JBG Maio 2013

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2013 |

JORNAL DO

Baixo

Guadiana Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

MAIO 2013

Jornal Mensal Ano 13 - Nº156

PREÇO: 0,85 EUROS

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGA

PORTUGAL CEM NORTE

Integração da comunidade cigana em VRSA é uma prioridade Foi publicada em Diário da República a 18 de Abril a «Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas» (ENICC) com a União Europeia a lembrar que estas representam a maior minoria étnica da Europa ao mesmo tempo que são alvo de “graves dificuldades de integração e marginalidade”. Entretanto, em Vila Real de Santo António, o Centro Local de Ação Social (CLAS) já tinha definido como uma das suas prioridades o combate ao absentismo escolar das crianças e jovens da comunidade cigana residente no concelho. Uma medida considerada urgente de colocar em prática, sendo que unidas, nesta e noutras lutas, pela integração do povo cigano estão as inúmeras entidades locais que integram aquele CLAS. Por seu turno, o município conta desde 2011 com a colaboração de um mediador cigano para otimizar o diálogo intercultural.

JBG faz 13 anos

Carlos Luís Figueira assumiu a direção do Jornal do Baixo Guadiana em 2008. Um ano depois de o jornal ter sido comprado pela associação Odiana à associação Alcance, de Alcoutim. O mensário ganhou escala num território maior a que dá voz, fazendo eco dos seus problemas e sucessos. Cabe a este diretor assumir a cada mês que passa a responsabilidade por um trabalho de uma equipa, que pratica jornalismo de proximidade, contando, como enfatiza “com a elevada qualidade de cronistas e colaboradores que de forma voluntária e despretensiosa acompanham o jornal e o território”.

Município homenageou Carlos Brito

Aula de Zumba solidária juntou 100 pessoas

Novo pólo de formação profissional até Dezembro

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MAIO 2013

ABERTURA

JBG

Editorial

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Jornal do Baixo Guadiana Diretor: Carlos Luis Figueira Sub-Diretor: Vítor Madeira Chefe de Redação: Susana Helena de Sousa CP 9621 Redação: Antónia-Maria, Carlos Brito, Joana Germano, José Cruz Victoria Cassinello Colaboradores da Edição: Ana Lúcia Gonçalves Ana Amorim Dias Eusébio Costa Fernando Pessanha Humberto Fernandes João Raimundo José Carlos Barros José Guedes Maria Celeste Santos Pedro Pires Rui Rosa Associação Alcance Associação GUADI Associação Rodactiva Cruz Vermelha Portuguesa VRSA DECO NEIP Europe Direct Algarve - CCDRAlg e Associação Odiana Departamento Comercial: baixoguadiana@gmail.com e/ou joanagermano@gmail.com Sede e Redação: Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21 8950-909 Castro Marim Tel: 281 531 171 Fax: 281 531 080 966 902 856 baixoguadiana@gmail.com

Ainda acossados pelos estilhaços do discurso do Presidente da República nas comemorações do 25 de Abril, na Assembleia da República, os partidos de esquerda vieram à liça produzir alguns dislates que não se compaginam com os valores da instauração da democracia no país, há 39 anos. Do Partido Socialista, João Galamba afirmou que «Cavaco quer cumprir o Tratado Orçamental mas queixa-se da austeridade generalizada em toda a Europa. É oficial: endoidou»; António Galamba comentou: «o que vimos foi um bombeiro incendiário» e Álvaro Beleza disse: «o PS deve continuar a trabalhar para ter um Governo, uma maioria e um Presidente, mas do 25 de Abril». João Semedo, do Bloco de Esquerda, referindo-se ao Chefe do Estado, disse: temos um

líder de «facção» e um Governo «de iniciativa presidencial». Afinal, Cavaco Silva mais não disse do que aquilo que se esperaria de um Chefe do Estado, ao afirmar a absoluta necessidade de estabilidade política e a procura de consensos partidários afim de Portugal recuperar a soberania financeira e reduzir o endividamento público, regressando aos mercados para financiar a economia. Só quem não conhece o actual Presidente da República poderia imaginar que o mesmo tomasse a atitude peregrina de convocar eleições antecipadas, associando uma grave crise política a uma dramática crise económica que está a atirar para o limiar da pobreza muitos portugueses. Nem o chumbo do Tribunal Constitucional de quatro normas do Orçamento Geral do Estado (OE), muito menos a realização do XIX Congresso do PS e as palavras inflamadas de António José Seguro, no encerramento da sessão magna dos socialistas, onde enunciou propostas avulsas que totalizam 20 milhões de euros (entre o apoio à economia e a redução da dívida pública), tudo

isto caldeado com demagogia e irrealismo, pode fazer esquecer o Governo socialista que negociou e os partidos da coligação PSD e CDS, que assinaram o resgate financeiro com a troika para a redução do défice e a fixação de limites ao crescimento da dívida pública. Neste mar de tormenta em que estamos mergulhados, onde a esperança e a confiança são muito frágeis face ao vento suão que vai sacudindo a vida dos portugueses, animam-nos as 13 velas do aniversário do Jornal do Baixo Guadiana, que queremos apagar com os nossos leitores. Trata-se de uma edição especial - afinal não é todos os dias que fazemos anos - em que o líder da empenhada e dedicada equipa redactorial do JBG é notícia para mostrar por dentro e por fora a voz do Baixo Guadiana, que no primeiro dia de cada mês sai para as bancas, espalhando as notícias do território. Carlos Luís Figueira é um inveterado democrata, que procura de forma incessante a liberdade e o aprofundamento da democracia, valores pelos quais baliza a sua

vida, contagiando todos aqueles que com ele trabalham e o Jornal do Baixo Guadiana. E a sua entrevista é absolutamente deliciosa, porque nos dá uma leitura muito lúcida do que é o jornalismo de proximidade e a importância do mesmo, quando de forma impressiva afirma: «este jornal vive de solidariedade de colaboradores muito qualificados que permanecem e colaboram muito de perto de cada edição». Outra das notas de realce nesta entrevista ao director é que o JGB, sendo um jornal dirigido em especial aos concelhos do Baixo Guadiana, nem por isso é menos rigoroso e exigente no produto que apresenta aos seus leitores, o qual se funda no esteio de um jornalismo sério e interventivo. A terminar gostaria de destacar uma potentíssima reportagem do jornal denominada «Integração da comunidade cigana em VRSA é uma prioridade», que retrata fielmente e com densidade a luta do povo cigano pela sua integração na sociedade, trabalho que vai decerto conquistar irremediavelmente os nossos leitores.

Vitor Madeira

Vox Pop Em mês de 13.º aniversário do Jornal do Baixo Guadiana, qual a importância que considera que este jornal tem para o território?

Propriedade: Associação Odiana Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21, 8950-909 CASTRO MARIM Tel: 281 531 171 Fax: 281 531 080 geral@odiana.pt Pessoa Colectiva: 504 408 755 Direção Executiva: Associação Odiana Design e Paginação: Rui Rosa Impressão: Postal do Algarve, Lda Rua Dr. Silvestre Falcão, nº 13 C 8800-412 TAVIRA Tel: 281 320 900

Nome: Tiago Nené

Nome: Célia Palma

Nome: Ricardo Pena

Nome: Vera Viegas

R: O JBG é um jornal muito importante, uma vez que faz um jornalismo sério, independente e atento aos interesses de uma comunidade. E fá-lo com isenção e objetividade, sem ceder a interesses comerciais ou de outra espécie. 13 anos? que venham mais 130!

R: O JBG é muito importante pois dá-nos a conhecer o melhor do nosso concelho assim como dos concelhos vizinhos.

R: A importância reside no facto em que nos dá a conhecer todas as noticias relacionadas com a nossa região.

R: Eu considero que o Jornal do Baixo Guadiana tem muita importância porque dá-nos a atualidade da terra e de uma forma mais personalizada.

Profissão: Advogado

Profissão: Auxiliar de serviços gerais

Profissão: Hotelaria

Profissão: Estudante

Tiragem desta edição: 3.000 exemplares Registo no ICS: 123554 Depósito legal: 150617/00 JBG ONLINE http://issuu.com/jornalbaixoguadiana e Facebook

Foram efetuadas transferências bancárias para validação de assinatura do Jornal do Baixo Guadiana cujo jornal desconhece a identidade do remetente/ assinante. Agradecemos ao visado que contacte o JBG de modo a proceder à atualização e faturação da respetiva assinatura. 2012/2013 - TRANSF Jornal do Baixo Guadi, 04 Maio 2012, € 10,00 - TRANSF Alexandre Carlos, 1 Junho 2012, € 10,00 - TRANSF Maria Isabel Gois, 15 Janeiro 2013, € 20,00


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CRÓNICAS José Carlos Barros

* Os autores não escrevem ao abrigo do acordo ortográfico

O revólver dos interesses

A açorda como exemplo de que a influência muçulmana, ao contrário do que reiteradamente se ensinou e realçou, não foi afinal tão decisiva como isso na moldagem do quadro cultural e paisagístico do Algarve; a platibanda como resultado da inexistência de uma nobreza de raiz nas fronteiras da Região e reflexo de um lastro cultural de irreverência e individuação; a tão rica biodiversidade como metáfora de um tapete que todos sujam e ninguém limpa e como contraponto da simplificação que resulta da actual economia global e de um modelo turístico que apostou na terraplenagem devas-

tadora em vez da singularidade de elementos diferenciadores. Jacinto Palma Dias, em “Algarve em 3D”1, volta a surpreender-nos com a desarmante redução a miúdos das complexas coisas. Jacinto tem essa qualidade de ver além do olhar; a de ligar elementos que parecem não ter relação nenhuma. E é por isso que não podemos olhar o Algarve do mesmo modo depois desta desmontagem: é como se não percebêssemos nada de mecânica e de súbito compreendêssemos que a válvula de um motor de combustão interna permite ou bloqueia a entrada ou a saída de gases dos cilindros do motor. A açorda baseia-se no pão, no azeite e no alho. Só falta o vinho para que, num mesmo impulso, se possam reunir os quatro elementos essenciais da dieta mediterrânica.

Mas o vinho acaba por estar na açorda, se é certo que assim a podemos acompanhar, num brinde que os poetas muçulmanos, então aqui chegados, não haveriam de rejeitar, eles que no vinho tanto investiram em odes e elegias contra a norma islâmica que o rejeitava. Apenas isso, e o facto de a açorda ser tão avessa às misturas e especiarias (ao contrário da harisa e do arjamolho, por exemplo, e num contexto em que o nosso país detinha o monopólio mundial das especiarias), parecem demonstrar o quanto a frugalidade que lhe está associada significa de resistência, de soberania, de identidade não contaminada pelo domínio muçulmano. A platibanda, por seu lado, não existiria sem esse lastro cultural de irreverência possibilitado pela ausência de pressão de uma

perene classe dominante. Delírio cenográfico, representa também a singularidade da afirmação de uma personalidade. A casa, ao contrário do que acontece em outros lugares, sai para a rua e afirma-se num exercício que é também de individuação, num processo em que a ampliação da consciência evolui de acordo com orientações próprias (do indivíduo em si-mesmo) sem a sujeição à permanente pressão das condutas de um meio. A platibanda, portanto, é o resultado de uma livre afirmação individual e simultaneamente o resultado de um enraizamento na comunidade de que o indivíduo faz parte. A inconsciência da importância da biodiversidade do Algarve, por sua vez, resultou em rendição: passámos a medir a importância das propriedades, não tanto pelo

interesse do aproveitamento dos recursos naturais que possibilitam (e que, apesar de tudo, a crise de 1929 acabaria por baralhar), mas pelas contas apressadas do betão e do valor inflaccionado e especulativo de apartamentos com garagem. Rendemo-nos por falta de autoestima: e agora metemos as mãos ao ar e já ninguém, por desgraça, nos aponta sequer o revólver dos interesses. O que Jacinto Palma Dias nos diz neste livro, no essencial, é isso mesmo: que perdemos a autoestima. E perder a auto-estima é pior que rendermo-nos, porque nem sequer possibilita impor condições no momento da rendição.

serem pouco interativas, não disporem de 3D e faltar-lhes o registo áudio. Um gajo juntava-se então aos sábados à tarde em casa do Tito, na discoteca que ele tinha construído na cave, não faltava a luz negra nem a bola de espelhos, com um bocado de sorte alguém orientava uma garrafa e havia sempre um Arlindo de óculos e borbulhas que preferia ficar na cabina a passar música. O resto do pessoal arrastava as Sanjo pela

pista de dança a ganhar posição para os Barclays James Harvest, o child of the universe durava mais de cinco minutos, mas havia uma versão do poor man’s moody blues que quase chegava aos nove e lembro-me de que uma vez o Néu acabou com as Lois molhadas, foi mais gozado que eu sei lá e ainda hoje lhe chamam o Speedy Gonzalez. — Estás parvo, ou quê?! Antigamente havia respeitinho...

Abusa do teu intelecto como se não tivesse limites. Porque não tem. Cabe-te no cérebro tudo o que nele estiveres disposto a enfiar! Pode parecer que os intelectuais líquidos se te evaporam ao mesmo ritmo que os vertes lá para dentro, mas não: tudo fica bem retido. Percebe de uma vez por todas que, à medida que a beleza exterior possa ir desfalecendo, uma muito mais poderosa se vai erguendo no teu fantástico interior. Treina-te para o amor. Absurdo.

Absoluto. Admirável. Por ti e pelos demais. Treina-te para a positiva alegria que contagia o destino que vais depois atrair. Treina-te para a resistência a tudo o que te causa desconforto e dor porque não existem vidas sem isso. Aceita. Sente. Ultrapassa. Treina-te para aceitar desafios e para vencer. Não os outros, mas a ti mesmo. E de caminho, se puderes, torna-te um pouco mais imortal.

“O ALGARVE EM 3D”. Jacinto Palma Dias, edições Fornalha, 2013.

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José Guedes

Antigamente

— Ó pai, no teu tempo usavam preservativo? Antigamente só havia dois tipos de mulher: as difíceis e as impossíveis, por isso quando a coisa se proporcionava era como se o Natal chegasse sem avisar, não havia lugar a esquisitices, tirava-se a tempo e estava o assunto arrumado, mas é claro que a coisa tinha os seus quês, que o diga o Joca, que teve de levar umas marteladas para se livrar do esquenta-

mento, e isto para já não falar no Mané, que casou à pressa com a Rosário e ainda hoje trabalha na drogaria que era do falecido sogro. Nesse tempo os beijos sabiam a chiclete gorila, o sexo acabava normalmente nas mamas e eram poucas as raparigas que consentiam avanços para lá da barricada dos sutiãs de armação, e ainda assim era preciso amansar-lhes o alter ego à força de tangos e panachés. Para vislumbrar o sul

do umbigo só mesmo a Petisqueira ou a Micas Cabra, que apesar de reformada continuava a fazer uns trabalhinhos para fora, mas era preciso coragem e graveto, e quinhentos escudos custavam muito a juntar para quem ainda não trabalhava, que o dinheiro não estica e um homem também tem de fumar. Os espíritos mais contemplativos podiam sempre contar com a Gina ou a Tânia, mas a experiência podia resultar frustrante por

Ana Amorim Dias

Lê. Vai fazer-te bem! Pode parecer um choque, mas cá vai mesmo assim! Falo no masculino apenas por me dirigir aos dois géneros, está bem? Então vamos lá! Ninguém te pode achar belo se tu não te vires belo. Não por muito tempo, pelo menos. O derradeiro pináculo dos atributos de beleza é a aceitação plena e ternurenta de ti; a confiança que demonstras por realmente a sentires. A tua componente mais atrativa

e sensual é envergares o teu corpo e todo o seu conteúdo imaterial com uma coerência que diz: “sei que posso ser melhor, ando a fazer por isso, mas já me adoro inteiramente.” Não faças dietas, tratamentos de beleza, ginástica e afins, para te mostrares mais belo aos outros. Faz tudo isso, se quiseres, mas apenas para melhorares um pouco aquilo que já é perfeito, atraente e encantador. Fá-lo, não para te suportares melhor, mas para mais profunda-

mente amares o produto encantador que resulta da conjugação do teu corpo com o teu espírito. Lembra-te que quanto mais natural te conseguires manter, mais verdade existe em ti e, claro, menos trabalho e despesa terás que suportar. Usa o teu corpo com a sapiência de quem é capaz de equilibrar respeito e excessos, sem te esqueceres nunca que os cinco sentidos que nele existem são para ser usados com o máximo prazer!


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EDUCAÇÃO&JUVENTUDE

Aula de Zumba solidária no combate à fome No início do mês passado, a 6 de Abril, a aula de Zumba que decorre, habitualmente, no Clube Recreativo Alturense foi solidária para combater a fome das crianças que vão para a escola sem tomar o pequeno-almoço. No agrupamento de escolas de Castro Marim, e de acordo com dados avançados pela Direção Regional da Educação do Algarve, são 31 as crianças nestas circunstâncias. Para estas, e para todas as crianças em Portugal, foi criado o «PERA» (Programa Escolar de Reforço Alimentar) que pretende ajudar a suprimir carências alimentares e também sensibilizar para a necessidade de uma dieta alimentar equilibrada, que deve começar com um pequeno-almoço.

O desenvolvimento deste projeto é feito em rede entre o Ministério de Educação, escolas, entidades sociais e empresas.

Zumba solidária E assim surgiu a oportunidade de se realizar em Altura uma aula de Zumba em que os participantes ao invés de pagarem o habitual euro levaram leite e cereais que foram entregues à sede de agrupamento de escolas de Castro Marim. No total a aula contou com a adesão de 100 pessoas. O professor de Zumba, Élio Viegas, explicou ao JBG que “a ideia partiu de um repto feito pelo Lions Clube de Faro que propôs à «Corporeus» que

de pronto aceitou e decidiu dinamizar uma aula a favor das crianças e jovens que, devido a carências alimentares, vão para a escola sem tomar o pequeno-almoço”. Por sua vez, de forma solidária também, o Clube Recreativo Alturense prescindiu do habitual euro que recebe por participante para dar lugar à doação de géneros alimentares por uma boa causa. Na aula os praticantes fizeram energicamente Zumba ao ar livre. Élio Viegas, o responsável da «Corporeus» garante que “sempre que for necessário” estará de mãA aula de Zumba em Altura acontece aos sábados às 18h15. O valor de participação é de um euro, que reverte na totalidade para o Clube Alturense. os dadas com iniciativas solidárias.

100 pessoas juntaram-se numa aula de zumba para onde levaram leite e cereais para o pequeno-almoço de 31 crianças

 Comenius

Escola de Hotelaria e Turismo abriu portas à Europa A Escola de Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António recebeu alunos, professores e funcionários dos quatro cantos da Europa. Uma oportunidade que surge do projeto Comenius em que esta escola está envolvida há cerca de um ano e cujo principal objetivo é uma importante incursão dos alunos em Vila Real de Santo António pelas diversas culturas, tradições e línguas europeias, bem como na aquisição de novas competências profissionais. O peixe é o alimento que congrega nesta parceria um trabalho que se pretende que seja em rede. Para isso entre 15 e 19 de Abril a escola vilarealense recebeu comitivas vinda de três escolas parceiras: Trebon / República Checa, Skjervoy / Noruega e Guérande / França. Uma vez que, conjuntamente com VRSA/Portugal, estas escolas são

20 bolsas foram atribuídas a estudantes universitários No total as bolsas prefazem 20 mil euros e abrangem 20 jovens que veem, assim, a sua frequência no ensino superior mais facilitada. Todos os anos a Câmara Municipal de Alcoutim atribui bolsas de estudo a munícipes economicamente desfavorecidos, que queiram ingressar ou já frequentem o ensino superior. Esta iniciativa já existe há mais de 10 anos e insere-se na estratégia de apoio à educação que esta autarquia tem levado a cabo. Além das bolsas de estudo, a Câmara Municipal de Alcoutim financia os almoços a todas as crianças que frequentam as escolas e infantários do concelho, concede um subsídio de 300 euros a cada turma para compra de material escolar e financia ainda parte do custo dos manuais escolares aos alunos.

Portugal, França, Noruega e República Checa realizam intercâmbio em que o peixe é alimento de eleição desde o mar até à mesa

especialistas na criação de peixe e/ou restauração o objetivo deste intercâmbio passou por partilhar conhecimentos. “O que se pretende é criar um grupo de estudantes bem qualificados, de espírito aberto e com conhecimentos abrangentes”, explica-nos David Murta, diretor da escola de hotelaria e turismo em VRSA. Para além das deslocações interescolas vai surgir deste projeto um manual sobre a produção e confeção de diversas espécies de peixes, bem como um DVD dedicado ao peixe desde o mar até à mesa. O projeto tem na totalidade quatro fases. Depois da ida a França e estadia em Portugal as diversas comitivas têm já agendadas uma deslocação à República Checa em Novembro de 2013 e à Noruega em Abril de 2014.

 160 jovens

Castro Marim recebeu visita do Instituto do Desporto e da Juventude No passado dia 12 de Abril uma comitiva presidida por Luís Romão, diretor regional do Instituto do Desporto e da Juventude esteve na biblioteca municipal de Castro Marim para apresentar a entidade, bem como o trabalho desenvolvido. “Considerando os actuais desafios sentidos pelos jovens e associações do Algarve, o IPDJ está a desenvolver, em parceria com os municípios do Algarve, o projeto “O IPDJ no Algarve – Rota Associativa “, que visa a realização de um périplo pelo

distrito tendo em vista uma maior proximidade entre o IPDJ e o associativismo juvenil e desportivo”. O objetivo, diz Luís Romão é também chegar-se à definição de estratégias conjuntas entre os serviços da entidade, serviços autárquicos e o movimento associativo desportivo e juvenil que, de alguma forma, permitam transformar obstáculos em oportunidades nas áreas do desporto e juventude. Ao longo dos próximos tempos o IPDJ vai estar a percorrer o Algarve.

Algarve acolheu o I Encontro de Juventude Joana Germano Foram cerca de 160 jovens, dos 16 municípios do Algarve, que se juntaram nos dias 26, 27 e 28 de Abril, no complexo pedagógico do Campus da Penha, na Universidade do Algarve. O objetivo foi debater e apresentar 20 propostas para o desenvolvimento da região sob o slogan «Se tivesses a oportunidade de mudar o Algarve, o que farias?». O I Encontro de Juventude do Algarve foi organizado pela Cooperativa de Educação, Cooperação e Desenvolvimento (ECOS) e a meta foi elaborar um documento que possa ser apresentado como uma estratégia regional para a juventude e criar uma Agenda 2020 Jovem, constituída por 20

propostas que possam ser implementadas a nível regional. “É o culminar de um processo que contemplou várias consultas locais, realizadas aos jovens, dirigentes juvenis e aos técnicos de juventude e que procurou mapear as necessidades e dificuldades que os jovens encontram, ao nível das diversas áreas de políticas públicas”, refere Sofia Martins da ECOS. A iniciativa contou com a colaboração de várias associações e entidades e promoveu concertos, danças, workshops, sessões de esclarecimento, mesas de debate, entre outras. Mais informações em www. algarve2020.ecos.pt.


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LOCAL

Vila Real de Santo António vai ter novo polo de formação profissional Até ao final do ano deverá estar a funcionar o novo polo de formação profissional de Vila Real de Santo António. O investimento nas obras de qualificação é de 350 mil euros. O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) de Vila Real de Santo António vai ter um polo de formação com seis salas de aula a partir do quarto trimestre de 2013. A assinatura do protocolo para a criação da unidade foi formalizada no início do mês de Abril na sede da Frusoal – Frutas Sotavento Algarve, o maior empregador privado do concelho, e contou com a presença do Secretário de Estado do Emprego, Pedro Roque, e do presidente da Câmara Municipal

de Vila Real de Santo António, Luís Gomes. A obra está orçamentada em 350 mil euros, financiados pelo IEFF, e contempla uma oficina, uma sala de trabalho prático, duas salas de formação e duas salas de multimédia e informática. De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, a construção deste polo de formação é uma das vertentes do Plano de Emprego de VRSA, uma estratégia pioneira desenvolvida em parceria

com associações e entidades públicas e privadas que visa a promoção do emprego e do empreendedorismo. O polo ficará sediado na Urbanização das Amendoeiras, num edifício cedido pela autarquia, e estará vocacionado para a formação nas áreas da eletricidade, eletrónica, manutenção industrial, hotelaria, multimédia, geriatria, entre outras. Contemplará ainda atividades de formação modular e outras que vierem a ser consideradas necessá-

rias pelo IEFP ou pelo tecido empresarial local. O envolvimento da Câmara Municipal na criação do futuro polo de formação é, para o autarca vilarealense, mais um exemplo de responsabilidade social, a que se juntará, em breve, a apresentação de novas ações para potenciar a criação de emprego. De acordo com o Secretário de Estado do Emprego, o município de Vila Real de Santo António tem sido um “excelente exemplo na criação de medidas ativas de emprego e no

desenvolvimento de políticas inclusivas”, ao abrigo das quais foram recentemente integradas cerca de 20 pessoas com deficiências e incapacidades. A sua inclusão nos serviços autárquicos teve por base a medida contatoinserção, a qual está a ser desenvolvida em parceria com as Instituições Particulares de Solidariedade Social do Concelho (IPSS), nomeadamente a Associação de Beneficência Mão Amiga, a Santa Casa da Misericórdia de VRSA e a delegação de VRSA da Cruz Vermelha Portuguesa.

Zona Industrial de Alcoutim tem Alcoutim transita mais quatro lotes alienados

ano sem dívidas e com lucro de 2 milhões de euros

No panorama de notícias que trazem a lume desempenhos muito negativos, eis que no Baixo Guadiana surge um exemplo de um cenário oposto. Alcoutim registou em 2012 um lucro de mais de dois milhões de euros. “Este foi um ano difícil, face à situação que o país atravessa, devido à quebra das receitas provenientes do estado e à diminuição de possibilidades de financiamento comunitário”, explicou o vice-presidente da autarquia, José Carlos Pereira, na reunião de assembleia, em que estiveram presentes 19 vogais, sendo o documento aprovado sem votos contra. No ano de 2012, a autarquia de Alcoutim registou um saldo final

positivo de 2.168.769,00 euros, o que levou à transição do ano sem dívidas, com todas as faturas liquidadas a credores. Com um investimento per capita de 1.062,79 euros, “o município de Alcoutim não comprometeu o seu futuro, mantendo a sua política equilíbrio, prudência, rigor e controle nos gastos, respeitando os alcoutenejos de ontem, de hoje e de amanhã”, finalizava o vice-presidente da autarquia.

Munícipio registou saldo final positivo de 2 milhões de euros

A Câmara Municipal de Alcoutim alienou mais quatro lotes da Zona Industrial das Quatro Estradas de Alcoutim. Um dos lotes será usado na área da produção, comercialização e embalagem de produtos regionais (licores, vinhos, confeitaria, entre outros) e, os restantes três, na atividade de descasca de pinha, para aproveitamento do pinhão e utilização dos resíduos para produção de biomassa. Já instaladas na zona industrial estão uma empresa de construção civil e outra de produção de óleos essenciais. Por construir, mas já atribuídos, estão também lotes destinados a um parque de gás, serralharia/ carpintaria, posto de abastecimento de combustíveis, investigação, produção e transformação de plantas aromáticas e medicinais, apicultura e exploração cinegética. A Zona Industrial das Quatro

Zona Industrial tem já uma empresa de construção civil e outra de produção de óleos essenciais Estradas tem atualmente quatro ras estão dimensionadas para instalotes disponíveis, por um euros/ m2 lação de unidades industriais com e localiza-se fora do espaço urbano facilidade de acessos e circulação de e próxima do IC27. As infraestrutu- camiões pesados.

Odiana e CCDR esclarecem microempresas O Baixo Guadiana tem vindo a receber sessões de esclarecimentos aos empresários do Baixo Guadiana acerca do SIALM – Sistema de Incentivos de Apoio Local a Microempresas. As mais-valias passam pelo apoio em 50% do investimento e na criação de postos de trabalho. A meta é dotar os empresários do Baixo Guadiana de mais ferramentas para a alavancagem do seu negócio. Em tempos de dificuldades acrescidas foi criado um conjunto de oportunidades que pretendem apoiar as microempresas em zonas de baixa densidade com incentivos nas despesas de investimento e crédito na banca. Para dar a conhecer este sistema

aos empresários, a Odiana, em colaboração com a CCDR, levou a cabo sessões de esclarecimento destinadas às microempresas do Baixo Guadiana. O SIALM enquadra-se no programa VALORIZAR e apoia exclusivamente as microempresas já existentes, situadas em territórios de baixa densidade com problemas de interioridade, enquanto territórios com menores oportunidades de desenvolvimento. Este sistema de incentivos apoia a realização de investimento e a criação líquida de postos de trabalho. Entre os principais atrativos constam o Reembolso de 50% das despesas de investimento e - Sub-

sídio até dois postos de trabalho, sendo que o projeto terá que ter duração máxima de 18 meses. A sublinhar que as empresas com projetos aprovados no âmbito do SIALM podem ainda aceder a uma linha de crédito INVESTE QREN para financiar a parte do seu investimento não comparticipado pelo SIALM. A apresentação de candidaturas iniciou-se a 18 de Fevereiro e termina a 9 de Dezembro de 2013, sendo que para o Algarve o montante disponível é de 2 milhões de euros. Os principais destinatários são as micro e pequenas empresas em espaços de baixa densidade, portanto com menos de 10 trabalhadores.


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LOCA L | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL *

ESPANHA por Antónia-Maria

El centro de exposiciones y congresos de Ayamonte… El Centro de Exposiciones y Congresos de Ayamonte (CECA), será la sede principal de la Eurociudad Ayamonte-Vila Real de Santo Antonio, aunque la localidad portuguesa contará con otra subsede en el municipio lusitano, según han informado desde el Consistorio ayamontino. El Centro de Exposiciones y Congresos es una infraestructura que ha contado con un presupuesto de casi 11 millones de euros, y donde han intervenido, cofinanciada al 33 por ciento, tres administraciones: el Ayuntamiento de Ayamonte, la Consejería de Comercio, Turismo y Deportes de la Junta de Andalucía y la Diputación Provincial

de Huelva. Asimismo, cuenta con auditorio principal con capacidad para 1.000 personas, y diversas salas con capacidad para 550 personas y otras congresuales más pequeñas, así como cuatro oficinas técnicas para organización, sala de juntas, de exposiciones y una plaza cubierta multiusos. El presidente de la Cámara de Vila Real, Luís Gomes, se ha mostrado impresionado con el edificio, después de una reciente visita al mismo, y ha señalado que este Centro de Exposiciones y Congresos “debe ser un ejemplo del buen funcionamiento de la Eurociudad”. Fuente: Huelva, noticias

Será la sede principal de la Eurociudad Ayamonte-Vila Real de Santo Antonio

I ruta del Semana cultural en la Guadiana en Abril escuela de idiomas de El día 14 de Abril, se celebró en Ayamonte la I RUTA DEL GUADIANA, dentro del Circuito provincial de Diputación de Huelva de Cicloturismo. Esta actividad viene de la mano del Club Deportivo Ciclista “Ciudad de Ayamonte”, que es el organizador del evento, y en el que colaboran además, el Ayuntamiento de Ayamonte, a través de su Patronato Municipal de Deportes, y la Diputación Provincial de Huelva, y va dirigida a todos los aficionados a la BBT que quieran participar en dicha prueba, contando con dos recorridos de distinto nivel, medio y avanzado. Opción 1 (Corta y guiada): Serán un total de 28 km de nivel

medio, en el que se dispondrá de un avituallamiento con frutas y bebidas una vez recorrido el 65% de la longitud del mismo, pudiéndose continuar, a partir de dicha zona de avituallamiento con la opción guiada hasta su término o ampliarla optando por la segunda opción. Opción 2 (Larga y libre): Serán un total de 57 km de nivel alto, de los cuales los 18.5 km primeros serán guiados coincidiendo con la ruta corta, y a partir de ahí, el resto, será tramo libre competitivo con premios para los mejores resultados por categorías. Dispondrá de un avituallamiento extra quien opte por esta opción.

Al finalizar la actividad se disfruta de una comida de convivencia, entrega de premios y sorteo de regalos entre los participantes.

Ayamonte Como ya es habitual, se celebró la Semana Cultural en la Escuela de Idiomas de la ciudad fronteriza, durante el mes de Abril con numerosas actividades y eventos para el alumnado y público en general: cine, conferencias, música y tertulias en todos los idiomas que se imparten en este

centro. Al final de la misma se realiza un certamen gastronómico donde los participantes muestran sus habilidades culinarias dentro de una simpática convivencia. Dentro de este programa estuvieron, invitados por el profesor de portugués Juan Horrillo de

dicha Escuela, los amigos escritores y poetas de Vila-Real: José Estevão Cruz, Antonio Cabrita y Pedro Tavares con lecturas en portugués de algunas de sus obras, ya publicadas y, a seguir, una interesante y amena tertulia, participativa, que se prolongó a lo largo de la tarde.

Los amigos escritores y poetas de Vila-Real: José Estevão Cruz, Antonio Cabrita y Pedro Tavares


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LOCAL

Integração da comunidade cigana em VRSA é uma prioridade

 Mediação municipal existe há dois anos

Foi publicada em Diário da República a 18 de Abril a «Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas» (ENICC) com a União Europeia a lembrar que estas representam a maior minoria étnica do continente ao mesmo tempo que são alvo de “graves dificuldades de integração e marginalidade”.Entretanto, em Vila Real de Santo António, o Centro Local de Ação Social (CLAS) já tinha definido como uma das suas prioridades o combate ao absentismo escolar das crianças e jovens da comunidade cigana residente no concelho. Uma medida considerada urgente de colocar em prática, sendo que unidas, nesta e noutras lutas, pela integração do povo cigano estão as inúmeras entidades. Por seu turno, o município conta desde 2011 com a colaboração de um mediador cigano para otimizar o diálogo intercultural.

Marcelino, 37 anos, e Carla, 32, são pais de cinco crianças. Vivem acampados em Vila Real de Santo António, integrando um leque de cinco famílias de etnia cigana que no concelho vivem nestas condições.


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G RA ND E R EPO R TAGEM Rui Flores desenvolve há dois anos o trabalho de mediador cultural na câmara municipal de Vila Real de Santo António. Uma oportunidade profissional que agarrou com o objetivo de promover o diálogo intercultural entre as denominadas «comunidade maioritária» e «comunidade cigana» do concelho. No bairro «160 fogos» é o vizinho, o amigo, o técnico, o familiar e o sempre cigano. O sangue fala alto na sua formação pessoal e nos hábitos e costumes que preserva, mas todos os dias veste a pele de mediador, percorrendo o concelho com a missão de aproximar a comunidade cigana das restantes. “Em sete anos não vai dar para fazer tudo, mas será um começo”. Rui vinca insistentemente esta ideia, desconfiando seriamente que o período temporal 2013-2020 em que vai vigorar a Estratégia Nacional de Integração da Comunidade Cigana (ENICC), que entrou em vigor recentemente, não seja suficiente para se atingir uma integração plena do povo cigano na comunidade maioritária. Os dedos das duas mãos superam o número de mediadores ciganos em Portugal, havendo duas mulheres mediadoras a destacar no que toca à presença feminina nestas medidas. No Algarve Vila Real de Santo António é o único concelho em que se apostou num mediador, mas a aposta é “justificada e tem sido muito positiva”, diz-nos Sílvia Madeira, a presidente do CLAS e, simultaneamente, vereadora com o pelouro da ação social na câmara vilarealense. A responsável admite que o “complexo” processo de mediação “já teve de sofrer internamente alterações profundas porque não estava a resultar”. Agora a estratégia local de mediação passa muito mais por levar a cabo iniciativas que têm como público-alvo as crianças “e assim chegar por outra via também aos adultos”. A comunidade cigana em VRSA, maioritariamente natural do concelho, é constituída por 288 indivíduos, entre eles 130 crianças e jovens entre os 0 e os 20 anos. O combate ao absentismo escolar das crianças e jovens da comunidade cigana foi definida na última reunião da rede social como uma das prioridades do «Plano de Desenvolvimento Social» deste CLAS. É preciso ter presente que neste contexto, quando falamos em abandono precoce da escola, a principal razão prende-se a questões culturais, sendo que as entidades envolvidas “não pretendem abafar a cultura, cigana, mas sim dotar de mais ferramentas os membros daquela comunidade para terem acesso a um maior número de oportunidades, nomeadamente, no mercado de trabalho”, enfoca Sílvia Madeira. Em VRSA mais de metade da comunidade cigana está em idade ativa (52,08%) e dessa fatia cerca de 67% está desempregada. Apenas cinco elementos têm formação profissional específica. O recenseamento da comunidade cigana, elaborado recentemente em VRSA, mostra-nos que a esmagadora também que maioria das famílias ciganas residente no concelho é beneficiária de Rendimento Social de Inserção (RSI). Patrícia Rodrigues, chefe de divisão de ação social na câmara municipal pombalina, responsável pela elaboração deste estudo, explica que persiste o preconceito por

parte do empregador em dar oportu- rendas mais elevadas a que não con- visada. Oportunidades de trabalho nidades de trabalho a indivíduos da seguem aceder. Depois porque “não também não aparecem, garante-nos etnia cigana, mas também recorda é nada fácil encontrar arrendatários Marcelino que se mostra, a par da os elevados índices de iliteracia disponíveis para alugar casa a famí- mulher, o mais disponível “para fazer de tudo um dos membros desta pouco”. Atucomunialmente são pai e mãe dade. Por a tempo sua vez Rui Flores, inteiro de elucida, no dois jovens entanto, adolescenque de tes [15 e acordo 13 anos], com “os mais três crianças de valores mais atuatenra idade [7, 5 anos e lizados que se conhe16 meses]. cem [e A mais remetem pequena é a 2008] asmática, apenas condição que é acen3,9% dos tuada pelo beneficiários do RSI facto de viver numa em Portutenda. Este gal eram ciganos”. agregado Sílvia recebe RSI no valor de Madeira 530 euros sublinhapor mês, nos que sendo que “a comu“no máximo nidade cigana não “poderia é levada ao Câmara municipal de VRSA apostou há dois anos na mediação intercultural. Rui pagar uma Flores (à d.ta) estabelece o diálogo entre comunidades maioritária e cigana colo” pelos renda de serviços sociais da câmara, lamen- lias da comunidade cigana”, diz Sílvia 200 euros. Marcelino e Carla fazem tando que esta ideia seja veiculada Madeira, denunciando o preconceito contas à vida, ao mesmo tempo que devido “ao preconceito instalado”. A que torneia a integração difícil da lembram que apenas tiveram oporeste nível refere que “os apoios por comunidade cigana na comunidade tunidade de “viver numa casa a sério parte da câmara são dados de acordo maioritária vilarealense. durante quatro anos”. Sem olhar para com os direitos e quem não cumprir trás, mas antes com os olhos postos no os seus deveres perde, automatica- Uma família em futuro dos filhos, este casal anseia por mente, o acesso aos apoios conce- acampamento que anseia uma casa condigna e trabalho. “Estou por uma habitação digna sempre no IEFP para ver se tenho didos”. O levanalguma tamento oferta, mas da equipa nada…”, de Patrícia lamenta Rodrigues Marcelino mostraque trabanos que lhou como em VRSA, mecânico e bate-chapas e ao conao longo trário do que aconde 10 anos, tendo sido tece na esta a maior grande experiência parte do profissional país, a que teve. esma“Antes não gadora havia RSI maioria e havia tradas famíbalho na lias cigaapanha da nas têm habitação. azeitona 12 dos 67 e da alfaragregaroba”, lembra-se Carla dos residentes no também ela concelho já a desesperar por um vivem em situação emprego. “A discriprecária, minação entre eles contra os cinco em ciganos acampa- Em VRSA existem cinco famílias de etnia cigana a viver em acampamentos mentos. E existe por não está a ser fácil mudar o panoMarcelino, 37 anos, e Carla, 32, são todo o lado e a verdade é que por uns rama. A câmara não tem casas dispo- pais de cinco filhos; são uma família pagam todos”, desabafa Marcelino níveis para arrendar e estas famílias, numerosa que há cinco anos anda que faz questão de sublinhar que esta por sua vez, não conseguem arren- de malas às costas. Ora despejados família é “grata” à câmara municipal dar uma casa; desde logo porque são pelos proprietários dos terrenos, ora a e a todas as entidades de apoio social numerosas, e necessitam de habita- fugir do mau tempo que literalmente do concelho. Apesar de todas as difições maiores, e por conseguinte com já levou pelos ares a sua casa impro- culdades na vida este casal garante

que se sente acarinhado e integrado em terras pombalinas e por isso está confiante que, mais cedo ou mais tarde vai conseguir mudar o rumo da sua vida. “As crianças querem ter uma casa, estão fartos de viver nestas condições e nós queremos dar-lhes um futuro com mais oportunidades do que aquelas que nós tivemos”. Esta é a máxima de vida desta família que é, de resto, bastante bem referenciada pelas várias entidades que a apoiam. “Na escola dizem que os nossos filhos nem parecem que vivem num acampamento por irem sempre limpinhos”, partilha-nos Marcelino cujo brilho do olhar é um misto de orgulho e de tristeza. Não fazem planos casamenteiros para a filha de 15 anos, nem para nenhum dos outros filhos. “Eles que estudem o máximo que conseguirem para terem bons lugares de emprego”. Marcelino e Carla estão atualmente a aprender a ler, pois não tiveram oportunidade de ir à escola em mais novos, refletindo um fenómeno cultural desta comunidade.

Comunidades mistas contrariam guetização O presidente em exercício na câmara municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, tem defendido desde sempre a interculturalidade nos bairros sociais da câmara, de modo a contrariar a guetização do lugar. Por isso encontramos várias culturas, ou comunidades, nos bairros do concelho. Na casa de Fátima (nome fictício) vivem sete pessoas. O mais novo é o neto com apenas cinco anos a quem esta mulher dispensa a maior atenção, inclusivamente levando-o à escola várias vezes ao dia. Os filhos e a nora estão ocupados a estudar ou a tirar formações na Universidade dos Tempos Livres. Trabalho não há, mas todos estão ocupados. Não é fácil gerir um orçamento familiar com baixos rendimentos sociais, mas Fátima está impossibilitada de arranjar um trabalho porque a cultura cigana não vê com bons olhos que uma viúva trabalhe. Quando enfrentam a infelicidade da viuvez as mulheres devem recatar-se no seio do lar, e tampouco podem organizar festejos familiares, como o Natal, por exemplo - tarefas que ficam a cargo do filho mais velho. Fátima, na casa dos 40 anos, não vai contra as leis da sua cultura e conta com o RSI para ajudar nas despesas lá de casa. Rui Flores faz a ponte entre nós e esta família e explica que “tem existido por parte das entidades uma aceitação da cultura cigana neste e noutros pontos”. Há bastantes casos em que as mulheres ficam viúvas muito novas. Algumas optam por se afastar durante um tempo da vida ativa, sendo que o fazem com a intenção de voltar mais tarde. “Outras renunciam completamente a uma vida de trabalho. As entidades sociais respondem de acordo com a emergência das situações, tendo em conta cada caso e os particularismos da cultura. E é neste balanço que se chega a um equilíbrio. Fátima estudou até à quarta classe. Para os seus filhos e netos quer mais. Sabe que “quanto mais estudarem mais hipótese terão de arranjar um trabalho melhor”. Tem uma filha a estudar no nono ano e dá-lhe “todo o apoio” para continuar o percurso


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GR AN D E R EP O R TAGEM

Projeto «Escolhas Vivas» é exemplo de boas práticas na Europa escolar. A aculturação à comunidade maioritária acontece de modo “natural”, assegura-nos, dizendo que não se sente, nem à sua família, discriminada. Da sua boca não saem críticas aos costumes dos outros, salvaguardando que ali “no bairro não há rixas e todos se dão bem”.

Projeto «Escolhas Vivas» promove inclusão pela arte Em 2012 o projeto «Escolhas Vivas», em Vila Real de Santo António, foi distinguido pela União Europeia como um «Exemplo de Boas Práticas na Integração de Jovens e Imigrantes». Este projeto está assim num leque restrito de programas europeus que são referência para muitos outros. O seu coordenador, Nuno Pinto Ribeiro, refere que esta distinção “é uma honra” e que, acima de tudo “vem trazer ainda mais responsabilidade ao projeto”. Um dos públicos-alvo do «Escolhas Vivas» é a comunidade cigana, que não correspondendo à maioria dos utentes, é tida, tal como acontece à escala portuguesa e europeia, como “alvo de acentuada discriminação”. Desde há cinco anos que este projeto instalado no Bairro «160 fogos», mas com uma dinâmica de trabalho nas três freguesias do concelho de VRSA, trabalha na “integração pela arte”. Existem casos de sucesso de jovens de etnia cigana que decidiram fazer uma carreira artística. Esses ganharam asas e voaram. Nuno Pinto Ribeiro, ativista dos direitos humanos, está também expectante em relação ao que vai ser possível fazer ao longo dos próximos sete anos em que vai estar em vigor a ENICC. “Sem dúvida que é um grande avanço na preocupação quanto à integração da comunidade cigana, mas será um processo moroso e complexo”. Este responsável que já esteve também a supervisionar os vários programas «Escolhas» no Algarve, nota que em VRSA “não se regista um confronto direto de racismo, mas o racismo existe de forma subtil”. No seio do «Escolhas Vivas» foi

criado um grupo de danças flamencas, dirigido pela bailarina e coreógrafa Gracia Diaz, que tem sido determinante para a inclusão das crianças e jovens ciganos. Em Janeiro o projeto ganhou um dinamizador comunitário, também ele de etnia cigana e que está a dinamizar um grupo de dança com crianças ciganas de modo a promover pela arte um diálogo intercultural.

Plano Integrado de Educação e Formação permite acompanhamento escolar individualizado Alguns dos principais pontos de vulnerabilidade da comunidade cigana, e que continuam a ter grande peso no processo de exclusão social, estão relacionados com a educação, nomeadamente o absentismo e abandono escolares. De acordo com a ENICC existem no território português entre 40 a 60 mil indivíduos da etnia cigana e o que é pedido a esta comunidade é que concilie as suas regras internas com a lei geral porque os fenómenos de abandono precoce da escola estão intimamente ligados à cultura da comunidade cigana. Elas casam-se cedo e deixam de frequentar a escola e eles dedicam-se à venda ambulante ou simplesmente não encaram a escola como uma prioridade de vida. “Para além de ciganos e ciganas são portugueses e portuguesas”, pode ler-se no documento oficial que define vários passos para contrariar esta tendência. Na Escola D. José I, em Vila Real de Santo António, o professor Nuno Martins tem em mãos pela primeira vez uma turma PIEF (Programa Integrado de Educação e Formação). São atualmente 10 alunos, em que quatro são de etnia cigana. Conhecemos três deles. Suse, 17 anos, vai em breve ser mãe pela segunda vez. Teresa aos 18 anos já conheceu o casamento e o divórcio, e o mal-estar que daqui adveio, e Artur é um rapaz de 16 anos para quem a escola

é um lugar onde gosta de estar, mas pouco. Teresa é determinada e a única finalista da sala. O casamento, que não correu bem, foi, na altura, o grande motivo que a fez abandonar precocemente a escola. Mas esta regra para a jovem “não faz sentido nenhum”. Agora, de novo solteira, e com o apoio incondicional da mãe, afincou-se nos estudos e em pouco tempo concluiu o 9.º ano. Quer estudar para quem sabe um dia vir a ser cabeleireira. Já frequentou estágio num salão e adorou. Haja oportunidade que promete agarrar! Suse vai ser mamã de «segunda viagem». Casou com 14 anos e pouco tempo depois foi mãe. “Depois de casada não se vem à escola, é assim”. A jovem confirma-nos que a cultura cigana dita estas regras. Suse viu-se forçada a regressar à escola para não perder o apoio social que recebe, mas “tem tudo para ser boa aluna”, elogia o professor Nuno Martins. Lá em casa a escola não é valorizada, mas o tempo que passa na sala de aula é diferente do restante. Aqui sabe que está a ganhar conhecimentos que de outra forma não teria e assim também está mais preparada para o seu papel de mãe. Para os filhos quer “o melhor futuro possível” e garante-nos que “vão andar à escola até quererem”. O jovem Artur gostaria de ser um futebolista à séria! Joga no Lusitano, o clube da terra, mas sonha mais alto. Conta com o apoio do professor que o desafia a superar-se sempre e manter-se na escola para ter uma formação de base que o ajude a ser melhor enquanto Homem. Ele responde com a convicção de que “estudar vai ajudar a arranjar trabalho”. Artur veio sinalizado pelo elevado número de retenções. Caso se torne um aluno assíduo tem todas as condições para integrar uma turma regular. Aliás, o mesmo acontece com Teresa e Suse. O percurso é escolhido por eles e sabem que podem contar com um conjunto de profissionais que estão ali para os ajudar a ultrapassar metas importantes no plano da educação e formação. O que marca a diferença das turmas PIEF é que para cada aluno é definido um plano

Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas com 347 milhões até 2020 A 27 de Março, sensivelmente um ano depois de ter sido colocada em discussão pública, foi aprovada em Conselho de Ministros a Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas (ENICC). São 347 milhões de euros, em que 80% deverá ser financiado por fundos comunitários. No topo das prioridades estão a educação, a habitação e a saúde. O documento que define a estratégia ressalva, no entanto, que a sua execução está dependente da disponibilidade de fundos por parte das entidades executoras. São sete anos para atingir diversas metas. Nomeadamente que 60% das crianças ciganas concluam a escolaridade obrigatória ou que 2% conclua a universidade. A esmagadora maioria da verba está destinada à habitação, com cerca de 332 milhões de euros para a qualificação dos realojamentos. Os municípios vão ser sensibilizados para as especificidades da cultura cigana e para o seu realojamento. Entre outras iniciativas, estão previstas campanhas para o combate à discriminação e um estudo aprofundado sobre a comunidade. A ENICC é uma iniciativa da Comissão Europeia, que pediu aos Estados-Membros para desenharem uma estratégia nacional até 2020. Portugal começou a fazê-lo em Setembro de 2011, numa coordenação conjunta do secretário de Estado adjunto do ministro dos Assuntos Parlamentares, Feliciano Barreiras Duarte, e o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI). O ACIDI coordenará a monitorização da ENICC, através de um grupo consultivo onde estarão representantes dos oito ministérios envolvidos e quatro representantes das comunidades ciganas. específico de educação e formação. Cada caso é um mundo.

Acompanhamento intenso marca a diferença Cabe a Tânia Gerardo acompanhar, literalmente, todos os jovens da turma PIEF. Esta técnica de intervenção local faz um acompanhamento em contexto de sala de aula, em casa nas visita às famílias, nos locais de estágio, e sempre que é preciso. Um acompanhamento intenso, mas necessário para impedir que estes alunos desmotivem. “O que nem sempre é fácil”, garante. No caso dos alunos de etnia cigana, sem dúvida, que Tânia assiste a um fenómeno cultural associado ao abandono e absentismo escolar. Mas também frisa os casos de sucesso, considerando que Suse, Teresa e Artur

se encaixam nessas situações. “É muito importante motivá-los, sensibilizar as famílias e estarmos sempre disponíveis para perceber o que os pode desviar para intervirmos a tempo”. Os PIEF são último recurso no espaço escola e destinam-se a alunos com elevado índice de absentismo e abandono escolar. Integram estas turmas jovens a partir dos 16 anos sinalizados pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) e que aqui têm a possibilidade de fazer cinco anos em apenas três, até atingirem o 9.º ano. Também nestas turmas o papel do mediador municipal para a etnia cigana “tem-se mostrado fundamental”, admite Nuno Martins que reconhece maior facilidade em conhecer a cultura cigana e assim estabelecer melhor uma comunicação e diálogo intercultural.

Turma PIEF - Programa Integrado de Educação Formação - conta também com elementos da comunidade cigana que pretendem para já adquirir o 9.º ano de escolaridade


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P OLÍTICA

Osvaldo Gonçalves é o candidato do PS de Alcoutim A Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Alcoutim elegeu Osvaldo Gonçalves como candidato do Partido às próximas eleições autárquicas. Osvaldo Gonçalves, 45 anos, natural e residente no concelho, é casado, bancário e vereador sem pelouros atribuídos na Câmara de Alcoutim, cargo que ocupa desde 2009. A escolha de Osvaldo Gonçalves, dizem os socialistas, “constitui uma alternativa credível e o garante da correta administra-

ção dos destinos do concelho”. Em nota enviada às redações a concelhia rosa afirma que “Alcoutim é hoje, após 20 anos de gestão social democrata, o concelho mais pobre do Algarve e um dos mais pobres e desertificados do país. Alcoutim precisa urgentemente de um novo impulso, um balão de oxigénio, que o faça emergir do marasmo em que se encontra. São necessárias novas políticas e estratégias de desenvolvimento para o concelho”. Os socialistas prometem “promover o desenvol-

vimento económico sustentável e travar o despovoamento e a desertificação a que se tem assistido nas duas últimas décadas constituem os grandes desafios estratégicos da candidatura do Partido Socialista à Câmara Municipal de Alcoutim”. “Os alcoutenejos merecem mais e melhor. Impõe-se uma mudança, baseada numa visão de futuro e numa estratégia de médio e longo prazo, capaz de potenciar as mais valias de um concelho fértil em valores humanos e naturais”, Candidato socialista é vereador sem pelouro na câmara de Alcoutim remata a nota de imprensa. desde o ano de 2009

Francisco Amaral em pré“População de Castro Marim pode campanha em Castro Marim contar com o PCP” Numa nota enviada às redações o Partido Comunista Português de Castro Marim afirma que “a população pode contar com o PCP”, elencando um conjunto de ideias para o desenvolvimento do concelho. Nomeadamente, na defesa de produção de sal. Os comunistas consideram que “as salinas de Castro Marim são do povo e devem estar ao serviço do povo”, considerando que não devem estar “entregues a negócios estranhos no concelho”. O PCP está convicto que a atividade salineira pode produzir postos de trabalho e riqueza

para o concelho. Outro ponto de destaque local da comunicação do PCP de Castro Marim é a água em que o PCP questiona «como se explica a subida de 200% do preço da água em Castro Marim?», repudiando “veemente este aumento brutal” e exigindo responsabilidades, apelando a que os cidadãos se manifestem. No mesmo comunicado o PCP contesta “o facto de todo o concelho ficar às escuras à noite”, exigindo que “sejam encontradas soluções e que se poupem noutros recursos”.

Tribunal rejeitou providência contra candidatura de José Estevens a Tavira

O candidato do PSD Francisco Amaral esteve em Castro Marim numa ação de pré-campanha. O candidato laranja, acompanhado de uma comitiva de cerca de 70 pessoas, e do líder do PSD local, José Estevens, visitou diversos espaços do concelho. Entre eles o mercado levante, a Unidade de Cuidados Continuados e o Centro de Dia da Associação de Bem Estar Social da Freguesia do Azinhal, e diversas entidades ligadas aos produtos tradicionais deste município. O autarca esteve ainda nos troços acidentados da EN125 que atravessam o concelho castromarinense, lamentando que a situação se perpetue no tempo. Candidato visitou mercado mensal, IPSS’s e EN125

Por considerar que caso aceitasse o pedido do movimento «Revolução Branca» o “procedimento cautelar assumiria carácter definitivo e esvaziava de sentido uma ação principal com o mesmo objeto a apresentar posteriormente” a juíza do tribunal de Tavira decidiu rejeitar a providência cautelar contra a candidatura, apoiada pelo PSD, do presidente da Câmara de Castro Marim, José Estevens, a Tavira. Foi remetida “a apreciação de tal questão para o processo elei-

toral”. A providência pedia que o tribunal considerasse ilegal a candidatura de Estevens à Câmara de Tavira, pelo facto de o autarca, a concluir o seu terceiro mandato consecutivo na Câmara de Castro Marim, estar impedido de concorrer devido à lei de limitação mandatos. Por sua vez, a decisão da juíza do tribunal de Tavira é contraditória à tomada pelo Tribunal de Lisboa e que impediu a candidatura à autarquia da capital de Fernando Seara, que está a

cumprir o terceiro mandato consecutivo na Câmara de Sintra. A providência cautelar foi interposta pelo Movimento Revolução Branca. Segundo o movimento, a lei que estabelece limites à renovação sucessiva de mandatos dos presidentes dos órgãos executivos das autarquias impede igualmente as candidaturas de Luís Filipe Menezes ao Porto, Fernando Costa a Loures, Francisco Amaral a Castro Marim e Pedro Lancha a Estremoz.

Centenário de Álvaro Cunhal celebrado em VRSA O PCP assinalou no dia 6 de Abril, na Biblioteca Municipal Vicente Campinas, em VRSA, o 100º aniversário do nascimento do antigo secretário-geral Álvaro Cunhal, já falecido. A sessão contou com a participação de Vasco Cardoso, membro da comissão política e responsável pela direção regional do Algarve, DORAL, e de José Capucho, membro da Comissão Política. Integrou-se na resolução do CC do PCP, segundo a qual “comemorar o centenário de Álvaro Cunhal é evidenciar o significado do seu

percurso de homem e revolucionário e o que ele traduz, não apenas como um exemplo a valorizar, mas como a atitude, o posicionamento, o projeto político que a situação de Portugal e do mundo exigem, nesta segunda década do século XXI”. Confrontado com a questão de uma eventual saída do Euro, José Capucho lembrou que, desde o início, o PCP chamou a atenção para as dificuldades que o país enfrentaria ao aderir ao Euro. Para este dirigente comunista,

a atual linha de preocupação é a da subserviência do Governo e da maioria, em relação aos países que dominam a Europa. O PCP “mantém o essencial da sua política em defesa dos interesses nacionais e, no Parlamento Europeu continuarem a apresentar propostas que impeçam que as medidas não sejam gravosas para Portugal e que os fundos estruturais sejam canalizados para políticas de desenvolvimento”. Quanto ao Euro, lembrou que a adesão custou tanto ao povo português

que é preciso ver como se sai do Euro e quem são os protagonistas dessa saída, de forma que quem fique a beneficiar sejam os trabalhadores e o povo e não os monopólios. José Capucho salientou as várias obras escritas por Álvaro Cunhal e a sua contribuição para a definição dos ideais de Abril e do futuro democrático de Portugal, que hoje se consubstanciam na proposta política do PCP de “uma democracia avançada rumo ao socialismo”, baseada nesses ideais.

Comemoração teve lugar na biblioteca Vicente Campinas


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LO CAL

Turismo do Algarve foi à descoberta dos segredos de Alcoutim Alcoutim foi o primeiro destino para o Turismo do Algarve visitar com o objetivo de dar a conhecer um outro Algarve. O título da iniciativa é «Redescobrir os Segredos do Algarve» e iniciou-se a 18 de Abril no concelho alcoutenejo, percorrendo o Algarve ao longo dos próximos meses. “Esta iniciativa, que pretende mostrar aos operadores turísticos e a imprensa internacional especializada alguns dos tesouros naturais da região, vai passar em todos os concelhos algarvios até ao final do ano”, explica a entidade em comunicado. A primeira viagem, também denominada «Fam Trip» contou com a participação de cerca de 20 pessoas que “espreitaram o município até não sobrarem segredos sobre ele”, revelou o Turismo do Algarve que recorda que a aposta no Turismo de Natureza, com esta e outras ações,

já havia sido destacada na Bolsa de Turismo de Lisboa, em Fevereiro. “Queremos que os jornalistas e o trade da região vejam o Algarve de outro ângulo, porque eles ajudam a ‘vender’ o destino através da forma como o vivem e como escrevem sobre ele. Por isso desenvolvemos este projeto que vai revelar produtos e pontos de interesse menos explorados, mas com potencial de atração junto dos turistas”, explicou o presidente do Turismo do Algarve Desidério Silva.

Segredos de Alcoutim

Castromarinenses foram convidados a visitar os moinhos O Domingo 7 de Abril foi um dos primeiros dias quentes da Primavera deste ano. O bom tempo convidou muitos castromarinenses a saírem de casa e aproveitar a iniciativa municipal de promoção dos moinhos concelhios.

A comitiva convidada pelo Turismo do Algarve conheceu a gastronomia, o artesanato, a museologia, a natureza, os saberes e tradições de Alcoutim e reconheceu que “um dia é pouco para conhecer Alcoutim”. Depois de Alcoutim, a iniciativa segue para Albufeira, concelho que já se sabe que irá acolher uma «Fam Trip» em maio. Seguem-se os restantes municípios, em data ainda a anunciar. Esta primeira visita é organizada em parceria com a Câmara Municipal de Alcoutim e a Direção Regional de Cultura do Algarve.

Turismo do Algarve conheceu a gastronomia, o artesanato, a museologia, a natureza, os saberes e tradições de Alcoutim

Peddy Paper «Cumeada de Alta Mora» juntou quase 300 pessoas O Peddy Paper «Cumeada de Alta Mora» que decorreu a 14 de Abril juntou 270 participantes num total de 48 equipas que animadas percorreram 7 quilómetros em torno da Corte Pequena, no concelho de Castro Marim. Muitos foram os vizinhos espanhóis que mais uma vez acorreram a este evento que junta população local, mas também participantes de diversas partes do Algarve.

A iniciativa da Associação, Cultural e Desportiva dos Amigos de Alta Mora (ARCDAA) comemorou 10 anos de vida e contou com a realização de diversos jogos tradicionais, artes e ofícios e saberes locais, pondo à prova o conhecimento e a sagacidade dos concorrentes. O Peddy Paper finalizou com um almoço de confraternização para os participantes e a entrega de prémios, “destinando-se a promover a

atividade física e a valorizar o meio natural e os aspetos panorâmicos da freguesia de Odeleite”. A X Edição do Peddy Paper na “Cumeada de Alta Mora” contou com o apoio das câmaras municipais de Castro Marim e Alcoutim e a colaboração da Associação Odiana, do Centro de Cultura e Desporto do Pessoal da Autarquia (CCD) e dos Bombeiros Voluntários de Alcoutim.

Formação de Apicultura em modo biológico colhe grande adesão no Baixo Guadiana

Centenas de pessoas participaram na iniciativa que juntou famílias e amigos A pé, de bicicleta, de uma forma mais Parque Aventura de Odeleite, os mais radical ou com os pés bem assentes na audazes poderam praticar escalada, terra várias foram as formas em que arborismo ou slide, e mais à frente, muitos castromarinenses aproveitaram visitaram o antigo, mas reabilitado, a abertura à população de moinhos Moinho das Pernadas, detentor de tradicionais do município. uma vasta memória cultural e etnoA iniciativa contou com quatro ativi- gráfica que atravessa várias geradades distintas, dedicadas aos amantes ções. do desporto ao ar livre e da observaCom esta iniciativa a autarquia ção da natureza, onde se incluíram as dinamizou o Dia Mundial Atividade visitas culturais à Casa de Odeleite, Física, celebrado na mesma data, ao Moinho das Pernadas e ao Moinho promovendo junto dos participando Revelim de Santo António, promo- tes formas saudáveis de ocupar os vendo o inestimável valor patrimonial tempos livres e de praticar atividade destes moinhos tradicionais. física em família. O Dia Nacional dos Moinhos traO ponto de encontro teve lugar às dez da manhã, na Casa de Odeleite, ta-se de uma iniciativa inserida no onde ciclistas e pedestrianistas ini- programa nacional da Rede Portuciarão o percurso junto à ribeira de guesa dos Moinhos e contou com Odeleite, desfrutando da paisagem o apoio das associações culturais e verdejante da serra algarvia. Junto ao desportivas do concelho.

Os futuros apicultores em modo biológico já começaram a ser formados, no primeiro de três cursos formativos promovidos em Castro Marim, numa parceria entre três associações, a Associação Terras do Baixo Guadiana, que promove e financia o curso, a Associação de Defesa do Património de Mértola, que o ministra como entidade credenciada, e ainda a Odiana, responsável pela organização, logística e sede desta formação. Apesar de ter começado a forma-

ção no início de abril a grande afluência fez os promotores projetarem já uma segunda edição. O curso de iniciação à apicultura em modo de produção biológica vai decorrer até dia 4 de maio nas instalações da Odiana, o Centro de Apoio ao Desenvolvimento, em Castro Marim. Em breve serão lançados cursos de inglês, castelhano e empreendedorismo feminino. A iniciativa é promovida pela Associação Terras do Baixo Gua-

diana, com financiamento através do PACA [Plano de Aquisição de Competências e Animação], subprograma 3 – dinamização das zonas rurais do programa PRODER. A ADPM (Associação de Defesa do património de Mértola) é responsável por ministrar a formação, sendo entidade creditada para tal, e à Odiana, coube a organização e logística da formação, sendo que disponibiliza o espaço da sede para realização da formação.

Seminário «Ribeira do Vascão, Património Internacional» A ribeira do Vascão, afluente do rio Guadiana, é uma zona pouco intervencionada, com grandes extensões de habitats e com grande valor estético, paisagístico e com imensa diversidade biológica. Apresentando galerias ripícolas e diversos ecossistemas que comportam uma grande variedade de espécies animais e vegetais. A ribeira do Vascão está classificada como um sítio RAMSAR à semelhança da Ria Formosa, do sapal de Castro

Marim e da Ria de Alvor também no Algarve. Estes sítios são reconhecidos a partir de critérios de representatividade do ecossistema, de valores faunísticos e florísticos e da sua importância para a conservação de aves aquáticas e peixes. A relevância da conservação deste local, assim como a divulgação da biodiversidade presente em conjunto com o interesse que estas questões ambientais suscitam em

toda a comunidade foram o ponto de partida para a realização deste seminário que vai acontecer a 3 de Maio no Guadiana River Hotel, em Alcoutim, entre as 09h e as 15h, seguido por um passeio pedestre pela Ribeira do Vascão. A organização do seminário é do «Projeto Alcoutim», Alcance, município de Alcoutim e Universidade do Algarve. Mais informação em: www.projetoalcoutim.pt.vu


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Mendes Bota em Castro Marim ficou indignado com “estado deplorável” da Nacional 125 POUPANÇA CRIATIVA Caros leitores e caras leitoras, nesta edição quero partilhar convosco mais uma sugestão de poupança. Vou falar-vos de um produto que todos nós temos em casa: o vinagre! Pois bem, este produto pode ser o vosso melhor aliado na limpeza da casa. Há algumas semanas tive de limpar as paredes e o chão da minha cozinha à volta do meu fogão ( um típico e tradicional fogão a gaz) e não queria usar o tradicional antigorduras que ainda tinha em casa, pois é bastante tóxico. Num pulverizador de 500ml (pode reutilizar um recipiente de limpa-vidros que já tenha terminado) deite 250ml de vinagre e 250ml de água da torneira. Adicione 1 colher de chá de detergente da loiça. Agite e está pronto a utilizar. Pode utilizar este preparado para limpar os azulejos da cozinha e da casa de banho, as loiças da casa de banho, o fogão, o forno, as bancadas da cozinha... enfim, tudo o que necessite ser desengordurado! Não deixa qualquer cheiro a vinagre pois o detergente da loiça anula o cheiro ativo do vinagre. Este preparado funciona também como limpa vidros, incluindo os párabrisas do carro! Na limpeza de vidros eu utilizo apenas toalhas de papel e o produto. Poupa tempo e esforço! Quando utilizar como desengordurante basta pulverizar a superficie a limpar e passar de seguida um pano húmido. Toda a gordura desaparecerá sem esfregar e sem esforço. O vinagre é ótimo como produto para limpar o chão: junte uma chávena de “bica” de vinagre a meio balde de água e umas gotas de detergente da loiça. O chão fica limpo e desengordurado e sem as marcas desagradáveis da esfregona que deixam alguns detergentes. Com este produto o chão mantém-se limpo durante vários dias, sendo apenas necessário passar a vassoura ou o aspirador. Se desejar que a sua casa fique com um cheirinho mais agradável pode sempre adicionar umas gotas de óleo essencial (não mais do que 3 ou 4 gotinhas!). Pode encontrar uma grande variedade de óleos essencias a bom preço em parafarmácias (entre 5€ a 7€). Eu uso óleo essencial de rosa ou de alfazema. A sua casa ficará limpa, desinfetada, bem cheirosa e estará a usar um produto amigo do ambiente! Um litro de vinagre custa cerca de 0,50€! Não deve usar o vinagre na limpeza de mármores. Divirtam-se e até à próxima edição.

Maria Celeste Santos

No passado dia 12 de Abril Mendes Bota, deputado social-democrata eleito pelo Algarve, esteve em Castro Marim para uma sessão de atendimento de cidadãos. Viu “o estado deplorável” em que se encontra a EN125 e interpelou o Governo. Após mais uma sessão de atendimento de cidadãos, realizada em Castro Marim, o deputado Mendes Bota teve oportunidade de constatar “in loco” o “estado deplorável em que se encontram determinados troços da ER 125”. O deputado fez-se acompanhar pelos autarcas José Estevens (Castro Marim) e Francisco Amaral (Alcoutim). A “evidente necessidade de reparação urgente antes da chegada da época estival”, motivou a interpelação de Mendes Bota ao Ministério da Economia e do Emprego, responsável pelo sector das obras públicas, em formato de Perguntas ao Governo. Na altura em que escreveu a carta o deputado referia que “estamos a meio de Abril, e o tempo será curto até ao início do Verão. A ER 125 encontra-se num estado deplorável em certos troços, a carecer de reparação urgente. Se o pavimento está impróprio para a circulação rodoviária actual, sendo de

referir igualmente o estado das bermas da estrada, não é difícil imaginar como será com a intensificação do tráfico na época alta do turismo”, pode ler-se na missiva enviada ao responsável político. Mendes Bota lembra que “esta situação é agravada pelo impacto que o pagamento de portagens na Via do Infante tem no desvio que os condutores das viaturas fazem para a ER 125, uns por protesto, outros por necessidade de contenção de custos”.

Os troços em degradação O signatário desta missiva teve oportunidade de verificar o estado de degradação do pavimento em dois troços: entre as Casas da Audiência e a Ribeira do Álamo (município de Castro Marim) e entre a Ribeira do Álamo e o sítio da Caiana (município de Vila Real de Santo António). O deputado sublinha que “a

Deputado eleito pelo Algarve questiona Governo empresa Estradas de Portugal S.A. tem que tomar medidas urgentes para reparar esta situação, que coloca em sérios riscos a segurança rodoviária, e dá uma imagem muito negativa da região do Algarve”. Mendes Bota questionou o Governo se a “Estradas de Portugal tem consciência, ou conhecimento, do estado de degradação em que se encontram os

 VRSA

Financiamento dos Bombeiros mantém acesso da população aos serviços de saúde A autarquia de Vila Real de Santo António está satisfeita com os resultados da implementação da Taxa Municipal de Proteção Civil, medida que está a contribuir para o equilíbrio financeiro dos Bombeiros Voluntários de VRSA e continua a garantir a deslocação e o acesso dos munícipes às consultas e serviços de saúde. Para o presidente da Câmara Municipal de VRSA, Luís Gomes, a contribuição, posta em prática há um ano, permitiu “evitar os cenários difíceis que se vivem noutros pontos do país, em que as populações com menores recursos estão agora mais afastadas dos cuidados de saúde devido à falta de meios financeiros das associações humanitárias de bombeiros para efetuar o transporte de doentes”. Na nota enviada às redações, o autarca refere que “tal como na solidariedade social, a autarquia vila-realense abriu um novo paradigma, mantendo a estabilidade da proteção civil e garantindo, em paralelo com os serviços de ação social, o acesso à saúde a quem

Autarquia faz balanço positivo do modelo de financiamento mais precisa». Luís Gomes reconhece que “não foi uma medida pacífica de implementar, há um ano atrás, mas hoje todos podemos comprovar que ficámos a ganhar com a aplicação de uma taxa municipal de proteção civil refletida na fatura da água dos consumidores, no valor simbólico de um euro, cujo exemplo foi seguido por outros municípios”. A criação da Taxa Municipal de Proteção Civil em VRSA teve por base uma petição, entregue na Câmara Municipal, com mais de

500 assinaturas. É sustentada pela Lei n.º 53-E/2006, de 29 de dezembro, que prevê expressamente a possibilidade de criação de taxas pela prestação de serviços no domínio da prevenção de riscos e da proteção civil. Destina-se ainda a compensar investimentos realizados na defesa da floresta contra incêndios. A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António serve simultaneamente os concelhos de VRSA e Castro Marim, caso único no país.

troços entre as Casas da Audiência e a Ribeira do Álamo (município de Castro Marim), e entre a Ribeira do Álamo e o sítio da Caiana (município de Vila Real de Santo António), partes integrantes da ER 125”. O deputado quis saber se há mais troços identificados e quais, e quando, as medidas que o Governo pensar tomar para resolver esta situação.

Proteção civil ajuda a prevenir habitações contra incêndios florestais O Serviço Municipal de Protecção Civil de Vila Real de Santo António tem em curso o programa de autoproteção «Casas sem Fogo», destinado a aumentar a prevenção contra incêndios de habitações e edifícios localizadas em áreas florestais. A iniciativa possibilita, aos moradores em zonas de risco, uma visita técnica de aconselhamento para posterior execução ou manutenção da faixa de proteção definida por lei, reduzindo assim as hipóteses de que um incêndio florestal chegue e alastre até às habitações. A medida conta com a colaboração do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e da Guarda Nacional Republicana (GNR) que, em caso de necessidade, disponibiliza gratuitamente meios técnicos e humanos. Para ter acesso a este serviço, basta contactar o Serviço Municipal de Protecção Civil através do telefone 281 530 190 ou do email casassemfogo@gmail.com.


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“Missão de informar, na procura incessante de um jornalismo de proximidade e solidário” Há 13 anos, no dealbar do mês de Abril, era publicado o número zero do Jornal do Baixo Guadiana. Perante a desconfiança de alguns e o entusiasmo de muitos, saía para as bancas um novo mensário, com a tenacidade e o espírito de luta da Associação Alcance na defesa intransigente dos superiores interesses desta sub-região. Aos poucos, e com alguns escolhos pelo caminho, o JBG tem vindo a cumprir a sua missão de informar, na procura incessante de um jornalismo de proximidade, solidário, mas nem por isso menos acutilante, com rigor e honestidade jornalística, relatando mensalmente o que de mais importante acontece nos concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António. Nas milhares de páginas já publicadas, noticiam-se factos, descrevem-se protagonistas e

contam-se histórias, narrando os sentimentos e o devir do povo do Baixo Guadiana que, calejado das agruras do tempo e da vida, continua a sonhar e a ter esperança num futuro melhor para a sua terra. Indiferente aos interesses corporativos ou poderes partidários nos três concelhos, o Jornal do Baixo Guadiana tem denunciado injustiças tais como o abandono e o isolamento a que estas terras foram votadas pelos sucessivos governos, o assoreamento do Guadiana, o grande rio do Sul, a construção da ponte que ligará Alcoutim a San Lucar del Guadiana ou a conclusão IC 27. E tem divulgado briosamente projetos sustentáveis de que são exemplo o projeto de requalificação da zona ribeirinha de Alcoutim, a Unidade de Cuidados Continuados de Castro Marim ou o projeto JESSICA em Vila Real Santo António. Quando em 2008 o jornal definhava e sobre

ele pairava a ameaça de fecho, num atitude de grande coragem e descomprometimento, a Associação Odiana adquiriu o JBG, operando uma profunda reestruturação do projeto, sem que o mesmo perdesse a sua matriz, transformando-o num projeto jornalístico moderno, de referência para o Baixo Guadiana e para o Algarve. A finalizar a minha leitura de 13 anos do Jornal do Baixo Guadiana, gostaria de felicitar com orgulho e enorme alegria esta voz das terras sulinas, e do Baixo Guadiana em particular, que com o denodo e empenho do seu diretor e do corpo redatorial tem sabido projetar este território a bem da informação e do futuro da imprensa regional, mantendo-se sempre no trilho da verdade. José Fernandes Estevens Presidente da CM de Castro Marim

“Papel preponderante na identificação e na identidade do Baixo Guadiana” Com 13 anos de vida, o Jornal do Baixo Guadiana está este mês de parabéns. Ao longo do seu percurso, este jornal tem assumido um papel preponderante na identificação e na identidade do território Baixo Guadiana, defendendo e promovendo as suas gentes e os seus encantos, mas, sobretudo, criando laços e cruzando histórias entre as populações do Rio Guadiana. Acompanhei este jornal desde a sua fundação. Sei das batalhas que travam e aplaudo as

suas conquistas, que têm contribuído sobremaneira para o desenvolvimento do território Baixo Guadiana. Aqui estarei para ver crescer os dois, jornal e território, e trabalhando nesse sentido. O esforço de muitos, e muitos voluntários e muitos amantes do Baixo Guadiana, faz deste meio de comunicação um espaço sério e credível, mas simultaneamente próximo e afetuoso, onde nos encontramos ou reencontramos, onde

nos lemos e onde nos queremos ler também, um espaço que é nosso. A todos os que lutaram e lutam pelo Jornal do Baixo Guadiana, a todos os que contribuíram e contribuem para que hoje se conte uma história de 13 anos de existência, os meus Parabéns e o meu obrigado. Francisco Amaral Presidente da CM de Alcoutim

“Jornal do Baixo Guadiana tornou-se uma verdadeira instituição e uma referência incontornável” Tenho o prazer de felicitar neste espaço o “Jornal do Baixo Guadiana” pelos seus 13 anos. Estes quase três lustros de vida constituem já uma história densa, acompanhando as vicissitudes da nossa história regional e nacional. Para Vila Real de Santo António, o “Jornal do Baixo Guadiana” tornou-se uma verdadeira instituição e uma referência incontornável. Nesta feliz ocasião, quero endereçar-lhe os parabéns. No fundo, são parabéns para aqueles que dedicadamente dão o seu melhor para tecer as suas páginas em cada semana e para

os seus fiéis leitores, pois estes são a sua razão de ser. Há quem diga que a voz da região do Algarve e dos algarvios tem pouca ressonância a nível nacional e junto das instâncias governativas do país. Nesta perspetiva, este jornal tem um papel imprescindível que deve ser potenciado: ser cada vez mais a voz dos anseios desta região e do seu povo. Por isso, as suas páginas têm de ser de notícia, de reflexão e também de denúncia, quando tal tiver de ser. Os tempos que vivemos são difíceis para todos. E também o são para quantos se dedi-

cam à comunicação social. Tenho conhecimento das dificuldades próprias da imprensa regional e das pessoas que estão envolvidas neste sector. No entanto, é neste período que mais necessitamos de quem nos faça ver as luzes e as sombras deste presente que vivemos. É neste seguimento que desejo a maior força e vitalidade do “Jornal do Baixo Guadiana”. É necessário que as suas páginas nos ajudem a responder aos desafios do presente e a traçar as linhas do futuro. Luis Gomes Presidente da CM de VRSA

Votos de longa vida! No editorial do número fundador do Jornal do Baixo Guadiana, o número 0, publicado em Abril de 2000, podia ler-se: «Dar voz ao Nordeste é o nosso principal objectivo». Treze anos passados, é uma evidência que este objectivo foi plenamente conseguido, apesar das vicissitudes do jornal e das vicissitudes do Nordeste Algarvio e do Baixo Guadiana. O JBG não só tem sabido dar voz ao território e às populações que assumiu representar, como se tornou ele próprio uma voz indispensável à existência e ao futuro destas terras e das suas gentes. Tal é o reconhecimento que quero juntar ao abraço de parabéns que lhe trago na festa do 13º aniversário! O JBG nasceu entrelaçado com luta pela concretização de grandes aspirações destas populações raianas: a ponte Alcoutim-Sanlúcar, o IC 27, o desassoreamento do Guadiana. Diga-se, a título de exemplo, que o tema da ponte era a matéria dominante do número 0. Nessa altura, depois de uma manifestação fluvial em participaram mais de duas dezenas de embarcações portuguesas e espanholas, estava em curso a recolha de assinaturas para um abaixo-assinado a levar aos governos de Portugal e de Espanha. As perspectivas eram boas nesse momento, a ponte esteve quase a arrancar, mas mesmo quando essas perspectivas empalideceram, o jornal nunca abandonou o tema. O mesmo aconteceu com o IC 27, que teve um início muito incerto, depois arrancou, sempre acompanhado pelos incitamentos do JBG. Acabou por parar apenas com um terço do percurso feito, mas chegou a Alcoutim. Pior tem sido com desassoreamento do Guadiana, que nunca passou do campo das repetidas promessas, mas também neste caso a luta continua e JBG está alerta. No entanto, o JBG não se ficou apenas pelas grandes causas. No mesmo número 0, que temos referido, dedicavam-se duas páginas a um inquérito a todos os Presidentes das Juntas de Freguesia para conhecer os principais problemas com que estas se debatiam e os problemas que mais afligiam as populações. Esta linha foi sempre continuada e optimamente desenvolvida. O mesmo com a cultura, sempre acarinhada em todas as edições. O JBG tornou-se numa espécie de fogueira a roda da qual se reúnem as comunidades do Baixo Guadiana: para fazerem as suas queixas pelo abandono de que são votadas; para insistir nas grandes aspirações que não esquecem; para reclamarem solução para os múltiplos problemas que as afectam; mas também para se regozijarem pelo que conseguem fazer de positivo nos diferentes domínios e pelo que conseguem avançar contra ventos e marés. O JBG é um elo de ligação para os que estão longe e um inspirador de conversas para os que estão cá. Que assim continue! Votos de longa vida! Carlos Brito Fundador do Jornal do Baixo Guadiana


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O JBG vive da solidariedade de colaboradores muito qualificados e de persistente jornalismo de proximidade Carlos Luís Figueira assumiu a direção do Jornal do Baixo Guadiana em 2008. Um ano depois de o jornal ter sido comprado pela associação Odiana à associação Alcance, de Alcoutim. O mensário ganhou escala num território maior a que dá voz, fazendo eco dos seus problemas e sucessos. Cabe a este diretor assumir a cada mês que passa a responsabilidade por um trabalho de uma equipa, que pratica jornalismo de proximidade, contando, como enfatiza “com a elevada qualidade de cronistas e colaboradores que de forma voluntária e despretensiosa acompanham o jornal e o território”.

JBG: Como gere a responsabilidade de dirigir o Jornal do Baixo Guadiana, um jornal de território que serve um público tão específico e heterogéneo? Carlos Luís Figueira: Bom, em primeiro lugar, com um grande sentido de responsabilidade e uma grande aflição em relação à repercussão que pode ter cada número, dada a especificidade da editoria. Mas, simultaneamente, eu tenho tido uma grande ajuda. Primeiro porque este jornal vive de solidariedade de colaboradores muito qualificados que permanecem e que colaboram muito de perto cada edição. Depois tenho uma equipa de jornalismo e design muito jovem e muito competente que assegura uma grande parte da responsabilidade de cada edição. Temos também a prática de não deixarmos de fazer sempre uma reflexão crítica sobre cada número. Uma reunião que realizamos em coletivo, sempre com a preocupação em inovar naquilo que é possível. Hoje o jornal tem em cada edição novos elementos de atracção de novidade. Entrevistas, Histórias de Vida, Destaques... São fatores que nascem de uma ideia de conjunto, numa discussão livre e franca e que serve de base a cada edição. Temos o privilégio de ter ótimos cronistas que acrescentam a responsabilidade a quem o dirige. É um exercício que faço com muita alegria, e, simultaneamente, com grande esforço porque ao longo do dia a minha atividade profissional é distinta, sendo que também escrevo para outros jornais. Este é um projeto ao qual estou associado há muito tempo, mas que nasce de solidariedades locais. Começou por ser uma iniciativa agregada a um Projecto comunitário da responsabilidade da Associação Local Alcance do concelho de Alcoutim. Terminado o projeto foi possível, já com a minha presença, transferir a propriedade do jornal para a Associação Odiana o que permitiu com novos apoios dar uma maior cobertura dos problemas e das pessoas que vivem no Baixo Guadiana. Dá-me muita satisfação perceber a aceitação que o jornal tem na comunidade. Cumpre a sua principal função que é ser lido e cumpre-a bem porque sabemos que é lido com gosto. O Jornal do Baixo Guadiana ao longo do mês selecciona os temas

O diretor Carlos Luís Figueira realça a importância do Jornal do Baixo Guadiana na unificação do território mais importantes do território com mais profundidade, porque o facto de ser o mensário assim o permite, cobrindo um vazio que de outra forma não era possível cobrir. JBG: A editoria que apresenta hoje, e que lhe confere um elevado grau de proximidade, foi, desde logo, assumida em 2007, aquando da aquisição deste jornal por parte da associação Odiana… CLF: O facto de dispormos de maiores meios quando da passagem da propriedade para a Associação Odiana permitiu ampliar o caminho anteriormente traçado, porque acreditamos que é assim que damos eco dos problemas e sucessos do Baixo Guadiana que é constituído por três concelhos [Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António] do mesmo partido, sendo de sublinhar que em qualquer circunstância se verificou qualquer interferência na edição do Jornal. JBG: Numa altura em que se fala tanto em pressões, como explica o que disse anteriormente, ou seja, que não há pressões políticas associadas

à produção dos vários números que vão saindo? CLF: Foi definida uma linha de editoria que é respeitada. Este é um jornal feito de uma multiplicidade de opiniões que se exprimem livremente no jornal o que ajuda a compreender que é este o caminho que tem que ser trilhado. Transformar o jornal num boletim de cada município seria a morte do jornal porque perderia interesse e leitores e também o prestígio de nele escrever gente de excelente qualidade. JBG: É preciso sublinhar que o jornal não perdeu o património que trazia de Alcoutim… CLF: Exactamente. Mantivemos a página de notícias de Espanha o que é também uma originalidade do jornal e que corresponde a uma realidade sociológica do território a que pertence. É um jornal de fronteira e de algum modo teria de exprimir o que acontece do outro lado porque as vidas fazem-se numa constante ligação entre os dois países. Depois mantivemos um conjunto de colaboradores e poetas que regularmente enviam os seus trabalhos; e só não publicamos mais pelas limitações

financeiras que temos, que por sua vez condiciona o espaço de que dispomos... JBG: Nestes últimos anos, e apesar das limitações financeiras, o Jornal conseguiu crescer, tendo aumentado o número de páginas, e por conseguinte de cor... CLF: Quando nos aproximamos tanto da realidade aumentam as notícias e o interesse em diversificar as colunas do jornal; o que nos conduziu ao aumento de páginas. Conhecemos melhor o território o que nos levou a abordá-lo de uma forma diferente. Há muitos contributos que nasceram deste aproximar à realidade e às ideias que surgem para nos ajudar a melhorar o contributo que prestamos à comunidade. E gostaria de, neste contexto, ressalvar que sou diretor deste jornal também pela equipa de colaboradores que regularmente participa nas edições do JBG, de outra forma não tinha condições para o ser. JBG: Ser diretor voluntário tem um gosto especial? CLF: Tem, mas é preciso sublinhar que o meu ato voluntário é

extensivo à esmagadora maioria dos colaboradores do jornal. JBG: De algum modo esperava a adesão que o JBG tem tido no território, nomeadamante junto da comunidade mais jovem? CLF: Eu acreditava que quando o jornal se aproximasse e convidasse jovens também a participar esse processo teria êxito. Por questões financeiras tivemos de interromper a publicação do suplemento «JBG: Espaço Escola», mas esperamos que um dia o possamos retomar. Mas temos contado com a participação dos jovens a outros níveis e com elevada qualidade. Também a realização de tertúlias no território tem sido muito importante para estarmos de uma forma diferente junto dos leitores, e não só. Estes ganhos devem-se à nossa persistência e pela nossa obrigação em combater a inércia. JBG: Este jornal está também aberto a mais parcerias? CLF: Sem dúvida que sim. As várias associações, grupos, entidades e pessoas do território devem saber que temos as nossas portas abertas para que se juntem a nós na missão de ajudar ao desenvolvimento do Baixo Guadiana. JBG: O Baixo Guadiana tem neste jornal um importante ponto de unificação. Fazem falta ao território mais projetos de unificação? CLF: Eu creio que sim. E só podemos também aumentar a escala dos projetos se unificarmos este território até do ponto de vista institucional. Já que a regionalização ficou mais longe considero que alguma reforma tinha que ser pensada do ponto de vista de dar uma maior elasticidade e capacidade de atuar no terreno e de erguer projetos que envolvam o conjunto do território através de uma maior participação dos municípios. JBG: O que espera para o futuro do JBG? CLF: O meu maior desejo é que estes 13 anos se prolonguem por muito mais porque o Baixo Guadiana ficaria muito mais pobre sem este órgão de comunicação social. A Odiana tem, efetivamente, essa visão, disponibilizando meios financeiros que em muitos casos poderiam ser orientados para outros fins. Mas há a noção da importância que este órgão tem para o desenvolvimento económico e social do território.


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LOCAL

Dia da Liberdade assinalado pela homenagem a Carlos Brito Decorreu a 25 de Abril, em Alcoutim, no dia em que se comemora a «Revolução dos Cravos», uma homenagem a Carlos Alfredo de Brito, ex-dirigente do Partido Comunista Português e rosto incontornável na história da luta pela liberdade em Portugal. Depois do içar da bandeira, decorreu a sessão solene no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em que tomaram a palavra os representantes das bancadas PSD e PS, José Rosa e Francisco Xavier, respetivamente, o presidente da Assembleia Municipal de Alcoutim, Rui Cruz, o especial convidado para a homenagem a Carlos Brito, o ex-militante comunista Carlos Luís Figueira, o homenageado Carlos Brito e o presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Francisco Amaral. Nas palavras de Carlos Luís Figueira ficou patente o importante e indiscutível papel social e político do ex-deputado Carlos Brito em prol do Algarve, nomeadamente de Alcoutim, para onde regressou e tem lutado contra o isolamento do interior. “É o dia certo para lhe fazer esta homenagem, porque toda a sua batalha de vida foi uma batalha pela liberdade, pelo progresso do seu país e pelo bem-estar do seu Cerimónia de homenagem foi levada a cabo pelo munícipio de Alcoutim. Para a efeméride foi concebida uma exposição sobre a vida e obra de Carlos Brito povo”, concluiu. A cerimónia ficou marcada pelo Abril, de tão grande significado cos de Alcoutim ao destacarem os Carlos Brito, acrescentando que o Carlos Brito, que tem dedicado os sentido discurso de Carlos Brito, para o nosso país e para mim pes- esforços feitos a bem do país e do Portugal em que hoje vivemos não últimos 15 anos a Alcoutim, o local num profundo agradecimento à soalmente”. O ex-dirigente do PCP concelho por alguém de outra área foi aquele pelo qual o ex-deputado que, apesar de não ter visto nascer, considera como seu. Carlos Brito Câmara Municipal, promotora realçou ainda o “raro sentido de política, como é o meu caso”. lutou. “desta homenagem na passagem abrangência democrática e capaDepois da sessão de homenagem estava muito satisfeito com a expo“Um alcoutenejo que nos honra, dos meus 80 anos, o que me sen- cidade de se colocarem acima de que nos orgulha”, referiu-se o foi inaugurada a exposição foto-bio- sição onde identifica “um grande sibiliza profundamente por vir de meros critérios partidários de que presidente da Câmara Municipal gráfica, uma resenha dos 80 anos rigor de história e uma excecional Alcoutim e ser feita no dia 25 de dão prova os responsáveis autárqui- de Alcoutim, Francisco Amaral, a de vida social, política e literária de conceção gráfica”.

 VRSA

Fórum «Refundar a República» iniciou contagem decrescente para celebrações dos 40 anos de Abril A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, em parceria com um conjunto de personalidades e membros da sociedade civil, iniciou, no dia 25 de Abril, o Fórum «Refundar a República», um projeto de âmbito nacional que tem por objetivo repensar o funcionamento das instituições e da democracia. O primeiro encontro teve lugar na Biblioteca Municipal Vicente Campinas e contou com a participação do Secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro, do advogado Nuno Morais Sarmento, do arquiteto Sidónio Pardal e do economista Rui Moreira de Carvalho. A edição inaugural do Fórum, dedicada ao tema «A crise e o poder local», encheu por completo o auditório da Biblioteca Municipal e deu início a um ciclo de debates inovadores, participativos e de cariz nacional que serão realizados sempre ao dia 25 de cada mês. Para Luís Gomes, presidente da

Câmara Municipal de VRSA, “a data de 25 de Abril foi simbolicamente escolhida como o dia do arranque do Fórum - que só terminará a 25 de Abril de 2014 -, antecipando desta forma a comemoração dos 40 anos de Democracia em Portugal”. Luís Gomes refere que foi inciado “em Vila Real de Santo António um movimento inovador, livre e de cidadania que pretende dar voz a todas as forças vivas da sociedade, desde universidades e escolas a associações, comerciantes, empresários, IPSS, representantes políticos, entre muitos outros convidados”. Nesta, que foi a primeira intervenção pública do Secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro destacou o papel que o poder local desempenhou, no período pós-25 de Abril, para a infraestruturação do território ao nível dos serviços básicos, educação e qualidade de vida. Na mesma ocasião, anunciou que Governo está a trabalhar para ter

o processo da agregação de freguesias concluído até às próximas eleições autárquicas e desafiou os municípios a aumentarem os níveis de cooperação e a partilharem as redes locais de serviços públicos.

Opinião dentro e fora da rede

Secretário de Estado da Administração Local destacou o papel do poder das autarquias do período pós 25 de Abril

Durante um ano, todos os dias 25 de cada mês, os portugueses serão chamados a participar nestes Fóruns que terão lugar não só em Vila Real de Santo António, mas também se irão alargar a todo o país, quebrando as fronteiras geográficas. Todos os contributos e opiniões vão estar disponíveis em www.facebook.com/forum.refundar e serão divulgados na página do município de VRSA em www.cm-vrsa.pt. As ideias para debate e outras sugestões podem ser enviadas para o email refundararepublica@gmail. com ou colocadas via Facebook.


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D ESEN VO LVIMEN TO

Governo cria Centro Hospitalar do Algarve por fusão «Perto da

Europa»

Proporção dos trabalhadores a tempo parcial em situação de subemprego sobe para 21,4% na UE em 2011 Dos 43 milhões de trabalhadores a tempo parcial que contava a UE em 2012, 9,2 milhões desejavam trabalhar mais horas, estavam disponíveis para o fazer e podiam, portanto, ser considerados como estando em situação de subemprego. Desde o início da crise económica, a proporção de trabalhadores a tempo parcial que desejavam trabalhar mais e estavam disponíveis para o fazer não parou de crescer, tendo passado de 18,5% em 2008 para 20,5% em 2011 e 21,4% em 2012. Reforçar a preparação da Europa face às catástrofes naturais e de origem humana A Comissão Europeia apresentou um pacote que consiste em duas partes: a estratégia da UE em matéria de adaptação às alterações climáticas, que estabelece um quadro e mecanismos para reforçar a preparação da UE para os impactos climáticos presentes e futuros, e, numa medida conexa, a Comissão adotou igualmente um Livro Verde sobre seguros no contexto de catástrofes naturais e de origem humana. Esta consulta pública lança um vasto debate sobre a adequação e a disponibilidade das opções existentes em matéria de seguros. Tal como muitas outras regiões do mundo, a União Europeia é vulnerável a quase todos os tipos de catástrofes naturais. Estas não só causam perdas humanas como provocam anualmente prejuízos no valor de milhares de milhões de euros e afetam a estabilidade e o crescimento económico. As catástrofes podem ter efeitos transfronteiras e ameaçar potencialmente regiões inteiras em países vizinhos. Mesmo nos casos em que os custos das grandes catástrofes estão concentrados localmente, se a cobertura dos custos por seguros for inadequada, os Estados Membros podem ter de suportar uma grande carga fiscal, o que pode causar desequilíbrios internos e externos. Por conseguinte, esta questão é de grande importância para os cidadãos, empresas e governos de toda a União. A Europa está a ter um aquecimento mais rápido do que muitas outras regiões do mundo, sendo a temperatura terrestre europeia da última década em média 1,3 ºC mais elevada do que na era pré industrial, em comparação com um aumento mundial médio de 0,8º C. O impacto registado na UE varia, dependendo do clima e das condições geográficas e socioeconómicas, mas todos os Estados Membros estão expostos às alterações climáticas. O aumento destes fenómenos poderá fazer aumentar a magnitude das catástrofes, o que terá como resultado grandes perdas económicas, problemas de saúde pública e mortes. Na Europa, a bacia mediterrânica, as regiões montanhosas, as zonas alagadiças densamente povoadas, as zonas costeiras, as regiões ultraperiféricas e o Ártico são especialmente vulneráveis ao impacto das alterações climáticas. Além disso, três quartos da população vivem em zonas urbanas que podem estar expostas a vagas de calor, inundações e subida do nível dos mares. Centro de Informação Europe Direct do Algarve Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Faro tel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 279 europedirect@ccdr-alg.pt

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O Governo, em reunião do Conselho de Ministros realizada a 17 de abril, aprovou um diploma que procede à criação do Centro Hospitalar do Algarve, por fusão do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, EPE, e do Hospital de Faro, EPE. As mais-valias decorrentes da criação do novo Centro Hospitalar do Algarve, EPE, diz o Governo “

situam-se aos níveis assistencial, de qualidade clínica, organizacional e gestionário, com particular enfoque na racionalização e adequação de atos clínicos e referenciação de doentes”. O ministro da saúde que com esta decisão é concretizada uma política de maior equidade territorial, levando a cabo uma utilização mais racional e eficiente dos recursos

disponíveis”. Uma fusão que tem sido polémica mais à esquerda, tendo o Bloco de esquerda visto ser aprovada uma audição parlamentar do da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, Martins dos Santos. A audição terá lugar em meados de Maio, não havendo data prevista até ao fecho de nossa edição.

Algarve debateu o cluster do mar Joana Germano

Os dirigentes e responsáveis do setor marítimo em Portugal reuniram-se no dia 26 de Abril em Faro na direção regional de Agricultura e Pescas do Algarve. O objetivo foi relançar um país de mar e na nova estratégia de ordenamento marítimo em curso. O Algarve região de excelência do mar e de pescado foi o local escolhido para relançar o tema e reafirmar uma aposta num setor que muitos consideram esquecido pelas políticas governamentais. O tema foi incisivo: «A economia do mar no Algarve: contributos para uma visão estratégica» e contou com João Fonseca Ribeiro, diretor-geral de Política do Mar, Teresa Rafael, diretora-geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, e a encerrar a sessão, o secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu. Numa economia do mar apelidada simbolicamente de «azul» o momento é de mudança e está a debater-se e preparar-se uma estratégia de ordenamento marítimo – estratégia nacional para o mar 2007-2013 sob os

slogans «Regresso ao mar» e «alargar Portugal». Segundo o diretor-geral de Política do Mar, o objetivo é «ir para além das 200 milhas náuticas, o que traz novas fronteiras e novas oportunidades», garante o dirigente referindo que «as potencialidades apontam para um crescimento exponencial», sendo que os recursos da terra e do mar «são ferramentas de criação de investimento e geração de riqueza».

Mar é aposta de futuro Teresa Rafael, diretora-geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, por sua vez reservou-se mais a números e valores apontando o PROMAR com estatísticas de «500 projetos aprovados em

51 milhões de investimento entre os quais 31 milhões na aquicultura e comercialização». Garantindo que Portugal é o 3º maior consumidor de pescado do mundo, a responsável garante que a Reforma da Política Comum de Pescas se encontra em fase de discussão para em 2014 entrar em vigor. A encerrar o seminário esteve o Secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu. «Portugal tem que repensar o mar de uma forma global e a visão geral tem que ser muito alargada», diz o governante que afiança que «temos que estar prontos a competir com o mundo para nos conseguirmos afirmar no mar», realçando que «a visão tem que ser integrada no todo nacional e não apenas no local e regional».

Levitação quântica José Cruz O nosso mundo está à beira da realização de descobertas que, até há bem pouco tempo eram domínio de projetos futuristas dos autores da ficção científica. Tem estado a ser testada, em diversos laboratórios mundiais a levitação quântica, baseada nas características dos materiais supercondutores, se mergulhados em nitrogénio líquido. Devido a um fenómeno chamado de flux pinning, podem flutuar sobre um campo magnético. É o que se dá pelo nome de levitação quântica. Basicamente o material superImagem da experiência realizada na Universidade de Tel-Aviv, Israel. A condutor permite que o campo nuvem branca que se vê em volta do disco é nitrogénio em evaporação. magnético entre nele, ficando aprisionado acima da superfície. ou aprisionado. que deslizem sem atrito por estradas Não se move um milímetro até ser Os investigadores entendem que, magnéticas. impulsionado e pode ficar em qual- num futuro próximo, poderá penOs supercondutores aguentam quer posição, horizontal, vertical sar-se em comboios e automóveis objetos incrivelmente pesados.

NO ALGARVE

LICENCIAMENTO HOTELEIRO — A Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, por intermédio do seu presidente, Elidérico Viegas elogiou a iniciativa do Governo, relativamente à intenção de simplificar as taxas de licenciamento dos empreendimentos turísticos. Em declarações à TSF, sublinhou que o impacto da medida não será grande. «Esta simplificação destas taxas ou a redução é naturalmente positivo e conta sobretudo pela atitude e não propriamente pelo volume financeiro que está envolvido que não será muito significativo», disse. Antes, Elidérico Viegas tinha declarado à agência Lusa disse à agência Lusa que o fim dos designados “custos de contexto”, anunciados pelo secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, “vem de encontro às preocupações manifestadas relativamente a uma série de questões que emperram o desenvolvimento e o funcionamento das empresas”. E ainda que “os custos de contexto constituem uma das razões para a perda da competitividade da economia e designadamente da atividade turística”, acrescentando que “mais do que a questão financeira, porque os montantes envolvidos não são grandes, o fim das taxas ajuda a simplificar processos que constituem entraves à atividade turística”. PESCAS A CRESCER? — Sem adiantar números, o secretário de Estado do Mar disse que as pescas e o setor da transformação tiveram um “crescimento acentuado” nos últimos dois anos, o que, no seu entender, mostra a adaptação à modernidade, quando participou em Faro no seminário “A economia do mar no Algarve: contributos para uma visão estratégica”. O governante considerou que o crescimento é sinal de que as pescas e o setor da transformação «não são um problema, antes pelo contrário, são uma das virtudes da economia nacional». EUROMILHÕES EM LAGOS — Um português, residente em Lagos, arrecadou na última sextafeira de Abril o primeiro prémio do euromilhões. Para o Estado fica 20 por cento dos 32 milhões de euros, ou seja, 6,5 milhões de euros. O boletim vencedor foi registado numa papelaria do Centro Comercial da Marina, em Lagos, no Algarve. O prémio era de 32 milhões de euros, pelo que o totalista irá receber 25,9 milhões de euros, já que o Estado retém um imposto de 20 por cento, ou seja, 6,5 milhões de euros. No mesmo sorteio, outros dois portugueses foram contemplados com o terceiro prémio, que terão de dividir com mais seis apostadores, no valor de 67 mil euros. FARENSE REGRESSA À II DIVISÃO — Farense, Desportivo de Chaves e Académico de Viseu sagraram-se campeões nacionais da II Divisão nas respetivas zonas e estão de regresso ao patamar do futebol profissional da Liga. Vários anos depois da ausência e queda nos distritais, por má gerência e infortúnio, entre outros problemas, que quase levaram à extinção dos emblemas, o trio histórico conseguiu renascer das cinzas e dar mais brilho ao futebol português, com o regresso nas três regiões, Algarve, Trás-os-Montes e Beira Alta. Merece especial destaque o facto de milhares de adeptos do Farense terem festejado a subida, após uma década de ausência. No Estádio de São Luís houve ‘casa cheia’.

José Cruz


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C U LT URA

Formandos de curso de fotografia partilham olhares da natureza do Baixo Guadiana

cos de Alcoutim ao destacarem os esforços feitos a bem do país e do concelho por alguém de outra área política, como é o meu caso”. “Um alcoutenejo que nos honra, que nos orgulha”, referiu-se o presidente da Câmara Municipal A Associação de fotoógrafos «1/4 Escuro» levou a cabo na associação Odiana uma formação de fotografia ministrada por Agostinho Gomes. Esta niciativa surge através do projeto TAG [Turismo Ativo no Guadiana, uma iniciativa de cooperação entre o Algarve – Alentejo – Andaluzia e financiado pelo

de Alcoutim, Francisco Amaral, a gráfica, uma resenha dos 80 anos Carlos Brito, acrescentando que o de vida social, política e literária de Portugal em que hoje vivemos não Carlos Brito, que tem dedicado os foi aquele pelo qual o ex-deputado últimos 15 anos a Alcoutim, o local que, apesar de não ter visto nascer, lutou. Depois da sessão de homenagem considera como seu. Carlos Brito foi inaugurada a exposição foto-bio- estava muito satisfeito com a expoPrograma de Cooperação Trans- que decorreu no «Dia Aberto do fronteiriça Portugal – Espanha]. Sapal», no Centro Interpretativo Muitas foram as aprendiza- da Reserva Natural do Sapal de gens adquiridas e daí nasceram Castro Marim e Vila Real de também muitas vontades de Santo António. O JBG tem agora oportunidade explorar a arte de fotografar. Os formandos deste curso tiveram de mostrar parte desses olhares oportunidade de expôr algu- que recaíram sobre a natureza do mas das imagens recolhidas no Baixo Guadiana, e que partilha Baixo Guadiana numa exposição com os leitores.


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C ULTUR A

Algarve recebeu apresentação de «Mundo Pequenino» de Deolinda A casa esteve praticamente cheia no passado dia 19 de Abril no Teatro Municipal de Faro em que a noite, já bastante amena, aqueceu ainda mais ao som dos «Deolinda». Este grupo que se constituiu há cinco anos apresentou, assim, no Algarve, o seu terceiro albúm. «Mundo Pequenino» é desde que nasceu uma estrela, pois no dia em que chegou às lojas ultrapassou as 10 mil unidades de vendas, de acordo com a editora Universal Music. Tal feito valeu-lhes de imediato o galardão de ouro. Desde então, tem sido um somar de sucessos em digressão por todo o país, sendo que o terceiro albúm dos «Deolinda» era um dos mais aguardados para

2013. «Que Seja Agora» foi o primeiro single do grupo que tem feito muito sucesso nas rádios e nos concertos. Mas na apresentação em Faro, à qual o JBG assistiu, as novidades e os clássicos do grupo mereceram os sinceros e efusivos aplausos do público. As palavras de intervenção, o olhar crítico, mas bem humorado, a acutilância e a cidadania ativa são ingredientes do grupo que somados à excelente execução musical e atrativa performance da vocalista Ana Bacalhau fazem dos «Deolinda» um grupo atual, renovador e promissor do panorama musical português. «Mundo Pequenino» é o sucessor de

Noites D’Encanto em Cacela Velha A localidade de Cacela Velha vai receber entre 18 e 21 de Julho a iniciativa «Noites D’Encanto». A organização é conjunta entre o município de VRSA, aempresa de eventos «Ibérica» e a ADRIP (Associação de Defesa, Reabilitação, Investigação e Promoção do Património Natural e Cultural de Cacela). Vai haver lugar para um mercado al-Andaluz com restauração, comércio e artesanato e também concertos. “A tolerância e a convivialidade distinguiram a história

do antigo al-Andalus. O Mediterrâneo e os territórios que em torno dele se organizam sempre tiveram a capacidade de atrair gentes de diferentes culturas e diferentes credos, e a localização geográfica do Algarve – o antigo Gharb – um anfiteatro natural virado para o mar, sempre facilitou, desde a Antiguidade, uma situação de trocas culturais e comerciais”, recorda a organização que pretende revisitar esses tempos com música, gastronomia, mercado e a animação nas ruas de Cacela.

Iniciativa integra gastronomia, artesanato e cinema

«Dois Selos e um Carimbo» (2010) e «Canção ao Lado» (2008).

Programação Teatro Municipal de Faro O Teatro Municipal de Faro apresenta-se como “um espaço de difusão das artes performativas contemporâneas, apostado em construir uma relação continuada e criativa com a comunidade onde se insere, ajudando a formar, a olhar, a pensar e a partilhar novas experiências artísticas, contribuindo para o desenvolvimento cultural da cidade, da região e do país”. A programação está disponível em: www.teatromunicipaldefaro.pt

Os «Deolinda» estiveram a 19 de Abril no Teatro Municipal de Faro

Filatelia comemora 500 anos de Santo António de Arenilha Integrado nas comemorações do dia da cidade, e no plano exposicional da Federação Portuguesa de Filatelia–APD , a Secção de Coleccionismo dos Bombeiros de Vila Real de Santo António, vai realizar com a colaboração da Câmara Municipal, uma Mostra Filatélica comemorativa dos 500 anos da Carta de Privilégio concedida por D. Manuel, em 8 de Fevereiro de 1513, a António Leite, que determinou a construção da vila de Arenilha “nossa Villa darenilla que hora mandamos fazer e edifycar (…) e que nos praz que ha dita Villa seja couto assy e de maneira que ho he a nossa Villa de Castro Marym”. Esta manifestação filatélica tem lugar no Centro Cultural António Aleixo, a sala de visitas da cidade, e é inaugurada pelas 11 horas do dia 11 de Maio de 1913, prolongando-se até ao dia 30 do mesmo mês e, tendo o seu ponto mais alto no dia 13 de Maio (Dia da Cidade), com a emissão de um selo personalizado representando a “vila de Arenilha”, desenho do pintor Luís Mansinho Afonso. Vai estar em funcionamento no local a partir das 14H30 e até às 17H30, um Posto de Correio provido de um Carimbo Comemorativo, representando a primeira marca de correios de Vila Real de Santo António e que foi propositadamente confeccionado para o efeito. Vão estar patentes várias colecções de Portugal e de Espanha, algumas das quais premiadas internacionalmente, que de certo aliciarão os visitantes com peças filatélicas de elevada qualidade, algumas das quais com cerca de dois séculos e que ao Algarve muito dizem. Estarão ainda em exposição duas Cartas Geográficas do Século XVIII e várias imagens de Vila Real de Santo António de antigamente.


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CULTURA

Primavera trouxe mais «Passos Contados» ao território O Ciclo anual “Passos Contados”, passeios pedestres de interpretação da paisagem orientados por guias especializados (cientistas ou detentores de saberes particulares), tem vindo a explorar novas formas de interpretação e descodificação das paisagens culturais, dos seus valores naturais e elementos patrimoniais. Procura-se desta forma, promover alternativas criativas para o desenvolvimento dos territórios rurais, contribuindo para a diversificação e diferenciação da oferta cultural e turística. Pela riqueza e diversidade de experiências que proporcionam, pela interrogação e diálogo entre os participantes e os guias, pela descodificação activa do património, pelo contacto próximo com os valores culturais e paisagísticos, os “Passos Contados” têm-se vindo a afirmar como uma forma válida e estimulante de interpretação patrimonial. A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António propõe este ano novas experiências de interpretação e descodificação das paisagens culturais e naturais do sotavento algarvio. Nesta sétima edição já se descobriu em Abril as plantas e os seus antigos usos na medicina e alimentação mas há mais percursos previstos e noutros sentidos. Ouvir relatos de viajantes, escritores e poetas sobre Cacela e Vila Real de Santo António (Maio); revisitar elementos de um Algarve antigo, entre o sagrado e o profano (Junho); descobrir antigas tradições alimentares do Algarve rural (Julho); escutar, interpretar e reproduzir os sons nocturnos da natureza (Agosto); conhecer os saberes ligados à cal e seus usos na arquitectura vernácula (Setembro); e terminaremos seguindo as rotas do arqueólogo Estácio da Veiga em Cacela (Outubro).

AGENDA Alcoutim Fins de Semana Doces – Mercado de Doces Típicos Todos os fins de semana de Maio, 10h às 18h Comemorações do Dia do Trabalhador 01 Maio, 10h - Alcoutim (Cais da Vila), organizada pela Câmara Municipal de Alcoutim - Bentos, organizada pela Junta de Freguesia de Vaqueiros - Giões, organizada pela Associação Grito d’Alegria Seminário «Ribeira do Vascão: Património Internacional» 03 Maio, 09h Guadiana River Hotel - Alcoutim Organização: Projeto Alcoutim O Cinema à Minha Porta 21h Dia 2 – Toma Lá Revista – Tacões Dia 6 – Fátima – Vicentes Dia 7 – Amália – Serro da Vinha de Baixo Dia 8 – Dot.com – Santa Marta Dia 9 – Toma Lá Revista – Afonso Vicente Dia 13 – Filme da Treta – Cortes Pereiras Dia 14 – Fátima – Balurco de Cima Dia 15 – Amália – Balurco de Baixo Dia 16 – Fátima – Palmeira Dia 20 – Dot.com – Guerreiros do Rio Dia 21 – Amália – Laranjeiras Dia 22 – Fátima – Corte da Seda Dia 23 – Toma Lá Revista – Cabaços Dia 27 – Fátima – Serro Dia 28 – Amália – Taipas Dia 29 – Toma Lá Revista – Alcarias Dia 30 – Dot.com – Fernandilho Exposição «Homenagem 80 anos, Carlos Brito» Até 9 Maio Casa dos Condes Exposição trabalhos cursos

socioeducativos De 13 a 31 de Maio Casa dos Condes Concurso de fotografia «Gentes e Lugares da Freguesia de Giões» De 15 de Maio a 14 de Junho Org: Associação dos Amigos de Farelos e Clarines Festa da Maia e «Aqui ao Lado – Saberes Partilhados» 18 Maio, 15h Polidesportivo dos Balurcos Org: Associação de Solidariedade Social, Cultura, Desporto e Arte dos Balurcos, Projeto “Somos Alcoutim” (CM Alcoutim), Projeto “Lado a Lado” (Junta Freguesia Almodôvar) e UAlg Mercados 10 Maio, 09h - Vaqueiros 26 Maio, 09h – Pereiro

Castro Marim Dia do Trabalhador 1 Maio Aldeia de Odeleite

Serões do Acordeão 04 Maio – Corte Pequena 18 Maio – Odeleite 25 Maio – Rio Seco Terra de Maio 10 a 12 Maio Centro Multiusos Azinhal Festival Internacional do Caracol 17 a 19 Maio Revelim Sto. António Castro Marim

VRSA

Clube de Leitura «Livros Mexidos» A mulher – literatura no feminino 2 Maio, 18h Aquilino Ribeiro 30 Maio,18h Terapia da fala na infância 7 e 8 Maio, 18h Biblioteca VRSA Apresentação do livro: «Algarve em 3D» De Jacinto Palma Dias 10 Maio, 18h CIIPC – Santa Rita

Inauguração Exposição Fotografia: «Sous les pavês, la plage… sous la plage un autre Algarve ou a resiliência de um Algarve outro» De Filipe da Palma 10 Maio, 18h até 30 Junho CIIPC – Santa Rita Comemorações Fundação da cidade de VRSA 11,12 e 13 de maio 10h/23h30 Praça Marquês de Pombal «Passos Contados 2013» Percurso «Relatos de viajantes, escritores e poetas entre Cacela e VRSA» Com o arquiteto paisagista José Carlos Barros 19 Maio, 9h30 Cacela Velha Lançamento do livro «Ulisses de Homero» As aventuras e desventuras de um herói grego contadas em Banda Desenhada por um grupo de alunos da Escola D. José I de VRSA 24 Maio, 18h30 Biblioteca VRSA

POR CÁ ACONTECE «O Algarve e o norte de África» por Fernando Pessanha Ciclo da aulas abertas do Curso de História do Algarve da UTL de VRSA 29 Maio, 17h30 Biblioteca VRSA Lançamento do livro «Atividade física, obesidade, alimentação e imagem corporal na população dos 6 aos 10 anos do Baixo Guadiana» 31 Maio às 18h Biblioteca VRSA

«13 Maio - Dia da Cidade de VRSA» As comemorações alusivas ao dia da cidade de Vila Real de Santo António prolongam-se de 11 até 13 de Maio este não com feira histórica a completar o certame histórico e comemorativo. No dia 11 de Maio, pelas 10h, a abertura da Feira Histórica na Praça Marquês de Pombal e pelas 10h30 a inauguração da Exposição Filatélica alusiva aos 500 anos da fundação de Sto. António de Arenilha no Centro Cultural António Aleixo. À noite, pelas 21h30 o Encontro de Bandas Filarmónicas na Praça Marquês de Pombal. No dia 12 os festejos continuam até ao dia principal, o feriado municipal no dia 13 de Maio. 8h00 – Alvorada 9h00 – Hastear das Bandeiras na Praça Marquês de Pombal 9h30 – Sessão Solene comemorativa da Fundação de VRSA no Centro Cultural António Aleixo 11h00 - Apresentação do selo e carimbos alusivos aos 500 anos da fundação de Santo António de Arenilha no Centro Cultural António Aleixo 18h – Cortejo Histórico e Etnográfico com início no Arquivo Histórico Municipal e término na Praça Marquês de Pombal


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Vila Real de Santo António e Santo António de Arenilha – Duas fundações, uma estratégia

COLUNA CULTURAL

C ULTUR A

O presente mês de Maio de 2013 assinala os 237 anos da maior e mais significativa edificação iluminista efectuada em Portugal: a fundação de Vila Real de Santo António. Contudo, também este ano de 2013 assinala uma data da maior importância para a História local: os 500 anos da fundação de Santo António de Arenilha. Ora, se o nascimento de Vila Real resultou da estratégia política, económica e territorial concebida pelo Marquês de Pombal, em finais de 1773, visando a afirmação do Estado português face ao Estado espanhol, que dizer da fundação de Arenilha? Com efeito, a nova vila iluminista, inaugurada em 13 de Maio de 1776, pretendia reforçar a barreira natural que marca a divisão política e administrativa entre os dois reinos, para além de impedir o contrabando, a evasão fiscal e a livre pesca castelhana praticada no mar de Monte Gordo. Porém, não foram os mesmos motivos que levaram D. Manuel I a mandar construir “nossa Villa darenilla que hora mandamos fazer e edifycar”? Sim, se bem que a fundação de Arenilha também pretendesse alertar as povoações vizinhas das investidas da pirataria moura, bastante activa na centúria de quinhentos. A verdade é que muito se tem enaltecido a acção reformista (e mesmo despótica) do Marquês de Pombal, seguramente devido ao património edificado pombalino, como à proximidade cronológica que nos aproxima do século XVIII. Todavia, este espírito reformista e pretensamente iluminado pelas luzes da razão, não foi exclusividade do ministro de D. José I. Já o reinado de D. Manuel I, “o Venturoso”, tinha sido pautado por um conjunto de acções que visavam fortalecer o reino política e administrativamente, nomeadamente, através de conjuntos de reformas presentes nos forais manuelinos. Prova disso, para os concelhos do Baixo Guadiana, são a carta de foral de Castro Marim, de 1504, a carta de foral de Alcoutim, de 1520, ou mesmo a carta de privilégio de 8 de Fevereiro de 1513, onde o monarca manda proceder à construção da vila de Arenilha. Efectivamente, a estratégia de D. Manuel I para a foz do Guadiana acabou por antecipar-se ao Marquês de Pombal em mais de dois séculos e meio, contudo, o avanço das águas do mar e a sistemática acção da pirataria berberesca acabaram por despovoar a “vileta” no decurso do século XVII. Ora, não fosse o tratado de paz assinado entre Portugal e Marrocos, em 1774, e bem que Vila Real de Santo António poderia ter tido semelhante destino… Recordamos que D. José I faleceu em 1777, no ano seguinte à fundação da vila régia, pelo que o Marquês de Pombal e os seus ambiciosos projectos rapidamente foram votados ao abandono. Para a História ficam duas fundações, cada uma no seu respectivo século, mas unidas por uma estratégia tão comum quão intemporal.

«Sinónimos de Leitura» já fideliza público Decorreu entre 18 e 24 de Abril a segunda edição do ciclo de leitura «Sinónimos de Leitura». A organização foi da responsabilidade da biblioteca municipal de Vila Real de Santo António. Ao longo de uma semana houve espaço para a apresentação de livros, sessões de contos, teatro, manualidades, uma feira do livro e muito mais. A organização garante que este ano já sentiu “uma certa fidelização de público” para a segunda edição do certame do livro «Sinónimos de Leitura». De resto, tal como nos avançou Mariana Rego, “uma fidelização de público que se sente a outros níveis da biblioteca”. Esta coordenadora confirma que a adesão do público a este equipamento do conhecimento e da cultura é crescente o que permite uma aposta também em certames como o ciclo de leitura que se prolongou ao longo de uma semana em Vila Real de Santo António. Por aqui passaram vários escritores que apresentaram as suas mais recentes obras. Foi o caso de Jacinto Dias que falou sobre o «Algarve em 3D». De acordo com o autor trata-se de um “levantamento dos recursos naturais e culturais do Algarve, bem como, da metodologia empregue para os destruir”. O Algarve 3D, focaliza três dimensões importantes do Algarve: a gastronómica, em que se dá o exemplo da açorda, também comum a todo o sul de Portugal e que é definida como um prato de origem moçárabe (o vocábulo moçárabe diz respeito a todas as populações residentes na Hispânia antes da invasão muçulmana de 711, algumas delas já cristianizadas nessa altura e cujas entidades míticas prevalecentes eram S. Vicente e Sta. Iria). A segunda dimensão diz respeito à cenografia das habitações do Algarve antes do aparecimento do turismo como atividade económica, nomeadamente a arte das chaminés e das platibandas. O terceiro ponto diz respeito à enorme biodiversidade do Algarve que o Conde de Ficalho, líder dos “vencidos da vida” (Eça de Queirós, Guerra Junqueiro, Antero de Quental etc.) identificou, ele como um excelso botânico que o foi, no Algarve dos fins do Séc. XIX, em que nada menos que cinco de cada de 100 plantas do Algarve são absolutamente endémicas. Por sua vez, o professor João Caldeira Romão apresentou «O Valor das Coisas», que compila um conjunto de crónicas escritas pelo autor, ao longo de mais de duas décadas, no «Jornal do Algarve». Uma reflexão crítica sobre temas da nossa vida social, cultural, económica e política, “alguns dos quais permanecem hoje bastante

atuais, identificam problemas e apontam caminhos alternativos, num exercício de escrita livre e responsável, perfeitamente identificado com a personalidade do autor”, salientaram os convidados para apresentar esta obra Fernando Reis, da Viprensa que imprimiu a obra e o vereador da cultura José Carlos Barros. No terceiro dia de os «Sinónimos de Leitura», Fernando Évora, professor e escritor, apresentou o seu livro Amor e Liberdade de Germana Pata-Roxa.

Animação à leitura Pedro Leitão é autor e ilustrador de livros infantis e juvenis, criador de “As aventuras de Zé Leitão e Maria Cavalinho”. Junta ao seu currículo a ilustração de livros para crianças de outros autores, em particular com Luísa Ducla Soares, a participação em várias revistas, jornais e programas de televisão como cartoonista e ilustrador, o fomento à leitura com a realização de vários ateliês, a colaboração com Paulo Lages na encenação de teatro infantil e a pintura. Esteve neste ciclo a animar os mais pequenos. A feira do livro, produzida pela livraria Lusíada, de Vila Real de Santo António, marcou uma vez mais presença, com uma oferta diversificada de livros; e até livros infantis com o preço simbólico de um euro num apelo à leitura desde tenra idade.

Tertúlia JBG No dia 23 de abril comemorou-se o dia mundial do livro e uma das propostas dos Sinónimos de Leitura foi a tertúlia “O livro: literatura e não só”, levada a cabo pelo JBG. Nele participaram editores, livreiros e escritores, bem como amantes da leitura.

Fernando Pessanha Formador de História do Algarve * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Certame dedicado à leitura ofereceu ao longo de uma semana atividades diversas, sendo que o público, esse, também abrangeu as várias faixas etárias


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COLABORADO R E S Meu Algarve, Cuida de ti !

A Nossa Memória

De comboio a viajar por este reino encantado, pela desgraça ao passar, fiquei triste, amargurado.

O que é feito da nossa Indústria Apelidada de Conserveira? Nem uma chaminé para recordar Comos e fosse uma “coisa” passageira!

Soltam gemidos, na curva, à vista da estação; as rodas, na manhã turva, da velha composição. Nos teus jardins multicores outrora à beira do cais, já murcharam as flores, não desabrocharam mais. As estruturas de apoio dormem o último sono; zurra o burro do saloio, aos coices, atrás do dono. Nas fachadas, os macacos divertem a vadiagem; suas vidraças em cacos, complementam a paisagem. É o cartão de visita que temos para mostrar, ao exigente turista no comboio a passear. Num trecho do percurso tem as ventas que tapar; faz assim figura de urso, tal o pivete no ar. Perante este pano de fundo começa a desconfiar, que às Terras do fim do Mundo veio por descuido parar. E lá vai ele de volta, fez a viagem errada, vai bater a outra porta, isto aqui, não lhe diz nada. Meu Algarve do turismo, o berço onde nasci, na tua sorte eu cismo, meu Algarve, cuida de ti !... Manuel Palma

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades Disse Camões com muita sapiência… Mudaram-se os tempos e a vontade dos Homens Substituíram as fábricas com bastante Ciência. Cresceram os prédios como cogumelos “As varandas do Guadiana” À BEIRA DA ESTRADA Quarteirões B, C e outros ainda E também “Guadiana Foz” tal uma cruzada! E a nobre mulher da fábrica Quem a recorda hoje em dia? Ela lavava, escolhia e arrumava Na lata, o peixe que tanto valia. E, assim, as conservas multiplicavam-se E o Mundo pouco a pouco as conhecia. E Vila Real tornou-se soberana Neste Reino de mais valia. Mas hoje já nada existe: Nem a alta chaminé a fumegar Nem uma estátua, nem uma lápide Que pudessem fazer sonhar! Muito perto, em Ayamonte Quem passar e quiser sonhar Vê uma estátua de mulher em bronze Para contemplar e meditar! Ela está vestida a rigor Rodeada de sardinhas, a trabalhar. Não lhe falta o lenço branco Nem a grelha para as arrumar… Ó geração de Ingratos Que é feito da tua memória? Deverias fazer perdurar no Tempo Todos, todos esses momentos de Glória! Fernanda Mateus Pires

O Burro Manjerico O Maio veio farto. Em meados já os trigais estavam maduros. No cercado do Senhor António Henriques faziam-se as medas, de trigo, de centeio e outras de cevada. As peras “mózinhas” começavam a ficar maduras e o seu amo não dormia para as acautelar. A meda de cevada tinha ficado ao conto do cercado mais para Sul/Poente. Dias depois, notava-se “alguém” abocanhava a cevada, ficando por isso, um desalinho assimétrico na meda. Guarda montada, depressa descobre o causador do prejuízo. No Enterreiro, ao romper da aurora os trabalhadores do forno de tijolos e telhas, iniciavam as tarefas: Escancararam as portas, regavam o barro, espalhavam cinza e soltavam o burro “Manjerico”. O “Manjerico” espreguiçava-se, zurrava, levantava o lábio superior e mostrava a dentuça. Por fim, respirou fundo, peidou-se e foi deixando uns bonicos esverdeados na esteira do seu caminho. O burrico, dono e senhor do seu à vontade, atravessou cercas e cercados, abeirou-se com quem não quer a coisa da meda da cevada que lhe servia de mata-bicho e ferra-lhe o dente. O Lavrador, preparado para o fresco da manhã, com umas grossas calças de serrobeco e botas caneleiras de pelica, passeava de cajado em punho numa das ameias do Forte, local de grande visibilidade para quem monta “guarda”. Horas passadas… Lá vem o ladrão. Observou tudo. Pensou, matutou e voltou para sua casa. No dia seguinte sai ainda o dia mal despontava. Cajado na mão direita e um papelão com uns escritos na mão esquerda. O “Manjerico” manso e mal avisado, deixou o estranho aproximar-se, não lhe passando pela cabeça a desgraça que lhe estava reservada. O amo da cevada atuou rápida e eficazmente: Antes de fazer o “serviço”, colocou-lhe ao pescoço o cartaz de papelão, pensado e escrito na véspera. E foi deste modo que o “Manjerico” chegou ao pé dos donos: Aqui me tens meu amo Sem orelhas e sem rabo E podes dar graças a Deus O meu corpo vir a salvo E assim: Diz o amo do pão Se cá te apanhar outra vez Voltarás ou não! Encarnadinho/Antº de Castro


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PAT R IMÓ N IO &C O LAB O R AD O R ES PUB

Rubrica de pATRIMÓNIO

As tradições de Maio

No início de Maio tinham lugar no Baixo Guadiana diversas tradições, como a Festa da Maia, que se celebrava no primeiro dia do mês em algumas localidades da serra e do litoral. Eram tradições comuns a outros locais do país, e que tiveram origem nas civilizações gregas e romanas, há mais de 2000 anos. Muitas são apenas memórias, como a própria Festa da Maia, as cruzes floridas ou o Dia da Espiga. Outras, como o piquenique do 1º de Maio, continuam a ser celebradas em todo o território. No primeiro dia do mês, ainda de madrugada, as moças iam ao campo apanhar flores para enfeitar a casa e o trono da Maia. Esta tarefa era feita antes do sol nascer para “não deixar entrar o Maio”, e conservar a possibilidade de casar nesse ano. No interior da casa, decorada com ramos de flores, colchas e lençóis, improvisavam um trono florido onde era sentada a Maia, representada pela menina mais bonita da aldeia, de entre 10 a 12 anos, e que estava vestida de noiva e embelezada com joias, fitas e flores. Por vezes, a mesma

criança representava o papel de Maia durante vários anos. Noutros casos, a Maia era uma boneca feita de palha e trapos. Junto da casa construíam um mastro, revestido de murtas e flores, em roda do qual se dançava todo o dia, ao som da “flaita”, da “gaitinha de beços” ou da concertina. Durante o baile, a Maia, sentada no trono, tinha a difícil tarefa de não falar nem sorrir, embora fosse tentada com todo o tipo de conversas. Em terras maiores, havia mais do que uma, e todas competiam para que a sua fosse a mais bonita e luxuosamente vestida, e qual dos bailes seria o mais concorrido. A competição era tanta que, não poucas vezes, a disputa provocou escaramuças entre vizinhos. No dia 3 de Maio, Dia da Cruz, era costume substituir a Maia por uma cruz de madeira forrada com flores. A cruz florida era colocada na porta e na parede do lugar onde se tinha realizado anteriormente o baile. O Dia da Espiga é celebrado quarenta dias após o Domingo de Páscoa, na Quinta-feira da Ascensão, que, segundo a Bíblia, coincide com a Ascensão do Senhor. De acordo com a sabedoria popular, é nesse dia que a amêndoa coalha e se gera o pinhão. Por ser dia santo, nin-

guém trabalhava, pois dizia-se que neste dia “havia uma hora em que tudo parava, as águas dos ribeiros não corriam, o leite não coalhava e o pão não levedava”. Tradicionalmente, as famílias almoçavam ou merendavam no campo e colhiam as plantas para compor o “ramo da espiga”: a espiga de trigo simbolizava o pão; os malmequeres, brancos ou amarelos, o ouro ou a prata; a papoila o amor; o ramo de oliveira o azeite, a luz e a paz; e, por último, a videira simbolizava o vinho e a alegria. O ramo, a que podiam ser adicionadas outras plantas, como a romãzeira – que simbolizava o poder –, era sempre em número ímpar (três, cinco, sete ou nove raminhos), e habitualmente colhido às onze horas da manhã pois é a esta hora que as folhas de oliveira se cruzam. O ramo era pendurado atrás da porta principal da casa acompanhado duma moeda, até ao ano seguinte, para trazer paz e prosperidade ao lar.

Pedro Pires Técnico de Património Cultural Membro do CEPHA / UALg

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O DESAFIO DAS COMPETÊNCIAS PARENTAIS No passado mês de Março realizou-se em Vila Real de Santo António, a 3a edição do curso de desenvolvimento de competências parentais. Porquê desenvolver as competências parentais? A psicologia tem vindo a compreender, ao longo do tempo, que muitas das problemáticas e necessidades das pessoas não alcançam uma resolução plena numa abordagem individual. Algumas das dificuldades que muitas crianças atravessam deve-se não só às suas características individuais mas devem ser entendidas num modelo ecológico. Este modelo assenta em três eixos, onde as necessidades das crianças se cruzam com as competências parentais e com outros fatores familiares e ecológicos. Com frequência o olhar dos responsáveis educativos e técnico com intervenção na infância tende a focar-se apenas nas deficiências de desenvolvimento das crianças, ao nível da sua saúde física, da educação, do seu comportamento, do relacionamento com os outros e resumir a isso a sua avaliação da criança, propondo para tal intervenções individu-

ais e planos de intervenção geralmente défice de atenção, ou perante um filho votados ao fracasso. com deficiência. Abordar desde logo, as competências Naturalmente, quanto maior for o

podem apoiar-se mutuamente. Este ponto leva-nos ao terceiro eixo desta abordagem, os fatores familiares e ecológicos: este permite avaliar o sistema familiar e social em que a família se insere, que recursos comunitários existem. Livro dos Conselhos - Saramago Muitos dos planos de intervenção readesafio a que os pais estão sujeitos, lizados não tem em conta, por exemplo, maiores serão as dificuldades que irão que a rede de cuidados de saúde infantil encontrar na tentativa de exercer uma é escassa, o que dificulta ou impede o parentalidade positiva. acesso das famílias mais carenciadas aos Daqui surge a necessidade de capa- cuidados e intervenções específicas que citar os pais através de programas de a criança necessita. Uma boa parte das desenvolvimento das suas competên- crianças com necessidades especiais de cias, apoiando e orientando-os para que saúde ou educação não encontra resposta possam dar uma resposta adequada às especializada na sua área de residência necessidades das suas crianças. Por outro ou região. Assim, muitos pais passam ao lado, o encontro de pais para debater lado das necessidades dos seus filhos as suas dificuldades e as estratégias que não só por “incompetência” parental utilizam permite-lhes perceber que não ou negligência, mas muitas vezes por estão sozinhos e que muitos outros pais falta de recursos comunitários. Por isso, atravessam as mesmas dificuldades e devemos ter em conta nas avaliações que

“Se puderes olhar vê, se puderes ver repara” parentais e avaliá-las permitirá uma visão mais completa e uma identificação dos eventuais pontos a reforçar numa futura intervenção. As tarefas da parentalidade vão desde os cuidados básicos diários à capacidade de estabelecer regras e fornecer estabilidade à criança, bem como a estimulação e afetividade necessária ao seu desenvolvimento. O desafio para os pais é tanto maior, quanto maiores forem as necessidades das crianças. Vemos com frequência que pais que tiveram sucesso a educar os seus filhos mais velhos se vêm incapazes perante uma criança com uma perturbação de hiperatividade e

realizamos e nas intervenções que planeamos, aquilo que estamos a exigir às famílias, e aquilo que realmente estará ao seu alcance executar. Cabe-nos, enquanto psicólogos, intervir com as crianças, capacitar e orientar os pais, para os recursos existente e possíveis respostas e alertar a comunidade para os obstáculos que existem no acesso aos serviços de que necessitam. psivrsa@gmail.com www.facebook.com/NEIP.vrsa

NEIP (Núcleo de Estudos e Investigação Psicológica) – Ana Ximenes, Catarina Clemente, Dorisa Peres, Fabrícia Gonçalves, Patrícia Santos, Pedro Costa, Sílvia Cardoso. Colaboração: Dina Figueira, Ana Sofia Gonçalves, Daniela Santos


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PASSATEMPO S & L AZER

Autor: João Raimundo

Quadratim - n.º107

Jogo da Paciência n.º 113

Baixar o IVA para 6% na restauração e similares e para 17% a taxa máxima. Baixar o IRC e isentar de IRS salários, pensões e reformas até 2 mil euros mensais. Devolver a usurpação feita em salários, pensões, reformas, subsídios de férias/Natal aos cidadãos afetados porque é um direito que lhes pertence. Aumentar o Salário Mínimo Nacional para € 600 euros mensais, assim como pensões e reformas. Cortar nas despesas com deslocações, viagens e mordomias aos membros dos órgãos de soberania, ministros e deputados, e assim a economia floresce, caso contrário é falta de inteligência.

Localidades Portuguesas

1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) 8)

CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO

As dificuldades económicas da Santa Casa da Misericórdia de VRSA andam a par e passo com a crise do país. Cada vez são mais os utentes carenciados a procurar ajuda nesta casa. Recentemente teve lugar a tomada de posse dos órgão sociais, liderados por Joaquim Camacho Aguiã, e os apelos deixados na cerimónia foram claros. “É preciso a colaboração de todos”, frisou o responsável na instituição que conta já com 100 utentes – limite máximo – nas cantinas sociais. No total são cerca de 900 utentes nas diversas valências desta Instituição Particular de Solidariedade Social em que os seus dirigentes se comprometem com muito “empenho e dedicação”. “É muito difícil gerir esta instituição que se depara com um avolumar de situações de carência”, evidencia o provedor que salienta “o rigor nas contas e o melhor aproveitamento dos recursos” como bases para dar continuidade a um trabalho de solidariedade social.

9) 10) 11) 12) 13) 14) 15) 16) 17) 18) 19) 20)

Troviscais Fataca Brejão Garvão Chaparral Algoceira Mal Lavado Baiona Castelão Castro Marim Galeado Almograve

ERRATA Na última edição de Abril o título do Jogo da Paciência nº 112, por culpa do JBG, o título estava incorreto, devendo o mesmo ser «AVES», e não «Ilustres Portugueses» [Título da edição de Março]. Ao autor e leitores o JBG lamenta o sucedido.

Soluções Jogo da Paciência - n.º112

Pelo caminho correto do Quadratim vá ao encontro de «BAIXAR IMPOSTOS»

Santa Casa da Misericórdia de VRSA apela à colaboração de todos

Colos Relíquias Totenique Moitinhas Olivença Camachos Bicos Castelão

“Ouvi falar de uma actividade que a DECO, juntamente com a PSP e a Câmara Municipal de Faro, está a promover para dia 29 de Abril, sobre a circulação dos pões nas ruas. Será possível obter mais informações sobre a actividade?”

A DECO INFORMA...

Diariamente dezenas de pessoas sofrem acidentes relacionados com o incumprimento das regras de circulação rodoviária, pelo que consideramos importante desenvolver uma actividade, relacionada com o Direito de Mobilidade dos Consumidores, na semana em que se comemora o Dia Europeu da Segurança Rodoviária. Alertar as crianças para as regras de circulação na via-pública para prevenir acidentes, como atropelamentos, são preocupações comuns a vários organismos. Pelo que cabe às entidades desenvolverem actividades que permitam alertar a comunidade. Neste sentido, a Delegação Regional do Algarve da DECO, em parceria com a PSP e a Câmara Municipal de Faro pretende realizar a Actividade “Circular em Segurança”. Esta actividade realizar-se-á no dia 29 de Abril na Escola de 1º ciclo de São Luís, em Faro. Considerando que esta aprendizagem deve ser transmitida desde cedo torna-se de especial relevância o desenvolvimento desta actividade junto dos grupos mais jovens da população, sendo por essa razão que acreditamos que a actividade deverá ser desenvolvida com crianças do 1º ciclo. As actividades envolverão duas turmas daquela escola e incluem uma apresentação teórica da PSP sobre as regras e cuidados a respeitar quando se circula na via-pública, seguindo-se um passeio pela cidade de Faro. O itinerário definido pela PSP de Faro passará pelas ruas João de Deus, Rua Mouzinho de Albuquerque, Largo do Mercado, Rua Dr. Cândido Guerreiro e Av. 5 de Outubro, locais que pelas suas características de circulação obrigam a uma atenção reforçada, preparando-se, assim, as crianças para situações reais de circulação dos peões na rua. Qualquer escola que tenha interesse em desenvolver actividades deste tipo poderá contactar a DECO, através do e-mail formação. algarve@deco.pt ou do telefone 289 863 103.

Susana Correia jurista

Porquê comprar, quando pode adotar? Visite o canil/gatil Intermunicipal de VRSA/Castro-Marim FELIX

TAMMY (Gata adulta) GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283 Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328 Contactos: 964773101 e 968079025 guadivrsa@hotmail.com/ http://associacaoguadi.blogspot.com FACEBOOK associacaoguadi@gmail.com


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D ESP O R TO PUB

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CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia dois de Abril de dois mil e treze foi lavrada neste Cartório, de folhas sessenta e oito a folhas sessenta e nove verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e três - A, uma escritura de justificação, na qual compareceu: Claudina Rosa Gomes, solteira, maior, natural da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, onde reside, no Sítio dos Fortes, contribuinte fiscal número 106 095 110. Que declarou ser dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio urbano destinado a habitação, localizado no Sítio dos Fortes, na dita freguesia de Odeleite, composto por um edifício térreo, com logradouro, com a área total de trezentos e vinte seis metros quadrados, dos quais noventa e três vírgula vinte são de área coberta, a confrontar a Norte com a própria, a Sul com Manuel Gomes e Manuel Joaquim Mestre, a Nascente com Manuel Joaquim Mestre e Lumelino Teixeira e a Poente com Manuel Joaquim Mestre e Manuel Francisco, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 2284, com o valor patrimonial tributável e atribuído de mil setecentos e vinte e sete euros e dois cêntimos. Que o referido prédio entrou na posse da primeira outorgante por partilha verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e dois, feita com os demais interessados, por óbito de seus pais, José António Gomes e Arminda Rosa, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no já referido Sítio dos Fortes, na dita freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, tem estado a justificante na posse do referido prédio, habitando no mesmo, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que a justificante adquiriu o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 2 de Abril de 2013.

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e quatro de Abril de dois mil e treze, foi lavrada neste Cartório, de folhas noventa e seis a folhas noventa e oito do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e três - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram:

A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues) (Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro) Conta registada sob o n.º 9/04 Factura n.º 3462 Jornal do Baixo Guadiana, 01 Maio 2013

PUB CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia dez de Abril de dois mil e treze foi lavrada neste Cartório, de folhas setenta e sete a folhas setenta e oito verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e três - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: Luís Manuel Roberto Norberto e mulher, Fernanda Maria Brito Gonçalves Norberto, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia e concelho de Castro Marim, ela da freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, residentes no Sítio da Casa Alta, na freguesia de Altura, concelho de Castro Marim, contribuintes fiscais números 135 705 215 e 135 705 207. Que declararam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano sito na Bernarda, na freguesia de Altura, concelho de Castro Marim, composto por edifício térreo de arrecadação e arrumos e logradouro, destinado a armazéns e actividade industrial, com a área total de novecentos e cinquenta metros quadrados, dos quais quarenta e nove são de área coberta, a confrontar a Norte com António Augusto, a Sul com José Joaquim e Ângela Norberto, a Nascente com Herdeiros de João do Carmo e a Poente com Estrada Municipal, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo 4384, com o valor com o valor patrimonial tributável de dezoito mil e setenta euros, igual ao atribuído. Que o referido prédio lhes pertence, por os primeiros outorgantes, já no estado de casados, o terem adquirido em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e um, ainda como prédio rústico, por compra verbal, e nunca reduzida a escrito, feita a Fernando Gonçalves dos Santos e mulher, Isaura da Conceição Rodrigues, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, e residentes que foram no Sítio das Hortas, na freguesia e concelho de Vila Real de Santo António, ambos já falecidos. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse e fruição do referido prédio, tendo posteriormente nele construído e implantado o edifício acima identificado, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, suportando os encargos de obras de construção e conservação, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os primeiros outorgantes adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 10 de Abril de 2013. A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues) (Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro) Conta registada sob o n.º Factura n.º Jornal do Baixo Guadiana, 01 Maio 2013

a) Célia Pereira Domingos e marido, Jorge Manuel de Jesus Mateus, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ela da freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, ele da freguesia de Santa Maria, concelho de Tavira, residentes no Largo do Mercado, 1º direito, na freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, contribuintes fiscais números 203 571 266 e 178 885 428. b) Manuela Pereira Domingos, solteira, maior, natural da mencionada freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, onde reside, na Avenida D. Maria Rosa Dias, Bloco 8, rés-do-chão esquerdo, na vila e freguesia de Moncarapacho, concelho de Olhão, contribuinte fiscal número 207 692 637. Que declaram ser donas e legítimas possuidoras, em comum e partes iguais, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, ambos localizados na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, não descritos na Conservatória do Registo Predial daquele concelho: UM - Prédio urbano sito no Cerro, composto por um edifício térreo com dois compartimentos destinado a arrecadações e arrumos, e logradouro, com a área total de sessenta e dois vírgula vinte e cinco metros quadrados, dos quais quarenta e três vírgula setenta e cinco são de área coberta, a confrontar a Norte com Herdeiros de João Pereira e Via Pública, a Sul e Nascente com Via Pública e a Poente com Herdeiros de João Pereira, inscrito na matriz urbana sob o artigo 1959, com o valor patrimonial tributável de 1.310,00 euros. DOIS - Prédio urbano sito no Cerro, composto por um edifício térreo com dois compartimentos destinado a arrecadações e arrumos, e logradouro, com a área total de setenta e seis vírgula noventa e cinco metros quadrados, dos quais cinquenta vírgula trinta e cinco são de área coberta, a confrontar a Norte e Sul com Herdeiros de João Pereira e Via Pública, a Nascente e Poente com Herdeiros de João Pereira, inscrito na matriz urbana sob o artigo 1960, com o valor patrimonial tributável de 1.510,00 euros. Que atribuem aos referidos prédios os respectivos valores patrimoniais, pelo que somam os mesmos o valor global de dois mil oitocentos e vinte euros. Que os referidos prédios lhes pertencem, por os terem adquirido, ainda no estado de solteiras, a justificante identificada em a), maior, e a justificante identificada em b), menor, por doação verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa, por seus pais, João Domingos e Florinda Maria Pereira, casados sob o regime o regime da comunhão geral de bens, residentes no Serro, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado as justificantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, neles fazendo obras de reparação e restauro, pintando-os, suportando os seus encargos, trazendo pontualmente pagas as respectivas contribuições e impostos, utilizando-os para fins de armazenamento, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa que, tendo-se iniciado ainda no estado de solteiras, é exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que as justificantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 24 de Abril de 2013. A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues) (Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro) Conta registada sob o n.º 65/04 Factura n.º 3500 Jornal do Baixo Guadiana, 01 Maio 2013

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Samuel Caldeira, um dos lideres da OFM-Quinta da Lixa-Goldentimes Humberto Fernandes Com a época já a decorrer em alta velocidade, o JBG sprintou ao lado do ciclista natural da Manta Rota que este ano veste de preto e amarelo pela OFM-Quinta da LixaGoldentimes. Nesta edição fomos explorar um pouco mais quem é o Samuel de como o ciclismo surgiu na sua vida e o balanço do que levamos de época e dos objectivos deste ano. No final Samuel Caldeira ainda falou dos companheiros de profissão e amigos da região que rumaram para estradas estrangeiras, Ricardo Mestre e Amaro Antunes. As biciclietes sempre foram uma constante na vida de Samuel. De pequenino apenas como meio de transporte e de brincadeira, onde o Judo foi o seu primeiro desporto de eleição e onde mostrava algumas qualidades. Depressa a bicicleta ocupou o lugar do quimono e do cinturão. Samuel Caldeira e quem o rodeava começaram a ver que este era o seu desporto e pelas mãos do seu primeiro treinador «Cavaco» integrou a equipa amadora do Centro de Ciclismo de Cacela. Clube este onde começou a ganhar as suas primeiras provas e a mostrar o sua enorme potencial como sprinter. Em sub-23 passou pela equipa do Centro de Ciclismo de Loulé e posteriormente integrou a equipa profissional do Clube de Ciclismo de Tavira. Em 2004, vestiu a camisola da juventude, na Volta a Portugal do Futuro. Em 2006 já alcançava vitórias como profissional, e assim Samuel Caldeira foi somando triunfos e pódios ano após ano, tornando-se num dos melhores sprinters portugueses da actualidade. Agora aos 27 anos, está a enfrentar as estradas numa nova equipa, mas sempre com o espírito de alegre, brincalhão e guerreiro, que tão bem o caracterizam.

Balanço Com a época já a decorrer em pleno, Samuel Caldeira confessounos que “o início da época 2013 tem sido feito um pouco aos soluços, pois tem havido muito pouca competição. Tivemos a Volta ao Algarve e a Volta ao Alentejo como competições mais importantes mas separadas por um mês sem quaisquer dias de competição pelo meio o que leva a uma grande falta de ritmo competitivo, mas de qualquer forma a OFM-QUINTA DA LIXA-GOLDEN TIMES tem tido umas excelentes prestações. A equipa tem-se apresentado bastante competitiva e vencido classificações por equipas. Falta ainda a vitória individual mas vai surgir rapidamente com os dias de competição que vão surgir. Ao nível individual sente “falta de ritmo competitivo”, considerando que “já podia ter vencido alguma etapa mas por uma razão ou por outra esse objectivo ainda não foi

Samuel Caldeira é natural da Manta Rota

alcançado, mas sinto que estou muito perto de o conseguir”.

Antevisão “Quanto ao calendário até à Volta ao Algarve vai estar na Volta as Asturias, a 11 e de 12 Maio, as clássicas da Taça de Portugal, Campeonatos Nacionais, seguidos do Prémio Torres Vedras Joaquim Agostinho e provavelmente mais alguma saída ao estrangeiro, ainda por definir. As provas para que vai apontar baterias serão “lutar pela Taça de Portugal , Campeonatos Nacionais e Volta a Portugal”, revelou o natural da Manta Rota.

Sobre Ricardo Mestre De olhos postos ao que o seu grande amigo pessoal Ricardo Mestro tem feito, Samuel Caldeira disse-nos que “ele esta a passar por uma fase de adaptação que com o decorrer dos dias de competição ele tem ido ganhando mais confiança e vai-se adaptando melhor. Para já têm sido utilizado como um ciclista de trabalho e sacrifica-se em prol dos colegas, o que com isso faz que os resultados a nível indivídual tambem não surjam , acredito que vamos ver um “bom” Ricardo nas próximas corridas”.

Sobre Amaro Antunes “O Amaro é um pouco diferente; também está a passar por uma fase de adaptação. No caso do Amaro é um pouco mais fácil pois é uma equipa de um escalão mais inferior igual ao Carmin-Tavira. A sua fase de adaptação passa mais pelo calendário que faz, pois é bem mais exigente que aquele que fazia pela Carmim-Tavira mas ao estar numa equipa Continental dá-lhe um pouco mais de liberdade e o Amaro tem aproveitado bem essa liberdade e tem tido excelentes desempenhos nas corridas que tem feito , mas também tenho certeza que têm muito mais e melhor para mostrar” finalizou o sempre bem disposto sprinter da equipa OFM-Quinta da Lixa-Goldentimes.


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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MAIO 2013

DESPOR T O

Futebolândia

Olá e sejam bem-vindos á edição de Maio do «Futebolândia»! Esta é exclusiva sobre o Benfica-Sporting porque os adeptos do Sporting, mas principalmente do F.C. do Porto, ficaram indignados com a arbitragem de João Capela. Infelizmente, os portugueses têm memória curta, esquecem facilmente as situações que ocorrem em benefício próprio, porque apesar de pensarmos que nunca nos acontece a nós, acontece e aí ficamos indignados. Após o dito jogo (refiro já que o Benfica jogou tão mal que pior que essa exibição só a barba do “Barbas” ou fato cor do rosa do tipo que está no «Big Brother»), Miguel Guedes adepto do Porto e comentador do programa «Zona Mista» da RTP1 ficou tão indignado que eu pensei que em vez do Sporting tivesse jogado o Porto contra o Benfica. Esse senhor que esqueceu o «fora de jogo» com que o Porto ganhou ao Benfica na época passada, a bola dentro da baliza do Vítor Baía em pleno estádio da luz que não foi validado por Olegário Benquerença e muitos outros episódios semelhantes ao longo da história que daria tantos volumes como a saga «Harry Potter» (que felizmente acabou. Os óculos do Harry Potter já estavam a passar de moda). Mas o pior desse comentador foi quando o adepto do Benfica referiu as escutas do caso «Apito Dourado» e os mais de vinte anos que o Porto comprou tudo que havia para comprar. O dito comentador referiu que não era constitucional as escutas que fizeram ao Pinto da Costa, “Bobby” e “Tareco”. Se eu entendi bem as suas palavras, a judiciária tinha que telefonar ao presidente do Porto e dizer qualquer coisa como isto: «Senhor Pinto da Costa, viemos por este meio informar-lhe que vamos colocar escutas nos seus telefones, por isso se quiser comprar árbitros e “fruta” (nome dado a prostituas do norte do país que são uma verdadeira fonte de vitaminas), faço-o por pombo-correio porque nós vamos gravar todas essas conversas, o mesmo se aplica ao Bobby e ao Tareco». É essa memória curta e pensar que a indignação é exclusiva, quando nos acontece a nós que acabamos por esquecer que os outros também têm direitos.

Canoagem de Alcoutim no 6.º lugar do Nacional de Esperanças A dupla Joana Ramos/Ana Palma «deu cartas» no Campeonato Nacional de Esperanças de canoagem, que decorreu a 21 de Abril na Mina de São Domingos, em Mértola. As duas duplas de menores que Joana Ramos / Ana Palma venceram a sua prova sendo que, Ricardo Faustino / Alexandre Palma ficaram com o Bronze no sector masculino. O GDA vai ter a próxima competição em Abrantes em Agosto.

K2 Menor Masc: Ricardo Faustino / Alexandre Palma 3º lugar K2 Iniciado Fem: Daniela Mestre / Mariana Costa 4º lugar K1 Iniciado Fem: Beatriz Ribeiros 6º lugar, Barbara Teixeira 9º lugar K1 Iniciado Masc: Pedro Lourenco 5º lugar K2 Infantil Fem: Filipa Simão / Soraia Marques 9º lugar K1 Infantil Fem: Joana Mestre 19º lugar (virou), Inês Vilão 23º lugar K2 Infantil Masc: Bruno Ramos / Ricardo Martins 5º lugar As classificações do GDA: K2 menor Fem: Joana Ramos / K1 Infantil Masc: Andre Madeira 9º lugar, João Luis 28ºlugar Ana Palma 1º lugar

Os atletas do GDA em competição trouxeram medalhas para casa

«Leões do Sul» subiram ao pódio no Campeonato Nacional de Triatlo Os leões do Sul marcaram presença no Triatlo de Quarteira no passado dia 7 de Março, na prova do Campeonato Nacional de Clubes. Nesta prova foram conseguidos atingir dois novos objetivos para o Clube. No escalão Sénior, o Atleta Nelson Mestre obteve o 3º Lugar. Na Geral por equipas, e apesar do atleta mais novo da equipa ter 33 anos, os «Leões do Sul» conseguiram, pela primeira vez, fechar esta classificação no 18º lugar, sendo o terceiro elemento um Veterano 2. Na classificação geral individual, alinharam na partida 231 atletas e obtiveram-se os seguintes resultados: Nelson Mestre – 23º lugar David Costa – 111º lugar Luis Viegas – 145º Lugar Amândio Norberto – 229º Lugar.

O clube tem já agendadas duas competições em Maio

No próximo mês de Maio, o clube contará com mais atletas em três distâncias diferentes. No dia 4 Maio, no Triatlo Sprint Sevilha (750m Natação + 20kms Ciclismo + 5kms Corrida) marcarão presença os atletas Pedro Ribeiro, Fernando Cardoso, Amândio Norberto e Lopo Faísca. No mesmo dia o Atleta Luis Viegas fará a sua estreia em Sevilha na distância Olímpica (1500m Natação + 40 Ciclismo + 10kms Corrida). No dia 11 de Maio vai ser a vez dos atletas Nelson Mestre e David Costa alinharem na 1ª Prova do «Iberman World Series». Este evento desportivo vai ter lugar em Ayamonte e terá como distancias 1,9 km Natação + 108 Ciclismo + 21 kms Corrida.

Rodactiva uniu Vila Real de Santo Castro Marim a Fátima António vai receber «Copa do Guadiana»

Foi no dia 29 de Março que este grupo de 12 membros da Associação RODACTIVA/SEM ESPINHAS, impulsionados pela fé e pelo desafio às suas capacidades físicas decidiram montar nas suas bicicletas todo o terreno e rumarem até Fátima, unindo a Praça 1º de Maio de Castro Marim ao Santuário de Fátima. Numa distância de 360Km, faseados em três dias, com a primeira paragem em Beja a segunda em Coruche e a terceira em Fátima, apesar da chuva e do vento, o grande espírito de grupo e a ami-

zade imperaram esta aventura. “A RODACTIVA/SEM ESPINHAS, neste ciclo peregrinação, contou com a incansável e permanente ajuda do seu staff composto por 7 elementos da associação, com o apoio dos Bombeiros Voluntários de Beja, da Santa Casa da Misericórdia de Coruche, assim como a preciosa colaboração da Junta de Freguesia e da Camara Municipal de Castro Marim, que ajudaram a concretizar este Evento”, pode ler-se num comunicado enviado às redações pela associação.

Eusébio Costa, radialista e licenciado em ciências da comunicação eusebiocosta@live.com.pt Associação e BTT proporcionou um passeio diferente

A primeira edição da «Copa Guadiana tem lugar em junho O Complexo Desportivo de Vila Real Santo António vai receber o maior Torneio de Futebol Infantil Nacional de sempre, entre os dias 23 e 29 Junho de 2013. A cerimónia de Abertura vai ter lugar a 23 de Junho às 21h no Estádio do Complexo Desportivo de Vila Real Santo António. A competição está marcada para 24 a 26 Junho de 2013 (Fase Qualificação); 27 e 28 Junho de 2013 (Fase Eliminatória) e 29 Junho de 2013 (Apuramento Campeão e Consolação).

A cerimónia de Encerramento com entrega dos prémios de classificação e prémios de participação a todos os participantes no dia 29 de Junho às 17h30m no Estádio do Complexo Desportivo de Vila Real Santo António. No total vão estar a competir seis escalões de Futebol 7 (2000, 2001, 2002, 2003 e 2004); dois de Futebol 5 (2005/2006). Estão confirmadas diversas equipas, entre elas o Porto, Sporting, Braga, Belenenses e o Farense.


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D ESP O R TO

Mundial de orientação escolar reuniu 700 alunos Uma semana inteira foi espaço temporal para dar palco a um evento mundial que escolheu as localidades de Vila Real de Santo António e Castro Marim para a prática da orientação ao nível escolar. No total estiveram cerca de 700 alunos de todo o mundo da categoria sub-17. A Orientação é uma modalidade desportiva exigente ao nível físico e intelectual, que consiste na escolha do melhor trajeto entre pontos marcados num mapa e materializados no terreno através de balizas de Orientação, procurando cumprir assim no mais curto espaço de tempo possível um percurso somente com o auxílio externo de uma bússola e do próprio mapa. A organização do Campeonato Mundial Escolar de Orientação, que este ano decorreu em Castro Marim e Vila Real de Santo António, no Baixo Guadiana, está a cargo do Ministério da Educação e Ciência, através da Divisão do Desporto Escolar (DDE), estrutura que tutela as organizações de Desporto Escolar, em colaboração com a Direção Regional de Educação do Algarve (DREALG), a Federação Portuguesa de Orientação e os municípios de Castro Marim e Vila Real de Santo António. A competição juntou atletas da categoria Sub-17 anos, de ambos os sexos, de 14 países, com a participação das equipas da Áustria, Bélgica (Francófona e Flandres), China, Inglaterra, Nova Zelândia, Israel, Escócia, Eslováquia, Espanha, França, Suécia e, claro, Portugal.

Portugal organiza mundial desde 2010

O certame acontece há três anos consecutivos em Portugal, mas pela primeira vez no Baixo Guadiana Este Mundial é um dos pontos altos do Desporto Escolar no presente ano letivo de 2012-13, contando para isso, o reconhecimento da International School Sport Federation (ISF) que pela terceira vez, num curto espaço de três anos, (2010 –Andebol; 2012 -Badminton) delegou em Portugal a organização de mais um campeonato mundial, desta feita, Orientação – 2013. As competições decorreram nas proximidades de Santa Rita e da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António realizaram-se a

nível individual, disputadas por jovens atletas integrados em equipa escola e equipa seleção, nos escalões de Iniciados e Juvenis, Masculinos Femininos, nas provas de distância média e distância longa. Houve lugar para mais uma prova com carácter não competitivo disputada por equipas de três elementos oriundos de diferentes países, a quem deu o nome «Friendship Team Event» que incorpora o espírito das competições da ISF onde, para além da forte vertente desportiva, assume também lugar de especial relevo, a vertente social e de convívio.

«Arte sem Fronteiras» juntou diversas danças em VRSA

CM VRSA

Centenas de bailarinos estiveram ao longo de três dias em VRSA No dia 26 de abril as danças A associação Animashow/Escola de dança Splash, de Vila Real de Santo representaram Portugal, Espanha, António levou a cabo mais um Fes- Rússia e Ucrânia. Já a 27 de abril estiveram em tival Internacional de Dança, a que deu o nome de «Arte Sem Frontei- palco várias companhias com ras». Decorreu no Centro Cultural bailarinos profissionais e amadoAntónio Aleixo a 26 e 27 de Abril, res nas áreas da dança moderna, tendo os espetáculos iniciado pelas hip-hop e ballet clássico. A com21h30. panhia ucraniana «Chas Pick», de Um conjunto de centenas de bai- Kirovograd, foi um dos convidados larinos que esteve em terras pom- especiais da noite. O espetáculo terminou com uma balinas a expressar a sua dança veio com vontade de partilhar as performance da Associação Culsuas expressões num verdadeiro tural Dancenema (Lisboa), que intercâmbio que transformou a combinou a dança contemporânea cidade de Vila Real de Santo Antó- com a técnica de trapézio aéreo, nio na capital da dança ao longo modalidade ainda pouco desende dois dias. volvida em Portugal. Diferentes culturas e diversos O «Arte sem Fronteiras 2013» grupos nacionais e estrangeiros, é organizado pela associação unidos pela arte, apresentarm um Animashow / Escola de dança conjunto de coreografias que refle- «Splash». Teve o apoio da Câmara tem as suas tradições, valores e Municipal de Vila Real de Santo António. ritmos.


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O sonho do menino de ouro do Baixo Guadiana concretiza-se Humberto Fernandes varias vezes a ser considerada a prova mais dura do mundo, o Giro de Itália irá este ano, na sua 96ª edição, para a estrada , entre 4 e 26 de Maio. 3405 serão o numero de quilómetros que a Corsa Rosa, terá para percorrer, começando em Nápoles com 156 km no dia 4 de Maio, e terminando em Brescia, 26 de Maio, numa etapa de 197km terminando num circuito citadino. Durante estes 22 dias de prova os ciclistas terão sete chegadas em montanha mas também 88,9 km de contra-relogio divididos entre a segunda etapa, 17,4 km, contra-relogio por equipas, na ilha de Ischia, 55,5km, contra-relogio individual, ligando Gabicce Mare a Saltara na 8ª etapa e uma crono-escalada de 19,4km na 18ª etapa, no dia 23 de Maio. Ricardo Mestre realiza assim o seu sonho de participar numa das «três grandíssimas». Mestre faz assim parte da equipa histórica, Euskaltel Eusakadi que irá ser liderada pelo ex-campeão Olímpico, Samuel Sanchez, que aos 35 anos aponta o Giro de Itália como um dos grandes objectivos da época depois de em épocas anteriores ter acumulando etapas e pódios na geral individual do Tour de França e Volta a Espanha. Com uma equipa de luxo Samuel Sanchez não quis abdicar do vencedor da Volta a Portugal 2011 e conta com ele para enfrentar as duras montanhas dos Alpes. Ao lado de Samuel Sanchez e Ricardo Mestre estarão também, Egoi Martinez, Jorge Azanza, Pablo Urtasun, Gorka Verdugo, Miguel Minguez, Ioannis Tamouridis e Robert Vrecer.

Cartoon

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Município de Alcoutim homenageia 80 anos de vida e obra de Carlos Brito

Formação de Apicultura biológica teve enorme adesão no Baixo Guadiana

EN 125 que atravessa Baixo Guadiana está cada vez mais decadente

sotavento algarvio

ECOdica Tenha cuidado quando comprar plantas para o seu jardim. As pessoas são um dos principais responsáveis pela introdução de espécies invasivas, especialmente da flora. Muitas espécies invasivas foram introduzidas para fins ornamentais. Procure saber se a planta que quer é indígena do seu ambiente.


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