![](https://assets.isu.pub/document-structure/210813144327-ee2dbe076fe8a0089093887b814f8ca7/v1/38c56e95a9b65fba0491537a223f4912.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
5 minute read
Todos os encargos e impostos
Quase
Ocupação e vocação (Neemias 1)
Advertisement
Marcos Vieira Monteiro
pastor da Primeira Igreja Batista em Fortaleza - CE
Nesta época de Olimpíadas, sempre me impressiono com a beleza estética de várias modalidades esportivas. Admiro muito a competência dos atletas, que individualmente ou em grupo, nas pistas, nas quadras, nas piscinas, nos lagos e no mar, estão ali, depois de meses ou até anos de preparação, representando os seus países. Gosto de conhecer também a história de vida e superação dos que conquistaram o direito de participar deste grande torneio mundial.
Presto atenção nos relatos, não apenas daqueles que tem o privilégio de subir ao pódio. Na realidade, o fato de um atleta participar de uma Olimpíada Mundial já é uma grande vitória. Ali estão geralmente os melhores do mundo em cada esporte. Nenhum deles chegou a Tóquio “por acaso”. A maioria se submeteu a grandes sacrifícios e renúncias. Mesmo aqueles que sabem que as suas chances de uma medalha são muito pequenas.
É inspirador ouvir o depoimento dos atletas que realizam o seu sonho de conquistar uma medalha de ouro, de prata ou de bronze. Porém, acho igualmente interessante ouvir o depoimento dos não subiram ao pódio por muito pouco. Faltou apenas mais 1 ponto, 1 segundo a menos, 1 centímetro a mais...
A vitória olímpica depende não apenas do talento individual ou do grupo, mas de muitos outros fatores: o investimento que foi feito no atleta, sua maturidade emocional, a estrutura que teve ao seu dispor para sua preparação, seu condicionamento físico, sua disciplina pessoal e a intensidade de seu desejo de ser um campeão.
Observando com mais detalhes as competições podemos afirmar que às vezes é difícil saber quem é, de fato, “o melhor”. Para cada medalhista existem tantos outros que viveram o “quase”. O “quase” entra na história de muitos através de um pequeno vacilo, um descuido, um vento contrário, um erro do adversário, um resultado acima de média de um concorrente, um julgamento equivocado de um juiz, uma preocupação excessiva com o resultado, a pressão excessiva de ser o “favorito”, um deslize inexplicável, uma distração, uma lesão, um pequeno acidente...
Em muitos esportes, as diferenças de performance entre os concorrentes em uma Olimpíada me parecem bem pequenas. Lamentável que os que “quase” conquistam, mas não conseguem a vitória, muitas vezes são valorizados apenas pelos familiares e amigos.
O “quase” frequentemente vem acompanhado de lágrimas, de muito sofrimento, às vezes de decepção consigo mesmo e vergonha. Há aqueles que diante de um resultado adverso desistem de tudo. Outros tiram lições preciosas e descobrem como podem se preparar para melhores resultados.
Nem todos os que “quase” conseguiram realizar o seu sonho hoje serão campeões em uma Olimpíada no futuro. Mas, mesmo assim, o seu esforço não terá sido em vão. Até os que jamais experimentaram o gosto de subir ao pódio podem servir de inspiração para tantos outros de seu país ou para aqueles que estão em semelhante condição social, mas que no futuro estarão entre os primeiros.
Precisamos aceitar o fato que na vida muitos de nós nem sempre estaremos entre os primeiros. Mas, isso não significa que sejamos necessariamente “inferiores” ou que não estivemos dispostos a “pagar o preço” para alcançar o sucesso.
É um gesto de amor e sabedoria apoiar também os que “quase” chegam lá. Muitos se empenham tanto ou até mais do que os campeões. Devemos compreender que nós, quando estamos no time do “quase”, se demos o nosso melhor, se nos empenhamos ao máximo e ainda assim não atingimos o nosso objetivo final, não significa que fracassamos totalmente.
No plano espiritual, nos tornamos “campeões” não quando vencemos um adversário, mas quando melhoramos a nossa performance com o passar do tempo e nos tornamos cada vez mais parecidos com o grande vencedor Jesus Cristo. n
Augusto Junior
diretor executivo do Instituto Anga
“Senhor, que os teus ouvidos estejam atentos à oração deste teu servo e à oração dos teus servos que têm prazer em temer o teu nome. Faze que hoje este teu servo seja bem-sucedido, concedendo-lhe a benevolência deste homem. Nessa época, eu era o copeiro do rei” (Ne 1.11).
Existe uma diferença entre ocupação e vocação. Ocupação tem relação em como você usa seu tempo para ganhar dinheiro, ter alguma troca comercial. Vocação é a relação que você ganha sua vida.
Podemos dizer que todas as pessoas possuem uma ocupação. Ministro de louvo, advogado, missionário, estudante, empreendedor, concursado público, todas essas são ocupações. O que diferencia uma ocupação de uma vocação é: 1. A consciência que existe um Senhor que nos vocaciona 2. A consciência que nossa vocação é para servir aos outros. 3. A consciência que a vocação é como servimos na história com os olhos na eternidade.
Ocupação é quando você faz para dar check em uma atividade. Ocupação você faz para ganhar seu sustento. Não necessariamente você leva em consideração seus dons e talentos, suas paixões e a singularidade que Deus te deu. Enquanto a ocupação é o alinhamento consciente das suas atividades com todos os presentes que Deus te deu, vocação é a consciência que você tá usando sua atividade atual para empreender o reino de Deus na terra.
Esse texto de Neemias apresenta sua oração ao Deus de Israel depois que recebeu as notícias que os muros de Jerusalém estavam caídos, as portas derrubadas e o povo de Israel aflito diante dessa notícia. Neemias teve uma profunda empatia, orou, jejuou e entendeu que mesmo sua ocupação sendo somente de copeiro do Rei, ele sentiu a vocação divina de ir a Jerusalém para reconstruir os muros.
Esse texto me toca muito, porque a função ocupada por Neemias era simplesmente de um copeiro, mas sua vocação era de fazer a diferença na história sendo aquele escolhido para reconstruir os muros.
Aprendo que não importa sua ocupação, Deus tem uma vocação para você. Neemias poderia se conformar em continuar sendo apenas o copeiro, mas ele entendeu que Deus o queria servindo ao Seu povo; ele sentiu as dores e se moveu em direção as necessidades das pessoas. Essa é uma excelente reflexão para ponto de partida da sua vocação. Quais são as necessidades ao seu redor tem mexido com você? O que você pode fazer para servir as pessoas ou alguma causa específica? Neemias não recebeu o título de ninguém, nenhuma autoridade o designou, ele simplesmente entendeu que deveria fazer algo para resolver aquele problema.
Nosso grande desafio é diariamente, em nossas ocupações, entender qual a vocação de Deus para nossas vidas. Não podemos viver no “piloto automático”, precisamos constantemente lembrar que nossa vida e missão tem como objetivo principal o Reino de Deus. n
![](https://assets.isu.pub/document-structure/210813144327-ee2dbe076fe8a0089093887b814f8ca7/v1/c806eb45454541427340f128f85d3b36.jpeg?width=720&quality=85%2C50)