Jornal do Baixo Guadiana_Setembro 2012

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | SETEMBRO 2012 |

JORNAL DO

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Baixo

Guadiana Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal Ano 12 - Nº148

SETEMBRO 2012

R OFE

TA

PREÇO: 0,85 EUROS

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGA

PORTUGAL CEM NORTE

A DOCAPESCA E A LOTA DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO

O Jornal do Baixo Guadiana aproveita o lançamento da iniciativa nacional da Docapesca sobre o consumo da cavala para dar a conhecer aos leitores a história da empresa, os tipos de pescado vendidos, dar nota sobre o local em que se insere e revelar algumas das possibilidades futuras.

«Ti Zé», comerciante EM ALTURA COM 90 ANOS Não é o comerciante que há mais tempo está de portas abertas em Altura, mas é, sem dúvida, naquela localidade de Castro Marim e arredores, dos mais séniores à frente de um balcão de atendimento ao público. Aos 90 anos preserva a sua atividade numa pequena loja onde o registo dos jogos da sorte preenche os seus dias de trabalho.

Depois de encerramento de Segurança Social segue-se CTT

«Dias Medievais» ressentem-se da crise, mas cativaM 63 mil

Clínica de Reabilitação lusa-cubana abre até Novembro


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ABERTURA

JBG

Editorial

Jornal do Baixo Guadiana Diretor: Carlos Luis Figueira Sub-Diretor: Vítor Madeira Chefe de Redação: Susana de Sousa Redação: Antónia-Maria, Carlos Brito, Joana Germano, José Cruz Victoria Cassinello Colaboradores da Edição: Eusébio Costa Fernando Pessanha Humberto Fernandes João Raimundo Pedro Pires Rui Rosa Teresa Rita Lopes Associação Alcance Associação GUADI Associação Rodactiva DECO Europe Direct Algarve - CCDRAlg e Associação Odiana Departamento Comercial: baixoguadiana@gmail.com e/ou joanagermano@gmail.com Sede e Redação: Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21 8950-909 Castro Marim Tel: 281 531 171 Fax: 281 531 080 966 902 856 baixoguadiana@gmail.com

Num ano que antecede a realização das próximas eleições autárquicas tem sido abundante a nova legislação publicada cujas consequências práticas resultam em significativas alterações à forma como as autarquias têm vindo a ser geridas. Reorganização interna dos quadros de pessoal, limitações e condicionamentos ao emprego, Lei dos Compromissos, Programa de Apoio à Economia Local, constituem, entre outros, alguns exemplos. Ainda em discussão entre os parceiros que sustentam o actual governo, está o Projecto da nova Lei que regulará as próximas eleições para o poder local, a qual, mesmo como tudo leva a crer, PSD e CDS-PP se entendam, ultrapassando o conjunto de diferenças que até aqui os têm separado, necessitará

de negociação e acordo do PS para poder ser aprovada na Assembleia da República. Um tanto no limbo sem se saber ao certo como vai terminar está o processo de ajustamento quanto à eliminação de freguesias e à eventual fusão de municípios Ora, se somarmos a todo este conjunto o facto de actuais Presidentes de Câmara, por terem atingido o limite de mandatos, se poderem voltar a candidatar a outros municípios, temos assim garantido à partida um ano em que, a par da crise, não faltarão motivos de interesse na vida politica do País susceptíveis de atrair a atenção dos cidadãos. Tal como aqui referenciámos em altura própria, a Lei dos Compromissos está a manifestar-se como um autêntico garrote à gestão autárquica provocando, o que se presumia então como inevitável, manifestações de incumprimento por parte de algumas Câmaras Municipais num processo que pode rapidamente vir a alargar-se a todo o País. Com efeito, ao impedir as autarquias de contrair despesas desde que não esteja garantida a respectiva receita, tal medida coloca um conjunto de constrangimentos que inevitavelmente chocam com a realidade, como é presentemente o caso de Câmaras Municipais poderem não ter condições

para assegurar os transportes escolares e a alimentação dos alunos a que estão obrigados, situação justamente invocada pelas Câmaras de Leiria, Vila Nova de Poiares, Ourém, entre outras, cuja manifestação de incumprimento da respectiva Lei é invocado por estar em causa o interesse público. Entretanto, no Tribunal Constitucional estão em apreciação a possível inconstitucionalidade de alguns dos seus artigos, dado o entendimento que o Procurador Geral da República teve sobre tal matéria. Em tal contexto, espera-se que acabe por predominar o bom senso, porque problemas a mais já o País tem. Importante para um vasto conjunto de autarquias e como reflexo para a economia do País, como aliás vem sendo reclamado por diversos responsáveis da Associação Nacional de Municípios, era a operacionalização do Programa de Apoio à Economia Local, com a publicação célere da sua regulamentação. Trata-se de uma linha de crédito de mil milhões de euros que, em condições a negociar, poderá permitir a reestruturação financeira de algumas dezenas de municípios como, numa segunda linha, centenas de outros no quadro do referido programa, poderiam candidatar-se a obter

financiamento de forma a permitir-lhes pagar dívidas de curto e médio prazo, injectando assim dinheiro necessário às empresas credoras e simultaneamente promover a dinamização da economia local. A persistente e insensata eliminação de serviços públicos no Interior do País, como são os casos do encerramento dos CTT em Alcoutim, dos serviços da Segurança Social em Martinlongo, do Tribunal em Monchique, de entre muitos outros exemplos, conduz a somar dificuldades ao isolamento e empobrecimento do interior, acrescentando por via administrativa e em nome da mais que discutível eficácia na poupança de recursos promover, isso sim, condições para acelerar o abandono de vastas regiões do nosso território, porque aí a vida se pode tornar insuportável.

Carlos Luis Figueira cluisfigueira@sapo.pt * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Vox Pop Qual a sua opinião em relação à privatização da RTP?

Propriedade: Associação Odiana Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21, 8950-909 CASTRO MARIM Tel: 281 531 171 Fax: 281 531 080 geral@odiana.pt Pessoa Colectiva: 504 408 755 Direção Executiva: Associação Odiana Design e Paginação: Daniela Vaz Rui Rosa Impressão: Postal do Algarve, Lda Rua Dr. Silvestre Falcão, nº 13 C 8800-412 TAVIRA Tel: 281 320 900 Tiragem desta edição: 3.000 exemplares Registo no ICS: 123554 Depósito legal: 150617/00 JBG ONLINE http://issuu.com/jornalbaixoguadiana e Facebook

NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

Nome: Bruna Carmo

Profissão: Mestranda em Ensino Básico

R: Na minha opinião, a RTP não deveria partir para a privatização. Considero que a programação não é tão vulgar como a dos restantes canais. A título de exemplo, na RTP2 podem assistir-se a inúmeros documentários que promovem a cultura da sociedade. Há que ter em conta que a privatização vai fomentar ainda mais os interesses banais dos telespetadores, tais como o futebol, as telenovelas e os reality shows, deixando cair a imagem séria de um canal de televisão acessível a todas as idades.

Nome: Marco Guerreiro Profissão: Empresário Imobiliário R: É uma aberração e, também, mais um tacho para aquela malta toda! O evoluir para a privatização da RTP por parte do Governo. Quanto à evolução da programação não acredito que aconteça... Ficará tudo na mesma só que com lucro. Já para não falar na TDT que ficará sem a RTP2. Ou seja, a esse nível, em vez de haver alguma evolução, haverá sim um retrocesso na televisão pública.

Nome: José Rodrigues

Nome: Georgina Proença

R: Na minha opinião vai empobrecer a nossa televisão. O serviço da RTP deve manter-se de cariz público, mesmo se adquirido por privados. Considero que os conteúdos da RTP2 têm de mudar para se tornarem mais atrativos.

R: A privatização da RTP é um retrocesso na nossa Democracia, é um atentado à liberdade de informação. É provável que esta privatização passe no Tribunal Constitucional; já nada me surpreende...

Profissão: Desempregado

Profissão: Formadora


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* Os autores não escrevem ao abrigo do acordo ortográfico

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CRÓNICAS Vítor Madeira

O insubmisso

Ameaça de encerramento da Estação dos Correios de Alcoutim No momento em que a Assembleia Municipal de Vila Real de Santo António aprovou uma proposta abjecta e pateta do Partido Socialista, que recomenda ao Governo a fusão daquele município com Castro Marim e Alcoutim, numa total falta de respeito pela identidade e história dos dois concelhos vizinhos, gostaria de alertar para a ameaça de encerramento da Estação dos Correios de Alcoutim. É com um sentimento de revolta e espírito de indignação que, invariavelmente, ouvimos dizer nos órgãos de comunicação social que Alcoutim é um dos concelhos mais pobres do país, onde soçobra o despovoamento e a desertificação, não obstante a acção

abnegada do poder local nos últimos vinte anos ter conferido qualidade de vida e esperança aos alcoutenejos. O facto é que os sucessivos Governos, nos últimos 38 anos, pouco ou nada têm feito em benefício daquelas três mil pessoas que, teimosamente, continuam agarradas aquele território com uma área de mais de 500 Km2. A prová-lo está a política de terra queimada empreendida pelos nossos governantes na última década com a extinção de serviços públicos essenciais à vida de quem lá vive. A primeira certidão de óbito foi passada há três anos com o encerramento das extensões do Centro de Saúde de Alcoutim, do Pereiro e Giões

e a última deu-se há um mês, com o fim da loja da Segurança Social em Martinlongo. Pelo meio ficaram as ameaças de fecho da Escola Básica Integrada de Alcoutim e do Posto da GNR local, que só não se concretizaram pela firme oposição da Câmara Municipal. Contudo, as maldades da administração pública àquela terra não cessaram. Desta vez, a ameaça recai sobre a Estação dos Correios de Alcoutim, que actualmente funciona das 09 às 17.30 horas, e a que a Administração dos CTT pretende reduzir o horário de funcionamento ao público das 13.30 às 16.30 horas, ao mesmo tempo que procura fazer o agenciamento do perí-

odo da manhã à Junta de Freguesia de Alcoutim. Se esta decisão for tomada, vamos assistir, sem apelo nem agravo, ao encerramento da Estação dos Correios de Alcoutim. Será que o cumprimento do memorando de entendimento da troika obriga a Administração dos CTT a subtrair o único funcionário da estação, substituindo-o por um dos dois carteiros que fazem o giro da distribuição da correspondência no concelho? Seguramente que não. Até porque Alcoutim perdeu nos últimos 4 meses um dos três carteiros, levando a que a correspondência em muitas localida-

realmente com este flagelo e o enfrentasse? Em vez de se preocupar tardiamente com as suas consequências, por exemplo, os tribunais e cadeias entupidos. Será que este país, como qualquer sociedade minimamente racional e inteligente, se tem preocupado com a prevenção e o tratamento, em vez de jogar dinheiro para cima dos seus efeitos? Será que tem havido suficiente investimento na sua prevenção, por exemplo, com a informação nas escolas? Pessoalmente, não conheço nada mais eficaz para prevenir o alcoolismo do que a ocupação saudável dos tempos livres dos jovens e desporto,

de festa ou de doença se justificava. É verdade: estar doente, na cama (onde dantes se curavam as doenças), tinha compensações gostosas como receber um livro de presente. Lembro-me dos habituais encontros amorosos que tinha com os livros no quiosque da Estação (do Caminhode-Ferro), que eu visitava frequentemente – em grande parte, diga-se, por causa disso. Nessa altura os livros vinham virgens, as folhas dobradas, por abrir: era preciso cortar as páginas para as poder ler. Mas eu chegava ao quiosque, sorria para a Senhora, dona daquele tesouro, pegava num dos livros dispostos em cima da

bancada e, espreitando pelas folhas fechadas, durante horas, conseguia, com muita aplicação ler o livro todo. Só tenho pena de não saber mais nada sobre essa tal bondosa senhora, que me aturava ali tardes inteiras, com o nariz em cima dos seus livros: eu era pequenina, a bancada dava-me pelo queixo, mesmo de pé. Quem me dera que o quiosque da Estação ainda existisse e a Senhora também, que eu ia a correr oferecerlhe esta Redacção para lhe agradecer a paciência que tinha comigo e para lhe dizer que nenhum dos livros que hoje leio ou escrevo me emociona tanto como os que lia no seu quiosque, durante horas, de pé, a espreitar pelas folhas dobradas – que nem sei como não fiquei vesga. Restam-me dessas leituras um amor pelos livros nunca saciado e a vista cansada desde os onze anos.

Alcoolismo, uma inconsciência nacional rotar de consultas médicas, porque um alcoólico na família faz adoecer os restantes familiares. Quantas famílias destruídas (desestruturadas, como agora se diz, magoa menos) por terem, no seu seio, um alcoólico?!... Quantas centenas de milhares de bebedores excessivos, que mais tarde serão alcoólicos, sem se aperceberem?!... O que é o alcoolismo? Histórica e culturalmente é encarado como um hábito social inofensivo, um prazer, um vício. Tudo muito engraçado; até nos rimos das piadas dos etilizados. No fundo, o alcoolismo é uma doença grave e crónica que,

como qualquer dependência, não tem cura, mas tem tratamento. Acabemos com os mitos: o álcool não mata a sede, não aquece, não relaxa. O álcool deve ser bebido com moderação e, sobretudo, saboreado. Será que tem havido sensibilidade dos diversos poderes para lidar com esta problemática? Será que tem havido informação e formação dos técnicos de saúde e dos familiares para lidar com estas situações? Será que os Governos, pelos vistos, só agora preocupados com as finanças públicas, fizeram contas ao que este país ganharia se se preocupasse

Teresa Rita Lopes

Redacção - Livros

Sempre gostei muito de ler livros, livros a valer, a cheirar a papel e a tinta. A história da Gata Borralheira ficará para sempre associada ao cheiro do livro da colecção Manecas em que primeiro a li. Dantes, a leitura era muito útil para a minha alimentação. É verdade que, em menina, não gostava de comer. A comida a valer fazia-me engulhos, mas devorava livros, ah sim, todos os que podia.

Como nessa altura os meninos dispunham de pouco dinheiro, nem havia o hábito da “semanada” nem nada, receber um livro de presente era uma festa. Em geral, correspondia a um prémio. Não falo dos prémios do liceu, para o melhor aluno de cada ano, que eram livros só para vista. Recebi um logo no primeiro ano, que nunca li: era enorme, de História (foi grande a decepção porque o que eu queria era que fosse um livro de histórias). O prémio do segundo ano era mais maneirinho: A Vida de Jesus, de Plínio Salgado. Mas já então, não sei porquê, desconfiava desses livros destinados a edificar as crianças e nunca

o li. Porque para mim ir ao encontro de um livro tem que ser como abrir os braços a uma pessoa querida ou ser por ela abraçada. Sempre fui assim e ainda sou. Para ler um livro, como para estar com uma dessas pessoas queridas, eu fazia tudo: era capaz de ficar horas de pé, na livraria, a ler esses livros que não tinha dinheiro para comprar. Nem me passava pela cabeça pedi-los à família, que tinha despesas muito mais prementes. É que os livros eram então, para mim, de duas categorias: os de escola e os de contos. Os de escola eram uma obrigação e os de contos um luxo que só em ocasiões

e-mail: insubmisso69@gmail.com muito desporto! Quanto este país ganharia, em vidas humanas, em bem-estar da população e finalmente em dinheiro (de todos nós), se se preocupasse com a essência da questão - combate ao alcoolismo?!... Pistas: Qual seria o português que não concordaria com uma maior taxação fiscal sobre o álcool e, simultaneamente, com a diminuição da taxação no pão, no leite, em frutas e legumes?! Em qualquer estabelecimento, uma cerveja é tão cara como uma garrafa de água. Qual seria o português que não concordaria que se investisse na investigação e formação dos técnicos de saúde nesta área? Qual seria o português que não concordaria que se investisse na informação e na formação das famílias dos alcoólicos para aprenderem a lidar com esta situação? Porque o busílis do tratamento da doença parece tão fácil, mas não é: o alcoólico reconhecer a sua doença. Quando tal acontece, é meio tratamento. No fundo, pedia só um bocadinho de mais consciência para esta inconsciência coletiva. Será pedir muito?

Francisco Amaral

Principal causa de morte em jovens: acidentes de viação, provocados pelo álcool! Principal causa de invalidez nos jovens: acidentes de viação, provocados pelo álcool! Principal causa de homicídios: situações ligadas ao consumo de álcool! Basta estar atento à comunicação social. Por detrás dos “tiros e facadas”, quase sempre, estão situações ligadas ao consumo de álcool. Os tribunais entupidos... com situações ligadas ao consumo de álcool. As cadeias hiperlotadas... por situações ligadas ao consumo de álcool. Centros de saúde e hospitais a abar-

des do concelho seja distribuída dia sim, dia não e não raras vezes uma simples carta demora três dias a ser entregue ao seu destinatário. É inaceitável que o serviço postal universal de correio seja cerceado ao povo de Alcoutim, por uma qualquer lógica economicista do Conselho de Administração dos CTT e dos seus emissários, que estão mais bem preocupados em segurar os seus lugares do que em defender os interesses das populações que lhes pagam os seus principescos salários. Tenho a firme convicção que a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia, enquanto legítimas representantes dos alcoutenejos, não irão dar o seu assentimento à redução do horário de funcionamento nem ao agenciamento do serviço postal de correio, pois se o fizerem estarão a assinar o encerramento da Estação de Correios de Alcoutim.


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EDUCAÇÃO/JUVENTUDE

“É importante que os pais conheçam a dinâmica de uma creche” A creche de Santo António, na localidade das Hortas é uma das valências da Santa Casa da Misericórdia de Vila Real de Santo António. Inaugurada há cerca de um ano garante 155 vagas dos 0 aos 2 anos. Segundo a coordenadora um dos grandes objetivos do seu trabalho é fazer com que os pais conheçam a dinâmica desta creche.

Emília Antunes é a educadora-coordenadora da creche de Santo António Emília Antunes é educadora-coordenadora da creche de Santo António que inaugurou com honras de secretário de Estado. Orgulhosa com o trabalho desenvolvido por toda a equipa a responsável tem boas expetativas para o novo ano letivo que começa e está empenhada em continuar a incutir nos pais dos meninos e meninas a vontade de

irem até esta instituição escolar e conhecerem o trabalho que ali se desenvolve. “É importante que os pais conheçam a dinâmica da creche”, afirma a educadora que recorda que no ano letivo anterior teve oportunidade de contar com a presença de muitos pais que durante uma semana foram até à creche, no período da manhã, ver

o funcionamento daquele equipamento de ensino, bem como foram sensibilizados para os objetivos traçados pelas equipas técnicas. Este é o lugar para complementar a educação que é dada em casa, mas, em determinados casos, também para resolver problemas que acontecem nos lares. “Há crianças com dois anos de idade que não comem sopa em casa e nós aqui tentamos que iniciem esse hábito”, conta-nos a responsável que nos diz também que às vezes tem de gravar com o seu telemóvel as crianças a comerem a sopa para os pais verem. “Constatam que é uma realidade e ficam até surpreendidos”. Este é um exemplo de uma vitória das educadoras que em consciência sabem que estão a incutir hábitos saudáveis e importantes para a vida daquelas crianças.

Relatório semanal via

e-mail Também numa dinâmica de proximidade com os pais esta creche criou o «diário semanal» que é enviado via e-mail “e onde os pais têm oportunidade de conhecer as atividades realizadas com os seus filhos e os objetivos que representam as tarefas desenvolvidas”. Para além disso este relatório consegue ter o mérito de servir de informação para os pais poderem colocar em prática algumas das competências iniciadas na creche. Os materiais utilizados em grande parte são recicláveis, não representando custos, mas apenas requerendo disponibilidade. E adesão dos pais a esta dinâmica “tem sido francamente positiva”, congratula-se Emília Antunes que nos conta que ao longo do ano são várias as formações dirigidas aos mais pequenos e desenvolvidas com especialistas

de áreas distintas como a nutrição, higiene oral e medicina geral. Para as profissionais da creche houve em 2011/2012 um curso dedicado ao tema da amamentação. Recorde-se que esta creche localizada nas Hortas, abriu as portas em Setembro de 2011, conta com 35 funcionáriss num edifício novo inaugurado por Marco António Costa, secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social. O novo equipamento, construído pela autarquia, custou cerca de 800 mil euros, tem capacidade para 30 crianças em idade de berçário, 50 crianças com um ano e 75 crianças com dois anos. É gerido pela Santa Casa da Misericórdia de Vila Real de Santo António, tendo o edifício sido cedido a esta Instituição Particular de Solidariedade Social através de um contrato de comodato assinado com a autarquia.

Jovens da escola Realmadrid assistiram a jogo Benfica x Real Madrid Os jovens que integraram a escola da Fundação Realmadrid no concelho de Vila Real de Santo António tiveram uma oportunidade única ao assistirem ao jogo Benfica vs Real Madrid no Estádio da Luz. A efeméride aconteceu a 27 de Julho e no total deslocaram-se a Lisboa 35 crianças. Para algumas delas foi a primeira vez que

foram até à capital portuguesa, tendo sido por isso também uma experiência marcante. Ainda antes do jogo, os representantes das quatro escolas da Fundação Realmadrid já a funcionar em Portugal (VRSA/Castro Marim, Funchal, Vila Nova de Gaia e Manique) foram recebidos por Emilio Butragueño, diretor de

relações institucionais do clube merengue, que fez um avaliação do primeiro ano de trabalhos. Os jovens de Castro Marim têm prometida uma viagem até Sevilha para assistir a um jogo de basquetebol sénior, embora ainda sem data marcada. Recorde-se que ao longo do ano letivo 2011/2012, as aulas,

que decorreram nas localidades de Monte Gordo (futebol), Vila Nova de Cacela (basquetebol), Vila Real de Santo António (futebol e basquetebol) e Castro Marim (basquetebol), reuniram mais de 150 crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 12 anos. Cada turma era dirigida por dois professores e um auxiliar, tendo

Crianças no Baixo Guadiana receberam formação de segurança nas praias Foram várias as zonas balneares no Algarve que receberam ações de sensibilização para a segurança nas praias com o intuito de chegar até aos mais novos e transmitir conceitos relacionados com a temática de uma praia segura. A iniciativa foi conjunta entre a Fundação Vodafone Portugal e o Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), tendo sido desenvolvidas ações de sensibilização nas vertentes de Ambiente e Segurança. O Baixo Guadiana foi abrangido através da presença desta iniciativa nas praias de Manta Rota, Alagoa-Altura e Monte Gordo, logo a 1, 2 e 3 de Agosto, respetivamente. As iniciativas, integradas no «Verão de Campeão» do programa «Praia Saudável», incluíram diversas modalidades de animação, tais como jogos em que são ilustrados os riscos provocados por atitudes descuidadas

e transmitidas informações sobre o melhor modo de estar nas praias, através de processos didáticos simples e divertidos. Este foi já o sétimo ano consecutivo desta campanha que até agora já abrangeu mais de 200 mil crianças. Os mais novos foram sensibilizados para a intervenção do Instituto de Socorros a Náufragos nas praias, bem como para a necessidade de conjuntamente com os seus familiares e amigos terem uma postura de prevenção em relação aos perigos. Um simples número de telefone no boné de uma criança pode fazer a diferença caso esta se perca numa extensão balnear. De acordo com estatísticas recentes por dia perde-se uma criança na praia, sendo que a maioria é encontrada já a meio quilómetro dos pais.

Iniciativa surge de parceria entre Instituto de Socorros a Náufragos e Fundação Vodafone Portugal

contado ainda com o apoio de três estagiários do Curso de desporto da Universidade do Algarve. A Fundação Real Madrid tem como principal objetivo a promoção da prática desportiva entre crianças e jovens, por entender que através dela se contribui para o desenvolvimento integral da sua personalidade.

 2012/2013

Escolaridade obrigatória até aos 18 anos Foi publicado em Agosto o decretoLei que determina que a escolaridade em Portugal é obrigatória entre os seis e os 18 anos de idade. Sendo um ensino gratuito existe isenção total de propinas, taxas e emolumentos para matrícula, inscrição, frequência escolar e ainda certificação. Quanto ao transporte escolar é gratuito até ao final do terceiro ciclo do ensino básico e também para estudantes menores ou com necessidades educativas especiais. As novas regras entram em vigor já no presente ano letivo 2012/2013.


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LOCAL

63 mil visitaram Castro Marim nos «Dias Medievais» Foram 63 mil os que entre 23 e 26 de Agosto visitaram o concelho de Castro Marim, mais propriamente a vila-sede que regressou à Idade Média. Foram quatro dias e quatro noites de muita luz e magia. CMCM

O ambiente que se vive em Castro Marim é único e transforma uma realidade cada vez mais dominada pela tecnologia num lugar mágico envolvido por rebuscagens históricas que oferecem outros hábitos, envoltos por música, vestes, classes sociais, cheiros e sabores. De há uns anos para cá que a vila se abriu aos festejos, espalhando-se os «Dias Medievais» pelo castelo, forte, revelim, ruas da vila e biblioteca municipal. Tal como é dito pelo município “num mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, o regresso ao passado e às raízes da história da humanidade parecem um sonho no século XXI”. A prová-lo foram os muitos milhares de visitantes, entre locais, turistas nacionais e estrangeiros, que participam “neste sonho que se vive de olhos bem abertos”. A crise fez-se sentir nas vendas aos vários níveis, mas a animação contagiou a alegria que não tem

preço. A visita de quatro dias e quatro noites à misteriosa Idade Média iniciou-se com o grandioso desfile medieval onde participaram milhares de pessoas e centenas de figurantes, todos eles vestidos a rigor, exibindo os trajes característicos de cada uma das classes sociais de então: o clero, a nobreza, a burguesia e o povo. As ruas da vila receberam também performances ao ar livre de bobos, equilibristas, cuspidores de fogo, malabaristas, encantadores de serpentes, contadores de histórias e contorcionistas. A Liça do Castelo de Castro Marim foi o palco privilegiado de emotivas exibições encenadas, com os torneios medievais de armas e a cavalo. Os espetáculos de destreza e cor com coreografia de bandeiras e as deambulações musicais medievais pelas ruas e praças do castelo prometem momentos de

Este é o evento de maior importância no calendário do concelho de Castro Marim magia. Durante os festejos, foram recriados no interior das muralhas as artes e ofícios de então, sendo a maior parte destas executadas por habilidosos artesãos do concelho que fizeram demonstrações ao vivo das antigas profissões da época como tosador, barbeiro, ferreiro, sapateiro, tanoeiro e peleiro.

Sempre aguardados com grande expetativa, os banquetes reúnem centenas de comensais no interior do Castelo Velho, deliciando todos aqueles que degustam a gastronomia da época e as suas iguarias. À luz misteriosa das tochas e ao som da guitarra clássica, os convidados foram surpreendidos

com um banquete onde não faltaram os pratos e sobremesas saborosos, acompanhados de vinho, cerveja preta e cidra. Esta viagem de extensos dias ao mundo misterioso e fascinante que foi a Idade Média, também conhecida como “uma longa noite de mil anos”, terminou com um espetáculo de fogo-de-artifício.

 Durante as «Festas de Alcoutim»

Antigo edifício das Finanças em vésperas de ser inaugurado É já em meados de Setembro que o município de Alcoutim vai ter as suas célebres «Festas». Nesta 61.ª edição um dos pontos altos vai ser a inauguração do edifício das finanças. Francisco Amaral faz-nos um ponto de situação do concelho que lidera. CMA

Francisco Amaral, edil alcoutenejo, congratula-se por mais uma obra que é inaugurada neste mandato Antes as «Festas de Alcoutim» duravam cinco dias. Desde o ano passado que se reduziram a três devido à contenção financeira. Este ano, as festas vão acontecer entre 14 e 16 de Setembro e é um momento alto no calendário dos alcoutenejos. Muitos revêm por esta altura familiares e amigos, preserva-se a tradição dos vizinhos espanhóis de Sanlúcar que aderem em força a esta festa e os mais jovens mudam-se para Alcoutim durante estes dias para aproveitar a discoteca à beirario que dura a noite toda e que

de manhã termina com um cacau quente no rio oferecido pela autarquia. Francisco Amaral, o presidente da câmara de Alcoutim, graceja dizendo que “nestes dias as restantes discotecas do Algarve estão às moscas porque os jovens estão todos em Alcoutim”.

lugar à ampliação do quartel da GNR e também às novas instalações da Divisão de Obras, Planeamento e Gestão Urbanística da câmara municipal. A obra de remodelação do edifício foi adjudicada por 639.058,12 euros, acrescidos de IVA.

Inauguração de edifício das finanças

Município ganha população

Este ano um dos momentos altos dos festejos é a inauguração do antigo edifício das finanças que foi reabilitado e que agora vai dar

Para além das festas de Alcoutim que têm agenda marcada anualmente para o mês de Setembro Francisco Amaral salienta ao JBG

a dinamização que tem sido levada a cabo nos vários montes do concelho. “Com o apoio da câmara, mas também com a vontade de pessoas que regressaram à sua terra e que dão à vida a estes lugares”. F. Amaral revela até que este Verão, mais do que nunca, intensificou-se uma tendência que são mais turistas em Alcoutim; “nos montes na casa de familiares. Talvez a crise os tenha feito olhar mais para Alcoutim ao invés de fazerem férias no estrangeiro ou no litoral”. O autarca acredita que esta tendência é benéfica para o concelho que aos poucos poderá ir recuperando população. “O IC27 coloca o Litoral aqui muito perto e as pessoas também se estão a aperceber dessa acessibilidade”. Outra mudança que o autarca assinala é o regresso de mão-deobra especializada, nomeadamente na área da hotelaria e construção civil. “Pessoas que ficaram desempregadas no Litoral e que aqui vão encontrando trabalho”. F. Amaral refere a abertura do lar de Balurcos, cuja conclusão da construção deverá acontecer em finais do ano e que trará “mais de 30 postos de trabalho”. Para instalar quem aqui não tem

casa o autarca antecipa uma dinamização no mercado de arrendamento. “Existem montes com casas fechadas que poderão servir esse propósito”, nota.

Revitalização ribeirinha e autocaravanismo Outra das preocupações de Francisco Amaral que lidera um dos concelhos mais despovoados do país é a revitalização ribeirinha. Primeiro houve a revitalização de Guerreiros do Rio, decorrem agora obras de intervenção no mesmo sentido nas Laranjeiros e aguardar parecer positivo do ministério das finanças para a revitalização ribeirinha no Álamo. No que toca a turismo e para atrair mais público o município tem apostado no nicho do auto caravanismo, tendo sido recentemente inaugurado o parque de merendas e autocaravanismo no Pereiro. “Somos dos municípios algarvios que mais tem acarinhado o autocaravanismo”, lembra, lamentando “o preconceito envolta destes turistas que além de valorizarem o território, a sua história e o ambiente têm poder económico”, advoga Francisco Amaral.


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LOCA L | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL *

ESPANHA por Antónia-Maria

El camino portugués de las peregrinaciones a Santiago Allá por el año 813, en tiempos del rey de Asturias Alfonso II el “Casto”, un ermitaño llamado Paio, “Pelayo” le confió al obispo gallego Teodomiro que había visto unas luces sobre un lejano monte de la región. Allí hallaron, según dice la leyenda, una tumba que fue identificada con el apóstol Santiago. Según la tradición, sus discípulos llevaron su cuerpo en una mítica embarcación de piedra, costeando el Atlántico hasta el antiguo reino de Galicia. Lo cierto es que este camino ya fue itinerario de los antiguos celtas para llegar a “Finis Terre”, el fin de la tierra conocida, siguiendo la ruta celeste de la “Vía Láctea”, rito que siglos mas tarde, la iglesia cristianizó. Ya en el año 1989 se celebró el

I Congreso Internacional de los Caminos Portugueses de Santiago de Compostela, donde los asistentes reconocieron que dada la importancia que alcanzó, desde la Edad Media, el “camino francés” hasta Santiago, había un desconocimiento generalizado de ésta vía en Portugal. Se conservan referencias de varios itinerarios seguidos por los peregrinos a Santiago, en territorio portugués desde el siglo XII hasta el siglo XVIII. Existieron dos ejes importantes que transcurren de Sur a Norte; uno junto a la costa que desde el Algarve, abarca las poblaciones de Alcarcer do Sal, Lisboa, Torres Vedras, Caldas da Rainha…hasta llegar a Caminha, cerca de Tuy, en la frontera. El otro eje interior parte

de Faro o Tavira, Beja, Évora , en dirección a Chaves. Las numerosas iglesias románicas que existen en las variantes de este camino portugués, los albergues y hospitales que acogían peregrinos, la profusión de símbolos como conchas, báculos, sombreros de peregrinos, son pruebas contundentes del culto portugués a Santiago Apóstol. Muchos monarcas portugueses acudieron al santuario de Compostela por devoción, entre ellos, Isabel, la reina Santa, que viajó en 1325 o el rey D. Manuel en el año1502 Las primeras referencias fue la del geógrafo árabe El Idrissi en el siglo XII, y otra del clérigo italiano Confalonieri, que hace el trayecto desde Lisboa, en 1594, pasando por

Hospital viejo en Viana do Castelo construído para peregrinos en el año 1468

varias poblaciones como, Azambuxa, Santarém, Tomar, Coimbra, Porto… Un noble polaco llamado Sobieski, recorre España y Portugal en 1611, pasando por Santiago. Otro italiano llamado Albani, llega a Compostela en el “Año Santo” de 1745, y tardará dieciocho días en llegar a Santiago desde Lisboa, pasando por Santarém, Coimbra, Porto, Barcelos, Tuy y Pontevedra. Itinerario habitual, para los que peregrinaban desde territorio portugués a Santiago. El año Xacobeo ocurre cuando la festividad del Patrón de España cae en Domingo. El camino de Santiago ha sido declarado Patrimonio de la Humanidad por la Unesco e Itinerario Cultural por el Consejo de Europa.

Las «Colombinas» Las Colombinas son las fiestas grandes de de la ciudad de Huelva, capital, y se celebran en los primeros días de Agosto para conmemorar los descubrimientos en los que participaron todos los pueblos del entorno de esta ciudad. El día 3 de Agosto es el día grande, ya que fue en esa fecha la salida del marinero genovés Cristóbal Colon - el descubridor de América - desde la cercana localidad Palos de la Frontera, al Nuevo Mundo, con las carabelas La Pinta, la Niña y la nao Santa María, en el año1492. Las Colombinas son fiestas atípicas en Andalucía, porque, a diferencia de la mayoría de éstas no tienen una raíz religiosa, ni santo ni patrón que festejar, sino los grandes descubrimientos de los que fueron protagonistas. Este año, estrenaron un recinto

ferial de mas de 130.000 metros cuadrados, distribuidos en cuatro grandes zonas. El Centro de Emergencias y seguridad estaba dotado de modernas instalaciones para garantizar la seguridad de los ciudadanos; en este plan se incluía cuerpos de policías, servicios médicos, ambulancias, bomberos etc…así como un servicio de limpieza diario de todo el recinto. Numerosas casetas de entrada libre y conciertos de gran nivel, invitaban a la diversión a un publico que acude en masa desde todos los puntos de la ciudad y los alrededores. Por otro lado, el Ayuntamiento de la ciudad se preocupó de crear amplias plazas de aparcamientos gratuitos para los numerosos visitantes que llegaban con vehículos ligeros o autobús.

Durante las Colombinas también se celebra el tradicional “Trofeo Colombino de Fútbol” creado en 1965, uno de los mas antiguos de España, en los que participaron

los equipos Sporting de Portugal, el Mogreb Atlético de Tetuán y el Real Club Recreativo, entre otros… que atrae a numerosos aficionados.

Nueva frontera Las Colombinas son las fiestas grandes de de la ciudad de Huelva

Virginia Saldaña, pintora ayamontina Virginia Saldaña, es una joven pero, ya consagrada pintora de la ciudad de Ayamonte. Licenciada en Bella Artes por la Universidad de Sevilla tiene en su haber numerosos premios y distinciones, a pesar de su juventud. Inició su carrera, en los años 1993, siendo primer premio novel en el Salón Nacional de Pintura “Ciudad de Ayamonte” Ha sido finalista en varios certámenes como el Premio “Fundación Cruzcampo” del Salón de Otoño, en Sevilla. Finalista en el Certamen Andaluz del Excmo. Ateneo de Sevilla. Finalista, igualmente, en el III Cer-

tamen Nacional de Pintura Juan Roldán, del Viso del Alcor. Finalista en el Certamen de Pintura “Ciudad de Isla Cristina” y Mención de Honor en el Salón de Pintura “Ciudad de Ayamonte”. Ha realizado carteles anunciadores de la Semana Santa y de las fiestas patronales de la ciudad de Ayamonte y también ha ilustrado libros de autores ayamontinos. Ha expuesto su obra muy reciente en la galería de Rosa Cabalga, en su ciudad con una afluencia de publico notable y el reconocimiento de todos los medios de comunicación locales y regionales.

Le llaman “Portela de España” pero está en Portugal. Histórica centinela vigilante desde su atalaya, de cualquier amenaza desde el otro lado Hoy inactiva acallados los clamores de guerra se eleva pacifica como un buen pastor sobre el dorso de los cerros a perder la vista por Portugal y España ¡El mismo rebaño de los dos lados! Sediento y famélico en la aridez sepulcral de la desertización avanzando silenciosa

Virginia Saldaña, es una joven pero, ya consagrada pintora de la ciudad de Ayamonte.

Una nueva frontera implacable desafiante donde “ las portelas” poco valen Carlos Brito. Escritor y poeta


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LOCAL

Presidente da União das Misericórdias anuncia corte na Saúde Alcoutim foi o primeiro concelho a receber a visita do presidente da União das Misericórdias Portuguesas que esteve pelo território do Baixo Guadiana a 13 de Agosto. O JBG soube na Santa Casa de Castro Marim que poderá estar em causa o corte da subsidiação do Apoio Domiciliário Integrado (ADI). Susana de Sousa Para além de uma conversa para “aferir a sensibilidade” de quem está à frente das Santas Casas da Misericórdia no Algarve, Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas terá adiantado aos provedores algarvios que poderá estar para breve um corte no Apoio Domiciliário Integrado. O corte ainda não é oficial e em declarações ao JBG António Cabrita, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim garantiu que ainda não recebeu da parte da Segurança Social qualquer indicação nesse sentido. “Efetivamente, o senhor presidente Manuel Lemos alertou-nos para essa hipótese, sem que tenha avançado com qualquer informação oficial”, admitiu aquele responsável. A acontecer este corte significa que vai deixar de ser comparticipado o «Apoio Domiciliário Integrado» (ADI) que abrange a área da saúde a utentes que recebem em casa, para

além do apoio domiciliário comum, um auxílio de enfermagem. Neste grupo inserem-se pessoas doentes, algumas delas acamadas, dependentes deste serviço especializado. “Será muito mau se este corte acontecer, mas como disse, até agora não fomos informados de nada da parte da tutela”, insiste António Cabrita, avançando que a Santa Casa castromarinense tem cinco utentes beneficiários do ADI. A meados de Agosto o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, realizou uma ronda às diversas Santas Casas do Algarve para aferir como decorre a sua prestação ao nível social. Uma visita realizada “com maior profundidade”, sobretudo às instituições que não conhece “tão bem”, referiu ao JBG o responsável durante a visita à Santa Casa castromarinense, que, de resto, ainda não tinha tido oportunidade de visitar. Durante a visita em Castro Marim,

que o JBG acompanhou, o responsável teve oportunidade de contactar com as infraestruturas, utentes, competência técnica e membros da Mesa daquela IPSS.

Apoio Domiciliário 7 dias na semana é tendência nacional O responsável adiantou que o apoio domiciliário destas IPSS’s todos os dias e não apenas durante a semana está a tornar-se “uma tendência nacional” . E se “queremos ser um país europeu, moderno, não o podemos ser apenas no que diz respeito à economia, mas também no apoio social”, sublinhou. De referir que no caso da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim este apoio é dado sem qualquer majoração da Segurança Social, mas através de acordo direto entre a instituição e os utentes. “Tínhamos que regula-

Em causa corte no Apoio Domiciliário Integrado rizar esta situação porque os utentes Mota Soares que “em situação de também comem e também fazem a crise ninguém passará fome em Porsua higiene aos fins-de-semana e tugal”, Atualmente, e sem avançar feriados”, explicou, lamentando que números concretos, “não são todas, não haja apoios para este serviço mas muitas as santas casas que já nesta instituição que, apesar de tudo, dão refeições gratuitas aos mais carenciados”. De referir, a título de conseguiu contornar o problema. exemplo, que com a Santa Casa da Refeitórios sociais Misericórdia de Castro Marim está são cada vez mais protocolizado acordo para 65 utentes necessários usufruírem de refeições diárias ao abrigo da valência que representa Os refeitórios sociais são também o refeitório social. Um número que um novo serviço de emergência social ainda não está esgotado, mas que prestado pelas Santas Casas, e que “em breve estará”, adianta o proveestá ainda em fase experimental. Ao dor António Cabrita, face ao aumento JBG Manuel Lemos lembrou que foi das solicitações que vão surgindo na o próprio que disse ao ministro Pedro instituição que dirige.

 VRSA T1 no Monte Fino para já o único no «Mercado Clínica luso-cubana abre até Novembro Social de Arrendamento» O preço da renda é de 290 euros por mês. O T1 na urbanização do Monte Fino era, pelo menos até ao fecho da nossa edição, o único imóvel em VRSA disponível no âmbito do «Mercado Social de Arrendamento»; um projeto de emergência social lançado pelo Governo em parceria com os municípios e entidades bancárias. Sílvia Madeira é vereadora com o pelouro da Ação Social em Vila Real de Santo António e conta ao JBG que muitos têm sido os munícipes interessados em conhecer o «Mercado Social de Arrendamento», apesar de, também muitos, estarem equivocados quanto aos termos em que este se desenvolve. “Os munícipes pensam que a câmara tem casas para arrendar a preços mais em conta”. Efetivamente, há munícipes que querem resolver os seus problemas económicos que a crise tem intensificado, no entanto, em causa não estão imóveis municipais. “O papel da câmara aqui é esclarecer os munícipes sobre este projeto lançado pelo Governo, perceber se preenchem os requisitos para a candidatura e caso seja elegível ajuda no preenchimento da candidatura”. A vereadora adianta ao JBG que no concelho de Vila Real de Santo António apenas está uma casa disponível ao abrigo deste projeto de emergência social e “até agora não houve quem preenchesse

os requisitos para se candidatar”. Os requisitos poderão ser de ordem financeira, mas não só. “Neste caso o imóvel em questão é um apartamento T1, na urbanização Monte Fino. Ou seja, serve para uma pessoa ou para um agregado familiar pequeno e que tenha automóvel, já que não está propriamente no centro da cidade”. Apesar de haver apenas uma casa disponível no âmbito do mercado de arrendamento social, a tendência é que vão surgindo mais casas que integrem esta iniciativa social e, portanto, o leque de oferta será maior. “Infelizmente, há muitas pessoas que não estão a conseguir fazer face ao crédito à habitação e por isso o número de casas entregues aos bancos está a crescer”. E é nesta lógica que funciona o «Mercado Social de Arrendamento». São casas confiscadas pelos bancos devido a incumprimento por parte dos proprietários e que, posteriormente, são colocadas para aluguer com preços mais baixos até 30% do que aquelas que os proprietários pagavam ao banco. Enquanto parceiros desenvolvem este projeto o Ministério da Solidariedade e Segurança Social, entidades bancárias e autarquias. Para consultar os imoveis disponíveis clique em: http://www.mercadosocialarrendamento.msss.pt/

O presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António anunciou que “em meados de Outubro inícios de Novembro” deste ano vai entrar em funcionamento no complexo desportivo a clínica de reabilitação física e neurológica. O projeto está alicerçado numa parceria públicoprivada e vai servir propósitos de saúde, mas também de promoção turística na área da saúde e bem-estar do concelho pombalino, avançou Luís Gomes, presidente da câmara municipal de VRSA durante a cerimónia de abertura do «Encontro de Cultura Cubana» que aconteceu no concelho pombalino entre os dias 23 e 31 de

Agosto. Na altura a clínica encontrava-se em fase de licenciamento, estando a empresa municipal SGU, responsável pelo projeto, a adquirir o equipamento.

Equipas mistas As equipas médicas desta clínica serão mistas, ou seja, com profissionais cubanos e portugueses. Luís Gomes recorda que esta clínica surge no âmbito do protocolo na área da saúde entre VRSA e a cidade irmã de La Playa, em Cuba. Da parte do município haverá um investimento anual na ordem dos 120 mil euros

para cobrir despesas de material e recursos humanos. No entanto, este é um projeto de cariz privado já que a gestão vai ser feita por uma empresa portuguesa na área da saúde que ganhou o concurso público para o efeito. A empresa é a «S24».

Munícipes carenciados com acesso garantido Para assegurar que os munícipes vila-realenses não vejam o seu acesso bloqueado a esta clínica “a câmara municipal vai fazer uma contratualização nesse sentido”, assegura o edil social-democrata.

CTT em risco após fecho de Segurança Social Após o encerramento da extensão da Segurança Social em Martinlongo poderá estar em risco o encerramento dos CTT na vila de Alcoutim. Ao que o JBG conseguiu apurar o objetivo é reduzir custos, passando a funcionar apenas o serviço em part-time, sendo que o restante serviço poderá passar para a Junta de Freguesia de Alcoutim. O objetivo inicial passaria mesmo pelo encerramento total dos CTT na vila, mas a câmara municipal interpôs-se à ofensiva e estará a negociar uma solução “menos prejudicial para a população”, avançou ao JBG Francisco

Amaral, presidente da câmara municipal de Alcoutim.

Município lamenta fecho de Segurança Social No início de Agosto o município de Alcoutim lamentou o encerramento do serviço local de atendimento infra concelhio de Martinlongo, “já que se trata de um serviço importante que era prestado a uma grande parte do concelho de Alcoutim”, pode ler-se num comunicado enviado às redações. Tratava-se de um serviço de proximidade que era

prestado à população maioritariamente idosa e carenciada e que assim vem prejudicar o acesso aos serviços locais de segurança social. Para o município de Alcoutim, a racionalização dos custos dos serviços públicos não pode passar pela dificuldade de acesso às classes mais desprotegidas da sociedade. Tanto mais que se trata do Ministério da Solidariedade e Segurança Social. O município já solicitou ao Governo a reabertura destes serviços “que tão importantes são para as populações das freguesias de Martinlongo e Vaqueiros”.


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G RA ND E R EPO R TAGEM

Docapesca e a lota de Vila O Jornal do Baixo Guadiana aproveita o lançamento da iniciativa nacional da Docapesca sobre o consumo da cavala para dar a conhecer aos leitores a história da empresa, os tipos de pescado vendidos, dar nota sobre o local em que se insere e revelar algumas das possibilidades futuras.

Quadros indicativos dos preços em lota

José Cruz No último mês a imprensa fez eco de uma campanha da empresa Docapesca sobre a necessidade do consumo da cavala, que a diz ter desencadeado no contexto da sua missão relativa ao serviço de qualidade no setor da pesca. O foco está ao nível da primeira venda de pescado e da promoção daquela espécie durante os meses de verão. A cavala é rica em ómega 3, abundante na costa portuguesa, capturada pela frota do cerco, sem restrições de contingente. Tem baixo valor comercial e a empresa entende que pode ser valorizada, contribuindo para o aumento da rentabilidade da frota de pesca. A campanha, desenvolvida em colaboração com os municípios, as escolas de turismo e hotelaria da região do Algarve e a ANICP tem decorrido nas manhãs de sexta-feira e sábados nos mercados municipais e grandes superfícies, onde os visitantes podem participar em aulas de culinária e degustações gratuitas e aprender a confecionar receitas inovadoras com cavala fresca e em conserva.


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GR AN D E R EP O R TAGEM

Real de Santo António

A gamba branca é a espécie mais vendida na lota de Vila Real de Santo António

A lota no declínio da pesca A lota de Vila Real de Santo António situa-se no lado sul da doca de pesca. Ali se concentra a venda de marisco de Portugal, canalisada de todos os pontos do país devido aos altos valores que atinge pela presença de compradores espanhóis. Como se sabe, os espanhóis são grandes apreciadores e consumidores, entrando o marisco em força nos seus pratos gastronómicos. As capturas chegam tanto em descargas de embarcações como de camiões frigoríficos, aqui em maior quantidade. A lota de Vila Real de Santo António sofre a concorrência da sua congénere de Ayamonte. Como se pode verificar no mapa em cima, em Maio do corrente ano, as cinco espécies mais vendidas eram os mariscos gamba-branca, o lagostim atingiu o preço médio de 13,76 euros por quilo, e os peixes verdinho, tamboril e patas-roxas. Repare-se que o tamboril teve o preço médio de 4,53. Uma impressão tirada cerca das 09:30 horas do dia 29 de Agosto, da estatística que sai de 30 em 30 minutos, já apresentava uma subida de preço da gamba-branca de 8,76

euros para 20,20 euros e do lagostim de 13,70 para 29,09. Atente-se, ainda, no preço em lota do carabineiro, a atingir 31,39 euros. No ano de 2010, a quantidade de pescado na lota de Vila Real de Santo António foi de 1.458.671 Kg e o valor de 15.066.047 euros, com preço médio de 10,33 euros e no ano de 2011 de 1.692.630 kg, no valor de 13.823.199,00, pelo que se aprecia um aumento da quantidade e uma diminuição do preço.

Instalações abandonadas por ausência de projeto Segundo declarações prestadas ao JBG pelo presidente do Conselho de Administração, José Apolinário, o atual Governo considera a possibilidade de a empresa evoluir para a gestão da área portuária, sendo provável a relocalização dos estaleiros navais localizados na ponta a areia. A empresa está, pois, confinada às suas instalações e a doca é da responsabilidade do instituto portuário. A doca de pesca é um espaço que em toda a sua extensão revela inu-

tilidade e abandono. Na segunda metade da década de noventa, a força política que governava a câmara municipal tinha no seu programa a construção de um espelho de água frente à zona histórica como perspetiva de valorização do conjunto dos quarteirões e do encontro da população com o rio Guadiana. Nessa ocasião a autarquia foi confrontada com a alternativa: a ampliação da doca de pesca e a necessidade da mudança de todos os barcos de recreio que estacionavam na doca, nas amarrações da Associação Naval do Guadiana ou a frota de pesca seria prejudicada. Daí nasceu a atual doca de recreio e a consequente destruição do jardim da marginal. Projeto controverso que acabou por ter de se realizar, face à possibilidade do Governo não ampliar a doca de pesca. Hoje, quem visitar a doca, o que vê? O edifício da Associação Naval do Guadiana continua no mesmo sítio, bem como todas as outras instalações, com aspeto de abandonadas. As embarcações de recreio continuam no mesmo sítio, embora sem as amarrações. A estrada de acesso só chegou ao lado poente. A norte e a leste, tudo está como antes da obra de ampliação, porém com o piso muito mais degradado. Há barcos de pesca podres, em cima das ruas. A sensação que se colhe é de fim de linha e falência de projeto.

Uma história sem sucesso Antes da constituição da Docapesca Porto e Lotas SA em Março

de 1990, as lotas portuguesas eram asseguradas pelo Serviço de Lotas e Vendagens (SLV), criado no ano de 1974, na sequência da extinção dos grémios dos armadores da pesca de arrasto e da sardinha e ainda da Junta Central da Casa dos Pescadores, organismos corporativos do regime derrubado com o 25 de Abril de 1974. Em 1956 foi constituída uma sociedade anónima, a Docapesca – Sociedade Concessionária da Docapesca, SARL, que, dois anos depois formalizou com a Administração Geral do Porto de Lisboa o contrato de concessão da doca de pesca de Pedrouços. Em 1966, esta sociedade inicia oficialmente a exploração do porto de pesca de Lisboa, com uma concessão de 25 anos, prevista em contrato. Em 1976, na sequência do 25 de Abril as posições privadas na sociedade foram nacionalizadas e a empresa ficou sob tutela da Secretaria de Estado das Pescas. Foi-lhe então atribuída a responsabilidade de construir entrepostos frigoríficos nos portos de Peniche e Matosinhos. Em 1982 o Governo atribuiu à Comissão de Gestão da Docapesca a gestão do Serviço de Lotas e Vendagens e o desenvolver as medidas necessárias para a preparar para a integração na então CEE. Em 2005 foi atualizado o regime da primeira venda de pescado fresco que vigorou desde 1987. Nele se estabelece que permanecem atuais os pressupostos que estão na base do regime da primeira venda em lota, pelo sistema de leilão, a manter e preservar como mecanismo regu-

lador de preços no setor, pela concentração da oferta e da procura, pela transparência na formação de preços e pelo controlo higiossanitário do pescado. Na qualidade de empresa do setor alimentar, iniciou a implementação de boas práticas nas lotas, fábricas de gelo e entrepostos frigoríficos como forma de garantir a aplicação das regras de higiene e segurança alimentar, baseados nos princípios do HACCP (Hazard Analysis Critical Control Points), ou seja, Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controlo, de acordo com as exigências legais em vigor. No ano de 2008 procedeu ao lançamento do Comprovativo de Compra em Lota (CCL) que tem como objetivo fundamental, a identificação e valorização do pescado transacionado nas lotas do continente português, junto do consumidor final, em que a identificação será feita através de um conjunto de suportes físicos que vão desde a Etiqueta CCL, a materiais promocionais e folhetos informativos, de forma a dotar o consumidor final de informação útil, sobre o pescado que pretende consumir. O leilão online, que permite aos compradores efetuar as suas compras a partir de qualquer local e em várias lotas em simultâneo, aumentado assim a oferta através do acesso a mais pescado foi lançado em Setembro de 2010 em cinco Lotas – Matosinhos, Figueira da Foz, Peniche, Sesimbra e Portimão. A Docapesca Lotas e Portos, SA, é uma sociedade anónima de capitais públicos, com sede em Pedrouços.


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Interdição não abalou «Festival da Conquilha» Pela primeira vez a cidade ribeirinha de Vila Real de Santo António (VRSA) foi palco de um «Festival da Conquilha». Um bivalve muito apreciado pelos algarvios e turistas que visitam esta região. Apesar da interdição da conquilha o festival continuou com muita adesão. A registar pelo lado negativo o atraso de um dia do começo de festival que apanhou muitos turistas e locais desprevenidos. O festival começou a 15 e prolongou-se até 20 de Agosto na zona ribeirinha de Vila Real de Santo António, frente à Capitania. Para primeira edição a apreciação de clientes e concessionários foi bastante positiva, tal como o JBG pode apurar no local. Muita conquilha, mas também outros bivalves e mariscos que com as mais variadas receitas fizeram as delícias dos apreciadores. A inovação dentro da inovação passou pelo sushi de conquilha que no local despertou a curiosidade. Também a

paelha, bem como algo mais típico como as conquilhas abertas e o xarém ganharam adeptos. A primeira edição desta iniciativa teve como grande objetivo a promoção deste bivalve. Nesse sentido juntaram-se oito restaurantes que diariamente ousaram com propostas e receitas, cuja base foi sempre a conquilha. Além do «bivalve convidado», houve ainda gastronomia típica de VRSA como mariscos, feijoada de lingueirão, arroz de berbigão ou espinheta de atum. Para completar a vertente gastronómica, o festival contou com um programa constante de animação ao longo da semana, com música ao vivo sempre assegurada

por uma banda diferente. Três dias decorridos deste certame foi interdita a apanha e comercialização de qualquer bivalve, o que não fez interromper o evento. Apesar de esta ter sido a primeira edição do festival, o objetivo foi criar raízes na região e mostrar todas as potencialidades que a conquilha pode ter ao nível da gastronomia tradicional ou mais sofisticada, bem como a sua importância económica e gastronómica no contexto da Ria Formosa. A registar pela positiva a boa organização do espaço; dividido entre zonas de «comes e bebes», cafetaria, animação infantil e animação musical.

Paelha foi uma das inovações deste certame que também teve desde conquilha aberta ao natural até sushi de conquilha

Reserva do Sapal promoveu produtos tradicionais e natureza A 11 de agosto, a Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António recebeu a primeira edição da «Feira de Produtos Tradicionais e de Artesanato». Sal e flor de sal, pão e bolos tradicionais, compotas, azeite, manteiga de alfarroba, licores e aguardentes, olaria, bijutaria em cortiça e pele, cestaria e empreita, rendas, artesanato com materiais reciclados, entre outros, estiveram em destaque neste certame que decorreu entre as 17h e as 23h no Centro de Interpretação da Reserva, em Castro Marim. Para além da promoção dos produtos locais esta feira teve também como objetivo mostrar a Reserva Natural do Sapal e os valores natu-

rais e culturais dos concelhos da sua área de influência. Ao longo do dia realizaram-se atividades várias como passeios num trilho interpretado do Sapal de Venta Moinhos, observação de aves no seu habitat natural e libertação de uma ave recuperada do Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens. A iniciativa incluiu, ainda, passeios a cavalo e projeção de filme sobre a área protegida. Tendo havido também lugar para cicloturismo com um passeio de 25 quilómetros e grau de dificuldade baixo nos percursos da Reserva Natural. A animação munsical foi da responsabilidade do Rancho de Folclore Infantil e da Academia de Baile Fla-

menco Calblanca. A terminar, a feira contou com a música de Zé Aníbal que animou um bailarico. Um dos pontos de atração deste certame foram as tendas de petiscos com a gastronomia local. A feira foi organizada pelo ICNB / Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e VRSA e contou com a colaboração do Município de Castro Marim, Juntas de Freguesia de Vila Real de Santo António e de Castro Marim, Rodactiva – Associação Desportiva, Recreativa, Cultural e Social do Sotavento, Núcleo Juvenil de Vila Real de Santo António, RIAS – Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens da Ria Formosa e Asociación Calblanca.

Certame teve a primeira edição a 11 de Agosto

Em VRSA aprendeu-se a valorizar a cavala De uma iniciativa conjunta da Docapesca e a Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve nasceu a vontade de valorizar a cavala do ponto de vista económico e gastronómico. As «1001» receitas afinal valem também para esta espécie em abundância em Portugal Continental e com preço em conta. Ao longo de duas horas [entre as 10h e as 12h] no passado dia 23 de Agosto improvisou-se no mercado municipal de Vila Real de Santo António uma «sala» para duas aulas de culinária onde o ingrediente base foi a cavala. Cavala cozida, panada, frita, e muito mais pode ser apresentada nos menus dos restaurantes ou na cozinha lá de casa. A atividade decorreu sob a formação de um chef da escola de Hotelaria de Vila Real de Santo António que ensinou os participantes a confecionar a cavala com receitas práticas e inovadoras. No local havia quem fosse bem familiarizado com a cavala, mas também quem até àquele momento não fosse grande apreciador. A verdade é que mostrou-se inequívoco que a surpresa foi geral porque de facto há muitas maneiras, e saudáveis,

Mercado Municipal em VRSA recebeu duas aulas de culinária com a cavala de confecionar a cavala, um peixe tingente. De resto, é um peixe de rico em ómega 3. Esta foi a espécie sabor intenso e de fácil preparação eleita devido às suas característi- devido à ausência de escamas e que cas gastronómicas e nutricionais e pode ser utilizado tanto na cozinha por ser abundante na costa portu- tradicional, como nas mais sofistiguesa, sem restrições atuais de con- cadas preparações culinárias.

O objetivo do Comprovativo de Compra em Lota (CCL) é contribuir para a valorização do pescado transacionado nas lotas do continente português e, consequentemente, para a sustentabilidade e rentabilidade do setor das pescas em Portugal. O CCL permite também identificar a zona de captura e a arte de pesca utilizada para capturar o pescado. Desta forma, o consumidor possui a informação necessária para fazer uma compra consciente e responsável. A demonstração foi apoiada pela Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e inseriu-se no projeto «Comprovativo de Compra em Lota», que está a decorrer durante o Verão nos mercados municipais e nas grandes superfícies. A participação na iniciativa foi totalmente gratuita.

2º Concurso «Aromas e Sabores com Figo-da-Índia» Realizou-se a 1 de setembro de 2012, no salão de festas da Junta de Freguesia de Martinlongo, em Alcoutim, o 2º Concurso «Aromas e Sabores com Figo-da-Índia». Este evento é organizado pela Junta de freguesia de Martinlongo e pela ADECMAR – Associação de Desenvolvimento Etnográfico Cultural de Martinlongo, em colaboração com a Coopêssego - Coop. Agrícola de Rega do Pessegueiro, o Centro Recreativo e Cultural do Laborato e a A.S.D.T. - Associação Sociocultural e Desenvolvimento de Tacões, e conta com o alto patrocínio do Município de Alcoutim, do Guadiana River Hotel, Grupo Hoteleiro Barata Hotels Group, do Hotel dos Guerreiros do Rio e do Hilton Hotel Vilamoura.


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LO CAL

Dr. José Pepo faz animação voluntária em Alcoutim Uma pessoa diferente, pela positiva, porque nos traz boas energias e, acima de tudo, partilha uma grande vontade e alegria de viver. Desde Julho que anima as gentes de Alcoutim com serões de acordeão e teatro de fantoches.

Anima com fantoches e acordeão É de forma voluntária que José Pepo, médico reformado, natural da Amareleja, Alentejo, está há dois meses a levar animação aos vários montes do concelho de Alcoutim. Diz ao JBG que neste concelho encontrou “o paraíso” onde as pessoas “são extremamente

simpáticas e acolhedoras”, e por isso entrega a sua arte aos outros de uma forma apaixonada. Primeiramente, começou na animação de um encontro de colegas médicos que teve lugar em Alcoutim e poucos dias depois já granjeava as atenções em mais uma sessão emblemática da tertúlia «Palavra Sexta à Noite», na Casa dos Condes, a biblioteca daquela vila. A sua vertente comunicativa fá-lo cativar todos os que estão à sua volta e com as suas aptidões artísticas tem impressionado os alcoutenejos.

Do «Cinema em Movimento» para os largos “O desafio foi-me lançado pelo Dr. Amaral [presidente da câmara

 Durante Agosto

municipal de Alcoutim], meu colega e amigo que desde que vim fazerlhe uma visita surpresa não me deixou regressar a casa! …”, conta risonho José Pepo. O edil alcoutenejo já conhecia as potencialidades artísticas daquele colega médico e propôs que animasse os seus munícipes. José Pepo encarou-o como um desafio irrecusável e fá-lo apenas em troca de um sorriso no combate ao isolamento. “Vê-se por esses montes que as pessoas estão carentes de animação e de atenção; estão sozinhas, e eu levo-lhes momentos diferentes”. É com um espírito de missão que, primeiro no autocarro «Cinema em Movimento» e agora nos largos, junta as comunidades dos montes e para elas toca músicas, populares e clássicas, ao som do acordeão e apresenta a peça de teatro de fantoches «Auto do Curandeiro», de António Aleixo.

Já levou também o seu espetáculo ao lar e centros de dia de Alcoutim e Martinlongo. A distância entre Amareleja e Alcoutim encurta-se pela vontade que tem em dar combater o isolamento social num dos concelhos mais envelhecidos de Portugal.

Vida dedicada à arte José Pepo é uma pessoa bastante ativa e divide a sua vida entre a culturas portuguesa e italiana. Há 40 anos que, pelo menos uma vez por ano, vai a Itália onde tem um grupo de amigos com quem realiza diversas tertúlias dedicadas à arte, sobretudo musical e literária. É diretor da «Casa das Artes» na Amareleja onde tem todo o seu espólio artístico, entre desenhos a carvão de várias personalidades histórico-culturais, contos, peças de

 Semana Cultural de Sanlúcar

Procissão Fluvial «Bonus Frater» uniu Alcoutim e recupera memórias Sanlúcar de largos e pracetas

Esta festa anual integra a Semana Cultural de Sanlúcar e cativa também numerosos turistas Ao longo de quatro semanas de agosto motivou-se a partilha de vivências A Associação «Bonus Frater/Boneco Sabichão» levou a cabo durante o mês de Agosto quatro sessões divulgativas das memórias de largos e pracetas em Vila Real de Santo António. A associação quer dar a conhecer melhor a história destes lugares e para isso contou com o apoio do historiador Hugo Cavaco e dos moradores que partilharam vivências dos lugares que estiveram em destaque nos vários encontros. O primeiro aconteceu a 1 de agosto, no largo junto à atual Escola de Hotelaria e Turismo de VRSA. As memórias lembram-nos que este espaço antes tinha um coreto, sendo um importante ponto de encontro de muitos vila-realenses. Mais tarde foi edificada a escola das meninas

que veio a transformar-se na atual Escola de cariz profissional. A 8 de Agosto a associação esteve no atual Largo Lutegarda Guimarães, antigo largo da Bica. A 15 o encontro fez-se no Largo António Aleixo, antes Largo da Forca e a 22 estiveram em destaque pracetas na zona sul, que confinam com os bairros sociais e posteriormente houve sessão de poesia na Casa da Marioneta, sede da «Bonus Frater». A organização desta iniciativa disse ao JBG “deve-se insistir nestas iniciativas, procurar as pessoas certas nos lugares certos e promover momentos de convívio que recuperem as memórias coletivas”. De realçar que esta iniciativa contou sempre com momentos de animação.

A procissão fluvial em honra de Nossa Senhora do Carmo, Virgem dos Marinheiros, decorreu no passado dia 15 de Agosto. As populações de Alcoutim e Sanlúcar juntaram-se no rio Guadiana, com os barcos engalanados, para acompanharem a Virgem no seu percurso. Esta festa, realizada anualmente e integrada na Semana Cultural de Sanlúcar, cativa também numerosos turistas, que acabam por participar na manifestação cultural com os seus iates e veleiros multicolores. A imagem da Virgem saiu da Igreja de Sanlúcar e percorreu as ruas da povoação espanhola até chegar ao cais, onde foi colocada num barco, seguido pelos canoístas do Grupo Desportivo de Alcoutim e por um cortejo de embarcações de pequeno porte oriundas dos dois lados da fronteira. Sob o repicar dos sinos, a imagem

desembarcou na vila portuguesa e foi recebida junto à Capela de Santo António. Depois de prestadas as devidas homenagens, a imagem de Nossa Senhora do Carmo foi de novo colocada no barco, seguindo o percurso de regresso a Sanlúcar. A cerimónia contou com as presenças dos autarcas das duas vilas. Esta tradição aprofunda o fortalecimento dos laços religioso-culturais que unem as duas comunidades. O dia 16 foi o dia da Semana Cultural de Sanlúcar dedicado a Portugal, e este ano abrilhantado pela actuação do Rancho Folclórico de Martinlongo. Este evento conta com o apoio da Comissão Cultural de festas de Sanlúcar de Guadiana, das autoridades religiosas, da Associação Transfronteiriça ATAS, do Município de Alcoutim e do Ayutamiento de Sanlúcar.

arte, teatro de fantoches, poesia, literatura de viagens, biografias e romances, música para teatro, para piano e para bandas filarmónicas. No seu currículo tem a direção de grupos juvenis de teatro e orquestras juvenis. No meio de tantas tarefas que lhe reconfortam a alma tem ainda tempo para dar aulas de acordeão e explicações de Matemática, sendo esta outra área que o apaixona, tendo sido docente da disciplina em Almada. Em Alcoutim gostaria de criar uma escola de acordeão e depois seguir mais longe com a criação de uma banda filarmónica. São projetos que alimenta com o seu espírito livre e apaixonado pela arte. Confidencia-nos que o projeto mais ambicioso que tem em mente é a criação de uma orquestra de acordeão. Sem dúvida que o sonho comanda a vida!

 Castro Marim

Emanuel nas festas da padroeira O artista Emanuel foi a grande atração das festas da padroeira em Castro Marim, que aconteceram entre 14 e 15 de Agosto. Em destaque, claro está, estiveram também os momentos religiosos. As Festas em Honra de Nossa Senhora dos Mártires têm a organização da Câmara Municipal de Castro Marim, da Paróquia de São Tiago e o apoio das associações locais.

Festa homenageou emigrantes Decorreu no início do mês de Agosto, mais propriamente a 3,4 e 5 a 18.ª edição da «Festa do Emigrante» no Monte Francisco, Castro Marim. A iniciativa é do Campesino Recreativo Futebol Clube e é, de certa forma, uma homenagem aos portugueses que estão no estrangeiro na procura de uma vida melhor. Em tempos de crise são mais os amigos, familiares e vizinhos em situação de emigração, sendo que a grande maioria de tudo faz para regressar em Agosto de férias à sua terra-natal. Muita animação, comes e bebes reinaram mais uma vez no Monte Francisco. Sendo que a encerrar a XVIII Festa do Emigrante, no dia 5 de agosto, pelas 13h30, teve lugar um almoço para a comunidade emigrante, no Largo do Parque. Um momento único de confraternização e de amizade das gentes das gentes do Monte Francisco.


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LOCA L

Santa Justa já tem água de qualidade Investimento é de 300 mil euros e representa um aumento substancial da qualidade da água em Santa Justa, freguesia de Martinlongo, concelho de Alcoutim. Estão já em construção novas condutas e Artur Ribeiro congratula-se pelo município continuar a fazer obra sem contrair dívidas à «Águas do Algarve». Foi inaugurada no dia 18 de agosto, com a presença do presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Francisco Amaral, do presidente da Junta de Freguesia de Martinlongo, Aníbal Cardeira, e do administrador da empresa «Águas do Algarve», Artur Ribeiro, a conduta de água entre Martim Longo e Santa Justa. Financiada pelo Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT) e integrada no Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), esta obra implicou um investimento autárquico que ascendeu a 300.000 euros.

O administrador da «Águas do Algarve» felicitou a autarquia pela capacidade empreendedora na realização destas obras, já que recentemente inaugurou a conduta de Vaqueiros, estando já em construção novas condutas para a Barrada com seguimento para o Pessegueiro, para o Lutão e Penteadeiros. Por outro lado, reconheceu esta autarquia por se tratar dos poucos municípios do Algarve que não tem dívidas à empresa. Por sua vez, o Presidente da Junta de Freguesia de Martinlongo, agradeceu a realização desta obra e solicitou novas liga-

ções ao sistema na sua freguesia. Francisco Amaral encerrou a cerimónia, pedindo desculpas à população por só agora tal benefício ser possível, mas tal só dependeu da demora do cofinanciamento comunitário, pois a autarquia faz questão de só realizar obra quando existe dinheiro para tal. Por outro lado, a autarquia felicitou as gentes de Santa Justa pela chegada de água de qualidade assim como a construção da ETAR que já está a funcionar, e pelo fim de semana festivo em honra da padroeira local.

Açude de Galaxos está em construção A construção do açude de Galaxos está a avançar a “bom ritmo”, garante o município de Alcoutim, sendo que até ao final do verão a obra deverá estar concluída. Recorde-se que a mesma esteve interrompida durante o inverno, devido à subida da ribeira. A construção destas represas vai facilitar a rega das pequenas

explorações agrícolas existentes nas margens da ribeira de Odeleite, para além de permitir a recarga dos lençóis freáticos, que, muitas vezes, esgotam por completo no verão. Futuramente pretende-se também criar nestes açudes zonas de lazer, tais como parques de merendas. Esta obra foi adjudicada pela autarquia de Alcoutim por 246.568,44

«I Encontro Transfronteiriço de Profissionais de Museus» A Associação Portuguesa de Museologia (APOM) e a Associação de Museólogos e Museógrafos da Andaluzia (AMMA) juntaram-se com vista a realizar o «I Encontro Transfronteiriço de Profissionais de Museus» que vai decorrer no Auditório do Castelo de 19 a 20 de outubro de 2012. As duas associações profissionais têm como missão agrupar e incrementar a qualificação dos profissionais que trabalham em museus e organismos afins, com o objetivo de elevar o nível dos serviços técnicos prestados a essas entidades e, através delas, à sociedade. A proposta é a de um encontro no qual os profissionais da museologia de Portugal e Espanha possam confrontar opiniões, apresentar projetos e dialogar acerca de um tema que congregue toda a sociedade e que envolve os

mais variados museus de ambos os países: a acessibilidade física em edifícios históricos com um elevado grau de proteção, as tecnologias de informação e comunicação (TIC) como fator decisivo para qua as pessoas portadoras de deficiência possam desenvolver-se social e culturalmente com total normalidade, e, finalmente, os diferentes públicos e as formas de comunicar com cada um deles, prestando a informação que cada qual requer. “Na elaboração do programa, procurou-se analisar a acessibilidade e a comunicação em todas as suas vertentes e por parte de conferencistas com uma ampla experiência nesses setores, quer pela sua atual situação profissional, quer como investigadores universitários acerca deste tema”, avança a organização em comunicado. O JBG é media partner deste encontro.

euros, valor que também integra a construção do açude da Várzea, que deverá avançar também dentro de pouco tempo. A construção deste açude resulta de um programa da CCDR Algarve, «Ribeiras do Algarve», ao qual a Câmara Municipal de Alcoutim se candidatou, arranjando financiamento para a obra.

Obra custou 300 mil euros co-financiados

ADPM promove o encontro «Grande Rio do Sul» A Associação de Defesa do Património de Mértola vai levar a cabo entre os dias 15 e 23 de Setembro o Encontro «Grande Rio do Sul». Trata-se de um ciclo que vai percorrer todo o território do Baixo Guadiana, desde Mértola até Vila Real de Santo António e que vai promover diversas abordagens envolta do rio Guadiana. Vão realizar-se, entre outros,

Comunidade chocada com tragédia na Quinta do Sobral

 Crise

A par de Valença do Minho, este consulado vai fechar portas

VRSA fica sem consulado de Espanha O Governo espanhol quer apostar em países estratégicos para o seu crescimento económico e, por isso, decidiu encerrar em Portugal os consulados de Valença do Minho (a norte) e Vila Real de Santo António. A decisão terá sido anunciada pelo ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, José Manuel GarciaMargallo que explicou que a reorganização do Serviço de Estrangeiros servirá para um reforço da presença da Espanha nos locais prioritários para a cooperação espanhola -

encontros de embarcações, passeios no rio, semana de gastronomia ribeirinha, mostras de cozinha, visitas guiadas ao património natural e cultural, e museus abertos durante a noite. O grande objetivo deste encontro é “incentivar e promover o potencial deste recanto do território português”, avança a organização em comunicado.

que apresentem um maior crescimento económico e onde as empresas espanholas possam fazer negócios, contribuindo, assim, para a criação de emprego. Assim, em Portugal, os consulados passam de quatro para dois. Fecha Valença do Minho, na fronteira com a província de Pontevedra, e Vila Real de Santo Antonio. Após as alterações, ficarão apenas os consulados de Lisboa e Porto. Com esta medida Espanha fica com 116 embaixadas e 94 consulados em todo o mundo.

A explosão que vitimou mortalmente uma mãe e dois filhos a 22 dade presença Agosto da na urbanização Espanha nos «Quinta do Sobral»,para em Castro locais prioritários a cooMarim, peraçãodeixou espanhola a comunidade - que apreem sentem estado umdemaior choque. crescimento As perícias económico da Polícia e onde Judiciária as empresas apontam para umpossam ato defazer suicídio e espanholas negóhomicídio cometidoassim, pela prócios, contribuindo, para pria a criação mãe que deestaria emprego. a atravesA par sar uma profunda. com as depressão embaixadas também Ao mulher, comdepouco mais de 40 consulado Larache (Marroanos cos)era vaimédica desaparecer, dentista e em e sócia Porcom tugal, o marido os consulados de uma passam clínica de dentária emdois. pleno centro da quatro para Fecha Valença cidade do Minho, de Vila na fronteira Real de Santo com a António. terá saído provínciaOdemarido Pontevedra, e Vila de Real casa de Santo por volta Antonio. das Após 07h30 as da manhã. A ficarão explosão ocorreu alterações, apenas os pelas 09h50 ede o alerta aoe112 foi consulados Lisboa Porto. dado que Compor estaturistas medida, a estavam Espanha afica passar assim férias comna 116 casa embaixadas vizinha. De acordo com a Polícia Judicie 94 consulados. ária a mãe terá regado o quarto com gasolina e ateado fogo. Em choque com a tragédia ficou pai e marido da família, bem como senhora doméstica que trabalhava para a família há mais de 10 anos. Um acontecimento que marcou fortemente pela negativa a comunidade de Castro Marim e de todo o Baixo Guadiana.


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«Ti Zé», comerciante em Altura com 90 anos Não é o comerciante que há mais tempo está de portas abertas em Altura, mas é, sem dúvida, naquela localidade de Castro Marim e arredores, dos mais séniores à frente de um balcão de atendimento ao público. Aos 90 anos preserva a sua atividade numa pequena loja onde o artesanato já foi «chão que deu uva». Agora valem-lhe os jogos da sorte para manter uma azáfama enquanto a saúde for permitindo. No verão são muitos os que voltam a ser seus clientes, animando-lhe o negócio. Em Altura a sazonalidade é bem notória; bem diferente dos anos 40 do século passado a partir do momento em que «Ti Zé» ou «Zé Marques» começou a perseguir o seu sonho de comerciante.

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Susana de Sousa

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rabalha desde os 20 anos por conta de outrem e é a partir dessa data que acompanhamos a cronologia de «Ti Zé». É o nosso protagonista desta «História de Vida» porque é o comerciante com mais idade em Altura, mas não só; também porque o afeto que deposita no atendimento ao público mostra um saber fazer que lhe é natural e cuja experiência e idade foram aperfeiçoando. Entrar na loja onde mantém uma rotina de trabalho de segunda a sábado é vê-lo sempre disponível e educado para com os seus clientes. Um jeito de ser que cativa até os mais novos, e por isso há quem de tenra idade ali vá de propósito só para lhe dar um aperto de mão! Entrevistar «Ti Zé» em agosto não se mostrou tarefa fácil. Muitos foram os «rec» e «stop» que tivemos de fazer no nosso gravador, pois os clientes ocupam-lhe quase todos os minutos, sobretudo às terças e sextas- feiras – os dias do tão desejado euro milhões. Aqui quem chega são, sobretudo, os turistas. Este comerciante lamenta que a localidade de Altura se torne “deprimente” no inverno. A culpa “é da crise”, aponta. Porque “no meu ver com esta crise as pessoas não gastam dinheiro. Antes sempre iam comprando qualquer coisa e agora nada”. Também a crise lhe confinou a atividade praticamente ao registo de jogos da sorte e à venda das famosas «raspadinhas», que continuam a ter uma grande procura. “As pessoas gastam um euro ou dois na esperança de ganhar uma boa quantia; esse dinheiro faz-lhes falta para fazer face às dificuldades”. Aos 90 anos, a rotina de trabalho de «Ti Zé» passa pela máquina onde regista os jogos que prometem milhões. Moderna, complexa, mas necessária, não intimida este nonagenário que, pelo contrário, mostra grande agilidade ao manuseá-la, provando que nunca é tarde demais para se aprender as novas tecnologias. “Nunca pensei vir a trabalhar com computadores”, diz-nos satisfeito.

Curioso e autodidata Ao conhecermos a história de«Ti Zé» descobrimos hoje um senhor que ao longo da sua vida mostrou sempre ser alguém profissional, ambicioso, com muito brio no que sempre foi fazendo e um autodidata. Uma postura que pode ser inspiradora nos dias de hoje. O grande desejo da sua vida foi sempre trabalhar no atendimento ao público, nomeadamente na área da restauração. Daí ter no seu currículo o primeiro snack-bar de Altura e, também por aqui, um dos primeiros restaurantes. Ao restaurante deu o nome de «Ti Zé». Conhecido

por muitos pela especialidade de frango assado, fica localizado em plena Estrada Nacional 125 - antes passagem obrigatória por quem viajava pelo Algarve e hoje de novo congestionada devido às portagens instaladas na Via do Infante. Agora está entregue ao filho que veio da América para dar continuidade ao seu trabalho. “Ali vende-se o melhor

frango assado da zona!”, elogia o pai.

Trituração de Alfarroba Mas até chegar à área da restauração que tanto ambicionava a história profissional deste comerciante começou muito tempo antes como técnico de moagem e trituração.

Começou aos 23 anos na única fábrica de trituração de alfarroba da localidade de Altura. Para ali já costumava ir “porque gostava de ver o ofício da trituração e até ajudava a troco de nada a corrigir as correias das máquinas”, conta-nos saudoso. Até que um dia foi convidado para trabalhar naquela empresa [localizada onde hoje funciona a agência do banco Millenium BCP]. Na altura que entrou para a fábrica foi quando o dono decidiu adquirir uma mó para moer cereais para o gado. “O trabalho de moagem não conhecia, mas fui aprender para a única moagem que havia por aqui, em Cacela”, conta. Ali esteve 15 dias; tempo suficiente para o moleiro ensinar-lhe tudo o que sabia. Regressou à casa do patrão já com mais conhecimentos. Empenhou-se naquele ofício, tendo chegado a chefe de produção. A seu cargo chegou a ter cerca de 15 pessoas. Ali trabalhava-se por épocas. Primeiro a trituração da alfarroba e depois a moagem de cereais para a engorda dos porcos. “As alfarrobas tinham um grande valor por causa das grainhas que serviam para exportar para o estrangeiro onde eram utilizadas para fazer colas e outras coisas mais”, conta. O negócio na época fazia-se da seguinte forma: “havia um comerciante que comprava todas as alfarrobas que havia na zona e depois vendia às empresas que exportavam”. Na altura da alfarroba era quando abundava o negócio, denunciando o “grande valor que já tiveram. Eram outros tempos”, desabafa o comerciante. «Ti Zé» chegou a arrendar aquela fábrica, gerindo-a por conta própria. Quando pegou no negócio inovou ao vender mondas químicas que lhe eram fornecidas “pelo senhor engenheiro Acácio Pinto”, recorda. Com este “saudoso amigo” viajou muito para vender estes produtos para a agricultura. “Na altura as pessoas não estavam sensibilizadas para estes produtos, mas aos poucos foram percebendo a sua importância para a agricultura”.

Mudar de vida Com o passar dos anos na zona foram surgindo mais fábricas e moagens e o negócio daquela que tinha sido a primeira foi decaindo. Até que

após 16 anos de ali estar «Ti Zé» decidiu fechar as portas para tentar novas oportunidades de vida. Já era um homem casado quando ficou no desemprego. Condição na qual não permaneceu durante muito tempo. Foi logo convidado pelo proprietário de uma moagem em Cacela para ali ir trabalhar, o que prontamente aceitou. “Lá os traba-


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vestígios de algumas peças que não se venderam e que ali vão perdurando à espera de quem as compre. Assim mesmo «Ti Zé» ainda vai adquirindo algum artesanato mais ligado a acessórios para senhora; como colares e pulseiras. Compra pouco porque também pouco vende; esse é o ciclo.

Nostalgia

lhadores não eram de confiança, bebiam muito, e eles precisavam de uma pessoa com experiência e séria”. Aceitou o desafio, ganhando 20 escudos por dia [hoje 10 cêntimos]. A primeira tarefa que teve foi a de arranjar uma mó e depois coube-lhe pôr a fábrica a produzir. Ali trocava-se cevada por farinha para os porcos, mas também se vendia

muita farinha. Em plena década de 70 do século XX «Ti Zé» estava perto de concretizar um dos seus sonhos. Passados três anos de estar na moagem foi convidado para fazer sociedade e explorar uma mercearia. Conta-nos que funcionava como mercearia e taberna. Era um comércio misto e, como era típico na época, muitos ali passavam parte do seu dia nos comes e bebes. Foi naquela altura que começou a exercer a sua veia mais comunicativa; com uma porta aberta ao público onde constantemente estabelecia contacto com os clientes. Estava muito satisfeito por ter aquela oportunidade e na sua ideia já imaginava outros voos. “Passado pouco tempo os outros sócios concessionaram-me a sua parte e fiquei sozinho à frente do negócio”. Foi quando modificou a casa, transformando-a no primeiro snack-bar de Altura. “A primeira máquina de café aqui em Altura foi a minha”. Trouxe a novidade para Altura e disso se orgulha! O negócio foi correndo bem e acabou por comprar a parte dos sócios. Já quase na década de 90 transformou o café em restaurante, a que deu o nome de «Ti Zé» - nome que se mantém . A ementa do restaurante apresentava-nos pratos típicos do litoral, mas também do interior do Algarve. “Em boa hora” abriu o restaurante, pois “apesar de se trabalhar 16 horas por dia era um negócio que valia a pena”. Em plena EN 125 criou uma carteira fixa de clientes. E o negócio corria de vento em popa! Quando a idade já ia pesando para se manter no ritmo alucinante que o restaurante exigia decidiu arrendá-lo. “Houve uns tipos de Tavira a quem arrendei o restaurante que me ficaram com 400 contos [2 mil euros] de renda”, lembra ainda hoje zangado. Não passado muito tempo a porta do restaurante «Ti Zé» reabriu-se, desta vez sob a gerência do filho que veio da América. E assim se mantém. “São muito famosos os frangos que o meu filho ali vende. O segredo está no molho”, conta orgulhoso o nosso protagonista. O filho regressar da América e reabrir o restaurante foi também oportunidade de «Ti Zé» dar vida à loja anexa que havia comprado entretanto. Daquele pequeno espaço fez a segunda casa de artesanato de

Altura e de registo dos jogos da sorte – é o caso do Totobola, Totoloto e mais recentemente Euro Milhões, raspadinhas e lotarias. Já ali deu um prémio chorudo. “Foi no tempo do Totoloto três mil contos [15 mil euros] para Castelo Branco. Era muito dinheiro!”, recorda. Naquela época o artesanato também dava bom negócio. “Todas

as pessoas queriam levar uma recordação daqui quando vinham de férias”, recorda este comerciante que comprava as peças de artesanato e postais turísticos aos viajantes que por ali passavam. Hoje tudo é bem diferente. “Os turistas já não têm dinheiro para gastar em souvenirs”, testemunha. Por isso dentro da loja ainda encontramos

Este comerciante de Altura nunca pensou chegar aos 90 anos [faz 91 em Março], muito menos estar a trabalhar com esta idade de segunda a sábado. Fá-lo pelo gosto de estar em contacto permanente com o público. E fá-lo bem. “Pensei que me ficasse pelos 80 e poucos”, diz. Pela idade que já atingiu sente-se um privilegiado, mas por outro lado as lágrimas chegam à vista quando pensa na esposa que já partiu e nos amigos que já não tem para dois dedos de conversa. “Já não tenho com quem conversar sobre as coisas passadas”, lamenta. À porta lá lhe chegam vizinhos que proporcionam uns minutos de convívio e o tempo também o passa a ler jornais e revistas. Sempre que tem oportunidade partilha as suas memórias. Do tempo em que “não havia brinquedos nem se ia para a praia”. Recorda que Altura de outrora “era uma grande alagoa; mas não se ia para lá tomar banhos”, reconhcendo a grande diferença com os hábitos de hoje. Eram, sem dúvida, outros tempos “em que as crianças começavam a trabalhar muito cedo para ajudar a sustentar a família”. Uma conversa que nos leva, invariavelmente pelo tema da crise. “Que antes era bem diferente do que é hoje”, assegura «Ti Zé», dizendo que “apesar de hoje haver muitas dificuldades vai havendo para comer, para calçar e para ir à escola”. «Ti Zé» passou pela ditadura “sem problemas” com a polícia política de Salazar porque “não andava cá metido em políticas”. É da opinião que após Abril de 74 “exagerou-se na liberdade e cometeram-se muitos erros”. No que toca à atualidade, é contra as portagens na Via do Infante “porque foram pagas com dinheiros da Europa” e vêm trazer para a Nacional que passa mesmo à sua porta “mais acidentes e mortes”, preconiza. “Foram muitos os acidentes que assisti aqui nesta rua; isto não é mais do que uma rua”, frisa. “Apesar das manifestações que se têm feito contra as portagens o gajo [Pedro Passos Coelho] não amadura, tá bruto!”, critica «Ti Zé» do alto dos seus 90 anos”. Diz “a evolução trouxe coisas boas, mas também levou valores importantes”. Está convicto que “ o caminho que isto leva é para a miséria. “Pararam a indústria, o campo que dá de comer à gente, pararam as empresas”, critica, não antevendo dias fáceis para as gerações dos seus filhos e netos. Apesar dos lamentos e dos 90 anos que vão retirando as forças que já teve, este comerciante não nos deixa sair da sua loja - num sábado bastante quente de agosto - sem um sorriso e uma palavra amável. Ficamos com a clara sensação que as histórias de vida de quem já passou por muitas experiências dão-nos pistas importantes para retomar o equilíbrio em dias difíceis nos tempos de hoje, “mas que para já foram muito mais penosos nos tempos de antigamente”, afiança «Ti Zé».


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PU BLICIDA DE


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LO CAL  Baixo Guadiana marca pontos no Lifecooler

Mais de um milhão visitou Baixo Guadiana online O Baixo Guadiana não pára de ganhar adeptos e o canal no portal Lifecooler é já um sucesso no mundo virtual. De resto, uma aposta da ODIANA na promoção do território que se concretiza em Julho com a taxa de ocupação média mais elevada do Algarve. Passaram oito meses, portanto desde Dezembro de 2011, que o Baixo Guadiana deu mais um dos vários passos na política de promoção turística, ao colocar o território em divulgação permanente no diretório nacional turístico Lifecooler. Com mais de 195 mil visualizações em Março, a curva de crescimento é unânime, passando para 213 mil, 247 mil, 269 mil (meses de Abril, Maio e Junho, respetivamente), até alcançar 331 mil visualizações no passado mês de Julho. Uma soma exponencial com mais de um milhão de visualizações (1.256.589) pela forma mais célere de aceder ao território, através da janela virtual. O tráfego traduz, segundo a Lifecooler, “um crescimento assinalável”, que acredita dever-se à extensa promoção da oferta turística e do “fator novidade”, nomeadamente

nos períodos de férias da Páscoa e estação estival. Mais uma vez, e à semelhança do primeiro trimestre do canal online, os guias de alojamento, restauração e património são as secções mais pesquisadas e que têm servido como base de apoio para quem a partir de longe organiza as suas férias num território cuja qualidade é indiscutível. De salientar que o canal do Baixo Guadiana dispõe ainda de vários dossiês temáticos, bem como reportagens escritas e fotográficas. Garante a Lifecooler que “com um curto período de vida útil, o facto de se ter ultrapassado a fasquia de um milhão de páginas vistas em 5 meses, espelha a capacidade de atratividade que o território do Baixo Guadiana apresenta aos olhos de quem navega na internet

à procura de sugestões para os finsde-semana e períodos de férias”.

Resultados “excelentes” E se os resultados do turismo virtual são de acordo com a ODIANA “excelentes”, os mesmos passam do virtual para o terreno quando a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) apresenta à imprensa o resumo de evolução do mês de Julho, no qual a zona de Monte Gordo e VRSA registou a taxa de ocupação média mais elevada com 82,7%. Os resultados, a que tivemos acesso até ao fecho da edição, são extremamente positivos e dão voz e corpo à estratégia promocional e turística conjunta para a região transfronteiriça do Baixo Guadiana.

Junta de Freguesia de VRSA com dinâmica instalada Ainda o Verão estava a começar e a Junta de Freguesia lançou o «Estórias da Vila», projecto ligado às estórias da terra e que tem como objectivo fazer dos seus participantes os verdadeiros protagonistas através do relato das suas vivências. Com uma adesão simpática, este projecto que tem como parceira a Liga dos Amigos de Manuel Cabanas e o apoio da Câmara Municipal de VRSA, tem permitido às pessoas que nele já participaram momentos de grande confraternização e muita partilha. As «Estórias da Vila» têm acontecido por norma nas últimas sextas feiras dos meses, no Arquivo Municipal de Vila Real de Santo António. Por outro lado as «Férias em Movimento», actividade tradicional da Junta de Freguesia de VRSA e que consiste na ocupação dos tempos livres das crianças entre os 6 e os 12 anos, contou com grande adesão apesar de este ano ter sido introduzida uma taxa para fazer face aos custos relacionados com pagamento do seguro e lanches diários. Uma iniciativa que movimenta muitos jovens, tais como os «mini-monitores» com idades compreendidas entre os 12 e os 16 anos, e os monitores com mais de 16 anos, monitorizados por um conjunto de professores e por um coordenador.

Animação na praia O projecto «Animação de Praia» aconteceu durante a segunda quinzena de Julho e durante o mês de Agosto em que um conjunto de monitores organizaram e dinamizaram um espaço de animação desportiva e cultural que é cada vez mais procurado por aqueles que frequentam a praia de Santo António. Também as Noites de Lua Cheia têm vindo a cimentar-se como um evento típico do Verão vila-realense. Com efeito, este ano já decorreram três “jornadas” deste evento que se consubstancia na realização de dois passeios a pé e de bicicleta pelas paisagens da Freguesia. Os passeios deste ano têm reunido uma média superior a 300 participantes que anseiam por chegar ao fim e receber o merecido chocolatinho de prémio.

«Embaralhas-me» O projecto “Embaralhas-me” teve inicio ainda antes do Verão começar e tem tido um “sucesso fantástico” junto das pessoas que fazem da Praça Marquês de Pombal o seu espaço de lazer favorito. Luís Romão explica que se trata de um projecto que tem como objectivo tornar as tardes dos vilarealenses

muito mais divertidas através dos jogos de cartas, dominó, damas ou xadrez.

Intervenções várias Para além destas actividades a Junta de Freguesia através da sua Equipa Técnica Exterior tem colaborado com a Câmara Municipal em algumas intervenções urbanas, nomeadamente na reparação dos bancos localizados em frente do Porto de Recreio, dos canteiros existentes na Avenida Teófilo Braga e ruas adjacentes ou nas instalações do Parque de Merendas do Camaleão, para além da limpeza do lixo da Praia de Santo António. Para Luís Romão, Presidente da Junta de Freguesia de VRSA, “Face às dificuldades financeiras existentes, com cortes substanciais no nosso orçamento, seria muito mais fácil desistir e deixar de se organizar todos estes projectos. Contudo e fazendo jus às características do executivo de equipa dinâmica e com vontade de fazer coisas pela nossa terra, acabamos por apelar a uma maior criatividade e a um conjunto de parceiros que nos permitem concretizar aquilo a que nos propusemos quando iniciámos funções”.

Em oito meses canal do Baixo Guadiana granjeou um milhão de visitantes Para o mês de Setembro o património, a praia e a animação noturna e cultural do território continuam como as grandes apostas e prometem surpreender. A aposta é contínua, simples e rápida podendo um turista, nacional ou estrangeiro, à distância de um simples clique, desvendar a

serra, o barrocal e o litoral dos concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António. Recorde-se que o site Lifecooler é atualmente o portal nacional mais completo de lazer e viagens. Descubra o Baixo Guadiana em: http://www.lifecooler.com/ baixoguadiana/

Parque de merendas de Monte Gordo renovado A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António assumiu a exploração do parque de merendas de Monte Gordo, renovando na íntegra um espaço que se encontrava, há alguns anos, em avançado estado de degradação e era alvo de atos de vandalismo. A medida foi formalizada através de um protocolo de colaboração estabelecido com o Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), uma vez que o parque se localiza em plena Mata Nacional das Dunas Litorais de Vila Real de Santo António, a mais importante área florestal da orla costeira do Leste algarvio. O presente protocolo é válido por um período de 18 meses, durante o qual a autarquia se compromete a reabilitar e animar o espaço, bem como assegurar a sua manutenção e limpeza. A Câmara Municipal de VRSA já terminou os trabalhos de recuperação do parque de merendas, que conta agora com bancos, mesas, papeleiras, sanitários e chuveiros renovados, proporcionando mais segurança a todos os utentes. Além disso, foi criado um bar de apoio que se encontra diariamente aberto das 08h às 24h, com um programa de animação fixo às sextas-feiras e sábados à noite e ao domingo. A fim de se criarem pontos de interesse e de

captar visitantes para aquela zona de lazer, a companhia de teatro local «Fecho Pano» já apresentou um programa de animação para o próximo semestre. Durante o período em que assegurar a manutenção e exploração do parque, a autarquia compromete-se ainda a garantir o usufruto do equipamento por parte de todos utentes e a apresentar relatórios de gestão.

O Parque de merendas está agora mais aprazível e animado


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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |SETEMBRO 2012

P OLITICA

Fusão no Baixo Guadiana gera polémica Susana de Sousa Durante a última semana de agosto foi notícia local e regional um documento do Partido Socialista de Vila Real de Santo António aprovado por maioria na Assembleia Municipal, e rejeitada pela CDU, em que os deputados rosa recomendam ao Governo a fusão dos municípios do Baixo Guadiana algarvio, ou seja, Vila Real de Santo António, Castro Marim e Alcoutim. Desde logo reagiram negativamente a este documento os edis de Castro Marim e Alcoutim. Francisco Amaral disse ao JBG que “não faz sentido nenhum haver fusão poque há que respeitar a individualidade de cada município”, acrescentando que “além do mais este não é um assunto para ser tratado pelos senhores deputados socialistas porque está em causa o futuro de três concelhos”. Este autarca lembrou ainda ao nosso jornal que “existe a associação ODIANA, sede onde este tipo de temas deve ser discutido”. Igualmente desagradado com a

temática mostrou-se o presidente da câmara municipal de Castro Marim, e, simultaneamente, presidente da direção da associação ODIANA. José Estevens, considerou a proposta “uma insensatez monstruosa”, considerando-a, mesmo “uma falta de respeito e de consideração pelas instituições dos três municípios”. Por seu lado o social-democrata Luís Gomes, presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, que já tinha manifestado ao JBG abertura para a eventualidade de se estudar a possibilidade dos três municípios do Baixo Guadiana algarvio se fundirem em apenas um, explicou no atual contexto que se “tratou de uma proposta genérica apresentada pelo PS que mereceu o apoio dos deputados municipais do PSD”, lembrando que para ser concretizada terá de ser aprovada em referendo. Para este autarca a fusão dos municípios “é uma discussão de futuro”, frisando que neste sentido é preciso “um estudo para avaliar todos os prós e contras”.

Após a mediatização do assunto o Partido Socialista - que o JBG havia tentado contactar, entretanto, mas sem sucesso - esclarece, em comunicado, que em causa nunca esteve uma proposta. Advoga que mais não se tratou do que “um documento de reflexão sobre a fusão dos 3 Concelhos do Baixo Guadiana”, avançando que “o documento explica genericamente o porquê da possibilidade dessa fusão e a forma como a mesma deveria ser feita, sendo imperativo que passaria sempre por uma auscultação à população e que deveria merecer a concordância entre os três concelhos”. Os socialistas condenaram, ainda, o “aproveitamento político e fraudulento por parte de quem fez questão de enviar a notícia deturpada para a comunicação social”. No documento em causa, e ao qual o JBG teve acesso, pode ler-se que na perspetiva dos deputados socialistas “seria uma cobardia e uma oportunidade política perdida não levantar a questão [da fusão dos municípios do Baixo Guadiana algarvio]”, evi-

denciando no documento os vários pontos de união entre os concelhos, tais como “laços familiares, modos de vida de grande proximidade, tradições, o Rio Guadiana”, entre muitos outros. Antevendo mesmo que “só a fusão destes três concelhos pode contribuir de forma decisiva para combater a grave crise económica e social que grassa nos mesmos”. Mais à frente pode ler-se que “a fusão das Vilas do Guadiana (...) pode ser um projeto ambicioso”, representando para os socialistas “um desígnio local, mas também nacional”. Neste documento os socialistas não deixam margem para dúvidas do alcance que pretendem com este “documento de reflexão” quando, “assumindo, com coragem política”, solicitam ao Presidente da Asssembleia Municipal de VRSA que faça “chegar este documento a quem de direito, nomeadamente à (...) Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território, que funciona na Assembleia da República”.

Renovação Comunista solidária com o Interior Num jantar de associados e amigos, realizado a 14 de agosto foram assinalados os 10 anos que passaram sobre as sanções decretadas, em Julho de 2002, pela direcção do PCP contra Edgar Correia, Carlos Luís Figueira e Carlos Brito, tendo sido salientado que “o tempo decorrido deu razão ao movimento renovador de que eram na altura destacados activistas juntamente com João Amaral, também sancionado com a exclusão das listas da CDU”. Os participantes no jantar evocaram e prestaram homenagem à memória de dois dos principais fundadores da Renovação Comunista, João Amaral, falecido em Janeiro de 2003, e Edgar Correia, falecido em Abril de 2005. Ao realizar este jantar convívio em Alcoutim, a Renovação Comunista quis chamar a atenção para “a gravíssima situação do Interior do país a

partir dum município, que apesar de já duramente flagelado pela desertificação, o Governo não hesita em querer sujeitar a novos sacrifícios que a vão agravar e provocar mais abandonos de população”. Em comunicado a Renovação Comunista refere que “depois de ter respondido com um não, que pretende definitivo, a duas das mais caras aspirações do concelho e de todo o Baixo Guadiana – a ponte Alcoutim-Sanlúcar e o prolongamento do IC 27 até Beja – o Governo fecha e preparar-se para encerrar novos serviços públicos”. Foi encerrado há poucos dias o posto da Segurança Social, em Martinlongo, e desencadeados os preparativos para acabar com a estação dos CTTs, em Alcoutim [ver notícia na pág. 7]. A Renovação Comunista solidariza-se com a resistência das populações do Interior “às medidas de austeridade

cega do Governo”. Ao mesmo tempo aplaude e apoia aqueles que perante “a insensibilidade dos governantes não desistem de trabalhar para valorizar as belezas e as potencialidades para o desenvolvimento das suas terras, concelhos e regiões”.

Paulo Fidalgo evidencia consequências de austeridade O presidente da direção, Paulo Fidalgo esteve presente neste jantar e proferiu uma intervenção de fundo onde pôs em evidência as “péssimas” consequências sociais e regionais da política de austeridade do governo de Passos Coelho, tendo defendido “a convergência dos partidos e forças de esquerda para a construção de uma alternativa democrática ao actual executivo e à sua política de

desastre nacional”. Nesta perspectiva os participantes no jantar debruçaram-se sobre várias questões como a participação no Congresso Democrático das Alternativas, marcado para 5 de Outubro e outras eventuais manifestações para celebrar a mesma data e as próximas eleições autárquicas “Os membros do actual Governo parecem tão estrangeiros como os da «troika», não conhecem minimamente o país e, além das suas subordinações aos grandes interesses, não são capazes de medir as consequências dos seus actos”, afirmou Paulo Fidalgo, que continuou dizendo que “a política regional do Governo de Passos Coelho é tão desastrosa como a sua política social. Se esta está a matar o Estado social, aquela está a matar o país a começar pelo Interior”.

Festa do Pontal com protestos de utentes Tal como prometido pela Comissão de Utentes da Via do Infante muitos foram os que buzinaram na rua em frente ao hotel onde decorreu a Festa do Pontal, a 14 de agosto. O jantar-comício não foi diretamente afetado por esta manifestação da sociedade civil, mas a comunicação social deu o destaque devido a este movimento concretizado por dezenas de pessoas. Contra as portagens marcharam lentamente e o líder da comissão de utentes, que se queixa há um ano de não conseguir ser recebido por Passos Coelho, foi ouvido em plena rua por um dos seus adjuntos. Apelou a um estudo sobre o impacte das portagens e entregou um documento contra as portagens na A22. Os populares ergueram vários cartazes de protesto e de tudo fizeram para serem ouvidos no interior

do recinto. João Vasconcelos, líder da Comissão de utentes, apelou à “resistência dos algarvios”.

Lá dentro o otimismo Este ano a Festa do Pontal decorreu à porta fechada num hotel de quatro estrelas. Uma decisão que se deveu a fatores de “logística e de ordem financeira”, justificou-se atempadamente o PSD Algarve, liderado por Luís Gomes, edil de Vila Real de Santo António. Mas uma decisão que se veio a revelar polémica e que até mereceu a reprovação pública do comentador político e Conselheiro de Estado, o social democrata Marcelo Rebelo de Sousa. No ar pairou a suspeita de que o PSD tev medo das manifestações de rua. A verdade é que à porta fechada

a festa mostrou-se mais privada. No discurso do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho foi notório um otimismo em relação ao ano de 2013, que segundo P. Coelho será um ano de “inversão”, tendo garantido mesmo que o país já está “a colher os resultados”» das políticas de controlo do défice e de combate à crise económica. Na festa laranja o primeiro ministro atreveu-se mesmo a dizer que o próximo ano vai ser de “estabilização”, deixando o desejo que em 2013 surjam os primeiros sinais de “alívio” para os portugueses. “Estou muito confiante de que nós temos todas as condições para que 2013 seja um ano de estabilização da nossa economia e de preparação da recuperação económica de Portugal”, defendeu o primeiro-ministro. De acordo com Pedro Passos

Coelho o fracasso deste Governo significará a desgraça para Portugal.

Oposição indigna-se com discurso Do lado da oposição a indignação ao discurso de pedro Passos Coelho foi geral. Críticas várias surgiram minutos após. A oposição acusa o Governo de estar longe da realidade e de escamotear a escalada de desemprego em Portugal O Bloco de Esquerda acusou mesmo Pedro Passos Coelho de ter um discurso contraditório “de incoerências, de más notícias e que não trouxe qualquer esperança aos portugueses”. O social-democrata Alberto João Jardim disse-se mais “pessimista” do que Passos Coelho quanto à recuperação económica.

Jerónimo de Sousa denuncia «fogo social» Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, participou em Monte Gordo num almoço de convívio realizado no pinhal do Parque da Merendas. Na sua intervenção, falou em primeiro lugar sobre os incêndios no Algarve, dirigindo palavras de solidariedade às populações dos concelhos de Tavira e São Brás de Alportel. Considerou que a dimensão da catástrofe que atingiu um terço da área do concelho de Tavira e um quarto da área do concelho de S. Brás, resulta não apenas das condições climatéricas e dificuldades de coordenação entre as estruturas de combate aos fogos. Resulta mais, disse, das “criminosas políticas” de sucessivos Governos, abandono do interior do País e desprezo pela atividade agrícola e florestal, de políticas que levaram à desertificação do mundo rural, ao esvaziamento de uma parte do território, que nada fizeram para fixar as populações – antes promoveram a sua expulsão. Também destacou a com a ausência de políticas de apoios às atividades económicas, nomeadamente as que têm sido negadas aos proprietários florestais, e o encerramento de importantes serviços públicos. Jerónimo de Sousa acusou ainda o Governo de fazer as “promessas do costume” às vítimas dos incêndios, prevendo que, na prática, as vai deixar com as “vidas arruinadas e de mãos vazias”. Considerou que as verbas anunciadas, de 300 mil euros para cada concelho, são manifestamente insuficientes, garantindo que os comunistas se baterão em todas as instituições em que estão representados por apoios dignos às vítimas dos fogos. Porém não deixou de destacar aquilo que chama o “fogo social” o qual flagela todos os dias os trabalhadores e as populações do Algarve, o “fogo social” deliberadamente ateado pelo Governo». O secretário-geral do PCP, não deixou de criticar o PS por ter aceite as condições impostas ao País pelo que classifica de “pacto de agressão”. Considerou o desemprego, que tem no Algarve a sua mais elevada taxa, como uma verdadeira política de “terra queimada”. Alertou para o facto de que, depois do Verão, muitas empresas no setor do turismo podem fechar as portas. Quanto às portagens na A22 considerou-as um retrocesso de 30 anos no que respeita às consequências para as populações e para a atividade económica.


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D ESEN VO LVIMEN TO  Garantiu Paulo Macedo

Urgências Básicas de Loulé e Lagos não fecham O ministro da Saúde garantiu numa vista que aconteceu a 23 de Agosto ao Hospital de Faro que o encerramento dos Serviços de Urgência Básica de Loulé e de Lagos “não está previsto”. Na inauguração da requalificação e aumento de capacidade da Unidade de AVC, da Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente e da Unidade de Cuidados Intermédios do Serviço de Urgência, o ministro garantiu que ao nível da saúde no Algarve ainda “não há desinvestimento”, evidenciando iniciativas inaugurais de serviços de saúde como o que presidiu em Faro bem como a

recente inauguração do Centro de Saúde de Portimão. O fecho de 10 Serviços de Urgência Básica em todo o país, entre os quais os de Lagos e Loulé, foi proposto por uma comissão técnica nomeada pelo Ministério da Saúde, num relatório divulgado em meados de julho. A alegada intenção de fechar estes SUB suscitou reações negativas em vários quadrantes políticos e das duas autarquias – uma do PSD, outra do PS – e levou mesmo à criação de um Movimento de Cidadãos contra o fecho da Urgência em Loulé, que já promoveu uma manifestação e anunciou outra.

«Perto

da

Europa» Debate sobre o futuro da Europa: Comissão Europeia dá a palavra aos cidadãos através de consulta em linha Até agora, mais de 5 500 cidadãos da UE participaram numa das maiores consultas da his-

Ministro diz que ainda não há desinvestimento na saúde do Algarve Também a Comunidade Inter- tinha insurgido contra a medida (ver municipal do Algarve (AMAL) já se notícia abaixo).

tória da UE, realizada através da Internet, sobre os direitos dos cidadãos e o futuro da Europa – estes são os números mais recentes publicados pela Comissão. Em 9 de maio, Dia da Europa, a Comissão Europeia convidou os cidadãos de

AMAL insurge-se contra redução de serviços no Algarve A Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) criticou em Agosto a redução de serviços públicos na região, afirmando que “estranha” a reorganização de alguns serviços administrativos do Estado “feita em gabinetes iluminados” que considera que estão “longe da realidade”. O comunicado enviado às redações pela AMAL sublinha que os serviços públicos e os equipamentos existentes no Algarve não servem apenas os residentes, mas todos aqueles que passam férias durante

o verão. “Na região está sempre presente uma população muito superior àquela que os Censos demográficos definem como residente”, pode ler-se no documento. Para a AMAL, “não constituem boas decisões, nem um bom método de trabalho” a retirada de um helicóptero de Loulé, o fecho do Tribunal de Monchique ou a redução dos serviços de urgência em Lagos e em Loulé, “sem o pertinente diálogo com os representantes das populações”. Segundo a Comunidade Inter-

municipal do Algarve, a tudo isto “acresce a estranha reorganização de alguns serviços administrativos do Estado, retirando ao Algarve competências em matérias da rede hidrográfica e da gestão das áreas costeiras”. “Perante estas decisões, não podemos deixar de manifestar a nossa indignação, já que daí não resulta diminuição de despesa pública, mas menor qualidade na prestação de serviços às populações”, sublinha o documento. A AMAL considera que “no que é urgente e gerador de poupança

pública nada se decide”, exemplificando com as juntas médicas de ADSE que obriga cerca de 800 funcionários públicos a irem a Évora por ano, quando tal poderia fazer-se em Faro. “A reorganização dos serviços públicos não pode ser feita em gabinetes iluminados do poder lisboeta, distantes da realidade. Têm de passar pelo diálogo com os autarcas e pelo critério do melhor serviço aos cidadãos”, conclui a AMAL que é presidida pelo autarca farense Macário Correia.

toda a União Europeia a ajudar a definir a agenda política para os próximos anos e a modelar o futuro da Europa . Até 9 de setembro, todos os europeus podem partilhar os seus pontos de vista sobre questões, nomeadamente: «Como gostaria que a União Europeia evoluísse no futuro próximo? Em que tipo de União Europeia gostaria de viver em 2020?». A Comissão pretende tomar conhecimento de quaisquer dificuldades com que os europeus se deparam, seja quando viajam na Europa, se deslocam além-fronteiras, quando votam ou apresentam a sua candidatura em eleições ou fazem compras em linha. Os contributos recebidos alimentarão diretamente a agenda política da Comissão para os próximos anos e constituirão a base para o relatório sobre a cidadania da UE de 2013, que será apresentado em 9 de maio de 2013, no Dia da Europa do próximo ano. Como a UE está usando água para salvar vidas e alimentar a população Para marcar a Semana Mundial da Água (26 - 31 de Agosto), o Comissário para o Desenvolvimento, Andris Piebalgs, declarou: “Hoje, eu quero afirmar o forte compromisso da UE para

Desemprego acima dos 17% no Algarve e em Lisboa Lisboa, Algarve, Açores e Madeira apresentam valores acima do valor nacional ao nível do desemprego. Globalmente Portugal apresenta uma taxa de desemprego de 15%, mas só no Algarve essa taxa ascende aos 17,4%. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE) o desemprego está a afetar várias regiões portuguesas, sendo que é na região centro que a taxa de desemprego é mais baixa, fixando-se no 11,2%. Em 2009 a taxa global de desemprego era de 9,1% e agora é de 15%. Em Lisboa a taxa de desemprego é de 17,6%, o Algarve também supera os 17% de desemprego ao atingir os 17,4%. Quase nos 17% está a Madeira com uma taxa de 16,8%.

Mais homens sem trabalho

Os dados do INE mostram que, pela primeira vez, a taxa de desemprego dos homens é maior que a das mulheres – 14,9% versus 15,1% . Já o desemprego entre os jovens mostrou algumas melhorias, com um recuo inferior a um ponto face à taxa registada em Março deste ano. Segundo o INE existem 385 mil jovens entre os 15 e os 34 anos desempregados, sendo 35,5% do total. É ao nível do ensino secundário que o desemprego está agora a atacar com mais força: desde o segundo trimestre de 2011 surgiram mais 66 mil desempregados com este nível de formação, crescimento maior que o registado entre a população apenas com o ensino básico, onde há mais 58,7 mil desempregados.

Casos de filhos a bater nos pais aumentam 97%

que todos, não importa onde eles vivam, tenham acesso à água potável e a saneamento. Não começamos do zero e nossa ajuda já demonstou bons resultados. Durante o período 20042009, a ajuda da UE permitiu o acesso à água potável a mais de 32 milhões de pessoas e a saneamento a mais de 9,5 milhões de pessoas

Os principais crimes reportados referem-se a maus-tratos psíquicos (50 mil queixas), maus--tratos físicos (46 mil) e ameaças e coacção (33 mil). Registaram-se ainda três mil casos de violação e abuso sexual. No universo de famílias sinalizadas pela APAV houve 3380 pessoas a queixar-se, entre 2004 e 2011, de maus-tratos infligidos pelos filhos, o que se traduziu em 7805 factos criminosos, metade deles nas categorias de maus- -tratos psíquicos e físicos. A Associação de Apoio à Vítima (APAV) constatou ainda que, em oito anos, foi registado um aumento processual de 97,7% neste tipo de violência doméstica. As mães são as principais vítimas, representando 59% dos processos abertos pela APAV, cabendo sobretudo aos rapazes (72%) o papel de agressor. Em termos etários, 40% dos pais agredidos têm mais de 65 anos, ao passo que, no caso dos agressores, um terço tem entre 18 e 35 anos. Mas há mais dados relevantes na

análise estatística da associação: no caso dos crimes contra crianças ocorridos na escola registou-se uma subida de 289% entre 2005 e 2011. Se há sete anos a APAV registou nove casos, em 2011 o número disparou para 35, num total de 186 crimes praticados em contexto escolar. As raparigas, sobretudo entre os 11 e os 17 anos, são as principais vítimas. Alargando o âmbito da análise, a APAV abriu 7387 processos de apoio a crianças e jovens vítimas de crime e violência entre 2000 e 2011, tendo sido detectados 11 261 factos criminosos. De novo foram as raparigas as principais vítimas, representando 60,6% do universo de queixosos, isto é, 4477 dos processos abertos. Dividindo as crianças e jovens por escalões etários, houve 811 vítimas entre os 0 e os 3 anos, 721 crianças entre os 4 e os 5 anos e 1992 situações entre os 6 e os 10 anos, embora a maioria tivesse entre 11 e 17 anos (52,3%). Os maus- -tratos psíquicos dominam as queixas, seguidos dos maus-tratos físicos.

em todo o mundo. Graças à Comissão Europeia, mais de 60 países , actualmente , beneficiam de maior quantidade de água e de projetos de saneamento. O acesso à água e saneamento tem sido uma das prioridades da UE e na última década, e a ajuda quase triplicou, atingindo cerca de € 2 bilhões por ano. No entanto, a cada minuto, mais de três crianças morrem por beber água não potável - 4.000 a cada dia. Metade das camas hospitalares nos países em desenvolvimento estão ocupadas com pessoas que sofrem de doenças causadas pela má qualidade da água, saneamento e higiene.

Centro de Informação Europe Direct do Algarve Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Faro tel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 279 europedirect@ccdr-alg.pt

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CULTURA

«História do Algarve» integra leque de ofertas formativas em Vila Real de Santo António Formador do curso «História Local» na Universidade dos Tempos Livres (UTL) de Vila Real de Santo António, Fernando Pessanha, jovem vila-realense, mestrando em «História do Algarve» pretende inovar e propôs a abertura do curso homónimo na UTL.

LIVROS

por Carlos Brito

Susana de Sousa Jornal do Baixo Guadiana: Lecionou «História Local» na UTL de VRSA entre 2009 e 2012. Qual foi o seu contexto entre os vários cursos naquela instituição? Fernando Pessanha: Se excluirmos o curso de História da Cultura, leccionado pela profª Maria do Rosário, todos os restantes cursos acabam por estar mais direccionados para vertentes mais práticas, como é o caso dos cursos de línguas, artes manuais, etc… Deste modo, o curso de «História Local» apresentou-se como o único que visou recuperar um passado histórico de uma região comum a todos nós; o Baixo Guadiana, ou seja, a história do território que actualmente correspondem os concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António. JBG: Que conteúdos foram explorados ao longo de dois anos letivos? FP: É interessante notar que todas as conjunturas históricas anteriores à denominada «História de Portugal» parecem algo estranhas à generalidade dos formandos e da restante população. Desta forma, optei por iniciar o curso remontando aos primórdios da presença humana no território; à Pré-História. Como temos no território património histórico e arqueológico representativo do Calcolítico, do Megalítico, da Idade do Bronze, da Idade do Ferro e do período medievo-islâmico, tornou-se fácil apresentar todas estas cronologias recorrendo a exemplos efectivos e que se encontram na região. Porém, também as conjunturas histórias mais conhecidas foram estudadas, nomeadamente o período medievo-cristão, a Idade Moderna e a Idade Contemporânea. JBG: Qual foi a adesão dos alunos a este curso? FP: O curso contou com uma média de 11 inscrições por ano, encontrando-se entre os formandos pessoas das mais variadas faixas etárias. Houve mesmo quem tivesse frequentado o curso de modo a preparar-se para as provas de acesso ao ensino superior, o que acaba por ser extremamente inteligente se compararmos o valor simbólico da mensalidade estabelecida pela UTL com os valores praticados por explicadores particulares… JBG: Qual a importância que considera que este curso teve para a comunidade? FP: Creio que foi do maior interesse para os formandos na medida em que foram apresentadas cronologias e conjunturas históricas com

«INDIGNAI-VOS!» de Stéphane Hessel

Jovem vila-realense pugna por um maior conhecimento da história local e regional as quais a generalidade das pessoas está pouco programar mais visitas de estudo a museus, familiarizada. No concelho de Vila Real de Santo igrejas, campos arqueológicos e outros monuAntónio, por exemplo, existe a inocente ideia mentos de interesse patrimonial espalhados de que a História só começa com a fundação pelo Algarve. da vila régia, em 1774. No entanto, a ocupação JBG: Qual a aceitação que a sua proposta humana no território que actualmente corresteve no seio da direção da cooperativa que gere a UTL VRSA? ponde a Vila Real de Santo António remonta ao Paleolítico Superior, ou ao Megalítico, como FP: A proposta foi recebida com natural entucomo podemos comprovar pelos estudos de siasmo. No entanto, o curso só poderá abrir se houver um determinado número de inscritos, arqueólogos como o Dr. Luís Raposo ou do Dr. Nuno Inácio. De resto, monumentos de inegápelo que desde já apelo aos eventuais interesvel valor patrimonial, como o Túmulo Megalítico sados. de Santa Rita, acabam por atestar o quão antiga JBG: O que podemos esperar do curso é a ocupação humana neste território do con«História do Algarve»? FP: Será um curso mais abrangente que o de celho. Por outro lado, e não obstante a riqueza histórica e patrimonial de concelhos como Castro História Local, claro está. Além disso será uma Marim e Alcoutim, muitos assuntos também são novidade no panorama formativo da UTL… Se do desconhecimento geral. Refiro-me a aspectos excluir o mestrado em História do Algarve, não relacionados presença fenícia, grega e cartagiconheço mais nenhum curso sobre a mesma nesa em Castro Marim, ou à presença romana, temática em funcionamento, pelo que entendo visigoda e islâmica nos arredores de Alcoutim. que se deverá aproveitar. Por outro lado, entendo Acredito que os formandos ficaram muito mais que as visitas aos sítios de interesse patrimonial esclarecidos e que compreenderam que somos são do maior interesse para os formandos, pois os herdeiros de todas as civilizações que por permite-lhes ter contacto directo com o objeto de aqui passaram… estudo, e o que não falta por este nosso Algarve JBG: Para o ano letivo 2012/2013 propôs são monumentos para serem visitados… lecionar «História do Algarve». A que se JBG: Ter tirado o mestrado de Histódeve esta mudança? ria do Algarve foi decisivo para esta FP: Apesar das investigações científicas no mudança? domínio da História, Arqueologia e História da FP: Sim. De facto, os conhecimentos adquiriArte não pararem e estarem frequentemente a dos ao longo do mestrado em História do Algarve surgir novos dados e interpretações, há sempre permitiram que me fosse possível lançar num informação que acaba por se repetir quando nos curso inédito no contexto das Universidades dos propomos lecionar um curso desta natureza. Tempos Livres. Por outro lado, torna-se impossíDeste modo, e estando presentemente a termivel abordar a História do Baixo Guadiana nem nar um mestrado em História do Algarve, achei a contextualizar, pelo menos, a nível da História que seria conveniente e interessante alargar o do Algarve. Seria o mesmo que tentar reflectir sobre a História de Portugal isolando-a da Hisespaço geográfico subjacente ao nosso objecto de estudo. Desta forma, terei mais margem tória dos nossos países vizinhos, como Espanha de manobra para preparar aulas teóricas e e Marrocos.

 Biblioteca Vicente Campinas

Curso para reflexão e debate da obra de Saramago A iniciativa é conjunta entre a Biblioteca Municipal Vicente Campinas de Vila Real de Santo António e a Biblioteca Provincial de Huelva que a partir do próximo mês de outubro vão trabalhar neste projeto de cooperação transfronteiriça de âmbito cultural, que consiste na dinamização de um curso que promove a reflexão e o debate dos valores na obra literária de José Saramago. O curso dá pelo nome «Aula José Saramago» conta com o apoio da Fundação José Saramago, e vai decorrer, simultaneamente, na Biblioteca Vicente Campinas de

Vila Real de Santo António e na Biblioteca Provincial de Huelva. A sessão inaugural será no dia 8 de outubro, pelas 18h00, em Vila Real de Santo António. O curso vai ser dinamizado por Diego J. González Martín, licenciado em Ciências da Educação, um amante e estudioso da obra de José Saramago e membro fundador da Associação Cultural CRECIDA de Ayamonte. As inscrições para o curso acontecem até 1 de Outubro e o curso tem um limite de 20 participantes.

Datas e títulos a debate • 29/10 – Deste mundo e do outro • 19/11 – Levantado do chão • 10/12 – Viagem a Portugal • 14/01 – O ano da morte de Ricardo Reis • 04/02 – O evangelho segundo Jesus Cristo • 25/02 – Caderno de Lanzarote • 18/03 – Ensaio sobre a cegueira • 08/04 – Ensaio sobre a lucidez • 29/04 – O caderno 2 • 07/05 – Encerramento (Huelva)

É um pequeno livro que encerra imensa sabedoria. A tradução portuguesa, publicada pela Editora Objectiva, veio a público em Março do ano passado. Nessa altura, já tinha vendido em França um milhão e meio de exemplares. Foi um autor de 93 anos quem escreveu este manifesto veemente a coroar uma vida inteira dedicada à luta pelos direitos humanos. Stéphane Hessel nasceu na Alemanha, mas refugiou-se em França com os pais, perseguidos pelos nazis. Naturalizou-se francês e tomou parte activa na Resistência, tendo sido preso duas vezes e internado em campos de concentração alemães de onde se evadiu. Depois de terminada a II Guerra Mundial, representou a França nas Nações Unidas e participou na elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos. No seu manifesto Hessel recorda o programa aprovado há sessenta anos pelo Conselho Nacional da Resistência francesa, o largo alcance social das medidas que preconizava e que foram concretizadas nos anos seguintes, mas que são postos em causa e atacados na Europa dos nossos dias. Pergunta porquê e responde: «Apenas porque o poder do capital nunca foi tão grande, insolente, egoísta, com servidores próprios até nas mais altas esferas do Estado. Os bancos, agora privatizados, preocupam-se principalmente com os seus dividendos e com os elevadíssimos salários dos seus administradores, e não com o interesse geral. O fosso entre os mais pobres e os mais ricos nunca foi tão grande.» Por isso alerta: «Os responsáveis políticos, económicos, intelectuais e a sociedade em geral não podem desistir, nem deixar-se impressionar pela actual ditadura internacional dos mercados financeiros que ameaça a paz e a democracia.» E depois previne: «A pior atitude é a indiferença, dizer «como não posso fazer nada, desenvencilho-me como posso» Este tipo de atitude conduz à perda de uma das componentes essenciais do ser humano. Uma das componentes indispensáveis: a capacidade de indignação e a consequente militância.» Mais ainda do que no ano em que foi publicado, o apelo de Hessel à indignação tem plena actualidade no nosso país. Crescem todos os dias razões fortíssimas para nos indignarmos – o desemprego que alastra, a fome que se instala, os cortes de subsídios e de salários, as colossais fortunas dos senhores que dominam o país, as vergonhosas negociatas dos governantes, como a que se prepara na RTP – entre tantas outras. Na lógica de Hessel, é preciso que a indignação se transforme em militância. (A edição portuguesa é prefaciada por Mário Soares e está à venda nas livrarias.) * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico


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C ULTUR A

COLUNA CULTURAL

“O tema da adoção é vergonhosamente negligenciado no nosso país” Rosa Varela escreveu a obra «Por que fui adoptado?». A lição que nos dá é a de que “um filho é amor e o amor pode surgir de onde menos esperamos”. A autora, também ela filha adotiva, critica a negligência em relação ao tema da adoção e reverte as receitas da vende deste livro para o refúgio Aboim Ascensão. A Nobreza no Algarve

A ideia de uma verdadeira nobreza no Reino do Algarve nem sempre foi consensual entre os historiadores, tendo mesmo vindo a ser assunto de discussão entre a comunidade académica ao longo dos últimos anos. Como diria Joaquim Romero de Magalhães, em «O Algarve Económico» (1600-1773), no Algarve “nada é grande, e não há Grandes”. Contudo, talvez devêssemos analisar mais atentamente o assunto. A verdade é que, desde sempre, o Algarve foi uma região periférica, marginal e marginalizada no contexto português, uma região física e politicamente distante da Corte e do centro das decisões políticas. Assim sendo, será que podemos falar numa verdadeira nobreza no Algarve? Ora vejamos: parte da conquista do território algarvio aos mouros foi levada a cabo pela Ordem de Santiago, através da acção de D. Paio Peres Correia, sem que a grande nobreza estivesse envolvida. Se exceptuarmos a conquista de Ayamonte, onde alegadamente terá estado presente D. Sancho II, só voltamos a ter a presença de um monarca na conquista de Faro, onde se notou uma considerável ausência da nobreza convocada para a dita empresa. Porém, a Expansão Portuguesa para o Norte de África, no decorrer do séc. XV e XVI, acabaria por fixar algumas famílias nobres no Reino do Algarve, tal como o comprovam os estudos mais recentes. Miguel Côrte-Real, por exemplo, defende que a nobreza do Algarve - mesmo que se tratasse de uma baixa nobreza - detinha na região o poder militar, judicial, político e simbólico, o que parece vir de encontro ao testemunho deixado em 1577 por Frei João de São José. A sua Chorographia do Reino do Algarve refere o seguinte em relação à nobreza de Tavira: “porque Tavira é povoada de toda ou da mais fidalguia do reino e nela se acham pessoas de todas as gerações nobres de Portugal, porque, como da conquista dos lugares de África em que os reis trabalharam muito tempo, esta fosse a escala, onde todos acudiam, achando-se os homens nela favorecidos pela natureza, fizeram nela seu assento. Há nela Melos, Cunhas, Corte-Reais, Paçanhas, Barretos, Pantojas, Correas, Ichoas, Viegas e outra muita gente nobre que nela mora e que está derramada por suas quintas e fazendas”. É neste contexto que encontramos no Algarve fidalgos que acumularam títulos e rendas em virtude das suas glórias militares em Marrocos, como os Ataídes, ligados à capitania de Safim, ou os Menezes, ligados à capitania de Ceuta. No entanto, o paulatino abandono das praças marroquinas, a partir de meados do séc. XVI, trouxe a decadência económica e urbana ao Algarve, responsável pelo socorro e abastecimento das possessões no Algarve Dalém Mar. Os séculos XVII e XVIII acabaram por lançar a nobreza algarvia a um isolamento forçado, ruralizando os fidalgos nas suas quintas, e tornando-os nos nobres de província que viriam a contrair matrimónio com a plebe endinheirada; uns com o título, outros com o dinheiro, ou seja: juntava-se a fome com a vontade de comer. E onde anda actualmente essa baixa nobreza de outrora? Por aí… cruzamonos com eles todos os dias, nas ruas das nossas cidades algarvias. Fernando Pessanha Mestrando em «História do Algarve»- CEPHA/UALG * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Susana de Sousa Jornal do Baixo Guadiana: Qual a maior razão que a motivou para escrever o livro «Por que fui adotado?» Rosa Varela: A maior razão que me motivou a escrever este livro foi a de ser, eu própria, adoptada – uma adotada feliz que acredita e que quer dizer ao Mundo que o amor ultrapassa os laços de consanguinidade. JBG: Que satisfação lhe trouxe escrevê-lo? RV: Trouxe-me a alegria de reviver a verdade que nos mostra que o amor é possível e salva vidas. JBG: Na verdade esta obra serve para ajudar os pais adotivos ou é sobretudo direcionado para as crianças? RV: Esta obra pretende ajudar especialmente o refúgio Aboim Ascensão, pretende ajudar no investimento que é feito nas crianças que aguardam por uns pais adotivos. Depois pretende desmistificar a ideia de que um filho tem forçosamente que vir “de dentro de nós”. Um filho é amor e o amor pode surgir de onde menos esperamos. JBG: Considera que o tema da adoção tem sido negligenciado em Portugal? RV: O tema da adoção é vergonhosamente negligenciado no nosso país. É tratado em forma de comércio, de troca de bens, é um ato desprovido de alma e de respeito pelos seres humanos. A fruta que se vende no continente é mais protegida e cuidada, desde que sai do vendedor até que chega ao consumidor. JBG: O que é preciso fazer para incrementar a consciência na sociedade de que a adoção é uma opção a considerar quando se pensa em ter filhos? RV: A adoção não é, nem pode ser, apenas um ato de consciência. Tenho a certeza que, de consciência, todos achamos bem e útil à humanidade adotar. No entanto, a adoção é muito mais do que isso – é um ato de amor profundo e enorme de que nem todos são capazes. Amar, na inexistência de consanguinidade, é um dom que só alguns receberam. JBG: Do seu ponto de vista, a adoção é alvo de preconceito? RV: Ainda se vê a criança adoptada como uma “triste”, “uma coitadinha”… Devia ser vista como uma afortunada, como alguém que teve em si a capacidade para cativar o amor de outro. (E isso nem às vezes os filhos de sangue têm…). JBG: Deveria haver formação para pais adotivos? Ou seja, estarão emocionalmente preparados aqueles que decidem adotar de modo a que a adoção seja um sucesso? RV: Devia haver formação no sentido de preparar psicologicamente e pedagogicamente os pais para receber uma criança com a alma danificada, com a sua autoestima profundamente debilitada (quanto maior for a idade). Estas crianças podem levar a cabo atitudes menos agradáveis para pôr à prova o amor destes novos pais. É legítimo

(afinal já foram deixados uma vez!). Há pais que não entendem estas manifestações, que estão longe de saber lidar com elas. E, aqui, amar é fundamental mas precisa de uma “mãozinha” da psicologia. A formação é útil neste sentido, não para ensinar a gostar, isso é impossível fazer – ou se tem, ou não se tem. JBG: Como encara a adoção monoparental e a adoção por casais homossexuais? RV: Independentemente de ser adotada, ou não, uma criança devia ter o direito a ser amada e educada na presença de dois adultos – um feminino e um masculino. Assim, apesar de não haver qualquer contra indicação na adopção monoparental, o ideal seria crescer no seio de um casal. O mesmo direi relativamente à adoção por

Rosa Varela é filha adotiva e fala-nos da sua experiência como algo mágico casais homossexuais. Todo o ser humano procura desde que nasce uma identificação com dois gâmetas, o feminino e o masculino. Crescer na riqueza da oferta desta diversidade é poder proporcionar à criança ingredientes mais vastos e ricos ao desenvolvimento da sua personalidade. Homens e mulheres são biologicamente e psicologicamente seres diferentes. Oferecer à criança o crescimento no seio dessa diferença ajuda-a a conhecer melhor a diversidade do mundo e, sobretudo de si própria. É extraordinariamente útil ao seu autoconhecimento que, por sua vez, a vai dotar de uma maior e mais vasta capacidade de gerir comportamentos com a sociedade (de homens e mulheres) que a rodeiam. No entanto, também aqui não vejo razão para a não adoção por parte de homossexuais. Não devemos deixar de

adotar nestes casos quando não existe a alternativa mais equilibrada (a de um casal heterossexual). Mas não devemos deixar adotar, na monoparentalidade e na homossexualidade, sem que se esgotem as possibilidades ideais – casal heterossexual. JBG: Também foi adotada e criada por uma família que não a biológica. O que nos pode contar da sua experiência? RV: Posso-lhe contar que foi extraordinário. Houve uma fase difícil na altura da minha adolescência, uma fase de questionamento profundo sobre a minha situação mas que foi rapidamente ultrapassada tendo em conta que não sofri qualquer tipo de discriminação. Hoje, a esta distância, (já tenho 40 anos), garanto-lhe que melhor seria impossível. JBG: Defende o fim das famílias de acolhimento para crianças até aos 5 anos. Porquê? RV: As crianças até aos cinco anos não podem andar a “viajar” de família em família. Não podem apegar-se e aprender a amar uma família que não será a sua - uma família de quem terão de se desapegar mais tarde ou mais cedo. O trauma nestas idades é tremendo. Com que direito damos tudo para depois tirar tudo? Os danos nestas idades podem ser irreversíveis. A partir dos sete (e por diante) já pode ser mais fácil a criança perceber o que lhe está a acontecer e ajudá-la a criar defesas nesse sentido (embora seja, também aqui, um ato monstruoso). Não se perdoa a um país que deixa acontecer tamanhas monstruosidades quando há tantos casais à espera. JBG: Porquê dedicar esta obra ao Refúgio Aboim Ascensão e a ele destinar as receitas das vendas? RV: O Refúgio é uma casa “domada” por um grande homem. Um homem que há anos “mendiga” em nome das crianças. Um homem que nunca quis enriquecer à custa de publicidade e conhecimentos (que os tem!). Um homem humilde, trabalhador, modesto e que foi sempre muito temido por “chamar os bois pelos nomes” e por ter a coragem de apontar e denunciar quem age negligentemente sobre crianças. Muitos aprenderam a temê-lo quando o deviam idolatrar. Tem uma casa que pode ser visitada sem aviso prévio porque é igual, tanto nos dias em que lá não aparece ninguém, como nos dias em que é visita por altas patentes nacionais e mundiais. É uma casa que não precisa de preparar “filmes” para mostrar, a quem quer que seja, o que vale. JBG: Com a criação da «Agenda Criança» liderada por Luís VillasBoas acredita que vão ser dados novos e importantes passos no tema da adoção? RV: Acredito que só um homem com a experiência que ele tem, e com um coração daquele tamanho, é capaz de salvar este país de uma nódoa tão vergonhosa. Ninguém o fará melhor. Se vai conseguir?! É preciso que o deixem trabalhar. Este país é perito em matar os seus melhores Homens.


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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |SETEMBRO 2012

C U LT URA O Arquivo Histórico Municipal de Vila Real de Santo António recebeu entre 23 de agosto e 1 de setembro a edição de 2012 do Encontro de Cultura Cubana. Durante uma semana, Vila Real de Santo António apresentou um cartaz de exposições, filmes e conferências que visaram estreitar os laços entre a cidade pombalina e a cultura da República de Cuba, o que, aliás, já vem sendo desenvolvido, há alguns anos, através do protocolo de geminação estabelecido com a cidade de Playa (2006) e de outros acordos de cooperação com os serviços de saúde de Cuba. A edição de 2012 do Encontro de Cultura Cubana arrancou a 23 de Agosto no salão nobre da Câmara Municipal de VRSA, contando com a presença do Primeiro Secretário da Embaixada da República de Cuba em Portugal, Melne Martínez Hernández.

Encontro de cultura cubana teve debates, exposições e documentários Na mesma sessão teve lugar a conferência «A realidade cubana», dirigida por Erasmo Lascano López. Também no dia 23 foi inaugurada, no Arquivo Histórico Municipal, a exposição de pintura «Horizontes», que conta com trabalhos de Eurico Borges e de Enrique Ávila, dois pintores com rumos distintos, mas com um ponto em comum: a ligação à cultura cubana. O arquivo histórico acolheu um ciclo de documentários e filmes produzidos por cineastas cubanos ou que, de alguma forma, refletem a cultura daquele país. A 24 de Agosto, às 18h30, tive-

ram lugar as projeções dos filmes/ documentários «La Bala», «La bella del Alhambra» e «Nosotros, la Música». Já a 28 de Agosto, às 18h30, foram exibidas as películas «La edad de la peseta» e o documentário «Filme animado: 20 años». No dia 30 de agosto, à mesma hora, passaram os filmes/documentários «Sin crónica» e «Sentir Cuba». O Encontro de Cultura Cubana encerrou a 1 de setembro, às 18h00, no Arquivo Histórico Municipal. A cerimónia contou com a presença de Sua Ex.ª o Embaixador de Cuba em Portugal.

«2 Olhares» – Pintura de Mario Marín e Fotografia de María Luna O Centro Cultural António Aleixo recebeu até ao passado dia 26 de Agosto a exposição de pintura e fotografia da autora conjunta de Mario Marín e Maria Luna. A pintura «Projeto de Ocultação»

foi da autoria de Mario Marín, enquanto que a fotografia esteve a cargo de Maria Luna que descreve o seu trabalho exposto como «Las Palabras que no encontre» – autoretratos

AGENDA

A edição de 2012 durou uma semana em Vila Real de Santo António A iniciativa dá seguimento aos tural), educação, desporto, saúde múltiplos acordos estabelecidos com (medicina desportiva), desenvolviCuba em diversas áreas, nomeada- mento comunitário e reabilitação mente na cultura (intercâmbio cul- urbana.

Concurso de Desenho A biblioteca municipal Vicente Campinas, em Vila Real de Santo António está a promover um concurso de desenho integrado no evento «DESENHA’12 TRIENAL MOVIMENTO® DESENHO». Trata-se do primeiro evento, a nível nacional, a eleger o desenho português como protagonista. Este Movimento nasce

com a intenção de dar uma visão ampla sobre o desenho em todas as suas manifestações materiais e artísticas, sem excluir qualquer suporte ou riscador. As propostas podem ser entregues até 29 de Setembro de 2012. E o concurso está aberto para maiores de 17 anos.

POR CÁ ACONTECE

Alcoutim Alcoutim, Terra de Fronteira Exposição permanente pela vila de Alcoutim Inserida no projeto Exposição “ Algarve, Do Reino à Região” Organização: Município de Alcoutim

Festa de Alcoutim 14, 15 e 16 de setembro Alcoutim (Cais) A partir das 10h00 Organização: Câmara Municipal de Alcoutim

Praça Marquês de Pombal 14h00 >18h00 Org. Banco Local de Voluntariado

1 de setembro 2º Concurso de “Aromas & Sabores com Figo-da-Índia” Salão da Junta de Freguesia de Martinlongo a partir das 09h00 Organização: Junta de Freguesia de Martim Longo e ADECMAR (Associação de Desenvolvimento Etnográfico e Cultural de Martim Longo)

Torneio de Futebol Infantil 14 de Setembro Local: Campo de futebol de Alcoutim Hora: a definir Organização: Clube Desportivo de Vaqueiros

Frente ao Casino de Monte Gordo Organização: Junta de Freguesia de Monte Gordo

Até 2 de setembro Festa Tradicional de Martinlongo Martinlongo Hora: ainda não divulgada Organização: Associação ADECMAR, Junta de Freguesia de Martim Longo e Igreja Paroquial de Martim Longo De 3 a 28 de Setembro Exposição de Pintura por Ivo Costa Casa dos Condes – Alcoutim de segunda a sexta-feira, entre as 09h00 e as 18h00 Organização: Câmara Municipal de Alcoutim Feira de Sabores 13, 15 e 15 de setembro Alcoutim Organização: Câmara Municipal de Alcoutim

Torneio de Futebol Feminino 30 de Setembro Local: Campo de futebol de Alcoutim Hora: a definir Organização: Grupo Desportivo de Alcoutim

Castro Marim Matiné baile com Silvino Campos 2 Setembro Campesino R.F.C Monte Francisco Concerto Rock «Goodmoode» 8 Setembro 22 horas Campesino R.F.C Monte Francisco www.cm-castromarim.pt

VRSA Mercado de Trocas 29 de Setembro

Feira do livro Stockout Até 9 de Setembro 20h00> 00h30

III Edição da Feira de Stockout 1 a 9 de Setembro Hora: 18h00 > 00h00 Monte Gordo – Zona Poente do Casino Organização: ACRAL In Tento Ensemble - Concerto de jazz Dia 15 – 21h30 Concerto de banda de jazz de fusão minimalista Inserido na comemoração do III aniversário da Biblioteca Biblioteca Municipal Vicente Campinas “As Novas Vozes do Fado” Dia 29 - 21h30 Centro Cultural António Aleixo

Escola de Ballet de Vila Real de Santo António – Espetáculo de Dança Dia 22 – 21h30 Centro Cultural António Aleixo Organização: Escola de ballet de Vila Real de Santo António

Exposição de Arte “Espólio Artístico da Câmara Municipal de VRSA” até 28 Setembro 09h15 às 19h45 Sáb. das 14.15 às 19h45 Biblioteca Municipal António Vicente Campinas Palestra sobre a exposição de arte 15 de Setembro 17h30 – com a Professora Doutora Mirian Tavares da Universidade do Algarve Inserido na comemoração do III aniversário da Biblioteca Municipal António Vicente Campinas «PASSOS CONTADOS 2012» 15 Setembro

Festival dos Sonhos Espetáculo e workshop de dança e movimento com as alunas da Associação Sonhar Dia 15 – 19h00 > 21h00 Sede da Associação Sonhar

Tradições de pesca e mariscagem na Ria Formosa Percurso pedestre em Cacela Velha, orientado por pescadores e mariscadores locais. Ponto de encontro: 9h30 Cacela Velha

Fábrica de Sonhos Dia 21 – 22h00 Centro Cultural António Aleixo Organização: Animashow – Associação Cultural e Recreativa

Recital - Escritores por Ciudad Juárez Sáb. 1 de Setembro 18h00 Biblioteca Municipal Vicente Campinas

Estórias da Vila “Estórias dos Jogos e Brincadeiras de criança” Dia 28 setembro – 18h00 Arquivo Histórico Municipal Organização: Liga dos Amigos da Galeria Manuel Cabanas “Livros Mexidos” Clube de Leitura “Livros Mexidos” – em torno da obra de Miguel Torga Dia 20 SETEMBRO – 18h00

Poesia na Rua 16 de Setembro Cacela Velha

Festas em Honra de Nossa Senhora da Encarnação 1e2 Vila Real de Santo António Festas em Honra de Nossa Senhora das Dores De 6 a 15 de Setembro Monte Gordo Curso de Pensamento Positivo Biblioteca Municipal Vicente Campinas 28 de setembro 18h00> 19h45 Organização: Biblioteca Municipal Vicente Campinas/ Brahma Kumaris – Academia para um mundo melhor Inscrições pelo e-mail: biblioteca@cmvrsa.pt ou telefone 281 510 050


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PAT R IM Ó NIO & AR TIGO D E O P IN IÃO Rubrica de pATRIMÓNIO

A Cana e as suas utilidades no Baixo Guadiana

A cana foi em tempos, e continua a ser, uma matéria-prima preciosa e muito utilizada pelas gentes do Baixo Guadiana, aparecendo associada às mais diversas actividades desenvolvidas no território. Abundante junto às principais linhas de água e fácil de trabalhar, tem ainda, nesta sub-região Algarvia, inúmeros usos ligados às actividades rurais. Na agricultura, esta planta é utilizada no varejo e na apanha de frutos secos e da azeitona, nas hortas para sustentar o crescimento de trepadeiras, como o feijoeiro, o tomateiro de armar e a ervilheira. A cana utilizada no varejo é selecionada a partir do canavial, em função do seu com-

primento, grossura e curvatura. Para além de servir de suporte a algumas plantas, é também utilizada em ceves para proteger a horta dos invasores exteriores. Na construção tradicional, são populares os telhados de caniço na cobertura interior da habitação, tornando-a mais fresca e resistente ao clima da região. A cana utilizada no revestimento é colhida em Janeiro, já que nesse período a actividade de crescimento da mesma é nulo. De entre as diversas aplicações da cana, a mais conhecida é a cestaria. A partir das ripas desta planta os cesteiros “tecem” canastras e cestos com as mais variadas formas, dimensões e fins, como o transporte e armazenamento de pão, frutos secos e, outrora, de fruta e peixe. A cana era igualmente matéria preferencial para a construção de muitos dos brinquedos infantis, como: pífaros, apitos, reco-recos, curre-curres, espingardas, gaiolas

BTT assume causa solidária Ao longo de 30 km cerca de 12 clubes e associações de Bicicleta Todo-o-Terreno (BTT) do Algarve vão estar mais unidos que nunca para ajudar as vítimas dos incêndios de Tavira e S. Brás de Alportel. Depois das várias ações de solidariedade já demonstradas na sequência dos incêndios florestais na serra do caldeirão agora é a vez de a 9

de Setembro os amantes de BTT realizarem uma jornada a pedalar. «Passeio de BTT Solidário» é o nome da iniciativa criada com o único objetivo de ajudar as vítimas dos incêndios. Assim, dar ao pedal no dia 9 de setembro movido não apenas pelo desporto, mas por uma causa maior, pela solidariedade pelas vítimas do incêndio que durante 4 dias assolou

de grilo e até para a estrutura dos papagaios de papel. Sem esquecer que antigamente, no período das ceifas, eram de cana as dedeiras ou canudos utilizadas pelas ceifeiras para proteger os dedos de algum desvio traiçoeiro da foice. Dioscórides, grande médico e botânico grego do primeiro século da nossa era, recomendava o uso do rizoma de cana – o caule subterrâneo – para aumentar a produção de urina. Para além das propriedades diuréticas, a água resultante da fervura do rizoma, inibe a produção de leite nas mães que amamentam. Para além disso, há quem recorra ainda à cinza da cana para cicatrizar queimaduras, mordeduras e picadas de animais. Pedro Pires Técnico de Património Cultural. Centro de Estudos de Património e História do Algarve da Universidade do Algarve CEPHA/UAlg * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

o Algarve e reduziu os concelho de Tavira e S. Brás de Alportel em 1/3 da sua área florestal. O passeio tem concentração marcada para 08h30 e partida pelas 09h na Praça da República em Tavira. O percurso inclui reforço alimentar e banhos, sendo obrigatório o uso de capacete. O percurso guiado é de aproximadamente 30 km com dificuldade mínima e o valor solidário é de 5€ para ajudar quem tudo perdeu. Esta iniciativa é uma organização de: Fórum BTT Baixo Guadiana; Casa do Povo da Conceição de Tavira; Clube Vela de Tavira BTT; Leões de Olhão; Núcleo de Cicloturismo Luz de Tavira; Altimetria Associação Desportiva; Bike Clube São Brás; Clube BTT Conceição de Faro; Club BTT Terra de Loulé; Núcleo Sportinguista de VRSA; BTT Santo Estêvão; Associação Rodactiva. Para mais informações por favor contacte: passeiobttsolidario@ gmail.com ou passeiobttsolidario.blogspot.com

artigo de opinião

Comemorou-se no dia 12 de Agosto mais um «Dia Internacional da Juventude» Esta data simbólica foi aprovada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas a 17 de Dezembro de 1999, na sua resolução 54/120, firmando assim a recomendação produzida na «Conferência Mundial de Ministros responsáveis pela Juventude» reunida em Lisboa em Agosto de 1998, que chamou à atenção para a necessidade de mais investimento na juventude. Para o corrente ano a ONU propôs o tema «Construindo um Mundo Melhor: Parcerias com a Juventude». Este tema está relacionado com o anúncio do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, que declarou como prioridade da sua agenda “o compromisso de envolver e trabalhar com e para os jovens”. De uma forma geral, o tema proposto vem convocar os governantes nas diversas instâncias, o setor privado e a sociedade civil para se unirem aos jovens, procurando melhores condições de vida para esta fração da população, que a nível mundial representa quase metade do total da população humana (segundo relatório do Fundo das Nações Unidas para a População). A nível nacional, bem como a nível global, foram realizadas diversas atividades, principalmente de âmbito cultural, no sentido de marcar este dia. No entanto, não nos podemos limitar a assinalar este dia uma vez por ano. É necessário produzir mudanças de fundo na estrutura organizativa da sociedade de modo a envolver cada vez mais os jovens na sua construção e desenvolvimento. De facto, observamos que os jovens estão cada vez mais afastados e desinteressados dos processos de construção da sociedade, o que na minha perspetiva se deve ao facto de não serem chamados a participar ou de quando tal acontece não serem levados a sério. Numa fase em que a conjuntura nacional conduz a uma diminuição do investimento público em praticamente todas as áreas, incluindo o setor da juventude, estes aspetos vêm reforçar a importância do Asso-

ciativismo Juvenil enquanto ferramenta de construção da sociedade e de educação para a democracia, pois é a este nível que se verifica um maior balanço positivo entre os recursos disponíveis e os resultados alcançados. Ainda, numa altura em que os responsáveis pelo setor da juventude preparam uma alteração à Lei do Associativismo Jovem é importante que seja tido em consideração que as alterações a introduzir devem ir no sentido de aumentar a participação ativa dos jovens e não no sentido oposto, pois no seio do associativismo jovem é trabalhado o potencial de mudança que está inerente à juventude. O associativismo jovem é, de facto, uma escola de cidadania, uma escola para a vida, acima de tudo é uma forma de capacitação dos jovens e de formação de cidadãos críticos, capazes de refletir sobre os problemas da sociedade e de desenhar soluções para os mesmos. É urgente criar uma nova cultura de participação juvenil. A juventude deve ser vista como uma fonte de soluções para os problemas da sociedade e não como um dos seus problemas. Mudar é necessário e é na juventude que reside o maior potencial de mudança. Apenas com esta perspetiva será possível melhorar a situação desta parcela da população, a mais afetada pela atual crise económica mundial. Mas não é só de emprego que os jovens precisam. Tal como referiu o Secretário-geral da ONU na sua mensagem a prepósito do Dia Internacional da Juventude “chegou a hora de integrar a voz dos jovens de forma mais significativa nos processos de decisão a todos os níveis”. Ban Ki-moon aproveitou, ainda, para deixar o seguinte alerta: “a juventude pode determinar se nesta era nos movemos em direção a um maior perigo ou em direção a uma mudança positiva”. Nuno António Presidente MOJU – Associação Movimento Juvenil em Olhão www.mojuolhao.com pub


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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |SETEMBRO 2012

PASSATEMPO S & L AZER

Autor: João Raimundo

Quadratim - n.º 99

Quanto mais desemprego e encerramento de empresas houver menos valores de IRS-IRC-IVA e para a Segurança Social se arrecadará e a despesa aumenta com o necessário subsídio de desemprego, assim como estrangula o Turismo e a economia não renasce. É também urgente devolver já os valores dos subsídios de férias e de Natal que o actual Governo “USURPOU” dos cidadãos desde 2011 e aumentar o valor do salário mínimo nacional. É uma exigência que se impõe, como é óbvio.

Jogo da Paciência n.º 105

“Urbano ”

1) 2) 3) 4) 5) 6)

Portas Janelas Cofragem Vidros Telhado Canos

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“Seguro de Vida

14) 15) 16) 17) 18) 19) 20)

Paredes Pintura Estores Campainhas Caixas do Correio Chaves Estendais

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“Tenho que contratar um seguro de vida por causa do meu crédito à habitação, mas não consigo compreender os termos das várias apólices?”

Delegação de

Este verão, em parceria com a Administração Regional de Saúde, a Cruz Vermelha disponibiliza cuidados de saúde em 32 praias da região. Tal como em anos anteriores, a Delegação de Vila Real de Santo António está a assegurar, desde o dia 1 de Julho, o funcionamento de quatro destes postos em Monte Gordo, Manta Rota, Praia Verde e Praia de Sto. António. Tendo em conta a grande afluência às praias nesta época do ano, tanto de residentes como de turistas, pretende-se prestar cuidados de enfermagem perante situações como escoriações, queimaduras solares, indisposições ou picadas. Até à primeira quinzena de Agosto foram feitos 1400 atendimentos, o que demonstra a importância do trabalho desenvolvido por esta Delegação que, apesar de se debater com graves problemas financeiros, continua sempre presente no apoio à população.

Fechadura Puxador Visor Trinco Escada Elevador Parabólica

Soluções Jogo da Paciência - n.º104

Pelo caminho correto do Quadratim vá ao encontro da Devolução dos subsídios Férias/Natal

Vila Real de Santo António

7) 8) 9) 10) 11) 12) 13)

A DECO INFORMA… Há dois tipos principais de cobertura de invalidez, com designações semelhantes, mas abrangências e preços diferentes. Na maioria das companhias, a invalidez total e permanente garante o pagamento do capital, caso o consumidor, na sequência de doença ou acidente, fique total e permanentemente incapacitado de exercer a sua profissão ou outra actividade remunerada compatível com as suas aptidões e conhecimentos. Cumulativamente, deve ter um grau de incapacidade superior a 65% na tabela nacional de incapacidades. A invalidez deve ainda estar clinicamente consolidada e ser irreversível. Já a invalidez absoluta e definitiva define-se como a incapacidade permanente e irreversível do segurado exercer qualquer actividade remunerada, tendo de recorrer à assistência contínua de uma terceira pessoa para os actos do dia-a-dia, como alimentar-se. No entanto, as coberturas variam consoante a companhia e são vendidas sob designações diversas. Resultado: decifrar a apólice é um desafio e comparar propostas, uma missão impossível. Por exemplo, na AXA, a invalidez absoluta e definitiva chama-se invalidez total permanente e definitiva; a Zurich disponibiliza não duas, mas cinco coberturas. Para fixar a percentagem de invalidez, algumas seguradoras aplicam a tabela nacional de incapacidades; outras, a de avaliação de incapacidades permanentes em Direito Civil. Face ao exposto, é urgente travar a criatividade das seguradoras e impedir a existência de mais do que dois tipos de invalidez, sob pena de o consumidor desconhecer aquilo que está a contratar e usar o preço como único factor de decisão. Já enviámos as conclusões do estudo ao Instituto de Seguros de Portugal, entidade supervisora para que sejam criadas designações claras para serem aplicadas por todas as seguradoras.

Susana Correia jurista

Número solidário:

760 300 012

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283 Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328 Contactos: 964773101 e 968079025 guadivrsa@hotmail.com/ http://associacaoguadi.blogspot.com FACEBOOK


JORNAL DO BAIXO GUADIANA | SETEMBRO 2012 |

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P UBLIC IDAD E CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia nove de Agosto de dois mil e doze foi lavrada neste Cartório, de folhas trinta e um a folhas trinta e dois verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Vinte e um - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: António Cavaco dos Santos e mulher, Maria José Santos, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ele natural da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, ela natural da freguesia do Pereiro, concelho de Alcoutim, residentes na Rua D. Carlos, número 15, em Odeleite, contribuintes fiscais números 106 295 420 e 106 295 411. Que declaram que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, ambos localizados na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, não descritos na Conservatória do Registo Predial deste concelho: a) Prédio urbano sito na Rua Dom Carlos, número quinze, composto por edifício térreo com vários compartimentos e logradouro, destinado a habitação, com a área total de cem vírgula oitenta metros quadrados, dos quais noventa e três vírgula trinta metros quadrados são de área coberta, a confrontar a Norte com a Rua D. Carlos, a Sul com Ana Isabel Sequeira, a Nascente com Rosália Gonçalves e a Poente com caminho, inscrito na matriz urbana sob o artigo 2768, com o valor patrimonial tributável de 13.640,00 euros; e b) Prédio urbano sito na Rua dos Giões, composto por edifício térreo com uma divisão e logradouro, destinado a arrecadação e arrumos, com a área total de quarenta metros quadrados, dos quais nove vírgula vinte metros quadrados são de área coberta, a confrontar a Norte e Poente com Maria da Encarnação Rosa Pereira Viegas, a Sul com a Rua dos Giões e a Nascente com caminho, inscrito na matriz urbana sob o artigo 2769, com o valor patrimonial tributável de 540,00 euros. Que atribuem aos prédios acima referidos os respectivos valores patrimoniais tributáveis, calculados para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto de Selo, pelo que somam os mesmos o valor de catorze mil cento e oitenta euros. Que os referidos prédios lhes pertencem por os mesmos terem entrado na sua posse, já no estado de casados, por partilha verbal, nunca reduzida a escrito, feita com os demais interessados, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e seis, por óbito dos pais do outorgante marido, Armando Sebastião dos Santos e Rita Pereira, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram na aldeia e freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os primeiros outorgantes na posse dos referidos prédios, habitando no primeiro, fazendo uso do segundo, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 9 de Agosto de 2012. A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 44/08 Factura / Recibo n.º3054

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Setembro 2012 CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e nove de Agosto de dois mil e doze foi lavrada neste Cartório, de folhas cinquenta e dois a folhas cinquenta e dois verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Vinte e um - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: Alexandrino José Francisco Guilherme e mulher, Maria Eugénia Gomes Martins Guilherme, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ambos naturais da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, residentes no Cerro de Alta Mora, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, contribuintes fiscais números 199 161 623 e 198 560 192. Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico sito na Nora Nova, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, composto por cultura arvense, com a área total de quinhentos e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte com Maria Lucinda Rodrigues Pereira, a Sul com Herdeiros de António Pedro, a Nascente com aglomerado urbano de Nora Nova e a Poente com Herdeiros de Domingues Mestre, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 122, da secção DV, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de sete euros e cinquenta e quatro cêntimos, igual ao atribuído. Que o referido prédio entrou na posse dos primeiros outorgantes, já no estado de casados, por doação verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa, feita pelos pais do primeiro outorgante marido, António Francisco e Maria Bárbara, já falecidos, casados que foram sob o regime da comunhão geral, e residentes que foram no Sítio de Alta Mora, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, colhendo seus frutos, arando suas terras, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 29 de Agosto de 2012. A Colaboradora, _________________________________ (Joana Isabel da Silva de Gouveia e Sousa) (Colaboradora inscrita sob o n.º 400/4, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 16.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro) Conta registada sob o n.º103/08 Factura / Recibo n.º3093

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Setembro 2012

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia nove de Agosto de dois mil e onze foi lavrada neste Cartório, de folhas vinte e nove a folhas trinta verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e um - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: JOSÉ ANTÓNIO VIEGAS e mulher, DILAR ROSA AFONSO VIEGAS, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais do concelho de Alcoutim, ele da freguesia de Martim Longo, ela da freguesia de Vaqueiros, residentes na Rua Manuel Ribeiro de Pavia, Número 15, R/C Esq., em Venda Nova, na Amadora, contribuintes fiscais números 122 241 851 e 122 241 878. Que declararam são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios rústicos, ambos localizados em Santa Justa, na freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, não descritos na Conservatória do Registo Predial daquele concelho: a) Prédio rústico denominado Casas do Poço, composto por cultura arvense, com a área de seiscentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Manuel Guerreiro Palma e outro, a Sul com José António Viegas e outro, a Nascente com Herdeiros de José Cavaco, e a Poente António Luís Colaço, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 52, da secção 041, com o valor patrimonial tributável de 24,72 euros; b) Prédio rústico denominado Cerca do Enxerto, composto por cultura arvense, com a área de quatrocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com José António Viegas e outro, a Sul com Boaventura Lourenço Cavaco e outro, a Nascente com José Cavaco, e Poente com Estrada Municipal, inscrito na matriz rústica sob o artigo 55, da secção 041, com o valor patrimonial tributável de 18,53 euros. Que atribuem aos referidos prédios os respectivos valores patrimoniais, calculados para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, pelo que somam os mesmos o valor global de quarenta e três euros e vinte e cinco cêntimos. Que o prédio identificado em a) lhes pertence, por o terem adquirido por compra verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e um, a Maria Custódia, viúva, residente que foi em Santa Justa, na referida freguesia de Martim Longo, actualmente já falecida. Que o prédio identificado em b) lhes pertence, por o terem adquirido por partilha verbal e nunca reduzida a escrito, feita com os demais interessados, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e dois, por óbito do pai do outorgante marido, António Viegas, que faleceu no estado de casado com Elisa Maria sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foi na já mencionada localidade de Santa Justa, na freguesia de Martim Longo, ela também actualmente já falecida. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, arando suas terras, colhendo os seus frutos, pagando suas contribuições e impostos, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado os modos de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 9 de Agosto de 2012. A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues) (Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro) Conta registada sob o n.º 42/08 Factura / Recibo n.º 3053

Jornal do Baixo Guadiana, 01 de Setembro 2012

AVISO BOLSAS DE ESTUDO PARA O ENSINO SUPERIOR ALUNOS DO CONCELHO DE ALCOUTIM A Câmara Municpal de Alcoutim, no Ano Lectivo de 2012/2013, atribui 30 Bolsas de Estudo, no valor de 100€ / Mês, durante dez meses, para o Ensino Superior, de harmonia com a deliberação tomada pela Câmara Municipal na reunião de 11 de Julho de 2012. Local para entrega das candidaturas: Câmara Municipal de Alcoutim – Gabinete de Acção Social, Saúde e Educação Rua do Munícipio, nº 12 – 8970 - 066 ALCOUTIM Prazo para entrega das candidaturas: 08 a 26 de Outubro de 2012 REQUISITOS PARA A CANDIDATURA: a) Frequência de curso de nível superior. b) Residência no Concelho de Alcoutim.

CONDIÇÕES DE CANDIDATURA

A candidatura a bolseiro é feita mediante o preenchimento de Boletim fornecido pela Câmara Municipal, o qual deverá ser entregue na Câmara Municipal devidamente preenchido e conjuntamente com os seguintes documentos: • Atestado de residência, atestando que reside no concelho de Alcoutim, há pelo menos um ano. • Atestado comprovativo do agregado familiar. • Certidão de matrícula, passada pelo Estabelecimento de Ensino Superior. • Certidão de aproveitamento escolar do ano anterior, com indicação da média obtida, excepto nos casos em que o aluno irá frequentar o 1º ano de ensino superior. • Plano curricular onde se encontra inscrito. • Declaração do IRS do ano anterior. Alcoutim, 13 de Agosto de 2012 O Presidente da Câmara Dr. Francisco Augusto Caimoto Amaral

CARTÓRIO NOTARIAL DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL DE AMÉLIA DE BRITO MOURA DA SILVA

CERTIFICA, para efeitos de publicação, nos termos do disposto do artigo cem, número um do Código do Notariado, que no dia seis de Agosto de dois mil e doze, a folhas sessenta e um e seguinte do livro de notas para escrituras diversas número vinte e dois deste Cartório, foi lavrada uma escritura de Justificação Notarial, em que MARIA MARTINS, solteira, maior, natural da freguesia do Pereiro, concelho de Alcoutim, residente no Lar e Centro de Dia de Alcoutim, na freguesia e concelho de Alcoutim, contribuinte fiscal número 108.332.853, é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do seguinte prédio: ___________________________________________________ Rústico, sito em Alcaria das Pegas, freguesia do Pereiro, concelho de Alcoutim, composto por terra de cultura arvense e mato, que confronta de norte com Manuel Domingos Cavaco, de sul com Arnaldo Lourenço Martins Mestre, de nascente com Maria Antónia Beatriz Cavaco e Cavaco e de poente com Regina Maria Xavier Martins da Silva Santos, com a área total de quarenta e um mil quinhentos e sessenta metros quadrados, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 18, secção 035, com o valor patrimonial para efeitos de I.M.T. de 491,41 €, que é o atribuído. __________________________________________ ______ Que o indicado prédio não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim e que desconhece qual o artigo que lhe correspondia na antiga matriz rústica, por não possuir elementos que lhe permita fazer essa correspondência. _________________________________________ _________ Que o mesmo bem veio à sua posse em data imprecisa do ano de mil novecentos e sessenta e sete por partilha meramente verbal feita com os demais herdeiros por óbito da sua mãe, Emília Maria, viúva, residente que foi no sítio de Tacões, Pereiro, Alcoutim, partilha essa que não lhe foi nem é agora possível titular por escritura pública. _________________________________________ _ Que desde essa data e sem qualquer interrupção, entrou na posse do referido prédio, pessoalmente e em nome próprio, tendo vindo desde então a gozar todas as utilidades por ele proporcionadas, nele praticando os actos materiais de fruição e conservação correspondentes ao exercício do direito de propriedade, procedendo assim, como sua dona e senhora, à vista e com o conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pelo que exerceu uma posse pacífica, contínua e pública e isto, como se disse, por prazo superior a vinte anos. _____ Que, dadas as enunciadas características de tal posse, adquiriu o dito prédio por USUCAPIÃO, título esse que, por sua natureza, não é susceptível de ser comprovado pelos meios extrajudiciais normais. __________________________ São Brás de Alportel, seis de Agosto de dois mil e doze. _____________ ______ A Notária, (Amélia de Brito Moura da Silva) CONTA REGISTADA SOB O N.º 685/2012

Jornal do Baixo Guadiana, 01 de Setembro 2012 CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e nove de Agosto de dois mil e doze foi lavrada neste Cartório, de folhas quarenta e oito a folhas quarenta e nove verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Vinte e um - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: Manuel Domingos Gonçalves e mulher, Aldina Maria Dias Gonçalves, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ele natural da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, ela natural da freguesia de Tavira (Santa Maria), concelho de Tavira, residentes na Rua Engenheiro José Campos Coroa, Lote 19, 1º B, em Faro, contribuintes fiscais números 164 183 655 e 222 920 858. Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, todos sitos no Pego dos Negros, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, não descritos na Conservatória do Registo Predial deste concelho: UM - Prédio urbano composto por edifício térreo, destinado a arrecadação e arrumos, com a área total e de implantação de vinte e sete vírgula sessenta e cinco metros quadrados, a confrontar a Norte, a Nascente e a Poente com Rua, e a Sul com Miraldina Custódia Rosa, inscrito na matriz urbana sob o artigo 2773, com o valor patrimonial tributável de 940,00 euros; DOIS - Prédio urbano composto por edifício térreo, destinado a arrecadação e arrumos, com a área total de oitenta e cinco metros quadrados, dos quais vinte e nove vírgula vinte são de área coberta, a confrontar a Norte e a Nascente com Rua, a Sul com Manuel Afonso, e a Poente com Manuel Lourenço, inscrito na matriz urbana sob o artigo 2774, com o valor patrimonial tributável de 1.040,00 euros; TRÊS - Prédio urbano composto por edifício térreo, destinado a arrecadação e arrumos, com a área total e de implantação de quarenta e três metros quadrados, a confrontar a Norte e a Poente com Rua, a Sul e a Nascente com Miraldina Custódia Rosa, inscrito na matriz urbana sob o artigo 2775, com o valor patrimonial tributável de 1.460,00 euros. Que atribuem aos prédios acima referidos os respectivos valores patrimoniais tributáveis, pelo que somam os mesmos o valor de três mil quatrocentos e quarenta euros. Que os referidos prédios lhes pertencem por os mesmos terem entrado na sua posse, já no estado de casados, por partilha verbal, nunca reduzida a escrito, feita com os demais interessados, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta, por óbito do pai do outorgante marido, Manuel Custódio Gonçalves, solteiro, maior, residente que foi no Pego dos Negros, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os primeiros outorgantes na posse dos referidos prédios, fazendo uso dos mesmos como arrecadações, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 29 de Agosto de 2012. A Colaboradora, _________________________________ (Joana Isabel da Silva de Gouveia e Sousa) (Colaboradora inscrita sob o n.º 400/4, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 16.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro) Conta registada sob o n.º 95 Factura / Recibo n.º3090

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Setembro 2012


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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |SETEMBRO 2012

DESPOR T O

GD Alcoutim soma e segue na canoagem Futebolândia

Olá e sejam bem-vindos á edição de setembro do “Futebolândia”! A Liga de futebol está de regresso, vai recomeçar tudo de novo, O Pinto da Costa a entrar de pés juntos a Luís Felipe Vieira, os assobios em Alvalade, o Jorge Jesus a aprender a falar português. Enfim as mesmas emoções de sempre. Mas antes gostaria de fazer um breve apontamento sobre a volta ao norte, se não o fizesse rebentava (expressão exagerada claro, aqui ninguém vai rebentar), a não ser o défice. Volta ao norte sim, ganha por David Blanco, mais uma vez Portugal foi de Lisboa para cima, o país já é pequeno e na volta é mais pequeno ainda. Qualquer dia é só subir à Torre e a volta está dada. Começou a Liga portuguesa de futebol, todos a empatar na primeira jornada, mas na segunda a história foi outra, goleadas do Benfica e Porto, mas o Sporting perdeu em Alvalade com o Rio Ave, Sá Pinto diz que a sua equipa está forte. Forte em quê não explicou, só se for em vitamina C! Lá começou o sofrimento, isso não se faz logo no arranque, mas vou já aconselhando os sportinguistas: coloquem o comprimido debaixo da língua que a coisa vai ser longa. Gostei do Sporting de Braga, mostrando atitude, continua uma equipa forte e poderá ter alguma coisa a dizer outra vez, espero que José Peseiro seja mais feliz em Braga - se o José Carlos Malato foi, porque não poderá ser José Peseiro!? (mas também o José Carlos Malato é feliz em qualquer lado, contenta-se com pouco). Em Espanha o Real Madrid de José Mourinho em duas jornadas ficou já a cinco pontos do Barcelona. Começa bem, para já precisa apertar com Ronaldo e companhia e precisa urgentemente de Pepe para partir uns quantos ossos – (aquela defesa está muito branda). E, já agora, tirar mais umas lições de espanhol, aquelas conferências de imprensa são de partir “o coco a rir”, faz lembrar as conferências que fazia em inglês. Será que existe alguma língua que ele saiba falar corretamente? …fica a pergunta.

Eusébio Costa, radialista e licenciado em ciências da comunicação eusebiocosta@live.com.pt

Em Julho o Grupo Desportivo de Alcoutim (GDA) participou no Campeonato Nacional de Esperanças III que se realizou em Óis da Ribeira (Águeda), que contou com cerca de 50 clubes e 600 atletas. Nesta competição conquistou um histórico 7º lugar coletivo. Destaque da prova para a K1 menor Joana Ramos que se sagrou Campeã Nacional e para a dupla também menor Daniela Mestre/ Ana Palma que se sagraram Vice-campeãs Nacionais. O K2 iniciado Luis Simão/ Pedro Lourenço conquistaram o Bronze da geral. A novidade foi a 1ª prova em que Hugo Carmo/ Micael Marques par-

ticiparam juntos, aposta esta que não podia ter dado melhores frutos, pois venceram a 3ª e ultima etapa do Nacional com uma vantagem considerável em K2 cadete. Pedro Jeremias ainda andou no grupo da frente do K1 infantil, mas depois de uma confusão entre várias embarcações na viragem acabaria por ficar em 7º, mesmo posto ocupado pela dupla Rodrigo Romão/ André Madeira. No K1 infantil feminino Joana Mestre que veio sempre a melhorar a classificação de prova para prova acabou em 13º. O K2 cadete Jorge Palma/ João Rodrigues 15ª e o K1 infantil Bruno

Mais atividade traz mais qualidade em Alcoutim

 Castro Marim

Atleta olímpico vence XI prova de mar O nadador Pedro Pinotes, do Sporting Clube de Portugal, que recentemente participou nos Jogos Olímpicos de Londres de 2012, venceu a XI Prova de Natação de Mar «Vila de Castro Marim», prova integrada no XX Circuito de Natação de Mar do Algarve. A também atleta do Sporting Clube de Portugal, Leonor Mourinho Neves venceu em femininos. Organizada pela Coletividade «Leões do Sul Futebol Clube», pelo 11º. Ano consecutivo, no dia 12 de Agosto,com a super visão

Canoístas alcoutenejos conquistaram 7.º lugar coletivo Ramos 25º foram as outras clas- fim de Agosto com o Nacional sificações. A época fechou no de Maratonas.

da Associação de Natação do Algarve, a prova “Vila de Castro Marim” contou este ano com o número record de 218 participantes, em representação de cerca de duas dezenas de clubes, o que constituiu record da prova e do circuito. Os vencedores da Prova de Divulgação foram João Rafael Pereira (individual) e Inês Fernandes Garcia do Estádio Universitário de Lisboa. Colectivamente venceu o Sporting Clube de Portugal.

A Câmara Municipal de Alcoutim lançou recentemente a campanha «Mais atividade, mais qualidade», inserida na sua política de promoção do desporto como forma de melhorar a saúde e o bem-estar de todos. Ao longo dos anos, a autarquia tem apoiado e criado diferentes iniciativas desportivas. Atualmente, o município de Alcoutim oferece um conjunto de modalidades diversificadas e adaptadas às diferentes faixas etárias, para além dos incentivos concedidos a diversas associações nas áreas do desporto e saúde. São iniciativas autárquicas a realçar as aulas de natação, ginástica hidrosénior e hidroterapia, as marchas-corrida, o Centro Municipal de Marcha e Corrida, que, com um polo em Alcoutim e outro em Martinlongo, presta acompanhamento personalizado

Baixo Guadiana sobre rodas

aos marchantes de acordo com a sua condição física, a ginástica de manutenção, que, todas as semanas, leva à população dos montes e aldeias atividades lúdico-desportivas, e aulas de aeróbica, voleibol e judo. Pontualmente, a Câmara Municipal de Alcoutim promove ainda eventos lúdico-desportivos, como o Campeonato Municipal de Futebol 11, campeonatos de sueca e malha e bailes de acordeão, atividades que se têm provado eficazes na estimulação do convívio entre a população e na quebra de monotonia e isolamento. Atividades como a canoagem, o futsal, o futebol 7, o BTT, o TT, o atletismo e passeios equestres são desenvolvidas por associações locais, todas a crescer consecutivamente no número de participantes, de dentro e fora do concelho.

Humberto Fernandes

crónicas

A virose do azar – “Surto” ataca ciclista de Castro Marim

Corredor com idade de 28 anos, natural da Cortelha e vencedor da 73ª edição da Volta a Portugal. O humano que reúne estas características sofreu de um surto de virose de azar que o atacou na 74ª Volta a Portugal decorrida entre Castelo Branco e Lisboa entre 15 e 26 de agosto, quando este se preparava para defender o seu título. Esta virose, que ainda atacou outros corredores, foi em Ricardo Mestre que teve maior incidência ao manifestar-se por quatro vezes, levando-o mesmo a abandonar o sonho da conquista da sua segunda vitória, em ano de intensa luta com o amigo/rival David Blanco que lutava para fazer história. Os primeiros sintomas surgiram nas primeiras etapas; um dia com a virose do azar a manifestar-se em forma de queda coletiva e noutro

como queda individual. Desde logo se começou a perceber que o virus era mais resistente que o esperado. Foi numa terceira queda que as coisas se começaram a complicar, num dia decisivo. Com a chegada à Senhora da Graça os primeiros sintomas e incómodos começaram a fazer das suas, fazendo com que o corredor chegasse frágil ao alto do monte farinha, perdendo os primeiros segundos para a concorrência. Diagnosticada a virose, só faltava tomar o antibiótico certo para a combater e esse estava encontrado. A boa disposição, convição e pensamento positivo seria o remédio para a cura eficaz que, segundo as previsões, seria atingida na totalidade no dia de descanso que espreitava após a 6ª etapa. Com tudo isto o tratamento tinha de ser iniciado e não havia melhor forma que partir para a 5ª etapa, uma das mais duras, ao ataque, com a fome e desejo suficiente de recuperar a moral e os segundos perdidos. Foi com esta

ambição que Mestre disputou esta etapa, indo para a fuga do dia, levando consigo os melhores classificados excetuando o grande rival direto, David Blanco, tornando esta a oportunidade de recuperar o tempo perdido. Mas também aqui a sorte não lhe sorriu e viu-se numa fuga inglória onde apesar de haver mais interessados, apenas ele e o seu colega Amaro Antunes puxavam para poderem chegar isolados, o que no final não se verificaria. Na sétima etapa, que ligava Gouveia ao Sabugal, tudo foi diferente e o que parecia estar curado tornou-se numa manifestação agressiva do vírus do azar, refletindo-se numa queda violenta, a menos de 40 quilómetros da chegada, juntamente com Edgar Pinto (LA-Antarte) e os espanhóis Garikoitz Bravo (Caja Rural), vencedor da classificação da juventude em 2011, e Fran Clavijo (Andalucia), o qual recuperou e regressou à estrada. Na véspera da decisiva etapa que ter-

minaria na Torre, na Serra da Estrela, o corredor de Castro Marim ocupava o 16.º lugar, a 1.47 minutos do líder, Hugo Sabido (LA-Antarte), e viu assim terminado um sonho e toda uma época de preparação para esta competição. Felizmente, a queda não trouxe danos de maior para o corredor que recupera tranquilamente em casa de uma virose de azar que teimou em persegui-lo nesta volta; que acabou por consagrar David Blanco (Efapel/Glassdrive) como o ciclista mais vezes consagrado na prova rainha do calendário nacional; vencedor de cinco edições. Representando o Baixo Guadiana, e viroses de azar à parte, estiveram Amaro Antunes com uma prestação de bom nível em prole dos interesses da equipa e Samuel Caldeira, como um gregário de luxo que soube aproveitar as suas oportunidades, tendo sido terceiro classificado e melhor português na ultima etapa que teve chegada a Lisboa. Na geral Amaro Antunes foi 50º a 31:59 do vencedor enquanto que Samuel Caldeira foi 107º a 1:34:39 de David Blanco.


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Nelson Gonçalves já está nos Paralímpicos Antes de partir para os jogos Paralímpicos de Londres 2012 Nelson Gonçalves confessava-se ao JBG “nervoso”, sentindo uma “pressão enorme” por ir para terras de Sua Majestade representar Portugal na modalidade de lançamento de peso. Quando a nossa edição fechou e seguiu para a gráfica [31 de Agosto] ainda toda a participação era uma incógnita. Mas no dia em que chega aos assinantes [3 de Setembro] é o dia do «tudo por tudo» para Nelson Gonçalves e seu treinador Hélder Silva. Ambos estão “a concretizar um sonho”, integrando a missão portuguesa nestes Jogos Paralímpicos que no total é constituída por 30 atletas que vão disputar resultados num total cinco modalidades. Recorde-se que Nelson Gonçalves, cego total, pertence ao «Grupo Desportivo Pic Nic», de Vila Real de Santo António, e tem obtido excelentes resultados nas diversas competições nacionais e internacionais em que tem participado. Foi a 12 e 13 de Maio que obteve os mínimos para os Jogos Paralímpicos de Londres 2012 através da participação no campeonato nacional. Nelson Gonçalves e Hélder Silva estão juntos neste percurso do desporto adaptado há 13 anos. O treinador recorda que estes têm sido anos de “conquistas desportivas e pessoais”. Dos apoios que têm recebido atleta e treinador enaltecem, acima de todos, “o apoio da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António”.

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O verão acabou em festa no Sotavento com «Medievais» em Castro Marim a baterem recorde

Nelson Gonçalves e Hélder Silva realizam sonho ambicioso de estar nos Jogos Paralímpicos de Londres

Governo poderá estar a preparar cortes no Apoio Domiciliário Integrado das Santas Casas Sotavento Algarvio

ECOdica - Ao chegar ou sair de casa use a escada se tiver que subir ou descer um ou dois andares, evite elevador pois gasta menos energia e em simultâneo pratica exercício físico; - Em casa não esqueça que lâmpadas sujas iluminam menos; - Lave o seu carro com um balde e pano e evite a mangueira; - No trabalho reaproveite o verso do papel para imprimir.


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