modernização administrativa. A autarca garantiu que a sustentabilidade financeira da autarquia, apesar dos diversas quebras de receita “que se têm verificado desde 2007”, vai permitir “dar continuidade aos projetos em curso”.
Condecorações municipais e apresentação de livros na sessão solene
(Da esq.ª para a d.tª) Viúva de António Rosa Mendes, arquiteto José Alegria, jornalista Almerinda Romeira e ciclista Ricardo Mestre foram condecorados pelo município. José Pereira da Costa apresentou o livro «Dos Fortes Reza a História» e Hugo Cavaco a obra «Vereações de Castro Marim à época do liberalismo (1818-1826)» O município de Castro Marim atribuiu este ano quatro condecorações. A título póstumo a medalha de honra grau ouro atribuída ao professor historiador António Rosa Mendes. Também a medalha de honra grau ouro distinguiu o arquiteto José Alegria, responsável por vários projetos no concelho, como são exemplo disso o Centro Multiusos do Azinhal e a biblioteca municipal. José Estevens atribuiu medalha de mérito cultural grau ouro à jornalista Almerinda
Romeira e a medalha de mérito desportivo grau ouro a Ricardo Mestre, ciclista e vencedor da 73.ª edição da Volta a Portugal, Ricardo Mestre.
Apresentação de livros A sessão solene contou com a apresentação de duas obras sobre Castro Marim. A primeira «Dos Fortes Reza a História», de António José Pereira da Costa. Uma obra que se dedica à principal e duradoura praça defen-
siva da vila medieval. Depois Hugo da Biblioteca Municipal. Cavaco apresentou o livro “Vereações O cartaz festivo prosseguiu no de Castro Marim à época do libera- domingo com a realização do Grande Arraial de São João, na Praça 1º de lismo (1818 – 1826)” Maio, e as participações musicais da Três dias de festa Banda Vibrações e dos grupos Etnográfico de Castro Marim e Coral de De referir que as comemorações do Altura. Um dos atrativos do Arraial Dia do Município tiveram início, dia foi a cerimónia da entrega de pré22 de Junho, às 21h30, com a peça mios às associações participantes do de teatro «A Alegre História de Portu- XIV Concurso de Mastros do congal em 90 minutos», pela Companhia celho. Em primeiro lugar ficou a de Teatro do Bocage, no Auditório Junqueira, em segundo Alta Mora
e em terceiro Odeleite. No dia 24 de Junho, feriado municipal, os festejos começam com a Alvorada pela Banda Musical Castromarinense, seguindo-se o hastear da Bandeira no edifício dos Paços do Concelho. Às 10h, foi celebrada uma missa solene na Igreja matriz. As comemorações encerraram, às 22 horas com o concerto pelos Deolinda que encheram o parque de estacionamento da vila.
Castro Marim integra «Cidades Amigas das Pessoas Idosas» De acordo com um trabalho de investigação realizado a nível nacional Castro Marim é uma localidade amiga das pessoas idosas. A conclusão surge no relatório da associação «Vida». O Município de Castro Marim aderiu ao «Projeto cIDADES», que tem por finalidade identificar as práticas e serviços em Portugal facilitadores da qualidade de vida das pessoas com mais de 55 anos. O projeto de investigação é de âmbito Nacional e promovido pela associação Vida, com co-financiamento da Direção Geral da Saúde e Fundação Calouste Gulbenkian. Este projeto integra um de escala mundial da Organização Mundial de saúde que dá pelo nome «Cidades Amigas das Pessoas Idosas» e no qual participaram 167 dos 308
concelhos portugueses. O Município de Castro Marim foi eleito como uma das 167 «Cidades Amigas das Pessoas Idosas» depois de avaliadas as respostas que constam num questionário a pessoas com 55 ou mais anos, em áreas tão distintas como: Espaços Exteriores e Edifícios; Transportes; Habitação; Participação Cívica e Emprego; Comunicação / Informação e Serviços Comunitários e saúde.
Executivo enumera políticas inclusivas
Em resposta a esta distinção o executivo do município liderado por José Estevens afirma que “é motivo de orgulho para Castro Marim, desde o dia 1 de Março de 2013, ser membro do WHO Global Network of Agefriendly Cities and Communities (GNAFCC)”. E recorda que estes resultados “são espelho de um conjunto de políticas em prol do envelhecimento ativo”. “A recuperação e qualificação de habitações degradadas a idosos, o Cartão do Idoso, o Bibliomóvel (biblioteca itine-
rante), o transporte para consultas ao médico, a rede de transportes coletivos do Município, o «Castro Marim Amigo» ou o programa «Ao Ritmo dos 60»” são iniciativas camarárias enumeradas por José Estevens como exemplos de um trabalho a pensar “no aumento da qualidade de vida da população sénior no concelho”.
Projeto internacional nasceu em 2005 “Cidades Amigas das Pessoas
Idosas” é um projeto global da autoria de Alexandre Kalache e Louise Plouffe, na sede da OMS em Genebra, resultado do XVIII Congresso da Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria (AIGG), realizado no Rio de Janeiro, em 2005, cuja génese radica na “estimulação do envelhecimento ativo das pessoas idosas através da criação de condições de saúde, participação e segurança, de modo a reforçar a qualidade de vida à medida que estas envelhecem”.
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G RA ND E R EPO R TAGEM
Pré-escolar itinerante em Alcoutim Desde 1991 que o projeto «Pré-Escolar Itinerante» tem enquadramento pedagógico e administrativo e combate o isolamento e assimetrias educativas no concelho de Alcoutim. Esta é uma aposta do Ministério da Educação que conta com o apoio incondicional da câmara municipal alcouteneja. Já foram quatro educadoras a percorrer o concelho e agora apenas duas têm a seu cargo este projeto, sendo que apenas uma está no terreno. Enquanto houver uma criança isolada o pré-escolar itinerante estará de pé. Essa é a convicção das entidades que todos os dias abraçam a causa. Texto: Susana H. de Sousa Fotos: Gilda Pereira Numa sala do edifício da junta de freguesia de Giões o Gabriel, de quatro anos, é o único menino que tem aulas com a professora Filomena Vicente. Este foi o segundo ano em que o petiz frequentou o pré-escolar itinerante. Para ele esta é uma sala normal, igual a tantas outras e onde encontra uma professora dedicada com muito para ensinar. A timidez própria da idade impõe-lhe um olhar fugidio, mas o sorriso de criança e a inocência feliz transmitem-nos a sensação de que para Grabriel tudo corre dentro da normalidade. E a verdade é que este é um processo natural por aqui, e que está de pé há mais de duas décadas para promover a formação desde tenra idade, proporcionando igualdade de oportunidades. De 1991 a esta parte o projeto já conheceu realidades distintas. “O isolamento era maior e o número de crianças também”. Aquilo que pode parecer um paradoxo, na verdade, não é. Não obstante antes as povoações isoladas serem mais populosas, tinham menor acesso à centralidade, ao conhecimento e à cultura. As diversas iniciativas, nomeadamente da responsabilidade das entidades locais, sobretudo do município, têm contribuído para um incremento de hábitos que envolvem maior participação de todos. No último ano letivo as aulas do Pré-Escolar Itinerante decorreram na junta de freguesia do Pereiro e de Giões e também na casa de duas crianças na serra de Vaqueiros. Estas aulas ao domicílio são a expressão mais paradigmática da itinerância que se desdobra em soluções para dar resposta aos objetivos a que se propõe. No domicílio a sala de estar ou a cozinha da habitação das famílias envolvidas são transformadas em autênticas salas de aula. Sem dúvida que nestas circunstâncias os encarregados de educação são mais facilmente envolvidos nas atividades. Em qualquer circunstância promove-se, neste projeto, uma forte interação entre os pais e o pré-escolar, envolvidos em atividades várias. O pai da Laura, que hoje tem sete anos e que também foi aluna da aulas itinerantes, aponta uma grande vantagem ao projeto. “Os alunos vão mais bem preparados porque têm uma apoio mais personalizado do que se tivessem numa sala com 20 colegas”, diz-nos, afiançando que “se tem verificado que alguns dos melhores alunos do concelho foram frequentadores do ensino itinerante”. Ana Palma, mãe do Gabriel reconhece a qualidade do ensino. Já é o seu segundo filho que passa por este sistema e considera que é uma privilegiada. “Eles gostam de ir à escola e vêm de lá motivados e as
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GR AN D E R EP O R TAGEM
m combate isolamento há 22 anos
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notas falam por si”, diz satisfeita.
Semana preenchida Para conseguir chegar a todos os alunos dispersos no concelho, Filomena ministra o ensino em contexto de sala de aula uma vez por semana. Depois o tempo do pré-escolar itinerante distribui-se ao longo da semana entre idas à escola primária para promover a integração naquele contexto onde serão inseridos aos 6 anos de idade, visitas à Ludoteca - uma autêntica biblioteca e espaço lúdico que também se caracteriza pela itinerância, sendo transportada numa carrinha - e uma vez por semana vão à piscina municipal. Ao longo do ano a educadora cumpre uma planificação que passa também por idas à praia, quando o tempo convida, visita a núcleos museológicos, que por vezes abrem as portas de propósito para estes homens e mulheres de amanhã, eventos culturais, cinema, entre outras atividades. Há dois anos que Filomena Vicente está sozinha no que diz respeito ao percurso itinerante propriamente dito, uma vez que conta com outra colega afeta ao projeto, mas que desenvolve funções no órgão de gestão do agrupamento escolar. Educadora há cerca de 30 anos a «professora Mena», como também é carinhosamente apelidada, garantenos que este é um projeto “bonito e com um sabor especial”. Tem mais tempo para dedicar a cada aluno com quem desenvolve atividades que, acredita, “de outro modo não seria possível”. Não denuncia quaisquer carências de material nem de equipamento. Conduz a «Ludoteca»; a carrinha pedagógica que é a perdição dos mais pequenos. Ali transporta livros e material didático necessário para renovar o stock das salas de aula, tratando-se também de um importante apoio às aulas ao domicílio. “Claro que se houvesse mais professores haveria mais tempo para cada criança”, diz-nos, evidenciando, ainda assim, que não se intimida com
as centenas de quilómetros que percorre até aos cantos mais isolados do concelho, e onde estão crianças àvidas de conhecimento. Na serra de Vaqueiros, onde ministra dois domicílios, percorre 100 quilómetros. A distância inerente é uma confirmação de que este projeto pretende encurtar o caminho da integração.
Câmara Municipal apoia Enquanto houver uma criança isolada em Alcoutim o projeto préescolar itinerante faz sentido. Por isso mesmo a câmara municipal é uma das grandes parceiras do Ministério da Educação neste projeto. O apoio dado pelo município vai desde o transporte das crianças, passando pela manutenção mecânica da Ludoteca, subsídio de refeição e atribuição de fruta suplementar. Mas já houve anos em que a autarquia financiava o combustível do projeto. “Se atentarmos aos inúmeros montes espalhados em Alcoutim é fácil perceber que este pré-escolar itinerante tem um papel determinante na igualdade de oportunidades na Educação”, realça Francisco Amaral, presidente da câmara de Alcoutim. O autarca confirma “a maior vontade” no apoio cedido e que “não será pela câmara que o projeto cai”, afiança. No pré-escolar itinerante, que é um totalmente gratuito para as famílias, quando surgem crianças com necessidades especiais como a terapia da fala, por exemplo, esse apoio é dado nas mesmas condições que no ensino regular. De realçar, ainda, que aqui existem várias parcerias, nomeadamente com centro de saúde para a promoção da higiene oral e a boa alimentação, bem como são estabelecidas ligações frutuosas com as diversas entidades do concelho que têm contribuído para o enriquecimento da formação dos alunos da itinerância. Apesar de neste ano letivo terem sido nove as crianças abrangidas
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e duas as educadoras afetas, este projeto inclusivo chegou a contar com 30 crianças e quatro educadoras. O pré-escolar itinerante não funciona em economia de escala, mas antes em promoção de um desenvolvimento sustentável, partindo da educação para tudo o resto que subentende o desenvolvimento.
Objetivos sociais O agrupamento de escolas de Alcoutim, com sede em Martinlongo, é a base do pré-escolar itinerante. Tal como refere o seu diretor, António Amorim os objetivos do ensino itinerante passam por “contribuir de forma decisiva para assegurar condições de igualdade a todas as crianças, proporcionando a transição progressiva e acompanhada entre os três níveis – Família/Pré-Escolar/ 1º Ciclo”. O Ministério de Educação, por sua vez, recorda que a reduzida taxa de natalidade e a consequente redução do número de crianças inviabiliza económica e pedagogicamente a criação de instituições fixas de apoio sócioeducativo, bem como também acredita que a itinerância é uma forma de combater o abandono e insucesso escolar. O pré-escolar itinerante, abrangido, pelo artigo 15.º da lei 5/97, existe no Algarve em Alcoutim e Lagos. Em declarações ao JBG o diretor Regional da Educação confirma que “não existem indicações em contrário no que diz respeito à manutenção deste projeto de extrema importância”, salvaguardando que o destacamento de professores, que indica a afetação ao projeto, deverá sair “em breve”. Só aí é possível projetar o próximo ano letivo a este nível. Entretanto, por estes meses de Verão as crianças mais isoladas continuam com o apoio itinerante que se traduz numa ocupação preenchida por conhecimento e lazer das horas vagas das suas férias.
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4 1. Filomena Vicente é atualmente a única educadora do Pré-Escolar Itinerante 2. O projeto também dá aulas no domicílio dos alunos em maior isolamento 3. As crianças deliciam-se na carrinha que transporta materiais didáticos 4. Nas férias escolares educadora acolhe em itinerância alunos de várias idades que ocupam tempos livres com atividades lúdico-pedagógicas
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P OLÍTICA
AUTÁRQUICAS 2013 CDU apresentou candidatos a VRSA e Castro Marim A CDU já apresentou os seus candidatos a Vila Real de Santo António (VRSA) e Castro Marim. A primeira apresentação decorreu a 14 de Junho em VRSA e a 15 em Castro Marim. As apresentações contaram com a presença de Vasco Cardoso, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP. A apresentação dos candidatos a Alcoutim chegou a estar agendada para 22 de Junho, mas foi cancelada. O cabeça de lista à câmara de Vila Real de Santo António é José Cruz que defendeu que “preciso mudar de rumo para dar mais força à CDU”. O candidato defendeu “uma política económica que possa compensar o desmantelamento do setor das pescas e das conservas e ocupação dos solos agrícolas com outros projetos”. Para a CDU de VRSA representa “fracasso” um turismo de sol e praia, defendendo “um turismo que sobreviva em harmonia com indústrias não poluentes e em novas zonas industriais”. José Cruz diz que é necessário “a revisão do Plano Diretor Municipal, a resolução do problema dos esgotos que continuam a correr para o Guadiana sem tratamento, a reestruturação do saneamento básico da zona sul da cidade de Vila Real de Santo António e a reabilitação das estradas do interior do concelho”. No seu discurso de apresentação José Cruz advogou “um diálogo com a Administração Central para o aproveitamento dos portos de pesca e recreio e reabertura da barra do Rio Guadiana; preservação da Mata das Dunas de Vila Real de Santo António e Monte Gordo e dos cordões dunares da Ria Formosa, na freguesia de Vila Nova de Cacela; ter em atenção os interesses e necessidades das populações que vivem na serra, dar apoio à reflorestação e promover a animação cultural nestes locais; defender os serviços públicos, as funções sociais do Estado, a água como bem comum e público, um serviço nacional
público de correios e telecomunicações, a manutenção das escolas e sua proximidade com os cidadãos, o serviço nacional de saúde e a proteção civil; apoiar os reformados e as suas estruturas, bem como o apoio à infância; apoiar a Associação dos Bombeiros Voluntários a partir do orçamento municipal; pagar a toda a gente dentro dos prazos acordados”. Por sua vez Filipe Parra Martins é o candidato à Assembleia Municipal, Hélder Martins à Assembleia de Freguesia de Vila Real de Santo António, Paulo Conceição à Assembleia de Freguesia de Monte Gordo e João Tomaz à Assembleia de Freguesia de Vila Nova de Cacela.
CDU reivindica em Castro Marim um concelho produtivo Em Castro Marim João Dias é o candidato à câmara municipal. Em discurso no passado dia 15 de Junho no Jardim Celorico Drago o cabeça de lista lembrou que “o PS e PSD têm governado este concelho há mais de 36 anos consecutivamente e ininterruptamente e são responsáveis pela situação a que este concelho, bem como região do Algarve e país chegaram”. Lembrou que em 20 anos o concelho “perdeu quatro mil habitantes porque as políticas levada a cabo não defendem verdadeiros interesses da população”. João Dias reivindica um concelho produtivo assente na
pesca, agricultura e indústria. Condena a posição “dos governantes locais que não defendem manutenção de serviços públicos. Não os vimos tomar posição contra as portagens na A22 nem defender ensino de qualidade. Nada fazem para que centro de saúde de Castro Marim tenha consultas de urgência e mais dias de consulta para as extensões nas várias freguesias”. O candidato lembrou também que “nem PS nem PSD mobilizaram populações José Cruz é o cabeça-de-lista à câmara municipal de Vila para a construção da barragem da Foupana Real de Santo António nem ponte pedonal que liga aldeia de Odeleite à sua barragem”, avançando que os autarca eleitos “deviam protestar com Governo e PT pela despesa que TDT veio trazer à vida dos mais idosos e com parcos rendimentos”.
Fixar população Para que seja possível fixar a população a João Dias candidato à camara em Castro Marim CDU em Castro Marim promete lutar “pela que as salinas deviam estar ao serviço do concelho e com zona industrial que promova a produção e criação de postos de trabalho”. No que toca ao setor producriação de emprego”. Defende que “é preciso tivo o candidato deixou pistas, afirmando que “os solos no concluir lar e centro de dia em Altura”, bem concelho são propícios à fruticultura e horticultura intensiva, como considera imprescindível que haja um sobretudo em Altura e Castro Marim, e à produção de figos quartel de bombeiros em Castro Marim”. João secos. Em Odeleite e Azinhal deve haver uma aposta forte na Dias considera que é importante “construir caprinicultura com a cabra de raça algarvia”, remata. Quanto aos restantes cargos, Manuel António Pereira é instalações sanitárias com chuveiros nas sedes de freguesia e nos principais montes do con- o primeiro candidato à Assembleia Municipal. No que diz celho”. Reivindica ao Governo “medidas de respeito às assembleias de freguesia Guiomar Pereira da Palma discriminação positiva e contrapartidas para para o Azinhal, João Luís Veia para Castro Marim, Maria José o concelho de Castro Marim”, defendendo Madeira para Altura e Bruno Costa para Odeleite.
Pedro Tavares é candidato a Castro Marim pelo Bloco de Esquerda O Bloco de Esquerda (BE) apresentou, no dia 24 de junho, em Altura, os seus candidatos à Câmara Municipal de Castro Marim, à Assembleia Municipal e às Assembleias de Freguesia de Altura e Castro Marim. Esta é a primeira vez que este partido apresenta uma candidatura no concelho. Num encontro de S. João, que contou com a presença de Alberto Matos, coordenador autárquico do BE, Pedro Tavares foi apresentado como candidato à presidência de Câmara de Castro Marim. Pedro Tavares, professor, 39 anos, é licenciado em Estudos Portugueses e pósgraduado em Promoção e Mediação pela Universidade do Algarve. Atualmente exerce funções de professor bibliotecário no Agrupamento de Escolas de Castro Marim. Por sua vez, Andreia Bringela, 33 anos, engenheira química, será a cabeça de lista à Assembleia Municipal. No que diz respeito às Assembleias de Freguesia, José Domingos, 52 anos, técnico de jardinagem, é o candidato a Altura e José Manuel Estevens, 60 anos, bancário reformado, é o candidato a Castro Marim.
«Bloco: Por Castro Marim» O BE apresentou-se ao concelho com o manifesto “Bloco: Por Castro Marim” que está a ser elaborado em conjunto com
Miléne Nobre é candidata independente a Alcoutim JOÃO CONCEIÇÃO
(Da esq.ª para D.tª) Alberto Matos, José Manuel Estevens, Pedro Tavares e José Domingos os munícipes a partir do facebook e email. “Queremos um orçamento participativo para construirmos um concelho democrático e inclusivo”, explica Pedro Tavares. O candidato apelou ao voto “no Bloco, um voto pela diferença”, criticando que “se candidate a Castro Marim pelo PSD um candidato que está em fim de ciclo [referindo-se a Francisco Amaral, atual presidente da câmara municipal de Alcoutim]. Disse também que a candidatura do PS [liderada por Carlos Nóbrega] “é uma candidatura que não se define e não mostra uma esquerda social e de coesão social”. Por sua vez, o coordenador autárquico do Bloco de Esquerda Alberto Matos apelou a “um cartão vermelho ao PSD e CDS” nas eleições autárquicas, acusando que o PS no Algarve “é o símbolo chapado da corrupção”, afirmando que o partido rosa ao nível nacional “está a combinar uma coligação com o CDS que está, por sua vez, a preparar a rutura com o PSD”.
A candidata garante que a sua aposta nestas eleições decorre de um “desafio lançado por um grupo de cidadãos alcoutenejos, organizados em movimento cívico”. Miléne Nobre de 27 anos de idade, aceitou “com sentido de missão e sem receios, dar o seu rosto ao MAI, pois acredita que, com o apoio de todos, será possível fazer mais e melhor por um Concelho que é de todos e onde todos devem ser tomados em conta”, pode ler-se na nota de imprensa enviada em A jovem alcouteneja fecho de edição do JBG. pretende “valorizar o que A jovem é formada em Gestão Hoteleira na ver- de positivo já foi feito nos tente de Restauração e Bebidas (F&B) e em Cozinha últimos anos em Alcoutim” e Pastelaria pela Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve e tornou-se conhecida do grande público por vários prémios conquistados enquanto chef de cozinha. “Conhecendo o Concelho, os desafios e as dificuldades com que estão confrontados os Alcoutenejos e tendo plena consciência das potencialidades e das capacidades destes”, Miléne Nobre acredita que “Alcoutim tem futuro e afirma que é necessário valorizar o que de positivo já foi feito no Concelho nos últimos anos mas acima de tudo corrigir erros e assimetrias, pelo que a sua estratégia assenta essencialmente na vertente social e económica como forma de ultrapassar as dificuldades existentes”.
Recolha de assinaturas Em finais de Junho decorria por todo o concelho a fase de recolha de assinaturas tendo em vista a legalização da candidatura. Miléne Nobre exorta “todos os Alcoutenejos a juntarem-se ao MAI em defesa de uma Terra que lhes pertence para que, em conjunto, seja possível criarem as melhores condições de vida para todos aqueles que vivem e também para os que gostariam de vir a viver em Alcoutim”.
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Em VRSA avançam três novas medidas sociais Num dia apenas o município de Vila Real de Santo António apresentou três novas medidas de apoio social no concelho. O secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social, Marco António Costa, marcou presença e ao JBG deu nota sobre a nova geração de Contratos Locais de Desenvolvimento Social (CLDS). Depois de uma primeira experiência em Castro Marim e Alcoutim, agora é a vez do Ministério da Solidariedade aprovar um Contrato Local de Desenvolvimento Social no concelho de Vila Real de Santo António, também no Baixo Guadiana. Enquanto que em Castro Marim e Alcoutim este projeto dedicou-se às pessoas em exclusão social, e das diferentes faixas etárias, em Vila Real de Santo António as atenções estão viradas para o combate ao desemprego. Em declarações ao JBG Marco António Costa, secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social lembrou que “esta é uma nova fase dos Contratos Locais de Desenvolvimento Social; a pensar na empregabilidade”. No total são 10 milhões de euros para o combate ao desemprego. O representante do Governo referiu ainda que a verba destina-se a zonas mais vulneráveis e carenciadas em que há um compromisso estabelecido com as autarquias e instituições de solidariedade social, sendo que os novos contratos têm a duração de 24 meses. “O objetivo não é que estes contratos criem dependência financeira da parte das instituições, mas antes que sejam uma alavanca, um impulso para novos projetos”, esclareceu o secretário de Estado.
«Mão Amiga» coordena CLDS pombalino A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António assinou a 12 de Junho em Faro, com o Instituto da Segurança Social e a Associação de Beneficência Mão Amiga, o protocolo de compromisso com vista à implementação do Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS+) de VRSA. Marco António Costa salientou na ocasião o facto de estes con-
tratos «serem trabalhados a partir das realidades locais» e focados “no combate à exclusão e pobreza
Amiga a coordenação local da parceria.
Para Luís Gomes, “mais do que atribuir apoios diretos, este banco de resgate pretende ativar
Secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social considera que VRSA é capital da inovação social em Portugal infantil”. Banco de uma plataforma de proximidade O objetivo é que estes contra- Resgate pretende e representa um projeto inovador tos sejam polo dinamizadores de apoiar famílias que inicia um novo paradigma na oportunidades no mercado de tra- sobreendividadas forma de olhar a política e as pesbalho, nos espaços associativos soas”. e na coesão familiar, adotando A 13 de Junho a Câmara Já para o Secretário de Estado para o efeito medidas de apoio Municipal de Vila Real de Santo da Solidariedade e da Segurança técnico, informação e transmissão António lançou publicamente, e Social, Marco António Costa, “esta de conhecimentos para criação de também na presença do Secretá- nova estrutura de apoio consolida valências junto dos cidadãos. rio de Estado da Solidariedade a imagem de Vila Real de Santo Em VRSA, a implementação e da Segurança Social, Marco António como capital da inovação do CLDS será acompanhada pela António Costa, o Banco de Res- social, onde é possível desenvolcriação de um espaço próprio para gate de VRSA. É uma estrutura ver soluções integradas e eficazes a prestação de atendimento e inovadora para ajudar as famílias entre o Estado e a administração informações, bem como para a a ultrapassar situações de insol- local”. realização de ações de divulga- vência ou sobre-endividamento Para garantir uma resposta inteção e formação. originadas pela crise económico- grada, o futuro Banco de Resgate Funcionará em articulação com financeira. será articulado com as valências o Instituto do Emprego e FormaA medida põe em prática as reco- sociais já em vigor na autarquia ção Profissional (IEFP) e com o mendações avançadas na II sessão de VRSA e de que são exemplo Gabinete de Apoio ao Emprego, do Fórum «Refundar a República» a Agência de Combate à Crise Empreendedorismo e à Economia e responde ao repto lançado pelo (Agarra) - criada em 2008 para de VRSA. Foi atribuido o nome presidente da autarquia de VRSA, minorar as consequências da crise ARRANCA. O CLDS+ de Vila Real Luís Gomes, a João Gil Pedreira, económica na vida dos munícipes-, de Santo António será constitu- orador convidado e autor do livro a prestação de apoio alimentar, o ído por uma equipa multidiscipli- «Resgate das Famílias e Empre- apoio ao arrendamento habitacional nar de quatro técnicos, sendo a sas do Sobre-endividamento ou adesão às medidas de apoio ao Associação de Beneficência Mão Crónico». emprego, como é o caso dos Contra-
No dia 13 de Junho e à chegada à biblioteca municipal de VRSA o secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social tinha à sua espera manifestantes que contestaram as políticas sociais, económicas e financeiras do atual Governo.
tos Emprego Inserção (CEI).
Gabinete ARRANCA promove emprego Também a 13 de Junho, a autarquia de Vila Real de Santo António, em articulação com o Centro de Emprego de VRSA, apresentou publicamente o Gabinete de Apoio ao Emprego, Empreendedorismo e à Economia; o «Arranca». Em funcionamento desde o início do ano já efetuou mais de 400 atendimentos e, em paralelo com o Centro de Emprego de VRSA, assegurou 134 colocações entre os meses de janeiro e abril de 2013, duplicando os dados homólogos de 2012. Constituido-se numa ótica de maior proximidade, a estrutura apoia a integração ou reintegração de pessoas em situação de desemprego ou à procura do primeiro emprego e acompanha os munícipes que pretendam apostar no seu próprio negócio. Em termos de ofertas, as duas estruturas já puseram à disposição dos utentes, entre janeiro e abril de 2013, mais de 200 ofertas de emprego, o que representa uma igual duplicação dos valores face ao período homólogo de 2012; à data o Arranca ainda não se encontrava em funcionamento. Localizado nos Paços do Concelho, o Arranca oferece serviços de divulgação e encaminhamento para medidas de apoio ao emprego e qualificação e proporciona aconselhamento no âmbito de medidas e programas de apoio ao empreendedorismo. Com um acompanhamento totalmente personalizado desde o início até ao final do processo de cada utente, desempenha ainda um papel mediador entre o potencial ou efetivo empreendedor e as diversas instituições com as quais terá de estabelecer contacto para dar início à atividade económica da empresa.
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Freguesia de Altura homenageou Prof.º Luís Amaro Desde o passado dia 11 de Junho que o edifício da Junta de Freguesia de Altura, em Castro Marim, tem uma galeria com o nome do professor Luís Amaro. No dia de inauguração 150 pessoas quiseram marcar presença em honra de um alturense que marcou gerações. JOÃO CONCEIÇÃO
O professor Luís Amaro foi o primeiro presidente da Junta de Freguesia de Altura e “foi ele que batalhou para a localidade fosse elevada a freguesia”, recorda a atual presidente Nélia Mateus. A ideia da homenagem partiu da própria que colheu junto da população local grande apoio para o efeito. “Esta homenagem está pensada há já alguns anos e apenas não a fizemos o ano passado pela indefinição que surgiu com a extinção de freguesias”. A autarca em funções justifica este ato pelo “ legado que o professor Luís Amaro deixou, sobretudo, numa geração que agora vive os seus 40 anos”. Este docente alturense que desde o dia 11 de Junho dá nome à galeria do edifício da junta de freguesia de Altura foi professor da extinta «Telescola» e deu aulas de atletismo a muitos jovens “que ali encontraram uma motivação para o desporto e assim estiveram arredados de caminhos menos positivos”. Nélia Mateus lembra que um dos jovens tornou-se campeão nacional de atletismo graças aos treinos do professor.
Galeria apresenta memórias da localidade JOÃO CONCEIÇÃO
Alunos e população não pouparam elogios No processo de homenagem a presidente da junta recolheu um grande número de depoimentos. “Que ríamos alguns depoimentos para a exposição, mas tivemos de criar um arquivo próprio porque chegaram muitas declarações de admiração e carinho, tanto de alunos como de população em geral”.
ber as 150 pessoas que ali se juntaram em memória do professor já falecido. Usaram da palavra Fialho Anastácio, antigo Governador Civil do Distrito de Faro e deputado na Assembleia da República na época em que Altura se tornou freguesia; uma aluna, em representação de antigos alunos fez um discurso que emocionou os presentes; a vice-presidente da câmara municipal de Castro Marim também discursou, assim como a presidente da junta de freguesia de Altura e a viúva do professor.
Professor Luís Amaro marcou uma geração de alunos da telescola e muitos jovens a quem treinou no atletismo. Presidente de Junta de Altura diz que se trata de uma “merecida homenagem”
Homenagem contou com grande adesão
No dia da inauguração a galeria «Luís Amaro» foi pequena para rece-
A galeria «Luís Amaro» apresenta agora fotografias dos vários presidentes da junta de freguesia de Altura até à data; com excepção da fotografia do presidente que antecedeu a autarca em exercício “porque não concordou com a opção de darmos mais destaque à fotografia do professor Luís Amaro”, explica Nélia Mateus. Está também patente uma exposição fotográfica que retrata as memórias da freguesia. “São os tempos em que se vivia da agricultura e da pesca”. Nélia Mateus lembra que “eram tempos de dificuldades, em que as pessoas viviam com pouco”, referindo, por último, que a intenção desta mostra fotográfica “é lembrar as memórias de outrora, mas também dar a conhecer aos mais jovens as crises de outros tempos; crises que foram ultrapassadas”, remata em tom de esperança.
«Amigos de Alcoutim» protestam contra redução do atendimento no Centro de Saúde O grupo «Pr`ó Futuro de Alcoutim» enviou um protesto ao presidente da Administração Regional do Algarve que foi subscrito por 55 membros. Reivindicam o regresso do médico retirado do Centro de Saúde. Como noticiámos na passada edição, a retirada de um médico do Centro de Saúde de Alcoutim levou a uma drástica redução dos períodos de atendimento ao público. Foi completamente suprimido o atendimento ao Domingo, o Centro de Saúde está fechado. Foi também suprimido o período de atendimento diário das 18 às 21 horas. O Centro de Saúde passa a fechar às 18 horas. Quem não tiver médico de família em Alcoutim só tem acesso ao Centro de saúde aos Sábados, das 9 às 16 horas.
Perante esta situação, o grupo de amigos «Pró Futuro de Alcoutim» enviou um veemente protesto ao Presidente da ARS Algarve, subscrito por 55 dos seus membros, muitos deles destacadas figuras nacionais, com ligação ao concelho. Começam por salientar, os signatários que “a retirada de um dos médicos que prestava serviço no Centro de Saúde de Alcoutim significa que, em matéria de cuidados de saúde, a população deste concelho sofre uma profunda e grave regressão”. Mais à frente, afirmam
que “os signatários vêm junto de V. Exa. manifestar o mais indignado e veemente protesto contra esta afrontosa situação que fere brutalmente as condições de vida e saúde da população do concelho, especialmente da mais envelhecida e carenciada, e que compromete seriamente a aposta no turismo, que se apresenta como uma das vias mais promissoras do seu desenvolvimento. Pois, como é sabido, sem garantia de cuidados de saúde não há turismo consistente”. O grupo «Pr’ó Futuro de Alcou-
tim conclui apelando à ARS para que “não se preste ao triste papel de contribuir para afundar um concelho que quer com muita vontade sobreviver e desenvolver-se”. Os signatários esperam que “por si, e junto das devidas instâncias do Ministério da Saúde, promova uma reconsideração da inaceitável situação criada e que seja rapidamente reposta a situação anterior, com o regresso de mais um médico ao Centro de Saúde de Alcoutim”.
POUPANÇA CRIATIVA Caras leitoras e caros leitores, nesta edição deixo-vos uma forma interessante e divertida de usar a fruta variada com que somos brindados na nossa região do Baixo Guadiana! A nossa região é priviligeada pela abundância e diversidade de frutos, que consumimos normalmente frescos. Podemos aproveitar a nossa fruta da época e fazer compotas que podem ser consumidas até seis meses depois da sua elaboração! Começamos por guardar qualquer recipiente de vidro com tampa, que será mais tarde esterilizado. Para esterilizá-los (tampas incluidas) basta fervêlos durante 10 ou 15 minutos. Para fazermos as nossas compotas podemos usar qualquer fruta ou mesmo alguns vegetais como a abóbora ou o tomate. Eu utilizo um quilo de fruta lavada e preparada e meio quilo de açucar. Pode adicionar hortelã picada, gengibre fresco ralado, canela, aniz estrelado, casca ou raspa de limão, enfim... as possibilidades são imensas e os resultados sempre divertidos! As minhas “misturas” favoritas são: morango com hortelã, abóbora com aniz estrelado, toranja ou limão com gengibre. Uma das compotas que eu mais gosto é a marmelada inglesa. Apesar do nome é apenas uma compota feita com laranjas, em que aproveitamos todo o fruto, casca incluida. É uma delícia em torradas ao pequeno almoço! Aqui fica a receita: – um quilo de laranjas pouco doces e de casca lisa; – lave bem as laranjas em água corrente com uma escova; – pele as laranjas retirando apenas a parte brilhante da casca (a polpa branca torna a compota amarga), e pique a casca em “juliana”; – com uma faca bem afiada retire a polpa da laranja, descartando a polpa branca e as membranas; – Coloque casca e polpa na panela com o açucar e deixe cozinhar em lume brando mexendo com a colher de pau. A “marmelada” está pronta quando já não escorre da colher de pau. Coloque a marmelada nos frascos esterilizados, tape e aperte bem, vire os frascos com a tampa para baixo. Deixe arrefecer e guarde no frigorífico ou num armário. Esta forma de embalagem aplica-se a qualquer compota. Isto conserva o preparado durante vários meses, desde que o frasco não seja aberto. Boa poupança e até à próxima edição!
Maria Celeste Santos
JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2013 |
Manuel José
Aos 67 anos ainda tem muito para dar ao mundo do futebol
Manuel José é orgulhosamente vilarealense. Escrever sobre o treinador português com mais títulos internacionais é falar do futebol, mas é também conhecer algumas das suas memórias, as motivações, o amor por Vila Real de Santo António e confirmar que aos 67 anos ainda não está nos seus planos reformar-se! Ao JBG avançou que após sair do Egito, terra de maior consagração para a sua carreira, teve cinco convites, mas que não agradaram. Mantém-se, por isso, na expectativa e recetivo para dar continuidade a um percurso do desporto-rei onde ao longo dos anos se foi engrandecendo.
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Texto: Susana H. de Sousa Fotos: Gilda Pereira Manuel José afirma, sem qualquer pejo, que estragou uma carreira de jogador de futebol que considera, hoje à luz da distância, “tinha tudo para ser brilhante”. Foi aos 16 anos (estávamos em 1962) que deixou a sua terra natal rumo aos juniores do Benfica. Um ano antes, recorda, já o clube o queria contratar, mas Manuel José esquivou-se. É que lá em casa eram todos sportinguistas e o jovem, de então, não queria de maneira nenhuma trair o seu amor clubístico. Jogar na equipa do maior rival dos Leões enfurecia-o, mas apenas conseguiu adiar por um ano a sua ida para o clube das águias. Conta-nos a propósito que foi com o dinheiro que o pai recebeu pela sua ida para o Benfica (cerca de 20 mil escudos, hoje 100 euros) que foi possível a família “construir em casa uma casa de banho”, dando nota das necessidades básicas impostas numa vida humilde. O pai de Manuel José foi sempre o seu maior impulsionador. Queria que o filho se tornasse num bom futebolista e que começasse também ele a contribuir para os rendimentos da família. A pobreza era uma condição que a família de Manuel José vivia a par de muitas outras famílias na época. São dificuldades que pertencem ao passado, mas que servem para dar valor ao que este vilarealense foi conquistando pela vida fora. “Hoje tenho uma vida fantástica”, alude, lembrando tempos difíceis.
A primeira bola de futebol A primeira bola de futebol a sério que recebeu, e de que não se esquece, tinha a marca «Gaviota» e veio do outro lado do Guadiana; Ayamonte, em Espanha, ali bem perto. Foi o pai que comprou “com muito sacrifício”, recorda. Até ali os esféricos que conhecia e com que jogava com os amigos eram feitos com meias de nylon que se enchiam com folhas de jornal. Jogar à bola era das brincadeiras que mais preenchiam as horas
livres dos rapazes da sua juventude; num tempo em que as crianças brincavam fora de portas. Apesar de na altura ser proibido jogar arbitrariamente nas ruas (havendo espaços definidos para o efeito) os rapazes não resistiam a uma boa partida de futebol. Desafiavam a ordem pública e jogavam até as pernas aguentarem. “O meu pai era muito liberal e eu chegava a jogar até à meia-noite!”. Manuel José tinha também a sorte de a sua casa se situar perto de duas fábricas conserveiras que ficavam defronte uma da outra: os portões rapidamente eram transformados em autênticas balizas!
O jogador de futebol A primeira equipa de futebol que Manuel José integrou foi a do Lazareto, participando num torneio popular. Depois jogou na equipa da antiga Escola Industrial e
a primeira grande equipa que se interessou pelo jovem Manuel José, que jogou no futebol profissional até aos 27 anos. Passou também pelo Belenenses, Tomar, Sporting de Espinho; Beira-Mar e Sporting Farense. Manuel José não fez da sua faceta de jogador o ponto alto. “A carreira enquanto jogador poderia ter sido brilhante, mas não o foi porque fiz muitas asneiras”. Admitindo tal facto Manuel José não se diz arrependido, constatando tão somente que não encarou a profissão de jogador com a seriedade que esta lhe merecia.
formação de treinador”. Esta não era, de todo, uma faceta que Manuel José gostasse, nem sequer acreditava, ao contrário de seu irmão, que para tal tivesse qualquer apetência. Acabou por se formar como treinador e desde aí a sua vida no futebol nunca mais foi a mesma! Estávamos em 1975 quando recebeu o primeiro convite para treinar; foi do algarvio Sporting Clube Farense. Depois, aos 32 anos jogava e treinava, simultaneamente, o Sporting de Espinho, clube que fez ascender até à primeira divisão. Sob o comando técnico de Manuel José o Guimarães e Portimonense foram até à Europa. Mais tarde veio o Sporting à frente do qual teve uma ótima prestação na Taça UEFA. Manuel José ficará sempre recordado “Esta homenagem é justa, é merecomo o treinacida, é uma honra e, apesar de dor do «7-1». tardia, reflecte o enorme orgulho Tr a que temos no seu percurso profista-se até
sional e, acima de tudo, no ser humano que é”
também n o Grupo D e s portivo Pic-Nic; tudo clubes da terra. Este extremoesquerdo desde cedo que mostrou muita aptidão para o futebol, destacando-se, rapidamente, também como melhor marcador. As suas aptidões convenceram desde logo o olheiro José Cavaco que o levou, então, para o Benfica, naquela que representou a primeira viagem fora do Algarve. Seria a primeira de muitas viagens graças ao desporto-rei. O Sport Lisboa e Benfica foi, assim,
hoje d a
Luís Gomes, presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António In «Manuel José, Um FARAÓ de Vila Real de Santo António
Irmão dá o impulso ao futuro treinador Foi o irmão, mais velho, que o despertou para as lides de treinador. “Insistiu para que frequentasse uma
maior goleada da história do Sporting ao Benfica; corria o ano de 1986. Com sucessos e insucessos, num mundo de treinador - em que se tem de lidar com as alegrias e frustrações pessoais, dos jogadores, dirigentes e dos adeptos - a carreira de treinador de Manuel José levou-o de novo até Espinho, seguindo-se o Boavista onde fez cinco excelentes épocas. Seguiram-se o Marítimo, o Benfica e o União de Leiria.
O salto para o Egipto Viria a dar o grande salto, mas para fora de Portugal. Manuel José coloca a um nível bem distinto aquilo que conseguiu em Portugal do que conquistou em África, no Egito. De resto, são sobejamente conhecidas as suas opiniões em relação ao futebol em Portugal. As suas considerações bem contundentes quando afirma que “há corrupção no futebol português”. Considera mesmo que a sua personalidade que afrontou sempre o poder instituído criou inimizades no seio do futebol português. Mas no Egito aconteceu o oposto. Naquele país Manuel José foi, literalmente, levado ao colo, abraçado e beijado pela comunidade. A sua carreira egípcia teve início em 2001, tendo sido, interrompida por uma passagem pelo Belenenses (2002/2004) e pelo comando da seleção de Angola (2009/2010). Escrever a história de Manuel José enquanto treinador do Al-Alhy do Egipto é, antes de mais, perceber que tal circunstância, que no total durou 8 anos, criou um fenómeno social que marcará para sempre a vida do treinador e a história daquele país. Com o povo egípcio Manuel José criou uma ligação que diz ser “inexplicável”. Tal como afirma, “não é fácil explicar que relação é essa” que gera espontâneas manifestações de carinho por parte de milhões de egípcios”. Conta-nos que tanto pelo falecimento da sua sogra como da sua mãe os egípcios fizeram um minuto de silêncio. O treinador vilarealense é idolatrado numa terra que por diversas vezes já lhe rendeu inúmeras homenagens. Conta-nos sem “qualquer falsa modéstia” que “não há nenhum treinador no mundo que tenha estabelecido uma relação tão forte com os adeptos e até rivais”. Se olharmos para a sua história no Egipto são várias proezas que estão na origem de uma enorme gratidão daquele povo para com Manuel José. Ganhou 20 títulos no Al-Alhy e bateu inúmeros recordes de jogos consecutivos sem perder; tanto ao nível
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mundial, como nacional e também Liga dos Campeões de África. Manuel José esteve também três vezes no Mundial de Clubes. E sem dúvida que a proeza maior de Manuel José, homem de personalidade forte e sem «papas na língua», foi conquistar de forma incomensurável o coração dos egípcios. “É normal que os adeptos idolatrem os jogadores, mas não o treinador”, constata, assegurando que em terras de África mudou mentalidades, impôs autoestima futebolística e lançou um campeonato que agora é visto com outros olhos. A relação que estabeleceu com o povo egípcio ultrapassou o êxito desportivo. O antigo Presidente egípcio, Hosni Mubarak atribuiulhe em 2006 a medalha de ouro do Desporto, “tendo sido o único estrangeiro a quem foi atribuída esta distinção”, frisa este português - ou «o Faraó de Vila Real de Santo António» como lhe chama o jornalista Neto Gomes, autor do livro sobre o treinador, e que foi apresentado a 13 de Maio em VRSA.
Viver um massacre: viver um limite Em Fevereiro de 2012 o mundo assistia a um massacre em pleno jogo de futebol. Aconteceu em Port Said, no Egipto, num jogo entre Al-Masry e Al-Alhy. Manuel José lembra este como o dia mais triste que viveu ao longo da sua carreira no futebol. Morreram 79 pessoas e 1000 ficaram feridas após a invasão de campo. A notícia da tragédia correu mundo e chocou. Manuel José lembra que não se tratou de uma invasão, mas de um massacre preparado para “matar os adeptos do Al-Alhy” que seriam alegadamente promotores da revolução no país. A revolta e, natural, tristeza invadem os olhos de Manuel José ao recordar este momento trágico. Durante o massacre, em pleno recinto o técnico português, que não conseguiu a tempo ir para os balneários, levou socos e pontapés. Recordar aquela situação limite em que se viu envolvido
é também constatar ao que foi pou- que se adquire num contacto com os cidade pombalina. Uma homenagem pado. “Passaram por mim indivíduos outros. De África trouxe os cheiros, os que contou também com a publicacom espadas, punhais, pistolas, mas olhares, as vestes, as danças, a sim- ção de um livro sobre a sua vida nunca me senti verdadeiramente plicidade de uma condição humana escrito a 25 mãos, mãos de amigos, em perigo”. Explica que recebeu tantas vezes maltratada. “Na Europa sob a coordenação e em co-autoria “mais beijos do que socos e ponta- fala-se de crise, mas em África sobre- de Neto Gomes. É em Vila Real de pés”. Talvez se tivesse entrado nos vive-se e as pessoas mantêm o sorriso Santo António que se reencontra balneários a experiência tivesse e a alegria”; uma forma de estar no com família e com os companheiros sido bem diferente, pois ali dentro mundo que contagiou o coração de da infância e juventude, privando morreram cinco pessoas, porque, Manuel José. novos momentos de confraternizacomo recorda, “num local com ção. Recordar os sítios em que viveu capacidade para 40 estavam 300 VRSA: Terra de e vivenciou até à adolescência é conhecer muitos lugares que agora pessoas refugiadas”. Manuel José reencontros existem apenas na memória; nomeaconhecia muitas das pessoas que Natural de Vila Real de Santo damente as fábricas de conserva, os morreram naquela tragédia que reside há 35 estaleiros e a zona ribeirinha muito determinou a interrupção do A n t ó n i o campeonato egípcio. mais preenchida por embarcações. Depois do Egipto teve ainda Lembra também as rotinas de uma uma rápida passagem ligação sempre próxima com pela Arábia Saudita, Espanha que o Guadiana mais precisamente intensificava “e que a pelo Persepolis, ponte veio afasentre Julho e tar”, considera. Dezembro Hoje encontra de 2012. uma Vila “(…) Não lhe chamo biografia, nem é nosso A Real muito revista diferente. desejo caracterizá-la como tal, embora seja fran“O único cesa ponto de facto, pelos conteúdos que estão assentes «So que se
Foot» inclui
na elaboração de qualquer biografia. Porém, esta não está caricaturizada, nem subjugada ao engenho exploratório e inflacionado, como se algum homem valesse por dois. (…)”
Manuel Neto Gomes, jornalista e autor do livro «Manuel José como José, Um FARAÓ de Vila Real de Santo António» um dos In «Manuel José, Um FARAÓ 100 melhode Vila Real de Santo António res treinadores do mundo graças aos inúmeros triunfos à frente do Al-Alhy do Egipto. A carreira internacional de treinador permitiu que este vilarea- anos em Espinho. Foi adotado por lense tivesse passado por 70 países esta terra mais a norte e o município no mundo. Só em África foram 27. até já lhe atribuiu a medalha de ouro Foi neste continente, sublinha, que da cidade. adquiriu “um manancial de conheciNo passado dia 13 de Maio, foi a mento e riqueza humana”. Não existe vez de Vila Real de Santo António, melhor aprendizagem do que aquela lhe atribuir a medalha de mérito da
mantém inalterável é o centro histórico”, confere Manuel José que lamenta a “degradação da orla marítima”. Este vilarealense não quer arriscar “aos 67 anos dar palpites para o desenvolvimento da cidade”; convicto que “vão soar a antiquados…”. Guarda para si, mas lamenta que se tenha “pago para destruir a pesca e a agricultura”. Num Algarve que mudou ao longo dos anos e que vive uma intensa pressão turística, Manuel diz lamenta encontrar a genuinidade “apenas
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entre Vila Real de Santo António e Faro”. Desde que iniciou uma carreira internacional que não tinha tido a mesma oportunidade, que está a ter este ano, de estar mais do que três dias em terras pombalinas. Porque “infelizmente há amigos que já partiram” perderam-se muitos rituais, mas os que cá estão mantêm as «jantaradas». Refugiado no seu mundo Manuel José elege a pesca e a leitura como hobbys. Em vista poderá estar umas partidas de golfe, anuncia-nos a terminar a nossa conversa.
PALMARÉS 1 Taça de Portugal 1991/92 (Boavista) 1 Supertaça Cândido de Oliveira - 1991/92 (Boavista)
4 3 Supertaças de África - 2005, 2006 e 2007 4 Campeonatos do Egipto 2 Taças do Egipto 2006 e 2007 (Al-Ahly) 3 Supertaças do Egipto - 2005, 2006 e Ligas dos Campeões Africanos
2007 (Al-Ahly)
Medalha de Bronze no Campeonato do Mundo de Clubes no Japão 2006 (Al-Ahly) Medal of Sport of First Class - 2006 (Al-Ahly)
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LOCAL Alcoutim
«A Moira» apresentou Etnografia rica e diversificada A feira de artesanato de Alcoutim faz-se de muita vontade da associação alcouteneja «A Moira» em mostrar a etnografia de um lugar rico em saberes e sabores. O calor teima, por norma, em acompanhar este certame que tem um lugar cativo na praia fluvial de Alcoutim. O fim de semana de 15 e 16 de Junho teve o centro das atenções em Alcoutim para a 28.ª Feira de Artesanato e Etnografia. A organização foi da associação «A Moira» que está já habituada a uma afluência generosa de visitantes. A viagem é feita ao passado da serra algarvia e das raízes de Alcoutim . Na praia fluvial de Alcoutim, cerca de 80 artesãos estiveram a trabalhar ao vivo, apresentando uma grande riqueza etnográfica. A feira de artesanato recriou o antigo dia-a-dia da
serra algarvia. Com a colaboração do Grupo Etnográfico do Pereiro foram também reproduzidos antigos “ofícios”, hoje já debelados. A animação de rua, com a «Bandinha da Alegria» e «Rancho Folclórico de Martim Longo», e as tapas de gastronomia regional completaram o evento. À noite houve espaço para dançar, com baile animado pelo «Duo José e Vítor Guerreiro». No sábado, dia 15, o evento foi marcado por dois momentos: a entrega do prémio ao vencedor do
concurso «Doce Típico d’Alcoutim», uma iniciativa organizada pelo “Projeto Alcoutim”, e a atuação do grupo de crianças que frequentam as aulas de guitarra, apoiadas pela Câmara Municipal de Alcoutim. A Feira de Artesanato e Etnografia de Alcoutim é um evento organizado pela Associação «A Moira», em colaboração com a autarquia local.
Doce típico de Alcoutim
Integrado no programa desta feira esteve o concurso do Doce Típico de
Alcoutim, uma iniciativa organizada com a intenção de criar um doce único, feito a partir de produtos locais, como a amêndoa, o mel, o figo ou o queijo de cabra. A iniciativa foi do «Projeto Alcoutim» que acredita que “é importante que se valorizem os recursos endógenos e se proporcione uma experiência repleta de sabores inesquecíveis a todos aqueles que visitam Alcoutim”. O processo de escolha contou com a presença de um Júri composto por um represente da Escola de Hotela-
ria e Turismo do Algarve, a Câmara Municipal de Alcoutim, a Escola de Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António, a Associação de Cozinheiros de Pasteleiros do Algarve e a LocalvisãoTV. A vencedora do desafio foi Maria Antónia Romeira Pires do Zambujal com uma queijada de leite de cabra. Ganhou 250€ e um fim-de-semana numa Pousada da Juventude à escolha. Depois de votado o nome escolhido para o doce foi o «Aleo» (ver na imagem abaixo).
A Feira de Artesanato e Etnografia de Alcoutim cumpriu 28 anos de vida. Este ano contou com 80 artesãos ao vivo alvo da curiosidade de centenas de visitantes.
Festas de Altura com música, etnografia, desporto e manifestações religiosas O grupo de Altura de cantares etnográficos, que nasceu no seio da Universidade de Tempo Livre, foi o primeiro momento de etnografia das festas de Altura, celebradas em mais uma edição. Antes o som da arruada da Banda Musical Castromarinense e a atuação do Duo de Acordeão «Inovação». Ainda a 7 de Junho o grupo Ahi-Nama animou pela noite dentro. Foi no dia 8, sábado, que teve lugar a procissão em honra do Imaculado Coração de Maria que juntou os fiéis da freguesia e não só. Antes a celebração da eucaristia e a inauguração da paróquia de Altura; um momento alto do programa festivo. A 8 de Junho começou também a Feira de Artesanato palco central das festas. A noite recebeu um concerto dos já
JOÃO CONCEIÇÃO
JOÃO CONCEIÇÃO
DR
Inauguração da Paróquia de Altura foi um dos momentos importantes das Festas em Honra do Imaculado Coração de Maria lendários UHF; a banda de Almada comemorou os 30 anos em Altura e contou com a presença de muitos admiradores.
40.º Aniversário do Clube Alturense
As festas de Altura foram também evento de comemoração do 40.º aniversário do Clube Recreativo Alturense. A celebração foi assi-
nalada pela prova de Atletismo «Memorial Adílio Gomes», que aconteceu a 10 de Junho, Dia de Portugal.
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D ESEN VO LVIMEN TO
Cooperativa de Castro Marim e Vila Real de Santo António enfrenta processo de insolvência Desde o final de 2012 que a Castreal, cooperativa agrícola para os concelhos de Castro Marim e Vila Real de Santo António fechou as portas. O JBG sabe que a crise arrastava-se há já quatro anos. É ao fenómeno da crise que José Antunes atribuiu a razão para o processo de falência e insolvência da cooperativa criada para os concelhos de Castro Marim e Vila Real de Santo António. Dos mais de 1000 sócios muitos já não faziam
parte da vida da cooperativa e as dificuldades em gerar receita para pagar aos fornecedores e empregados foram-se avolumando. A quebra consecutiva da produção agrícola foi deixando um vazio nesta entidade que ao fim “de quatro anos de extre-
mas dificuldades teve de colocar um ponto final” na atividade da Castreal. J. Antunes, o presidente que tinha sido eleito na cooperativa em 2009, garante “que foi feito de tudo o que estava ao alcance da direção” para manter em funcionamento esta
cooperativa. Esforços gorados e o tribunal tomou a sua posse administrativa e neste momento decorre o processo de insolvência. As dívidas, tanto a fornecedores como a empregados estão agora nas mãos da justiça. Para o desemprego foram
três pessoas, tendo-se reformado os restantes dois funcionários. A Castreal tinha sede em Castro Marim, onde empregava quatro pessoas, e uma dependência em Vila Nova de Cacela, onde funcionava com um funcionário.
Alcoutim aposta na fibra ótica de nova geração como fator de atratividade e impulso à economia Começou a ser instalada a meados de Junho em Alcoutim uma rede de fibra ótica de nova geração. Os trabalhos deverão ser concluídos no espaço de 15 meses e representam um investimento de 50 mil euros. Em comunicado o município recorda que esta iniciativa “tem uma grande importância para o concelho de Alcoutim, uma vez que
a fibra ótica de nova geração constituiu um fator de atratividade de investimento privado, permitindo dar maiores passos na modernização da economia e criação de emprego”. Uma rede com estas características vai permitir à população uma maior rapidez na acessibilidade aos serviços de televisão, voz e internet, o que trará inovações e melhora-
mentos na forma como são prestados alguns serviços públicos. “É um investimento que queríamos ver realizado há já muito tempo porque acreditamos que a debilitação do fator isolamento, associado ao interior, passa em grande parte por este encurtar das distâncias que nos trazem as novas tecnologias”, concluiu Francisco Amaral, o edil de Alcoutim.
Fibra ótica vai estar instalada até setembro de 2014
Governo de Passos Associações promoveram Baixo Guadiana na Feira de Coelho alvo de segunda Greve Geral Santarém A Associação Terras do Baixo Guadiana (Alcoutim), em parceria com as Associações de Desenvolvimento Local ADPM (Mértola), Alcance (Alcoutim), e Odiana (Castro Marim), esteve a promover o território do Baixo Guadiana na 50.ª Feira Nacional de Agricultura / 60ª Feira do Ribatejo. O evento decorreu entre 8 e 16 de Junho no CNEMA (Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas),na cidade de Santarém. O objetivo foi promover os produtos do setor agroalimentar naquele que é um
certame de referência ao nível nacional. O stand do Baixo Guadiana apresentou produtos locais tão diversos como a muxama de atum, o sal, mel, queijo, vinho, ervas aromáticas, entre muitos outros. A prestação das Associações foi enquadrada no Plano de dinamização do PACA (Plano de Aquisição e Competências e Animação). Uma presença “bastante positiva” de que é esperado retorno a curto-médio prazo, numa estratégia valorativa e comercial dos produtos de qualidade no território.
Por sua vez a Feira Nacional de Agricultura de Santarém bateu o recorde de visitantes na sua 50ª edição com a visita de mais de 170 mil pessoas no evento. De acordo com Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal e administrador do Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA) esta foi a edição mais visitada de sempre, tendo os 600 expositores ali presentes batido, igualmente, o número recorde da história deste certame.
O stand do Baixo Guadiana, da responsabilidade da «Associação Terras do Baixo Guadiana», apresentou o território e seus produtos de qualidade como a muxama, o sal e o mel.
No dia 27 de Junho a greve geral aconteceu em manifestação clara contra as políticas de austeridade do Governo que têm empobrecido os portugueses. Em balanço dos efeitos da greve o líder da UGT destacava os efeitos do protesto, em particular nos transportes públicos, mas também nos serviços da administração pública. “O setor empresarial do Estado, nomeadamente a área dos transportes, teve uma adesão massiva”. Na saúde muitas consultas ficaram por se fazer e inúmeros uten-
tes afetados. “O setor da saúde está com uma grande adesão nos hospitais, centros de saúde, repartições públicas, tribunais”, acrescentava este responsável sindical em jeito de balanço provisório. Por sua vez, o líder da CGTP, Arménio Carlos destacou a adesão dos trabalhadores dos privados. “O balanço é extraordinário. Quer no plano da adesão do setor público, quer no que respeita ao setor privado, todos os dados são muito importantes”, sublinhou.
Os setores da saúde e dos transportes foram os mais afetados
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DESENVOLVI ME N TO
Algarve e Sevilla assinam protocolo em prol da competitividade «Pertoda
Europa»
Investimento da UE na educação e na empregabilidade dos jovens compensa, segundo OCDE A Comissão Europeia saudou a publicação de «Education at a Glance 2013», um relatório anual da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), que analisa os sistemas de ensino dos 34 países membros da OCDE, incluindo 21 Estados-Membros da UE e a Argentina, o Brasil, a China, a Índia, a Indonésia, a Rússia, a Arábia Saudita e a África do Sul. O relatório identifica os desafios colocados aos sistemas educativos europeus que devem ser superados pela UE e os seus Estados-Membros em conjunto, e reitera a importância das políticas destinadas a modernizar os sistemas educativos e a melhorar as oportunidades de estudo e de formação no estrangeiro oferecidas aos jovens. Ajudar as empresas a aceder a financiamento da UE: portal único inclui agora fundos estruturais A partir de agora, as empresas em toda a Europa passarão a ter um acesso mais fácil a um financiamento que lhes é muito necessário, uma vez que a Comissão Europeia alargou o portal único sobre o financiamento da UE, passando a incluir nele os fundos estruturais: o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e o Fundo Social Europeu. Nova campanha de informação sobre direitos dos passageiros Pela primeira vez, os milhões de turistas que, este verão, irão viajar na UE beneficiarão de proteção ao abrigo dos direitos abrangentes concedidos aos passageiros – quer se trate de uma viagem de avião ou de comboio quer, a partir de agora, também de barco ou de autocarro. No entanto, as sondagens mostram que dois terços dos passageiros não têm consciência dos seus direitos. Por esta razão, a Comissão lança uma nova campanha de informação ao grande número de pessoas que se preparam para viajar este verão sobre os seus direitos enquanto passageiros e sobre o modo de fazer valer esses mesmos direitos, se necessário. Banda larga na Europa: consumidores não recebem as velocidades de Internet que estão a pagar Os europeus os consumidores não estão a receber a débitos de descarregamento em banda larga pela qual pagam. De acordo com um novo estudo da Comissão Europeia sobre o desempenho da banda larga fixa, recebem apenas, em média, 74 % da velocidade anunciada pela qual pagaram. Centro de Informação Europe Direct do Algarve Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve
Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Faro tel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 279 europedirect@ccdr-alg.pt
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No passado dia 10 de Junho, dia de Portugal, o Turismo do Algarve e a Diputacion Provincial de Sevilla assinaram um protocolo com vista a reforçar as relações entre os dois países vizinhos. Os objetivos deste protocolo são a divulgação do talento, empreendedorismo, capacidade de inovação e competitividade das empresas de ambas as regiões e propõe levar a cabo um conjunto de iniciativas do domínio cultural, académico e económico. O presidente da ATA e do Turismo do Algarve, Desidério Silva, reforça a importância deste protocolo, salientando “o relacio-
namento privilegiado entre as duas regiões, pela proximidade histórica, cultural e afetiva e pela convergência de interesses e objetivos sócioeconómicos comuns, que nos últimos anos têm sido aprofundados e beneficiado a projeção de negócios bilaterais com assinalável sucesso”. Para além da promoção turística da região junto deste target específico, a ATA procura igualmente através da realização deste evento, estreitar as relações com o trade, a imprensa e uma série de entidades oficiais da região andaluza, com o objetivo de promover e implemen-
Pego Fundo é Praia Acessível com Bandeira Azul A praia fluvial do Pego Fundo, em Alcoutim, foi galardoada com a Bandeira Azul e, ostenta, à semelhança de anos anteriores, a Bandeira «Praia Acessível, Praia para Todos!». A bandeira azul é um certificado de qualidade ambiental, já o galardão «Praia Acessível – Praia para Todos», conquistado consecutivamente há nove anos, distingue zonas balneares, marítimas e fluviais, que cumpram os requisitos
necessários em termos de acessibilidade e mobilidade condicionada. Neste sentido, a praia fluvial do Pego Fundo está equipada com uma rampa de acesso ao areal, passadeiras de madeira até às sombrinhas e próximas da água, instalações sanitárias adaptadas e meios auxiliares de banho. Os nadadores-salvadores estão também sensibilizados e preparados para as dificuldades e necessidades das pessoas com mobilidade condicionada.
Praias de VRSA têm «Qualidade de Ouro» Todas as zonas balneares do município de Vila Real de Santo António voltaram, em 2013, a ser classificadas com «Qualidade de Ouro», de acordo com o balanço anual efetuado pela Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus). Assim, Fábrica-Mar, Lota, Manta Rota, Monte Gordo e Santo António cumpriram os requisitos impostos pela Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza, conseguindo desta forma a atribuição
do distintivo de qualidade. A insígnia de Ouro da Quercus é entregue às praias com um histórico de boa qualidade das águas balneares, nos últimos cinco anos, com base na informação pública oficial disponibilizada pela Agência Portuguesa do Ambiente. Em comunicado de imprensa o executivo liderado por Luís Gomes diz que a distinção é “resultado do trabalho levado a cargo pela autarquia de VRSA nos últimos anos, em diversas frentes”.
tar ações que estimulem a atividade económica e o desenvolvimento do turismo, sector estratégico para a região algarvia.
Comemoração de Dia de Portugal em Espanha O primeiro evento cultural no âmbito deste novo estreitar de relações foi a comemoração do Dia de Portugal nos jardins do histórico Pavilhão de Portugal, em Sevilha. A iniciativa contou com a participação de 17 empresas do Algarve, 104 agentes de viagens espanhóis e cerca de 210 entidades.
Abriu novo Snack-Bar Entretanto, esta praia tem este ano um novo snack-bar. Custou à autarquia de Alcoutim cerca de 40.000 euros e tem uma área de 135m2, com uma agradável vista sobre a praia fluvial. A nova infraestrutura veio substituir a anterior, que já não respondia, por ter uma pequena dimensão, à afluência da praia, atualmente um dos maiores atrativos turísticos à vila de Alcoutim. O snack-bar está equipado com cozinha e sala de refeições, permitindo agora uma exploração e um atendimento melhorados.
Governo distingue «Cumeadas» A Associação «Cumeadas» foi distinguida pelo Governo com o prémio «Dryland Champions 2013», entregue pelo Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural em Lisboa, como um reconhecimento especial à Associação Cumeadas por ser parte da solução para o combate à degradação do solo, à desertificação e à seca.
Balões Google para disseminar a Internet O acesso à Internet, que a maioria de nós dá como garantido como um “direito”, não existe de forma sustentada em muitas áreas do planeta. Está em curso o projeto «Loon» da empresa americana Google, conhecida de todos nós pelo motor de busca dos conteúdos Internet. Esta corporação pretende fornecer acesso à grande rede em zonas remotas da Terra com a utilização de balões de ar quente, equipados com o necessário para o poderem disponibilizar. Os balões não vão ser controla-
dos de forma rigorosa. Ficam a pairar livremente, sendo controlados em altitude, para que sigam uma corrente de ar particular e, assim, um rumo pretendido. Serão estacionários a uma altitude de cerca de 20km, o dobro da que os voos comerciais utilizam, ficando garantidas todas as premissas de segurança necessárias. A bordo, transportam um painel solar, para alimentar de energia todo o equipamento necessário para a ligação à Internet e retransmissão. A tecnologia envolvida neste projeto tem de ser por um lado simples
NO ALGARVE
de operar e manter, até porque estará a sobrevoar a terra, e por outro suficientemente avançada para conseguir superar todos os problemas que se predispõe a ultrapassar. Este tipo de iniciativas e de tecnologia envolvida vão com certeza mudar o nosso mundo em locais onde o acesso à Internet é difícil e muitas vezes complicado de implementar. Posto em prática na Nova Zelândia, se tiver o sucesso que se espera poderá ser alargado a outras regiões do Globo, tornando a Internet ainda mais abrangente e mais disseminada.
CLIENTES SEM FÉRIAS E SEM DINHEIRO — A Independent Villas, uma sociedade que representava 33 proprietários de villas no Algarve, entrou em liquidação. Caíram as cerca de 60 reservas para essas propriedades que a locadora tinha em carteira, envolvendo aproximadamente 250 pessoas. Estas vão ficar sem férias e “provavelmente” também sem o dinheiro que avançaram a título de sinal, de acordo com a imprensa britânica. A BBC noticiou que a Indepent Villas, de Suffolk, estabelecida em 1995 e transformada em sociedade por quotas em 2009, chamou a empresa de contabilistas Larking Gowen para iniciar o processo de liquidação e que foram responsáveis desta firma que avançaram que os clientes com reservas “provavelmente perdem o seu dinheiro”, à excepção, eventualmente, dos que pagaram com cartão de crédito, que ainda poderão tentar o cancelamento do pagamento. ALERTA DO BANCO ALIMENTAR — o Banco Alimentar Contra a Fome (BACFA) lançou um alerta para o uso indevido de camisolas e sacos com o seu logotipo em atos de recolha de alimentos ao domicílio durante a campanha do passado dia 1 e 2 de junho. A instituição diz ter sido informada da situação e divulgou um comunicado por considerar que o seu bom nome estará “a ser colocado em causa por quem pretende aproveitar a generosidade de quem doa alimentos”. “A recolha de alimentos com a utilização de camisolas e sacos identificadas com o logotipo/imagem de marca do Banco Alimentar ocorre exclusivamente em superfícies comerciais, precedidas da respetiva autorização da superfície comercial em causa”, refere o BACFA. O Banco Alimentar Contra a Fome recordou ainda que não procede à recolha de alimentos ao domicílio, solicitando que, sempre que qualquer ato do género seja verificado, o mesmo lhe seja denunciado ou à entidade policial mais próxima. TURISMO ALGARVIO EM VENDAS ON-LINE - a AHETA lançou o portal de vendas e reservas online, chamado Algarvebooking. O objetivo é contribuir para esbater um dos maiores problemas que o turismo e as empresas hoteleiras e turísticas do Algarve vem enfrentando desde há largos anos – redução de vendas e volume de negócios. A algarvebooking, assim se chama o Portal, assume-se, claramente, como mais um canal complementar na comercialização e distribuição de férias ao serviço dos hotéis e empreendimentos turísticos da região. A plataforma não pretende concorrer com os canais de comercialização já existentes, designadamente com os chamados operadores da net, surgindo antes como um complemento de outros parceiros comerciais, incluindo os operadores turísticos tradicionais. Com o lançamento deste projecto, o Algarve abre mais uma porta para comercializar os seus hotéis e empreendimentos turísticos quer no mercado interno quer junto dos principais mercados externos. A algarvebooking, para além de um portal de vendas, dispõe de conteúdos informativos sobre o Algarve, marcando uma diferença qualitativa relativamente a outros portais de vendas existentes, o que lhe confere, desde logo, uma capacidade competitiva difícil de combater pela concorrência mais directa.
José Cruz
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João Frizza soma e segue no mundo artístico João Lopes é conhecido no mundo artístico por João Frizza. Em Vila Real de Santo António, sua terra-natal, o talento que possui não passa despercebido numa comunidade onde, desde tenra idade, integra vários espetáculos, seja nas funções de representar, bem como de encenar ou produzir. Em Maio foi alvo de uma homenagem da parte do executivo municipal. “Emigrado” em Lisboa luta por um lugar ao sol. Garante que desde sempre se lembra de querer ser ator. O mundo da representação é por isso um sonho tornado realidade e em Lisboa há alguns anos luta por conseguir vingar num mundo onde existe muita gente apaixonada pela arte. É já tido como um ator e cantor da nova geração e o grande salto deu-o quando integrou o espetáculo «O melhor de La Feria». “Foi uma experiência única”, conta ao JBG, confessando-se um apaixonado pelos musicais. Garante que “aprende-se bastante ao trabalhar com Filipe La Feria”, e lembrou a responsabilidade que foi partilhar o palco “com alguns dos maiores artistas do nosso país como a Alexandra, o Henrique, a Vanessa, a Paula que são pessoas que sempre admirei e agora tenho oportunidade de trabalhar, conviver e aprender com eles”. Como diz o próprio “o que ontem era um sonho, hoje é verdade”, mas João Frizza sabe que há muito trabalho na frente para crescer na sua arte. Quer sempre “fazer mais e melhor”. Em Lisboa tem tirado várias formações e participado em diversas produções.
DR
Nomeadamente no musical «Fame», na sequência de uma formação que fez com Wanda Stuart, e em «Com Peso e Medida», tendo sido esta a sua primeira experiência profissional.
Encenar é “fascinante” Para este jovem é “fascinante” encenar e esta é uma área que tem experimentado por várias oportunidades. “Permite criar e imaginar algo que sabemos que vai transmitir sentimentos ao público”, sublinha o artista que ainda com a menoridade produziu em VRSA um espetáculo para o Casino de Monte Gordo.
VRSA terra de regressos
João Frizza integrou o espetáculo «O Melhor de La Feria»
João Frizza regressa a Vila Real de Santo António com regularidade. Aqui mantém a sua equipa do «II Acto Produções» e os espetáculos a que vão dando seguimento. Também a VRSA João F. tem trazido artistas de renome, como foi o caso de Wanda Stuart, Vanessa e, mais recentemente, FF.
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A arte de palhaço foi pretexto para tertúlia
Pedro Santos e Luís Cristina dedicaram uma tertúlia ao tema e falaram desde a origem da arte de palhaço até aos dias de hoje. A 15 de Junho o Jornal do Baixo Guadiana juntou a companhia de teatro vilarealense «Fech’Ó Pano» e Luís Cristina que dá corpo e alma ao Palhaço Zequinha, numa tertúlia que fluiu dentro do tema da arte de Palhaço. O palco foi o parque das merendas, em Monte Gordo e os «dedos de conversa» foram desde a origem do palhaço até à sua manifestação cultural nos dias de hoje. Independentemente do artista que lhe dá alma “a arte de palhaço é só uma”, concordaram Luís Cristina e Pedro Santos diretor artístico da Fech’Ó Pano. “Na essência de palhaço está a crítica social e só mais tarde se transformou numa arte para fazer rir as crianças”, recordou Pedro. Ambos os artistas lamentaram que correntemente o termo palhaço seja utilizado de forma pejorativa, criticando Pedro Santos “que o Presidente da República não tenha sabido gerir o assunto quando lhe chamaram de palhaço”. Para ambos os artistas Cavaco Silva revelou “falta de conhecimento e sensibilidade para o tema”. A arte de palhaço, as suas manifestações, o trabalho e formação preencheram o final de tarde daquele sábado numa tertúlia organizada entre o Jornal do Baixo Guadiana e a companhia de teatro «Fech’Ó Pano».
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CULTURA VRSA
Sucesso marcou o «I Encontro Internacional de Coleccionismo» No passado dia 9 de Junho o Centro Cultural António Aleixo, na cidade de Vila Real de Santo António, recebeu o «I Encontro Internacional de Coleccionismo». A iniciativa foi da seção de colecionismo dos Bombeiros Voluntários da cidade. Tal como nos confirmou Albano Santos, responsável deste núcleo, “o primeiro encontro correu muito bem, sendo que cativou para além dos colecionadores”. Muitos foram os curiosos que passaram ao longo do dia no Centro Cultural e muitos, claro, foram os aficionados do colecionismo que não arredaram pé até ao final do encontro. Albano Santos explica-nos “que a estratégia passou por se distribuir ao longo do dia as quatro novas coleções de pacote de açúcar alusivas a Vila Real de Santo António”. Por Vila Real de Santo António passaram colecionadores de Pacotes de Açúcar, Selos, Moedas, Notas, Medalhas, Pins, Calendários de Bolso, Credifones, Porta-chaves, Canetas; Colecionadores portugueses e estrangeiros, sendo que os vizinhos espanhóis marcaram forte presença. O JBG em contacto com vários colecionadores presentes pode constatar que a apreciação ao evento foi bastante positiva. Uma próxima edição a acontecer vai necessitar de um espaço maior, tal foi a afluência.
I Feira Internacional de Floricultura Por sua vez a Praça Marquês de Pombal recebeu a I Feira Internacional de Floricultura. Foi, igualmente, uma organização da seção de colecionismo dos Bombeiros Voluntários de VRSA que contou com o apoio da ACRAL.
Equipa organizativa mereceu por parte dos participantes as mais variadas críticas positivas pela organização do evento
Exposições marcam final de ano letivo de Universidades séniores no Baixo Guadiana No território do Baixo Guadiana existem duas Universidades seniores. Uma em Vila Real de Santo António e outra em Castro Marim. Ambas promoveram uma exposição para dar a conhecer trabalhos realizados pelos formandos ao longo do ano. Em terras pombalinas a Universidade dos Tempos Livres com a exposição no Centro Cultural António Aleixo. Por sua vez, em Castro Marim, a Universidade do Tempo Livre expôs no espaço do mercado municipal da vila. DR
VRSA: exposição no Centro Cultural António Aleixo
Castro Marim: exposição no Mercado Municipal da vila
Dias Medievais em França
Campesino do Monte Francisco cativou com iguarias em Guèrande Uma comitiva do Campesino Recreativo Futebol Clube, da localidade de Monte Francisco, no concelho de Castro Marim fez-se à estrada e marcou presença nos «Dias Medievais» de Guèrande, localidade francesa geminada com Castro Marim. O evento anual decorreu a 1 e 2 de Junho. Para terras francesas
o clube levou diversas iguarias que deliciaram os visitantes e organização. Desde sopa, pastel de nata, florentinas até pão de queijo, entre outros, os sentidos foram despertados; de tal forma que ficou desde logo o convite para este clube marcar presença nos Medievais franceses em 2014. Carlos do Carmo, presidente do
clube, diz mesmo que esta presença em Franca “superou todas as expectativas”, acreditando que “veio valorizar os laços fortes da geminação que já existem há largos anos”. Recorde-se que anualmente uma comitiva de Castro Marim, liderada pelo presidente da câmara local, José Estevens, marca presença nos «Dias Medievais» de Guèrande.
Comitiva levou até França sopa típica, salgados e doces variados
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«Um amigo para o Inverno», o novo livro de José Carlos Barros Tive o prazer de participar na apresentação pública do romance de José Carlos Barros, com o título em epígrafe, que aconteceu no passado dia 14 de Junho. Foi no agradável ambiente de um turismo rural, chamado «Casa de Cacela», na presença de um largo auditório, interessado e animado, de amigos e leitores do autor. O que escrevo a seguir sintetiza, no essencial, o que aí disse na altura. Carlos Brito O livro, escrito primorosamente, leva-nos a uma vila e a uma aldeia contígua do norte do país, nos anos 50 do século passado, em plena ditadura salazarista. Aí deparamos com vários resistentes ao fascismo, incluindo uma célula do Partido Comunista, constituída por três militantes que sonham transformar o país e o mundo. Assistimos à prisão de dois deles, feita pela PIDE, sabemos da forma violenta com que foram tratados, das torturas a que foram submetidos. Um deles morre, em consequência, pouco depois de sair da prisão. Voltamos a vila e à aldeia nos primeiros anos da década de setenta, já com Marcelo Caetano no lugar de ditador. Alguns dos resistentes tinham «arrumado as botas», outros persistem na luta, mas sentem-se cansados, desiludidos, desistentes. Um dos mais combativos suicida-se mesmo em 1973, o que mostram o isolamento em que se encontravam, pois este é um ano em que a crise da ditadura se aprofunda e em que movimento oposicionista se fortalece, bem como a convicção
de que o fascismo tinha os dias contados. José Carlos Barros trata com muito rigor os sentimentos destes meios oposicionistas, que se reportam a factos históricos que envolveram a sua própria família, como explicou na apresentação. Faz o mesmo ao recriar a mentalidade dos senhores do aparelho do poder ditatorial e dos apoiantes da ditadura, pondo em relevo o seu carácter liberticida e a naturalidade com que advogam a repressão. O romance é, no entanto, muito mais que este conflito entre o poder e a oposição. Bem arquitectado, jogando com os tempos dentro do tempo, passa pelo interior das personagens, muito pouco pelo o seu aspecto exterior, numa profunda reflexão sobre a maravilhosa e tão difícil tarefa de viver. É também um romance repassado de saudade, um regresso espiritual do autor à sua Boticas natal, donde espero, por vários indícios, que nos traga um novo romance sobre a festa do 25 de Abril em Trás-os-Montes, como me atrevi a dizer.
Novo livro de José Carlos Barros teve apresentação a 14 de Junho e contou com a presença de muitos familiares, amigos e leitores do autor que foi finalista do prémio Leya 2012
«Encontros Improváveis» marca estreia de Fernando Pessanha na ficção José Carlos Barros, que para além de vice-presidente e vereador da cultura na câmara municipal de Vila Real de Santo António, é escritor e também em Junho lançou mais um livro (ver peça acima), disse acerca do novo livro do jovem Fernando Pessanha que tinha “um encadeamento narrativo delicioso” onde “o sonho se mistura com a realidade”, e em que “a meteorologia vai acompanhando estados de alma”. Coube a José C. Barros apresentar «Encontros Improváveis”, dizendo na ocasião que esta obra dá a conhecer “aquilo que de mais entusiasmante se espera de um escritor jovem”. O também escritor diz que ao ler esta obra se surpreendeu e entusiasmou, afirmando mesmo que “quem entra assim nos livros dificilmente sai da literatura”. No que diz respeito à estética do livro, a cargo de Artur Filipe, José Carlos Barros descreve-a como “tecnicamente fascinante” com um conjunto de imagens “que sabem acompanhar o ambiente”. A obra foi publicada pelas Edições Mandil, uma chan-
cela da editora algarvia «4 Águas».
Primeira obra de ficção Trata-se da primeira obra de ficção de Fernando Pessanha. «Encontros Improváveis» compõe-se de estórias aparentemente distintas que acabam por estar interligadas através de acontecimentos que influenciam a vivência dos vários personagens que compõem os distintos planos de ação. De um modo geral, o enredo apresenta-se como um “microcosmos” que tem como pano de fundo a complexidade das relações humanas e sociais e a maneira subtil como estas são determinantes na realidade de terceiros. Tal como nos conta Fernando Pessanha, este livro surge de um convite que o editor Fernando Esteves Pinto lhe fez para escrever um texto para integrar uma antologia de autores algarvios. Obra que não chegou a ser publicada, mas que foi pretexto para F. Pessanha dar continuidade à escrita neste registo ate chegar ao
Jovem escritor (à d.ta) prepara mais fição e historiografia «Encontros Improváveis». Escrever funciona para este autor “como um escape”. Garante-nos que em breve vão surgir novidades na fição e também projeta publicar a sua dissertação de mestrado que se dedica à história da presença militar dos portugueses em Marrocos nos séculos XV e XVI.
Livro
«Aconteceu» em Alcoutim e na Marinha Portuguesa
Na presença de 70 pessoas Fernando do Marmeleiro, assim é conhecido Fernando Dias, autor do livro, lançou a sua obra «Aconteceu». O lançamento que teve lugar a 15 de Junho, pelas 16 horas, no castelo de Alcoutim foi momento de convívio e explicação sobre este livro que fala das memórias do autor em relação à sua terra natal e aos tempos de trabalho na Marinha Portuguesa. Entre os presentes estiveram muitos companheiros de mar. A apresentação do livro foi feita pelo autor, com a presença do presidente e vice-presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Francisco Amaral e José Carlos Pereira, respetivamente. A publicação contou com o apoio da edilidade.
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CULTURA
Mário Zambujal no auditório de Guerreiros do Rio O grupo «Pr’ó Futuro de Alcoutim» está a organizar um encontro para o próximo dia 6 de Julho dedicado à obra do jornalista e escritor Mário Zambujal. Vai ter lugar no auditório do «Museu do Rio», na localidade de Guerreiros do Rio, em Alcoutim. Como oradora convidada vai estar Adriana Nogueira, docente da faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade do Algarve. Depois do encontro vai realizar-se um almoço convívio com a presença do autor no «Guerreiros do rio River Hotel». De acordo com as últimas indicações da organização as inscrições para o encontro devem ser feitas até dia 4 de Julho. Os contactos disponíveis são: amigosalcoutim@gmail.com e 967224123
AGENDA Alcoutim 06 de julho XIII Sardinhada Convívio Local: Pereiro Hora: 11h30
26 e 27 de julho Festa da Barrada Local: Barrada Hora: a definir 27 de julho Festa Tradicional do Pereiro Local: Pereiro Hora: a definir
06 de julho Festival de Folclores e Feira de Artesanato de Martim Longo Local: Martim Longo – Largo da Junta de Freguesia Hora: 16h00
Exposição “Bonecas da Flor d’Agulha” Mês de julho Local: Centro de Artes e Ofícios (Alcoutim) Hora: De segunda a sexta-feira, entre as 08h30 e as 16h30
13 de julho Festa de Aniversário do Grupo Desportivo de Alcoutim Local: Centro Náutico de Alcoutim Hora: 22h00
De 02 a 31 de julho Exposição de Pintura de Isa Barra Local: Casa dos Condes (Biblioteca Municipal de Alcoutim) Hora: de segunda a sexta-feira, entre as 09h00 e as 18h00
13 e 14 de julho Festa Tradicional do Pessegueiro Local: Pessegueiro Hora: a definir
De 24 de junho a 2 de agosto Férias Desportivas Local: Concelho de Alcoutim
Até dia 17 de julho Concurso de fotografia Alcoutim – Sanlúcar de Guadiana
Castro Marim
20 de julho Festa Tradicional das Cortes Pereiras Local: Cortes Pereiras Hora: a definir
13 de julho Festival de Bandas 17h - Arruada inaugural com partida da EB2,3 de Casto Marim com percurso até Casa da Música 21h30 - Início Praça 1º de Maio
20 de julho Festa dos Avós e Netos Local: Balurcos Hora: a definir 21 de julho Baile de acordeão Local: Corte da Seda Hora: 21h00 26 de julho Baile de acordeão Local: Balurcos de Cima Hora: 21h00
VRSA Festival Juvenil de Folclore Data: 20 de julho Hora: 21h30 Local: Praça Marquês de Pombal Workshop de Dança do CATL «A Idade de Ouro» com: Prof. Yuri Stroganov – Escola de Dança “A Idade de
Ouro” | VRSA Prof. Evgeniy Belaev – Companhia de Dança do Algarve Prof. Alexandre Shshkin – Escola Contemporânea de Moscovo Data: 22 de Julho a 3 de Agosto Horário: 9h00 >12h30 – 15h00 >18h Local: Centro Cultural António Aleixo Inscrições: bichinhosaber.ass@sapo.pt
Exposição de escultura «Metáfora das formas» de Aldamir Soares Data: 2 a 31 de julho Horário: segunda a sexta-feira 9h15 > 19h45 Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas| VRSA Sessão de esclarecimento para grávidas Data: 4 de julho Hora: 17h00 Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas| VRSA Org: APSI – Associação para a Promoção da Segurança Infantil Apoio: Ministério da Administração Interna, no âmbito do concurso «Prevenção e segurança rodoviárias – 2010» em parceria com a UCC Santo António de Arenilha – Centro de Saúde de VRSA
«O Património Cultural Imaterial no Baixo Guadiana» por Pedro Pires Ciclo de aulas abertas do Curso de História do Algarve | UTL de VRSA Data: 10 de julho Hora: 17h30 Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas| VRSA Lançamento do livro «Atividade física, obesidade, alimentação e imagem corporal na população compreendida entre os 6 e os 10 anos de idade da zona circundante do Guadiana» Data: 5 de julho Hora: 17h00 Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas| VRSA
POR CÁ ACONTECE Apresentação do IV tomo de «Obras escolhidas de Álvaro Cunhal» Data: 19 de julho Hora: 18h00 Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas | VRSA Ciclo de passeios pedestres «Passos Contados 2013» «Tradições alimentares no Algarve rural» com a socióloga da alimentação Maria Manuel Valagão Data: 6 de julho Ponto de encontro: 17h00 > Vila Real de Santo António I Seminario Hispano- Luso: Patrimonio Industrial Conservero y Salazonero Data: 15 a 19 de julho (25 horas) Local: Ayamonte Inscrições + informação em www.uhu.es/cursos/ e www.fronteiras.es Noites de Lua Cheia – Marcha Passeio Data: 23 de julho Hora: Ponto de Encontro: 21h30 Partida: 22h00 Local: Av. da República – Junto à Marina Noites de Lua Cheia - Percurso BTT Data: 24 de julho Hora: Ponto de Encontro: 21h30 Partida: 22h00 Local: Av. da República – Junto à Marina
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PATR IMÓ N IO E P SIC O LO GIA Rubrica de pATRIMÓNIO “Deus te acrescente Deus te ponha a virtude Que eu já fiz o que pude”
A amassadura do pão Na gastronomia do Baixo Guadiana o pão está presente em todas as refeições, quer seja como complemento do prato principal, ou na elaboração de pratos como a açorda, as migas, o gaspacho, os ensopados e a doçaria. O pão pode também ser guarnecido com banha branca, pimentão, toucinho, presunto, enchidos ou azeitonas. Noutros tempos, o pão já chegava aos principais lugares do território através da distribuição ambulante, oriunda de Odeleite, Bentos, Martinlongo, Pereiro, Espírito Santo ou Via Glória. Nos outros lugares, quem quisesse comer pão, tinha de o cozer. A amassadura – preparação da massa – repetia-se de oito em oito dias. Na véspera, as amassadeiras preparavam o fermento com o “crescente”, água e farinha, que ficavam a fermentar durante a noite. O “crescente” – pequena porção de massa retirada da amassadura anterior – durava até 15 dias e quem não o tivesse pedia
emprestado a uma vizinha para poder amassar o pão. No dia seguinte, misturavam os ingredientes num alguidar de barro: farinha de trigo, água morna, fermento e sal. Amassavam durante uma hora, acrescentando água morna segundo a necessidade. Depois de bem amassada, benzia-se a massa em cruz e dizia-se “Deus te acrescente no alguidar como Jesus Cristo no altar”, e tapava-se com mantas para manter o calor. Enquanto o pão levedava, as amassadeiras preparavam o forno, que tinha sido aquecido previamente com lenha. Depois de varrer as cinzas do forno, atiravam um punhado de farinha para verificar se a temperatura do forno estava boa. Sobre um tabuleiro enfarinhado, tendiam a massa, formando pequenos pães que se colocavam sobre um “tendal”, até à hora de se deitar no forno. Finalmente, os pães eram colocados no forno com a
ajuda de uma pá de madeira com cabo comprido, arrumados sobre uma palma (folha de palmeira anã) para não se queimarem no solo do forno. Tapava-se a porta do forno e, para evitar o mau-olhado, fazia-se uma cruz na massa e outra no forno, repetindo a ladainha: “Deus te acrescente que é para muita gente”. O pão demorava mais ou menos uma hora a cozer. A partir da massa do pão, faziam-se também os “fedéus”, com a forma de pequenas pevides, que secavam ao sol e eram utilizados em vários cozinhados como substituto da massa industrial. Na cozedura semanal, faziam-se ainda a “costas”, salgadas ou doces, que levavam anis na massa. Para as crianças, moldavam-se “pupias” com forma de passarinho ou argola, que se enfiavam num pau para arrefecer.
Homenagem póstuma do presidente do município de Alcoutim ao Prof. Dr. Rosa Mendes Obrigado Rosa Mendes, pelo que fizeste pela história, pela cultura e pela sociedade de Alcoutim e do Algarve em geral. Obrigado Rosa Mendes, pelo apoio jurídico que deste ao presidente do município e sempre a título gracioso. Obrigado Rosa Mendes, pela tua amizade e pelo carinho que sempre dedicaste às pessoas do nordeste algarvio. Obrigado por teres existido. Ficarás sempre na memória de Alcoutim. Francisco Amaral Presidente do Município de Alcoutim
Pedro Pires Técnico de Património Cultural Membro do CEPHA / UALg
Exclusão e Discriminação nas Escolas? Há soluções! Atualmente tem-se vindo a presenciar nas escolas, um aumento de problemas relacionados com a discriminação, a exclusão, o bullying e o preconceito entre os alunos. Estes problemas influenciam de forma decisiva e marcante a vida tanto académica como pessoal de quem os sofre. Muitas vezes deixam marcas na auto-estima, auto-confiança, sentimentos de vazio, solidão, desesperança, fracasso, descida das notas e em alguns casos, abandono escolar. Torna-se, desta forma, necessário desenvolver nos alunos uma atitude de combate à exclusão, à discriminação, ao bullying e aos conflitos existentes na escola, estimulá-los a mudarem a dinâmica da escola, as suas atitudes perante os outros, mostrando quem são, por detrás dos rótulos e estereótipos e estando disponíveis para conhecer melhor os outros, falando sobre muitos dos assuntos que tornam o dia-a-dia na escola um problema e arranjando alternativas para a resolução desses problemas. Assim, é preciso ajudar os alunos a entender sinais de si próprios,
os sentimentos dos outros, ouvir atentamente, comunicar de modo eficaz e respeitar as diferenças, podendo ajudar a prevenir comportamentos de risco, de forma a desenvolver relações sociais que levam a uma vida saudável. Existem modelos de desenvolvimento positivo que incidem sobre a formação da identidade, a formação de caráter, promoção da saúde e aprendizagem emocional e social. No que diz respeito à aprendizagem social e emocional, esta desenvolve nos jovens competências para reconhecerem e gerirem as suas emoções, compreenderem outros pontos de vista, estabelecerem objetivos positivos, tomarem decisões responsáveis e lidarem eficazmente com situações interpessoais. No contexto escolar, a aprendizagem social e emocional envolve a integração de dois fatores inter-relacionados – desenvolvimento de competências e ambientes de apoio − a fim de promover um desempenho
escolar bem-sucedido e próprio desenvolvimento dos jovens. Esta estratégia reforça a ideia de que o que aprendemos é afetado pela forma como nos sentimos. Desta forma, aprender competências sociais e emocionais é semelhante a aprender outras competências acadé-
além da importância do reforço destas competências na dinâmica familiar, seria necessário dar-se mais atenção nas escolas aos aspetos emocionais e afetivos dos alunos. Para isso, foi desenvolvida uma ação de sensibilização na Escola Secundária de Vila Real de Santo António, baseada no programa americano “Be the Change”, onde foi possível proporcionar algumas dinâmicas de grupo com uma turma de 10º ano, no sentido de criar um espaço de reflexão onde os alunos puderam estar dispoM. Ghandi níveis para expressar o que sentem e o que pensam em relação a si e à micas, uma vez que os efeitos da apren- escola, mostrarem um pouco mais de si e dizagem inicial são aperfeiçoados com o conhecerem melhor os outros, de forma tempo, permitindo aos alunos lidarem a promover competências de comunicom situações cada vez mais complexas cação eficazes, gestão de emoções e de no desempenho acadêmico, nas relações conflitos, comportamentos de maior sociais e em cidadania. A falta de progra- cooperação, afeto, ajuda e interesse mas de educação afetiva, acompanhados pelos outros. Neste sentido, estas dinâda falta de estimulação emocional e afe- micas poderão ser úteis para minimizar e tiva no seio familiar, leva à incompetên- até mesmo eliminar problemáticas relacia social e à incapacidade dos jovens cionadas com a exclusão e os conflitos para expressarem as suas necessidades e entre pares, promovendo sentimentos sentimentos de forma eficaz. Assim, para e comportamentos de interajuda, coo-
“Sejam a diferença que gostariam de ver no mundo”
peração e suporte emocional. No entanto, é de salientar que o combate a estes problemas não se faz apenas na escola. Este é um trabalho que deve ser desenvolvido, principalmente pela família, devendo esta oferecer-se como modelo de identificação e ter uma atitude de promoção do diálogo e reflexão sobre aspetos como a “normalidade da diferença”, onde reflitam sobre a ideia de que as pessoas diferentes não devem ser motivo de gozo ou de exclusão.
psivrsa@gmail.com www.facebook.com/NEIP.vrsa
NEIP (Núcleo de Estudos e Investigação Psicológica) – Ana Ximenes, Catarina Clemente, Dorisa Peres, Fabrícia Gonçalves, Patrícia Santos, Pedro Costa, Sílvia Cardoso. Colaboração: Dina Figueira, Ana Sofia Gonçalves, Daniela Santos
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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2013
PASSATEMPO S & L AZER
Autor: João Raimundo
Quadratim - n.º109
Jogo da Paciência n.º 115
Os órgãos de soberania de Portugal sabem que os subsídios de férias e de Natal são um direito adquirido pelos trabalhadores com o seu trabalho, empenho e profissionalismo, assim como o é o valor das reformas. Não podem ser usurpados ou diminuídos ou descalendarizados. Os subsídios de férias dos funcionários públicos e reformados são pagos em Junho/Julho e os de Natal em Novembro e não a conta gotas. Também não é aceitável que estes trabalhadores deixem de o ser para passarem a ser «ESCRAVOS», pois aumentar o horário de trabalho sem aumentar o ordenado ou pagamento de horas extra é «ESCRAVATURA». Portugal foi o primeiro país a abolir a escravatura. Não transformem Portugal num país de escr avos (...). Haja respeito pelos oncidadãos. Pelo caminho correto do Quadratim vá ao encontro de «NÃO AO DESEMPREGO, MISÉRIA, FOME E DOENÇA»
Cursos de Informática na Odiana O CEFOSAP (Centro de Formação Sindical e Aperfeiçoamento Profissional) vai levar a cabo nas instalações da Associação Odiana Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD). Formações na área de informática acontecem em Castro Marim e na localidade de Altura. As tecnologias e informática estão em crescente expansão e são atualmente ferramentas indispensáveis no dia-a-dia, sobretudo no campo laboral. Como tal a Odiana disponibiliza a sua sala de formações para oito cursos que constam no Catálogo Nacional de Qualificações na área das ciências informáticas [processador de texto e folha de cálculo– básico e funcionalidades, cada um, hardware e tipologias de rede, administração de redes, internet e criação de sites web]. A sublinhar que estas ações de formação são dirigidas a ativos e desempregados e são cofinanciadas, sendo que os formandos terão direito a certificado e subsídio de alimentação. A carga horária varia entre as 25h e as 50 horas nas instalações da Associação Odiana em Castro Marim e/ou na localidade de Altura na antiga escola primária. Mediante o número de inscrições. Para se inscrever basta aceder à ficha de inscrição (também no site da Odiana) e enviar cópia do BI, NIF, NIB, Currículo e Certificado de Habilitações de forma legível para o email da Associação Odiana: geral@odiana.pt. Para outras informações consulte o site da Odiana www.odiana.pt , contacte através do 281 531 171 ou ainda no facebook
«O Português»
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BONITO GRAVE FORTE FINO FALSO TORTO BOM
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MAL BICUDO LARGO BEM ESTREITO CENTRAL CAMINHO BELO LEAL BANDO REDONDO FESTA AGUDO
Soluções Jogo da Paciência - n.º114
CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO
“Tenho verificado que alguns supermercados colocam produtos alimentares com o prazo de validade próximo do fim em promoção. Será uma vantagem aproveitar estes descontos?”
Porquê comprar, quando pode adotar? Visite o canil/gatil Intermunicipal de VRSA/Castro-Marim
FLIPER
A DECO INFORMA... Em Portugal, cerca de 30% do desperdício alimentar é originado nos supermercados. Anualmente, cerca de 298 mil toneladas de alimentos têm como destino o contentor do lixo, aponta o estudo “Do campo ao garfo – desperdício alimentar em Portugal”, divulgado recentemente pelo Projecto de Estudo e Reflexão sobre Desperdício Alimentar (PERDA), desenvolvido pelo Centro de Estudos e Estratégias para a Sustentabilidade. A redução de preço de 25% a 50% face ao preço normal e a oferta de quantidade suplementar do produto, sem variação do preço, através da promoção “leve 2, pague 1” são as modalidades mais frequentes, é uma forma de os estabelecimentos eliminarem o desperdício, mas transfere a responsabilidade de consumo, dentro do prazo, para o consumidor. A identificação deste tipo de descontos varia consoante a loja. Na maioria dos casos, estes produtos apresentam uma etiqueta de cor forte, onde consta o preço promocional e as expressões “Aproximação fim do prazo validade”, “Produto com prazo de validade curto” ou “Por aproximação da data de validade”. O número de dias que decorre entre o momento da venda a preço promocional e o prazo limite de consumo varia consoante a categoria do produto e a loja. Por exemplo, nos produtos de charcutaria e saladas a colocação da etiqueta promocional ocorre dois dias antes do fim do prazo. Já no caso dos iogurtes e bolos, a etiqueta é colocada até 6 dias antes do fim do prazo de validade dos produtos. O consumidor pode ser tentado a comprar um produto mais barato. Contudo, antes de comprar, deve ponderar se vai conseguir consumi-lo dentro do prazo de validade indicada. Caso não o faça, estará a desperdiçar dinheiro e alimentos. O alimento que não foi desperdiçado no estabelecimento de venda, será desperdiçado pelo consumidor, contrariando o objectivo da iniciativa. Em suma, apesar destas acções serem bem-intencionadas, visando reduzir o desperdício dos produtos alimentares nas cadeias de distribuição, só uma atitude de compra, reflectida e racional é que traduzirá o benefício desta iniciativa.
Susana Correia jurista
RUBI A Guadi agradece aos voluntários e a todos os cidadãos que contribuíram na Campanha de Recolha de Alimentação para Animais Abandonados, realizada nos dias 29 e 30 de Junho no supermercado Lidl em VRSA. Obrigado pela vossa solidariedade! GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283 Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328 Contactos: 964773101 e 968079025 guadivrsa@hotmail.com/ http://associacaoguadi.blogspot.com FACEBOOK associacaoguadi@gmail.com
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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2013 |
D ESP O R TO
«Copa do Guadiana» reuniu 2000 em VRSA Terminou no passado dia 29 de Junho a primeira edição do «Copa do Guadiana». O torneio começou no dia 23 e ao longo de uma semana foram jovens dos 6 aos 12 anos que disputaram os melhores resultados em Vila Real de Santo António. O Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António recebeu, entre os dias 23 e 29 de junho, a I edição de «A Copa do Guadiana», o maior torneio nacional de futebol infantil. Em campo estiveram 129 equipas, repartidas por seis escalões (2000, 2001, 2002, 2003, 2004 e 20052006), que disputaram mais de 340 jogos nos relvados do Complexo Desportivo de VRSA e do campo do GD Beira Mar. o Sporting Clube de Portugal, Futebol Clube do Porto, SC Olhanense, SC Farense ou o Lusitano FC, entre outros, marcaram presença neste torneio que ao longo de uma semana reuniu mais de 2000 pessoas (atletas e corpo
técnico), que ficaram instaladas nas unidades de alojamento do concelho de VRSA, contribuindo desta forma para as boas taxas de ocupação hoteleira. Para a vereadora com o pelouro do desporto, Conceição Cabrita, «a realização de mais um grande torneio mostra o potencial do Complexo Desportivo de VRSA e a capacidade do município para organizar uma prova que mobiliza centenas de jovens». À semelhança de outras grandes competições organizadas no Complexo Desportivo de VRSA, «A Copa do Guadiana» contou com a colaboração de dezenas de
voluntários que guiarão atletas e equipas no recinto do torneio. Duas linhas de autocarros estiveram disponíveis durante 12 horas diárias para transportar as equipas e seus acompanhantes entre as unidades hoteleiras - onde se encontram instalados - e o Complexo Desportivo. A I edição de «A Copa do Guadiana» contou com o apoio da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António. O torneio até à data de fecho da nossa edição ainda não tinha terminado pelo que na próxima edição daremos nota dos resultados.
CM VRSA
1800 crianças entre os 6 e 12 anos participaram nesta primeira edição
Crianças participaram em campus transfronteiriço Ao longo da última semana do mês de Junho 40 crianças, de 10 e 11 anos, participaram num campus intercultural que proporcionou uma viagem pelo território transfronteiriço do Guadiana. No final da iniciativa as crianças mostravam-se surpreendidas e enormemente satisfeitas com a preenchida semana intercultural e desportiva onde desfrutaram de inúmeras atividades que lhes proporcionaram momentos muito diferentes da rotina, bem como alargaram os seus horizontes. O campus, designado por «Challenger» é uma organização da p arceria e projeto TAG – Turismo Ativo no Guadiana, uma iniciativa de cooperação entre o Algarve – Alentejo – Andaluzia e financiado pelo Programa de Cooperação Transfronteiriça Portugal – Espanha [POCTEP] 20072013. Contou com a parceria dos municípios de Vila Real de Santo António, Castro Marim, Mértola, Mancomunidad de Beturia e Ayamonte. O chefe de fila deste projeto é a Associação Odiana.
Conhecimento e desenvolvimento humano O grande objetivo foi uma semana intensa de atividades enriquecedoras para o conhecimento, mas também para a componente humana de cada criança. Foram selecionados meninos e meninas com desempenho escolar exemplar e estas mini-férias representaram, de certa forma, um prémio pelo esforço depositado na escola.
Lista extensa de atividades Kaiake, peddy papers, orientação,visionamento de estrelas, praia, piscina, teatro, dança, música, caminhada, visitas a monumentos, vela e muita
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animação compuseram a lista das atividades de que os mais novos desfrutaram entre 24 e 29 de Junho. Bernardo Parreira, de Altura, garante que se divertiu bastante e para o ano quer “participar outra vez”. Por sua vez David, de Ayamonte, e Adrian, de Beturia, fizeram “muitos amigos” e até já aprenderam “muitas palavras em português”.
Espetáculo de teatro encerrou iniciativa
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Este campus desportivo e cultural terminou a 28 de Junho com a apresentação aos pais de um espetáculo de teatro, que teve lugar no espaço cultural «Casa Grande» em Ayamonte. * com Joana Germano
VRSA recebeu IV Campus de Guarda Redes de Futebol O Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António recebeu, entre os dias 16 e 22 de junho, o IV Campus de Guarda Redes da Associação Escolinha de Guarda –Redes de Futebol Luís Rodrigues. O convidado especial para este evento foi Hugo Oliveira, treinador de guarda-redes do plantel sénior do Sport Lisboa Benfica. Em simultâneo, de 17 a 21 de junho, decorreu a IV Clinic de Treinadores de Guarda-redes 2013.
Campus intercultural abarcou grupo de 40 crianças com 10 e 11 anos
Crianças entre os 6 e 12 anos participaram nesta primeira edição
Crianças divertiram-se e aprenderam em simultâneo
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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2013
DESPOR T O
Futebolândia
«Eu gosto é do Verão, de passearmos de prancha na mão. Saltarmos e rirmos na praia, de nadar e apanhar um escaldão. E ao fim do dia, bem abraçados, a ver o pôr-do-Sol, patrocinado por uma bebida qualquer!». Peço desculpa, fiquei empolgado com o verão. Bom, esquecendo o verão, José Castelo Branco apagou da minha memória o meu sonho de menino que era ver a Pamela Anderson a correr na praia na série «Marés Vivas» em fato de banho vermelho, pois ele apareceu com um modelo rigorosamente igual naquele programa que a SIC transmite de uns saltos de trampolim (pena que não seja para um chão de betão). «Splash« acho que é isso. Se já tinha sido mau ver o Toy de fato do super-homem com um T em vez do S, ver o castelo Branco à «Marés Vivas» deixou-me mazelas para o resto da vida, apagou da minha memória a imagem da Pamela Anderson, só posso dizer que passei a ter insónias. A Miss «Bumbum» (sim também há disso), qualquer dia há a Miss Orelha, nariz, “mamocas”, virilha, nádega esquerda e direita... Bom agora perdi-me, onde ia mesmo? Sim na Miss “Bumbum” que diz que Ronaldo a ameaçou de morte, não se sabe ao certo se a ia torturar com duas horas de madeirense, ou enfiá-la no buraco das contas da Madeira, ouvir os gritos da mãe Dolores ou a música da mana Cátia “obrigado mano” ou ainda o Alberto João Jardim a dançar samba. Não sabemos ao certo…certo é que todas elas, infligem grande dor e sofrimento. Ruí Patrício, guarda-redes do Sporting, já deu mais voltas no mercado de verão, que uma sardinha no mercado do “Bulhão”, já foi do Benfica, do Porto, só falta vir como brinde no “Happy Meal” ou numa caixa de cereais “Chocapic”. Nas Taças das Confederações as manifestações sucedem-se. Pelé até apelou ao povo brasileiro para deixar de protestar nas ruas e ir aos campos de futebol apoiar a seleção brasileira, agora vou explicar ao exjogador brasileiro: Pelé se as pessoas não têm um euro para se deslocar nos transportes públicos, para comer, para educação ou para ir ao médico vão ter dinheiro para ir aos estádios?! E depois não queres que o Romário entre de pés juntos e diga que o Pelé calado é poeta e que só diz besteira - palavra retirada diretamente do dicionário brasileiro. (Podia ter retirado “longe para burro” mas não se adequava a este raciocínio!). Bom Verão e não se esqueça das recomendações dos profissionais que estão nas praias para o proteger.
Eusébio Costa, radialista e licenciado em ciências da comunicação eusebiocosta@live.com.pt
Miguel Barbosa (Mitsubishi Racing Lancer) venceu a Baja Terras de Alcoutim O pentacampeão nacional terminou «Baja Terras de Alcoutim» em 4:53.16 horas, deixando a dupla Hélder Oliveira/Filipe Palmeiro (BMW Serie 1 proto) a 5.18 minutos e Pedro Grancha/Inês Ponte (BMW Evo X1) a 18.55. António Maio (Yamaha) conquistou o primeiro triunfo da época em motos e relançou a O pentacampeão terminou a prova em 4:53.16 horas
Torneio Interzonas animou Altura
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Campeonato e Taça terminaram em Junho. Cruz Vermelha venceu campeonato e «Verdes» a taça Decorreu no passado dia 15 de Junho a final de mais um campeonato do Torneio Interzonas na localidade de Altura, concelho de Castro Marim. No escalão sénior a equipa «Cruz Vermelha» sagrou-se campeã e nos juvenis a equipa «Verde»
levou a melhor. Já a Taça teve lugar a 22 de Junho. Nesta competição no escalão de juvenis a equipa «Os Verdes» venceram, num frentea-frente com os «Azuis». Quanto aos seniores a equipa «Oeste» foi a vencedora sobre «Altura».
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luta pelo título: após 225 quilómetros cronometrados, concluiu a competição em 3:15.14 horas, batendo Mário Patrão (Suzuki) por 2.02 minutos e Luís Ferreira (KTM) por 2.11. Contabilizadas quatro provas do campeonato, Patrão soma 69 pontos, Maio 67 e Luís Ferreira 55.
Torneio juntou França, Portugal e Espanha
Torneio juntou equipas portuguesas, espanholas e francesas Decorreu no passado dia 15 de Junho um torneio que juntou equipas portuguesas e a equipa francesa de Guèrande e a equipa espanhola de Ayamonte. Do Algarve participaram coletivos dos concelhos de Loulé, Albufeira, Tavira, sendo
que de Vila Real de Santo António disputaram a prova o Lusitano e o Beira Mar de Monte Gordo. Em primeiro lugar ficou a equipa de Salir (Loulé). A organização foi do Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António.
«Mestre é ouro em Castro Marim» Ricardo Mestre foi reconhecido pelo município de Castro Marim. No passado 24 de Junho, dia do município em Castro Marim, o «menino de ouro» do Baixo Guadiana foi distinguido com a medalha de mérito desportivo grau ouro [ver pág.7]. Castro Marim reconhece assim todo o trabalho e dedicação que tem depositado ao serviço do ciclismo e que tão bons resultados tem dado, levando assim o nome do concelho a todo o país e além fronteiras. Recordamos que R. Mestre tem no seu palmarés a grande vitória na Volta a Portugal de 2011 e que este ano integrou uma das equipas históricas do ciclismo mundiais; espanhola «Euskaltel Euskadi», equipa Protour. Formação esta que tem representado nas melhores provas do calendário do ciclismo mundial. Exemplo disso foi recentemente a sua participação no «Giro de Itália» e no tour de Suisse, esta última ganha pelo português Rui Costa (Movistar). Por todos estes feitos o JBG foi ao encontro das pessoas que melhor conhecem Ricardo Mestre e que com ele trabalham diariamente para que o descrevessem e para que possamos conhecer melhor o atleta e a pessoa. Eis o resultado: Vidal Fitas (antigo Diretor Desportivo de Ricardo Mestre)
“Enquanto Diretor Desportivo do Ricardo posso dizer que foi uma enorme honra fazer parte da evolução de um campeão. Pessoa, simples, humilde, disciplinada, rigorosa; estes são, aliás, fatores fundamentais para atingir tal patamar. Os meus parabéns pelo reconhecimento prestado pelo Município de Castro Marim porque de facto trata-se de um atleta de grande categoria.“ Teixeira Correia (Spiker Volta a Portugal e jornalista radio Horizonte) “A vitória do Ricardo Mestre na Volta a Portugal de 2011, foi o reflexo da correcta aposta do Tavira num corredor que se sabia com grande potencial, mas sempre tapado pelo colega David Blanco. A partir de determinada altura da temporada, nomeadamente da Volta ao Alentejo que se disputou um Junho, percebeu-se que o Ricardo era o “trunfo” para a conquista da Volta. A presença nos Nacionais de Contra-relógio e quinto lugar, foi o grande teste. A vitória retumbante na 1ª etapa e depois no Grande Prémio Joaquim Agostinho, foram a confirmação. No dia 10 de Julho de 2011, em Torres Vedras, aos microfones da Rádio Horizonte, disse e assumi que Ricardo Mestre era o candidato Nº 1 à vitória na Volta a Portugal.
A cidade da Guarda confirmou as minhas palavras e a minha aposta. “O algodão não engana!” O Ricardo é um excelente ciclista e um cidadão exemplar, merece o reconhecimento do seu POVO. Parabéns.” Equipa Ciclista Euskaltel Euskadi “Ricardo é um exemplo para muitos componentes da equipa Euskaltel Euskadi. É um ciclista que conquistou vitórias importantes, mas a sua carta de apresentação foi a humildade e o trabalho. Ele é um companheiro que sempre soma e desde o primeiro momento procurou a integração na equipa de uma tradição muito grande da que só fazem parte corredores bascos. Ele completou o Giro de Itália e infiltrou-se em três fugas, fazendo sempre um grande trabalho de equipa. Na verdade o Ricardo é uma pessoa entranhável com as quais é muito fácil trabalhar, tanto ciclistas como direcção, auxiliares, imprensa … Como dizemos aqui, ZORIONAK pela Medalha de Ouro! (Zorionak significa felicidades em basco).
vado e caseiro que gosta de estar com os seus. Às vezes chamavamoslhe de «rasterinho», mas por ser pequeno e bruto a correr (risos). Quando ganhou a Volta a Portugal, a primeira coisa que fez foi dedicar à filha a vitoria... isso mostra o seu carácter”
Samuel Caldeira (ex colega de equipa e amigo pessoal) “A frase que tenho para descrever a amizade que tenho com o Ricardo é «companheiro de longas horas». A forma de estar do Ricardo dentro e fora de competição é a mesma; transparece muita calma e tranquilidade nunca mostra um sentimento de nervosismo ou ansiedade , num dos momentos mais altos da sua carreira que foi a vitória da Volta a Portugal manteve-se sempre muito calmo e tranquilo; até mais do que todos que o rodeavam . Um momento que tivemos juntos, e que até hoje ainda recordamos, foi uma noite quando estávamos de férias na República Dominicana que uma hora após termos jantado começamos na brincadeira a comer hambúrgueres com salsicha no pão a ver quem comia mais! Chegámos aos 12 hambúrgueres cada um!!! David Livramento (ex colega Nessa noite só conseguimos dormir de barriga para cima (risos). Porequipa e amigo pessoal) “Da minha parte posso dizer que é tanto quando se falar em comer não uma pessoa calma; observador, reser- lhe olhem ao corpinho!”
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D ESP O R TO
Pedro Lourenço é vice-campeão nacional de canoagem
Decorreu a 22 e 23 de junho em Montemor-o-Velho o Campeonato Nacional de Pista onde o especial destaque vai para Pedro Lourenco, atleta do Grupo Desportivo de Alcoutim. O atleta sagrou-se vicecampeão Nacional em K1 1000 metros a escassas milésimas do titulo. Destaque também para todos os outros atletas que superaram claramente os seus objetivos ao todos eles atingirem pelo menos uma final (13 finais em 14 possiveis). de realçar o 5º lugar colectivo, sendo ainda provisório pois os escalões mais velhos competem a meados À esquerda Pedro Lourenço no pódio a honrar Alcoutim de Julho.
Infantis do Lusitano campeões do Algarve e do Torneio de Santarém A equipa de Infantis – atletas nascidos em 2000 – do Lusitano de Vila Real de Santo António sagrou-se campeã do Algarve e arrecadou o
melhor prémio do Torneio de Santarém. É desta forma que a camada mais jovem do Lusitano se expressa no mundo do futebol. São também
muitas as esperanças da participação desta equipa na «Copa Guadiana» a decorrer à data de fecho de edição.
Resultados: 1000 metros Pedro Lourenço - K1 Iniciado Final A - VICE-CAMPEÃO NACIONAL Andre Madeira - K1 Infantil Final B -1ºlugar Ricardo Martins / João Luis - K2 Infantil - Final B -4ºlugar Andre Madeira / Bruno Ramos K2 Infantil - Final A - 7ºlugar João Melo / Ricardo Martins / Bruno Ramos / André Madeira - K4 Infantil - Final A - 4ºlugar 500 metros Beatriz Ribeiros - K1 Iniciada Final B 9º lugar
Mariana Costa - K1 Iniciada Final B - 8ºlugar Joana Mestre - K1 Infantil -eliminada semi-final Daniela Mestre / Barbara Teixeira - K2 Iniciadas -Final B Mariana Costa / Beatriz Ribeiros - K2 Iniciadas - Final A 6ºlugar Inês Vilão / Soraia Marques - K2 Infantil - Final B 9ºlugar Filipa Simão / Joana Mestre - k2 Infantil - Final B 5º lugar Joana / Filipa / Soraia / Inês - K4 Infantil - Final A 7ºlugar Beatriz / Daniela / Mariana / Bárbara - K4 Iniciadas - Final A 4ºlugar DR
Camada juvenil está a granjear grandes expetativas no mundo desportivo PUB
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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2013 DR
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Fogueira, mastros, bailaricos e marchas nos Santos Populares O Baixo Guadiana festejou o Santo António, o São João e, por último, o São Pedro. Muita alegria contagiou o território que não se demarca, pelo contrário, destas manifestações que em cada sítio se revelam à sua maneira. Os bailaricos alegram muitos recantos e com o tempo quente tornou-se mais apetecível dar um pezinho de dança ao ar livre. E assim aconteceu um pouco pelos três concelhos do Baixo Guadiana. A marcha da freguesia de Monte Gordo tem já mais de 15 anos de vida e é uma tradição que o presidente da junta não quer deixar cair “apesar das dificuldades financeiras”. Em 2012 não houve “por falta de verbas e porque não é fácil em época alta de turismo arranjar pessoas para integrarem a marcha”. Manuel António diz-se “satisfeito com a adesão” e conta-nos que no total a marcha dedicada aos pescadores contou com 20 crianças – a partir dos 6 anos - e 20 adultos. Em Alcoutim saltou-se a fogueira de São João. Uma tradição recriada durante mais uma tertúlia «Palavra Sexta à Noite», na Casa dos Condes. Por sua vez, de assinalar no concelho de Castro Marim o factos dos mastros terem vindo a ganhar cada vez mais adeptos. O concurso este ano foi ganho pela Junqueira. Como se tem evidenciado, os Santos são também muito populares no Baixo Guadiana.
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Greve Geral de 27 de Junho foi expressão inequívoca de descontentamento dos portugueses com austeridade
Centenas de pessoas renderam a sua homenagem ao homem da cultura António Rosa Mendes
Administração Regional de Saúde reduziu equipa médica e horário de atendimento em Alcoutim
sotavento algarvio
ECOdica Esta dica vai em especial para os mais pequenos que adoram dar largas à imaginação: «Usa os dois lados do papel quando estás a escrever ou a pintar. Assim o papel dura mais tempo antes de ir para o ecoponto azul». Hoje em dia em diversos suportes de comunicação podes ter acesso a informação importante acerca da importância de preservar o ambiente. Poupar no papel é, desde logo, um passo muito importante.