Jornal do Baixo Guadiana Outubro

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | OUTUBRO 2011 |

JORNAL DO

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Baixo

Guadiana Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal Ano 12 - Nº137

OUTUBRO 2011 PREÇO: 0,85 EUROS

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGA

PORTUGAL CEM NORTE

 Apesar da crise

Desde Alcoutim, passando por Castro Marim e Vila Real de Santo António existem cerca de 3.300 empresas. A esmagadora maioria – na ordem dos 95% - emprega menos de 10 pessoas. Cerca de 30% do volume de negócios das empresas de Castro Marim e Alcoutim pertence às quatro maiores empresas de cada um dos concelhos. Este número desce para 12,9% em Vila Real de Santo António, onde há mais empresas dispersas por mais sectores. Entrevistámos os responsáveis de três empresas de dimensão considerável no Baixo Guadiana e encontrámos empresários em dificuldades, mas que estão a dar a volta à crise com mais investimento e mais inovação.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |OUTUBRO 2011

EDI TORIA L

JBG

Jornal do Baixo Guadiana Director: Carlos Luis Figueira Sub-Director: Vítor Madeira Chefe de Redacção: Susana de Sousa Redacção: Antónia-Maria, Carlos Brito, Joana Germano, José Cruz Victoria Cassinello Colaboradores da Edição: Ana Brás Ana Dias Ana Lúcia Gonçalves Eusébio Costa Fernando Pessanha Humberto Fernandes João Raimundo Rui Rosa Vitor Barros Associação Alcance Associação GUADI DECO Europe Direct Algarve - CCDRAlg e Associação Odiana Departamento Comercial: baixoguadiana@gmail.com joanagermano@gmail.com Sede: Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21 8950-909 Castro Marim Tel: 281 531 171 Fax: 281 531 080 Redacção: Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21, 8950-909 CASTRO MARIM 281 531 171 966 902 856 baixoguadiana@gmail.com Propriedade: Associação Odiana Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21, 8950-909 CASTRO MARIM Tel: 281 531 171 Fax: 281 531 080 geral@odiana.pt

Os Sinais das Reformas Do pouco que ainda se conhece sobre o Livro Verde, da responsabilidade do actual governo e no qual constarão as propostas de alteração à estrutura e funcionamento da administração publica - central, regional e local - algumas das já anunciadas mudanças causam perplexidades e não poucas inquietações sobre o modelo que irá ser seguido. Sendo discutível o papel que desempenhavam algumas das estruturas desconcentradas da administração central em cada região, caso das várias direcções regionais, a sua extinção sem modelo alternativo que as integre e com o anunciado abandono da criação das Regiões Administrativas, resultam num processo que conduz à maior centralização do Estado; concepção, aliás, muito próxima da ideologia neo-liberal. O País seria seguramente outro, para pior, se não tivesse tido uma organização do poder local como a que foi consagrada na Constituição, cujas características fundamentais se mantiveram até aos dias de hoje. Registaram-se ao longo destes 36 anos exemplos de más gestões dos dinheiros públicos, assentes, entre outros aspectos, em opções duvidosas no planeamento e desenvolvimento dos territórios sob sua administração. Seguramente! Mas o que de positivo resultou para o País na obra realizada, supera

largamente os tais desvios. As autarquias ao longo de anos têm a crédito, em vários domínios, uma obra publica notável no novo País que hoje somos. São responsáveis por uma intervenção social que está longe de se esgotar na construção de equipamentos. Criaram condições de emprego qualificado, absorvendo jovens quadros que, se assim não fosse, não encontravam no mercado de trabalho lugar compatível com a sua formação. A esmagadora maioria destas estruturas transformaram-se ao longo do tempo nos maiores empregadores dos seus concelhos, absorvendo socialmente o que a economia não gerava, minimizando consequências, sendo chamados a agir, particularmente em momentos agudos de crise como os que estamos a passar, para dar respostas aos agudos problemas sociais que no seu quotidiano são confrontados. Em tal contexto, alterar formas de gestão, fundir estruturas, redesenhar um novo mapa para a administração local é um processo que se aceita à luz de toda a experiência adquirida, mas como já aqui tive oportunidade de sublinhar, tem de ser realizado com moderação, bom senso e a uma outra luz que não seja a ditada por cortes que se podem revelar cegos demais para o País que temos. Admito como viável a fusão de freguesias

ou em algumas circunstâncias o redesenhar das áreas que administram. Antevejo como benéfico a constituição de executivos monocolores, com redução ponderada de eleitos, desde que acompanhada de claro reforço dos poderes das Assembleias Municipais, incluindo os da destituição do órgão executivo. Já se me afigura um tanto esdrúxulo, que em nome da redução de custos se possa imaginar como boa reforma, promover o desmantelamento orgânico em que assenta tecnicamente o funcionamento das autarquias, porque daí podem vir a resultar, numa primeira linha de análise e ao invés do que se sustenta, maiores encargos

e menor eficiência dos respectivos órgãos. Vila Real de Santo António vai ser, na primeira semana de Outubro, nos dias 6 e 7, palco do VIII Congresso Internacional de Cidades e Entidades do Iluminismo. Em debate estarão importantes temas relacionados com a manutenção, recuperação, rentabilização dos Centros Históricos. Que caminhos e oportunidades se podem abrir entre a obrigatoriedade de preservar a memória histórica e a transformação de tal património num factor acrescido de atractividade e desenvolvimento. Carlos Luis Figueira cluisfigueira@sapo.pt

Vox Pop Participa na próxima manifestação contra a portagens a 8 de Outubro?

Pessoa Colectiva: 504 408 755 Direcção Executiva: Associação Odiana Design e Paginação: Daniela Vaz Rui Rosa Impressão: Postal do Algarve, Lda Rua Dr. Silvestre Falcão, nº 13 C 8800-412 TAVIRA Tel: 281 320 900 Tiragem desta edição: 3.000 exemplares Registo no ICS: n.º 123554 Depósito legal: n.º 150617/00 JBG online:

http://issuu.com/jornalbaixoguadiana e Facebook

Nome: Sérgio Viegas Profissão: Operador de Aviões em Escala R: Se não trabalhar vou de certeza. Acho que estas portagens não fazem sentido nenhum. Além de terem sido construídas com fundos comunitários, são a única estrada com o mínimo de condições que ligam o Algarve de uma ponta à outra.

Nome: Pedro Miguel Duarte

Profissão: Jornalista

R: Não estou por cá. Acho que não têm direito de cobrar algo que foi financiado com dinheiro comunitários abdicados de outros projectos para uma via essencial para o desenvolvimento da região. Se os Presidentes de Câmara tivessem decidido aplicar essas verbas noutros projecto não haveria estrada para portajar. Mais uma vez se paga os “erros” (SCUTs) dos governantes e seus amigos (empresas de obras públicas e exploração de estradas).

Nome: Catarina Azevedo Profissão: Estudante R: Não sei se vou poder ir, mas não concordo com as portagens. Vão prejudicar a economia; as pessoas vão deixar de se deslocar tanto e vão deixar de consumir, os nossos vizinhos espanhóis vão deixar de nos visitar com tanta regularidade. Além disso a A22 é mais segura do q a EN125.

Nome: Maria Lourdes Costa Rocha Profissão: NR

R: Não vou participar por falta de disponibilidade. Não concordo com as portagens na Via do Infante, mas não acredito que não avancem pois eles querem arranjar dinheiro de qualquer maneira.


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CRÓNICAS Vítor Madeira

O insubmisso

Documento Verde - A Reforma da Administração Local ou a asfixia do Poder Local

Paradoxalmente, com o país a atravessar uma das maiores crises económicas e financeiras da sua história, consequência maioritária da desbunda e do desvario da governação do Partido Socialista, o líder do XIX Governo Constitucional, Pedro Passos Coelho assumiu, destemidamente, e seguindo as imposições da Troika, travar o ciclo das reformas estruturais que há muito Portugal reclamava. Vem isto a propósito do Documento Verde da Reforma da Administração Local que o Governo acabou de apro-

var, com o qual se propõe realizar a reforma do Poder Local, que radica na proximidade com os cidadãos, promovendo a descentralização administrativa e optimizando recursos púbicos, tendo como horizonte o desenvolvimento sustentável dos municípios que constituem as várias regiões do país. Pela leitura sumária que fiz do Documento da Reforma da Administração Local, e como observador do Poder Autárquico, não posso estar mais em desacordo com aquilo que é proposto. Alcandorado na necessidade de melhorar o serviço público, aumen-

tando a eficiência e reduzindo custos, o Governo propõe um corte substantivo das freguesias urbanas, o encerramento das empresas municipais que não tenham viabilidade económica e uma redução drástica dos executivos das câmaras municipais. Quanto às soluções preconizadas para as freguesias e empresas municipais, considero-as razoáveis e correctas. Num tempo de grandes dificuldades, ninguém entende que haja freguesias nas sedes de concelho, que mais não são do que instrumentos políticos das câmaras municipais. Tal como não faz sentido a existência de empresas muni-

cipais que nalguns casos acumulam prejuízos atrás de prejuízos. Relativamente à redução dos executivos municipais e à fusão de municípios, tendo como base a identidade e a continuidade territoriais, é um choque reformista despido de sentido e sem qualquer coerência. Veja-se até onde vai a bizarria da questão. Tomemos como exemplo: Municípios com 10.000 ou menos eleitores: 2 vereadores (dos quais 1 a tempo inteiro) e 2 chefes de divisão. Municípios com mais de 50.000 e menos de 100.000 eleitores: 6 vereadores dos quais 3 a tempo inteiro) e 3 chefes de divisão.

Com esta proposta jacobina e insultuosa aos milhares de autarcas que, de Norte a Sul, se esforçam para que as populações tenham qualidade de vida e níveis de conforto aceitáveis, não vamos conseguir fazer a reorganização administrativa do País. Não é possível alterar o modelo de governação autárquica, promover a coesão territorial, muito menos melhorar a vida dos cidadãos, quando o Governo, sistematicamente, subtrai os meios e os recursos financeiros às autarquias, como pretende fazer com esta reforma asfixiante. É preciso que a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) tenha uma atitude intransigente na defesa do Poder Local, dizendo ao Governo que os autarcas não são um bando de malfeitores ou os artífices da corrupção, e que as dívidas das câmaras municipais são uma gota de água na dívida acumulada das empresas do Estado.

Vitor Emanuel Barros

Baixo Guadiana: Posicionamento Estratégico e o Sofisma da Composição Proponho neste espaço, uma reflexão sobre «posicionamento estratégico»; um conceito muito caro aos marketeers e a sua importância, para que se consigam obter vantagens competitivas, na bacia do Baixo Guadiana. Posicionamento estratégico ou de mercado, consiste em fazer com que uma produto, serviço ou marca se diferencie positivamente, ocupando um lugar claro e distinto na mente dos

consumidores, consubstanciando-se numa proposta mais vendável. No que concerne ao Baixo Guadiana e apesar das afinidades culturais, da proximidade física, do espírito de solidariedade, das boas relações institucionais; enfim de tudo aquilo que nos une e aproxima, os nossos vizinhos (das zonas confinantes com o Baixo Guadiana), são também inquestionavelmente nossos concorrentes. Esta questão, da concorrência e da

competição entre regiões é incontornável e é aqui que encaixa o «Sofisma da Composição». Uma das questões metodológicas que “atormentam” os economistas, é a questão dos paradoxos, em que as Ciências Sociais e nomeadamente a Economia, são pródigas. Para os teóricos da Lógica o seguinte raciocínio estará aparentemente correcto. “O que é verdade para uma parte, é, só por esse motivo, também

Ana Dias

Acreditar no impossível

Todos vivemos em dois mundos. No real, em que a vida passa a correr, entre mil obrigações e pouco tempo para nós; e no mundo dos sonhos em que a vida é perfeita e sem a mais pequena das falhas. O mundo real é feito das correrias diárias para não chegar tarde ao trabalho; feito dos gritos dos miúdos a lutar pela nintendo enquanto espalham migalhas de bolo pelo banco de trás do carro; é composto pelas críticas dos pais e a incompreensão dos filhos; o mundo real são contas para pagar e férias adiadas; é a falta de companhia por parte da nossa cara metade e são os sonhos que deixámos para trás porque havia sempre algo ou alguém a

precisar mais de nós do que nós. Mas o mundo dos sonhos também existe, vindo à luz a cada momento em que, depois de gastarmos o corpo e o espírito com tudo o que nos rodeia, nos permitimos um momento para nós, em que voamos para aquela ilha deserta com a nossa paixão, longe de pais intrometidos e filhos ladrões de tempo. Partimos para longe do trabalho já sem graça, das consultas do dentista e de tudo o que há sempre para fazer numa casa. Nesse momento só nosso, pensamos como seria se o sonho tivesse nascido: se o cantor que há em nós tivesse ficado famoso ou se o livro que não escrevemos fosse argumento de um filme. Perguntamos onde está o par com que sonhámos, que faria de nós o mais amado dos seres. E, sonhando mais um pouco, imaginamos a vida diferente, sem trânsito nem jantar para fazer enquanto ajudamos as crias com

os trabalhos de casa… e imaginamos a mesa posta e com velas, numa varanda junto ao mar, ouvindo uma doce melodia a acompanhar a louca paixão que sentimos. Vemo-nos com uma carreira de sucesso, felizes com o que fazemos, tendo o tempo e o dinheiro para realizar outros sonhos… Mas esse momento acaba porque a guerra pelo comando da tv voltou e é preciso deitar os miúdos e descongelar os bifes para o jantar de amanhã enquando respondemos a duas chamadas de trabalho. Sentimos que o momento se foi, com um amargo na boca porque a vida nos traiu: porque os filhos e a cara metade não são bem os poços de virtude que esperávamos que fossem; porque sentimos a culpa de um casamento que não funcionou ou porque o trabalho que temos nada mais é que a garantia do nosso sustento. Mas a verdade é só uma: não há

considerado verdadeiro para o todo”. Para os economistas, estaremos perante o “emérito” Sofisma da Composição. A realidade contradiz esse raciocínio e uma forma clara de ilustrar esse facto, será a seguinte; suponhamos que alguém está no passeio duma avenida, a tentar ver uma parada ou um desfile de carnaval, mas tem á sua frente uma ou duas filas de pessoas que lhe dificultam a visão, se essa pessoa se puser em bicos dos pés verá certamente melhor,

mas se todos se puseram em bicos dos pés o seu problema manter-se-à. Esta caricatura traduz, o seguinte; o que é válido para uma entidade, ou uma parte, pode não ser válido para o todo, ou para o conjunto. Urge, então, reflectir sobre a dicotomia entre Posicionamento Estratégico e o Sofisma da Composição. Ou seja, limitar-nos-emos a copiar as iniciativas dos congéneres, ou adoptamos uma lógica de posicionamento e criamos um modelo de desenvolvimento, assente no conceito de diferenciação positiva?! Do ponto de vista conceptual acredito que este seja o caminho: Posicionamento Estratégico, definindo variáveis, processos e dinâmica da diferenciação.

impossíveis. Enquanto acreditarmos em nós mesmos e nas nossas capacidades, podemos tudo! Podemos realmente tudo! E não são só os exemplos de velhinhos a atirarem-se de pára-quedas, ou mulheres de meia idade a catapultarem-se para a fama em concursos de tv que nos devem inspirar! Afinal cada um de nós tem mais capacidades do que alguma vez sonhou ter: basta recordarmos todas as situações em que nos superámos e nos surpreendemos com a força que não sabíamos possuir… Como pudemos, então, fugir dos nossos sonhos? Quando é que isso aconteceu? Que autoridade temos para nos julgar a nós próprios, dizendo que não somos capazes; pensando que o nosso tempo já passou? Porque razão não acreditamos que podemos tudo quando a nossa realidade é feita da prova de que conseguimos muito mais do que tudo? É preciso recuperar os sonhos, os nossos mais ambiciosos sonhos, para a secção das possibilidades. Podemos começar por fazer o jantar a ouvir a nossas músicas preferidas no mp3, isolando-nos dos selvagens seres a

quem tanto amamos, e partir na (re) descoberta dos nossos sonhos mais loucos. Podemos avançar um pouco mais e faltar uma tarde ao emprego só para olhar para o mar e sonhar um pouco mais. Até que nos acaba por chegar a luz da concretização; até que o sonho começa a ganhar vida própria e a tornar-se real no nosso interior. Chegando aí, meio caminho está percorrido. É fundamental acreditar! E é possível usar os maus momentos para dar nova vida aos sonhos; ver um divórcio ou um despedimento, não como o fim de uma etapa, mas como novas portas a abrirem-se no horizonte das nossas expectativas. Temos que acreditar que somos capazes; que temos em nós tudo o que é preciso para lutar pelo que sonhámos e que chegará o dia de apreciarmos o doce sabor da nossa (grande ou pequena) conquista. E temos que perceber que o dia de hoje é uma altura tão oportuna como qualquer outra para começarmos a devolver a nós próprios o sonho impossível. É a altura certa para começar a traçar um plano; para começar a acreditar. Porque enquanto acreditarmos, não há mesmo impossíveis!


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EDUCAÇÃO  VRSA

Inaugurada creche de Santo António para 155 crianças Foi inaugurada a 28 de Setembro a creche de Santo António, na localidade das Hortas. Integrada num complexo educativo cuja primeira fase – pré-escolar e primeiro ciclo – foi inaugurada em Maio. O investimento na creche ascendeu aos 800 mil euros.

Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social inaugurou creche Com este equipamento a funcionar foram eliminadas as listas de espera nas creches e no pré-escolar do concelho vilarealense e Luís Gomes, edil local, congratulou-se com o facto.

“Significa que a câmara municipal de Vila Real de Santo António quer valorizar a qualidade de vida dos seus cidadãos e construir um futuro para as crianças neste concelho”. Luís

Gomes diz que na conjuntura actual “as autarquias procuram a sobrevivência”, mas garantiu que “ é importante haver sentido de responsabilidade que obriga a olhar para o momento em que estamos a viver e construir um futuro para todos”. O autarca respondeu “com o investimento nesta nova creche à pergunta que fazem sobre as dívidas, sobre as contas da câmara...”, explicando que se tratou de um financiamento exclusivo da câmara municipal, tendo representado “um esforço grande”, realçando “o quadro de parceria com a Santa Casa da Misericórdia de VRSA. A creche de Santo António está a funcionar desde o início do ano lectivo 2011/2012 para crianças entre os 0 e os 2 anos. Dispõe de 155 lugares; 30 em idade berçário, 50 idade de um ano e 75 para os dois anos. Com cinco berçários e dez salas de atividades, a creche integra-se no edifício da Escola Básica e Jardim-de-Infância de Santo António, centro escolar que custou cerca de 2,7 milhões de euros.

Creche junta-se a restantes valências da Santa Casa Por sua vez, o Provedor da Santa

Casa da Misericórdia de Vila Real de Santo António congratulou-se pela presença do secretário de Estado na inauguração da creche de Santo António que se junta às valências de Lar, Centro de Dia, Centro Infantil, Centro de Acolhimento Temporário, Unidade de Cuidados Continuados, Unidade de VIH/SIDA e à Casa Mortuária. Esta Santa Casa apoia cerca de 700 utentes. Joaquim António Aguiã, garante que os apoios que a Santa Casa recebe da câmara municipal através do contrato-programa “são retribuídos com o trabalho do dia-a-dia”, lembrando que Vila Real de Santo António “não é um país rico, pelo contrário, e que precisa muito do nosso trabalho no apoio aos cidadãos”. Rematou, dizendo aos presentes que “não tenham vergonha de dar porque a Santa Casa não tem vergonha de receber”.

Secretário de Estado defende parceria social Marco António Costa, secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social, defendeu no seu discurso de inauguração

da creche de Santo António a cooperação entre os vários agentes da sociedade, lembrando que a parceria entre a câmara municipal de VRSA e a Santa Casa é “exemplo inovador” de parceria social, em detrimento da lógica públicoprivada. O governante garante que com a parceria social “as contas batem sempre certo, em que as gerações futuras saem sempre a ganhar, não sendo os resultados para ganho individual, mas para permitir uma massificação dos ganhos sociais de todos”.

100 dias de governação, 102 medidas O secretário de Estado lembrou que em 100 dias de Governo “foram tomadas mais de 102 medidas importantes para o país”. Garantiu, ainda, que este Governo “vai mais para além da Troika,nomeadamente no aumento do apoio social”, enumerando as medidas de ajuda que passam pelo apoio social a cerca de 700 mil portugueses no pagamento das facturas do gás e da electricidade e o descongelamento das pensões mínimas.

 120 crianças abrangidas

Realmadrid já abriu escola sócio-desportiva em VRSA José Estevens e Luís Gomes estiveram acompanhados por Rosa Roncal, relações internacionais da Fundação Realmadrid, na cerimónia oficial de abertura da escola sócio-desportiva. A sede é em VRSA e os pólos distribuem-se por Monte Gordo e Castro Marim. A Fundação Realmadrid abriu oficialmente a escola sócio-desportiva de VRSA e Castro Marim no passado dia 28 de Setembro, apesar da formação dos formadores se ter iniciado um dia antes. O primeiro momento inaugural foi o hastear da bandeira da fundação no complexo desportivo de VRSA, onde funcionará a sede da escola. Os técnicos madrileños estiveram cerca de três dias em VRSA a ensinar o programa da Fundação numa formação em que participaram cerca de 20 técnicos, não apenas de Vila Real de Santo António e Castro Marim, mas também das outras três cidades em que a Fundação de Florentino Peres vai instalar escolas sócio-desportivas: Gaia, Funchal e Lisboa. Outubro marca o arranque das aulas de basquetebol e futebol na sede em

Vila Real de Santo António e nos pólos de Castro Marim e Monte Gordo.

Luís Gomes e José Estevens , presidentes de câmara de VRSA e Castro Marim, respectivamente,

marcaram presença num discurso inaugural ao lado de Rosa Roncal, Relações Públicas da Fundação Realmadrid. Os autarcas foram unânimes ao congratularem-se com a primeira escola daquela Fundação no território do Baixo Guadiana e lembraram objectivo social a que se propõe esta instituição. “Formar mais e melhor as crianças e jovens para que sejam melhores cidadãos amanhã”, frisou Luís Gomes.

158 escolas em todo o mundo

Rosa Roncal, Luís Gomes, José Estevens e Conceição Cabrita no início da formação da escola sócio-desportiva VRSA/Castro Marim com o selo da fundação Realmadrid

Existem 158 escolas da Fundação Realmadrid espalhadas por todo o mundo. Rosa Roncal, Relações Internacionais da Fundação, à margem da conferência de inauguração, disse ao JBG que depois de VRSA e Castro Marim a

próxima escola vai abrir no Funchal, no arquipélago da Madeira. Mais tarde em Vila Nova de Gaia e em breve também em Manique, em Lisboa. As oportunidades para a abertura das escolas desta Fundação espanhola “são as mais diversas”, assegurou-nos a relações internacionais, congratulando-se, neste caso, com o empenho da associação sem fins lucrativos ODIANA - para o desenvolvimento de Alcoutim, Castro Marim e VRSA - e dos municípios locais que há cerca de um ano iniciaram as negociações para a abertura desta escola. O programa de formação da escola sócio-desportiva Fundação Realmadrid, que já está a funcionar em VRSA e Castro Marim, dá pelo nome «Eles correm, nós formamos» e vai envolver 120 crianças entre os 6 e os 12 anos. Tal como manda a Fundação, é dada prioridade às crianças e jovens com carências sociais. Assim, o desporto é utilizado para incutir valores de formação pessoal que permita um futuro melhor, desenhe um bom projecto de vida, “tornando-os melhores cidadãos”, insiste Rosa Roncal.


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JUVENTUDE  Estágio em França

Jovem estagiou um mês na cidade geminada de La Baule Filipa Matos teve oportunidade de estagiar em Julho passado em La Baule, cidade francesa geminada com Vila Real de Santo António. Ali aprendeu mais sobre a língua e cultura francesas e representou Portugal e a cidade pombalina que a viu nascer. Aos 21 anos a estudar Cências Farmacêuticas em Coimbra pouco, ou mesmo nada, faria prever que Filipa Matos tivesse oportunidade de em 2011 seguir para um estágio gratuito ao longo de um mês no país de Napoleão Bonaparte. Mas “a vida é assim mesmo, feita de coincidências” conta-nos, desde logo, a professora Cristina Felício que lançou o desafio à sua antiga aluna da disciplina de francês. Num encontro na biblioteca da escola D. José I, em Vila Real de Santo António, surgiu a oportunidade do convite da parte da professora a que Filipa não conseguiu resistir. Aceitou, e até embarcar a sua rotina encheu-se de pressas para terminar os exames da faculdade e seguir rumo a França. “Ela sempre foi uma aluna com um bom nível em Francês”, testemunha-nos a professora que viu nesta jovem “bastante apeteência para seguir a caminho de um estágio em La Baule”. Antes da viagem Filipa desconhecia o facto de que daquela cidade francesa é cidade-irmã de VRSA, mas hoje, depois de uma “intensa experiência”, reconhece bem as

tema «O Homem e o Animal», que foi o tema fio-condutor do estágio. Também tiveram oportunidade de visitar várias cidades onde foram acolhidos por famílias francesas.

Estágio gratuito com valor de 3 mil euros

Filipa Matos garante que este estágio mudou-lhe a visão do mundo semelhanças. “São muitas os elementos em comum; não apenas o clima, mas também a geografia da cidade e o turismo como grande sector de actividade”, conta-nos.

jovens de todo o mundo para o estágio em que Filipa, a única portuguesa, participou. “A experiência foi extraordinária pelo facto de conhecer melhor a cultura francesa, mas sobretudo para conhecer melhor o 50 alunos de todo o mundo”, testemunha-nos. No estámundo gio não se limitou apenas a aprender mais sobre a língua e a cultura Para trocar experiências e conhe- francesa, tendo tido oportunidade cer novas culturas juntaram-se 50 de realizar actividades dedicadas ao

É Cristina Felício, ex-professora de Filipa M. quem elogia a dinâmica do estágio e o patrocínio do Lions Club de La Baule. “Por norma estes estágio são de 15 dias e limitamse a aulas”, conta, salientando que este foi diferente. “Passearam por várias cidades, em Paris e na Bretanha, realizaram diveras actividades relacionadas com a música, aprenderam em francês e fizeram uma apresentação muito criativa dos seus países”, enumera, dizendo que pela experiência que tem no acompanhameto de estagiários em França “este estágio apresentase mais rico em duração e em conteuúdo”. A docente garante que experiências destas vêm dar um grande impulso à performance linguística dos alunos e à abertura para as várias culturas e elogia o patrocinio do «Lions» de La Baule.

“Por norma estágios com esta duração têm um custo de cerca de 3 mil euros”, diz-nos, explicando que “foi também muito significativo o apoio dado pela município francês”.

Representar VRSA Filipa Matos não desperdiçou a oportunidade que lhe deram de representar VRSA em La Baule. Com o apoio da Associação Cultural vilarealense vestiu-se a rigor com um traje do rancho folclórico local e falou do seu país e, especificamente, do concelho pombalino. Realizou ainda alguns trabalhos teóricos para os quais contou com a supervisão à distância da docente Cristina Felício

Amigos no mundo No balanço deste estágio Filipa testemunha que passou a “ver o mundo de forma diferente”, realçando que hoje olha para “Portugal como um país cheio de potencialidades que compete com os melhores do mundo”. Uma experiência que lhe mudou, efectivamente, a visão do mundo que quer conhecer melhor. Esta jovem vilarealense e futura farmacêutica deixou pelo mundo novos amigos com quem quer reencontrar-se. A muitas mãos Filipa e outros jovens estagiários escreveram um diário que hoje permite recordar os dias que passou em La Baule. Recebe novidades dos seus novos amigos via internet, mas também através do correio tradicional. Cartas que lhe chegam da China ou da Síria, lembrando-nos que ainda há quem no mundo viva à margem do desenvolvimento deste mundo globalizado.

 Entrada livre: 21 de Outubro

Tertúlia vai dedicar-se à obesidade Infantil Em Outubro o Jornal do Baixo Guadiana vai dedicar-se à problemática da Obsesidade Infantil, e com o apoio do projecto «Escola Activa» quer concretizar uma tertúlia bastante esclarecedora sobre o combate a este mal do século XXI. No próximo dia 21 de Outubro o Jornal do Baixo Guadiana retoma, após o interregno de Verão, às tertúlias mensais. De regresso à Biblioteca Municipal Vicente Campinas, em Vila Real de Santo António, as tardes de encontro e conversa trazem desta vez o tema «Escola Activa no Combate à Obesidade Infantil». Uma forma diferente de apresentar e fazer o balanço deste projecto que surgiu em 2009 para educar as crianças desde tenra idade para uma alimentação saudável e para a actividade física. Recorde-se que o sedentarismo apresenta-se como uma pandemia do século XXI e os valores de obesidade infantil registados no país em 2004 rondavam os 11,3% (31,6% excesso de peso). O consenso em torno

da problemática da obesidade infantil levou a Administração

Regional de Saúde do Algarve, a Escola Superior de Saúde e a

A entrada é livre e aberta à comunidade em geral

Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve a conceberem o Programa de Combate à Obesidade Infantil no Algarve e o Projecto «Escola Activa». A «Escola Activa» começa a sua implementação na Direcção Regional de Educação do Algarve [DREA] com a coordenação regional do Professor Eduardo Fernandes, tendo actualmente a sua intervenção desde o ensino pré-escolar até ao 3º ciclo. No Baixo Guadiana a tarefa de coordenador da Escola Activa cabe a Hélder Silva, professor de Educação Física que lecciona no Agrupamento de Escolas de Castro Marim; a ele cabe a coordenação do projecto nas escolas do sotavento.

A DREA coordena regionalmente o projecto enviando ferramentas de trabalho aos diversos coordenadores escolares, que, por sua vez, enviam-nas para as escolas e respectivos professores titulares de turma. A meta é envolver toda a comunidade escolar, e mais que isso é educar os alunos e chegar até aos encarregados de educação. No Baixo Guadiana cerca de 30% das crianças estão a ser acompanhadas por problemas de Obesidade. Por isso, o JBG quer envolver toda a comunidade nesta tertúlia que vai contar com a presença do projecto «Escola Activa», alunos, encarregados de educação, docentes, técnicos de saúde, com a Unidade de Cuidados na Comunidade Santo António de Arenilha, e comunidade em geral. A entrada é livre. Mais informações através dobaixoguadiana@gmail. com ou 966902856.


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LOCA L | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL *

ESPANHA por Antónia-Maria

Al hilo del Guadiana La junta de Andalucía, dentro del programa de Cooperación Transfronteriza España-Portugal, Algarve, Andalucía Alentejo, editó un libro sobre el Bajo - Guadiana donde se recogen fotos aéreas del curso del río a su paso por las zonas fronterizas. Esta obra está financiada por el FEDER a través del proyecto ANDALBAGUA. La Eurorregión nace con la vocación de ser un espacio vivo y un motor para el desarrollo de la colaboración dentro de este marco y, este libro, contribuye a acercarnos a nuestro medio y conocerlo a través de un vuelo fotográfico sobre él. Dicha exposición estuvo expuesta durante el mes de Mayo en los cursos de verano de la Rábida, Huelva, y en el patio central del Ayuntamiento de Ayamonte siendo muy concurrida su asistencia. Hasta final de Septiembre, la podremos disfrutar en el Archivo

Histórico Municipal de Vila-Real de Sto-Antonio. Su autor, Javier Hernández Gallardo, es un gran fotógrafo especializado en temas paisajísticos y posee numerosos galardones como ser finalista en el concurso europeo de Fotografía de la Naturaleza.. También fue ganador de la 51 Edición del afamado Concurso Nacional de Fotografía “Abeja de Oro”. Sus proyectos realizados por encargo de organismos, como la Consejería de Cultura, con el fin de servir como guías digitales son, entre otros: los Espacios Naturales como Doñana, Sierra de Aracena, Sierra Nevada, Despeñaperros, Andújar…donde podemos apreciar la enorme belleza de estos lugares. Otras guías de gran interés son los Cortijos y Haciendas en Andalucía o la Ruta de los Teatros romanos.

Su autor, Javier Hernández Gallardo, es un gran fotógrafo especializado en temas paisajísticos

La ley de costas en Andalucía El litoral andaluz abarca mas de 800Km de litoral que incluyen marinas y estuarios de al región mas meridional de la Península Ibérica Entre los objetivos generales del Plan de Medio Ambiente de Andalucía correspondiente al periodo 1977-2002, estaba mejorar la calidad del litoral, recuperando las zonas degradadas durante largo tiempo por practicas indebidas, por la ausencia de una legislación adecuada. Todas las actuaciones, hasta ahora, se han orientado hacia la corrección de vertidos urbanos, industriales y la mejora de infraestructuras y equipamientos en las playas. En principio, las casas de playa construidas dentro de la demarcación de esta nueva ley se les amplia la concesión para disfrute hasta 60 años, como máximo, para ser, pasado ese tiempo, demolidas. Los bares y restaurantes situados en la arena de la playa, se exige que

retrocedan hasta el limite marcado; lo que está causando una gran polémica y enfrentamientos por existir 4000 negocios, autorizados por la antigua legislación, que recaudan 500 millones de euros al año y dan empleo a mas de 40.000 personas. Por otro lado están los emprendimientos turísticos autorizados, en su día, por la Junta de Andalucía y que con la actual Ley son ilegales, tal como el hotel “El Algarrrobico” un complejo de 22 plantas y 411 habitaciones, en pleno parque natural del Cabo de Gata, que continua a ser la imagen mas desoladora de la destrucción del medio ambiente en esta costa andaluza. Pese a los esfuerzos de los Ecologistas, que han paralizado casi medio centenar de planes urbanísticos, este litoral andaluz ha sido el mas degradado de toda la Península en los últimos 10 años

El Centro cultural lusófono de Sevilla Fiestas de las Angustias de Ayamonte 2011 Cartel de las Fiestas de las Angustias de Ayamonte 2011, realizado por el artista local Enrique Lopez Nieves “ENRI”. El autor quiere expresar su admiración por la mujer de su tierra pintando a una familia ayamontina, momentos antes de asistir a la Ofrenda de Flores a la Patrona de la Ciudad, en su día. La joven madre prepara a sus pequeños para vivir este momento de las Fiestas. La obra refleja un típico patio andaluz con su pozo e imagen de la Patrona, tan usual aún en el barrio antiguo de la Villa.

El Centro Cultural Lusófono de Sevilla CCL fue fundado por un grupo de personas vinculadas a la cultura de los países de lengua portuguesa, bien por ascendencia, estudios o simpatía a país vecino, con el objetivo de promover actividades culturales y recreativas todas orientadas a su conocimiento y expansión. La Asociación no tiene animo de lucro y su afiliación esta abierta a

cuantas personas se identifiquen con sus fines y quieran participar en sus proyectos. Sus objetivos; mantener las raíces lusas mediante el conocimiento y la difusión de la lengua portuguesa, así como la cultura de los países que la hablan. Para que este objetivo se cumpla el CCL ofrece actividades como:

-Conferencias, coloquios, exposiciones… -Actividades teatrales, literarias y musicales -Biblioteca y videoteca de autores -Excursiones de interés histórico -cultural -Actuaciones y aprendizaje de folklore y música de los países lusófonos -Encuentros gastronómicos -Jornadas de convivencias -Y actividades de otra índole que podamos organizar … Dirección: Centro Cultural Lusófono. Pabellón de Portugal Avenida del Cid. Apartado 229-41004. Sevilla

Sus objetivos son mantener las raíces lusas mediante el conocimiento y la difusión de la lengua portuguesa, así como la cultura de los países que la hablan


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LOCAL  Sessão PSD Algarve em Castro Marim

Estevens envia recado pelo secretário de Estado contra «Livro Verde» José Estevens, presidente da câmara municipal de Castro Marim, aproveitou a visita do secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social para criticar «Livro Verde da Reforma da Administração Pública».

Edil de Castro Marim não vê com bons olhos a redução do executivo e do número de quadros superiores O presidente da câmara municipal de Castro Marim, José Estevens, está “preocupado” com o «Livro Verde da Reforma da Administração Pública». Durante uma jornada de trabalhos do Partido Social Democrata distrital, numa organização da concelhia castromarinense, o edil mostrou-se receoso que perante os cortes previstos nas chefias “a exigência da qualificação dos serviços da administração local morra na praia”,

e mandou recado pelo secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social que foi o convidado especial da sessão. “Castro Marim passará a ter um presidente de câmara e um vereador”, afirmou, lembrando que actualmente “tem sete unidades orgânicas com seis chefes de divisão e passará a ter dois chefes de divisão”, ilustrou o autarca, criticando cortes que acredita que iriam “passar a gordura e atingir o osso”.

A resposta do secretário de Estado foi pronta, dizendo este governante que “todos nós temos de nos conformar com uma realidade diferente”, lembrando que “há muitas dificuldades e todos os sectores da nossa sociedade vão ser atingidos”. Marco António Costa está convicto, no entanto, que esta “mudança de paradigma muito grande vem no timming certo porque no final de 2013 vai haver muitas mudanças no poder local e vai surgir uma nova geração que terá que aceitar as novas dificuldades que o novo ciclo vai trazer”, lembrou, frisando que “não podemos discutir se vamos estar preparados”.

Balanço de 100 dias de governação As jornadas de trabalho do PSD do Algarve trouxeram até Castro Marim Marco António Costa que fez o balanço de 100 dias de governação. Com a pasta da secretaria de Estado da Solidariedade e da Segurança Social deixou a garantia que o esforço passará por

“trabalhar para que os recursos vão para aqueles que são os mais necessitados”, pedindo rigor a todos os responsáveis. “Estamos perto de assinalar os 100 dias de Governação e já foram tomadas 102 medidas importantes - 60 concretizadas e 42 em execução”, lembrou, dizendo que este Governo “em dois meses fez o que o anterior não fez em quatro anos”, destacando “um acordo na área da educação que permitiu que o ano lectivo arrancasse com normalidade e devolvesse paz social nas escolas”. “Em 100 dias conseguimos cortar cerca de 1700 chefias na administração pública. Extinguimos a figura dos directores distritais adjuntos na Segurança Social e vamos cortar 352 chefias de topo e intermédias. Podemos ir muito mais longe; esta é uma primeira fase de abordagem”, afirmou, lembrando, ainda, a extinção dos Governos Civis. “ Não é cortar por cortar”, frisou, justificando que o objectivo é de “100 milhões de euros de corte na máquina do Estado”, explicando ao auditório cheio da biblioteca municipal de Castro Marim que

este valor corresponde ao valor necessário para “a actualização das pensões mínimas em Portugal e para o apoio social extraordinário decorrente da actualização da taxa do IVA para o gás e a electricidade. Tem de se poupar de um lado para se garantir apoio do outro”, rematou, afirmando que o Governo “tem de cumprir um compromisso com a Troika que deve obter resultados de retoma de crescimento económico e de crescimento social”.

Regiões-piloto não vão avançar Do auditório houve quem questionasse sobre o avanço da regionalização. Apesar de se afirmar “um regionalista convicto e do PSD ter colocado no Programa de Governo a criação de regiõespiloto” o secretário de Estado defendeu que a regionalização não é uma prioridade porque há que “perceber o que é essencial e o que se pode tornar acessório” numa altura de um compromisso “com cronograma e valores definidos” pela Troika. “Não há tempo, nem momento, nem oportunidade para abrir um debate sobre a regionalização”, afiançou.

Apoio na recuperação habitacional de idosos “precisava ser 10 vezes maior” Foi já implementado em Alcoutim o «Programa Conforto Habitacional para Pessoas Idosas». Uma iniciativa do Governo com o objetivo de prevenir a dependência e institucionalização dos idosos, mas que “fica aquém das necessidades”, reivindicou já o edil Francisco Amaral.

Para Alcoutim estão previstos 28 mil euros para a recuperação habitacional dos idosos

Um dos factores que leva à instituicionalização dos idosos é a falta de condições das suas habitações. Por isso o Governo está a estabelecer protocolos com os municípios para melhorar ou recuperar as casas dos mais idosos, aumentando a sua qualidade de vida. O Município de Alcoutim celebrou já o seu protocolo com o Instituto de Segurança Social, no passado dia 4 de setembro; que foi assinado pelo presidente da Câmara Municipal, Francisco Amaral, e pelo Diretor do Centro Distrital de Faro, Arnaldo José Tainha de Oliveira. Está, assim, implementado o «Programa Conforto Habitacional para Pessoas Idosas» no concelho alcoutenejo. O Instituto de Segurança Social compromete-se a financiar a qualificação de habitações no concelho de Alcoutim num total de 28 mil

euros. Entretanto, o presidente da câmara municipal de Alcoutim reuniu-se com o Secretário de Estado da Segurança Social, Marco António, para que esse financiamento seja alargado, explicando que foi assinalado um “grande número de idosos” do concelho a viver em situações precárias. Contactado pelo JBG Francisco Amaral explicou que a verba para já disponibilizada “apenas dá para a recuperação de oito casas”, e acrescenta que, a equipa de Acção Social da autarquia que está no terreno terá já sinalizado cerca de 80 casos de habitações “em muito más condições”, ou seja, dez vezes mais do que aquilo que é apoiado pelo Giverno. Para além de pedir mais dinheiro para este programa o edil alcoutenejo apelou ao secretário de Estado apoios do Estado para um Lar e um Centro de Noite em Martinlongo, e uma Unidade de Cuidados Continuados em Alcoutim, garantindo que “são três equipamentos que estão parados por falta de verbas”.

Governo prepara relatório sobre falta de vagas de lar O secretário de Estado Marco Costa confirmou ao JBG que acolheu as preocupações do presidente da câmara municipal de Alcoutim, fazendo questão de lembrar que “o Governo está em funções há apenas três meses”. Lembrou também que no programa Pares I, II e III foram apoiados mais de 36 mil vagas de equipamentos sociais, “mas é preciso arranjar 200 milhões de euros desse investimento que ficaram por pagar por parte das instituições que estão com enormes dificuldades em conseguir saldar a dívida”. O Governo espera ter em Novembro dados que permitam perceber o que está a obstaculizar as vagas em lar.

* Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico


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G RA ND E R EPO R TAGEM

A crise não pára o investi e a inovação de empresár Desde Alcoutim, passando por Castro Marim e Vila Real de Santo António existem cerca de 3.300 empresas. A esmagadora maioria – na ordem dos 95% - emprega menos de 10 pessoas. Cerca de 30% do volume de negócios das empresas de Castro Marim e Alcoutim pertence às quatro maiores empresas de cada um dos concelhos. Este número desce para 12,9% em Vila Real de Santo António, onde há mais empresas dispersas por mais sectores. Entrevistámos os responsáveis de três empresas de dimensão considerável no Baixo Guadiana e encontrámos empresários em dificuldades, mas que estão a dar a volta à crise com mais investimento e mais inovação. Em próxima edição vamos estar à conversa com empresários da hotelaria e restauração para conhecermos o balanço do Verão e sabermos como estão preparados para enfrentar a época baixa.

FRUSOAL, uma das maiores produtoras de citrinos, e está localizado em Vila Nova de Cacela, em VRSA Susana de Sousa Uma das boas notícias da Serralgarve, é que a empresa do famoso pão de Martinlongo está a trabalhar com o grupo Jerónimo Martins. Representa mais distribuição pelo país, mais postos de trabalho na serra algarvia e um investimento viável para um crescimento da empresa em tempos muito conturbados na conjuntura económica. “Uma oportunidade que não podemos deixar fugir”, diznos José Rosa Pereira que conta também que este passo é dado à medida da perna e que representa “um salto” da empresa; a maior do concelho de Alcoutim. Para cumprir com os novos compromissos a Serralgarve investiu mais 50 mil euros em duas viaturas, três postos de trabalho, e houve um aumento de 5% da produção. “Era uma ambição da nossa empresa vir a trabalhar com grupo Jerónimo Martins”, confessa-nos José Rosa Pereira, que trabalha há alguns anos com os grupos Auchan e Sonae. A Serralgarve é também o segundo maior empregador do concelho de Alcoutim; com cerca

«CORVO&CORVO» abriu em VRSA supermercado inovador SERRALGARVE, de Martinlongo, concelho de Alcoutim, em 1977 e 30 anos ganhou aposta no sector em Castro Marim entrou recentemente no grupo Jerónimo Martins

de 44 postos de trabalho.Sofreu uma quebra de receitas na ordem dos 50%, sendo que a despesa triplicou. Esta empresa atravessa a maior crise de sempre, mas apesar disso o espírito empreendedor não abandonou José Rosa Pereira. Diríamos que até pelo contrário, já que este Verão fez um ano que abriu a primeira loja do pão de Martinlolngo fora de Alcoutim, mais propriamente na localidade de Olhos de Água, no concelho de Albufeira, e que tem sido “um sucesso” . Os principais consumidores são os turistas que chegam no Verão e que no resto do ano compram em Lisboa este que é dos pães mais famosos do país. É, de resto, para Lisboa, Baixo Alentejo e todo o Algarve que a Serralgarveescoa o «Pão de Martinlongo». Em 2011 abriu duas lojas em Faro. Em 2010 a facturação foi de um milhão de euros, com a produção diária de cinco mil pães.

«Corvo & Corvo» não se ressente da crise A empresa «Corvo&Corvo» mais conhecida pelos «Supermercados Corvo» não se ressente da crise.

Carla Corvo uma das gerentes garante que “não houve baixa de qualidade” para superar a crise até porque a bitola por que esta empresa se rege é precisamente “a da qualidade”, garante. «Corvo&Corvo» é uma empresa familiar proprietária de dois supermercados. O primeiro surgiu em 1977, em Vila Real de Santo António, tendo sido muito inovador, para a época, no território e ainda hoje se tenta diferenciar dos hipermercados existentes “oferecendo produção própria, de qualidade e muito apreciada não só pelos portugueses, mas também pelos espanhóis que são grandes clientes”. Em 2008 a segunda aposta desta empresa no ramo recaiu sobre a vizinha vila medieval de Castro Marim. “Apesar de muitas pessoas, inclusivamente fornecedores, nos terem alertado que esta não seria uma boa aposta pela dimensão da vila, a realidade veio mostrar o contrário e não nos podemos queixar das vendas”, afirma Carla Corvo. Os clientes deste supermercado procuram, preferencialmente, a frutaria, que na sua maioria é de produção própria, e procuram também o talho que dispõe de carnes de produção nacional.

Carla Corvo testemunha que os clientes dos «supermercados corvo» procuram o que é nacional”, o que não deixa de ser um bom indicador de consumo interno numa altura em que se apela cada vez mais à produção e consumo do que é português para o equilíbrio da balança comercial. Em Castro Marim os clientes vão à procura de preços mais baratos; “faz parte da cultura local que é mais humilde e mais pequena”. Para responder a essa procura, a empresa tem adoptado a venda de marcas mais em conta, “mas que dão a resposta à exigência de qualidade”. No total empregam 45 pessoas e além dos supermercados têm padaria e pastelaria em Altura, concelho de Castro Marim; produção caseira que fornece o supermecado, incluindo espaço de cafetaria. Em 2010 quatro milhões de euros representam o volume de negócios desta empresa familiar onde Carla Corvo divide responsabilidades com a irmã Nídia Corvo e com o pai, mentor de todo o projecto, Marçal Corvo. “O meu pai tem 71 anos e muita experiência na área dos negócios; cabe a nós dar-lhe conta das novas necessidades e ajudar à adaptação da oferta à procura”.

Também muita da produção agrícola que o pai possui é vendida nos supermercados. Carla Corvo confessa que os tempos estão difíceis para pensar em mais investimento. “Existem muitas ideias e vontade”, mas prefere não assumir novos compromissos nesta altura. Admite que “dar emprego a 45 pessoas não é fácil” e no Verão nos dois supermercados reforça a equipa em mais 10 pessoas. Esta empresária defende que “deveria ser ministrada mais formação por parte do Instituto de Emprego e Formação Profissional para os serviços de atendimento ao público”, já que testemunha que “às vezes há muitos candidatos que chegam sem qualquer qualificação para atender o público e numa região turística isso representa uma grande lacuna”, remata.

«Frusoal» aposta forte na internacionalização Anualmente a «Frusoal»produz 25 milhões de quilos de citrinos. É uma das maiores e mais modernas empresas do sector, bem como das maiores produtoras de citrinos nacionais. Em 2010 o volume de negócios atingiu os 13 milhões de


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GR AN D E R EP O R TAGEM

timento rios no Baixo Guadiana euros. Nascida em 1990, foi 14 anos depois que sofreu o «boom» graças à inovação tecnológica; à reestruturação total da central, à renovação da imagem e a abertura a novos mercados. Pedro Madeira, sócio-gerente, fundador e director-executivo da Frusoal, empresa localizada em Vila Nova de Cacela, no concelho de Vila Real de Santo António, fala de um “padrão de qualidade que se quer melhorar sempre”, referindo-se ao fomento da inovação na produção agrícola, o respeito pelo meio ambiente e a promoção da eficiência de todos os processos da organização. Os principais clientes da Frusoal estão na área de distribuição grossista e no sector das grandes superficies em Portugal, Espanha, França, Polónia, Ucrânia, República Checa e Itália. Em Outubro deverá iniciar exportação para a Alemanha, depois de já ter entrado, entretanto, no mercado inglês.O mercado da exportação representa 20 a 25% da laboração da Frusoal. A médio prazo Pedro Madeira gostaria de passar para 50% a 60%, sem que isso represente a redução do mercado interno. “Para ser bem sucedido no ponto de venda é necessário ser-se bem sucedido nos campos de cultivo”, garante Pedo Madeira.No total esta empresa conta com 90 sócios, sendo que cerca de 40 são produtores. A Frusoal faz a condução de 80% a 90% dos pomares dos sócios. “Caso não existisse a Frusoal muitos dos produtores teriam as suas terras abandonadas”, garante Pedro Madeira que conta na maioria – cerca de 60% - com a produção de pequenos e médios agricultores; ou seja, com cultivos abaixo dos 20 hectares. Como empresário não está preocupado com a crise, mas enquanto produtor sim. “Quem impõe os preços são as grandes superfícies”, frisa, dizendo que “actualmente por cada quilo de citrinos o agricultor não recebe mais do que 14 a 15 cêntimos”. São valores com os quais a Frusoal consegue competir, mas que reconhece que são muito difíceis para um pequeno agricultor. “ A Frusoal continua a investir na área da produção e é detentora do maior pomar de citrinos do país com 225 hectares na Zambujeira do Mar. Em 2009 abriu com 75% do capital a «Tavifruta», na Luz de Tavira.

Trata-se de uma empresa mais pequena que só faz a recepção de fruta de produtores. Entre Setembro e Dezembro fazem tratamento de Diospiro e de Damasco. Com 100 postos de trabalho directos e outros tantos indirectos, e apesar das dificuldades Pedro Madeira orgulha-se de em 21 anos nunca se ter atrasado um dia nos ordenados e de todos os anos actualizar os rendimentos dos seus funcionários. “Faz-se o que se pode; é importante motivar os trabalhadores que tanto sacrifício fazem por esta empresa”, reconhece, rejeitando cenários de despedimento ou revisão em baixa de salários na Frusoal.

95% das empresas do Baixo Guadiana emprega menos de 10 pessoas No território do Baixo Guadiana existem cerca de 3300 empresas. A maioria dedica-se ao comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos, seguindo-se a construção e depois o alojamento, restauração e similares. A esmagadora maioria das empresas emprega menos de 10 pessoas - 97,5% em Alcoutim, 95,9% em Castro Marim e 96,2% em VRSA. Ultrapassam os 70% as empresas individuais - 78,15% Alcoutim, 74, 16% Castro Marim e 71,01% VRSA . Em Alcoutim e Castro Marim cerca de 30% do volume de negócios das empresas pertencem às quatro maiores empresas do concelho - 29,8% em Alcoutim e 31,9% em Castro Marim. Já em VRSA este valor desce para os 12,9%. No que diz respeito ao Volume de Negócios Alcoutim atinge 13.628 milhões de euros, Castro Marim 85.792 milhões de euros e VRSA 320.163 milhões de euros. * Este dados foram cedidos pelo NERA , remetendo as últimas estatísticas neste âmbito do Instituto Nacional de Estatística (INE)

“Muitas empresas não estavam preparadas para enfrentar esta crise” O que tem a dizer sobre... A redução da Taxa Social Única e a sua compensação com o aumento das receitas do IVA?

Essa medida incluída no memorando assinado com a Troika pretende aumentar a competitividade das empresas. Mas hoje as opiniões dividem-se, não só entre os economistas mais renomados e mesmo entre os empresários e as suas associações como, ao que se diz, dentro do próprio Governo. Há quem defenda que deveria ser apenas para as empresas exportadoras de bens (foram apenas 18.000 em 2010), havendo quem inclua nelas também a Hotelaria e o Turismo. Outros defendem que deveria ser para todas as empresas (mais de 400.000), até porque a UE não aceitaria a exclusão de empresas. Trata-se de uma matéria muito complexa em primeiro lugar pelo impacto imprevisível que poderia ter numa economia abalada e em recessão como a nossa, e depois pelo impacto no consumo com um aumento das taxas do IVA para compensar a redução da TSU. Impacto que seria diferente se estivéssemos a falar numa diminuição da TSU de 2p.p., de 4 p.p. ou até de 8p.p. Perante este quadro, e pensando sobretudo na maioria das nossas empresas, as PME’s, considero que podem ser mais pesadas as consequências negativas de um aumento brutal de IVA, de produtos e de escalões, nomeadamente nos bens de largo consumo e em especial na Restauração e no Turismo - o que seria péssimo para o Algarve - do que as eventuais e incertas vantagens de uma baixa da TSU. Se a baixa da TSU se processar em dois anos, como também se diz,

penso que os eventuais efeitos positivos serão ainda menores e os negativos talvez maiores. Trata-se de matéria que está em discussão entre os parceiros sociais com o Governo, e que o NERA está a acompanhar através da CIP-CEP de cuja direcção o seu Presidente faz parte.

O disparo do número de insolvências de empresas?

Os números são preocupantes também no Algarve. Reflectem a péssima conjuntura da nossa economia e as dificuldades crescentes das empresas: quebra de actividade, quebra de rentabilidade, incapacidade de responder às responsabilidades e agravamento da situação financeira. São empresas que desaparecem mas também empregos que são destruídos. Percebe-se porque é que o Algarve tem a maior taxa de desemprego do país. Muitas empresas não estavam preparadas para enfrentar esta crise e aí os responsáveis políticos tiveram responsabilidades ao não dizer a verdade aos portugueses a tempo. E era seu dever fazê-lo! As versões optimistas alimentadas nos últimos anos foram um erro gravíssimo que as empresas, os trabalhadores e o país vão pagar duramente. Que fazer agora? Em primeiro lugar é preciso assumir a «verdade» da economia do Algarve… revelar os erros e as ilusões. Por um lado o «cansaço» do modelo de crescimento do turismo – navegar à vista… - de uma tendência que levou ao exagero na imobiliária e na construção – sectores em que está grande parte das insolvên-

Vitor Neto, Presidente do NERA – Associação Empresarial da Região Algarve

cias e do desemprego. Claro, ninguém quer reflectir sobre isso… não dá jeito mesmo a nível local e regional… mas, na minha opinião, quanto mais tarde pior! Finalmente, como empresários não podemos perder a coragem e devemos lutar junto dos responsáveis para que se criem condições para responder àquele que é hoje o maior problema das empresas: faltam mecanismos de apoio financeiro. Caso contrário muitas empresas vão desaparecer e o desemprego continuará a aumentar.

A redução dos valores da indemnização laboral?

A missão das empresas não é despedir, é criar riqueza e valor, contribuir para o desenvolvimento e para gerar emprego. Mas é evidente que as empresas têm de ter o seu equilíbrio entre os capitais que possuem, o valor que acrescentam com a sua actividade e os seus custos fixos e variáveis. É aqui que entra o factor trabalho e a relação empresa/ trabalhador. O problema das indemnizações por despedimento insere-se nesse contexto e a questão central não está no valor de uma indemnização, mas na criação de condições que, sem dramatismos e injustiças sociais, permitam às empresas manter a sua rentabilidade e a capacidade de gerar o emprego adequado à sua sobrevivência e continuidade. É matéria que está em discussão em sede de concertação social, e espero que se chegue a um acordo justo e equilibrado.


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LOCA L  Novidades em dia de sessão solene

Alcoutim revitaliza-se aos 60 anos de Festa As «Festas de Alcoutim» este ano comemoram 60 anos de vida. Uma data assinalada de forma especial. A destacar a organização da sessão solene, que foi levada a cabo por três jovens técnicos da autarquia, e, por outro lado, três cidadãos, septuagenários, anunciaram a criação do grupo «Pr’ó Futuro de Alcoutim».

 12 mil euros

Município

de Alcoutim ajuda os

trabalhadores da câmara

Francisco Amaral homenageou três alcoutenejos ilustres, tendo atribuído nova toponímia na vila com seus nomes A sessão solene que aconteceu no dia do município, a 9 de Setembro, ficou marcada por uma viagem ao passado das primeiras festas de Alcoutim que nasceram “na altura graças a um enorme esforço de todos os alcoutenejos”, lembrou no seu discurso Francisco Amaral, presidente da câmara municipal de Alcoutim. Nessa retrospectiva histórica homenagearam-se todos os que contribuíram para fazer nascer e crescer a Festa de Alcoutim, que é actualmente uma das mais conhecidas festividades algarvias. Para partilhar o nascimento desta festa Gaspar Santos e José Serafim lembraram como era organizar o evento nas décadas de 50 e 60 do século passado. Momentos de muita aventura e dificuldades, como relataram, mas que estiveram sempre associados a muita força de vontade, afirmaram nos seus discursos. Entre vários testemunhos históricos envolvidos em muita emoção e nostalgia - mas também em orgulho pelas festas se terem transformado no evento que são hoje - surgiu Carlos Brito, conceituado cidadão alcoutenejo que anunciou que foi criado por si, pelo escritor Mário Zambujal e pela professora e escritora Teresa Rita-Lopes um movimento descrito como um “verdadeiro lobby”. Tratase do movimento «Pr’ó Futuro de Alcoutim». Um grupo de reflexão sobre o futuro e as potencialidades do concelho, actuando como uma voz de Alcoutim junto de empresas,

comunicação social e outras entidades. Carlos Brito apelou a toda a comunidade que se juntasse à aspiração deste grupo; nomeadamente os mais jovens, aproveitando a ocasião para elogiar “o excelente trabalho” feito pelos mais novos na organização desta festa que comemorou em 2011 este ano 60 anos de vida. O escritor Mário Zambujal, que lembrou que “foram as razões do amor” que o levaramu para Alcoutim, diz-se há 50 anos um apaixonado pelo concelho e critica os “fundamentalismos ambientais que travam o desenvolvimento de Alcoutim, reivindicando que “a proteção ambiental não pode ser inimiga do Desenvolvimento”.

Ilustres alcoutenejos figuram em toponímia O presidente da Câmara Municipal de Alcoutim encerrou a sessão solene numa sentida homenagem a todos os que contribuíram para o desenvolvimento das Festas de Alcoutim e em particular aos três nomes perpetuados nesse dia na toponímia da vila - José Maria Mendes Amaral, “de quem tive a honra e o orgulho de ser filho” [professor primário e presidente da Câmara Municipal em Alcoutim], Manuel Serafim [comerciante e benemérito, que procurava ajudar a todos nas dificuldades burocráticas da época, tendo também desempenhado funções autárquicas] e Fer-

O Município de Alcoutim estabeleceu a 28 de Setembro um protocolo com o Centro de Apoio aos Trabalhadores da Câmara Municipal de Alcoutim (CAT), para auxiliar funcionários com dificuldades socioeconómicas, Carlos Brito e Mário Zambujal criaram, com Teresa Rita-Lopes, o movimento que neste período de dificulda«Pr’ó Futuro de Alcoutim» des que o período atravessa estão mais acentuadas. Para além de um subsídio anual de 12 mil euros, para garantir o funcionamento do CAT e a concretização dos objetivos definidos, a Câmara Municipal de Alcoutim compromete-se a dar um “grande apoio logístico” (uso de telefones, material de papelaria, utilização de viaturas e espaços físicos) e a facilitar dispensas de serviço aos membros do Centro para realização de reuniões e/ou eventos. “O CAT responsabiliza-se por redobrar a sua atenção com os funcionários que possam surgir com casos sociais preocupantes e continuar com as atividades que têm contribuído para o prestígio e dignidade do Município de Alcoutim e dos seus trabalhadores. O protocolo vigorará por tempo indeterminado, podendo Este ano a sessão solene das «Festas» foram organizadas por três jovens ser revogado ou modificado a técnicos da edilidade: Fernando Dias (na foto), Jorge Palma e Nélia Vicente qualquer momento mediante acordo expresso entre as partes”, nando Lopes Dias [sócio fundador está toda a resenha histórica das adianta a autarquia em comudo Grupo Desportivo de Alcoutim, Festas de Alcoutim. Depois teve lugar nicado. grande mobilizador da juventude um desfile etnográfico, com membros Ao que o JBG apurou, até início alcouteneja na sua época e 1º presi- do Teatro Experimental de Alcoutim deste mês de Outubro o CAT não dente de Câmara de Alcoutim depois (TEA), Grupo Etnográfico do Pereiro tinha ainda em mãos nenhum do 25 de Abril de 1974]. e Rancho Folclórico de Martim Longo, caso preocupante, mas uma fonte que animou o centro da vila, em memó- ligada ao projecto acredita que «Recordar é Viver» em ria dos primórdios da Festa de Alcou- não tardarão a surgir situações, exposição, desfile e livro tim. A Câmara Municipal de Alcoutim como já houve anteriormente, apresentou ainda neste dia a publicação que necessitem de um apoio Na Praça da República foi inau- «As Grandiosas Festas de Alcoutim – 60 especial face ao aumento do gurada exposição de rua «Festas de Anos», onde está compilada a história custo de vida e á diminuição do Alcoutim – Recordar é Viver», onde desta comemoração. poder de compra.


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LO CAL  Projecto GUADITER

ODIANA promove Baixo Guadiana em Espanha Desde Setembro e até finais de Novembro a associação Odiana está a promover o Baixo Guadiana do lado espanhol. Uma participação em três feiras de turismo para a promoção e dinamização turística do território.

A primeira feira aconteceu entre 28 de Setembro e 2 de Outubro no «Salão de Turismo e Ócio» em Cartaya A primeira feira aconteceu entre 28 de Setembro e 2 de Outubro no «Salão de Turismo e Ócio» em Cartaya. As próximas já estão

marcadas para Jaén, entre 7 e 9 de Outubro na Feira de Turismo de Interior de Andaluzia, uma das mais importantes feiras de

Turismo de Andaluzia. Depois entre 24 e 27 de Novembro seguese a INTUR – Feira Internacional del Turismo de Interior, com realização anual em Valladolid. É através deste percurso que a associação para o desenvolvimento do Baixo Guadiana vai concretizar parte de uma estratégia turística conjunta para uma oferta estruturada a nível do património, cultura e ambiente na região transfronteiriça do Baixo Guadiana (Algarve, Baixo Alentejo e Andaluzia). A presença nestas feiras está abrangida pelo projecto GUADITER, integrado no Programa de financiamento POCTEP, dos fundos estruturais 2007-2013, co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). No âmbito do referido projecto foram definidos dois Itinerários transfronteiriços - Itinerário Cultural e Patrimonial do Baixo Gua-

 Em causa três negócios

PSD rejeita acusação socialista de “venda ao desbarato” O partido socialista acusa o executivo da câmara municipal de Vila Real de Santo António de “uma política de venda ao desbarato do património do município”, referfindo-se à venda “de uma assentada o que ainda resta com algum valor: o Parque de Campismo, o terreno frente ao Hotel Vasco da Gama e a Escola da Manta Rota tudo num valor total de 32,4 Milhões de euros”. Acusam os socialistas que “a venda ao desbarato é uma evidência, já que a avaliação feita por empresas credenciadas para este conjunto de terrenos perfaz 49 Milhões de euros e a proposta de venda apresentada pela Câmara para venda destes terrenos é na sua globalidade de 32.4 Milhões de euros”, e continua, dizendo que “16.6 Milhões de euros, valor que o Município de Vila Real de Santo António desbarata neste negócio”. A isto o PS chama “anos de irresponsabilidade política na gestão financeira da câmara de VRSA a

qual foi modelo de governação, governar na despesa e governar na contracção de dívida, inevitavelmente conduziu a Câmara de Vila Real de Santo António para o abismo”. A concelhia do Partido Social Democrata (PSD) de Vila Real de Santo António já condenou a posição do Partido Socialista (PS) em opor-se às alienações de um terreno situado frente ao Hotel Vasco da Gama (Monte Gordo), do parque de campismo e da antiga escola primária da Manta Rota. A esta posição o PSD chama de “atitude arrogante”, dizendo que “o PS limita-se a fomentar o desemprego e a contribuir para o aperto do cinto dos vilarrealenses, colocando entraves a uma operação financeira que permitirá aliviar as contas da autarquia”. E continua dizendo que “tal facto é mais estranho quando a oposição socialista se faz representar politicamente na Câmara pela subdelegada regional do Instituto do Emprego e Formação Profis-

sional”. O PSD afirma que “as receitas autárquicas existentes não permitem muito mais do que fazer face às despesas de salários dos trabalhadores do município”, acusando o PS de “dificultar operações financeiramente vantajosas para a Câmara e prefere colocar a factura do lado da população do concelho de Vila Real de Santo António”. Para o executivo “a alienação de terrenos que outrora foram úteis à Câmara - mas que hoje, face aos novos projectos já aprovados, não fazem sentido estarem sob a alçada municipal - se afigura como a melhor alternativa para equilibrar as contas e pagar aos fornecedores do município”. O PSD reafirma que a sua estratégia local para o actual contexto social e económico é a de manter, a todo o custo, os serviços sociais prestados à população, não despedir ninguém por incapacidade de pagar salários e, sobretudo, não criar novas taxas e impostos municipais, intoleráveis no actual

diana e Itinerário Ambiental do Baixo Guadiana - e várias rotas/ percursos complementares, com o objectivo de divulgar e potenciar o património histórico, cultural e ambiental do Baixo Guadiana Transfronteiriço. O projecto GUADITER para além da definição dos referidos itinerários, rotas e percursos, contempla outras actividades, tais como: constituição de centros de interpretação /pontos de informação sobre o património ao longo dos itinerários, realização de intervenções de requalificação em alguns elementos patrimoniais existentes ao longo dos Itinerários, realização de eventos e agenda cultural transfronteiriça e realização de acções de promoção e dinamização Turística da região. A «Actividade 3 – Promoção e Dinamização Turística da Região», entre as acções previstas, tem como o objectivo de divulgar e promover todo trabalho desenvolvido no projecto e a riqueza patrimonial deste território, sendo neste contexto que estão previstas as participações da Odiana em

Feiras de Turismo. Para a direcção da Odiana esta iniciativa “é fundamental” já que representa acções de promoção e divulgação do Território do Baixo Guadiana, junto do mercado Espanhol, nomeadamente ao nível do mercado Andaluz. Ao mesmo tempo que valoriza esta iniciativa a Direcção da associação, encabeçada por José Estevens, critica que “a ATA – Associação de Turismo do Algarve e a ERTA – Entidade Regional de Turismo do Algarve, nos últimos anos, praticamente não tenha desenvolvido qualquer acção promocional da região Algarvia” Valter Matias, director-executivo da Odiana garante, por sua vez, que as feiras de turismo onde a Odiana está a ser representada “são de conceituado nome e de dimensão considerável e que reúnem os requisitos desejáveis e essenciais para levar a cabo uma boa promoção e divulgação do Território do Baixo Guadiana, nomeadamente em matéria de turismo de interior e de natureza”.

cenário. “Sabemos que, por este motivo, teremos bancos, alguns fornecedores e o PS contra nós, todos eles com algo em comum - zelo pelos seus interesses próprios -, o que se para os bancos e fornecedores é compreensível, já no caso do PS não o será, pois a sua motivação deverá ser o interesse geral e não o particular”, remata o PSD.

Guadiana é

PS contra demolição da Escola Primária da Manta Rota O PS em reunião da Assembleia Municipal de VRSA, realizada a 29 de Setembro, votou contra a proposta apresentada pelo executivo PSD liderado por Luís Gomes, para a venda da Escola Primária da Manta Rota e parques envolventes. O PS opôs-se à venda e posterior demolição daquele equipamento “pelo facto do que representa enquanto património de várias gerações e considera que o espaço deveria ser requalificado e revitalizado enquanto equipamento social de apoio a crianças, jovens e restante população da Manta Rota” e acrescenta em comunicado de imprensa que compreende “as dificuldades financeiras do Município, mas em circunstância alguma pode-se destruir o património que é histórico, que é afectivo e que representa uma época que marcou muitas gerações de pais e alunos”, declaram os socialistas.

preocupação do

Governo

A secretaria de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território emitiu parecer favorável ao projecto de melhoria das condições de navegabilidade do Guadiana, entre a Foz e o Pomarão. A Tutela refere num comunicado enviado às redacções que o projecto será submetido a Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), na medida em que este é um rio internaconal, partilhado com Espanha, e o regime internacional vizinho prevê este AIA em sede de projecto de execução; em fase posterior. Para a Comisão que está encarregue dessa avaliação os impactes negativos poderão ser minimizados caso sejam adoptadas medidas de reformulação do canal de navegação a montante de Alcoutim. De referir que a melhoria da navegabilidade do Guadiana consubstancia-se num valor acrescentado que poderá incrementar o desenvolvimento económico do território através do do turismo.


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LOCA L

Plano Local de Emprego

 Associação Empresarial Turística do Baixo Guadiana

«Uádi Ana» já elegeu corpos gerente A Associação, de cariz empresarial, tem como prioridades defender os interesses e o desenvolvimento empresarial turístico adjacente ao Baixo Guadiana, através da concertação da oferta turística, da criação de uma plataforma de Cooperação Empresarial Transfronteiriça nos diversos sectores da actividade entre Portugal e Espanha. No passado dia 22 de Setembro tomaram posse os corpos sociais da Associação Empresarial Turística do Baixo Guadiana «Uádi Ana» que está representada pelos quatro concelhos do Baixo Guadiana alentejano e algarvio (Mértola, Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António). Esta associação de cariz empresarial tem como prioridades defender os interesses e o desenvolvimento empresarial turístico adjacente ao Baixo Guadiana, através da concertação da oferta turística, da criação de uma plataforma de Cooperação Empresarial Transfronteiriça nos diversos sectores da actividade entre Portugal e Espanha. “O turismo em si move todos os sectores empresariais, por isso irão estar presentes no Plano de Acção desta entidade todos os que sejam representativos da região, entre eles

os produtos tradicionais, produtos agro-alimentares, indústrias de construção e equipamento doméstico, energias renováveis, a valorização da

agricultura e principalmente criar directrizes muito concretas para a criação de emprego evitando o êxodo das famílias mais jovens e cativando

Luís Costa assumiu a presidência da direcção da associação empresarial

outras a fixarem-se nesta região. A intervenção junto do executivo dos Municípios será outra das acções desta associação, levando os receios e ansiedades dos empresários”, refere em comunicado o Presidente Luís Costa Por seu turno, João Rolha, director-geral para o turismo, garante que “esta entidade para além das suas mais-valias irá dar um apoio mais próximo aos operadores turísticos locais no sentido de existir uma proximidade empresarial, alargando deste modo a oferta turística do Baixo Guadiana”. Sendo o Rio Guadiana encarado como um dos eixos estratégicos ao desenvolvimento socio-económico, esta entidade entende que os empresários têm aqui a oportunidade de alargar as suas intenções e projectos. Os contactos da Direcção são Luís Costa : 922 20 21 24 e João Rolha : 96 860 680 3

 Baixo Guadiana

Hotéis e restaurantes já foram seduzidos pelo “melhor Sal do Mundo” Câmara Municipal e Empresa Municipal de Castro Marim estão a desenvolver uma «operação de charme» para promover o Sal de Castro Marim, considerado por muitos “o melhor sal do mundo”. As duas entidades municipais lançaram neste Verão uma «acção de charme» denominada «Sal de Castro Marim, o melhor Sal do

Mundo», destinada à promoção do Sal e Flor de Sal nos estabelecimentos de restauração e bebidas do concelho e restaurantes desta

A colocação de saleiros nas mesas dos restaurantes do Baixo Guadiana, pretende valorizar o Sal e a Flor de Sal de extracção manual

sub-região. Nesta acção têm vindo a ser convidados os profissionais da restauração a colocar à disposição dos seus clientes o saleiro Sal de Castro Marim – Flor de Sal, em substituição dos saleiros existentes, levando à mesa este produto. Com a colocação de saleiros nas mesas dos restaurantes do Baixo Guadiana, “pretende-se valorizar o Sal e a Flor de Sal de extracção manual levada a cabo nas salinas de Castro Marim e, ao mesmo tempo, potenciar esta marca distintiva do concelho nos mercados consumidores, incentivando a sua prova e consumo a residentes e visitantes”, diz a autarquia em comunicado. Integrada numa política de desenvolvimento económico e valorização dos produtos agroalimentares de qualidade do Baixo Guadiana, esta acção significa que estão a ser dados “passos seguros para a introdução de um produto de qualidade superior de produ-

ção local, como é o Sal de Castro Marim, nos principais circuitos da restauração e hotelaria”, afirma José Estevens, edil castromarinense e presidente do conselho de administração da NovBaesuris. “Quanto ao Sal tradicional, é conhecido o empreendedorismo da Câmara Municipal no processo de certificação deste produto agro-alimentar que agora conquista novos mercados nacionais e estrangeiros, afirmando a marca Castro Marim”, assegura o edil. “É com particular orgulho que o Município verifica o crescente entusiasmo dos vários restaurantes do Baixo Guadiana em participarem activamente na acção de charme «Sal de Castro Marim, o melhor Sal do Mundo», que contribui grandemente para a afirmação dos patrimónios de Castro Marim”, remata José Estevens em comunicado. Já aderiram à iniciativa cerca de 40 restaurantes e hotéis entre VRSA, Castro Marim e Alcoutim.

Já aconteceu a segunda reunião do o Plano Local de Emprego em VRSA, tendo juntado diversas entidades locais e regionais, com vista ao desenvolvimento da actividade e apoio por parte da autarquia e do IEFP aos desempregados do concelho. O objectivo primordial é ajudar quem se encontra em situação de desemprego a criar formas de facilitar a procura e posterior integração no mercado de trabalho. A oposição socialista já se congratulou publicamente com a iniciativa, lembrando que “foi o PS que apresentou em Fevereiro a proposta para o surgimento deste plano”.

«Coopêssego»

cria campo experimental de

figo-da-índia

Martinlongo acolheu em Setembro o 1º Concurso Nacional «Aromas e Sabores com Figo-da-Índia», numa iniciativa da Cooperativa Agrícola de Rega do Pessegueiro – Coopêssego em colaboração com a Associação Sociocultural e de Desenvolvimento de Tacões (ASCT), a ADECMAR (Associação de Desenvolvimento Etnográfico e Cultural de Martinlongo), a Junta de Freguesia de Martinlongo e o Município de Alcoutim. Foram mais de 40 receitas a concurso, com mais de 30 candidatos a vencedores. José Marques, da ASCT, garante que “o concurso excedeu as expectativas em todos os domínios”, referindo-se ao número de concorrentes e receitas, à grande adesão do público e à originalidade e qualidade dos trabalhos apresentados. O concurso abrangia três modalidades - Doces, Bolos e Bebidas – e a confecção dos produtos integrava sempre uma percentagem igual ou superior a 30% de figo-da-índia. O Snack-Bar “Poço Novo”, de Giões, ganhou o 1º lugar na categoria dos “Bolos” e Adriana Pereira, das Preguiças, conquistou o 1º prémio das duas categorias restantes. Alcançado o objetivo do concurso, que era despertar a população para a importância estratégica dos produtos endógenos (o figo-daíndia, o mel, a amêndoa, a bolota, a alfarroba, entre outros) no desenvolvimento da região, as entidades organizadores pretendem continuar a desenvolver iniciativas neste sentido, que possam estimular o empreendedorismo no aproveitamento do figo-da-índia. Noutros países, este fruto é já comercializado e rentabilizado nos sectores farmacêutico e cosmético. Com o apoio da autarquia de Alcoutim, a Coopêssego criou um campo experimental de figo-daíndia junto à povoação do Pessegueiro e espera que este projeto abra novos caminhos ao desenvolvimento do concelho de Alcoutim. *Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico


HÁ 20 ANOS: TEMOS PONTE!

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A Ponte Internacional do Guadiana foi inaugurada há 20 anos, no dia 22 de Agosto de 1991. Chegava ao fim uma reivindicação popular em todo o Baixo Guadiana e na vizinha Andaluzia: ver as duas margens do grande rio ibérico unidas por forma a não ter horários a passagem da fronteira. Inicialmente prevista para ser construída entre Vila Real de Santo António e Ayamonte, razões técnicas e de política de transportes fizeram com que, afinal, a ponte subisse para montante, até ao concelho de Castro Marim. Aqui se assinala a efeméride, para lembrar que aquilo que se tem, e aparentemente parece ter existido sempre, é uma das 100 mais notáveis obras de engenharia civil construídas no século XX em Portugal. A ponte ficou a constituir o símbolo da delegação de Faro da Ordem dos Engenheiros.

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José Cruz O primeiro passo foi dado em 1970, quando os governos de Portugal e Espanha assinam um convénio para a construção da ponte. O sonho começou a tomar forma, mas não deixava de ser, ainda, uma miragem. Só em 1981, 11 anos depois, foi decidida a localização definitiva. Durante este período de tempo foram equacionadas várias hipóteses, entre as quais a ligação a sul das duas localidades — Vila Real de Santo António e Ayamonte — ou imediatamente a norte desta. Esta localização coincidia com as salinas e a reserva natural. Ou seja, quer por questões técnicas ou ambientais, estas alternativas foram sendo postas de parte. Neste mesmo ano os dois governos estabelecem que a ponte se localizaria a norte do Parador de Ayamonte, frente à localidade portuguesa de Monte Francisco, no concelho de Castro Marim. A miragem ia-se transformando em realidade – mesmo para os mais incrédulos – e, ao mesmo tempo, morria o sonho de unir diretamente Vila Real de Santo António e Ayamonte, hoje transformado num quimérico teleférico. No início de 1989 começavam as obras. Dois anos e meio depois, a 22 de agosto de 1991 a ponte era aberta ao trânsito. Até à localização definitiva, a maior preocupação residia nas empresas que faziam o transporte de viaturas e passageiros entre as duas margens. Temiam o futuro com a construção da ponte. Hoje o movimento de barcos mantém-se; transportam-se automóveis, mas os horários são mais espaçados e o número de passageiros nada tem a ver com o passado. Vila Real de Santo António temeu

com a passagem ao largo do trânsito, em especial o seu próspero comércio de têxteis, mas não foi a ponte a ter influência no declínio desta atividade para níveis mais modestos, mas sim a liberalização comercial, o fim do escudo deslizante, que se seguiu à entrada de Portugal na hoje União Europeia. No primeiro momento foi exigida a continuação da ligação por barco, a melhoria das acessibilidades à cidade, nomeadamente, a melhoria da EN-122 e a construção de uma passagem superior à linha de caminho de ferro, junto da ribeira da Carrasqueira, para evitar as esperas na passagem de nível à entrada. O problema foi resolvido com a construção da atual estrada a norte da linha de caminho de ferro, que causou grande controvérsia entre os ecologistas, unindo a EN122 e a Avenida da República. Após a construção da ponte foi inaugurada a autoestrada «Huelva-Sevilha», tanto mais que o ano seguinte era o da «Expo’92». Desta forma se unia o Algarve à capital da Andaluzia e às restantes capitais espanholas. Antes, durante o verão, devido ao intenso tráfego e às longas filas localizadas essencialmente nos semáforos de Lepe e Cartaya, a demora era de mais de uma hora e meia para percorrer, pela estrada nacional - os 60 km que separam a ponte da cidade de Huelva. Pouco tempo depois, chegou o primeiro troço do IC-27, concluído em 2002, entre Monte Francisco e Odeleite, com 12,8km, e, mais tarde o segundo troço, entre Odeleite e Alcoutim (cerca de 19 km). O terceiro não se fez quando não

havia crise, protelado por outras obras que o governo considerou mais prioritárias. Ficará a aguardar melhores dias o troço entre Alcoutim e Albernoa, no distrito de Beja. Antes da construção da ponte, ir a Espanha era um desafio enfiar um automóvel nos barcos; depois da espera em interminável fila, para passar na alfândega. Há já outra ponte internacional do Guadiana, entre o Granado e o Pomarão, também muito importante para o Baixo Guadiana. Esta ponte veio suprir uma lacuna no relacionamento das populações ribeirinhas do Guadiana, prejudicada com a construção da barragem do Chança, uma vez que no coroamento da barragem não foi previsto o trânsito automóvel.

O ano da inauguração da Ponte O ano da inauguração da Ponte Internacional do Guadiana começou com a reeleição de Mário Soares para Presidente da República. Foram outros candidatos Basílio Horta, Carlos Carvalhas, e Carlos Marques. Logo no início do ano, o governo de Cavaco Silva aprovou o PROTAL. Valente de Oliveira, ministro do Planeamento e Ordenamento do Território deslocou-se ao Algarve para entregar a derradeira versão do documento aos presidentes das Câmaras Municipais, aos quais ficaram acometidas responsabilidades de fiscalizarem a sua execução. Na II Reunião do Grupo Parlamentar de Amizade Espanha-Portugal, o deputado do PSD António Vairinhos,

pediu a criação de uma linha aérea entre Faro e Sevilha, a construção de uma auto-estrada ente Huelva e Ayamonte e deu-se relevo à apresentação em Bruxelas de um Plano de Desenvolvimento Transfronteiriço. Sendo ano de legislativas, as listas para deputados começaram a mexer logo no mês de Março, quando se anunciava um crescimento no sector do turismo de 13,6% no mês de Fevereiro e a procura da Baía de Monte Gordo por suecos e finlandeses. Nas jornadas parlamentares do PS, António Guterres afirmou que a Região Administrativa do Algarve podia ser criada já em 1992, desde que existisse uma maioria socialista. Os deputados do PS visitaram as obras da Ponte Internacional do Guadiana. Nesse mesmo mês, Mário Fernandes, presidente da Junta Autónoma das Estradas, perante a Comissão Parlamentar do Equipamento Social da Assembleia da República, anuncia a abertura da ponte para o mês de Agosto de 1991, com um atraso de 14 a 15 meses, atribuindo o atraso à descoberta de formações geológicas diferentes das detectadas durante as sondagens efetuadas para a elaboração do projeto. Durante a construção, a ponte conheceu uma pequena fissura e um acidente mortal. A primeira grande crítica sobre o atraso na definição dos acessos foi feita pelo deputado socialista José Apolinário que causticou o Governo pela deficiência dos acessos a Castro Marim, Vila Real de Santo António e Alcoutim, em vésperas da inauguração da ponte. No ano da ponte foi constituída a Associação de Municípios do Sotavento


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Algarvio (AMSA) que desempenhou um importantíssimo papel no abastecimento de água a partir do sistema Odeleite-Beliche, aos concelhos da sub-região. Em maio, as cidades de Ayamonte e Vila Real de Santo António realizaram na Escola Secundária de Vila Real de Santo António um colóquio a propósito do impacto da Ponte Internacional do Guadiana, onde cada uma expôs o seu sonho: Ayamonte, a construção do projeto de Isla Canela; Vila Real de Santo António o da Ponta da Areia, ambos a prever a construção de marinas e campos de golfe, protestando contra as burocracias de Faro e Huelva que travavam o lançamento. A Câmara Municipal de Castro Marim protestou contra o atraso na construção das instalações da fronteira, quatro meses antes da abertura, mas a Junta Autónoma das Estradas minimizou o problema, afirmando que não se tratava de uma fronteira normal e que iria ser exercido apenas um controlo mínimo. No final de Junho os empresários de Vila Real de Santo António e Monte Gordo manifestavam a sua apreensão pelo facto da ponte ter a inauguração prevista para 15 de agosto e os acessos se encontrarem bastante atrasados. Em julho soube-se que a fronteira fluvial continuaria aberta ao tráfego de passageiros, após a inauguração da ponte, ficando desfeitos boatos que davam como próximo o encerramento, tendo a empresa espanhola, em reunião havida na câmara municipal de Vila Real de Santo António, anunciado que encerraria por falta de rendibilidade económica. Perto do final do mês estalou a controvérsia, tendo o

governo recuado na data da inauguração, cedendo a pressões que tinham a ver com o atraso nas obras dos acessos a Vila Real de Santo António e Castro Marim. A ACRAL, em conferência de imprensa, afirmou que a abertura da ponte só se deveria fazer quando os acessos a Vila Real de Santo António estivessem garantidos. E, traçando um quadro de catástrofe, anunciou que, se tais arranjos não ficassem prontos na data de inauguração da ponte, a cidade ficaria isolada “à margem do desenvolvimento e do progresso” que a ponte traria, sendo de esperar, nestas circunstâncias, falências em cadeia das empresas do comércio e serviços com o consequente desemprego de boa parte da população. Os comerciantes mandaram então ao primeiro-ministro Cavaco Silva uma carta a solicitar o adiamento da inauguração. No dia 11 de agosto tinham acabado os ensaios. Dezoito veículos longos de 38 toneladas passaram ao mesmo tempo sobre a ponte e, cada vez que um desses camiões estava a sair do tabuleiro, «saltava» com arranques e travagens bruscas. A ponte abriu ao tráfego em 22 de agosto, de forma discreta, sem pompa e circunstância. A CP, num gesto de boa vontade, anunciou a automatização da passagem de nível, enquanto se apontava na altura para a construção de uma passagem elevada junto ao Bairro do Matadouro. Os primeiros dias da abertura da ponte vieram a contrariar as afirmações catastróficas, trazendo a Vila Real de Santo António centenas de espanhóis que se deslocaram nos seus carros para compras e deram mais vida a cafés e

restaurantes, o mesmo acontecendo em Ayamonte e Isla Cristina com os portugueses, só comparável aos dias da feira de Outubro. O otimismo voltou rapidamente ao comércio vila-realense e alguns começaram, desde logo, a afirmar que a abertura da ponte só pecava por tardia. O ambiente era de festa e euforia de um e do outro lado do Guadiana, embora ainda restasse a contrariedade do mau acesso e do controlo fronteiriço. Em setembro eram já os comerciantes de Faro a manifestarem a sua satisfação pelos resultados positivos da abertura da Ponte do Guadiana como factor de dinamização da capital algarvia, com os espanhóis a afluírem em maior número e de uma forma mais constante. Em outubro realizaram-se eleições legislativas, com a particularidade do PSD ter vencido em todos os concelhos do Algarve, PSD 50,5%, 5 deputados, PS 31,4%, 3 deputados, CDU 7,3 %. Em dezembro a Comissão Regional de Turismo do Algarve considerou que, com a inauguração da Ponte do Guadiana tinha nascido uma nova componente no «impot» turístico e, com ele, um certo alargamento do tal conceito de qualidade turística.

A estrutura da ponte A Ponte Internacional do Guadiana é de tirantes múltiplos, com um vão total de 666 metros, subdividido em cinco. Um central de 324m (de torre a torre), o segundo maior do país a seguir ao da Ponte sobre o Tejo, em Lisboa, dois laterais com 135 metros (também suspensos), e outros dois de

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36m. As fundações das duas torres (100 metros de altura cada uma) são constituídas por dois maciços de betão préesforçado (com 16,5 metros, por 16,5 metros, por 5 metros). Para a edificação destes maciços da torre localizada no leito do rio, os técnicos recorreram à construção de uma ilha envolvida por um recinto, formado pelas denominadas estacas-prancha (com 20 metros por 50). O solo que envolve esta ilha foi tratado por vibro substituição, numa área com 100 metros por 130, para impedir a liquefação das areias, no caso de ocorrer um sismo. Os 128 tirantes que sustentam o tabuleiro são constituídos por cordões de aço galvanizado de alta resistência, protegidos individualmente por uma bainha de polietileno e cera no preenchimento dos espaços. Assim, é possível a sua substituição, cordão a cordão, sem interferência com o tráfego na ponte. Devido a razões de natureza técnica e ambiental, no lado português foi ainda construído um viaduto de acesso. Ao contrário da construção do tabuleiro, em que foram usadas aduelas betonadas no local, este viaduto (com 360 metros), que faz o prolongamento da ponte em direção à chamada zona de fronteira, é constituído por vigas préfabricadas com 30m cada. A Ponte Internacional do Guadiana e o seu complexo rodoviário – que ligam o IP1 (Valença/Castro Marim) à Carretera Nacional 431, em Espanha, incluindo-se na Estrada Europeia E-01 (Larne/Sevilha) – constituem o principal ponto de passagem entre Portugal e Espanha na região sul do país. *Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico


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PU BLICIDADE


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D ESEN VO LVIMEN TO Feira Empresarial do Baixo Guadiana

 VRSA

Pescadores receberam coletes salva-vidas gratuitos A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António entregou a 26 de Setembro coletes de salvação a todos os armadores do concelho, “aliviando os homens do mar de uma despesa que teriam de concretizar por imposição da portaria 64/2011, que estipula a obrigatoriedade do uso deste equipamento para todos os pescadores”, pode ler-se num comunicado enviado às redacções. Foram cerca de 150 coletes numa compra feita através de uma candidatura ao Programa Operacional Pesca 2007-2013 (Promar), liderada pela autarquia vilarealense com o valor de ascendeu aos 6777 euros. A comparticipação comunitária foi de 90%, sendo o restante valor suportado pela Câmara Municipal. A entrega de coletes de salvação aos armadores de Vila Real de Santo António foi mediada pela Associação de Armadores e Pescadores do Porto de Pesca de VRSA, enquanto os armadores de Monte Gordo e Manta Rota foram representados pela Associação de Pescadores da Pesca Artesanal da Baía de Monto de Gordo. Para o presidente da colectividade de pes-

cadores de VRSA José Romão, a ajuda é “bem vinda” em tempo de crise, sobretudo porque os antigos coletes eram “demasiado pesados”, impedindo a mobilidade de quem andava no mar. Por seu turno, o presidente da associação de pes-

cadores de Monte Gordo, Adriano Rosa, diz-se igualmente “solidário” com a iniciativa e destaca que a verba necessária para comprar os coletes era, neste momento, “incomportável” para os associados que representa.

A entrega dos coletes teve como objectivo aliviar os pescadores da aquisição dos mesmos imposta por portaria legal

Rede Ibero-americana de Cidades Médias A Rede para a Promoção das Cidades Médias da União Europeia (Ciumed), presidida pelo município de Vila Real de Santo António, organizou, nos dias 21 e 22 de Setembro, em Mérida (Espanha), o seu quarto congresso, dedicado à «Mobilidade Sustentável em Cidades Médias». Na mesma ocasião, a direcção da rede Ciumed, no âmbito dos trabalhos que foram desenvolvidos no congresso, promoveu a constituição de uma associação sem fins lucrativos denominada «Rede Iberoamericana de Cidades Médias» (RIACIM), ultrapassando, desta forma, as fronteiras europeias. O âmbito territorial da RIACIM são os países da Península Ibérica e da América Latina, a saber: Portugal, Espanha, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

Com vista à promoção, competitividade e desenvolvimento empresarial do território, nomeadamente a subregião do Baixo Guadiana, a ODIANA – Associação de Desenvolvimento do Baixo Guadiana, organiza a Feira Empresarial de 26 a 27 de Outubro no Centro Cultural António Aleixo, em VRSA. De recordar que a «Feira Empresarial» decorre no âmbito do projecto PIDETRANS – Plano Integral para o Desenvolvimento Empresarial Transfronteiriço, é uma iniciativa de cooperação entre o Algarve – Alentejo – Andaluzia, financiado pelo Programa de Cooperação Transfronteiriça Portugal – Espanha [POCTEP], integrada nos fundos estruturais 2007-2013 e co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional [FEDER]; com o apoio da União Europeia. O objectivo é promover um certame que instigue objectivos como a competitividade, e o desenvolvimento empresarial no território transfronteiriço do Baixo Guadiana. Pretende-se abordar diversas temáticas como os desafios e oportunidades da internacionalização de empresas, o empreendedorismo, potencialidades e constrangimentos do território, bem como o impacto do cenário económico actual nos investimentos na região.

 Manifestação: 8 de Outubro

«A Luta Continua Sempre» contra as portagens São quarto as organizações promotoras da próxima marcha lenta contra as portagens na Via do Infante. «A Luta Continua Sempre» sai para a rua no próximo dia 8 de Outubro. Governo deverá introduzir portagens na A22 até meados de Outubro. A marcha lenta, envolvendo diversos tipos de viaturas (carros ligeiros, motas e veículos pesados) acontecerá a 8 de Outubro, no dia do aniversário da primeira marcha lenta, entre as 14h00 e as 20h00, numa extensão de 120 quilómetros, envolvendo a EN-125 e a Via do Infante. Haverá quatro pontos principais de partida. Altura (Castro Marim), junto à rotunda do restaurante «O Infante», na EN-125, pelas 14h00. Portimão, no Parque das Feiras, pelas 14h30. Tavira, rotunda dos Moinhos (acesso à Via do Infante), pelas 15h00. E Albufeira, em Valparaíso, pelas 15h00. Todo este movimento irá confluir para o Parque das Cidades (Estádio do Algarve), partindo deste local às 16h00, a caminho

de Faro, passando pelo Patacão, rotunda do aeroporto, rotunda do Fórum Algarve e rotunda do Teatro Municipal. Está prevista uma grande concentração final do protesto frente ao Fórum, entre as 17h00 e as 18h00. Também estão previstas reuniões com associações e diversas entidades, distribuição de folhetos e cartazes, colocação de faixas e divulgação da acção com recurso às redes sociais. Os promotores explicaram que se encontram-se em contacto permanente com os espanhóis de Andaluzia, nomeadamente associações empresariais e principais partidos políticos, para a sua participação na referida marcha lenta. Esta acção é organizada pela Comissão de Utentes da Via do

Infante, pelo grupo «Algarve – Portagens na A22 Não» (criado no Facebook), pelo movimento Com Faro no Coração (CFC) e pelo Moto Clube de Faro.

Espanhóis aumentam pressão contra portagens no Algarve

A próxima manifestação contra as portagens está marcada para 8 de Outubro

O grupo parlamentar Esquerda Unida (IU), da região da Andaluzia está contra a introdução de portagens na Via do Infante, no Algarve, e quer avançar com uma queixa na União Europeia para bloquear a cobrança. Também o Presidente da Junta de Andaluzia, José António Griñan, está a fazer pressão junto das instituições portuguesas para tentar travar a medida. Numa carta enviada ao

homólogo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, João FariaGriñan alerta que a introdução de portagens na Via do Infante (A22) pode ter “repercussões negativas” nas relações transfronteiriças. Citado pelo jornal «El País», o responsável mostra-se “preocupado” com o impacto que a medida pode ter e considerou

que afectará a entrada no Algarve a partir da Andaluzia e “as tradicionais relações económicas e sociais que unem” as duas “regiões irmãs”. O grupo parlamentar alerta para os graves impactos económicos nas economias do Algarve, Alentejo e Huelva e promete avançar com uma queixa no Tribunal de Justiça da União Europeia, para que os portugueses repensem a medida.


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D ESENVOLVI ME NTO  Ao serviço da comunidade

Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de VRSA celebrou 10 anos

A antecipar o seminário, que aconteceu no dia 30 de Setembro, o Jornal do Baixo Guadiana esteve à conversa com Sílvia Cardoso, presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ )de VRSA que disse que apesar de ser difícil quantificar o número absoluto de crianças e jovens acompanhados pela comissão vilarealense ao longo da última década – pela evolução das metodologias de contagem impostas pela lei que regula as CPCJ’s - “ já foram muitas as famílias” que receberam o apoio desta Comissão que em Agosto comemorou, assim, o número redondo de 10 anos de vida.“Mais ou menos vai-se mantendo a média de número de casos”, diz-nos a responsável que ressalva o fenómeno social de “as pessoas estarem mais sensíveis para a Comissão e da comunidade também estar mais disponível para as sinalizações”, acrescentando que a situação sai favorecida pelo incremento da obrigatoriedade de comunicação em determinados casos como a violência doméstica e violência na escola.

“CPCJ não é o fim da linha” A montante das CPCJ’s estão

Cardoso que lembra que “na modalidade restrita acompanham-se os processos sempre com o consentimento das famílias para desenvolver estratégias de protecção” e caso a família não coopere quem intervém é o Tribunal. Por isso mesmo, a CPCJ serve para resolver problemas na comunidade local, sendo uma estrututra intermédia entre as instituições e o tribunal. O Tribunal de Família de Faro “tem dado resposta rápida às situações para a promoção da protecção”, garante-nos a responsável.

A proximidade que a Comissão Alargada proporciona Sílvia Cardoso preside a CPCJ de VRSA várias instituições locais como é o caso de, entre outras, a câmara, a escola, os serviços de saúde e as autoridades policiais, a quem cabe trabalhar para que as situações não cheguem às Comissões. “Conseguem trabalhar, dando respostas às famílias para evitar que as situações cheguem até às comissões e essa é uma função da maior importância”, contextualiza a responsável. “A CPCJ não é o fim da linha”, alerta Sílvia

A CPCJ de VRSA também tem apostado na modalidade de Comissão Alargada para trabalhar mais a proximidade na comunidade. Foi neste âmbito que lançou o projecto de «Competências Parentais», acolhendo um repto do programa social local «Escolhas Vivas». Famílias com carências sociais receberam formação desde as regras da educação, emoções, cuidados básicos de vida e alimentação. “Partilharam-se muitas experiências e foi muito importante também para nós CPCJ porque ajudou os nossos técnicos a

Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria homenageadas na despedida

As paróquias de Cachopo, Martinlongo e Vaqueiros agradeceram todo o trabalho pastoral desenvolvido pelas Missionárias Franciscanas de Maria Foi no dia 24 de setembro, em Martinlongo, com a presença do representante do Bispo e da representante da Provincial que as populações das freguesias de Cachopo (Tavira), Martinlongo e Vaqueiros (Alcoutim) levaram a

cabo uma homenagem às Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria. A viver em Martinlongo desde 1983, as Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria chegaram com a missão de ajudar a popula-

ção local no combate às dificuldades que os tempos lhes impunham. Há 28 anos atrás, o concelho de Alcoutim carecia de muitos cuidados básicos, nomeadamente de saúde. Em homenagem ao trabalho das Franciscanas Missionárias de Maria, o presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, presente na despedida, sublinhou a necessidade de “não nos esquecermos do que era o concelho de Alcoutim há 28 anos atrás. Eu exercia medicina nas freguesias de Vaqueiros e Martinlongo. Nem sequer havia enfermeiros. E foi precisamente esta comunidade que trouxe a primeira enfermeira, na altura a Irmã Rosa e mais tarde a Irmã Isilda. Hoje há várias enfermeiras no concelho, apoiadas pela autarquia, há transportes camarários de doentes para Faro, há a Unidade Móvel de Saúde, que percorre todos os montes do concelho, há apoio de enfermagem domiciliário. Hoje até há consultas de especialidade gratuitas,

«Perto

da

O seminário «Protecção e Promoção da Infância: Políticas Públicas Nacionais, Regionais e Locais» marcou o 10.º aniversário da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de VRSA. Contou com a participação do Presidente Nacional, Armando Leadro.

Europa»

reorientar a acção de intervenção nas famílias”, adianta Sílvia Cardoso que admite que “muitas das vezes as famílias têm necessidades que não são apenas económicas e para as quais é preciso estarmos mais sensibilizados”. No total o projecto de «Competências Parentais» apoiou cerca de sete famílias, estando já a ser preparado um segundo projecto neste âmbito. A Comissão Alargada da CPCJ de VRSA deu origem a dois grupos de trabalho que incidem sobre as maiores problemáticas no concelho: Violência Doméstica e Abandono, Absentismo e Insucesso Escolar. “É preciso criar uma forma sistematizada para levar a cabo monitorização destas situações” remata Sílvia Cardoso que admite que “dois terços do tempo deveria ser investido na àrea da prevenção e na proximidade”, lamentando a falta de recursos para tal. Estas e outras questões estiveram em destaque no Seminário «Protecção e Promoção da Infância: Políticas Públicas Nacionais, Regionais e Locais» que contou com a presença do Presidente da Comissão nacional, Armando Leandro.

como fisioterapia, medicina dentária, dermatologia, oftalmologia, consultas de cessação tabágica e brevemente consultas gratuitas de reumatologia. É bom que não esqueçamos o que se passava há mais de 20 anos e saibamos reconhecer e dar valor a quem, de uma forma desprendida e por amor ao próximo, nos soube ajudar, como as Irmãs Franciscanas de Maria”. Como homenagem à missão das Irmãs, a população local mandou preparar uma placa toponímica, colocada na casa onde viveram durante estes 28 anos e descerrada neste dia de despedida. Foi ainda produzida uma brochura, oferecida às Irmãs, que perpetua, com fotografias e poemas, bons momentos destes quase 30 anos de missão. As paróquias de Cachopo, Martinlongo e Vaqueiros agradeceram todo o trabalho pastoral desenvolvido pelas Missionárias Franciscanas de Maria e assumem agora a missão de “manter a chama acesa e legar às gerações vindouras toda a recordação do bem que nos fizeram”. *Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

Serviços audiovisuais em linha: relatório da Comissão aponta necessidade de mais medidas para proteger as crianças Num relatório hoje apresentado, a Comissão Europeia avalia o modo como os países membros estão a aplicar as recomendações da UE que pretendem garantir que as crianças tirem proveito do mundo digital com confiança e segurança. Os países membros e a indústria têm redobrado os seus esforços para aplicar as recomendações da UE de 1998 e 2006 sobre a protecção dos menores que utilizam os serviços audiovisuais em linha. Mas as medidas tomadas têm sido, de um modo geral, insuficientes. Investigação e inovação: Comissão apela à formação de parcerias para enfrentar desafios da sociedade A Comissão Europeia lançou um convite aos agentes públicos e privados para congregarem esforços a nível europeu no sentido de aplicarem as soluções obtidas nos domínios da investigação e inovação aos grandes desafios com que se defronta a sociedade. A Comunicação da Comissão apresentada baseia-se numa primeira experiência obtida em projectos-piloto e descreve medidas que permitirão parcerias público privadas mais numerosas e eficazes e sugere que, quando é identificada a necessidade e utilidade de parcerias a nível da UE, importa estabelecer modalidades administrativas mais simples e mais flexíveis. Comissão Europeia promove voluntariado transfronteiriço A Comissão Europeia anunciou a intenção de continuar a melhorar o reconhecimento e a promoção do voluntariado na UE. No contexto do Ano Europeu do Voluntariado 2011, a Comunicação da Comissão sobre as políticas da UE e o voluntariado refere uma série de medidas que contribuirão para promover as actividades de voluntariado na UE, incluindo a criação de um Corpo Europeu de Voluntários para a Ajuda Humanitária e o desenvolvimento de um «passaporte europeu de competências». É significativo que seja a primeira vez que a Comissão Europeia adopta um documento de orientação exclusivamente dedicado ao voluntariado

Centro de Informação Europe Direct do Algarve Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

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C ULTUR A Protocolo com família de Dr. João Francisco Dias

Avança Núcleo Museológico Dr. João Dias

LIVROS

por Carlos Brito

Álvaro de Campos - o regresso a Tavira Mão amiga fez-me chegar o livro do «I Encontro Internacional Álvaro de Campos», realizado em Tavira nos dias 15 e 16 de Outubro de 2010, em que, com muita pena minha, não pude participar. O livro é uma edição da «Casa Álvaro de Campos», que lhe deu o título sugestivo «Álvaro de Campos» o engenheiro de Tavira. Reúne uma dezena e meia de comunicações, na maior parte de investigadoras do Instituto de Estudos sobre o Modernismo (IEMO), além da apresentação da autoria do Presidente da Casa Álvaro de Campos, Carlos Lopes. Não tenho dúvidas que este livro passa a ser uma peça incontornável para quem quiser tomar conhecimento ou aprofundar o conhecimento da «figura» e da grande poesia do heterónimo que Fernando Pessoa fez «nascer» na cidade do Gilão. Ao abrir os trabalhos, no 120º aniversário do «nascimento» do autor da «Ode Marítima» , Teresa Rita Lopes, que dirigiu o Encontro, lançou aos participantes, o desafio de “olhar Campos de um novo ângulo”. A leitura das comunicações mostra que este desafio foi bem sucedido, a começar pelos textos da desafiadora. Fixou, naturalmente, matéria conhecida, mas indispensável, como o «vivo» retrato de Álvaro de Campos: mais novo (dois anos), mais alto (dois centímetros), mais elegante, desenvolto, endinheirado, vivido e viajado do que o seu criador. Numa palavra, o «retrato melhorado» de Fernando Pessoa. Merece, contudo, especial realce o que nos diz sobre o papel de Álvaro de Campos no universo pessoano, ou no «drama em gente», na palavra de Pessoa, a partir dos novos poemas conhecidos em 1990 e que ela própria trouxe a público. Neste espaço reduzido, citemos apenas para seduzir o leitor a sua esplêndida síntese sobre a «imorredoura ficção» do autor de Mensagem, que é afinal Álvaro de Campos: «Campos assume dramaticamente as duas vidas de Pessoa, a vivida e a sonhada. Representa ser o judeu errante no interior de si próprio, o impenitente solitário, o génio meio louco que Pessoa sofria ser, mas também o viajante cosmopolita com o dinheiro que Pessoa não tinha, escrevendo os seus poemas nos terraços dos hotéis ou a bordo dos grandes transatlânticos». É este «algarvio» chamado Álvaro de Campos, a quem a Associação que leva o seu nome já tinha arranjado casa em Tavira, que regressou em força à sua terra natal, faz agora um ano, com a realização do primeiro Encontro Internacional sobre a sua genial poesia, que assim será ainda mais projectada no nosso país e no mundo.

A Câmara Municipal de Alcoutim celebrou a 5 de Setembro um protocolo com a família do Dr. João Francisco Dias, médico benemérito de Alcoutim. A família do Dr. João Dias compromete-se a proceder à doação do espólio do bem feitor e a autarquia alcouteneja a honrar o nome e os feitos do médico e cirurgião, promovendo a criação do núcleo museológico «Dr. João Dias». O Dr. João Dias nasceu na Tenência, freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, mas fixou-se em Alcoutim e aqui exerceu a sua profissão, depois de se licenciar em Coimbra, no ano de 1927. Faleceu em 1955, com apenas 57 anos, mas a sua memória perpetua-se até aos dias de hoje, como bom médico e cirurgião extraordinário. Gente de terras bem distantes vinha a Alcoutim em busca deste afamado doutor. Depois da sua morte, a população de Alcoutim homenageou-o mandando erguer um busto à entrada da vila, mas agora a autarquia alcouteneja acredita que o núcleo museológico vai fazer mais para avivar a memória do reconhecido médico. O núcleo vai ser instalado nas antigas dependências do Hospital da Misericórdia e, segundo Victoria Cassinello, nora do falecido Dr. João Dias, vai contar com a biblioteca privada do médico, material do consultório, instrumentos de

Família do Dr. João Dias compromete-se a proceder à doação do espólio do bem feitor e a autarquia alcouteneja a honrar o nome e os feitos do médico e cirurgião medicina e material cirúrgico, objetos pessoais, algumas fotografias e jornais da época com referências à sua figura benemérita. Na cerimónia de assinatura do protocolo, Victoria Cassinello lembrou as palavras de Ramón e Cajal, Prémio Nobel da Medicina Espanhola, «É certo que grandes

coisas se têm feito com insuficientes recursos e ambientes desfavoráveis. O génio paira acima destas circunstâncias», sublinhando a importância da musealização do consultório para a identidade social do território. O presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Francisco Amaral,

comprometeu-se a tornar o espaço museológico num local vivo, numa justa homenagem ao benemérito Dr. João Dias. *Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

Em Alcoutim

Auditório com 200 lugares Dia do Idoso juntou 300 pessoas em Alcoutim pronto em 2013 Francisco Amaral, edil alcoutenejo, adiantou ao JBG que deverá iniciar-se em inícios de 2012 a construção de um auditório que também servirá fins culturais no concelho. “Estamos a falar de um auditório com capacidade para 200 pessoas e onde vão acontecer manifestações de teatro, dança, música, mas também conferências e reuniões de trabalho, por exemplo”, explica o autarca. Um investimento para uma estrututra que vai nascer junto ao largo do cemitério e que faz parte de uma dinâmica de desenvolvimento, nomeadamente ao nível da cultura concelhia, que “não é uma dinâmica cara e que por isso não se tem ressentido da crise”, afirma Francisco Amaral que defende “o impulsionamento dos artistas da terra”. Francisco Amaral diz que se trata de “mitos urbanos” quando se diz que “em Alcoutim não há cultura”. O presidente da câmara municipal de Alcoutim refuta ideias como esta e lembra que quando chegou à presidência da câmara

“havia as Festas de Alcoutim e de vez em quando uma festa em Martinlongo”. O edil garante que está empenhado em proporcionar mais e melhor cultura naquele concelho do nordeste do Algarve e que apesar de este ser um dos concelhos mais desertificados do país tem ganho “uma grande dinâmica cultural que permite que entre Maio e Setembro não haja um fim-de-semana sem animação em Alcoutim. “São os bailaricos, as exposições , o teatro...”, enumera, lembrando que “em várias povoações foram nascendo grupos culturais de diversa natureza impulsionados por gente da terra e com o apoio da câmara municipal”. Dos investimentos culturais o edil destaca a avença que protocolou com o encenador e actor profissional Francisco Braz, natural co concelho, e que fundou o Teatro Experimental de Alcoutim e que com ele tem arrastado amantes do palco e da plateia, tendo criado, inclusive já diversos grupos no concelho.

O «Dia do Idoso» foi comemorado em Alcoutim, juntando 300 pessoas. Idosos de Alcoutim e de Castro Marim que conviveram numa iniciativa levada a cabo pelo Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS) «+ Inclusão» numa parceria da Associação de Bem-Estar Social da Freguesia do Azinhal (ABESFA)

e Santa Casa da Misericórdia de Alcoutim. O dia começou na Praia Fluvial de Alcoutim com rastreios de tensão arterial e colesterol, exercício físico e uma caminhada. O almoço foi servido no cais da vila, seguido de baile, espectáculo de fado e um concerto de guitarras.

Iiniciativa levada a cabo pelo Contrato Local de Desenvolvimento Social «+ Inclusão» numa parceria da ABESFA e Santa Casa de Alcoutim.


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C ULTURA & LAZER VRSA

Congresso Internacional do Iluminismo entre 6 e 8 de Outubro Vila Real de Santo António recebe, nos dias 6, 7 e 8 de Outubro, no Centro Cultural António Aleixo, o VIII Congresso Internacional de Cidades e Entidades do Iluminismo. Vila Real de Santo António, que assume actualmente a presidência desta associação, está por isso apostada em promover um debate amplo sobre os novos desafios que se colocam à regeneração urbana, tendo em vista o desenvolvimento sustentável, a coesão territorial e o actual situação económico-financeira mundial. O congresso pretende ainda ser um espaço de reflexão sobre as novas oportunidades económicas, culturais e habitacionais que hoje se colocam às práticas de rentabilização e recuperação dos centros históricos e à inserção destes espaços na economia de cada cidade ou país. O Centro Histórico de Vila Real de Santo António constitui,

na actualidade, um bom exemplo da arquitectura e do urbanismo do século XVIII - trata-se de uma cidade fábrica, fundada nos ideais iluministas -, cuja importância está identificada e preservada no Plano de Salvaguarda do Núcleo Pombalino de VRSA. O VIII Congresso das Cidades e Entidades do Iluminismo, que dá pelo nome «Ruptura (s) e Continuidade (s) – Recuperação, Obstáculos e Novas Oportunidades tem a Comissão de Honra presidida pelo Presidente da República, Cavaco Silva e conta com a o Secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas; o Presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Luis Gomes; António Mendes Baptista, Presidente do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU ); João Varejão Faria, que preside à Comissão de Coordenação e Desenvolvi-

mento Regional do Algarve; Dália Paulo, da Direcção Regional da Cultura do Algarve ; João Guerreiro, Reitor da Universidade do Algarve e Don Javier Varela, Secretário Geral da AICEI – Associação Internacional de Cidades e Entidades do Iluminismo. Vão apresentar as suas comunicações ao longo dos dias 6 e 7 técnicos de vários cidades nacionais e internacionais. Entre elas: Lisboa, Madrid, São Luís do Maranhão / Brasil, Es Castell /Menorca, Barcelona, Cádiz, Real Sítio de San Ildefonso /Segóvia, Valência, Havana, Ferrol /Corunha,Tarragona. Paris, Edimburgo, S. Petersburgo e Lisboa são algumas das metrópoles que, em breve, se deverão juntar à AiCEi. O JBG é media partner deste congresso. Confira o programa definitivo na nossa página do facebook.

VII Congresso Internacional de Saúde, Cultura e Sociedade em Alcoutim «Envelhecimento em meio rural – o O VII Congresso Internacional de Saúde, Cultura e Sociedade vai decorrer de 21 a 22 de Outubro, reunindo temáticas que vão desde Hábitos e Práticas Socioculturais, Educação e Promoção para a Saúde/ Saúde Mental e Modernidade, Vivências de Doença e Inclusão através de Políticas e Práticas Sociais” com participantes de Portugal, Espanha, Brasil e México. A sessão de abertura vai contar com as participações de Francisco Amaral, Médico e Presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Carlos Brito, Ex-Deputado e VicePresidente da Associação Transfronteiriça Alcoutim Sanlúcar (ATAS) e Fernando Cruz, Presidente da Direção da AGIR – Associação para a Investigação e Desenvolvimento Sócio-cultural. Ao longo dia dia 21 vão haver diversas comunicações neste encontro desde

  A G E N D A C U LT U R A L  

Concelho de Alcoutim», «As cidades temáticas e o lazer», «Mudança de paradigma: a percepção dos estudantes do 1º ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem sobre o Processo de Bolonha», «A perspectiva dos idosos com resposta social sobre a sua saúde», «Fibromialgia: os regimes justificativos de acção presentes na controvérsia», entre muitos outros. No final do dia 21, pelas 19h, vai haver lugar para uma mesa-redonda subordinada ao tema «Promover a Inclusão através de Políticas e Práticas Sociais». O dia 22 vai ser dedicado a um passeio de barco no Guadiana com almoço no Pomarão. A inscrição é obrigatória. Para mais informações e inscrições neste congresso está disponível o contacto: atas.iberia@ mail.com. O JBG é media partner deste congresso. Confira o programa definitivo na nossa página do facebook.

POR CÁ ACONTECE

EVENTOS Alcoutim

Castro Marim

Dia do Idoso 01 Outubro Alcoutim

Excursão Cádiz – Centro Histórico 02 Outubro - Freguesias Azinhal e Castro Marim 16 Outubro – Freguesias Odeleite e Altura

Concerto de Guitarras do Algarve 01 Outubro Alcoutim Exposição de Fotografia do Património do concelho Alcoutim 01 a 14 Outubro Casa dos Condes Mercado de Vaqueiros 13 Outubro Feira da Perdiz 15 e 16 Outubro Pavilhão José Rosa Martinlongo

Pereira

em

Exposição de trabalhos do curso de Monitores de Animação Ambiental 17 a 31 Outubro Casa dos Condes VII Congresso Internacional de Saúde, Cultura e Sociedade 21 Outubro Auditório do Castelo de Alcoutim Mercado do Pereiro 23 Outubro

VRSA Exposição «VRSA – Um olhar» Exposição de fotografias de VRSA - Associação ¼ Escuro Até 31 Outubro Praça Marquês Pombal e Av. da República «ARTE |CM VRSA» Exposição colectiva de artistas que trabalham na CM VRSA e Empresa Municipal Até 31 Outubro Biblioteca Municipal

Abertas as inscrições para as Trocas & Baldrocas no Mercadinho de Outono em Cacela Velha «Com o Fado na Alma» Sara Gonçalves & Os Alma Espectáculo de Fado 7 Outubro, 22h Centro Cultural António Aleixo

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«La Porteña – Tango» – Espectáculo de Tango Argentino 14 Outubro, 22h Centro Cultural António Aleixo VI Festival Internacional de Teatro de VRSA - ARPA 15 a 23 Outubro, 22h Centro Cultural António Aleixo «Dia Mundial da Alimentação» Workshop alimentação saudável 18 Outubro, 16h UTL VRSA

Exposição «Kira – In Memoriam Manuel Cabanas» De 10 a 28 Outubro Arquivo Histórico

Clube de leitura «Livros Mexidos» Tema - «Autores contemporâneos: Agatha Christie» 20 Outubro, 18h Biblioteca Municipal

VIII Congresso Internacional de Cidades e Entidades do Iluminismo 6, 7 e 8 Outubro

Tertúlia no Baixo Guadiana: «A obesidade infantil», pelo JBG 21 Outubro, 17h30 Biblioteca Municipal

VII Encontro de Academias de Baile Espanhol 29 Outubro, 21h30 Centro Cultural António Aleixo Feira de Velharias e Numismática 8 e 22 Outubro, 10h às 17h Praça Marquês de Pombal (Dia 8) Junto ao Posto de Turismo de Monte Gordo (Dia 22) Feira da Praia 10 a 15 Outubro Praça Marquês Pombal e Av. República Mercadinho de Outono 23 Outubro, 10h às 17h Cacela Velha Sábados na Biblioteca Hora: 15h00

A ADRIP e o CIIPC/ CMVRSA organizam mais um Mercadinho em Cacela Velha no dia 23 de Outubro, Domingo, das 10h00 às 17h00. Neste Mercadinho de Outono voltamos a contar com um espaço para Trocas & Baldrocas destinado a artigos em segunda mão. Se andou a fazer limpezas em casa e não sabe o que fazer a todas aquelas coisas que tem em caixas, porque não vir vendê-las e dar-lhes uma nova vida?! Todos podem participar na área de Trocas & Baldrocas, basta inscrever-se, trazer uma manta e vender os mais diversos produtos: malas, roupas, acessórios, livros, CD’s, DV’s, quadros,... As inscrições terão de ser efectuadas até dia 19 de Outubro. A organização reserva-se o direito de seleccionar os participantes. Neste mercadinho contaremos também com um espaço de artesanato com materiais reciclados, malas, bijutaria...; Artesanato tradicional como empreita em palma, trapologia, rendas, pintura, brinquedos em madeira e em cana...; Produtos alimentares como o pão caseiro, mel, frutos secos, doces de figo e amêndoa, licores, aguardentes, compotas, chouriços, queijos, vinhos algarvios; e Plantas.


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C ULTUR A

COLUNA CULTURAL

Festival de Teatro de VRSA regressa este mês O VI Festival de Teatro de Vila Real de Santo António vai acontecer de 15 a 23 de Outubro. Um festival das artes do palco na sua mais variada expressão.

D. Paio Peres Correia -

Enterrado em Nuestra Señora de Tentuia ou em Santa Maria do Castelo? O anterior número do Jornal do Baixo Guadiana, nº136 de Setembro de 2011, fez destaque, na pág.6, ao mosteiro de Nuestra Señora de Tendtulia, no limite natural entre a Extremadura e a Andaluzia. Segundo o artigo, o primitivo templo terá sido fundado na segunda metade do séc. XIII, em memória de uma batalha contra os muçulmanos que terá tido lugar por aquelas paragens. Com efeito, sabemos que após as conquistas cristãs, houve a preocupação na sagração de igrejas que assegurassem o culto cristão nos territórios recém-conquistados, muitas vezes reaproveitando as estruturas de antigas mesquitas, como ocorreu em Tavira, Faro, Loulé e Silves, ou então construindo templos cristãos de raiz. Ainda segundo o artigo, terá sido o rei de Castela Fernando III, o santo, que incumbiu o mestre da Ordem de Santiago, D. Paio Peres Correia, de atacar o exército muçulmano naquelas agrestes serras estremenhas. Ora, sabemos, através da Crónica da Conquista do Algarve, da frutuosa empresa militar de D. Paio Peres Correia na conquista dos territórios sob domínio muçulmano; logo em 1238 (dois anos depois de Fernando III de Castela ter conquistado Córdova), a Ordem de Santiago instala o seu convento em Mértola. Com a conquista de Estômbar e Alvor pela Ordem de Santiago, prontamente os mouros propuseram a troca destas praças por Cacela, situada “açerqua de Guadiana” e perto de Tavira. A conquista deste hisn islâmico parecia adivinhar-se e, em 11 de Junho de 1242, cai perante a ofensiva das forças de D. Paio Peres Correia. Na antiga mesquita da cidade é consagrado o novo templo cristão, a actual Igreja de Santa Maria do Castelo. Como podemos constatar na capela-mor da dita igreja, encontram-se duas inscrições lapidares correspondentes aos túmulos dos heróis que se destacaram na conquista de Tavira: “Aqui jazem os ossos de D. Paio Peres Correia, Grão-mestre da Ordem de Santiago, que tomou esta cidade aos mouros. Faleceu em 10 de Fevereiro de 1275. Meteram-se aqui no ano de 1751”. Ora segundo o já citado artigo a propósito do mosteiro de Nuestra Señora de Tenduia, os restos mortais de D. Paio Peres Correia foram transladados de Talavera de la Reina para aquele mosteiro e, encontram-se “al lado derecho del altar”. Ora, parece que temos dois diferentes templos cristãos, um em Espanha e outro em Portugal, reclamando a última morada de D. Paio Peres Correia. Segundo o cronista Rui de Pina, na sua Crónica de D. Afonso III (capítulo XV), os restos mortais de D. Paio Peres Correia terão sido trazidos para Tavira, por disposição testamentária do mesmo. Com efeito, nas obras feitas em Santa Maria do Castelo, em1724, foram descobertas umas ossadas que se atribuíram ao Grão-mestre da ordem de Santiago, pelo que foi colocada a já referida lápide em 1751. Contudo, nada garante que as ossadas encontradas em Santa Maria do Castelo pertençam efectivamente a D. Paio Peres Correia, da mesma maneira que nada nos garante que as ossadas transladadas de Talavera de la Reina para o mosteiro de Nuestra Señora de Tenduia fossem realmente as do Grão-mestre da Ordem de Santiago… Posto o problema, onde se encontram afinal os restos mortais de D. Paio Peres Correia? Para os interessados, aconselha-se ainda a leitura de A Igreja de Santa Maria do Castelo de Tavira, de Carla Varela Fernandes, publicado pela editora Cotovia.

Fernando Pessanha Formador «História Local»/CEPHA

No VI Festival de Teatro de Vila Real de Santo António está prometida variedade. Pedro Santos, director da companhia de teatro vilarealense «Fech’Ó Pano», organizadora do evento, diznos que “o âmbito do festival é o mesmo, apesar da crise”, garantindo que “a crise não se vai reflectir na qualidade”. O VI Festival de Teatro vai ter lugar no Centro Cultural António Aleixo e no espaço da companhia organizadora. “Os espectáculos vão acontecer no Centro Cultural António Aleixo enquanto que os workshops vão ter lugar no nosso espaço”, explica Pedro Santos. A destacar do cartaz um espactáculo de Pedro Górgia que nos traz «O Bom Ladrão» e a presença de manifestações teatrais da Roménia e Moldávia. De 15 a 23 de Outubro vai haver lugar também para artes de circo, teatro de marionetas e noite de poetas. “Este ano estamos a depositar mais energia para dar espaço neste festival às escolas”, conta-nos o director artístico que tem enlencado um conjunto de workshop’s e espectáculos para a

infância. De resto, a formação das escolas é uma aposta transversal desta companhia que em 2010 ministrou três mil horas de formação de teatro junto dos mais novos. A companhia de teatro vai apresentar o monólogo «Solidão das Horas» com Oksana Besanova que nos traz a problemática da integração dos imigrantes. O JBG é parceiro deste Festival e está a oferecer bilhetes aos nossos leitores. Saiba mais na capa desta edição.

Corrida fotográfica: «Chaminés e platibandas» No passado dia 24 de Setembro a tradição singular das chaminés e platibandas algarvias foram recuperadas pelo olhar fotográfico de uma corrida da arte da objectiva. Foi a Corrida fotográfica no concelho de VRSA: «Chaminés e platibandas». Tendo em conta a realidade ímpar, que marcou e continua a marcar hoje a nossa realidade arquitectónica, aquilo que o Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela (CIIPC) propôs foi “um olhar mais atento sobre os elementos mais característicos do concelho de Vila Real de Santo António: em espaço rural ou urbano, de cariz mais erudito ou vernáculo, tradicional ou moderno”. Ao longo de um percurso por várias zonas do concelho com potencial identificadas num mapa pretendeu-se partir à descoberta e registar fotograficamente as tão conhecidas chaminés de balão; em grelha horizontal, constituídas por sucessões de ladrilhos ou de elementos trabalhados em massa; e de tipo vertical, geralmente animadas; tal como as platibandas decoradas por

intrincados jogos geométricos, angulosos e rendilhados.

A história do «Algarve Típico» A partir dos anos 50 e 60, com o desenvolvimento do turismo e a instituição dos valores de um «Algarve típico», as chaminés e as platibandas ornamentadas, viriam a tornar-se nos elementos mais característicos da arquitectura popular algarvia. Expressões evidentes do domínio de técnicas ancestrais do trabalho da massa e, no caso concreto das platibandas, do «jogo» do ladrilho e/ou da telha, estes elementos pretendiam, pelo menos desde o século XVIII e mais expressivamente nos finais do século XIX e ao longo de toda a primeira metade do século XX, através das por vezes complexas gramáticas formais e decorativas e para lá do seu propósito funcional, mostrar a criatividade do mestre construtor e/ou o gosto do proprietário do imóvel onde se integravam.

Biblioteca Municipal «Vicente Campinas» comemorou 2.º aniversário O mês de Setembro ficou marcado pelos segundo aniversário da biblioteca municipal Vicente Campinas. As comemorações aconteceram a 15 do passado mês com a inauguração da exposição colectiva «ARTE-CM VRSA». Os artistas que deram corpo e alma a esta exposição têm em comum o facto de trabalharem na Câmara Municipal, empresa municipal ou serem parte do executivo camarário. Depois de inaugurada a exposição teve lugar a tertúlia «Vicente Campinas – A memória», onde familiares e amigos de Vicente Campinas, patrono da Biblioteca Municipal, partilharam as suas memórias sobre o homem e o escritor, no ano em que se assinala o centenário do seu nascimento.


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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |OUTUBRO 2011

SAÚD E& A MBI ENTE  Pela «UCC Santo António de Arenilha»

I Encontro de Pais e Bebés em VRSA «Aguarela de Afectos» Realizou-se no passado dia 23 de Setembro, na Biblioteca Municipal Vicente Campinas, o I Encontro de Pais e Bebés em Vila Real de Santo António, organizado pela Unidade de Cuidados na Comunidade Santo António de Arenilha, unidade funcional do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Sotavento, em parceria com a Autarquia, com o objectivo de sensibilizar a comunidade para a importância da aquisição de competências parentais, facilitadoras de um adequado processo de vinculação ao recém-chegado elemento da família: o bebé. Sob o lema «Aguarela de Afectos»,

esta iniciativa, promovida no âmbitodo projecto do Curso de Preparação para a Parentalidade da UCC Santo António da Arenilha, dirigida à comunidade em geral e sobretudo aos pais, educadores e profissionais de saúde, decorreu entre as 10h00 e as 14h30, incluindo três Workshop’s dedicados à «Massagem Infantil», à «Comunicação Intra-uterina: a música como instrumento de vinculação» e sobre o «porta-bebés», seguindo –se um Momento Musical e de Leitura com a participação de Joana Neiva, animadora da Biblioteca Municipal Vicente Campinas e do Conservatório de Música de Vila

Real de Santo António. No final decorreu um passeio de carrinhos de bebé até à Praça Marquês de Pombal. De destacar que no decorrer destas actividades estiveram presentes vários parceiros da comunidade ligados a esta temática, entre eles, as «Barrigas de Gesso», «Barrigas de Trapos», o Centro de Histocompatibilidade do Norte e a Policia de Segurança Pública através do projecto «Escola Segura». A participação no encontro foi livre a todas as Grávidas e puérperas, casais e respectivos bebés e seus irmãos.

A iniciativa foi da Unidade de Cuidados na Comunidade Santo António de Arenilha

ALGAR campeã no envio «Via Algarviana II» de embalagens para reciclagem foi apresentada oficialmente A ALGAR, empresa responsável pela recolha e tratamento de resíduos urbanos dos 16 municípios algarvios, atingiu novamente em 2010 os melhores resultados per capita de resíduos de embalagem enviados para reciclagem em Portugal Continental. Os dados da Sociedade Ponto Verde (SPV) indicam que no ano passado a ALGAR enviou para reciclagem 24 883 toneladas de resíduos de embalagem provenientes de recolha selectiva, o que representa cerca de 78 toneladas por dia. Durante o ano de 2010, a ALGAR enviou para reciclagem uma capitação de 21,3 kg/hab de papel/ cartão; 29,3 kg/hab de vidro (o melhor resultado nacional) e 4,47

kg/hab de plástico, perfazendo um total «per capita» de 56,4 kg/hab. A ALGAR superou as médias nacionais em todos os materiaisalvo de recolha selectiva. Os valores gerais de capitação de retoma são, pelo segundo ano consecutivo, os melhores apresentados por todos os sistemas aderentes à SPV em Portugal continental, e o segundo melhor a nível geral. No total foram encaminhadas para reciclagem 12 332 toneladas de Vidro, 9 164 de toneladas de Papel/Cartão e 2 108 toneladas de Plástico. Foram ainda encaminhadas 383 toneladas de metal e 896 de madeira. Foi acima de tudo graças à participação activa, empenhada e

consciente da população algarvia, que estes resultados puderam ser obtidos. Verificou-se assim que as diversas campanhas de sensibilização promovidas pela ALGAR, no sentido de consciencializar os algarvios para uma separação correcta, deram resultados. Para estes resultados também contribuiu a aposta da ALGAR na modernização e melhoria constante dos seus equipamentos de recolha e infra-estruturas. A ALGAR continuará a apostar numa proximidade crescente com os munícipes algarvios, através de campanhas de educação ambiental mas também no âmbito da solidariedade social para com as comunidades locais.

No dia 6 de Setembro teve lugar a cerimónia de apresentação oficial do projecto Via Algarviana II, no auditório da CCDR Algarve – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, em Faro. No referido evento foi apresentada a estrutura da 2ª Fase do projecto, bem como, todas as acções previstas no âmbito desta candidatura e seus intervenientes. A liderança da Via Algarviana II fica a cargo da Associação Almargem, que tem como parceiros onze Municípios (Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Lagos, Loulé, Monchique, Portimão, S. Brás de

Alportel, Silves, Tavira e Vila do Bispo) sendo que várias outras acções ao nível da promoção e divulgação da Via Algarviana e do Ecoturismo no Algarve serão directamente executadas pela ERTA e pela ATA. Além destas entidades, o projecto conta com a parceria institucional do ICNB. O Via Algarviana II tem 1,4 milhões de euros e beneficia do co-financiamento de 950 mil euros do PO Algarve 21, os fundos europeus do QREN. A comparticipação Nacional será de 512 mil euros repartidos pela Almargem, Autarquias, ATA e ERTA.

A ALGAR A Algar é responsável pela recepção, transferência, tratamento e valorização dos resíduos produzidos nos Municípios de Albufeira, Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Faro, Lagoa, Lagos, Loulé, Monchique, Olhão, Portimão, São Brás de Alportel, Silves, Tavira, Vila do Bispo e Vila Real de Santo António, e faz parte do universo empresarial do Grupo Águas de Portugal, designadamente da sub-holding para a área dos resíduos EGF, onde se processa anualmente cerca de 3,6 milhões de toneladas de resíduos urbanos (RU) produzidas em 165 Municípios, servindo cerca de 63% da população de Portugal Continental.

Em 2010 a ALGAR enviou para reciclagem 24 883 toneladas de resíduos

O Via Algarviana II tem 1,4 milhões de euros


JORNAL DO BAIXO GUADIANA | OUTUBRO 2011 |

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P UBLIC IDAD E NOTARIADO PORTUGUÊS JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA NOTÁRIO em TAVIRA Nos termos do Art.º 100, nº1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº 207/95, de 14 d Agosto, faço saber que no dia dois de Setembro de dois mil e onze, de folhas trinta e nove a folha quarenta, do livro de notas para escrituras diversas número cento e cinquenta e quatro – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual: MANUEL JOSÉ EMÍDIO, NIF 106.378.287 e mulher ALMERINDA MARIA BELCHIOR EMÍDIO, NIF 106.378.295, ambos naturais de freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, casados sob o regime da comunhão geral de bem, residentes em Cabaços, Vaqueiros, Alcoutim, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio misto, a parte rústica composta por cultura arvense, figueiras e oliveiras e a parte urbana composta por edifício térreo, com várias divisões e logradouro, destinado à sua habitação própria e permanente, a confrontar do norte com Manuel José Emídio, do sul com E.N. quinhentos e oito, do nascente com Maria Almerinda Pereira e do poente com E.N. quinhentos e oito e Manuel José Emídio, sito em Portela das Corgas, Cabaços, freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, com a área de dois mil e seiscentos metros quadrados, inscrito na matriz, a parte rústica sob o artigo 85 da secção 123, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de setenta e oito euros e noventa e três cêntimos e a parte urbana sob o artigo 1.936, com o valor patrimonial tributário de dezasseis mil novecentos e noventa euros, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim e ao qual atribuem o valor de dezassete mil e cem euros. Que adquiriram o prédio, por lhes ter sido adjudicado em data imprecisa de ano de mil novecentos e setenta e nove, por partilha amigável e verbal, nunca reduzida a escritura pública, feita com os demais interessados, na herança aberta por óbito dos pais do justificante marido, José Emídio e Maria Antónia, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no dito sítio de Cabaços. Que desde esse ano possuem o prédio em nome próprio, usufruindo do mesmo, cuidando e cultivando a terra, fazendo as respectivas sementeiras, colhendo os frutos, fazendo obras de beneficiação e reparação necessárias no prédio urbano, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram o prédio por usucapião. Que este tem a natureza de bem comum do casal. Vai conforme o original. Tavira, aos 02 de Setembro de 2011-09-19 A funcionária por delegação de poderes; (Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/1)

Conta registada sob o nº. PAO1290/2011

Factura nº. 01303

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Outubro 2011

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia dezasseis de Setembro de dois mil e onze foi lavrada neste Cartório, de folhas trinta e quatro a folhas trinta e seis do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Dezassete - A, uma escritura de justificação, na qual compareceu: Fernando Jacinto Rosa Campos, solteiro, maior, natural da freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, onde reside, na Corte António Martins, Caixa Postal 717-Z, contribuinte fiscal número 118 687 514, e pelo outorgante foi dito, ser dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, do prédio rústico sito no Monte das Casas, na freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, composto por cultura arvense de sequeiro, figueiras e oliveiras, a confrontar a norte, sul e a nascente com António Domingos Rodrigues, e a poente com Rolf Tetzener, com a área de quatrocentos e cinquenta metros quadrados, não descrito na Conservatória do Registo Predial daquele concelho, inscrito na matriz sob o artigo 3, da secção L, com o valor patrimonial tributável, para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, de setenta e sete euros e sessenta e dois cêntimos, igual ao atribuído. Que o referido prédio lhe pertence, por o ter adquirido por partilha verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e sete, feita com os demais interessados, por óbito de seus avós paternos, Jacinto Emídio Campos e mulher, Mariana Domingos, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram na Corte António Martins, na freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, tem estado o justificante na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, colhendo os seus frutos, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que o justificante adquiriu o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 16 de Setembro de 2011. A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/1, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 01.02.2011, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 99/09 Factura / Recibo n.º 2338

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Outubro 2011

CARTÓRIO NOTARIAL DE OLHÃO

Rua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c, Notário Lic. António Jorge Miquelino da Silva Certifico narrativamente para efeito de publicação que por escritura de 01 de Agosto de 2011, exarada a folhas 106 do livro de notas deste Cartório número 82-A, Ricardo Cavaco Rodrigues e mulher Maria Custódia Romba Rodrigues, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ele natural da freguesia e concelho de Alcoutim, e ela natural da freguesia do Pereiro, concelho de Alcoutim, residentes em Balurcos de Baixo, em Alcoutim, contribuintes fiscais números 145 131 530 e 145 131 548, declaram-se donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, dos seguintes prédios, todos localizados na freguesia e concelho de Alcoutim. Verba Um Rústico, sito em Cerca do Balurco de Baixo, composto por cultura arvense, com a área de quinhentos e sessenta metros quadrados, que confronta do Norte, do Nascente e do Poente com via pública e do Sul com Manuel Simão, inscrito na matriz sob o artigo 312, secção 083, com o valor patrimonial tributável de vinte e um euros e cinquenta e quatro cêntimos. Verba Dois Rústico, no sítio do Ronção, composto por cultura arvense e mato, com a área de catorze mil metros quadrados, que confronta do Norte com José Rodrigues e outros, do Sul com António Nobre Rodrigues, do Nascente com Joaquim Cavaco Rodrigues e do poente com José Rodrigues, inscrito na matriz sob o artigo 11, secção 067, com o valor patrimonial tributável de cento e vinte e três euros e sessenta cêntimos. Verba Três Rústico, sito em Cerro dos Pereiros, composto por cultura arvense, com a área de quinze mil setecentos e sessenta metros quadrados, que confronta do Norte e do nascente com Joaquim Cavaco Rodrigues, do Sul com Manuel Cavaco Rodrigues e do Poente com António Nobre Rodrigues, inscrito na matriz sob o artigo 13, secção 067, com o valor patrimonial tributável de duzentos e vinte e oito euros e trinta e um cêntimos. Verba Quatro Rústico, sito em Cerca da Corcha, composto por cultura arvense, com a área de trezentos e sessenta metros quadrados, que confronta do Norte com Rosinda Henrique Pinheiro, do Sul com António João Pinheiro e linha de água, do Nascente com Gregório Simão e outro e do Poente com António João Pinheiro, inscrito na matriz sob o artigo 66, secção 081, com o valor patrimonial tributável de treze euros e noventa e cinco cêntimos. Verba Cinco Rústico, sito em Chada, composto por amendoeiras e cultura arvense, com a área de cinco mil quatrocentos e oitenta e sete metros quadrados, que confronta do Norte com Joaquim Belchior, do Sul com Manuel Cavaco Rodrigues, do Nascente com Álvaro Gomes e do Poente com António Pereira Belchior, inscrito na matriz sob o artigo 289, secção 083, com o valor patrimonial tributável de duzentos e trinta e dois euros e cinquenta e quatro cêntimos. Verba Seis Rústico, sito em Barranco da Nora, composto por cultura arvense, com a área de dois mil oitocentos e quarenta metros quadrados, que confronta do Norte com herdeiros de António Rodrigues Lourenço, do Sul com Barranco, do Nascente com Manuel Afonso Martins e do Poente com António Cavaco Faustino, inscrito na matriz sob o artigo 29, secção 104, com o valor patrimonial tributável de quarenta e um euros e treze cêntimos. Verba Sete Rústico, sito em Portela dos Mortais, composto por cultura arvense, mato e oliveiras, com a área de quarenta e dois mil quatrocentos e oitenta metros quadrados, que confronta do norte com Joaquim Gomes Galrito e outros, do Sul com António Vicente e outros, do Nascente com José Afonso Pereira e outro e do Poente com Isabel Maria dos Santos e outro, inscrito na matriz sob o artigo 151, secção 090, com o valor patrimonial tributável de mil quinhentos e um euros e noventa e três cêntimos. Verba Oito Rústico, sito em Eira da Porca, composto por alfarrobeiras, amendoeiras, cultura arvense e oliveiras, com a área de cinco mil metros quadrados, que confronta do Norte com Manuel Faustino, do Sul com António Cavaco Faustino, do Nascente com António Afonso e do Poente com Maria Isabel Afonso Ventura, inscrito na matriz sob o artigo 67, secção 092, com o valor patrimonial tributável de quinhentos e cinquenta euros e cinquenta e seis cêntimos. Verba Nove Rústico, sito em Rabo do Lobo, composto por cultura arvense e mato, com a área de cinco mil setecentos e sessenta metros quadrados, que confronta do Norte com António Cavaco Faustino e outro, do Sul, com José Manuel Martins Ribeiros, do Nascente com Florinda Maria Rodrigues e do Poente com herdeiros de António Cavaco Faustino, inscrito na matriz sob o artigo 24, secção 093, com o valor patrimonial tributável de setenta euros e vinte e sete cêntimos. Verba Dez Rústico, sito em Cera da Serra, composto por cultura arvense, figueiras, oliveiras e citrinos, com a área de mil duzentos e oitenta metros quadrados, que confronta do Norte com José Dionísio, do Sul com António Afonso Dias, do Nascente com Maria Florência Gião e do Poente com Manuel Inácio, inscrito na matriz sob o artigo 93, secção 090, com o valor patrimonial tributável de cento e dezassete euros e vinte e quatro cêntimos. Verba Onze Rústico, sito em Portela dos Mortais, composto por cultura arvense, com a área de oito mil novecentos e sessenta metros quadrados, que confronta do Norte com Joaquim Cavaco Rodrigues, do Sul com José Ribeiro Vaz e outro, Nascente com Ricardo Cavaco Rodrigues e do Poente com Maria Rita Lourenço, inscrito na matriz sob o artigo número 81, secção 090, com o valor patrimonial tributável de duzentos e sessenta e um euros e sessenta e oito cêntimos. Verba Doze Rústico, sito em Portela dos Mortais, composto por alfarrobeiras, amendoeiras, cultura arvense, oliveiras e sobreiros, com a área de quatro mil e quatrocentos metros quadrados, que confronta do Norte com José Ribeiro Vaz e outro, do Sul e do Poente com via pública e do Nascente com herdeiros de Alberto Rodrigues, inscrito na matriz sob o artigo número 77, secção 090, com o valor patrimonial tributável de duzentos e sessenta e nove euros e nove cêntimos. Que os prédios de um a dez se encontram inscritos na respectiva matriz em nome do justificante marido, e que os prédios onze e doze se encontram inscritos na matriz em nome da antepossuidora Isabel Maria dos Santos, e que nenhum deles se encontra descrito na competente Conservatória do Registo Predial. Que entraram na posse dos prédios das verbas de um a dez, já no estado de casados, por partilha meramente verbal e nunca reduzida a escritura, feita com os demais interessados, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta, por óbito do pai do justificante marido Ricardo dos Santos Rodrigues, falecido no estado de viúvo de Maria Claudina, residente que foi em Balurcos de Baixo, freguesia e concelho de Alcoutim, e que entraram na posse dos prédios das verbas onze e doze, já no estado de casados, por doação meramente verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa, por sua, respectivamente, irmã e cunhada, Isabel Maria dos Santos, viúva de Manuel António Patrício, residente que foi em Balurcos de Baixo, já falecida; e que sem qualquer interrupção no tempo desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado, eles, justificantes, na posse dos referidos prédios, amanhando as terras e colhendo os frutos, pagando contribuições e impostos, enfim, usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exercita direito próprio, posse essa exercida de boa-fé por ignorarem lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que adquiriram os prédios por usucapião, não tendo todavia dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme: Cartório Notarial de Olhão sito na Rua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c, aos 01 de Agosto de 2011. Por delegação do Notário, art° 8/2 DL 26/2004, de 04/02, A Colaboradora autorizada aos 01.02.2011 (Natália Estêvão Gonçalves Cachaço Rocha – ON Nº 222/2)

Conta registada sob o nº 1512/2011 Jornal do Baixo Guadiana, 01 Outubro 2011


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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |OUTUBRO 2011

PASSATEMPO S

Autor: João Raimundo

Quadratim - n.º 88

Portugal e os portugueses vivem com sérias dificuldades de subsistência. Encerram fábricas, a agricultura, as pescas e derivados não se desenvolvem e o comércio tradicional vai desaparecendo, assim como direitos e regalias dos cidadãos. Pelo caminho correcto do Quadratim vá até a «Esperança» em que Portugal será um melhor país, com melhor esforço e união de todos os residentes e visitantes.

Jogo da Paciência n.º 94

1) Pintos 2) Galinhas 3) Coelhos 4) Patos 5) Cabras 6) Ovelhas

“ANIMAIS”

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14) Perus 15) Javali 16) Lince 17) Lobos 18) Raposa 19) Rãs 20) Sapo

7) Vacas 8) Cães 9) Gatos 10) Suínos 11) Burros 12) Cavalos 13) Mulas

Soluções Jogo da Paciência - n.º93

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“Depósitos a prazo abaixo da inflação”

´ Regresso à Escola! Conselhos para Pais!

Iniciou mais um ano lectivo. A preocupação em relação à alimentação para os pais é grande, principalmente se envolve mudança: “sozinho, sem a mãe e o pai, será que vai comer?”, “será que a comida é boa, será que vai estranhar? “O meu que não gosta de nada, como é que vai comer na escola?”, e “o que mandar para os lanches?” Vamos por partes: Instituir o Pequeno-Almoço! Por mais difícil que seja, não deixe o seu filho sair de casa sem tomar o pequeno-almoço. Um copo de leite e meio-pão, pelo menos! Como sabe, as crianças que não tomam o pequenoalmoço apresentam menor rentabilidade escolar, maior irritabilidade, cansaço e dores de cabeça. Lanches nutritivos e saudáveis! Levar o lanche de casa constitui a melhor opção, a menos que a escola forneça refeições intermédias equilibradas. resista a enviar batatas fritas, bolos, aperitivos (tiras de milho, rolos de queijo…), refrigerantes, bolicao. Enfim, alimentos cheios de gordura e açúcares, sem qualquer interesse nutricional e que para além disso, contribuem para a falta de apetite ao almoço. A meio da manhã, um pacote de leite sem chocolate, um iogurte, uma peça de fruta ou uma fatia de pão de mistura com queijo é suficiente. Ao lanche, escolha duas destas opções. Informe-se sobre o refeitório escolar! Informe-se junto da escola acerca do funcionamento do refeitório. Fale com os responsáveis, pergunte sobre as ementas, que tipo de alimentação é fornecida, quem é que elabora as ementas e se pode conhecer previamente a ementa semanal.

Ana Brás dietista

“Tenho verificado que os juros resultantes dos depósitos a prazo estão abaixo da taxa de inflação, que cuidados devo ter para me certificar que não estou a perder dinheiro?”

a DECO informa Geralmente, os preços dos bens e serviços não se mantêm estáveis. A sua tendência normal é para subirem, fenómeno a que se chama inflação. Ou seja o termo inflação utiliza-se para designar as subidas sustentadas e generalizadas do nível dos preços. Não se aplica, portanto, às subidas meramente ocasionais nem às que atingem um só produto. Para o ano de 2011, a inflação prevista pelo Banco de Portugal, do preço dos bens e serviços é de 3,4%. É importante ter em conta a inflação quando estamos a aplicar o nosso dinheiro num depósito a prazo, assim devemos analisar a taxa de juro real, que corresponde à taxa de juro nominal menos a inflação. O objectivo deste cálculo é avaliar o poder de compra do dinheiro. O capital depositado cresce à taxa nominal, enquanto os preços daquilo que pode comprar aumentam, em termo médios, à taxa de inflação. Por exemplo, com uma taxa anual nominal de 1,8% e com inflação de 2%, o aforrador perde 0,2% em termos reais. Em suma, procure um depósito a prazo que, pelo menos, cubra a taxa de inflação. Assim vai sempre conseguir manter o seu poder de compra intocável. Para isso, analise a TANL (taxa anual nominal líquida), ou seja a taxa livre de impostos, pois os depósitos a prazo estão sujeitos a retenção na fonte (IRS) no valor de 21,5%, e compare com a inflação.

Susana Correia jurista

Final Feliz A Jade é uma cadela caniche com cerca de 2 anos que foi encontrada no dia 2-09-2011 na mata de VRSA completamente desorientada. Pesava apenas 2 kilos e encontrava-se em muito mau estado. Actualmente encontra-se numa família de acolhimento temporária a recuperar e já tem novos donos, que vão visitando-a para posteriormente levá-la para a sua nova casa.

antes

depois

Adopção NIB da Guadi para donativos - 0035 0234 0000 6692 1300 2 Caixa Geral Depósitos GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283 Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328 Contactos: 964773101 e 968079025 guadivrsa@hotmail.com/ http://associacaoguadi.blogspot.com FACEBOOK


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C O LAB O R AD O R ES Benção para quem valoriza e respeita a velhice Abençoado seja... Quem compreende as minhas mãos que tremem O meu caminhar sem força... Abençoado seja... Quem fala em voz alta Para evitar a humilhação da minha surdez Abençoado seja... Quem me oferece um sorriso Uma palavra carinhosa, um pouco do seu tempo Abençoado seja... Quem me ajuda a viver as lindas recordações do tempo passado Abençoado seja... Quem me ajuda, sobretudo quando não peço Abençoado seja... Todos os que batem à porta da minha solidão, Me trazem uma flor e o perfume da caridade sincera. Isabel M.

A Falsidade Quem semeia a maldade É de sua livre vontade Aquilo que vai fazer Criando assim uma guerra Deita as sementes à terra Para depois nada colher A humanidade está perdida Numa ambição desmedida Olhando só ao dinheiro É importante pensar Até se chega a matar Um amigo verdadeiro Se os homens tivesse senso E da forma como eu penso Tudo seria diferente O ser humano dividia Parte da sua alegria Com o triste e o doente Pessoas de boa vontade Dignas da sociedade Devem abrir a sua mão Porque há infelizmente Neste mundo tanta gente Que não pode ganhar o pão. Henrique Roberto

É fácil fazer Poesia É fácil fazer poesia Para quem tem vocação Mas não é em qualquer dia Que mostram aquilo que são I O poeta popular Nasce com essa habilidade Não é por necessidade Nem por a procurar Que ele a vai achar E com a sua sabedoria Coisas interessantes cria A mesma faz-se com gosto Quando está bem-disposto É fácil fazer poesia II Há dias maravilhosos A fazê-la é um regalo Sem qualquer intervalo Seus trabalhos são vistosos E normalmente rigorosos Vêm à imaginação Para sua satisfação Até a sonhar a faz Nessa altura tudo é capaz Para quem tem vocação III Porém, o mesmo artista Noutros dias quer prosseguir Mas tem que desistir Mesmo com temas em vista Não alcança a conquista Nem apanha o que queria A escrita lhe dá agonia Aquilo que faz é desgraça Embora bons trabalhos faça Mas não é em qualquer dia IV Os que a ela se dedicam Na sua feitura têm prazer Acreditem podem crer Todos orgulhosos ficam Quando seus trabalhos enricam É enorme a satisfação Para não dizer presunção Mas digo-vos que seus intentos Não é em certos momentos Que mostram aquilo que são. Vitorino Cavaco

Agradecimento António Victor Severo Martins vem por este meio agradecer a forma como foi tratado no Hospital de Faro, pelos médicos e enfermeiras e restante pessoal hospitalar quando esteve internado por duas vezes, bem assim como a todas as pessoas que se interessaram pelo seu estado de saúde. Subscrevo-me respeitosamente e muito obrigado. Castro Marim, 23 de Setembro de 2011. António Victor Severo Martins

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NOTARIADO PORTUGUÊS JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA NOTÁRIO em TAVIRA Nos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia vinte e três de Setembro de dois mil e onze, de folhas oitenta e oito a folhas noventa, do livro de notas para escrituras diversas número cento e cinquenta e quatro – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual: CARLOS MANUEL CORREIA, NIF 148.211.453 e mulher FLORIPES LUÍSA FRANCISCA CORREIA, NIF 150.142.064, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais da freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, freguesia onde residem em Santa Justa, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios, todos sitos na freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, inscritos na matriz em nome do justificante marido, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim: a) Rústico, sito em Barrocas, composto de cultura arvense, horta, oliveiras e vinha, com a área de vinte e um mil setecentos e sessenta metros quadrados, a confrontar do norte com Conceição Maria Rosa Garcia, do sul com Boaventura Lourenço Cavaco, do nascente com herdeiros de José Custódio Martins e do poente com Maria Alves Afonso Cavaco, inscrito na matriz sob o artigo 124 da Secção 49, com o valor patrimonial tributário de 296,98 €, igual ao atribuído; b) Rústico, sito em Horta das Meias, composto de cultura arvense e amendoeiras, com a área de oitocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar do norte e nascente com Manuel Domingos Lopes, do sul com António Augusto Cristóvão e do poente com Maria Dores, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, inscrito na matriz sob o artigo 172 da Secção 73, com o valor patrimonial tributário de 23,14 €, igual ao atribuído; c) Rústico, sito em Santa Justa, composto de horta e citrinos, com a área de mil trezentos e vinte metros quadrados, a confrontar de todos os lados com via pública, inscrito na matriz sob o artigo 143 da Secção 73, com o valor patrimonial tributário de 127,59 €, igual ao atribuído. Que adquiriram os prédios indicados nas alíneas a) e b) por meio de compra verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Francisco Sebastião Teixeira, solteiro, maior, residente que foi em Santa Justa, no ano de mil novecentos e oitenta, em data que não é possível precisar; e o prédio indicado na alínea c) por meio de compra verbal e nunca reduzida a escritura pública feita a Artur Francisco Palma e mulher Maria José Afonso, residentes que foram em Santa Justa, no ano de mil novecentos e oitenta e quatro, em data que não é possível precisar. Que estes prédios têm a natureza de bens comuns dos primeiros outorgantes. Que desde esse ano possuem os prédio em nome próprio, cuidando e cultivando a terra, fazendo as respectivas sementeiras, colhendo os frutos, pagando as contribuições e os impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião. E pela outorgante mulher, foi dito: Que, com exclusão de outrem, é dona e legítima possuidora do prédio rústico, sito em Moinho do Meio, freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, composto de cultura arvense e oliveiras, com a área de mil oitocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar do norte e nascente com “Montechoro – Empresa de Investimentos Turísticos, S.A.”, do sul com Manuel Francisco e do poente com Eduardo Pereira, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, inscrito na matriz sob o artº 253 da Secção 49, com o valor patrimonial tributário de 140,66 €, igual ao atribuído. Que adquiriu este prédio por partilha meramente verbal efectuada por óbito do seu pai, Manuel Francisco, no estado de casado sob o regime da comunhão geral de bens com Mariana Luísa, já falecido, residente que foi em Santa Justa referida, no ano de mil novecentos e noventa e nove, em data que não pode precisar. Que este prédio tem a natureza de bem próprio da outorgante mulher. Que desde esse ano possui o prédio em nome próprio, cuidando e cultivando a terra, fazendo as respectivas sementeiras, colhendo os frutos, pagando as contribuições e os impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriu o prédio por usucapião. Vai conforme o original. Tavira, aos 23 de Setembro de 2011 A funcionária por delegação de poderes;

(Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/1) Conta registada sob o nº. PAO 1412/2011 Factura nº. 01427 Jornal do Baixo Guadiana, 01 Outubro 2011

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CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e oito de Setembro de dois mil e onze foi lavrada neste Cartório, de folhas sessenta e oito a folhas sessenta e nove verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número dezassete - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: Eduardo José Francisco Guilherme e mulher, Isilda Maria Madeira Martins Guilherme, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais ambos da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, residentes na Avenida Ministro Duarte Pacheco, n.º 72, 2º direito, na cidade, freguesia e concelho de Vila Real de Santo António, contribuintes fiscais números 221 046 810 e 224 968 300, e pelos outorgantes foi dito serem donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano sito na Soalheira, Alta Mora, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, composto por edifício térreo, com uma divisão e logradouro, destinado a habitação, com a área total de oitenta e cinco metros quadrados, dos quais trinta são de área coberta, a confrontar a Norte e Nascente com Nicolau Manuel Gonçalves, a Sul e Poente com caminho, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 2663, com o valor patrimonial tributável e atribuído de dois mil duzentos e dez euros. Que o referido prédio lhes pertence, por o primeiro outorgante marido o ter adquirido, já no estado de casado, por doação verbal, e nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e seis, feita por seus pais António Francisco e mulher, Maria Bárbara, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram em Alta Mora, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, ambos já falecidos. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse e fruição do referido prédio, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, suportando os encargos de obras de conservação, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os primeiros outorgantes adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 28 de Setembro de 2011. A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/1, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 01.02.2011, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 143/09 Factura / Recibo n.º 2365 Jornal do Baixo Guadiana, 01 Outubro 2011


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DESPORTO

Futebolândia crónica

Olá! Sejam bem-vindos a mais uma «Futebolândia»! Hoje os temas são, Cristiano Ronaldo, Benfica e Sporting. O «Ronaldinho da Madeira» conseguiu arranjar mais uns “admiradores” ao dizer e passo a citar “têm inveja de mim porque sou bonito e rico”. É por estas e por outras que dificilmente chegará ao patamar de Eusébio, Figo, Paulo Futre e Rui Costa (só para citar alguns). No futebol e na vida não basta ser bonito e rico, é necessário ser humilde. O Benfica conseguiu um facto inédito ao empatar no Dragão (coisa rara) frente ao F.C. do Porto do Pinto Nuninho da Costa para depois borrar a pintura toda com o Otelul Galati (parece nome de sobremesa grega). É certo que ganhou por 1-0, mas a exibição foi má demais para ser verdade, até parecia um jogo de solteiros e casados, se é para isso mais vale não ir às competições europeias, já não basta darmos “barraca” como as da Madeira e a do governo português. Qualquer dia só somos reconhecidos pelas coisas más. No Sporting acabou a crise, a “treta” da equipa em construção para justificar o não saber jogar futebol já está ultrapassada, agora são todos bons rapazes e até sabem jogar à bola, e eu a pensar que levava mais tempo a construir a equipa do Sporting que a Muralha da China. Erro meu. Façam-me um favor sejam bonitos e ricos! Até à próxima.

Eusébio Costa, radialista e licenciado em ciências da comunicação eusebiocosta@live.com.pt

Inter-Vivos elegeu nova direção, mas Futsal Sénior fica pelo caminho

A nova direcção foi eleita em Setembro e tem como objectivo “envolver todos os sócios no trabalho da associação Desde o passado dia 17 de Setembro que foi eleita nova direcção da Associação InterVivos. Trata-se da Associação de Jovens do Nordeste Algarvio que já marcou muitos pontos na àrea do desporto, nomeadamente

no Futsal. Agora na direção está Manuel João Custódio, como presidente, e Jorge Ferreiro, como vice-presidente. A Assembleia Geral é presidida por Vitor Teixeira e o Conselho Fiscal por Maria Paula Car-

Baixo Guadiana sobre rodas

rusca. Os Inter-Vivos são uma associação desportiva, cultural e recreativa, direcionada às camadas populacionais mais jovens. Entre as atividades que realizam ao longo do ano, destacam-se o Passeio Todo-o-Terreno (TT Trilhos Inter-Vivos), o passeio BTT (BTTrilhos) e o Festival Gerações. Segundo a nova direcção, o grande objetivo agora é “envolver todos os sócios no trabalho da associação”. A ideia é criar departamentos que se responsabilizem pela realização bem-sucedida de cada atividade, evitando que sejam sempre os mesmos a desenvolvê-las”. O futsal, o TT e o BTT, bem como as atividades culturais e recreativas que têm desenvolvido, continuam a fazer parte do calendário anual da associação. Recorde-se que a demissão da anterior direcção, a saída do treinador e de alguns jogadores fez com que a equipa de futsal sénior não tivesse continuidade em 2011/2012. Resta à nova direcção arregaçar as mangas para devolver o futsal do nordeste algarvio para as luzes da ribalta. A equipa de iniciados vai disputar o campeonato distrital. Uma equipa para os que nasceram em 1997, 1998 ou 1999.

crónicas

Humberto Fernandes

Selecção Nacional já marca posição Após um triunfo histórico para a Região do Baixo Guadiana, na 73ª Volta a Portugal em bicicleta, Ricardo Mestre, o ciclista filho da terra de Castro Marim, marcou presença na «Volta à Bulgária» e foi um dos seis eleitos do seleccionador nacional de Ciclismo José Poeira para representar o nosso país nos campeonatos do mundo de Copenhaga, Dinamarca. Na «Volta à Bulgária» no ano passado Ricardo Mestre teve uma prestação de alto nível, ganhando uma etapa e conquistado a camisola das metas volantes

e o segundo lugar da geral. Este ano voltou a estar a um nível de excelência, mas sempre guardando forças para um mundial que se avizinhava uma semana após o término desta corrida. Assim sendo, Mestre esteve sempre na discussão da corrida búlgara, sendo um dos ciclistas mais respeitados e marcados do pelotão que fez parte desta prova disputada em estradas do leste da Europa, entre os dias 11 e 18 de Setembro. No passado dia 25 de Setembro foi a vez de encarar os 266 km que compunham o Campeonato do Mundo de estrada num

circuito de 17 voltas em redor da cidade de Copenhaga, onde alinharam à partida 210 ciclistas em representação das respectivas selecções nacionais e onde marcava presença o natural do monte da Cortelha. Do grupo de ciclistas portugueses em representação da Selecção Nacional a melhor prestação foi para Rui Costa, vencedor de uma etapa no Tour de França deste ano, sendo o 15º. Quanto a Mestre, que mesmo apesar de o percurso da prova não o beneficiar em nada - por ser muito plano - fez o que estava ao seu alcance para colocar o sprinter nacional, Manuel Cardoso e Rui Costa, nas melhores condições

possíveis para a chegada; o que acabou por acontecer. Ainda conseguiu um honroso 59.º posto, deixando atrás de si ciclistas tão prestigiados como Tony Martin (campeão do mundo de contra relógio 2011 e vencedor da «Volta ao Algarve 2011»), Thor Hushovd (Campeão do mundo de estrada 2010) ou mesmo o campeão Luxemburguês Fränk Schleck (terceiro classificado da ultima edição do Tour de França). Quanto à vertente do BTT, o Baixo Guadiana contou com vários representantes na 4º prova a contar para a Taça do Algarve de maratonas – XCM disputada em Silves a 18 de Setembro, ganha por David Rosa (BTT Loulé), e tendo sido o melhor lugar obtido pelo natural de Vila Nova de Cacela Hugo Conceição que à geral foi 21.º e 9.º da sua categoria Veteranos A. Por equipas a formação do núcleo Sportinguista Vila Real Santo António foi a 9.ª classificada. pub


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«Mobilidade em Bicicleta» dá premio a VRSA A Câmara de Vila Real de Santo António foi distinguida pelo «incentivo da utilização da bicicleta como forma de mobilidade alternativa», na categoria «autarquias», no âmbito do Prémio Nacional «Mobilidade em Bicicleta». A Câmara vilarealense partilhou o galardão com a edilidade da Moita, por estar “empenhada na construção de ciclovias e em desenvolver uma mobilidade sustentável”. Esta é já a VI edição do Prémio Nacional da Mobilidade em Bicicleta, criado pela Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta. A provar esta aposta na utilização das duas rodas, a Câmara de VRSA esteve no Dia Europeu sem Carros, a 22 de Setembro, a promover a utilização da bicicleta, convidando, para o efeito, Jorge Aquilino, um castromarinense que tem desenvolvido protótipos de bicicletas não convencionais, adaptadas e transformadas. As várias bicicletas estiveram em exposição durante todo o dia, na Avenida da República, e poderam ser experimentadas de forma gratuita.

A Ponte Internacional do Guadiana comemorou 20 anos de vida. Uma infraestrutura que mudou a vida no Baixo Guadiana, revolucionando a vida das gentes da raia

As Festas de Alcoutim comemoraram 60 anos de vida. Este ano o evento contou com maior envolvimento dos jovens e três ilustres septuagenários criaram o grupo «Pr’ó Futuro de Alcoutim» São muitos os apupos previstos para o próximo dia 8 de Outubro durante mais uma marcha de protesto contra as portagens na Via do Infante

Sotavento Algarvio

Cartoon

ECOdica Antes de mais só compre aquilo que realmente necessita! Faça uma lista antes de ir ao mercado e apenas compre produtos que constem da lista. Atenção às quantidades, isto para que os alimentos não se estraguem antes de serem consumidos, tanto para produtos não alimentícios, como roupas e electrónicos – pense bem antes de escolher, pois produtos parados são caros para o meio ambiente!


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