JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2014 |
JORNAL DO
Baixo
Guadiana Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000
Jornal Mensal Ano 13 - Nº166
MARÇO 2014 PREÇO: 0,85 EUROS
PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS
TAXA PAGA
PORTUGAL CEM NORTE
Luís Gomes assume presidência da Odiana
Luís Gomes exorta a um novo paradigma para a associação Odiana, que preside há três meses. O também presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, recorda que há 16 anos quando foi criada mostrou-se um projeto de vanguarda. Hoje “tem de recuperar a sua matriz”, defende. O autarca promete apresentar ideias inovadoras para que a associação ganhe mais protagonismo, lançando pistas num caminho de uma aposta forte na intermunicipalidade, já que se trata de uma associação constituída por três municípios.
Aquacultura em Castro Marim representa investimento de 3 milhões Desde 2008 que na Reserva Natural de Castro Marim e Vila Real de Santo António tem lugar a produção de peixe em sistema de aquacultura. Mas é em 2014 que a «Atlantik Fish» se prepara para escoar o primeiro meio milhão de ostras, que são produzidas desde 2013. Serão os primeiros bivalves a saírem diretamente daqueles esteiros para França. O investimento total em aquacultura ascende aos 3 milhões de euros e distribui-se ao longo de 35 hectares. Privilegiam-se soluções ecológicas, sendo que tanto o peixe como os bivalves são criados num sistema que tenta aproveitar o melhor de dois mundos: a natureza em estado puro e as novas tecnologias.
Aumento de apoios na área da saúde
I Encontro do Bebé e da Família
Associação Naval do Guadiana celebrou 31.º aniversário
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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MARÇO 2014
ABERTURA
JBG
Editorial
* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico
Jornal do Baixo Guadiana Diretor: Carlos Luis Figueira Sub-Diretor: Vítor Madeira Chefe de Redação: Susana Helena de Sousa CPJ 9621 Redação: Antónia-Maria, Carlos Brito, Joana Germano, José Cruz Victoria Cassinello Colaboradores da Edição: Eusébio Costa Fernando Pessanha Humberto Fernandes João Conceição João Raimundo Francisco Amaral Nuno António Pedro Pires Rui Rosa Associação Alcance Associação GUADI Associação Rodactiva Cruz Vermelha Portuguesa VRSA DECO NEIP Europe Direct Algarve - CCDRAlg e Associação Odiana Departamento Comercial: baixoguadiana@gmail.com e/ou joanagermano@gmail.com
A vida política do País começa a ser marcada pelas eleições europeias de Maio próximo, eleições para estruturas que poucos conhecem mas que muito decidem quanto aos destinos do País. Tudo isto a passar-se num quadro de enorme descrença em relação aos políticos e às instituições que representam ou para que foram eleitos: partidos e órgãos institucionais do novo regime democrático que neste ano comemora quarenta anos de existência. Pouco tempo afinal para aqueles, muitos, que nesse 25 de Abril imaginaram que a consolidação do regime democrático e das suas amplas conquistas seria terreno fácil de alcançar e consolidar. Todavia, a vida acabou por demos-
trar que o exercício da liberdade na sua amplitude: politica, social, cultural, cívica; se trata de um projecto cuja consolidação se apresenta bem mais difícil do que se imaginava. Afinal, fomos dando conta que para além da utopia, a vida em sociedade se alimenta de constantes tensões e contradições, de avanços e recuos, de cujo exemplo nos podemos socorrer, como imagem, nos dias que correm. De facto não são fáceis os tempos que se vivem. Os êxitos que nos anunciam de melhores invernos porque os novos tempos serão mais primaveris, não têm correspondência com a vida quotidiana dos portugueses. Só quem não passou pela imigração pode exaltar a suas virtudes como saída para o que lhes é negado no seu País. Só quem não perdeu o conforto de um trabalho
protegido pode ficar indiferente à angustia e à perda de auto-estima de ser afastado, a meio do seu percurso de vida útil, do mundo do trabalho, transformando o seu dia a dia num acto penoso de vida. Só quem não perdeu nada nem viu sonhos de vida desfeitos, em casas devolvidas, em empresas falidas, em filhos sem universidade e sem emprego, se pode dar como feliz. Bem sei que é pessimista o quadro que me sai, talvez exagerado, porque afinal existe gente viva no nosso território, nesta imensa foz de rio de margens e estuário que a todos pertence, que acredita e luta, que investe e tem êxito, que não baixa os braços e rema contra a maré da adversidade. Gente boa que investe no sapal na aquacultura e na produção peixe e bivalves, como na produção de sal, provavelmente
Sede e Redação: Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21 8950-909 Castro Marim Tel: 281 531 171 966 902 856 Fax: 281 531 080 baixoguadiana@gmail.com Propriedade: Associação Odiana Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21, 8950-909 CASTRO MARIM Tel: 281 531 171 Fax: 281 531 080 geral@odiana.pt Pessoa Colectiva: 504 408 755 Direção Executiva: Associação Odiana Design e Paginação: Rui Rosa
antecipando o futuro, ou associações que são exemplo de dedicação e de integração de jovens, que consagram campeões num universo de competitividade no qual de facto só os mais dotados têm acesso, sem restrições de classe ou condição económica, cuja exemplo acabamos de conhecer com a comemoração dos 30 anos da Associação Naval do Guadiana. Gente que permanece que associa a inteligência à dedicação e aposta até à exaustão em saídas que lhes permitam continuar a viver no seu País. Porém, preparar e lutar pelo futuro, não é contraditório com a análise das causas que permanecem no angustioso presente!
Carlos Luis Figueira carlosluisfigueira@sapo.pt
Vox Pop
realizado via Facebook
As Eleições Europeias decorrem em Portugal a 25 de Maio. Está a par destas eleições?
Impressão: FIG - Indústrias Gráficas Rua Adriano Lucas, 3020-265 Coimbra, Tel: 239 499 922 Tiragem desta edição: 3.000 exemplares Registo no ICS: 123554 Depósito legal: 150617/00 JBG ONLINE http://issuu.com/jornalbaixoguadiana e Facebook
NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos
Nome: Hugo Pena
Nome: Sofia Silva Profissão: Bancária
R: Sim, mas de forma superficial. Acho importante uma representação forte do nosso país no Parlamento Europeu, embora esteja convicto que não temos nenhum político à altura para representar bem e fazer valer os nossos direitos enquanto cidadãos. E além disso somos sempre subjugados pelos mesmos do costume: Alemanha e França Eles é que mandam na Europa e a nossa imagem deixa muito a desejar.
R: São umas eleições distantes. Mais do que deveriam ser. Na verdade considero que não há muita informação sobre a matéria.
Profissão: Instrutor de Condução
Nome: Jaime da Costa Lopes
Nome: Vanessa Veloso
jornais e no jornal não me debruço sobre o tema. Derivado à situação política atual, desinteressei-me, contrariamente ao que me é habitual, pelo que se passa e até mesmo pelo papel que a UE tem desempenhado na crise financeira portuguesa.
R: Sinceramente, não estou muito a par das eleições europeias, sei que vão decorrer dia 25 de Maio e pouco mais. Gosto de política, mas ultimamente tenho estado afastada, desacreditada e insatisfeita. Prefiro pensar nas eleições legislativas em 2015 ou nas autárquicas em 2017.
Profissão: Comandante da Marinha aposentado R: Não estou muito a par. Não vejo tele-
Profissão: Empresária
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CRÓNICAS * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico
Vítor Madeira
O Insubmisso Dr. José Afonso Gomes – Castro Marim perdeu um homem bom No dia 22 de Fevereiro, a vila de Castro Marim era sacudida pela notícia da morte do médico José Afonso Gomes ao acordar estremunhada com as ruas quase despidas de gente. Estas mesmas ruas tinham sido por ele palmilhadas durante anos, a caminho do Hospital Ribeiro Ramos ou de casas particulares para curar doentes. Sabia-se que o Dr. José Afonso Gomes estava doente há algum tempo, mas a notícia ainda assim apanhou Castro Marim de surpresa, porque a morte é sempre cruel e nunca pede licença para entrar. Com as lágrimas suspensas no rosto, nessa triste manhã de sábado, os castromarinenses foram comentando o infortúnio ao mesmo tempo que exclamavam frases como: “morreu um homem bom!”, “ajudou a dar à luz o meu filho, o meu neto” ou “ajudou-me muito, não
me cobrava consultas quando ia ao seu consultório”. É sobre este distinto castromarinense, generoso e bom, com uma conduta moral irrepreensível, de grande rectidão mas também de compromissos, que a morte levou aos 87 anos de idade, que me atrevo a escrever para o Jornal do Baixo Guadiana. José Afonso Gomes nasceu em Almada D’Ouro, terra plantada à beira do rio Guadiana, na freguesia de Azinhal, em Outubro de 1926. Após a conclusão da instrução primária na escola em Odeleite, frequentou o liceu João de Deus em Faro, vindo a licenciar-se em medicina no ano de 1953 pela Universidade de Medicina de Lisboa. Por causa do Serviço Militar foi mobilizado para Angola, durante dois anos, onde exerceu a função de médico esto-
matologista. No seu percurso marcado pela dedicação, talento e brio profissionais contam-se os cargos e as funções de médico nas Casas do Povo de Castro Marim, Azinhal e Odeleite, nos Hospitais Ribeiro Ramos de Castro Marim e de Vila Real de Santo António. Foi ainda perito médico do Tribunal Judicial da Comarca de Vila Real de Santo António e delegado de saúde do concelho que o viu nascer. Na luta pela defesa das causas sociais e, em especial, pelos mais necessitados da sua terra, prestou entre 1970 e 1995 relevantes serviços à Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim, como Provedor e Presidente da Assembleia Geral de Irmãos. O Dr. José Afonso Gomes nunca quis intervir politicamente no seu concelho,
pois entendia que o seu sacerdócio era a medicina, até que em 1997, o Dr. José Estevens, então candidato à Câmara Municipal de Castro Marim, o convidou para ser candidato a Presidente da Assembleia Municipal, nas listas do Partido Social Democrata, lançando-lhe um dos maiores desafios da sua vida. Desafio que conquistou com brilhantismo e o apoio maioritário do povo castromarinense, sendo entre 1997 e 2005 o Presidente da Assembleia Municipal de Castro Marim. Todavia, a sua participação na vida política e cívica do concelho não foram bem compreendidas pelos seus detractores, que ingloriamente o procuraram desacreditar junto da população de Castro Marim com alguns impropérios, cuja consequência mais directa foi a expulsão de irmão da Santa Casa da Misericórdia de Castro
Marim em 1998. Em 2010, José Manuel Cavaco Cabrita, Provedor da Santa Casa da Misericórdia percebeu, de modo inteligente, que não era justo que um homem com a dimensão humana e social do Dr. José Afonso Gomes continuasse a ser vítima de um acto vil e torpe que lhe tinha sido disferido, e por proposta sua, em Maio desse ano ele seria readmitido na Irmandade que ajudou a construir e que muito lhe deve. Num acto de elementar justiça, em 2000, o Presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Dr. José Estevens, agraciou-o com a medalha de Honra do Município, pelos relevantes serviços prestados ao concelho na área da Saúde. Reconhecendo a notoriedade e a entrega à sua terra, uma vez mais, no dia 24 de Junho de 2012, por ocasião do feriado municipal, o Presidente da Câmara Municipal atribuiu o seu nome a uma das novas Avenidas de Castro Marim, Av. Dr. José Afonso Gomes. Como castromarinense e cidadão empenhado na construção e nos desafios que se colocam já hoje a Castro Marim, entendo que temos o dever de perpetuar e honrar a memória deste homem bom, que constitui um exemplo para todos nós, como pessoa, como médico e como munícipe.
* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico
Francisco Amaral
Recordando Dr. Afonso Gomes
Ao longo dos tempos, nomeadamente aqui no sotavento, porventura acontecerá por todo o país, habituamo-nos a associar a cada vila, cidade e município, um médico. Um médico reconhecido e admirado pela população. E quando se falava de determinada terra, logo vinha à conversa o médico querido pelas suas gentes. Num tempo em que os médicos não tinham horário, nem tabela salarial!
Trabalhava-se mais do que sol a sol. Estava-se de serviço 24 horas sobre 24 horas. Ninguém os substituía. Se eventualmente, por qualquer razão, se ausentassem da terra, era o vazio. Era o Deus dará … Quantas vezes acordados a altas horas da noite?!... Sabia tão bem continuar a dormir, mas tinha que ser. O dever cívico, moral e profissional falavam mais alto. E o sofrimento das gentes ainda apelava mais forte. Dias, meses, anos e anos a fio. As férias, muitas vezes, eram uma miragem.
Quantas vezes o pagamento da consulta foi um obrigado, meia dúzia de ovos, um chouriço? Era o possível. Mas nunca se deixou de ajudar por falta de dinheiro. O exercício da medicina era um sacerdócio. Eram também conhecidos pelos médicos dos pobres. E não há dúvida que a Alcoutim se associa o nome do Dr. João Dias, a Vila Real de Santo António o Dr. Colaço Fernandes, a Tavira o Dr. Jorge Correia, a Olhão o Dr. Reis e, inquestionavelmente, a Castro Marim o Dr. José Afonso Gomes. Boa pessoa, bom íntimo, afável, de grande
prestígio, de elevada estatura moral, cívica e ética, além da competência clínica exemplar. No fundo, uma referência para todos nós. Duas pequenas notas pessoais: conhecia-o há muitos anos das sessões clínicas realizadas por laboratórios farmacêuticos, sempre acompanhado da sua estimada esposa. Fazia-me sempre questão de referir e salientar a sua amizade com o meu saudoso pai. Mais na brincadeira, quando soube que eu pescava robalos em Alcoutim dizia: “Ora aí está porque eu deixei de os pescar aqui em Castro
Marim”. Mais tarde soube da sua envolvência na vida política local como Presidente da Assembleia Municipal. Em boa hora, o meu antecessor, Dr. José Estevens, prestou-lhe uma justíssima homenagem ao colocar o seu nome numa nova avenida de Castro Marim. Acaba de nos deixar fisicamente uma boa pessoa, um exemplo de vida que prestigiou a classe médica e o seu Município. Ficou a memória de um amigo que nos tocou fundo. Obrigado Dr. José Afonso Gomes.
Nuno António
O associativismo juvenil como forma de desenvolver o empreendedorismo O empreendedorismo é um termo que está muito em voga, com particular enfoque para o empreendedorismo jovem, que tem sido alvo de um grande investimento a vários níveis, e que vai sendo apontado como uma forma de contornar a atual situação em que as gerações mais jovens se vêm esbarradas. Exemplo disto mesmo são os números de desemprego jovem, que são no mínimo chocantes, e os níveis de exclusão social que surgem como consequência desse fato e que impossibilitam que um grande
número de jovens tenha acesso a um futuro digno. Enquanto se vai discutindo como se podem integrar nos programas educativos ferramentas para o desenvolvimento de competências para o empreendedorismo na população jovem, existe há muito tempo uma corrente de associativismo jovem, com uma expressão significativa a nível nacional, que vem possibilitando o desenvolvimento destas mesmas competências, sem que muitas vezes seja devidamente reconhecido tal facto. As associações juvenis são verdadei-
ras escolas de cidadania, onde os jovens têm oportunidade de experimentar e colocar em prática aquilo que são as suas soluções para problemas do quotidiano, sendo espaços de excelência para o desenvolvimento de uma série de competências que se coadunam com o desenvolvimento do empreendedorismo. São espaços onde é possibilitado aos jovens colocar em prática e ao fazê-lo de se verem envolvidos no desenvolvimento das suas comunidades, e em simultâneo das suas aptidões pessoais. A juventude vive uma situação ambígua, onde por um lado temos a pro-
moção crescente da importância de ver os jovens a participar em soluções para construir o seu futuro, e por outro lado temos uma sociedade que incentiva cada vez mais para o individualismo e a competição. É crucial desenvolver uma nova cultura de promoção da participação dos jovens nas suas comunidades, onde estes sejam vistos como uma fonte de soluções para os problemas da sociedade e não como um dos problemas da sociedade. Participar numa associação juvenil é uma forma de ganhar uma série de competências pessoais e sociais, de ganhar consciência sobre a
realidade em que estão inseridos e de se comprometer no seu desenvolvimento ao mesmo tempo que se desenvolvem uma série de competências práticoprofissionais. Neste sentido, é crucial aumentar o investimento na criação de espaços para o desenvolvimento das competências dos jovens, sendo que estas crises não podem servir como desculpa para diminuir, ainda mais, os níveis de participação jovem nas suas comunidades. Como diz o velho ditado chinês: “Diz-me e eu esquecerei, ensina-me e eu lembrar-me-ei, envolve-me e eu aprenderei.”
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EDUCAÇÃO&JUVENTUDE Em formação em Sevilha
Azahara Martins aposta forte no bailado É filha de mãe espanhola e pai português. Viver na raia tem dado a possibilidade de cultivar as múltiplas origens para além do idioma. Com os pais pisa palcos cá e lá. A dança está-lhe no sangue. Azahara Martins, jovem de Vila Real de Santo António, está agora no auge da sua formação. Há quase dois anos em Sevilha apostou nos estudos do Flamenco para depois seguir a licenciatura em Madrid. Classificou-se como a melhor da turma e ultrapassou as expectativas. Com os pés bem assentes na terra sonha com um futuro no bailado, nomeadamente, em ser coreógrafa. Jornal do Baixo Guadiana: A estudar Flamenco no Conservatório Profissional de Dança António Ruíz Soler, como está a correr a experiência? Azahara Martins: Na verdade, está a correr muito melhor do que eu esperava. Comecei o ano letivo como aluna do 1º ano do ciclo profissional e acabei por ser a aluna com as melhores notas do meu ano. Dada esta grande surpresa as minhas professoras do Conservatório e a Administração do mesmo acharam que era de proveito que eu passasse para o 2º ano, uma vez que mantinha o nível necessário. JBG: Por que futuro lutas? AM: Com este curso pretendo fazer o ciclo profissional e ir estudar para Madrid, para tirar a Licenciatura de Bailarina no Conservatório Superior de Dança. Luto por ser uma grande bailarina, mas o meu sonho mesmo é ser coreógrafa de uma companhia de bailado. JBG: Porquê estudar em Espanha? AM: Para começar, porque tenho família cá e era muito mais fácil para mim e para os meus pais. Em segundo lugar, porque em Portugal não existe conservatório com a minha especialidade, o Flamenco. E em terceiro lugar, porque achei que precisava sair de Vila Real de Santo António para me formar como bailarina, uma vez que, na
minha opinião, a profissão por que luto não está muito valorizada. JBG: E depois do curso? AM: O curso que estou a tirar neste momento dura seis anos. Depois pretendo tirar a licenciatura de bailarina no Conservatório Superior de Madrid. JBG: Com uma vida intensa de formação consegues manter a atividade de bailarina VRSA? AM: Obviamente. Não tanto como eu desejava, mas o suficiente para ajudar a minha mãe com a sua escola de dança e o nosso Ballet Español de Gracia Díaz. JBG: E espetáculos agendados? AM: Tenho alguns, inclusivé cá em Sevilha, Lisboa y Córdoba. O
que é muito bom para mim uma vez que, assim, tenho oportunidade para mostrar, dentro e fora
do nosso país, o quão estou a melhorar como bailarina. JBG: Danças desde bem pequenina. A tua mãe é
bailarina e coreógrafa e o teu pai bailarino também. A dança é um sonho desde criança? AM: Na verdade não sei bem como responder a esta pregunta. O meu trajeto como bailarina começou muito anteriormente às primeiras memórias que tenho. Quando era pequena, dançava por diversão e não por muito mais… Acho que não posso dizer que o meu sonho de ser bailarina perdura desde criança, pois penso que em criança desejamos ser muito mais do que aquilo que temos ao nosso alcance. Mas posso confirmar que sonho em ser bailarina desde que tive a certeza que é isto que quero para mim, para o meu futuro e para a minha vida.
JBG: E o que sentes quando danças? AM: Quando danço sinto liberdade. Sinto liberdade da pessoa que sou, do mundo à minha volta, dos problemas, das discussões, e sobretudo da vida real. Porque quando piso um palco não existe um amanhã, nem um agora, somente há uma história que se escreve durante a dança e termina com um aplauso e um sincero agradecimento. JBG: Que mensagem de esperança aos jovens queres deixar? AM: Quero transmitir a todos os jovens, sobretudo de Vila Real de Santo António, que sonhem com a dança, que devem lutar pelo vosso sonho. Sair do aconchego familiar é muito duro, e aqui estou eu para vos confirmar, mas não há nada mais gratificante que pensar que somos muito capazes e temos a coragem suficiente para sair à procura de formação e voltar com o nosso sonho totalmente realizado. Somos o futuro da nossa cidade, em nós está a obrigação de fazer de Vila Real de Santo António uma cidade muito mais colorida e de transmitir a ideia de que, a dança deve ser levada não só como diversão e entretenimento, bem como um excelente modo de vida!
Centro Infantil «A Joaninha» grava videoclip que está em votação Trata-se de uma iniciativa de educação para a saúde que inclui um programa motivacional de âmbito nacional promovido pela APCOI – Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (ONG sem fins lucrativos) que visa motivar as crianças portuguesas até aos 10 anos para a ingestão diária de fruta no lanche escolar, uma vez que o atual consumo se situa muito abaixo do recomendado. O desafio «Hino da Fruta» é uma competição nacional que utiliza a música como veículo universal de transmissão de mensagens para levar
as importantes lições do projeto «Heróis da Fruta - Lanche Escolar Saudável» não só às crianças, mas também aos adultos. Nesta atividade, as crianças partilham o que aprenderam sobre a importância de comer fruta todos os dias, convidando os adultos a ver, ouvir e votar nos seus hinos da fruta, aumentando assim o impacto deste projeto fora das escolas e envolvendo um número cada vez mais abrangente de pessoas.
Vidoclip está em votação
O vídeoclip do Centro Infantil «A Joaninha» encontra-se disponível para visualização no youtube. Para votar neste trabalho do Baixo Guadiana apenas tem de ligar 760 457 820 (custo da chamada 0,60€+IVA) ou entrar no site oficial do projeto: www.heroisdafruta.com até às 23h59m do dia 10 de março de 2014. Vão ser apurados 60 hinos finalistas, três por cada distrito ou região autónoma. Destes 60 finalistas serão escolhidos três dos quatro vencedores decididos pelo júri.
O videoclip está a concurso e votação na internet
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EDUCAÇÃO
Alunos ocupam novas salas de Escola Secundária Em meados de Fevereiro os alunos da Escola Secundária de Vila Real de Santo António ocuparam as novas salas de aula. Bem como passaram a utilizar todos os espaços que estavam por entregar, como é o caso do refeitório, reprografia, papelaria e ginásio. Autarquia aplaude, mas lamenta “decisão tardia da Parque Escolar”. Foi com “enorme satisfação” que a direção do agrupamento de escolas de Vila Real de Santo António recebeu a autorização da Parque escolar para que fossem ocupados os restantes espaços do edifício da escola secundária. O JBG soube que a entrega da obra ainda não foi feita, mas a decisão da Parque Escolar vem de encontro a uma exigência reiterada pela comunidade escolar e não escolar, bem como câmara municipal. Ana Cabrita, vice-presidente do agrupamento, disse ao JBG que “finalmente teve lugar a transferência para o novo edifício, que é um espaço de elevada qualidade e conforto”. A responsável lembrou que “direção, funcionários e professores trabalharam um fim-de-semana inteiro para transferir o mobiliário e todo o equipamento para os novos espaços”. Ana Cabrita lembrou que “tudo foi feito a pensar dos alunos”.
Câmara Municipal aplaude, mas lamenta
“decisão tardia da Parque escolar” A câmara municipal também reagiu de imediato perante esta nova situação, congratulando-se com a selagem dos 21 contentores que há quatro anos eram utilizados como salas de aula na Escola Secundária e “aplaude a ocupação das duas dezenas de salas que já se encontravam concluídas há vários meses. Apesar desta mudança, a autarquia lamenta a atitude da Parque Escolar, que optou por manter, durante vários meses, meio milhar de alunos em contentores com severas deficiências em matéria de segurança, proteção contra incêndios e salubridade”, lê-se numa nota de imprensa enviada às redações.. Para Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de VRSA, “apesar de a decisão ter sido tardia, a Parque Escolar deu finalmente razão aos pais, aos alunos e à autarquia, que há muito defendiam a ocupação das novas salas de aula já concluídas e
sempre colocaram os interesses dos estudantes à frente de burocracias administrativas”.
Escola nova vida nova Tal como nos explicou Ana Cabrita agora já está em funcionamento a nova cantina. Também a autarquia lembra que é colocado, assim, “um ponto final nas graves deficiências em matéria de segurança, apontadas no relatório da Autoridade Nacional de Proteção Civil, que resultou da inspeção de urgência global solicitada pela Câmara Municipal de VRSA”. Agoras as aulas de educação física, “que durante largos meses tiveram lugar no recinto do Complexo Desportivo Municipal, com os encargos decorrentes das mesmas a serem suportados pela autarquia”, estão normalizadas, acrescenta nota camarária. E ainda o mesmo executivo, liderado por Luís Gomes garante que “irá continuar a acompanhar a situação na Escola Secundária, nomeadamente
Município de Castro Marim atribui Castro Marim Bolsas de Estudo a comemorou alunos do concelho «Dia da Internet mais segura»
No passado dia 11 de Fevereiro comemorou-se o «Dia da Internet Mais Segura» e no âmbito da efeméride a câmara municipal de Castro Marim levou a cabo a iniciativa «Juntos vamos criar uma Internet melhor». A Unidade Orgânica de Educação, Ação Social, Cultura e Desporto da Autarquia, através da Biblioteca Municipal, de 10 a 14 de fevereiro, realizou diversas ações de sensibilização acerca da Internet para crianças dos 6 aos 14 anos. Outra das iniciativas para comemorar este dia, e no prolongar da semana a meio do mês, a Biblioteca Municipal local, promoveu um ateliê de expressão plástica, que consistiu na elaboração de postais «Internet Segura», nos quais se conta com a criatividade e o gosto dos participantes, para que sejam cibernautas mais bem informados e melhor formados.
O objetivo é proporcionar a igualdade de oportunidades São mais de 60 mil euros para uma promoção de igualdade de oportunidades na área da educação. A Câmara Municipal de Castro Marim aprovou, na última reunião do executivo, a atribuição das bolsas de estudo para o ano letivo 2013/14 a estudantes do ensino secundário e superior, no valor de 60.500 euros. “A autarquia entende que o esforço financeiro despendido pelo município, na atribuição das bolsas de estudo, é deveras importante para uma terra que quer privilegiar o investimento numa formação sólida
e de qualidade dos seus jovens, pois deles depende o futuro de Castro Marim e daquilo que forem capazes de construir a bem da sua comunidade”, pode ler-se em nota camarária. Quanto às condições de acesso às bolsas de estudo, os candidatos têm de ser naturais ou residentes no concelho, não disporem per si, ou o seu agregado familiar, de meios económicos para suportarem os encargos correspondentes à frequência do ensino, não terem reprovado no ano anterior e não beneficiarem de outra bolsa para o mesmo fim.
As salas foram ocupadas em meados de Fevereiro com autorização da Parque Escolar no que se refere à conclusão de todos os espaços exteriores englobados na terceira fase da obra”. Para além de VRSA, esta escola acolhe estudantes de Castro Marim e Alcoutim. A requalificação da Secundária de VRSA, em funções desde 1963, foi integrada no Projeto de Modernização das Escolas Secundárias, promovido
pela tutela e desenvolvido pela EPE. A”s intervenções deveriam ter ficado concluídas no final de 2011, mas a falta de pagamentos ao empreiteiro, os processos de redução de custos durante a obra, bem como o atraso na emissão de ordens de execução – por parte da Parque Escolar – provocaram o atraso das obras e a paragem dos trabalhos durante quase um ano.
Alunos de Blain, em França, vêm para Alcoutim em Março Um grupo de 23 alunos e dois professores da região francesa de Blain vai realizar uma visita de intercâmbio a Alcoutim neste mês de mês de março. Tal como avança a câmara municipal, trata-se de um projeto de intercâmbio escolar entre o Agrupamento de Escolas de Alcoutim e o Collège Saint-Laurent de Blain. Uma iniciativa que resulta do acordo de geminação existente entre os dois municípios. Desde 2004 que esta geminação é uma realidade, que resulta de um projeto da associação Odiana que geminou os municípios do Baixo Guadiana com três municípios de uma região francesa de características idênticas, designada La Loire Atlantique. Blain, à semelhança de Alcoutim, é um município predominantemente rural, com um rico passado histórico assim como um forte património arquitetónico e tem como trunfo o canal Nantes-Brest que, à imagem do rio Guadiana, favorece o turismo fluvial. Estreitar as relações entre as comunidades de Alcoutim e Blain, aprofundar os conhecimentos sobre a sociedade e cultura francesas, desenvolver capacidades linguísticas e comunicativas em língua francesa e em contexto real,
assim como competências de cidadania, autonomia e promover o espírito crítico são, segundo o diretor do Agrupamento de Alcoutim, professor António Amorim, e a professora coordenadora do projeto, Cristina Crista, os objetivos pretendidos. Procurando dar continuidade às relações de amizade e às trocas profícuas entre as duas comunidades, este intercâmbio escolar bienal, que vai já na sua 5º edição, “proporciona aos alunos uma experiência enriquecedora de contacto com outra cultura e reforçar a sua identidade através da descoberta e do contraste com referências, hábitos e costumes diferentes”, referem ainda os docentes.
Alunos de Alcoutim vão a França em Abril Para fomentar a ligação entre os jovens das duas comunidades, os alunos franceses serão recebidos por famílias de acolhimento. Entre 12 e 19 de Abril, durante as férias da Páscoa, será a vez de alunos e professores alcoutenejos serem recebidos em Blain. Esta iniciativa conta com o apoio financeiro da Autarquia.
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LOCA L | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL *
ESPANHA
Fallece el artista de Origen portugués, Paco de Lucía El mundo de la música y la cultura Andaluza y Española, está de luto por el fallecimiento de uno de sus intérpretes internacionales más extraordinarios. Paco de Lucía falleció el 27 de febrero pasado a causa de un infarto, a los 66 años, mientras se encontraba jugando con sus nietos en una playa en Tulum, Méjico, donde poseía una casa. El músico original de Algeciras vivía desde hace años en Palma de Mallorca, tras su paso por lugares como la Península del Yucatán o Toledo, donde se dejaba ver poco, ya que hacía tiempo que deseaba alejarse de los cenáculos artísticos e intelectuales, compartiendo sus ratos con gentes sencillas, y dedicado a sus dos hijos de corta edad. Al gran artista Andaluz tenía una buena parte de sus raíces en la localidad Portuguesa de Castro Marim, de donde era originaria su madre, Luzia “La Portuguesa” y que dio nombre al disco con el nombre de la ciudad: “Castro Marin”, 1987 .En la memoria de los castromarinenses queda el emocionante concierto ofrecido por el artista en el Estadio Municipal el 22 de Agosto de 2009.
Portada del disco de Paco de Lucia «Castro Marin»
La carrera por la paz y la armonía une Vila Real de Santo Antonio y Ayamonte El pasado miércoles 26 se celebró en Ayamonte la Carrera de la Paz y la Armonía (Peace Run). La delegación llegó a Ayamonte procedente de Vila Real de Santo Antonio, a través del Ferry que une las dos ciudades a través del río Guadiana ya que este año la Peace Run se inició en Portugal el 21 de Febrero, y que realizará una ruta de más de 24.000 km por 47 Países Europeos. En el puerto ayamontino esperaba a la delegación que acompañaba a la antorcha la teniente de alcalde de Turismo y Desarrollo Local de la localidad, además de la representante de la misma en la Eurociudad del Guadiana, Damiana Ruiz, junto con técnicos municipales. Según indicó el Consistorio ayamontino, la carrera se inició desde la zona del embarcadero, en dirección al colegio Moreno y Chacón, recorriendo las principales avenidas de la ciudad y haciendo una pequeña parada en el centro educativo Padre Jesús. Fundada en 1987 por el filósofo de la Paz Sri Chinmoy, la Carrera de la Paz cuenta ya con más de 10 millones de personas en más de 150 países ( en Europa, por ejemplo cada dos años un equipo internacional une todos los países europeos en una ruta continua de 25.000 km) El mensaje de Peace Run es muy sencillo: Si conseguimos correr juntos en Paz y armonía, significa que somos capaces de vivir juntos en Paz y Amistad. Pequeños pasos individuales pueden cambiar el mundo y con ese espíritu cada participante lleva la antorcha unos kilómetros hasta pasarla al próximo. ¡Y es que cada paso cuenta para conseguir la Paz entre los pueblos!
La delegación llegó a Ayamonte procedente de Vila Real de Santo Antonio, a través del Ferry
COCA AYAMONTINA Ingredientes para 6 personas: * 1 litro de aceite * 1 cucharada de ajonjolí * 1 kilo de almendra molida * 1 kilo de azúcar * 1 cucharada de canela * 1 kilo de cidra (cabello de ángel) * 1 kilo de harina * 2 huevos * 16 gramos de levadura * 2 limón, la ralladura * 1 cucharadita de matalahúva
Preparación Se amasa la harina con el vino y el aceite que admita. Se echa un cuarto de kg de azúcar, ajonjolí, matalahúva, la canela, levadura, dos huevos y la ralladura de los limones. Una vez amasado todo, se extiende la masa sobre una fuente grande de horno cubierta con papel vegetal. Se realiza esta operación con la ayuda de dos tenedores. Una vez extendida se pincha con el tenedor. Encima se le echa una capa de almendras molidas y otra capa de batido (aceite, azúcar, canela y los huevos).Se echa otra capa de almendra molida. Encima ponemos la sidra y otro batido igual al anterior. Se espolvorea por encima un poco de matalahúva y se colocan las almendras enteras. Al horno medio una hora mas o menos.
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LOCAL Centenas no seu funeral
Médico José Afonso Gomes faleceu aos 87 anos
O funeral de Dr. Afonso Gomes teve lugar a 23 de Fevereiro e foi acompanhado por centenas de pessoas em homenagem pelos préstimos médicos e humanos que marcaram a sua vida O médico José Afonso Gomes faleceu no dia 22 de fevereiro, na vila de Castro Marim, com 87 anos de idade, vítima de doença prolongada. Numa manifestação de grande pesar, que contou com a participação de centenas de pessoas, realizou-se em Castro Marim no passado dia 23 de fevereiro, o funeral do Dr. José Afonso Gomes. “Foi uma figura distinta de Castro Marim, um médico brioso e dedicado, com uma carreira notável ao serviço da medicina, que mais de 40 anos testemunham e consagram”, recorda a edilidade, liderada, pelo também médico Francisco Amaral, num comunicado de pesar que fez chegar às redações. No cortejo fúnebre, a urna foi coberta com a bandeira do Município. Participaram centenas de castromarinenses, entre as quais os deputados municipais, os autarcas de freguesia, o Presidente da Assembleia Municipal de Castro Marim, José Luís Domingos, o Presidente da Câmara, Francisco Amaral, o anterior Presidente da Câmara, José Estevens e dirigentes das associações locais.
Médico e humanista Natural da freguesia de Azinhal, licenciou-se em medicina pela Universidade de Medicina de Lisboa, em 1953. Exerceu a profissão de médico nas Casas do Povo de Castro Marim, Azinhal e Odeleite, nos Hospitais de Castro Marim e Vila Real de Santo António. Foi delegado de saúde e perito médico do Tribunal Judicial da Comarca de Vila Real de Santo António. Na área social destaca-se a sua intervenção como Provedor e Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim. Entre 1998 e 2001 foi Presidente da Assembleia Municipal de Castro Marim. No ano de 2000 foi agraciado pelo Presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Dr. José Estevens, com a medalha de Honra do Município, pelos relevantes serviços prestados ao concelho na área da saúde. Também no dia 24 de junho de 2012, feriado municipal, o Município inaugurou as novas Avenidas de Castro Marim, tendo atribuído a uma delas o nome de Av. Dr. José Afonso Gomes. O Jornal do Baixo Guadiana apresenta as sentidas condolências aos familiares de Dr. Afonso Gomes.
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G RAND E P L ANO
Aquacultura em Castro M representa investimento
Susana H. de Sousa
Desde 2008 que na Reserva Natural de Castro Marim e Vila Real de Santo António tem lugar a produção de peixe em sistema de aquacultura. Mas é em 2014 que a «Atlantik Fish» se prepara para escoar o primeiro meio milhão de ostras, que estão em desenvolvimento desde 2013. Serão os primeiros bivalves a saírem diretamente de esteiros do Guadiana para França. O investimento total em aquacultura ascende aos 3 milhões de euros e distribui-se ao longo de 35 hectares. Privilegiam-se soluções ecológicas, sendo que tanto o peixe como os bivalves são criados num sistema que tenta aproveitar o melhor de dois mundos: a natureza em estado puro e as novas tecnologias.
Nos esteiros da Carrasqueira e Lezíria em pleno rio Guadiana, em Castro Marim, são pescados, diariamente, cerca de 600 quilos de peixe. Entre Robalo e Dourada há uma produção constante, sete dias por semana, e com escoamento assegurado. André Lima Cabrita, diretor da Atlantik Fish, a maior instalação aquícola semi-intensiva em Portugal, diz-nos que os clientes deste pescado, produzido num sistema que tenta conciliar o melhor do ambiente natural e da criação em aquacultura, distribuem-se pelo Baixo Guadiana, restante Algarve, Lisboa e Matosinhos. Já a vizinha Espanha importa cerca de 20% do pescado aqui produzido. Os momentos de pesca acontecem diariamente, por volta das 8 horas da manhã. No total são cinco os postos de trabalho nesta empresa, sendo que quatro residem no Baixo Guadiana.
A 60% da capacidade de produção A Atlantik Fish iniciou a sua produção no ano de 2008, sendo que na altura essa produção correspondia, apenas a 10% da capacidade total projetada pela empresa. Atualmente a produção está a 60%, sendo que em velocidade cruzeiro deverá atingir as 300 toneladas/ano de produção de pescado.
3 milhões de investimento Desde 2009 e até há bem pouco tempo esta
empresa realizou obras de modernização da instalação e na reconversão dos sistemas, adotando soluções mais ecológicas. André L. Cabrita fala-nos de um investimento de três milhões de euros, direcionados em grande medida para o aprofundamento dos tanques de produção de peixes [20 no total] para a cota zero hidrográfico, reconversão de zonas não produtivas para tanques de produção de ostras, construção de passagens de entrada e saída de água e na construção de uma rede em vala aberta para permitir a circulação de água entre os tanques. O objetivo foi permitir que a circulação da água se faça apenas com o ciclo das marés, o que permite encher e vazar os tanques duas vezes por dia, resultando na renovação completa da água dos tanques de pelo menos uma vez por dia. “Esta abordagem é inovadora, uma vez que recorre unicamente à força das marés para a renovação da água, elimina a necessidade de bombas e permite poupanças substanciais na utilização de oxigénio, resultando desta forma numa redução significativa nos custos de produção. Numa altura em que existe uma aposta nas energias renováveis, acreditamos que este modelo de produção pode ser uma solução ecológica e económica para o futuro das aquaculturas semi-intensivas em Portugal, numa época altamente concorrencial em que o controlo de custos é crítico para o sucesso do sector”, diz-nos André L. Cabrita. Houve também necessidade de criação de uma sala de embalamento. O apoio do PROMAR [Programa de Desenvolvimento do Mar], mostrou-se “determinante” para o projeto. Com as obras de requalificação
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GR AN D E P LAN O
Marim de 3 milhões
concluídas a empresa assegura que “houve uma melhoria efetiva na qualidade do peixe, na redução dos custos e no tempo de produção, bem como uma excelente taxa de crescimento dos bivalves”.
Aumento da exportação em vista No que diz respeito à exportação de pescado para além de Espanha, estão em vista outros mercados, como é o caso de França, Itália e Bélgica. “O objetivo da empresa é dar passos seguros, bem calculados. Há muitas ideias para o futuro, mas sem dúvida que temos de avançar com cautela”, afirma André L. Cabrita.
Qualidade “semelhante” ao peixe selvagem Questionado sobre a diferença entre o peixe aqui produzido e o desenvolvido em ambiente natural André L. Cabrita é peremtório ao afirmar que “o pescado tem um aspeto e sabor semelhantes ao criado em regime selvagem, desde logo porque o sistema de marés permite a entrada de alimentação como algas, outro peixe e marisco”. Já quanto ao transporte até ao consumidor final é feito em 24 horas. “A maior parte do pescado de aquacultura que temos disponível no mercado vem da Grécia e é produzido em off shore. Só em transporte são cinco dias de viagem e são vendidos como se fosse frescos...”, nota o empresário.
Produção de Bivalves Em plena Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, a Atlantik Fish tem trêstanques para a produção de bivalves. Ao JBG André L. Cabrita avançou que em Março poderão sair as primeiras ostras, que têm França como destino assegurado. Atualmente são milhão e meio de ostras, sendo que a primeira produção a atingir em breve a maturidade de crescimento [que leva entre 9 e 12 meses] é de meio milhão.
Atlantik Fish, origem do Atlântico O nome Atlantik Fish tem como objetivo, acima de tudo, divulgar o Atlântico como a origem do peixe e dos bivalves. “Está também a ser promovida uma nova imagem para especificar que a produção é feita a partir de um sistema de marés, o que lhe confere um grau de qualidade superior”, contextualiza o diretor, referindo que a inovação que foi impregnada à empresa dota-a “de maior competitividade e permite reduzir custos”.
Governo anuncia mais apoios para aquacultura Quanto a estímulos do Governo, é de referir que em outubro de 2013 a ministra Assunção Cristas anunciou, numa visita ao Algarve, a intenção de aumentar as concessões para a produção de peixe e marisco em aquacultura na região.
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LOCA L Garantia do Governo
Protocolo de colaboração para salvaguardar postos de trabalho em risco A Câmara Municipal de Alcoutim atribuiu ao Agrupamento de Defesa Sanitária (ADS) de Alcoutim um apoio financeiro de 15 mil euros, para garantir o cumprimento das funções que a entidade desenvolve no âmbito da Saúde Pública. O ADS de Alcoutim foi criado há 23 anos com o objetivo de prevenir e/ou combater doenças que possam ser transmitidas dos animais para as pessoas e doenças dos animais que prejudiquem a rentabilidade económica de uma exploração pecuária. “Para garantir o cumprimento dos objetivos, foi criada uma infraestrutura na aldeia de Giões, com equipamento adequado, e foram reunidos oito colaboradores, cujos postos de trabalho foram salvaguardados com a atribuição deste apoio autárquico”, diz a autarquia em comunicado.
Câmara Municipal de Castro Marim pretende apoiar associações de caçadores O Município de Castro Marim em reunião do Conselho Cinegético Municipal, apresentou a 5 de Fevereiro uma proposta de contrato aos representantes das 15 Associações de Caça Associativa do concelho, para a realização de desmatação e limpeza de aceiros, no território do concelho. “Estas ações de limpeza de terrenos podem ser muito eficazes na prevenção e no combate ao flagelo dos incêndios que, todos os anos, destroem brutalmente a nossa floresta e, não raras vezes, colocam em risco a vida de pessoas e bens”, diz a câmara em comunicado. Os contratos de cooperação que a Câmara Municipal de Castro Marim pretende vir a celebrar com as Associações de Caçadores, parceiros ativos na defesa da floresta e dos recursos cinegéticos, têm uma periodicidade anual, podendo ser renováveis.
Zona Agrária de Alcoutim não vai ser encerrada Em reunião com o presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Osvaldo Gonçalves, o diretor regional de Agricultura do Algarve, Fernando Severino, garantiu que o núcleo de Alcoutim faz parte da lista dos que não vão ser encerrados. De acordo com um comunicado da câmara municipal de Alcoutim, a solução passa pela colaboração com a autarquia de Alcoutim, que se propôs a estabelecer um protocolo com a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve (DRAPAlg), no sentido de garantir, através da permanência de um funcionário em Alcoutim, a continuidade do acompanhamento e apoio aos agricultores. “Como território rural, a atividade florestal/agrícola assume um papel de relevo na economia local. No âmbito do REG. (CEE 2080/92) – Programa de Florestação, Alcoutim chegou a representar cerca de 12% do investimento nacional”, declarou o presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, justificando o não encerramento do posto de atendimento da DRAPAlg na vila alcouteneja, dizendo que “estes postos de atendimento nos meios rurais assumem um papel de relevante importância, na medida em que funcionam como principal elo de
Manutenção decorre de um protocolo estabelecido com a câmara municipal e contempla melhoria de instalações ligação entre os agricultores e os centros de decisão, permitindo assim diminuir as distâncias que os separam. A manutenção do posto de Alcoutim, no futuro, irá também contribuir como estímulo e apoio
ao acesso a medidas do próximo Quadro Comunitário de Apoio”.
Melhoria de instalações De acordo com o comunicado
da câmara municipal de Alcoutim “além de salvaguardar o apoio aos agricultores locais, o futuro protocolo contempla também a otimização das instalações do núcleo da DRAPAlg em Alcoutim”.
Mercado mensal de Castro Marim passa a ser animado por acordeonistas Agora o mercado mensal de Castro Marim mostra-se mais animado desde que o início do mês de Fevereiro a Câmara Municipal começou a assegurar a participação de acordeonistas que, no segundo sábado de cada mês, se deslocam às tendas de comes e bebes espalhadas pelo recinto do mercado para tocar acordeão animando de modo descontraído visitantes e comerciantes. O Mercado Mensal de Castro Marim, criado em julho de 2000, é hoje um dos principais espaços de comércio ao ar livre do sotavento algarvio que, todos os meses, traz milhares de pessoas à sede do concelho, em especial espanhóis, que aqui vêm fazer as suas compras. As mercadorias comercializadas são diversas, desde as alfaias agrícolas, aos atoalhados, às loiças, passando pelo calçado até aos produtos alimentares e de doçaria.
Os milhares de visitantes deste mercado mensal têm agora mais momentos de alegria e convívio
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LO CAL
Comissão de Utentes de Castro Marim recebida na Assembleia da República “No prosseguimento das várias ações desenvolvidas contra os encerramentos dos Serviços Públicos do Concelho de Castro Marim (extensões de saúde do Azinhal e de Odeleite, Tesouraria da Segurança Social) e continuando a exigir que esses mesmos serviços sejam reabertos e que outros não encerrem (Finanças, Registo Civil e CTT)” a Comissão de Utentes foi recebida na Assembleia da República pela Vice-Presidente Teresa Caeiro para conversar sobre estes assunto e entregar o Abaixo-Assinado em defesa dos Serviços Públicos do Concelho, com 1122 assinaturas. De acordo com esta comissão o “abaixo-assinado foi recolhido durante duas semanas e terminou a recolha no dia 17 de Dezembro, dia da concentração junto às Finanças de Castro Marim”. Na reunião na Assembleia da República, a Comissão de Utentes “relembrou que todas estas opções políticas deste e de anteriores governos, têm levado à desertificação do Concelho,
demonstrando um total repúdio pelo abandono em que nos deixam a nós residentes, sem que possamos usufruir de serviços dignos”. De acordo com esta comissão “este e outros governos, são responsáveis pelo encerramento de escolas primárias, pelo polo da agricultura, pelas extensões de saúde e pela tesouraria da segurança social, continuando, este governo, a demonstrar todo o interesse em encerrar os restantes serviços públicos do concelho, sem que o povo e os trabalhadores do concelho sejam consultados.
Entrega de assinaturas dá esperança a utentes A entrega de assinaturas “é um avanço para que esta situação venha a ser entregue a um relator e que após esse processo, seja feita uma audição, onde seremos novamente recebidos para dar mais informações sobre esta nossa reivindicação e onde iremos falar com todos os
A Comissão de Utentes luta pela manitenção dos serviços em Castro Marim e reabertura de extensões de saúde na serra, entretanto encerradas grupos parlamentares”, explica a Comissão de Utentes que apela à luta. “Não nos iludimos e apelamos para que as populações continuem
a unir esforços para defender os serviços públicos, prosseguindo uma reivindicação justa e necessária nos locais e as vezes que forem neces-
Tertúlia: «O que sabe sobre a água que chega à sua torneira?»
No dia 22 de Março comemora-se «Dia Mundial da Água». Tertúlia do jornal sobre tema tem lugar a 20 de Março. empresa municipal SGU, de VRSA; para esta abordagem. O nosso convite estende-se também à saúde e neste campo perceber que benefícios tem a água
que todos os dias sai da nossa torneira. Se tem dúvidas, ou não, não hesite e apareça a 20 de Março pelas 17h30 na biblioteca muni-
Notícias dos nossos emigrantes Luxemburgo
No próximo dia 20 de Março pelas 17h30 a biblioteca municipal de Vila Real de Santo António vai receber a tertúlia «O que sabe sobre a água que chega à sua torneira?». Empresa «Águas do Algarve», Saúde e Município serão convidados como oradores neste espaço à conversa, alusivo ao dia 22 de Março «Dia Mundial da Água» É com regularidade que temos indicadores da qualidade da água no Algarve. Dados que já nos habituaram a resultados muito favoráveis, e por diversas vezes no topo da qualidade em todo o país. No entanto, explica-nos Teresa Fernandes, responsável da comunicação e educação ambiental da empresa «Águas do Algarve» “há ainda um grande desconhecimento da qualidade e benefício da ingestão da água da torneira fornecida na região, uma tendência que é preciso contrariar”, referindo os benefícios para a saúde, ambiente e até para a carteira. Ora esta responsável terá “toda a disponibilidade” para abordar estes tópicos no próximo dia 20 de Março pelas 17h30 na tertúlia que está a ser produzida pelo Jornal do Baixo Guadiana em parceria com a biblioteca municipal Vicente Campinas, em VRSA. Depois há que perceber que o fornecimento do sistema em baixa é feito pelo município, e é este órgão que tem um contacto direto com o consumidor final. Vamos contar com o contributo de Pedro Pires, administrador-delegado, da
sárias, porque nada nem ninguém, perguntou o que quer que seja aos castromarinenses sobre este assunto de encerramento de Serviços”.
cipal de Vila Real de Santo António para tertuliar connosco. A entrada é livre. Mais informações em: baixoguadiana@gmail. com/966902856/281531171
O Centro de apoio social e associativo (CASA) está a promover aulas de línguas (português-alfabetização, português A1 para estrangeiros, francês A1 e A2, luxemburguês A1 e A2), de costura e de informática. As inscrições estão desde já abertas. As aulas terão lugar no C.A.S.A, 15, Montée de Clausen L-1343 Luxembourg. Para quaisquer informações suplementares existem os contactos 432749 ou por email infocasa@pt.lu
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SAÚD E
I Encontro do Bebé e da Família em Castro Marim O Encontro vai ter lugar a 28 e 29 de Março na biblioteca municipal de Castro Marim. Trata-se de um encontro científico subordinado às etapas do desenvolvimento do bebé, bem como os momentos de crise que as famílias enfrentam junto dos seus filhos, em transição pelas questões transversais ao crescimento das crianças, nomeadamente, o aleitamento materno, o sono, a alimentação, o choro, as cólicas, os sinais comportamentais e os reflexos que são a linguagem mais primitiva do bebé. Vão ser abordados tesmas como «Para uma ciência da felicidade aplicada à clínica», «Biopsicologia da Maternidade; A construção do vínculo», «Touchpoint e Educação no ciclo de vida do bebé da criança e da família» ou «O projeto transfronteiriço Janela Aberta – ARS Algarve». Vão intervir especialistas em saúde infantil, designadamente, o pediatra João Gomes Pedro, Presidente da Fundação Brazelton/Gomes Pedro. O «I Encontro do Bebé e da Família – ACES Algarve III – Sotavento»,
em Castro Marim, que visa reunir profissionais e famílias em torno do bebé e dos sinais neurocomportamentais que produz desde cedo no seu percurso de vida, centra-se num encontro de saberes científicos inspirados nas ideias do Professor T.Berry Brazelton – conceituado pediatra norte-americano, Fundador Emérito da Harvard Medical School Brazelton Touchpoints Center – e que assentam num novo paradigma de intervenção clínica, o Modelo Relacional “Touchpoints, radicado na parentalidade harmoniosa saudável e investida. Os profissionais da saúde, da educação e as famílias interessadas em participar devem inscrever-se através do e-mail: lercombebes@gmail.com ou pelo telefone 281 329 000. A iniciativa é do Agrupamento de Centros de Saúde do Sotavento (ACES), com o apoio da Câmara Municipal de Castro Marim e Associação Odiana, realiza-se, nos dias 28 e 29 de março, o “1º Encontro do Bebé e da Família – ACES Algarve III – Sotavento”, no auditório da Biblioteca Municipal de Castro Marim.
Encontro vai ter lugar a 28 e 29 de Março e é uma organização do Agrupamento de Centros de Saúde do Sotavento
Município de Alcoutim aposta nas consultas de psicologia e renova apoio a diabéticos A Câmara Municipal de Alcoutim vai disponibilizar, a partir de março de 2014, consultas gratuitas de Psicologia Clínica a todos os munícipes que necessitem recorrer a este serviço. No campo do combate à diabetes houve renovação de protocolo de apoio. Para além disso houve um reforço no apoio a outras patologias. O «Espaço Saúde» do município de Alcoutim, que funciona no edifício da Santa Casa da Misericórdia, vai receber já a partir deste mês um número acrescido de consultas gratuitas de Psicologia. Segundo o presidente da autarquia, Osvaldo dos Santos Gonçalves, “a sociedade atual coloca desafios às famílias que nem sempre estas conseguem ultrapassar sem recorrer a apoio especializado na área da saúde mental, pelo que a procura de consultas de psicologia no Gabinete de Ação Social, Saúde e Educação tem sido frequente”. Este incremento surge de uma parceria do Município de Alcoutim com a Delegação da Cruz Vermelha de Tavira, agora responsável pelo Núcleo de Martim Longo, no âmbito de um protocolo de colaboração assinado recentemente. Para marcação de consultas deverá ser contactado o Gabinete de Ação Social, Saúde e Educação por telefone (281 540 500) ou e-mail (accao.
Colheita de Sangue
social@cm-alcoutim.pt) O executivo fala em “expansão de serviços”, no que diz respeito às consultas de apoio psicológico e num “reforço” da oferta já existente “nomeadamente ao nível da medicina interna, dermatologia, estomatologia, fisioterapia e terapia da fala”.
Apoio no combate à diabetes No âmbito do projeto “Apoio aos diabéticos do Algarve”, a Câmara Municipal de Alcoutim aprovou a 12 de fevereiro, a renovação de um protocolo com a Associação para o Estudo da Diabetes Mellitus e de Apoio ao diabético do Algarve (A.E.D.M.A.D.A.), no sentido de dar apoio de ordem médico-clínica e de reabilitação aos munícipes que sofrem desta doença crónica com necessidades especiais. A câmara municipal atribuiu um apoio finan-
Várias medidas de apoio a várias patologisas foram agora incrementadas ceiro de 4500 mil euros ao projeto e encaminha os doentes, através do gabinete de ação social, para a A.E.D.M.A.D.A. que se encarrega de prestar todo o apoio diabetológico necessário. Todos os doentes abrangidos pelo protocolo beneficiam de uma constante abordagem global (enfermagem, médico-diabética, dietética, psicológica, podológica
e farmacológica) de acordo com as suas necessidades, sendo seguidos e encaminhados para o Hospital Distrital de Faro quando as circunstâncias o exijam. Atualmente a autarquia, que também disponibiliza transporte para as consultas, tem inscritos, através do gabinete de ação social, mais de 40 doentes diabéticos do concelho.
No dia 22 de março, no período das 09:00 às 13:00 horas, irá realizar-se mais uma colheita de sangue efetuada pelo Hospital de Faro, serviço de Imunohemoterapia nas instalações da Delegação da Cruz Vermelha de Vila Real de Santo António.
Participe!
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A Odiana tem que assumir um maior protagonismo no Baixo Guadiana
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G RAND E ENTR E VI S TA
Susana H. de Sousa
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uís Gomes exorta a um novo paradigma para a associação Odiana, que preside há três meses. O também presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, recorda que há 16 anos quando foi criada mostrou-se um projeto de vanguarda. Hoje “tem de recuperar a sua matriz”, defende. O autarca promete apresentar ideias inovadoras para que a associação ganhe mais protagonismo, lançando pistas num caminho de uma aposta forte na intermunicipalidade, já que se trata de uma associação constituída por três municípios.
Como surge a oportunidade de ser presidente da Odiana? Fui eleito pelos meus colegas. É um gosto muito grande poder voltar com funções agora mais executivas à Odiana. Recordo que em 1998 iniciei as minhas tarefas na Odiana. Foi a génese da Associação, na altura com o presidente Murta, ex-presidente de Vila Real de Santo António, com o presidente Estevens, na altura Edil em Castro Marim, e presidente Amaral, na época em Alcoutim. Fui o primeiro secretário-executivo, como se designava. E nessa medida é um orgulho poder voltar. Já teve tempo para fazer um diagnóstico sobre a associação? Tive a oportunidade de falar com as pessoas que trabalham na Odiana e também apresentar e expressar as minhas ideias para o futuro no sentido de lançar um conjunto de desafios que eu entendo que a Odiana deve abraçar para os próximos quatro anos. São desafios que têm a ver com um papel dinâmico no território do Baixo Guadiana; de proximidade às pessoas, de maior proximidade aos agentes económicos e empresariais. Mas também é importante que a própria Odiana consiga assumir a sua matriz que foi sempre de modernidade e inovação. Na altura em que foi criada revelou-se a primeira associação entre municípios, designadamente, com fins económico-sociais. Digamos que este ar
inovador, de vanguarda, está na génese da associação Odiana e que não a pode perder. Portanto, o meu papel é estimular a discussão dos técnicos da Odiana para que possamos dentro em breve apresentar uma adenda ao Plano de Atividades que foi recentemente apresentado. Até ao final de Março vai ser apresentada essa adenda e é importante que nessa medida se possa incorporar novos desafios. E os desafios passam por assumir um maior protagonismo no território, fomentar a criação de empresas, fomentar dinâmicas dentro do território do Baixo Guadiana alicerçadas naquilo que são os seus ativos territoriais. As barragens, o mar, a serra, as praias, o rio Guadiana, naturalmente, o património, as pessoas, mas também que possa descobrir novos caminhos da governação intermunicipal. Esta associação surgiu para uma unificação do território. Ao fim de 14 anos, considera que esse objetivo essencial foi atingido ou ainda há
muito trabalho por fazer neste campo? Eu acho que há imenso trabalho para fazer. A Odiana teve um percurso muito interessante para uma associação que nasceu do nada e que hoje faz parte da gestão de alguns programas comunitários.
proximidade às pessoas, aos seus agentes económicos e sociais. E por isso é preciso encontrar competências próprias que resultem em vantagens para cada um dos municípios. A Odiana tem que se sentir útil no território do Baixo Guadiana; não tem que existir só por existir, tem que ter uma utilidade e as pessoas têm que perceber a utilidade da associação Odiana. Este é o grande desafio para os próximos anos. Os municípios de Alcoutim, Castro Marim e VRSA foram a base para a criação desta associação intermunicipal, bem como têm sido parte importante do seu suporte, nomeadamente, financeiro. Tendo em conta a crise que afeta profundamente os municípios qual o efeito direto na atividade da associação? Olhe tem um efeito direto porque os meios disponíveis são cada vez mais limitados. E ,inclusivamente, alguns municípios, como é o caso de Vila Real de Santo António, têm dificuldade em
“(...) é preciso encontrar
competências próprias na Odiana que resultem em
vantagens para cada um dos municípios ” Mas eu acho que é preciso sermos mais exigentes na Odiana, que, por sua vez, tem que começar a ter uma presença efetiva no território. Por exemplo, guias turísticos e promoção de toda a região; com algumas competências na área do Ordenamento do Território. Estas minhas declarações vão um bocadinho no sentido e no seguimento daquilo que já referi; o facto da Odiana ter um papel mais interventivo, que faça mais parte da decisão, que faça parte da maior
poder assumir os seus compromissos com a associação Odiana. Mas hoje o tempo é o tempo disso, de nós irmos redescobrir forças nas dificuldades que nós temos. A melhor maneira de ultrapassarmos isso é sermos criativos. E a Odiana tem de desenvolver uma atividade criativa; encontrar novas formas de abordagem, encontrar novos caminhos, não ter medo de ser inovadora nas políticas e nas medidas que preconiza e que desenvolve. E eu sei que neste momento os técnicos da associação Odiana estão todos em equipa a trabalhar num novo paradigma de funcionamento. Considera que a Odiana se deve tornar mais autossustentável para garantir o seu futuro? Concerteza que sim. Hoje estamos num tempo de dificuldades e isso leva a que tenha que haver sustentabilidade das várias instituições. E, do seu ponto de vista, como seria possível criar essa autosustentabilidade? Criando, lá está, uma presença no território. Há um conjunto de atividades económicas que a própria Odiana pode desenvolver ou estimular que resulta numa receita na própria associação e que por essa via possa encontrar formas de se auto-sustentabilizar. Assim como entendo que há um conjunto de iniciativas que cada um dos municípios teria a ganhar se fossem feitas em conjunto e
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GR AN D E EN TR EVIS TA
Na génese da Odiana A Odiana nasceu em 1998, sabemos que fez parte do processo de criação desta associação. Conte-nos qual foi a sensação de criar uma associação pioneira? Foi muito boa porque na altura eu era um jovem com 25 anos. Recém-licenciado e, portanto, para mim foi uma grande honra estar à frente desta associação. Foi um trabalho que eu na altura tinha sempre sonhado fazer que era o contacto com as pessoas, contacto com o território e eu acho que foi muito giro. Era uma equipa de malta nova que ainda hoje, parte dela, está na Odiana. E é engraçado que passados 16 anos a vida deu muitas voltas e acabamos por voltar ao mesmo ponto, em condições diferentes, naturalmente. Foi um dos mentores, contribuindo com ideias para o conceito sob o qual foi criada a Odiana… Sim, mas na altura tínhamos o Dr. José Estevens que foi o ideólogo da associação e que depois contagiou esta associação aos restantes municípios, designadamente Alcoutim e Vila Real de Santo António, conseguindo trazê-los para o projeto. De que forma esta experiência foi determinante para a sua carreira? Foi muito porque na altura eu licenciei-me em Ordenamento do Território e a minha especialidade era em Planeamento Estratégico. Portanto, foi a oportunidade de implementar aquilo que eu tinha aprendido. Foi muito enriquecedor. Depois, outra questão bastante importante foi o facto e a circunstância de que foi quase que o meu primeiro trabalho e isso marca as pessoas. Ainda por cima fui trabalhar para uma terra que é muito querida, porque grande parte da minha família é de Castro Marim… Foi um conjunto de sensações. E foi na altura em que decorreu o primeiro mandato do Dr. José Estevens que veio cheio de ideias novas. Com os Dias Medievais, com animação cultural, com ideias muito interessantes na área do Desenvolvimento. Que projetos se recorda com satisfação do tempo enquanto era secretário-executivo na Odiana? São vários. Os roteiros pedestres que surgiram há 16 anos resultaram do facto de eu, o Jean Didier, o Jack e o Matias irmos num jipe percorrer o território e apontar os percursos que hoje vemos nos mapas. Foi importante a preparação e aprovação do Projeto de Luta Contra a Pobreza que foi feito na Odiana, fizemos também o planeamento de um loteamento para a câmara de Castro Marim. Devo dizer que elaborámos o Plano Estratégico do Baixo Guadiana que passados 16 anos uma parte dele está absolutamente atual. Quase tudo ficou por fazer e continua a ser importante fazer.
que isso pudesse reverter para a Odiana. O que estamos a fazer é explorar cada uma desta pistas e temos que apresentar à direção, e depois à assembleia geral, um conjunto de propostas concretas. Os fundos comunitários continuam a ser, igualmente, uma parte determinante para o funcionamento da associação? Os fundos comunitários têm sido a razão de viver da associação. Têm de continuar a ser uma parte determinante do seu funcionamento. Agora, a Odiana não pode é ser um gabinete burocrata que apenas faz ordens de pagamentos e gere faturas, trata de faturas dos programas dos fundos comunitários. A Odiana tem de passar ao ataque e criar uma agenda própria da sua existência. Tem que criar atividades, tem que ir à procura da sua razão de ser no território. Tem que ser um referencial para o tecido económico e social do Baixo Guadiana. Como uma entidade que faz a promoção, a divulgação, a dinamização da economia do Baixo Guadiana. Esse é o grande objetivo da associação Odiana. E é com base nesse grande objetivo que nós temos que refletir o que tem sido a Odiana e quais são as pistas para o futuro. Não é nenhuma crítica, pelo contrário. Cada coisa tem o seu tempo. Hoje é o tempo de olharmos para a frente; fazermos uma análise do passado, refletirmos o presente e olhar para o futuro.
São, portanto, várias as áreas fundamentais para o território em que a Odiana pode intervir… Sem dúvida. Para além das que já referi, temos também a área social em que todos sabemos que Vila Real de Santo António tem um conjunto de políticas sociais que, não querendo ser demasiado imodesto, considero que têm um reconhecimento de todos. E eu não me importo de ceder algumas dessas competências para fazermos aqui um projeto intermunicipal. Bem como será interessante fazer o mesmo com projetos que são exemplos nos municípios de Castro Marim e Alcoutim.Podemos sediar essa partilha de experiências na associação Odiana. Fica mais barato para nós e acho que as pessoas têm mais a ganhar no seu todo, no seu conjunto. A Odiana deve ser vista como aquela velha fórmula e frase «agir local, mas pensar global». No turismo, por exemplo, não faz sentido haver uma estratégia de promoção diferenciada das
praias quando pertencem todas à mesma baía. Temos que ganhar uniformidade e uma mesma linguagem para coisas que apesar de administrativamente serem diferenciadas fazem parte do mesmo território. Considera possível a
“ Temos que ganhar
Eu vejo isso ao contrário… Secalhar hoje as empresas municipais existem porque a associação Odiana no seu tempo devido não ocupou determinado espaço. Mas continua a haver espaço para a associação? Claro que sim. Eu já citei aqui um conjunto de exemplos de iniciativas que ninguém faz. E que as câmaras municipais têm dificuldades em fazer. E mais, a associação Odiana pode ser a solução para a manutenção de algumas políticas municipais que hoje existem, mas com uma sustentabilidade muito duvidosa… Por exemplo... Políticas sociais. Secalhar os municípios vão ter que fazer um conjunto de cortes porque o dinheiro não chega para tudo, mas se juntarmos todos num só espaço, não criando custos, mas criando escala, podemos ter um conjunto de resposta que hoje podem ser postas em causa por questões financeiras, mas que terão maior equilíbrio sediando a três na Odiana.
uniformidade e uma mesma linguagem para coisas que
(...) fazem parte do mesmo território ” Odiana coordenar um projecto de caráter intermunicipal, numa ótica de serviços partilhados? Eu acho que essa é uma reflexão que se tem de fazer dentro da associação Odiana, mas essa pode ser uma pista para o futuro. A criação de empresas municipais neste território não veio, em certa medida, esvaziar o papel interventivo desta associação?
Que papel pode ter a Odiana no combate às assimetrias do território? A maior forma de atenuar as assimetrias é promover a empregabilidade, oportunidades de investimento, criando riqueza e a Odiana tem que, decididamente, olhar para este território como um todo e tem que dar respostas a isso. Considera que a nova visão que tem para a Odiana é partilhada pelos restantes membros da direção? Não faz sentido eu estar aqui a extrapolar sobre uma tomada de posição de meus colegas de direção antes de ser apresentado um dossier com as propostas concretas. Primeiro há que preparar bem esse dossier e discuti-lo na hora certa. A proximidade com Espanha tem sido devidamente aproveitada? Como encara o binómio concorrência/ aliança que caracterizam esta realidade geográfica, bem como as relações económicas estabelecidas? Nós vivemos numa fronteira aberta e, portanto, a associação Odiana tem que estar aberta a parcerias além fronteiras. Agora eu acho que hoje o desafio é de reorganização e de encontrar uma estratégia de desenvolvimento do território. E nessa componente estratégica claro que as relações fronteiriças devem estar presentes.
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PU BLICIDA DE
ISAURA REVÉS DEODATO NOTÁRIA Cartório Notarial sito na Alameda Roentgen, n.º 8, lisboa ___Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que neste cartório e no livro de notas para escrituras diversas nº 75 A, de folhas 83 a folhas 85, se encontra exarada uma escritura de justificação notarial, com data de hoje, na qual ANTÓNIO MANUEL GOMES PEREIRA, solteiro, maior, natural da freguesia de S. Sebastião da Pedreira, concelho de Lisboa, residente na Rua João Luís de Moura, n.º 10, 1º, Porto Salvo, Oeiras, e ANTÓNIO JOAQUIM PEREIRA, natural da freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, casado sob o regime da comunhão de adquiridos com Maria Aurélia Martins Ferreira Jacob Pereira, residente na Rua Cabo das Tormentas, n.º 3, Azeitão, Setúbal, declaram que, com exclusão de outrem, lhes pertence um prédio urbano, em propriedade total, sem andares ou divisões susceptíveis de utilização independente, destinado a habitação, sito no lugar de Santa Justa, freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, com área de sessenta e três metros quadrados, a confrontar a norte com herdeiros de José Margarida, sul com José Miguel Júnior, nascente e poente com via pública. _________________________________________ _______Que o prédio está inscrito na matriz predial urbana da referida freguesia sob o artigo 921, em nome de cabeça-de-casal da herança de Joaquim Pereira, NIF de Herança 702 066 044, e está omisso na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim. __Que o prédio já era propriedade do referido Joaquim Pereira, falecido em Martim Longo, Alcoutim, em quinze de Janeiro de mil novecentos e cinquenta, no estado de viúvo de Mariana Guilhermina.____Que, pouco depois da morte deste, e em data que não podem precisar, mas seguramente na década de cinquenta, uma das filhas de Joaquim Pereira, Maria Guilhermina Pereira, adquiriu por partilha verbal e amigável com seus irmãos o referido prédio. ________________ ________________________ ___Maria Guilhermina Pereira, casou em comunhão geral com João Pereira e são hoje ambos falecidos, respectivamente, em vinte de Novembro de mil novecentos e noventa e oito e em vinte e oito de Maio de dois mil e dois. _____________________________ ____Que, nos termos das escrituras de Habilitação de Herdeiros, uma outorgada perante a notária Lucinda do Rosário Bernardo Martins Gravata e outra outorgada perante mim, são eles, justificantes, os ÚNICOS HERDEIROS de João Pereira e sua mulher Maria Guilhermina Pereira, e de Rogério Claudino Pereira, um dos dois filhos deste casal, também já falecido. ________________________________ _____________________ ___Que, apesar dos ora justificantes não terem qualquer título formal que legitime o domínio do prédio, desde a referida década de cinquenta, portanto, seguramente, há mais de cinquenta e quatro anos, que os mesmos e os seus descendentes Joaquim Pereira, João Pereira e Maria Guilhermina Pereira têm detido a posse do referido prédio, sem contestação de quem quer que fosse, posse essa que, no decurso de todo este período de tempo, sempre foi exercida em seu nome, com a consciência de nunca estarem a prejudicar direitos alheios, à vista e com o conhecimento de toda a gente e sem a menor interrupção ou oposição de quem quer que fosse, agindo sempre como proprietários, sem nunca serem importunados ou ocultarem esta sua posição, usufruindo directamente do prédio, considerando-o integralmente como coisa sua, assim o conservando e beneficiando, pagando as respectivas taxas e encargos legais. ___Que, dadas as enunciadas características de tal posse, adquiriram o referido prédio por usucapião, sendo certo que se encontram impossibilitados de comprovar o referido direito de propriedade pelos meios extrajudiciais normais. ______________________ Está Conforme o original, como se narra. ________________________________ Lisboa, 20 de Fevereiro de 2014. _______________________________________ A Notária (Isaura Revés Deodato) Conta Registada sob o n.º 143 e 145 Foi emitido recibo Jornal do Baixo Guadiana - 1 de Março de 2014
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D ESEN VO LVIMEN TO Depois de fecho de cursos em VRSA
NO ALGARVE
PCP questiona Ministério da Economia sobre o futuro da Escola de Hotelaria de VRSA Recentemente, uma delegação do PCP visitou a Escola de Hotelaria e Turismo (EHT) de Vila Real de Santo António e na sequência desta visita lançou questões ao Governo. O Grupo Parlamentar do PCP questionou o Ministério da Economia sobre os motivos que levaram a que a Escola de Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António não tivesse sido autorizada, no ano letivo de 2013/2014, a admitir novos alunos no 1.º ano dos seus cursos e se esta decisão significa que o Governo tenciona encerrar, a prazo, esta Escola de Hotelaria e Turismo.
Escola com 50 alunos A EHT foi criada em 2006, contando atualmente com cerca de 50 alunos, a maioria dos quais do sotavento algarvio. A estes alunos são
No ano letivo de 2013/2014, a Escola de Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António não teve autorização para admitir novos alunos no 1.º ano ministrados cursos de nível IV com duração de 3 anos (equivalentes ao 10.º, 11.º e 12.º anos), sendo a sua taxa de empregabilidade de cerca de 80% (num passado recente, cerca
Associação Empresarial Turística do Baixo Guadiana arranca em Março com Jantares/Palestra A Associação Empresarial Turística do Baixo Guadiana – Uádi Ana, está a organizar um Jantar de Empresários com o intuito de aproximar os empresários da Região do Baixo Guadiana e de Espanha. Para a Uádi Ana é muito importante que os empresários se conheçam, troquem experiências e vislumbrem novas oportunidades de negócio. A presidente da Associação, Maria Luísa Francisco, refere que estes jantares pretendem ser um momento de intercâmbio empresarial, de partilha e debate. Salienta ainda que os jantares da Associação Empresarial terão sempre um empresário convidado como orador com um tema pré-definido, pelo que fez questão de convidar para o primeiro jantar o empresário José António Silva e Sousa. O convidado é Empresário, Advogado, Presidente do Conselho
de Administração da Fundação LusoEspanhola e Comendador da Ordem do Mérito Civil de Espanha. Exerce advocacia em Portugal e Espanha. O tema da sua intervenção será “Inovação e oportunidades no espaço ibérico” onde se poderá conhecer a experiência ibérica do convidado e alargar o debate. O primeiro jantar será a 20 de Março pelas 20h em Castro Marim (Castro Marim Golfe & Country Club). Os jantares seguintes vão decorrer sempre num dos quatro municípios que integram esta Associação: Alcoutim, Castro Marim, Vila Real de Santo António e Mértola. Mais informações em www.uadiana.com ou em www.facebook.com/ uadiana.baixoguadiana. Para inscrições poderá ser utilizado o e-mail geral@uadiana.com ou o 914908840
Maria Luísa Francisco, presidente da Associação Empresarial Turística do Baixo Guadiana
de 90%). O seu corpo docente é constituído por 10 professores (todos externos) e por um formador requisitado ao Ministério da Educação e Ciência.
É financiada em cerca de 40% pelo Turismo de Portugal e nos restantes 60% através de receitas próprias (essencialmente, as propinas pagas pelos alunos).
Ministro Poiares Maduro afiança que próximo Quadro Comunitário será mais descentralizador Foi numa reunião do Conselho Regional do Algarve, realizada a 17 de fevereiro, que o ministro do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, disse que o próximo Quadro Comunitário de Apoio se enquadra numa política mais ampla do governo de “ aprofundar a descentralização”. Será o quadro comunitário de apoio “mais descentralizado de sempre”, afirmou o governante, explicando que “esse esforço de descentralização está visível no reforço dos programas operacionais regionais, incluindo do Algarve”. Esta região tem “um reforço nas suas verbas de 82%” no próximo quadro comunitário, sublinhou o ministro, depois de ter participado, com o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Castro Almeida, numa reunião do Conselho Regional do Algarve, no auditório da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, em Faro. O encontro serviu para explicar as linhas orientadoras do quadro comunitário de apoio para o período 2014/2020, tendo a CCDR/Algarve apresentado o ponto de situação da execução do Programa Operacional do Algarve (PO Algarve 21) que agora encerra (2007/2013). “No próximo quadro, temos de fazer melhor o que fazemos bem, em parti-
Ministro falou em reforço de verbas de 82% no Algarve cular na atividade turística, e fazer do «velho» novo, com enfoque na valorização dos recursos endógenos e na captura regional do valor acrescentado, preferencialmente com introdução do conhecimento qualificado”, sublinhou o presidente da CCDR/Algarve, David Santos. Na mesma a reunião, foi eleito para presidente do Conselho Regional do Algarve o autarca Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé e membro da AMAL. Este Conselho Regional do Algarve é um órgão consultivo, constituído por 16 presidentes de câmara do Algarve, por cerca de duas dezenas de organizações sociais, económicas, ambientais e científicas e por representantes dos serviços regionais de vários ministérios.
CERTIFICAÇÃO PARA O MEXILHÃO - A Companhia de Pescarias do Algarve quer ver a produção de mexilhão do Atlântico distinguida, pela primeira vez, com a certificação internacional para pesca ambientalmente sustentável da organização sem fins lucrativos Marine Stewardship Council (MSC), anunciou a administração da empresa. Fonte da MSC adiantou à agência Lusa que o processo de certificação “demora em norma 12 meses” e que o selo azul atribuído e impresso nos rótulos permite aos consumidores “identificarem os produtos ambientalmente sustentáveis”, segundo normas verificadas por “uma terceira parte independente”. A Companhia das Pescarias do Algarve é a empresa do setor mais antiga de Portugal e detém os direitos de exploração de zonas do ‘off-shore’ de aquacultura da Armona, no Algarve, com 90% da sua produção a ser mexilhão do Atlântico destinado aos mercados português, espanhol e francês. ATA NO CANADÁ - A ATA iniciou pelo Canada a sua participação em diversos workshops. Marcou a presença do Algarve no roadshow “Transat Europe Caravane 2014”. Promovido pela Airtransat e Transat Holidays, este roadshow revelou excelentes oportunidades de promoção do destino junto dos agentes deste operador no mercado Canadiano. Com a duração de cinco dias, reuniu cerca de 1300 participantes canadianos e foi composto por oito workshops em sete cidades: Quebéc, Trois Riviere, Laval, Montreal, La Prairie, Toronto, Liberty Grand e Ajax. QUOTAS ALGARVIAS DE ATUM DESENCORAJAM AÇORIANOS - A Federação das Associações de Pesca dos Açores diz que o atum rabilho não tem grande interesse comercial para a Região. É o comentário dos representantes dos pescadores à notícia de que a Comissão de Pescas do parlamento Europeu propõe a flexibilização do calendário de captura desta espécie. Dizem os pescadores que, quando este atum passa nos Açores, habitualmente a quota nacional já foi esgotada pelos pescadores do Algarve. As espécies comercialmente importantes para os pescadores de atum dos Açores são o patudo e o bonito.
José Cruz
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DESENVOLVI ME N TO Por Grupo de Trabalho especializado
Infraestruturas Prioritárias do Algarve em Discussão na CCDR Algarve «Perto
da
Europa» Eleições Europeias Portugal: 25 de Maio As Eleições Europeias realizam-se a 25 de Maio. A campanha de informação do parlamento Europeu está em marcha em todos os Estados Membro. No Algarve realizam-se seis Sessões-Debate destinadas a diversos públicos. Mais informações estão disponíveis em: Praça da Liberdade, 2 8000-164 Faro Portugal Tel.: +351 289 895 272 Fax: +351 289 895 299 E-mail: europedirect@ccdralg.pt Site: http://ccdr-alg.pt/ europedirect QUEM PODE VOTAR? Cidadãos portugueses e cidadãos europeus a residir em Portugal, a partir dos 18 anos COMO SE PODE RECENSEAR? A inscrição no Recenseamento Eleitoral torna-se definitiva automaticamente quando atingir os 18 anos COMO SABER O SEU NÚMERO DE ELEITOR? www.recenseamento.mai. gov.pt ou enviar um SMS para 3838, escrevendo a mensagem RE <espaço> nº de Identificação civil sem check <espaço> data de nascimento AAAAMMDD. Ex.: RE 12344880 19891007 ONDE PODE VOTAR? Informe-se na sua Junta de Freguesia DO QUE PRECISA PARA VOTAR, NO DIA 25 DE MAIO? O seu nº de eleitor e identificar-se com o seu Bilhete de Identidade ou Cartão de Cidadão
Centro de Informação Europe Direct do Algarve Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve
Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Faro tel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 279 europedirect@ccdr-alg.pt
www.ccdr-alg.pt/europedirect
Foi constituído um grupo de trabalho em Agosto de 2013 especializado para debater quais as infraestruturas de valor acrescentado prioritárias para o Algarve. São vários os setores em foco no desenvolvimento regional. O Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Alto Valor Acrescentado (GT IEVA) está a promover um conjunto de sessões de discussão pública do plano de infraestruturas consideradas prioritárias para o desenvolvimento económico e social do País. Neste contexto, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRAlg) organizou uma sessão pública a 28 de fevereiro, pelas 10h00, no seu Auditório em Faro. Nomeado em agosto de 2013 pelo Governo, o grupo de trabalho IEVA é composto por 19 entidades e liderado pelo presidente da Associação Empresarial de Portugal, José Eduardo Carvalho, e teve como objetivo o estudo das prioridades nacionais, no que respeita às infra-estruturas,
Projetos passam bastante pelo setor marítimo-portuário para o período entre 2014 e 2020, com critérios específicos na definição de projectos prioritários, tais como, o enquadramento na política nacional de transportes, competitividade e eficiên-
cia, intermodalidade, financiamento e sustentabilidade financeira e nível de materialização da infra-estrutura. O relatório final, produzido após três meses e meio de estudo, revelou um
total de 89 projectos com um custo de quase 13.500 milhões de euros. A lista acabou por ficar reduzida a 30 projectos, com destaque para os que se enquadram no sector marítimoportuário. As 30 infra-estruturas consideradas prioritárias implicam verbas públicas, comunitárias e privadas, cerca de 5085,7 milhões de euros, sendo 25% dos custos suportados pelos cofres públicos. Nesta lista de prioridades a maioria é de infra-estruturas marítimo-portuárias. A região do Algarve encontra-se em 20º lugar com Melhoria do acesso marítimo e instalações nos portos de Portimão e Faro (Investimento: 55 milhões de euros); e em 26º com a Modernização e electrificação da Linha do Algarve (Investimento: 55 milhões de euros).
José Cruz
Avanço na exploração espacial Motores a plasma já funcionam Numa empresa russa de engenhos automáticos estão a ser realizados, pela primeira vez no mundo, testes em condições industriais de um motor eletro-reativo, radicalmente novo e magneto-plasmadinâmico. O modelo desse motor já passou por testes em laboratório. Especialistas russos conseguiram criar uma estrutura muito simples, mas eficiente. Trata-se de um cilindro, em que foi colocado um carretel magnético de configuração complexa. Dentro deste cilindro encontra-se o elemento que se chama ânodo, no qual passa a tensão positiva da corrente permanente. Do outro lado, o cátodo no qual passa a tensão negativa. O plasma forma-se no campo magnético. Em estruruta o motor é muito simples, mas os processos físicos nele gerados são muito complexos. É emitido gás da parte do cátodo que sai do lado do ânodo para o meio ambiente. Este gás é ionisado, isto é, criam-se partículas positivas e negativas, íons e elétrons. O movimento delas nesses campos é muito complexo. Sendo que se pode criar tal condição em que elas aceleram. Eis, em resumo, o motor mono escalonado.” Outros países estão também a construir motores magnetoplasma-dinâmicos semelhantes,
icomo os EUA e Alemanha, mas ainda não conseguiram dominar a torrente de plasma. Já os especialistas russos criaram tal estrutura eletromagnética, em que tensões iguais na corrente elétrica podem mudar a configuração do campo magnético e desse modo influir sobre os processos de formação e aceleração do plasma. Uma nave cósmica, equipada com esse motor poderá acelerar e travar sem mudar o regime de trabalho do propulsor e o jato de plasma desviado ajuda-a a manobrar no espaço. Os primeiros lançamentos industriais mostraram resultados análogos aos de laboratório. No fundo, acaba de ser criado o motor para viagens cósmicas de longa duração. Resta experimentá-lo e selecionar os cosmonautas para um voo pilotado a Marte. Por outro lado, está previsto que ainda este ano, o motor a plasma «Fakel» - que funciona com um gás, o xénon, carregado electricamente - entre em serviço, assegurando a propulsão do satélite de comunicações «Rouslan-MM». A «Fakel» assegura que a experiência revelou que os motores a plasma são mais eficazes que os motores tradicionais que utilizam carburante. É um modo de propulsão, qualificado de eléctrico, que representa um ganho de peso significativo na
Mais depressa que aquilo que se pensava será possível ter um selfie como este de Mike Hopkins, mas com o planeta Marte em fundo. ordem das várias centenas de quilogramas, o que permite aumentar o rendimento dos foguetões que transportam os satélites para o espaço. Deste modo, a «Fakel» vai fornecer, através da sua associação com a empresa aeronáutica e espacial francesa «Snecma Moteurs», motores a plasma para a nova versão da plataforma para satélites de grande potência do grupo aeroespacial «Astrium», a «Eurostar 3000». Certo é que a tecnologia dos motores a plasma está em pleno desenvolvimento, apesar dos constantes limites à sua aplicação, devido à correcção da órbita dos satélites. De qualquer modo, os especialistas do sector, nomea-
damente na NASA, trabalham na aplicação desta tecnologia às naves espaciais para viagens interplanetárias. Segundo fontes da NASA, a propulsão avançada a plasma pode revolucionar a exploração humana do sistema solar. Assim, o Centro de Investigação de Propulsão Marshall da NASA está a investigar as aplicações do plasma a foguetões de alta energia e velocidade que poderiam conduzir a viagens interplanetárias mais rápidas. A agência espacial norte-americana refere ainda que os ganhos em massa e tempo de viagem podem resultar numa redução dramática do custo por quilómetro e por quilograma das viagens espaciais.
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C ULTUR A
Morreu o prodigioso Paco de Lucia
LIVROS por Carlos Brito
Foi a 26 de Fevereiro que a notícia da morte de Paco de Lucia despertou o mundo. O prodigioso guitarrista de flamenco era amado pelo seu talento que transcendeu fronteiras. Castro Marim perdeu um neto, pois sua mãe era castromarinense. A 20 de Agosto de 2006 Paco de Lucia, nome responsáveis pela popularização do flamenco, artístico de Francisco Sánchez Gomes, atuou arte que levou aos quatro cantos do planeta. em Castro Marim. Foi uma noite memorável, como recordou na altura o jornalista do JBG Aos 12 anos sobe ao palco José Cruz. Cinco mil pessoas aplaudiram em ovação a atuação de um artista que se mostrou ímpar na sua arte. Com o seu desaparecimento a terra medieval viveu a morte de um neto, uma vez que este guitarrista, produtor e compositor era filho da castromarinense Lúcia Gomes, da localidade de Monte Francisco. Considerado por muitos um “mestre absoluto do flamenco”, como até se lê na revista municipal de Castro Marim em 2006, fez uma carreira admirada por milhões em todo o mundo. Em 2004 foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias, O guitarrista de flamenco era amado pelo mundo inteiro como “um músico que transcendeu fronteiras e estilos”. Foi considerado um revolucionário da guitarra e um dos principais Paco De Lúcia (Paco é diminutivo de Francisco
e Lúcia era o nome da mãe). De uma família de músicos - tem dois irmãos guitarristas e um outro cantor - colaborou ao longo da carreira com dezenas de músicos, incluindo guitarristas como Al DiMeola, John McLaughlin ou o pianista Chick Corea. Subiu pela primeira vez a um palco com apenas 12 anos - na altura chamava-se apenas Francisco Sánchez Gómez -, mas desde antes que já ambicionava seguir os passos do pai, também guitarrista, e dedicar-se plenamente ao flamengo. Misturou o flamenco com jazz, blues, country, salsa, bossa nova e até música hindú e música árabe, inspirando mestres de vários estilos. Além de ser galoardo, em 2004, com o Prémio Príncipe das Astúrias - considerado o Nobel espanhol - recebeu, no mesmo ano, um Grammy pelo melhor albúm de flamenco, o Prémio Nacional de Guitarra de Arte Flamenco, a Medalha de Ouro Mérito das Belas Artes 1992, o Prémio Pastora e o Prémio da Música 2002.
João Caldeira Romão apresentou 112.º Aniversário «O Valor das Coisas» na Biblioteca de Manuel Cabanas Municipal de Castro Marim assinalado pela Liga que perpetua memória do Mestre A Liga dos Amigos da Galeria Manuel Cabanas assinalou a 15 de fevereiro, o 112º aniversário do nascimento do Mestre Manuel Cabanas, com uma cerimónia de homenagem. As comemorações iniciaram-se com uma romagem à campa do Mestre, no cemitério de Cacela Velha, seguindo-se uma sessão solene no Arquivo Histórico Municipal de Vila Real de Santo António. Uma iniciativa que contou com a intervenção musical de Fernando Pessanha acompanhada pela declamação de poesia de João Carlos Pereira. A sala cheia do arquivo histórico ouviu a palestra proferida pelo professor Vilhena Mesquita, subordinada ao tema «Manuel Cabanas – uma figura ímpar na arte e na cultura algarvia». O professor enalteceu “a figura humanista e democrata acima de qualquer cor política ou religião”. Num discurso entusiasta Vilhena de Mesquita não poupou críticas à “falta de valores dos políticos e decisores dos dias de hoje” e elevou a memória de um “mestre e pedagogo”, lembrando “que se tornou num caso ímpar já que naquele tempo foi reconhecido como artista, apesar de não ter formação superior de belas artes e ser um humilde ferroviário”. Tanto João Caldeira Romão, presidente da Liga, bem como Conceição Cabrita, vereadora com o pelouro da cultura da câmara municipal de Vila Real de Santo António, elogiaram a adesão do público presente na cerimónia e mão pouparam palavras para lembrar “ilustre vilarealense Manuel Cabanas”.
A cidadania ativa é marca impressiva deste professor (ao centro). A 21 de fevereiro foi a vez da Biblioteca Municipal de Castro Marim receber a apresentação do livro «O Valor das Coisas», da autoria de João Caldeira Romão. Trata-se de um conjunto de crónicas escritas pelo autor, nas duas últimas décadas, no Jornal do Algarve. Nas crónicas agora publicadas, João Caldeira Romão convoca para uma reflexão cuidada e atenta acerca de temas transversais à sociedade portuguesa, que vão desde a vida social, cultural, passando pela economia até à política. A cidadania ativa é a marca impressiva dos seus textos, como bem espelham crónicas como: “O valor da ética”, “Narcisismo e liderança”, “Em busca da disciplina perdida” ou “Os adeptos de Maquiavel”. A apresentação do livro «O valor das Coisas», no auditório da Biblioteca Municipal, esteve a cargo do espanhol José Luís Rua, um professor de educação física, que tem uma forte intervenção social e cultural no Ayuntamento de Ayamonte, sendo um grande amigo do autor.
Mito Algarvio comemorou o 2º aniversário em Castro Marim A 2 de Fevereiro a Mito Algarvio – Associação de Acordeonistas do Algarve – assinalou o seu 2º aniversário, no salão de festas da Quinta do Sobral, em Castro Marim. Durante mais de seis horas, muitos foram os campeões nacionais e internacionais de acordeão, que de modo brilhante e afetivo tocaram belas peças musicais na festa de aniversário da Mito Algarvio, dos quais se destacam Sérgio Conceição, Miguel Pereira, Francisco Conceição, Nelson Conceição, Fábio Guerreiro, João Frade, Ida Maria, Tino Costa e o Trio St Petersburg da Rússia. A delegada regional de cultura do Algarve, Alexandra Gonçalves, esteve presente nesta tarde de festa.
ANOS DE ABRIL Coordenação de Pedro Lauret São felizmente numerosas as iniciativas editoriais que estão a assinalar os 40 anos do 25 de Abril. Uma delas, em que participo, intitula-se OS ANOS DE ABRIL e envolve a colaboração de cerca de quatro dezenas de autores, com a coordenação de Pedro Lauret. Compreende a publicação de 8 volumes, de cerca de 130 páginas, profusamente ilustradas. Os volumes saem semanalmente, às Quinta Feiras, com a edição do «Correio da Manhã». Ao fazer a apresentação da obra, o coordenador esclarece: «Os leitores terão acesso a uma melhor, mais ampla, mais experiente e mais plural versão dos factos, indispensável para a compreensão do complexo e importante período que se inicia com o marcelismo e se estende até às eleições para a Assembleia da República em 25 de Abril de 1976, atingindo o seu ponto marcante no dia da Revolução.» O título dos volumes mostra, em concreto, como é feita esta abordagem: Volume 1, O Fim do Marcelismo; 2, O Movimento dos Capitães; 3, A Conspiração do MFA; 4, Blindados no Terreiro do Paço; 5, O Cerco a Marcelo Caetano; 6, O Primeiro Ano em Liberdade; 7, O Verão Quente de 1975; 8, Os Dramas da Descolonização. No momento em que escrevo esta nota, estão publicados os dois primeiros volumes. O volume 1, O Fim do Marcelismo, inclui textos de, por ordem de entrada, Fernando Rosas, João Bosco Mota Amaral, José Manuel Tengarrinha, Marta Benamor Duarte, César de Oliveira, Aniceto Afonso e Carlos Matos Gomes, Pedro Lauret, João Madeira, Carlos Brito. É um levantamento que combina textos de análises globais, como falhanço da transição tentada por Marcelo Caetano ou a Guerra Colonial desde os seus antecedentes até ao 25 de Abril, com a abordagem de temas mais específicos como a «Ala Liberal», a unidade na Resistência Antifascista, o Movimento Estudantil, a Vigília da Capela do Rato, as Greves e a sua propagação, o III Congresso da Oposição Democrática, a Campanha Política de Outubro de 1973, os Massacres de Wiriyamu. O Volume 2, O Movimento dos Capitães, inclui textos de, também por ordem de entrada, Maria Inácia Rezola, Pedro Pezarat Correia, Pedro Lauret, Otelo Saraiva de Carvalho, Diniz de Almeida, Vasco Lourenço. Neste volume, o Movimento dos Capitães é analisado na sua génese, desenvolvimento e nas suas características sociais, políticas e profissionais. É dado relevo ao papel que os capitães ocupavam na guerra colonial e à influência que esta circunstância exercia sobre o seu carácter. Múltiplos testemunhos assinalam as diferentes fases da conspiração e a marcha do movimento nas colónias. A amostra destes dois primeiros volumes não deixa dúvidas que o conjunto da obra representará uma das mais completas e profundas abordagens da história dos Anos de Abril.
* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico
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CULTURA E AGEN DA
Banda Insight aposta no rock O rock é rei nas atuações desta banda pombalina. São cinco elementos amantes daquele género musical e que apostaram forte na sua divulgação. Cláudia Gaspar explicou ao JBG que fez um ano a 16 de Fevereiro que a banda «Insight» se constitui. Fizeram-no por uma paixão comum: o rock. São uma banda de versões, mas em dezembro compuseram um primeiro tema. “Foi o jingle para o Mundialito Color e Mundialito Color Bike”, recorda Cláudia, a vocalista do grupo e sua porta-voz. O grupo é heterogéneo nas idades dos seus membros, que têm uma vida ocupada profissionalmente e ainda há quem esteja a frequentar a universidade. “Vai sendo possível conciliar agendas”, garante a cantora que com um brilhozinho nos olhos demonstra muita vontade em partilhar este projeto com Sílvia Cardos (voz e guitarra), Manuel Valério (baixo), Pedro Pereira (bateria) e Nuno Correia (guitarra). Quanto a espetáculos a agenda vai-se preenchendo. “Aos poucos vamos tendo as nossas atuações e graças a esses espetáculos vamos dando a conhecer a nossa banda”. Em jeito de agradecimento à Cruz Vermelha Portuguesa de VRSA Cláudia Gaspar lembra que “sem a cedência de um armazém para os ensaios não seria nada fácil dar seguimento a este nosso projeto”. A banda tem, como não podia deixar de ser, uma página de facebook: https://www.facebook.com/Insight.CoversBand e no youtube é possível ver e ouvir algumas das suas atuações.
Banda Insight é autora do jingle promocional da iniciativa «Mundialito Cor e Mundialito Color Bike» em Dezembro
AGENDA Alcoutim Feira do Pão Quente e Queijo Fresco https://www.facebook.com/ events/1464795777076396/ 30 de março Mercado do Pereiro Local: Largo da Feira – Pereiro Hora: 09h00 01 de março Baile de Carnaval Local: Alcoutim Hora: 22h00 05 de março Enterro do Entrudo Local: Alcoutim Hora: a definir 08 de março 5º Aniversário | Associação Grito d’Alegria Local: Sede da Associação Grito d’Alegria (Giões) Hora: 15h00 21 de março Workshop Empreendedorismo Local: Alcoutim (Castelo da Vila) Hora: 10h30 22 de março Encontro de Poetas Populares Local: Balurcos (Sede da Associação de Solidariedade Social, Cultura, Desporto e Arte dos Balurcos) Hora: 14h30 28 de março Palavra Sexta à Noite Apresentação da Revista “Promontoria Monográfica, série História do Algarve – Contributos para a História da Saúde no Algarve” Local: Casa dos Condes (Biblioteca Municipal de Alcoutim) Hora: 21h30
29 de março Torneio de Xito Local: Farelos Hora: 14h30 28 de março Feira Solidária Local: Alcoutim Hora: a definir De 25 de fevereiro a 26 de março Exposição de Cerâmica: “Montes de Flores”, de Isabel Ferreira Local: Casa dos Condes (Biblioteca Municipal de Alcoutim) Hora: de segunda a sexta-feira, entre as 09h00 e as 17h30 29 de março XVI TTrilhos Inter-Vivos Local: Martim Longo Hora: 08h00 08 de março Dia da Mulher | Marcha Passeio e Lanche Local: Alcoutim (concentração junto ao Centro Náutico) Hora: 09h30 09 de março Marcha Corrida Local: Vaqueiros Hora: 10h00 22 de março Passeio da Papoila Local: Pereiro Hora: 09h00
Castro Marim Carnaval em Altura Data: 1 e 2 Março Hora: 15h00 Local: Altura Org: Junta de Freguesia de Altura Workshop – Empreendedorismo
Cria a Tua Empresa Biblioteca Municipal de Castro Marim Dia 6 de março 10.00h 7 de março 18h00 – Biblioteca Municipal Apresentação do livro “Marés Travessas”, de José Estevão Cruz 8 de março – I Encontro juvenil Eurocidade do Guadiana Odeleite Dia da Mulher em Castro Marim Data: 8 de março (tarde) Local: Biblioteca Municipal de Castro Marim Baile de Carnaval no Rio Seco Datas: 1 e 3 de Março (noite) Local: Rio Seco Debate “Reserva Natural do Sapal e Castro Marim no Contexto Atual” Data: 15 de Março Hora: 16h00 Local: Biblioteca Municipal de Castro Marim 16 de março Yoga Sámkhya – visita guiada ao forte S. Sebastião, Castelo e Revelim de Santo António 10h30 – passeio familiar com saída do Revelim 11h30 – aula gratuita para todas as idades Exposição sobre Rafael Bordalo Pinheiro Data: De 18 de março a 18 de abril Local: Biblioteca Municipal de Castro Marim Palestra sobre a Diabetes e Rastreio Data: 19 março
POR CÁ ACONTECE Hora: 20h00 (rastreio) 21h00 (palestra) Local: Biblioteca Municipal de Castro Marim Comemorações do Dia Mundial da POESIA - Eurocidade do Guadiana Declamação de Poesia pelos “Poetas do Guadiana” 20 de março – 21h00 – Biblioteca Municipal de Castro Marim 21 de março – 18h00 – Casa Grande de Ayamonte 22 de março – 16h00 – Biblioteca Municipal de VRSA Encontro de Bébes na Piscina Municipal Data: 22 março Hora: 10h00 Local: Piscina Municipal de Castro Marim Baile da Pinha Data: 22 de março Hora: 21h00 Local: Monte Francisco Eurocidade do Guadiana Encontro de Hidroginástica Data: 22 março Hora: 16h00 Local: Piscina Municipal de Castro Marim
VRSA Ciclo - «Quem foi quem na obra de Cabanas?» até 31 de março Hora: 9h00 > 13h00 | 14h00 > 16h30 Local: Arquivo Histórico Municipal VRSA Colóquio: «O papel da Mulher no contexto atual» Data: 7 março Hora: 18h00
Local: Arquivo Municipal de Vila Real de Santo António| VRSA Exposição coletiva de pintura “Cuatro miradas” Data: 7 a 29 março Horário: segunda a sexta - 9h15 > 19h45 sábado - 14h00 > 19h45 Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas | VRSA «Cosmos» Exposição de escultura em terracota de Sara Navarro Data: até 31 março Hora: 9h00 > 13h00 | 14h00 > 18h00 Local: CIIPC - Antiga Escola Primária de Santa Rita Torneio Internacional do Algarve Sub-16 Masculinos e femininos Data: 21 de fevereiro > 1 de março Local: Complexo Desportivo | VRSA Entrada livre CARNAVAL 2014 1 março 22h00 > 2h00 | Baile | Trio Gerações 2 março 16h00 > 20h00 | Matiné e concurso infantil de máscaras | DJ Karussa 22h00 > 2h00 | Baile | Duo Reflexo 3 março 22h00 > 2h00 | Baile | Tânia e Teresa 8 de março 22h00 > 2h00 | Baile da Pinhata | Zé Aníbal | Final do concurso de máscaras | Especial Dia da Mulher > Monte Gordo | Zona Poente 1 março 22h00 > 1h00 | Baile | Silvino Campos 1h00 > 5h00 | Djs Karussa e Karussa Jr. 2 março 15h00 | Desfile de Carnaval nas ruas de Monte Gordo 22h00 > 1h00 | Baile | Vera Pereira 1h00 > 5h00 | Dj Niko da Silva | Dj The Kickerz | Dj Mike Simon 3 março 22h00 > 1h00 | Baile | Duo Reflexo
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Cacela foi concelho. Autor inspirou-se em Rosa Mendes num livro que faz viagem no tempo O livro decorre de uma monografia orientada pelo historiador já falecido Professor António Rosa Mendes. O seu autor, Pedro Bandarra, proporciona-nos uma viagem no tempo numa Cacela que hoje é freguesia, mas que já foi concelho. Aconteceu entre finais do século XVI e quarto quartel do Séc. XVIII. Jornal do Baixo Guadiana: Numa altura em que estamos a viver nova reforma administrativa o Pedro Bandarra lembra-nos que Cacela já foi concelho. Que factos históricos compõem o seu livro «O concelho de Cacela e a sua extinção»? Pedro Bandarra: Neste meu trabalho pode encontrar-se um pouco da história do antigo Concelho de Cacela entre os finais do Séc. XVI e o início do quarto quartel do Séc. XVIII, altura em que o Concelho foi extinto e unido ao recém criado Concelho de Vila Real de Santo António. Nele pretendi fazer uma análise dos vários documentos disponíveis sobre Cacela, com o objectivo de traçar um retrato desse território no período anterior ao fim da sua existência como Concelho autónomo, pois não é possível entender o porquê da sua extinção se não tivermos em consideração alguns antecedentes importantes. E claro, no final proponho uma hipótese que tenta dar resposta ao porquê da extinção do Concelho, Concelho que nessa altura já tinha 492 anos de existência. JBG: Porquê este tema? PB: Em primeiro lugar há a dizer que este trabalho constituiu a minha monografia de final de curso, monografia apresentada nos finais de 2009, e orientada pelo saudoso Professor Doutor António Rosa Mendes. Relativamente ao tema, sendo, tanto eu como o Professor Rosa Mendes naturais de Cacela foi-me por ele proposto tratar este assunto, proposta que rapidamente aceitei e que, posso dizer sem constrangimentos, muito prazer me deu a estudar e escrever sobre ele, muito provavelmente pelo normalmente dito “amor à terra”. JBG: Em que se baseou para
a sua elaboração? PB: Para elaborar este trabalho socorri-me do maior número de fontes escritas que pude, sendo que a mais antiga que utilizei foi a
formular a hipótese do porquê da extinção do Concelho. JBG: Qual a importância da história de Cacela que agora nos recorda no con-
Sobre Pedro Bandarra
Um livro de Pedro Bandarra que decorre em final de curso “Corografia do Reino do Algarve” de Frei João de São José, do ano de 1577, obra que nos transmite uma imagem de como era Cacela nessa altura. Para além de outros autores, tenho que focar os trabalhos do Professor Hugo Cavaco, que através das suas várias recolhas de documentos relativos a Cacela, fez com que fosse mais fácil o acesso a essa informação, informação que me foi extraordinariamente útil. E finalmente não posso deixar de falar do trabalho do Professor José Eduardo Horta Correia, “Vila Real de Santo António. Urbanismo e Poder na Política Pombalina”, onde num dos seus inúmeros anexos encontrei um documento que me possibilitou
texto da projeção do Baixo Guadiana? PB: O momento histórico, e aqui refiro-me às décadas de 60 e 70 do Séc. XVIII, foi uma altura de extrema importância para todo o Algarve pois, digamos que nessa altura a Coroa portuguesa vira para ele as suas atenções. Na segunda metade do Séc. XVIII o território algarvio, ao contrário de tempos passados, possuía uma economia decadente, é nesse momento que o Marquês de Pombal decide implementar aquilo que ficou conhecido como a “Restauração do Reino do Algarve”, restauração no sentido de reabilitar, pois o que se pretendia era a revitalização da economia regional, e
Pedro Miguel Bandarra, natural de Vila Nova de Cacela, licenciado em Património Cultural pela Universidade do Algarve e Pós-Graduado em História do Algarve pela mesma instituição, é investigador do Centro de Estudos de Património e História do Algarve (CEPHA). Para além deste livro (O Concelho de Cacela e a sua extinção), como investigador do Centro de Estudos de Património de História do Algarve publicou também, no ano de 2010, no catálogo da exposição “A Iª República em Tavira – Transformações e continuidades”, os artigos; “Tavira e a Iª República – Factos Sociais e Políticos na História da Cidade” e, “O Fim da Iª República: Uma “revolução” em Tavira”.
Mercadinho da Primavera em Cacela Velha
XVI Feira do Pão Quente e Queijo Fresco A localidade de Vaqueiros, no concelho de Alcoutim, vai ser palco de mais uma edição da Feira do Pão Quente e Queijo Fresco que vai já para a sua 16.ª edição. Vai ter lugar a 9 de Março e desde as 09h30 até pelas 19h a animação promete ser uma constante. A valorização dos produtos locais é o selo de qualidade deste evento onde queijo fresco e pão a sair do forno a organização promete não faltar. A organização é da Junta de Freguesia de Vaqueiros que conta com a colaboração da câmara municipal de Alcoutim e associação «A Moira».
também realizar uma reorganização territorial e administrativa. Esta dita “Restauração” teve como ponto culminante a fundação de Vila Real de Santo António, a qual viria também a ser sede de um novo Concelho. Ora, foi a criação do Concelho de Vila Real de Santo António que levou à extinção do Concelho de Cacela pois, necessitando Vila Real de terras agrícolas onde melhor as poderiam ir buscar que a Cacela, a qual desde sempres tinha sido famosa pelas suas terras. Integrando o Concelho de Vila Real de Santo António desde 12 de Dezembro de 1775, Cacela é sem qualquer dúvida de extrema importância para o Baixo Guadiana pois, é uma terra cheia de história (da qual neste livro só conto uma pequeníssima parte) com locais que vale a pena visitar e, em especial Cacela-Velha, a antiga sede do Concelho é só por si um postal tanto a nível histórico como turístico que promove o Baixo Guadiana pelo Mundo inteiro.
Cacela Velha prepara-se para receber, no próximo dia 23 de Março (Domingo), mais um Mercadinho da Primavera. Trocas & Baldrocas, um espaço onde se vendem artigos em segunda mão (discos, cd´s, livros, roupa, brinquedos, quadros, velharias…); artesanato tradicional (empreita, cestaria, latoaria, cerâmica, trapologia…) e novas criações; produtos alimentares da região como o mel, pão, bolos, compotas, licores; flores; cremes e sabonetes naturais; brinquedos de madeira; livros e música, marcam mais este Mercadinho.
Organização ADRIP Esta iniciativa é uma organização da ADRIP – Associação de Defesa, Reabilitação, Investigação e Promoção do Património Natural e Cultural de Cacela. adrip.cacela@gmail.com / www.adripcacela.blogspot.com /CMVRSA/ CIIPC – Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela / Contactos: 281 952 600 / ciipcacela@ gmail.com / http://ciipcacela.wordpress.com/
COLUNA CULTURAL
C ULTUR A
Vasco Fernandes César – um aventureiro nas costas do Algarve Quinhentista
Já aqui falámos de indivíduos como António Leite, alcaide-mor de Arenilha, ou Garcia de Melo, alcaide-mor de Castro Marim. Por outras palavras, indivíduos que ascenderam na carreira das armas em virtude de serviços prestados à Coroa nos Algarves Dalém. Ora, outro caso interessante é o de Vasco Fernandes César, “homem de quem se el Rei dom Emanuel seruio em muitas cousas por o achar peraisso mui suficiente assi nas da guerra (…) & o mesmo o fez el Rei don ioam terceiro” (Damião Góis, Chronica do Serenissimo Senhor Rei D. Manoel, IV, Capítulo LVII). Tal como António Leite, também Vasco Fernandes César serviu em Azamor, onde se distinguiu durante os dois anos em que ali esteve como adail. Posteriormente foi chamado à corte, onde D. Manuel I o nomeou capitão de uma caravela de guerra cuja missão consistia em dar provimento às praças do Algarve Dalém e patrulhar o estreito de Gibraltar e costas do Algarve Daquém. Foi a partir de então que a vida de Fernandes César foi assolada por uma série de peripécias que bem poderiam rivalizar com os argumentos dos mais inspirados romances históricos. Um desses episódios teve lugar em 1523, quando o capitão foi incumbido de embarcar o conde do Redondo, D. João Coutinho, na vila de Santo António de Arenilha, e escoltá-lo a Arzila. Porém, ao passar por Lagos, Vasco Fernandes César decidiu ir a terra visitar a sua esposa, que aí se encontrava. O resto da armada partiu, então, para a foz do Guadiana, onde deveria aguardar o capitão para empreenderem a viagem rumo a Arzila. A visita à esposa saiu cara a Fernandes César. Depois de abandonar Lagos, e ao passar ao largo de Albufeira, encontrou duas naus francesas, com as quais travou encarniçada peleja. Durante o combate, um barril de pólvora explodiu, rebentando metade da alcáçova e atirando cinco homens ao mar, entre os quais o próprio capitão, que ficou gravemente ferido. Os que sobreviveram ao combate foram levados para Dieppe, onde foram encarcerados numa torre. Também Vasco Fernandes foi encarcerado, mas em regime de isolamento. Apesar de ferido, conseguiu escapar do cativeiro desfiando uma esteira e escapando por ela da torre onde se encontrava aprisionado! Já agora, e à guisa de curiosidade, não podemos deixar de referir um documento da Torre do Tombo que chamou a nossa atenção (ANTT, Corpo Cronológico, Parte I, mç.82, nº46). Trata-se de uma carta datada de 1549, e onde Vasco Fernandes César refere ter um filho a servir em Mazagão com homens e cavalos às suas custas. Ora, a avaliar pela data do documento - e pelos largos períodos que estes indivíduos passavam sem ver as respectivas esposas – é bem possível que este filho tenha resultado da visita que o capitão fez à sua esposa, em Lagos, e que deu origem a tão inverosímil aventura…
* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico
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CULTURA
Da baganha aos teares: O ciclo do linho no Baixo Guadiana
No início da Primavera, depois de adubadas as terras, tinham lugar as sementeiras do linho, dando início a um ciclo, ainda presente na memória das gentes, que culminava num dos teares espalhados pelos “montes” do Baixo Guadiana. Passados cem dias da sementeira, a planta vingava, era colhida pela raiz e amontoada em pequenos molhos. Era então metida dentro
de água durante oito dias, para depois ser deixada a secar ao sol e estar pronta para ser trabalhada. Era proibido alagar o linho nos pegos onde as pessoas e os animais saciavam a sede, para evitar a contaminação da água. Depois de seco ao sol, para evitar o aparecimento de bolor, o linho era gramado, através do gramo, um instrumento em madeira que esmagava a planta e separava a parte lenhosa da parte têxtil. Nalguns casos, este processo era feito com um maço em madeira. Seguia-se a ripagem, onde, com a ajuda do ripo ou sedeiro – um instrumento em madeira com pregos – se separava a estopa e a baganha, uma espécie de cápsula de onde se retiravam as sementes usadas na próxima sementeira.
Para fiar o linho, a fiadeira segurava na dobra do avental a roca, de onde retirava pequenos fios de pasta de linho, humedecidos com saliva e torcidos através da rotação manual do fuso. A fiação também se podia fazer através da roda de fiar. O fio de linho era depois sarilhado para formar a meada. Dentro de um cortiço, a meada era fervida com cinza, durante três dias, para que o linho ficasse completamente branco. Antes de seguir para o tear, o fio da meada era enovelado na dobadoura – também designada como dobadoira ou dobadeira. Seguidamente, urdia-se o fio na urdideira com a ajuda da espadilha, antes de lançar o novelo no tear, fabricado artesanalmente em pinho, castanho ou eucalipto,
Rubrica de pATRIMÓNIO
onde as tecedeiras trabalhavam os panos de linho delgado, linho de fiado, redondo ou estopas. A partir destes, teciam peúgas, colchas, lençóis, toalhas e vestuário. De destacar as colchas de carapulo – ou de aparelho –, urdidas primitivamente em linho, com o seu típico azul-anil ou preto, que formavam um padrão harmonioso de estrelas e outras figuras geométricas. As colchas azul-anil serviam para enfeitar janelas das casas ou as bestas nos dias festivos, como casamentos, baptizados e festas religiosas. As colchas pretas, mais sóbrias, eram usadas por quem estava de luto. Por sua vez, os sacos de linho, carregados no dorso de alguma mula ou besta, transportavam o cereal limpo das eiras para os celeiros ou para algum moinho
Está na hora da caminha… Dormir bem é fundamental para o desenvolvimento das crianças. Mas o que significa dormir bem? Significa que o bebé consegue dormir durante a noite, sem interrupções, na sua cama e sem ajuda ou presença dos pais. Uma pesquisa publicada no Jornal Médico Britânico descobriu que há uma relação entre o padrão de sono dos mais pequenos e o desenvolvimento cognitivo. Segundo este estudo, as crianças que tinham horários irregulares para dormir até os três anos foram as mais afetadas quando se tratava das competências para aquisição de leitura, aritmética e percepção espacial. Os pesquisadores concluíram ainda que os três primeiros anos de vida são um momento particularmente sensível para o sono e a sua relação com o desenvolvimento do cérebro. Durante o sono, os processos cognitivos organizam-se permitindo a aprendizagem e o estabelecimento de ligações entre as células cerebrais, e um desenvolvimento cerebral harmonioso. Além da renovação celular, a produção de grande número de hormonas ocorre durante o sono e são elementares para o crescimento e saúde do bebé. A quantidade e qualidade do sono são uma das grandes preocupações dos pais. Ou o bebé acorda muitas vezes durante a noite para ser alimentado ou, já maior, nega-se a ir para a cama, ou insiste em levantar-se e dormir com os pais. Aos seis meses de
idade, o bebé deve ser capaz de adormecer e dormir sozinho oito a dez horas seguidas. A aquisição de bons hábitos de sono é aprendida e depende da atitude dos pais ao ensinar com segurança e tranquilidade as rotinas adequadas. O que fazer? Não existem gotas milagrosas para ensinar o bebé a dormir. Há, no
uma história , cantar canções de embalar ou um beijo de boa noite. O importante é que a rotina se encaixe no ritmo da sua família e, principalmente, que ocorra no mesmo horário e da mesma forma todos os dias. Adormecer sozinho. É fundamental que a criança adquira
bebé um peluche, uma fralda ou uma chucha para o ajudar a adormecer. Este objecto tem um efeito tranquilizador e deve ser usado exclusivamente para adormecer, para que o bebé possa associá-lo ao dormir. Embalar o bebé até não conseguir mais, levá-lo a passear de carro, deitá-lo ao seu lado para fazê-lo dormir, permitir que fique acordado até se sentir exausto, são procedimentos que apenas prolongam os problemas e o bebé poderá ter muitas dificuldades em voltar a adormecer sozinho quando acordar a meio da José Mendes Martins – “Vitinho” noite. Também é aconselhado que os bebés se alimentem depois desde cedo autonomia para ador- da sesta e não antes, uma vez que mecer, isto é, que seja capaz de isso faz com que associem o leite acalmar-se e adormecer sozinho ao sono e acabam por precisar de sem a presença do adulto. Esta é leite para acalmar (e adormecer) uma capacidade importante que sempre que acordam a meio da o bebé irá utilizar no resto da sua noite. Ao alimentar o bebé depois vida! Durante as várias fases do da sesta ele não associará o sono sono o bebé pode acordar a meio à “comida” além de que comerá da noite. Se a criança estiver muito melhor já que terá mais habituada à presença do adulto energia e estará desperto o sufipara adormecer, irá necessitar ciente para não adormecer. dessa presença cada vez que se Esperar com calma. Sempre que tratar de readormecer. Para que o seu bebé despertar durante a adormeça de forma autónoma o noite não vá ter com ele imediabebé deve ser deitado na sua cama tamente. Existem mães que têm quando está com sono mas ainda “molas” no corpo e que reagem acordada e não já a dormir. Dê ao por impulso a cada ruído do bebé.
“…e amanhã cedinho, bem cedinho tu vais ver acordas mais forte e mais esperto, isso é crescer.”
entanto, algumas dicas que podem fazer toda a diferença! Perceber os sinais. À medida que os pais conhecem os seus bebés começarão a reconhecer os sinais de quando o seu bebé tem sono. Bocejar é o sinal mais óbvio de que o bebé está com sono, mas também um determinado tipo de choro, o puxar pela orelha ou esfregar os olhos. Estabelecer uma rotina. Os bebés e as crianças pequenas adoram rotinas. Esta deverá ser agradável e calma e pode incluir um banho, uma brincadeira mais tranquila, trocar de roupa, contar
ou azenha onde era transformado em farinha. Tinham por comprimento o dobro da largura e possuíam duas pequenas borlas nos cantos da abertura que serviam para a atar. Na época da sementeira, os lavradores, de saco ao ombro, espalhavam as sementes pelo rego, em passadas intervaladas, dando início a um novo ciclo.
Pedro Pires Técnico de Património Cultural. Centro de Estudos de Património e História do Algarve da Universidade do Algarve CEPHA/UAlg
www.facebook.com/NEIP.VRSA psivrsa@gmail.com
Espere sempre um pouco para perceber se o bebé continua a dormir e fica tranquilo nos minutos seguintes ou se, de facto, precisa de si. Se após um bocado continuar a chorar, pode-se entrar no quarto e permanecer uns minutos para acalmá-lo com palavras tranquilas, colocando o objecto de dormir perto, ou com uma carícia suave e breve. Deve-se evitar pegar-lhe ao colo, agarrar-lhe na mão, deitar-se ao seu lado na cama, acender-lhe a luz ou qualquer outra coisa que possa estimulá-lo. Os pais deverão sair do quarto enquanto a criança ainda estiver acordada. Para o bebé, aprender a dormir é parte integrante da aprendizagem da sua autonomia. Para os pais ensinar um bebé a dormir, ser capaz de se separar dele, de se distanciar, é dar ao bebé a oportunidade de “aprender” a tornar-se independente durante a noite e consequentemente durante o dia. Bons sonhos para todos!
NEIP (Núcleo de Estudos e Intervenção Psicológica) – Ana Ximenes, Catarina Clemente, Dorisa Peres, Fabrícia Gonçalves, Patrícia Santos, Pedro Costa, Sílvia Cardoso. Colaboração: Dina Figueira, Inês Morais, Andreia Guerreiro, Andreia Alves
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PASSATEMP O S&LAZ ER
Autor: João Raimundo
Quadratim - n.º117
Jogo da Paciência n.º 123
Entre o dia do nascimento e o dia da nossa morte, há um intervalo. Viva este intervalo com alegria e felicidade positivas e saiba transmiti-las aos outros. Com paz, amor, harmonia e fraternidade, porque o intervalo pode ser curto. Pelo caminho correcto do quadratim vá ao encontro de: SAIBA VIVER EM PAZ E AMOR.
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guadi Delegação Regional do Algarve
CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO
“Sou cliente da Cabovisão, como já tinha terminado o período de fidelização, recentemente pedi para aumentar a velocidade do meu pacote de telecomunicações. Passado um mês decidi trocar de operadora. Fiquei surpreendido, pois informaram-me que estava novamente fidelizado à empresa. Poderá a empresa voltar a fidelizar-me devido a uma alteração tão residual?” A DECO tem recebido várias reclamações de consumidores contra a empresa Cabovisão, referentes ao período de fidelização praticado por esta empresa, que aplica novos períodos de fidelização de 24 meses quando há pequenas alterações de pacote, não solicitadas pelos clientes, regra geral, aumento de velocidade no serviço de Internet. A DECO considera que esta situação é lesiva dos direitos e legítimos interesses dos consumidores, pois a empresa não informa previamente os seus clientes que a alteração implica uma nova fidelização. Na verdade, os consumidores apenas tomam conhecimento do novo período ao pedir a denúncia do contrato. A Cabovisão alega que comunica essa informação através de factura. Esta prática da Cabovisão desrespeita os direitos dos consumidores e viola os deveres de informação, aos quais a empresa está obrigada por lei. Apesar das várias interpelações realizadas pela DECO, a Cabovisão mantém o silêncio: não esclarece os seus clientes, nem responde às reclamações apresentadas, uma posição que não consideramos aceitável. Caso se encontre nesta situação, reclame, junto das entidades competentes, uma vez que alterações mínimas não podem justificar novos períodos de fidelização, principalmente quando não são devidamente explícitos. A DECO já denunciou esta situação junto da entidade reguladora do sector, a ANACOM, e aconselha os consumidores a reclamar por escrito junto da Cabovisão, através de carta registada com aviso de recepção, e a dar conhecimento do seu caso também à ANACOM.
Susana Correia jurista
Apelo à doação de Latas de comida para gato e cão, que podem ser entregues no Posto de Turismo de VRSA (Torreão sul do Centro Cultural) ou através do telm: 919395094. GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900–283 Vila Real de Santo António
Contribuinte Nº 507 534 328 Contactos: 964773101 e 927167755 (12:30 às 14:00) NIB - 0035 0234 0000 6692 13002 associacaoguadi@gmail.com/ http://associacaoguadi.blogspot.com FACEBOOK
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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MARÇO 2014
COLABORADO R E S Eusébio De Moçambique, África quente, atleta de pele escura, veio e ficou entre a gente, até descer à sepultura.
Porquê o Dia Internacional da Mulher?
Desse negro Continente, cidadão de Portugal, orgulho da nossa gente, pantera negra imortal. À crista da onda sobe, no grande Benfica é feliz; quando chamado, honrar soube, a bandeira do seu país. Vê-se ao recordar Coreia onde o milagre se fez; o rei, no estádio passeia e o rival cai a seus pés. Em campo sem armadura, peito d’aço, pé-de-guerra, eis Magriço*, de pele escura, faz tremer Inglaterra. Com tal talento e magia, sem conta deu tantas vezes, explosões de alegria a milhões de portugueses. Referência de gerações que o futebol abraçaram; invencíveis campeões que ao cabo do Mundo chegaram.
“A 8 de Março de 1857, numa fábrica de têxteis em Nova Iorque, as operárias entraram em greve, ocupando a fábrica para reivindicarem a redução de horário de mais de 16 horas por dia, em que recebiam menos de um terço do salário dos homens, para 10 horas. As portas da fábrica foram fechadas, entretanto, deflagrou-se um incêndio e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa Conferência Internacional de Mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido homenageálas, pelo que no dia 8 de Março se comemora o Dia Internacional da Mulher,” “A Riqueza de ser Mulher” A mulher tem uma especial capacidade para a “humanização” das relações sociais, para criar espaços de consenso e para uma particular atenção às necessidades concretas das pessoas. A sua maneira de “exercer o poder” tem matizes peculiares que suavemente persuadem. A vida familiar, as relações conjugais, o cuidado e a educação dos filhos, a vida pessoal e a realização profissional são metas que a mulher moderna não dispensa, a todas procura chegar e nelas busca a sua realização. Horizonte sem fim, caminho a percorrer que a leva a transcender-se na concretização de tantos ideais nobres e bons que só ela sabe e pode atingir. A mulher tem também um papel fundamental a desempenhar na vida da sociedade, no campo da legislação familiar e social. As qualidades e características femininas dão uma melhor garantia de que serão respeitados os verdadeiros valores humanos. O contributo da mulher como mãe e educadora não pode nem deve ser ignorado ou minimizado por questões materiais e económicas, pois é deveras importante o papel formador que as mulheres desempenham na educação dos filhos e dos netos: “essa prosa diária que ao longo dos tempos, se há-de transformar num verso heróico”. Família e sociedade necessitam da contribuição tão especialmente feminina, cuja missão só a mulher pode cumprir e na qual se concretiza em plenitude a sua multifacetada personalidade. O papel da mulher no destino da humanidade será decisivo: “Sonhai Mulheres e ficareis aquém da realidade.” Maria Susana Mexia
Como inúmeros seres alados, passou breve pela vida; esta águia dos relvados jamais será esquecida. Ao futebol deu a vida, Eusébio em Lisboa jaz; na terra, missão cumprida, dorme o sono eterno em paz!
A primavera
* O grão Magriço foi uma figura histórica do século XIV, em destaque entre os Doze de Inglaterra. Estes ilustres Cavaleiros de Portugal, deslocaram-se àquele país, por influência do Duque de Lencastre, em defesa da honra de umas gentis damas ofendidas em plena corte inglesa, por cortesãos seus compatriotas que, tiveram assim, a resposta adequada ao seu ignominioso comportamento. Os experimentados Cavaleiros Portugueses não se atemorizaram em virtude de se encontrarem a lutar em campo adverso e, de espada em punho, montando os seus fogosos cavalos, bateram-se heroicamente contra a arrogante fidalguia inglesa que destroçaram, na presença de Sua Majestade o Rei, que assistiu ao acto, regressando à Pátria, cobertos de honra e glória. Ao histórico acontecimento e, no seu estilo ímpar, lhe dá Luís de Camões notável relevo, no Canto Sexto de Os Lusíadas. Manuel Palma
O horizonte do meu sonho Desliso no sonho promissor À procura de comprrener o sentido O caminho tortuoso só traz suor Não encontro o horizonte, estou perdido Perdido no horizonte do meu sonho Mas não perco a vontade de sonhar Quem sonha tem um futuro mais riosonho Ainda que a realidade possa enganar «O sonho comanda a vida», diz o poeta Num monólogo que se afirma no conselho Cheio de carinho, ternura e emoção Na vida faço do sonho a minha meta Quantas vezes o sonho é um espelho Que a realidade do futuro nos dá razão Manuel Gomes
Tenho campo florido e verdejante Sou a estação que agrado, sou radiante! Sou a primavera, não é ilusão O cantar dos pássaros é intensivo Com chuvas, mas benéficas é sabido Sou o prenúncio do verão! A estação com calor excessivo É o verão! Não um desafio Tem recompensas; montanhas e praias Não é apenas sol ardente e grave De noite com brisa suave As pessoas com roupas leves; a cambraia! No outono, também meu irmão Sopra o vento, caiem folhas no chão Estação suave, com temperatura amena Época aprazível a das sementeiras A agricultura, as colheitas, uma canseira Vai com recordações do verão e com pena Das quatro estações é a mais fria Anos da velhice, inverno da vida, sem energia A neve embranquece as montanhas É muito chuvoso e frio Suas noites são glaciais sem brio É o inverno, seu génio no sul abranda Manuel Tomaz
CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e sete de Fevereiro de dois mil e catorze foi lavrada neste Cartório, de folhas quarenta e dois a folhas quarenta e três verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e sete - A, uma escritura de justificação, na qual compareceu: António Manuel Gonçalves Vila Nova, divorciado, natural da freguesia e concelho de Vila Real de Santo António, residente na Urbanização Bela Praia, n.º 114-B, na freguesia de Altura, concelho de Castro Marim, contribuinte fiscal número 180 700 243. Que declarou ser dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, do prédio urbano destinado a habitação, sito na Rua Vinte e Cinco de Abril, número dezassete, na cidade, freguesia e concelho de Vila Real de Santo António, composto por edifício térreo, com quatro divisões, e quintal, com a área total de trinta e um vírgula sessenta e cinco metros quadrados, dos quais trinta vírgula sessenta são de área coberta, a confrontar a Norte com Rua 25 de Abril, a Sul com Herdeiros de Leiria Conceição, Nascente com Agostinho Afonso, e a Poente com Germano Vicente Currito, não descrito na Conservatória do Registo Predial daquele concelho, inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 2077, da dita freguesia de Vila Real de Santo António, que teve origem no artigo 1280, com o valor patrimonial tributável e atribuído de treze mil trezentos e vinte euros. Que o referido prédio entrou na posse do justificante, no estado de solteiro, maior, por doação verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e quatro, feita por José António Couto Mota, solteiro, maior, e residente que foi na Rua 25 de Abril, n.º 17, na freguesia e concelho de Vila Real de Santo António, já falecido. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, tem estado o justificante na posse do referido prédio, habitando nele, cuidando da sua manutenção, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que o justificante adquiriu o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 27 de Fevereiro de 2014. A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues) (Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro) Conta registada sob o n.º 88/02 Factura n.º 4098 Jornal do Baixo Guadiana - 1 de Março de 2014
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D ESP O R TO
Jovem vilarealense é campeão de Futsal na Suíça Nuno China é um jovem de Vila Real de Santo António que se sagrou recentemente campeão com o «Uni Futsal Team Bulle» da Swiss Futsal Premier League, na Suiça. Foi forçado a emigrar devido ao desemprego, e em terras suíças está a fazer uma carreira notória no futsal, desporto que tem evoluído bastante naquele país devido à influência dos imigrantes. Jornal do Baixo Guadiana: Qual a dimensão do título que ganhou na Suíça? Nuno China: O futsal na Suiça não tem a dimensão que tem em Portugal, logo o impacto é menor. O futsal na Suiça está em crescente evolução, também com a ajuda da grande “enchurrada” de imigrantes não só portugueses, mas de todas as nacionalidades que vieram acrescentar alguma qualidade ao nosso campeaonato. Fazendo com que a liga se torne mais competitiva e mais atrativa para o público. JBG: Há quanto tempo joga Futsal e que outras equipas já integrou e/ou integra atualmente? NC: Comecei por jogar futebol nas escolinhas de futebol da equipa da minha terra, Lusitano Futebol Clube. Eram treinadores na altura o Prof. Rosa e o Prof. “Gica”. Mais tarde, em 2001 decidi experimentar o futsal, na equipa do Sapalense de VRSA. Comecei como iniciado e fiz a minha formaçao toda no Sapalense até chegar a sénior de 2o ano. Depois repesentei o Albufeira Futsal, a Casa do Benfica de VRSA, Inter Vivos de Martimlongo, Loule-
tano, fui Treinador de guarda redes da equipa de Juniores da casa do Benfica VRSA que se sagrou campeã distrital de Juniores, ao comando do mister Luis Vasques Borlini e finalmente represento o Uni Futsal Team Bulle, na Suiça. JBG: Qual é a sensação de ser campeão? NC: É uma sensação muito boa. Já tinha tido sentido essa sensação o ano passado quando fomos Campeões da segunda divisão nacional… Mas este ano teve um sabor especial,além de sermos uma equipa recém promovida a conquistar o titulo,essa conquista dá-nos acesso a uma pré eliminatória da UEFA futsal cup. Um grande prémio para o excelente campeonato que fizemos.Vamos poder enfrentar equipas de outros países. Uma boa montra para qualquer jogador e sem dúvida, uma enorme experiência para usufruir ao máximo. JBG: Porque escolheu o futsal? NC: Comecei o futsal por acaso. Uns amigos tinham-me convidado para ir para a equipa deles que procuravam jogadores,então no primeiro treino em vez de escolher a baliza escolhi ir
jogar para a frente, lesionei-me logo no 1o treino! No 2o treino ainda um pouco tocado da lesão tive que fazer de guarda redes porque não havia nenhum. E foi a partir daí...nunca mais deixei a baliza. Depois foi o gosto e a motivação de querer aprender a posição especifica de guarda redes que me fizeram ser um apaixonado do futsal e da posição de guarda redes JBG: Que futuro deseja nesta área? NC: A curto prazo desejo que façamos uma boa pré eliminatoria, e que possamos chegar o mais longe possivel. Quanto ao resto é continuar com a mesma mentalidade, trabalhar mais e melhor para poder evoluir sempre o mais possivel. JBG: Está fora porque também foi forçado a imigrar? NC: Infelizmente fui forçado a imigrar. Depois de ficar desempregado era complicado viver só do futsal, se bem que com a crise os clubes deixaram de pagar também. Sem trabalho e sem receber do Clube, fui obrigado a imigrar. Uma escolha acertada. JBG: Leva o nome de Portugal e de VRSA além fronteiras?
Nuno China é guarda-redes de Futsal da Uni Futsal Team Bulle NC: Sim, e com orgulho! Em primeiro lugar, sou natural de Vila Real de Santo Antonio. E segundo porque foi também a cidade onde fiz a minha formação e evolui como futsalista. Logo, VRSA vai estar sempre ligada a todos os meus sucesos futsalisticos. Quero agradecer a todas as pessoas e aos clubes por onde passei por terem
contribuido para o meu crescimento como guarda redes,e também à minha namorada, familia e amigos por todo o apoio. E ainda um agradecimento especial ao Ricardo Teresa, ao Pedro Barreto, ao Antonio José Corriente Rosa e ao Carlos França. Cada um foi influente á sua maneira e no seu momento.
CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO CARTÓRIO NOTARIAL DE ALCOUTIM A cargo da Adjunta de Notário Lic. Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão Certifico para efeitos de publicação que por escritura outorgada hoje, neste Cartório Notarial, a folhas cento e trinta e uma do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “trinta e três – D”, António Ildefonso Teixeira, N.I.F. 112.805.990, divorciado, natural da freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, residente em Vale da Amoreira, lote 3, 5.º frente, Faro: Que é dono e legítimo possuidor com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, ambos sitos em Alcaria Queimada, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, inscritos na matriz em nome do justificante, e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, a que atribui valores iguais aos patrimoniais: a) Urbano, composto por edifício térreo com um compartimento e logradouro, destinado a armazém, com a superfície coberta de quarenta e sete vírgula vinte e dois metros quadrados e descoberta de trinta e cinco vírgula trinta e quatro metros quadrados, confronta do norte, nascente e poente com via pública e sul com barranco, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 1599, com o valor patrimonial tributário e atribuído de dois mil seiscentos e catorze euros e três cêntimos. b) Urbano, composto por edifício térreo com dois compartimentos e logradouro, destinado a habitação, com a superfície coberta de oitenta e quatro vírgula cinquenta e três metros quadrados e descoberta de cinco vírgula vinte e um metros quadrados, confronta do norte com Maria Rosa Campos, sul com Alberto Gonçalves e António Ramos, nascente com José Nobre e poente com via pública, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 1825, com o valor patrimonial tributário e atribuído de dois mil quatrocentos e onze euros e quinze cêntimos. Que os referidos prédios lhe pertencem, por os haver adquirido, já no estado de divorciado, no ano de mil novecentos e noventa e dois, e portanto há mais de vinte anos, por compra verbal e nunca reduzida a escrito feita a José Teixeira Campos, solteiro, maior, residente na Rua 25 de Abril, r/c esq.º, Luz, Tavira, quanto ao prédio indicado na alínea a) e a António Francisco Marques e mulher, Laurentina Maria Parreira Afonso Marques, casados na comunhão geral, residentes na Rua Jornal do Algarve, n.º 60, 1.º andar, em Faro, quanto ao prédio indicado na alínea b). Que ele justificante não dispõe de títulos formalmente válidos que comprovem tais compras. Que no entanto desde que as mesmas foram efetuadas até à presente data, sempre ele justificante entrou na posse e fruição dos citados prédios, ininterruptamente, à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, com a consciência de utilizar e fruir coisas exclusivamente suas, adquiridas dos anteriores proprietários, cuidando da sua manutenção e habitando o indicado na alínea b), pagando as respetivas contribuições e impostos, enfim, deles retirando todas as suas normais utilidades. Que em consequência de tal posse, em nome próprio, pacífica, pública, continua e de boa-fé, adquiriu os ditos prédios por usucapião, que expressamente invoca para justificar o seu direito de propriedade para fins de registo. Está conforme o original. Cartório Notarial de Alcoutim, aos doze de fevereiro de dois mil e catorze. A Adjunta do Notário, em substituição legal, (Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão) Conta: Art.º 20.º n.º 4.5.......€ 23,00 São: Vinte e três euros. Conta registada sob o n.º Jornal do Baixo Guadiana - 1 de Março de 2014
Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que, no dia vinte e sete de Fevereiro de dois mil e catorze, foi lavrada neste Cartório, de folhas trinta e nove a folhas quarenta e um verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e sete - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: Arnaldo Dias Gonçalves e mulher, Maria de Fátima Martins da Rosa Gonçalves, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele natural da freguesia e concelho de Alcoutim, ela da freguesia e concelho de Vila Real de Santo António, residentes na Urbanização da Companheira, lote 8, em Portimão, contribuintes fiscais números 105 172 960 e 105 172 952. Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes bens e direito, todos localizados na União das Freguesias de Alcoutim e Pereiro, concelho de Alcoutim: I. Prédio rústico sito na Cerca da Vinha, composto por terra de amendoeiras, horta, cultura arvense e oliveiras, com a área de mil quinhentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Maria Domingas Gonçalves Guerreiro e Alzira Dias Gonçalves Fradoca Marmoto, a Sul com José Lourenço, a Nascente com Alzira Dias Gonçalves Fradoca Marmoto e a Poente com Maria de Fátima Jorge Gonçalves, não descrito na Conservatória do Registo Predial daquele concelho, inscrito na matriz sob o artigo 70, secção 046, na extinta freguesia de Alcoutim, com o valor patrimonial tributável de 224,24 euros, desconhecendo a sua proveniência matricial. II. Prédio urbano sito na Corte Tabelião, composto por edifício térreo com cinco divisões, três vãos e logradouro, em condições muito deficientes de habitabilidade, com a área de setenta e oito metros quadrados, dos quais sessenta e seis são de área coberta, a confrontar a Norte com Manuel António, a Sul e Nascente com via pública e a Poente com Fernando Rosa, não descrito na Conservatória do Registo Predial daquele concelho, inscrito na matriz sob o artigo 360, da União das Freguesias de Alcoutim e Pereiro, proveniente do artigo 515, da extinta freguesia de Alcoutim, com o valor patrimonial tributável de 2.504,87 euros. III. Direito a metade indivisa do prédio rústico sito na Portela Alta, composto por terra com amendoeiras, mato, oliveiras, alfarrobeiras, cultura arvense, amendoal e horta, com a área total de sessenta e oito mil oitocentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com António Marques Mestre Romeira, a Sul com Manuel Dias Gonçalves, António Mestre e Maria Joaquina da Assunção Afonso, a Nascente com José Joaquim Faustino, Francisco Manuel Guerreiro da Palma, António Manuel Cavaco Marques e Maria Antónia Beatriz Cavaco e Cavaco e a Poente com Herdeiros de José António, Isabel Guerreiro Vilão da Palma e Ana Cavaco Nobre da Palma Teixeira, inscrito na matriz sob o artigo 106, secção 046, da extinta freguesia de Alcoutim, com o valor patrimonial tributável, correspondente ao direito, de 707,89 euros, desconhecendo a sua proveniência matricial, que se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim sob o número sete mil oitocentos e quarenta e nove da dita freguesia de Alcoutim, mas com inscrição de aquisição de apenas metade a favor de Fernanda de Jesus Dias Gonçalves, conforme inscrição AP. dois mil novecentos e trinta e nove, de sete de Novembro de dois mil e treze.Que atribuem aos referidos prédios os respectivos valores patrimoniais, calculados para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, pelo que somam os mesmos o valor global de três mil quatrocentos e trinta e sete euros. Que os prédios indicados em I. e II. e o direito à restante metade do prédio indicado em III., entraram na posse dos primeiros outorgantes, já no estado de casados, por partilha verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa, feita com os demais interessados, por óbito do pai do primeiro outorgante marido, António Gonçalves, casado que foi com Maria Patrocínia, sob o regime da comunhão geral de bens, e residente que foi na Corte Tabelião, em Alcoutim. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, arando suas terras, colhendo os seus frutos, utilizando o urbano para armazenar frutos, pagando suas contribuições e impostos, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, no que respeita ao indicado em III., juntamente com a comproprietária, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa que, é exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram os referidos prédios e direito por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 27 de Fevereiro de 2014. A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues) (Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro) Conta registada sob o n.º 86/02 Factura n.º 4097 Jornal do Baixo Guadiana - 1 de Março de 2014
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DESPOR T O
Futebolândia
O final do mês de fevereiro foi rico em notícias, como diria eu num tom mais sarcástico, que dariam para fazer humor até final do ano e ainda sobrava muita matéria, mas mesmo muita... Senão vejamos, O XXXV congresso do PSD no Coliseu dos Recreios foi mesmo o melhor local que o partido do Governo poderia ter escolhido. É que foi mesmo um recreio, aquilo foi lindo de ver adultos a brincar que nem crianças, em primeiro lugar, o Marcelo Rebelo de Sousa não ia comparecer, depois compareceu e foi a gargalhada total no coliseu, até o Pedro Passos Coelho voltou á infância, sem cabelos brancos, como diria a Isabel Queiroz do Vale, o cabelo do primeiro-ministro ficou tipo «Garnier nº 42», num tom acastanhado e sem brancos, numa coloração que você mesmo podia fazer na casa de banho de um qualquer «Coliseu» espalhado por esse país fora. Depois até Marques Mendes apareceu e no final, o recreio transformou-se num ápice, nas urgências do hospital de Santa Maria, quando Passos Coelho anunciou o regresso de Miguel Relvas à vida política ativa no partido, de imediato foram requisitadas 300 garrafas de soro, 132 “arrastadeiras” e 335 macas com garrafas de oxigénio incorporada, tal foi o choque que a notícia causou.Nem o furacão “Katrina”, provocou tantas baixas; era ver os congressistas a caírem que nem moscas. Depois, Pinto da Costa, presidente do Futebol Clube do Porto, atiçou o “Bobby” e o “Tareco” às pernas do Paulo Fonseca, depois da derrota em casa com o Estoril. Aquilo até deu dó de ver. Além de ele me fazer lembrar as cenas marcantes do filme “Rocky”, sucesso de bilheteira dos anos 80, com aquele “gancho de esquerda” ao jornalista da Rádio renascença, que apenas lhe fez “uma pergunta pertinente”, segundo ele…”Tadinho” não merecia ser tratado assim com tanta violência só por causa de “uma pergunta pertinente”! Por outro lado, o novo reforço do Sporting ”Shikabala” veio rotulado de pessoa complicada e conflituosa. Foi só jogar 24 minutos na equipa B para ficar lesionado... Afinal o rapaz é frágil e meigo e tem sentimentos. Porque é que os jornalistas portugueses inventam estas coisas?!!! No Benfica-Guimarães, Jardel coitado, teve que jogar o jogo todo com uma ferida que acabaria por levar 18 pontos. Steven Vitória, que até tem o nome da águia, não levantou voo de tanto aquecer, porque a cobertura do estádio não é assim tão má como diziam. Aliás, quando o Benfica joga o espaço aéreo da capital fica reduzido para metade, devido precisamente ao voo da Águia Vitória. Finalizo só para dizer que motivos não devem faltar para que seja um bom Carnaval, porque neste país, apesar do lado negro da lua, como diriam os “Pink Floyd”, ainda existem pessoas que nos fazem passar um bom bocado.
Jovens disputaram encontro de basquetebol Zumba solidária angariou 600 litros de leite São constantes as atividades da Fundação ReALMAdrid no Baixo Guadiana Decorreu a 15 de Fevereiro mais um encontro da Escola Sócio Desportiva de Vila Real de Santo António e Castro Marim da Fundação Real Madrid. O encontro aconteceu no pavilhão desportivo de Vila Nova de Cacela e contou com a presença de 60 alunos pertencentes aos núcleos de Castro Marim, Vila Real de Santo António e de Cacela. Neste encontro
participou um grupo de atletas do Juventude Basquetebol Clube. Recordamos que este projeto é uma parceria entre as autarquias de VRSA e de Castro Marim com a Fundação Real Madrid. Dá apoio sócio desportivo a 110 alunos dos dois concelhos repartidos pelas modalidades de Basquetebol e pelo Futebol. Este projeto já existe desde Outu-
40ª VOLTA AO ALGARVE – MICHAL KWIATKOWSKI VENCE EM EXIBIÇÃO DE GUERREIROS DE ALBERTO CONTADOR E RUI COSTA
Semana do Padel entre 17 e 23 de Março O Padel Clube de Vila Real de Santo António em parceria com a Federação Portuguesa de Padel e o munícipio de Vila Real de Santo António vão levar a cabo a «Semana do Padel» que terá lugar de 17 a 23 de Março. O torneio terá como palco a Praça Marquês de Pombal, onde será montado um campo de padel amovível,
Disputou-se entre 19 e 23 de Fevereiro a 40.ª edição da Volta ao Algarve, com um pelotão de alto nível internacional. Entre as 20 equipas presentes estiveram oito conjuntos da primeira divisão mundial. O pelotão da Volta ao Algarve contou com 12 corredores do top 100 do WorldTour, um dos quais do top 10 (Rui Costa), campeão do mundo, e sete do top 30. Presente esteve ainda o atual campeão do mundo de contrarrelógio, o alemão Tony Martin (Omega Pharma-QuickStep), assim como o espanhol Alberto Contador (Tinkoff-Saxo), vencedor da Volta ao Algarve em 2009 e 2010, e vencedor do Tour em 2007 e 2009. A Algarvia recebeu ciclistas dos cinco continentes, estando representados 25 países, tendo levado a melhor o polaco Michal Kwiatkowski (Omega Pharma-QuickStep).
1ª Etapa: 19 de fevereiro – Faro / Albufeira – 160,00 km 1º Sacha MODOLO LAMPRE-MERIDA 3:51:46 2º Rui COSTA LAMPRE-MERIDA 3º Alessandro PETACCHI OMEGA PHARMA - QUICK-STEP 2ª Etapa: 20 de fevereiro – Lagoa / Monchique – 196 km
A mega aula de Zumba solidária, realizada a 17 de Fevereiro, na Nave Desportiva de VRSA, angariou 600 litros de leite para as crianças do Centro de Acolhimento Temporário «Gente Pequena», da Santa Casa da Misericórdia de VRSA. A iniciativa teve o apoio da Câmara Municipal de VRSA, da Corporeus e da Santa Casa e contou com a participação de centenas de pessoas.
VRSA
Humberto Fernandes
Etapas da 40ª Volta ao Algarve: Eusébio Costa, técnico superior na área da comunicação da junta de freguesia de VRSA eusebiocosta@live.com.pt
bro de 2011 e conta com a colaboração dos agrupamentos escolares de Vila Real de Santo António e de Castro Marim. Na leccionação dos treinos estão 6 professores de educação física especialistas na metodologia da Fundação Real Madrid e que já acompanham o projeto desde o seu início.
1º KWIATKOWSKI Michal OMEGA PHARMA - QUICK-STEP 4:57:57 2º COSTA Rui LAMPRE-MERIDA 4:58:03 a 6 seg. 3º CONTADOR Alberto TINKOFF-SAXO 4:58:03 m.t. 3ª Etapa: 21 de fevereiro – Vila de Bispo / Sagres – 13,6 km (C/R Ind.) 1º KWIATKOWSKI Michal OMEGA PHARMA - QUICK-STEP 0:14:03 2º MALORI Adriano MOVISTAR TEAM 0:14:14 3º MARTIN Tony OMEGA PHARMA - QUICK-STEP CYCLING TEAM 0:14:16 4ª Etapa: 22 de fevereiro – Almodôvar / Alto do Malhão (Loulé) – 164,5 km 1º CONTADOR Alberto TINKOFF-SAXO 4:08:12 2º COSTA Rui LAMPRE-MERIDA a 3 seg. 3ºKWIATKOWSKI Michal OMEGA PHARMA - QUICK-STEP a 10 seg. 5ª Etapa: 23 de fevereiro – Tavira / Vilamoura – 155,8 km 1º CAVENDISH Mark OMEGA PHARMA - QUICK-STEP 03:24:10
que irá estar disponível durante a semana onde vão decorrer diversas atividades relacionadas com a modalidade. No fim de semana de 22 e 23 de Março vai ter lugar o Torneio «Eurodolar Capital», em que vão estar presentes inúmeras figuras a nível mundial. Este torneio contará com um prize money de 1200€.
2º DEMARE Arnaud FDJ mt. 3º COQUARD Bryan TEAM EUROPCAR mt. A 40.ª Volta ao Algarve terminou em beleza com o Algarve a ser o anfitrião ideal para a melhor prova de ciclismo do mundo no mês de Fevereiro e onde a Omega Pharma-QuickStep, que juntou o triunfo na quinta etapa, por intermédio do britânico Mark Cavendish, à vitória do polaco Michal Kwiatkowski na geral individual. Na classificação geral, o pódio manteve-se inalterado, com Michal Kwiatkowski a ser coroado vencedor da corrida. O espanhol Alberto Contador (Tinkoff-Saxo) foi o segundo, a 19 segundos, e o português e campeão mundial de fundo, Rui Costa (Lampre-Merida), fechou o pódio, a 32 segundos do polaco. A Lampre-Merida impôs-se coletivamente. Rui Costa conquistou a classificação por pontos. Valter Pereira da equipa tavirensse Banco BIC-Carmim foi o melhor trepador e César Fonte (Rádio Popular) subiu ao pódio como vencedor da camisola das metas volantes. Quanto aos atletas do Baixo Guadiana na geral Samuel Caldeira (OFM - QUINTA DA LIXA) foi 80º a 0:17:21, Amaro Antunes (BANCO BIC - CARMIM) foi 92º a 0:18:43 enquanto que Ricardo Mestre (EFAPEL – GLASSDRIVE) foi 112º a 0:26:49.
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D ESP O R TO
Associação Naval do Guadiana celebrou aniversário com o livro «Náutica Desportiva e Recreativa no rio Guadiana» Num espaço preparado para a efeméride a Associação Naval conseguiu juntar para o seu 31.º aniversário mais de 400 convidados. Aconteceu a 22 de Fevereiro o jantar comemorativo desta colectividade de utilidade pública do concelho de Vila Real de Santo António, com um extenso palmarés obtido em provas de náutica desportiva. Na cerimónia foi apresentado o livro com 544 páginas, “Náutica Desportiva e Recreativa no Rio Guadiana”. Uma obra sobre presente e passado que ficará para o futuro num registo extenso com acervo de fotografias e documentos que ilustram a acção dos desportistas que, desde a década de 30 do Século XX, ajudaram a tornar realidade a prática da náutica fortemente competitiva e formativa de novas camadas da juventude, nas actividades ligadas ao rio e ao mar, na área do estuário do Guadiana. Presentes no jantar estiveram diversos responsáveis políticos e desportivos que assumiram cargos públicos ao longo dos 31 anos do percurso da Associação Naval do Guadiana, presidentes de câmara e vereadores dos municípios ribeirinhos, incluindo Ayamonte e responsáveis pelo desporto nesta cidade andaluza. Esti-
veram também presentes atletas, utentes do porto de recreio, os trabalhadores da instituição e muitos amigos do clube.
Usaram da palavra José Estêvão Cruz, jornalista, escritor e um dos autores do livro, que explicou a forma como este foi concebido
náutica que destacou a capacidade organizativa da ANG e a confiança que a Federação nela deposita para a realização de provas náuticas; e, Luís
nio, devido à mudança de política da autarquia vilarealense que está a estrangular e a levar à falência alguns clubes, que atribuíu à crise económica, mas a que a ANG tem sabido fugir, libertando-se da dependência do subsídio. Luís Madeira lembrou que “a ANG é hoje mais que um ideal desse grupo que em 1983 criou uma instituição insubstituível na região e de grande relevo e importância nacional e muito considerada a nível internacional”. Homenagearam a ANG a Federação Portuguesa de Motonáutica e os Municipios de Castro Marim e Ayamonte. Os nautas desta cidade espanhola ofereceram réplicas das três caravelas de Cristóvão Colombo, Niña, Pinta e Santa Maria.
Palmarés da Associação Naval do Guadiana Luís Madeira, presidente do clube, falou da história, presente e futuro da Associação Naval do Guadiana Foi também notada a presença de António Murta, ex-presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, do deputado Miguel Freitas e de José Apolinário, presidente da Docapesca, empresa actualmente responsável pela gestão dos portos e marinas em Portugal.
e realizado de parceria com Luís Madeira; António Roquette e, presidente da Federação Portuguesa de Vela, que teceu rasgados elogios à ANG, pelo trabalho desenvolvido em prol da prática da Vela em Portugal; Mário Gonzaga Ribeiro, presidente da Federação Portuguesa de Moto-
Madeira, presidente da Associação Naval do Guadiana que deu nota dos êxitos desportivos alcançados pelo clube e dos projectos para o futuro. Fez também uma resenha da actividade clubística e das dificuldades porque passam neste momento os clubes de Vila Real de Santo Antó-
A ANG conta com um campeão e um vice-campeão do Mundo, um terceiro classificado e medalha de bronze em campeonato do Mundo, 32 campeões nacionais, 28 vice-campeões nacionais, 64 campeões regionais, 53 vice-campeões regionais e já representou Portugal em 24 países à escala global.
Seção de atletismo do Complexo Desportivo de VRSA Padel de VRSA ganha em destaque no canal Eurosport Cross Ana Dias Decorreu a 16 de Fevereiro na freguesia de Montenegro, concelho de Faro, o 1º Cross Ana Dias, que contou com a presença de 70 atletas na Categoria Séniores Masculinos, numa distância de 8300 metros. Os jogadores do Padel de Vila Real de Santo António tiveram muito bem conseguida exibição, sendo que a sua evolução prova após prova é bastante notória. Desta vez, o atleta João Fernandes consagrou-se Campeão do Algarve de Cross na Categoria de Sub-23 e o atleta Luís Castro ficou em quinto lugar nesta mesma categoria.
João Fernandes sagrou-se campeão
O Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António esteve em destaque no prestigiado canal televisivo pan-europeu Eurosport, durante o mês de fevereiro, num programa dedicado ao desporto na região do Algarve. Com a duração de quatro minutos, o programa «Algarve Sport Destination» foi emitido em 20 idiomas e em 59 países. A reportagem deu um especial enfoque ao atletismo, divulgando
a imagem do Complexo Desportivo de VRSA como uma infraestrutura de excelência para a prática de diversas modalidades olímpicas e para a realização de grandes competições e eventos. A notícia projetou também o clima ameno do Algarve, único na Europa, característica que permite a prática de diversos desportos e competições durante todo o ano. A emissão do programa «Algarve Sport Destination» faz parte de
uma campanha da Associação Turismo do Algarve no canal televisivo que inclui também a inserção de 190 «spots» promocionais do Algarve nos vários canais da Eurosport e a transmissão do 37º Cross Internacional das Amendoeiras. A par de VRSA, a reportagem deu igualmente destaque ao Vilamoura Atlantic Tour, evento equestre que terá lugar em fevereiro, em Vilamoura.
O programa «Algarve Sport Destination» foi exibido em 20 idiomas e 59 países
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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MARÇO 2014
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Corrida da Paz passou pelo Baixo Guadiana Centenas de pessoas acompanharam no Baixo Guadiana a Corrida da Paz. A iniciativa passou por Castro Marim a 25 de Fevereiro e Vila Real de Santo António a 26 de Fevereiro. Alunos desde o pré-escolar até ao secundário fizeram receções calorosas aos participantes desta corrida tão especial. Desde atuações de dança e musicais foi evidente a alegria contagiante que motivou jovens, e não só, a aderir a esta iniciativa. Recorde-se que a Corrida da Paz é um evento humanitário, de cariz mundial, iniciado em 1987 por Sri Chinmoy, que procura promover a paz, a amizade e a harmonia junto das pessoas e das nações de todo o mundo, tendo já percorrido mais de meio milhão de quilómetros e 150 países ao longo da sua história.
Cartoon
A Corrida da Paz passou pelo Baixo Guadiana e seguiu para Espanha. Há quem percorra o mundo pela amizade, harmonia e paz
Valeu a pena a onda de manifestações de alunos, docentes e autarquia. Parque Escolar abriu as salas às aulas na Secundária de VRSA
Centro Hospitalar do Algarve é alvo de investigação pela Procuradoria-geral da República
ECOdica Consuma água da torneira e poupe no ambiente e carteira. Faz bem à saúde e está à mão. No próximo dia 20 de Março a água da torneira vai estar no centro da tertúlia do Jornal do Baixo Guadiana/Biblioteca Municipal de VRSA. Acontece pelas 17h30 e a entrada é livre.